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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA PRÁTICAS DE VALORES NAS ESCOLAS NEUZA PEREIRA DIAS ORIENTADOR: PROF. Dr. FERNANDO GOUVÊA RIO DE JANEIRO 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PRÁTICAS DE VALORES NAS ESCOLAS

NEUZA PEREIRA DIAS

ORIENTADOR: PROF. Dr. FERNANDO GOUVÊA

RIO DE JANEIRO 2009

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PRÁTICAS DE VALORES NAS ESCOLAS

NEUZA PEREIRA DIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de licenciado em Pedagogia

Orientador: Prof. Dr. FERNANDO GOUVÊA

RIO DE JANEIRO

2009

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos grandes mestres do Instituto a Vez

do Mestre pela dedicação, carinho e sabedoria em

que aprendi muito pelos três anos de curso.

As minhas filhas Andresa e Monique, que

compreenderam a minha ausência para os

estudos, me apoiando em todos os momentos. E

especialmente a Deus, que me deu saúde e

disposição para concluir.

DEDICATÓRIA

A Deus por ter me oferecido a oportunidade de

viver, evoluir a cada dia e concluir o curso.

A minha filha Andresa pela dedicação e incentivo

oferecido durante toda a trajetória do curso.

EPÍGRAFE

“Os diplomas, por si mesmos, não significam

educação. A educação confinada às ciências físicas

é uma paródia da verdadeira educação. Junto com

o conhecimento das ciências naturais, o indivíduo

deve adquirir humildade, disciplina e bom caráter. A

educação tem conotação sagrada.”

(Sathya Sai Baba)

RESUMO

O Trabalho de Conclusão de Curso aqui apresentado tem como objetivo favorecer uma reflexão sobre as práticas de ensino nas escolas, por conta disso aborda a ineficiência dos princípios morais e éticos. Baseando-se nesses motivos, essa pesquisa fala da importância de uma mudança consciente de atitudes dos professores rumo a uma formação de valores nos educandos. Visa apresentar uma nova tendência educacional de forma a encontrar novos pressupostos e propostas que venha de encontro com as necessidades educacionais do novo milênio, a fim de redirecionar melhor sua aplicação e questionarem-se, sobre que tipos de valores que circulam na escola, e como se manifestam e se há coerência com o que a sociedade requer desses alunos para o mundo da convivência democrática. Aborda sobre a relevância de tais valores por serem, construtores da identidade nas práticas do cotidiano escolar. Nesse espaço é colocado sugestões de atividades com temas transdisciplinares, contextualizados e coerentes com mais qualidade para serem trabalhadas com finalidade em obter uma aprendizagem mais efetiva. Afinal é um dos princípios pedagógicos fundamentais e inovadores para o futuro da escola. O trabalho conclui que, os valores humanos têm o propósito de ensinar a viver, de preparar para a vida e criar o humanismo novo para o século XXI por ser prioridade. Este é o grande desafio com que profissionais da educação se defrontam no inicio do terceiro milênio.

PALAVRAS-CHAVE: Práticas, Valores, Moral, Ética, Escola, Educação.

METODOLOGIA

A pesquisa aqui construída é principalmente do tipo bibliográfica, pois a

maioria é proveniente de fontes escritas de livros, cujos títulos vem trazer a

importância da inclusão dos valores éticos e morais no dia-a-dia das práticas

escolares em prol de um desenvolvimento maior levando a formação da

cidadania. Autores esses que contribuíram bastante para embasar e

fundamentar essa pesquisa como: Edgar Morin, Vera Lúcia Trevisan de Souza,

Maria Fernanda Nogueira Mesquita, Ulisses F. Araújo, Josep Maria Puig,

Ciriaco Izquierdo Moreno e Nilson José Machado.

Também as revistas: Nova escola, Pátio e Educativa, artigos de

internet, PCN’s, LDB 9394/96, para que tal trabalho pudesse estar bem

fundamentado teoricamente. E a partir da prática perceber diversas novas

metodologias para inclusão de atitudes e ações de valores positivos.

As relações nas escolas são muito complexas. O constante movimento

nos fazeres, a heterogeneidade dos grupos conferem desafios permanentes às

ações e condutas dos educadores.

A fim de lidar com esse problema foram citadas cenas e idéias que

venham diminuir as exigências escolares padronizadas sem fins de formação

do caráter dos alunos. É nessa perspectiva que o tema da pesquisa foi

encarado, procurando subsídios e elementos que permitam ao alunado, ter o

direito de uma educação de valores, incluindo sentimentos e emoções entre o

aspecto afetivo e cognitivo do processo da aprendizagem.

A afetividade no cenário da educação é primordial para o futuro da

formação do caráter do indivíduo nessa atual sociedade do conhecimento e da

tecnologia.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 11

CAPÍTULO II - VALORES MORAIS E ÉTICOS NA EDUCAÇÃO 17

2.1 Refletindo sobre valores 18

2.2 A escola e suas funções 21

CAPÍTULO III – PRÁTICA DE VALORES NAS ESCOLAS 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE DE ANEXOS 41

ANEXOS 42

9

INTRODUÇÃO

No presente trabalho, procura-se estudar a prática de valores nas

escolas, por ser uma questão fundamental da sociedade atual que não criou

adequadamente apreço pelos valores e acabou formando adultos sem

referenciais de cidadania e respeito ao próximo.

A sociedade brasileira vive um cenário político-educacional cheio de

fortes vícios de tendências pedagógicas tradicionais o que dificulta a efetivação

das práticas multifacetadas e interdisciplinares, inclusive a formação de

valores.

Por conta disso, a escolha desse tema no trabalho científico, surge

para que possam ser verificadas as várias necessidades de mudanças

educacionais, culturais e políticas nas escolas. Afinal, manter-se em formação

permanente na atualidade é uma necessidade que deve ser compartilhado por

todos aqueles que desejam corresponder às exigências educacionais do século

XXI. Os currículos atualmente encontram-se defasados, ou seja, não

conseguiram acompanhar a velocidade dessas transformações no mundo de

hoje que é a era da informação e da tecnologia.

Este trabalho é dividido em três capítulos em que cada um destes tem

sua importância para ler, pensar e refletir e consequentemente chegar-se a

uma visão holística e melhor da prática educativa nas escolas.

No primeiro capítulo é estudado as teorias e as tendências

pedagógicas, que surgem de movimentos sociais, políticos e filosóficos,

trazendo de forma sucinta a união de várias práticas didático-pedagógicas e

favorecendo uma reflexão, mudanças, e eficiência nas ações do dia a dia nas

salas de aula.

Posteriormente no segundo capítulo, é abordado os principais valores

necessários nas práticas educativas, com ênfase nos valores morais e éticos

que são formadores da identidade dos indivíduos e de suas representações e

10

não deixando de citar as funções principais da escola como espaço de

interação e constituição dos sujeitos em relação. Afinal a educação é tarefa de

todos principalmente da escola.

Neste próximo, o terceiro capítulo, será feito uma abordagem das

várias sugestões de atividades e metodologias utilizadas por vários

educadores e pesquisadores dessa área de estudo e uma reflexão sobre

algumas cenas do cotidiano escolar.

11

CAPÍTULO I

TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

Em um mundo onde se tem acesso a tantas e variadas informações e

onde é possível até mesmo conhecer aspectos de outras culturas e também de

conhecer estudos, propostas práticas e projetos educativos, nos impõe

responsabilidades de selecionar o que é produtivo e possível de ser aplicado

na realidade do aluno e por conta disso, valores é uma questão fundamental da

sociedade atual, que a cada dia transforma-se socialmente, culturalmente,

politicamente e tecnologicamente exigindo intervenções sérias da própria

sociedade e dos profissionais da educação.

Com isso o professor deve estar a par das diversas teorias e tendências

pedagógicas da história brasileira ao colocar seu pensar e agir na prática

escolar. Saber escolher a pedagogia de trabalho a ponto de obter sucesso e

uma resposta aplausível constitui sua principal meta. Entende-se por tendência

toda e qualquer orientação de cunho filosófico e pedagógico que determina

padrões e ações educativas.

Segundo Pessi: “Os fundamentos da Arte-Educação são pensamentos

construídos cotidianamente conforme as experiências vividas nas situações de

ensino aprendizagem, são teoria que sustenta a nossa prática, são princípios,

os conhecimentos organizados que contribuem para e porque não dizer,

determina uma prática arte- educativa consciente e de qualidade”

(PESSI,1994,p.24)

Uma tendência pedagógica é na verdade, uma inclinação por

pensamentos e comportamentos pedagógicos experienciados da educação ou

mesmo em outras práticas pedagógicas. Principalmente nas escolas,

percebem-se práticas educativas e nestas linhas de pensamento definem os

rumos das ações educativas.

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Faz-se necessário nessa sociedade globalizada, também do ponto de

vista do conhecimento, que haja re-leitura feita da história e a forma como se

pode adequá-la a nossa realidade compondo então, uma prática da

comunidade escolar ressaltando relevância das teorias, mas cabe ao professor

construir sua prática embasada nelas, por serem tendências, ou seja,

elementos norteadores, contudo deve procurar a melhor forma de agir na sua

prática do dia-a-dia.

...é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer. (...) no processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isto mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações existenciais concretas (FREIRE, 2001a, p. 27-28).

Segundo o autor Paulo Freire, deve-se permitir aos alunos que eles

possam participar desse processo de construção de valores de forma

adequada. Para ele que acredita e aposta na capacidade de reflexão e análise

do homem trabalhador, o conceito educação tradicional ou bancária, reduz o

homem a coisa, impedindo-o de atuar como sujeito da sua história e de

realizar-se nesta ação que faz verdadeiramente homem. Deve-se partir

sempre de experiências com a realidade na qual está inserido cumprindo

também a função de analisar e refletir essa realidade e apropriar-se de um

caráter crítico sobre ela. Deve ter um caráter transformador. Estabelecer

entendimentos conceituais e traduzir e entender a ações concretas dos

desafios do dia a dia.

Com relação a história da educação do Brasil e com base nelas, faz-se

um relato das características dessas tendências. Verifica-se nas escolas

tradicionais, metodologias utilizadas centradas no professor de forma

expositiva, demonstrativas, exercícios de fixação, leitura e cópia repassados

aos alunos como verdades absolutas numa aprendizagem receptivas e

mecânica, sem considerar as características próprias de cada aluno. A função

13

principal era preparar intelectualmente e moralmente para assumir, seu papel

na sociedade.

Segundo o filósofo Herbart a transmissão dos conteúdos visa preparar

o aluno para vida. São conteúdos separados das experiências do educando e

das realidades sociais. È um ensino enciclopédico que tem como método a

exposição do professor. A sua pedagogia foi chamada de intelectualista pelos

seus críticos.

Na escola renovada observa-se que a metodologia deu ênfase aos

aspectos psicológicos. As atividades eram centradas no aluno com

experiências, aprendendo a aprender. O professor era facilitador dessa

aprendizagem e os conteúdos eram estabelecidos a partir dessas

experiências.

Segundo a perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada

acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais.

.A escola contínua, dessa forma, prepara o aluno para assumir seu papel na

sociedade, por isso ela deve imitar a vida. Na escola renovada progressista,

aprende-se fazendo, portanto centrada no aluno, valorizando as experiências, a

pesquisa, a descoberta, o estudo do meio em que vive e levando em conta os

interesses do próprio aluno.

Na escola tecnicista o professor controlava e dirigia as atividades que

eram mecânicas e de forma rígida supervalorizando as tecnologias para o

mercado de trabalho. O professor era o técnico e responsável pela eficiência

do ensino. Havia mistura de pedagogia tradicional e renovada. Referindo-se ao

conhecimento focava-se o ensino das artes com atividades voltadas para

indústria cultural e apelo a cultura com exagero nos livros didáticos. Portanto

era interesse principal formar indivíduos competentes para a produção visando

o capital do mercado de trabalho.

Segundo Libâneo (2002) a aplicação da metodologia tecnicista não

configura uma postura tecnicista do professor, já que o exercício profissional

continua mais para uma postura eclética em torno de princípios pedagógicos

pautados nas pedagogias tradicional e renovada.

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A pedagogia progressista libertadora e libertária, conteúdos são através

de temas geradores extraídos da vida dos alunos. Saberes próprios do aluno é

colocado, mas não exigidos. A escola transforma o aluno no sentido libertário e

autogestionário, como forma de resistência ao Estado.

Há críticas e questionamentos nas relações do homem no seu meio. Os

alunos e professores dialogam em condições de igualdade, desafiados por

situações problemas que devem compreender e solucionar. E libertação de

opressões e libertação de impulsos criadores em experiências de grupo.

A pedagogia crítico-social prioriza os aspectos sociais e políticos. Ela

prepara o aluno para a participação ativa na sociedade, sempre avaliando-os

frente à realidade social e fornecendo lhes um instrumental por meio da

aquisição de conteúdos e da socialização partindo do que o aluno já sabe.

Nesta perspectiva alicerçada na pedagogia histórico-crítica, enquanto

prática e teoria o autor Saviani (1983) afirma:

Tais métodos se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as constituições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos, sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos (p. 72-73).

O professor é autoridade competente que direciona o processo-

aprendizagem. Mediador entre conteúdos e alunos. A aprendizagem é baseada

nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos.

Tendência da pedagogia pós-LDB, de 9.394/96 revaloriza as idéias de

Piaget, Vigotsky e Wallon no sentido de terem linhas de pensamento comuns,

interacionistas. O conhecimento é resultado da ação que se passa entre sujeito

e um objeto. Buscam uma aproximação com modernas correntes de ensino.

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Segundo Morin (2005), a educação do futuro deve ter como prioridade

ensinar a ética da compreensão planetária, como reitera o quarto saber, e

implica entender a ética não como um conjunto de proposições abstratas, mas

como atitude deliberada de todos os que acreditam que ainda é possível que

sociedades democráticas abertas se solidarizem, mesmo que o caminho seja

árduo e por vezes desanimador. Estimula os professores saírem do armário e

irem à luta para garantirem às futuras gerações num mundo com mais beleza e

sustentabilidade.

Em A cabeça bem-feita, Morin (2000) defende que o ensino educativo

deve buscar não a mera transmissão do saber acumulado, mas uma cultura

que possibilite a compreensão da condição humana e nos ajude a viver, e que

favoreça um modo de pensar aberto e livre. A educação, para o autor, deve

propiciar a compreensão do contexto, o todo em relação às partes, as partes

em relação ao todo. Para ele, o excesso de especialização do saber leva ao

enfraquecimento da responsabilidade e da solidariedade. Cada um faz a sua

parte, e não há consciência da co-responsabilidade pelo todo. Ensinar não é

distribuir certezas, mas instigar dúvidas; não é inculcar a aceitação passiva do

estabelecido, mas instrumentalizar para a contestação; não é formar iguais,

mas diferentes, unidos pelo respeito e aceitação das próprias diversidades. A

educação "pode ajudar a nos tornarmos melhores, se não mais felizes, e nos

ensinar a assumir a parte prosaica e viver a parte poética de nossas vidas".

Para ele, a sociedade atual possui elementos diversificados e o ensino

precisaria estar atento a essa complexidade para poder incorporar os saberes

fundamentais ao desenvolvimento do homem moderno. Mas para reverter esse

quadro, depende expandir a visão e paradigmas do educador com novas

formas de pensar e agir a sua prática de sala de aula. Segundo ele a tarefa é

difícil, mas não impossível desde que cada profissional invista e esteja

motivado o necessário para tornar-se educador competente.

“O inesperado surpreende-nos. É que nos instalamos de maneira

segura em nossas teorias e idéias, e estas não têm estrutura para acolher o

novo. Entretanto, o novo brota sem parar” (MORIN, 2004, p.30).

16

O texto afirma que nós educadores devemos rever nossas teorias e

idéias para que em nossas práticas formemos cidadãos íntegros, éticos e

humanos que saibam respeitar não somente os indivíduos como também o

meio social e as espécies que nele habitam. Por isso é importante manter-se

em formação continuada.

Segundo o mesmo, educadores de hoje devem largar as tendências

ultrapassadas e partir para o esforço transdisciplinar, eliminando excesso de

disciplinas e dar ênfase a educação desse início de milênio priorizando o

ensino da ética.

17

CAPÍTULO II

VALORES MORAIS E ÉTICOS NA EDUCAÇÃO

Nossa postura como educadores devem se pautar em uma consciência

ética que se transmita por meio de nosso fazer profissional. Sabendo-se que a

conduta ética se constrói durante as relações com seus pares, família e

instituições. Torna-se imprescindível que o trabalho do educador seja guiado

pelos preceitos éticos.

As escolas de qualidade são espaços educativos de construção de

personalidades humanas autônomas, críticas nos quais as crianças aprendem

a ser pessoas. Os alunos são ensinados a valorizar os princípios éticos e

diante disso profissionais da educação devem implementar nas escolas

atividades pedagógicas capazes de levar a escola a irradiar valores

necessários a sociedade.

Desde que se entenda por educação o conjunto das ações visando a permitir e facilitar ao educando o harmonioso e pleno auto desenvolvimento de si mesmo, tanto no campo da convivência como na construção do conhecimento, no equilíbrio dos sentimentos e nas habilidades indispensáveis ao provimento e satisfação de suas necessidades e da comunidade em que vive, não é difícil compreender que a educação envolve a totalidade do ser humano e se estende a todas as facetas do seu agir (CATÃO, 1997, p.120).

Segundo o autor há uma grande dificuldade encontrada pelos

educadores em desenvolver o raciocínio moral e ético bem fundamentado e

sem violar a liberdade dos educandos, portanto é necessário refletir sobre os

valores éticos e morais na educação.

[...] através de um processo de interação entre educadores e educandos, reproduz-se o modo de ser e a concepção de mundo que esses povos foram construindo ao longo de sua história. Nesse processo acontece a construção dos nossos novos conhecimentos, técnicas e formas para a reprodução da vida. (AHLERT 1999, p.154)

18

Para o autor a educação ética tem o desafio de refletir criticamente

sobre as moralidades. Seu papel emerge no mundo da prática, nas interações

sociais, criando e recriando seus conhecimentos cada vez mais diferentes no

sentido de mais diálogos, dinâmicas e participação, que vamos preparando

novas gerações.

2.1 – Refletindo sobre valores

“O destino de um país se decide pelos ideais que professores e

educadores por meio do fortalecimento do caráter que cultivam nas mentes das

crianças que estão sob seus cuidados.” (Sathya Sai Baba, p.25).

Em face do grande desafio que é educar com boas qualidades,

educadores questionam-se, como agir e estimular virtudes em prol de uma

formação humana cidadã.

Os valores humanos consistem em qualidades que nos distinguem

como seres humanos como verdade, retidão, paz, amor e não-violência que

segundo o autor Sathya Sai Baba é possível fazer frente à atual crise de

valores. Basta o educador perceber que seu papel é mais amplo que o de

transmitir conteúdos. É sobretudo o de construir princípios e valores morais. A

finalidade da educação não é promover a obtenção de notas e diplomas, a

conquista de ótimos empregos e o ganho de dinheiro, e sim formar pessoas de

caráter, ética e felizes.

Verdade é aquilo que deve ser dito. Retidão é o que deve ser praticado. Paz é o que deve preencher a mente. Amor é o que deve se expandir dentro de nós. Não-violência é o que devemos ser plenamente. (Sathya Sai Baba, p. 44).

A educação nas escolas é o meio de construção e reconstrução de

valores e normas, portanto a ética é fundamental nas relações de

aprendizagem e é importante na formação dos alunos. Agir eticamente é

perceber que somos membros de uma comunidade, e não indivíduos isolados.

19

Assim como uma estrela não brilha se não houver aurora, assim também uma ética não emerge se não houver previamente uma ambiência que permite sua formulação. O ethos assume então seu caráter originário de habitat humano, aquela parte do mundo que foi domesticada, amada, originada para ser a casa do ser humano, onde reencontra um útero protetor. Essa ambiência é formada pela ternura e pelo cuidado (BOFF, 2000, p.117).

Segundo o autor Boff, a escola é o primeiro espaço público que a

criança vivência e cuja organização é distinta da família. Diz que novas

experiências escolares colaboram para a construção desses princípios morais

da prática pedagógica.

A ética existe prioritariamente no singular, uma vez que pertence à

natureza humana, presente diferentemente em cada pessoa. Assim, a ética é

diferente para cada um e é dependente do local onde ocorre. Fazer o bem

implica, necessariamente, como e para quem. A moral, então, determina o

modo como a ética deve ser exercida e com quem.

VASQUEZ (2000, p.21) aponta que

[...] a ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado, porém, na sua totalidade, diversidade e variedade. Ela se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade humana que chamamos moral, constituído por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos.

A ética tem a moral como base de estudo, analisa as opções que os

seres humanos fazem, verifica se essas estão de acordo com os padrões

sociais ou com aquilo que se considera a melhor forma de agir coletivamente.

Moral é um conjunto de hábitos e costumes efetivamente vivenciados

por um grupo humano, ou seja, por uma sociedade. Nas culturas dos grupos

humanos, estão presentes hábitos e costumes considerados válidos porque

são bons; bons porque são justos; justos porque contribuem para a realização

dos indivíduos. Atos gerados conforme esses hábitos serão julgados morais ou

moralmente bons.

20

Devemos refletir sobre a ética e a educação. Uma grande dificuldade

encontrada pelos educadores é desenvolver um raciocínio moral e ético bem

fundamentado, sem violar a liberdade e frustrar as aspirações dos educandos.

Desde que se entenda por educação o conjunto das ações visando a permitir e facilitar ao educando o harmonioso e pleno auto desenvolvimento de si mesmo, tanto no campo da convivência como na construção do conhecimento, no equilíbrio dos sentimentos e nas habilidades indispensáveis ao provimento e satisfação de suas necessidades e da comunidade em que vive, não é difícil compreender que a educação envolve a totalidade do ser humano e se estende a todas as facetas do seu agir (CATÃO, 1997, p.120).

Observar a complexidade do ser humano é deixar perigosamente

ocultos alguns aspectos integrantes do seu agir, restringindo a educação a

determinados setores da vida humana, omitindo a relação com o outro ou,

mesmo, negando-os.

As relações na escola são muito complexas. O constante movimento

nos fazeres, a heterogeneidade dos grupos confere desafios permanentes às

ações e condutas dos educadores.

Segundo La Taille (2002) a falta de sentimentos morais na escola

decorre do pouco investimento no outro.

Ética é o conjunto de normas de conduta que regem determinada

coletividade, no caso, o educando na sua prática na escola. Não possui a

mesma amplitude moral. A ética preocupa-se exclusivamente com a conduta

das pessoas em uma determinada coletividade. São normas que regem a

convivência das pessoas que se agrupam em torno de um objetivo comum, no

caso, práticas pedagógicas voltadas para os valores positivos, em prol do

alunado, futuro cidadão. É a atividade profissional em suas relações com toda

a comunidade escolar. A moral, é pessoal, nasce dentro de nós, não é cultural,

é voluntária, concreta e diz respeito ao nível individual, prático e prescritivo.

Os valores morais expressos pela dignidade, pela honra-virtude e em

um caráter mais individual pelo auto-respeito. Os não-morais expressos pela

valorização do sucesso, da beleza, da popularidade, do status social, ou seja,

21

valores que focam na visibilidade social. Os valores morais associam-se a

honra ou ao auto-respeito, os valores não-morais como já citado valoriza a

glória, sucesso, fama, dinheiro, poder, beleza, etc.

"Ética. Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral (...), mas fundada num estudo metafísico do conjunto das regras de conduta consideradas como universalmente válidas. Diferentemente da moral, a ética está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme a sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las. A moral está mais preocupada na construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa" (JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 93)

Faz-se necessário refletir e discutir que valores são esses que

assumem tamanha importância para a sociedade. Todos os educadores devem

contribuir para fazer acontecer uma nova ética, pautada em valores e contribuir

para a construção de um mundo melhor.

2.2 – A escola e suas funções

Em todo lugar onde houver convivência, interações entre os sujeitos

estão sendo produzidos saberes. Por isso, pedagogia é uma forma de

compreender a educação das diversas instituições de ensino.

Através da função básica da educação, ajudar o indivíduo a aprender,

a escola promove as condições necessárias para que este desenvolva a sua

capacidade de pensar, interessar-se e de valorizar-se aplicando-a no sentido

da melhoria da condição humana.

Para isso, foca o indivíduo a seus problemas, assim como implicações

das filosofias pessoais e sociais e os tributos que alguns sistemas políticos e

econômicos impõem à sociedade.

22

Objetivando cumprir construtivamente seu papel social, a escola

capacita cada estudante a identificar-se com a condição humana total, sendo

conhecedor de que tanto as aspirações quanto os problemas de cada homem é

violar os direitos de todos os homens, e que todo problema social não resolvido

também é, em parte, responsabilidade sua.

A escola que busca o desenvolvimento de apenas um nível de aptidões

elimina o desenvolvimento do potencial humano, tirando dos alunos a

oportunidade de lidar com todas as diferentes espécies de problemas fora dela.

Assim, ela não deve ser apenas um centro de desenvolvimento intelectual, mas

desenvolvimento humano.

Não se pode compreender a escola fora do contexto social e

econômico no qual está inserida. Por isso, ela deve ser democrática e de

qualidade social, não se deixando usar como instrução de exclusão, mas

interagindo com os pais e a comunidade local, por serem responsáveis pela

sobrevivência da instituição.

Tarefa que exige uma forma criticamente disciplinada de atuar com que a educadora desafia seus educandos. Forma disciplinada que tem que ver, de um lado, com a competência que a professora vai revelando aos educandos, humildemente, sem estardalhaços arrogantes; de outro com equilíbrio com que a educadora exerce sua autoridade segura, lúcida, determinada. (FREIRE, 1993, p.61)

A escola que possui uma filosofia voltada à formação do cidadão,

0promove desenvolvimento integral do homem, isto é, sua capacidade física,

intelectual e moral, objetivando não só a formação de habilidades, mas

especialmente o caráter e a personalidade, ocupando-se em prepará-lo para

enfrentar novos problemas, em ser crítico, autodeterminado, independente,

livre e consciente dentro de uma proposta democrática através da qual

preocupar-se-á em selecionar e alcançar objetivos comuns que sejam pessoal

e socialmente significativos à sua comunidade.

Dentro desta visão, a escola deve ser conhecedora dos interesses do

seu alunado e, ao identificá-los, esses devem tornar-se foco da atuação

educacional, inserindo-os ao currículo da instituição para que sua aplicação

23

seja de fato em sala de aula concretização da aprendizagem de forma eficaz e

satisfatória.

O conteúdo de um currículo deve ser elaborado sob a perspectiva de

tornar a escola um local democrático, trabalhando experiências cognitivas

afetivas e sociais levando-se em conta singularidade do educador e do

educando, possibilitando a esse tornar-se capaz de entender, criticar e

participar das transformações do mundo em que vive.

Os temas transversais tratam de processos experienciados

cotidianamente em diferentes espaços sociais. Através deles, a escola dá aos

alunos oportunidades para aprendizagem e reflexão de questões que visam a

construção da cidadania e democracia. Desta forma, o currículo escolar ganha

flexibilidade e abertura, pois tais temas podem ser priorizados e

contextualizados como as diferentes realidades locais e regionais.

A transversalidade dá a oportunidade na prática educativa de se

estabelecer uma relação entre aprender conhecimentos sistematizados e a

questão da vida real e sua transformação. Favorecem o desenvolvimento da

capacidade crítica dos alunos, para tal, entende-se que é preciso liberdade,

confiança e preparo para lidar com fatos da vida, desempenho cognitivo, além

de envolvimento e participação em questões sociais, tornando-os indivíduos

capazes, responsáveis e solidários, cidadãos que tenham perspectivas e

metas.

A finalidade da educação é a formação do caráter. (...) Formar o caráter da criança por meio da educação amorosa é a base filosófica do Programa de Educação em Valores Humanos, que tem como princípio o desenvolvimento integral do ser, levando-o ao autoconhecimento e tornando-o consciente de se mesmo e de seus semelhantes. (SATHYA apud MESQUITA, 2003, p.19).

A educação em valores é tema de discussões que preocupa

educadores, pedagogos, pesquisadores e instituições voltadas para o ensino-

aprendizagem dos valores.

24

A resposta disso está no fato de o povo brasileiro investir-se numa

educação orientada somente para o crescimento econômico, sem

responsabilidade ética e de justiça social. Deve ser a construtora do saber com

justiça, ética, direitos humanos, diversidade, participação política e paz dentro

das salas de aulas como prioridade no desenvolvimento de suas práticas

educativas.

Os profissionais da educação são agentes fundamentais de uma

mudança consciente de atitudes, rumo a uma formação cidadã.

Sabemos que os valores são formadores da identidade dos indivíduos

e que se constrói e se reconstrói continuamente e que a comunidade escolar

tem importantes papéis em sua formação. Diante disso, questiona-se: Que

papel é esse? Como exercê-lo? Que prioridades devemos dar as ações do

cotidiano em sala de aula Que valores devem ser estudados e desenvolvidos

na escola? Entre o que a escola ensina de valores há coerência com o que a

sociedade requer dos homens?

Não basta querer ser ético, é preciso saber como ser ético, ter meios para isso. Penso que a escola deveria por exemplo, dar aulas de primeiros socorros. Há pesquisas que mostram que pessoas que sabem objetivamente como ajudar os outros costumam ter condutas mais solidárias. (LA TAILLE, 2001)

Pode-se dizer que educar em valores é quando os alunos se fazem

entender e entendem os demais colegas, aprendem a respeitar e a escutar o

outro, aprendem a ser solidários, a ser tolerantes tomarem decisões enfim é

sim o resultado de uma educação com valores nas escolas.

O tema da ética e da moral nos humanos e das construções de valores

pessoais sociais não tem sido valorizado em nossa sociedade até mesmo em

nossas escolas. Por conta disso tais valores vem sendo trabalhado de forma

25

desarticulada baseando-se nos interesses individuais dos professores e alunos

e comunidade escolar, podendo estar em desacordo com as verdadeiras

necessidades da atual sociedade.

O ser humano vive em sociedade, convive com outros seres humanos

e portanto cabe-lhe pensar e responder como devo agir perante os outros. É

fácil de compreendê-la, mas difícil é entendê-la pondo-a em práticas, num

conjunto de princípios e padrões de conduta.

Segundo o autor Josep Maria Puig (2005) as quatro éticas para

aprender a viver são: Aprender a ser (auto-ética), aprender a conviver (alter-

ética), aprender a participar (socioética) e aprender a habitar o mundo

(ecoética).

Aprender a ser constrói no indivíduo uma ética de si mesmo, no caso a

auto-ética. Há uma dupla tarefa, fazer-se como cada uma deseja e utilizar a

própria maneira de ser como forma para resolver questões que a vida

apresenta. É edificar uma ética pessoal que inclua a formação do pensamento

autônomo e crítico e que permita construir um critério próprio e seja capaz de

determinar por si mesmo o que deve fazer nas diferentes situações da vida.

Aprender a conviver é uma tarefa educativa que vai edificar a ética da

alteridade preocupada em criar vínculos entre as pessoas gera relações de

amizade e afeto. É uma alter-ética.

O aprender a participar é a aprendizagem centrada na vida em comum.

É ser uma pessoa capaz de exigir os direitos que lhe correspondem e aos

deveres e manifestar virtudes de civismo que contribuí a democracia da

convivência. É trabalhar para uma ética que nos torne cidadãos, ou seja, uma

socioética.

Finalmente aprender a habitar o mundo, significando modificar muitos

hábitos da vida cotidiana. Aprender a viver é reaprender uma maneira

sustentável de habitar o mundo. É uma ecoética, ética global e ecológica.

Faz-se necessário a partir dessas constatações, que se assumam

critérios, valores, relações e hierarquia entre esses valores para seguir essas

ações em situações da vida na sociedade.

26

Educação é a forma que as pessoas encontram para significar o seu

mundo, entendê-lo e adaptar-se a ele ou, então, transformá-lo. Ahlert (1999)

salienta que,

[...] através de um processo de interação entre os educadores e educandos, reproduz-se o modo de ser e a concepção de mundo que esses povos foram construindo ao longo de sua história. Nesse processo acontece a construção dos nossos novos acontecimentos, técnicas e formas para a reprodução da vida. (p. 154)

A ética e a moral estando inseridos na educação escolar, contribuem

fornecendo com um desenvolvimento sustentável, e tornando-se seres

humanos criativos, críticos, capazes de satisfazer as necessidades das

gerações futuras e promovendo E a qualidade de vida na sociedade.

A participação democrática auxilia na transformação das relações

sociais com a finalidade de criar condições na construção de valores

democráticos. Para isso profissionais de educação necessitam mudar o modo

de agir em suas práticas escolares. Numa postura de democracia e diálogo que

venha de encontro aos anseios dos alunos.

Sem autoritarismo esse tal modelo não funciona numa sociedade que

busca a formação humana e da cidadania. Implementar caminhos diversos

como construir valores democráticos auxiliando na transformação dos

relacionamentos no cotidiano escolar como momentos que vá prevalecer a

palavra, o sentimento, afetividade, cooperação e envolvimento em projetos que

visem a socialização, a amizade, a paz, e o sentimento de responsabilidade

dos direitos e deveres de cada um dentro do contexto escolar.

Portanto a finalidade dessa convivência democrática é acabar os

distúrbios disciplinares, a violência, e o autoritarismo nas relações entre

professores e alunos na busca pela educação de qualidade no ambiente

educacional. “A educação deve contribuir para a autoformação da pessoa

(ensinar a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar

cidadão.” (MORIN, 2002, p.65)

O autor refere-se a educar nossos alunos de modo que os mesmos

possam desenvolver-se intelectualmente e eticamente para serem profissionais

27

mais capacitados tecnicamente e socialmente, estando prontos a lidarem com

as diversas mudanças impostas em todos os segmentos do mercado e

dotadas, das “qualidades” necessárias para enfrentá-las, e acima de tudo

solidários e humanos para os demais indivíduos, a sociedade e o meio

(ambiente) em que estão o serão inseridos. Segundo o autor, a educação deve

estar voltada para formação da solidariedade humana.

Podemos afirmar que a moral é a consciência do que leva o indivíduo a

distinguir o bem do mal nas suas ações do dia à dia . Moral diz respeito aos

deveres e normas, os princípios de dignidade, de justiça. Ela busca dar

resposta à pergunta como devo agir. A ética tenta responder a pergunta como

viver. É a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. Dessa

forma, o educador enquanto profissional sério da sua profissão tem

compromissos e responsabilidades.

Arroyo (2000) mostra-nos que ser mestre é um modo de ser e dever-

ser. Ser pedagogo de nós mesmos. Ter cuidado com nosso próprio percurso

humano para, assim, podermos acompanhar o percurso das crianças,

adolescentes e jovens. É uma conversa permanente com nós mesmos sobre a

formação.

Para ele educadores dentro de sala despreparados são como

mensageiros, sem mensagem, faltando-lhes energia e entusiasmo necessários

para produzirem os resultados que os alunos devem esperar do seu trabalho.

Sendo assim alunos perceberão que tais valores e regras são coerentes com

seus projetos de uma vida feliz dentro da sociedade em que vive.

Segundo o autor, o educador tem a função de criar condições para que

o educando aprenda sozinho. Assim sendo, o educador deve conhecer muito

bem o assunto que está ensinando. Um fraco domínio do conteúdo resulta um

ensino deficiente. Ensinar de fato não é passar conhecimentos, mas estimular

o educando a buscá-lo. A tarefa do educador é despertar a mente do

educando, é estimular idéias por meio de exemplo, da simpatia pessoal e de

todos os meios que puder utilizar para isso; é fornecer aos educandos lições

objetivas para os sentidos e fatos para a inteligência.

28

Portanto, manter-se atualizado, é fundamental para corresponder-se as

exigências educacionais desse início de século. Com isso, começar a caminhar

em direção a mudanças significativas em suas ações, refletir e repensar o

processo de ensino e aprendizagem numa perspectiva de educação de

qualidade e não a de quantidade de conteúdos. Isso é uma obrigação na

formação de seres humanos.

“Educar é extrair o melhor da criança em corpo, mente e espírito.”

(Mahatma Gandhi).

Segundo o autor, educar é rir, arrancar de dentro para fora, fazer brotar

os sonhos e realizá-lo, mas infelizmente decepciona-se ao ver o contrário nas

ações dos professores, faziam os conhecimentos brotar de fora para dentro

ficando inertes , ouvindo, sem direito a reflexão, críticas e emoções. “Um

exemplo é a melhor ajuda para os ensinamentos.” (Sathya Sai Baba, 1999).

Conforme o autor acima, a verdadeira meta da vida humana é adquirir

conhecimento interior e o caminho para atingi-la é o amor. Dessa forma só

conseguiremos educar se nos educarmos primeiro.

A educação através da percepção é o melhor caminho, os alunos

devem perceber no seu ambiente primeiro com o professor, portanto a escola

deve ser capaz de contribuir ativamente para esse aprendizado e implementar

uma reforma educativa que vise à melhoria da qualidade de ensino e que

ponha clareza nos objetivos da educação.

“Se uma criança vive na crítica, aprende a criticar. Se uma criança vive com hostilidade, aprende a brigar. Se uma criança vive com o ridículo, aprende a sentir-se culpada. Se uma criança vive na tolerância, aprende a ser paciente. Se uma criança vive com coragem, aprende a ter confiança. Se uma criança vive com elogio, aprende a apreciar. Se uma criança vive na retidão, aprende a ser justa. Se uma criança vive com aprovação, aprende a gostar de si mesma. Se uma criança vive com aceitação e amizade, aprende a encontrar amor no mundo!“ (ROTHE apud MESQUITA, 2003, p.30)

29

A poesia acima vem mostrar que os valores humanos são

fundamentais na constituição da identidade das crianças. Diz que é a partir dos

exemplos recebidos na convivência escolar e familiar é que indicará e mostrará

serem positivos ou negativos de acordo com modelos e condutas recebidas e

espelhadas nessas crianças.

É nesse ponto que pais devem reassumir sua posição de educadores e

unir forças com a escola para buscar frente a atual crise de valores mudanças

estratégicas. Sempre lembrando que não somente a escola é modelo para as

nossas crianças se espelharem. Portanto não há método educacional mais

eficiente do que aplicar sempre o amor, paciência e a compreensão para

entendê-los e transformá-los com valores éticos e morais. Fazer com que os

pais abracem esta causa é imprescindível, pois eles são o principal ponto de

referência dos filhos, contribuindo para que o desenvolvimento da

aprendizagem na escola seja satisfatória.

30

CAPÍTULO III

PRÁTICA DE VALORES NAS ESCOLAS

A escola tem de ser a construtora do saber, cuja promoção de valores

é inevitável para que se transformem em local de educação verdadeiramente,

transmitindo assim, temas relevantes como princípios éticos da autonomia, da

responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, princípios

políticos dos direitos e deveres de cidadania e do respeito à ordem democrática

e dos princípios estéticos da sensibilidade e da diversidade.

Aprender a ser cidadão é entre outras coisas, aprender a usar o

diálogo nas mais diferentes situações da vida em grupo. Esses valores e essas

atitudes precisam ser desenvolvidas no conviver da sua prática. Para tornar-se

realidade tais práticas, fazem-se necessário o esforço a dedicação e o

compromisso de todo o corpo docente juntamente com a comunidade escolar

engajadas, rumo a uma educação de qualidade.

Essa busca precisa começar e a escola precisa assumir seu papel

fundamental que é formação de valores. Afinal desenvolver no espaço escolar

ações educativas relacionadas a ética e a cidadania exige postura ética nas

atividades sociais que nem sempre revelam valores adequados. Por esse

motivo a preocupação com a ética deve ter um lugar prioritário nas propostas

educativas escolares. É necessário, portanto, a prática, o exemplo, a

convivência, mais do que as teorias.

“[...] eu não agüento mais o Mário. Ele não quer saber de nada, acho que se deveria chamar a mãe dele a mandar transferi-lo para o período da tarde. Eu não vou ficar com um aluno que não faz nada, só conversa. Ele está aí fora, não quero que volte para a sala hoje, minha paciência se esgotou.” “[...] Quem não se comporta a professora põe o nome aí. Mas com aqueles dois não resolve, todo dia eles vão para o cantinho feio. A gente não se importa, a professora está sempre no maior stress, a gente não pode abrir a boca que ela já grita e põe o nome lá. Aí é só ficar quieto que ela tira.”

31

As cenas são partes dos dados de uma pesquisa sobre valores na

escola que serviu de base para os estudos para a autora Vera Lúcia Trevisan

de Souza que fala sobre interações e seus sentidos na formação de valores no

cotidiano escolar.

Segundo a autora os valores que sobressaem no espaço escolar é o

respeito, mas manifestando-se de forma negativa, ou seja, desrespeito que é o

motivo geral de queixa dos professores. A cena acima também vem mostrar a

dificuldade de interação entre professores e alunos, com tais problemas que

afligem como, transtornos causados a aula, impossibilidades de levar a cabo

um dos objetivos na educação que é formar para a cidadania.

Contudo, a responsabilidade do educador deve ser de sabedoria o

suficiente para ter o ofício de ensinar. Ele deve promover o bem estar na sala

de aula, mantendo um clima de amor e ampliar a capacidade dos alunos em

descobrir as suas potencialidades e ajudá-los a aceitar suas limitações e a

superar dificuldades e dessa forma, obter resultados satisfatórios dentro do

ambiente de trabalho.

Os educadores devem estar sempre atentos à coerência entre teoria e

prática respeitando as necessidades reais do educando.

Dessa forma por iniciativa da escola num primeiro momento, sugere-se

a organização do fórum escolar de ética e cidadania, cujo papel principal é

articular os diversos seguimentos da comunidade escolar mobilizando no

desenvolvimento do projeto político pedagógico, buscando a melhoria nas

ações com objetivo de um ensino de qualidade.

Atuar junto à direção, garantindo espaços para desenvolver diversos

projetos durante o período letivo. Para isso buscar-se-á desenvolver ações

visando a atingir as respostas da problemática que cabe questionar. Como

devo agir perante os outros?

A partir daí sugestões envolvendo o fórum escolar contribuem com

discussões de textos, vídeos, palestras, televisão, dramatizações que

apresente o tema respeito mútuo em sala de aula e também ética e valores. O

fórum deve escolher outros princípios e valores a serem desenvolvidos como

32

no caso democracia e cidadania. Tal tema através de texto será objeto também

de reflexão e atividades diversas abrangendo várias disciplinas e professores

de forma a envolver a comunidade escolar. Desta forma interagindo e se

aproximando da comunidade do fórum para ações futuras.

Essas discussões e caminhos pedagógicos surgem construindo

relações democráticas trazendo diálogo e resolvendo os conflitos nos casos de

distúrbios disciplinares, na violência e no autoritarismo que são alguns

problemas que afligem algumas comunidades escolares.

Formar os (as) alunos (as), desenvolver sua personalidade, fazê-los (as) conscientes de suas ações e das conseqüências que acarretam, conseguir que aprendam a conhecer melhor a si mesmos (as) e às demais pessoas, fomentar a cooperação, a autoconfiança e a confiança em suas companheiras e seus companheiros, com base no conhecimento da forma de agir de cada pessoa, e beneficiar-se das conseqüências que estes conhecimentos lhes proporcionam. A realização destes objetivos leva a formas de convivência mais satisfatórias e à melhoria da qualidade de vida das pessoas, qualidade de vida que não se baseia no consumo, e sim em gerir adequadamente os recursos mentais... intelectuais e emocionais – para alcançar uma convivência humana muito mais satisfatória. (SASTRE; MORENO, 2002 apud PUIG; ARAÚJO, 2007, p.49)

Promover assembléias permite condições de a escola fazer mudanças

mais imediatas nas relações de convivência entre educador e aluno. Além de

assembléias escolares, os grêmios estudantis e estratégias de resolução e de

mediação de conflitos são ações que auxiliam na melhoria da convivência

escolar.

Trabalhar com assembléias nas escolas é buscar a democracia

participativa que traz para o espaço escolar abordagens sobre a interação dos

temas da realidade, contexto e diversidade cultural do alunado.

No que se refere a valores humanos pode-se trabalhar com vídeos

como recurso didático em diversas situações. Como exemplo o documento

ECA pode ser utilizado pelo fórum escolar de ética e cidadania e gravar as leis

que constam no documento, exibindo para toda a comunidade escolar. Dessa

forma didática é fundamental, pois todos da escola e comunidades conhecem,

principalmente as crianças para tornarem-se conscientes de seus direitos e

deveres. É uma proposta para ser trabalhada paralelamente as outras

33

atividades pela necessidade de ser trabalhado em tempo indeterminado, para

que haja efetivação de tais valores.

Segundo o artigo de Vicente de Martins há quarto modos de ensinar os

valores na escola, baseando-se nas narrativas ou nas expressões orais ou

escritas dos educandos. Esta abordagem centra-se nas histórias pessoais, ou

coletivas, nas quais os alunos contam, através de textos orais ou escritos, em

sala de aula, seus conflitos e escolhas morais.

A abordagem pela narração envolve as três dimensões da educação

em valores: a cognição, a emoção e a motivação.

A narrativa desempenha um papel na vida e na dimensão moral das

pessoas, em particular. Os nossos pensamentos e ações estão estruturadas

em práticas discursivas. A abordagem pela narração pode ocorrer, num

simples ato de perguntar em sala de aula: “Vocês poderiam me contar o que

aconteceu nas últimas eleições no Brasil, no seu Estado, na sua cidade, no seu

bairro, na sua rua, na sua casa?” As pessoas atribuirão significados às

experiências de vida, representadas sob a forma de narrativa. Nesta

abordagem, as pessoas desenvolvem-se moralmente, tornando-se autores das

suas histórias morais e aprenderão, de forma consciente, as lições morais em

que contam as suas experiências.

Segundo ele, a abordagem pela narração centra-se nas experiências

reais das pessoais, nos seus conflitos e escolhas pessoais As dimensões da

educação em valores pode ser bem evidenciada à medida que os professores,

em sala de aula, após a leitura de um artigo de opinião, por exemplo, sobre a

legalização ou não do aborto, extraído do jornal diário, levanta perguntas para

os alunos do tipo: O que vocês pensam sobre essas idéias do autor deste

artigo?(dimensão cognitiva); O que você sentiu ao ler este artigo? (dimensão

emotiva) e o que vocês pretendem fazer após a leitura deste texto? (dimensão

atitudinal). Portanto, a abordagem favorece o pensar, o sentir e o fazer sobre

temas transversais, extraídos do cotidiano dos alunos.

O desenvolvimento da educação em valores, pela narração, propõe

que os professores convidem os seus alunos a contarem as suas próprias

histórias morais ou a ouvir, ler e discutir histórias dos demais colegas.

34

Há também a abordagem pela doutrinação de valores que é a mais

antiga das maneiras de educar os alunos em valores, através da qual a escola

educa ou tentar educar o caráter dos alunos. Tal abordagem se dá através da

disciplina, do bom exemplo dos professores, do currículo que enfatiza mais as

condutas do que os raciocínios, destacando as virtudes do patriotismo, do

trabalho, da honestidade, do altruísmo e da coragem. A escola, através de

seus professores, imprime valores no espírito dos seus educandos, através de

recomendações do que considera correto, justo e ideal para a prática de

valores.

A abordagem para desenvolver os valores através da clarificação dos

valores, consiste em os professores, num clima de não-diretividade e de

neutralidade, ajudarem os alunos a clarificar, assumir e por em prática os seus

próprios valores. Há necessidade de transparência dos seus verdadeiros

pensamentos e idéias.

Para trabalhar o “respeito mútuo” em sala de aula, o professor pode

utilizar estratégias de dramatização, por ser uma técnica que permite ao sujeito

colocar-se no lugar de outros personagens em uma situação de conflito,

trazendo para sua vivência pessoal os sentimentos e problemas das outras

pessoas.

O docente deve elaborar um pequeno texto que apresente um conflito

entre relações autoritárias e de respeito. No texto, caracterizam-se também os

personagens envolvidos na situação. A sugestão é que peça a ajuda de 5 ou 6

voluntários, que terão de 10 a 15 minutos para preparar a dramatização, de

improviso.

Na hora do recreio, ao montar os times de futebol, Eduardo humilhou

Pedro dizendo que ele era perna-de-pau e não deveria participar do jogo.

Pedro, inicialmente, ficou meio sem reação, mas depois tentou conversar,

enquanto Eduardo seguiu com sua postura inicial.

Além de Pedro e Eduardo, estão presentes os seguintes personagens:

1 – Menina que está assistindo a tudo e defende a postura de Eduardo;

2 – Menino que defende o direito de todos jogarem;

35

3 – Professora que chega ao meio da discussão para mediar o conflito.

A dramatização deve durar cerca de 15 minutos. Como parte da

técnica, após alguns minutos de dramatização e quando as posições de cada

personagem já estiverem claras para a turma, o (a) professor (a) pode

promover, de surpresa, a troca de papéis, fazendo que o aluno que estava

representando o papel do Eduardo passe a fazer o de Pedro, que a menina

assuma o papel mediador da professora e assim por diante. Também pode

promover a substituição dos atores, escolhendo alguns alunos ou alunas que

estejam assistindo à dramatização para que assumam os papéis da peça. Essa

é uma maneira de permitir que mais estudantes participem da dramatização, ao

mesmo tempo em que obriga os que estão de fora da cena a prestar mais

atenção na peça, porque podem ser solicitados a participar a qualquer

momento.

Partindo-se dos centros de interesse dos próprios alunos, pode-se,

sugerir algumas estratégias: contato com a natureza, acampar, representa uma

situação afetiva, diferente da que ocorre na vida cotidiana, mas rica em

contatos humanos, mais espontânea... E propicia o cultivo de uma postura de

limpeza e de iniciativa. As atividades de contato com o campo são

inesgotáveis: caminhadas, escaladas, competições, momentos de

contemplações, jogos...

Excursões e viagens é uma necessidade do ser humano atual. É muito

importante para formar o espaço psíquico dos alunos. Utilizar o tempo livre com

excursões e viagens pressupõe um alargamento do horizonte cultural humano,

educa o espírito de observação, tão amplo em detalhes e possibilidades.

Jogos e esportes. O jogo é uma escola de valores para os alunos

quando o professor elimina a competição sistemática e passa a cultivar seus

aspectos mais positivos, pode desenvolver a inteligência, e a imaginação . O

esporte é uma exigência da vida moderna que todo espírito nobre e generoso

de praticar, existem esportes adequados a determinadas idades, outros nem

tanto. Por isso é muito importante uma prévia capacitação do educador.

36

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Formar pessoas dentro ou fora da escola é tarefa complexa e com

certeza a mais importante nesse início de milênio chamada sociedade da

informação, cujas transformações são visivelmente percebidas em vários

aspectos da nossa trajetória de vida. Motivo este ao propor esta pesquisa

científica e trazer à tona a necessidade de se refletir sobre as práticas

pedagógicas.

Para tanto manter-se em estudos constantes é requisito importante

para o profissional da educação que deseja corresponder-se as exigências

educativas do século XXI. Logo devem estar abertos ao mundo, ampliar a visão

de mundo e desenvolvimento humano que ultrapasse a ordem econômica, para

considerar a dimensão ética a fim de encarar os desafios que nos apresenta, e

a partir daí perceber qual a real problemática no ensino brasileiro, no caso a

educação precária e de poucos princípios morais e éticos, que podemos

perceber no dia-a-dia em nossas escolas.

Portanto é desafio fundamental da escola nessa nova etapa,

incrementar a vinculação da ética na educação e criar um novo estilo, no qual a

pessoa aprende a conviver consigo mesma, a sentir amor, a desenvolver

interesse e gosto pela cultura e pela vida. Cabe-lhe por em discussão e

perguntar o que vale e o que não vale inserir nos projetos e decidir se são mais

adequados.

Entende-se a escola como espaço capaz de contribuir ativamente para

que esse aprendizado deva implementar uma reforma educativa que vise à

melhoria da qualidade de ensino e que impulsione com clareza os fins

essenciais da educação. Provocar nos educandos ações concretas e eficazes,

resultando em estímulo para ampliar a formação de valores e construir assim

um mundo de pessoas felizes, éticas e solidárias, para lidar com os

conhecimentos e também saber resolver problemas hoje e saber resolve-los

amanhã.

37

Com o intuito de alertar sobre a necessidade de mudar, profissionais

da educação devem refletir sobre as orientações que determinam as práticas é

possível propiciar a reconstrução de seu lugar, o lugar de educador de valores,

que ao promover educação, também se educa nos valores éticos e morais.

Enfim, educar hoje me dia exige estratégias variadas de apoio aos

recursos atuais, sem esquecer principalmente as práticas de valores e tendo a

percepção sobre quem aprende, quem ensina, como se constituem os valores

ou seja, se há coerência com o que a sociedade necessita.

38

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40

UNICEF. Vivendo Valores na Escola: Manual do Orientador. São Paulo:

Brahma Kumaris, 2006.

41

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 - Cenas envolvendo interações que favorecem a construção e

manutenção do auto-respeito.

Anexo 2 - Cenas que favorecem a interação a construção do auto-respeito.

Anexo 3 - Cenas que não favorecem o sentimento de auto-respeito.

Anexo 4 - Cenas que não favorecem o sentimento do auto-respeito.

Anexo 5 - Cenas de crianças e os valores não morais negativos.

Anexo 6 - Cenas de professores e os valores não morais positivos.

Anexo 7 - Modelo de uma aula: Trabalhando a paz.

Anexo 8 - Modelo de uma aula: Trabalhando o amor.

Anexo 9 - Modelo de aula: Texto para jogral - Trabalhando a convivência

democrática.

42

ANEXO 1 – Interações que favorecem a construção e a manutenção do auto-

respeito

(Escola e Construção de valores. 2005; p. 68 - 70 ; p. 77- 78 Vera Lucia

Trevisan de Souza)

43

ANEXO 2

(Escola e Construção de valores. 2005; p. 77- 78 Vera Lucia Trevisan de

Souza)

44

ANEXO 3 - Interações que não favorecem a construção e a manutenção do

auto-respeito

(Escola e Construção de valores. 2005; p. 92 ; Vera Lucia Trevisan de Souza)

45

ANEXO 4

(Escola e Construção de valores. 2005; p.95; Vera Lucia Trevisan de Souza).

46

ANEXO 5 - As crianças e os valores não morais negativos

(Escola e Construção de valores. 2005; p. 124 - 125; Vera Lucia Trevisan de

Souza)

47

ANEXO 6 - As professoras e os valores não morais-positivos

(Escola e Construção de valores. 2005; p. 128 - 129; Vera Lucia Trevisan de

Souza)

48

ANEXO 7 - Modelo de aula - Trabalhando a paz

(Valores Humanos na Educação. 2003; p. 124 - 127; Mesquita, Maria Fernanda

Nogueira).

49

ANEXO 8 - Modelo de aula - Trabalhando o amor

(Valores Humanos na Educação. 2003; p. 127 - 132; Mesquita, Maria Fernanda

Nogueira).

50

ANEXO 9 - Modelo de aula - Texto para jogral - Trabalhando a convivência

democrática

(Educar em Valores. 2005, 3ª ed.; p. 147 -148; Moreno, Ciriaco Izquierdo).

Conviver para aprender

Se convivermos com a crítica, aprenderemos a condenar. Se convivermos com a hostilidade, aprenderemos a brigar. Se convivermos com o medo, aprenderemos a ser apreensivos. Se convivermos com a comiseração, aprenderemos a sentir pena de nós mesmos. Se convivermos com o ridículo, aprenderemos a ser tímidos. Se convivermos com o ciúme, aprenderemos a nos sentir culpados. Se convivermos com o estímulo, aprenderemos a ser confiantes. Se convivermos com a tolerância, aprenderemos a ser pacientes. Se convivermos com a aprovação, aprenderemos a ser realistas. Se convivermos com elogio, aprenderemos a apreciar. Se convivermos com a aceitação, aprenderemos a amar. Se convivermos com o reconhecimento, aprenderemos que é bom ter uma meta. Se convivermos com a honestidade e a justiça, aprenderemos o que significam a verdade e a eqüidade. Se convivermos com a amizade, aprenderemos que o mundo é um lugar agradável para se viver. Se convivermos com a serenidade, nossos companheiros viverão com a mente em paz. Se convivermos em verdadeira comunidade, teremos um exemplo de como é o céu. (J. Maurus)

Seguem questões para reflexão pessoal.

1. Em que fundamenta a convivência nos seus ambientes familiar, escolar, de

trabalho, de lazer?

2. Que compromissos precisa tomar para melhorar sua convivência?

3. Como você é nas relações com os demais: otimista ou pessimista; delicado e

discreto; simpático e sincero; sóbrio ou simples?

4. Você é mais exigente com os outros do que com você mesmo?

5. Do que você se despojou para navegar mais rápido no mar da vida: seus ideais,

sua vontade de procurar a verdade sempre e em tudo, seu anseio de lutar pela justiça, seu

entusiasmo? Qual desses despojamentos você precisa recuperar mais urgentemente?

6. Há obstáculos que o (a) impedem de se abrir a uma convivência harmoniosa e

equilibrada? Quais são?

7. Elabore os compromissos que o (a) levariam a acolher este desejo: “Que minhas

mãos fiquem gastas de tanto apertar outras mãos e partilhar”.