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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A AVALIAÇÃO E A REPETÊNCIA FATORES DE DESMOTIVAÇÃO – VISÃO DO ALUNO GILCILENE GOMES DE CASTRO FRANZOL PROFESSOR ORIENTADOR: MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE FORMOSA-GO JANEIRO/ 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO E A REPETÊNCIA FATORES DE DESMOTIVAÇÃO – VISÃO DO ALUNO

GILCILENE GOMES DE CASTRO FRANZOL

PROFESSOR ORIENTADOR:

MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE

FORMOSA-GO JANEIRO/ 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO E A REPETÊNCIA FATORES DE DESMOTIVAÇÃO – VISÃO DO ALUNO

GILCILENE GOMES DE CASTRO FRANZOL

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia Institucional. Professora Orientadora: Maria da Conceição M. Poppe

.

FORMOSA-GO JANEIRO/ 2009

Dedico o resultado desse trabalho a todos

que me ajudaram de forma direta ou

indireta, e principalmente à minha família

que sempre me apoiou em todos os

momentos.

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelos maiores ensinamentos.

A família, pelas raízes.

A vida, pelas oportunidades e desafios.

A Deus, por estar aqui.

Especial agradecimento as pessoas que mais amo por me apoiarem nos

momentos mais difíceis e que tanto acrescentam na minha felicidade.

O meu muito obrigado.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Avaliar é medir conhecimentos........................................................ 30

Gráfico 02: O uso somente da prova como forma de avaliação........................ 31

Gráfico 03: Prova como referência para medir conhecimentos......................... 32

Gráfico 04: A orientação sobre os critérios de avaliação.................................. 33

Gráfico 05: Na avaliação o importante é o resultado final ................................. 33

Gráfico 06: Todas as atividades devem ser avaliadas pelo professor .............. 34

Questão 01 – Para o professor avaliar é medir conhecimento.......................... 35

Questão 04 – O seu professor orienta sobre os critérios de correção das

avaliações ..........................................................................................................

36

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09

CAPÍTULO I – A AVALIAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO

APRENDIZAGEM..............................................................................................

11

1.1. MODALIDADES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL ................................... 15

1.1.1. Avaliação Diagnóstica ............................................................................. 17

1.1.2. Avaliação Formativa................................................................................. 17

1.1.3. Avaliação Somativa................................................................................. 20

1.2. OS EQUÍVOCOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO ................................ 21

1.3. PRINCIPAIS ASPECTOS DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL..................... 22

1.4. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA AVALIAR ............................................... 23

CAPÍTULO II – AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA...................... 25

2.1. A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM ........................................... 26

2.2. A AUTO-ESTIMA NA PSICOPEDAGOGIA ................................................ 28

2.3. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O RESGATE DA AUTO-ESTIMA.. 29

CAPÍTULO III – PROCEDIMETNOS METODOLÓGICOS ............................... 30

3.1. COLETA DE DADOS ................................................................................. 30

3.2. ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................. 30

3.3. RESULTADOS DA PESQUISA .................................................................. 36

CONCLUSÃO.................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 40

ANEXO............................................................................................................... 41

RESUMO O estudo teve por finalidade abordar um dos temas mais polêmicos dentro do

sistema educacional, a ação avaliativa e a sua repercussão na prática pedagógica,

no processo de ensino do professor e de aprendizagem do aluno. Vários estudos

têm sido feitos, visando detectar a valorização que é dada ao ato avaliativo,

caracterizar o tipo de avaliação, quais os critérios e os instrumentos mais

comumente usados. Faz parte, ainda, de seus objetivos abordar os itens: Tipo de

avaliação, critérios, percepção do aluno sobre o processo avaliativo. Esse estudo

contou com a colaboração de 50 alunos do 5º ao 9º ano de uma escola da rede

pública de ensino, que responderam ao questionário elaborado, cuja abordagem

relacionou-se a forma como o aluno analisa e avalia a atuação, os métodos e

critérios do professor. Os resultados apontam para o fato de que a maioria dos

professores, do universo pesquisado, ainda está preso à questão quantitativa da

avaliação, usando como instrumento a prova, e que são poucos os que avaliam o

processo, e que esclarecem os alunos sobre os critérios usados para dar a nota ou

menção.

Palavras-chave: Avaliação – critérios – instrumentos – aspecto qualitativo e

quantitativo.

METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa será desenvolvida tendo como proposta a

pesquisa bibliográfica, referenciando nos autores: Cury (2003), Hoffmann (1998-

2003), Luckesi (2002|, Turra (1982), Poope (2007), sobre avaliação, e ainda,

Barbosa (2001), Goulart (2007), Escott (2001) sobre as contribuições da

psicopedagogia para a motivação dos alunos e o resgate da auto-estima, dentre

outros que trazem conceitos sobre auto-estima e motivação para aprendizagem.

Na parte da pesquisa de campo, o objeto da pesquisa será a percepção que

os alunos têm da avaliação na sua escola. Para tanto será usado como instrumento

questionário contendo seis questões objetivas, sobre a avaliação: prática, critérios e

métodos. Serão escolhidos 50 alunos do ensino fundamental (6º ao 9º ano) sem

discriminação de série ou faixa etária, pois o que se espera é justamente ter uma

visão geral sobre o método avaliativo da escola e a satisfação/insatisfação do aluno.

O objetivo da pesquisa tanto bibliográfica, quanto a pesquisa de campo é

identificar pontos falhos no processo de avaliação. A análise dos resultados será

baseada na abordagem quantitativa/qualitativa, sobre os quais serão elaboradas as

considerações sobre o estudo.

INTRODUÇÃO

A educação encontra dois sérios problemas considerados como as principais

causas da evasão e da repetência, trata-se da forma como, ainda nos dias atuais, a

escola se posiciona em relação a ação avaliativa. Muitas dessas escolas ainda

utilizam os métodos tradicionais de “medir” e “classificar”, os conhecimentos e a

aprendizagem do aluno.

A multirepetência vai criando nos alunos um péssimo conceito sobre si

mesmo, o que contribui para eles se sintam desmotivados para aprender, ou mesmo

para freqüentar as aulas. Dessa forma após uma série de dificuldades o aluno, na

maioria das vezes fica segregado, rotulado em seu próprio ambiente de

aprendizagem. Essa desmotivação gerada pela baixa auto-estima vai precisar ser

trabalhada, através de atividades, jogos, dinâmicas ou brincadeiras que façam com

que o aluno volte a se interessar e predispondo para aprender.

A proposta desse trabalho é buscar construir referencial teórico sobre

avaliação métodos e instrumentos, para melhor compreensão, tendo dessa

condições de fazer estudo comparativo sobre o que é proposto na literatura e a

forma como o professor vem promovendo a ação avaliativa na escola.

Sabendo-se que os alunos com dificuldade de aprender, sentem-se

desmotivados e com péssimo conceito de si mesmo, busca-se averiguar de que

forma a psicopedagogia pode contribuir para sanar os problemas enfrentados pela

escola, tendo em vista os altos índices de evasão escolar., causados direta ou

indiretamente pelo tradicionalismo no processo avaliativo adotados, causando a

desmotivação dos alunos?

Esse estudo justifica-se tendo em vista que a concepção errônea que alguns

professores e as escolas têm de que avaliação deve se prender aos aspectos

quantitativos, sem levar em conta quaisquer outros instrumentos ou critérios

avaliativos. Essa problemática tem sido apontada por alguns autores como

responsáveis pelo aumento dos índices de reprovação e evasão escolar.

É interesse da psicopedagogia analisar, dentro das instituições, a forma como

o processo de avaliação pode estar contribuindo para a incidência de altos índices

de reprovação, de falta de motivação por parte dos alunos para aprender e interagir.

Portanto, são objetivos desse estudo identificar quais fatores, dentro do

processo de avaliação, estão contribuindo para desmotivar os alunos para a

aprendizagem, fazendo que aumente a incidência nos casos de reprovação.

O estudo fica divido em duas etapas, na primeira buscar-se-á na literatura

conceitos, definições, aplicabilidade de avaliação: métodos e instrumentos, tendo

como referência : Cury (2003), Hoffmann (1998-2003), Luckesi (2002|, Turra (1982),

Poope (2007), sobre avaliação, e ainda, Barbosa (2001), Goulart (2007), Escott

(2001) sobre as contribuições da psicopedagogia para a motivação dos alunos e o

resgate da auto-estima. O resultado da pesquisa bibliográfica será distribuído em

dois capítulos, sendo que o primeiro capítulo destina-se a avaliação dentro do

processo de ensino-aprendizagem e no segundo às contribuições da

psicopedagogia.

Na segunda parte, ou seja a pesquisa de campo, que faz parte do terceiro

capítulo, será feita uma pesquisa tendo como referência a opinião de 50 alunos,

escolhidos aleatoriamente dentro de uma escola de ensino fundamental (6º ao 9º

ano), que responderam um questionário com seis questões sobre a percepção dos

alunos sobre o método de avaliação, critérios e instrumentos. A análise dos dados

será qualitativa, pois dessa espera-se alertar os professores sobre o grau de

satisfação dos alunos e a repercussão da satisfação/insatisfação e como isso pode

influenciar na auto-estima e motivação de cada um.

CAPÍTULO I

A AVALIAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Para entender-se e ter uma visão ampla sobre a avaliação que vem

acontecendo nas escolas, precisa-se antes de tudo saber como os principais autores

e pesquisadores da educação, principalmente aos que se refere à polemica situação

da prática avaliativa dentro do processo de ensino do professor e de aprendizagem

por parte dos alunos, faz-se necessário que pesquise, analise, questione e traga

para discussão a realidade de sala de aula, através da percepção de professores e

alunos sobre a nova proposta de avaliação sob a perspectiva do construtivismo,

como pode ser visto no texto abaixo:

A avaliação é compreendida como um conjunto de atuações que tem função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Acontece contínua e sistematicamente através da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno. Possibilita conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da escolaridade.( Síntese dos PCNs, 2000, 12)

De acordo com Dalben (1998, 91), tradicionalmente a avaliação escolar enquanto um campo teórico de conhecimento centrou-se por um tempo, nos estudos sobre o rendimento escolar dos alunos e nos resultados dos processos de aprendizagem. Originou-se daí a concepção predominante de avaliação escolar como um processo de medida de desempenho em face de objetivos educacionais prévios, numa perspectiva técnica, com ênfase na representação quantificada do conhecimento adquirido através de notas e conceitos. Essa visão embora faça parte do sistema tradicional de ensino, ainda hoje vigora nas escolas como forma de estabelecer critérios e de determinar instrumentos avaliativos em nossas escolas, tanto na rede pública quando nas escolas particulares.

(...) A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua de sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho, e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados e reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio. (Síntese dos PCNs,2000 ,12-13)

Utilizar a avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades

didáticas requer que ela seja interpretada não como um momento estático, mas

antes como um momento de observação de um processo dinâmico e não-linear de

construção de conhecimento.

De acordo com os estudos de Dalben (1998: 91), sem muitas opções, os

professores procuram, concentrar seus esforços nos procedimentos de avaliação,

buscando elaborar instrumentos diversificados e de diferentes naturezas. Eles

sabem que medir a aprendizagem apenas por meio de provas ajuda pouco e que

discutir a avaliação, significa também, e sobretudo, discutir a aprendizagem, o

ensino, o currículo, o projeto pedagógico da escola, o sistema escolar, a formação

do professor e as políticas educacionais como um todo.

De acordo com os autores acima citados, diante desse cenário, situamos um

conflito fundamental, nas últimas duas décadas, representando pelo questionamento

desse campo referencial de análise e de construção dos processos de constituição

escolar. Gerados pela constatação dos altos índices de evasão e repetência,

trazendo encaminhamentos opostos, para as políticas de avaliação e para as

propostos educativas a ela relacionadas.

Sobre os critérios de avaliação podemos afirmar que avaliar significa emitir

um juízo de valor sobre a realidade que se questiona, seja sobre a realidade que se

questiona, seja a propósito das exigências de uma exigência que se projetou realizar

sobre ela, seja a propósito de suas conseqüência. Tendo essa afirmação como

base, fica evidenciada a necessidade de que a atividade de avaliação exige critérios

claros. Essa clareza de critérios visa facilitar a atuação do professor e o

entendimento do aluno.

A definição dos critérios de avaliação deve considerar aspectos estruturais de

cada realidade, isso fica bem explícito na Síntese dos Parâmetros Curriculares,

detectar isso nos exemplos, onde muitas vezes, seja por conta da repetência ou de

um ingresso tardio na escola, os alunos podem apresentar ritmos diferentes de

aprendizagens, cabe também ao professor levar em conta a influência do contexto,

do momento e das condições de ensino e de aprendizagem.

A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagógica que visa garantir as

melhores condições de aprendizagem para os alunos. Para tal, requer-se uma

análise dos professores a respeito das diferentes capacidades dos alunos, que

permitirão o aproveitamento nas séries ou ciclos seguintes. Para tal decisão é

importante considerar simultaneamente aos critérios de avaliação, os aspectos de

sociabilidade e de ordem emocional, onde a perspectiva de avaliação deve levar em

conta o global e não somente as partes do processo de desenvolvimento do aluno.

Como instrumentos podemos citar as provas, as atividades de individuais ou em

grupo, os relatórios de desenvolvimento, a atuação e participação do aluno na sala

de aula, listas de controle, dentre outras. (ANDRÉ, 1999)

A partir da análise sobre o resultado dos estudos realizados por André (1999),

chegamos as principais concepções acerca dos dados que queremos investigar no

nosso contexto próximo, visando avaliar se também em nossas escolas

encontramos as divergências sobre o ato avaliativo. Para tanto nos embasamos nos

conceitos que a autora usou como referência para o desenvolvimento do seu

trabalho em A Pedagogia da Diferença (1999).

A partir da reflexão feita sobre os resultados a que a pesquisadora chega

acerca do que esses estudiosos definem sobre avaliação, o processo, os critérios e

os instrumentos, nos leva a ter clareza sobre a necessidade de que seja feita uma

revisão sobre as práticas avaliativas, que embora saibamos que trata-se de uma

tarefa complexa e que deve ser encarada num processo contínuo de

redimensionamento, principalmente no cotidiano de sala de aula e no cotidiano do

aluno e do professor.

Dentre os vários tipos de avaliação feitas nas escolas tanto pública, quanto

privada pode-se citar o que nos afirma Luckesi (2003: 91), para uma prática de

avaliação na escola, o ideal seria uma prática de “avaliação processual”, como

propõe a Lei de Diretrizes e Base, no país. Processual quer dizer contínua,

permanente, todos os dias e todas as horas.Todavia sabemos que as condições

materiais e de ensino, em nosso país, quer sejam nas escolas públicas ou

particulares, são perversas: excesso de estudantes por turma, material de apoio

inadequado ou insuficiente, excessiva heterogeneidade dos estudantes, baixos

salários dos educadores, salas de aulas inadequadas, etc... Assim sendo as

escolas têm optados pelo modelo misto, que leva em consideração, de um lado o

processo e, de outro , momentos fixos de avaliação. Podemos, portanto, concluir

que ao mesmo tempo, ele seria formativo e somativo.

Entre os equívocos na avaliação, o mais comum é tornar a avaliação unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. Nesse caso o professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e usa a nota como instrumento de controle. Aqui pode-se perceber o perfil do professor que se vangloriam por deter o poder de aprovação ou reprovação. Destaca-se assim a falsa idéia o maior índice de reprovação deve-se a um trabalho de qualidade docente. Tal idéia é descabida porque atribuição de notas visa apenas o controle formal, com objetivo classificatório e não educativo.

Outro equivoco é a utilização da avaliação como recompensa par a os bons

alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados, é quando o professor

usa as notas como armas de intimidação e ameaça e prêmios para outros. Ainda

nos dias atuais é comum dar ou tirar pontos conforme o comportamento do aluno.

Nessas circunstâncias, o professor exclui o seu papel, que é o de assegurar as

condições e meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimulados e

aprendam sem a necessidade de intimidação.

Pode-se aqui também citar a preocupação com o professor que confiam

demais no seu olho clinico, que na maioria das vezes já condena os alunos nos

primeiros meses letivos, na maioria das vezes reprovando o aluno antes da hora,

isolando os alunos pelo simples fato do achismo.

A partir daí surgiram propostas que procuram eliminar os erros da escola

tradicional, alternando a organização e estrutura da escola, e construindo uma nova

concepção de avaliação escolar. Questionam a partir daí as provas escolares que

induzem a esse tipo de aferição usualmente empregados como única forma de

avaliação confiável. Discutem o mau uso dessas provas e a má elaboração desses

instrumentos.

Cabe, também avaliar a utilidade e aplicabilidade dos tipos de critérios e de

instrumentos que, atualmente fazem parte das praticas avaliativas de nossas

escolas. Os equívocos mostram duas posições extremas em relação á avaliação

escolar: sendo tendenciosos para apenas aspectos quantitativos ou apenas

qualitativos. No primeiro caso, a avaliação é vista apenas como medida, no

segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade. O entendimento correto de

avaliação deve-se considerar a relação, ou mesmo o equilíbrio, entre os aspectos

qualitativos e quantitativos.

1.1. MODALIDADES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

As modalidades de avaliação tem sido um tema analisado e discutido em

todos os âmbitos do sistema educacional, visto que ela esta presente em todas as

ações desenvolvidas nas salas de aula, no processo de ensino aprendizagem, na

relação professor e aluno, etc.

Justamente por ser um tema de suma importância para a educação é que

esse assunto assume uma proporção gigantesca, e tem requerido estudos e

pesquisas, visando buscar formas de repensar os procedimentos e a forma como

estão sendo feitos e quais as conseqüências dessa ação no aumento dos índices de

repetência e evasão escolar. Para que esse objetivo seja alcançado faz-se

necessário que se avalie a opinião do aluno e do professor, de todos os tipos de

instituições para ter essa exata compreensão.

Portanto cabe, justamente, aos professores do ensino superior aprofundar

seus conhecimentos sobre a ação avaliativa, seu processo, critérios, métodos e etc.

Tendo em vista que são eles formadores de opinião, cabe a eles o trabalho de

formação e informação. Dessa forma entende-se que a melhor forma de conseguir

esse intento é levar o conhecimento sobre as modalidades de avaliação, a

compreensão da importância do uso de métodos compatíveis com a nova

perspectiva da educação proposta pela LDB – Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (CURY, 2003).

Bloom, Hasting e Madaus (1971) In Poppe (2003), dividem a avaliação em

três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa. É importante ressaltar que

essas denominações foram estabelecidas de acordo com a função que assumem,

ou seja: a função de diagnóstico corresponde à modalidade de avaliação

diagnóstica, a função de controle corresponde à modalidade de avaliação formativa

e a função de classificação corresponde à avaliação somativa.

MODALIDADE E FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO

MODALIDADE FUNÇÃO PROPÓSITO (para que usar)

ÉPOCA (quando aplicar)

Diagnóstica

Diagnosticar

Verificar a presença ou ausência de pré-requisitos para novas aprendizagens. Detectar dificuldades

Início do ano ou semestre letivos, ou no início de uma unidade de ensino.

específicas de aprendizagem, tentando identificar suas causas.

Formativa

Controlar

Constatar se os objetivos estabelecidos foram alcançados pelos alunos. Fornecer dados para aperfeiçoar o processo Ensino-aprendizagem.

Durante o ano letivo, isto é, ao longo do processo ensino-aprendizagem.

Somativa

Classificar

Classificar os resultados de aprendizagem alcançados pelos alunos, de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecido.

Ao final de um ano ou semestre letivos, ou ao final de uma unidade de ensino.

Fonte: Adaptado de HAYDT (1997)

Antes de falar especificamente de cada uma dela é preciso entender que o

uso conjugado dessas três modalidades (diagnóstica, formativa e somativa), com

suas respectivas funções, citadas acima, tende a garantir a eficiência do processo

de avaliação e a eficácia do processo de ensino-aprendizagem.

Pois de acordo com Haydt (1997), a avaliação não deve ser um fim, mas um

meio: para o aluno deve ser um meio de corrigir erros e fixar respostas certas; para o

professor, é um meio de aperfeiçoar seus procedimentos de ensino. Desse modo, a

forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor e suas relações

com o aluno. A partir da abordagem sobre cada das modalidades e funções da

avaliação, pode-se ir construindo a definição a construção de cada uma delas.

1.1.1. Avaliação Diagnóstica

Assim como outras formas de avaliação, a avaliação diagnóstica envolve a

descrição, a classificação e a determinação do valor de algum aspecto do

comportamento do aluno. Essa modalidade de avaliação pode ser usada para

determinar o grau em que um aluno domina os objetivos previstos para iniciar uma

unidade de ensino, uma disciplina ou um curso, para verificar se existem alunos que

já possuem o conhecimento e as habilidades previstos, para poder orientá-los a

novas aprendizagens, para constatar interesses, possibilidades, necessidades, para

individualizar o ensino numa mesma classe, ou para transferir o aluno para uma

classe mais adequada. A avaliação diagnóstica também possibilita a constatação de

insuficiências, problemas específicos de aprendizagem. Na medida em que essa

avaliação facilita a discriminação das dificuldades do aluno e do grupo, ela contribui

para a avaliação formativa. (POPPLE, 2003, p. 12).

1.1.2. Avaliação Formativa

A questão fundamental que essa modalidade de avaliação envolve, é

determinar se o aluno domina gradativa e hierarquicamente cada etapa da instrução.

Para que a avaliação formativa se processe é necessário: selecionar objetivos e

conteúdos e distribuí-los em pequenas unidades de ensino; formular esses objetivos,

com vistas à avaliação, em termos de comportamento observável; tomar como

referência (para formulação de objetivos e construção de questões) um quadro ou

esquema teórico, que facilite a identificação de áreas de dificuldades ou

insuficiências; feedback freqüente tanto do professor quanto do aluno.

Isto é, utilização da informação para corrigir erros, ou para reforçar

comportamentos bem sucedidos. Os objetivos estipulados devem ser alcançados

antes de prosseguir para uma etapa subseqüente de ensino-aprendizagem. Quando

for constatado que o aluno ainda não alcançou os objetivos propostos, o professor

deve lhe propiciar outros meios para o alcance desses objetivos.

De acordo com Hoffmann (2003), na avaliação formativa podem-se selecionar

alternativas corretivas (terapêuticas) de ensino-aprendizagem. Alternativas

terapêuticas são procedimentos variados de ensino que se destinam a sanar de

modo específico a insuficiência constatada. Outros procedimentos de ensino-

aprendizagem podem ser utilizados, como um estudo-dirigido, ou até mesmo uma

nova explicação do professor, em que variem os recursos utilizados ou o modo de

ensinar.

No caso das provas, depois de atribuídos os valores ou os conceitos,

conforme o caso e a escola, tem se revelado algo bastante produtivo fazer um

levantamento estatístico do desempenho da turma na avaliação em questão. Dá um

certo trabalho, principalmente no início, depois nos acostumamos, e os alunos nos

cobram as tabelas. Esse levantamento consiste em controlar, a partir de anotações,

quantos alunos acertam e quantos erraram cada questão da prova.

Com esses números em mãos, se você possui um computador, fica mais fácil

Basta lançar as informações no Microsoft Excel. Se o objetivo é mostrar o índice de

acertos, por exemplo, basta lançar o número da questão em uma célula (quadrinho)

e o número de acertos que ela teve na célula ao lado.

Assim sucessivamente até o final, número da questão abaixo de número de

questão, número de acertos abaixo de número de acertos, até o final da prova.

Depois basta selecionar todas as informações, ou seja, as duas colunas que foram

criadas e clicar em assistente de gráfico na barra de ferramentas padrão; dentro

dessa opção é só escolher o gráfico mais atraente e seguir as instruções do próprio

programa, que são apresentadas automaticamente.

Uma outra opção é fazer com eles esse levantamento, rapidinho, no quadro.

A partir dos resultados é possível localizar a(s) questão (ões) que apresentou (aram)

maior grau de dificuldade, portanto maior número de erros, e investigar com os

alunos o que provocou esse saldo. Esse é um trabalho bem interessante e muito

produtivo.

Quanto aos trabalhos, infelizmente muitos professores ainda os pedem e

sequer lêem o que os alunos escreveram. É fato que, na maioria das vezes, o

trabalho mesmo é para nós, mas, se o solicitamos, não faz sentido não lermos em

fazermos os apontamentos necessários. Do lado dos alunos, quando pedimos um

trabalho sobre um determinado tema com data marcada para a entrega, o que,

geralmente, acontece? Não raro recebemos cópias de textos facilmente

encontráveis na internet ou de trechos de enciclopédias, se o aluno não tem acesso

à rede. Qual é o valor dessa atividade para o aluno? Há docentes ainda que dão a

nota estabelecida para aquela tarefa simplesmente pelo fato de ela ter sido

entregue: entregou, recebeu a nota. O que o aluno aprendeu com isso? Colega,

pedir um trabalho que não será lido não faz sentido, além de desqualificar o

profissional diante do aluno.

Se o problema é o tempo escasso que não permite a leitura dos trabalhos na

íntegra, e este realmente, na maioria dos casos, é o maior entrave, que tal, de posse

do trabalho do aluno ou da equipe, dar alguns minutos (que varia de acordo com o

conteúdo pedido inicialmente) para que eles exponham alguns dos conceitos

mínimos da pesquisa? Isso forçará um entendimento do assunto trabalhado. Se o

aluno sequer leu o trabalho, terá que fazê-lo nesse momento, para poder apresentá-

lo.

Além disso, sabemos que o fato de falar em público exige alguns cuidados

como postura e uso de vocabulário adequados. Essa é uma atividade que nos

propicia a observação de muitos pontos. Mas não esqueça, se você nunca ensinou

como falar em público, nunca treinou uma leitura com o aluno lá na frente, em pé,

não pode querer avaliar imaginando que ele sabe porque já viu muita gente falando

em público.

A hora de entregar as avaliações é um momento ímpar, não delegue essa

tarefa a um aluno (porque sempre há aquelas que se oferecem: Posso entregar?).

Nada disso, este é um momento entre nós e nosso aluno, cada um de uma vez. É

nesse momento que podemos tecer comentários, orientar, auxiliar, colocar-nos à

disposição, parabenizar. É preciso que o professor saiba explorar esse momento

valioso de interação, valorizar os avanços que o aluno vai conseguindo é de suma

importância para que ele se sinta estimulado para novos conhecimentos.

É importante que o aluno aprenda a partir de seus erros, e para isso é

fundamental que o professor se dedique a correção, aos comentários, ao

entendimento do processo que o aluno foi construindo para chegar ao determinado

resultado.

1.1.3. Avaliação Somativa

É também chamada de classificatória ou tradicional. A avaliação somativa é

um processo de descrição e julgamento para classificar os alunos ao final de uma

unidade, semestre ou curso, segundo níveis de aproveitamento que se expressam

em graus (notas) ou conceitos. Requer a definição de objetivos, geralmente

realizada mais em termos de conteúdos, e procedimentos de medidas, como provas

de dissertação, testes objetivos, etc.

É importante destacar que a avaliação diagnóstica e a avaliação formativa

podem contribuir para a avaliação somativa, basta que o professor, durante o

desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, utilize os recursos das duas

primeiras, empregando ao final a avaliação somativa.

A partir da reflexão feita sobre os resultados a que a pesquisadora chega

acerca do que esses estudiosos definem sobre avaliação, o processo, os critérios e

os instrumentos, nos leva a ter clareza sobre a necessidade de que seja feita uma

revisão sobre as práticas avaliativas, que embora saibamos que trata-se de uma

tarefa complexa e que deve ser encarada num processo contínuo de

redimensionamento, principalmente no cotidiano de sala de aula e no cotidiano do

aluno e do professor.

Dentre os vários tipos de avaliação feitas nas escolas tanto pública, quanto

privada pode-se citar o que nos afirma Luckesi (2003: 91), Para uma prática de

avaliação na escola, o ideal seria uma prática de “avaliação processual”, como

propõe a Lei de Diretrizes e Base, no país. Processual quer dizer contínua,

permanente, todos os dias e todas as horas.

Todavia sabemos que as condições materiais e de ensino, em nosso país,

quer sejam nas escolas públicas ou particulares, são perversas: excesso de

estudantes por turma, material de apoio inadequado ou insuficiente, excessiva

heterogeneidade dos estudantes, baixos salários dos educadores, salas de aulas

inadequadas, etc... Assim sendo as escolas têm optados pelo modelo misto, que

leva em consideração, de um lado o processo e, de outro , momentos fixos de

avaliação. Podemos, portanto, concluir que ao mesmo tempo, ele seria formativo e

somativo.

1.2. OS EQUÍVOCOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Entre os equívocos na avaliação, o mais comum é tomar a avaliação unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. Nesse caso o professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e usa a nota como instrumento de controle. Aqui pode-se perceber o perfil do professor que se vangloriam por deter o poder de aprovação ou reprovação. Destaca-se assim a falsa idéia o maior índice de reprovação deve-se a um trabalho de

qualidade docente. Tal idéia é descabida porque atribuição de notas visa apenas o controle formal , com objetivo classificatório e não educativo.

Outro equivoco é a utilização da avaliação como recompensa par a os bons

alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados, é quando o professor

usa as notas como armas de intimidação e ameaça e prêmios para outros. Ainda

nos dias atuais é comum dar ou tirar pontos conforme o comportamento do aluno.

Nessas circunstâncias, o professor exclui o seu papel, que é o de assegurar as

condições e meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimulados e

aprendam sem a necessidade de intimidação.

A partir daí surgiram propostas que procuram eliminar os erros da escola

tradicional, alternando a organização e estrutura da escola, e construindo uma nova

concepção de avaliação escolar. Questiona-se a partir daí as provas escolares que

induzem a esse tipo de aferição usualmente empregado como única forma de

avaliação confiável. Discutem o mau uso dessas provas e a má elaboração desses

instrumentos.

Cabe, também avaliar a utilidade e aplicabilidade dos tipos de critérios e de

instrumentos que, atualmente fazem parte das praticas avaliativas de nossas

escolas. Os equívocos mostram duas posições extremas em relação á avaliação

escolar: sendo tendenciosos para apenas aspectos quantitativos ou apenas

qualitativos . No primeiro caso, a avaliação é vista apenas como medida, no

segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade. O entendimento correto de

avaliação deve-se considerar a relação, ou mesmo o equilíbrio, entre os aspectos

qualitativos e quantitativos.

1.3. PRINCIPAIS ASPECTOS DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Robert Stake em 1967 apontou o aspecto formal e informal da avaliação

educacional, afirmando que:

A Avaliação Educacional tem seu aspecto formal e informal. Reconhecemos o aspecto informal da avaliação em sua dependência dos objetivos implícitos, das normas intuitivas e dos julgamentos subjetivos, O aspecto formal da avaliação encontra-se evidenciado em sua dependência dos objetivos precisamente formulados, das comparações controladas, dos instrumentos fidedignos. (Stake, apud TURRA, et aI., 1982, p176).

Alguns autores definem a avaliação priorizando seu aspecto formal,

enfatizando sua dimensão de medida, por exemplo:

Avaliação significa atribuir um valor a uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um padrão de natureza social ou científica. (Bradfield e Moredock, apud TURRA et aI., 1982, p177).

Outros autores embora não ignorem a dimensão de medida da avaliação,

levam em consideração, também, seu aspecto informal, reconhecendo-a como

ferramenta para ajudar o aluno a caminhar no seu processo de aprendizagem, como

por exemplo:

A avaliação é um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem; inclui uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de “papel e lápis”; é um auxílio para clarificar os objetivos significativos e as metas educacionais, e é um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados; é um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada, etapa por etapa do processo ensino-aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudanças devem ser feitas para garantir sua efetividade; é ainda um instrumental da prática educacional para verificar se procedimentos alternativos são ou não igualmente efetivos ao alcance de um conjunto de fins educacionais; envolve uma coleta sistemática de dados, por meio dos quais se determinam as mudanças que ocorreram no comportamento do aluno, em função dos objetivos educacionais e em que medida estas mudanças ocorrem (Bloom, Hasting, Madaus apud TURRA, et aI., 1982, p177).

Com isso, observamos que variam as opiniões do que seja avaliação.

Algumas concepções enfatizam a dimensão de medida, outras focam seu aspecto

de julgamento e existem outras que, embora, reconheçam sua dimensão de medida,

não deixam de ressaltar o juízo de valor, o julgamento implicado na avaliação.

Portanto, podemos perceber que existem diferentes maneiras de entender a

avaliação educacional, bem como existem diferentes funções para a mesma. A

seguir trataremos de aprofundar alguns aspectos pertinentes às funções gerais e

específicas da avaliação educacional.

1.4. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA AVALIAR

Um dos aspectos mais discutidos sobre o ato de avaliar está relacionado à

escolha dos critérios para julgar ou medir conhecimentos, não somente no que se

relaciona aos métodos e instrumentos, mas sobretudo a necessidade que existe de

que o professor participe o aluno da opção feita e de como ele vai desenvolver o

processo e o que espera com essa atividade.

Sobre os critérios de avaliação podemos afirmar que avaliar significa emitir

um juízo de valor sobre a realidade que se questiona, seja sobre a realidade que se

questiona, seja a propósito das exigências do que se projetou realizar sobre ela, seja

a propósito de suas conseqüência. Tendo essa afirmação como base, fica

evidenciado a necessidade de que a atividade de avaliação exige critérios claros.

Essa clareza de critérios visa facilitar a atuação do professor e o entendimento do

aluno.

A definição dos critérios de avaliação deve considerar aspectos estruturais de

cada realidade, detectar isso nos exemplos, onde muitas vezes, seja por conta da

repetência ou de um ingresso tardio na escola, os alunos podem apresentar ritmos

diferentes de aprendizagens, cabe também ao professor levar em conta a influência

do contexto, do momento e das condições de ensino e de aprendizagem. O mais

importante é que o aluno se sinta envolvido no processo.

A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagógica que visa garantir as

melhores condições de aprendizagem para os alunos. Para tal, requer-se uma

análise dos professores a respeito das diferentes capacidades dos alunos, que

permitirão o aproveitamento nas séries ou ciclos seguintes. Para tal decisão é

importante considerar simultaneamente aos critérios de avaliação, os aspectos de

sociabilidade e de ordem emocional, onde a perspectiva de avaliação deve levar em

conta o global e não somente as partes do processo de desenvolvimento do aluno.

Como instrumentos podemos citar as provas, as atividades de individuais ou em

grupo, os relatórios de desenvolvimento, a atuação e participação do aluno na sala

de aula, listas de controle, dentre outras. (ANDRÉ, 1999)

CAPÍTULO II

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA

A auto-estima é um dos assuntos em maior evidência na área educacional

hoje. Modismo? Certamente que não. Trata-se sem sombra de dúvidas de um

despertar para sua importância e sua influência na atuação psicopedagógica.

Casos e mais casos comprovam, a todo momento, como a atenção à auto-

estima do aluno tem contribuído para transformar histórias de fracasso em histórias

de sucesso. Ao se procurar entender a problemática da auto-estima no âmbito

educacional, não há como negar a presença das mais variadas influências, a

começar pelos contextos sócio-econômico e cultural.

As dificuldades de aprendizagens dos alunos geralmente estão ligadas à falta

de motivação dos mesmos, tendo em vista o fator motivacional e a importância do

mesmo para desenvolver a auto-estima positiva do aluno, percebe-se que se ela for

trabalhada adequadamente por profissionais da educação: professores e

psicopedagogos, a possibilidade de reverter o quadro é enorme.

Um dos fatores que mais contribuem para a falta de auto-estima do aluno é

certamente a repetência. A reprovação, na maioria das vezes causa no aluno um

enorme desgaste, deixando desestimulado, é nesse momento que percebe-se a

conotação de castigo que a reprovação assume no contexto do aluno.

Se essa reprovação esta associada aos problemas gerados pela avaliação,

somente quantitativa e classificatória, remanescente da escola tradicional, ela

certamente vai gerar no aluno uma insatisfação, e se no próximo ano não houver um

redimensionamento na prática pedagógica do professor ou na sua ação avaliativa,

no que se refere aos métodos e critérios, essa insatisfação contribui para que o

aluno abandone a escola, ou ainda, ele não consiga estímulos suficientes para

superar a sensação de “fracasso” e ser capaz de aprender.

O fracasso escolar e a caracterização da dificuldade de aprendizagem do

aluno fazem parte dos estudos e da busca incessante de solução pela

psicopedagogia, sendo portanto, uma das principais funções da psicopedagogia dar

suporte ao professor que detecta esse tipo de problema, relacionados aos alunos,

em sala de aula, e posteriormente encaminha esse aluno à equipe para avaliação e

atendimento.

Tendo em vista as considerações acima, o presente trabalho investiga a

influência da auto-estima no processo de ensino-aprendizagem e suas perspectivas

no processo psicopedagógico, relacionando-a com alguns comportamentos

essenciais do ser humano.

2.1. A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM

A Psicopedagogia é a área que estuda e lida com aprendizagem e as suas

dificuldades. Enquanto a didática se preocupa com a “arte de ensinar”, a

psicopedagogia preocupa-se com a “arte de aprender”. Portanto está ligada à

aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem evolui e que

fatores interferem.

Paim (1985), destaca que a prática psicopedagógica vem colocando questões

que ainda são pouco discutidas e de manejo um pouco difícil. Isso acontece porque

o paciente, o sujeito com dificuldade de aprendizagem, apresenta um

comprometimento que envolve, na maioria das vezes, diferentes profissionais, uma

vez que estas dificuldades podem advir de aspectos afetivos, cognitivos,

instrumentais e do meio.

O que se propõe é uma prática psicopedagógica alicerçada em diferentes

teorias e na própria experiência profissional do psicopedagogo. Desta forma, o seu

trabalho consistirá em propor ao sujeito a realização de diferentes tarefas e

acompanhá-lo na execução das mesmas, tendo como foco as suas diferentes

reações.

Escott (2001), In Peoppe (define como o psicopedagogo como o profissional

que auxilia na identificação e resolução dos problemas no processo de aprender,

estando capacitado a lidar com as dificuldades de aprendizagem, um dos fatores

que tem levados as escolas a enfrentar a multirepetência e a evasão escolar,

principais causas da marginalidade social.

O psicopedagogo precisa compreender principalmente como a criança passa

para ele suas dificuldades, para depois, então, preocupar-se com o ensino. Acredita-

se ser de suma importância a construção de vínculos baseados na confiança

recíproca e no respeito mútuo, o que irá favorecer o desenvolvimento do olhar e da

escuta psicopedagógica.

De acordo com Escott (2001), poderão exercer a profissão de Psicopedagogo

no Brasi, sendo os portadores de certificado de conclusão em curso de

especialização em Psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por

escolas ou instituições autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação

pertinente.

Um aspecto importantíssimo do psicopedagogo é o diagnóstico

psicopedagógico para que psicopedagogos e professsores possam atuar juntos, nos

procedimentos para sanar os problemas apresentados, pelos alunos encaminhados

para atendimento é de suma importância, pois será fator determinante para o êxito

ao processo. Paim (1985), ressalta a importância do diagnostico para se determinar

o prognóstico, a partir das propostas de intervenção, quais os procedimentos

educacionais, comportamentais e psicológicos serão necessários para cada caso.

O diagnóstico psicopedagógico é composto dos aspectos do passado, do

presente (diagnóstico) e do futuro (prognóstico) e o psicopedagogo segue uma ou

outra direção, dependendo do caso que está sendo estudado. O essencial é a

descrição e a sua localização contextual. Desse modo, devemos analisar a queixa

sob o ponto de vista: do tempo e do espaço; da vida familiar; da vida escolar; da

vida no meio social; do patológico ou clinico.

Esse processo tem como objetivo: descrever e compreender as dificuldades

do sujeito; analisar os diferentes resultados obtidos nas técnicas utilizadas com o

sujeito (aluno), e ainda, formular recomendações a fim de atender às dificuldades de

aprendizagem dos mesmos. Analisar e repensar formas de melhorar a auto-estima

dos alunos, que por estarem passando por dificuldades de aprendizagem ou de

adaptação, certamente, estarão tendo problemas em relação a sua auto-estima,

muitas vezes gerado por um conceito negativo de si mesmo.

2.2. A AUTO-ESTIMA NA PSICOPEDAGOGIA

O indivíduo que apresenta dificuldade de aprendizagem ou de adaptação

tende a apresentar uma baixa auto-estima, e é justamente nesse aspecto que a

psicopedagogia pode influenciar de forma positiva, pois a medida que o sujeito

recebe a contribuição para auxiliar na solução desses problemas, recuperação

também a seu auto-conceito positivo.

Branden (1995) afirma que “A auto-estima é a disposição para experimentar a

si mesmo como alguém competente para lidar com os desafios básicos da vida e ser

merecedor da felicidade”.

E, destaca ainda que:

A prática de atividades criativas favorece ao aluno a oportunidade de vivenciar novas experiências que vão contribuir para o seu ajustamento,

realização pessoal e seu engajamento sociocultural. (BRADEN, (1994) In CETEB, 2000, p.7)

Auto-estima é a vivência de sermos apropriados à vida, sentirmos a vida,

estando bem com ela. Mais especificamente, auto-estima é a confiança em nossa

capacidade para pensar e enfrentar os desafios da vida.

A confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de sermos

merecedores, dignos, qualificados em expressar nossas necessidades e desejos e

desfrutar os resultados de nossos esforços. Moysés (2001; p.18) faz um paralelo

entre auto-conceito e auto-estima ela diz que: “auto-conceito é a percepção que a

pessoa tem de si mesma, ao passo que a auto-estima é a percepção que ela tem do

seu próprio valor”.

Isto nos leva a concluir que a auto-estima é fruto da percepção que a pessoa

tem de si mesmo. E todo processo de percepção, está sujeito a uma série de fatores

externos e internos a própria pessoa. São as informações que vamos guardando no

nosso cotidiano, a nosso respeito, dito por terceiros, formando assim os primeiros

,passos do nosso auto-conceito. Juntando a elas estão as nossas avaliações dos

nossos desempenhos, das nossas ações, das habilidades e características

pessoais. E é assim que vai nascendo a nossa estrutura cognitiva, tanto do aspecto

físico, social e psicológico.

2.3. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O RESGATE DA AUTO-ESTIMA

Para que o aluno possa resgatar a sua auto-estima, geralmente o aluno cria

um conceito negativo sobre si mesmo a partir do momento que sente-se incapaz de

aprender ou ter o mesmo rendimento do restante da turma, é preciso que o

professor lhe mostre uma nova visão do processo de aprender, reproduzir a

aprendizagem e se auto-avaliar durante o processo.

É preciso que professor e aluno compreendam que ato de avaliar não se

encerra na configuração do valor de quantidade atribuído ao objeto numa trilha

dinâmica de ação. Provas e exames implicam em julgamento, com conseqüente

exclusão; a avaliação pressupõe acolhimento, tendo em vista a transformação num

ato amoroso.

De acordo com Luckesi (1999), a avaliação escolar com um ato amoroso

pode ser entendida na medida em que a avaliação passa a ter como objetivo

diagnosticar e incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso da

aprendizagem satisfatória que integre todas as suas experiências de vida. Pode-se

assegurar que seja a forma de oferecer condições de encontrar o caminho para

obter melhores resultados na aprendizagem.

A avaliação escolar conduzida de forma inadequada pode possibilitar a

repetência e como conseqüência a evasão. Enfim, uma avaliação escolar realizada

com desvios pode estar contribuindo significativamente para um processo que

inviabiliza a democratização do ensino. Testes mal elaborados, leitura inadequada,

uso insatisfatório dos resultados e autoritarismo, esses são fatores que tornam a

avaliação um instrumento que abala a auto-estima do aluno, por isso atualmente

fala-se em qualificação e não em classificação, pois se a avaliação for usada sem

fins de auxiliar o avanço e o crescimento do educando ela passa a não ter sentido,

na proposta da educação atual.

CAPÍTULO III

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. COLETA DE DADOS

A pesquisa de campo com o intuito de complementar a pesquisa bibliográfica,

tendo como proposta estabelecer relação entre teoria e prática, teve como objeto a

percepção que os alunos têm da avaliação na sua escola. Para tanto foi usado como

instrumento um questionário contendo seis questões objetivas, sobre avaliação:

prática, critérios e métodos.

O universo foi uma escola de educação fundamental da rede pública de

ensino, a amostra foi de 50 alunos escolhidos aleatoriamente, do 6º ao 9º ano, sem

discriminação de série ou faixa etária, visto que o que se espera é ter uma visão

geral sobre o método avaliativo da escola e a satisfação/insatisfação do aluno.

3.2. ANÁLISE DOS DADOS

QUESTÃO 01 – Para o professor avaliar é medir conhecimentos

16%

40%14%0%

30%SEMPRE

QUASE SEMPRE

ÁS VEZES

RARAMENTE

NUNCA

Gráfico 01 – Avaliar é medir conhecimentos Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

Os resultados apontam para o fato de que 40% dos alunos consideram que o

professor, quase sempre, usa os instrumentos de avaliação para medir

conhecimentos, e ainda afirmam que 16% sempre usam esses recursos, é

importante analisar que se somados os totais de respostas positivas alcança-se

obtém-se um total de 70%, o que indica que na visão dos alunos os professores

estão conduzindo a avaliação de uma forma errada, classificando em vez de

qualificando.

QUESTÃO 02 – É correto usar somente a prova mensal ou bimestral como de forma de avaliação

16%

14%

24%6%

40%

SEMPRE

QUASE SEMPRE

ÁS VEZES

RARAMENTE

NUNCA

Gráfico 02 – O uso somente da prova como forma de avaliação Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

Nessa questão os alunos optaram por 40% de opção para nunca, ou seja,

entende-se que eles afirmam que os professores usam outros recursos senão as

provas mensal e bimestral como forma de avaliação de aprendizagem. O resultado,

nessa questão, não pode ser considerado bom, pois 54% dos alunos afirmam os

professores usam esses recursos: sempre(16), quase sempre(14) e às vezes(24).

Retornando a revisão da literatura pode-se comprovar que: a avaliação

escolar conduzida de forma inadequada pode contribuir para o aumento do índice de

repetência e a evasão escolar.

QUESTÃO 03 – A nota da prova serve como referência para medir conhecimentos

10%

30%

40%

0%20% SEMPRE

QUASE SEMPRE

ÁS VEZES

RARAMENTE

NUNCA

Gráfico 03 – Prova como referência para medir conhecimentos Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

A resposta dos participantes, optando por 40% de às vezes e 30% de quase

sempre, perfazendo um total de 70% , vem comprovar o fato de que a escola ainda

está presa ao tradicionalismo da “lápis e papel”, o que vai contra a proposta da

avaliação continua, defendida por Luckesi (2003: 91), “para uma prática de avaliação

na escola, o ideal seria uma prática de “avaliação processual”, como propõe a Lei de

Diretrizes e Base, no país.

Entendendo que Avaliação Processual quer dizer contínua, permanente,

todos os dias e todas as horas, portanto somente 20% dos alunos afirmam que

nunca os professores vão usar somente a nota da prova como única referência para

medir conhecimentos.

Mesmo, somente 10% dos alunos tendo respondido que sempre o professor

usa a prova como referência para medir notas, é preciso estar atento para as

respostas dessa questão, pois às vezes e quase sempre são tipos como opções de

afirmação.

QUESTÃO 04 – O seu professor orienta sobre os critérios de correção das avaliações

0%0% 20%

16%64%

SEMPRE

QUASE SEMPRE

ÁS VEZES

RARAMENTE

NUNCA

Gráfico 04 – A orientação sobre os critérios de avaliação Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

Uma das questões mais polêmicas, pelo resultado apresentado, foi sobre o

fato do professor orientar ou participar ao aluno sobre os critérios de correção e

avaliação, sabendo-se que é fundamental que o aluno participe do processo. Isso

fica bem claro quando 64% dos alunos responderem que o professor nunca faz este

tipo de orientação ou esclarecimento.

QUESTÃO 05 – Na avaliação o professor deve levar em conta somente o resultado final

40%

20%10%

0%

30%SEMPRE

QUASE SEMPRE

ÁS VEZES

RARAMENTE

NUNCA

Gráfico 05 : Na avaliação o importante é o resultado final Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

O fato de que 40% dos alunos acreditam que o professor considera que é

sempre importante levar em conta o resultado final do processo de avaliação, e

ainda que 20% considera que quase sempre o professor usa essa estratégia, o

somatório representa a maioria dos alunos, por isso pode ser considerado como um

aspecto a ser re-avaliado, visto que existe a necessidade de que o professor seja

consciente da importância de avaliar todo o processo.

QUESTÃO 06 – Todas as atividades desenvolvidas pelo aluno devem ser avaliadas

pelo professor

64%

36%

0%0%0% SEMPRE

QUASE SEMPRE

ÁS VEZES

RARAMENTE

NUNCA

Gráfico 06 – Todas as atividades devem ser avaliadas pelo professor. Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

Essa questão traz para o trabalho uma importante discussão, ou seja,

reconhecer que o professor preciso estar atento para o tipo de avaliação que esse

está desenvolvendo em sua prática, se levarmos em conta Luckesi, dentre outros

que defende a avaliação processual, vamos perceber que esse critério do professor

pode trazer grandes prejuízos para o aluno.

E, se 64% dos alunos fazem a opção por sempre, eles estão conscientes da

importância do processo como um todo, analisando os resultados percebe-se que

todos os alunos concordam que a avaliação deve ser abrangente e continuada ,

envolvendo todas as atividades desenvolvidas, e não somente estar relacionadas a

provas ou exames.

QUESTÃO 01 - Para o professor avaliar é medir conhecimentos

5

8

10

12

0

2

4

6

8

10

12

14

6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO

Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

Levando em conta as repostas dos alunos, usando como recurso as

respostas dos grupos, os alunos do 9º ano optaram por responder que para os

professores avaliar é medir conhecimentos. É importante reconhecer que o índice de

opções vai diminuir em relação à série que o aluno estuda, isso pode ser um

indicativo de que o professor do 5º ano, por exemplo se dedique mais a acompanhar

o processo de ensino-aprendizagem do aluno.

Agrupando as respostas dos alunos por série percebe-se que o aluno, quando

mais esclarecido maior também passa a ser seu poder de questionamento, pois ele

já é capaz de entender que dos métodos, critérios e instrumentos que o professor

utilizar vai depender a valorização que ele vai ser capaz de quantificar/qualificar sua

avaliação.

Reconhece-se a importância dessa pesquisa, voltada para averiguar a

percepção do aluno sobre a ação avaliativa e a prática pedagógica do professor,

pois refere-se a um olhar diferenciado, é como ver o outro lado da questão. Se o

aluno já tem a percepção do que vem sendo feito e julgar e opinar

QUESTÃO 04 – O seu professor orienta sobre os critérios de correção das avaliações

87

10

25

0

5

10

15

20

25

30

6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO

Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental

Nessa questão percebe-se uma alteração na opinião dos alunos, a maioria

dos alunos do 9º ano consideram que são orientados sobre os critérios de avaliação

do professor, e que os alunos do 7º são os que menos consideram-se esclarecidos

sobre o assunto, pelos professores.

Considerando esse resultado distinto da primeira fase da pesquisa, percebe-

se que não existe uma relação entre as respostas, no que se refere à questão

anterior, isso é em relação ao esclarecimento e a escolaridade.

3.3. RESULTADOS DA PESQUISA Levando-se em conta as respostas do questionário pelos alunos, pode-se

concluir que, os professores ainda estão presos à alguns equívocos na avaliação, e

os aspectos que ficaram mais evidente, refere-se às polêmicas que sempre estão na

pauta da discussão, quando o tema refere-se a prática avaliativa em educação: a) a

orientação sobre os critérios usados pelo professor e b) a avaliação desvinculada da

prática no decorrer do processo.

Isso fica caracterizado quando a maioria dos alunos faz a opção de que

sempre ou quase sempre o professor não discute ou orienta o aluno sobre os

critérios de avaliação com os alunos, e isso vale para atividades do cotidiano, quanto

às provas ou testes.

Outro aspecto é o fato do professor não estar atento para a necessidade de

acompanhar o desenvolvido do ano, no decorrer do processo, valorizando avanços e

progressos, analisando as razões que provavelmente pode estar levando o aluno ao

erro, reconhecendo limitações e dificuldades, re-avaliando a prática pedagógica e

avaliativa do professor.

Analisando os resultados de cada uma das questões e estabelecendo um

paralelo entre a revisão da literatura e a pesquisa de campo, pode-se concluir que :

muito do que se relaciona a evasão e a repetência na educação brasileira está

relacionado a concepções arcaicas que os professores, ainda cultivam sobre o ato

de avaliar. È preciso, sobretudo, re-avaliar a prática de avaliação defendida por

professores que ainda não se conscientizaram que a avaliação precisa acompanhar

o processo.

Nota-se, através das respostas, que o aluno independente de série, já é

capaz de avaliar e diagnosticar pontos falhos, como pode-se perceber através das

respostas sobre a necessidade de que o aluno seja esclarecido sobre os critérios

que o professor vai desenvolver para chegar ao resultado final – a nota.

CONCLUSÃO

A avaliação da aprendizagem é uma atividade constante na prática educativa,

portanto deve ser constantemente avaliada e re-avaliada pelo professor, pois a

forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor e a

compreensão que ele tem da ação avaliativa dentro do processo de ensino-

aprendizagem.

Baseado nas pesquisas fica claro que a avaliação ela subsidia o professor

com elementos fundamentais, para uma reflexão continua sobre a sua prática, a

partir dos resultados o professor deve levar em conta os critérios e métodos que

vem usando, retomando os aspectos que precisam ser revistos. Se ela for

processual o professor vai ter a exata noção do que precisa ser re-avaliado no

processo de ensino-aprendizagem do aluno.

Para o aluno a avaliação deve ser uma tomada de consciência de suas

conquistas, dificuldades e possibilidades, portanto reconhece-se a importância que

tem para o aluno a compreensão dos critérios usados pelo professor, e ainda que,

ele receba do professor as orientações, no decorrer do processo sobre a

aprendizagem e as etapas que está vencendo, e quais os critérios que o professor

está usando para avaliá-lo.

No decorrer da revisão bibliográfica ficaram evidentes vários aspectos, que

precisam ser amplamente discutido e re-avaliado pelo professor na sua prática,

considera-se de suma importância destacá-lo, pois eles trouxeram esclarecimentos

importantíssimos para a conclusão do trabalho. A avaliação consiste na coleta de

dados quantitativos e qualitativos, é importante que o professor tenha essa

consciência, e sobretudo que é preciso que tenham critérios definidos para essa

prática.

E, ainda que é a avaliação apresenta três funções, dentro do processo de

ensino-aprendizagem, diagnosticar, controlar e classificar, e que relacionado a essas

funções, existem três modalidades de avaliação: diagnóstica; formativa e somativa.

A pesquisa de campo teve como objetivo avaliar a percepção do ano do 6º ao

9º ano do ensino fundamental da rede pública (Escola Y), sobre a forma como vem

sendo desenvolvida a prática avaliativa na escola. A amostra representada por

50(cinqüenta) alunos, trouxe, através do resultado da pesquisa vários aspectos

sobre os critérios e principalmente sobre a orientação de como esse processo vem

sendo conduzido pelos professores.

Os resultados das pesquisas com os alunos apontam para as seguintes

conclusões: os professores ainda estão muito presos a avaliação quantitativa,

baseado somente em provas e exames, e que na maioria das vezes não é

valorizado o processo de aprender do aluno, visto que na maioria dos casos o

professor não acompanha o processo, valorizando as etapas a medida que vão

sendo vencidas pelos alunos.

Considera-se que os objetivos da proposta de averiguar e analisar a avaliação

nessa escola, através da visão do aluno, sobre a prática avaliativa do professor

foram alcançados, visto que os alunos foram capazes de reconhecer os pontos

falhos e identificá-los. E, a proposta é justamente essa trazer para a discussão a

opinião do aluno, reconhecer a importância da capacidade do aluno de analisar e

avaliar o processo de avaliação que esta sendo desenvolvido na escola, pois ele faz

parte integrante do mesmo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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POPPE, Maria. Avaliação Educacional. Caderno de Psicologia do Desenvolvimento e Dificuldades de Aprendizagens. Mód. VII. Curso de Pós Graduação. Projeto “A Vez do Mestre”. Rio de Janeiro: UCAM, 2003 TURRA, M. G. Clodia et. al. Planejamento de Ensino e Avaliação. Porto Alegre: Sagra, 1982

ANEXOS

INSTRUMENTO DE PESQUISA

QUESTIONÁRIO PARA DIAGNÓSTICO

A AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DO ALUNO SOBRE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Prezado aluno analisando o processo de avaliação que acontece na sua escola, dê sua opinião levando em conta a ação avaliativa dos professores de modo geral.

Avaliação sobre o uso de instrumentos e critérios de avaliação

NUNCA

RARAMEN

TE

ÀS VEZES

QUASE

SEMPRE

SEMPRE

01

Para o professor avaliar é medir conhecimentos

02

É correto usar somente a prova mensal ou bimestral como de forma de

avaliação

03

A nota da prova serve como referência para medir conhecimentos

04 O seu professor orienta sobre os critérios de correção das avaliações

05 Na avaliação o professor deve levar em conta somente o resultado final

06 Todas as atividades desenvolvidas pelo aluno devem ser avaliadas pelo

professor