documento protegido pela lei de direito autoral · a auditoria externa, em virtude de sua função...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AUDITORIA DE PROCESSOS
Por: Breno Santos Falcão
Orientadora
Prof.ª Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2013
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AUDITORIA DE PROCESSOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Auditoria e Controladoria.
Por: Breno Santos Falcão
3
AGRADECIMENTOS
....primeiramente a DEUS, que sempre
me deu fortalecimento nos momentos
mais difíceis, aos amigos e a toda a
minha família, todas as pessoas do
meu convívio e etc......
5
RESUMO
O estudo desta monografia visa apresentar os benefícios que a
auditoria de processos pode ofertar nas organizações como suporte a melhoria
contínua. Esta importância será demonstrada através da abrangência nos
fundamentos da auditoria, os procedimentos e suas técnicas e todo o seu
planejamento.
Atualmente as empresas dentro do cenário contemporâneo dos
negócios, visam cada vez mais a sua transparência e assim sendo demonstrar
toda a importância de sua organização. O papel da auditoria de processos visa
apresentar de forma fidedigna o reflexo dos processos, sendo um instrumento
avaliativo em uma empresa, podendo assim melhorar de maneira considerável
seus procedimentos.
Palavras Chaves: Auditoria, Processos, Procedimentos,
6
METODOLOGIA
A metodologia que foi utilizada para confecção desta monografia
caracteriza-se em pesquisas bibliográficas elaboradas de material já publicado,
artigos e livros referentes ao mesmo tema.
Esta pesquisa tem como objetivo permitir que o pesquisador acrescente
um maior conhecimento, aproximando-se do assunto, para melhor
compreender o estudado e conhecer sobre auditoria de processos, esta tem
caráter explicativo. A Leitura possibilitou maior conhecimento sobre o tema,
aprimorando as ideias e desta forma podendo analisar os fatos com outro
ponto de vista e confrontar com as diversas visões teóricas com a realidade.
Ademais cito alguns autores que contribuíram de grande valia neste
trabalho: ATTIE, William; ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti; Cruz, Flavio da;
MELO, Moisés Moura de.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Fundamentos de Auditoria 11
CAPÍTULO II - Procedimentos e técnicas de auditoria 20
CAPÍTULO III – Etapas de auditoria de processos 30
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 42
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de traçar um panorama do nível de
importância dado à auditoria de processos na administração privada no Brasil,
abordando a importância da mesma nas empresas aprofundando na
administração de controle interno, pois e necessário informações confiáveis e
precisas para o auxilio na tomada de decisões para estratégia.
Verificar se a maneira como a empresa está executando os seus
principais processos de negócios estão de acordo com os objetivos, metas e
estratégias definidas pela Administração. Verificar também se a Tecnologia de
Informação está implementada de modo a fornecer um suporte efetivo à
realização desses objetivos, metas e estratégias.
A auditoria de processos tem a finalidade de proteger o patrimônio da
empresa, promovendo a eficiência e eficácia operacional, também a
autenticidade e integridade dos sistemas de informação e a conformidade com
leis e regulamentos (Almeida, 1994).
Outro fator que torna as informações confiáveis e seguras, informações
imprescindíveis na visão gerencial da empresa, é a sensibilidade de analisar
corretamente a concorrência e a exigência do mercado em fazer com que as
empresas tenham uma maior flexibilidade para adaptar-se rapidamente às
suas mudanças. A competitividade entre as empresas faz do mercado algo
capaz de fazer que, somente aquelas empresas que sejam competentes o
suficiente para gerir e trabalhar de forma minuciosa tais informações se
estabeleçam e evoluam de forma sólida no mundo globalizado.
Sendo assim, a auditoria em processos torna se uma ferramenta de
extrema relevância na obtenção de informações que auxiliem aos gestores da
empresa em tomadas de decisões adequadas e em análises internas mais
precisas é a forma de apresentar se custos estão de acordo com a produção.
9
Pois esse custo pode não esta em conformidade com a produção se o
processo estiver em desacordo.
A auditoria em processos podem obter diversas informações que não
seria possível sem a auditoria em processos e auxiliam os gestores em
tomadas de decisões no curto e médio prazo, além de uma série de
informações detalhadas sobre a produção e atividades financeiras e
administrativas da empresa, que tornam as empresas mais flexíveis e otimizam
a produção de forma a reduzir custos.
Desta forma, a empresa opta por fazer a auditoria em processos tem
uma visão melhor de toda a empresa, podendo enxergar com clareza os
pontos forte e as deficiências da empresa assim podendo investir da forma
correta em cada setor e podendo rapidamente atender suas necessidades
econômicas e gerenciais, bastando apenas, analisar os relatórios emitidos pela
auditoria.
Portanto, a auditoria em processos desempenha função importante que
busca confiabilidade e segurança nas informações, certamente a empresa que
possui uma auditoria em processos terá um diferencial significativo em relação
às demais por gerar as informações contábeis detalhadas e precisas sobre o
processo produtivo da empresa. Proporcionando aos gestores uma maior e
mais eficiente capacidade de tomar decisões relevantes e imprescindíveis ao
sucesso e a continuidade de se manter de forma sólida e consistente no
mercado.
No capítulo I aborda os Fundamentos de auditoria, os conceitos básicos
de auditoria interna e externa, a confiabilidade interna dos sistemas de controle
e a avaliação da eficácia das funções patrimoniais.
No capítulo II trata dos procedimentos e técnicas de auditoria,
planejamento de auditoria, desenvolvimento do planejamento, controle interno
e processo de implementação.
10
No capítulo III fala das etapas de auditoria de processos, seu
levantamento prévio, macro fluxo e do entendimento dos processos adotados,
avaliação dos controles internos, elaboração de relatório e acompanhamento
do plano de ação.
11
CAPÍTULO I
FUNDAMENTOS DE AUDITORIA
Segundo o ilustre professor A. Lopes de Sá (1998), o termo auditor,
evidenciando o titulo de quem pratica esta técnica, tenha aparecido nos fins do
século XIII, na Inglaterra, durante o reinado de Eduardo I.
Pratt cita que a “Joint Stock Companies Act”, de 1844 foi a primeira lei
estabelecida especificamente para regular a atividade empresarial. Em um de
seus artigos ela requeria a designação de um auditor para avaliar apenas o
balanço patrimonial da organização. Naquela época não havia intenção de
auditar os demais demonstrativos contábeis, inclusive a demonstração de
resultados porque o seu objetivo era tão somente atender as preocupações
dos banqueiros em assegurar-se que as possuíam condições de honrar suas
dividas. Para Attie (1998):
“Auditoria Interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que
tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos
controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e
operacionais do órgão ou entidade”.1
Como consequência, as demonstrações contábeis passaram a ter uma
importância muito grande para os futuros aplicadores de recursos. Como
medida de segurança contra a possibilidade de manipulação de informações,
os futuros investidores passaram a exigir que essas demonstrações fossem
examinadas por um profissional independente da empresa e de reconhecida
capacidade técnica, a exemplo do que já era feito nos EUA, na Inglaterra e em
outros países de economia desenvolvida.
Com o surgimento da globalização e expansão dos mercados –
resultando no acirramento da concorrência, as empresas tiveram que investir
em tecnologia e aprimorar os controles e procedimentos internos, com o
interesse de reduzir custos e tornar seus negócios mais competitivos.
1 ATTIE, Auditoria conceitos e aplicações, ed. Atlas, 1998. p.24.
12
Entretanto, a necessidade de capitais para investimentos tornou
necessária a captação de recursos de terceiros. Para que terceiros
disponibilizassem recursos, exigiam que as demonstrações financeiras da
entidade fossem analisadas por profissionais que não tivessem ligação com a
mesma, ou seja, alguém independente. Surge então à profissão do auditor,
profissional responsável em analisar as contas e emitir uma opinião.
Em síntese, a causa da evolução da auditoria foi a do desenvolvimento
econômico dos países, do crescimento das empresas e expansão das
atividades produtoras, gerando crescente complexidade na administração dos
negócios e de práticas financeiras.
No Brasil, o surgimento do mercado de auditoria está relacionado com
influências especificas, entre as quais:
a) A instalação de filiais e subsidiárias de empresas
brasileiras através de entidades internacionais;
b) Necessidades de financiamentos de empresas brasileiras
através de entidades internacionais;
c) Crescimento dos negócios (necessidade de capital de giro
e investimentos fixos), descentralização e diversificação de
atividades econômicas;
d) Evolução d mercado de capitais;
e) Criação das normas de auditoria para as instituições
financeiras, determinadas pelo Banco Central do Brasil;
f) Criação da CVM – Comissão de Valores Mobiliários;
g) Promulgação da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404)
em 1976;
Segundo Sá (1998):
“auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame
dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos
13
de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões,
críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da
riqueza azienda, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer
ou prospectados e diagnosticados”. 2
1.1 – Conceitos básicos de Auditoria Interna e Externa
Existem diferenças entre o Auditor Interno e o Auditor Externo, embora
ambas possuam interesses comuns, como o de evitar ou eliminar o risco de
fraudes e de erros nas organizações. Operam em diferentes graus de
profundidade e extensão.
O auditor interno preocupa-se com o desenvolvimento do
empreendimento da entidade, é um funcionário integrante do quadro da
empresa e pretende testar a eficiência dos controles internos e dos sistemas
utilizados. A auditoria interna é realizada em muitas empresas com sucesso, e
requer uma organização rígida e autônoma para necessárias verificações. Com
a expansão dos negócios, a administração da empresa, sentiu a necessidade
de dar maior destaque as normas ou aos procedimentos internos, pelo fato de
que com a expansão empresarial os administrados não haveria como
acompanhar pessoalmente todas suas atividades. Entretanto, de nada valia a
implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um
acompanhamento, com a intenção de verificar se estes estavam sendo
seguidos pelos empregados da empresa. A auditoria interna para atender à
administração da empresa tem um maior grau de periodicidade e profundidade
e visando também as outras áreas não relacionadas com contabilidade.
O auditor externo é um profissional contratado pela organização para
realização do trabalho de forma independente, sem vínculo empregatício. É um
consultor que pode auxiliar na melhor adequação dos registros contábeis da
empresa, inclusive na emissão de parecer, se necessário. Seu foco é a
confiabilidade dos registros da empresa.
2 SÁ, Antônio L. de. Curso de Auditoria. São Paulo, Atlas, 5ª edição, 1998.
14
A auditoria externa, em virtude de sua função garantidora no exame de
fidedignidade das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar-se de parte dos
serviços da auditoria interna, sem, contudo deixar de cumprir o seu objetivo.
Deve, portanto, coordenar suas ações de modo que seus programas adotem
procedimentos idênticos e impeçam a execução de tarefas repetidas.
1.2- Auditorias Interna e Auditoria Externa
As principais diferenças entre auditor interno e o auditor externo são as
seguintes:
AUDITOR INTERNO
- É empregado da empresa auditada;
- Menor grau de independência;
- Os principais objetivos são:
Verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
Verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes;
Verificar a necessidade de novas normas internas;
Efetuar auditoria das diversas áreas das demonstrações contábeis e em
áreas operacionais;
- Maior volume de testes (tem maior tempo na empresa para executar
os serviços de auditoria).
AUDITOR EXTERNO
- Não tem vinculo empregatício com a empresa auditada;
- Maior grau de independência;
15
- O principal objetivo é emitir um parecer ou opinião sobre as
demonstrações contábeis, no sentido de verificar se estas refletem
adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações,
as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da
empresa examinada. Também, se essas demonstrações foram elaboradas de
acordo com os princípios contábeis e se esses princípios foram aplicados com
uniformidade em relação ao exercício social anterior;
- Menor volume de testes, já que o auditor externo está interessado em
erros que individualmente ou cumulativamente possam alterar de amaneira
substancial as informações das demonstrações contábeis. “ Existem diferenças
entre o Auditor Interno e o Auditor Externo, embora ambas possuam interesses
comuns, como o de evitar ou eliminar o risco de fraudes e de erros nas
organizações. Operam em diferentes graus de profundidade e extensão”. 3
O auditor interno preocupa-se com o desenvolvimento do
empreendimento da entidade, é um funcionário integrante do quadro da
empresa e pretende testar a eficiência dos controles internos e dos sistemas
utilizados. A auditoria interna é realizada em muitas empresas com sucesso, e
requer uma organização rígida e autônoma para necessárias verificações. Com
a expansão dos negócios, a administração da empresa, sentiu a necessidade
de dar maior destaque as normas ou aos procedimentos internos, pelo fato de
que com a expansão empresarial os administrados não haveria como
acompanhar
pessoalmente todas suas atividades. Entretanto, de nada valia a implantação
desses procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento, com
a intenção de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos empregados da
empresa. A auditoria interna para atender à administração da empresa tem um
maior grau de periodicidade e profundidade e visando também as outras áreas
não relacionadas com contabilidade.
3 ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo, Atlas,5ª edição,1994.
16
O auditor externo é um profissional contratado pela organização para
realização do trabalho de forma independente, sem vínculo empregatício. É um
consultor que pode auxiliar na melhor adequação dos registros contábeis da
empresa, inclusive na emissão de parecer, se necessário. Seu foco é a
confiabilidade dos registros da empresa.
A auditoria externa, em virtude de sua função garantidora no exame de
fidedignidade das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar-se de parte dos
serviços da auditoria interna, sem, contudo deixar de cumprir o seu objetivo.
Deve, portanto, coordenar suas ações de modo que seus programas adotem
procedimentos idênticos e impeçam a execução de tarefas repetidas.
A auditoria interna é um órgão de controle que, possuindo máxima
liberdade, deve acompanhar os componentes da atividade empresarial ou
institucional, visando, basicamente:
a) Confiabilidade interna dos sistemas de controle;
b) Confiabilidade interna dos registros contábeis;
c) Confiabilidade interna dos informes;
d) Avaliação da eficácia das funções patrimoniais.
Tais objetivos visam a assegurar à administração a proteção contra
erros, fraudes, desvios, desperdícios e outros riscos que ameaçam a riqueza
administrada. O aconselhável é que tal órgão esteja ligado à presidência ou
poder máximo, equivalente.
Para Cruz (1997) “A Auditoria Interna se constitui em uma atividade de
extrema responsabilidade, que exige dos auditores conhecimentos
multidisciplinares, principalmente conhecimentos Contábeis e Jurídicos”. 4
O ponto de equilíbrio de uma empresa representa o momento
onde as receitas geradas pelas vendas de seus produtos são exatamente
iguais aos custos totais de venda e fabricação dos mesmos, ou seja, é o exato
momento onde a empresa não tem lucro e nem prejuízo. Sendo assim, o ponto
4 CRUZ, Auditoria Governamental, ed. Atlas, 1997, p. 35.
17
de equilíbrio informa aos gestores a quantidade mínima a ser produzida para
que a empresa não tenha prejuízo. A mensuração e análise do valor referente
ao ponto de equilíbrio é uma importante ferramenta contábil e contribui de
forma relevante para os gestores da empresa no ato da tomada de decisão e
planejamento estratégico.
1.3 – Confiabilidade interna dos sistemas de controles
Sem um bom sistema de controle não é possível ter confiabilidade de
dados. O auditor deve empenhar-se sua analise seguindo as rotinas de
serviços, com testes, hipóteses nos casos de falhas, ou seja, tudo para se
atestar de que os sistemas empregados são de boa qualidade. A revisão
desses sistemas fica a cargo da auditoria interna. É preciso assegurar que os
regimes de vigilância sobre os acontecimentos, todos, sejam perenes e
efetivos. Tudo que for detectado como falho deve ser relatado, para que seja
corrigido. Para tal fim, o auditor interno traça fluxogramas que evidenciam os
detalhes de como o controle está sendo operado. Com isso todos os serviços
da empresa são testados.
É objetivo da auditoria interna observar a qualidade dos registros e
seguranças destes especialmente nos sistemas informatizados, onde a
entrada e a saída de dados podem criar problemas de confiabilidade. Para isto,
fazem-se programas de revisão.
Em razão disto, pode entender-se que é realizado exame de caixa,
estoques, créditos a receber etc. Tudo produzirá relatórios que visam a
informar seu acompanhamento de revisões.
Com sua atuação revisora, a auditoria interna acaba por dar
credibilidade às informações internas e pode, inclusive, certificá-las, baseada
em seus exames, e passa a assumir a capacidade de endossante dos
demonstrativos para efeitos internos. E estes demonstrativos junto aos
registros passam a ser objetivo de pronunciamento dos auditores internos. A
18
confiabilidade, dos informes, pode conforme o regime de organização estar
completamente condicionada à auditoria interna.
1.4 - Avaliação da eficácia das funções patrimoniais
A auditoria interna pode incumbir-se dos estudos analíticos das
eficácias dos sistemas de funções patrimoniais, ou seja, liquidez,
resultabilidade, estabilidade, economicidade, produtividade, invulnerabilidade e
elasticidade, isto é, a análise das capacidades de pagamentos, lucros,
equilíbrio, vitalidade, eficiência, riscos (proteção contra eles) e crescimento.
Como os meios patrimoniais têm funções distintas e autônomas, o estudo da
eficácia de cada uma depende de observá-las como se fossem sistemas
isolados. O sistema da resultabilidade tem como necessidades, as receitas, e
como meios, os custos e despesas. Tais estudos de alta especialização podem
ser confiados aos auditores internos, porque possuem alto domínio sobre os
dados e pleno conhecimento da empresa. Nas empresas onde se confia à
auditoria interna tal incumbência, podem-se obter as explicações com maior
dose de confiança.
O auditor externo pode valer-se do trabalho do auditor interno para
emitir sua opinião. Não se trata de duplo serviço, pois enquanto a auditoria
interna é uma opinião emitida dentro da própria empresa um órgão de sua
estrutura, a auditoria externa é uma opinião de natureza independente.
Quando a auditoria interna é apoio para a externa, reduz-se o custo desta e
também o tempo de trabalho. Uma integração pode ocorrer com reuniões
periódicas, trocas de pontos de vista e inclusive, o externo pode apoiar
pretensões do interno perante a administração. Não há incompatibilidade, pois,
mas oportunidade de plena integração.
O programa de integrar tarefas entre o auditor interno e externo
propõe um regime de cooperação, ou seja, o auditor interno convence o da
19
qualidade de sua tarefa e o externo passa a delegar parte do que faria para
que o auditor forneça apoio e vice-versa. É recomendável que o auditor
externo não exclua completamente sua tarefa, mas que apenas a reduza. O
sistema integrado de auditorias produz excelentes resultados, tanto maiores
quanto mais as programações se complementam.
No seguinte capítulo serão abordados os procedimentos e técnicas de
auditoria.
CAPÍTULO II
PROCEDIMENTOS E TECNICAS DE AUDITORIA
De acordo com Almeida (1994), “São o conjunto de técnicas que
permitem ao auditor obter evidencias ou provas suficientes e adequadas para
fundamentar sua opinião, conclusões e recomendações, abrangendo testes de
observância e substantivos.” 5
5 ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 5ª edição. São
Paulo: Editora Atlas, 1994.
20
A documentação é de importância primordial em qualquer trabalho de
confirmação do processo levantado e comprovação das possíveis melhorias,
uma vez que não bastam palavras ou intenções para o embasamento de
qualquer avaliação sobre o trabalho exercido por terceiros.
A simples tomada de opinião sobre eficácia de algo, sem evidencia ou
documentação das bases utilizadas e argumentos considerados para as
conclusões obtidas, trata-se de uma forma inadequada de critica, que
impossibilita a explicação e sustentação do efetivo valor agregado pela
mesma. Visando o entendimento de sua importância, assim como a defesa do
valor agregado com sua atuação, o profissional moderno tem que deter o
conhecimento acerca de sua função dentro da empresa.
Dentro desse conceito, o auditor aprende a importância de cada fase
do processo auditado, identificando, de forma clara e objetiva:
a) Sua execução, atentando para os procedimentos exercidos, para as
pessoas e para os limites de alçadas envolvidos;
b) Os riscos inerentes, pensando sempre nas consequências possíveis no
caso de sua ocorrência;
c) Os controles que suportam o processo e garantem que seus objetivos sejam
alcançados;
2.1. PLANEJAMENTO DE AUDITORIA
O planejamento tem por objetivo a identificação dos trabalhos a serem
executados em cada uma das possíveis áreas auditáveis. O auditor deve
planejar seu trabalho consoante às normas de auditoria. O planejamento
pressupõe adequado nível de conhecimento sobre as atividades, os fatores
21
econômicos, legislação aplicável e as práticas operacionais da entidade, e o
nível geral de competência de sua administração.
O risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma
opinião tecnicamente inadequada sobre Demonstrações Contábeis
significativamente incorretas.
Segundo Mourão (2007) a análise dos riscos de auditoria deve ser feita
na fase de planejamento dos trabalhos, considerando a relevância em dois
níveis:
a) Em níveis específicos, relativos ao saldo das contas ou natureza e volume
das transações; e
b) Em nível geral, considerando as demonstrações contábeis tomadas no seu
conjunto, bem como as atividades, qualidade da Administração, avaliação do
sistema contábil e de controles internos e situação econômica e financeira da
entidade.
Para determinar o risco da auditoria, o auditor de vê avaliar o ambiente
de controle da entidade. O auditor necessita ter um nível de conhecimento
das operações e natureza da atividade do cliente que o habilitará a
identificar os acontecimentos, operações e atividades que, a seu critério,
possam ter efeito significativo sobre as informações contábeis. O auditor
pode obter essas informações das seguintes formas:
a) Relatórios anuais do cliente aos acionistas;
b) Atas de assembleias de acionistas, reuniões de diretoria e comissões
importantes;
c) Relatórios contábeis internos da administração para períodos correntes e
anteriores;
d) Papéis de trabalho da auditoria do ano anterior e outros documentos ao
cliente, os quais podem fornecer informações sobre assuntos que possam
afetar a auditoria;
22
e) Troca de ideias com a administração e funcionários do cliente;
f) Manual de políticas e procedimentos do cliente;
g) Publicações ou revistas especializadas;
h) Considerações sobre o estado da economia e seus efeitos sobre a atividade
do cliente.
A respeito dos papéis de trabalho de auditoria e outros documentos
relevantes do exercício anterior, a auditor deve dar atenção especial a
assuntos que exigirem atenção especial e decidir se eles poderiam afetar o
trabalho a ser executado no exercício corrente.
As trocas de ideias com a administração e funcionários do cliente
poderiam incluir assuntos como:
a) Alteração na administração, na estrutura organizacional e atividades do
cliente;
b) Atuais regulamentos governamentais que afetem o cliente;
c) Acontecimento presente nos negócios, que afetem o cliente;
d) Dificuldades financeiras presentes ou prováveis, ou problemas contábeis;
e) Existência de terceiros interessados;
f) Abertura de novos estabelecimentos ou fabricas, ou encerramento de
algumas existentes;
g) Recentes ou prováveis mudanças em tecnologia, tipos de produtos ou
serviços e métodos de produção ou distribuição;
h) Mudanças no sistema contábil e no sistema de controle interno.
Além da importância do conhecimento da atividade do cliente ao
estabelecer-se o plano de auditoria global, tal conhecimento ajuda o auditor a
identificar setores para consideração especial da auditoria, a avaliar a
23
razoabilidade tanto das estimativas, como das demonstrações contábeis
elaboradas pela administração, bem como tomar decisões a respeito da
adequação dos critérios e divulgações contábeis.
2.2 - Desenvolvimento do Planejamento
Segundo Gonçalves (2007), desenvolver o planejamento é uma das
fases mais importantes da auditoria. Vários aspectos devem ser observados,
tais como:
a) As condições para seu trabalho e quaisquer responsabilidades
regulamentares;
b) A natureza e o cronograma de relatórios ou outras comunicações com o
cliente que sejam necessárias durante o trabalho;
c) As diretrizes contábeis adotadas pelo cliente e as alterações nessas
diretrizes;
d) O efeito, sobre a auditoria, de novos pronunciamentos contábeis ou
auditorias;
e) A identificação de setores significativos;
f) O estabelecimento de níveis de relevância (material) para fins auditoriais;
g) Condições que exigem atenção especial durante a auditoria, tais como a
possibilidade de erro relevante ou envolvimento de partes interessadas;
h) O grau de confiabilidade que ele espera poder dar aos sistemas contábeis e
controle interno;
i) Possível variação de ênfase em setores específicos;
j) A natureza e extensão da comprovação a ser obtida durante a auditoria;
24
k) O trabalho de auditores internos e a extensão de seu envolvimento se
houver, na auditoria,
l) O envolvimento de outros auditores na auditoria de subsidiárias ou filiais do
cliente, e o envolvimento de peritos.
2.3 - Controle Interno
De acordo com a FASB (Financial Accounting Standards Board):
“Controle interno consiste num conjunto de políticas e procedimentos
que são desenvolvidos e operacionalizados para garantir razoável
certeza acerca da confiança que pode ser depositada nas
demonstrações financeiras e nos seus processos correlatos”6
Os controles internos asseguram o atingimento dos objetivos, de
maneira correta e tempestiva, com a mínima utilização de recursos.
O entendimento do objetivo do controle, de forma ampla e irrestrita, é,
de fato, o principal elemento para conclusao sobre a melhor forma de sua
adoção. A identificação deste objetivo possibilita a correspondente averiguação
sobre seu alcance, o que assegura o controle sobre a eficácia do processo.
O controle interno ajuda a produzir dados contabeis confiaveis e
auxiliar a adiministração na condução ordenada dos negócios da empresa.
São exemplos de controles contábeis:
a) Sistemas de conferencia, aprovaçao e autorização;
b) Segregação de funções;
c) Controles fisicos sobre ativos;
25
d) Auditoria Interna.
e) São exemplos de controles administrativos:
f) Análises estatisticas de lucratividade por linha de produtos;
g) Controle de qualidade;
h) Treinamento de pessoal;
i) Estudos de tempos e movimentos
j) Analise das variações entre os valores orçados e os incorridos;
k) Controle dos compromissos assumidos, mais ainda nao realizados
economicamente.
Considerando a análise da importancia do controle interno dentro dos
processos produtivos, entende-se que nos dias atuais, fica cada mais
caracterizado que os controles precisam atuar com uma finalidade preventiva.
Não adianta, somente, identificar e corrigir um problema, após a sua
ocorrencia. O que os controles precisam proporcionar é segurança quanto à
inexistencia de problemas ou desvios no processo. Existem falhas que ocorrem
em virtude do próprio tipo de negócio praticado pela empresa e que
independem de controles ou do conhecimento prévio da execução dos
procesos produtivos
A vida no planeta Terra existe como consequência de uma sucessão
de eventos, alguns dos quais decorrentes dos fenômenos da natureza e outros
causados pela ação dos homens e dos animais que nele habitam. Cada um
desses eventos pode ser visto como uma transformação de algo em outra
coisa, executada mediante um potencial ou uma força motivadora especifica.
Na realidade, tudo o que é feito, percebido ou o que acontece na
Terra, mesmo sem serem percebidos, são processos. São exemplos de
processos da natureza:
6 JUND, Sérgio V.D.S. Auditoria: Conceitos, normas, técnicas e procedimentos: teoria e 800
26
A chuva é o processo de transformação da água em estado de vapor
existente no ar atmosférico para água no estado liquido (condensação), e sua
precipitação sobre a terra.
O vento é o processo de transformação energética para reequilibrar a
temperatura e a pressão em toda a atmosfera.
O envelhecimento das pessoas é o processo de transformação dos
tecidos e dos órgãos, de um estado de maior vitalidade para um estado
progressivo de menor vitalidade, até a morte do individuo.
A explosão de agressividade das pessoas é o processo de
transformação psicológica, de um estado equilibrado para um estado mais
negativamente energizado, mediante a inundação do hormônio adrenalina na
corrente sanguínea, que provoca as reações motoras ou psíquicas associadas.
Para cada um desses processos pode-se estabelecer a seguinte
relação fundamental:
ENTRADAààààTRANSFORMAÇÃOààààPRODUTO
Outro exemplo bem intuitivo de processo pode ser “escovar os dentes”.
Nesse caso, a preocupação restringe-se em solucionar uma necessidade
geradora do processo (ter dentes saudáveis). A visão esquemática desse
processo melhor define os seus agentes (entradas, transformação e produto):
2.4 - Processo de Implementação
O processo de implementação apresenta uma variedade
de técnicas úteis para a aplicação de elementos específicos da estrutura de
gerenciamento de riscos corporativos.
questões. Rio de Janeiro, Impetus, 2004.p.98.
27
Em vista da ampla gama de abordagens e escolhas disponíveis,
mesmo as organizações semelhantes implementam o gerenciamento de riscos
corporativos de forma diferente, aplicando os conceitos e princípios pela
primeira vez ou avaliando se o processo existente de gerenciamento de riscos,
o qual poderá ter-se desenvolvido com o passar do tempo, é realmente eficaz.
Assim, apresenta-se a seguir, uma breve descrição das etapas,
comuns em um sentido mais amplo, adotado pelas administrações:
Preparo da Equipe Líder: essa equipe se tornará estreitamente
familiarizada da estrutura de gestão de riscos, que propicia um entendimento e
uma linguagem comum, além do alcance necessário ao desenho e a
implementação do processo de gerenciamento de riscos corporativos que será
capaz de abordar com eficácia as necessidades singulares da organização.
Compromisso da Alta Administração: essa liderança executiva articula
os benefícios do gerenciamento de riscos corporativos, estabelece e comunica
os compromissos assumidos, para o respectivo investimento de recursos. O
suporte do Presidente da organização e pelo menos a participação inicial direta
e visível também contribui para o êxito do processo.
Desenvolvimento do Plano de Implementação: as responsabilidades
são identificadas, e o sistema de gerenciamento do projeto é implementado. O
plano serve como meio de comunicação e coordenação consistente com a
liderança da equipe. Avaliação da situação atual: inclui uma avaliação da forma
como os componentes, conceitos e princípios do gerenciamento de riscos
corporativos estão atualmente sendo aplicados na organização, requer que se
determine a filosofia de gerenciamento de riscos que evoluiu na própria
organização e se existe um entendimento uniforme.
Visão do Gerenciamento de Riscos Corporativos: a equipe líder
desenvolve uma visão que estabelece a forma como o gerenciamento de
riscos corporativos será utilizado em seu avanço e como será integrado à
organização para que possa alcançar seus objetivos. Desenvolvimento de
capacidade: essa tarefa inclui a definição de funções e responsabilidades e
28
modificações no modelo organizacional, nas políticas, nos processos, nas
metodologias, nas ferramentas, nas técnicas, nos fluxos de informação e nas
tecnologias.
O plano de implementação: o plano inicial é atualizado e otimizado,
adicionando profundidade e amplitude para a cobertura de outras avaliações,
desenho e implementações.
Desenvolvimento e distribuição do Gerenciamento da Mudança: as
ações são desenvolvidas conforme necessário para implementar e sustentar a
visão de gerenciamento de riscos corporativos e as capacidades desejadas.
Monitoramento: a administração analisará e reforçará continuamente
as capacidades de gerenciamento de riscos como parte de seu processo
contínuo de gerenciamento.
No próximo capítulo, serão discutidas as etapas de auditoria de
processos.
29
CAPÍTULO III
ETAPAS DE AUDITORIA DE PROCESSOS
Segundo Sergio Jund (2004), em uma Auditoria com um enfoque
operacional, o auditor levantava os procedimentos exercidos pela área
auditada, pensando em identificar problemas e a melhor forma de testar as
suas consequências, verificando se aquilo informado pela área representa
efetivamente o que é feito no processo e quais as possíveis sugestões para
sua melhoria.
A necessidade do aprofundamento do conhecimento de determinado
procedimento, entendimento deste procedimento dentro do contexto geral do
processo e de sua influencia perante todos os demais processos adotados
pela empresa, vai depender das conclusões obtidas pelo auditor operacional,
após sua avaliação dos controles internos.
Muitas vezes, a metodologia utilizada para avaliação do controle
interno não se apresenta padronizada, existindo apenas a preocupação de se
documentar o processo avaliado, através de fluxo dos procedimentos ou de
descrição narrativa de sua execução, e evidenciar as conclusões da avaliação
do controle interno feita. Com estas informações o auditor está apto a avaliar
se o objetivo de seu projeto apresenta-se pertinente ao processo a ser
30
avaliado, identificando, junto com a alta gestão responsável: as necessidades
e expectativas do resultado da auditoria; o entendimento e acordo do objetivo
do trabalho; e a melhor forma para execução do projeto, considerando o staff
da área auditada, os documentos e informações envolvidas, o prazo
estabelecido pela auditoria e a forma de acompanhamento e divulgação dos
resultados alcançados.
O auditor terá de mapear os macros processos de sua empresa,
identificando sua importância dentro do negocio praticado e nas prioridades
assumidas para o período a ser auditado.
Daí a necessidade de se identificar os riscos envolvidos em cada
Macro Processo da empresa, para que não seja perdidos tempo nem munição,
em algo, que não possa representar em ganho prioritário para seu negocio fim.
Não se afirma que os processos sem grandes riscos não sejam vistos,
ou por isso não representem problemas em potencial, porem com certeza é
preferível trabalhar pensando nos macros problemas a aqueles pontuais que,
de forma isolada ou em conjunto, podem representar alguma perda menor
para a empresa.
Partindo do principio que o mais importante esta sendo preservada, a
auditoria aplica uma teoria de risco prioritário, sabendo que perdas ou falhas
podem ocorrer em processo menos prioritários, mas sempre em uma
proporção que não gere sérios danos a continuidade e eficácia do negocio
exercido pela empresa.
Visando estabelecer sua abordagem de auditoria, é primordial que
antes de qualquer levantamento prévio, ou entendimento do processo, seja
ouvido o principal gestor ou executivo envolvido. É imprescindível conhecer, do
auditado, quais são as suas prioridades e metas para o período em curso,
assim como entender quais os pontos considerados críticos ou cruciais em seu
processo.
31
Estes dados serão os fomentadores dos resultados esperados, pela
área, perante o trabalho da auditoria. O enfoque de uma auditoria de processo,
esta calçada na parceria junto ao auditado, que se torna inviável sem o total
conhecimento as metas, prioridades e aspectos essenciais à sua execução
eficaz e obtenção dos resultados esperados.
Após a obtenção das prioridades e metas do auditado, em relação ao
processo desenvolvido, o auditor estabelece os pontos convergentes destes
dados com os objetivos da auditoria que serão propostos para área.
Para a existência de uma parceria real, auditor x auditado, visando à
obtenção de trabalhos que agreguem valor aos processos, os objetivos
propostos no projeto, além de deslumbrarem a verificação e analise de todo os
riscos inerentes, tem de estar em linha com as prioridades e metas do
auditado.
O auditor demonstrado que as prioridades e metas do auditado,
também estão incluídas no escopo de seu trabalho, facilita a sua cooperação e
esclarece que sem ela, será impossível identificar as possíveis melhorias ao
processo.
Estabelecidos os pontos de convergência, o auditor avalia, através de
levantamento prévio dos dados envolvidos, do macro fluxo do processo e do
entendimento sumarizado dos procedimentos adotados, qual seriam os riscos
inerentes envolvidos, classificando sua importância como: alta, média e baixa.
3.1 - Levantamento Prévio
Para um entendimento prático disto, no caso de uma auditoria sobre a
área de vendas, serão questionados aspectos como:
a) Qual o tamanho da carteira de clientes com que a empresa trabalha;
32
b) As vendas apresentam-se pulverizados ou centralizados em alguns poucos
clientes;
c) Qual o volume de vendas ocorridas no período base da auditoria;
d) Qual a quantidade de cancelamentos e seu percentual sobre as vendas,
neste mesmo período;
e) Quais os canais de vendas utilizados pela empresa;
f) Qual é a estrutura do departamento de vendas, a importância e
responsabilidade de cada setor envolvido;
g) Qual a receita obtida no período, confrontando seu total com os períodos
anteriores.
É muito importante que esta fase tenha o envolvimento da alta gestão
do processo, imprescindível ao entendimento da necessidade de se ter dados
confiáveis sobre o processo. O envolvimento da alta gestão facilita a
disponibilidade destes dados pelas áreas que dão suporte ao processo,
deixando clara a importância de sua integridade e exatidão.
3.2 - Macro fluxo do processo e do entendimento sumarizado
dos processos adotados
O auditor obtém esta visão através de uma entrevista junto aos
principais responsáveis pela gerência do desempenho do processo. Não
podemos nos prender a detalhes neste momento, uma vez que não se trata de
um levantamento do sistema, mas apenas do conhecimento dos grandes
objetivos envolvidos e dos principais controles adotados para seu suporte.
O auditor deve ser pratico ao extremo, obtendo do auditado uma visão
bem macro do processo. O imprescindível neste momento é identificar quais
as principais etapas do processo, o objetivo de cada uma delas e quais os
controles que suportam estes objetivos.
33
3.3 - Avaliação dos Controles Internos
A forma para documentação dos procedimentos, avaliados com um
enfoque de auditoria de processo, representa uma ferramenta que possibilita
ao auditor demonstrar, para cada fase do processo auditado:
a) O fluxo dos procedimentos exercidos;
b) A descrição das informações e dados envolvidos nestes procedimentos;
c) O objetivo da fase avaliada;
d) Os riscos envolvidos pelo não atendimento deste objetivo;
e) Os controles adotados para suportar estes riscos;
f) A análise da auditoria, se os controles efetivamente suportam ou não riscos
identificados;
g) Os procedimentos de auditoria que serão executados para avaliação dos
controles internos adotados.
Ao término desta avaliação, o auditor tem todas as condições de
identificar e demonstrar de forma gráfica, as causas e efeitos apresentados
para cada ponto de controle existente no processo auditado.
Para execução destes o auditor terá que considerar não só o fluxo
levantado e documentado em seu trabalho mais também todas as normas e
políticas internas estabelecidas pela empresa. Estes procedimentos serão por
amostragem, dentro da abrangência e âmbito que o auditor julgar necessário a
obtenção de segurança do trabalho e estarão documentadas em formulário
34
denominado: programa de trabalho, que se trata de um papel que consolida
todos os procedimentos executados pelo auditor com os papéis e documentos
que suportam suas conclusões.
Os procedimentos de auditoria podem envolver inúmeras formas de
testes e analises, mas o importante é se optar pelo teste mais eficaz e
produtivo, considerando fatores como:
a) O resultado previsto para o trabalho;
b) O tempo disponível para sua execução;
c) A mão de obra disponibilizada;
d) A necessidade de especialização técnica ou de terceirização do
procedimento;
e) Os custos envolvidos.
Os procedimentos que tem como finalidade verificar o cumprimento
das normas e rotinas determinadas pela empresa propicia à constatação de
possíveis perdas financeiras ou prejuízo a imagem da empresa, pela existência
de fatos tais como:
a) Não atendimento das metas estabelecidas por órgãos reguladores ou
elevadas volume de reclamações junto aos órgãos controladores dos
direitos dos consumidores;
b) Distorção ou não aplicação das tabelas e condições de negociação
estabelecidas pela empresa;
c) Atraso no registro de suas obrigações legais/ tributárias ou sua execução de
forma indevida.
d) Não cumprimento do limite da alçada.
35
Como vemos a execução dos procedimentos relativos às Normas e
Rotinas determinadas pela empresa, possuem um teor de verificação se os
processos estão sendo praticados dentro das definições, critérios e parâmetro
previamente definidos pela Empresa.
3.4 - Elaboração do Relatório de Auditoria
O resultado esperado de uma Auditoria de Processo recai na
possibilidade de ganhos financeiros ou na qualidade do processo avaliado,
considerando:
a) Eliminação de prejuízos à imagem da empresa perante seus clientes e o
mercado utilizado em suas operações;
b) Melhora na qualidade dos processos tornando-os mais precisos e rentáveis,
propiciando assim um melhor desempenho;
c) Identificação das mudanças ou adaptações necessárias aos procedimentos
e rotinas desenvolvidos, visando à agilidade, melhor controle e eficácia das
operações envolvidas.
d) Recuperação, diminuição ou extinção das Perdas Financeiras existentes;
Para documentar os controles onde foram identificadas as
necessidades de alguma melhoria, o auditor de processo, visando à
demonstração e caracterização do valor agregado em seu trabalho, deve ter a
preocupação de mostrar de forma clara e objetiva os seguintes aspectos:
a) Descrição Objetiva do Problema ou Falha identificada;
b) Causas apresentadas;
c) Risco e Implicação decorrente;
36
d) Breve históricos e padrões adotados;
e) Mensuração, quando possível, dos efeitos destas implicações;
f) Definição das possíveis ações corretivas.
Esta documentação se dá através do comumente chamamos de
Pontos de Controle Interno ou Pontos de Auditoria. Trata-se um documento
que consolida todas as melhorias de processo identificadas durante o trabalho
do auditor, servindo como uma espécie de rascunho do relatório final do
trabalho.
As Diretorias envolvidas e Gerências correlatas, podem não ter um
nível de conhecimento da operação que permita o entendimento dos fatos que
estejam impactando o processo, sem um pequeno breve histórico sobre sua
forma de atuação ou características e fatos peculiares ao contexto de sua
evolução.
Ao mesmo tempo, após a descrição destes aspectos preliminares, é
importante que os padrões adotados sobre os processos analisados sejam
também demonstrados, visando tornar claros os procedimentos, limites de
alçada, controles e demais formas adotadas na execução de suas operações.
3.5 - Descrição Objetiva do Problema ou Falha
Identificada
Uma descrição detalhada e objetiva dos problemas identificados se
torna quase uma redundância ser dito com importante na documentação dos
Pontos de Auditoria, que tem como finalidade à demonstração de problemas
que estejam impactando o processo. Porém, existem algumas regras
37
importantes a serem consideradas no momento da redação e divulgação dos
problemas ou falhas identificadas na auditoria.
Mesmo que seja relatado da forma mais eficaz possível, a mera
apresentação dos problemas identificados, sem a definição dos motivos
apontados para sua existência, deixa implícito que sua identificação não seria
atribuição do auditor. A identificação das causas dos problemas identificados é
fato primordial ao sucesso do trabalho do auditor de processo. Sem elas não
teria sentido toda a análise e trabalho realizado.
Para demonstrar os riscos decorrentes assim como às possíveis
consequências da falta de controle que suporte a sua inexistência, é
imprescindível ser redigido um texto claro e objetivo.
“Os riscos devem ser de simples entendimento, estabelecendo uma
situação que proporcionem problemas.”7
O auditor tem a obrigação de identificar junto à área auditada, quais as
ações devidas para a eliminação dos pontos de auditoria levantados em seu
trabalho. É primordial que fique claro, junta à área auditada, que esta ação
será de sua responsabilidade, e que de forma objetiva e operacionalmente
viável, deverá atuar sobre as causas apontadas, suportando a inexistência dos
riscos e implicações decorrentes.
Trata-se na verdade de um Plano de Ação, conteúdo:
a) Responsável por sua execução;
b) Período de sua execução;
c) Ações previstas.
7 JUND, Sérgio V.D.S. Auditoria: Conceitos, normas, técnicas e procedimentos: teoria e 800 questões. Rio de Janeiro, Impetus, 2004.p.42.
38
A definição da ação corretiva, apesar de ser de responsabilidade da
área auditada, deve ter a participação e o acordo do auditor, que analisará se
sua implantação realmente tratara as causas identificadas e suportara os
riscos e consequências identificadas no ponto. É imprescindível que estas
ações sejam divulgadas e aprovadas pelos seus responsáveis durante a
execução do trabalho do auditor, ou seja, enquanto ainda esteja sendo
desenvolvido o trabalho de campo.
3.6 - Acompanhamento do plano de ação
O auditor tem que exercer um procedimento de acompanhamento da
adoção das ações corretivas concluídas em seu trabalho, que via de regra é
conhecida com “Follow-up”. A partir de sistemas internos, desenvolvidos pela
própria área de Auditoria de Processo ou adquiridos no mercado, todas as
ações corretivas, responsáveis e datas acordadas nos pontos de controle são
armazenadas para o controle de sua implantação. Cabe ressaltar que o Follow-
up é um perfeito termômetro sobre a importância e valor dados pela área
auditada aos resultados apontados pelo trabalho de auditoria. O cumprimento
e a realização das ações corretivas, dentro do prazo estabelecido, denotam
que a área auditada reconheceu a importância das mudanças geradas e o
valor agregado com base na adoção das ações corretivas concluídas.
O sucesso na implantação das ações corretivas é um grande passo, e
tem uma representatividade imensa para o trabalho do auditor, mas, se
considerando todos os aspectos estudados até então, o valor agregado com as
ações corretivas deverá ser mensurado, a partir dos resultados gerados após a
adoção das ações corretivas.
Porém, para que parte da idealização e consequentemente dos méritos
dos valores agregados com sua adoção sejam divididos com a Auditoria de
Processo, é importante a constatação do alcance dos ganhos previstos, na
conclusão do trabalho.
39
Neste contexto, o auditor de processo terá uma participação
equiparada a um consultor, identificando, junto à área auditada os resultados
obtidos a partir da adoção da ação corretiva. Claro que será importante manter
a independência sobre as ações tomadas, porém, será inclusive a
oportunidade de o auditor estar avaliando se as ações adotadas estão sendo
continuadas de forma a possibilitar os ganhos previstos.
CONCLUSÃO
40
Todos os atos administrativos e fatos contábeis que compõe as
atividades de uma empresa são compostos por processos, o que requer das
organizações controles específicos e procedimentos de auditoria adequados.
Percebe-se que, dependendo do Processo, a administração da
organização define os níveis de Riscos que estariam dispostos a assumir,
entretanto cabe ao trabalho do Auditor de Processos realizar sua avaliação dos
Controles e aportar os Riscos daquele processo.
Em muitos casos, o custo de um Controle não compensa, e é mais
conveniente conviver com os Riscos (o custo do Risco é menor que a
implantação do Controle). Vale ressaltar que a ocorrência dos Riscos pode ser
intencional (fraudes) ou não. De certa forma pode-se dizer que a Auditoria em
Processos é um valioso instrumento para que os resultados contábeis da
empresa reflitam as suas operações.
No cenário contemporâneo dos negócios é comum observarmos que
as empresas precisam a cada dia ter uma transparência com a visão de
minimizar os custos maximizando os seus lucros. A função de auditoria de
processos é servir como uma ferramenta de suporte a gestão através de uma
avaliação, melhoria e fortalecimento dos fluxos de processos organizacionais e
controles internos aplicáveis.
Concluiu-se que a importância da Auditoria em processos nas
empresas é evidente, pois no cenário contemporâneo dos negócios é comum
observarmos que as empresas precisam a cada dia ter uma transparência com
a visão de minimizar os custos maximizando os seus lucros. A função de
auditoria de processos é servir como uma ferramenta de suporte a gestão
através de uma avaliação, melhoria e fortalecimento dos fluxos de processos
organizacionais e controles internos aplicáveis.
Portanto este trabalho teve por objetivo em chamar a atenção para a
crescente importância da auditoria de processos nas organizações e que esta
41
pode ser entendida como uma ferramenta de apoio a gestão através da
avaliação, melhoria e fortalecimento de fluxos de processos organizacionais e
dos controles internos aplicáveis.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
42
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 5ª
edição. São Paulo: Editora Atlas, 1994.
ATTIE, William. Auditoria conceitos e aplicações, ed. Atlas, 1998, p. 24.
CRUZ, Flávio da. Auditoria governamental, Ed. Atlas, 1997, p. 35.
DIAS, Sergio Vidal dos Santos. Auditoria de Processos. Niterói, RJ: Impetus,
2004.
GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria de Negócios - São Paulo: Atlas, 2000.
GONÇALVES, Juliano P. Desafios. Desafios atuais para Auditoria - Niterói, RJ,
2007.
JUND, Sergio. Auditoria: Conceitos, Normas, Técnicas e Procedimentos:
Teoria e 800 questões - Estilo ESAF, UNV e outras Bancas Examinadoras. 6ª
Edição - RJ Editora Impetus – 2004
KOTLER, Phelip. Administração de Marketing. Nova Milênio, 2000.
MELO, Moisés Moura de. Auditoria Contábil. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora:
Freitas Bastos, 2012.
MOURÃO, Luiz Antônio de Freitas. Auditoria Básica - Rio de Janeiro, FGV,
2007.
SÁ, Antonio L. Curso de Auditoria. 5. ed. São Paulo, Atlas, 1998.