documento protegido pela lei de direito autoral · 2013. 1. 15. · dia 8 de fevereiro de 1858,...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUSTENTABILIDADE NO TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Por: Carlos André Ferreira
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUSTENTABILIDADE NO TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Sistemas Integrados em QSMS/SGI.
Por: Carlos André Ferreira.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda graça e dons concedidos e à
minha família que em toda a jornada me
apoiou e incentivou.
4
DEDICATÓRIA
Dedico à minha esposa e meu filho que em
todos os momentos difíceis e de ausência
estiveram junto de mim.
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RESUMO
Este trabalho relata a importância do desenvolvimento sustentável no
transporte humano e de carga. Sugere a implementação da modalidade
ferroviária, como meio de transporte de massa, a fim de mitigar os efeitos
nocivos que outros modais causam ao meio ambiente.
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METODOLOGIA
A metodologia adotada consistiu na análise de livros, teses,
dissertações, sites e revistas especializadas que abordassem a
sustentabilidade do transporte ferroviário e, por fim, nortearam o embasamento
teórico deste trabalho.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA FERROVIA 10 CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 18 CAPÍTULO III - O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 23 CAPÍTULO IV - O SISTEMA FERROVIÁRIO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
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CONCLUSÃO 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39 ÍNDICE 43
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INTRODUÇÃO
Diante do grande desenvolvimento socioeconômico da humanidade,
dos efeitos da globalização, do próprio crescimento populacional e de uma
alarmante preocupação com o meio ambiente devido às mudanças climáticas e
poluição, a comunidade internacional vem desde o século passado
investigando maneiras adequadas para tratar do assunto de modo a preservar
ou mitigar os efeitos negativos causados pelo desenvolvimento humano.
Dentro desse contexto, este trabalho visa abordar o transporte
ferroviário como uma das alternativas de fundamental importância para
amenizar os impactos ambientais relativos à emissão de gases poluentes
liberados pelo principal meio de transporte utilizado no Brasil: o transporte
rodoviário.
Com o objetivo de evidenciar a efetiva contribuição para o
desenvolvimento socioeconômico da sociedade brasileira, em função da
expansão do transporte ferroviário, é mister que se conheça um pouco da
história de sua implantação e atividade, tema abordado no capítulo I.
E analisando o percurso histórico das vias férreas, cabe salientar que,
os impactos ambientais gerados relativos a ela são diversos, por isso a
sustentabilidade na implantação de modais ferroviários se faz imperativa, assim
como em qualquer transporte.
Perante tal urgência de preservação ambiental, atualmente, é
indispensável refletir na atividade de transporte – seja humano, seja de carga –
pois, é vista como uma das principais responsáveis pela degradação do meio
ambiente. Portanto, adequar a necessidade do transporte à sustentabilidade é
uma premissa fundamental, como pode ser visto no Capítulo II.
Se de um lado, faz-se indispensável a atividade de transportar, de
outro lado, tal prática não pode agravar problemas já existentes, isto é, o
homem, a sociedade em geral, devem repensar e reaprender a lidar com essa
questão. Desta forma, o Capítulo III aborda o Sistema de Gestão Ambiental
(SGA), que dá diversas orientações sobre o gerenciamento na implementação
do sistema ferroviário, de maneira sustentável.
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No Capítulo IV são observadas as estruturas do sistema ferroviário da
cidade do Rio de Janeiro e um estudo avaliativo, no qual se contemplam
melhorias ambientais para o sistema.
Considerando o objetivo a ser alcançando no trabalho, a Conclusão
ressalta a sustentabilidade no transporte ferroviário, e as características que
indicam e comprovam a escolha deste transporte – embora seja menos
utilizado no Brasil – ser a mais acertada. Uma vez que o transporte ferroviário é
menos poluente que o rodoviário e mais rápido do que o hidroviário, portanto,
torna-se econômico e ambientalmente viável.
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CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA FERROVIA
Segundo dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transporte), o surgimento do modal ferroviário se dá na Revolução Industrial, a
partir do século XIX. James Watt, em 1705, aperfeiçoando a descoberta feita
por Newcomen criou a máquina a vapor, que posteriormente seria a base da
locomotiva. A primeira locomotiva, que deu início à era das ferrovias, foi feita
por George Stephenson em 1814. No início da segunda metade do século XIX,
a invenção de Stephenson já se desenvolvia na Europa e na América do Norte.
Ao menos 3.000 quilômetros de via férrea estendiam-se no Velho Continente e
5.000 nos Estados Unidos. No Brasil, pode-se dizer que as primeiras iniciativas foram dadas em
1828 quando o governo imperial autorizou a construção e exploração de
estradas em geral, com o propósito de interligar as diversas regiões do país.
Em 1835 o governo, por meio de lei, ofereceu privilégios pelo prazo de 40 anos
às empresas que se comprometessem em construir estradas de ferro, porém o
incentivo não despertou interesse.
Destaca-se que, até a chegada das ferrovias no Brasil, o transporte
terrestre de mercadorias se processava no lombo dos burros em estradas
carroçáveis. Naquela época, os portos fluminenses de Parati e Angra dos Reis
exportavam cerca de 100 mil sacas de café, provenientes do Vale do Paraíba.
Em São Paulo, anualmente, chegavam ao porto de Santos cerca de 200 mil
bestas carregadas com café e outros produtos agrícolas.
Mais tarde, em 1852 o governo, por meio de outra lei, ofereceu mais
vantagens para qualquer empresa que se propusesse construir e explorar
estradas de ferro em qualquer parte do país. Aproveitando-se dessa
oportunidade, o Barão de Mauá (Irineu Evangelista de Souza) recebeu a
concessão para a construção e exploração de uma linha férrea entre Rio de
Janeiro e Raiz da Serra, em direção à cidade de Petrópolis.
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Entusiasta dos meios de transporte, especialmente das ferrovias, a ele
se devem os primeiros trilhos lançados em terra brasileira e a primeira
locomotiva denominada “Baronesa”. A primeira seção, de 14,5 km e bitola de
1,68m, foi inaugurada por D. Pedro II, no dia 30 de abril de 1854. A estação de
onde partiu a composição inaugural receberia mais tarde o nome de Barão de
Mauá.
A Estrada de Ferro Mauá, permitiu a integração das modalidades de
transporte aquaviário e ferroviário, introduzindo a primeira operação intermodal
do Brasil. Nesta condição, as embarcações faziam o trajeto inicial da Praça XV
indo até ao fundo da Baía de Guanabara, no Porto de Estrela, e daí, o trem se
encarregava do transporte terrestre até a Raiz da Serra, próximo a Petrópolis.
A empresa de Mauá, que operava este serviço, denominava-se “Imperial
Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis”.
A locomotiva “Baronesa”, utilizada para tracionar a composição que
inaugurou a Estrada de Ferro Mauá, continuou prestando seus serviços ao
longo do tempo e foi retirada de circulação após 30 anos de uso. Foi a primeira
locomotiva a vapor a circular no Brasil e transformada, posteriormente, em
monumento cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Esta locomotiva, por seu importante papel, como pioneira, constitui pedaço da
história da ferrovia brasileira.
Após a inauguração da Estrada de Ferro Mauá, sucederam-se as
seguintes ferrovias:
A ferrovia Recife – São Francisco, a segunda inaugurada no Brasil, no
dia 8 de fevereiro de 1858, quando correu o primeiro trem até a vila do Cabo,
em Pernambuco. Esta ferrovia, apesar de não ter atingido a sua finalidade – o
rio São Francisco – ajudou a criar e desenvolver as cidades por onde passava
e constituiu o primeiro tronco da futura “Great Western”.
A Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II foi inaugurada em 29 de
março de 1858, com trecho inicial de 47,21 km, da Estação da Corte a
Queimados, no Rio de Janeiro. Esta ferrovia se constituiu em uma das mais
importantes obras da engenharia ferroviária do País, na ultrapassagem dos 412
metros de altura da Serra do Mar, com a realização de colossais cortes, aterros
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e perfurações de túneis, entre os quais, o Túnel Grande com 2.236 m de
extensão, na época, o maior do Brasil, aberto em 1864.
A Estrada de Ferro D. Pedro II, através do trabalho dinâmico de seus
operários e técnicos, transformou-se, mais tarde (1889) na Estrada de Ferro
Central do Brasil, um dos principais eixos de desenvolvimento do país.
Um dos fatos mais importantes na história do desenvolvimento da
ferrovia no Brasil foi a ligação Rio – São Paulo, unindo as duas mais
importantes cidades do país, no dia 8 de julho de 1877, quando os trilhos da
Estrada de Ferro São Paulo (inaugurada em 1867) se uniram com os da
Estrada de Ferro D. Pedro II.
A política de incentivos à construção de ferrovias, adotada pelo
Governo Imperial, trouxe algumas consequências ao sistema ferroviário do
país, que perduram até hoje, tais como:
• Grande diversidade de bitolas (espaçamento entre os trilhos) que
vem dificultando a integração operacional entre as ferrovias;
• Traçados das estradas de ferro excessivamente sinuosos e
extensos;
• Estradas de ferro localizadas no país de forma dispersa e isolada.
Em São Paulo, as estradas de ferro foram decorrência natural das
exportações agrícolas. Pode-se afirmar que existe uma relação natural entre a
expansão da produção cafeeira do Vale do Paraíba e a construção de estradas
de ferro naquela região. A construção de ferrovias em São Paulo iniciou-se
após a primeira metade do século XIX, formando verdadeira rede de captação
do café em direção ao Porto de Santos. De 1867 até a década de 1930
existiam 18 ferrovias, sendo que, deste total, metade, com extensões inferiores
a 100 km, serviam de ramais de captação de cargas para as grandes e médias
companhias.
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Em 1922, ao se celebrar o 1º Centenário da Independência do Brasil,
existia no país um sistema ferroviário com, aproximadamente, 29.000 km de
extensão, cerca de 2.000 locomotivas a vapor e 30.000 vagões em tráfego.
Destacam-se alguns fatos relevantes para o sistema ferroviário do país,
ocorridos no período de 1922 a 1954, tais como:
• Introdução da tração elétrica, em 1930, para substituir, em
determinados, trechos a tração a vapor;
• Em 1939 ocorreu o início da substituição da tração a vapor pelo
diesel elétrico. Este processo, interrompido durante a Segunda
Guerra Mundial, foi intensificado na década de 1950.
• Em 1942 foi criada a Companhia Vale do Rio Doce, que absorveu a
Estrada de Ferro Vitória a Minas (construída a partir de 1903). Esta
ferrovia foi então modernizada com o objetivo de suportar o tráfego
pesado dos trens que transportavam minério de ferro entre as jazidas
de Itabira, em Minas Gerais, e o Porto de Vitória, no Espírito Santo.
O Governo Vargas, no final da década de 1930, iniciou um processo de
saneamento e reorganização das estradas de ferro e promoção de
investimentos, pela encampação de empresas estrangeiras e nacionais,
inclusive estaduais, que se encontravam em má situação financeira. Assim,
foram incorporadas ao patrimônio da União várias estradas de ferro, cuja
administração ficou a cargo da Inspetoria Federal de Estradas – IFE, órgão do
Ministério da Viação e Obras Públicas, encarregado de gerir as ferrovias e
rodovias federais.
Dentre os objetivos da encampação das estradas de ferro pela União
podem-se destacar: evitar a brusca interrupção do tráfego, prevenir o
desemprego, propiciar a melhoria operacional, objetivando a reorganização
administrativa e a recuperação de linhas e material rodante.
No início da década de 1950, o Governo Federal, com base em amplos
estudos decidiu pela unificação administrativa das 18 estradas de ferro
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pertencentes à União, que totalizavam 37.000 km de linhas espalhadas pelo
país.
1.1 - A Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – RFFSA
Em 16 de março de 1957 foi criada pela Lei n.º 3.115 a sociedade
anônima Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, com a finalidade de
administrar, explorar, conservar, reequipar, ampliar e melhorar o tráfego das
estradas de ferro da União a ela incorporadas, cujos trilhos atravessavam o
País, servindo as regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Em 1969, as ferrovias que compunham a RFFSA foram agrupadas em
quatro sistemas regionais:
• Sistema Regional Nordeste, com sede em Recife;
• Sistema Regional Centro, com sede no Rio de Janeiro;
• Sistema Regional Centro-Sul, com sede em São Paulo; e
• Sistema Regional Sul, com sede em Porto Alegre.
No ano de 1976 foram criadas pela RFFSA as Superintendências
Regionais – SRs, em número de 10, posteriormente ampliado para 12, com
atividades orientadas e coordenadas por uma Administração Geral, sediada no
Rio de Janeiro. Após este período, o Governo Federal, iniciou o processo de
desestatização da Rede Ferroviária Federal.
1.1.1 - O Processo de desestatização
De 1980 a 1992, os sistemas ferroviários pertencentes à Rede
Ferroviária Federal S.A. – RFFSA e à FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., foram
afetados de forma dramática, quando os investimentos reduziram-se
substancialmente, atingindo, na RFFSA em 1989, apenas 19% do valor
aplicado na década de 1980. Em 1984, a RFFSA, encontrava-se
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impossibilitada de gerar recursos suficientes à cobertura dos serviços da dívida
contraída. A empresa suportava sério desequilíbrio técnico-operacional,
decorrente da degradação da infra e da superestrutura dos seus principais
segmentos de bitola métrica e da postergação da manutenção de material
rodante, que ocasionaram expressiva perda de mercado para o modal
rodoviário.
Na impossibilidade de gerar os recursos necessários para continuar
financiando os investimentos, o Governo Federal colocou em prática ações
voltadas à concessão de serviços públicos de transporte de carga à iniciativa
privada.
O processo de desestatização da RFFSA foi realizado com base na Lei
n.º 8.987/95, (Lei das Concessões). Esta lei estabeleceu os direitos e
obrigações para as partes envolvidas no processo de concessão, definindo
ainda, o princípio da manutenção do equilíbrio econômico e financeiro e os
direitos dos usuários.
Com essas informações apresentadas de forma abreviada, relataram-
se os fatos mais importantes da história ferroviária brasileira, desde as
primeiras iniciativas do Governo Imperial, no século XIX, até os dias atuais.
1.1.2 - Condições das ferrovias no Brasil
O Brasil conta com 29.000 km de malha ferroviária. Hoje apenas 10%
desta malha estão em pleno uso (capacidade total). Outros 7 mil quilômetros
são usados abaixo da capacidade e o restante (13 mil quilômetros) estão
sendo subutilizados (ALVES, 2010).
Graças aos modelos de concessões adotados pelo governo e as
políticas de incentivos adotadas desde a época do governo imperial o modal
ferroviário no Brasil, hoje, sofre com a falta de infraestrutura e a falta
investimentos e padronização.
Ainda segundo ALVES, algumas consequências desses modelos são a
disparidade do tamanho das bitolas – no país existem bitolas métricas e bitolas
de 1,60 metros – o que dificulta muito a integração entre as ferrovias e o
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crescimento das mesmas. Outro problema, também consequente de ações
passadas é a localização de forma dispersa e isolada das ferrovias.
O que acontece hoje no Brasil é que, o modelo de concessão adotado
pelo governo, é falho em definir quem tem a responsabilidade de investir no
desenvolvimento das ferrovias no país. De acordo com o modelo em vigor, todo
o investimento feito pelas concessionárias não dará nenhum retorno ao fim da
concessão. Sendo assim, as empresas não investem, pois não terão retorno
após o fim do período de concessão. A ideia do Governo agora é reformular o
modelo de concessões a fim de fazer com que as empresas que detém tais
ferrovias as coloquem em operação.
Outro grande problema enfrentado no modelo ferroviário são as
invasões e as passagens de nível. Ambas geram problemas sérios em relação
à segurança e à velocidade com que se consegue fazer a movimentação dos
vagões. Tais problemas acarretam em custos mais altos e consequentemente
em maiores preços para o setor.
O transporte ferroviário é um dos principais elementos catalisadores do
desenvolvimento econômico, social e ambiental integrado e sustentável de uma
região. Rápidos, baratos e seguros. Os ambientes urbanos só têm a ganhar
com os trens.
O trem revolucionou a questão dos transportes no século XIX.
Principalmente após a Revolução Industrial, quando esse transporte foi
fundamental para a deslocação das matérias-primas para as fábricas e também
para levar produtos até as pessoas de regiões distantes.
Ao longo do século XIX e na primeira metade do século XX,
principalmente na Europa e na América do Norte, muitas ferrovias foram
construídas promovendo a integração nacional, estimulando o comércio e
facilitando a circulação de pessoas e mercadorias.
Em alguns países, como os Estados Unidos e o Canadá, foram
construídas grandes ferrovias, algumas que até cruzam o território, ligando os
oceanos Atlântico e Pacífico. No entanto, entre as décadas de 1940 e 1960,
houve certo declínio das ferrovias, que cederam lugar às estradas de rodagem.
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Foi então no governo de Juscelino Kubitschek que a escolha pelo
transporte sobre rodas ocorreu, com a instalação da indústria automobilística
no Brasil.
Atualmente, se a malha ferroviária brasileira fosse dividida pela
extensão do País, certamente teríamos números bem menores que os
europeus pelo fato de, não só o Brasil, mas diversos países em
desenvolvimento optarem pelo investimento em transportes rodoviários a partir
da década de 50. E também, pela topografia, que entre planalto e portos,
sempre há uma serra no Brasil. E vencê-las por ferrovia é especialmente caro,
em função das exigências.
A partir da década de 70, os transportes sobre trilhos voltaram a ter
uma ascensão, graças a vários fatores. A crise do petróleo, o desenvolvimento
tecnológico - que trouxe modernidade para o setor de transportes - além da
própria expansão populacional urbana, foram alguns dos motivos que exigiram
maiores investimentos em transportes de massa.
E essas necessidades continuam tão atuais - e talvez até mais
urgentes - do que há quase 40 anos. Um dos maiores problemas da atualidade,
que pode ser verificado, principalmente, nos centros urbanos, é o crescimento
populacional aliado à facilidade em se adquirir um automóvel. Só isso já é o
suficiente para que o investimento no setor seja imprescindível.
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CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desde o início da efetiva preocupação com o meio ambiente, busca-se
um conceito que atenda às demandas trazidas pelo desenvolvimento
sustentável, de forma que a ser usado por órgãos especializados e também
com o intuito de educar a sociedade, o termo
foi inicialmente definido pela Comissão Brundtland, em 1987 como um desenvolvimento que permite às gerações presentes satisfazer suas necessidades sem impedir que as gerações futuras o façam (ou segundo uma variação recente, permitindo às gerações futuras fazer o mesmo) (LAVILLE, 2009).
O desenvolvimento sustentável caracteriza-se como processo de
transformação, em que se busca a harmonia da exploração dos recursos, da
direção dos investimentos, da orientação do desenvolvimento tecnológico e da
mudança institucional, a fim de reforçar o potencial presente e futuro do meio
ambiente como suporte das atividades econômicas da população.
Em torno deste conceito de desenvolvimento sustentável são
comportados alguns elementos que lhe dão o devido alicerce, que são o social:
melhoria da qualidade de vida da população, equidade na distribuição de renda
e de diminuição das diferenças sociais, todos devem ter acesso à possibilidade
de melhoria do bem estar econômico; o econômico: regularização do fluxo de
investimentos de empresas públicas e privadas, compatibilidade entre padrões
de produção e consumo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência
e tecnologia, os processos produtivos e financeiros devem ser responsáveis
com relação àquilo que é objeto de suas ações; e por fim, o ecológico: o uso
dos recursos naturais deve minimizar danos aos sistemas de sustentação da
vida, deve ser encaminhada dentro de limites e regras buscando a redução dos
resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia,
conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência.
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O momento mais marcante, para a reunião de ideias e orientações a
respeito do desenvolvimento sustentável na comunidade internacional, foi a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, onde se aprovaram uma série
de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, que é um plano de
ação mundial que busca colocar em prática programas a fim de paralisar o
processo de degradação ambiental.
Esses programas dividem-se em diversas áreas de concentração,
dentre elas: atmosfera, recursos da terra, agricultura sustentável,
desertificação, florestas, biotecnologia, mudanças climáticas, oceanos, meio
ambiente marinho, água potável, resíduos sólidos, resíduos tóxicos, rejeitos
perigosos, e outras.
A Agenda 21 apresenta como um dos principais fundamentos da
sustentabilidade o fortalecimento da democracia e da cidadania, através da
participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, combinando
ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de necessidades.
Resultou ainda da Agenda 21, quanto à sustentabilidade, a definição
de gerenciamento ambiental organizacional através da adoção das normas da
série ISO 14000, que será exposto mais adiante, a partir de um breve histórico
de gestão ambiental.
Assim, buscou-se o caminho do gerenciamento ambiental, que consiste
de um conjunto de medidas, ações e procedimentos bem definidos e
adequadamente aplicados que visam a reduzir e controlar os impactos
introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente (VALLE, 2000).
2.1 - Sustentabilidade no Transporte
O objetivo do transporte sustentável está diretamente relacionado aos
objetivos do desenvolvimento sustentável, uma vez que ambos buscam a
harmonia entre as necessidades de consumo e a prosperidade da atividade
econômica sem, contudo, ameaçar outras necessidades socioeconômicas.
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Esta relação direta entre o conceito de sustentabilidade aplicado ao
desenvolvimento como um todo e ao transporte não poderia deixar de existir,
uma vez que o transporte é um dos principais fatores de sucesso para o
desenvolvimento econômico e social de qualquer território ou organização.
Alinhado à definição de sustentabilidade e à sua aplicação no contexto
de transporte, um dos documentos da Agenda 21 propõe uma lista de seis
objetivos para a humanidade, a fim de tornar a atividade de transportes mais
sustentável (LIMA, F. S.; CALDAS, M. A. F.; SOUZA, T. S, 2008):
• Reduzir a demanda por transporte: O transporte ferroviário é, sem
dúvida, o mais eficiente e efetivo na maioria dos casos em que o
transporte terrestre não pode ser substituído pelo hidroviário. Em um
país de dimensões continentais como o Brasil, da mesma forma que
em grandes cidades como as grandes capitais dos nossos estados,
os trens e metrôs são as modalidades que atendem às necessidades
de transporte de grandes volumes de pessoas e de bens com maior
eficiência.
• Desenvolver o transporte público: tem grande alinhamento com a
modalidade ferroviária, tanto no transporte urbano quanto no
interurbano. No meio urbano, uma malha de metrô tem a
possibilidade de transportar um número de passageiros maior, a
maiores distâncias e em menor tempo que os ônibus. Além disso, o
metrô subterrâneo não provoca nem sofre com congestionamentos,
além de não colaborar para a desordem das grandes cidades. O
automóvel de passeio, que não é considerado transporte público, é o
mais ineficiente meio de transporte urbano, se comparado com o
metrô e o ônibus, consumindo três vezes mais energia que um trem,
para transportar o mesmo número de pessoas (Ivaldi, 2007). Em
trechos mais longos, em rotas intermunicipais, interestaduais ou
mesmo internacionais, a modalidade que mais se caracteriza como
“transporte de massa” é também o ferroviário.
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• Promover o transporte não motorizado: O transporte não motorizado,
ou seja, sem veículo algum ou de bicicleta, patins e afins, é
absolutamente inviável para o transporte de médias e grandes
distâncias, ou quando se é necessário transportar qualquer tipo de
carga considerável, ou ainda quando há limitações de tempo. Nesse
caso, faz-se necessário a substituição da expressão “não
motorizado” por “pouco motorizado”, e mais uma vez, o modal
ferroviário leva vantagem sobre o rodoviário.
• Integrar todos os aspectos de planejamento e manter a infraestrutura
pública: o transporte ferroviário não apresenta intrinsecamente
vantagens nem desvantagens diante dos outros modais. O ponto de
vista mais relevante, nesse caso, não é a comparação entre os
meios de transporte a fim de identificar o que mais se alinha ao
objetivo estratégico, e sim entender a sua essência e garantir que ele
seja aplicado, seja qual for o modal a ser adotado em cada momento
ou região. Todos os aspectos de planejamento devem estar
presentes e ser efetivamente praticados, já que da infraestrutura
depende fortemente o sucesso de qualquer tipo de projeto, seja de
engenharia, de negócio, de governo, de nação.
• Desenvolver e compartilhar os processos entre diferentes países e
comunidades: O sistema de transportes (quando eficaz, competente
e efetivo) tem uma função fundamental na integração regional
(Comissão Europeia, 2001), o que é mais que importante, em um
país com 27 estados que juntos têm mais de 5.500 municípios, um
território de 8.514.876,599 quilômetros quadrados e uma população
de mais de 170.000.000 habitantes (dados do IBGE), como o Brasil.
O país precisa de uma infraestrutura de transporte que efetivamente
integre as regiões, permitindo o fluxo de pessoas e mercadorias
através das distâncias que forem necessárias.
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• Mudar os padrões de consumo e produção da nossa sociedade: para
um desenvolvimento sustentável, o mundo precisa transportar
menos! Isso não significa, contudo, que a infraestrutura de transporte
tem que ser reduzida de uma maneira artificial e forçada, pois isto
geraria simplesmente um colapso logístico global. O objetivo deixa
clara a ordem dos fatos: os padrões de consumo de produção
(volumes, localizações, processos, etc.) devem mudar para que a
demanda por transporte diminua e, em consequência a essa redução
de demanda, a atividade se reduza naturalmente. O transporte, por
mais limpo e eficiente que seja ainda acarreta impactos negativos,
chamados os “impactos colaterais” pela Comissão Europeia, e a
tecnologia atual ainda não é capaz de neutralizá-los. A ideia geral é,
portanto, trabalhar em duas frentes: por um lado melhorar os
conceitos e tecnologias de transporte para que ele seja o mais limpo
possível e, por outro lado, reduzir o quanto for possível o uso de
transporte em escala global.
Diante de tais questões, o transporte ferroviário é um dos que mais se
alinham aos objetivos propostos pela Agenda 21, pois, ele impulsiona o
desenvolvimento econômico regional, gera empregos e reduz os custos de
manutenção das vias urbanas, elevando a arrecadação tributária. Além disso,
são gerados benefícios intangíveis como conforto, segurança, tranquilidade e
qualidade de vida.
23
CAPÍTULO III
O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) visa realizar um monitoramento
adaptativo e contínuo, através do qual, as Organizações definem seus
objetivos e metas relacionados à proteção ambiental, à saúde dos
trabalhadores e à qualidade de vida dos clientes e da sociedade de maneira
ampla. Proporcionando benefícios econômicos e estratégicos, além de
desenvolver práticas que visem harmonizar o crescimento econômico com o
equilíbrio ecológico no uso dos recursos naturais, através da implantação de
Sistemas de Gestão Ambiental (SEIFFERT, 2010).
As medidas de adoção de redução de impactos ambientais, presentes
e futuros, além de constituírem manifestações de responsabilidade social das
empresas, podem redundar em retorno econômico. Para que se chegue a este
esclarecimento e eficácia econômica, as empresas devem investir no
desenvolvimento de novos produtos geradores de receita, reduzir custos de
produção, introduzir mudanças tecnológicas, dentre outras atividades. Tudo
isso visando sempre uma maior eficiência no desempenho ambiental e
econômico.
Tais argumentos de caráter econômico, por si só, deveriam ser
suficientes para fundamentar a necessidade das empresas de assumirem
compromissos de zelar pela conservação dos recursos naturais e a qualidade
do meio ambiente. No entanto, no Brasil, de uma maneira particular, a
aplicabilidade da legislação ambiental carece de uma efetiva fiscalização,
impedindo que aqueles compromissos sejam devidamente alcançados.
Em face à crescente importância, dada à proteção ambiental e com o
objetivo de harmonizar globalmente os procedimentos de gestão ambiental
empresarial, foram criados grupos de trabalho para o desenvolvimento de
normas, no âmbito da International Standart Organization (ISO), contendo
diretrizes aplicáveis aos diferentes setores produtivos e regiões que
possibilitem uma gestão e um produto com qualidade ambiental.
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Na norma ISO 14001 encontram-se especificados os requisitos
gerenciais para estabelecer um SGA e obter a certificação, nos mais diversos
tipos de Organizações. Nela estão sistematizados os procedimentos
necessários para a definição dos princípios norteadores da política ambiental
da empresa.
Além de indicar a forma como serão planejadas e implementadas as
ações, fixam-se prazos e os recursos necessários para a sua
operacionalização, assim como os meios para verificar a eficiência e a eficácia
do planejamento previsto e das ações implementadas, o que permite realizar a
correção dos rumos para o atendimento aos princípios contidos na política. A
Norma estabelece que a alta direção da organização deverá submeter-se
periodicamente a revisões numa busca contínua de aperfeiçoar seu
desempenho ambiental.
A certificação da empresa, pela norma ISO 14001, assegura a todas as
partes interessadas (clientes, fornecedores, acionistas, força de trabalho,
comunidade, governo e organizações não governamentais, dentre outras) que
as práticas gerenciais para a manutenção e melhoria de seu desempenho
ambiental se ajustam ao estabelecido na norma, independente do setor e/ou
local onde a empresa esteja atuando. Ou seja, este instrumento propicia a
transparência e a unidade no fluxo de informações para o público interno e
externo das empresas sobre os procedimentos de gestão ambiental aplicados
por elas.
O SGA contribui para a ecoeficiência das empresas, enquanto prática
de produzir sempre bens e serviços mais úteis, concomitantemente à redução
contínua do consumo de recursos e da poluição, o que traduz a preocupação
em estabelecer a melhor relação possível entre atividade empresarial, meio
ambiente e necessidades humanas presentes e futuras (BARATA;
KLIGERMAN; MINAYO-GOMEZ, 2006).
25
3.1 - SGA para Implantação de Ferrovia
A norma ISO 14001 estabelece uma série de passos a serem seguidos
quando da criação e implementação de um Sistema de Gestão Ambiental –
SGA –, quais sejam, Definição da Política Ambiental da Empresa,
Planejamento de Ações, Implementação do SGA, Verificação e Ação Corretiva
e Revisão pela Administração.
Entretanto, estas ações são genéricas, válidas para qualquer tipo de
empresa e, portanto, não são específicas, assim, se faz necessário caracterizar
um de SGA para o caso particular da operação do transporte ferroviário.
Este SGA de uma empresa ferroviária deve levar as seguintes
considerações de implantação:
a) Comprometimento da alta administração da empresa ferroviária na
definição e aplicação de um SGA específico.
b) Levantamento das condições ambientais da ferrovia, isto é,
caracterização do passivo ambiental criado pelas atividades
desenvolvidas durante a operação da via.
c) Criar e aplicar procedimentos que identifiquem os aspectos
ambientais associados às atividades da ferrovia que possam vir a
compor o passivo ambiental por conta dos impactos negativos
gerados.
d) Para cada uma das não conformidades, isto é, para cada um dos
aspectos que constituem parte do passivo ambiental devem ser
definidas ações corretivas e/ou preventivas para mitigação.
e) Avaliar e disponibilizar as capacidades e mecanismos de suporte
necessários, identificando e designando recursos humanos, técnicos
e financeiros necessários, envolvendo todos os segmentos da
organização, criando procedimentos de comunicação interna e
definindo claramente os diferentes tipos de documentos para o
controle dos procedimentos aplicados.
26
f) Fazer orçamento da recuperação dos itens que compõem o passivo
ambiental e as medidas mitigadoras criadas para diminuir os
impactos gerados.
g) Esquematizar a recuperação dos itens do passivo ambiental por meio
de um cronograma de execução e de um responsável pela tarefa.
h) Verificar e controlar a efetividade das medidas mitigadoras aplicadas
bem como a ocorrência de novos impactos ambientais de forma a
garantir a melhoria continua do processo.
i) Desenvolver e implementar um Plano de Contingências para atender
as situações emergenciais.
Após esta análise da aplicação de um SGA de uma ferrovia em
determinado ambiente, serão brevemente verificados os impactos ambientais
que devem ser monitorados e mitigados, e suas vantagens.
3.1.1 Impactos ambientais
Os impactos ambientais que são causados pela operação do transporte
ferroviário, de maneira geral são: a poluição sonora, vibração, poluição do solo
e de cursos d’água, ocorrência de acidentes, entre outros.
Poluição sonora: seja qual for a fonte, o aumento da poluição sonora
pode causar problemas para os meios biótico e antrópico, tais como fuga de
animais nas áreas rurais, nervosismo e irritação dos vizinhos da via férrea. A
fim de reduzir o nível de ruído gerado pela operação ferroviária, têm sido
adotadas algumas medidas mitigadoras como utilização de trilhos longos
soldados, colocação de palmilha de borracha entre trilho e placa de apoio e
introdução de alguns sistemas isolantes como as barreiras de som de acrílico.
Além das novas tecnologias que estão surgindo, os serviços de reconstituição
e melhoria da linha e a substituição de alguns elementos gastos, podem
diminuir o nível de som.
Vibração: a propagação do som no sólido é chamada de vibração ou
trepidação. No caso da ferrovia, este tipo de problema pode ser observado
27
principalmente nos trechos elevados e subterrâneos. Da mesma forma que o
som, há limites máximos de trepidações e vibrações que se não forem
respeitados causam sensação desconfortável. A fim de reduzir o nível de
vibração estão sendo utilizados novos sistemas técnicos como, por exemplo, o
sistema massa-mola que foi incorporado no metrô de São Paulo e pode ser
entendido como uma massa com apoio elástico que, em função do
dimensionamento deste último e da massa da laje permite o amortecimento
das vibrações (ISOLINA, 2004).
Poluição do solo e de cursos d’água: A poluição do solo é definida
como a adição de matérias que podem modificar qualitativa e quantitativamente
as suas características naturais e utilizações. A poluição da água é a
incorporação à água de materiais estranhos como micro-organismos, produtos
químicos, resíduos industriais e de outros tipos, ou esgoto doméstico. Estas
poluições afetam aos meios bióticos, antrópico e físicos provocando a
mortandade de peixes e da vegetação aquática, a inibição do crescimento das
plantas e doenças em seres humanos e animais. O derramamento de óleo
diesel da locomotiva, a queda da carga na via e a lixiviação da água de chuva
são algumas das causas destas poluições.
Como medidas mitigadoras para estes impactos podem ser
recomendados a colocação de bandejas na parte inferior da locomotiva para
que o óleo diesel não atinja o solo; a fiscalização no carregamento dos vagões
na procura de evitar o excesso de carga; a colocação de mantas de proteção
segundo a carga e o uso controlado de produtos químicos na limpeza da
capina para evitar incêndios, contaminações e acidentes.
Ocorrência de acidentes ao longo da via férrea impacta os meios
antrópico e biótico e tem como fatores causadores a falta ou a inadequação da
sinalização, a invasão da faixa de domínio, negligência humana, vandalismo,
formação inadequada das composições, má condução do trem, problemas na
via permanente como trilhos danificados, falhas de comunicação do Centro de
Comunicação e Operação - CCO etc. Com finalidade de suavizar estes
impactos, podem ser recomendadas tais ações: cruzamentos em ângulo reto,
retirada da vegetação lateral, na procura de uma boa visibilidade da via;
28
instalação de sinais nos dois lados da ferrovia; proteção das passagens de
nível por barreiras corrediças, giratórias ou oscilantes; planejamento das
composições com tração distribuída conforme a quantidade de vagões,
treinamento dos maquinistas e dos operadores do CCO, manutenção e
fiscalização da via e da faixa de domínio da ferrovia.
Por fim, a malha ferroviária apresenta uma série de gargalos físicos e
logísticos. Esses entraves comprometem a competitividade, a eficiência e a
capacidade da malha nacional e dos corredores de transporte ferroviários. No
entanto, como observa este estudo, o transporte ferroviário, além de eficiente,
é altamente eficaz, em comparação com os outros modais de transportes,
quanto a sua aplicação dentro dos conceitos da sustentabilidade.
3.1.2 - Vantagens
Em termos de transporte, nenhum outro oferece tanta capacidade
de levar pessoas, ocupando menos espaço urbano, como os trens e metrôs.
Uma via férrea é capaz de transportar milhares de passageiros por hora e por
sentido. Segundo o professor-doutor da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, Telmo Giolito Porto (Rede da Sustentabilidade, 2010),
seria impossível transportar a mesma quantidade de pessoas, ocupando a largura de uma via, por veículos rodoviários, (...) é por esta razão que muitas vezes nos referimos aos sistemas sobre trilhos como troncais ou estruturadores, pois são capazes de receber a transferência de passageiros de outros modais e de garantir a vitalidade social e econômica nas metrópoles. São as artérias sobre as quais os arquitetos podem planejar uma cidade boa e bela. Num modelo ideal, os trens urbanos aproximam os passageiros do Centro, enquanto o metrô os distribui pelo centro. (REDE DA SUSTENTABILIDADE, 2010).
Outra vantagem do sistema ferroviário é a economia de tempo no
transporte, pois não há congestionamentos, que causam muito desconforto
para os usuários do transporte público e também para os cidadãos
motorizados, comprometendo a qualidade de vida de todos, além de propiciar
29
ao trabalhador/frequentador do modal ferroviário, menor desgaste na
locomoção, resultando em maior produtividade e melhor qualidade de vida.
O ganho ambiental é outra vantagem que o transporte sobre trilhos
apresenta. Apesar de sua obra causar impactos no ambiente, como ruído e
vibração, e provocar reflexos na fauna e na flora, ainda assim, de forma geral,
o investimento compensa. Os ganhos ambientais das ferrovias são muito
maiores que seus impactos negativos. Basta ver a questão da poluição, da
saúde pública e da menor agressão ao meio, em função de menor ocupação
do terreno.
O lucro humanístico, também pode ser observado. Os acidentes de
trânsito caem consideravelmente com esse transporte, gerando menos danos
às famílias e à sociedade de forma geral. Isso sem falar de outras vantagens,
como a diminuição dos tempos de viagem, a economia de combustíveis e a
redução de congestionamentos.
O transporte impulsiona o desenvolvimento econômico regional, gera
empregos e reduz os custos de manutenção das vias urbanas, elevando a
arrecadação tributária.
Dentre todos os modais de transporte o transporte ferroviário utiliza a
energia da forma mais eficiente e, a tração elétrica pode utilizar eletricidade
produzida pelas diversas fontes renováveis de energia.
Além disso, o transporte ferroviário oferece uma elevada capacidade
de transporte por área de solo ocupada, podendo transportar numa só viagem
um elevado número de passageiros. Sendo a forma mais segura de viajar, e
possuindo sistemas de segurança com elevado grau de redundância, regras de
operação rigorosas e investe numa manutenção exigente.
30
CAPÍTULO IV
O SISTEMA FERROVIÁRIO DA CIDADE DO RIO DE
JANEIRO
O sistema ferroviário do Rio de Janeiro funciona sob o regime de
Concessão, cuja infraestrutura de transportes (malha ferroviária, estações,
oficinas, trens) é de propriedade do Estado e sendo de responsabilidade da
Concessionária SUPERVIA a operação do sistema (SETRANS)
O sistema ferroviário urbano do Grande Rio atravessa 12 municípios, ao
longo de 99 estações espalhadas por 270 km de trilhos. Diariamente, mais de
500 mil pessoas são transportadas entre as estações e são 6 ramais que
interligam os municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro que
possuem as seguintes características:
1) Ramal de Deodoro - com 22,06 km de extensão e 19 estações,
inteiramente dentro do Município do Rio de Janeiro, atendendo os seguintes
pólos: Madureira, Méier, São Cristóvão, Praça da Bandeira e Central.
Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Central, Lauro Muller, São
Cristóvão, Maracanã, Mangueira, São Francisco Xavier, Riachuelo, Sampaio,
Engenho Novo, Méier, Engenho de Dentro, Piedade, Quintino, Cascadura,
Madureira, Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, Marechal Hermes e Deodoro.
2) Ramal de Japeri / Paracambi - com 47,31km de extensão e 16
estações, atendendo os seguintes pólos: Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados,
Japeri e Paracambi. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Ricardo
de Albuquerque, Anchieta, Olinda, Nilópolis, Edson Passos, Mesquita,
Juscelino, Nova Iguaçu, Comendador Soares, Austin, Queimados, Engenheiro
Pedreira, Japerí, Parada Dr. Eiras, Lages e Paracambi.
3) Ramal de Santa Cruz - com 32,71 km de extensão e 16 estações,
também inteiramente dentro do Município do Rio de Janeiro, atendendo os
seguintes pólos: Santa Cruz, Campo Grande e Bangu, Realengo.
Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Vila Militar, Magalhães
Bastos, Realengo, Padre Miguel, Guilherme da Silveira, Bangu, Senador
31
Camará, Santíssimo, Augusto Vasconcelos, Campo Grande, Benjamin do
Monte, Inhoaíba, Cosmos, Paciência, Tancredo Neves e Santa Cruz.
4) Ramal de Belford Roxo - com 33,00 km de extensão e 16 estações,
atendendo os seguintes pólos: Belford Roxo, São João de Meriti, Pavuna,
Madureira, Triagem, São Cristóvão e Central. Relacionamos a seguir as
estações desse ramal: Triagem, Jacarezinho, Pilares, Del Castilho, Tomaz
Coelho, Cavalcante, Mercadão de Madureira, Rocha Miranda, Honório Gurgel,
Barros Filho, Costa Barros, Pavuna, Vila Rosalí, Agostinho Porto, Coelho da
Rocha e Belford Roxo.
5) Ramal de Saracuruna - com 34,50 km de extensão e 15 estações,
atendendo os seguintes pólos: Duque de Caxias, Gramacho, Penha, Ramos,
Bonsucesso, Triagem, São Cristóvão e Central. Relacionamos a seguir as
estações desse ramal: Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha,
Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas, Vigário Geral, Duque
de Caxias, Gramacho, Campos Elíseos, Jardim Primavera e Saracuruna.
6) Sub-Ramal de Vila Inhomirim - com 15,38 km de extensão, bitola
estreita e 7 estações, sistema diesel, atendendo aos municípios de Duque de
Caxias e Magé. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Morabi,
Imbariê, Monte Belo, Parada Angélica, Piabetá, Fragoso e Vila Inhomirim.
A seguir o mapa da malha ferroviária do Rio de Janeiro sob concessão
da Supervia.
32
Figura 1: Ramais Ferroviários atendidos pela SUPERVIA
Extraída: Skyscraper City
33
4.1- Avaliação Ambiental Global
Segundo consta no Plano de Gestão Ambiental elaborado pela empresa
NCA Engenharia Arquitetura e Meio Ambiente Ltda. (SETRANS), a pedido da
Secretaria de Transportes em conjunto com a Concessionária SUPERVIA, o
sistema ferroviário de passageiros vem, na última década, passando por
reformas importantes com vistas à sua modernização e ampliação e melhoria
do atendimento à população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Estas
reformas, agora intensificadas no âmbito do Programa Estadual de Transportes
– PET II e de seu financiamento adicional, devem promover uma série de
benefícios ambientais a seguir comentados:
a) Recuperação de Importantes Passivos Ambientais:
Os investimentos realizados pela SuperVia, especialmente nos últimos
cinco anos, reverteram um quadro de passivos ambientais decorrentes da
situação caótica de operação e manutenção do sistema ao final da década de
90. Os investimentos previstos no âmbito do PET II e do financiamento
adicional deverão promover uma ampliação das ações de recuperação destes
passivos adequando a situação atual para os requisitos técnico-ambientais e
de sustentabilidade
b) Melhoria da Qualidade Ambiental:
A retomada da utilização do sistema ferroviário como um dos principais
modais de transportes de passageiros da RMRJ, em contraposição ao
transporte de passageiros de ônibus e veículos automotores individuais,
propiciará uma redução nos níveis de emissão de poluentes atmosféricos com
a consequente melhoria da qualidade do ar na RMRJ.
34
c) Melhoria da Qualidade de Vida da População:
O processo de adequação do sistema ferroviário de passageiros
promove ganhos sensíveis no tempo de percurso da população usuária de
sistema coletivo de transportes, em nível adequado de conforto ambiental –
trens modernos, com maior espaço físico, ar condicionado, sistema sanitário e
ambientalmente condizente, etc.
Os ganhos de tempo referem-se não só ao tempo de percurso, mas
também pelo menor tempo de espera entre as composições.
Adicionalmente, ao se transferir passageiros, hoje transportados por
ônibus e autos, para os trens, determina-se uma redução do número de
acidentes, atualmente verificados nas vias rodoviárias concorrentes, devido às
atuais possibilidades de colisões, atropelamentos, derrapagens, perda de
direção e outros problemas correlatos.
É importante considerar, também, que a proposta de ampliação da frota
beneficiará em especial os municípios mais carentes da Região uma vez que
dois ramais que terão sua frota aumentada, Japeri e Santa Cruz, são
justamente aqueles que servem aos locais mais vulneráveis – a Zona Oeste do
Rio e os municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Japeri.
d) Atração de investimentos e do capital privado, elevando a
competitividade dessas regiões quando comparadas a outras centralidades
urbanas:
A melhor gestão empresarial, social e ambiental do sistema ferroviário
de passageiros pode promover a permanência e a atração de atividades de
negócios e capitais motivando o fortalecimento de uma rede de serviços,
comércio e estimular a sustentabilidade econômica e ambiental da região
atendida pelo sistema.
35
e) Consolidação das estratégias de desenvolvimento sustentável
regional:
A modernização da frota de trens associada aos demais investimentos
previstos para o sistema ferroviário vem e à reversão das não conformidades
ambientais ainda existentes vêm ao encontro das premissas e diretrizes
estabelecidas pelas políticas ambientais em nível nacional e estadual. Isto
significa, em linhas gerais, o avanço à desejada situação de sustentabilidade
econômica, social, ambiental e institucional.
f) Segurança nos compromissos para a realização da Copa do Mundo e
das Olimpíadas 2016:
Os investimentos previstos no PET II e Financiamento Adicional vem
assegurar o atendimento de compromissos assumidos pelo Estado e município
do Rio de Janeiro, referente ao sistema de transporte ferroviário de
passageiros, junto à Organização da Copa do Mundo de Futebol e ao Comitê
Olímpico.
Embora haja projetos e investimentos, tanto do Governo do Estado
como da Concessionária SUPERVIA, segundo Herval Barros de Souza,
os projetos para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 estão longe de transformar a matriz de transportes e atender à crescente demanda da população. Não será desta vez que o Rio, a exemplo das grandes metrópoles no mundo, poderá ostentar como legado uma nova matriz de transporte de massa. Prevalecerá ainda o modal rodoviário, com graves problemas de mobilidade urbana - um dos desafios prioritários do desenvolvimento sustentável (AGETRANSP).
O transporte ferroviário pode ser a solução de um problema endêmico
na cidade do Rio de Janeiro, que são os grandes congestionamentos de
automóveis particulares e coletivos, principalmente, nos horários de grande
fluxo, designados de horários de “rush”, que ocasionam, dentre outras
36
situações, um maior gasto de tempo no deslocamento do trabalhador de sua
casa ao trabalho e vice-versa. No entanto, observa-se que a implementação de
Políticas Públicas adequadas para o setor ferroviário deve ser realizada
objetivando uma adesão plena ao que se propõe no desenvolvimento
sustentável.
37
CONCLUSÃO
O transporte de pessoas ou bens é uma atividade que se desenvolveu
ao longo dos tempos contribuindo para a expansão da humanidade, para a
ocupação dos espaços urbanos, com a relação entre os povos, com a
integração das culturas, com as atividades econômicas, dentre outras
circunstâncias. Sendo assim, o transporte é uma atividade de extrema
importância para a Humanidade.
O transporte ferroviário proporcionou uma grande revolução na
maneira de se transportar pessoas e bens de consumo, prestando uma
contribuição inigualável para o desenvolvimento sócio econômico de uma
região. Por onde a ferrovia passava ou se instalava foi possível agregar
valores, fixar sociedades e vislumbrar um novo horizonte de crescimento.
O setor de transportes urbanos do Brasil é fundamental para a melhoria
da qualidade de vida das cidades do país. Mas esse setor atravessa um
momento em que importantes políticas têm de ser delineadas para melhorar o
seu desempenho.
A modalidade ferroviária nunca alcançou a representatividade obtida
em outros países de grande extensão territorial. Embora este modal se alinhe
mais ao perfil do transporte sustentável, é interessante ressaltar que, para
longas distâncias, sua participação é a menor dentre todos os modais de
transporte no Brasil.
Em relação ao planejamento regional, é necessário ter o sistema de
transporte adequado para o que se quer transportar e entre os locais onde se
necessita de cada tipo de transporte. O trem como qualquer outro modo de
transporte deve estar atrelado a um plano de desenvolvimento econômico e
social da região em que se insere.
Para o uso mais responsável do transporte, é necessário selecionar
tecnologias mais limpas e mais eficientes do ponto de vista do uso de recursos
e níveis de emissões, o uso cada vez maior do transporte público e de massa
e, principalmente, a adoção de medidas de longo prazo que diminuam as
necessidades de transporte.
38
Assim sendo, a contribuição do transporte ferroviário para a
infraestrutura de uma cidade, de modo especial a do Rio de Janeiro, é de
grande relevância para colaborar com o desenvolvimento socioeconômico.
Tendo em vista os grandes eventos a porvir: Copa das Confederações,
Jornada Mundial da Juventude e os dois megaeventos: Copa do Mundo e
Olimpíadas.
Desta forma, investimento político e econômico e educação ambiental
são imprescindíveis para que haja um reflorescer da cultura ferroviária no Rio
de Janeiro, berço da ferrovia no Brasil.
39
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<http://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio>
< http://pt.wikipedia.org/wiki/Agenda_21> Acesso em 18/09/2012
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTO
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
2
3
4
5
6
7
8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA FERROVIA
1.1 - A Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – RFFSA
1.1.1 - O Processo de desestatização
1.1.2 - Condições das ferrovias no Brasil
10
14
14
15
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
2.1 - Sustentabilidade no transporte
18
19
CAPÍTULO III
O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
3.1 - SGA para implantação de ferrovia
3.1.1 - Impactos ambientais
3.1.2 - Vantagens
23
25
26
28
CAPÍTULO IV
O SISTEMA FERROVIÁRIO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
4.1- Avaliação ambiental global
30
33
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÍNDICE
37
39
43