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/ / .. ) [ , PROPRIEDADE DE JOSÉ DA SILVA CASCAES o outro facto foi a terceira recita, na quinta feira ultima, da sociedade Fraternal Bene ficente com o drama em 3actos A Abbadia de Penmarck e a comedia em 1 acto Um qua dro de casados. O fim d'esta sociedade, como bem mostra o z -------.-� ,-,';..-0 PUBLICA·SE UMA VEZ POR SEMAN.tIft.. ASSIGNATURA (CAPITAL) Por anno. . . . . . . . . . . . . . . . . 11$000 Por seis mezes. . . . . . . . . . . . 2$000 Avulso 80 rs. ASSIGNATURA (PELO CORREIO) Por anno................ 5$000 Por seis mezes. . . . . . . . . . .. 3$000 ANNOI SANT.4.. CATHj�.RINA-Dest,erro, �ã de Fevereiro de :iSSO Num. 2- I de medidas e prov�de�cias tendentes ao um meio de vida como ?utro qualquer progresso da provmcia. -embora poucos proventos offereça. As columnas do JORNAL DO CmíMERCIO Quem não póde, por carencia de são francas a todos os escriptos que habilitações, exercer outros cargos, O nosso JORNAL, como' bem o de- estejão nas condições estabelecidas um exame de pr�ncipio.s geraes de monstra o titulo, é inteiramente alheio no período acima. gramruatica e arithmetica e obtem ás lutas politicas. uma cadeira. O fim unico, exclusivo, que temos Ora, como é possivel que um homem, em vista é tratar dos interesses ge- Inst,rucção publica que muitas vezes mal sabe assignar raes da provincia, apontando os erros e A' . . . ta nan ce de grande o nome, póssa ser professor, possa elogiando as bôas medidas sem dis- prllueul'a.vls a p rbe I educar devidamente a mocidade? ti - d tid ' vantagem a el que esta e eceu os con- "l incçao e par lOS. t t . d I 1 C 'd' matiea e Esteja d'este ou d'aquelle lado a vir- . rac ,os l?ara,� re��nCla as esco as (te orno po e ensmar gram tude ou o vicio seremos sempre mstlucçao.pnmana. . arithmetica um professor que não sabe prompto a elevaI-� ou a vulneral-o, /.�om qUl�hentos �u set�centos Ir.uI nem uma nem outra cousa? sem prevenção alguma, com toda a IeI:'S obtem-s� ,um pIOfessOI para o, l�t- A lei dos contractos póde ser muito imparcialidade e isenção de espirito. tOI:;t1 ?u sena aCIma,. �cando ass� util �s finanças, mas p�demos garantir Semelhante norma de conducta, de- satIsf��ta, segundo, opmoes,. :uaI9r que. e em todos os sentidos prej�dicia pois de bastantereflectirmos,julgámos necessId�d� d?s ,.povos-a instrucção hB!'ltna ao derramamento da instru- ,.�,..�. �1,1!OJ:�segmi�� qã� F:I(l_ I'Drqlw o -=-co� _dll�;nn�tIssIm�.(lesp�za .. . cçao 11010 pOYo. nósso J<mNAL gMi't'"seriipre bem acceito A instrúcção, pore,m, ofíerecida por' ",;;.Embora as escolas pull_?lem, �ouc�s por todos como tambem-e sobre semelhante modo não passa de uma ou nenhuns resultados dão, aSSIm di tudo-porque estaremos isentos de �)urla com' que se pretende illudir os rígidas. malquerenças e odios.. Incautos. Quando um professor contractado Cornquanto tenhamos firmadas as Por quinhentos ou setecentos mil um menino por prompto.esse meni- nossas crenças politicas, nuncà as ex- réis não se sujeita um homem a leccio- no muitas vezes nem sabe distinguir ternarernos por meio d'este orgão. nar com dedicacão e zêlo durante seis um substantivo de um adjectivo. O nosso fim é o �ais util possivel : hora� no dia. > -' Está prompto, diz o professor,-é apontar as necessidades g�raes, mos- instrucção aSSIm na� e um sacer- inutil continuar a frequentar a escola. trar os melhoramentos maas urgentes dOClO, que deve ser exercido com ver- Prornuto ! que se devão fazer, pedir a adopção dadeiro amôr e pura solicitude, mas Em que, se o menino sabe tanto ou JORNAL DO COMMERCIO Desterro, 25 de Fevereiro A SEMANA Os caracteres dos persogens são bem sus tentados e a linguagem é vigorosa e fluente. Embora pouco entendamos do que diz res peito à arte de Talrna, suppomos Ilue o novo drama deve produzir um bonito effeito scenico. Sendo, como é sabido, por de mais difficil dar-se publicidade a qualquer obra ri'esta FOLHETIM titulo que adoptou, é dar mensalmente um espectaculo, com caracter particular, em beneficio dos pobres e da Santa Casa de Mise ricordia. -·---- A' excepção de dousfactos, dignos de nota, durante a semana ultima nada occorreu que mereça as honras do roda-pé do Jornal elo Comrneraio. Um d'esses factos foi o apparecimento de um trabalho litterario, ultima producção, se gundo nos consta, do Sr. Horacio Nunes, moço �'i bastante conllecido na republica das lettras. , . provincia, felicitamos o Sr. Horácio Nunes por ter conseguido publicar a sua cornpo- curando muitas chagas dolorosas.' sição. O desempenho das peças de que constou a Avante! ultima recita foi excellente. Nobilíssimo fim este, que, com a distrac ção e o recreio, suppre as necessidades da viuvez, da orphanclade, dos que não pód81. a balhar, enxugando muitas lagrimas amargas, E' um drama. Divide-se em 7 quadros e intitula-se A Peccadora. Pela rapida leitura que da. nova peça fi zemos, notámos grande unidade de acção, de tempo e de lugar-requisitos exigidos para as composiçõe� d'aquelle genero. --I- Tanto no drama como na comedia traba lharão 0:3 jovens amadores quasi como artistas. Cumprimentamos à distincta associação Fraternal beneficente e desejamos-lhe longos annos de felicidade e triumphos como o que alcançou na noite de 19 do corrente. Até breve. Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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Page 1: dll ;nn tIssIm .(lesp zahemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880...AscolumnasdoJORNALDO CmíMERCIO Quem não póde, por carencia de sãofrancas a todos os escriptos que habilitações,exerceroutroscargos,

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PROPRIEDADE DE JOSÉ DA SILVA CASCAES

o outro facto foi a terceira recita, na quintafeira ultima, da sociedade Fraternal Bene­

ficente com o drama em 3actos A Abbadia dePenmarck e a comedia em 1 acto Um qua­dro de casados.

O fim d'esta sociedade, como bem mostra o z

-------.-� ,-,';..-0

PUBLICA·SE UMA VEZ POR SEMAN.tIft...

ASSIGNATURA (CAPITAL)Por anno. . . . . . . . . . . . . . . . . 11$000Por seis mezes. . . . . . . . . . . . 2$000 Avulso 80 rs.

ASSIGNATURA (PELO CORREIO)Por anno................ 5$000Por seis mezes. . . . . . . . . . .. 3$000

ANNOI SANT.4.. CATHj�.RINA-Dest,erro, �ã de Fevereiro de :iSSO Num. 2-

I de medidas e prov�de�cias tendentes ao um meio de vida como ?utro qualquerprogresso da provmcia. -embora poucos proventos offereça.As columnas do JORNAL DO CmíMERCIO Quem não póde, por carencia de

são francas a todos os escriptos que habilitações, exercer outros cargos, dáO nosso JORNAL, como' bem o de- estejão nas condições estabelecidas um exame de pr�ncipio.s geraes de

monstra o titulo, é inteiramente alheio no período acima. gramruatica e arithmetica e obtemás lutas politicas. uma cadeira.

O fim unico, exclusivo, que temosOra,como é possivel que um homem,

em vista é tratar dos interesses ge- Inst,rucção publica que muitas vezes mal sabe assignarraes da provincia, apontando os erros e

A'. . .

ta nan ce de grande o nome, póssa ser professor, possaelogiando as bôas medidas sem dis- prllueul'a.vls a p rbe I educar devidamente a mocidade?ti

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d tid' vantagem a el que esta e eceu os con- "l � �

incçao e par lOS. t t.

d I 1 C 'd' matiea eEsteja d'este ou d'aquelle lado a vir- .

rac ,os l?ara,� re��nCla as esco as (te orno po e ensmar gram

tude ou o vicio seremos sempre mstlucçao.pnmana. .

arithmetica um professor que não sabe

prompto a elevaI-� ou a vulneral-o, /.�om qUl�hentos �u set�centos Ir.uI nem uma nem outra cousa?

sem prevenção alguma, com toda a IeI:'S obtem-s� ,um pIOfessOI para o, l�t- A lei dos contractos póde ser muito

imparcialidade e isenção de espirito. tOI:;t1 ?u sena aCIma,. �cando ass� util �s finanças, mas p�demos garantirSemelhante norma de conducta, de- satIsf��ta, segundo, opmoes,. � :uaI9r que. e em todos os sentidos prej�dicia­

pois de bastantereflectirmos,julgámos necessId�d� d?s ,.povos-a instrucção hB!'ltna ao derramamento da instru-

,.�,..�. �1,1!OJ:�segmi�� qã� F:I(l_ I'Drqlw o -=-co� _dll�;nn�tIssIm�.(lesp�za.. _. cçao 11010 pOYo. .

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tudo-porque estaremos isentos de �)urla com' que se pretende illudir os rígidas.malquerenças e odios.. Incautos. Quando um professor contractadoCornquanto tenhamos firmadas as Por quinhentos ou setecentos mil dá um menino por prompto.esse meni-

nossas crenças politicas, nuncà as ex- réis não se sujeita um homem a leccio- no muitas vezes nem sabe distinguirternarernos por meio d'este orgão. nar com dedicacão e zêlo durante seis um substantivo de um adjectivo.

O nosso fim é o �ais util possivel : hora� no dia.�

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• � -'Está prompto, diz o professor,-é

apontar as necessidades g�raes, mos- � instrucção aSSIm na� e um sacer- inutil continuar a frequentar a escola.trar os melhoramentos maas urgentes dOClO, que deve ser exercido com ver- Prornuto !que se devão fazer, pedir a adopção dadeiro amôr e pura solicitude, mas Em que, se o menino sabe tanto ou

JORNAL DO COMMERCIO

Desterro, 25 de Fevereiro

A SEMANA

Os caracteres dos persogens são bem sus­

tentados e a linguagem é vigorosa e fluente.

Embora pouco entendamos do que diz res­

peito à arte de Talrna, suppomos Ilue o novo

drama deve produzir um bonito effeito scenico.

Sendo, como é sabido, por de mais difficildar-se publicidade a qualquer obra ri'esta

FOLHETIM titulo que adoptou, é dar mensalmente um

espectaculo, com caracter particular, em

beneficio dos pobres e da Santa Casa de Mise­

ricordia.

-·---- __ •• •••••••••u •••••••••••••••••••••••••_. __ • __ •••••••••••••••• _ ••• • •••• _. ••• •• •• " __ 0

A' excepção de dousfactos, dignos de nota,durante a semana ultima nada occorreu que

mereça as honras do roda-pé do Jornal elo

Comrneraio.Um d'esses factos foi o apparecimento de

um trabalho litterario, ultima producção, se­

gundo nos consta, do Sr. Horacio Nunes, moço�'i bastante conllecido na republica das lettras.

, .

provincia, felicitamos o Sr. Horácio Nunes

por ter conseguido publicar a sua cornpo-curando muitas chagas dolorosas.'

sição. O desempenho das peças de que constou a

Avante! ultima recita foi excellente.

Nobilíssimo fim 'é este, que, com a distrac­

ção e o recreio, suppre as necessidades da

viuvez, da orphanclade, dos que não pód81. a­

balhar, enxugando muitas lagrimas amargas,

E' um drama.Divide-se em 7 quadros e intitula-se A

Peccadora.Pela rapida leitura que da. nova peça fi­

zemos, notámos grande unidade de acção, de

tempo e de lugar-requisitos exigidos paraas composiçõe� d'aquelle genero.

--I-Tanto no drama como na comedia traba­

lharão 0:3 jovens amadores quasi como artistas.

Cumprimentamos à distincta associaçãoFraternal beneficente e desejamos-lhe longosannos de felicidade e triumphos como o quealcançou na noite de 19 do corrente.

Até breve.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 2: dll ;nn tIssIm .(lesp zahemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880...AscolumnasdoJORNALDO CmíMERCIO Quem não póde, por carencia de sãofrancas a todos os escriptos que habilitações,exerceroutroscargos,

r

Jornal do CÚIfilnercio

menos do que quando entrou para a rendo com o .seu contigen�e. para o por. alli,. por causa das exhalações

escola? cumulo da ruma, com gravtssuno pre- pestilenciaes que se levantão do cor-A assembléa que decretou a lei de juizo do publico, que, além de estar rego, que passa por um dos lados do

que tratamos, teve em vista diminuir sujeito a cahir n'uma valla e quebrar a largo.as despezas da provincia, mas aggra- cabeça, um braço ou uma perna, ar- .. O largo municipal é um ninho devou o estado em que já se achava a risca-se a levar um couce ou uma den- cobras.instrucção. tada. O matto cresce alli desassombradaN'este ramo do servico vão cada vez Em algum tempo, por ordem não e livremente, sem que haja uma fouce

peiores as cousas. nos lembramos de que presidente, benigna que lhe ponha um paradeiro.Conta-se as escolas aos centos, mas prohibio a edilidade que andassem Sem dispendio algum, podia ser

os progressos da irístruoção não appare- animaes á solta nos lugares publicos. feita a limpeza de todos os largos e

cem... . 1?esde, porém, ql!e .esse pres�dente praças, visto que a edilidade dispõe

A pro':'lllCIa d�spende annualmente retirou-se da pro.vll:�la, voltarão as dos presos, que nada ganhão por estescom a instrucção perto de noventa cousas ao seu primitivo estado, con- serviços.contos, mas onde estão os juros d'essa tinuando a gozar os cavallos de tanta E' preciso que mostremos ao estran­enorme somma, isto é, o adiantamen- liberdade como talvez não a tenhão os geiro, que aqui aportá, que vivemosto da instrucção? _

cidadãos da melhor republicá, como homens ...Como dissemos em nosso primeiro E' necessario que se lance uma vista E' precizo que o estrangeiro, que

artigo, despenda-se, embora com sa- d'olhos para estas cousas, isto é, que d'aqui sahir, não vá fazendo uma tris­crificio, cem, cento e cincoenta contos, que sejão prezos os animaes que forem tissima idéa do povo catharinense e

mas fazendo com proveito esse sacri- encontrados á, solta, pagando os donos de seus costumes.ficio. a competente multa; que f;ejão lim- E' preciso, finalmente, que nos le­

pas as praças dos mattagaes; que sejão vantemos um pouco.atterradas as vallas, para evitar-se al-

guma desgraca.Ainda o anno passado, á praça do

As praças General Dsorio, foi picado por uma Triste, muito triste mesmo é o estado da

C I· d cobra um menino, que felizmente es- provincia actualmente.ausa astima O esta o em que se Inteiramente desprovida de meios 'para fa-

achão as diversaspraças d'esta capital. capou. zer face ás suas mais urgentes necessidades,Em todas as provincias é sempre do Para que fôsse limpa do matto passa ella por uma crise assustadora.

que mais se cuida: do aceio e aformo- aquella praça, tornou-se necessário Se a actual assembléa provincial não tomar

seamento das praças. que o distincto coronel Sr. Francisco promptas medidas no intuito de melhorar as

Bibiano de Castro mandasse fazer esse finanças, dentro em pouco os negocios publicosEntre nós, não. chegarão a um ponto tal, que bem di:lTIcil ouE t

/

dei tt melhoramento.n re nos eIxa-se que o ma o·cres- quasi impossivel será fazel-os voltar ao seu'

ça livremente, formando, pode-se as- O largo da Palhoça como todos sa- primitivo pé.sim dizer, verdadeiras florestas; que bem, é uma 1rlÍseda,� um

.

déposíto 'de: 'Oon"Ih-�o5 qj1e S. Ex. {. Sr. J?i'. Preeldente

. da provmcia mandou em commissão para La.'las chuvas abrão vallas enormes, quasi immundicies. ges, com o fim de examinar as collectorias e o

abysmos; que os animaes andem á Noites ha em que, de certa hora em modo por que é n'ellas feita a arrecadação dassolta, em completa liberdade, concor-r .diante, torna-se impossivekJ transito rendas, o distincto l' escl'ipturario da thesou-

MELHORAMENTOS

II A provincia

--....c.--

um modo de dizer... não lhe ca- Barnabé tinha dito a verdade.hiam os parentes na lama. Aquelles (bis pequenos, muito la-

E, dizendo, affastou-se com a vados, muito arranjadinhos, faziammala ás costas. um contraste singular com 0:3 ga-No dia seguinte tinha-a no meu Il?PinS cobertos de farrapos. que eu

quarto, concertada e prompta: vi- tinha encontrado pelo .ca,mi.nho, aonha como nova. Dias depois diri- atravessar a parte inferior elo

gi-me á casa do operario, afim de burgo.saber quanto lhe devia. Prova- Pelo qUi) respeita à mulher, a

velmente o tio Mathias andava julgar pelos olhares carinhosos e

trabalhando por fóra, por que, ao pelos sorrisos que por vezes dirigiachegar junto da porta, não o ouvi as creancinhas, devia ser a mãe,cantar como de costume. De facto, aquella a quem Barnabé chamava,não estava na loja. Em compen- não sem uns leves toques de res­

sação, vi no limiard'esta umamu- peitosa ironia, a sr.'" Magdalena.lher ainda nova, sentada junto .de Não hav.a por que duvidar: erau�n engenho �e fazer rendas, CUJos a companheira do operário rural, abilros estal.lejavam uns nos outros, mulher do mestre, do empreiteirog�aças ás, mã�s agei,s que os mo- em pequena escala, a burgueza.Viam. A beira d ella, sentada Seu vestuário mal differia do dasn'uma cadeira �e costura, fazia.gi- demais aldeãs; debalde, porém, serar uma dobadoíra uma pequemta. buscaria n'elle uma nodoa um ras­

A linha, branca com.o a neve, ia-se gão, uma passagem, um b�cado en­

enr?lando progressivamente nas xovalhado ou amarrotado, apesarbol-ines. de ser por um dos. dias mais cal-Mais longe, junto do banco, no mosos de julho. O corpete branco

meio de um monte de aparas, um e o avental pareciam ter sahido

rapasito acabava de fazer uma n'aquelle instante da gaveta.grande espada de pão com a ferra- EntreMagdalena e seu maridomenta do mestre João. havia uma differença de idadesAs duas creanças deviam ser sensível. Magdalena não podia

Joannica e Pedrinho. I ter mais de trinta annos. Um cer-

to começo de nutrição dava-lheum aspecto aisradave]. As feiçõesregulares de seu rosto, o seu sor­

riso descerrar-do uma enfiada dedentes alvíssimos, tudo n'ella em­

fim capti vou a nossa esima, graçasa não sei que ares de ternura, desimplicidade e de honestidade.Quando, porém, nos volvia os seus

grandes olhos negros adivinhava­se logo que debaixo d'aquelle en­

volucro sereno havia uma alma

corajosa, capaz, em CLSO de neces­

sidade, de todos os extremos,de todas as- dedicações.A espaços, o Pedrinho, para que

lhe admirassem o apparato guer­reiro, vinha passar e1'1 continen­cia defronte da mãe e da irmã,abrigadas á sombra da casa, simu­lando graciosos upas e recuadasn'um cavallo de canna. Ellas sus­

pendiam por momentos a sua ta­

refa, e, mirando-o .de soslaio, sor·

riam.Ao tempo ouviram-se tres bada-

ladas no relogio da egreja. A um

só gesto de Magdalena o traquinasdeixou os jogos infantis, foi buscarum livro e sentou-se á porta, a es-

tudar a lição..

FOLHETIM 2

CHARLES DESLYS

o JURAMENTO DE MAGDALENA.I

João Mat.hias

- Soberbo !... Como assim ?- E' o que lhe digo, ninguem é

capaz de o fazer entrar na taber­na, como toda a outra gente. Sógosta de estar com a familia ...- EUe é casado ?- E' já. casado duas vezes, sal-

v' E.:rievido respeito. Da primeirarindier tem um filho, que está na

tropa ... e já étenente! Da segun­da, a sr. a Magclalena, tem dois: aJoannica e o Pedrinho. Queria quevisse como elles andam lavados e

aceiados. E a respeito de educa­ção ! As mulheres cá da terra éque não podem ver tal: murmuramda mãe por trazer os filhos n'aquel­le luxo, do mesmo modo que os

homens murmuram do pae porquenão vae à taberna. E' preciso ser­

mos justos. O tio Mathias podialá ir (le vez em quando, sim, isto

é

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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Jornal do COllllllereio 3

raria provincial, Sr. Gustavo Henrique Nunes -A'gora! Essa gente ha tanto tempo que trajados. Em sua loja, com pouco dinheiro, com-Pires. morreu!.. pra-se muita fazenda; por isso occupão hojeMelhor escolha não podia S. Ex. fazer. E vinhão por ahi cantando e calculando aquelles senhores uma parte da 4'" pagina deO commissionado reune todos os requisitos lucros de dusentos por cento. nossa folha, para a qual chamamos a attenção

precisos para o bom desempenho de uma mis- E o povo é obrigado a servir-se d'aquelIe do leitor.são tão ardua e espinhosa como a de que foi leite mão, misturado com agua immunda e COLONOS.- Acham-se n'esta capital, vindosincumbido. muitas vezes pôdre, com prejuizo da sua saude da côrte, no Rio-Negro, 43 familias de immi-Além da longa pratica que tem de traba- e do dinheiro, que tão mal despende. grantes, esmolando de porta em porta.

lhos financeiros, possue o nomeado avultado Um passeio pela manhã cêdo ao caminho Isto é um vexame para nós, brazileiros, que,cabedal de intelIigencia e de instrucção. da Pedra Grande ou ao caminho do môrro, ou não as mandemos vir ou demos-lhes um

Amigo como somos do Sr. Nunes Pires, po- não só é muito agradavel, como muitíssimo hy- destino conveniente apenas cheguem.demos garantir que elle tem todos os meios gienico. CONFERENcIA.-Deu ultimamente uma con-

a seu alcance para cumprir satisfactoriamente Os doentes, com esses passeios, adquirem ferencia no Rio de Janeiro o celebre roman-

a sua commissão. saude; os saudaveis ficão mais fortes e cista francez Gustavo Aymard, que alli che-

Segundo Iêmos n'um dos periodicos que robustos. gou procedente do Havre.n'esta capital se publicão, o descalabro em que Aconselhamos, pois, aos srs. flscaes a que BOM GOSTO.- O Sr. Guelfo Zanirati, estáesta. a colIectoria provincial do Passa-Dous é se levantem um pouco mais cedo do que sempre a inventar cousas para vêr se supplan-inqualificavel. costumão e deem alguns passeios para aquelles ta os seus rivaes no officio.As tropas passam sem que seja cobrado o lados e verão... Ora vejão, pois não annuncia hoje no nosso

respectivo imposto, e a colIectoria, que, se- Terão, quando voltarem para casa, mais Jornal, sobretudos finos a 20$, 22$, e 25$?gundo o citado jornal, rendia em outro tempo appetite para almoçar e evitarão que o publi- Assim, sim ...

cinco e seis contos de réis, rende hoje apenas co soffra em sua saude, bebendo leite envene- MODELO.-Avista da authentica das tos-

quarenta e cincoenta mil réis. (!!) nado, e que os innocentes leiteiros roubem temunhas concubinadas entre si e tão bem doA medida tomada por S. Ex. de mandar um tão desassombradamente o povo. corpo de dilicto inducto muito bem monosso-

empregado de confiança inspeccionar a col- E' um pedido tão pequeno este, que, esta- lido julgo prosedente o presente sumariolectoria foi a mais acertada possivel. mos] certos, será satisfeito desde já e' com a visto este Fariseo de nome J. J. C. ter atirado

Só assim poderão ter paradeiro os desman- melhor vontade. .no burro do D. Z. empregando xumbo na veiados, o desleixo, e talvez a compadrice. Assim seja... umbillicada que lhe fizera sahir o entosti-A provincia, que deve e não pouco, não nos recto para fóra empregando a balla na

podia deixar que as suas rendas continuassem espinheIla ou religião espigada conformea ir assim pela agua abaixo, sem pôr em GAZETILHA resa o conego do processo e do outro conegopratica uma providencia qualquer. que não me lembra agora porque emprestei

Essa providencia deu-a S. Ex., a quem S. JosÉ.-- Sabbado, 28 do corrente, terá lu- ao capitãosinho da 1". O meu escrivão A. L.cumprimentamos bem como ao Sr. Gustavo gar a trasladação da imagem do Senhor Jesus C. assim o tenha entendido e pague-se as

Nunes pela prova de confiança que acaba de dos PdSSOS de sua capeIla para a igreja matriz estampilhas do processo.-M. B. S. Juiz dereceber da presidencia da provincia e do Sr. da cidade de S. José,edomingo, se o tempo per- Pais da freguezia, a quem Deus Guarde.inspector da Thesouraria provincial. mittir, será conduzida em procissão solemne Esta sentença modelo foi proferida por um

Se os negocias da colIectoria não mudarem para a mesma capella. juiz de paz de uma das freguezias da provin-de face d'esta vez, então, estamos certos, será cia da Bahia.impossivel fazel-a seguira caminho do dever. CLUB 19 JUNHO.- Deu este club, na noite de Tambem por lá os ha L.

sabbado, 21, a sua partida do mez corrente.A par de grande animação reinou sempre a

MALAs.-O correio geral expedirá hoje ma-

maior harmonia, terminando a festa familiarlas pará a côrte e Europa pelo paquete Rio­

ás 4 meia horas da manhã. Grande; e para S.Jose, Enseada de Brito, Ga­ropaba, Laguna, Tubarão e Araranguà. A 27para S.Jose, Lages, colonias Angelina e SantaThereza.

,

!

Alhos, cento de resteas .

Aguardente de canna, litro .

Aguardente de canna distillada .

Amendoim com casca, kilog .

Arroz com casca, kilo .

Arroz pillado, kilo .

Assucar branco, kilo .

Assucarmascavo, kilo .

Barbatanaou barba de balêa, kilo ..Batatas alimenticias, kilo .

Barrotes para assoalho, 22 cent .

Café chumbado bom, kilo .

Café, escolha ou restolho, kilo .

Caibros de qualquer madeira, duziaCal, metro cubico .

Cêra animal em bruto 'ou preparada,kilo , .

Charutos, cento .

Cebôlas, restea .

Couros de boi seccos, kilo .

Couros de boi salgados, kilo .

Couro ou pelIes de cabra ou de car-

neiro, kilo .

Couros ou pelIes de guariba, kilo .

Couros de onça ou tigre, kilo .

Couros de quaesquer outros animaes,kilo , .

Crina em bruto' ou preparada, kiloEixos para carretas, um .

I"eit.e ou agua?

Antigamente, quando a nossa edilidadetinha mais amôr aos interesses de seusmunici­pes e os nossos fiscaes erão mais activos e me­

lhor comprehendião as suas obrigações, as

cousas marchavão como n'um céo aberto:a contento de gregos e troyanos, que applaudiãoo zelo e solicitude d'aquelles a quem estavaconfiada uma bôa parte de seus destinos.Depois, som o correr dos tempos, esse zelo

e essa solicitude farão desapparecendo aos

poucos, até que de todo se sumirão, tornando­se então uma illusão, uma chimera, um sonhode agradaveis recordações.Antigamente,

.

quando os leiteiros fabri­cavão leite pelas estradas, nas pôças deaguas estagnadas e lamacentas, para illudir osfreguezes, vendendo-lhes gato por lebre, que­remos dizer, agua por leite, os fiscaes apres­savão-se em examinar as latas, provar o li­quido e deitarem fóra aquel le que estavabaptisado. .

Os leiteiros tinhão medo então, e se enoier­tavão o leite era em tão pequena escala, quequalquer santo tomal-o-ia, sem cogitar da'maldade dos innocentes pequenos.

Depois, com o eclypse dos fiscaes, desappa­receu esse medo.

Os rapazes formão roda nos caminhos ondeencontrão um Jordão, sentao-se com o maiordesc�nço e tranquillidade e começão o grandebaptismo com todas as formalidades exigidasem taes occasiões.Muitas vezes encontrou-os o autor d'estas

linhas n'essa tarefa, e, ameacando-os com osfiscaes ou com a policia, respondião elles comtoda a sem ceremonia:

CLUB 12 DE AGOSTo.- Na mesma noite te­ve lugar n'este club, a partida tambem per­tencente ao corrente mez.

Consta-nos que esteve animada.No dia seguinte, domingo, houve eleição da

nova directoria, que ficou assim composta:Director-RaymundoAntonio de FariaVíce-director-Boaventura da Costa VinhasSecrétarío-João Marques LinharesThesoureiro-Antonio Venancio da Cost-aProcurador-Luiz René LebarbenchonPEDIDo.-Escreve-nos um nosso assignante:«Ha mais de dous mezes que não se vê, nem

a microscopia, uma ronda na freguezia de S.Sebastião da Praia de Fóra, de modo que estãoos moradores do lugar inteiramente entreguesao Deus dará. Pedimos, portanto, á autorida­de competente para tomar providencias a res­

peito.»CLUB TERPSYCHoRE.-Sabbado, 28, deve ter

lagar nos salões d'este club a partida perten­cente ao correntemez.

MORTE.-Domingo, á tarde, estando a brin­car no trapiche dos Srs. Bade, Kirbach &C.a, cahiu ao mar o menor Pedro, pere­cendo immediatamente.FALLECIMENTo.-FalIeceu e sepultou-se do­

mingo ultimo, no cemiterio do Menino Deus,o capitão reformado do exercito João Ma­chado de Souza.Uma companhia do 17 batalhão de infan­

taria prestou-lhe as ultimas honras militares'.PANNOS.-Os Srs. Severo & Innocencio

nunca se esquecem de proporcionar aos seus

freguezes meios commodos de andarem bem

COMlVlERCIOPreços correntes at,é�

I

(

3$000$1401$200$100$060$135$400$1001$200$160$200$535$4006$00014$000

1$400$800$400$560$250

$140$1603$600

2$000$500$500

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 4: dll ;nn tIssIm .(lesp zahemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880...AscolumnasdoJORNALDO CmíMERCIO Quem não póde, por carencia de sãofrancas a todos os escriptos que habilitações,exerceroutroscargos,

.Jornal do COlunlercio

6$000 Tórds idem parra mais comprimento DECLARAÇÕESEstacas, cento .

Esteiras para fôrro ou estiva denavios, cento .

Farinha de mandioca, kilo .

Farinha de araruta, kilo .

Farinha de milho, kilo .

Favas de qualquer qualidade, kilo ..Feijão, kilo .

Foeiros, cento .

Forquilhas, cento .

Fumo em folha bom, kilog .

Fumo em folha ordinario, kilog .

Fumo em corda, kilog .

Fumo picado, kilog .

Garras de couro, kilog .

Gengibre, kilog .

Gissaras inteiras, uma .

Humbreiras para portas, uma .

Lenha em achas, cento .

Maças para carretas, uma .

Melou melaço, kilog .

Milho em grão, mão .

Milho em mãos, mão .

Ossos de boi e de outros ani-maes, kilog .

Páos de prumo, duzia .

Páos para raios de carretas, duzia ..Pernas de machado ou de serra e

outras, duzia .

Polvilho bom, kilog .

Polvilho ordinario, kilog .

Pontas de chifres, cento .

Pranchões de ariribá até 4,4 metros,duzia .

Pranchões de ariribá paramais, idem,duzia ,

Pranchões de cedro até 4,4 metros,duzia .

Pranchões de cedro para mais, idem,duzia .

Pranchões de canella, guaruba, pe-roba até 4,4 metros, duzia .

Pranchões de canella paramais, duz ,

Pranchões de oleo, até 4,4 metros,duzia .

Pranchões de oleo para mais, duziaPranchões de jacarandá até 4,4 me-tros, duzia .

Pranchões de jacarandá para mais,duzia .

Ripas de gissara, cento .

Ripes de taboa, duzia .

Sol.la de qualquer qualidade, kilo ..Solleiras de qualquer madeira, uma

Taboas de canalla ou caxeta, paraforro, duzia ,' .

Taboas de cedro para forro, duzia .

Taboas de canella preta, gvaruba,peroba e oleo, para assoalho, duzia

Taboas de ariribá para assoalho,duzia.- .

Taboas de costadinho de caneHapreta,guaruba, e peroba até 4,4 de

comprido, duzia .

Taboas idem para mais em compri-mento e largura, duzia .

Taboas de cedro até 4, 4 metros de

comprido, duzia .

Taboas de cedro para mais idem, idem,duzia .

Tapioca, kilo .

Toros de ipé até 1, 1 metro de com-

prido, uIn .

Tõros de ipé 3, 1 metro de comprido,UIn ••••••.•••..•• , •••••••••••

Toros cylindricos de qualquer ma-

deira de lei, um .

Tóros falquejados idem idem até 4, 4metros de comprido e 22 cento degrossura, um................. 6$000

1

I\ l

Typ. Commercial, rua de João Pinto-iS80

8$000

$52014$0001$000

e grossura, um .

Unhas de boi e de outros animaes,cento .

Varas para varaes, cento .

Vergas para portas, uma .

Vigas ou linhas de qualquer quali-dade por 22 cent .

Vinagre commum, litro .

4$500$050$260$080$040$080

3$60012$000$500$150$6502$000�025$170

2$000 ANNUNCIOS2$000 __

$5003$6000$66$060$420

CLUB EUTERPE QUATRO DE MAR�ODe ordem da directoria previno aos Srs, so­

cios que em festejo ao 10° anniversario da so­

ciedade, haverá concerto e baile no dia 4 deMarço futuro.Rogo aos que estão em atrazo queirão man­

dar satisfazer suas mensalidades ao Sr. 'l'he­soureiro.Desterro 20 de fevereiro de 1880.-0 se­

cretario, Fialho Filho.

$200$110

..

Vapores esperados:Sul, Rio-Grande hojeItajahy, S. Lourenço hojeCôrte, Cervantes 28

$02516$0009$600

11'

A AGUIADE OURO24$000$140$0803$600

4 LaT'go de Palacio 436$000

40$000 Grenadines de seda preta,Nobrezas e gurgurões de seda,

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20$000

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36$000 SEVERO & INNOCENCIO ,I

40$0002$8003$600$560$860

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BOM GOSTO12$000

14$000Parece incrivei que haja hoje quem venda roupas tão baratas, entre-

14$000 tanto sem muito custo encontra-se lindos sobretudos de casimira de côres,$120 muito finos a 20$, 22$ e 25$ cada um, na nunca esquecida loja de

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GUELFO ZANIRATI30$000

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina