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WWW.BRASILENGENHARIA.COM ENGENHARIA 621 / 2014 28 Organograma DIVISÕES TÉCNICAS WWW.BRASILENGENHARIA.COM 28 ENGENHARIA 621 / 2014 divisão de estruturas coordenador: Natan Jacobsohn Levental vice-coordenador: Lúcio Martins Laginha secretário: Rafael Timerman divisão de engenharia sanitária e recursos hídricos coordenador: João Jorge da Costa vice-coordenador: Flávio Magalhães divisão de geotecnia e mecânica dos solos coordenador: Habib Georges Jarrouge Neto divisão de segurança no trabalho coordenador: Jefferson Deodoro Teixeira da Costa vice-coordenador: Theophilo Darcio Guimarães secretário: Carlos Alexandre Costa divisão de geração e transmissão coordenador: Sergio Anauate divisão de construção sustentável e meio ambiente divisão de cadastro urbano e rural coordenador: Pedro Guidara Jr. divisão de distribuição de energia coordenador: Alessio Bento Borelli departamento de tecnologia e ciências exatas diretor: Ricardo Kenzo Motomatsu vice-diretor: Laurindo Martins Junqueira Filho secretário: Sérgio Franco Rossoni diretoria de cursos diretor: Marco Antonio Gulllo vice-diretor: Luciano Corrêa Serra secretário: Luciano Gomide Giglio divisão téc. de gerenciamento de empreendimentos coordenador: Gerson Amaral Françoso vice-coordenador: Fabiano Sannino secretário: Túlio Rossetti Fernandes Miranda departamento de engenharia de produção diretor: Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto vice-diretor: Miguel Tadeu Campos Morata secretário: Alexandre Rigonatti divisão técnica de qualidade e produtividade coordenador: José Carlos Muniz Falcon vice-coordenador: Ricardo Lyra secretário: Daniel Nascimento Gomes divisão técnica de avaliações e perícias coordenador: José Fiker vice-coordenador: Antonio Guilherme Menezes Braga secretária: José Marques departamento de engenharia de energia e telecomunicações diretor: Miracyr Assis Marcato secretário: Eduardo Kohn divisão técnica de manutenção industrial divisão técnica de metalurgia e materiais departamento de engenharia de atividades industriais diretor: Antonio Maria Claret Reis de Andrade secretário: Alberto Alécio Batista diretoria da revista engenharia diretor: Miguel Lotito Netto secretário: Miracyr Assis Marcato editor da revista: Ricardo Pereira de Mello departamento de arquitetura departamento de engenharia de mobilidade e logística diretor: Ivan Metran Whately vice-diretor: Neuton Sigueki Karasawa divisão de transporte ativo coordenador: Reginaldo Assis de Paiva vice-coordenador: José Ignácio Sequeira de Almeida divisão de logística divisão de transportes metropolitanos coordenador: Ivan Metran Whately divisão de trânsito coordenador: Maria da Penha Pereira Nobre vice-coordenador: Claudinei Pereira dos Santos secretário: Vanderlei Coffani divisão de telecomunicações divisão de aplicações de energia coordenador: Martin Crnugelj divisão de instalações elétricas divisão de engenharia de materiais gerência de programação diretor de programação: Fernando Bertoldi Corrêa departamento de engenharia do habitat e infraestrutura diretor: Roberto Kochen vice-diretora: Dione Mari Morita secretário: Habib Georges Jarrouge Neto departamento de engenharia química departamento de engenharia de agrimensura e geomática diretor: Miguel Prieto vice-diretor: Aristeu Zensaburo Nakamura secretário: Osiris Monteiro Blanco vice-presidente de atividades técnicas: MIRIANA PEREIRA MARQUES presidente: CAMIL EID divisão de acústica coordenador: Schaia Akkerman vice-coordenadora: Maria Luiza Rocha Belderrain divisão de planejamento e engenharia econômica coordenador: Alfredo Eugenio Birman vice-coordenador: Eduardo Rottmann secretário: Rodolfo Boaretto Rós divisão de patologias das construções coordenador: Tito Lívio Ferreira Gomide vice-coordenador: Odair dos Santos Vinagreiro secretário: Stella Marys Della Flora divisão de informática coordenador: Pedro Badra divisão de engenharia de incêndio coordenador: Carlos Cotta Rodrigues vice-coordenador: José Félix Drigo divisão de sistemas de informação geográfica coordenador: Aristeu Zensaburo Nakamura divisão de engenharia de sistemas e inovação coordenador: Jairo de Almeida Machado Jr. Vice-Coordenador: Pedro Luiz Scarpim departamento de engenharia de agro-negócios WWW.BRASILENGENHARIA.COM ENGENHARIA 621 / 2014 29 AVALIAÇÃO TÉCNICA DO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÃO E A NORMA NBR 15.575/2013 DA ABNT jetivo final da norma, ou seja, incentivar e balizar o desenvolvimento tecnológico e avaliar a eficiência técnica e econômica das inovações tecnológicas nas edifica- ções, sempre permitindo a mensuração clara do seu entendimento, como preco- nizado na introdução da norma. Dentre os inúmeros termos e defini- ções apontados no item 3 da norma NBR 15.575-1:2013 deve-se analisar e com- preender os dois principais, quais sejam: “Desempenho – comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas.” Compreende-se que o comporta- mento em uso representa os níveis de segurança, habitabilidade e sustentabi- lidade da própria edificação. A norma estabelece no seu item 6.1.1 que a avaliação do desempenho busca analisar a adequação ao uso de um siste- ma ou de um processo construtivo des- tinado a atender a uma função, indepen- dentemente da solução técnica adotada. “Durabilidade – capacidade da edifi- cação ou de seus sistemas de desempe- nhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas.” Considerando-se que a durabilidade depende das condições de uso e manu- tenção da edificação concorda-se que sua primeira avaliação deva ser proce- dida após dois anos, como recomenda o item 6.4.2 da norma. E a norma da ABNT estabelece cri- térios para essas duas vertentes, ou seja, desempenho e durabilidade, tratando-se, na verdade, de norma de confiabilidade. O termo confiabilidade é o desempenho num intervalo de tempo, como concei- tua Paulo Mundin Prazeres no seu livro Dicionário de Termos de Qualidade da Editora Atlas – 1996. Vide: “Confiabili- dade – (qualidade no decorrer do tempo) – habilidade de um sistema, instalação, equipamento, dispositivo, produto ou serviço desempenhar satisfatoriamente, de acordo com determinadas especifica- ções, num dado intervalo de tempo, sob condições preestabelecidas.” De forma geral, portanto, o desem- om o início da vigência da norma de desempenho em edificações da ABNT, em 19 de julho de 2013, o consu- midor adquiriu o direito de receber sua edificação com desempenho especificado, podendo medi-lo, contro- lá-lo e aprimorá-lo ao longo de sua vida útil. E como fazer isso? Evidentemente, a implantação de uma norma de desempenho em edifica- ções no Brasil é uma grande conquista técnica e também jurídica, principalmen- te quanto ao direito do consumidor de adquirir imóvel com nível de qualidade determinado, previamente estabelecido. Os intervenientes do mercado imobiliário, os peritos de Engenharia, os operadores do Direito e a própria sociedade são unâ- nimes quanto a essa conquista. Porém, o ineditismo e abrangência da recente norma da ABNT não per- mitem aceitá-la como definitiva, sem qualquer reserva, mesmo sabendo-se da isenção e longo prazo de discussão dos diversos intervenientes que participaram da elaboração desse diploma técnico. O longo transcurso e demora na apro- vação devido às diversas alterações de conteúdo da norma, sofridas ao longo de mais de 20 anos de discussões, já indicam que essa primeira versão da norma não é definitiva, pelo contrário, é o marco ini- cial da intenção de se medir, controlar e melhorar a qualidade de nossas edifica- ções. E isso é revelado no conteúdo da norma, que não contemplou sistemas construtivos relevantes, tais como os sis- temas elétricos (item 1.5), as esquadrias, as fachadas os equipamentos e outros. Mesmo assim, a norma estabelece os re- quisitos e critérios de desempenho que se aplicam às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como para serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas específicos (item 1.1). CONCEITOS É fundamental, preliminarmente, co- nhecer e entender os principais conceitos do tema, visando bem caracterizar o ob- TITO LÍVIO FERREIRA GOMIDE* penho e durabilidade de uma edificação, segundo a norma da ABNT e a doutri- na técnica, podem ser entendidos como uma referência de qualidade do produto imobiliário ao longo de sua vida útil, ou seja, sua confiabilidade. Evidentemente, desde a conclusão da obra até o final da vida útil da edi- ficação, haverá variações desse nível de confiabilidade, mas o desempenho e durabilidade ao longo desse percurso devem atender as condições mínimas de segurança, habitabilidade, sustentabili- dade e durabilidade que foram projeta- das e prometidas ao adquirente imobili- ário ( itens 4.2, 4.3 e 4.4). A norma não apresenta uma meto- dologia da avaliação do desempenho como um todo, mas considerando que o desempenho final da edificação é o re- sultado da somatória de medidas técni- cas de qualidade ao longo do desenvol- vimento do empreendimento, nas suas diversas etapas construtivas, e também na fase de uso (principalmente após dois anos) é muito importante se conhecer as formas de avaliação de tais medidas técnicas, para poder se avaliar o todo. E essa avaliação do desempenho da edifi- cação como um todo é necessária, não só para atender ao direito do consumi- dor, como para responder aos inevitáveis questionamentos futuros do meio judi- cial, nesse sentido. Sabendo-se que essas principais etapas construtivas estão representa- das pelo PPEEU (Planejamento, Projeto, Execução, Entrega e Uso), indicado pela engenharia diagnóstica em edificações, deve-se analisar e avaliar os fatores de influência do desempenho e durabili- dade em cada uma delas, para bem se compreender e avaliar a edificação como um todo integrado (figura 1). Há que medir para compreender, Há que compreender para controlar e Há que controlar para melhorar. H. James Harrington

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divisão de estruturascoordenador: Natan Jacobsohn Levental vice-coordenador: Lúcio Martins Laginha

secretário: Rafael Timerman

divisão de engenharia sanitária e recursos hídricoscoordenador: João Jorge da Costa

vice-coordenador: Flávio Magalhães

divisão de geotecnia e mecânica dos soloscoordenador: Habib Georges Jarrouge Neto

divisão de segurança no trabalhocoordenador: Jefferson Deodoro Teixeira da Costa

vice-coordenador: Theophilo Darcio Guimarãessecretário: Carlos Alexandre Costa

divisão de geração e transmissãocoordenador: Sergio Anauate

divisão de construção sustentável e meio ambiente

divisão de cadastro urbano e rural coordenador: Pedro Guidara Jr.

divisão de distribuição de energiacoordenador: Alessio Bento Borelli

departamento de tecnologia e ciências exatasdiretor: Ricardo Kenzo Motomatsuvice-diretor: Laurindo Martins Junqueira Filhosecretário: Sérgio Franco Rossoni

diretoria de cursosdiretor: Marco Antonio Gulllo vice-diretor: Luciano Corrêa Serra secretário: Luciano Gomide Giglio

divisão téc. de gerenciamento de empreendimentoscoordenador: Gerson Amaral Françosovice-coordenador: Fabiano Sanninosecretário: Túlio Rossetti Fernandes Miranda

departamento de engenharia de produçãodiretor: Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto

vice-diretor: Miguel Tadeu Campos Moratasecretário: Alexandre Rigonatti

divisão técnica de qualidade e produtividadecoordenador: José Carlos Muniz Falconvice-coordenador: Ricardo Lyra secretário: Daniel Nascimento Gomes

divisão técnica de avaliações e períciascoordenador: José Fikervice-coordenador: Antonio Guilherme Menezes Braga secretária: José Marques

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secretário: Eduardo Kohn

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secretário: Alberto Alécio Batista

diretoria da revista engenhariadiretor: Miguel Lotito Nettosecretário: Miracyr Assis Marcatoeditor da revista: Ricardo Pereira de Mello

departamento de arquitetura

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divisão de transporte ativocoordenador: Reginaldo Assis de Paiva

vice-coordenador: José Ignácio Sequeira de Almeida

divisão de logística

divisão de transportes metropolitanoscoordenador: Ivan Metran Whately

divisão de trânsitocoordenador: Maria da Penha Pereira Nobre

vice-coordenador: Claudinei Pereira dos Santossecretário: Vanderlei Coffani

divisão de telecomunicações

divisão de aplicações de energiacoordenador: Martin Crnugelj

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divisão de engenharia de materiais

gerência de programaçãodiretor de programação: Fernando Bertoldi Corrêa

departamento de engenharia do habitat e infraestruturadiretor: Roberto Kochenvice-diretora: Dione Mari Moritasecretário: Habib Georges Jarrouge Neto

departamento de engenharia química

departamento de engenharia de agrimensura e geomática diretor: Miguel Prietovice-diretor: Aristeu Zensaburo Nakamura secretário: Osiris Monteiro Blanco

vice-presidente de atividades técnicas: MIRIANA PEREIRA MARQUES

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divisão de acústicacoordenador: Schaia Akkerman

vice-coordenadora: Maria Luiza Rocha Belderrain

divisão de planejamento e engenharia econômicacoordenador: Alfredo Eugenio Birmanvice-coordenador: Eduardo Rottmannsecretário: Rodolfo Boaretto Rós

divisão de patologias das construçõescoordenador: Tito Lívio Ferreira Gomidevice-coordenador: Odair dos Santos Vinagreirosecretário: Stella Marys Della Flora

divisão de informáticacoordenador: Pedro Badra

divisão de engenharia de incêndiocoordenador: Carlos Cotta Rodriguesvice-coordenador: José Félix Drigo

divisão de sistemas de informação geográficacoordenador: Aristeu Zensaburo Nakamura

divisão de engenharia de sistemas e inovaçãocoordenador: Jairo de Almeida Machado Jr.

Vice-Coordenador: Pedro Luiz Scarpim

departamento de engenharia de agro-negócios

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AVALIAÇÃO TÉCNICA DO DESEMPENHO EMEDIFICAÇÃO E A NORMA NBR 15.575/2013 DA ABNT

jetivo final da norma, ou seja, incentivar e balizar o desenvolvimento tecnológico e avaliar a eficiência técnica e econômica das inovações tecnológicas nas edifica-ções, sempre permitindo a mensuração clara do seu entendimento, como preco-nizado na introdução da norma.

Dentre os inúmeros termos e defini-ções apontados no item 3 da norma NBR 15.575-1:2013 deve-se analisar e com-preender os dois principais, quais sejam: “Desempenho – comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas.”

Compreende-se que o comporta-mento em uso representa os níveis de segurança, habitabilidade e sustentabi-lidade da própria edificação.

A norma estabelece no seu item 6.1.1 que a avaliação do desempenho busca analisar a adequação ao uso de um siste-ma ou de um processo construtivo des-tinado a atender a uma função, indepen-dentemente da solução técnica adotada.

“Durabilidade – capacidade da edifi-cação ou de seus sistemas de desempe-nhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas.”

Considerando-se que a durabilidade depende das condições de uso e manu-tenção da edificação concorda-se que sua primeira avaliação deva ser proce-dida após dois anos, como recomenda o item 6.4.2 da norma.

E a norma da ABNT estabelece cri-térios para essas duas vertentes, ou seja, desempenho e durabilidade, tratando-se, na verdade, de norma de confiabilidade. O termo confiabilidade é o desempenho num intervalo de tempo, como concei-tua Paulo Mundin Prazeres no seu livro Dicionário de Termos de Qualidade da Editora Atlas – 1996. Vide: “Confiabili-dade – (qualidade no decorrer do tempo) – habilidade de um sistema, instalação, equipamento, dispositivo, produto ou serviço desempenhar satisfatoriamente, de acordo com determinadas especifica-ções, num dado intervalo de tempo, sob condições preestabelecidas.”

De forma geral, portanto, o desem-

om o início da vigência da norma de desempenho em edificações da ABNT, em 19 de julho de 2013, o consu-midor adquiriu o direito de

receber sua edificação com desempenho especificado, podendo medi-lo, contro-lá-lo e aprimorá-lo ao longo de sua vida útil. E como fazer isso?

Evidentemente, a implantação de uma norma de desempenho em edifica-ções no Brasil é uma grande conquista técnica e também jurídica, principalmen-te quanto ao direito do consumidor de adquirir imóvel com nível de qualidade determinado, previamente estabelecido. Os intervenientes do mercado imobiliário, os peritos de Engenharia, os operadores do Direito e a própria sociedade são unâ-nimes quanto a essa conquista.

Porém, o ineditismo e abrangência da recente norma da ABNT não per-mitem aceitá-la como definitiva, sem qualquer reserva, mesmo sabendo-se da isenção e longo prazo de discussão dos diversos intervenientes que participaram da elaboração desse diploma técnico.

O longo transcurso e demora na apro-vação devido às diversas alterações de conteúdo da norma, sofridas ao longo de mais de 20 anos de discussões, já indicam que essa primeira versão da norma não é definitiva, pelo contrário, é o marco ini-cial da intenção de se medir, controlar e melhorar a qualidade de nossas edifica-ções. E isso é revelado no conteúdo da norma, que não contemplou sistemas construtivos relevantes, tais como os sis-temas elétricos (item 1.5), as esquadrias, as fachadas os equipamentos e outros. Mesmo assim, a norma estabelece os re-quisitos e critérios de desempenho que se aplicam às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como para serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas específicos (item 1.1).

CONCEITOSÉ fundamental, preliminarmente, co-

nhecer e entender os principais conceitos do tema, visando bem caracterizar o ob-

TITO LÍVIO FERREIRA GOMIDE*

penho e durabilidade de uma edificação, segundo a norma da ABNT e a doutri-na técnica, podem ser entendidos como uma referência de qualidade do produto imobiliário ao longo de sua vida útil, ou seja, sua confiabilidade.

Evidentemente, desde a conclusão da obra até o final da vida útil da edi-ficação, haverá variações desse nível de confiabilidade, mas o desempenho e durabilidade ao longo desse percurso devem atender as condições mínimas de segurança, habitabilidade, sustentabili-dade e durabilidade que foram projeta-das e prometidas ao adquirente imobili-ário (itens 4.2, 4.3 e 4.4).

A norma não apresenta uma meto-dologia da avaliação do desempenho como um todo, mas considerando que o desempenho final da edificação é o re-sultado da somatória de medidas técni-cas de qualidade ao longo do desenvol-vimento do empreendimento, nas suas diversas etapas construtivas, e também na fase de uso (principalmente após dois anos) é muito importante se conhecer as formas de avaliação de tais medidas técnicas, para poder se avaliar o todo. E essa avaliação do desempenho da edifi-cação como um todo é necessária, não só para atender ao direito do consumi-dor, como para responder aos inevitáveis questionamentos futuros do meio judi-cial, nesse sentido.

Sabendo-se que essas principais etapas construtivas estão representa-das pelo PPEEU (Planejamento, Projeto, Execução, Entrega e Uso), indicado pela engenharia diagnóstica em edificações, deve-se analisar e avaliar os fatores de influência do desempenho e durabili-dade em cada uma delas, para bem se compreender e avaliar a edificação como um todo integrado (figura 1).

Há que medir para compreender,Há que compreender para controlar e

Há que controlar para melhorar.H. James Harrington

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E a engenharia diagnóstica em edifi-cações oferece as ferramentas para essas avaliações, pois é a investigação técnica criteriosa e minuciosa com o objetivo de medir, aprimorar ou apurar responsabi-lidades no tocante à qualidade predial. Inclusive, as ferramentas técnicas estão apontadas nas Diretrizes Técnicas do Instituto de Engenharia, comprovando serem elas as provas técnicas para a apu-ração da qualidade e, da mesma forma, ao desempenho, cabendo se reportar ao item 06 dessas diretrizes, cujo fluxogra-ma é o apresentado na figura 2.

A norma de desempenho da ABNT não apresenta, de forma objetiva, uma metodologia para a avaliação geral do desempenho da edificação, mas contém premissas, diretrizes e recomendações técnicas para as avaliações isoladas de desempenho dos cinco sistemas cons-trutivos listados; ora através de “aná-lise do projeto” estrutura, durabilidade e adequação ambiental (itens 7.2.2.1 / 7.2.2.2, 14.2.2 e 18.4.3); ora através de “inspeção em protótipo ou ensaios” – segurança contra incêndio (item 8.4.1); ora por “análise do projeto e métodos de ensaio específico” – estanqueida-de – (item 10.3.2); ora por “simulação computacional” – desempenho térmico (item 11.3.2); ora por “medição in loco” – desempenho lumínico (item 13.2.4); ora por “inspeção predial” – manuteni-bilidade (14.3.3) e ainda por “métodos de ensaio estabelecidos pela legislação vigente” – saúde, higiene e qualidade do ar (itens 15.3.1 e 15.4.2) – faltando, repita-se, a avaliação do todo integrado.

E o que garante que as eventu-ais conformidades do desempenho nas

análises isoladas dos projetos e nas simu-lações computacio-nais se confirmarão na prática, no edifício pronto? E como medir o desempenho real da edificação?

Que se consigne, mais uma vez, que a nova norma da ABNT não indica qualquer metodologia para a avaliação geral do de-sempenho ou durabi-lidade da edificação. E mais, ela é omissa

quanto à forma de apresentação dos re-sultados da avaliação, pois no seu item 6.6.5 consta que “o relatório deve ser elaborado pelo responsável pela avalia-ção e deve atender aos requisitos esta-belecidos em 6.7”, mas não há o item 6.7 no texto da norma.

Portanto, s.m.j. [salvo melhor juízo], entende-se que a avaliação geral do de-sempenho da edificação também poderá ser uma “interpretação objetiva sobre o comportamento da edificação”, como si-naliza o item 6.1.2 para os diversos siste-mas. E entende-se que essa avaliação deve possuir metodologia técnica que englobe as análises individuais dos sistemas cons-trutivos e a análise conjunta de todas as avaliações das cinco etapas construtivas, possibilitando conclusão fundamentada.

E o passo a passo para se chegar a essa avaliação geral, através das ferramentas da engenharia diagnóstica, poderá ser a resultante das análises indivi-duais e conjun-tas dessas diver-sas avaliações dos sistemas e etapas cons-trutivas, cuja interpretação, d e v i d a m e n t e f u ndam e n t a -da, apontará a conformidade, ou não, do de-sempenho da edificação. Re-comenda-se que avaliação geral seja feita por um

profissional altamente especializado em engenharia diagnóstica em edificações, lembrando que a norma recomenda que a avaliação do desempenho seja realiza-da por instituição de ensino ou pesquisa, laboratórios especializados, empresas de tecnologia, equipes multiprofissionais ou profissionais de reconhecida capacidade técnica (vide nota do item 6.1.6 da norma).

E, também se entende que a avalia-ção geral do desempenho da edificação pode ser bem fundamentada através dessa interpretação objetiva, sugerindo-se a Metodologia dos Cinco Passos, que segue apresentada a seguir.Primeiro Passo – Planejamento (Im-plantação e Entorno) – PPEEU - A principal atividade dessa fase do pla-nejamento é a escolha do terreno onde será construída a edificação, pois as ca-racterísticas do clima, topografia, solo e vizinhança implicam significativamente no desempenho edilício – item 6.2.

As condições climáticas do local do terreno afetam o comportamento tér-mico e vida útil da edificação, bastan-do se reportar às altas temperaturas e agressividade do ar das áreas litorâneas ou às baixas temperaturas e excessos de chuvas das áreas montanhosas, para compreender a importância da análise climática em relação ao desempenho. E a poluição do ar e do som de deter-minadas áreas urbanas também requer estudos específicos, reportando-se aos bairros das proximidades de aeroportos, aterros sanitários, indústrias e outros.

A topografia e composição do solo também precisam ser avaliadas, princi-

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DIVISÕES TÉCNICAS

Figura 1 - Melhoria contínua

Figura 2 - Fluxograma engenharia diagnóstica

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palmente nas grandes metrópoles, pois há terrenos muito escarpados ou com solos contaminados, a exigir análises detalhadas. A responsabilidade por tais avaliações são dos incorporadores, como preconiza o item 5.4.1 da norma.

Os terrenos e seus entornos também precisam ser avaliados no tocante aos ris-cos de deslizamentos, enchentes, erosões, vibrações transmitidas por vias férreas, vibrações transmitidas por trabalhos de terraplenagem e compactação do solo, ocorrências de subsidência do solo, pre-sença de crateras em camadas profundas, presença de solos expansíveis ou colap-síveis, presença de camadas profundas deformáveis e outros (item 6.2.1), além das interações com os vizinhos, conside-rando-se as eventuais sobreposições de bulbos de pressão, efeitos de grupos de estacas, rebaixamento do lençol freático e desconfinamento do solo em função do corte do terreno (item 6.2.2).

Portanto, há necessidade de profun-do estudo técnico prévio na etapa do planejamento, principalmente quanto ao local onde se pretende edificar.

Essa etapa do planejamento requer, portanto, um Laudo de Avaliação do De-sempenho do Terreno, que contenha a avaliação ambiental do solo e subsolo do terreno e as análises das interações com o entorno, detalhando as características topográficas, geológicas, climáticas e as condições físicas dos imóveis da vi-zinhança.Segundo Passo – Projeto – PPEEU - Essa fase é muito importante para o bom resultado do desempenho, reportando-se ao que consigna o renomado engenheiro Ercio Thomaz, na sua obra Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Constru-ção, editado pela Pini em 2001, cabendo transcrever os trechos que seguem.

“Do ponto de vista estritamente téc-nico, as patologias das construções po-dem ser atribuídas ao negligenciamento de ações (grifa-se), à desconsideração de agentes agressivos ou mesmo ao pe-queno conhecimento de processos dege-nerativos.” (fls. I-29)

“A agência francesa QUALIFORM (‘clube da qualidade’, reunindo cons-trutores, projetistas, fabricantes de ma-teriais, companhias seguradoras), com base em levantamentos executados por companhias seguradoras francesas na década de 1980, aponta como fontes

das patologias as seguintes estatísticas: falhas decorrentes dos projetos: 42% (grifa-se); dos processos de construção 24%; dos materiais: 17%; do uso inde-vido das obras: 10%; de outras causas (acidentes, erosão, etc): 7%. Tal pesqui-sa, que confirma o resultado de tantas outras, aponta o projeto como maior responsável pelas patologias das cons-truções (grifa-se); bem entendido que a concepção de ‘projeto’ para os france-ses é bem mais ampla do que a nossa, e que ‘falhas de projeto’ compreendem operações de construção que foram mal executadas por falha de detalhamento, omissões ou equívocos dos projetos re-lativos aos materiais e às técnicas cons-trutivas.” (fls. 98)

A nova norma da ABNT se esmerou nas exigências aos projetistas, deixando ao encargo deles enorme responsabilida-de, como as especificações dos produtos a serem utilizados, vide o item 5.3 da norma, e eles também devem estabele-cer a Vida Útil de Projeto (VUP) de cada sistema, mesmo quando não existam normas específicas, ou quando o fabri-cante não publica o desempenho de seu produto, ficando sob suas responsabili-dades a solicitação dessas informações.

Sabendo-se das limitadas especifi-cações e dados do desempenho e dura-bilidade dos materiais de construção no Brasil, pode-se prever grande dificulda-de aos projetistas nessas “solicitações de informações aos fabricantes para balizar as decisões de especificação”, que a nor-ma determina.

Além dessas exigências específicas da norma quanto aos projetos, outra de natureza prática também é bastante re-comendável, ou seja, a verificação das compatibilidades das interfaces entre os diversos projetos dos sistemas construti-vos, sugerindo-se o BIM ou a execução

de protótipos para tal avaliação.Portanto, é fundamental um Laudo

de Avaliação do Desempenho dos Pro-jetos, contendo, ainda, análises sobre as interfaces técnicas dos mesmos.

Ressalte-se que, somente profissio-nais com larga experiência em projetos e obras terão competência para essa mis-são, que se entende a mais árdua e a de maior responsabilidade dentre os cinco passos da presente metodologia.Terceiro Passo – Execução – PPEEU - Evidentemente, para que se obtenha o desempenho projetado, a edificação de-verá ser construída consoante os proje-tos e especificações técnicas.

E a execução de qualidade requer também o cumprimento das centenas de normas prescritivas da ABNT e, no mínimo, das 150 indicadas no item 2 e outros da norma de desempenho, além de comprovada expertise e experiência do construtor.

A avaliação da execução é plenamen-te justificada, pois é sabido que eventuais falhas nessa etapa construtiva, mesmo pequenas, podem comprometer grave-mente o desempenho projetado. Basta se reportar à usual falha de vedação externa nas juntas das esquadrias das fachadas de edifícios, que prejudicam o desempenho térmico, acústico e estanqueidade dos cômodos internos do imóvel, sem embar-go de tantas outras falhas de execução que comprometem o desempenho, para se ratificar a necessidade dessa avaliação do desempenho da obra.

Portanto, essa qualidade construtiva que leva ao bom desempenho deverá ser obtida através de cuidados técnicos para cada aspecto funcional da edificação, sobre materiais e técnicas de construção, vide o item 6.1.2 da norma, e a avaliação da execução também poderá ser feita através de investigação sistemática, ba-

Figura 3 - Fluxograma da metodologia de avaliação

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DIVISÕES TÉCNICAS

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seada em métodos consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o comportamento esperado do sistema nas condições de uso definidas.

E como seriam essas avaliações atra-vés de investigação sistemática baseada em métodos consistentes?

O item 6.1.2.1 da norma nos indica um caminho, pois recomenda documen-tação por meio de registro de imagens, memorial de cálculo, observações ins-trumentadas e catálogos técnicos dos produtos, registro de eventuais planos de expansão de serviços públicos ou ou-tras formas, conforme conveniência.

E muito se deve analisar nessas ava-liações das execuções dos sistemas cons-trutivos para possibilitar uma avaliação geral da execução. Sugere-se que tais avaliações da execução sejam procedi-das através de inspeções técnicas de en-genharia e ensaios tecnológicos na obra.

Traduzindo-se para a prática, tais ava-liações requerem laudos de avaliação de diversas fases da execução da obra, peri-ódicos, dos diversos sistemas, através de investigação sistemática, com ilustrações fotográficas que comprovem os mate-riais aplicados e as técnicas de construção utilizadas, contendo ainda eventuais en-saios e interpretação do comportamento de desempenho esperado. Tais laudos de avaliação da execução devem conter ain-da os resultados das investigações quanto aos cumprimentos das determinações dos projetos e especificações, como recomen-dam alguns itens da NBR – 12.722 – Dis-criminação de serviços para construção de edifícios, cabendo transcrever o que segue.6. Fase de construção6.1 Execução da construção6.1.1 É serviço do construtor e deve ser realizado em conformidade com as dis-posições legais, inclusive as do contrato existente entre o proprietário da obra e o construtor, em perfeita conformidade com o projeto (grifa-se).6.1.2.3 Verificação do andamento de serviços mediante:a) registro de desembolso efetuado;b) registro do andamento de serviços observados na obra (grifa-se);c) registro de aquisição do material efe-tuado (grifa-se);d) registro de mobilização de mão de obra efetuada.6.1.2.12 Elaboração de relatórios periódi-cos sobre o andamento da obra (grifa-se).

6.2 Fiscalização6.2.1 Deve consistir na verificação, per-manente ou periódica, por profissional habilitado representante dos interesses do proprietário da obra, da satisfação por parte do construtor, de todas as pres-crições existentes no projeto (grifa-se) e disposições contratuais em vigor, durante a construção e do recebimento da obra.h) elaboração de relatórios periódicos sobre o andamento da obra (grifa-se).

Assim sendo, é fundamental a ava-liação do desempenho da execução da obra, que também é o verdadeiro con-trole do desempenho projetado, pois de nada adiantará um excelente projeto se ele não for executado adequadamente na obra. E a investigação desse cumpri-mento somente poderá ser realizada in loco e no decorrer da obra.

Portanto, essa etapa requer o Laudo de Avaliação do Desempenho da Obra, lastreado nos laudos periódicos de ava-liação das diversas fases da obra.Quarto Passo – Entrega da Edifica-ção – PPEEU - Na conclusão da obra, quando da expedição do Habite-se, evi-dentemente deve-se avaliar o desempe-nho resultante no edifício novo, através das medições que atestem, ou não, suas conformidades aos índices de desempe-nho projetados e construídos.

Essa avaliação geral do desempenho edilício será imprescindível para respon-der aos questionamentos do meio jurídi-co nas provas periciais.

Essa avaliação geral do desempenho da edificação nova deve abordar os prin-cipais tópicos da norma, representados pelo desempenho estrutural, desem-penho da segurança contra incêndio, segurança no uso e operação, estan-queidade, desempenho térmico, desem-penho acústico e lumínico.

Também é preciso avaliar as condi-ções de saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico e a adequação ambiental, bem como indicar se os requi-sitos mínimos de desempenho (M), item 4.5.1, ou dos níveis intermediário (I) e su-perior (S), item 4.5.2, especificados para a edificação, foram cumpridos, ou não.

Essa avaliação do desempenho da própria edificação deve incluir inspeção técnica in loco e incluir as análises dos três laudos anteriores, permitindo a devi-da interpretação objetiva sobre o compor-

tamento geral do desempenho da edifica-ção, através de conclusão fundamentada, a ser consignada no Laudo de Avaliação do Desempenho da Edificação Nova.Quinto Passo – Uso da Edificação – PPEEU - A avaliação do desempenho na fase de uso da edificação deve conside-rar, preliminarmente, os resultados da avaliação de manutenção e uso e aná-lises da degradação, procedidos através dos laudos de inspeção predial de manu-tenção e uso. Além disso, é recomendá-vel se avaliar a durabilidade da edifica-ção e seus sistemas como recomenda o item 6.4.2 da norma, isso após dois anos da entrega da obra.

Essa avaliação de desempenho e durabilidade, portanto, servirá para determinar a eventual degradação da edificação nos dois anos iniciais, reco-mendando, ou não, aprimoramentos na manutenção, bem como a revisão, ou não, do prazo de vida útil projetado, vide item 3.42 da norma.

O resultado dessa avaliação deve ser apresentado através do Laudo de Avaliação do Desempenho da Edificação em Uso.

Para melhor visualização dos cinco passos dessa avaliação do desempenho em edificações, apresento na figura 3 o fluxograma da metodologia de avalia-ção em questão.

CONCLUSÃOA avaliação do desempenho e du-

rabilidade da edificação, consoante os preceitos técnicos e também daqueles recomendados pela recente norma NBR 15.575/2013 da ABNT, requer uma siste-matização de procedimentos, sendo im-prescindível se avaliar cada etapa cons-trutiva e analisá-las conjuntamente na avaliação geral do desempenho edilício.

Portanto, as avaliações dos índices técnicos do desempenho, nas diversas etapas construtivas, são fundamentais para se compreender os eventuais des-vios, buscar formas de correção, medir, controlar e buscar melhoria contínua, através das ferramentas da engenharia diagnóstica em edificações, consoante metodologia dos Cinco Passos.

* Tito Lívio Ferreira Gomide é engenheiro civil – FAAP 77 - Crea 64.517/D – perito de engenharia diagnóstica em edificações do Gabinete de Perícias Gomidee-mail: [email protected]

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