diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? marcelo andrade...

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Diversidade Diversidade cultural cultural e ação docente: é e ação docente: é possível educar possível educar para tolerância? para tolerância? Marcelo Andrade Marcelo Andrade Departamento de Educação / Departamento de Educação / PUC-Rio PUC-Rio

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Page 1: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Diversidade culturalDiversidade culturale ação docente: é possível e ação docente: é possível educar para tolerância?educar para tolerância?

Marcelo AndradeMarcelo AndradeDepartamento de Educação / PUC-RioDepartamento de Educação / PUC-Rio

Page 2: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Esclarecimentos iniciais...Esclarecimentos iniciais... Tolerância: uma palavra polissêmica. Existe uma injusta recusa ao termo. Tolerância, entre duas lógicas:

Indiferença? Valorização das diferenças?

Por que esta recusa? Os ideários fundacionais do Ocidente.

Por que a tolerância? Intolerância. Tolerância: urgência e necessidade.

Page 3: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

1 - A tolerância, enquanto valor e 1 - A tolerância, enquanto valor e atitude, relaciona-se com o atitude, relaciona-se com o campo ético e moral.campo ético e moral.

2 - A tolerância, enquanto prática 2 - A tolerância, enquanto prática social, diz respeito às social, diz respeito às sociedades plurais e sociedades plurais e preconceituosas.preconceituosas.

Page 4: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

MORAL (dever) ÉTICA (devir)MORAL (dever) ÉTICA (devir)

Exigências Obrigação Mandamento Proibição

Como (não) devo agir? Comportamentos Regras

Possibilidades Gratuidade Aconselhamento Superação

Que vida eu quero levar? Projetos Valores

Page 5: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Moralmente ExigívelMoralmente Exigível

JUSTIÇAJUSTIÇA O que é justo? Moral de Mínimos Dever / Normas Obrigação / Necessário Contrato Lei Legalidade Coerção Meta Cidadã

Eticamente AconselhávelEticamente Aconselhável

FELICIDADEFELICIDADE O que é bom? Ética de Máximos Conselho / Convite Liberdade / Projetos Aliança Virtude Gratuidade Generosidade Meta Humana

Page 6: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Duas maneiras de entender a Duas maneiras de entender a diversidade cultural:diversidade cultural:

► ► Multiculturalismo Multiculturalismo

► ► InterculturalidadeInterculturalidade

Page 7: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Multiculturalismo:Multiculturalismo: Trata-se de uma constatação: vivemos em

sociedades plurais. A diferença vista como problema: sociedades

plurais e preconceituosas. Movimento sociais: mulheres, negros,

homossexuais, indígenas etc. Teoria Crítica Prática Social Agenda Política

Page 8: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Interculturalidade:Interculturalidade: Trata-se de uma proposta: diálogo entre os diferentes

grupos de uma sociedade plural. Entende a diferença como riqueza, sem negar os

conflitos. Diversidade inclui divergências, relações de poder,

interesses, benefícios. É um campo propício para a educação. Educação crítica, contextualizada, com centralidade

no diálogo, tendo a diferença como um valor que nos constitui como humanos.

Page 9: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Quais as possibilidades Quais as possibilidades argumentativas para se justificar argumentativas para se justificar uma educação que se empenhe em uma educação que se empenhe em construir e “mínimos morais” construir e “mínimos morais” para uma sociedade marcada pela para uma sociedade marcada pela diversidade cultural?diversidade cultural?

Page 10: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Mínimos Morais Mínimos Morais e Educação Intercultural.e Educação Intercultural. Nega a imposição de um único código como

moralmente válido. Reconhece o pluralismo moral e os conflitos

inerentes a ele. Identifica e analisa quais são os mínimos

morais válidos de uma sociedade plural. Possibilita discutir por que e como tais

mínimos morais devem ser ensinados a fim de se manter a pluralidade.

Page 11: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Proposta de uma agenda mínima para o campo ético e para a educação intercultural:

► LIBERDADE

► IGUALDADE

► SOLIDARIEDADE

► DIÁLOGO

► TOLERÂNCIA

Page 12: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Educar para tolerância Educar para tolerância adultos que atiram uns adultos que atiram uns nos outros por motivos nos outros por motivos étnicos e religiosos é étnicos e religiosos é tempo perdido. Tarde tempo perdido. Tarde demais. A intolerância demais. A intolerância

selvagem deve ser, selvagem deve ser, portanto, combatida em portanto, combatida em suas raízes, através de suas raízes, através de

uma educação constante uma educação constante que tem início na mais que tem início na mais

tenra infância, antes que tenra infância, antes que possa ser escrita em um possa ser escrita em um

livro, e antes que se livro, e antes que se torne uma casca torne uma casca

comportamental espessa comportamental espessa e dura demais.e dura demais.

Page 13: Diversidade cultural e ação docente: é possível educar para tolerância? Marcelo Andrade Departamento de Educação / PUC-Rio

Da necessidade de Da necessidade de sobrevivência sobrevivência

pacífica e proveitosa, pacífica e proveitosa, precisamos retirar precisamos retirar

as virtudes que as virtudes que adornam a ética adornam a ética

cidadã: a tolerância, cidadã: a tolerância, a disponibilidade a disponibilidade para o diálogo e para o diálogo e para aceitar o para aceitar o

consenso através consenso através dele, bem como a dele, bem como a

recusa de toda recusa de toda pretensão de possuir pretensão de possuir

o monopólio da o monopólio da verdade.verdade.

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A palavra tolerância A palavra tolerância não me agrada muito. não me agrada muito.

Porém, tenho que Porém, tenho que reconhecer que não reconhecer que não

encontro outra encontro outra melhor para a nossa melhor para a nossa

necessária necessária convivência. O amor convivência. O amor

nos empurra a ter, em nos empurra a ter, em relação a fé dos relação a fé dos

demais, o mesmo demais, o mesmo respeito que temos respeito que temos

pela própria.pela própria.

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Ser tolerante não é ser Ser tolerante não é ser conivente com o intolerável, não conivente com o intolerável, não é acobertar o desrespeito, não é é acobertar o desrespeito, não é amaciar o agressor, disfarçá-lo. amaciar o agressor, disfarçá-lo. A tolerância é a virtude que nos A tolerância é a virtude que nos ensina a viver com o diferente. ensina a viver com o diferente. A aprender com o diferente, a A aprender com o diferente, a

respeitar o diferente. Nós somos respeitar o diferente. Nós somos tão diferentes que tivemos que tão diferentes que tivemos que

criar o valor da igualdade. E criar o valor da igualdade. E sem tolerância não se faz isso, sem tolerância não se faz isso, quer dizer, tolerância enquanto quer dizer, tolerância enquanto

essa capacidade que a gente essa capacidade que a gente tem e que inclusive cria. tem e que inclusive cria.

Ninguém é tolerante porque Ninguém é tolerante porque nasceu tolerante. A gente se nasceu tolerante. A gente se torna tolerante ou a gente se torna tolerante ou a gente se

torna intolerante. Daí a torna intolerante. Daí a possibilidade pedagógica para possibilidade pedagógica para

trabalhar a tolerância.trabalhar a tolerância.

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Marcelo AndradeMarcelo [email protected]

www.novamerica.org.br

Departamento de Educação / PUC-RioDepartamento de Educação / PUC-Rio 3527-1815; 1816; 1817; 1818

Tolerar é pouco? RJ: DP&Alli / Novamerica, 2009Tolerar é pouco? RJ: DP&Alli / Novamerica, 2009 A diferença que desafia a escola. RJ: Quartet / Faperj, 2009A diferença que desafia a escola. RJ: Quartet / Faperj, 2009