distribuiÇÃo espacial de diaphorina citri - fcav.unesp.br · por ser vetor da bactéria causadora...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Diaphorina citri KUWAYAMA (HEMIPTERA: PSYLLIDAE) E SUA RELAÇÃO COM A EXPANSÃO DO GREENING EM LARANJEIRA VALÊNCIA, UTILIZANDO GEOESTATÍSTICA Renata Moreira Leal Engenheira Agrônoma JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Maio de 2009

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

    FACULDADE DE CINCIAS AGRRIAS E VETERINRIAS

    CMPUS DE JABOTICABAL

    DISTRIBUIO ESPACIAL DE Diaphorina citri

    KUWAYAMA (HEMIPTERA: PSYLLIDAE) E SUA RELAO

    COM A EXPANSO DO GREENING EM LARANJEIRA

    VALNCIA, UTILIZANDO GEOESTATSTICA

    Renata Moreira Leal

    Engenheira Agrnoma

    JABOTICABAL SO PAULO BRASIL

    Maio de 2009

  • i

    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

    FACULDADE DE CINCIAS AGRRIAS E VETERINRIAS

    CMPUS DE JABOTICABAL

    DISTRIBUIO ESPACIAL DE Diaphorina citri

    KUWAYAMA (HEMIPTERA: PSYLLIDAE) E SUA RELAO

    COM A EXPANSO DO GREENING EM LARANJEIRA

    VALNCIA, UTILIZANDO GEOESTATSTICA

    Renata Moreira Leal

    Orientador: Prof. Dr. Jos Carlos Barbosa

    Co-orientador: Dr. Pedro Takao Yamamoto

    Tese apresentada Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias Unesp, Cmpus de Jaboticabal, como parte das exigncias para a obteno do ttulo de Doutora em Agronomia (Produo Vegetal).

    JABOTICABAL SO PAULO BRASIL

    Maio de 2009

  • i

    Leal, Renata Moreira

    L435d Distribuio espacial de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae) e sua relao com a expanso do greening em laranjeira Valncia, utilizando geoestatstica/ Renata Moreira Leal. Jaboticabal, 2009

    viii 97 f.; 28 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de

    Cincias Agrrias e Veterinrias, 2009 Orientador: Jos Carlos Barbosa

    Banca examinadora: Antonio Baldo Geraldo Martins, Antonio Carlos Busoli, Eduardo Stuchi, Renato Beozzo Bassanezi

    Bibliografia 1. Laranjeira. 2. Greening. 3. Geoestatstica. I. Ttulo. II.

    Jaboticabal - Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias.

    CDU 634.31:632.4 Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao Servio Tcnico de Biblioteca e Documentao - UNESP, Cmpus de Jaboticabal.

  • ii

  • iii

    DADOS CURRICULARES DA AUTORA

    Renata Moreira Leal Nascida em 07 de dezembro de 1978, na cidade de

    Marlia SP. Iniciou o curso de graduao em Agronomia, em maro de 1999, na

    Universidade Estadual Paulista (UNESP) Cmpus de Jaboticabal, concluindo-o

    em dezembro de 2003. Em maro de 2004, na mesma Universidade, iniciou o

    curso de mestrado junto ao programa de Ps-Graduao em Agronomia (Cincia

    do Solo), vindo a conclu-lo em maro de 2006. Foi bolsista no mestrado da

    FAPESP no perodo de setembro de 2004 a maro de 2006. Em agosto de 2006,

    na mesma Universidade, iniciou o curso de doutorado junto ao programa de Ps-

    Graduao em Agronomia (Produo Vegetal), vindo a conclu-lo em maio de

    2009. Foi bolsista no doutorado da Capes no perodo de setembro de 2006 a maio

    de 2009. Iniciou a carreira acadmica em fevereiro de 2009 como Professora

    Visitante da Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO) Campus de

    Fernandpolis.

  • iv

    DEDICO COM MUITO AMOR E CARINHO

    A minha amada famlia que sempre esteve

    presente, dando-me o apoio necessrio para que

    eu pudesse realizar mais um sonho da minha

    vida. Pessoas que deus colocou no meu

    caminho para que com humildade e sinceridade

    eu pudesse alcanar meus objetivos. Pessoas

    que podem ser comparadas a jias muito raras,

    as quais fui presenteada por Deus.....

    Pai, Me, Camila, Rodrigo e Froid, muito

    obrigada por tudo!!!!!!

    AMO MUITO VOCS!!!!!

    OFEREO

    No posso deixar de oferecer a

    minha me Marisa e ao meu pai Valtair

    que contriburam muito para que eu

    pudesse chegar onde cheguei e, a

    uma AMIGA mais que especial

    chamada LILIANE MARIA

    ROMUALDO, pela amizade sincera,

    companheirismo e ajuda!!!!

  • v

    AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar a Deus e a minha Santa Rita de Cssia, por estarem

    SEMPRE presentes, iluminando meus passos, dando-me f e fora para cumprir

    os meus objetivos.

    Ao Prof. Dr. Jos Carlos Barbosa pela orientao valiosa nestes anos de

    convivncia.

    Ao Dr. Pedro Takao Yamamoto pela co-orientao e correo final da tese.

    Ao Prof. Dr. William Natale que proporcionou boas oportunidades para o

    meu conhecimento cientfico.

    Ao Dr. Eduardo Stuchi e ao Dr. Renato B. Bassanezi e, em especial ao

    Prof. Dr. Antnio Baldo Geraldo Martins e ao Prof. Dr. Antonio Carlos Busoli pelas

    sugestes que contriburam para melhorar a apresentao dos resultados da tese.

    Aos meus queridos e verdadeiros amigos: Leonardo, Gisele, Liliane, Letcia,

    Natlia, Joo Henrique, Isabela, Janiceli pela amizade e companheirismo.

    A alguns familiares que sempre torceram por mim e comemoraram junto

    comigo mais uma conquista: Vtor, Tia Lede, Tia Tereza, der, Luciana, e minha

    eterna prima e comadre Eliandra.

    Marilia Gregolin Costa uma pessoa especial que me ajudou muito desde

    quando entrei no doutorado.

    As secretrias Juliana e Zez do departamento de Cincias Exatas pelo

    auxlio e ajuda quando foram necessrios.

    todos os funcionrios da Biblioteca da FCAV pelo auxlio nas pesquisas.

    As funcionrias da seo de Ps-Graduao pelo atendimento e

    informaes prestadas ao longo destes anos.

    Capes pela concesso da bolsa de doutorado para o desenvolvimento da

    pesquisa.

  • vi

    Ao FUNDECITRUS pelo apoio financeiro e tcnico concedido para o

    desenvolvimento da pesquisa.

    Enfim, a todos que de uma maneira direta ou indireta contriburam para a

    realizao do meu trabalho.

    OBRIGADA!!!!!

  • vii

    SUMRIO

    Pginas

    RESUMO........................................................................................................................ 09

    SUMMARY..................................................................................................................... 10

    1. INTRODUO............................................................................................................ 11

    2. REVISO DE LITERATURA...................................................................................... 12

    2.1. Importncia econmica da citricultura no Brasil................................................... 12

    2.2. Caractersticas gerais da Diaphorina citri............................................................ 13

    2.2.1. Aspectos descritivos e biolgico.................................................................. 13

    2.2.2. Ocorrncia e flutuao populacional da D. citri............................................ 14

    2.3. Huanglongbing ou greening................................................................................. 15

    2.4. Uso da estatstica descritiva para avaliar os dados............................................. 17

    2.5. Uso da geoestatstica para avaliar os dados....................................................... 18

    2.5.1. Semivariograma........................................................................................... 18

    2.5.2. Krigagem...................................................................................................... 21

    2.6. Trabalhos de pesquisas utilizando a geoestatstica para estudar a dependncia

    espacial de pragas e doenas............................... ............................................. 23

    3. MATERIAL E MTODOS........................................................................................... 25

    3.1. Informaes gerais sobre o experimento............................................................. 25

    3.2. Anlise dos dados por meio da estatstica descritiva.......................................... 28

    3.3. Anlise dos dados por meio da geoestatstica..................................................... 28

    3.3.1. Semivariograma........................................................................................... 29

    4. RESULTADOS E DISCUSSO.................................................................................. 29

    4.1. Estatstica descritiva............................................................................................ 29

    4.2. Flutuao populacional de adultos e ninfas de D. citri e sua relao com a

    precipitao e idade das plantas......................................................................... 36

    4.3. Relao entre a flutuao populacional de adultos de D. citri e a ocorrncia de

    plantas doentes nas reas experimentais........................................................... 38

    4.4. Resultados da anlise geoestatstica para adultos de D. citri............................. 44

  • viii

    4.5. Resultados da anlise geoestatstica para ninfas de D. citri............................... 61

    4.6. Resultados da anlise geoestatstica para plantas com greening...................... 72

    4.7. Relao entre os mapas de incidncia de adultos de D. citri e de plantas com

    greening nas reas experimentais....................................................................... 85

    5. CONCLUSES........................................................................................................... 89

    6. REFERNCIAS.......................................................................................................... 89

  • 9

    Distribuio espacial de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera:

    Psyllidae) e sua relao com a expanso do greening em laranjeira

    Valncia, utilizando geoestatstica.

    RESUMO O objetivo do trabalho foi verificar a distribuio espacial de ninfas e

    adultos de D. citri e sua relao com a expanso do greening em duas reas

    cultivadas com laranjeiras, uma de quatro e outra de 12 anos de idade, de uma

    propriedade agrcola localizada no municpio de Mato-SP, utilizando

    geoestatstica. Para determinar o nmero de psildeos adultos, de ninfas e de

    plantas com greening foram realizadas avaliaes peridicas no perodo de

    dezembro/2005 a novembro/2007. Realizou-se uma anlise descritiva dos dados

    e, para verificar a distribuio espacial de adultos e ninfas de D. citri e das plantas

    com greening, utilizou-se a metodologia geoestatstica, ajustando

    semivariogramas e criando mapas atravs de interpolao por krigagem. A maior

    incidncia de adultos e ninfas de D. citri ocorreu no perodo de primavera e vero.

    A rea com plantas de quatro anos de idade apresentou maior incidncia de

    adultos e ninfas de D. citri quando comparada com a rea com plantas de 12 anos

    de idade. A distribuio espacial de adultos e ninfas de D. citri e das plantas com

    greening foi agregada, com raio de agregao que variou de 55 a100 metros. Por

    meio da geoestatstica observou-se a expanso do greening nas duas reas de

    laranjeira Valncia. Na rea de 4 anos, houve maior incidncia de psildeos e uma

    maior expanso da doena, com um aumento de 1700% no nmero de plantas

    com greening, enquanto que na rea de 12 anos, houve menor incidncia do

    psildeo, e o aumento no nmero de plantas com greening foi de 277,78%.

    Palavras-chave: Semivariograma, krigagem, psildeo, ninfa, Candidatus

    Liberibacter asiaticus, Candidatus Liberibacter americanus.

  • 10

    Spatial distribution of Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera:

    Psyllidae) and its relation with greening expansion in Valncia

    sweet orange, using geostatistic

    SUMMARY The aim of this study was to use geostatistics to verify the spatial

    distribution of adults and nymphs of D. citri and its relation with expansion greening

    in two areas sweet orange, at four years old and other the twelve years old, in a

    Farm located in the Mato, municipality - So Paulo, State. To determine the

    number of adults psyllid, nymphs and plants with greening symptoms, periodic

    assessments were done December 2005 until November 2007. A descriptive data

    analysis was undertaken, and geostatistics were used to verify the spatial

    distribution of adults and nymphs of D. citri and plants of greening symptoms

    through the adjustment of semivariograms and interpolation of data by kriging. The

    higher incidence of adults and nymphs of D. citri occurred in the Spring and

    Summer periods when there was not high precipitation. The area with plants the

    four years old showed higher incidence of adults and nymphs of D. citri when

    compeered with area the plants the twelve years old. The spatial distribution the

    adults and nymphs of D. citri and the plants with greening were aggregate forming

    a beam of aggregation of 55 to 100 m. Through geostatistics verified the greening

    expansion in two areas with Valncia sweet orange. In the area with plants the

    four years old, with higher incidence of adults and nymphs of D. citri there was

    increase of 1700% in the number of plants with greening, while in the area with

    plants the twelve years old, this increase was of 277,78%.

    Keywords: Semivariogram, kriging, psyllid, nymphs, Candidatus Liberibacter

    asiaticus, Candidatus Liberibacter americanus.

  • 11

    1. INTRODUO

    O Brasil, impulsionado pelo crescimento das exportaes, atualmente o

    maior produtor mundial de citros, com cerca de 18 milhes de toneladas. Em

    2007, o estado de So Paulo foi responsvel por 80% da produo nacional,

    obtida em rea cultivada de 565 mil hectares, o que corresponde a uma rea de

    71% de toda produo citrcola brasileira (Agrianual, 2008).

    O citros uma das culturas que apresenta maior nmero de pragas e,

    dentre essas, atualmente, tem grande destaque o psildeo Diaphorina citri

    Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae). um pequeno inseto que suga a seiva das

    plantas e tem causado nos ltimos anos grandes prejuzos aos pomares ctricos

    por ser vetor da bactria causadora do greening.

    O greening afeta todas as variedades ctricas e considerada, atualmente,

    a doena de citros mais importante no mundo, pois difcil controle e altamente

    destrutiva para os pomares (BOV, 2006). No Brasil a doena foi identificada em

    julho de 2004 na regio de Araraquara-SP e atualmente est presente em vrios

    municpios do estado de So Paulo.

    O agente causador da doena uma bactria Gram negativa restrita ao

    floema da planta hospedeira denominada Candidatus Liberibacter sp. Existem trs

    variantes da bactria: Candidatus Liberibacter africanus, Candidatus Liberibacter

    asiaticus e Candidatus Liberibacter americanus, entretanto, apenas a C.

    Liberibacter asiaticus e a C. Liberibacter americanus foram constatadas no Brasil

    (COLETTA-FILHO et al., 2004).

    O sintoma caracterstico da doena ocorre inicialmente em um ramo que se

    destaca por apresentar folhas de cor amarela em contraste com o verde de ramos

    no afetados, provocando seca e morte dos ponteiros e reduo no tamanho da

    planta; alm disso, os frutos tornam-se pequenos, deformados e assimtricos

    (AYRES et al., 2005).

  • 12

    Em decorrncia da importncia dessa doena, alguns trabalhos foram

    desenvolvidos nos ltimos anos abordando principalmente medidas de controle do

    inseto, porm estudos voltados avaliao da dependncia espacial da praga

    com o uso da geoestatstica so escassos.

    De acordo com GYENGE et al. (1999) o conhecimento da distribuio

    espacial de populaes de insetos de fundamental importncia para estabelecer

    os melhores critrios para o controle da praga.

    Assim, para estudar a distribuio espacial de uma praga a geoestatstica

    apresenta vantagens por considerar a posio no espao da varivel em estudo

    (LIEBHOLD et al., 1993). Com o uso da geoestatstica possvel determinar a

    distribuio espacial de psildeos adultos e suas ninfas, atravs do estudo da

    variabilidade espacial da varivel em estudo, utilizando modelos de

    semivariogramas. Esses modelos fornecem o raio de agregao da praga e, a

    partir destes resultados elaboram-se mapas que mostram como ocorre a

    agregao na rea.

    Diante do exposto, objetivou-se estudar a distribuio espacial de adultos e

    ninfas de D. citri e sua relao com a expanso do greening em duas reas

    cultivadas com laranjeiras, uma de quatro e outra de 12 anos de idades, em uma

    propriedade agrcola localizada no municpio de Mato-SP, utilizando a

    geoestatstica.

    2. REVISO DE LITERATURA

    2.1. Importncia econmica da citricultura no Brasil

    O Brasil considerado o maior produtor de frutas ctricas da Amrica do Sul

    e de acordo com a AGRIANUAL (2008) a rea colhida prevista at agosto de 2007

    na safra de 2007 foi de 799.549 ha, a produo brasileira foi estimada em 448

    milhes de caixas. A grande maioria da produo destinada indstria, sendo o

    Brasil o maior exportador de suco concentrado de laranja cujo valor das

  • 13

    exportaes juntamente com as de outros derivados tem gerado cerca de 1,5

    bilhes de dlares anuais.

    2.2. Caractersticas gerais da Diaphorina citri

    2.2.1. Aspectos descritivos e biolgicos

    O psildeo Diaphorina citri pertence subfamlia Psylloidea, famlia

    Psyllidae, que rene mais de 1.500 espcies e, caracterizam-se como insetos

    sugadores da seiva das plantas. Apresentam trs ocelos, antenas filiformes

    relativamente longas, rostro curto com trs segmentos e possuem pernas

    posteriores saltatrias (BERGMANN et al., 1994; GALLO et al., 2002).

    Os adultos medem de 2 a 3 mm de comprimento e tem o corpo manchado

    de marrom, cabea marrom claro, asa dianteira alargada da metade at o pice.

    So muito geis e quando perturbados saltam a curtas distncias, mas quando se

    encontram em repouso, flexionam o primeiro par de pernas formando um ngulo

    de 30 em relao superfcie que se encontram (FERNNDEZ, 2003).

    O adulto de D. citri vive em mdia de 2 a 3 meses, sendo que LIU & TSAI

    (2000) obtiveram resultado mdio de longevidade entre 39 e 47 dias para fmeas,

    em diferentes hospedeiros. J NAVA et al. (2007) constataram mdia de

    longevidade um pouco inferior de 32 dias para fmeas e de 23 dias para machos.

    Segundo GRAVENA (2005) os psilideos caracterizam-se por serem

    ovparos, colocando seus ovos em dobras ou insero das folhas com a base

    inserida no tecido da folha e vertical em relao superfcie. Os ovos so

    alongados e logo que so depositados possuem colorao plida se tornando

    amarelo e finalmente laranja (TSAI & LIU, 2000; MEAD, 2002).

    O perodo de incubao dos ovos de aproximadamente 3 dias (NAVA et

    al., 2007). As formas jovens so achatadas de colorao amarelada, olhos

    vermelhos e pernas curtas, que passam por cinco instares com durao mdia de

    11 a 15 dias (GALLO et al., 2002).

  • 14

    Os danos diretos causados pelo inseto decorrem da alimentao, pois ao

    se alimentarem injetam toxinas que distorcem as folhas e as brotaes, causando

    destruio das pores terminais e absciso das folhas e dos brotos (MEAD,

    1976). No entanto, o dano de maior expressividade causado por esse inseto nos

    ltimos anos ser o vetor da bactria causadora do greening.

    2.2.2. Ocorrncia e flutuao populacional da Diaphorina citri

    Segundo BOV & GARNIER (1984) a Diaphorina citri foi observada pela

    primeira vez em 1972, sendo capaz de explorar ambientes em um perodo de

    tempo relativamente curto devido a extrema fecundidade das fmeas, capacidade

    de vo e habilidade de adaptao a vrias plantas hospedeiras (AUBERT, 1987).

    De acordo com TOLLEY (1990),a D. citri pode se deslocar, na ausncia de

    hospederios adequados para seu desenvolvimento, cerca de 1,5 km. SAKAMAKI

    (2005) relatou que a D. citri capaz de se deslocar por quilmetros, uma vez que

    possui asas e musculatura muito similares a algumas cigarrinhas que dispersam

    ativamente por grandes distncias.

    A D. citri encontrada nas brotaes novas e, de acordo com CATLING

    (1970) a flutuao populacional da praga est relacionada com a poca de maior

    fluxo vegetativo das plantas ctricas, pois os ovos so colocados

    preferencialmente nos brotos novos e as ninfas se desenvolvem em folhas jovens.

    REGMI & LAMA (1988) observaram que durante as estaes chuvosas a

    populao de adultos decresce devido gua das chuvas eliminarem ovos e as

    ninfas. Entretanto, os adultos podem se esconder na face abaxial das folhas e dos

    ramos localizados na poro baixa da copa. WHITESIDE et al. (1993) tambm

    relataram que a populao de D. citri diminuda por alta precipitao, sendo que

    a preferncia desse inseto condio de clima quente e seco.

    Em Taiwan, WANG et al. (1996) verificaram que o pico populacional de D.

    citri ocorreu na primavera e vero perodo de maior fluxo vegetativo das plantas

  • 15

    ctricas. No Nepal o pico populacional de D. citri ocorreu em maio, junho e julho,

    em condies de clima quente e seco (REGMI & LAMA, 1988).

    BERGMANN et al., (1994) em Abril de 1990, em pomares localizados nos

    municpios de Ribeiro Preto, Bebedouro, Taquaritinga, Barretos e Colina

    observaram a presena de adultos de D. citri que alm de estarem nas brotaes

    foram encontrados tambm nas folhas e nos ramos novos das plantas. Os autores

    verificaram seca dos tecidos nas brotaes iniciais pela constante suco de seiva

    pela praga.

    YAMAMOTO et al. (2001) verificaram que o pico populacional de adultos de

    D. citri em alguns pomares ctricos das cidades do norte do estado de So Paulo

    ocorreu no final da primavera e incio do vero enquanto que no outono e inverno

    a populao foi reduzida, provavelmente devido ao menor fluxo vegetativo.

    De acordo com GALLO et al. (2002) a maior populao de D. citri nesse

    perodo decorrente, provavelmente do maior fluxo vegetativo que preferido

    pelo inseto para alimentao e oviposio. No outono e no inverno a populao do

    psildeo decresce gradativamente e permanece baixa devido ausncia de

    brotaes novas.

    2.3. Huanglongbing ou greening

    O psildeo Diaphorina citri Kuwayama tornou-se uma praga importante para

    o citros, particularmente depois da constatao de que este inseto o transmissor

    da bactria causadora do greening. uma das doenas mais severas do citros e,

    de acordo com DA GRAA (1991) e BOV (2006) ocasiona a perda de 30 a 70%

    da produtividade.

    O greening tambm chamado de Huanglongbing (HLB), uma doena de

    difcil controle e altamente destrutiva para os pomares ctricos que causada pela

    bactria do gnero Candidatus liberibacter (GARNIER et al., 2000). Trata-se de

    uma bactria Gram negativa restrita ao floema da planta hospedeira denominada

    Candidatus Liberibacter sp. Existem trs variantes da bactria: Candidatus

  • 16

    Liberibacter africanus, Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus Liberibacter

    americanus, entretanto, apenas C. Liberibacter asiaticus e C. Liberibacter

    americanus foram constatadas no Brasil (COLETTA-FILHO et al., 2004).

    No Brasil o primeiro relato da doena foi em 2004, em plantas de laranja

    doce na regio de Araraquara (SP), sendo diagnosticada a forma asitica da

    doena causada pelas bactrias Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus

    Liberibacter americanus, (COLETTA-FILHO et al., 2004; TEIXEIRA et al., 2005).

    De acordo com MANICOM & VAN VUUREN (1990) no existe variedade

    comercial de copa ou de porta-enxerto imune doena, existindo pequenas

    diferenas de resistncia e tolerncia entre elas. Atualmente, at final de abril de

    2008, a doena esteve presente em pomares de 162 municpios com 18,57% dos

    talhes contaminados com a doena (BARBOSA et al., 2008).

    Os sintomas de greening na planta ctrica caracterizam-se pela presena de

    um ramo ou galho com folhas amareladas que se destacam da colorao verde do

    restante da planta. Nas folhas observam-se manchas verde-claras ou amareladas

    mescladas com o verde normal, dando um aspecto de mosqueamento no limbo

    foliar (COLETTA FILHO et al., 2004).

    Os frutos so pequenos e deformados apresentando baixo teor de slidos

    solveis e alto teor de acidez, apresentam queda prematura e os que ficam na

    rvore no amadurecem permanecendo verdes. O sistema radicular tambm

    afetado apresentando pouco desenvolvimento (DA GRAA, 1991; AUBERT,

    1992).

    O perodo de aquisio da bactria pelo psildeo D. citri de 15 a 30

    minutos de suco. O quarto e quinto estdios ninfais podem adquirir a bactria,

    mas s o adulto pode transmiti-la ao migrar de ramo ou planta. Quando o psildeo

    suga por uma hora ou mais a eficincia de transmisso de 100%. E uma vez

    infectados, podem transmitir a bactria a vida toda (CAPOOR et al., 1974; XU et

    al., 1988).

  • 17

    A expresso dos sintomas pode variar devido ao perodo de incubao do

    patgeno na planta que varia de quatro meses a um ano (LOPES et al., 2006). O

    rpido e prolongado perodo de brotao nas rvores novas fazem com que sejam

    muito atrativas para os psildeos, e isto explica em parte, a rpida expanso do

    HLB em replantas de citros (CATLING, 1970).

    Como a doena muito severa, eliminar a planta doente lei no Estado de

    So Paulo, e a Coordenadoria de Defesa Agropecuria (CDA) publicou em

    outubro de 2008, a IN 53 intensificando as aes de combate ao HLB.

    2.4. Uso da estatstica descritiva para avaliar os dados

    A estatstica descritiva muito utilizada nas pesquisas agronmicas, pois

    alm de fornecer respostas do comportamento inicial dos dados, permite uma

    anlise preliminar da varivel em estudo. As medidas de disperso mais utilizadas

    para interpretar os dados e para avaliar a variabilidade de um conjunto de dados

    so a varincia, o desvio padro, o coeficiente de variao, a mdia, a mediana

    entre outras (BUSSAB & MORETTIN, 1987).

    Quando os valores tendem a se concentrarem prximos, por exemplo, da

    mdia a varincia pequena, entretanto, se os valores se distanciam dessa

    medida de posio a varincia grande (WEBSTER & OLIVER, 1990). A

    estatstica descritiva assume que a variabilidade sobre a mdia devida ao acaso

    e, no faz referncia sobre a variabilidade no espao da varivel em estudo,

    dentro de unidades amostrais.

    Sendo assim, para verificar a dependncia espacial de psildeos a

    geoestatstica, atravs do ajuste de semivariogramas e da interpolao dos dados

    por krigagem, tem sido uma ferramenta muito utilizada.

  • 18

    2.5. Uso da geoestatstica para avaliar os dados

    Por meio da anlise da geoestatstica so ajustados modelos de

    semivariograma aos dados obtidos e, a partir do modelo mais adequado so

    construdos mapas de dependncia espacial (VIEIRA et al., 1983).

    2.5.1. Semivariograma

    O semivariograma informa o tipo e a forma da dependncia espacial e,

    segundo VIEIRA et al. (1983) constitui a primeira etapa da geoestatstica

    fornecendo dados para confeccionar mapas. um grfico da semivarincia em

    funo da distncia que caracteriza a estrutura da dependncia espacial da

    varivel em estudo, ou seja, o semivariograma uma funo que relaciona a

    semivarincia com o vetor distncia.

    O semivariograma definido por trs parmetros: o patamar (C0 + C1), o

    efeito pepita (C0) e o alcance (a). O patamar o valor do semivariograma

    correspondente ao seu alcance, ou seja, desse ponto em diante no existe mais

    dependncia espacial entre as amostras.

    O efeito pepita a semivarincia nos pontos muito prximos, quando a

    distncia entre as unidades amostrais so bem pequenas; e o alcance mede a

    distncia limite da dependncia espacial (Figura 1).

  • 19

    0,00

    0,05

    0,10

    0,15

    0,20

    0,25

    0 10 20 30 40 50 60 70 80

    Figura 1 Esquema de um semivariograma ajustado ao modelo esfrico com os

    parmetros da semivarincia mnima (C0), patamar (C0 + C1) e alcance (a).

    A semivarincia descrita como:

    [ ]2)(

    )()()(2

    1)(

    =

    +=hN

    Ii

    ii hxZxZhN

    h

    )(h a semivarincia estimada por uma distancia h;

    )(hN o nmero de pares de observao ([ )()( hxZxZii+ ]) separados pela distncia

    h.

    A partir da, se ajusta aos dados o modelo de semivariogramas mais

    adequado, que pode ser o esfrico, exponencial, gaussiano ou potncia. O modelo

    utilizado ser aquele cuja funo melhor representar as semivarincias

    observadas.

    (a) Modelo Esfrico:

    Esse modelo obtido selecionando-se os valores do efeito pepita (C0) e do

    patamar (C0 + C1), traando-se uma reta que intercepte o eixo y em C0 e que seja

    )(h

    C0+C1

    C0

    a h

  • 20

    tangente aos primeiros pontos prximos de h = 0. Essa reta cruzar o patamar

    distncia a = (2/3)a. Desse modo, o alcance (a) ser a = 3a/2, e esse modelo

    linear at aproximadamente (1/3) a (VIEIRA, 2000). Assim, o modelo esfrico

    definido como:

    (b) Modelo Exponencial:

    Os parmetros C0 e C1 desse modelo so determinados da mesma

    maneira que para o esfrico (VIEIRA, 2000), no entanto, a diferena entre o

    modelo esfrico e o exponencial que esse ltimo atinge o patamar

    assintoticamente, com alcance prtico definido como a distncia na qual o valor do

    modelo de 95% do patamar (ISSAAKS & SRIVASTAVA, 1989). O modelo

    exponencial definido pela seguinte equao:

    (c) Gaussiano:

    Semelhante ao modelo exponencial, o modelo gaussiano atinge o patamar

    assintoticamente, e o parmetro definido como o alcance prtico ou distncia na

    qual o valor do modelo de 95% do patamar (ISSAAKS & SRIVASTAVA, 1989).

    No entanto, o que caracteriza esse modelo o seu ponto de inflexo prximo a

    origem. Esse modelo definido pela seguinte equao:

    +

  • 21

    (d) Potncia:

    O modelo potncia no atinge patamar, e no geral, utilizado para modelar

    fenmenos com capacidade infinita de disperso. O parmetro B tem que ser

    estritamente maior que zero e menor que dois, a fim de garantir que o

    semivariograma tenha positividade definida condicional. Assim, esse modelo

    definido como:

    Depois do ajuste feita a construo dos mapas de krigagem que usa a

    dependncia espacial modelada no semivariograma estimando valores em

    qualquer posio do campo sem tendncia e com varincia mnima. Por meio

    desses mapas possvel visualizar o comportamento da varivel em estudo.

    2.5.2. Krigagem

    Na maioria das vezes o interesse da anlise geoestatstica no se limita

    obteno apenas de um modelo de variabilidade espacial desejando-se, ainda

    avaliar valores de pontos no amostrados. Para isso usa-se a krigagem, que

    utiliza a dependncia espacial entre amostras vizinhas, modelada no

    semivariograma, para estimar valores em qualquer posio dentro do campo sem

    tendncia e varincia mnima (VIEIRA et al., 1983).

    Segundo SILVA JUNIOR (2001) a krigagem pode ser chamada de

    interpolador, pois pondera os valores do ponto vizinho do ponto a ser estimado

    obedecendo aos critrios de no tedenciosidade e de varincia mnima. Neste

    0,)3

    exp(1)(2

    2

    10

    += h

    a

    hCCh

    0,)()(0

    += hhbCh e

  • 22

    sentido, a krigagem nada mais do que uma medida ponderada dos valores

    observado de uma determinada varivel dentro de uma vizinhana. Somente os

    pontos que esto espacialmente relacionados com o local a ser estimado so

    usados na krigagem.

    Neste caso, para a elaborao do mapa para avaliar o estudo, necessrio

    interpolar os pontos amostrados para a obteno de uma estimativa. Essa

    estimativa (z*) uma combinao linear dos valores das medidas vizinhas (x0),

    como segue a equao:

    )z( x = )x(*z iiN

    1=i

    0

    - z* = estimativa,

    - x0 = combinao linear dos valores das medidas vizinhas,

    - N = nmero dos valores medidos envolvidos na estimativa z (xi),

    - i = peso associada a cada valor medido.

    Com relao influncia do peso de cada ponto ( i) ao ponto a ser

    estimado, SILVA JUNIOR (2001) exemplificou com as seguintes situaes

    apresentadas nas Figuras 3a e 3b. Segundo o autor, na Figura 2a os pesos de

    cada ponto (X1, X2, X3 e X4) para estimar o valor de A sero semelhantes, uma

    vez que todos eles esto aproximadamente a uma mesma distncia do ponto A.

    Na Figura 2b, nota-se um agrupamento dos pontos X2, X3 e X4 e, nesse caso o

    peso que X1 ter sobre a estimao do ponto B ser maior que o peso dos

    demais, pois os pontos X2, X3 e X4 esto agrupados e, portanto trazem

    informaes redundantes ou semelhantes de uma mesma regio.

    Sendo assim, o que torna a krigagem um interpolador timo a maneira

    como os pesos so distribudos, pois no so tendenciosos e apresentam

    varincia mnima e, para isso importante que exista dependncia espacial que

    foi definida pelo semivariograma (SALVIANO, 1996).

  • 23

    2a 2b

    Figura 2 - Esquema de duas reas diferentes considerando os dados da

    vizinhana para a interpolao dos dados por krigagem.

    2.6. Trabalhos de pesquisas que utilizaram a geoestatstica para

    estudar a dependncia espacial de pragas e doenas

    Os mtodos comumente utilizados para descrever a distribuio de uma

    populao permitem classificar os padres de distribuio em trs categorias:

    agregada, aleatria ou regular. No entanto, estes mtodos no levam em

    considerao a localizao espacial dos pontos de amostragem.

    Neste contexto, estudos que envolvam a dependncia espacial nas

    amostragens necessitam do uso de mtodos que considerem a posio da

    unidade experimental no espao e, dentre estes atualmente a geoestatstica a

    mais utilizada.

    A geoestatstica surgiu na frica do Sul, quando KRIGE (1951) trabalhando

    com dados de concentrao de ouro concluiu que no era possvel encontrar

    sentido nas varincias se no levasse em considerao a distncia entre as

    unidades amostrais.

    X1

    X3

    X2

    X4

    A

    B

    X1

    X2

    X3

    X4

  • 24

    De acordo com LIBARDI (1986) na estatstica clssica as amostras so

    coletadas ao acaso e na geoestatstica os locais de amostragem so pr-

    definidos. Os autores relatam, ainda que nos dois tipos de anlise pode-se

    calcular a mdia e a varincia, entretanto somente por meio da geoestatstica

    considera-se a dependncia espacial.

    O uso desta ferramenta permite a elaborao de semivariogramas que

    quantificam a dependncia espacial de uma determinada varivel em estudo,

    possibilitando a obteno de interpolaes com erro mnimo (GUIMARES et al.,

    1992).

    Segundo VIEIRA et al. (1983) com o semivariograma obtido determina-se a

    dependncia espacial entre as unidades amostrais bem como o alcance de

    influncia de cada ponto amostrado.

    Atualmente, os mtodos geoestatsticos tm sido utilizados para

    caracterizar a distribuio espacial de insetos pelos entomologistas que estudam a

    dinmica da populao (BARRIGOSSI et al., 2001). Alm disso, por meio do uso

    de tcnicas da geoestatstica pode-se determinar a possvel relao entre um

    inseto-vetor atravs da correlao entre a disseminao do inseto e a expanso

    da doena no local.

    Estudo sobre a presena de gafanhotos em uma mata foi desenvolvido por

    JONHSON (1989) e os resultados indicaram dependncia espacial da praga a

    uma distncia de 1 a 100 kilometros. LIEBHOLD et al. (1991) utilizaram dados

    obtidos por meio de semivariograma para estudar a variabilidade espacial de ovos

    de mariposa e verificaram agregao da massa de ovos numa extenso de 25 a

    50 kilometros.

    Por outro lado, GOTTWALD et al. (1996) avaliaram a incidncia da Tristeza

    do Citrus em pomares de laranja no leste da Espanha durante 14 anos. Os

    autores verificaram que a utilizao do semivariograma no espao-tempo revelou

    a falta de dependncia espacial das plantas doentes.

    ELLSBURY et al. (1998), utilizaram mtodos geoestatsticos para

    caracterizar a dependncia espacial de Diabrotica virgifera virgifera LeConte e

  • 25

    Diabrotica barberi Smith & Lawrence em uma plantao de milho. A D. virgifera

    virgifera LeConte foi avaliada na regio sul da plantao de milho e D. barberi

    Smith & Lawrence na regio norte. Os autores verificaram dependncia espacial

    das duas pragas caracterizando distribuio agregada. A dependncia espacial da

    praga da regio norte da plantao de milho foi de 172 a 281 metros e, para a sul

    de 180 a 550 metros.

    ROBERTO et al. (2002), estudaram a dinmica espacial da Clorose

    Variegada dos Citros (CVC) em um pomar comercial de laranja Valncia de

    maro de 1994 a janeiro de 1996, atravs da anlise do semivariograma. Os

    autores observaram distribuio agregada do CVC e, atravs dos mapas de

    krigagem verificaram que a incidncia da doena aumentou nos perodos em que

    as plantas se encontravam em desenvolvimento vegetativo coincidindo com a

    maior ocorrncia de insetos vetores da bactria.

    FARIAS et al. (2004) avaliaram a distribuio espacial das espcies de trs

    espcies de cigarrinhas vetoras da Xylella fastidiosa, agente causal da Clorose

    Variegada dos Citros, por meio da geoestatstica. Os autores verificaram

    distribuio agregada das cigarrinhas no pomar estudado durante os trs anos

    consecutivos de amostragem e, por meio dos semivariogramas verificaram que a

    espcie Acrogonia sp. apresentou rea media de agregao de 15.760 m2,

    enquanto para O. facialis e D. costalimai essa rea foi de 11.555 m2 e 10.980 m2,

    respectivamente.

    3. MATERIAL E MTODOS

    3.1. Informaes gerais sobre o experimento

    O estudo foi realizado em duas reas de laranjeira doce da variedade

    Valncia (Citrus sinensis (L.) Osbeck), enxertados em limoeiro Cravo, sendo uma

    com plantas de quatro anos (rea 1) e outra com plantas de 12 anos de idade (rea

  • 26

    2), na Fazenda Marchesan, no municpio de Mato, SP. O clima da regio

    classificado segundo Kppen como Aw, tropical, com veres quentes e chuvosos e

    invernos frios e secos, e temperatura mdia de 22C (MATO, 2008).

    O experimento foi instalado em novembro de 2005 e as amostragens

    iniciaram-se no dia 12 de dezembro de 2005, sendo encerradas no dia 28 de

    novembro de 2007. Para avaliao das ninfas, as amostragens foram realizadas

    quinzenalmente no perodo de maior fluxo vegetativo (dezembro/05 a abril/06 e

    novembro/06 a maro/07) e, para os adultos foram quinzenais no perodo de maior

    brotao (novembro a maro) e mensais no restante do perodo.

    Para determinar o nmero de plantas com greening foram realizadas

    inspees em intervalos de dois meses, contando-se o nmero de plantas com

    sintomas caractersticos da doena em cada rea. No decorrer das inspees

    quando encontradas plantas com sintomas de greening, estas foram eliminadas

    da rea seguindo a recomendao da Instruo Normativa n 53.

    A rea 1 foi dividida em 88 unidades amostrais ou parcelas constitudas de 21

    plantas totalizando 1848 rvores (Figura 3), e a rea 2 em 84 parcelas com 21

    plantas num total de 1764 laranjeiras (Figura 4). O espaamento entre as plantas

    das duas reas experimentais foi de 7 m entre linhas e 3 m entre plantas.

    Para a avaliao de adultos de D. citri foram colocadas armadilhas adesivas

    amarelas de dupla face (BUG-Agentes Biolgicos) com 18 cm de altura e 9,5 cm de

    largura, na planta central de cada parcela a uma altura de aproximadamente 1,5 m

    do solo.

  • 27

    Figura 3 - Mapa de localizao das 88 parcelas da rea 1, cultivada com plantas de

    citros de quatro anos de idade na Fazenda Marchesan (Mato SP).

    Figura 4 - Mapa de localizao das 84 parcelas da rea 2, cultivada com plantas de

    citros de 12 anos de idade na Fazenda Marchesan (Mato SP).

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    14

    15

    16

    17

    18

    19

    20

    21

    22

    23

    24

    25

    26

    27

    28

    29

    30

    31

    32

    33

    34

    35

    36

    37

    38

    39

    40

    4142

    43

    44

    4546

    4748

    49

    50

    5152

    5354

    55

    56

    5758

    5960

    61

    62

    6364

    6566

    67

    68

    6970

    71

    72

    73

    7475

    76

    7778

    79

    80

    8182

    8384

    767300 767400 767500 7676007606000

    7606050

    7606100

    7606150

    7606200

    7606250

    1

    23

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    1415

    16

    17

    18

    19

    20

    21

    22

    2324

    25

    26

    27

    2829

    30

    31

    32

    3334

    3536

    3738

    3940

    41

    4243

    44

    45

    46

    47

    48

    4950

    51

    52

    53

    54

    55

    56

    5758

    59

    60

    61

    62

    63

    64

    6566

    67

    68

    69

    7071

    72

    73

    74

    75

    76

    77

    78

    79

    8081

    82

    83

    84

    85

    8687

    88

    763950 764000 764050 764100 764150 764200

    7601450

    7601500

    7601550

  • 28

    Para a avaliao das ninfas de D. citri, foi amostrado um broto de cerca de

    10 cm tomado ao acaso na regio mediana da planta central de cada parcela nas

    duas reas. Nas armadilhas e brotaes foram contados o nmero de adultos e

    ninfas encontrados, respectivamente, sendo que as armadilhas foram trocadas a

    cada amostragem.

    Foram realizadas pulverizaes com inseticidas e acaricidas/inseticidas nas

    reas. Na rea 1 foram realizadas nos dias 10/01/06 (abamectin), 12/09/06

    (dimetoato), 19/12/06 (abamectin), 07/08/07 (thiametoxam) e dia 28/11/07

    (abamectin). Na rea 2 as aplicaes foram nos dias 26/09/06 (dimetoato) e

    12/01/07 (abamectin).

    Para a anlise dos dados foram utilizados os programas estatsticos:

    MINITAB 14 (estatstica descritiva) e o SURFER 7.0 (geoestatstica).

    3.2. Anlise dos dados por meio da estatstica descritiva

    As estatsticas utilizadas para analisar o conjunto de dados foram a mdia,

    a mediana, a varincia, o desvio padro, o coeficiente de variao e os ndices de

    assimetria e curtose.

    3.3. Anlise dos dados por meio da geoestatstica

    Foram ajustados modelos de semivariograma aos dados obtidos, e a partir

    do modelo mais adequado foram construdos os mapas de dependncia espacial

    dos adultos e ninfas de D. citri e das plantas com greening. A dependncia

    espacial foi quantificada a partir do semivariograma e da interpolao dos dados

    por krigagem (VIEIRA et al., 1983).

  • 29

    Depois do ajuste dos semivariogramas para avaliar o comportamento de

    cada varivel foram elaborados por meio da krigagem os mapas de isolinhas e de

    superfcie.

    3.3.1. Semivariograma

    No presente estudo, o modelo de semivariograma que melhor se ajustou

    aos dados foi o esfrico e, descrito como (VIEIRA, 2000):

    - C0 o efeito pepita ou semivarincia mnima;

    - C0+C1 o patamar ou semivarincia mxima;

    - a o alcance ou raio de agregao.

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1. Estatstica descritiva

    Observou-se grande variabilidade das reas estudadas com relao ao

    nmero de ninfas e adultos de D. citri e de plantas doentes (Tabelas de 1 a 6),

    pois quando se comparou os valores da mdia e da varincia verificou-se que os

    valores da varincia sempre foram superiores aos da mdia.

    Por meio da comparao desses parmetros estatsticos conclumos que a

    forma de distribuio de adultos e ninfas de D. citri e de plantas com greening, em

    ambas as reas experimentais, foi agregada.

    +

  • 30

    Ainda, nas mesmas tabelas, observou-se altos valores do coeficiente de

    variao obtidos para todas as variveis estudadas, que variou de 64 a 644%

    (Tabelas de 1 a 6). Os altos valores do coeficiente de variao so conseqncia

    da grande variabilidade verificada nas reas estudadas, pois foram comparadas

    parcelas que apresentaram um grande nmero, de adultos de D. citri, outras

    parcelas com um menor nmero da praga e, ainda parcelas em que no foram

    capturados psildeos.

    Outros dois ndices importantes so os de assimetria e curtose, que

    tambm fornecem uma indicao da forma de distribuio das variveis

    estudadas. Para o ndice de assimetria e curtose quanto mais prximo de zero e

    trs, respectivamente a distribuio se aproxima da normal. No presente estudo

    para ambas as reas experimentais, os valores esto bem distantes desses

    ndices indicando distribuio assimtrica das variveis analisadas, o que

    caracteriza distribuio agregada de adultos e ninfas de D. citri e das plantas

    doentes.

  • 31

    Tabela 1 - Estatstica descritiva das avaliaes de adultos de D. citri capturados

    nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda

    Marchesan (Mato-SP).

    Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente

    de Variao

    Mediana Assimetria Curtose

    12/12/05 1,72 3,56 109 1 2,17 7,10 27/12/05 2,55 9,21 118 2 2,45 6,97 11/01/06 2,04 5,38 113 1 1,74 4,06 24/01/06 1,35 5,01 165 1 3,21 13,50 08/02/06 1,31 2,96 130 1 1,98 4,74 21/02/06 0,78 1,92 176 0 2,87 10,22 14/03/06 1,97 13,22 183 1 4,70 21,05 28/03/06 4,03 28,75 132 3 5,09 35,48 18/04/06 7,68 12,85 147 4,5 5,24 34,95 18/05/06 1,53 8,48 189 1 4,18 23,46 20/06/06 1,28 6,28 195 1 4,93 30,71 25/07/06 1,05 3,56 180 0 2,24 4,84 16/08/06 1,73 13,35 211 1 5,36 36,53 13/09/06 0,03 0,06 695 0 7,48 58,32 10/10/06 0,09 0,11 359 0 3,86 15,74 09/11/06 0,10 0,12 332 0 3,52 12,97 23/11/06 0,11 0,10 280 0 2,48 4,23 06/12/06 0,78 1,55 158 0 2,29 6,14 21/12/06 1,14 2,14 128 1 1,87 4,98 09/01/07 0,09 0,11 359 0 3,86 15,74 24/01/07 0,07 0,05 409 0 3,90 13,48 13/02/07 0,19 0,66 421 0 7,07 57,36 28/02/07 0,23 0,25 218 0 2,15 3,94 13/03/07 0,11 0,15 338 0 3,62 13,25 27/03/07 0,18 0,40 349 0 5,62 38,63 17/04/07 0,19 0,69 428 0 6,82 53,63 22/05/07 0,20 0,86 145 0 1,96 5,20 19/06/07 0,27 0,21 429 0 6,9 54,70 18/07/07 1,07 0,34 213 0 2,04 3,03 20/08/07 2,23 2,64 152 2 1,83 3,38 21/09/07 1,13 5,97 104 1 1,06 9,75 3110/07 4,88 96,73 201 2 6,53 51,56 14/11/07 5,57 37,23 109 4 2,56 8,30

    * Mdia de psildeos por parcelas

  • 32

    Tabela 2 - Estatstica descritiva das avaliaes de adultos de D. citri capturados

    nas armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda

    Marchesan (Mato-SP).

    Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente

    de Variao

    Mediana Assimetria Curtose

    12/12/05 1,71 7,89 163 1 5,49 39,92 27/12/05 1,05 2,75 158 0 2,72 9,28 11/01/06 1,35 4,06 149 1 2,47 7,33 24/01/06 4,79 22,27 98 4 2,16 6,40 08/02/06 6,06 50,87 117 4 2,12 4,68 21/02/06 6,06 17,77 69 5 1,37 2,84 14/03/06 3,64 11,00 91 3 1,67 3,45 28/03/06 1,00 1,54 124 1 1,39 1,64 18/04/06 1,13 1,97 124 1 1,74 3,90 18/05/06 0,12 0,15 239 0 3,52 12,47 20/06/06 0,45 0,66 179 0 1,88 2,86 25/07/06 0,05 0,05 449 0 4,33 17,12 16/08/06 0,02 0,02 664 0 6,36 39,40 13/09/06 0,08 0,10 382 0 4,15 18,34 10/10/06 0,06 0,08 477 0 5,26 29,71 09/11/06 0,06 0,07 399 0 3,79 12,68 23/11/06 0,08 0,15 464 0 5,94 40,41 06/12/06 0,12 0,13 303 0 3,15 10,14 21/12/06 0,20 0,26 251 0 2,54 5,63 09/01/07 0,01 0,01 916 0 9,17 84,00 24/01/07 0,15 0,13 235 0 1,94 1,82 13/02/07 0,17 0,16 243 0 2,36 50,08 28/02/07 0,12 0,11 273 0 2,40 3,83 13/03/07 0,23 0,23 202 0 1,89 2,89 27/03/07 0,25 0,33 231 0 2,61 7,25 17/04/07 0,13 0,16 308 0 3,27 10,68 22/05/07 0,02 0,23 644 0 6,36 39,40 19/06/07 0,04 0,03 522 0 5,10 24,54 18/07/07 0,02 0,02 644 0 39,40 39,40 20/08/07 0,06 0,08 477 0 29,71 29,71 21/09/07 0,13 0,16 308 0 10,68 10,68

    * Mdia de psildeos por parcelas

  • 33

    Tabela 3 - Estatstica descritiva das avaliaes das ninfas de D. citri amostradas

    nas brotaes das plantas ctricas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007,

    da Fazenda Marchesan (Mato-SP).

    Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente

    de Variao

    Mediana Assimetria Curtose

    12/12/05 4,41 44,21 150 0 1,79 3,21 27/12/05 4,97 89,90 190 1 3,23 12,79 11/01/06 2,01 15,43 192 0 2,48 7,68 24/01/06 10,02 146,00 120 3 1,10 0,19 08/02/06 0,25 0,47 272 0 2,97 8,39 21/02/06 1,77 9,90 177 0 1,81 2,28 14/03/06 0,42 1,74 313 0 4,86 26,85 28/03/06 0,09 0,29 592 0 6,39 41,72 23/11/06 1,74 24,77 286 0 3,31 10,98 06/12/06 0,32 2,20 465 0 7,54 63,23 21/12/06 0,02 0,02 659 0 6,52 41,41 09/01/07 0,44 0,76 196 0 2,11 4,08 24/01/07 0,46 1,54 272 0 4,06 19,48 28/02/07 0,72 2,67 228 0 2,79 7,40 13/03/07 ,064 4,88 347 0 5,61 36,90 27/03/07 0,20 0,44 324 0 3,85 16,06

    * Mdia de ninfas por brotao

  • 34

    Tabela 4 - Estatstica descritiva das avaliaes das ninfas de D. citri amostradas

    nas brotaes das plantas ctricas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007,

    da Fazenda Marchesan (Mato-SP).

    Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente

    de Variao

    Mediana Assimetria Curtose

    12/12/05 0,04 0,06 679 0 7,31 55,60 27/12/05 0,94 4,64 228 0 2,84 8,72 11/01/06 7,06 75,67 123 4 1,56 1,77 24/01/06 1,55 10,90 213 0 5,22 36,28 08/02/06 1,86 11,33 181 0 2,05 3,49 21/02/06 0,46 1,29 244 0 2,80 8,16 14/03/06 0,09 0,21 478 0 5,09 26,37 28/03/06 0,36 1,05 287 0 3,42 12,90 23/11/06 0,04 0,06 679 0 7,31 55,60 06/12/06 0,09 0,11 350 0 3,75 14,86 21/12/06 0,32 0,39 194 0 2,08 4,34 09/01/07 0,25 0,36 239 0 2,61 6,78 24/01/07 1,06 3,74 182 0 2,81 9,11 28/02/07 0,07 0,09 422 0 4,63 23,05 13/03/07 0,16 0,28 340 0 3,73 14,18

    * Mdia de ninfas por brotao

  • 35

    Tabela 5 - Estatstica descritiva das avaliaes de plantas com greening da

    rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato-SP).

    Inspees Mdia* Varincia Coeficiente

    de Variao

    Mediana Assimetria Curtose

    11/11/05 0,03 0,03 535 0 5,22 25,8 11/01/06 0,08 0,09 391 0 4,26 19,40 14/03/06 0,11 0,12 310 0 3,24 10,80 18/05/06 0,19 0,20 233 0 2,32 4,89 25/07/06 0,25 0,26 203 0 1,95 3,06 13/09/06 0,25 0,26 203 0 1,95 3,06 09/11/06 0,28 0,32 199 0 2,28 6,11 09/01/07 0,31 0,40 205 0 2,45 6,65 13/03/07 0,38 0,49 187 0 2,00 3,75 22/05/07 0,40 0,50 177 0 1,89 3,36 18/07/07 0,43 0,57 175 0 2,20 5,99 21/09/07 0,57 0,66 143 0 1,61 3,01 14/11/07 0,58 0,66 140 0 1,58 2,95

    * Mdia de plantas com greening por parcela.

    Tabela 6 - Estatstica descritiva das avaliaes de plantas com greening na rea

    2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato-SP).

    Inspees Mdia* Varincia Coeficiente

    de Variao

    Mediana Assimetria Curtose

    11/11/05 0,21 0,65 376 0 4,51 21,3 11/01/06 0,27 0,80 327 0 4,15 18,4 14/03/06 0,27 0,80 327 0 4,15 18,4 18/05/06 0,27 0,80 327 0 4,15 18,4 25/07/06 0,29 1,00 337 0 4,28 19,3 13/09/06 0,29 1,00 337 0 4,28 19,3 09/11/06 0,29 1,00 337 0 4,28 19,3 09/01/07 0,31 1,00 324 0 4,22 18,7 13/03/07 0,34 1,00 296 0 3,95 16,9 22/05/07 0,42 1,26 261 0 3,85 17,3 18/07/07 0,52 1,77 254 0 3,96 17,9 21/09/07 0,59 1,83 227 0 3,64 15,7

    * Mdia de plantas com greening por parcela.

  • 36

    4.2. Flutuao populacional de adultos e ninfas de D. citri e sua

    relao com a precipitao e idade das plantas ctricas

    A relao entre a precipitao e a flutuao populacional de adultos e ninfas

    de D. citri nas reas experimentais esto apresentados nas Figuras 5 e 6,

    respectivamente.

    Na rea 1, o pico populacional da praga ocorreu no ms de abril de 2006,

    com mdia de 7,68 psildeos por armadilha e no ms de novembro de 2007,

    quando foram capturados 5,22 psildeos por armadilha (Figura 5A). Na rea 2, o

    pico populacional da praga ocorreu no ms de fevereiro de 2006, com mdia de

    6,06 adultos por armadilha (Figura 5B).

    Verificou-se que na rea 1, plantas de quatro anos, que as mdias de

    adultos de D. citri capturados em todo perodo experimental sempre foram bem

    maiores que aquelas obtidas na rea 2, que possuiu plantas com 12 anos de

    idade (Figura 5). Essa variao pode ser devido a grande quantidade de brotaes

    que so emitidas por uma planta ctrica jovem quando comparada com uma adulta,

    tendo em vista que nas plantas mais jovens o fluxo vegetativo so mais freqentes

    e intensos, condio favorvel para alimentao e oviposio de D. citri (GALLO et

    al., 2002).

    Ainda, de acordo com resultados de pesquisas relatados por AUBERT

    (1987) essa praga encontrada preferencialmente em brotaes novas locais

    onde se encontram um maior nmero de ovos e ninfas.

    Nas duas reas experimentais verificou-se que a maior incidncia de

    psildeos ocorreu no perodo de primavera-vero, incluindo os meses de dez/05 a

    mar/06 (Figuras 5A e 5B), perodo que justamente coincidiu com poca de maior

    fluxo vegetativo da plantas ctricas.

    Esses resultados esto de acordo com os obtidos por BERGMANN et al.

    (1994); YAMAMOTO et al. (2001); UEHARA-CARMO et al. (2006) e BELOTI et al.

    (2007).

  • 37

    Atravs de avaliaes realizadas em pomares localizados em alguns

    municpios do Estado de So Paulo, BERGMANN et al. (1994) verificaram alta

    incidncia de D. citri em laranja Pra, Natal, Valncia, tangerina Ponkan e limo

    Taiti, capturados principalmente nas folhas e ramos novos das plantas. Os autores

    verificaram que nos meses de agosto a outubro no ocorreu a presena da praga

    nos pomares.

    YAMAMOTO et al. (2001) verificaram que o pico populacional de adultos de

    D. citri em alguns pomares ctricos de cidades do norte do estado de So Paulo

    ocorreu no final da primavera e incio do vero enquanto que no outono e inverno

    a populao foi reduzida, provavelmente devido ao menor fluxo vegetativo.

    Resultados semelhantes tambm foram observados por outros autores,

    como UEHARA-CARMO et al. (2006), que estudando a flutuao populacional do

    psildeo na regio de Taquaritinga-SP, verificaram que o pico populacional da

    praga ocorreu no perodo de vero dos anos de 2004/2005 (mdia de 0,84 insetos

    por armadilha) e na primavera/2005 (1,13 adultos por armadilha). BELOTI et al.

    (2007), avaliando pomares de citros na regio de Mato-SP, constataram que a

    maior incidncia de adultos de D. citri ocorreu nos meses de nov/dez de 2006 e

    janeiro de 2007.

    Entretanto, verificou-se que no perodo de primavera-vero dos anos de

    2006/2007 (dezembro a maro), diferentemente do que relatado na literatura e

    do resultado obtido nesta mesma poca do ano anterior (2005/2006) na presente

    pesquisa, a incidncia da praga foi muito baixa nas duas reas experimentais

    (Figura 5).

    Esse resultado justificado pela intensa precipitao que ocorreu no

    perodo de primavera-vero dos anos de 2006/2007, como pode ser constatado na

    Figura 5A da rea com plantas de quatro anos e, na rea 5B com plantas de 12

    anos, quando nessa poca a quantidade de chuva variou de 100 a 500 mm.

    Dados de literatura sustentam os resultados obtidos, pois, REGMI & LAMA

    (1988, citado por YAMAMOTO et al., 2001) observaram que durante as estaes

    chuvosas a populao de adultos decresce. AUBERT, (1987); WHITESIDE et al.

  • 38

    (1993) tambm relatam que a populao de D. citri diminuda na condio de

    alta precipitao.

    Relata-se, ainda que essa diminuio no teve influencia das aplicaes de

    inseticidas realizadas em ambas as reas experimentais, que ocorreram na rea 1

    em jan/set/dez de 2006 e, ago/nov de 2007. Na rea 2, as aplicaes realizadas nos

    meses de set/2006 e jan/2007.

    Com relao flutuao populacional das ninfas de D. citri, verificou-se que

    na rea 1, as mdias de ninfas encontradas so bem maiores que na rea 2, com

    mdias mensais de at 2,96 ninfas por brotao na rea 1, enquanto que na rea 2,

    a maior mdia encontrada foi de 0,56, ambas no ms de janeiro (Figuras 6A e 6B).

    Esta variao, conforme comentado anteriormente foi devido, provavelmente

    quantidade de brotos emitidos pelas plantas mais novas (rea 1), quando

    comparadas s plantas mais velhas da rea 2.

    Da mesma forma que para os adultos de D. citri, verificou-se que na poca

    de primavera-vero dos anos de 2006/2007 (dezembro a maro), a incidncia das

    ninfas tambm foi muito baixa nas duas reas (Figura 6), e conforme j justificado

    anteriormente esse evento aconteceu devido a intensa precipitao ocorrido nesse

    perodo experimental.

    4.3. Relao entre a flutuao populacional de adultos de D. citri e a

    ocorrncia de plantas doentes nas reas experimentais

    Verificou-se na primeira inspeo da rea 1, de um total de 1848 plantas a

    presena de trs plantas com greening, ou seja, 0,16% do total de plantas

    cultivadas nessa rea (Figura 7A). No decorrer das inspees houve aumento do

    nmero de plantas doentes, sendo que no perodo experimental foram

    encontradas 51 plantas de citros doentes, o que correspondeu a 2,76% do total de

    plantas na rea.

  • 39

    Na rea 2, na primeira inspeo verificou-se a presena de 18 plantas

    doentes, representando 1,02% do total de plantas (Figura 7B). Houve no decorrer

    do perodo experimental, aumento do nmero de plantas com greening e, no no

    perodo foram encontradas um total de 50 plantas doentes, representando 2,83%

    do total de plantas rea 2.

    Observou-se na rea 1, crescimento continuo das plantas doentes em todo

    perodo experimental o que pode estar relacionado com a presena da praga

    nessa rea o ano todo. Isso justificado pela idade das plantas, pois as plantas de

    quatro anos de idade quando comparadas as de 12 anos, ofereceram condies

    mais favorveis para a alimentao e oviposio de adultos de D. citri atravs da

    emisso de uma maior quantidade de brotao o que refletiu na maior incidncia

    da praga na rea.

    De acordo com relatos feitos por HUANG et al., (1990) e LOPES et al.,

    (2006) a expresso dos sintomas das plantas doentes pode variar de acordo com

    o tempo de incubao do patgeno na planta, sendo que as plantas podem

    mostrar os sintomas de greening de quatro meses a um ano aps a contaminao.

    Sendo assim, a Figura 7A (rea 1) que mostra os dados de flutuao

    populacional dos psildeos e do nmero de plantas doentes, essa relao foi

    verificada em duas pocas diferentes. Observou-se, que em Maro/06 adultos,

    ocorreu um aumento expressivo do nmero de psildeos em relao ao ms

    anterior (fevereiro), que de 2,02 passou para 6,00 psildeos por armadilha (Figura

    7A). Aps, aproximadamente 12 meses do aumento do nmero de adultos de D.

    citri ocorreu o aumento do nmero de plantas doentes (Maro/07- plantas

    doentes), que de 27 plantas contaminadas em janeiro de 2007, passou para 33

    plantas em maio do mesmo ano (Figura 7A).

    Comportamento semelhante a esse, ainda na rea 1, foi verificado no ms

    de Dezembro/06 quando a populao da praga tambm aumentou em relao ao

    ms anterior, passando de 0,3 psildeos por armadilha para 2,00 psildeos por

    armadilha em dezembro/06 (Figura 7A). Uma vez mais, o aumento do nmero de

    psildeos foi responsvel pelo aumento do nmero de plantas contaminadas

  • 40

    quando nove meses aps a alta incidncia de psildeos tambm houve o aumento

    de plantas doentes que passou de 38 em julho/07 para 51 em dezembro/07, como

    pode ser verificado na Figura 7A.

    Na rea 2, observou que em Fevereiro/06 adultos, ocorreu um aumento

    expressivo do nmero de psildeos em relao ao ms anterior (janeiro), que de

    3,1 passou para 5,96 psildeos por armadilha (Figura 7B). Aps 11 meses do

    aumento do nmero de adultos de D. citri ocorreu o aumento do nmero de

    plantas doentes (Janeiro/07- plantas doentes), que de 26 plantas contaminadas

    em fevereiro/2006 passou para 51 plantas em janeiro/2007 (Figura 7B)

    Esses resultados mostram que pode existir alguma relao entre o nmero

    de plantas doentes e a incidncia de psildeos nas reas estudadas.

  • 41

    0,00

    1,00

    2,00

    3,00

    4,00

    5,00

    6,00

    7,00

    8,00

    9,00

    dez/

    05ja

    n/06

    fev/

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    ago/

    06se

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    out/0

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    dez/

    06ja

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    fev/

    07m

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    Amostragens

    N de

    adultos

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    0

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    Pre

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    o (m

    m)

    N de adultos por armadilha

    Precipitao

    0,00

    1,00

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    5,00

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    dez/

    05ja

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    nov/

    06de

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    mar

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    7ou

    t/07

    Amostragens

    N de ad

    ultos por ar

    mad

    ilha

    0

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    600

    Pre

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    o (m

    m)

    N de adultos por armadilha

    Precipitao

    Figura 5 Relao da precipitao com a flutuao populacional de adultos de D. citri na rea 1 (A), e na rea 2 (B) da

    Fazenda Marchesan (Mato-SP), no perodo de dez/2005 a nov/2007.

    A

    B

  • 42

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    3,00

    3,50

    dez/

    05

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    /06

    abr/0

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    dez/

    06

    jan/

    07

    fev/

    07

    mar

    /07

    Amostragens

    N de

    nin

    fas

    por bro

    to

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    Pre

    cipita

    o (m

    m)

    N de ninfas por brotoPrecipitao

    0,00

    0,10

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    dez/

    05

    jan/

    06

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    mar

    /06

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    06

    dez/

    06

    jan/

    07

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    07

    mar

    /07

    Amostragens

    N de nin

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    0

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    300

    400

    500

    600

    Pre

    cipita

    o (m

    m)

    N de ninfas por broto

    Precipitao

    Figura 6 Relao da precipitao com a flutuao populacional de ninfas de D. citri na rea 1 (A), e na rea 2 (B) da

    Fazenda Marchesan (Mato-SP), no perodo de dez/2005 a nov/2007.

    A

    B

  • 43

    0

    1

    2

    3

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    5

    6

    7

    8

    dez/

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    t/06

    out/0

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    v/06

    dez/

    06ja

    n/07

    fev/

    07m

    ar/0

    7ab

    r/07

    mai

    /07

    jun/

    07ju

    l/07

    ago/

    07se

    t/07

    out/0

    7no

    v/07

    Amostragens

    N de

    adultos

    por ar

    mad

    ilha

    0

    10

    20

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    60

    dez-05

    jan-

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    6

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    6

    nov-06

    jan-

    07

    mar

    -07

    mai-

    07jul-0

    7

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    7

    nov-07

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    N de

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    0

    1

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    5

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    06m

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    mar

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    7

    Amostragens

    N

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    10

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    nov-0

    5

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    mar

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    7

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    Inspees

    N

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    reen

    ing

    Figura 7 Relao entre flutuao populacional de adultos de D. citri com o nmero de plantas com greening na rea 1 (A) e

    na rea 2 (B) da Fazenda Marchesan (Mato-SP), no perodo de dez/2005 a nov/2007.

    A

    B

    A

    B

    Maro/06 - adultos

    Maro/07 plantas doentes

    Dezembro/06 - adultos

    Setembro/07 plantas doentes

    Fevereiro/06 - adultos Marco/07 - plantas doentes

  • 44

    4.4. Resultados da geoestatstica para adultos de D. citri

    Quando a mdia de psildeos por armadilha da rea 1, foi superior a 0,27

    (24 psildeos na rea), houve dependncia espacial da praga, a qual foi estudada

    por meio de semivariogramas e, o modelo que melhor se ajustou aos dados foi o

    esfrico (Figuras 5 a 8). Para a rea 2, naquelas avaliaes que apresentaram

    mdia de psildeos por armadilha superior a 0,25 (21 psildeos na rea), houve

    dependncia espacial da praga e o melhor modelo ajustado tambm foi o esfrico.

    Dessa forma a distribuio da praga em ambas as reas experimentais

    ocorreu de forma agregada, ou seja, formando reboleiras. O tamanho dessas

    reboleiras foi obtido por meio dos dados do semivariograma atravs dos valores

    do alcance, que tambm representa o raio de agregao da praga na rea.

    Por meio da anlise dos semivariogramas da rea 1, observou-se que o

    alcance de dependncia espacial dos psildeos variou de 65 a 85 m (Figuras de 8

    a 11). Esses resultados indicaram que formaram reboleiras de psildeos no campo

    cujo tamanho variou de 65 a 85 m, sendo esses valores dependentes da poca de

    maior ou menor incidncia da praga na rea.

    Quando houve maior incidncia de psildeos na rea o raio de agregao

    tambm aumentou. Por exemplo, na rea 1, uma das pocas de maior incidncia

    de adultos de D. citri ocorreu em dezembro/2005 (Figura 5A), o que refletiu no

    tamanho da reboleira que apresentou raio de agregao de 80 m (Figura 8 2

    Avaliao). Outro exemplo, foi verificado na 9, 33 e 34 amostragens (Figuras 9

    e 11), quando o raio de agregao de psildeos variou de 80 a 85 m, pocas que

    corresponderam aos meses de abril/2006 e novembro/2007, quando ocorreu alta

    incidncia de adultos de D. citri na rea (Figura 5A).

    Na rea 2, observou-se que o alcance de dependncia espacial dos

    psildeos variou de 80 a 90 m (Figuras 12 e 13 ), indicando que nessa rea

    tambm houve a formao de reboleiras da praga. Entretanto, a partir de

    julho/2006 no houve o ajuste dos dados a nenhum modelo de semivariograma,

  • 45

    pois a populao da praga foi muito baixa, ou seja, menor que 0,5 psildeos por

    armadilha (Figura 5B).

    A variao do raio de agregao obtido na rea 1 (65-85m), em relao o

    da rea 2 (80-90m), est relacionando com a idade das plantas, pois como as

    plantas da rea 1 eram mais jovens possuam maior fluxo de brotaes que

    aquelas da rea 2. Nessa situao, a rea 1 proporcionou aos psildeos condies

    mais favorveis para sua alimentao e oviposio e, portanto a praga no

    precisou voar para outras plantas para se alimentar e colocar seus ovos.

    De acordo com TOLLEY (1990), a D. citri pode se deslocar, na ausncia de

    hospedeiros adequados para seu desenvolvimento, cerca de 1,5 km. Segundo

    CATLING (1970) a D. citri encontrada nas brotaes novas e, sua flutuao

    populacional est relacionada com a poca de maior fluxo vegetativo das plantas

    ctricas.

    Um ndice importante obtido atravs do semivariograma a relao C0/

    (C0+C1), que indica a forma de distribuio da doena. Segundo JOURNEL &

    HUIJBREGTS (1978) os valores da relao C0/ (C0+C1) abaixo de 0,8 indicam

    distribuio agregada da varivel. No presente estudo, os valores obtidos durante

    as avaliaes de adultos de D. citri variaram de 0,05 a 0,7 (Figura 8 a 11),

    indicando tambm distribuio agregada nas duas reas experimentais.

    Alguns trabalhos foram desenvolvidos nos ltimos anos abordando

    principalmente medidas de controle do inseto-vetor, porm, estudos especficos

    sobre avaliao da dependncia espacial da praga utilizando a geoestatstica

    no foram encontrados na literatura. Entretanto, a dependncia espacial de outras

    pragas e doena de citros, por meio da geoestatstica foram estudadas por alguns

    autores, o que mostra a grande importncia desses tipos de estudos na obteno

    de resultados que permitam fazer um controle mais adequado da praga ou da

    doena.

    Neste sentido, FARIAS et al. (2004) avaliaram a distribuio espacial de

    trs espcies de cigarrinhas vetoras da Xylella fastidiosa, agente causal da

    Clorose Variegada dos Citros, por meio da geoestatstica. Os autores verificaram

  • 46

    distribuio agregada das cigarrinhas no pomar estudado, durante os trs anos

    consecutivos de amostragem.

    OKUMURA (2007) com o objetivo de planejar e aprimorar o uso de

    defensivos agrcolas para controlar o caro da falsa ferrugem (Phyllocoptruta

    oleiva), caro branco (Plyphagotarsonemus latus) e o caro da leprose

    (Brevipalpus phoenicis) em citros, utilizaram a geoestatstica para verificar a

    distribuio espacial e temporal dessas pragas. A autora concluiu que por meio do

    uso de tcnicas de geoestatstica foi possvel melhorar a utilizao dos defensivos

    agrcolas para controlar os caros.

  • 47

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.5

    1.0

    1.5

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    2.5

    3.0

    3.5

    4.0Sem

    ivarincia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.5

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    4.5

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    6.5

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.5

    1.2

    1.9

    2.6

    3.3

    4.0

    4.7

    5.4

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    4.5

    5.0

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    Sem

    ivar

    inc

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    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    1.2

    1.4

    1.6

    1.8

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    Figura 8 Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas

    armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan

    (Mato SP).

    1 Avaliao (12/12/05) (h) = 2,1 + 1,3 Esf (70)

    C0/(C0+C1) = 0,6 R2 = 0,98

    2 Avaliao (27/12/05) (h) = 0,6 + 5,5 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,1 R2 = 0,97

    3 Avaliao (27/12/05) (h) = 2 + 3,5 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,4 R2 = 0,97

    4 Avaliao (24/01/06) (h) = 2 + 2,5 Esf (70)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,99

    5 Avaliao (08/02/06) (h) = 2,3 + 0,7 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,96

    6 Avaliao (21/02/06) (h) = 0,8 + 0,8 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96

  • 48

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0

    2

    4

    6

    8

    10

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    14

    16

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    1

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    7

    9

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    15

    17

    19

    21

    Sem

    ivar

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    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    10

    30

    50

    70

    90

    110

    130

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    1.5

    3.0

    4.5

    6.0

    7.5

    9.0

    10.5

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    1.0

    2.0

    3.0

    4.0

    5.0

    6.0

    7.0

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.4

    0.8

    1.2

    1.6

    2.0

    2.4

    2.8

    3.2

    3.6

    4.0

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    Figura 9 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas

    armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan

    (Mato SP).

    7 Avaliao (14/03/06) (h) = 1 + 12,5 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,07 R2 = 0,97

    8 Avaliao (28/03/06) (h) = 1 + 18,4 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,05 R2 = 0,95

    10 Avaliao (18/05/06) (h) = 4,8 + 5,1 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,97

    11 Avaliao (20/06/06) (h) = 1,5 + 4,6 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,2 R2 = 0,97

    12 Avaliao (25/07/06) (h) = 2,5 + 0,9 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98

    9 Avaliao (18/04/06) (h) = 45 + 67 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,95

  • 49

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    1

    3

    5

    7

    9

    11

    13

    15Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    1.2

    1.4

    1.6

    1.8

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    0.4

    0.8

    1.2

    1.6

    2.0

    2.4

    2.8

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1.0

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1.0

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.2

    0.5

    0.8

    1.1

    1.4

    1.7

    2.0

    2.3

    2.6

    2.9

    3.2

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    Figura 10 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas

    armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan

    (Mato SP).

    18 Avaliao (06/12/06) (h) = 0,8 + 0,8 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,99

    19 Avaliao (21/12/06) (h) = 1,8 + 0,7 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98

    27 Avaliao (22/05/07) (h) = 0,6 + 0,2 Esf (65)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,97

    13 Avaliao (16/08/06) (h) = 1 + 11,9 Esf (75)

    C0/(C0+C1) = 0,08 R2 = 0,99

    28 Avaliao (19/06/07) (h) = 0,6 + 0,18 Esf (65)

    C0/(C0+C1) = 0,3 R2 = 0,99

    30 Avaliao (20/08/07) (h) = 2,02 + 0,57 Esf (70)

    C0/(C0+C1) = 0,8 R2 = 0,99

  • 50

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    4.5

    5.0

    5.5

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    1.2

    1.4

    1.6

    1.8

    2.0

    2.2

    2.4

    2.6

    2.8

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Distncia (m)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

    Dsitncia (m)

    4

    8

    12

    16

    20

    24

    28

    32

    36

    40

    44

    48

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    Figura 11 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas

    armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan

    (Mato SP).

    31 Avaliao (21/09/07) (h) = 0,8 + 4,1 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,2 R2 = 0,97

    32 Avaliao (31/10/07) (h) = 1,58 + 0,62 Esf (70)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,99

    33 Avaliao (14/11/07) (h) = 2 + 65 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,03 R2 = 0,93

    34 Avaliao (28/11/07) (h) = 20 + 15 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96

  • 51

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    4

    8

    12

    16

    20

    24

    28

    32

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    Figura 12. Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas

    armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan

    (Mato SP).

    1 Avaliao (12/12/05) (h) = 1,0 + 6,5 Esf (90)

    C0/(C0+C1) = 0,1 R2 = 0,95

    2 Avaliao (27/12/05) (h) = 2,0+ 0,8 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,97

    3 Avaliao (11/01/06) (h) = 2,5+ 2,1 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96

    4 Avaliao (24/01/06) (h) = 17,5+ 6,3 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98

    5 Avaliao (08/02/06) (h) = 0 + 59 Esf (90)

    C0/(C0+C1) = 0 R2 = 0,98

    6 Avaliao (21/02/06) (h) = 12 + 7,5 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,6 R2 = 0,97

  • 52

    0 20 40 60 80 100 120 140

    Distncia (m)

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0.00.20.4

    0.60.81.01.21.41.61.82.0

    2.2

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    1.2

    1.4

    1.6

    1.8

    2.0

    2.2

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    0 25 50 75 100 125 150

    Distncia (m)

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    Sem

    ivar

    inc

    ia

    Figura 13 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas

    armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan

    (Mato SP).

    7 Avaliao (14/03/06) (h) = 8,0 + 3,3 Esf (85)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,97

    8 Avaliao (28/03/06) (h) = 1,1 + 0,75 Esf (80)

    C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98

    9 Avaliao (18/04/06) (h) = 1,05 + 0,68 Esf (90)

    C0/(C0+C1) = 0,6 R2 = 0,94

    11 Avaliao (20/06/06) (h) = 0,37 + 0,35 Esf (90)

    C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96

  • 53

    Foram elaborados os mapas de krigagem, os quais permitiram visualizar o

    comportamento da distribuio espacial de adultos de D. citri nas reas

    experimentais.

    Na rea 1, observou-se que inicialmente houve o surgimento de alguns

    focos de psildeos na rea e, que posteriormente ocorreu a formao de reboleiras

    da praga. O tamanho dessas reboleiras foi determinado em funo da poca de

    maior ou menor incidncia de adultos de D. citri (Figuras 14 a 17).

    Sendo assim, nas avaliaes que apresentaram a menor incidncia de

    adultos de D. citri, houve a formao de vrias reboleiras da praga de tamanhos

    menores. Isso ocorreu nas seguintes avaliaes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11 ,12,

    18, 19, 27, 28, 29, 30, 31 e 32 (Figuras de 14 a 17), que correspondem aos

    seguintes perodos de avaliao dez/2005 a fev/2006 e maio/2006 a out/2007

    (Figura 5A).

    Entretanto, quando a incidncia de psilideos na rea foi maior houve a

    formao de reboleiras de tamanho maiores localizadas de forma mais isolada nas

    reas, como pode ser verificado nas amostragens 7, 8, 9, 13, 33 e 34,

    (Figuras 15, 16 e 17). Essas pocas so aquelas em que ocorreu o pico

    populacional de adultos de D. citri (Figura 5A).

    Na rea 2, verificou-se comportamento semelhante ao obtido na rea 1

    para a distribuio espacial de psildeos (Figuras 18 e 19).

    Verificou-se que quando a incidncia da praga foi baixa, tambm houve a

    formao de vrias reboleiras na rea, como foi observado nas avaliaes 2, 3,

    8, 9 e 11 (Figuras 18 e 19), as quais referem-se ao perodo em que a populao

    de psildeos esteve relativamente baixa na rea (Figura 5B).

    Quando a incidncia da praga foi alta houve a formao reboleiras de

    tamanho maior que se localizaram mais isoladamente na rea, como pode ser

    verificado nas amostragens 1, 4, 5, 6 e 7 (Figuras 18 e 19).

  • 54

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    1 Avaliao (12/12/05)

    01234567891011

    2 Avaliao (27/12/05)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    3 Avaliao (11/01/06)

    0.0

    1.0

    2.0

    3.0

    4.0

    5.0

    6.0

    4 Avaliao (24/01/06)

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    5 Avaliao (08/02/06)

    0.0

    0.6

    1.2

    1.8

    2.4

    3.0

    3.6

    4.2

    6 Avaliao (21/02/06)

    Figura 14 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a

    nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).

  • 55

    024681012141618

    7 Avaliao (14/03/06)

    0

    4

    8

    12

    16

    20

    24

    28

    32

    8 Avaliao (28/03/06)

    08162432404856647280

    9 Avaliao (18/04/06)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    10 Avaliao (18/05/06)

    0123456789101112

    11 Avaliao (20/06/06)

    0

    0.3

    0.60.9

    1.2

    1.5

    1.8

    2.12.4

    2.7

    12 Avaliao (25/07/06)

    Figura 15 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a

    nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).

  • 56

    0

    3

    6

    9

    12

    15

    18

    21

    13 Avaliao (16/08/06)

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    18 Avaliao (06/12/06)

    0.0

    0.3

    0.6

    0.9

    1.2

    1.5

    1.8

    2.1

    2.4

    19 Avaliao (21/12/06)

    0.0

    0.6

    1.2

    1.8

    2.4

    3.0

    3.6

    4.2

    27 Avaliao (22/05/07)

    0.0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    28 Avaliao (19/06/07)

    0.0

    0.3

    0.6

    0.9

    1.2

    1.5

    1.8

    2.1

    2.4

    30 Avaliao (20/08/07)

    Figura 16 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a

    nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).

  • 57

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    31 Avaliao (21/09/07)

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    32 Avaliao (31/10/07)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    33 Avaliao (14/11/07)

    0

    4

    8

    12

    16

    20

    24

    28

    34 Avaliao (28/11/07)

    Figura 17 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a

    nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).

  • 58

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    1 Avaliao (12/12/05)

    0.0

    0.4

    0.8

    1.2

    1.6

    2.0

    2.4

    2.8

    2 Avaliao (27/12/05)

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    3.5

    4.0

    3 Avaliao (11/01/06)

    0.0

    1.02.03.04.05.06.07.08.09.0

    4 Avaliao (24/01/06)

    0

    5

    10

    15

    20

    5 e 6 Avaliaes (08 e 21 fev/06)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    7 Avaliao (14/03/06)

    Figura 18 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a

    nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).

  • 59

    0.00.20.40.60.81.01.21.41.61.82.0

    8 Avaliao (28/03/06)

    0.0

    0.4

    0.8

    1.2

    1.6

    2.0

    2.4

    2.8

    9 Avaliao (18/04/06)

    0.0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    1.2

    1.4

    1.6

    11 Avaliao (25/06/06)

    Figura 19 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a

    nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).

  • 60

    Em algumas avaliaes de adultos de D. citri capturados nas armadilhas,

    no houve ajuste dos dados a nenhum modelo de semivariograma o que

    caracteriza o chamado efeito pepita puro.

    Quando o efeito pepita puro ocorre no existe dependncia espacial da

    varivel estudada e a distribuio ocorre de forma aleatria. No caso do presente

    estudo, o efeito pepita puro ocorreu naquelas amostragens em que se verificou

    incidncia muito baixa de psildeos.

    Na rea 1, quando mdia de psildeos por armadilha foi inferior a 0,27, ou

    seja, 24 psildeos na rea, no houve ajuste do semivariograma a nenhum modelo

    (Tabela 7). Na rea 2, quando a mdia de psildeos por armadilha foi inferior a

    0,25 (21 psildeos na rea), tambm no houve ajuste do semivariograma (Tabela

    8).

    Tabela 7. Parmetros do semivariograma no ajustado de algumas avaliaes de

    adu