distribuiÇÃo espacial de diaphorina citri - fcav.unesp.br · por ser vetor da bactéria causadora...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CINCIAS AGRRIAS E VETERINRIAS
CMPUS DE JABOTICABAL
DISTRIBUIO ESPACIAL DE Diaphorina citri
KUWAYAMA (HEMIPTERA: PSYLLIDAE) E SUA RELAO
COM A EXPANSO DO GREENING EM LARANJEIRA
VALNCIA, UTILIZANDO GEOESTATSTICA
Renata Moreira Leal
Engenheira Agrnoma
JABOTICABAL SO PAULO BRASIL
Maio de 2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CINCIAS AGRRIAS E VETERINRIAS
CMPUS DE JABOTICABAL
DISTRIBUIO ESPACIAL DE Diaphorina citri
KUWAYAMA (HEMIPTERA: PSYLLIDAE) E SUA RELAO
COM A EXPANSO DO GREENING EM LARANJEIRA
VALNCIA, UTILIZANDO GEOESTATSTICA
Renata Moreira Leal
Orientador: Prof. Dr. Jos Carlos Barbosa
Co-orientador: Dr. Pedro Takao Yamamoto
Tese apresentada Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias Unesp, Cmpus de Jaboticabal, como parte das exigncias para a obteno do ttulo de Doutora em Agronomia (Produo Vegetal).
JABOTICABAL SO PAULO BRASIL
Maio de 2009
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Leal, Renata Moreira
L435d Distribuio espacial de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae) e sua relao com a expanso do greening em laranjeira Valncia, utilizando geoestatstica/ Renata Moreira Leal. Jaboticabal, 2009
viii 97 f.; 28 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Cincias Agrrias e Veterinrias, 2009 Orientador: Jos Carlos Barbosa
Banca examinadora: Antonio Baldo Geraldo Martins, Antonio Carlos Busoli, Eduardo Stuchi, Renato Beozzo Bassanezi
Bibliografia 1. Laranjeira. 2. Greening. 3. Geoestatstica. I. Ttulo. II.
Jaboticabal - Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias.
CDU 634.31:632.4 Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao Servio Tcnico de Biblioteca e Documentao - UNESP, Cmpus de Jaboticabal.
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DADOS CURRICULARES DA AUTORA
Renata Moreira Leal Nascida em 07 de dezembro de 1978, na cidade de
Marlia SP. Iniciou o curso de graduao em Agronomia, em maro de 1999, na
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Cmpus de Jaboticabal, concluindo-o
em dezembro de 2003. Em maro de 2004, na mesma Universidade, iniciou o
curso de mestrado junto ao programa de Ps-Graduao em Agronomia (Cincia
do Solo), vindo a conclu-lo em maro de 2006. Foi bolsista no mestrado da
FAPESP no perodo de setembro de 2004 a maro de 2006. Em agosto de 2006,
na mesma Universidade, iniciou o curso de doutorado junto ao programa de Ps-
Graduao em Agronomia (Produo Vegetal), vindo a conclu-lo em maio de
2009. Foi bolsista no doutorado da Capes no perodo de setembro de 2006 a maio
de 2009. Iniciou a carreira acadmica em fevereiro de 2009 como Professora
Visitante da Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO) Campus de
Fernandpolis.
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DEDICO COM MUITO AMOR E CARINHO
A minha amada famlia que sempre esteve
presente, dando-me o apoio necessrio para que
eu pudesse realizar mais um sonho da minha
vida. Pessoas que deus colocou no meu
caminho para que com humildade e sinceridade
eu pudesse alcanar meus objetivos. Pessoas
que podem ser comparadas a jias muito raras,
as quais fui presenteada por Deus.....
Pai, Me, Camila, Rodrigo e Froid, muito
obrigada por tudo!!!!!!
AMO MUITO VOCS!!!!!
OFEREO
No posso deixar de oferecer a
minha me Marisa e ao meu pai Valtair
que contriburam muito para que eu
pudesse chegar onde cheguei e, a
uma AMIGA mais que especial
chamada LILIANE MARIA
ROMUALDO, pela amizade sincera,
companheirismo e ajuda!!!!
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus e a minha Santa Rita de Cssia, por estarem
SEMPRE presentes, iluminando meus passos, dando-me f e fora para cumprir
os meus objetivos.
Ao Prof. Dr. Jos Carlos Barbosa pela orientao valiosa nestes anos de
convivncia.
Ao Dr. Pedro Takao Yamamoto pela co-orientao e correo final da tese.
Ao Prof. Dr. William Natale que proporcionou boas oportunidades para o
meu conhecimento cientfico.
Ao Dr. Eduardo Stuchi e ao Dr. Renato B. Bassanezi e, em especial ao
Prof. Dr. Antnio Baldo Geraldo Martins e ao Prof. Dr. Antonio Carlos Busoli pelas
sugestes que contriburam para melhorar a apresentao dos resultados da tese.
Aos meus queridos e verdadeiros amigos: Leonardo, Gisele, Liliane, Letcia,
Natlia, Joo Henrique, Isabela, Janiceli pela amizade e companheirismo.
A alguns familiares que sempre torceram por mim e comemoraram junto
comigo mais uma conquista: Vtor, Tia Lede, Tia Tereza, der, Luciana, e minha
eterna prima e comadre Eliandra.
Marilia Gregolin Costa uma pessoa especial que me ajudou muito desde
quando entrei no doutorado.
As secretrias Juliana e Zez do departamento de Cincias Exatas pelo
auxlio e ajuda quando foram necessrios.
todos os funcionrios da Biblioteca da FCAV pelo auxlio nas pesquisas.
As funcionrias da seo de Ps-Graduao pelo atendimento e
informaes prestadas ao longo destes anos.
Capes pela concesso da bolsa de doutorado para o desenvolvimento da
pesquisa.
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Ao FUNDECITRUS pelo apoio financeiro e tcnico concedido para o
desenvolvimento da pesquisa.
Enfim, a todos que de uma maneira direta ou indireta contriburam para a
realizao do meu trabalho.
OBRIGADA!!!!!
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SUMRIO
Pginas
RESUMO........................................................................................................................ 09
SUMMARY..................................................................................................................... 10
1. INTRODUO............................................................................................................ 11
2. REVISO DE LITERATURA...................................................................................... 12
2.1. Importncia econmica da citricultura no Brasil................................................... 12
2.2. Caractersticas gerais da Diaphorina citri............................................................ 13
2.2.1. Aspectos descritivos e biolgico.................................................................. 13
2.2.2. Ocorrncia e flutuao populacional da D. citri............................................ 14
2.3. Huanglongbing ou greening................................................................................. 15
2.4. Uso da estatstica descritiva para avaliar os dados............................................. 17
2.5. Uso da geoestatstica para avaliar os dados....................................................... 18
2.5.1. Semivariograma........................................................................................... 18
2.5.2. Krigagem...................................................................................................... 21
2.6. Trabalhos de pesquisas utilizando a geoestatstica para estudar a dependncia
espacial de pragas e doenas............................... ............................................. 23
3. MATERIAL E MTODOS........................................................................................... 25
3.1. Informaes gerais sobre o experimento............................................................. 25
3.2. Anlise dos dados por meio da estatstica descritiva.......................................... 28
3.3. Anlise dos dados por meio da geoestatstica..................................................... 28
3.3.1. Semivariograma........................................................................................... 29
4. RESULTADOS E DISCUSSO.................................................................................. 29
4.1. Estatstica descritiva............................................................................................ 29
4.2. Flutuao populacional de adultos e ninfas de D. citri e sua relao com a
precipitao e idade das plantas......................................................................... 36
4.3. Relao entre a flutuao populacional de adultos de D. citri e a ocorrncia de
plantas doentes nas reas experimentais........................................................... 38
4.4. Resultados da anlise geoestatstica para adultos de D. citri............................. 44
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4.5. Resultados da anlise geoestatstica para ninfas de D. citri............................... 61
4.6. Resultados da anlise geoestatstica para plantas com greening...................... 72
4.7. Relao entre os mapas de incidncia de adultos de D. citri e de plantas com
greening nas reas experimentais....................................................................... 85
5. CONCLUSES........................................................................................................... 89
6. REFERNCIAS.......................................................................................................... 89
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Distribuio espacial de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera:
Psyllidae) e sua relao com a expanso do greening em laranjeira
Valncia, utilizando geoestatstica.
RESUMO O objetivo do trabalho foi verificar a distribuio espacial de ninfas e
adultos de D. citri e sua relao com a expanso do greening em duas reas
cultivadas com laranjeiras, uma de quatro e outra de 12 anos de idade, de uma
propriedade agrcola localizada no municpio de Mato-SP, utilizando
geoestatstica. Para determinar o nmero de psildeos adultos, de ninfas e de
plantas com greening foram realizadas avaliaes peridicas no perodo de
dezembro/2005 a novembro/2007. Realizou-se uma anlise descritiva dos dados
e, para verificar a distribuio espacial de adultos e ninfas de D. citri e das plantas
com greening, utilizou-se a metodologia geoestatstica, ajustando
semivariogramas e criando mapas atravs de interpolao por krigagem. A maior
incidncia de adultos e ninfas de D. citri ocorreu no perodo de primavera e vero.
A rea com plantas de quatro anos de idade apresentou maior incidncia de
adultos e ninfas de D. citri quando comparada com a rea com plantas de 12 anos
de idade. A distribuio espacial de adultos e ninfas de D. citri e das plantas com
greening foi agregada, com raio de agregao que variou de 55 a100 metros. Por
meio da geoestatstica observou-se a expanso do greening nas duas reas de
laranjeira Valncia. Na rea de 4 anos, houve maior incidncia de psildeos e uma
maior expanso da doena, com um aumento de 1700% no nmero de plantas
com greening, enquanto que na rea de 12 anos, houve menor incidncia do
psildeo, e o aumento no nmero de plantas com greening foi de 277,78%.
Palavras-chave: Semivariograma, krigagem, psildeo, ninfa, Candidatus
Liberibacter asiaticus, Candidatus Liberibacter americanus.
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Spatial distribution of Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera:
Psyllidae) and its relation with greening expansion in Valncia
sweet orange, using geostatistic
SUMMARY The aim of this study was to use geostatistics to verify the spatial
distribution of adults and nymphs of D. citri and its relation with expansion greening
in two areas sweet orange, at four years old and other the twelve years old, in a
Farm located in the Mato, municipality - So Paulo, State. To determine the
number of adults psyllid, nymphs and plants with greening symptoms, periodic
assessments were done December 2005 until November 2007. A descriptive data
analysis was undertaken, and geostatistics were used to verify the spatial
distribution of adults and nymphs of D. citri and plants of greening symptoms
through the adjustment of semivariograms and interpolation of data by kriging. The
higher incidence of adults and nymphs of D. citri occurred in the Spring and
Summer periods when there was not high precipitation. The area with plants the
four years old showed higher incidence of adults and nymphs of D. citri when
compeered with area the plants the twelve years old. The spatial distribution the
adults and nymphs of D. citri and the plants with greening were aggregate forming
a beam of aggregation of 55 to 100 m. Through geostatistics verified the greening
expansion in two areas with Valncia sweet orange. In the area with plants the
four years old, with higher incidence of adults and nymphs of D. citri there was
increase of 1700% in the number of plants with greening, while in the area with
plants the twelve years old, this increase was of 277,78%.
Keywords: Semivariogram, kriging, psyllid, nymphs, Candidatus Liberibacter
asiaticus, Candidatus Liberibacter americanus.
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1. INTRODUO
O Brasil, impulsionado pelo crescimento das exportaes, atualmente o
maior produtor mundial de citros, com cerca de 18 milhes de toneladas. Em
2007, o estado de So Paulo foi responsvel por 80% da produo nacional,
obtida em rea cultivada de 565 mil hectares, o que corresponde a uma rea de
71% de toda produo citrcola brasileira (Agrianual, 2008).
O citros uma das culturas que apresenta maior nmero de pragas e,
dentre essas, atualmente, tem grande destaque o psildeo Diaphorina citri
Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae). um pequeno inseto que suga a seiva das
plantas e tem causado nos ltimos anos grandes prejuzos aos pomares ctricos
por ser vetor da bactria causadora do greening.
O greening afeta todas as variedades ctricas e considerada, atualmente,
a doena de citros mais importante no mundo, pois difcil controle e altamente
destrutiva para os pomares (BOV, 2006). No Brasil a doena foi identificada em
julho de 2004 na regio de Araraquara-SP e atualmente est presente em vrios
municpios do estado de So Paulo.
O agente causador da doena uma bactria Gram negativa restrita ao
floema da planta hospedeira denominada Candidatus Liberibacter sp. Existem trs
variantes da bactria: Candidatus Liberibacter africanus, Candidatus Liberibacter
asiaticus e Candidatus Liberibacter americanus, entretanto, apenas a C.
Liberibacter asiaticus e a C. Liberibacter americanus foram constatadas no Brasil
(COLETTA-FILHO et al., 2004).
O sintoma caracterstico da doena ocorre inicialmente em um ramo que se
destaca por apresentar folhas de cor amarela em contraste com o verde de ramos
no afetados, provocando seca e morte dos ponteiros e reduo no tamanho da
planta; alm disso, os frutos tornam-se pequenos, deformados e assimtricos
(AYRES et al., 2005).
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Em decorrncia da importncia dessa doena, alguns trabalhos foram
desenvolvidos nos ltimos anos abordando principalmente medidas de controle do
inseto, porm estudos voltados avaliao da dependncia espacial da praga
com o uso da geoestatstica so escassos.
De acordo com GYENGE et al. (1999) o conhecimento da distribuio
espacial de populaes de insetos de fundamental importncia para estabelecer
os melhores critrios para o controle da praga.
Assim, para estudar a distribuio espacial de uma praga a geoestatstica
apresenta vantagens por considerar a posio no espao da varivel em estudo
(LIEBHOLD et al., 1993). Com o uso da geoestatstica possvel determinar a
distribuio espacial de psildeos adultos e suas ninfas, atravs do estudo da
variabilidade espacial da varivel em estudo, utilizando modelos de
semivariogramas. Esses modelos fornecem o raio de agregao da praga e, a
partir destes resultados elaboram-se mapas que mostram como ocorre a
agregao na rea.
Diante do exposto, objetivou-se estudar a distribuio espacial de adultos e
ninfas de D. citri e sua relao com a expanso do greening em duas reas
cultivadas com laranjeiras, uma de quatro e outra de 12 anos de idades, em uma
propriedade agrcola localizada no municpio de Mato-SP, utilizando a
geoestatstica.
2. REVISO DE LITERATURA
2.1. Importncia econmica da citricultura no Brasil
O Brasil considerado o maior produtor de frutas ctricas da Amrica do Sul
e de acordo com a AGRIANUAL (2008) a rea colhida prevista at agosto de 2007
na safra de 2007 foi de 799.549 ha, a produo brasileira foi estimada em 448
milhes de caixas. A grande maioria da produo destinada indstria, sendo o
Brasil o maior exportador de suco concentrado de laranja cujo valor das
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exportaes juntamente com as de outros derivados tem gerado cerca de 1,5
bilhes de dlares anuais.
2.2. Caractersticas gerais da Diaphorina citri
2.2.1. Aspectos descritivos e biolgicos
O psildeo Diaphorina citri pertence subfamlia Psylloidea, famlia
Psyllidae, que rene mais de 1.500 espcies e, caracterizam-se como insetos
sugadores da seiva das plantas. Apresentam trs ocelos, antenas filiformes
relativamente longas, rostro curto com trs segmentos e possuem pernas
posteriores saltatrias (BERGMANN et al., 1994; GALLO et al., 2002).
Os adultos medem de 2 a 3 mm de comprimento e tem o corpo manchado
de marrom, cabea marrom claro, asa dianteira alargada da metade at o pice.
So muito geis e quando perturbados saltam a curtas distncias, mas quando se
encontram em repouso, flexionam o primeiro par de pernas formando um ngulo
de 30 em relao superfcie que se encontram (FERNNDEZ, 2003).
O adulto de D. citri vive em mdia de 2 a 3 meses, sendo que LIU & TSAI
(2000) obtiveram resultado mdio de longevidade entre 39 e 47 dias para fmeas,
em diferentes hospedeiros. J NAVA et al. (2007) constataram mdia de
longevidade um pouco inferior de 32 dias para fmeas e de 23 dias para machos.
Segundo GRAVENA (2005) os psilideos caracterizam-se por serem
ovparos, colocando seus ovos em dobras ou insero das folhas com a base
inserida no tecido da folha e vertical em relao superfcie. Os ovos so
alongados e logo que so depositados possuem colorao plida se tornando
amarelo e finalmente laranja (TSAI & LIU, 2000; MEAD, 2002).
O perodo de incubao dos ovos de aproximadamente 3 dias (NAVA et
al., 2007). As formas jovens so achatadas de colorao amarelada, olhos
vermelhos e pernas curtas, que passam por cinco instares com durao mdia de
11 a 15 dias (GALLO et al., 2002).
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Os danos diretos causados pelo inseto decorrem da alimentao, pois ao
se alimentarem injetam toxinas que distorcem as folhas e as brotaes, causando
destruio das pores terminais e absciso das folhas e dos brotos (MEAD,
1976). No entanto, o dano de maior expressividade causado por esse inseto nos
ltimos anos ser o vetor da bactria causadora do greening.
2.2.2. Ocorrncia e flutuao populacional da Diaphorina citri
Segundo BOV & GARNIER (1984) a Diaphorina citri foi observada pela
primeira vez em 1972, sendo capaz de explorar ambientes em um perodo de
tempo relativamente curto devido a extrema fecundidade das fmeas, capacidade
de vo e habilidade de adaptao a vrias plantas hospedeiras (AUBERT, 1987).
De acordo com TOLLEY (1990),a D. citri pode se deslocar, na ausncia de
hospederios adequados para seu desenvolvimento, cerca de 1,5 km. SAKAMAKI
(2005) relatou que a D. citri capaz de se deslocar por quilmetros, uma vez que
possui asas e musculatura muito similares a algumas cigarrinhas que dispersam
ativamente por grandes distncias.
A D. citri encontrada nas brotaes novas e, de acordo com CATLING
(1970) a flutuao populacional da praga est relacionada com a poca de maior
fluxo vegetativo das plantas ctricas, pois os ovos so colocados
preferencialmente nos brotos novos e as ninfas se desenvolvem em folhas jovens.
REGMI & LAMA (1988) observaram que durante as estaes chuvosas a
populao de adultos decresce devido gua das chuvas eliminarem ovos e as
ninfas. Entretanto, os adultos podem se esconder na face abaxial das folhas e dos
ramos localizados na poro baixa da copa. WHITESIDE et al. (1993) tambm
relataram que a populao de D. citri diminuda por alta precipitao, sendo que
a preferncia desse inseto condio de clima quente e seco.
Em Taiwan, WANG et al. (1996) verificaram que o pico populacional de D.
citri ocorreu na primavera e vero perodo de maior fluxo vegetativo das plantas
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ctricas. No Nepal o pico populacional de D. citri ocorreu em maio, junho e julho,
em condies de clima quente e seco (REGMI & LAMA, 1988).
BERGMANN et al., (1994) em Abril de 1990, em pomares localizados nos
municpios de Ribeiro Preto, Bebedouro, Taquaritinga, Barretos e Colina
observaram a presena de adultos de D. citri que alm de estarem nas brotaes
foram encontrados tambm nas folhas e nos ramos novos das plantas. Os autores
verificaram seca dos tecidos nas brotaes iniciais pela constante suco de seiva
pela praga.
YAMAMOTO et al. (2001) verificaram que o pico populacional de adultos de
D. citri em alguns pomares ctricos das cidades do norte do estado de So Paulo
ocorreu no final da primavera e incio do vero enquanto que no outono e inverno
a populao foi reduzida, provavelmente devido ao menor fluxo vegetativo.
De acordo com GALLO et al. (2002) a maior populao de D. citri nesse
perodo decorrente, provavelmente do maior fluxo vegetativo que preferido
pelo inseto para alimentao e oviposio. No outono e no inverno a populao do
psildeo decresce gradativamente e permanece baixa devido ausncia de
brotaes novas.
2.3. Huanglongbing ou greening
O psildeo Diaphorina citri Kuwayama tornou-se uma praga importante para
o citros, particularmente depois da constatao de que este inseto o transmissor
da bactria causadora do greening. uma das doenas mais severas do citros e,
de acordo com DA GRAA (1991) e BOV (2006) ocasiona a perda de 30 a 70%
da produtividade.
O greening tambm chamado de Huanglongbing (HLB), uma doena de
difcil controle e altamente destrutiva para os pomares ctricos que causada pela
bactria do gnero Candidatus liberibacter (GARNIER et al., 2000). Trata-se de
uma bactria Gram negativa restrita ao floema da planta hospedeira denominada
Candidatus Liberibacter sp. Existem trs variantes da bactria: Candidatus
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Liberibacter africanus, Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus Liberibacter
americanus, entretanto, apenas C. Liberibacter asiaticus e C. Liberibacter
americanus foram constatadas no Brasil (COLETTA-FILHO et al., 2004).
No Brasil o primeiro relato da doena foi em 2004, em plantas de laranja
doce na regio de Araraquara (SP), sendo diagnosticada a forma asitica da
doena causada pelas bactrias Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus
Liberibacter americanus, (COLETTA-FILHO et al., 2004; TEIXEIRA et al., 2005).
De acordo com MANICOM & VAN VUUREN (1990) no existe variedade
comercial de copa ou de porta-enxerto imune doena, existindo pequenas
diferenas de resistncia e tolerncia entre elas. Atualmente, at final de abril de
2008, a doena esteve presente em pomares de 162 municpios com 18,57% dos
talhes contaminados com a doena (BARBOSA et al., 2008).
Os sintomas de greening na planta ctrica caracterizam-se pela presena de
um ramo ou galho com folhas amareladas que se destacam da colorao verde do
restante da planta. Nas folhas observam-se manchas verde-claras ou amareladas
mescladas com o verde normal, dando um aspecto de mosqueamento no limbo
foliar (COLETTA FILHO et al., 2004).
Os frutos so pequenos e deformados apresentando baixo teor de slidos
solveis e alto teor de acidez, apresentam queda prematura e os que ficam na
rvore no amadurecem permanecendo verdes. O sistema radicular tambm
afetado apresentando pouco desenvolvimento (DA GRAA, 1991; AUBERT,
1992).
O perodo de aquisio da bactria pelo psildeo D. citri de 15 a 30
minutos de suco. O quarto e quinto estdios ninfais podem adquirir a bactria,
mas s o adulto pode transmiti-la ao migrar de ramo ou planta. Quando o psildeo
suga por uma hora ou mais a eficincia de transmisso de 100%. E uma vez
infectados, podem transmitir a bactria a vida toda (CAPOOR et al., 1974; XU et
al., 1988).
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A expresso dos sintomas pode variar devido ao perodo de incubao do
patgeno na planta que varia de quatro meses a um ano (LOPES et al., 2006). O
rpido e prolongado perodo de brotao nas rvores novas fazem com que sejam
muito atrativas para os psildeos, e isto explica em parte, a rpida expanso do
HLB em replantas de citros (CATLING, 1970).
Como a doena muito severa, eliminar a planta doente lei no Estado de
So Paulo, e a Coordenadoria de Defesa Agropecuria (CDA) publicou em
outubro de 2008, a IN 53 intensificando as aes de combate ao HLB.
2.4. Uso da estatstica descritiva para avaliar os dados
A estatstica descritiva muito utilizada nas pesquisas agronmicas, pois
alm de fornecer respostas do comportamento inicial dos dados, permite uma
anlise preliminar da varivel em estudo. As medidas de disperso mais utilizadas
para interpretar os dados e para avaliar a variabilidade de um conjunto de dados
so a varincia, o desvio padro, o coeficiente de variao, a mdia, a mediana
entre outras (BUSSAB & MORETTIN, 1987).
Quando os valores tendem a se concentrarem prximos, por exemplo, da
mdia a varincia pequena, entretanto, se os valores se distanciam dessa
medida de posio a varincia grande (WEBSTER & OLIVER, 1990). A
estatstica descritiva assume que a variabilidade sobre a mdia devida ao acaso
e, no faz referncia sobre a variabilidade no espao da varivel em estudo,
dentro de unidades amostrais.
Sendo assim, para verificar a dependncia espacial de psildeos a
geoestatstica, atravs do ajuste de semivariogramas e da interpolao dos dados
por krigagem, tem sido uma ferramenta muito utilizada.
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2.5. Uso da geoestatstica para avaliar os dados
Por meio da anlise da geoestatstica so ajustados modelos de
semivariograma aos dados obtidos e, a partir do modelo mais adequado so
construdos mapas de dependncia espacial (VIEIRA et al., 1983).
2.5.1. Semivariograma
O semivariograma informa o tipo e a forma da dependncia espacial e,
segundo VIEIRA et al. (1983) constitui a primeira etapa da geoestatstica
fornecendo dados para confeccionar mapas. um grfico da semivarincia em
funo da distncia que caracteriza a estrutura da dependncia espacial da
varivel em estudo, ou seja, o semivariograma uma funo que relaciona a
semivarincia com o vetor distncia.
O semivariograma definido por trs parmetros: o patamar (C0 + C1), o
efeito pepita (C0) e o alcance (a). O patamar o valor do semivariograma
correspondente ao seu alcance, ou seja, desse ponto em diante no existe mais
dependncia espacial entre as amostras.
O efeito pepita a semivarincia nos pontos muito prximos, quando a
distncia entre as unidades amostrais so bem pequenas; e o alcance mede a
distncia limite da dependncia espacial (Figura 1).
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19
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 1 Esquema de um semivariograma ajustado ao modelo esfrico com os
parmetros da semivarincia mnima (C0), patamar (C0 + C1) e alcance (a).
A semivarincia descrita como:
[ ]2)(
)()()(2
1)(
=
+=hN
Ii
ii hxZxZhN
h
)(h a semivarincia estimada por uma distancia h;
)(hN o nmero de pares de observao ([ )()( hxZxZii+ ]) separados pela distncia
h.
A partir da, se ajusta aos dados o modelo de semivariogramas mais
adequado, que pode ser o esfrico, exponencial, gaussiano ou potncia. O modelo
utilizado ser aquele cuja funo melhor representar as semivarincias
observadas.
(a) Modelo Esfrico:
Esse modelo obtido selecionando-se os valores do efeito pepita (C0) e do
patamar (C0 + C1), traando-se uma reta que intercepte o eixo y em C0 e que seja
)(h
C0+C1
C0
a h
-
20
tangente aos primeiros pontos prximos de h = 0. Essa reta cruzar o patamar
distncia a = (2/3)a. Desse modo, o alcance (a) ser a = 3a/2, e esse modelo
linear at aproximadamente (1/3) a (VIEIRA, 2000). Assim, o modelo esfrico
definido como:
(b) Modelo Exponencial:
Os parmetros C0 e C1 desse modelo so determinados da mesma
maneira que para o esfrico (VIEIRA, 2000), no entanto, a diferena entre o
modelo esfrico e o exponencial que esse ltimo atinge o patamar
assintoticamente, com alcance prtico definido como a distncia na qual o valor do
modelo de 95% do patamar (ISSAAKS & SRIVASTAVA, 1989). O modelo
exponencial definido pela seguinte equao:
(c) Gaussiano:
Semelhante ao modelo exponencial, o modelo gaussiano atinge o patamar
assintoticamente, e o parmetro definido como o alcance prtico ou distncia na
qual o valor do modelo de 95% do patamar (ISSAAKS & SRIVASTAVA, 1989).
No entanto, o que caracteriza esse modelo o seu ponto de inflexo prximo a
origem. Esse modelo definido pela seguinte equao:
+
-
21
(d) Potncia:
O modelo potncia no atinge patamar, e no geral, utilizado para modelar
fenmenos com capacidade infinita de disperso. O parmetro B tem que ser
estritamente maior que zero e menor que dois, a fim de garantir que o
semivariograma tenha positividade definida condicional. Assim, esse modelo
definido como:
Depois do ajuste feita a construo dos mapas de krigagem que usa a
dependncia espacial modelada no semivariograma estimando valores em
qualquer posio do campo sem tendncia e com varincia mnima. Por meio
desses mapas possvel visualizar o comportamento da varivel em estudo.
2.5.2. Krigagem
Na maioria das vezes o interesse da anlise geoestatstica no se limita
obteno apenas de um modelo de variabilidade espacial desejando-se, ainda
avaliar valores de pontos no amostrados. Para isso usa-se a krigagem, que
utiliza a dependncia espacial entre amostras vizinhas, modelada no
semivariograma, para estimar valores em qualquer posio dentro do campo sem
tendncia e varincia mnima (VIEIRA et al., 1983).
Segundo SILVA JUNIOR (2001) a krigagem pode ser chamada de
interpolador, pois pondera os valores do ponto vizinho do ponto a ser estimado
obedecendo aos critrios de no tedenciosidade e de varincia mnima. Neste
0,)3
exp(1)(2
2
10
+= h
a
hCCh
0,)()(0
+= hhbCh e
-
22
sentido, a krigagem nada mais do que uma medida ponderada dos valores
observado de uma determinada varivel dentro de uma vizinhana. Somente os
pontos que esto espacialmente relacionados com o local a ser estimado so
usados na krigagem.
Neste caso, para a elaborao do mapa para avaliar o estudo, necessrio
interpolar os pontos amostrados para a obteno de uma estimativa. Essa
estimativa (z*) uma combinao linear dos valores das medidas vizinhas (x0),
como segue a equao:
)z( x = )x(*z iiN
1=i
0
- z* = estimativa,
- x0 = combinao linear dos valores das medidas vizinhas,
- N = nmero dos valores medidos envolvidos na estimativa z (xi),
- i = peso associada a cada valor medido.
Com relao influncia do peso de cada ponto ( i) ao ponto a ser
estimado, SILVA JUNIOR (2001) exemplificou com as seguintes situaes
apresentadas nas Figuras 3a e 3b. Segundo o autor, na Figura 2a os pesos de
cada ponto (X1, X2, X3 e X4) para estimar o valor de A sero semelhantes, uma
vez que todos eles esto aproximadamente a uma mesma distncia do ponto A.
Na Figura 2b, nota-se um agrupamento dos pontos X2, X3 e X4 e, nesse caso o
peso que X1 ter sobre a estimao do ponto B ser maior que o peso dos
demais, pois os pontos X2, X3 e X4 esto agrupados e, portanto trazem
informaes redundantes ou semelhantes de uma mesma regio.
Sendo assim, o que torna a krigagem um interpolador timo a maneira
como os pesos so distribudos, pois no so tendenciosos e apresentam
varincia mnima e, para isso importante que exista dependncia espacial que
foi definida pelo semivariograma (SALVIANO, 1996).
-
23
2a 2b
Figura 2 - Esquema de duas reas diferentes considerando os dados da
vizinhana para a interpolao dos dados por krigagem.
2.6. Trabalhos de pesquisas que utilizaram a geoestatstica para
estudar a dependncia espacial de pragas e doenas
Os mtodos comumente utilizados para descrever a distribuio de uma
populao permitem classificar os padres de distribuio em trs categorias:
agregada, aleatria ou regular. No entanto, estes mtodos no levam em
considerao a localizao espacial dos pontos de amostragem.
Neste contexto, estudos que envolvam a dependncia espacial nas
amostragens necessitam do uso de mtodos que considerem a posio da
unidade experimental no espao e, dentre estes atualmente a geoestatstica a
mais utilizada.
A geoestatstica surgiu na frica do Sul, quando KRIGE (1951) trabalhando
com dados de concentrao de ouro concluiu que no era possvel encontrar
sentido nas varincias se no levasse em considerao a distncia entre as
unidades amostrais.
X1
X3
X2
X4
A
B
X1
X2
X3
X4
-
24
De acordo com LIBARDI (1986) na estatstica clssica as amostras so
coletadas ao acaso e na geoestatstica os locais de amostragem so pr-
definidos. Os autores relatam, ainda que nos dois tipos de anlise pode-se
calcular a mdia e a varincia, entretanto somente por meio da geoestatstica
considera-se a dependncia espacial.
O uso desta ferramenta permite a elaborao de semivariogramas que
quantificam a dependncia espacial de uma determinada varivel em estudo,
possibilitando a obteno de interpolaes com erro mnimo (GUIMARES et al.,
1992).
Segundo VIEIRA et al. (1983) com o semivariograma obtido determina-se a
dependncia espacial entre as unidades amostrais bem como o alcance de
influncia de cada ponto amostrado.
Atualmente, os mtodos geoestatsticos tm sido utilizados para
caracterizar a distribuio espacial de insetos pelos entomologistas que estudam a
dinmica da populao (BARRIGOSSI et al., 2001). Alm disso, por meio do uso
de tcnicas da geoestatstica pode-se determinar a possvel relao entre um
inseto-vetor atravs da correlao entre a disseminao do inseto e a expanso
da doena no local.
Estudo sobre a presena de gafanhotos em uma mata foi desenvolvido por
JONHSON (1989) e os resultados indicaram dependncia espacial da praga a
uma distncia de 1 a 100 kilometros. LIEBHOLD et al. (1991) utilizaram dados
obtidos por meio de semivariograma para estudar a variabilidade espacial de ovos
de mariposa e verificaram agregao da massa de ovos numa extenso de 25 a
50 kilometros.
Por outro lado, GOTTWALD et al. (1996) avaliaram a incidncia da Tristeza
do Citrus em pomares de laranja no leste da Espanha durante 14 anos. Os
autores verificaram que a utilizao do semivariograma no espao-tempo revelou
a falta de dependncia espacial das plantas doentes.
ELLSBURY et al. (1998), utilizaram mtodos geoestatsticos para
caracterizar a dependncia espacial de Diabrotica virgifera virgifera LeConte e
-
25
Diabrotica barberi Smith & Lawrence em uma plantao de milho. A D. virgifera
virgifera LeConte foi avaliada na regio sul da plantao de milho e D. barberi
Smith & Lawrence na regio norte. Os autores verificaram dependncia espacial
das duas pragas caracterizando distribuio agregada. A dependncia espacial da
praga da regio norte da plantao de milho foi de 172 a 281 metros e, para a sul
de 180 a 550 metros.
ROBERTO et al. (2002), estudaram a dinmica espacial da Clorose
Variegada dos Citros (CVC) em um pomar comercial de laranja Valncia de
maro de 1994 a janeiro de 1996, atravs da anlise do semivariograma. Os
autores observaram distribuio agregada do CVC e, atravs dos mapas de
krigagem verificaram que a incidncia da doena aumentou nos perodos em que
as plantas se encontravam em desenvolvimento vegetativo coincidindo com a
maior ocorrncia de insetos vetores da bactria.
FARIAS et al. (2004) avaliaram a distribuio espacial das espcies de trs
espcies de cigarrinhas vetoras da Xylella fastidiosa, agente causal da Clorose
Variegada dos Citros, por meio da geoestatstica. Os autores verificaram
distribuio agregada das cigarrinhas no pomar estudado durante os trs anos
consecutivos de amostragem e, por meio dos semivariogramas verificaram que a
espcie Acrogonia sp. apresentou rea media de agregao de 15.760 m2,
enquanto para O. facialis e D. costalimai essa rea foi de 11.555 m2 e 10.980 m2,
respectivamente.
3. MATERIAL E MTODOS
3.1. Informaes gerais sobre o experimento
O estudo foi realizado em duas reas de laranjeira doce da variedade
Valncia (Citrus sinensis (L.) Osbeck), enxertados em limoeiro Cravo, sendo uma
com plantas de quatro anos (rea 1) e outra com plantas de 12 anos de idade (rea
-
26
2), na Fazenda Marchesan, no municpio de Mato, SP. O clima da regio
classificado segundo Kppen como Aw, tropical, com veres quentes e chuvosos e
invernos frios e secos, e temperatura mdia de 22C (MATO, 2008).
O experimento foi instalado em novembro de 2005 e as amostragens
iniciaram-se no dia 12 de dezembro de 2005, sendo encerradas no dia 28 de
novembro de 2007. Para avaliao das ninfas, as amostragens foram realizadas
quinzenalmente no perodo de maior fluxo vegetativo (dezembro/05 a abril/06 e
novembro/06 a maro/07) e, para os adultos foram quinzenais no perodo de maior
brotao (novembro a maro) e mensais no restante do perodo.
Para determinar o nmero de plantas com greening foram realizadas
inspees em intervalos de dois meses, contando-se o nmero de plantas com
sintomas caractersticos da doena em cada rea. No decorrer das inspees
quando encontradas plantas com sintomas de greening, estas foram eliminadas
da rea seguindo a recomendao da Instruo Normativa n 53.
A rea 1 foi dividida em 88 unidades amostrais ou parcelas constitudas de 21
plantas totalizando 1848 rvores (Figura 3), e a rea 2 em 84 parcelas com 21
plantas num total de 1764 laranjeiras (Figura 4). O espaamento entre as plantas
das duas reas experimentais foi de 7 m entre linhas e 3 m entre plantas.
Para a avaliao de adultos de D. citri foram colocadas armadilhas adesivas
amarelas de dupla face (BUG-Agentes Biolgicos) com 18 cm de altura e 9,5 cm de
largura, na planta central de cada parcela a uma altura de aproximadamente 1,5 m
do solo.
-
27
Figura 3 - Mapa de localizao das 88 parcelas da rea 1, cultivada com plantas de
citros de quatro anos de idade na Fazenda Marchesan (Mato SP).
Figura 4 - Mapa de localizao das 84 parcelas da rea 2, cultivada com plantas de
citros de 12 anos de idade na Fazenda Marchesan (Mato SP).
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
4142
43
44
4546
4748
49
50
5152
5354
55
56
5758
5960
61
62
6364
6566
67
68
6970
71
72
73
7475
76
7778
79
80
8182
8384
767300 767400 767500 7676007606000
7606050
7606100
7606150
7606200
7606250
1
23
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1415
16
17
18
19
20
21
22
2324
25
26
27
2829
30
31
32
3334
3536
3738
3940
41
4243
44
45
46
47
48
4950
51
52
53
54
55
56
5758
59
60
61
62
63
64
6566
67
68
69
7071
72
73
74
75
76
77
78
79
8081
82
83
84
85
8687
88
763950 764000 764050 764100 764150 764200
7601450
7601500
7601550
-
28
Para a avaliao das ninfas de D. citri, foi amostrado um broto de cerca de
10 cm tomado ao acaso na regio mediana da planta central de cada parcela nas
duas reas. Nas armadilhas e brotaes foram contados o nmero de adultos e
ninfas encontrados, respectivamente, sendo que as armadilhas foram trocadas a
cada amostragem.
Foram realizadas pulverizaes com inseticidas e acaricidas/inseticidas nas
reas. Na rea 1 foram realizadas nos dias 10/01/06 (abamectin), 12/09/06
(dimetoato), 19/12/06 (abamectin), 07/08/07 (thiametoxam) e dia 28/11/07
(abamectin). Na rea 2 as aplicaes foram nos dias 26/09/06 (dimetoato) e
12/01/07 (abamectin).
Para a anlise dos dados foram utilizados os programas estatsticos:
MINITAB 14 (estatstica descritiva) e o SURFER 7.0 (geoestatstica).
3.2. Anlise dos dados por meio da estatstica descritiva
As estatsticas utilizadas para analisar o conjunto de dados foram a mdia,
a mediana, a varincia, o desvio padro, o coeficiente de variao e os ndices de
assimetria e curtose.
3.3. Anlise dos dados por meio da geoestatstica
Foram ajustados modelos de semivariograma aos dados obtidos, e a partir
do modelo mais adequado foram construdos os mapas de dependncia espacial
dos adultos e ninfas de D. citri e das plantas com greening. A dependncia
espacial foi quantificada a partir do semivariograma e da interpolao dos dados
por krigagem (VIEIRA et al., 1983).
-
29
Depois do ajuste dos semivariogramas para avaliar o comportamento de
cada varivel foram elaborados por meio da krigagem os mapas de isolinhas e de
superfcie.
3.3.1. Semivariograma
No presente estudo, o modelo de semivariograma que melhor se ajustou
aos dados foi o esfrico e, descrito como (VIEIRA, 2000):
- C0 o efeito pepita ou semivarincia mnima;
- C0+C1 o patamar ou semivarincia mxima;
- a o alcance ou raio de agregao.
4. RESULTADOS E DISCUSSO
4.1. Estatstica descritiva
Observou-se grande variabilidade das reas estudadas com relao ao
nmero de ninfas e adultos de D. citri e de plantas doentes (Tabelas de 1 a 6),
pois quando se comparou os valores da mdia e da varincia verificou-se que os
valores da varincia sempre foram superiores aos da mdia.
Por meio da comparao desses parmetros estatsticos conclumos que a
forma de distribuio de adultos e ninfas de D. citri e de plantas com greening, em
ambas as reas experimentais, foi agregada.
+
-
30
Ainda, nas mesmas tabelas, observou-se altos valores do coeficiente de
variao obtidos para todas as variveis estudadas, que variou de 64 a 644%
(Tabelas de 1 a 6). Os altos valores do coeficiente de variao so conseqncia
da grande variabilidade verificada nas reas estudadas, pois foram comparadas
parcelas que apresentaram um grande nmero, de adultos de D. citri, outras
parcelas com um menor nmero da praga e, ainda parcelas em que no foram
capturados psildeos.
Outros dois ndices importantes so os de assimetria e curtose, que
tambm fornecem uma indicao da forma de distribuio das variveis
estudadas. Para o ndice de assimetria e curtose quanto mais prximo de zero e
trs, respectivamente a distribuio se aproxima da normal. No presente estudo
para ambas as reas experimentais, os valores esto bem distantes desses
ndices indicando distribuio assimtrica das variveis analisadas, o que
caracteriza distribuio agregada de adultos e ninfas de D. citri e das plantas
doentes.
-
31
Tabela 1 - Estatstica descritiva das avaliaes de adultos de D. citri capturados
nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda
Marchesan (Mato-SP).
Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente
de Variao
Mediana Assimetria Curtose
12/12/05 1,72 3,56 109 1 2,17 7,10 27/12/05 2,55 9,21 118 2 2,45 6,97 11/01/06 2,04 5,38 113 1 1,74 4,06 24/01/06 1,35 5,01 165 1 3,21 13,50 08/02/06 1,31 2,96 130 1 1,98 4,74 21/02/06 0,78 1,92 176 0 2,87 10,22 14/03/06 1,97 13,22 183 1 4,70 21,05 28/03/06 4,03 28,75 132 3 5,09 35,48 18/04/06 7,68 12,85 147 4,5 5,24 34,95 18/05/06 1,53 8,48 189 1 4,18 23,46 20/06/06 1,28 6,28 195 1 4,93 30,71 25/07/06 1,05 3,56 180 0 2,24 4,84 16/08/06 1,73 13,35 211 1 5,36 36,53 13/09/06 0,03 0,06 695 0 7,48 58,32 10/10/06 0,09 0,11 359 0 3,86 15,74 09/11/06 0,10 0,12 332 0 3,52 12,97 23/11/06 0,11 0,10 280 0 2,48 4,23 06/12/06 0,78 1,55 158 0 2,29 6,14 21/12/06 1,14 2,14 128 1 1,87 4,98 09/01/07 0,09 0,11 359 0 3,86 15,74 24/01/07 0,07 0,05 409 0 3,90 13,48 13/02/07 0,19 0,66 421 0 7,07 57,36 28/02/07 0,23 0,25 218 0 2,15 3,94 13/03/07 0,11 0,15 338 0 3,62 13,25 27/03/07 0,18 0,40 349 0 5,62 38,63 17/04/07 0,19 0,69 428 0 6,82 53,63 22/05/07 0,20 0,86 145 0 1,96 5,20 19/06/07 0,27 0,21 429 0 6,9 54,70 18/07/07 1,07 0,34 213 0 2,04 3,03 20/08/07 2,23 2,64 152 2 1,83 3,38 21/09/07 1,13 5,97 104 1 1,06 9,75 3110/07 4,88 96,73 201 2 6,53 51,56 14/11/07 5,57 37,23 109 4 2,56 8,30
* Mdia de psildeos por parcelas
-
32
Tabela 2 - Estatstica descritiva das avaliaes de adultos de D. citri capturados
nas armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda
Marchesan (Mato-SP).
Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente
de Variao
Mediana Assimetria Curtose
12/12/05 1,71 7,89 163 1 5,49 39,92 27/12/05 1,05 2,75 158 0 2,72 9,28 11/01/06 1,35 4,06 149 1 2,47 7,33 24/01/06 4,79 22,27 98 4 2,16 6,40 08/02/06 6,06 50,87 117 4 2,12 4,68 21/02/06 6,06 17,77 69 5 1,37 2,84 14/03/06 3,64 11,00 91 3 1,67 3,45 28/03/06 1,00 1,54 124 1 1,39 1,64 18/04/06 1,13 1,97 124 1 1,74 3,90 18/05/06 0,12 0,15 239 0 3,52 12,47 20/06/06 0,45 0,66 179 0 1,88 2,86 25/07/06 0,05 0,05 449 0 4,33 17,12 16/08/06 0,02 0,02 664 0 6,36 39,40 13/09/06 0,08 0,10 382 0 4,15 18,34 10/10/06 0,06 0,08 477 0 5,26 29,71 09/11/06 0,06 0,07 399 0 3,79 12,68 23/11/06 0,08 0,15 464 0 5,94 40,41 06/12/06 0,12 0,13 303 0 3,15 10,14 21/12/06 0,20 0,26 251 0 2,54 5,63 09/01/07 0,01 0,01 916 0 9,17 84,00 24/01/07 0,15 0,13 235 0 1,94 1,82 13/02/07 0,17 0,16 243 0 2,36 50,08 28/02/07 0,12 0,11 273 0 2,40 3,83 13/03/07 0,23 0,23 202 0 1,89 2,89 27/03/07 0,25 0,33 231 0 2,61 7,25 17/04/07 0,13 0,16 308 0 3,27 10,68 22/05/07 0,02 0,23 644 0 6,36 39,40 19/06/07 0,04 0,03 522 0 5,10 24,54 18/07/07 0,02 0,02 644 0 39,40 39,40 20/08/07 0,06 0,08 477 0 29,71 29,71 21/09/07 0,13 0,16 308 0 10,68 10,68
* Mdia de psildeos por parcelas
-
33
Tabela 3 - Estatstica descritiva das avaliaes das ninfas de D. citri amostradas
nas brotaes das plantas ctricas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007,
da Fazenda Marchesan (Mato-SP).
Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente
de Variao
Mediana Assimetria Curtose
12/12/05 4,41 44,21 150 0 1,79 3,21 27/12/05 4,97 89,90 190 1 3,23 12,79 11/01/06 2,01 15,43 192 0 2,48 7,68 24/01/06 10,02 146,00 120 3 1,10 0,19 08/02/06 0,25 0,47 272 0 2,97 8,39 21/02/06 1,77 9,90 177 0 1,81 2,28 14/03/06 0,42 1,74 313 0 4,86 26,85 28/03/06 0,09 0,29 592 0 6,39 41,72 23/11/06 1,74 24,77 286 0 3,31 10,98 06/12/06 0,32 2,20 465 0 7,54 63,23 21/12/06 0,02 0,02 659 0 6,52 41,41 09/01/07 0,44 0,76 196 0 2,11 4,08 24/01/07 0,46 1,54 272 0 4,06 19,48 28/02/07 0,72 2,67 228 0 2,79 7,40 13/03/07 ,064 4,88 347 0 5,61 36,90 27/03/07 0,20 0,44 324 0 3,85 16,06
* Mdia de ninfas por brotao
-
34
Tabela 4 - Estatstica descritiva das avaliaes das ninfas de D. citri amostradas
nas brotaes das plantas ctricas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007,
da Fazenda Marchesan (Mato-SP).
Avaliaes Mdia* Varincia Coeficiente
de Variao
Mediana Assimetria Curtose
12/12/05 0,04 0,06 679 0 7,31 55,60 27/12/05 0,94 4,64 228 0 2,84 8,72 11/01/06 7,06 75,67 123 4 1,56 1,77 24/01/06 1,55 10,90 213 0 5,22 36,28 08/02/06 1,86 11,33 181 0 2,05 3,49 21/02/06 0,46 1,29 244 0 2,80 8,16 14/03/06 0,09 0,21 478 0 5,09 26,37 28/03/06 0,36 1,05 287 0 3,42 12,90 23/11/06 0,04 0,06 679 0 7,31 55,60 06/12/06 0,09 0,11 350 0 3,75 14,86 21/12/06 0,32 0,39 194 0 2,08 4,34 09/01/07 0,25 0,36 239 0 2,61 6,78 24/01/07 1,06 3,74 182 0 2,81 9,11 28/02/07 0,07 0,09 422 0 4,63 23,05 13/03/07 0,16 0,28 340 0 3,73 14,18
* Mdia de ninfas por brotao
-
35
Tabela 5 - Estatstica descritiva das avaliaes de plantas com greening da
rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato-SP).
Inspees Mdia* Varincia Coeficiente
de Variao
Mediana Assimetria Curtose
11/11/05 0,03 0,03 535 0 5,22 25,8 11/01/06 0,08 0,09 391 0 4,26 19,40 14/03/06 0,11 0,12 310 0 3,24 10,80 18/05/06 0,19 0,20 233 0 2,32 4,89 25/07/06 0,25 0,26 203 0 1,95 3,06 13/09/06 0,25 0,26 203 0 1,95 3,06 09/11/06 0,28 0,32 199 0 2,28 6,11 09/01/07 0,31 0,40 205 0 2,45 6,65 13/03/07 0,38 0,49 187 0 2,00 3,75 22/05/07 0,40 0,50 177 0 1,89 3,36 18/07/07 0,43 0,57 175 0 2,20 5,99 21/09/07 0,57 0,66 143 0 1,61 3,01 14/11/07 0,58 0,66 140 0 1,58 2,95
* Mdia de plantas com greening por parcela.
Tabela 6 - Estatstica descritiva das avaliaes de plantas com greening na rea
2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato-SP).
Inspees Mdia* Varincia Coeficiente
de Variao
Mediana Assimetria Curtose
11/11/05 0,21 0,65 376 0 4,51 21,3 11/01/06 0,27 0,80 327 0 4,15 18,4 14/03/06 0,27 0,80 327 0 4,15 18,4 18/05/06 0,27 0,80 327 0 4,15 18,4 25/07/06 0,29 1,00 337 0 4,28 19,3 13/09/06 0,29 1,00 337 0 4,28 19,3 09/11/06 0,29 1,00 337 0 4,28 19,3 09/01/07 0,31 1,00 324 0 4,22 18,7 13/03/07 0,34 1,00 296 0 3,95 16,9 22/05/07 0,42 1,26 261 0 3,85 17,3 18/07/07 0,52 1,77 254 0 3,96 17,9 21/09/07 0,59 1,83 227 0 3,64 15,7
* Mdia de plantas com greening por parcela.
-
36
4.2. Flutuao populacional de adultos e ninfas de D. citri e sua
relao com a precipitao e idade das plantas ctricas
A relao entre a precipitao e a flutuao populacional de adultos e ninfas
de D. citri nas reas experimentais esto apresentados nas Figuras 5 e 6,
respectivamente.
Na rea 1, o pico populacional da praga ocorreu no ms de abril de 2006,
com mdia de 7,68 psildeos por armadilha e no ms de novembro de 2007,
quando foram capturados 5,22 psildeos por armadilha (Figura 5A). Na rea 2, o
pico populacional da praga ocorreu no ms de fevereiro de 2006, com mdia de
6,06 adultos por armadilha (Figura 5B).
Verificou-se que na rea 1, plantas de quatro anos, que as mdias de
adultos de D. citri capturados em todo perodo experimental sempre foram bem
maiores que aquelas obtidas na rea 2, que possuiu plantas com 12 anos de
idade (Figura 5). Essa variao pode ser devido a grande quantidade de brotaes
que so emitidas por uma planta ctrica jovem quando comparada com uma adulta,
tendo em vista que nas plantas mais jovens o fluxo vegetativo so mais freqentes
e intensos, condio favorvel para alimentao e oviposio de D. citri (GALLO et
al., 2002).
Ainda, de acordo com resultados de pesquisas relatados por AUBERT
(1987) essa praga encontrada preferencialmente em brotaes novas locais
onde se encontram um maior nmero de ovos e ninfas.
Nas duas reas experimentais verificou-se que a maior incidncia de
psildeos ocorreu no perodo de primavera-vero, incluindo os meses de dez/05 a
mar/06 (Figuras 5A e 5B), perodo que justamente coincidiu com poca de maior
fluxo vegetativo da plantas ctricas.
Esses resultados esto de acordo com os obtidos por BERGMANN et al.
(1994); YAMAMOTO et al. (2001); UEHARA-CARMO et al. (2006) e BELOTI et al.
(2007).
-
37
Atravs de avaliaes realizadas em pomares localizados em alguns
municpios do Estado de So Paulo, BERGMANN et al. (1994) verificaram alta
incidncia de D. citri em laranja Pra, Natal, Valncia, tangerina Ponkan e limo
Taiti, capturados principalmente nas folhas e ramos novos das plantas. Os autores
verificaram que nos meses de agosto a outubro no ocorreu a presena da praga
nos pomares.
YAMAMOTO et al. (2001) verificaram que o pico populacional de adultos de
D. citri em alguns pomares ctricos de cidades do norte do estado de So Paulo
ocorreu no final da primavera e incio do vero enquanto que no outono e inverno
a populao foi reduzida, provavelmente devido ao menor fluxo vegetativo.
Resultados semelhantes tambm foram observados por outros autores,
como UEHARA-CARMO et al. (2006), que estudando a flutuao populacional do
psildeo na regio de Taquaritinga-SP, verificaram que o pico populacional da
praga ocorreu no perodo de vero dos anos de 2004/2005 (mdia de 0,84 insetos
por armadilha) e na primavera/2005 (1,13 adultos por armadilha). BELOTI et al.
(2007), avaliando pomares de citros na regio de Mato-SP, constataram que a
maior incidncia de adultos de D. citri ocorreu nos meses de nov/dez de 2006 e
janeiro de 2007.
Entretanto, verificou-se que no perodo de primavera-vero dos anos de
2006/2007 (dezembro a maro), diferentemente do que relatado na literatura e
do resultado obtido nesta mesma poca do ano anterior (2005/2006) na presente
pesquisa, a incidncia da praga foi muito baixa nas duas reas experimentais
(Figura 5).
Esse resultado justificado pela intensa precipitao que ocorreu no
perodo de primavera-vero dos anos de 2006/2007, como pode ser constatado na
Figura 5A da rea com plantas de quatro anos e, na rea 5B com plantas de 12
anos, quando nessa poca a quantidade de chuva variou de 100 a 500 mm.
Dados de literatura sustentam os resultados obtidos, pois, REGMI & LAMA
(1988, citado por YAMAMOTO et al., 2001) observaram que durante as estaes
chuvosas a populao de adultos decresce. AUBERT, (1987); WHITESIDE et al.
-
38
(1993) tambm relatam que a populao de D. citri diminuda na condio de
alta precipitao.
Relata-se, ainda que essa diminuio no teve influencia das aplicaes de
inseticidas realizadas em ambas as reas experimentais, que ocorreram na rea 1
em jan/set/dez de 2006 e, ago/nov de 2007. Na rea 2, as aplicaes realizadas nos
meses de set/2006 e jan/2007.
Com relao flutuao populacional das ninfas de D. citri, verificou-se que
na rea 1, as mdias de ninfas encontradas so bem maiores que na rea 2, com
mdias mensais de at 2,96 ninfas por brotao na rea 1, enquanto que na rea 2,
a maior mdia encontrada foi de 0,56, ambas no ms de janeiro (Figuras 6A e 6B).
Esta variao, conforme comentado anteriormente foi devido, provavelmente
quantidade de brotos emitidos pelas plantas mais novas (rea 1), quando
comparadas s plantas mais velhas da rea 2.
Da mesma forma que para os adultos de D. citri, verificou-se que na poca
de primavera-vero dos anos de 2006/2007 (dezembro a maro), a incidncia das
ninfas tambm foi muito baixa nas duas reas (Figura 6), e conforme j justificado
anteriormente esse evento aconteceu devido a intensa precipitao ocorrido nesse
perodo experimental.
4.3. Relao entre a flutuao populacional de adultos de D. citri e a
ocorrncia de plantas doentes nas reas experimentais
Verificou-se na primeira inspeo da rea 1, de um total de 1848 plantas a
presena de trs plantas com greening, ou seja, 0,16% do total de plantas
cultivadas nessa rea (Figura 7A). No decorrer das inspees houve aumento do
nmero de plantas doentes, sendo que no perodo experimental foram
encontradas 51 plantas de citros doentes, o que correspondeu a 2,76% do total de
plantas na rea.
-
39
Na rea 2, na primeira inspeo verificou-se a presena de 18 plantas
doentes, representando 1,02% do total de plantas (Figura 7B). Houve no decorrer
do perodo experimental, aumento do nmero de plantas com greening e, no no
perodo foram encontradas um total de 50 plantas doentes, representando 2,83%
do total de plantas rea 2.
Observou-se na rea 1, crescimento continuo das plantas doentes em todo
perodo experimental o que pode estar relacionado com a presena da praga
nessa rea o ano todo. Isso justificado pela idade das plantas, pois as plantas de
quatro anos de idade quando comparadas as de 12 anos, ofereceram condies
mais favorveis para a alimentao e oviposio de adultos de D. citri atravs da
emisso de uma maior quantidade de brotao o que refletiu na maior incidncia
da praga na rea.
De acordo com relatos feitos por HUANG et al., (1990) e LOPES et al.,
(2006) a expresso dos sintomas das plantas doentes pode variar de acordo com
o tempo de incubao do patgeno na planta, sendo que as plantas podem
mostrar os sintomas de greening de quatro meses a um ano aps a contaminao.
Sendo assim, a Figura 7A (rea 1) que mostra os dados de flutuao
populacional dos psildeos e do nmero de plantas doentes, essa relao foi
verificada em duas pocas diferentes. Observou-se, que em Maro/06 adultos,
ocorreu um aumento expressivo do nmero de psildeos em relao ao ms
anterior (fevereiro), que de 2,02 passou para 6,00 psildeos por armadilha (Figura
7A). Aps, aproximadamente 12 meses do aumento do nmero de adultos de D.
citri ocorreu o aumento do nmero de plantas doentes (Maro/07- plantas
doentes), que de 27 plantas contaminadas em janeiro de 2007, passou para 33
plantas em maio do mesmo ano (Figura 7A).
Comportamento semelhante a esse, ainda na rea 1, foi verificado no ms
de Dezembro/06 quando a populao da praga tambm aumentou em relao ao
ms anterior, passando de 0,3 psildeos por armadilha para 2,00 psildeos por
armadilha em dezembro/06 (Figura 7A). Uma vez mais, o aumento do nmero de
psildeos foi responsvel pelo aumento do nmero de plantas contaminadas
-
40
quando nove meses aps a alta incidncia de psildeos tambm houve o aumento
de plantas doentes que passou de 38 em julho/07 para 51 em dezembro/07, como
pode ser verificado na Figura 7A.
Na rea 2, observou que em Fevereiro/06 adultos, ocorreu um aumento
expressivo do nmero de psildeos em relao ao ms anterior (janeiro), que de
3,1 passou para 5,96 psildeos por armadilha (Figura 7B). Aps 11 meses do
aumento do nmero de adultos de D. citri ocorreu o aumento do nmero de
plantas doentes (Janeiro/07- plantas doentes), que de 26 plantas contaminadas
em fevereiro/2006 passou para 51 plantas em janeiro/2007 (Figura 7B)
Esses resultados mostram que pode existir alguma relao entre o nmero
de plantas doentes e a incidncia de psildeos nas reas estudadas.
-
41
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
dez/
05ja
n/06
fev/
06m
ar/0
6ab
r/06
mai
/06
jun/
06ju
l/06
ago/
06se
t/06
out/0
6no
v/06
dez/
06ja
n/07
fev/
07m
ar/0
7ab
r/07
mai
/07
jun/
07ju
l/07
ago/
07se
t/07
out/0
7no
v/07
Amostragens
N de
adultos
por ar
mad
ilha
0
100
200
300
400
500
600
Pre
cipita
o (m
m)
N de adultos por armadilha
Precipitao
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
dez/
05ja
n/06
fev/
06m
ar/0
6ab
r/06
mai
/06
jun/
06
jul/0
6ag
o/06
set/0
6ou
t/06
nov/
06de
z/06
jan/
07fe
v/07
mar
/07
abr/0
7m
ai/0
7ju
n/07
jul/0
7ag
o/07
set/0
7ou
t/07
Amostragens
N de ad
ultos por ar
mad
ilha
0
100
200
300
400
500
600
Pre
cipita
o (m
m)
N de adultos por armadilha
Precipitao
Figura 5 Relao da precipitao com a flutuao populacional de adultos de D. citri na rea 1 (A), e na rea 2 (B) da
Fazenda Marchesan (Mato-SP), no perodo de dez/2005 a nov/2007.
A
B
-
42
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
dez/
05
jan/
06
fev/
06
mar
/06
abr/0
6
nov/
06
dez/
06
jan/
07
fev/
07
mar
/07
Amostragens
N de
nin
fas
por bro
to
0
100
200
300
400
500
600
Pre
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o (m
m)
N de ninfas por brotoPrecipitao
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
dez/
05
jan/
06
fev/
06
mar
/06
abr/0
6
nov/
06
dez/
06
jan/
07
fev/
07
mar
/07
Amostragens
N de nin
fas por bro
to
0
100
200
300
400
500
600
Pre
cipita
o (m
m)
N de ninfas por broto
Precipitao
Figura 6 Relao da precipitao com a flutuao populacional de ninfas de D. citri na rea 1 (A), e na rea 2 (B) da
Fazenda Marchesan (Mato-SP), no perodo de dez/2005 a nov/2007.
A
B
-
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1
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3
4
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05ja
n/06
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out/0
6no
v/06
dez/
06ja
n/07
fev/
07m
ar/0
7ab
r/07
mai
/07
jun/
07ju
l/07
ago/
07se
t/07
out/0
7no
v/07
Amostragens
N de
adultos
por ar
mad
ilha
0
10
20
30
40
50
60
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jan-
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-06
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06jul-0
6
set-0
6
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jan-
07
mar
-07
mai-
07jul-0
7
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0
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6ab
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fev-
06jun
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jul-0
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set-0
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nov-
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jan-0
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7
Amostragens
N
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adultos
por
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a
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set
-07
Inspees
N
de
pla
nta
s co
m g
reen
ing
Figura 7 Relao entre flutuao populacional de adultos de D. citri com o nmero de plantas com greening na rea 1 (A) e
na rea 2 (B) da Fazenda Marchesan (Mato-SP), no perodo de dez/2005 a nov/2007.
A
B
A
B
Maro/06 - adultos
Maro/07 plantas doentes
Dezembro/06 - adultos
Setembro/07 plantas doentes
Fevereiro/06 - adultos Marco/07 - plantas doentes
-
44
4.4. Resultados da geoestatstica para adultos de D. citri
Quando a mdia de psildeos por armadilha da rea 1, foi superior a 0,27
(24 psildeos na rea), houve dependncia espacial da praga, a qual foi estudada
por meio de semivariogramas e, o modelo que melhor se ajustou aos dados foi o
esfrico (Figuras 5 a 8). Para a rea 2, naquelas avaliaes que apresentaram
mdia de psildeos por armadilha superior a 0,25 (21 psildeos na rea), houve
dependncia espacial da praga e o melhor modelo ajustado tambm foi o esfrico.
Dessa forma a distribuio da praga em ambas as reas experimentais
ocorreu de forma agregada, ou seja, formando reboleiras. O tamanho dessas
reboleiras foi obtido por meio dos dados do semivariograma atravs dos valores
do alcance, que tambm representa o raio de agregao da praga na rea.
Por meio da anlise dos semivariogramas da rea 1, observou-se que o
alcance de dependncia espacial dos psildeos variou de 65 a 85 m (Figuras de 8
a 11). Esses resultados indicaram que formaram reboleiras de psildeos no campo
cujo tamanho variou de 65 a 85 m, sendo esses valores dependentes da poca de
maior ou menor incidncia da praga na rea.
Quando houve maior incidncia de psildeos na rea o raio de agregao
tambm aumentou. Por exemplo, na rea 1, uma das pocas de maior incidncia
de adultos de D. citri ocorreu em dezembro/2005 (Figura 5A), o que refletiu no
tamanho da reboleira que apresentou raio de agregao de 80 m (Figura 8 2
Avaliao). Outro exemplo, foi verificado na 9, 33 e 34 amostragens (Figuras 9
e 11), quando o raio de agregao de psildeos variou de 80 a 85 m, pocas que
corresponderam aos meses de abril/2006 e novembro/2007, quando ocorreu alta
incidncia de adultos de D. citri na rea (Figura 5A).
Na rea 2, observou-se que o alcance de dependncia espacial dos
psildeos variou de 80 a 90 m (Figuras 12 e 13 ), indicando que nessa rea
tambm houve a formao de reboleiras da praga. Entretanto, a partir de
julho/2006 no houve o ajuste dos dados a nenhum modelo de semivariograma,
-
45
pois a populao da praga foi muito baixa, ou seja, menor que 0,5 psildeos por
armadilha (Figura 5B).
A variao do raio de agregao obtido na rea 1 (65-85m), em relao o
da rea 2 (80-90m), est relacionando com a idade das plantas, pois como as
plantas da rea 1 eram mais jovens possuam maior fluxo de brotaes que
aquelas da rea 2. Nessa situao, a rea 1 proporcionou aos psildeos condies
mais favorveis para sua alimentao e oviposio e, portanto a praga no
precisou voar para outras plantas para se alimentar e colocar seus ovos.
De acordo com TOLLEY (1990), a D. citri pode se deslocar, na ausncia de
hospedeiros adequados para seu desenvolvimento, cerca de 1,5 km. Segundo
CATLING (1970) a D. citri encontrada nas brotaes novas e, sua flutuao
populacional est relacionada com a poca de maior fluxo vegetativo das plantas
ctricas.
Um ndice importante obtido atravs do semivariograma a relao C0/
(C0+C1), que indica a forma de distribuio da doena. Segundo JOURNEL &
HUIJBREGTS (1978) os valores da relao C0/ (C0+C1) abaixo de 0,8 indicam
distribuio agregada da varivel. No presente estudo, os valores obtidos durante
as avaliaes de adultos de D. citri variaram de 0,05 a 0,7 (Figura 8 a 11),
indicando tambm distribuio agregada nas duas reas experimentais.
Alguns trabalhos foram desenvolvidos nos ltimos anos abordando
principalmente medidas de controle do inseto-vetor, porm, estudos especficos
sobre avaliao da dependncia espacial da praga utilizando a geoestatstica
no foram encontrados na literatura. Entretanto, a dependncia espacial de outras
pragas e doena de citros, por meio da geoestatstica foram estudadas por alguns
autores, o que mostra a grande importncia desses tipos de estudos na obteno
de resultados que permitam fazer um controle mais adequado da praga ou da
doena.
Neste sentido, FARIAS et al. (2004) avaliaram a distribuio espacial de
trs espcies de cigarrinhas vetoras da Xylella fastidiosa, agente causal da
Clorose Variegada dos Citros, por meio da geoestatstica. Os autores verificaram
-
46
distribuio agregada das cigarrinhas no pomar estudado, durante os trs anos
consecutivos de amostragem.
OKUMURA (2007) com o objetivo de planejar e aprimorar o uso de
defensivos agrcolas para controlar o caro da falsa ferrugem (Phyllocoptruta
oleiva), caro branco (Plyphagotarsonemus latus) e o caro da leprose
(Brevipalpus phoenicis) em citros, utilizaram a geoestatstica para verificar a
distribuio espacial e temporal dessas pragas. A autora concluiu que por meio do
uso de tcnicas de geoestatstica foi possvel melhorar a utilizao dos defensivos
agrcolas para controlar os caros.
-
47
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0Sem
ivarincia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.5
1.5
2.5
3.5
4.5
5.5
6.5
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.5
1.2
1.9
2.6
3.3
4.0
4.7
5.4
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
Sem
ivar
inc
ia
Figura 8 Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas
armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan
(Mato SP).
1 Avaliao (12/12/05) (h) = 2,1 + 1,3 Esf (70)
C0/(C0+C1) = 0,6 R2 = 0,98
2 Avaliao (27/12/05) (h) = 0,6 + 5,5 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,1 R2 = 0,97
3 Avaliao (27/12/05) (h) = 2 + 3,5 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,4 R2 = 0,97
4 Avaliao (24/01/06) (h) = 2 + 2,5 Esf (70)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,99
5 Avaliao (08/02/06) (h) = 2,3 + 0,7 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,96
6 Avaliao (21/02/06) (h) = 0,8 + 0,8 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96
-
48
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
10
30
50
70
90
110
130
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
1.5
3.0
4.5
6.0
7.5
9.0
10.5
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.4
0.8
1.2
1.6
2.0
2.4
2.8
3.2
3.6
4.0
Sem
ivar
inc
ia
Figura 9 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas
armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan
(Mato SP).
7 Avaliao (14/03/06) (h) = 1 + 12,5 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,07 R2 = 0,97
8 Avaliao (28/03/06) (h) = 1 + 18,4 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,05 R2 = 0,95
10 Avaliao (18/05/06) (h) = 4,8 + 5,1 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,97
11 Avaliao (20/06/06) (h) = 1,5 + 4,6 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,2 R2 = 0,97
12 Avaliao (25/07/06) (h) = 2,5 + 0,9 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98
9 Avaliao (18/04/06) (h) = 45 + 67 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,95
-
49
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
1
3
5
7
9
11
13
15Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
2.0
2.4
2.8
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.2
0.5
0.8
1.1
1.4
1.7
2.0
2.3
2.6
2.9
3.2
Sem
ivar
inc
ia
Figura 10 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas
armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan
(Mato SP).
18 Avaliao (06/12/06) (h) = 0,8 + 0,8 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,99
19 Avaliao (21/12/06) (h) = 1,8 + 0,7 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98
27 Avaliao (22/05/07) (h) = 0,6 + 0,2 Esf (65)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,97
13 Avaliao (16/08/06) (h) = 1 + 11,9 Esf (75)
C0/(C0+C1) = 0,08 R2 = 0,99
28 Avaliao (19/06/07) (h) = 0,6 + 0,18 Esf (65)
C0/(C0+C1) = 0,3 R2 = 0,99
30 Avaliao (20/08/07) (h) = 2,02 + 0,57 Esf (70)
C0/(C0+C1) = 0,8 R2 = 0,99
-
50
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distncia (m)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Sem
ivar
inc
ia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Dsitncia (m)
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
Sem
ivar
inc
ia
Figura 11 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas
armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan
(Mato SP).
31 Avaliao (21/09/07) (h) = 0,8 + 4,1 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,2 R2 = 0,97
32 Avaliao (31/10/07) (h) = 1,58 + 0,62 Esf (70)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,99
33 Avaliao (14/11/07) (h) = 2 + 65 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,03 R2 = 0,93
34 Avaliao (28/11/07) (h) = 20 + 15 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96
-
51
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
1
2
3
4
5
6
7
8
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0
1
2
3
4
5
6
7
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
4
8
12
16
20
24
28
32
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0
10
20
30
40
50
60
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0
5
10
15
20
25
Sem
ivar
inc
ia
Figura 12. Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas
armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan
(Mato SP).
1 Avaliao (12/12/05) (h) = 1,0 + 6,5 Esf (90)
C0/(C0+C1) = 0,1 R2 = 0,95
2 Avaliao (27/12/05) (h) = 2,0+ 0,8 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,97
3 Avaliao (11/01/06) (h) = 2,5+ 2,1 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96
4 Avaliao (24/01/06) (h) = 17,5+ 6,3 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98
5 Avaliao (08/02/06) (h) = 0 + 59 Esf (90)
C0/(C0+C1) = 0 R2 = 0,98
6 Avaliao (21/02/06) (h) = 12 + 7,5 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,6 R2 = 0,97
-
52
0 20 40 60 80 100 120 140
Distncia (m)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0.00.20.4
0.60.81.01.21.41.61.82.0
2.2
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
Sem
ivar
inc
ia
0 25 50 75 100 125 150
Distncia (m)
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Sem
ivar
inc
ia
Figura 13 - Semivariograma das avaliaes de adultos de D. citri capturados nas
armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a nov/2007, da Fazenda Marchesan
(Mato SP).
7 Avaliao (14/03/06) (h) = 8,0 + 3,3 Esf (85)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,97
8 Avaliao (28/03/06) (h) = 1,1 + 0,75 Esf (80)
C0/(C0+C1) = 0,7 R2 = 0,98
9 Avaliao (18/04/06) (h) = 1,05 + 0,68 Esf (90)
C0/(C0+C1) = 0,6 R2 = 0,94
11 Avaliao (20/06/06) (h) = 0,37 + 0,35 Esf (90)
C0/(C0+C1) = 0,5 R2 = 0,96
-
53
Foram elaborados os mapas de krigagem, os quais permitiram visualizar o
comportamento da distribuio espacial de adultos de D. citri nas reas
experimentais.
Na rea 1, observou-se que inicialmente houve o surgimento de alguns
focos de psildeos na rea e, que posteriormente ocorreu a formao de reboleiras
da praga. O tamanho dessas reboleiras foi determinado em funo da poca de
maior ou menor incidncia de adultos de D. citri (Figuras 14 a 17).
Sendo assim, nas avaliaes que apresentaram a menor incidncia de
adultos de D. citri, houve a formao de vrias reboleiras da praga de tamanhos
menores. Isso ocorreu nas seguintes avaliaes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11 ,12,
18, 19, 27, 28, 29, 30, 31 e 32 (Figuras de 14 a 17), que correspondem aos
seguintes perodos de avaliao dez/2005 a fev/2006 e maio/2006 a out/2007
(Figura 5A).
Entretanto, quando a incidncia de psilideos na rea foi maior houve a
formao de reboleiras de tamanho maiores localizadas de forma mais isolada nas
reas, como pode ser verificado nas amostragens 7, 8, 9, 13, 33 e 34,
(Figuras 15, 16 e 17). Essas pocas so aquelas em que ocorreu o pico
populacional de adultos de D. citri (Figura 5A).
Na rea 2, verificou-se comportamento semelhante ao obtido na rea 1
para a distribuio espacial de psildeos (Figuras 18 e 19).
Verificou-se que quando a incidncia da praga foi baixa, tambm houve a
formao de vrias reboleiras na rea, como foi observado nas avaliaes 2, 3,
8, 9 e 11 (Figuras 18 e 19), as quais referem-se ao perodo em que a populao
de psildeos esteve relativamente baixa na rea (Figura 5B).
Quando a incidncia da praga foi alta houve a formao reboleiras de
tamanho maior que se localizaram mais isoladamente na rea, como pode ser
verificado nas amostragens 1, 4, 5, 6 e 7 (Figuras 18 e 19).
-
54
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
1 Avaliao (12/12/05)
01234567891011
2 Avaliao (27/12/05)
0
1
2
3
4
5
6
7
3 Avaliao (11/01/06)
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
4 Avaliao (24/01/06)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
5 Avaliao (08/02/06)
0.0
0.6
1.2
1.8
2.4
3.0
3.6
4.2
6 Avaliao (21/02/06)
Figura 14 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a
nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).
-
55
024681012141618
7 Avaliao (14/03/06)
0
4
8
12
16
20
24
28
32
8 Avaliao (28/03/06)
08162432404856647280
9 Avaliao (18/04/06)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
10 Avaliao (18/05/06)
0123456789101112
11 Avaliao (20/06/06)
0
0.3
0.60.9
1.2
1.5
1.8
2.12.4
2.7
12 Avaliao (25/07/06)
Figura 15 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a
nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).
-
56
0
3
6
9
12
15
18
21
13 Avaliao (16/08/06)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
18 Avaliao (06/12/06)
0.0
0.3
0.6
0.9
1.2
1.5
1.8
2.1
2.4
19 Avaliao (21/12/06)
0.0
0.6
1.2
1.8
2.4
3.0
3.6
4.2
27 Avaliao (22/05/07)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
28 Avaliao (19/06/07)
0.0
0.3
0.6
0.9
1.2
1.5
1.8
2.1
2.4
30 Avaliao (20/08/07)
Figura 16 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a
nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).
-
57
0
1
2
3
4
5
6
7
8
31 Avaliao (21/09/07)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
32 Avaliao (31/10/07)
0
10
20
30
40
50
60
70
33 Avaliao (14/11/07)
0
4
8
12
16
20
24
28
34 Avaliao (28/11/07)
Figura 17 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 1, no perodo de dez/2005 a
nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).
-
58
0
2
4
6
8
10
12
14
1 Avaliao (12/12/05)
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
2.0
2.4
2.8
2 Avaliao (27/12/05)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
3 Avaliao (11/01/06)
0.0
1.02.03.04.05.06.07.08.09.0
4 Avaliao (24/01/06)
0
5
10
15
20
5 e 6 Avaliaes (08 e 21 fev/06)
0
1
2
3
4
5
6
7
7 Avaliao (14/03/06)
Figura 18 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a
nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).
-
59
0.00.20.40.60.81.01.21.41.61.82.0
8 Avaliao (28/03/06)
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
2.0
2.4
2.8
9 Avaliao (18/04/06)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
11 Avaliao (25/06/06)
Figura 19 Distribuio espacial dos adultos de D. citri capturados nas armadilhas da rea 2, no perodo de dez/2005 a
nov/2007, da Fazenda Marchesan (Mato SP).
-
60
Em algumas avaliaes de adultos de D. citri capturados nas armadilhas,
no houve ajuste dos dados a nenhum modelo de semivariograma o que
caracteriza o chamado efeito pepita puro.
Quando o efeito pepita puro ocorre no existe dependncia espacial da
varivel estudada e a distribuio ocorre de forma aleatria. No caso do presente
estudo, o efeito pepita puro ocorreu naquelas amostragens em que se verificou
incidncia muito baixa de psildeos.
Na rea 1, quando mdia de psildeos por armadilha foi inferior a 0,27, ou
seja, 24 psildeos na rea, no houve ajuste do semivariograma a nenhum modelo
(Tabela 7). Na rea 2, quando a mdia de psildeos por armadilha foi inferior a
0,25 (21 psildeos na rea), tambm no houve ajuste do semivariograma (Tabela
8).
Tabela 7. Parmetros do semivariograma no ajustado de algumas avaliaes de
adu