dissertacao mestrado eduardo javier peldoza...
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SISTEMAS HÍBRIDOS PARA CONTROLE DE VIBRAÇÕES
EM EDIFÍCIOS SOB AÇÃO SÍSMICA
Eduardo Javier Peldoza Andrade
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Mestre em Engenharia Civil.
Orientadores: Ronaldo Carvalho Battista
Eliane Maria Lopes Carvalho
Rio de Janeiro
Maio de 2011
ii
SISTEMAS HÍBRIDOS PARA CONTROLE DE VIBRAÇÕES EM EDIFÍCIOS SOB
AÇÃO SÍSMICA
Eduardo Javier Peldoza Andrade
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO
LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA
(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph. D.
________________________________________________
Profª. Eliane Maria Lopes Carvalho, D. Sc.
________________________________________________
Profª. Michèle Schubert Pfeil, D. Sc.
________________________________________________
Prof. Paulo Batista Gonçalves, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
MAIO DE 2011
iii
Andrade, Eduardo Javier Peldoza
Sistemas Híbridos para Controle de Vibrações em
Edifícios sob Ação Sísmica/ Eduardo Javier Peldoza
Andrade. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011.
XXV, 110 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Ronaldo Carvalho Battista
Eliane Maria Lopes Carvalho
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2011.
Referências Bibliográficas: p. 108-110.
1. Controle de vibrações. 2. Dinâmica de estruturas. 3.
Modos de vibração. 4. Terremotos. I. Battista, Ronaldo et
al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Civil. III. Título.
iv
À minha avó Silvia, uma mulher corajosa que sobreviveu ao terremoto na cidade de
Valdivia em 22 de maio de 1960, o maior sismo registrado na história da humanidade.
v
Agradecimentos
A Deus, pela interseção nas grandes e pequenas decisões na minha vida que me levaram
pelo caminho certo.
A minha amada família, meus pais Gabriel e María Angélica e a minha irmã Cristina,
pelo grande amor e dedicação entregados desde a minha infância.
Aos meus professores orientadores, Eliane Carvalho e Ronaldo Battista, por ser uma
constante fonte de conhecimento, apoio, paciência e inspiração.
Aos meus colegas Aldo Cruces, Carlos Rossigali, Juarez Franco e Nelson Ortiz, por
compartilhar os seus conhecimentos para melhorar meu labor de pesquisa.
Aos professores Jose Alves e Webe Mansur que com as suas valiosas dicas colaboraram
no desenvolvimento do meu trabalho.
À CAPES pelo apoio financeiro.
A todos os meus colegas do LABEST, pelas idas para bandejão, as oportunas caronas e
principalmente pela amizade.
Ao pessoal e amigos do LAMEC, por me brindar um espaço de trabalho que foi a minha
primeira “casa” ao meu arribo à COPPE.
E a três grandes amigos que com o seu exemplo positivo foram a maior ajuda durante a
minha moradia no Rio de Janeiro: Pablo Oyarzún, Francesco Lugli e Michèle Martins.
vi
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
SISTEMAS HÍBRIDOS PARA CONTROLE DE VIBRAÇÕES EM EDIFÍCIOS SOB
AÇÃO SÍSMICA
Eduardo Javier Peldoza Andrade
Maio/2011
Orientadores: Ronaldo Carvalho Battista
Eliane Maria Lopes Carvalho
Programa: Engenharia Civil
Apresenta-se neste trabalho uma avaliação do desempenho de três tipos de
sistemas passivos de controle dinâmico, aplicados a estruturas aporticadas de edifícios
submetidas à ação de terremotos. Investiga-se o comportamento dinâmico de estruturas
aporticadas caracterizadas por dois distintos modos de deformação lateral: por flexão e
por cisalhamento. Avaliam-se, para cada um desses dois tipos de estruturas, os
desempenhos de sistemas de controle dos tipos Dispositivo de Isolamento Sísmico
(DIS), Atenuador Dinâmico Sintonizado (ADS) e Sistema de Controle Híbrido (SCH),
que resulta da combinação do DIS com o ADS. As respostas dinâmicas das estruturas
não controladas e controladas foram obtidas com auxílio de modelos matemáticos
simplificados, mecanicamente análogos aos sistemas. Uma avaliação comparativa dos
desempenhos desses sistemas, sob critérios de redução de deslocamento e esforços
internos na estrutura, é feita com base nos resultados numéricos obtidos. Demonstra-se,
assim, que o Sistema de Controle Híbrido (SCH) tem desempenho pouco superior ao do
Dispositivo de Isolamento Sísmico (DIS); enquanto o Atenuador Dinâmico Sintonizado
(ADS) tem, em geral, desempenho inferior aos outros dois sistemas.
vii
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
HYBRID SYSTEMS FOR VIBRATION CONTROL OF BUILDING UNDER
SEISMIC LOAD
Eduardo Javier Peldoza Andrade
May/2011
Advisors: Ronaldo Carvalho Battista
Eliane Maria Lopes Carvalho
Department: Civil Engineering
In the present work, an evaluation of the performance of three kind of passive
dynamic control systems applied to framed structures under seismic action originated by
earthquakes is showed. The behavior of framed structures with two different lateral
deformation modes, bending and shear is analyzed. For these two kinds of structures,
the performance of the passive dynamic control systems Seismic Isolation System (SIS),
Tuned Mass Damper (TMD) and Hybrid Control System (HCS), resulting from the
combination of a SIS with a TMD, is evaluated. The dynamic responses of the non-
controlled and controlled structures were obtained with the aid of simplified
mathematical models representing the mechanical systems. A comparison of the
system’s performance in terms of displacement and internal stresses reduction is made,
based on the obtained results. It is demonstrated that the Hybrid Control System (HCS)
has a slightly better performance compared with the Seismic Isolator System (SIS);
additionally, the Tuned Mass Damper (TMD) has, in general, an inferior performance
compared with the other two systems.
viii
Índice
1 Introdução ................................................................................................................. 1
1.1 Motivação e Objetivo do Trabalho .................................................................... 1
1.2 Escopo do Trabalho ........................................................................................... 2
2 Conseqüências dos Sismos nas Edificações e na População .................................... 3
2.1 Considerações Gerais ......................................................................................... 3
2.2 Registro das Acelerações Sísmicas .................................................................... 4
3 Projeto de Estruturas em Áreas de Risco Sísmico .................................................. 11
3.1 Problema Dinâmico Estrutural ......................................................................... 11
3.2 Utilização de Dispositivos de Atenuação do Efeito Sísmico ........................... 13
4 Modelagem Matemática – Numérica ..................................................................... 14
4.1 Modelos Constitutivos para Distintas Soluções de Dispositivos de Isolamento
Sísmico (DIS) ............................................................................................................. 14
4.1.1 Isolador de Borracha de Pequeno Amortecimento – IBPA ...................... 14
4.1.2 Isolador de Borracha de Grande Amortecimento – IBGA ....................... 16
4.1.3 Isolador de Borracha com Núcleo de Chumbo – IBNC ........................... 17
4.1.4 Isolador Utilizado pela Companhia Francesa de Eletricidade – CFE ...... 21
4.1.5 Isolador Resiliente e a Fricção – IRF ....................................................... 22
4.1.6 Isolador Pendular a Fricção – IPF ............................................................ 23
4.2 Modelagem da Estrutura sob Ação Sísmica de Base ....................................... 24
4.3 Modelagem por Meio do Método de Superposição Modal ............................. 27
4.3.1 Fator de Participação Modal ..................................................................... 27
4.4 Modelagem Constitutiva para Um Grau de Liberdade de Estrutura com
Atenuadores Dinâmicos Sintonizados (ADS) ............................................................ 28
4.5 Modelagem Constitutiva para Um Grau de Liberdade da Estrutura com
Dispositivo de Isolamento Sísmico (DIS) .................................................................. 30
ix
4.6 Modelagem Constitutiva para Um Grau de Liberdade da Estrutura com
Sistema Híbrido para Controle de Vibrações ............................................................. 32
5 Comportamento de Estruturas Aporticadas sob Ação Sísmica .............................. 34
5.1 Comportamento de Estruturas com Deformação por Cisalhamento ................ 34
5.1.1 Descrição Sumária da Estrutura ............................................................... 34
5.1.2 Vibrações Livres da Estrutura .................................................................. 35
5.1.3 Resposta ao Cisalhamento da Estrutura Não Controlada sob Ação Sísmica
36
5.2 Comportamento de Estruturas com Deformação por Flexão ........................... 42
5.2.1 Descrição da Estrutura .............................................................................. 42
5.2.2 Vibrações Livres da Estrutura .................................................................. 43
5.2.3 Resposta à Flexão da Estrutura Não Controlada sob Ação Sísmica......... 44
6 Análise Comparativa do Desempenho dos Dispositivos de Controle na Estrutura
sob Ação Sísmica............................................................................................................ 49
6.1 Estrutura com Atenuador Dinâmico Sintonizado (ADS) ................................. 49
6.1.1 Calibração do ADS ................................................................................... 49
6.1.2 Desempenho Com ADS – Estrutura com Deformação por Cisalhamento 53
6.1.2.1 ADS Calibrado para o Primeiro Modo .............................................. 53
6.1.2.2 ADS Calibrado para o Segundo Modo .............................................. 57
6.1.3 Desempenho Com ADS – Estrutura com Deformações por Flexão ........ 61
6.1.3.1 ADS com Calibração para o Primeiro Modo .................................... 61
6.1.3.2 ADS com Calibração para o Segundo Modo .................................... 65
6.2 Estrutura com Dispositivo Isolador Sísmico (DIS) ......................................... 69
6.2.1 Calibração do DIS .................................................................................... 69
6.2.2 Estrutura com Deformação por Cisalhamento.......................................... 74
6.2.2.1 DIS com Calibração para o Primeiro Modo ...................................... 74
6.2.2.2 DIS com Calibração para o Segundo Modo ...................................... 78
6.2.3 Estrutura com Deformações por Flexão ................................................... 82
x
6.2.3.1 DIS com Calibração para o Primeiro Modo ...................................... 82
6.2.3.2 DIS com Calibração para o Segundo Modo ...................................... 86
6.3 Estrutura com Sistema Híbrido de Controle .................................................... 90
6.3.1 Calibração do Sistema Híbrido ................................................................. 90
6.3.2 Estrutura com Deformação por Cisalhamento.......................................... 92
6.3.3 Estrutura com Deformação por Flexão ..................................................... 94
6.4 Comparação do Desempenho dos Sistemas de Controle ................................. 97
6.4.1 Desempenho do Sistema de Controle Híbrido aplicado a Estrutura com
Deformação por Cisalhamento ............................................................................... 97
6.4.2 Desempenho do Sistema de Controle Híbrido aplicado a Estrutura com
Deformação por Flexão ........................................................................................ 101
7 Conclusões e Sugestões ........................................................................................ 106
7.1 Conclusões ..................................................................................................... 106
7.2 Sugestões para a Continuação deste Trabalho de Pesquisa ........................... 106
xi
Índice de Figuras
Figura 2.1: Sinal no domínio do tempo do terremoto El Centro ...................................... 6
Figura 2.2: Sinal no domínio do tempo do terremoto Kobe ............................................. 6
Figura 2.3: Sinal no domínio do tempo do terremoto Loma Prieta .................................. 7
Figura 2.4: Sinal no domínio do tempo do terremoto México ......................................... 7
Figura 2.5: Sinal no domínio do tempo do terremoto Northridge .................................... 8
Figura 2.6: Sinal no domínio da freqüência do terremoto El Centro ............................... 8
Figura 2.7: Sinal no domínio da freqüência do terremoto Kobe ...................................... 9
Figura 2.8: Sinal no domínio da freqüência do terremoto Loma Prieta ........................... 9
Figura 2.9: Sinal no domínio da freqüência do terremoto México ................................. 10
Figura 2.10: Sinal no domínio da freqüência do terremoto Northridge ......................... 10
Figura 3.1: Fluxograma das etapas para o projeto estrutural (BATTISTA, 1995) ......... 11
Figura 4.1: Ilustração esquemática e modelo mecânico do DIS tipo IBPA. .................. 15
Figura 4.2: Ilustração esquemática e modelo mecânico do DIS tipo IBGA. .................. 16
Figura 4.3: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador IBNC. ................... 17
Figura 4.4: Curva de histerese do DIS tipo IBNC aproximada com o modelo bilinear
(linhas tracejadas). .......................................................................................................... 18
Figura 4.5: Comportamento da variável � para � � 1, � � 0,5 e � � 1 para distintos
valores de � e � (PELDOZA, 2002) .............................................................................. 20
Figura 4.6: Comportamento da variável � com � � 1, � � � � � � 0,5 e distintos
valores de � (PELDOZA, 2002) ..................................................................................... 20
Figura 4.7: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador CFE ...................... 22
Figura 4.8: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador IRF ....................... 23
Figura 4.9: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador IPF ....................... 24
Figura 4.10: Modelo simplificado de sistema estrutural com 1 grau de liberdade sob
excitação de base ............................................................................................................ 25
Figura 4.11: Distribuição de massa e formas modais para uma estrutura típica de
edifício de múltiples andares .......................................................................................... 28
Figura 4.12: Esquema estrutural e modelo mecânico análogo para um prédio alteado
equipado com ADS ......................................................................................................... 29
xii
Figura 4.13: Esquema estrutural e modelo mecânico análogo de um prédio alteado
equipado com DIS .......................................................................................................... 31
Figura 4.14: Esquema estrutural e modelo mecânico análogo de um prédio alteado
equipado com sistema híbrido ADS – DIS ..................................................................... 33
Figura 5.1: Geometria da estrutura com deformações por cisalhamento (RODRÍGUEZ,
2003) ............................................................................................................................... 35
Figura 5.2: As três primeiras formas modais para a estrutura com deformações por
cisalhamento entre andares ............................................................................................. 36
Figura 5.3: Deslocamento do primeiro modo da estrutura com deformação por
cisalhamento submetido ao sismo El Centro. ................................................................. 38
Figura 5.4: Deslocamento do segundo modo da estrutura com deformação por
cisalhamento submetido ao sismo El Centro. ................................................................. 38
Figura 5.5: Deslocamento obtido pela superposição dos dois primeiros modos de
vibração por cisalhamento da estrutura submetida ao sismo El Centro. ........................ 39
Figura 5.6: Força cortante de base do primeiro modo da estrutura com deformação por
cisalhamento submetido ao sismo El Centro. ................................................................. 39
Figura 5.7: Força cortante de base do segundo modo da estrutura com deformação por
cisalhamento submetido ao sismo El Centro. ................................................................. 40
Figura 5.8: Força cortante de base obtido pela superposição dos dois primeiros modos
de vibração da estrutura com deformação por cisalhamento, submetida ao sismo El
Centro. ............................................................................................................................ 40
Figura 5.9: Resposta no domínio da freqüência do deslocamento da estrutura com
deformação por cisalhamento submetida ao sismo El Centro ........................................ 41
Figura 5.10: Resposta no domínio da freqüência da força cortante de base da estrutura
com deformação por cisalhamento submetida ao sismo El Centro ................................ 41
Figura 5.11: Geometria da estrutura com deformação por flexão .................................. 42
Figura 5.12: As três primeiras formas modais para a estrutura com deformação por
flexão .............................................................................................................................. 43
Figura 5.13: Amplitude de deslocamento no tempo do primeiro modo de vibração por
flexão da estrutura submetida ao sismo El Centro ......................................................... 45
Figura 5.14: Amplitude de deslocamento no tempo do segundo modo de vibração por
flexão da estrutura submetida ao sismo El Centro ......................................................... 45
Figura 5.15: Amplitude de deslocamento no tempo para superposição dos dois primeiros
modos de vibração à flexão da estrutura submetida ao sismo El Centro. ...................... 46
xiii
Figura 5.16: Variação no tempo da força cortante na base da estrutura, correspondente à
contribuição do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura submetida ao sismo
El Centro ......................................................................................................................... 46
Figura 5.17: Variação no tempo da força cortante na base da estrutura, correspondente à
contribuição do segundo modo de vibração por flexão da estrutura submetida ao sismo
El Centro ......................................................................................................................... 47
Figura 5.18: Variação no tempo da força cortante na base da estrutura, correspondente à
superposição dos dois primeiros modos de vibração por flexão da estrutura submetida
ao sismo El Centro .......................................................................................................... 47
Figura 5.19: Resposta à flexão no domínio da freqüência do deslocamento lateral no
topo da estrutura submetida ao sismo El Centro ............................................................ 48
Figura 5.20: Resposta à flexão no domínio da freqüência da força cortante na base da
estrutura submetida ao sismo El Centro ......................................................................... 48
Figura 6.1: Curvas de calibração para o ADS projetado para o primeiro modo da
estrutura com deformação por cisalhamento .................................................................. 50
Figura 6.2: Curvas de calibração para o ADS projetado para o segundo modo da
estrutura com deformação por cisalhamento .................................................................. 51
Figura 6.3: Curvas de calibração para o ADS projetado para o primeiro modo da
estrutura com deformação por flexão ............................................................................. 52
Figura 6.4 Curvas de calibração para o ADS projetado para o segundo modo da
estrutura com deformação por flexão ............................................................................. 52
Figura 6.5: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .............................................................. 54
Figura 6.6: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .............................................................. 54
Figura 6.7: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração
por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 55
Figura 6.8: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração
por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 55
xiv
Figura 6.9: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração ao cisalhamento da estrutura sem e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 56
Figura 6.10: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura sem e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 56
Figura 6.11: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................... 58
Figura 6.12: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................... 58
Figura 6.13: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração
por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 59
Figura 6.14: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração
por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 59
Figura 6.15: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não
controlada e com ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro60
Figura 6.16: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não
controlada e com ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro60
Figura 6.17: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 62
Figura 6.18: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 62
Figura 6.19: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração
por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro modo,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 63
xv
Figura 6.20: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração
por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro modo,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 63
Figura 6.21: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 64
Figura 6.22: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 64
Figura 6.23: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 66
Figura 6.24: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 66
Figura 6.25: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração
por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo modo,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 67
Figura 6.26: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração
por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo modo,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 67
Figura 6.27: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 68
Figura 6.28: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 68
Figura 6.29: Curva de calibração de projeto do DIS, para uma relação de massa � �
0,10 (RODRÍGUEZ, 2003) ............................................................................................ 69
Figura 6.30: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o primeiro
modo da estrutura com deformação por cisalhamento ................................................... 71
Figura 6.31: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o segundo
modo da estrutura com deformação por cisalhamento ................................................... 71
xvi
Figura 6.32: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o primeiro
modo da estrutura com deformação por flexão .............................................................. 72
Figura 6.33: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o segundo
modo da estrutura com deformação por flexão .............................................................. 73
Figura 6.34: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .............................................................. 75
Figura 6.35: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .............................................................. 75
Figura 6.36: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo
de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .............................................................. 76
Figura 6.37: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo
de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .............................................................. 76
Figura 6.38: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro 77
Figura 6.39: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro 77
Figura 6.40: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro. .............................................................. 79
Figura 6.41: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................... 79
Figura 6.42: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo
de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro. .............................................................. 80
Figura 6.43: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo
de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................... 80
xvii
Figura 6.44: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro 81
Figura 6.45: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro 81
Figura 6.46: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 83
Figura 6.47: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 83
Figura 6.48: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo
de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro. ............................................................................ 84
Figura 6.49: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo
de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 84
Figura 6.50: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro ............................ 85
Figura 6.51: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro ............................ 85
Figura 6.52: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 87
Figura 6.53: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 87
Figura 6.54: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo
de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro. ............................................................................ 88
xviii
Figura 6.55: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo
de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro ............................................................................. 88
Figura 6.56: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
DIS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro ............................. 89
Figura 6.57: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro ........................... 89
Figura 6.58: Curvas de calibração para o ADS do sistema hibrido, com DIS otimizado
para o primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento ......................... 91
Figura 6.59: Curvas de calibração para o ADS do sistema hibrido, com DIS otimizado
para o primeiro modo da estrutura com deformação por flexão ..................................... 92
Figura 6.60: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por cisalhamento da estrutura não controlada é com sistema híbrido calibrado
para o primeiro modo, submetido ao sismo El Centro ................................................... 93
Figura 6.61: Variação no tempo das amplitudes do cortante na base do primeiro modo
de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada é com sistema híbrido
calibrado para o primeiro modo, submetido ao sismo El Centro ................................... 93
Figura 6.62: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não
controlada e com sistema hibrido calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo
El Centro ......................................................................................................................... 94
Figura 6.63: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de
vibração por flexão da estrutura não controlada é com sistema híbrido calibrado para o
primeiro modo, submetido ao sismo El Centro .............................................................. 95
Figura 6.64: Variação no tempo das amplitudes do cortante na base do primeiro modo
de vibração por flexão da estrutura não controlada é com sistema híbrido calibrado para
o primeiro modo, submetido ao sismo El Centro ........................................................... 96
Figura 6.65: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de
deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e
com sistema hibrido calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro .. 96
xix
Figura 6.66: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por cisalhamento, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada
pelos sistemas SCH e ADS sob ação do sismo El Centro .............................................. 98
Figura 6.67: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por cisalhamento, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada
pelos sistemas SCH e DIS sob ação do sismo El Centro ................................................ 99
Figura 6.68: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por cisalhamento, em termos de cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e ADS sob ação do sismo El Centro ...................................................................... 99
Figura 6.69: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por cisalhamento, em termos de cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e DIS sob ação do sismo El Centro...................................................................... 100
Figura 6.70: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro
modo de deformações por cisalhamento, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas ADS e SCH sob ação do sismo El Centro ........... 100
Figura 6.71: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro
modo de deformações por cisalhamento, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas DIS e SCH sob ação do sismo El Centro ............. 101
Figura 6.72: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por flexão, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada pelos
sistemas SCH e ADS sob ação do sismo El Centro ..................................................... 102
Figura 6.73: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por flexão, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada pelos
sistemas SCH e DIS sob ação do sismo El Centro ....................................................... 103
Figura 6.74: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por flexão, em termos de esforço cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e ADS sob ação do sismo El Centro .................................................................... 103
Figura 6.75: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação
por flexão, em termos de esforço cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e DIS sob ação do sismo El Centro...................................................................... 104
Figura 6.76: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro
modo de deformações por flexão, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas ADS e SCH sob ação do sismo El Centro ........... 104
xx
Figura 6.77: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro
modo de deformações por flexão, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas DIS e SCH sob ação do sismo El Centro ............. 105
xxi
Índice de Tabelas
Tabela 2.1: Os dez sismos de maior intensidade registrados na historia .......................... 4
Tabela 2.2: Os dez sismos com a maior quantidade de vítimas registrada na historia ..... 4
Tabela 2.3: Valores característicos das sinais dos sismos mais utilizados no análise
estrutural dinâmico ........................................................................................................... 5
Tabela 5.1: Propriedades geométricas das componentes da estrutura original .............. 34
Tabela 5.2: Características modais da estrutura com deformações por cisalhamento .... 35
Tabela 5.3: Valores pico das respostas da estrutura com deformação por cisalhamento
sem dispositivos de controle, submetida ao sismo El Centro ......................................... 37
Tabela 5.4: Características modais da estrutura com deformação por flexão ................ 43
Tabela 5.5: Valores pico das amplitudes das respostas à flexão da estrutura não
controlada, submetida ao sismo El Centro ..................................................................... 44
Tabela 6.1: Parâmetros ótimos do ADS projetado para a estrutura com deformação por
cisalhamento ................................................................................................................... 50
Tabela 6.2: Parâmetros ótimos do ADS projetado para a estrutura com deformação por
flexão .............................................................................................................................. 51
Tabela 6.3: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por cisalhamento equipada com ADS calibrado para o primeiro modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro ........................................................................ 53
Tabela 6.4: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por cisalhamento equipada com ADS calibrado para o segundo modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro ........................................................................ 57
Tabela 6.5: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por flexão equipada com ADS calibrado para o primeiro modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 61
Tabela 6.6: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por flexão equipada com ADS calibrado para o segundo modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 65
Tabela 6.7: Parâmetros ótimos para um sistema de DIS projetados para a estrutura com
deformação por cisalhamento ......................................................................................... 72
xxii
Tabela 6.8: Parâmetros ótimos de um sistema de DIS projetados para a estrutura com
deformação por flexão .................................................................................................... 73
Tabela 6.9: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por cisalhamento equipada com DIS calibrado para o primeiro modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro ........................................................................ 74
Tabela 6.10: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por cisalhamento equipada com DIS calibrado para o segundo modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro ........................................................................ 78
Tabela 6.11: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por flexão equipada com DIS calibrado para o primeiro modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 82
Tabela 6.12: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de
deformação por flexão equipada com DIS calibrado para o segundo modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro ........................................................................................ 86
Tabela 6.13: Parâmetros ótimos para os sistemas híbridos ............................................ 91
Tabela 6.14: Valores pico das respostas obtidas do primeiro modo da estrutura com
deformação por cisalhamento com sistema hibrido calibrado para dito modo, submetido
ao sismo El Centro .......................................................................................................... 92
Tabela 6.15: Valores pico das respostas obtidas do primeiro modo da estrutura com
deformação por flexão com sistema hibrido calibrado para dito modo, submetido ao
sismo El Centro .............................................................................................................. 95
Tabela 6.16: Comparação do desempenho dos três sistemas de controle para a resposta
da estrutura no primeiro modo de vibração por deformação de cisalhamento ............... 97
Tabela 6.17: Comparação do desempenho dos três sistemas de controle para a resposta
da estrutura no primeiro modo de vibração por deformação de flexão ........................ 102
xxiii
Lista de Símbolos
Símbolos Arábicos
� Fator de escala geral do modelo de Wen.
� Amortecimento viscoso de um atenuador dinâmico sintonizado.
�� Matriz de amortecimento da estrutura.
�� Amortecimento viscoso do i-ésimo modo estrutural.
���� Matriz que contem os amortecimentos viscosos dos isoladores sísmicos nos
graus de liberdade correspondentes e zeros nas outras posições. ���� Amortecimento viscoso de um isolador sísmico.
F(t) Função do carregamento no DIS no tempo.
� Força de amortecimento no DIS.
��� Força efetiva.
�� Força restauradora de um isolador sísmico.
�� Carregamento de escoamento de um isolador de borracha com núcleo de
chumbo.
� Rigidez linear de um atenuador dinâmico sintonizado.
�� Matriz de rigidez da estrutura.
�� Rigidez elástica de um isolador de borracha com núcleo de chumbo.
� Rigidez plástica de um isolador de borracha com núcleo de chumbo.
!� Rigidez do i-ésimo modo estrutural.
���� Rigidez linear de um isolador sísmico.
" Vetor de coeficientes que define a direção de translação do movimento da
estrutura.
� Massa de um atenuador dinâmico sintonizado.
�# Massa da base da estrutura.
$� Matriz de massa da estrutura.
xxiv
%� Massa do i-ésimo modo estrutural.
$& Matriz de massa do sistema total (base e estrutura). �' Massa total sobre o isolador (base e estrutura).
� Expoente de transição do modelo de Wen.
(� Força generalizada.
) Radio de curvatura da chapa côncava de aço de um isolador pendular a fricção.
*��� Vetor que contem as forças restauradoras dos isoladores sísmicos nos graus de
liberdade correspondentes e zeros nas outras posições. + Deslocamento relativo da estrutura.
+, Grau de liberdade da estrutura associado à locação de um atenuador dinâmico
sintonizado.
- Grau de liberdade onde está envolvido o efeito de um atenuador dinâmico
sintonizado.
-# Grau de liberdade onde está envolvido o efeito de um isolador sísmico.
-�. Deslocamento do elastômero do isolador utilizado pela Companhia Francesa de
Eletricidade e isolador resiliente e a fricção.
-� Deslocamento de escoamento de um isolador de borracha com núcleo de
chumbo.
-/� Aceleração na base da estrutura.
0� Deslocamento generalizado.
z Variável não linear do modelo de Bouc - Wen
Símbolos Gregos
� Quociente da rigidez elástica e plástica do modelo de Wen.
� Parâmetro de forma do modelo de Wen.
� Parâmetro de forma do modelo de Wen.
1 Raiz do valor médio quadrático.
xxv
1 Raiz do valor médio quadrático da resposta modal em termos de deslocamento
de uma estrutura com atenuador dinâmico sintonizado.
1# Raiz do valor médio quadrático da resposta em termos de deslocamento na base
de uma estrutura com isolador sísmico.
1� Raiz do valor médio quadrático da resposta modal em termos de deslocamento
do topo de uma estrutura com isolador sísmico.
1� Raiz do valor médio quadrático da resposta modal em termos de deslocamento
de uma estrutura sem dispositivo de controle.
ε Largura de banda espectral.
Coeficiente de atrito.
2 Relação entre a massa de base e a massa modal.
3 Taxa de amortecimento do atenuador dinâmico sintonizado.
3� Taxa de amortecimento do i-ésimo modo.
3��� Taxa de amortecimento de um isolador sísmico.
4� Forma modal do i-ésimo modo.
5 Freqüência modal do atenuador dinâmico sintonizado.
5678 Freqüência modal do isolador sísmico.
5� Freqüência modal de uma estrutura sem dispositivo de controle.
59:678 Valor pico da resposta no domínio da freqüência de uma estrutura com isolador
sísmico.
1
1 Introdução
1.1 Motivação e Objetivo do Trabalho
Dentro do conjunto das ações a que uma estrutura é submetida ao longo da sua vida útil,
as ações dinâmicas merecem especial atenção. As ações dinâmicas têm uma grande
variedade de origem, intensidade e comportamento variável no tempo, o que faz
necessário ter em conta o comportamento mecânico das estruturas que serão projetadas.
Dentre as ações dinâmicas naturais de maior intensidade, destaca-se o terremoto, que
compromete severamente a segurança das estruturas. O carregamento gerado pelo
terremoto produz grandes forças de inércia na estrutura, cuja magnitude depende da
própria massa estrutural por efeito das acelerações do solo sobre as fundações. Não se
tem ainda uma tecnologia confiável e definitiva para predição da localização, data,
intensidade e duração dos terremotos no futuro. Tal situação obriga os países onde há
uma maior incidência dos sismos tomarem medidas mais severas, dedicando boa parte
das suas normas de projeto aos aspectos de resistência estrutural, ductilidade e controle
dos grandes esforços e deslocamentos induzidos na estrutura por um terremoto.
Na área da engenharia estrutural, temos uma série de soluções que foram pensadas para
melhorar a segurança e serviço das estruturas atingidas pelos carregamentos dinâmicos.
As soluções mais usadas na atualidade para prédios altos são os atenuadores de massa
sintonizados (ADS) e os dispositivos de isolamento de base (DIS). Basicamente, o ADS
é um sistema simples de massa, amortecedor e mola adicionado à superestrutura, com
propriedades mecânicas que geram uma força que se opõe ao deslocamento do edifício.
O DIS é um sistema de apoio que faz conexão da superestrutura com as fundações; o
DIS tem características mecânicas que permitem grandes deslocamentos na base da
estrutura e ao mesmo tempo a dissipação de energia para o controle do movimento.
Neste trabalho, são discutidos os desempenhos dos dispositivos de controle dinâmico
estudados. Isto é feito através da comparação das respostas de estruturas sob
carregamento sísmico, considerando estruturas convencionais de edifícios não
controlados e controlados com ADS, com DIS, e com um sistema híbrido que combina
ADS e DIS.
2
1.2 Escopo do Trabalho
Este trabalho tem seu enfoque na comparação de três alternativas de sistemas de
controle de vibrações para uma mesma excitação sísmica, considerando um caso
estrutural com deformação por cisalhamento e outro com deformação por flexão.
O conteúdo do trabalho foi organizado da seguinte forma:
a) O Capítulo 1 traz uma introdução geral do problema e do desenvolvimento do
trabalho.
b) O Capítulo 2 apresenta alguns dados que mostram as conseqüências dos
terremotos para a população humana. Apresenta também as características dos
sinais de terremotos mais usadas na engenharia sísmica.
c) O Capítulo 3 apresenta os princípios que são a base de um projeto para uma
estrutura atingida por carregamentos dinâmicos gerados por terremotos, além do
conceito geral do uso de dispositivos de atenuação sísmica.
d) O Capitulo 4 contém os modelos matemáticos que foram utilizados para obter o
comportamento estrutural para cada um dos modos de vibração, para isoladores
sísmicos, atenuadores sintonizados e sistema de controle híbrido.
e) O Capítulo 5 descreve as características e propriedades dinâmicas das estruturas
utilizadas para a análise. Além disso, são mostradas as respostas das estruturas
sem dispositivos de controle, submetidas ao sinal do terremoto de El Centro.
f) O Capítulo 6 mostra a metodologia usada para calibrar os parâmetros dos
sistemas de controle e as respostas obtidas ao submeter as estruturas com
dispositivos de controle ao sinal do terremoto, comparando as ditas respostas
com as respostas não controladas. Finalmente, as respostas do sistema de
controle híbrido proposto são comparadas com as respostas estruturais com ADS
e DIS para avaliação do desempenho.
g) O Capítulo 7 contém as conclusões extraídas dos resultados mais relevantes
obtidos do estudo das diferentes alternativas de controle, além de sugestões para
a continuação da linha de pesquisa.
3
2 Conseqüências dos Sismos nas Edificações e na População
2.1 Considerações Gerais
O terremoto é um fenômeno de vibração brusca e passageira da superfície da Terra,
resultante de movimentos subterrâneos de placas rochosas, de atividade vulcânica, ou
por deslocamentos (migração) de gases no interior da Terra, principalmente metano. O
movimento é causado pela liberação rápida de grandes quantidades de energia sob a
forma de ondas sísmicas.
A maior parte dos terremotos ocorre nas fronteiras entre placas tectônicas ou em falhas
entre dois blocos rochosos. O comprimento de uma falha pode variar de alguns metros
até milhares de quilômetros, como é o caso da falha de San Andreas na Califórnia,
Estados Unidos.
O maior terremoto já registrado foi o Grande Terremoto do Chile em 1960 que atingiu
9.5 em escala de Richter seguido pelo sismo do Alasca de 1964 que atingiu 9.2 na
mesma escala.
A maioria dos terremotos está relacionada à natureza tectônica da Terra, sendo
designados terremotos tectônicos. A força tectônica das placas é aplicada na litosfera,
que desliza lenta, mas constantemente sobre a astenosfera devido às correntes de
convecção com origem no manto e no núcleo.
As placas podem afastar-se (tração), colidir (compressão) ou simplesmente deslizar uma
pela outra (cisalhamento). Com a aplicação destas forças, a rocha vai-se alterando até
atingir o seu limite elástico, após o qual a matéria entra em ruptura e sofre uma
liberação brusca de toda a energia acumulada durante a deformação elástica. A energia é
liberada através de ondas sísmicas que se propagam pela superfície e interior da Terra.
As rochas profundas fluem plasticamente (astenosfera) em vez de entrar em ruptura
(litosfera).
Os registros dos terremotos de maior intensidade e com maior número de vítimas que se
tem registro são resumidos nas Tabelas 2.1 e 2.2 (U.S. GEOLOGICAL SURVEY,
2011). Eles estão associados principalmente com a área conhecida como Círculo de
Fogo do Pacífico, uma área localizada na bacia do Oceano Pacífico. O Círculo de Fogo
do Pacífico tem, na verdade, a forma de uma ferradura, com 40.000 km de extensão e
está associado com uma série quase contínua de trincheiras oceânicas, arcos vulcânicos,
4
e cinturões de vulcões e movimentos de placas tectônicas. O Círculo de Fogo do
Pacífico tem 452 vulcões e é o recipiente de mais de 75% dos vulcões ativos e latentes
do mundo.
Tabela 2.1: Os dez sismos de maior intensidade registrados na historia
Data e Tempo UTC Intensidade Perdas Humanas Locação 22/05/1960 19:11 9,5 1.655 Valdivia, Chile 28/03/1964 03:36 9,2 125 Prince William, Alasca 26/12/2004 00:58 9,1 227.898 Costa oeste do norte da Sumatra 04/11/1952 16:58 9,0 Sem dados Kamchatka, Rússia 11/03/2011 05:46 9,0 12.468* Costa do Honshu, Japão 27/02/2010 06:34 8,8 486 Costa do Maule, Chile 31/01/1906 15:36 8,8 Sem dados Colômbia e Equador 04/02/1965 05:01 8,7 Sem dados Ilhas Rat, Alaska 28/03/2005 16:09 8,6 1.313 Norte da Sumatra, Indonésia 09/03/1957 14:22 8,6 Sem dados Ilhas Andreanof, Alasca
*Até a data de consulta, o número de perdas humanas ainda está sendo atualizado.
Tabela 2.2: Os dez sismos com a maior quantidade de vítimas registrada na historia
Data Intensidade Perdas Humanas Locação 28/07/1976 7,5 255.000 Tangshan, China 26/12/2004 9,1 227.898 Costa oeste do norte da Sumatra 12/01/2010 7,0 222.570 Haiti 16/12/1920 7,8 200.000 Haiyuan – Ningxia, China 01/09/1923 7,9 142.800 Kanto, Japão 05/10/1948 7,3 110.000 Ashgabat, Turquemenistão 12/05/2008 7,9 87.587 Este do Sichuan, China 08/10/2005 7,6 86.000 Paquistão 28/12/1908 7,2 72.000 Messina, Itália 31/05/1970 7,9 70.000 Chimbote, Peru
2.2 Registro das Acelerações Sísmicas
A informação mais importante para caracterizar um terremoto é o acelerograma, isto é,
um registro no tempo da aceleração do solo por meio de instrumentos tais como
acelerógrafos analógicos ou digitais que fazem monitoramento constante das três
componentes ortogonais de acelerações na superfície do solo. Os registros permitem
5
obter as três características mais importantes de um sinal de terremoto: picos de
aceleração, velocidade e deslocamento, duração do sismo e conteúdo de freqüências
(NAEIM, 2001).
A seguir, mostram-se os sinais mais utilizados no estudo do comportamento sísmico de
estruturas, isto é, os registros de El Centro, Kobe, Loma Prieta, México e Northridge
(COSMOS, 2007). Os gráficos no domínio do tempo nas Figura 2.1 e Figura 2.4
mostram que os terremotos de El Centro e México têm uma distribuição uniforme de
acelerações durante o intervalo do tempo; caso contrário acontece com os terremotos de
Kobe, Loma Prieta e Northridge, cujas acelerações mais altas estão localizadas num
intervalo do tempo que não supera os 15 segundos, como é mostrado nas Figura 2.2,
Figura 2.3 e Figura 2.5. As respostas no domínio da freqüência apresentadas nas Figura
2.6, Figura 2.7 e Figura 2.8 mostram que os terremotos de El Centro, Kobe e Loma
Prieta têm picos para valores de freqüência quase idênticos, situados em intervalos de
largura semelhante; para o terremoto de México mostrado na Figura 2.9, pode-se
observar um pico em um valor de freqüência muito alto, gerando um risco de
ressonância para o caso de estruturas muito rígidas; caso contrário acontece no
Northridge mostrado na Figura 2.10, que apresenta pico para uma freqüência mais baixa
em comparação aos sismos anteriores, o que poderia gerar um risco de ressonância para
estruturas flexíveis. Um resumo dos valores quantitativos das características dos sismos
é mostrado na Tabela 2.3.
Tabela 2.3: Valores característicos das sinais dos sismos mais utilizados no análise estrutural dinâmico
Sismo Duração
(s) Intensidade
(Mw)
Distancia ao
epicentro (Km)
Pico positivo
aceleração (m/s2)
Pico negativo
aceleração (m/s2)
Largura de
banda espectral
(ε)
Pico de freqüência
(Hz)
El Centro 53,74 6,9 12,2 2,63 -3,42 0,535 1,465 Kobe 42,98 6,8 7,1 5,68 -8,05 0,447 1,456
Loma Prieta 39,94 6,9 2,8 6,31 -5,03 0,457 1,407 México 62,93 8,3 39,8 1,48 1,38 0,550 4,028
Northridge 60,22 6,7 12,9 2,33 -3,19 0,679 0,697
6
Figura 2.1: Sinal no domínio do tempo do terremoto El Centro
Figura 2.2: Sinal no domínio do tempo do terremoto Kobe
7
Figura 2.3: Sinal no domínio do tempo do terremoto Loma Prieta
Figura 2.4: Sinal no domínio do tempo do terremoto México
8
Figura 2.5: Sinal no domínio do tempo do terremoto Northridge
Figura 2.6: Sinal no domínio da freqüência do terremoto El Centro
9
Figura 2.7: Sinal no domínio da freqüência do terremoto Kobe
Figura 2.8: Sinal no domínio da freqüência do terremoto Loma Prieta
10
Figura 2.9: Sinal no domínio da freqüência do terremoto México
Figura 2.10: Sinal no domínio da freqüência do terremoto Northridge
11
3 Projeto de Estruturas em Áreas de Risco Sísmico
3.1 Problema Dinâmico Estrutural
As edificações devem ser projetadas tanto para suportar as cargas estáticas devidas ao
seu peso próprio e as cargas de serviço, quanto para resistir a forças dinâmicas
extraordinárias, tais como as produzidas pelas ações ambientais, de ventos e sismos.
Assim, adicionalmente ao conhecimento básico de conceitos e critérios da análise
estática, deve ter-se pleno conhecimento dos fundamentos da dinâmica estrutural.
Figura 3.1: Fluxograma das etapas para o projeto estrutural (BATTISTA, 1995)
A análise estrutural compreende várias etapas, como é mostrado na Figura 3.1; a
solução do problema inicia com a concepção da estrutura, por meio de desenhos de
projetos arquitetônico e estrutural. Se a concepção estrutural for não convencional ou
inovadora, tornam-se necessários os ensaios de componentes estruturais e de modelos
Estrutura Projetos e Desenhos
Modelo Analítico - Matemático
Modelo Físico Ensaios
Ajuste dos modelos analítico matemático
computacional Ajuste do modelo
matemático computacional
Modelo numérico computacional solução das equações
Resposta da analise estrutural
Verificação do Projeto (Normas e
Desempenho)
OK? Não
Sim Final
12
físicos projetados e construídos segundo as leis de semelhança física, as quais
incorporam as propriedades da estrutura e hipóteses sobre os carregamentos que nela
atuam. Tudo isto é resumido por um modelo matemático que representa as forças
elásticas, de inércia e de amortecimento do sistema, associadas às equações de
equilíbrio dinâmico, desenvolvidas com base em princípios da dinâmica clássica.
As amplitudes das respostas em termos de esforços, obtidas por meio da análise
dinâmica, deverão ser superpostas aos esforços devidos ao peso próprio e cargas de
serviço. Com a atuação das forças dinâmicas induzidas pela ação sísmica de base, a
estrutura fica susceptível a vibrações laterais excessivas, com grandes amplitudes de
resposta em termos de forças internas e deslocamentos (BATTISTA, 1995).
O estudo do comportamento das estruturas sujeitas a ação sísmica de base demanda
conseqüentemente um bom conhecimento da dinâmica estrutural. A excitação sísmica,
como toda ação aleatória, possui características próprias de freqüência, duração, e
magnitude, das quais depende a amplificação da resposta da estrutura.
A resposta dinâmica da estrutura sob ação sísmica pode ser obtida numericamente por
meio de métodos de solução das equações do movimento do sistema estrutural, como,
por exemplo, o método da superposição modal para análise dinâmica linear ou métodos
de integração numérica no tempo das equações dinâmicas de estruturas que apresentam
não linearidade física ou geométrica. A redução das amplitudes de resposta pode ser
alcançado por meio de um projeto adequado, que pondere os conhecimentos de
mecânica, dinâmica e engenharia estrutural, sem esquecer os da engenharia dos
materiais e de sismos.
Uma maneira de diminuir as amplitudes de resposta dinâmica da estrutura é atuar
diretamente sobre o sistema estrutural, alterando as suas propriedades, ou senão, atenuar
os efeitos da própria fonte de excitação. A primeira alternativa consiste em alterar as
propriedades modais da estrutura, acrescentando rigidez e amortecimento. Isto
tradicionalmente é logrado com a inserção de elementos de travejamento, projetados
para resistir às cargas laterais. Podem-se alterar simultaneamente as propriedades de
rigidez e de amortecimento da estrutura instalando-se dispositivos mecânicos de
dissipação de energia que aproveitam das propriedades de plasticidade dos materiais, ou
que geram forças adicionais de atrito (BATTISTA, 1993).
13
Em geral, é muito difícil reduzir substancialmente a energia da excitação em se tratando
de ações ambientais, por exemplo, no meio fluido, onde a estrutura está em contato com
ele, mas sem uma ligação física (fixa) ou mecânica, ou ainda sob a ação do vento, que
obviamente não pode ser anulada ou reduzida diretamente na sua origem. No caso do
sismo, a aceleração se transmite pela ligação solo-estrutura, fenômeno que, sob o
enfoque de redução de vibrações, pode ser aproveitado aplicando-se o conceito de
redução de transmissibilidade ou de isolamento da fonte de excitação
3.2 Utilização de Dispositivos de Atenuação do Efeito Sísmico
Devido ao comportamento e mecanismos de colapso de estruturas observados após os
grandes terremotos ocorridos na última década, há um forte questionamento sobre a
eficiência dos sistemas estruturais convencionais e os respectivos métodos de análise. O
aspecto mais criticado é a incoerência entre os critérios adotados no projeto e o real
comportamento das estruturas, principalmente em se tratando do grau de dutilidade. Os
dispositivos de dissipação elasto-plástica nas conexões podem gerar mecanismos que
levam a estrutura ao colapso. Outros fatores importantes são os altos custos e muitas
vezes a impossibilidade de recuperação e reforço das estruturas após um sismo.
Há uma tendência em se projetar estruturas dúteis, com a dutilidade concentrada em
elementos pré-fabricados, que podem ser instalados ou retirados da estrutura,
permitindo assim serem restituídos, caso sejam danificados durante o sismo.
Uma tecnologia idealizada há algumas décadas, mas ainda objeto de pesquisa e
desenvolvimento, vem sendo aplicada na engenharia civil para reduzir as vibrações em
estruturas sob ações dinâmicas (ambientais e outras), sendo também aplicadas em
estruturas submetidas à ação sísmica. A redução é realizada por meio de sistemas de
controle passivo, tipo isoladores de base, atenuadores de vibração ou mesmo através de
sistemas ativos, semi-ativos ou híbridos (RODRÍGUEZ, 2003).
14
4 Modelagem Matemática – Numérica
4.1 Modelos Constitutivos para Distintas Soluções de Dispositivos de Isolamento
Sísmico (DIS)
O princípio de isolamento foi inicialmente aplicado para proteger instrumentos
delicados por vibrações excessivas da sua estrutura de apoio ou para evitar que forças
decorrentes da vibração de máquinas em funcionamento sejam transmitidas à estrutura
de suporte. O sistema de isolamento mais simples é composto por uma massa apoiada
sobre um material com propriedades lineares de rigidez e com amortecimento viscoso.
Ao desvincular a estrutura do movimento horizontal do solo, o nível de resposta da
estrutura é reduzido substancialmente. Isto possibilita a realização de um projeto da
estrutura para forças laterais bem menores que as sísmicas (BATTISTA, 1993;
RODRÍGUEZ, 2003).
Em termos gerais, quando se fala de um modelo de DIS, o conceito principal é
representar em uma equação as forças de restauração (lineares ou não lineares) na base
da estrutura. Isto é, para um dispositivo isolador:
�#-/#;<= > ����-?#;<= > �� � @;<= Eq. 4.1
Onde:
�# : Massa do DIS, geralmente referida à base da estrutura. ���� : Amortecimento viscoso do DIS. -# : Grau de liberdade onde está envolvido o efeito do DIS. �� : Função que representa a força restauradora do DIS. @;<= : Função carregamento no DIS no tempo.
A seguir, apresentam-se algumas das concepções para os DIS usados atualmente e os
correspondentes modelos matemáticos adequados para representá-los nas equações
dinâmicas (NAEIM e KELLY, 1999).
4.1.1 Isolador de Borracha de Pequeno Amortecimento – IBPA
A primeira aplicação no mundo de um dispositivo de elastômero de baixo
amortecimento com fins antisísmicos foi em 1969, na construção do Colégio Pestalozzi
em Skopje (Macedônia) (NAEIM e KELLY, 1999). Engenheiros suíços criaram uma
15
forma de desacoplar a estrutura de sua base, montando esta sobre blocos maciços de
borracha natural.
Na atualidade, estes DIS são fabricados com várias camadas horizontais de neoprene
(ou borracha sintética) alternadas com chapas delgados de aço, como é mostrado na
Figura 4.1; este conjunto é submetido a calor e pressão para aderir a borracha a ambas
as faces das chapas de aço por vulcanização. Esta composição confere ao DIS uma
grande rigidez axial e uma grande flexibilidade ao cisalhamento. Essa concepção
estrutural do DIS é a mesma utilizada há muitas décadas para fabricação de aparelhos de
apoio de neoprene fretado para pontes rodoviárias.
Figura 4.1: Ilustração esquemática e modelo mecânico do DIS tipo IBPA.
Do ponto de vista numérico, este tipo de DIS é o mais simples de tratar. Basicamente é
um elemento com alta rigidez vertical (ou axialmente indeformável, no caso de uma
análise pseudo-tridimensional), baixa rigidez lateral linear e pequeno amortecimento
viscoso. A equação de força restauradora é:
�� � ����-# Eq. 4.2
onde -# é o deslocamento relativo entre o topo e a base do DIS e a rigidez linear do
DIS, ����, é muito menor que a menor rigidez modal da estrutura associada a qualquer
grau de liberdade. O amortecimento do isolador tem, em geral, um valor tão baixo que
pode ser desprezado. As vantagens desse DIS são o baixo custo de produção e reduzida
manutenção, além de sua modelagem matemática simples. A desvantagem está no fato
da ausência de amortecimento adicional para reduzir as amplitudes de movimento
16
lateral relativo entre a base do edifício e os blocos das fundações, sobre os quais são
instalados os DIS
4.1.2 Isolador de Borracha de Grande Amortecimento – IBGA
O primeiro dispositivo isolador de borracha que incluía entre suas propriedades um alto
amortecimento data de 1982, e foi criado na Malaysian Rubber Producers’ Reseach
Association (NAEIM e KELLY, 1999). Obteve-se um notável incremento do
amortecimento adicionando à borracha alguns aditivos tais como grãos de carvão
extrafino, azeites e resinas. As outras características de fabricação são as mesmas dos
isoladores IBPA, como é mostrado na Figura 4.2.
Figura 4.2: Ilustração esquemática e modelo mecânico do DIS tipo IBGA.
Numericamente, este DIS tem o mesmo tratamento dos IBPA. No entanto, o dispositivo
IBGA tem amortecimento próprio inerente a sua composição e, então, a força de
interação dinâmica despertada pelo movimento relativo entre o topo e a base do isolador
IBGA em operação, é dada pela soma das forças de restauração e amortecimento:
�� > � � ����-#;<= > ����-?#;<= Eq. 4.3
onde ���� é o coeficiente de amortecimento viscoso do DIS, -# é o deslocamento
relativo entre o topo e a base do DIS. As vantagens do isolador IBGA são seu baixo
custo de produção e reduzida manutenção (já que requer tecnologia similar ao de um
IBPA), além de não requerer a instalação de dispositivos adicionais para aumentar o
amortecimento próprio como no caso dos IBPA. Sua desvantagem encontra-se
precisamente na modelagem matemático-numérica do amortecimento. Os ensaios de
17
laboratório demonstraram que o amortecimento varia significativamente em função da
deformação e da freqüência de operação. Tendo em conta o valor 3 (quociente entre o
amortecimento viscoso e o amortecimento crítico do isolador), observou-se que para
valores de deformação por cisalhamento de até 0,2 se tem um 3 ao redor do 0,3,
enquanto entre 0,20 até 1,20 de deformação por cisalhamento, o valor de 3 reduz-se a
0,05. Isto implica que o comportamento deste DIS não esteja claramente definido; no
entanto, um valor de 3 � 0,10 é aceito para o projeto. A equação dinâmica usada para
um isolador IBGA é dada por:
�#-/#;<= > ����-?#;<= > ����-#;<= � @;<= Eq. 4.4
onde �# é a massa do DIS e @;<= é a função carregamento no DIS no tempo.
4.1.3 Isolador de Borracha com Núcleo de Chumbo – IBNC
Este DIS foi criado na Nova Zelândia no ano 1975 pelo engenheiro William H.
Robinson (NAEIM e KELLY, 1999). Trata-se de um isolador IBPA que tem no seu
cerne um cilindro de chumbo firmemente confinado ao longo das camadas de borracha
e das chapas de aço de fretagem do isolador, como é mostrado na Figura 4.3. O chumbo
tem a propriedade de recuperar a configuração cristalina à temperatura ambiente após
deformação plástica, além de ter limite de escoamento ao cisalhamento de 10 MPa,
menor que a maioria dos metais. Assim, este tipo de DIS tem um comportamento
elastoplástico, o qual se faz evidente na forma histerética da resposta força versus
deformação cisalhante quando submetido a um carregamento cíclico.
Figura 4.3: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador IBNC.
18
Existem dois modelos analíticos utilizados para representar este comportamento. O
primeiro é o modelo bilinear, no qual a histerese obtida para o IBNC sob carregamento
cíclico é aproximada por meio de um ciclo poligonal, tal como é ilustrado na Figura 4.4
por meio de linhas tracejadas.
Com este modelo bilinear , é possível expressar certas características importantes do
DIS tipo IBNC (ver Figura 4.4):
a) A rigidez elástica � �, associada à reação do DIS aos carregamentos de baixa
magnitude, caracterizada pela inclinação da reta passando pela origem e as
paralelas associadas ao carregamento e descarregamento cíclico.
b) A rigidez inelástica (ou plástica) � , associada à reação do DIS a maiores
carregamentos cíclicos; caracterizada pelas retas tangentes ao ciclo histerético
nos pontos de maiores deslocamentos no carregamento e no descarregamento.
c) A carga que produz a tensão de escoamento ��, e o correspondente deslocamento -�. Esse par de valores estabelece a transição entre os trechos de força versus
deformações com as rigidezes dantes mencionadas; caracterizada pelo ponto de
interseção das retas de rigidez plástica e de rigidez elástica inicial.
Figura 4.4: Curva de histerese do DIS tipo IBNC aproximada com o modelo bilinear (linhas tracejadas).
19
A maior vantagem do modelo bilinear é a descrição matemática simples e facilidade de
implementação numérica por meio de algoritmos simples. A desvantagem se deve à
fraca aproximação da curva histerética nas regiões de transição elastoplástica. Melhor
aproximação poderia ser obtida por meio de um modelo trilinear.
O segundo modelo utilizado para representar o comportamento de um DIS tipo IBNC é
o modelo histerético de Bouc – Wen (WEN, 1976), no qual se descompõe a reação
elastoplástica em uma componente diretamente proporcional ao deslocamento (mola
linear) e outra dependente de uma variável �.
�� � � �� -# > ;1 A �= �� � Eq. 4.5
A variável � é adimensional e seu comportamento está definido pela seguinte equação
diferencial:
�? � 1-� ;�-?# A ��|-?#||�|C:D A �-?#|�|C= Eq. 4.6
As constantes ��, ��, -� são as mesmas definidas anteriormente para descrever o
modelo bilinear, enquanto � � � ��⁄ . Os parâmetros �, �, �, � que aparecem na Eq.
4.6 estão relacionados com o tipo de função elastoplástica descrita no tempo, sendo
definidas como: �, fator de escala geral; �, quociente da rigidez elástica e plástica; � e �, parâmetros de forma; �, regula a suavidade da transição entre a região linear e não
linear.
O sistema de equações dinâmicas que descrevem o comportamento do modelo de Bouc
– Wen é:
F�# -/#;<= > ���� -? #;<= > � ��-# > ;1 A �=��� � @;<=�? � 1-� ;�-?# A ��|-?#||�|C:D A �-?#|�|C= G Eq. 4.7
O sistema mecânico expresso por este modelo é composto de um oscilador de um grau
de liberdade no qual se incluem as forças de inércia, de amortecimento e restauradora. A
influência que os parâmetros � e � têm sobre a variável � pode ser visualizada ao traçar
os gráficos z versus deslocamento, para uma solicitação externa do tipo periódica
senoidal através do tempo, tal como ilustrados na Figura 4.5.
20
Figura 4.5: Comportamento da variável � para � � 1, � � 0,5 e � � 1 para distintos valores de � e � (PELDOZA, 2002)
Observa-se na Figura 4.6 que quanto maior o valor do parâmetro �, mais aguda é a
curva de transição elasto-plástica. Então, para se aproximar de uma função bilinear,
entende-se que � H ∞, ainda que na prática se observe que é suficiente tomar valores
da ordem de � J 20.
Figura 4.6: Comportamento da variável � com � � 1, � � � � � � 0,5 e distintos valores de � (PELDOZA, 2002)
A principal vantagem deste modelo é o seu refinamento e exatidão, pois ao variar seus
parâmetros é possível simular uma grande variedade de comportamentos elastoplásticos
que servem para caracterizar a resposta no tempo de um DIS tipo IBPA. A desvantagem
é a maior complexidade da modelagem matemático-numérica ao adicionar mais uma
equação diferencial aos algoritmos.
21
4.1.4 Isolador Utilizado pela Companhia Francesa de Eletricidade – CFE
Este DIS foi desenvolvido durante os anos ‘70 para sua aplicação na central de energia
nuclear de Koeberg (África do Sul) (NAEIM e KELLY, 1999). O isolador CFE, como
mostrado na Figura 4.7, é composto por um bloco de neoprene reforçado, encabeçado
por uma chapa de liga de bronze e chumbo. Uma placa de aço inoxidável é
simplesmente justaposta sobre o CFE e fixada à base da estrutura. Esta disposição
produz um mecanismo tal que para solicitações transversais de pequena magnitude o
movimento é controlado pelo bloco CFE que funciona como um DIS tipo IBGA. Para
maiores solicitações ocorre deslizamento entre as chapas de liga de bronze - chumbo e a
de aço inoxidável, produzindo uma força de atrito e um ciclo histerético com a
conseqüente dissipação de energia. Comprovou-se por testes que para este tipo de DIS o
efeito do neoprene reforçado atua até deslocamentos menores que 5 cm., depois do qual
o deslizamento das chapas gera uma força de atrito com um � 0,2 (NAEIM e
KELLY, 1999). O modelo matemático associado ao isolador CFE consta de duas fases.
Para a fase prévia ao deslizamento, é a mesma equação utilizada para representar um
DIS tipo IBGA. Na fase onde ocorre deslizamento das chapas, estas produzem uma
força de atrito dada pela seguinte expressão:
� '��'� � K �' LK�;-?# A -?�.= Eq. 4.8
Na Eq. 4.8, é o coeficiente de atrito entre as superfícies deslizantes, K �' é a força
gravitacional total sobre o isolador (base e estrutura), LK� é a função sinal, -?# é a
velocidade do movimento lateral da base do edifício relativa ao topo do CFE e -?�. é a
taxa de deformação cisalhante do elastômero do próprio CFE. Se considerarmos que a
força cisalhante atuando no CFE se encontra em série com a força de atrito, então tem-
se as seguintes equações (PARK, JUNG e LEE, 2002):
M����-?�. > ����-�. A K �' LK�;-?# A -?�.= � 0�'-/# > K �' LK�;-?# A -?�.= � A�'-/� G Eq. 4.9
Ao usar estas equações, deve-se ter presente que na fase inicial, prévia ao deslizamento,
as forças de cisalhamento geradas pela aceleração de base não superam as forças de
atrito geradas pelo carregamento no DIS, isto é:
K �' O |�'-/�| Eq. 4.10
A vantagem deste DIS é que o bloco do CFE proporciona bom amortecimento frente a
sismos de baixa intensidade, enquanto suas placas deslizantes produzem, por efeito do
22
atrito, grande dissipação de energia quando as solicitações aumentam. O principal
inconveniente deste sistema é que para solicitações muito severas a força restauradora
do elastômero não é suficiente para retorná-lo a sua configuração inicial indeformada,
resultando em deformações permanentes.
Figura 4.7: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador CFE
4.1.5 Isolador Resiliente e a Fricção – IRF
Este sistema aproveita as forças de atrito provocadas pela velocidade relativa entre duas
superfícies de diferente natureza que permanecem em contacto. O DIS tipo IRF é
composto de várias camadas intercaladas de aço inoxidável e Teflon
(politetrafluoroetileno) e, em seu núcleo, possui um cilindro de elastômero que o
atravessa longitudinalmente. A idéia de uma composição multilaminar é dividir a
velocidade de deslocamento entre a base e o topo do DIS em uma quantidade de
interfases, mantendo um valor pequeno de coeficiente de atrito. O propósito do cilindro
central de elastômero é proporcionar força restauradora ao isolador para retorná-lo a sua
configuração indeformada inicial após um deslocamento lateral.
O modelo matemático de um IRF representa a ação em paralelo do núcleo de
elastômero e as placas de Teflon e de aço:
�#-/# > ����-?�. > ����-# A K �' LK�;-?#= � @;<= Eq. 4.11
A equação não se cumpre se a força de cisalhamento basal junto à força restauradora
elástica do DIS for inferior às forças de atrito geradas pelo carregamento normal
(vertical) sobre o isolador
23
K �' O |�'-/� > ����-#| Eq. 4.12
Com respeito ao coeficiente de atrito, o valor de usado para o projeto do DIS tipo IRF
é na faixa de 0,03 a 0,05, o qual é bastante menor quando comparado com o � 0,2
utilizado no projeto de um CFE. Comprovou-se mediante ensaios de laboratório que o
núcleo de elastômero não evita a concentração de deformações numa só camada de
Teflon; e por isto se fabricam IRF que incluem uma barra de aço que passa pelo centro
do núcleo do elastômero a fim de manter uma distribuição uniforme dos deslocamentos
transversais nas diversas camadas.
Figura 4.8: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador IRF
4.1.6 Isolador Pendular a Fricção – IPF
Este sistema foi desenvolvido no século passado durante os anos ‘80 nos Estados
Unidos. Semelhante ao isolador CFE, se baseia na dissipação de energia por atrito. Este
DIS consiste num apoio esférico de aço polido montado sob um bloco de superfície
côncava de aço coberto com Teflon. Ao deslocar-se lateralmente o bloco sobre a esfera
há um aumento da energia potencial por efeito da concavidade, o que produz uma força
lateral restauradora que tende a centrar novamente o DIS.
O modelo matemático associado ao isolador IPF é:
�� � �'K) -# > �'K L�K�;-?#= Eq. 4.13
Onde ) é o radio de curvatura da superfície côncava do bloco de aço, e os demais
parâmetros e variáveis foram definidos anteriormente na Eq. 4.8. Pode-se observar na
Eq. 4.13 uma analogia com a rigidez elástica no primeiro termo do membro direito:
24
���� � �'K) Eq. 4.14
Para o projeto dos IPF recomenda-se que a pressão de contacto entre o Teflon e o aço
não exceda os 40 MPa, e o coeficiente de atrito esteja dentro da faixa 0,05 a 0,15.
Valores inferiores a esta faixa podem permitir que a estrutura seja susceptível a
movimento lateral de corpo rígido por ação do vento. Por outro lado, valores superiores
a esta faixa impedem o deslizamento, anulando a mecânica do DIS.
Figura 4.9: Ilustração esquemática e modelo mecânico do isolador IPF
4.2 Modelagem da Estrutura sob Ação Sísmica de Base
A resposta dinâmica estrutural é caracterizada por acelerações, velocidades e
deslocamentos em todo e qualquer ponto da estrutura. O comportamento da estrutura
sujeita à ação sísmica de base pode ser explicado inicialmente usando um modelo
simplificado de um único grau de liberdade mostrado na Figura 4.10. O movimento
horizontal do solo provocado pelo sismo, -�;<= é o deslocamento da base da estrutura
em relação a um eixo de referência fixo; +;<= é o deslocamento relativo da estrutura; �� é a massa da estrutura; �� é a sua rigidez linear e �� é o amortecimento linear
viscoso.
25
Figura 4.10: Modelo simplificado de sistema estrutural com 1 grau de liberdade sob excitação de base
O equilíbrio das forças indicadas no diagrama de corpo livre, para uma configuração
deformada do modelo mecânico análogo pode ser escrito da seguinte forma:
@7 ;<= > @P ;<= > @9 ;<= � 0 Eq. 4.15
onde:
@7 ;<= : Força de inércia @P ;<= : Força de amortecimento ��+? ;<= @9 ;<= : Força elástica ��+;<=
A força de inércia neste caso é dada por: @7;<= � A��Q+/ ;<= > -/�R Eq. 4.16
A peculiaridade da ação sísmica, em relação à ação de outras forças ambientais sobre
uma estrutura, consiste no cálculo das forças de excitações, que não dependem somente
das acelerações e velocidades relativas entre as partículas do meio fluído (por exemplo,
ar, água) e a estrutura, senão também do movimento sísmico do solo na base da
estrutura; mais especificamente, das componentes da aceleração sísmica. A equação de
equilibrio dinâmico (Eq. 4.15) do sistema com 1GL pode ser re-escrita na forma de
equação diferencial:
��Q+/ ;<= > -/�R > ��+? ;<=>��+;<= � 0 Eq. 4.17
A parcela da força de inércia correspondente à aceleração sísmica pode ser escrita do
lado direito da equação como uma força externa:
��+/ ;<= > ��+? ;<=>��+;<= � A��-/� Eq. 4.18
26
A formulação do modelo matemático para um sistema estrutural descrito por vários
graus de liberdade e sujeito à ação sísmica pode ser feita com auxilio do método dos
elementos finitos (MEF), sendo a equação diferencial de movimento resultante expressa
em notação matricial
$�S/ ;<= > ��S? ;<=>��S;<= � ���;<= Eq. 4.19
onde, $� é a matriz de massa da estrutura, �� é a matriz de amortecimento e �� é a
matriz de rigidez da estrutura. Os vetores S/ ;<=, S? ;<=, S;<= representam as acelerações,
velocidades e deslocamentos nodais respectivamente. O vetor de forças externas do lado
direito da equação é a força efetiva que representa as forças de inércia resultantes do
produto da aceleração do solo com a matriz de massa e com o vetor da direção de
translação do movimento da estrutura.
���;<= � A $�" -/�(t) Eq. 4.20
O vetor " expressa a translação horizontal segundo um grau de liberdade em cada nó,
para um deslocamento unitário na base da estrutura. A forma do vetor depende dos
graus de liberdade da estrutura considerados na análise e da direção considerada do
sismo (horizontal ou vertical). Se for aplicada só a componente horizontal do terremoto,
o grau de liberdade no nó “i” correspondente a esta direção é igual a 1 e os demais graus
de liberdade neste nó são iguais a zero.
Ainda que na prática se considerem somente duas componentes horizontais de
translação nas direções dos eixos principais da estrutura, o movimento na base da
estrutura gerado pela ação sísmica na realidade é tridimensional, composto por duas
componentes horizontais e uma vertical, mas as componentes horizontais são as que têm
a maior probabilidade de gerar mecanismos de falha em estruturas de edificio de altura,
principalmente pela deformação por cisalhamento entre andares.
Após definir o modelo matemático adequado para representar a estrutura sob excitação
de base, é necessário adotar o método mais conveniente para resolução numérica do
problema dinâmico. A resposta no tempo do sistema estrutural pode bem ser obtida por
meio de métodos de integração numérica aplicados às equações diferenciais lineares
resultantes do método de superposição modal, no qual as amplitudes das formas modais
(obtidas da análise por vibração livre) são coordenadas generalizadas ou incógnitas do
sistema linear de equações.
27
4.3 Modelagem por Meio do Método de Superposição Modal
O problema mostrado na Eq. 4.19 assume que o sistema pode ter variáveis acopladas.
Quando são introduzidas as propriedades de ortogonalidade dos modos de vibrações,
pré-multiplicando pela transposta do i-ésimo vetor de forma modal, é obtida a expressão
alternativa:
0/�;<= > 23�5�0?�;<= > 5�U0�;<= � (�;<=%� Eq. 4.21
onde 0�;<= � 4�VS 4�, %� � 4�V$� 4� e (� � 4�V���;<=. Para achar a solução das
equações de movimento desacopladas, primeiramente deve ser resolvido o problema de
valores próprios:
Q�� A 5U $�R S � W Eq. 4.22
O resultado dos valores próprios permite calcular as formas modais 4� e as
correspondentes freqüências modais 5�. As taxas de amortecimento modal 3� são
usualmente obtidas por meio de dados experimentais. A resposta do sistema de
múltiplos graus de liberdade pode-se obter superpondo os efeitos das equações modais.
A Eq. 4.21 associada a cada modo i de vibração ou a um único grau de liberdade
generalizado pode ser resolvida no domínio do tempo ou da freqüência.
4.3.1 Fator de Participação Modal
Se a estrutura for analisada sob a ação de uma excitação de base (como no caso de um
sismo), o vetor de carregamento da Eq. 4.21 pode ser expresso na mesma forma que na
Eq. 4.20. Considerando a expressão expandida da massa modal %� tem-se:
0/�;<= > 23�5�0?�;<= > 5�U0;<= � A 4�V $� "4�V$� 4� -/�;<= Eq. 4.23
O quociente ao lado direito da Eq. 4.23, que multiplica a aceleração de base -/�;<=, é
conhecido como fator de participação modal. Tal fator depende da interação da forma
modal com a distribuição espacial do carregamento. No caso de um edifício de vários
andares, a distribuição da massa é semelhante à mostrada na Figura 4.11(a), e as formas
modais às mostradas na Figura 4.11(b). Pode-se perceber que o produto 4�V$� será
relativamente grande para o primeiro modo, pois a forma modal inteira é sempre
positiva. No entanto, para o segundo e terceiro modo, o resultado do produto é menor,
por terem parcelas positivas e negativas. Este é o motivo devido ao qual um terremoto
tende a excitar a resposta principalmente no primeiro modo.
28
Figura 4.11: Distribuição de massa e formas modais para uma estrutura típica de edifício de múltiples andares
4.4 Modelagem Constitutiva para Um Grau de Liberdade de Estrutura com
Atenuadores Dinâmicos Sintonizados (ADS)
O ADS é um dispositivo mecânico composto por um corpo de certa massa conectado à
estrutura principal por meio de elementos com propriedades de rigidez e de
amortecimento. O ADS é sintonizado em freqüências na relação 5 5X⁄ Y 1,0, para
reduzir as amplitudes da resposta dinâmica da estrutura submetida à ação dinâmica
externa. A freqüência natural do ADS é ajustada o mais próximo possível da freqüência
fundamental da estrutura, de modo que o atenuador tenha eficiência otimizada e gere
pequenas forças de inércia que se contrapõem às forças de inércia geradas na estrutura
pela ação externa de origem mecânico ou ambiental (BATTISTA, 1993). Este tipo de
dispositivo mecânico foi idealizado em 1911 (FRAHM, 1911), e seu modelo
matemático clássico (sem levar em conta o amortecimento da estrutura) foi descrito
posteriormente (DEN HARTOG, 1947).
Os ADS são utilizados pela efetividade que possuem para atenuar os efeitos da ação do
vento em estruturas esbeltas (BATTISTA e PFEIL, 2000), bem como na capacidade de
reduzir significativamente os danos em estruturas após estas atingirem o escoamento
29
durante um terremoto, adicionando-lhe proteção ao colapso (PINKAEW,
LUKKUNAPRASIT e CHATUPOTE, 2003).
Pelas características do modelo mecânico do ADS, a instalação do dispositivo é feita em
um local da estrutura onde ela apresenta os maiores deslocamentos quando é submetida
ao carregamento dinâmico. No caso dos prédios de altura, como mostrado na Figura
4.12(a) escolhe-se usualmente o topo da estrutura por apresentar o maior deslocamento
horizontal no primeiro modo de vibração. Mas é possível projetar soluções com ADS
para outros locais, caso se precise atenuar modos de vibrações superiores (BARBOSA,
1996; RANA e SOONG, 1993).
Figura 4.12: Esquema estrutural e modelo mecânico análogo para um prédio alteado equipado com ADS
O modelo matemático do ADS projetado para atenuar amplitudes em um dos modos de
vibração pode ser descrito com o seguinte sistema de equações:
Z%�0/� > ��0?�>!�0� A [�,\� ]-? A +?,^ > � ]- A +,^_ � (�� -/ > � ]-? A +?,^ > � ]- A +,^ � A� -/� G Eq. 4.24
onde 0�;<= � 4�VS 4�, %� � 4�V$� 4�, (� � 4�V���;<= e +` corresponde ao j-ésimo
grau de liberdade estrutural associado à locação do atenuador na estrutura. Se por
conveniência o atenuador for instalado no grau de liberdade que tem o maior
deslocamento na forma modal e igualmente dita forma modal foi normalizada com
respeito ao maior valor, então [�` � 1 e +` � 0� e a Eq. 4.24 torna- se análoga à sistema
de dois graus de liberdade (BARBOSA, 1996; RANA e SOONG, 1993):
30
Z%�0/� > ��0?�>!�0� A � ]-? A 0?�^ A � Q- A 0�R � (�� -/ > � ]-? A 0?�^ > � Q- A 0�R � A� -/� G Eq. 4.25
A Eq. 4.25 fornece a resposta da estrutura controlada tem no i-ésimo modo de vibração.
Para obter a resposta estrutural completa, pode-se repetir o cálculo para um número
conveniente de modos de vibração e aplicar o método de superposição modal, explicado
na seção 4.3. A Eq. 4.25 pode ser reescrita por conveniência como:
Z0/� � ]A;!� > � =0� > � - A ;�� > � =0?� > � -? > (�^ %�⁄-/ � ]� 0� A � - > � 0?� A � -? ^ � ⁄ A -/� G Eq. 4.26
ou, em notação matricial:
abbc 0?�-? 0/�-/ dee
f �abbbbc
0 0 1 00 0 0 1A;!� > � =%�� %�
A;�� > � =%�� %�� � A � �
� � A � � deeeef · h 0�-P0?�-?Pi >
abbbc 00(�%�A-/�dee
ef Eq. 4.27
A forma da Eq. 4.27 corresponde a uma equação de estado do problema dinâmico do
tipo j? � kj > � na qual o vetor j corresponde a um espaço estado 2n-dimensional. A
solução da equação de estado no domínio do tempo pode ser obtida por meio de
métodos numéricos de integração (BATTISTA, 1993; GAWRONSKI, 2004).
4.5 Modelagem Constitutiva para Um Grau de Liberdade da Estrutura com
Dispositivo de Isolamento Sísmico (DIS)
O princípio básico de isolamento sísmico de base é mostrado na Figura 4.13 e consiste
em reduzir a transmissibilidade dos efeitos da ação sísmica por meio de dispositivos de
pequena rigidez lateral e grande resistência vertical. O movimento na base da estrutura
submetida à ação sísmica é atenuado por meio das propriedades de transmissibilidade
reduzida e de dissipação de energia do DIS.
31
Figura 4.13: Esquema estrutural e modelo mecânico análogo de um prédio alteado equipado com DIS
Ao incluir a equação Eq. 4.1 do DIS na Eq. 4.19 do sistema estrutural, obtém-se a
seguinte equação matricial:
$& S/ ;<= > ;�� > ����=S? ;<= > ��S;<= > *��� � ���;<= Eq. 4.28
onde:
$&: Matriz de massa do sistema total (base e estrutura). ��: Matriz de amortecimento da estrutura. ����: Matriz que contem os amortecimentos equivalentes viscosos dos DIS nos graus de
liberdade onde os dispositivos têm influência, e zeros nas outras posições. ��: Matriz de rigidez da estrutura. *���: Vetor que contem as forças restauradoras dos DIS nos graus de liberdade onde os
dispositivos têm influência, e zeros nas outras posições. ���;<=: Vetor das forças dinâmicas que atuam sobre a estrutura em certo intervalo do
tempo, t.
Ainda que a Eq. 4.28 expresse em termos gerais o comportamento global de uma
estrutura com isolamento sísmico de base, é possível seguir o mesmo raciocínio
empregado para modelagem do ADS apresentado na Seção 4.4 e trabalhar diretamente
32
com apenas um dos modos de vibração; dessa maneira, a expressão é resumida para um
problema de dois graus de liberdade é:
Z-/# � ]A!�-# > !�0� A ;���� > ��=-?# > ��0?� A ��^ �#⁄ A -/�0/� � ]!�-# A !�0� > ��-?# A ��0?� > (�^ %�⁄ G Eq. 4.29
onde �# é a massa da base da estrutura, -# é o deslocamento da base da estrutura em
relação ao solo, isto é, o grau de liberdade associado ao isolador e 0� é o deslocamento
do topo da estrutura em relação ao solo. Na Eq. 4.29 inclui-se o termo �� que contém a
força restauradora não linear do dispositivo isolador. Para os casos analisados do DIS,
foi escolhido o modelo bilinear que emula o comportamento de um isolador de borracha
fretada com chapas de aço e com núcleo de chumbo (IBNC) discutido na Seção 4.1.3.
O modelo matemático expresso pela Eq. 4.29 tem a vantagem de ser muito simples e de
solução rápida através da utilização de um algoritmo de integração numérica; entretanto,
tem a desvantagem de não permitir a aplicação da superposição modal pela presença do
termo �� que é não linear. Mas resultados aceitáveis são obtidos no caso de estruturas
que respondem predominantemente em um único modo de vibração.
4.6 Modelagem Constitutiva para Um Grau de Liberdade da Estrutura com
Sistema Híbrido para Controle de Vibrações
O conceito de combinar sistemas de controle de vibrações de natureza diferente tem
como idéia fundamental aproveitar as diferentes propriedades dos seus mecanismos de
atenuação e assim melhorar ainda mais o comportamento da estrutura submetida à ação
de um carregamento dinâmico de tipo aleatório. Além disso, a interação dos sistemas de
controle tem a vantagem de otimizar as propriedades mecânicas para cada dispositivo,
reduzindo os picos das solicitações que pudessem acontecer se a estrutura fosse atingida
por um carregamento maior que o projetado originalmente (BARBAT, RODELLAR, et
al., 1993; BATTISTA, 1993).
O modelo de sistema híbrido proposto para a análise é composto por ADS posicionados
no topo da estrutura e DIS instalados na base, como mostrado na Figura 4.14. Seguindo
formulação análoga a empregada no controle dinâmico de uma estrutura com um só tipo
de dispositivo de controle, as equações diferenciais que expressam o acoplamento do
sistema ADS – Edifício – DIS para um dos modos de vibração da estrutura é:
33
l -/# � ]A!�-# > !�0� A ;���� > ��=-?# > ��0?� A ��^ �#⁄ A -/�0/� � ]!�-# A ;!� > � =0� > � - > ��-?# A ;�� > � =0?� > � -? > (�^ %�⁄-/ � ]� 0� A � - > � 0?� A � -? ^ � ⁄ A -/� G Eq. 4.30
Figura 4.14: Esquema estrutural e modelo mecânico análogo de um prédio alteado equipado com sistema híbrido ADS – DIS
A inclusão do termo não linear �� no sistema proposto na Eq. 4.30 fornece as mesmas
vantagens e desvantagens da modelagem da estrutura com DIS da Seção 4.5; isto é, de
solução rápida e direta em termos numéricos, mas sem permitir a superposição modal,
ainda que na prática os sistemas estruturais que incluem DIS apresentem uma maior
predominância na resposta do primeiro modo (BATTISTA, 1993; NAEIM, 2001;
PALAZZO e PETTI, 1999).
Para obter as soluções no domínio do tempo, as equações 4.26, 4.29 e 4.30 foram
implementadas em programas de linguagem FORTRAN que incluem uma subrotina de
integração numérica por meio do método de Runge-Kutta (PRESS, TEUKOLSKY, et
al., 1992). Adicionalmente, os parâmetros da estrutura não controlada, como modos de
vibração e fatores de participação modais já mencionados na Seção 4.3, foram obtidos
por meio de um programa de elaboração própria de elementos finitos em linguagem
FORTRAN com uma entrada de dados que incluiu as características geométricas e
físicas das estruturas assinaladas nas Seções 5.1 e 5.2.
34
5 Comportamento de Estruturas Aporticadas sob Ação Sísmica
Para comparar a efetividade dos dispositivos de controle em estudo, foi escolhido um
pórtico de aço de dez andares com travejamentos nos andares pares, caracterizando uma
estrutura com deformação ao cisalhamento. A dita estrutura foi utilizada em estudos
anteriores, e suas propriedades mecânicas já são conhecidas (RODRÍGUEZ, 2003). Para
aferir a diferença entre o comportamento de estrutura com deformações ao cisalhamento
e estruturas com deformações à flexão, foi criada adicionalmente uma versão alternativa
do pórtico com travejamentos em todos os andares. O sinal do sismo escolhido para a
análise foi o terremoto de El Centro, por ter uma faixa de energia que é comum aos
outros sismos mostrados na Seção 2.2.
5.1 Comportamento de Estruturas com Deformação por Cisalhamento
5.1.1 Descrição Sumária da Estrutura
O primeiro sistema estrutural corresponde a um pórtico metálico de dez andares, com
travejamentos nos andares pares, com uma altura total de 37 metros e um vão de 6.0
metros. O modelo possui massa distribuída nos elementos e massas concentradas em
alguns dos seus nós. Um esquema da estrutura é mostrado na Figura 5.1 e as
propriedades geométricas dos elementos estruturais são resumidas na Tabela 5.1
Tabela 5.1: Propriedades geométricas das componentes da estrutura original
Andares Traves Colunas Diagonal
Momento de
inércia Área
Momento de inércia
Área Área
(m4) (m2) (m4) (m2) (m2) 1 3,33x10-4 0,8542x10-2 4,85x10-4 1,95x10-2 0,1852x10-2
2-3 3,33x10-4 0,8542x10-2 4,02x10-4 1,65x10-2 0,1852x10-2 4-5 3,33x10-4 0,8542x10-2 3,32x10-4 1,40x10-2 0,1852x10-2 6-7 2,93x10-4 0,9490x10-2 2,67x10-4 1,15x10-2 0,1852x10-2 8-9 2,93x10-4 0,9490x10-2 1,79x10-4 0,81x10-2 0,1852x10-2 10 2,93x10-4 0,9490x10-2 1,41x10-4 0,64x10-2 0,1852x10-2
35
Figura 5.1: Geometria da estrutura com deformações por cisalhamento (RODRÍGUEZ, 2003)
5.1.2 Vibrações Livres da Estrutura
As propriedades dinâmicas dos três primeiros modos de vibração são resumidas na
Tabela 5.2. Devido ao uso de travejamentos apenas nos andares pares, a deformação é
predominantemente cisalhante, como é mostrado na Figura 5.2. Observa-se também que
os deslocamentos horizontais máximos no primeiro e segundo modo de vibrações estão
localizados no topo da estrutura, indicando que o ponto mais alto da estrutura é ideal
para a implementação do ADS (BATTISTA, 1991; MAGLUTA, 1993; RANA e
SOONG, 1993).
Tabela 5.2: Características modais da estrutura com deformações por cisalhamento
Modo Massa Modal
(t)
Freqüência (Rad/seg)
Freqüência (Hz)
Taxa de Amortecimento
ξ
Rigidez Modal
K (kN/m)
Amort. Modal C (kN s2/m)
1 71,91 4,821 0,767 0,020 1671,34 13,87 2 79,74 14,210 2,262 0,015 16101,62 33,99 3 105,46 24,038 3,826 0,021 60937,47 106,47
36
Observa-se que as freqüências dos três primeiros modos se encontram dentro da faixa
de energia do sismo de El Centro que foi utilizado na análise. As taxas de
amortecimento utilizadas para a análise dinâmica para o primeiro e segundo modo
foram obtidas a partir de valores padrão de estruturas de aço; no caso do terceiro modo,
a taxa foi obtida assumindo um amortecimento de Rayleigh proporcional à massa e à
rigidez, calculando a taxa para o terceiro modo a partir das taxas de amortecimento e
freqüências associadas aos dois primeiros modos de vibração (CLOUGH e PENZIER,
1995).
Figura 5.2: As três primeiras formas modais para a estrutura com deformações por cisalhamento entre andares
5.1.3 Resposta ao Cisalhamento da Estrutura Não Controlada sob Ação Sísmica
A análise da resposta ao cisalhamento da estrutura não controlada no domínio do tempo
permite concluir que a maior contribuição para a resposta em termos de deslocamento
lateral do topo da estrutura é dado pelo primeiro modo de vibração, como mostrado nas
Figura 5.3, Figura 5.4 e Figura 5.5, onde é feita a superposição das contribuições do
primeiro e segundo modos. No que diz respeito às contribuições modais à força
cisalhante na base da estrutura, pode-se observar que há participação balanceada de
37
amplitudes de ambos os modos de vibração, embora em distintas freqüências, como
pode ser visto nas Figura 5.6, Figura 5.7 e Figura 5.8. A análise no domínio da
freqüência da Figura 5.9 mostra que, no caso dos deslocamentos laterais no topo da
estrutura, existe a predominância do primeiro modo de vibração, mas no caso da força
cisalhante na base da estrutura, as respostas modais têm magnitudes semelhantes, como
se pode deduzir da Figura 5.10. Alem disso, as freqüências de resposta da estrutura,
apesar de se encontrarem dentro da faixa de energia do sismo (vide Figura 2.6), estão
afastadas do pico da freqüência do terremoto. As respostas do terceiro modo de
vibração, ainda que tivessem uma freqüência dentro da faixa do sinal do sismo, foram
excluídas deliberadamente já que não apresentaram magnitudes relevantes; uma
possível explicação teria sua origem no tamanho do fator de participação modal obtido
para o terceiro modo de vibrações. Um resumo dos valores pico achados na análise é
mostrado na Tabela 5.3.
Tabela 5.3: Valores pico das respostas da estrutura com deformação por cisalhamento sem dispositivos de controle, submetida ao sismo El Centro
Pico Negativo Pico Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo -0,158 0,154
Segundo Modo -0,038 0,038
Total -0,151 0,151
Força Cortante na
Base (kN)
Primeiro Modo -376,59 368,16
Segundo Modo -371,07 372,74
Total -726,36 681,18
Freqüência (Hz) Primeiro Modo --- 0,763
Segundo Modo --- 2,258
38
Figura 5.3: Deslocamento do primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento submetido ao sismo El Centro.
Figura 5.4: Deslocamento do segundo modo da estrutura com deformação por cisalhamento submetido ao sismo El Centro.
39
Figura 5.5: Deslocamento obtido pela superposição dos dois primeiros modos de vibração por cisalhamento da estrutura submetida ao sismo El Centro.
Figura 5.6: Força cortante de base do primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento submetido ao sismo El Centro.
40
Figura 5.7: Força cortante de base do segundo modo da estrutura com deformação por cisalhamento submetido ao sismo El Centro.
Figura 5.8: Força cortante de base obtido pela superposição dos dois primeiros modos de vibração da estrutura com deformação por cisalhamento, submetida ao sismo El
Centro.
41
Figura 5.9: Resposta no domínio da freqüência do deslocamento da estrutura com deformação por cisalhamento submetida ao sismo El Centro
Figura 5.10: Resposta no domínio da freqüência da força cortante de base da estrutura com deformação por cisalhamento submetida ao sismo El Centro
42
5.2 Comportamento de Estruturas com Deformação por Flexão
5.2.1 Descrição da Estrutura
O segundo esquema estrutural é replicado daquele na Figura 5.1, adicionando-se nos
andares ímpares travejamentos com diagonais com as mesmas propriedades geométricas
e de rigidez das demais diagonais, mas sem propriedade de massa. Ditos travejamentos
foram adicionados para produzir uma resposta dinâmica à flexão sem modificar as
outras características da estrutura original da Figura 5.1. As propriedades geométricas
dos elementos estruturais são as mesmas já resumidas na Tabela 5.1; o esquema
estrutural é mostrado na Figura 5.11.
Figura 5.11: Geometria da estrutura com deformação por flexão
43
5.2.2 Vibrações Livres da Estrutura
As propriedades dinâmicas da estrutura mostrada na Figura 5.11 são resumidas na
Tabela 5.4. Devido ao travejamento de todos os andares, a deformação lateral é
predominantemente à flexão nos primeiros dois modos, e no terceiro modo a
deformação é apenas axial, como vistos na Figura 5.12. O terceiro modo não foi
incluído na análise e os dois primeiros modos têm amplitude lateral máxima no topo da
estrutura.
Tabela 5.4: Características modais da estrutura com deformação por flexão
Modo Massa Modal
(t) Freqüência (Rad/seg)
Freqüência (Hz)
Taxa de Amortecimento
ξ
Rigidez Modal
K (kN/m)
Amort. Modal C (kN s2/m)
1 62,31 6,641 1,057 0,020 2748,02 16,551 2 78,60 22,635 3,602 0,015 40269,19 53,373 3 52,27 39,326 6,259 0,021 80830,24 86,327
Figura 5.12: As três primeiras formas modais para a estrutura com deformação por flexão
44
5.2.3 Resposta à Flexão da Estrutura Não Controlada sob Ação Sísmica
A análise da resposta à flexão dos modos da estrutura não controlada, em termos do
deslocamento lateral do topo no domínio do tempo, mostra, com auxílio das Figura 5.13
e Figura 5.14, que a contribuição do segundo modo à resposta (Figura 5.15) é
desprezível. Em comparação com a resposta da estrutura travejada apenas nos andares
pares (Figura 5.1), pode-se notar que a resposta da estrutura mais travejada (Figura
5.11) mostra maiores amplitudes. Isto porque a freqüência do primeiro modo de
vibração por flexão acha-se muito próxima do pico de freqüência do sismo (ver Figura
2.6). No caso do cisalhamento total da Figura 5.18, a resposta pico do primeiro modo na
Figura 5.16 é aproximadamente o dobro da resposta do segundo modo na Figura 5.17.
Os espectros de resposta mostrados nas Figura 5.19 e Figura 5.20 são consistentes com
a pequena contribuição do segundo modo ao deslocamento, enquanto que no caso do
cisalhamento, ambos os modos apresentam respostas relevantes. O resumo dos valores
pico obtidos na analise é mostrado na Tabela 5.5.
Tabela 5.5: Valores pico das amplitudes das respostas à flexão da estrutura não controlada, submetida ao sismo El Centro
Pico Negativo Pico Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo -0,235 0,260
Segundo Modo -0,016 0,016
Total -0,238 0,267
Força cortante na
base (kN)
Primeiro Modo -965,13 1067,38
Segundo Modo -463,87 447,16
Total -1163,51 1336,39
Freqüência (Hz) Primeiro Modo --- 1,057
Segundo Modo --- 3,602
45
Figura 5.13: Amplitude de deslocamento no tempo do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura submetida ao sismo El Centro
Figura 5.14: Amplitude de deslocamento no tempo do segundo modo de vibração por flexão da estrutura submetida ao sismo El Centro
46
Figura 5.15: Amplitude de deslocamento no tempo para superposição dos dois primeiros modos de vibração à flexão da estrutura submetida ao sismo El Centro.
Figura 5.16: Variação no tempo da força cortante na base da estrutura, correspondente à contribuição do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura submetida ao sismo
El Centro
47
Figura 5.17: Variação no tempo da força cortante na base da estrutura, correspondente à contribuição do segundo modo de vibração por flexão da estrutura submetida ao sismo
El Centro
Figura 5.18: Variação no tempo da força cortante na base da estrutura, correspondente à superposição dos dois primeiros modos de vibração por flexão da estrutura submetida
ao sismo El Centro
48
Figura 5.19: Resposta à flexão no domínio da freqüência do deslocamento lateral no topo da estrutura submetida ao sismo El Centro
Figura 5.20: Resposta à flexão no domínio da freqüência da força cortante na base da estrutura submetida ao sismo El Centro
49
6 Análise Comparativa do Desempenho dos Dispositivos de Controle
na Estrutura sob Ação Sísmica
Para obter os parâmetros ótimos de projeto correspondentes às propriedades mecânicas
dos dispositivos ADS e DIS, usou-se como critério de medida o a raiz do valor médio
quadrático 1 das amplitudes das respostas obtidas da estrutura submetida ao sismo El
Centro. A expressão geral para obter o valor 1 de uma série de N dados é
(CHAKRABARTI, 1987):
1 � m1n o -�Up
�qD � r-DU > -UU > s > -pUn Eq. 6.1
Os valores ótimos dos parâmetros dos dispositivos de controle são aqueles
correspondentes ao valor extremo (máximo ou mínimo) da curva de calibração. As
curvas de calibração têm como abscissa a relação entre as freqüências do dispositivo de
controle e da estrutura (5 ; ,678= 5�⁄ ) e como ordenada a relação entre os valores médios
quadráticos das amplitudes das respostas da estrutura controlada e não controlada
(1 ; ,678= 1�⁄ ). Para obter as ditas curvas, foi implementado um algoritmo em linguagem
FORTRAN que calcula para cada valor da razão 5; ,678= 5�⁄ a série de dados
correspondentes à resposta em deslocamento do sistema de dois graus de liberdade
(estrutura – controle) para aceleração horizontal do sismo. Desta série de dados é obtida
a relação 1 ; ,678= 1�⁄ dos deslocamentos por meio da Eq. 6.1 que foi incluída no
algoritmo. O processo é repetido para relações 5 ; ,678= 5�⁄ de 0,01 até 1,00, deixando
fixos os outros parâmetros tais como taxa de amortecimento e a relação da massa do
dispositivo de controle e massa modal da estrutura �; ,#= %�⁄ .
6.1 Estrutura com Atenuador Dinâmico Sintonizado (ADS)
6.1.1 Calibração do ADS
A calibração do dispositivo ADS para cada modo de vibração foi efetuada com o
processo de traçado de curvas descrito acima para diferentes valores de taxa de
amortecimento do atenuador e fixando a relação de massas � %�⁄ � 0,05. Os valores
ótimos dos parâmetros do ADS para os modos da estrutura com deformação por
50
cisalhamento submetida sob ação do terremoto El Centro são resumidos na Tabela 6.1 e
as curvas de calibração para cada modo são mostradas nas Figura 6.1 e Figura 6.2.
Tabela 6.1: Parâmetros ótimos do ADS projetado para a estrutura com deformação por cisalhamento
Modo estrutural
Massa do atenuador � (t) Taxa de amort. atenuador 3
Relação de massas � %�⁄
Relação de freqüências 5 5�⁄
1 3,596 0,10 0,05 1,00
2 3,987 0,10 0,05 0,89
Figura 6.1: Curvas de calibração para o ADS projetado para o primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento
51
Figura 6.2: Curvas de calibração para o ADS projetado para o segundo modo da estrutura com deformação por cisalhamento
Um processo de calibração com igual relação de massas foi aplicado para obter o ADS
ótimo para a estrutura com deformação por flexão. As características do dispositivo
atenuador para o terremoto El Centro são resumidas na Tabela 6.2 e as curvas de
calibração para cada modo são mostradas nas Figura 6.3 e Figura 6.4.
Tabela 6.2: Parâmetros ótimos do ADS projetado para a estrutura com deformação por flexão
Modo estrutural
Massa do atenuador � (t) Taxa de amort. atenuador 3
Relação de massas � %�⁄
Relação de freqüências 5 5�⁄
1 3,116 0,15 0,05 1,00
2 3,930 0,15 0,05 0,94
52
Figura 6.3: Curvas de calibração para o ADS projetado para o primeiro modo da estrutura com deformação por flexão
Figura 6.4 Curvas de calibração para o ADS projetado para o segundo modo da estrutura com deformação por flexão
53
6.1.2 Desempenho Com ADS – Estrutura com Deformação por Cisalhamento
6.1.2.1 ADS Calibrado para o Primeiro Modo
No caso do ADS calibrado para o primeiro modo, as correspondentes variações no
tempo das amplitudes de deslocamento lateral no topo e força cortante na base da
estrutura, mostram que a capacidade de atenuação do ADS é de fato significativa só
após 8 segundos do início do terremoto, como pode ser visto nas Figura 6.5 e Figura
6.7. No caso do segundo modo, o efeito de atenuação do ADS é quase inexistente tanto
para o deslocamento quanto para força cortante, como mostram as Figura 6.6 e Figura
6.8. Este resultado corresponde ao já esperado comportamento de uma estrutura
controlada por ADS projetado em sintonia com a freqüência do primeiro modo de
vibração. A resposta no domínio da freqüência para o primeiro modo mostrada na
Figura 6.9 tem o comportamento característico de uma estrutura sob excitação aleatória
provida de dispositivo de controle dinâmico do tipo ADS, isto é, dois picos do espectro
em faixas de freqüência muito próximas em torno do pico de resposta da estrutura
original não controlada, associado ao primeiro modo de vibração. A resposta inalterada
pelo ADS corresponde ao segundo modo é mostrada na Figura 6.10. Os picos das
respostas obtidas com o sistema controlado pelo ADS são resumidos na Tabela 6.3, os
valores para a estrutura não controlada foram incluídos para comparação.
Tabela 6.3: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por cisalhamento equipada com ADS calibrado para o primeiro modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com ADS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,158 0,154 -0,145 0,124 0,92 0,81
Segundo Modo
-0,038 0,038 -0,034 0,035 0,90 0,91
Força cortante na base (kN)
Primeiro Modo
-376,59 368,16 -346,67 296,93 0,92 0,81
Segundo Modo
-371,07 372,74 -335,52 340,65 0,90 0,91
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 0,763 --- 0,664~0,849 --- 0,87~1,11
Segundo Modo
--- 2,258 --- 2,210~2,258 --- 0,97~1,00
54
Figura 6.5: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.6: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
55
Figura 6.7: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.8: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
56
Figura 6.9: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração ao cisalhamento da estrutura sem e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.10: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura sem e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
57
6.1.2.2 ADS Calibrado para o Segundo Modo
No caso do ADS calibrado para o segundo modo, as correspondentes variações no
tempo das amplitudes de deslocamento lateral no topo e força cortante na base da
estrutura controlada, mostram uma resposta para o primeiro modo ora maior ora menor
do que a estrutura não controlada. As Figura 6.11 e Figura 6.13 mostram que, no
intervalo de 12 a 23 segundos, o deslocamento no topo e a força cortante na base da
estrutura com ADS são ainda piores que para o caso sem controle, mas no intervalo de
28 até 37 segundos, a atenuação da estrutura controlada é notoriamente alta. A
atenuação das amplitudes dos deslocamentos para segundo modo mostrada na Figura
6.12 não é significativa em relação à magnitude do primeiro modo, mas atenuação em
relação à força cortante de base é favorável, sendo reduzida até mais ou menos a metade
da amplitude obtida para a resposta não controlada, como se mostra na Figura 6.14. Os
gráficos no domínio da freqüência das Figura 6.15 e Figura 6.16 mostram a efetividade
do ADS na resposta do segundo modo, mas percebe-se pouca atenuação e quase
nenhuma modificação da freqüência para o primeiro modo na resposta estrutural com e
sem controle. Os picos das respostas obtidas com o sistema controlado são resumidos na
Tabela 6.4.
Tabela 6.4: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por cisalhamento equipada com ADS calibrado para o segundo modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com ADS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,158 0,154 -0,124 0,135 0,78 0,88
Segundo Modo
-0,038 0,038 -0,019 0,016 0,50 0,42
Força cortante de base (kN)
Primeiro Modo
-376,59 368,16 -295,64 323,06 0,78 0,88
Segundo Modo
-371,07 372,74 -159,66 182,67 0,43 0,49
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 0,763 --- 0,727~0,758 --- 0,95~0,99
Segundo Modo
--- 2,258 --- 2,207~2,385 --- 0,98~1,06
58
Figura 6.11: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.12: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro
59
Figura 6.13: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.14: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
60
Figura 6.15: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não
controlada e com ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.16: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não
controlada e com ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
61
6.1.3 Desempenho Com ADS – Estrutura com Deformações por Flexão
6.1.3.1 ADS com Calibração para o Primeiro Modo
No caso do ADS calibrado para o primeiro modo, as respostas em termos de
deslocamento, as Figura 6.17 e Figura 6.19 mostram os benefícios da aplicação de um
dispositivo de controle para uma estrutura cuja freqüência natural fica próxima da
freqüência de excitação (1,057 Hz do primeiro modo e 1,465 Hz do sinal do terremoto),
afastando os picos da resposta da estrutura controlada dos picos da estrutura não
controlada. As respostas obtidas para o segundo modo, as Figura 6.18 e Figura 6.20
mostram que, da mesma maneira que aconteceu no caso anterior, o efeito de atenuação
do ADS, no que diz respeito ao deslocamento no topo e ao cortante na base para modos
diferentes para os quais foi projetado, é quase desprezível. As respostas no domínio da
freqüência mostradas nas Figura 6.21e Figura 6.22 apresentam a mesma tendência já
mencionada. O resumo dos picos das respostas obtidas para este caso é mostrado na
Tabela 6.5.
Tabela 6.5: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por flexão equipada com ADS calibrado para o primeiro modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com ADS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,235 0,260 -0.153 0,150 0,65 0,58
Segundo Modo
-0,016 0,016 -0.014 0,015 0,88 0,94
Força cortante de base (kN)
Primeiro Modo
-965,13 1067,38 -627.98 617,15 0,65 0,58
Segundo Modo
-463,87 447,16 -408.64 411,19 0,88 0,92
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 1.053 --- 0,941~1,160 --- 0,89~1,10
Segundo Modo
--- 3,609 --- 3,614~3,657 --- 1,00~1,01
62
Figura 6.17: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.18: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
63
Figura 6.19: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro modo,
submetida ao sismo El Centro
Figura 6.20: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o primeiro modo,
submetida ao sismo El Centro
64
Figura 6.21: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.22: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
65
6.1.3.2 ADS com Calibração para o Segundo Modo
O comportamento da estrutura com ADS calibrado para o segundo modo é mostrado
nas Figura 6.23 e Figura 6.25, apresentando uma atenuação apenas parcial às respostas
de deslocamento no topo e força cortante de base, e com valores pico muito semelhantes
para o caso com e sem ADS. No entanto, as respostas em termos de deslocamento e de
força cortante na base do segundo modo, mostradas nas Figura 6.24 e Figura 6.26,
apresentam atenuação significativa. As respostas no domínio da freqüência das Figura
6.27 e Figura 6.28 mostram uma atenuação moderada para o primeiro modo, e uma
atenuação praticamente total do segundo modo. O resumo dos valores pico das
respostas obtidas para este caso é mostrado na Tabela 6.6.
Tabela 6.6: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por flexão equipada com ADS calibrado para o segundo modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com ADS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,235 0,260 -0,246 0,254 1,05 0,98
Segundo Modo
-0,016 0,016 -0,011 0,012 0,69 0,75
Força cortante de base (kN)
Primeiro Modo
-965,13 1067,38 -1011,72 1044,27 1,05 0,98
Segundo Modo
-463,87 447,16 -316,61 332,75 0,68 0,74
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 1,053 --- 0,941~1,017 --- 0,89~0,97
Segundo Modo
--- 3,609 --- 3,789~3,881 --- 1,05~1,08
66
Figura 6.23: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.24: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
67
Figura 6.25: Variação no tempo da força cortante na base do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo modo,
submetida ao sismo El Centro
Figura 6.26: Variação no tempo da força cortante na base do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com ADS calibrado para o segundo modo,
submetida ao sismo El Centro
68
Figura 6.27: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.28: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
69
6.2 Estrutura com Dispositivo Isolador Sísmico (DIS)
Apesar da não linearidade localizada devido à presença do DIS, uma análise
simplificada considerando cada modo de vibração isoladamente foi feita para verificar a
eficiência deste tipo de controle na redução do deslocamento do topo e cortante na base
da estrutura.
6.2.1 Calibração do DIS
Para o dispositivo isolador das acelerações sísmicas induzidas na base das edificações, é
importante buscar relações de freqüência, massa e amortecimento que minimizem tanto
o deslocamento relativo entre a base do edifício e o solo ou bloco de fundação, quanto o
deslocamento relativo entre o topo da estrutura e a sua base. A busca da otimização
dessas relações pode ser representada pela região de interseção das curvas de calibração
para ambos os deslocamentos relativos, tal como pode ser mostrado na Figura 6.29. Em
estudos anteriores (BATTISTA, 1993; RODRÍGUEZ, 2003) foram propostas curvas de
calibração geradas a partir da solução harmônica de um sistema de equações de dois
graus de liberdade no domínio da freqüência. Essas são as curvas representadas na
Figura 6.29 para diversos valores do amortecimento do DIS e para uma relação fixa
entre a massa de base e a massa modal do primeiro modo da estrutura 2 � �678 %�⁄ �
0,10
Figura 6.29: Curva de calibração de projeto do DIS, para uma relação de massa 2 � 0,10 (RODRÍGUEZ, 2003)
70
Na Figura 6.29, 1# é o valor médio quadrático do deslocamento na base da estrutura
com DIS, 1� é o valor médio quadrático do deslocamento relativo do topo da estrutura
respeito à base com DIS e 1� é o valor médio quadrático do deslocamento do topo da
estrutura não controlada.
As curvas de calibração utilizadas no presente trabalho foram geradas com auxilio de
um programa em linguagem FORTRAN que resolve o problema de dois graus de
liberdade do sistema estrutura - isolador (Seção 4.5) sob aceleração horizontal induzida
pelo terremoto de El Centro. Para isto foi fixada a taxa de amortecimento do isolador
em 3��� � 0,20 (valor correspondente à borracha usada nos dispositivos IBPA), a
relação da massa 2 � 0,10, a relação entre a rigidez elástica e a rigidez plástica �� � ⁄ � 10 do isolador com núcleo de chumbo (IBNC) e a força de escoamento do
núcleo de chumbo como 10% do pico da força cortante máxima na base para a estrutura
sem DIS sob ação sísmica (ROBINSON, 1982).
As curvas de calibração representadas por linhas pontilhadas nas Figura 6.30 e Figura
6.31 foram obtidas com ajuda de uma ferramenta integrada no programa Excel para
aproximar uma linha de tendência de uma serie de dados, utilizando um polinômio de
sexto grau. Essas curvas representam a relação 1# 1�⁄ entre os valores da raiz media
quadrática dos deslocamentos laterais do isolador e da base da estrutura não controlada;
a relação 1� 1�⁄ entre valores da raiz media quadrática dos deslocamentos do topo da
estrutura e da base da estrutura não controlada; ambas as relações (1# 1�⁄ e 1� 1�⁄ )
variando com a relação entre a freqüência do isolador e da estrutura não controlada 5678 5�⁄ . O valor obtido para 5678 foi utilizado para calcular a rigidez plástica do
isolador � , a rigidez elástica foi calculada usando a relação �� � ⁄ � 10 mencionada
acima. As propriedades do sistema isolador calibrado para a estrutura com modo de
deformação por cisalhamento são mostradas na Tabela 2.1 e as curvas de calibração
para cada um dos dois primeiros modos são mostradas nas Figura 6.30 e Figura 6.31.
71
Figura 6.30: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento
Figura 6.31: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o segundo modo da estrutura com deformação por cisalhamento
72
Tabela 6.7: Parâmetros ótimos para um sistema de DIS projetados para a estrutura com deformação por cisalhamento
Modo estrutural
Massa da base �# (t)
Taxa de amort.
isoladores 3���
Relação de massa 2
Relação de freqüência 5678 5�⁄
Força de escoamento �� (kN)
Rigidez plástica �
(kN/m)
1 7,191 0,20 0,10 0,16 72,77 47,02
2 7,974 0,20 0,10 0,10 72,77 177,16
O processo de calibração dos DIS projetados para a estrutura com modo de deformação
por flexão (Figura 5.11) foi o mesmo adotado anteriormente. As características dos
dispositivos atenuadores para o terremoto El Centro são resumidas na Tabela 6.8 e as
curvas de calibração para o primeiro e segundo modos são mostradas nas Figura 6.32 e
Figura 6.33, respectivamente.
Figura 6.32: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o primeiro modo da estrutura com deformação por flexão
73
Figura 6.33: Curvas de calibração para um sistema de DIS projetados para o segundo modo da estrutura com deformação por flexão
Tabela 6.8: Parâmetros ótimos de um sistema de DIS projetados para a estrutura com deformação por flexão
Modo estrutural
Massa de base �# (t)
Taxa de amort.
isoladores 3���
Relação de massa 2
Relação de freqüência 5678 5�⁄
Força de escoamento �� (kN)
Rigidez plástica �
(kN/m)
1 6,231 0,20 0,10 0,18 133,64 97,88
2 7,860 0,20 0,10 0,06 133,64 216,93
Observando os resultados das calibrações obtidas por meio das soluções harmônicas e o
proposto para este estudo, pode-se ver uma diferença significativa nos valores ótimos da
relação de freqüências obtidos com cada um dos métodos. No primeiro método, a faixa
ótima para um isolador de borracha com taxa de amortecimento 3��� � 0,20 é 5678 5�⁄ � 0,35, mas para o método proposto foi 5678 5�⁄ � 0,12 até 0,32. Uma
possível explicação é que no modelo original foi considerado o isolador como elemento
com força restauradora linear, na segunda versão a força foi modelada como não linear.
74
O sistema dinâmico linear tem um ciclo de dissipação de energia que depende apenas da
componente do amortecimento viscoso (����-?), o sistema não linear, além do
amortecimento viscoso, dissipa energia no ciclo de histerese. No último caso, as
freqüências mais baixas são associadas a rigidezes mais baixas que geram histereses
mais largas, cobrindo uma área de força versus deslocamento mais extensa que implica
em uma maior dissipação de energia.
6.2.2 Estrutura com Deformação por Cisalhamento
6.2.2.1 DIS com Calibração para o Primeiro Modo
O desempenho do DIS calibrado para o primeiro modo mostra nas Figura 6.34 e Figura
6.35 uma grande eficiência na atenuação do deslocamento para ambos os modos,
principalmente no intervalo de 2 até 12 segundos de iniciado o terremoto, onde a
resposta não controlada tem os valores mais altos. Os gráficos do cortante na base das
Figura 6.36 e Figura 6.37 mostram uma atenuação das forças de aproximadamente 70%
do cisalhamento não controlada para ambos os casos. Os gráficos no domínio da
freqüência nas Figura 6.38 e Figura 6.39 mostram, além da atenuação da amplitude, a
redução da freqüência da resposta do sistema estrutura – isolador. Um resumo dos
valores picos é mostrado na Tabela 6.9.
Tabela 6.9: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por cisalhamento equipada com DIS calibrado para o primeiro modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com DIS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,158 0,154 -0,054 0,051 0,34 0,33
Segundo Modo
-0,038 0,038 -0,005 0,005 0,13 0,13
Força cortante na base (kN)
Primeiro Modo
-376,59 368,16 -129,78 122,08 0,34 0,33
Segundo Modo
-371,07 372,74 -52,14 48,98 0,14 0,13
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 0,763 --- 0,351 --- 0,46
Segundo Modo
--- 2,258 --- 0,366 --- 0,16
75
Figura 6.34: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.35: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
76
Figura 6.36: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.37: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
77
Figura 6.38: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.39: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
78
6.2.2.2 DIS com Calibração para o Segundo Modo
A atenuação do deslocamento para o caso do DIS calibrado para o segundo modo é da
ordem de um 66% do deslocamento da estrutura não controlada para os picos mais altos
da resposta, como é mostrado nas Figura 6.40 e Figura 6.41. No caso do cisalhamento
mostrado nas Figura 6.42 e Figura 6.43, a atenuação foi da ordem de 75%, mostrando
uma efetividade semelhante ao caso da calibração para o primeiro modo. Os gráficos no
domínio da freqüência nas Figura 6.44 e Figura 6.45 mostram que a estrutura isolada
também apresenta uma queda significativa nas amplitudes de resposta, mas com
freqüência do primeiro modo mais alta que no caso do DIS anterior. Os picos das
respostas obtidas com o sistema controlado são resumidos na Tabela 6.10.
Tabela 6.10: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por cisalhamento equipada com DIS calibrado para o segundo modo de
vibração, submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com DIS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,158 0,154 -0,060 0,060 0,38 0,39
Segundo Modo
-0,038 0,038 -0,005 0,005 0,13 0,13
Força cortante na Base (kN)
Primeiro Modo
-376,59 368,16 -133,24 145,31 0,35 0,39
Segundo Modo
-371,07 372,74 -45,72 46,51 0,12 0,12
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 0,763 --- 0,557 --- 0,73
Segundo Modo
--- 2,258 --- 0,664 --- 0,29
79
Figura 6.40: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro.
Figura 6.41: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro
80
Figura 6.42: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro.
Figura 6.43: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o
segundo modo, submetida ao sismo El Centro
81
Figura 6.44: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.45: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração ao cisalhamento da estrutura não
controlada e com DIS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
82
6.2.3 Estrutura com Deformações por Flexão
6.2.3.1 DIS com Calibração para o Primeiro Modo
As respostas de deslocamento da estrutura com DIS nas Figura 6.47 e Figura 6.48
mostram que, para o primeiro modo que é dominante, a atenuação é significativamente
alta, da ordem de 85%. A atenuação do cisalhamento mostrado nas Figura 6.48 e Figura
6.49 é de uma ordem semelhante ao deslocamento para ambos dos modos, sendo o
primeiro modo que apresenta a maior redução de magnitude. A análise feita no domínio
da freqüência mostrada nas Figura 6.50 e Figura 6.51 apresenta uma grande redução de
magnitude e um afastamento do pico de freqüência do terremoto (1,465 Hz) e da
resposta da estrutura não controlada (1,057 Hz). O resumo dos picos das respostas
obtidas para esta análise é mostrado na Tabela 6.11.
Tabela 6.11: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por flexão equipada com DIS calibrado para o primeiro modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com DIS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,235 0,260 -0,051 0,049 0,22 0,19
Segundo Modo
-0,016 0,016 -0,002 0,002 0,13 0,13
Força cortante na base (kN)
Primeiro Modo
-965,13 1067,38 -208,99 202,13 0,22 0,19
Segundo Modo
-463,87 447,16 -67,97 64,28 0,15 0,14
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 1,053 --- 0,532 --- 0,51
Segundo Modo
--- 3,609 --- 0,557 --- 0,15
83
Figura 6.46: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.47: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
84
Figura 6.48: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro.
Figura 6.49: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o primeiro
modo, submetida ao sismo El Centro
85
Figura 6.50: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.51: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
DIS calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
86
6.2.3.2 DIS com Calibração para o Segundo Modo
O desempenho da estrutura com DIS mostrado nas Figura 6.52 e Figura 6.53 mostra um
comportamento semelhante ao caso anterior, isto é, um importante nível de atenuação
em ambos os modos, principalmente no primeiro, o qual contribui com quase toda a
resposta estrutural. Os gráficos do cortante de base nas Figura 6.54 e Figura 6.55
mostram que a atenuação para o primeiro modo foi um pouco mais alta (da ordem de
80%) em comparação com o segundo modo (da ordem de 70%). Nas respostas no
domínio da freqüência apresentadas nas Figura 6.56 e Figura 6.57 mostram que, ainda
que a freqüência da resposta do primeiro modo isolado não é muito afastada da
freqüência da resposta não controlada, o nível de atenuação é muito significativo. O
resumo dos valores de pico das respostas é mostrado na Tabela 6.12.
Tabela 6.12: Valores pico das respostas obtidas para a estrutura com modo de deformação por flexão equipada com DIS calibrado para o segundo modo de vibração,
submetida ao sismo El Centro
Não controlada Com DIS Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
Primeiro Modo
-0,235 0,260 -0,055 0,051 0,23 0,21
Segundo Modo
-0,016 0,016 -0,003 0,003 0,19 0,19
Força cortante na base (kN)
Primeiro Modo
-965,13 1067,38 -227,17 209,23 0,23 0,20
Segundo Modo
-463,87 447,16 -92,04 88,36 0,20 0,20
Freqüência (Hz)
Primeiro Modo
--- 1,053 --- 0,666 --- 0,63
Segundo Modo
--- 3,609 --- 0,799 --- 0,22
87
Figura 6.52: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.53: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
88
Figura 6.54: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro.
Figura 6.55: Variação no tempo das forças cortantes na base e no DIS do segundo modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com DIS calibrado para o segundo
modo, submetida ao sismo El Centro
89
Figura 6.56: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
DIS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
Figura 6.57: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do segundo modo de vibração à flexão da estrutura não controlada e com
ADS calibrado para o segundo modo, submetida ao sismo El Centro
90
6.3 Estrutura com Sistema Híbrido de Controle
6.3.1 Calibração do Sistema Híbrido
A calibração do sistema híbrido foi efetuada sob os critérios seguintes:
a) Dos dois dispositivos de controle de vibrações já analisados, o isolador sísmico
foi a solução que mostrou o melhor nível de redução de deslocamento e
cisalhamento de base.
b) Dos dois modos de vibração analisados para cada caso estrutural, o primeiro
modo tem a maior incidência na resposta final da estrutura.
Baseado nas idéias anteriores, a estratégia para obter a otimização do sistema híbrido foi
re-calibrar o ADS para reduzir a resposta do primeiro modo no topo da estrutura
considerando o sistema de três graus de liberdade explicado na Seção 4.6, sem alterar as
propriedades já obtidas para o DIS ótimo. O método usado para a otimização foi o
mesmo aplicado ao ADS, isto é, tracejando curvas compostas da relação dos valores
médios quadráticos da resposta ao sinal do terremoto de El Centro com atenuador e não
controlada (1 1�⁄ ), tendo como variável a relação da freqüência do atenuador e a
freqüência de resposta da estrutura com DIS acoplado (5 59:678⁄ =, para distintos
valores de taxa de amortecimento do atenuador 3 ; o valor mais baixo das curvas dos
gráficos é o valor ótimo. As curvas de otimização obtidas para a estrutura com
deformação por cisalhamento são mostradas na Figura 6.58, e as curvas de otimização
obtidas para a estrutura com deformação por flexão são mostradas na Figura 6.59.
Observa-se que a taxa de amortecimento teve uma influencia significativa no caso da
estrutura com deformação por cisalhamento. Já na estrutura com deformação por flexão,
a taxa de amortecimento não se mostrou importante. A Tabela 6.13 contem um resumo
das propriedades do sistema híbrido otimizado para cada estrutura.
91
Tabela 6.13: Parâmetros ótimos para os sistemas híbridos
Massa � ; ,#,�= (Ton)
Taxa de
amortec. 3 ; ,���,�= Freqüência 5 ; ,678,�=
(Hz)
Relação
massas 2 ;u,v=2w
Relação
amortec. x ;u,wyz=xw
Relação de
freqüência { ;u={|}~��
Cis
alha
men
to ADS 3,596 0,050 0,330 0,050 2,500 0,938
DIS 7,191 0,200 0,123 0,100 10,000 ---
Estru-
tura 71,91 0,020 0,767 --- --- ---
Fle
xão
ADS 3,116 0,150 0,465 0,050 7.5 0,835
DIS 6,231 0,200 0,190 0,100 10,000 ---
Estru-
tura 62,310 0,020 1,057 --- --- ---
Figura 6.58: Curvas de calibração para o ADS do sistema hibrido, com DIS otimizado para o primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento
92
Figura 6.59: Curvas de calibração para o ADS do sistema hibrido, com DIS otimizado para o primeiro modo da estrutura com deformação por flexão
6.3.2 Estrutura com Deformação por Cisalhamento
A resposta do deslocamento no topo da estrutura ao cisalhamento com sistema híbrido
mostrado na Figura 6.60 foi semelhante à obtida para a estrutura com DIS (Figura 6.34),
mas pode-se perceber uma maior atenuação no intervalo de 10 até 20 segundos. O
cisalhamento na Figura 6.61 teve uma significativa atenuação, principalmente no
intervalo de 30 até 35 segundos onde ele é quase nulo. Na resposta no domínio da
freqüência na Figura 6.62, é clara a redução da amplitude e da freqüência. A Tabela
6.14 tem o resumo dos valores pico.
Tabela 6.14: Valores pico das respostas obtidas do primeiro modo da estrutura com deformação por cisalhamento com sistema hibrido calibrado para dito modo, submetido
ao sismo El Centro
Não controlada Com Híbrido Relação
P. Negativo P. Positivo P. Negativo P. Positivo P.Negativo P. Positivo
Deslocamento (m)
-0,158 0,154 -0,051 0,043 0,32 0,28
Força cortante de base (kN)
-376,59 368,16 -120,81 103,82 0,32 0,28
Freqüência (Hz) --- 0,763 --- 0,371 --- 0,49
93
Figura 6.60: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada é com sistema híbrido calibrado
para o primeiro modo, submetido ao sismo El Centro
Figura 6.61: Variação no tempo das amplitudes do cortante na base do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não controlada é com sistema híbrido
calibrado para o primeiro modo, submetido ao sismo El Centro
94
Figura 6.62: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração por cisalhamento da estrutura não
controlada e com sistema hibrido calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
6.3.3 Estrutura com Deformação por Flexão
As respostas de deslocamento no topo e cortante na base da estrutura com deformação
por flexão não controlada e com sistema híbrido são mostradas nas Figura 6.63 e Figura
6.64. Observa-se redução dos picos de resposta de até 87% e que a atenuação é quase
total entre os 27 e 37 segundos, apresentando resultados melhores do que no caso da
estrutura com deformação por cisalhamento. O comportamento no domínio da
freqüência mostra uma alta redução da amplitude, ainda que o afastamento das
freqüências das respostas com e não controlada não sejam tão grandes como no caso dos
sistemas de controle anteriores, como se mostra na Figura 6.65. Os valores pico são
resumidos na Tabela 6.15.
95
Tabela 6.15: Valores pico das respostas obtidas do primeiro modo da estrutura com deformação por flexão com sistema hibrido calibrado para dito modo, submetido ao
sismo El Centro
Não controlada Com Híbrido Relação Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo Pico
Negativo Pico
Positivo
Deslocamento (m)
-0,235 0,260 -0,048 0,052 0,20 0,20
Força cortante de base (kN)
-965,13 1067,38 -197,41 213,17 0,20 0,20
Freqüência (Hz)
--- 1,053 --- 0,557 --- 0,53
Figura 6.63: Variação no tempo das amplitudes de deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada é com sistema híbrido calibrado para o
primeiro modo, submetido ao sismo El Centro
96
Figura 6.64: Variação no tempo das amplitudes do cortante na base do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada é com sistema híbrido calibrado para
o primeiro modo, submetido ao sismo El Centro
Figura 6.65: Resposta no domínio da freqüência em termos de amplitude de deslocamento do primeiro modo de vibração por flexão da estrutura não controlada e com sistema hibrido calibrado para o primeiro modo, submetida ao sismo El Centro
97
6.4 Comparação do Desempenho dos Sistemas de Controle
6.4.1 Desempenho do Sistema de Controle Híbrido aplicado a Estrutura com
Deformação por Cisalhamento
No que se segue avalia-se o desempenho dos sistemas de controle híbrido (SCH) por
meio da comparação direta com os resultados obtidos para as estruturas controladas com
os sistemas ADS e DIS. A avaliação é feita sob o critério de redução do deslocamento
lateral no topo e esforço cortante na base da estrutura.
Um resumo dos valores representativos da resposta da estrutura no primeiro modo de
deformação por cisalhamento é apresentada na Tabela 6.16. A resposta da estrutura
controlada por sistema híbrido é significativamente melhor comparada à do ADS na
atenuação dos picos de resposta e no valor médio quadrático (VMQ) normalizado com
respeito à resposta não controlada. As Figura 6.66 e Figura 6.68 mostram,
respectivamente para deslocamentos no topo e cortante na base da estrutura, o melhor
desempenho do sistema híbrido, principalmente nos primeiros 15 segundos do
terremoto, quando ocorrem os maiores picos de amplitude. A redução de amplitudes é
também da faixa de freqüências pode ser visto na Figura 6.70. No caso da comparação
do sistema híbrido SCH com o DIS mostrada nas Figura 6.67 e Figura 6.69
respectivamente para deslocamento no topo e cortante de base, nota-se o desempenho
apenas um pouco superior do sistema híbrido SCH. A Figura 6.71 mostra que o valor
pico da freqüência é levemente maior para o sistema híbrido SCH em relação ao DIS.
Tabela 6.16: Comparação do desempenho dos três sistemas de controle para a resposta da estrutura no primeiro modo de vibração por deformação de cisalhamento
Não
Controlado ADS(1) DIS(2) SCH(3)
Deslocamento no topo
Pico positivo (m) 0,154 0,124 0,051 0,043
Pico negativo (m) -0,158 -0,145 -0,054 -0,051
RVMQ(4) normalizado 1,000 0,579 0,316 0,239
Cortante de base
Pico positivo (kN) 368,16 296,93 122,08 103,82
Pico negativo (kN) -376,59 -346,67 -129,78 -120,81
RVMQ(4) normalizado 1,000 0,579 0,316 0,238
Freqüência Valor pico (Hz) 0,763 0,664 ~ 0,849(5) 0,351 0,371
98
(1) Atenuador Dinâmico Sintonizado.
(2) Dispositivo de Isolamento Sísmico.
(3) Sistema de Controle Híbrido.
(4) Raiz do Valor Médio Quadrático.
(5) O ADS, devido ás características dinâmicas, possui dois picos de resposta no domínio
da freqüência.
Figura 6.66: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por cisalhamento, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada
pelos sistemas SCH e ADS sob ação do sismo El Centro
99
Figura 6.67: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por cisalhamento, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada
pelos sistemas SCH e DIS sob ação do sismo El Centro
Figura 6.68: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por cisalhamento, em termos de cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e ADS sob ação do sismo El Centro
100
Figura 6.69: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por cisalhamento, em termos de cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e DIS sob ação do sismo El Centro
Figura 6.70: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro modo de deformações por cisalhamento, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas ADS e SCH sob ação do sismo El Centro
101
Figura 6.71: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro modo de deformações por cisalhamento, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas DIS e SCH sob ação do sismo El Centro
6.4.2 Desempenho do Sistema de Controle Híbrido aplicado a Estrutura com
Deformação por Flexão
Em comparação com o sistema ADS, o sistema de controle híbrido SCH apresenta uma
maior atenuação das amplitudes das respostas em deslocamento e cortante nos primeiros
seis segundos do terremoto, tal como é mostrado nas Figura 6.72 e Figura 6.74. A
comparação entre os desempenhos do DIS e do SCH mostra que as diferenças dos picos
das respostas de deslocamento e cortante são diminutas; como é mostrado nas Figura
6.73 e Figura 6.75. A Tabela 6.17 apresenta um resumo dos valores representativos da
resposta (sob o sismo El Centro), no primeiro modo de vibração por flexão lateral, da
estrutura não-controlada e controlada por cada um dos três sistemas de controle sob
avaliação. As Figura 6.76 e Figura 6.77 mostram os espectros de freqüência das
respostas para deslocamento lateral e esforço cortante na base da estrutura,
respectivamente.
102
Tabela 6.17: Comparação do desempenho dos três sistemas de controle para a resposta da estrutura no primeiro modo de vibração por deformação de flexão
Não
Controlado ADS(1) DIS(2) SCH(3)
Deslocamento no topo
Pico positivo (m) 0,260 0,150 0,049 0,051
Pico negativo (m) -0,235 -0,153 -0,051 -0,048
RVMQ(4) normalizado 1,000 0,479 0,255 0,192
Cortante de base
Pico positivo (kN) 1067,38 617,15 202,13 213,17
Pico negativo (kN) -965,13 -627,98 -208,99 -197,41
RVMQ(4) normalizado 1,000 0,479 0,254 0,192
Freqüência Valor pico (Hz) 1,053 0,941 ~ 1,160(5) 0,532 0,557
(1) Atenuador Dinâmico Sintonizado.
(2) Dispositivo de Isolamento Sísmico.
(3) Sistema de Controle Híbrido.
(4) Raiz do Valor Médio Quadrático.
(5) O ADS, devido ás características dinâmicas, possui dois picos de resposta no domínio
da freqüência.
Figura 6.72: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por flexão, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada pelos
sistemas SCH e ADS sob ação do sismo El Centro
103
Figura 6.73: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por flexão, em termos de deslocamento lateral no topo da estrutura controlada pelos
sistemas SCH e DIS sob ação do sismo El Centro
Figura 6.74: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por flexão, em termos de esforço cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e ADS sob ação do sismo El Centro
104
Figura 6.75: Comparação das respostas dinâmicas, no primeiro modo de deformação por flexão, em termos de esforço cortante na base da estrutura controlada pelos sistemas
SCH e DIS sob ação do sismo El Centro
Figura 6.76: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro modo de deformações por flexão, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas ADS e SCH sob ação do sismo El Centro
105
Figura 6.77: Comparação entre os espectros de freqüência das respostas, no primeiro modo de deformações por flexão, em termos do deslocamento lateral no topo da
estrutura controlada pelos sistemas DIS e SCH sob ação do sismo El Centro
106
7 Conclusões e Sugestões
7.1 Conclusões
A análise dos modos de vibração por cisalhamento e flexão de uma estrutura sem
dispositivos de controle permite enxergar que nem sempre uma estrutura mais travejada
possui um comportamento mais satisfatório frente à ação sísmica. Isto devido a que uma
estrutura mais rígida à deformação lateral corre o risco de conter uma faixa de
freqüências próprias de vibração próxima da faixa de maior densidade espectral das
freqüências do sismo, acarretando amplificação das respostas com risco de perda da
integridade estrutural. A solução alternativa para afastar tais faixas de freqüência,
próprias e de excitação, consiste em projetar estruturas bastante robustas e resistentes
aos sismos. Mas isso implica em um maior volume de materiais e elementos que
aportam rigidez e massa, o que eleva o custo e dificulta o projeto sob um ponto de vista
arquitetônico.
O estudo das estruturas aporticadas, controladas pelo sistema ADS otimizado, mostrou
certa atenuação das amplitudes de resposta dinâmica, porém sendo esta insuficiente no
intervalo inicial transiente do terremoto. Além disso, a pouca capacidade de atenuação
do ADS é restrita ao modo de vibração para o qual o dispositivo foi projetado, sendo a
sua influência quase desprezível nos demais modos.
Enquanto isso, o sistema DIS otimizado se mostra muito eficiente na atenuação de
amplitudes de deslocamentos dinâmicos e, principalmente, do cortante na base da
estrutura.
Por outro lado, o sistema híbrido combina as propriedades de ambos os sistemas: DIS e
ADS. O substancial desempenho do DIS na atenuação da resposta transiente, junto à
contribuição do ADS para a atenuação dos deslocamentos no topo da estrutura. Ao ser
comparado cada um desses sistemas, isoladamente o sistema híbrido de controle
mostrou ser aquele que possui o melhor desempenho.
7.2 Sugestões para a Continuação deste Trabalho de Pesquisa
As análises do presente trabalho foram feitas com auxilio de uma ferramenta
computacional que opera com um modelo simplificado. Por tanto, o autor sugere a
utilização de uma outra ferramenta que considere modelos tridimensionais discretizados
107
mediante elementos finitos, analisando a estrutura incluindo todos os modos de vibração
atuando em forma simultânea, permitindo estabelecer relações de outras características
estruturais não inclusas no presente trabalho, tais como a relação altura-largura da
estrutura ou parâmetros relativos ao comportamento frente à compressão e
cisalhamento. Entretanto, uma ferramenta computacional baseada no método de
elementos finitos permitiria conferir a factibilidade do DIS a respeito da obtenção de
respostas que não puderam ser obtidas no presente estudo, tais como o carregamento
axial pico que a estrutura tem por efeito da ação combinada dos carregamentos estáticos
e dinâmicos.
Em relação ao modelo bilinear representando o comportamento elasto-plástico, na
modelagem pelo DIS, o modelo de Bouc-Wen pode representar de melhor forma uma
grande quantidade de comportamentos histeréticos, incluindo regiões de transição entre
elasticidade e plasticidade.
Em lugar de ter se usado apenas um registro de acelerações, sinais adicionais com
diferentes propriedades de amplitude e freqüência podem ser utilizados, obtendo-se
alguma relação entre as propriedades dos dispositivos de controle e as características
dos sinais utilizados.
108
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