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  • Dispõe a Constituição do Estado do Pará:“Art. 135 – Compete privativamente ao Governador:.................................................................................IX – remeter mensagem e plano de Governo àAssembleia Legislativa, expondo a situação do estadoe solicitando as providências que julgar necessárias”.

    Mensagem do Governo do Pará à Assembleia Legislativa

    Ano 2012

    Governo do Estado do Pará

    Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças

    Projeto gráfico e edição: Griffo Comunicação

    Fotografias: Agência Pará e João Ramid

    Secretaria de Estado de Comunicação

    Impressão: Gráfica Sagrada Família

    Governador do Estado do ParáSimão Robison Oliveira Jatene

    Vice-Governador do Estado do ParáHelenilson Cunha Pontes

    Assembleia Legislativa do Estado do ParáDeputado Manoel Pioneiro

    Instituto de Previdência da Assembleia Legislativa do Estado do ParáDeputado Antonio Rocha

    Tribunal de Contas do Estado do ParáCipriano Sabino de Oliveira Júnior

    Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do ParáJosé Carlos Araújo

    Tribunal de Justiça do Estado do ParáDesa. Raimunda do Carmo Gomes Noronha

    Justiça Militar do EstadoJosé Roberto Pinheiro Maia Bezerra Júnior

    Ministério Público do Estado do ParáAntonio Eduardo Barleta de Almeida

    Ministério Público de Contas do Estado do ParáMaria Helena Borges Loureiro

    Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos MunicípiosElizabeth Massoud Salame da Silva

    Chefe da Casa Civil da Governadoria do Estado Sofia Feio Costa

    Chefe da Casa Militar da Governadoria do EstadoTenente-Coronel QOPM Fernando Augusto Dopazo Noura

    Consultor Geral do EstadoOphir Filgueiras Cavalcante

    Procurador Geral do EstadoCaio de Azevedo Trindade

    Defensoria Pública do Estado do ParáAntonio Roberto Figueiredo Cardoso

    Auditor-Geral do EstadoRoberto Paulo Amoras

    Secretário de Estado de ComunicaçãoNey Emil da Conceição Messias Júnior

    Presidente da Fundação Paraense de RadiodifusãoAdelaide Oliveira de Oliveira

    Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa SocialLuiz Fernandes Rocha

    Delegado Geral da Polícia Civil do Estado do ParáNilton Jorge Barreto Atayde

    Comandante Geral da Polícia Militar do ParáCel. PM Daniel Borges Mendes

    Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do ParáCel. QOBM Hegésipo Donato Teixeira Júnior

    Diretor Geral do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”Orlando Salgado Gouvêa

    Superintendente do Sistema Penitenciário do Estado do ParáTen Cel PM André Luiz de Almeida e Cunha

    Diretor-Superintendente do Departamento de Trânsito do Estado do ParáÁlvaro Ayres de Oliveira Junior

    Secretário Especial de Estado de GestãoHelenilson Cunha Pontes

    Secretária de Estado de AdministraçãoAlice Viana Soares Monteiro

    Secretário de Estado da FazendaJosé Barroso Tostes Neto

    Secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e FinançasSérgio Roberto Bacury de Lira

    Presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do ParáJosé Cláudio Couto Salgado

    Presidente do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do ParáKleber Tayrone Teixeira Miranda

    Presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do ParáMaria Adelina Guglioti Braglia

    Diretor Geral da Escola de Governo do Estado do ParáRuy Martini Santos Filho

    Diretor-Presidente da Loteria do Estado do ParáJorge Otávio Bahia de Rezende

    Presidente da Imprensa Oficial do EstadoLuis Cláudio Rocha Lima

    Presidente da Empresa de Processamento de Dados do Estado do ParáTheo Carlos Flexa Ribeiro Pires

    Presidente do Banco do Estado do Pará S.A.Augusto Sérgio Amorim Costa

    Núcleo Administrativo e FinanceiroMaria do Céu Guimarães de Alencar

    Secretário Especial de Estado de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à ProduçãoShydney Jorge Rosa

    Secretário de Estado de AgriculturaHildegardo de Figueiredo Nunes

    Secretário de Estado de Pesca e AqüiculturaHenrique Kiyoshi Sawaki – em exercício

    Secretário de Estado de Indústria, Comércio e MineraçãoDavid Araújo Leal

    Diretor Geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do ParáMário Aparecido Moreira

    Presidente da Junta Comercial do Estado do ParáJosé Artur Guedes Tourinho

    Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do ParáCleide Maria Amorim de Oliveira

    Presidente da Centrais de Abastecimento do Pará S.A.Marco Antônio Soares Raposo

    Presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial do ParáWalter Vieira da Silva

    Diretor-Presidente da Companhia Paraense de TurismoAdenauer Marinho de Oliveira Góes

    Núcleo de Gerenciamento do PARÁ RURALAntonio Carlos Paula Neves da Rocha

    Secretário Especial de Estado de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento SustentávelFrancisco Sérgio Belich de Souza Leão

    Secretário de Estado de TransportesFrancisco das Chagas Silva Melo Filho

    Secretário de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e MetropolitanoMárcio Godoi Spíndola

    Secretário de Estado de Obras PúblicasJoaquim Passarinho Pinto de Souza Porto

    Secretário de Estado de Meio AmbienteRubens Borges Sampaio

    Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e InovaçãoAlex Bolonha Fiúza de Melo

    Presidente do Instituto de Terras do ParáCarlos Alberto Lamarão Corrêa

    Diretor-Geral do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do ParáJosé Alberto da Silva Colares

    Diretor Geral da Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do ParáMiguel Fortunato Gomes dos Santos Júnior

    Diretor-Presidente da Companhia de Saneamento do ParáAntonio Rodrigues da Silva Braga

    Presidente da Companhia de Portos e Hidrovias do Estado do ParáAbraão Benassuly Neto

    Presidente da Companhia de Habitação do Estado do ParáNoêmia Jacob

    Diretor Presidente da Companhia de Gás do ParáCláudio Luciano da Rocha Conde

    Diretor-Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do ParáMário Ramos Ribeiro

    Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano Cesar Augusto Brasil Meira

    Secretário Especial de Estado de Promoção Social Nilson Pinto de Oliveira

    Secretário de Estado de EducaçãoCláudio Cavalcante Ribeiro

    Secretário de Estado de CulturaPaulo Roberto Chaves Fernandes

    Secretário de Estado de Esporte e LazerMarcos Vinicius Eiró do Nascimento

    Reitora da Universidade do Estado do ParáMarília Brasil Xavier

    Presidente do Instituto de Artes do Pará Heitor Márcio Pinheiro

    Presidente da Fundação Cultural do Pará “Tancredo Neves”Carlos Nilson Batista Chaves

    Superintendente da Fundação Carlos GomesPaulo José Campos de Melo

    Superintendente da Fundação Curro VelhoDina Maria César de Oliveira

    Secretário Especial de Estado de Proteção e Desenvolvimento SocialTeresa Lusia Mártires Coelho Cativo Rosa

    Secretário de Estado de Saúde PúblicaHélio Franco de Macedo Júnior

    Secretária de Estado de Assistência SocialMaria Alves do Santos

    Secretário de Estado de Trabalho, Emprego e RendaJosé Alfredo Silva Hage Júnior

    Secretário de Estado de Justiça e Direitos HumanosJosé Acreano Brasil Junior

    Presidente do Instituto de Metrologia do Estado do ParáLuiziel Henderson Guedes de Oliveira

    Diretora Geral Diretora Hospital “Ophir Loyola”Maria Graça Borges Jacob

    Presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do ParáMaria Eunice Begot da Silva Dantas

    Presidente da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do ParáLuciana Maria Cunha Maradei Pereira

    Presidente da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar VianaAna Lydia Ledo de Castro Ribeiro Cabeça

    Presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do ParáAna Célia Cruz de Oliveira

    Secretário Extraordinário de Estado para Assuntos InstitucionaisAntônio José Costa de Freitas Guimarães

    Secretário Extraordinário de Estado para Assuntos de EnergiaNicias Lopes Ribeiro

    Secretário Extraordinário de Estado para Coordenação do Programa Municípios VerdesJustiniano de Queiroz Netto

    Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) – Belém-PA

    P221m Pará. Governador (2011 - : Simão Jatene) Mensagem do Governo do Pará à Assembleia Legislativa /Simão Robison Oliveira Jatene – Belém: Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças, 2012 132 p.: iI. 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Pará – Mensagem. 2. PARÁ – Política e Governo. 3. PARÁ – Programa de governo. I Jatene, Simão, Governador do Pará. II Título

  • MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 5

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

    Na honrosa condição de Governador do Estado e em obediência aos preceitos constitucionais que jurei defender, submeto à apreciação desta Assembleia Legislativa um balanço das ações do governo no ano de 2011, com os principais resultados alcançados além de indicativos das ações para 2012.

    Há exatamente um ano expus as senhoras e senhores, e a toda sociedade paraense, o preocupante quadro de dificuldades a ser enfrentado, tal era àquela altura a situação de desequilíbrio financeiro, o acúmulo de dívidas e a desorganização da gestão pública no Estado. Ainda que com base em informações que o tempo mostrou serem menos grave que o real desafio, o fiz para demostrar a urgência de um esforço coletivo e de um pacto social, bem como a necessidade de estabelecer uma linha demarcatória, um ponto de partida que permitisse ao governo se avaliar e ser avaliado.

    Na mesma ocasião, porém, também vaticinei que se o desafio era grande, não era impossível de ser vencido. E que essa era a nossa obrigação, minha e dos senhores, eleitos pela vontade e esperança da maioria do povo paraense.

    Após doze meses de luta, percalços e vitórias, posso afirmar que o cenário já é outro, o pior da tempestade passou. Mesmo que muitos danos ainda precisem ser recuperados, o Pará está pronto para seguir adiante, para uma nova etapa, e é preciso e justo dividir isso com cada um dos paraenses.

    Longe de mim a pretensão ou ingenuidade de achar que tudo está resolvido, que os problemas desapareceram e que vencemos a batalha final. Sei que, até pela condição humana, não há vitória definitiva ou permanente, pois, como na vida, a administração pública é uma eterna renovação de desafios a superar. Mas há também, como na vida, momentos de celebrar conquistas. E este é um deles. Com o apoio político desta Casa, a compreensão da sociedade, a dedicação e o talento dos servidores do Estado, o Pará reequilibrou suas finanças, e está pronto para retomar os investimentos e o crescimento. O Estado terminou o ano melhor do que começou.

    Senhoras e Senhores Deputados,

    Inequivocamente, 2011 foi um ano atípico e de grandes desafios para todos nós paraenses. O desequilíbrio das contas públicas, já manifestado nos dois anos anteriores, tendia a se agravar, como bem mostra o Resultado Primário de 2009, negativo em 42 milhões de reais e que em 2010 alcançou a nada desprezível cifra de 433 milhões de reais, também negativa.

    No mesmo sentido, compromissos assumidos e não honrados que atingiam desde a Secretaria do Tesouro Nacional, a fornecedores e até mesmo servidores

    MENSAGEM

  • 6 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 7

    públicos, levavam a perda de credibilidade e desorganização da administração estadual, impondo um quadro de fortes restrições a qualquer negociação e a redução quantitativa e qualitativa na prestação de serviços, deteriorando a infraestrutura e os equipamentos públicos.

    Longe do olhar e da compreensão do homem simples e da opinião pública, a desorganização das contas e da gestão pública, por sua vez, potencializavam a estrutural insuficiência de recursos da administração estadual, contribuindo para desqualificar políticos e política e reduzir a auto estima dos paraenses, abalando os pilares da própria organização social do Estado, o que só não alcançou, a época, dimensões insustentáveis, em função do grande volume de operações de crédito realizadas.

    Urgia reverter essa tendência, que parecia se consolidar levando o Estado ao caos profundo.

    Para evitar o que se configuraria uma catástrofe, medidas emergenciais foram adotadas, desde a prosaica, mas absolutamente necessária, economia de material de expediente até a suspensão de novos investimentos, salvo para os setores de saúde, segurança e educação. Planos de ajuste foram desenhados e negociações políticas com Brasília foram encetadas. O controle rigoroso dos gastos foi acompanhado do redobrado esforço de aumentar a arrecadação.

    Reforçando o caráter atípico e a complexidade de 2011, cabe aqui lembrar que no curso desse ajuste fiscal, que, felizmente, já apresentava sinais de sucesso, fomos todos nós, paraenses por nascimento ou adoção, instados a participar de um plebiscito que independentemente do seu objetivo ou resultado, lamentavelmente, pela forma açodada e elevado grau de incerteza sob o qual se realizou, acabou por promover uma forte tensão no seio da sociedade.

    Senhoras e Senhores Deputados,

    Tudo isso somado poderia ter mergulhado o Estado nas águas turvas da insolvência econômica e da crise social. Alcançar, passo a passo, as metas ajustadas e os objetivos traçados, até permitir que o Estado, ao cabo de um ano, voltasse a respirar e começar a investir, já seria uma vitória maiúscula, que precisa ser reconhecida e partilhada com cada paraense que contribuiu para que isso ocorresse, mesmo diante de toda tensão e emoção do processo plebiscitário, confirmando que a maior riqueza do Estado é a nossa gente, o nosso povo.

    E é por ele e pra ele que divido com as senhoras e senhores a alegria de já poder anunciar alguns resultados francamente positivos, que resgatam compromissos assumidos e sinalizam um novo tempo.

    No que se refere ao Resultado Primário, de 433 milhões de reais negativos em 2010, conforme mencionado anteriormente, em 2011, o Pará voltou a apresentar um valor positivo que, superando as expectativas, alcançou, pela metodologia do Programa de Ajuste Fiscal, 811 milhões de reais, dos quais mesmo retirando despesa empenhadas e não liquidadas e as cotas disponíveis a empenhar, ainda atinge 344 milhões de reais,

    ou seja, muito superior, inclusive, ao compromisso de 51 milhões de reais assumido pelo governo anterior como meta no Programa de Ajuste Fiscal assinado com o Governo Federal.

    Por outro lado, refletindo o esforço de racionalizar gastos e buscar eficiência, as chamadas despesas correntes, que correspondem a manutenção da “máquina pública”, as quais, em 2010, já haviam alcançado 2,6 bilhões de reais; graças aos mecanismos de controle adotados, em 2011, foram de apenas 2,4 bilhões de reais, número inferior até mesmo ao que foi gasto em 2009, num indicativo claro do sucesso das ações adotadas.

    Tal sucesso permitiu avanços em várias áreas, inclusive na de recursos humanos, como demonstra o pagamento de mais de 80 milhões de reais referentes a vantagens retiradas indevidamente das folhas de pagamento só do Executivo, nos anos anteriores a 2011, acumulando passivos. Do mesmo modo garantiu a admissão de aproximadamente 5 mil concursados, cujos prazos de validade dos referidos concursos estavam prestes a expirar, resgatando o compromisso de avançar na profissionalização da administração pública. Tudo no esforço de recuperar a credibilidade e os mecanismos de gestão.

    Senhoras e Senhores Deputados,

    O Pará que emerge da crise financeira e da campanha plebiscitária tem tudo para ser um Estado melhor, mais equilibrado, mais justo, mais consciente das carências do povo em todos os cantos, e também mais unido e preparado para enfrentar os desafios.

    Deus queira que tenhamos, todos, serenidade, humildade e maturidade para fazer deste marco o início de um tempo de crescimento, paz, união e fraternidade.

    Depende de nós, homens e mulheres de boa vontade, reverter o histórico quadro negativo que nos prejudica há décadas. E dois são os caminhos para tal: por um lado, temos que nos unir para aumentar nossa capacidade de luta e defesa externa, e 2012 será de grandes embates federativos. Por outro, temos que assumir que qualquer governo ou oposição tem o dever de contribuir para a continuidade e melhoria das praticas e políticas positivas, bem como para a revisão e cancelamento de projetos e ações equivocadas, independentemente de interesse partidário.

    Só um comportamento coletivo dessa natureza nos permitirá romper com a estrutural limitação de sermos um estado reconhecidamente grande produtor e exportador de recursos naturais e, ao mesmo tempo, contabilizarmos uma renda per capita que corresponde à metade da média nacional e um orçamento estadual por habitante que corresponde apenas a aproximadamente 150 reais por mês.

    Sem o acúmulo de conquistas, estaremos fadados a patinar sempre no mesmo lugar, parados no tempo. Criticando uns aos outros sem chance real de vencer nossos dois grande inimigos que são a pobreza e a desigualdade.

    Temos que nos unir para aumentar nossa capacidade de luta. E assumir que qualquer governo ou oposição tem o dever de contribuir para a melhoria das práticas positivas.

  • 8 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 9

    Para que nada disso seja um exercício vão, de alguém fechado em gabinete a pensar soluções distantes da realidade do povo, é que desloquei o Governo, por duas vezes, ao interior do Estado. As experiências do governo regional em Santarém e em Marabá nos proporcionaram conhecimentos que nenhum estudo, nenhuma pesquisa, pode oferecer. Ouvir a voz do povo, direto e sem intermediários, permite avaliar a real dimensão de suas necessidades. A riqueza desses contatos só encontra paralelo no corpo-a-corpo que se trava durante as campanhas eleitorais, de onde se retiram ensinamentos para todo o período de governo.

    Foram esses encontros, somados à experiência de governar o Estado por quatro anos, que forjaram o plano de governo resumido na Agenda Mínima, contemplando ações de atendimento mais básico até investimentos estratégicos. A Agenda Mínima é um documento público dos compromissos assumidos com a sociedade e, como tal, passível de uma cobrança futura. O documento, amplamente divulgado, também sinaliza a transparência como valor fundamental para a administração pública.

    Senhoras e Senhores Deputados,

    Como já mencionei, 2011 começou sob a égide da economia e corte dos gastos e investimentos. Menos para as áreas em que a falta de investimentos afeta a vida e o futuro do cidadão, às vezes, de modo irreversível. Falo da saúde, da segurança e da educação.

    Na saúde, conseguimos avanços inegáveis durante o ano. Eleito como prioridade absoluta, o fim da angustiante fila de espera por hemodiálise, por parte de cidadãos com insuficiência renal, exemplifica bem o que falo e foi alcançado nos dez primeiros meses do ano,

    graças à distribuição de cem aparelhos de diálise nos municípios-polo do interior e na capital, onde também foi inaugurado o Centro de Hemodiálise Monteiro Costa, além da implantação da primeira unidade pediátrica de hemodiálise do Estado, na Santa Casa.

    Com o objetivo de aumentar a disponibilidade de equipamentos de saúde pública para população, atenção especial foi dedicada ao Hospital de Tailândia que com estrutura física praticamente pronta desde 2006, padecia de indefinições quanto a equipamentos e gestão, sem abrir as portas para a população, o que só veio a ocorrer efetivamente em 2011, quando foi organizado e entregue para a administração do município.

    No mesmo sentido, buscou-se dotar Belém de um novo hospital público, expandindo o número de leitos e reduzindo as filas de pacientes que aguardavam para realizar cirurgias. O Centro Hospitalar Jean Bitar, com 80 leitos, 23 para UTI e sete salas cirúrgicas, tem permitido reduzir filas, particularmente de pacientes não oncológicos que disputavam espaço no Ofir Loyola, que assim pode ter uma ala liberada para reforma já em curso.

    Ainda no que se refere a Saúde, as obras de ampliação da Santa Casa, que enfrentavam problemas físicos e financeiros, foram retomadas e serão concluídas este

    ano. Do mesmo modo, a construção do Hospital Oncológico infantil, iniciado ainda no nosso governo passado e que foi praticamente paralisada, ganhou ritmo, o que além de visível, permitirá sua conclusão até o final de 2012. Quando aos Hospitais Regionais, inaugurados na nossa gestão anterior, instalaram-se novos serviços e para 2012, além do início da construção de um novo Hospital em Itaituba, já se determinou a ampliação dos Hospitais de Santarém e de Marabá, bem como o início do programa de requalificação dos hospitais municipais.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

    Muito ainda se poderia falar sobre saúde pública, mas o que foi demonstrado, se nem de longe permite dizer que alcançamos o patamar desejado, do mesmo modo que não elimina a lamentável, ainda que real, possibilidade de ocorrência de situações inaceitáveis, tampouco credencia quem quer que seja a desqualificar os ganhos e avanços obtidos pelas centenas e milhares de pessoas que puderam contar com exitosa experiência do “diagnóstico cardiológico a distância”, da reativação do setor de obstetrícia do Abelardo Santos, ou mesmo dos serviços especializados da UTI coronariana do Hospital das Clínicas ou dos novos serviços implantados na capital e no interior.

    Senhor Presidente, Senhores Deputados,

    Se na saúde, ainda que tenhamos sérios problemas a enfrentar, os avanços são incontestáveis, não é diferente quando se busca fazer uma avaliação da área da segurança pública.

    Decorrente de causas diversas e se manifestando sob as mais distintas formas, a violência, certamente, está entre os fenômenos que preocupam todas as sociedades e exige a participação de todos no seu combate e redução.

    Com essa compreensão foi criado no nosso governo passado o Pro-Paz, programa que apesar de ter origem no Estado se pretende ação pública e coletiva que procura difundir e valorizar a cultura de Paz, único antídoto efetivamente capaz de reduzir a violência.

    De certa forma desidratado no período 2007/10, o Pro-Paz foi retomado com todo vigor em 2011 como ferramenta fundamental para a redução da violência e combate à criminalidade, transformando-se num dos pilares da prevenção.

    Neste sentido, além das atividades ligadas ao “Pro-Paz Cidadania” que chegou a fazer em 2011 mais de 350 mil atendimentos, o “Pro-Paz Integrado” foi reformado para melhorar o atendimento das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, e foram ainda implantados quatro polos do “Pro Paz nos Bairros”, no Guamá, Terra Firme, Benguí e Marituba, levando atividades ligadas à cultura, esporte e laser, exercitando cidadania com mais de 2.000 crianças e jovens de 8 a 18 anos.

    Como parte da estratégia global de combate à criminalidade, procurou-se reestruturar o Sistema e a própria Secretaria de Segurança Pública, reforçando a integração das ações, melhorando o sistema de acompanhamento de ocorrências e a

    Eleito como prioridade absoluta, o fim da angustiante fila de espera por hemodiálise exemplifica bem o que falo e foi alcançado nos dez primeiros meses do ano

  • 10 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 11

    produção de relatórios de monitoramento de resultados, facilitando o planejamento e avaliação das operações realizadas.

    Intensificaram-se as ações repressivas e se buscou valorizar a área da inteligência e da polícia cientifica no sentido de evitar que a impunidade se cristalize como estímulo à reprodução ampliada de ações criminosas. O policiamento ostensivo foi ampliado, e entraram em operação 700 viaturas novas, mais potentes, confortáveis e monitoradas.

    Numa experiência nova e ousada, que já vem se demonstrando exitosa, implantou-se a UIPP-Unidade Integrada Pro-Paz, na Terra Firme, operando sob a lógica do policiamento comunitário. Foram mais de 200 profissionais capacitados e a comunidade tem dado depoimentos que estimulam a implantação de novas unidades.

    Buscando melhorar as condições de trabalho, bem como a segurança e atendimento da população, foram construídas quatro Unidades Integradas e estão em construção mais nove, com objetivo de atingir a meta de 30 definida na Agenda Mínima.

    Do mesmo modo já foram concluídos quatro quartéis para a Polícia Militar e estão em construção mais quatro, além de um especificamente para o Corpo de Bombeiros.

    Tudo isso, porém, seria incompleto se na estratégia adotada não fosse dada atenção à ressocialização, terceiro pilar de combate à criminalidade.

    Entre as lamentáveis marcas do sistema penal brasileiro a reincidência é sem duvida uma das mais preocupantes. O egresso, após cumprir pena, não raramente encontra grande dificuldade de reinserção no mercado e na vida social, tornando-se presa fácil para o mundo do crime.

    Com essa constatação recuperamos e dinamizamos a “Fábrica Esperança”. Programa também implantado no nosso governo anterior, no qual o egresso do sistema penal desenvolve uma série de atividades produtivas com acompanhamento psicossocial, recebendo salário e desenvolvendo novas habilidades e se readaptando a uma nova vida. Atualmente já está em funcionamento a unidade de produção de roupas como: macacões, camisetas, lençóis, etc; no setor de alimentos e comestíveis uma padaria cada vez mais diversificada, enquanto está em fase de conclusão a reinstalação de um Restaurante Popular que também funcionou no nosso governo anterior, mas lamentavelmente havia sido desmontado.

    Por outro lado, o governo está trabalhando firmemente com objetivo de ampliar e recuperar o sistema prisional, que nacionalmente é sempre foco de tensões e episódios desagradáveis, enfrentando o problema da superlotação, no que o Pará também, lamentavelmente, não foge à regra geral do País.

    Nesse sentido estão em fase de construção 13 novos Centros de Triagem, na capital e no interior do Estado, que no conjunto somam 3 mil novas vagas, ampliando em 50% o sistema prisional do Estado. Dentre esses equipamentos se inclui um centro feminino em Santarém e outro em Marabá, bem como a reconstrução da chamada “colônia” Heleno Fragoso. Tais medidas assumiram um caráter emergencial considerando que, se em dezembro de 2006 o sistema contava com cerca de 6.200 vagas e já abrigava aproximadamente 8 mil presos, em 2011 dispunha de pouco mais de 6.300 vagas para uma população carcerária de quase 12 mil pessoas. Assim, as

    ações em curso, se não resolvem definitivamente a questão da superlotação carcerária, representam passo importante que só não pode ser interrompido.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputadas e Deputados,

    Tais ações, somadas a tantas outras que não cabe aqui explicitar, é que dão sustentação e consistência às estatísticas analisadas pelo Dieese que, para tristeza daqueles que apostam no pior, apontam a significativa redução nos números da criminalidade, particularmente dos crimes mais violentos, como o homicídio.

    Por trás das mais de 420 vidas preservadas, que representaram uma redução de mais de 30%, quando se compara o número de homicídios ocorridos só na Região Metropolitana de Belém entre 2010 e 2011, está todo um trabalho e uma decisiva participação da nossa sociedade que sei, como os senhores também sabem, deseja um novo tempo.

    O fato de ter recuado entre 2010 e 2011, de 107 mil para 95 mil o número de roubos no Estado, mais do que uma estatística representa o evitar que milhares de pessoas experimentem um constrangimento e perda difícil de ser avaliada por quem, felizmente, não viveu situação semelhante.

    Senhoras Deputadas, Senhores Deputados,

    Se também na segurança pública é verdade que ainda há muito que fazer, não menos verdadeiro é que os avanços foram incontestes. E o mesmo aconteceu com a Educação.

    De mais difícil mensuração por, normalmente, ter resultados menos imediatos, melhorar a Educação, até pela sua condição básica a qualquer estratégia de desenvolvimento, se constitui um dos maiores desafios da nossa sociedade, e preocupação fundamental do governo.

    A necessária expansão quantitativa, ocorrida no País nas últimas décadas, resultante da busca da universalização do ensino fundamental, ao tempo que representou avanço inquestionável, aumentou a complexidade dos problemas exigindo mais que nunca a incansável luta pela qualidade, sem deixar que se acumulem novos déficits quantitativos nos demais níveis de ensino.

    Isso que já seria matéria de preocupação suficiente para qualquer gestor, assume proporções bem maiores quando recordamos que na primeira semana de janeiro de 2011 notícias informavam o desabamento de sete escolas, indicando o grau de precariedade e falta de manutenção da rede física.

    Por outro lado, o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações do magistério, remetido para a Assembleia em 2010, criou uma série de expectativas que não podiam ser atendidas, face a lacunas e incorreções que precisaram ser corrigidas e que exigiram longas negociações.

    Por trás das mais de 420 vidas preservadas, uma redução no número de homicídios de mais de 30%, está todo um trabalho e uma decisiva participação da nossa sociedade.

  • 12 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 13

    Desse modo, sem dúvida, a primeira grande tarefa na educação foi recuperar uma certa capacidade de gestão que permitisse iniciar a recuperação da rede física, continuar novas construções paralisadas e iniciar novas escolas, além de criar as condições objetivas para implantação do PCCR.

    Nessa direção, mesmo considerando as fortes restrições financeiras, foram realizadas reformas em mais de 100 escolas em vários municípios. Estão em construção 28 escolas sendo 11 técnicas e 17 indígenas, das quais 7 já estão prontas.

    O governo iniciou a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações, PCCR dos professores, e vem lutando para garantir o pagamento do piso do magistério. Promoveu a capacitação de aproximadamente 20 mil professores, inclusive da rede municipal, tendo distribuído quando da realização da Feira do Livro o Cred-livro para 18 mil docentes estaduais.

    No intuito de ajudar a preparação dos alunos, foram criados o PROENEM e o PROVEST. O primeiro, com auxílio da internet, desenvolveu um forte esquema de envolvimento dos jovens que participam do ENEM, inclusive aplicando provas e divulgando gabaritos, e atingiu até alunos da rede privada. Por outro lado, através de ação presencial, o PROVEST procurou capacitar em Belém e em algumas cidades do interior alunos das escolas públicas interessados em participar do Vestibular.

    Numa ação inovadora, junto com a melhoria física das escolas, foi importante a iniciativa de agregar gêneros da agricultura familiar na alimentação escolar na Região Metropolitana de Belém. Três mil produtores

    rurais passaram a fornecer regularmente para a Seduc. E o mais interessante, 380.000 alunos receberam uma alimentação saudável com frutas, verduras e iogurtes regionais, além das proteínas e do indispensável arroz com feijão.

    No ensino universitário, novos cursos foram implantados no interior como o de Desenho, em Paragominas; enfermagem em Conceição do Araguaia, Bio-medicina em Marabá, Engenharia Ambiental em Altamira e Tecnologia de Alimentos em Salvaterra. Todos buscando valorizar as vocações regionais e responder às exigências e demanda locais.

    Quanto a ações futuras, cabe registrar o compromisso de iniciar em agosto de 2013 o curso de Medicina em Marabá, para o que já foi autorizado inclusive a realização das obras físicas necessárias.

    Do mesmo modo que na busca da qualidade do ensino médio, merece destaque o convenio entre SEDUC/MEC e Instituto Unibanco, em fase de assinatura, experiência exitosa em outros Estados, que englobará no Pará, inicialmente, 110 escolas em Belém e no Interior. Finalizando, ressalte-se a elaboração por todo o ano de 2011 de operação de crédito construída conjuntamente com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, no valor de 200 milhões de dólares, que se encontra em fase final de aprovação, e se

    destina a financiar amplo programa de recuperação da rede física, forte valorização dos professores e, inclusive, a implantação de um sistema de avaliação da educação no Estado fundado no mérito.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

    Muito ainda se poderia falar a espeito das ações do governo em 2011, todavia, sem pretender alongar demais essa mensagem, não é possível deixar de fazer, ainda que breve, uma análise dos desafios a ações ligadasà produção, infraestrutura e logística, bem como sobre as ações voltadas à cultura e ao esporte, que tanto nos animam e temperam a vida.

    Se 2011 merece destaque como o melhor ano de que se tem registro no que se refere a saldo de empregos formais, do mesmo modo cabe atenção ter sido o ano em que mesmo sob forte expansão econômica o Estado acabou por apresentar sinais claros e consistentes de mudança na tendência histórica de desmatamento.

    Digno de festejo, essa feliz combinação tem origem em muitos fatos, mas sem dúvida dentre eles tem que ser destacado o Programa Municípios Verdes, ao qual já aderiram quase 100 municípios. Fundado na convicção de que quem constrói e transforma a sociedade é a própria sociedade, o programa se realiza através de um grande pacto em torno de determinados objetivos, dentre os quais a redução do desmatamento. Premiando as boas práticas econômicas, ambientais e sociais, desponta como experiência que vem despertando interesse e ganhando espaço, inclusive na mídia nacional e internacional. O programa, que é o elemento central da estratégia estadual de fomentar no Estado atividades economicamente rentáveis, socialmente justas e ambientalmente sustentáveis, temos certeza que será uma bela demonstração de que o povo paraense é capaz de promover o desenvolvimento sustentável.

    Falar em atividade econômica e produção nos remete à questão da infraestrutura e logística e, nesse aspecto, faz-se necessário, antes de tudo, observar que aqui reside um dos maiores desafios para qualquer governo no nosso Estado. Primeiro, pela natural discrepância entre as receitas e o volume de recursos necessários à expansão ou mesmo simples manutenção da infraestrutura, especialmente aqui na Amazônia. Segundo, porque provavelmente é nesse segmento que a falta de investimentos continuados, a interrupção de investimentos, provoca uma degradação dos equipamentos e patrimônio que a cada dia impõe um esforço maior para que se reconstrua um padrão minimamente razoável.

    Caso exemplar se depreende de uma avaliação da situação das estradas. A falta de investimento na manutenção das estradas estaduais nos últimos anos, que levou a que a Pesquisa Rodoviária, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes, em 2010, constatasse a progressiva perda de qualidade das estradas paraenses sob jurisdição estadual ou federal, apontando o estado como uma das situações mais críticas do País, configurou um passivo de difícil reversão.

    O governo iniciou a implantação do PCCR dos professores e vem lutando para garantir o pagamento do piso do magistério. Promoveu a capacitação de aproximadamente 20 mil professores.

  • 14 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 15

    Senhores Deputados,

    Longe de mim a leviandade de dizer que esse quadro já mudou. O preço da pavimentação de um Km de estrada, ainda que bastante variado, chega a oscilar entre 500 mil a 1 milhão de reais; como, diante das restrições financeiras já mencionadas, teria sido possível, em tão pouco tempo, reverter o quadro constatado e mencionado pela CNT? Não, a verdade precisa ser dita e os desafios, encarados de frente.

    Nesse sentido, o que posso lhes afiançar, bem como a todo povo paraense, é que esforços não estão sendo medidos para que se possa superar essa desagradável situação, e que o primeiro passo, que foi sair da desconfortável situação de desequilíbrio crescente entre receitas e despesas, já foi superado.

    Assim, posso anunciar que já no próximo mês estaremos inaugurando a implantação e pavimentação da chamada estrada da “Perna-Sul”, que liga o município do Acará à Alça Viária, resgatando um velho sonho de todos que vivem no Vale do Acará, e beneficiando os moradores dessa região que se dinamiza com a expansão da cultura do dendê.

    Do mesmo modo, está praticamente concluída e pronta para ser inaugurada a pavimentação do trecho da PA 124, que liga o município de Garrafão do Norte a Capitão Poço.

    Também está concluída a ponte sobre o Rio Arraia, na estrada que liga Redenção a Conceição do Araguaia, bem como a ligação entre Palestina e a BR 230.

    Por outro lado, estamos trabalhando na pavimentação e recuperação de várias rodovias, dentre as quais a PA 279, iniciada no nosso governo anterior, paralisada e carente de manutenção. A PA 127; a PA 151; a PA 375; a PA 124 – no trecho Garrafão a Cachoeira do Piriá, a chamada Estrada do Bambu ligando Floresta do Araguaia à PA 150; e tantas outras.

    Pela sua importância econômica estratégica e caráter integrador do Estado, determinamos também uma verdadeira reconstrução da Alça Viária, que como todos sabemos, tem trechos construído em solos de difícil acomodação que precisavam de tratamento especial. Assim, também, está em fase de conclusão o projeto completo de recuperação da PA 150 até Marabá, o qual espero iniciar a execução ainda neste semestre.

    Senhor Presidente, Senhores Deputados,

    Faço referência a tais obras sem qualquer outro interesse que não seja demonstrar a V. Exas. que mesmo na adversidade o Estado não parou, e mesmo sem poder investir no volume e velocidade desejável, está presente em todos os setores.

    Reforçando essa afirmativa, o Asfalto na Cidade, exitoso projeto de apoio ao desenvolvimento urbano e as prefeituras, criado no nosso governo passado, está de volta e já se faz presente em 14 municípios, dos quais Nova Ipixuna e Primavera estão prontos para inauguração agora em fevereiro. Atendendo apelo de lideranças

    e populações locais, o programa ganhará muito mais velocidade agora em 2012, contribuindo para elevar a autoestima especialmente dos pequenos e médios municípios.

    Apoiando o desenvolvimento das cidades e melhorando a qualidade de vida da nossa gente, o Estado, em parceria com a Caixa Econômica e com a Funasa, vem desenvolvendo um forte programa de expansão da infraestrutura urbana, através da implantação, melhoria e expansão de sistemas de abastecimento d’água e construção de casas populares, os quais, juntamente com a retomada do “Cheque Moradia”, agora com uma linha especial para atender pessoas com deficiência, configuram um leque bastante interessante de instrumentos de combate a pobreza e desigualdade.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

    Para que se tenha uma ideia da ordem de grandeza desses investimentos, no que se refere a abastecimento d’água, o Estado está intervindo em aproximadamente 70 municípios. Isso significa dizer que quase a metade dos municípios do Pará terá melhorado o abastecimento de água nos próximos anos. Isso significa mais saúde, mais qualidade de vida pra nossa gente.

    Tais fatos são incontestáveis. E mais do que qualquer coisa, representa estímulo e incentivo na busca de novos avanços. O fato de não termos alcançado o que julgamos desejável e até mesmo necessário, não diminui o mérito do que foi obtido. E é esse mérito que quero dividir com os senhores e todos os paraenses.

    Senhoras e senhores deputados,

    Cuidar da elevação da qualidade de vida da população pressupõe, certamente, oferecer cada vez mais amplos e melhores serviços essenciais, e foi o que o governo buscou sem descanso, lutando contra todas as adversidades. E quando falo em essencial, me refiro também à busca incansável das pessoas pela felicidade, pela elevação da auto-estima, tanto quanto pela saúde, segurança e educação. O acesso democrático à cultura, ao esporte e ao lazer, por isso mesmo, é desde o início um item importante e obrigatório de governo, tanto que ganhou destaque na Agenda Mínima.

    Neste primeiro ano de governo, portanto, investimos no retorno e no fortalecimento de eventos musicais que o público consagrou. A música corre no sangue do paraense, que se mostra capaz de ser original e criativo em vários ritmos, e de apreciar todas as manifestações, do mais popular ao mais erudito. O sucesso de eventos como o Festival Internacional de Ópera e o Festival Internacional de Música dá prova disso. As programações intensas do Nazaré em Todo Canto e do Natal com Arte em Toda Parte, com suas misturas de balé clássico, orquestra sinfônica,

    No abastecimento de água, o Estado está intervindo em cerca de 70 municípios. Isso significa que quase metade dos municípios vai melhorar o abastecimento de água nos próximos anos.

  • 16 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 17

    música folclórica e ritmos regionais, estão sempre repletas de um público receptivo e participativo. E é essa autêntica força popular que torna a música paraense tão rica e variada, agora consagrada no palco paulistano com o Terruá Pará e a um passo de conquistar o Brasil.

    O ano também foi marcado pela volta dos grandes eventos esportivos aos nossos palcos, que passaram quatro anos fora do roteiro dos atletas que brilham em várias modalidades. O paraense, mais uma vez, se mostrou um excelente público para eles. Junto com o Grande Prêmio de Atletismo vieram as maiores estrelas nacionais das pistas. Sediamos aqui o Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica, as apresentações do nado sincronizado das seleções brasileira e russa, e estamos preparando as piscinas para o Campeonato Sulamericano de Desportos Aquáticos, agora em marco. E para 2016 já temos uma boa notícia: o Pará será subsede das Olimpíadas, sendo o Estado com mais espaços para jogos entre todo o Norte e Nordeste. Isso só faz reforçar uma certeza: somos capazes de nos superar porque temos um povo forte e vencedor.

    A prova disso: quando todos ainda amargavam a decepção por não poder receber os jogos da Copa do Mundo, o futebol internacional foi responsável pelo momento mais emocionante do ano, tendo como principal destaque ninguém menos que a torcida paraense, que cantou em coro afinadíssimo, à capella, o Hino Nacional Brasileiro para todo o país. O investimento do governo para trazer ao Mangueirão o jogo final do Superclássico das Américas, entre as seleções do Brasil e da Argentina, foi plenamente compensado.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

    Graças às artes dos músicos, dos atletas e, principalmente, do nosso público, o Pará viveu um ano de fortes lembranças. Que as boas memórias se sobreponham às dificuldades e passagens mais amargas, é um desejo demasiadamente humano. Mas é o que o governo, institucionalmente, com a participação de cada um e de todos, deseja e se esforça por conseguir. Sem querer esquecer as lições de um ano difícil, o que pretendemos é que o paraense seja dignamente atendido em suas necessidades, possa planejar o futuro, e que viva o presente com orgulho de ser o que é, um povo forte e criativo.

    Senhor presidente, senhoras e senhores deputados,

    Não poderia finalizar essa mensagem sem lhes dizer que é certo que o desequilíbrio das contas públicas gera o caos, amarra o Estado e deixa-o incapacitado para alçar maiores voos. Mas é igualmente certo que o Pará não pode mais prescindir, além do equilíbrio orçamentário, das suas imensas riquezas naturais como fonte de uma vida digna e melhor para todos os paraense.

    Historicamente temos contribuído de forma efetiva e estratégica para o desenvolvimento brasileiro, todavia, temos que reconhecer que essa condição não tem recebido a contrapartida correspondente por parte da União.

    Tal comportamento, não se trata de atitude especifica desse ou daquele governo ou partido. Deriva de um sistema federativo esgarçado e que trata de forma até perversa as unidades que têm suas economias fortemente fundadas nos recursos naturais. Por isso, ao tempo que quero agradecer o apoio recebido desta casa, e aqui faço inclusive uma referência especial à oposição, quero mais uma vez convidá-los, bem como a toda sociedade paraense, para juntos empreendermos uma grande cruzada em torno dos grandes interesses do Pará.

    O ano que se inicia, para o qual se prevê a redefinição dos critérios e índices de distribuição do FPE, as novas bases dos royalties do petróleo, os novos royalties da mineração, as novas alíquotas para o comércio interestadual, etc. não poderia ser mais propício para um exercício dessa natureza.

    Estamos sendo chamados a fazer História. Que não nos falte coragem e humildade para levarmos adiante o que nos foi confiado pelo povo do Pará. Que o espírito público prevaleça neste e nos próximos anos, em favor do desenvolvimento continuado do Pará, em favor do povo do Pará, de todos os cantos, vindos de todos os lugares para fazer, aqui, em paz, com Deus, um Estado caboclo, mestiço, alegre, otimista e feliz.

    Muito obrigado!

    Simão Jatene

    Governador do Pará

    Quero agradecer o apoio recebido desta casa, e aqui faço uma referência especial à oposição, e mais uma vez convidá-los para a grande cruzada em torno dos grandes interesses do Pará.

  • A GESTÃO DO ESTADO

  • 20 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

    A permanente preocupação com a modernização administrativa é a tônica deste governo. É por meio da atualização dos conceitos e métodos de ges-tão, capazes de conferir maior transparência e eficiência à máquina, que se busca os fins verdadeiros do ato de governar: elevação da qualidade de vida do cida-

    dão, redução da pobreza e das desigualdades sociais, desenvolvimento econômico

    com emprego para todos, sustentabilidade, perspectivas de futuro. Em resumo, uma

    vida com saúde, segurança, renda, habitação, acesso à educação, à cultura e aos

    esportes para todos.

    Ao iniciar novo período de governo, em janeiro de 2011, esses preceitos esta-

    vam presentes. Contudo, uma tarefa mais premente se impôs: o reequilíbrio das

    contas públicas, condição básica para que os demais objetivos pudessem ser, ao

    menos, almejados. Portanto, as primeiras semanas do ano foram de intenso trabalho

    de levantamento de informações, reconhecimento de campo, cruzamento de dados,

    análise e diagnóstico. O quadro que daí emergiu exigia medidas urgentes e radicais,

    que de fato foram tomadas, como a economia de 20% a 30% dos gastos em todos os

    níveis da administração estadual, sem afetar os serviços essenciais. A situação, po-

    rém, era grave e exigia mais: programa de reestruturação, ajuste fiscal, renegociação

    com o governo federal, rígido controle das despesas públicas, eficiência na arrecada-

    ção, enfim, um governo para enfrentar a pior crise da administração pública estadual

    das últimas décadas.

    E assim foi feito. As imensas dívidas foram repactuadas, iniciou-se a reorgani-

    zação administrativa. E o mais importante, foi dada partida para o resgate dos com-

    promissos assumidos com a população. Para tanto, foi concebida a Agenda Mínima

    de obras e ações, que balizará os investimentos do governo até 2014.

    Para conferir maior eficiência à máquina administrativa, cerca de 5.000 novos

    servidores, aprovados em concursos, foram contratados. E os servidores já contra-

    tados foram valorizados por uma série de medidas, como a volta do Cheque Moradia

    e a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos professores. Um

    novo modelo de organização das secretarias foi colocado em prática, com a criação

    de cinco secretarias especiais.

    GOVERNADOR SIMÃO JATENE E VICE-GOVERNADOR HELENILSON PONTES

  • 22 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 23

    Figura 1

    GOVERNO DO PARÁ - PLANEJAMENTO E GESTÃO ESTRATÉGICA – 2011/2014MODERNIzAçÃO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA

    A administração do estado requer constantes ajustes, para se adequar ao programa de governo e se atualizar em relação aos avanços metodológicos e tec-nológicos. Para atualizar e dinamizar a administração pública do Pará, foi incluído na Agenda Mínima um plano de modernização da gestão pública, a ser implemen-tado por meio do Termo de Cooperação Técnica firmado com o Movimento Brasil Competitivo (MBC). O objetivo é executar o Projeto de Modernização e Fortaleci-mento da Capacidade de Gestão do estado do Pará, elaborado com dois principais eixos: um com foco no desenvolvimento do planejamento estratégico do estado; outro com foco na redução das despesas correntes do estado, com a racionaliza-ção e otimização de recursos públicos.

    O planejamento do governo foi desenvolvido com base em novos conceitos de gestão de estratégia. Assim, foi elaborado o Mapa Estratégico do Estado, onde se organizaram cinco diretrizes de governo, que orientaram a definição de 24 obje-tivos estratégicos e um macro objetivo (Figura 1).

    O Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, apresentado em meados do ano de 2011, é a corporificação do planejamento de médio prazo, elaborado em conjun-to pelos órgãos do Executivo e de outros Poderes, além do Ministério Público e órgãos independentes. O mais importante: teve ampla participação popular. Au-diências públicas, realizadas em 12 regiões de integração, e acessos via internet, garantiram que a sociedade tivesse real presença nas discussões, na apresenta-ção de suas reivindicações e na elaboração de propostas. O resultado disponível ao grande público tomou a forma da Agenda Mínima para 2011-2014, apresentada nos primeiros meses do ano.

    Novo modelo de organização foi estabelecido em 2011. A principal mudança, aprovada pela Assembleia Legislativa, criou as Secretarias Especiais de Gestão; Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção; Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável; Proteção Social; e Promoção Social. Vários outros órgãos e secretarias de governo foram reestruturados ou estão com suas propostas de reestruturação em análise.

    Mas o fortalecimento e maior eficiência do serviço público depende basica-mente de um elemento: o servidor público. A partir de agosto de 2011, com base em levantamentos das necessidades da administração pública estadual quanto ao pessoal, foram nomeados 4.578 servidores aprovados em concursos públicos. Foram 379 para a área da saúde, 2.610 para a da educação, 256 para a segurança pública e Defensoria Pública, e 1.333 para as demais áreas. Encontram-se ainda em fase de realização concursos públicos para provimento de cargos efetivos nos

  • 24 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 25O CHEQUE MORADIA VOLTOU FORTALECIDO

    seguintes órgãos: PC, FCG, SUSIPE, PMPA, CBMPA, SEDUC e para as carreiras de Procurador Autárquico e Fundacional.

    Com o aumento do efetivo de servidores, o foco se direcionou para a qualifi-cação. Para isso, o Programa de Qualidade na Gestão realizou, entre outras ações, 17 oficinas de capacitação para 65 servidores dos órgãos e entidades que parti-ciparam do processo de autoavaliação (Hemopa, Prodepa, Santa Casa de Miseri-córdia, Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Ceasa, Hospital Ofir Loyola, Jucepa, Laboratório Central e SEFA) e assessoramentos junto à Sejudh e Cohab. Com a adesão da Polícia Militar ao Programa de Qualidade na Gestão, 80 militares foram capacitados para o processo de autoavaliação da gestão e para o plano de melho-ria da gestão a ser posteriormente implementado.

    A melhoria da prestação de serviços diretos à população materializou-se com a inauguração da Estação Cidadania, no populoso bairro do Jurunas, e a reorga-nização de uma unidade no bairro do Guamá, em Belém. Na Estação Cidadania, o público tem acesso aos serviços de emissão de carteira de identidade, atestado de antecedentes criminais, título de eleitor, assistência jurídica cível integral, en-tre outros, oferecidos por órgãos do governo e parceiros do projeto, como Polícia Civil, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Tribunal Regional Elei-toral, Defensoria Pública, Seter/SINE, Sejudh/Procon, Cartório, Prodepa, Sedect, Detran, Correios. Em 2001 foram realizados 143.531 atendimentos à população.

    O controle e a otimização da aplicação dos recursos públicos é vital, ético e estratégico para a administração. As ações desenvolvidas nesse sentido visaram a modernização da gestão de suprimentos e serviços logísticos: gestão da frota ofi-cial do estado, sistema de comunicação administrativa – protocolo geral, sistema de gestão de compras e gestão de materiais.

    Outra ação importante foi a ampliação dos itens de compras e contratações coletivas na modalidade Pregão Eletrônico, com uso de Registro de Preços, para contratar bens e serviços comuns de uso da administração pública. O resultado é maior economia, eficiência e transparência nas contratações e agilidade nos trâ-mites internos junto aos órgãos e entidades participantes. Destacam-se, entre os processos, os de: locação de veículos, serviços de telefonia móvel e fixa, serviço de manutenção predial, serviço de gerenciamento de combustível, serviço de manu-tenção de aparelhos de ar condicionado, e outros.

    Modelo ágil e democrático, com resultados expressivos. Os ganhos econô-micos dos processos de registro de preços mostram-se significativos, levando-se em conta os preços médios e os preços alcançados nos certames. Por exemplo, o valor de referência de locação mensal de um veículo de passeio, que era de R$ 2.033,00, teve seu valor registrado em R$ 1.093,00, diferença de 53% em relação

    ao preço de referência. Percentuais similares foram alcançados nos processos de materiais de expediente, manutenção de ar, telefonia móvel e fixa, fornecimento de alimento e água mineral.

    Os impactos dessas ações não se circunscrevem apenas aos ganhos eco-nômicos, abrangendo também ganhos de eficiência administrativa, pois liberam os órgãos participantes de promoverem licitações de itens de bens e serviços co-muns, podendo os mesmos se voltarem para os processos mais específicos de suas áreas fins.

    Para se obter um controle eficaz, é preciso ter uma visão do quadro. Em 2011 foram atualizadas as informações sobre o quantitativo real da frota oficial e alugada de veículos do governo do estado, com os respectivos gastos mensais. O mapeamento, por órgão/entidade, possibilita maior controle da frota total, de atu-almente 6.031 veículos.

    Foram ainda realizadas licitações para a contratação de pessoa jurídica es-pecializada na prestação de serviço de gestão do abastecimento da frota, com utilização de cartão magnético e com fornecimento contínuo e ininterrupto de combustível, legalizando o Sistema de Abastecimento da Frota Oficial do estado do Pará, antes sem amparo legal. Adicionalmente, o novo sistema permitirá um controle mais rigoroso do abastecimento, devido à diversidade de travas de segu-rança existentes, além de adotar procedimentos que delegam maior autonomia aos gestores de frota de cada órgão/entidade.

    Outro fator relevante de economia foi o modelo adotado na forma de con-tratação dos postos privativos de abastecimento. Esses postos, quando em uso, fornecerão combustível aos órgãos/entidades contratantes com valores 10% infe-riores aos praticados no mercado.

    No âmbito da gestão fazendária, com foco na justiça fiscal e cidadania, as ações do governo do estado buscaram a garantia dos direitos fundamentais do cidadão, no que se refere ao atendimento ao contribuinte e à educação fiscal.

    Na área de atendimento ao contribuinte, o Portal de Serviços da SEFA rece-beu 5.073.463 consultas e solicitações. Já o Programa Estadual de Educação Fis-cal - Pefi-Pará, que integra o Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF, cujo objetivo é sensibilizar a sociedade para a importância socioeconômica dos tribu-tos e acompanhamento da aplicação do gasto público, alcançou 25 municípios, e 24 escolas, que desenvolvem projeto pedagógico relativo ao Programa.

    Foi realizado, ainda em 2011, o Seminário Estadual de Educação Fiscal, que debateu mecanismos de redução do gasto público e a inclusão da educação fiscal na grade do Plano Nacional de Educação.

  • 26 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 27

    ENTREGA DE NOVOS VEÍCULOS DE POLÍCIA

    GOVERNADOR VISITA AS OBRAS DE AMPLIAçÃO DO SISTEMA DE ÁGUA

    VISITA ÀS OBRAS DA ESCOLA TECNOLÓGICA BRASIL PROFISSIONALIzANTE

    PROPAz CIDADANIA

    PROPAz CIDADANIA FAz ATENDIMENTO DE SAÚDE

    AS OBRAS DO PRÉDIO DO SACI, QUE VAI ABRIGAR VÁRIOS

    SERVIçOS AO CIDADÃO

    PROPAz CIDADANIA

    LANçAMENTO DO PROGRAMA MUNICÍPIOS VERDES NO OESTE

    AUDIÊNCIA COM PREFEITA

    E POLÍTICOS DE SANTARÉM

    NO ESTÁDIO BARBALHÃO VAI NASCER O CENTRO POLIESPORTIVO

    HOSPITAL REGIONAL AMPLIA SEUS SERVIçOS

    MAIS DE 50 MIL ATENDIMENTOS MÉDICOS EM MARABÁ

    GOVERNO ANUNCIA NOVOS INVESTIMENTOS PARA O

    SUDESTE

    OBRAS DE EXPANSÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E REDE DE ESGOTO EM MARABÁ

    DEBATE SOBRE A CRIAçÃO DO PÓLO METAL MECâNICO EM MARABÁ

    GOVERNO REGIONALEM MARABÁ

    GOVERNO REGIONALEM SANTARÉM

  • 28 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 29

    A instituição do Programa Nota Fiscal Cidadã, previsto para 2012 e cujo pro-jeto de lei foi elaborado em 2011, tem por objetivo estimular a participação do cida-dão na arrecadação do estado, a partir da tomada de consciência sobre a impor-tância do imposto na administração pública. Serão realizadas ações educativas, de valorização e reconhecimento de iniciativas cidadãs e premiação na forma de créditos do Tesouro.

    VALORIzAçÃO DO SERVIDOR PÚBLICO, COMO ELEMENTO CENTRAL DA MODERNIzAçÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO

    De todas as medidas voltadas para a modernização da gestão, em busca da eficiência, ética e transparência, a que se mostra mais efetiva é a valorização do servidor público. Para a administração pública, o servidor é meio e também fim, pois é um cidadão como qualquer outro e ao mesmo tempo é o elo de ligação en-tre o governo e Sociedade. O servidor valorizado fortalece o sistema.

    Foi com essa certeza que o governo destacou na Agenda Mínima ações de capacitação, premiação e ganhos salariais, de forma a garantir ao servidor públi-co o desenvolvimento profissional na carreira. A meritocracia estabelece critérios justos e objetivos.

    Nesse sentido, destaque-se a efetivação do Plano de Cargos, Carreiras e Re-munerações (PCCR) dos profissionais da educação, lotados na Seduc, que foi implementado em setembro de 2011, atendendo a uma antiga reivindicação dos profissionais do grupo magistério da educação, abrangendo aproximadamente 22.335 servidores. No mesmo mês de setembro foi feita a antecipação de 30% do valor da diferença do piso nacional para o magistério básico.

    Ainda em abril, o funcionalismo público estadual ganhou um reajuste sala-rial de, em média, 6,0%. Ocorreu também a atualização para R$ 1.000,00 dos va-lores pagos de Gratificação de Plantão e Sobreaviso decorrente de adequação ao valor de mercado, e de R$ 800,00 para os servidores da área de saúde que atuam com alta e média complexidade.

    É importante destacar que a partir de março de 2011 todos os bombeiros e policiais militares passaram a receber o vale alimentação em suas folhas de paga-mento, sendo o valor igual para todos, sem discriminação entre praças e oficiais.

    A promulgação da Lei Orgânica da Administração Tributária (LOAT), sancio-nada em 29 de dezembro de 2011, foi um passo de extrema importância para asse-gurar o pleno exercício do Fisco e sua função vinculada ao interesse público como atividade essencial ao funcionamento do estado. A LOAT, que tem por fundamento

    o artigo 37 da Constituição Federal, representa a valorização dos servidores fazen-dários por parte do governo do estado.

    Praticamente esvaziada em 2010, a Escola de Governo voltou a exercer a fun-ção de trabalhar por mais qualidade no serviço público. Em 2011 foram realizadas pela Escola de governo 7.601 ações de capacitação, o que representa uma média semanal de 345 ações, um aumento superior a 290% em relação à média semanal de 2010.

    Com vistas a promover a capacitação de profissionais da educação, a Seduc realizou em 2011 um conjunto de ações destinadas à formação continuada de profissionais da rede estadual, estendendo-se a todos os municípios do Pará, con-templando um universo de 5.833 servidores.

    Nesse universo, encontram-se profissionais para educação indígena, profes-sores para ensino da história afro-brasileira e africana, professores para o fortale-cimento de práticas da leitura e escrita na educação de jovens e adultos, profes-sores de tecnologias da informação e comunicação, profissionais que atuam nas bibliotecas escolares, professores para a educação infantil (Programa Proinfantil), além de pessoal de apoio e professores, técnicos educacionais e gestores escola-res formados para atuar no ensino fundamental de 9 anos.

    Em parceria com a Escola de Governo, a Seduc capacitou 575 servidores na áreas técnica e operacional, 162 servidores pelo Programa Profuncionário, e con-cedeu 127 bolsas mestrado e doutorado como incentivo à formação continuada dos profissionais da educação do estado do Pará. Em 2012 está prevista a amplia-ção dessas ações, estimando-se a concessão de 21.726 Credlivro a docentes nos 143 municípios e de 210 bolsas de pós-graduação a servidores da educação, apri-morando a qualificação do corpo docente.

    A UEPA – Universidade do Estado do Pará, dentre as suas ações de capa-citação do servidor público, trabalhou para ampliar o programa de qualificação docente, priorizando a formação de mestres e doutores em centros de excelência reconhecidos pela CAPES no Brasil e no exterior, apresentando como resultado preliminar o incremento de 20 professores doutores em 2011.

    Na área da segurança pública, foram capacitados 6.213 servidores da Polí-cia Civil e da Polícia Militar em cursos oferecidos pelo IESP, e 19.761 alunos foram qualificados pela rede EAD; e ainda 281 alunos da Secretaria de Segurança Pú-blica - SEGUP foram capacitados em diversos cursos. Dentre os principais trei-namentos e cursos, destacam-se o de monitoramento de vídeo, atendimento ao público, Web Card, serviço de monitoramento e rastreio de veículos e treinamento sobre protocolo de atendimento SAMU/CBM, contando, ainda, com o projeto Bol-

  • 30 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 31

    ATENDIMENTO DO CREDLIVRO EM SANTARÉM: APOIO PARA

    COMPRA DE LIVROS

    O SERVIFEST VOLTA PARA REVELAR O TALENTO DOS

    SERVIDORES

    OS PROFESSORES VÃO AO LANçAMENTO DO PCCR

    A VOLTA DO CHEQUE MORADIA

  • 32 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 33

    sa-Formação que beneficiou com subsídios financeiros os agentes de segurança pública.

    A SUSIPE, por meio da Escola de Administração Penitenciária (EAP) realizou diversos cursos de capacitação para 1.567 servidores, e ainda, o Curso de Elabora-ção de Projetos, Formalização, Execução e Prestação de Contas de Convênios, em parceria com o DEPEN/MJ.

    A valorização do servidor público passa também pelo reconhecimento dos seus múltiplos talentos. A Escola de Governo retomou a Feira de Talentos, cuja última edição havia acontecido em 2006. Na nova edição de 2011 participaram 90 servidores e o público foi estimado em 5.000 pessoas. O Servifest - Festival de Mú-sica do Servidor Público, que não acontecia desde 2007, contou em 2011 com 80 músicas inscritas, recorde desde 2004, quando foi definido que tanto compositor quanto intérprete deveriam ser obrigatoriamente servidores. Foram selecionadas 24 músicas que participaram das duas eliminatórias, classificando as 12 melho-res para a final. O festival distribuiu R$ 55.000,00 em prêmios.

    Em 2012, os servidores públicos, estaduais e municipais, terão a oportunida-de de vivenciar o programa de valorização proposto pela administração estadual. Neste ano o Servifest deverá ter 5 eliminatórias, em diferentes municípios, e a grande final em Belém. Essa proposta atende a necessidade de ampliar sua atua-ção por todos os municípios do estado.

    Levando em consideração a necessidade de aprofundar conhecimento em determinadas áreas do serviço público, foram estruturados programas formativos com carga horária de até 100h, devendo atender, a partir de 2012, temas como Planejamento e Orçamento, Recursos Humanos no Serviço Público e Processo Licitatório (do Termo de Referência à Homologação).

    Em 2012, serão oferecidos novos cursos de Pós-Graduação, estando previs-tas 06 turmas de Pós-Graduação Lato Sensu (Especialização) em três áreas: Ges-tão Pública, Gestão Logística e Patrimonial e Gestão de Pessoas, sendo 02 turmas de cada tema. Propõe-se ainda o governo a estruturar o Mestrado em Gestão Pu-blica, que permitirá uma maior aplicabilidade, pelos servidores participantes, dos conhecimentos adquiridos em suas rotinas de trabalho dentro da administração estadual. Além disso, essa formação vem ao encontro da importante demanda dos gestores públicos, no que tange à necessidade de ampliar o quadro de servi-dores com melhor formação técnica.

    A meritocracia ganha cada vez mais espaço. Destaca-se o sistema de pre-miação do Servidor Nota 10, de reconhecimento por mérito profissional concedido aos servidores públicos, realizado anualmente. Sua última edição foi em 2006. Em

    2012, o Servidor Nota 10 será novamente realizado, assim como o 4° Servifolia, bai-le de carnaval do servidor público e família, além da 13° Feira de Talentos.

    É o servidor público contemplado em todos os ângulos e valorizado por suas qualidades profissionais e artísticas.

    RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS, O RETORNO AO EQUILÍBRIO FISCAL

    O ano fiscal de 2011 no Pará foi de trabalho intenso em busca do reequilíbrio das contas públicas e, ao mesmo tempo, de delicada costura política de renego-ciação com os credores, em especial o governo federal. Era preciso equacionar o problema do desequilíbrio entre receitas e despesas e do descumprimento das metas de resultado primário, recuperar o crédito perdido, evitar a penalização do estado, continuar atendendo as demandas urgentes da sociedade e retomar os investimentos necessários.

    As negociações junto à Secretaria do Tesouro Nacional – STN ocuparam os pri-meiros meses do ano, tendo em vista os resultados negativos registrados em 2010 em relação às metas acordadas no Programa de Ajuste Fiscal – PAF. A avaliação contábil--financeira daquele ano atestava o descumprimento das metas de Resultado Primário, de Reforma do estado, do volume de Investimentos sobre a Receita Líquida Real (RLR) e, ainda, do compromisso de limitar gastos com outras despesas correntes.

    O descumprimento das metas pactuadas para 2010, no âmbito do PAF, levou o governo do estado a solicitar ao Ministro da Fazenda, em meados de 2011, a não aplicação das penalidades previstas em lei, apresentando argumentos fundamen-tados e comprometendo-se com o equilíbrio entre receitas e despesas, através da repactuação de metas no Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal – 2011-2013 e, ainda, com um rígido controle dos gastos públicos. Esperava assim reverter o quadro de desequilíbrio e de crescimento do custeio sem a devida proporcionali-dade aos investimentos realizados. Com os ajustes já adotados e os programados na gestão pública, o Pará voltará a crescer e se enquadrar nos indicadores do PAF.

    Os resultados a seguir demonstram como o governo do estado perseguiu e alcançou maior eficiência na gestão das receitas e das despesas públicas em 2011, tendo em vista o compromisso assumido e a necessidade de recolocar o Pará na rota do crescimento sustentável.

    A RECEITA ESTADUAL

    As ações efetivadas pelo governo estadual, no sentido de dinamizar a econo-mia do estado, têm trazido reflexo positivo no crescimento do PIB estadual, propi-

  • 34 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 35

    milhões oriundos de operações de crédito, que se deduzindo a Transferência ao FUNDEB, chega-se a uma Receita Líquida de R$ 13 bilhões. O desempenho dos principais itens da receita do estado está demonstrado no Gráfico 1:

    gráFico 1

    ESTADO DO PARÁ: EVOLUÇÃO DAS PRINCIPAIS RECEITAS - 2006/2011

    Fonte: Balancete Contábil (SIAFEM) em 26/01/2012 - 2011. Valores Provisórios a preços do IPCA médio anualNota: ICMS e IPVA com multas, Dívida Ativa e Incentivo Fiscal

    Dentre os principais itens da receita própria do estado, o ICMS e o IPVA apre-sentaram um crescimento real de 4,73 % e 10,46 % respectivamente, em relação a 2010. A evolução do desempenho do ICMS pode ser visualizado no Quadro 1, que demonstra a arrecadação desse tributo, diante do crescimento do PIB estadual, entre os anos de 2010 e 2011, evidenciando a eficiência do esforço de arrecadação própria do estado em 2011, tendo em vista que não houve elevação da carga tribu-tária referente a esse imposto.

    Quadro 1

    ESTADO DO PARÁ: ÍNDICE DE DESEMPENHO DA ARRECADAÇÃO – 2010-2011

    IndIcador Fórmularesultado 2010

    (%)

    resultado 2011

    (%)

    Nível de Arrecadação de ICMS em relação ao PIB estadual.

    Arrecadação de ICMS / PIB estadual a preços de mercado corrente

    7,71 7,94

    Fonte: SEFANota: (1) Valores provisórios de ICMS em dez/2011. (2) Valores de PIB estimados pelo IDESP em dez/2010, sujeitos à retificação

    Vale ressaltar que, o resultado positivo alcançado no desempenho do ICMS em 2011, decorreu, em grande medida, das ações de fiscalização nas áreas de fronteira, registrando um crescimento de 15,2% no número de Termos de Apre-

    ciando uma melhoria no volume de arrecadação tributária, muito embora aquém do necessário para o enfrentamento do desafio de reduzir a pobreza e as desigual-dades sociais existentes no Pará.

    Concorre negativamente para esse desempenho os efeitos da desoneração da tributação sobre as exportações paraenses, decorrentes da Lei Kandir, que anu-almente tem subtraído um volume expressivo de recursos oriundos do ICMS, prin-cipal fonte de receita no estado do Pará, cuja perda estimada até hoje é de R$ 14 bilhões, em valores constantes, o que corresponde à arrecadação estadual no período de um ano.

    A exploração mineral no Pará, principal atividade do setor industrial estadu-al, movimenta mais de US$ 10 bilhões por ano, contribuindo com cerca de 27% do total da produção mineral brasileira, o que coloca o Pará como o segundo maior produtor de minério do país, atrás apenas de Minas Gerais.

    Ocorre, no entanto, que a maior parte do minério extraído em território pa-raense é destinada à exportação. Como esta atividade está livre de impostos, pelo efeito da desoneração, muito pouco da riqueza extraída do subsolo do Pará é transformada em melhores condições de vida para a população local, além de in-viabilizar a criação de condições objetivas para a fiscalização com mais eficiência da atividade mineral em solo paraense.

    Para tentar corrigir essa distorção, o governo do estado encaminhou em 2011 à Assembléia Legislativa, em caráter de urgência, sendo aprovado por una-nimidade, o Projeto de Lei criando a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fisca-lização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Re-cursos Minerários (TFRM) e o Cadastro Estadual de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (CFRM). O projeto prevê a taxação de 3 UPF’s, por tonelada de minério extraído, o que propiciará por certo, um expressivo incremento na ar-recadação estadual.

    Esse potencial de arrecadação adicional permitirá a ampliação de ações e investimentos, impulsionando o desenvolvimento da economia do Pará, além de viabilizar ações de fiscalização e de controle desses recursos minerais, gerando riquezas em benefício da população paraense, mais autonomia ao governo no seu processo de intervenção e de transformação social, além de reduzir o nível de de-pendência de transferências voluntárias do governo federal.

    A receita total do estado do Pará em 2011, conforme dados provisórios, atin-giu o montante de R$ 14,7 bilhões, em valores correntes, dos quais R$ 8 bilhões referem-se à Receita Própria e R$ 6,2 bilhões à Receita Transferida, além de R$ 42

  • 36 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 37

    ensão lavrados em 2011 em relação a 2010, representando R$ 108,5 milhões de ICMS, acrescido das multas decorrentes, representando aumento de 85,4% no montante apurado em relação a 2010. Além disso, foram implementadas gran-des operações de fiscalização que também contribuíram para esse desempenho, como: Combustíveis em Marabá, Transporte Multimodal, Trânsito em Abaetetuba e Soure, Especiais nos Shoppings Center (dia dos namorados, dia das mães, dia das crianças, dia dos pais, círio e natal) e cobrança efetiva dos Obrigados de utili-zação do equipamento de emissão do Cupom Fiscal.

    Quanto à receita transferida, o principal desempenho decorreu do FPE, que cresceu 15,5%, em valores reais, quando comparado com o exercício anterior. Em contraponto, o IPI-Exportação apresentou desempenho negativo de 8,13%, decor-rente da queda do percentual de participação do Pará que caiu de 5,456606% em 2010 para 4,466880% em 2011, resultante da redefinição dos coeficientes de dis-tribuição aos estados da federação, conforme Decisão Normativa do Tribunal de Contas da União, tendo em vista a participação dos estados no volume das expor-tações brasileiras.

    Outro destaque no desempenho da receita própria do estado resultou da parceria com a Receita Federal do Brasil no intercâmbio de informações sobre doações patrimoniais das pessoas físicas, que permitiu o cruzamento de dados entre os cadastros dos dois entes, gerando uma arrecadação do Imposto de Trans-missão Causa Mortis e Doação - ITCD, de R$ 17,3 milhões em 2011, apresentando um crescimento real de 140,8% em relação ao arrecadado em 2010.

    Também apresentou resultado relevante no crescimento da arrecadação própria a recuperação dos recursos inscritos em Dívida Ativa, ação respaldada no diálogo e na orientação permanente junto aos contribuintes, o que resultou em uma arrecadação de R$ 133 milhões em 2011, em valores nominais, representan-do um acréscimo de R$ 57,6 milhões em relação arrecadado em 2010.

    A DESPESA ESTADUAL

    Diante do quadro de desequilíbrio das finanças estaduais em 2010, e do des-cumprimento das metas acordadas no âmbito do PAF, em especial a meta de Re-sultado Primário, a de limitação dos gastos de custeio e do nível de investimento, o governo do estado do Pará iniciou o exercício de 2011 com o firme propósito de retomar o equilíbrio fiscal entre receitas e despesas, condição imperativa de uma gestão pública responsável, inclusive pelos resultados, também negativos, em 2010, dos indicadores apurados com base na LRF.

    Em 2011, o governo do estado impôs limites e condicionantes à gestão das suas despesas, restringindo os gastos públicos à capacidade de arrecadação dos

    tributos no exercício e de acordo com a repactuação de metas no PAF para o perí-odo 2011-2013, acordadas com o Ministério da Fazenda.

    Por meio do Decreto nº 5, de 19 de janeiro de 2011, estabeleceu medidas de contingenciamento e de controle dos gastos públicos no âmbito da administração direta e indireta do estado, determinando, dentre outras medidas, a redução das despesas de custeio nos contratos de prestação de serviços e aquisições, em 20% do valor original atualizado, assim como de prestação de serviços de reprografia e impressão de documentos; redução do consumo de combustível em 30%; redu-ção de 20% nos gastos com telefonia fixa e móvel; e também de 20% no consumo de energia elétrica.

    As despesas com pessoal e encargos sociais foram condicionadas também à redução, com a suspensão da concessão e o pagamento de hora extra, a gratifi-cação de tempo integral, a redução em 20% da ocupação dos cargos comissiona-dos, entre outros procedimentos. Foi determinado também, sobrestar quaisquer novos investimentos, com exceção das áreas de educação, saúde e segurança pública, considerada áreas prioritárias de atuação governamental.

    Essas medidas possibilitaram ao governo do estado rever o perfil das suas despesas, principalmente as relativas ao custeio, que evoluíram de forma explosi-va nos últimos anos, sem guardar correlação direta com o ritmo dos investimen-tos realizados anualmente.

    Como resultado, a despesa total de 2011, incluindo todos os Poderes do es-tado, ficou em R$ 12,2 bilhões, em valores provisórios, que excluídos os recursos transferidos aos municípios constitucionalmente e as despesas com inativos e pensionistas, reduz-se para R$ 8,9 bilhões, que foram consumidos na manuten-ção da máquina pública, no pagamento da dívida pública e na realização de inves-timentos.

    Em 2011, as despesas de custeio do estado, representaram R$ 2,7 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões financiaram o custeio do Poder Executivo, representando um decréscimo em valores reais de 8,53% em relação a 2010. Ao excluírem-se os valores pagos em 2011 referentes ao custeio de exercícios anteriores, na ordem de R$ 165,9 milhões, a queda do custeio em 2011 foi mais acentuada, representando uma retração, quando comparado com a despesa de custeio realizada em 2010, de R$ 418 milhões em valores reais.

    O volume de gastos com Pessoal e Encargos Sociais de todos os poderes do estado ficou em R$ 6,8 bilhões, representando 54,63% do total das despesas do esta-do, incluindo os inativos e pensionistas, dos quais, R$ 161,4 milhões foram canaliza-dos ao pagamento de direitos de servidores não honrados em exercícios anteriores.

  • 38 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 39

    As despesas com Pessoal dos servidores ativos do exercício de 2011, incluin-do todos os Poderes do estado, foram de R$ 4,89 bilhões, representando R$ 547,7 milhões a mais do que o valor gasto no exercício anterior. Esse crescimento de-correu, no âmbito do Poder Executivo, do reajuste anual do salário mínimo; do rea-juste salarial do funcionalismo público; da implementação do PCCR da Educação; da antecipação de 30% do valor da diferença do piso nacional para o magistério básico; da atualização da gratificação de plantão e sobreaviso dos profissionais de saúde; do pagamento de vantagens retroativas devida aos servidores públicos; da admissão de servidores concursados (foram nomeados 4.578 servidores em 2011), prioritariamente para suprir as áreas prioritárias definidas pelo governo – educação, saúde e segurança pública, bem como a contratação emergencial de servidores temporários na área de educação.

    Com relação aos investimentos realizados em 2011 foram aplicados R$ 738,6 milhões (investimentos e inversão financeira), destinados a novas obras, retoma-da de obras paralisadas e aquisição de equipamentos, valor abaixo do que o go-verno pretendia inicialmente.

    Esse volume de investimentos decorreu do baixo ingresso de recursos de operações de crédito em 2011, resultado das restrições impostas pelo não cumpri-mento das metas do PAF em 2010, e da própria necessidade do governo estadual em reequilibrar as contas públicas e em dar vazão a despesas de exercícios ante-riores (DEA), no montante de R$ 463,5 milhões, dos quais R$ 361,8 milhões foram pagos pelo Poder Executivo.

    A necessidade do governo do estado de restabelecer a confiança junto ao funcionalismo público e a credibilidade junto aos fornecedores e prestadores de serviços, garantindo a manutenção do fornecimento de alguns serviços de caráter continuado, motivaram o governo do estado a canalizar esse volume expressivo de recursos para o pagamento de DEA, tendo vista que deixaram de compor o re-sultado final do exercício de 2010, no âmbito da administração pública estadual, despesas empenhadas e canceladas por insuficiência financeira, em montante superior a R$ 500 milhões.

    O desempenho das despesas estaduais, excluídas as transferências consti-tucionais aos municípios, está demonstrado no Gráfico 2:

    O CONTROLE DAS ATIVIDADES MINERAIS NO PARÁ PASSOU A SER TAXADO

  • 40 MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MENSAGEM DO GOVERNO DO PARÁ À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 41

    gráFico 2

    ESTADO DO PARÁ: EVOLUÇÃO DAS PRINCIPAIS DESPESAS - 2006/2011

    Fonte: Balancete Contábil (SIAFEM) em 26/01/2012 - 2011 Valores ProvisóriosNota: Em 2007 a 2010 nas rubricas Pessoal e Custeio foi feito ajuste referente aos inativos e Pensionistas, que naqueles anos compunham as despesas de Custeio(*) Excluídas as Transferências Constitucionais aos Municípios(**) Investimento e Inversão Financeira

    Intensificar as ações voltadas ao incremento da receita estadual, reavaliar e controlar as despesas públicas, retomar o equilíbrio fiscal sem comprometer as ações governamentais em prol da melhoria da qualidade de vida da população pa-raense, tornou-se imperioso e tornou-se diretriz governamental em todas as ações e medidas implementadas, ao longo do exercício de 2011.

    RESULTADOS FISCAIS

    A repactuação das metas fiscais no âmbito do PAF, para o período 2011-2013, traduzindo numericamente o compromisso de retomada do equilíbrio entre receitas e despesas, foi condicionante para a solicitação do governo do estado ao Ministério da Fazenda, para a não aplicação das penalidades previstas em lei, face o descumprimento das metas pactuadas para 2010.

    A partir desta repactuação, e após ação técnica e política do estado junto a União, o Pará obteve o perdão em despacho do Ministro da Fazenda, datado de 11 de outubro e publicado no Diário Oficial da União de 14 de outubro de 2011, sendo concedida a remissão de penalidade por meta não cumprida, tendo em vista as manifestações favoráveis da STN e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN.

    Para o cumprimento das novas metas acordadas no PAF, para o período 2011-2013 e pelo compromisso assumido de implementar uma gestão fiscal res-

    ponsável, conforme assinalado anteriormente, as áreas orçamentária e de execu-ção financeira do governo empreenderam um rigoroso controle de liberação do or-çamento e do fluxo de caixa do tesouro, para reverter o quadro resultante de 2010 e, ainda, contribuir para o cumprimento das medidas de controle das despesas públicas editadas no Decreto Governamental nº 5, de 2011, que objetivou, dentre outros direcionamentos, evitar a realização de despesas sem o devido lastro orça-mentário.

    Resultante desse esforço, os indicadores fiscais no encerramento de 2011 indicam o cumprimento das metas pactuadas no PAF, invertendo os resultados apurados em 2010, demonstrando o acerto das medidas implementadas e do mo-nitoramento realizado ao longo do exercício de 2011.

    Assim, o Resultado Primário, indicador que corresponde à diferença entre a receita líquida e as despesas não financeiras e registra a capacidade de pagamen-to do serviço da dívida pública estadual, apresenta valor positivo no fechamento de 2011, foi de R$ 811 milhões (resultado sujeito a ratificação da STN) para uma meta pactuada de R$ 51 milhões, indicando o alcance da meta em valor muito acima do previsto. Ressalte-se que, desse resultado, aproximadamente R$ 324 milhões referem-se a recursos oriundos de convênios junto ao governo federal e recursos oriundos do PAC, que não puderam ser executados por inúmeros problemas en-contrados nas prestações de contas de liberações realizadas até 31/12/2010; pelo rigoroso controle exercido sobre as despesas de custeio; e, também, pela inadim-plência imposta ao estado pelo governo federal, devido ao não cumprimento das metas do PAF 2010, causando imobilismo na execução dos investimentos previs-tos para serem executados com recursos de operações de crédito.

    Quanto ao indicador que mensura o desempenho da despesa total com Pes-soal, incluindo todos os Poderes do Estado e Órgãos Constitucionais Independen-tes, registrou em 2011 o percentual de 52,89% sobre a Receita Corrente Líquida – RCL, abaixo da meta limite de 60% (Tabela 1). Neste resultado, pela metodologia adotada no PAF, que considera as despesas com Pessoal de todos os poderes, não foram consideradas as despesas com Pessoal relativas a exercícios anteriores – DEA, pagas em 2011, as quais corresponderam a R$ 161,4 milhões, e que apesar de não contarem no limite de Pessoal, impactaram no fluxo de caixa do estado.

    Com relação à dívida financeira assumida pelo estado, a meta estabelecida é igual ou menor que 1, ficando o Pará bem abaixo do indicador previsto, com ape-nas 0,35 de comprometimento da Receita Líquida Real - RLR.

    O desempenho da Receita Própria em 2011, apurado no escopo do Progra-ma, foi de R$ 6,9 bilhões, superior em R$ 632 milhões ao registrado em 2010, cum-prindo em mais de R$ 98 milhões a meta pactuada.

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