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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Educação Curso de Pedagogia DISCUTINDO AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO Amanda Kamila da Silva Medeiros Natal | Rio Grande do Norte | 2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Educação

Curso de Pedagogia

DISCUTINDO AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O

ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO INSTRUMENTO DE

FORMAÇÃO

Amanda Kamila da Silva Medeiros

Natal | Rio Grande do Norte | 2016

Amanda Kamila da Silva Medeiros

DISCUTINDO AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O

ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO INSTRUMENTO DE

FORMAÇÃO

Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia do

Centro de Educação da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, como requisito parcial

para obtenção do grau de Pedagogo.

Orientadora I Prof.ª Dr.ª Kilza Fernanda Moreira

de Viveiros

Natal | Rio Grande do Norte | 2016

Amanda Kamila da Silva Medeiros

DISCUTINDO AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O ESTÁGIO

SUPERVISIONADO COMO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO

Artigo aprovado pelo Curso de Pedagogia da Universidade Federaldo Rio

Grande do Norte – UFRN, no semestre letivo 2016.2, como requisito parcial

para a obtenção da licenciatura em Pedagogia, pela BancaExaminadora abaixo

especificada.

Data da aprovação: _____ de _________ de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Orientadora I Prof.ª Dr.ª Kilza Fernanda Moreira de Viveiros

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

________________________________________________

Examinador | Prof.ª Dr.ª Maria da Paz Siqueira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

________________________________________________

Examinador | Prof.ª Dr.ª Deyse Karla Oliveira Martins

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Natal | Rio Grande do Norte | 2016

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................05

1. O estágio supervisionado..............................................................................08

1.1. Caracterizando a escola:................................................................08

2. O exercício do magistério............................................................................. 10

3. As Regências..............................................................................................12

3.1. 1º Regência: 26 de março de 2015.................................................12

3.2. 2ª Regência – 08 de abril de 2015..................................................14

3.3. 3ª Regência – 09 de abril de 2015..................................................16

3.4. 4ª Regência – 16 de abril de 2015...................................................17

3.5. 5ª Regência – 17 de abril de 2015...................................................19

3.6. 6ª Regência – 22 de abril de 2015..................................................20

3.7. 7ª Regência – 23 de abril de 2015..................................................22

3.8. 8ª Regência – 07 de maio de 2015..................................................25

3.9. 9ª Regência – 08 de maio de 2015.................................................25

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................25

REFERENCIAS.................................................................................................29

5

INTRODUÇÃO

Ao Falar em estágio supervisionado, muitos aspirantes a educadores

sentem um mix de sensações, alguns se animam, outros ficam ansiosos e

outros pensam ser coisa de outro mundo. A realidade é que assim como as

pessoas lidam diferente com tal assunto, também diferente é a maneira de

praticar a teoria vista em todo o curso de pedagogia, pois em cada sala

encontraremos cabeças que pensam, agem, sentem e aprendem cada um a

sua maneira, e ao seu tempo.

Essa temática vem sendo discutida desde o início da formação de

professores, onde segundo Pimenta (1995); as moças eram direcionadas para

serem professoras através do magistério, e como elemento de formação era

exigido a prática de ensino para a formação docente necessário nas escolas

primárias, nos dois tipos de escolas existentes: urbanas e rurais, onde tal

prática poderia ser aprendida através da observação e reprodução de bons

modelos, mais precisamente entre os anos 1930 e 1940.

Atreladoà escola, o magistério preparava suas alunas para serem mães

e esposas, seguindo a tradição que elas teriam que casar e ter filho, e então a

partir dos anos 50 quando a mulher começou a ter necessidade de trabalhar, a

prática foi ficando teórica, já que o futuro das alunas do magistério não era

prioritariamente o exercício da educação em sala de aula, então a prática de

estágio foi se distanciando do curso normal e se tornando uma prática

burocrática, visto que a teoria estava sendo desnecessária, já que o ensino

estava com uma nova população, exigindo uma nova prática dos educadores.

A partir de então surgem novas indagações acerca da prática docente

devido à insatisfação dos educadores, o que impulsionou uma nova proposta

sobre o assunto, perceberam que para o aperfeiçoamento do estágio, pensar

em “o que ensinar”, “como ensinar”, “para quem” e “para que ensinar”,

contribuía para o avanço da formação dos professores.

Acerca da concepção de teoria e prática, Pimenta (1995) afirma que:

A essência da atividade (prática) do professor é o

ensino-aprendizagem. Ou seja, é o conhecimento técnico

prático de como garantir que a aprendizagem se realize em

6

consequência da arte de ensinar. Envolve, portanto o

conhecimento do objetivo, o estabelecimento de finalidades e a

intervenção no objeto para que a realidade seja transformada ,

quanto realidade social. (PIMENTA, GARRIDO, 1995, pg. 61).

Isto é, a aprendizagem é compreendida de acordo coma realidade

histórico-social que o educador e o aluno se encontram,diante disso, surge a

necessidade de criar meios para que a aprendizagemocorra de fato, e assim

seja captada através da didática a ser aplicada na sala de aula, como

complementa:

A ciência que tem por objeto de estudo o ensino-

aprendizagem é a didática: ”Seu objeto consiste não apenas no

conhecimento da estrutura e funcionamento dos processos

reais de ensino-aprendizagem, isto é, dos processos que já

existem, mas também no estudo das possibilidades de

estruturação e funcionamento de novas possibilidades docente.

(PIMENTA, GARRIDO, 1995)

A pedagogia em sua prática tem como objetivo contribuir não só

para a formação como também para a humanização de pessoas, fazê-las

críticas e fruto da sua era, construindo assim o progresso e intelecto de uma

sociedade. Diante disso, podemos comprovar que em sua práxis, o estágio

supervisionado se faz indispensável para a preparação de professores

comoressalta Marx:

Práxis é atitude (teórico-prática) humana de transformação da natureza

e da sociedade. Não basta conhecer e interpretar o mundo (teórico); é preciso

transformá-lo (práxis).

(...) A doutrina materialista sobre a alteração das

circunstâncias e da educação esquece que as circunstâncias

são alteradas pelo homem, e que o próprio educador precisa

ser educado. (MARX, 1986)

Assim, visando o contato com a sensibilidade da sala de aula, que

foiomotivo o qual escolhi tal tema,para aplicá-la na prática corretamente quanto

pedagogos atuantes, começando a ser realizado durante o estágio

7

supervisionado, mostrando que aformação docente faz parte de um processo

de viver de forma criativa, gerando a reflexão a cada dia sobre sua prática para

assim, garantir a justiça na sociedade, tendo a certeza de que se está

educando para a transformação social.

O presente relatório realizado a partir da experiência de Estágio

Supervisionado no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte pretende apresentar e analisar essa que se tratou de uma das

primeiras práticas docentes que nós, alunos de pedagogia vivenciamos. O

estágiofoi desenvolvido durante três meses no período entre os dias 19 de

março e 08 de maio do ano de 2015, na disciplina Estágio Supervisionado de

Professores II, ministrada pela professora Dra. Soraneide Soares, este

realizado na Escola Estadual Presidente Café Filho, em uma turma de quarto

ano do Ensino Fundamental em Natal / RN, sob a observação da professora

tutora Maria Antônia Veloso Melo*.

Para poder ministrar as aulas nos apropriamos dos referenciais

teóricostrabalhados nas disciplinas abordadas ao decorrer do curso, como

didática, e os ensinos de português, matemática, história, geografia e ciências.

As atividades desenvolvidas foram elaboradas por nós juntamente com a

professora tutora da sala,Maria Antônia Veloso Melo, a qual nos direcionava a

respeito do que a turma estava estudando em cada disciplina através de uma

metodologia tradicional, visto como também a melhor forma de transmitir esse

conteúdo. Apesar das dificuldades, devido a não existir um processo contínuo

de planejamento, como a cada aula iniciávamos e concluíamos um novo ciclo,

e já próxima aula outro conteúdo seria trabalhado, buscamos durante as

regências trazer as atividades voltadas para a realidade dos alunos juntamente

com o conteúdo a ser estudado, pois quando o aluno se sente engajado para

expor suas ideias, e se sente inserido no meio, facilita o processo de

aprendizagem, como afirma segundo Gadotti:

O educador para pôr em prática o diálogo, não deve

colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes,

colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo

que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais

importante: o da vida (GADOTTI, 1999, p. 2).

8

1. O estágio supervisionado

1.1. Caracterizando a escola:

A Escola Estadual Presidente Café Filho, localizada no sétimo Batalhão

de Engenharia e Combate, no Bairro de Nova Descoberta, a escolha da escola

se deu pelo fato da mesma se localizar bem próxima à Universidade o que

facilitava a locomoção para a prática do estágio. A instituição funciona nos

turnos manhã e tarde com turmas do primeiro ao quinto ano do Ensino

Fundamental I, pela manhã: primeiro,segundoe terceiro ano e pela tarde:

quarto e quinto ano.

O espaço físico da escola é bem pequeno restrito deixando bastante a

desejar, conta com: quatro salas de aula, uma sala de informática (com apenas

nove computadores funcionando), uma sala de recursos multifuncionais, uma

sala para direção na qual também funcionam coordenação, secretaria da

escola e sala dos professores, uma cozinha, um pátio, um bebedouro para os

alunos, dois banheiros para cada sexo, um banheiro para professores, o

parque para as crianças brincarem encontra-se quebrado, e não há sala para

professores.

As salas de aula, além de serem bem pequenas, são escuras e com

pouca ventilação, na qual realizamos o nosso estágio era um espaço minúsculo

para comportar 36 crianças, as mesmas só poderiam de sentar agrupadas, não

havia espaço mínimo para andar em sala, o espaço entre a quarta e a primeira

carteira era de um corpo, não há se quer birô pra a professora, tudo isso

influenciava a turma, porque eles tinham que estar todo tempo sentados e

qualquer barulhinho atrapalhava muito, após o intervelo era um caus, os alunos

ficavam muito agitados e com dificuldade de concentração.

A turma do terceiro ano A vespertino era bem heterônima em vários

aspectos, o que fez escolhermos ela como um desafio para ser cumprido,

como também era a única sala disponível no horário, além do grande número

de alunos (36) destes, com três alunos tem laudo de alguma deficiência: um

cadeirante, um autista e um com psicopatia.

A sala era dividia em dois grupos (não fisicamente), porque ainda havia

alunos no processo de alfabetização. O primeiro grupo composto por oito

crianças estas no processo de alfabetização estes que usam material didático

9

do primeiro ano, eles realizam a maioria das atividades diferentes do resto da

turma. O grupo dois composto pelo resto da turma (24 alunos) e fazem

realmente as atividades do quarto ano. A relação professor-aluno era bastante

humana, e o conhecimento era transmitido de forma continuada e metódica, de

maneira que as condições da sala e da escola também não colaboravam para

uma maneira mais dinâmica de haver essa troca de informações, os materiais

usados pela professora eram o caderno, os livros didáticos, a turma

respondendo atividades individualmente e também no quadro, mas sempre

havendo comunicação e clareza entre ambas as partes, o que é importante

para a formação do aluno como destaca FREIRE:

Se o educador é o que sabe, se os educandos são os

que nada sabem, cabe àquele dar, entregar, levar, transmitir o

seu saber aos segundos. Saber que deixa de ser de

“experiência feito” para ser de experiência narrada ou

transmitida. [...] Não é de estranhar, pois, que nesta visão

‘bancária’ da educação, os homens sejam vistos como seres

da adaptação, do ajustamento (FREIRE, 1981, p.68).

Como já também dito espaço da sala de aula é muito pequeno para a

quantidade de alunos, não havia a possibilidade das crianças sentarem

individualmente, eles eram agrupados em grupos de seis, o que aumentava a

conversa em sala, mas que era a forma mais viável de lecionar na sala de aula,

os alunos mal andam em sala, e o aluno cadeirante entra em sala e fica

somente na sua mesa, tendo um espaço de dois passos entre a cadeira e porta

da sala.

10

2.O exercício do magistério

No dia 19 de março de 2015 aconteceu o primeiro contato com a turma,

em que fomos realizar a primeira observação, na turma do quarto ano “A”, uma

turma bastante heterogênea.estávamos um pouco apreensivas e ansiosas com

o que viria logo a frente, pois era algo novo para todas e carregávamos uma

responsabilidade muito grande, o de exercer com excelência o papel de

educadoras, desafio este que IMBERNÓN ressalta:

O contexto em que trabalha o magistério tornou-se

complexo e diversificado. Hoje, a profissão já não é mais a

transmissão do conhecimento acadêmico ou a transformação

do conhecimento comum do aluno em um conhecimento

acadêmico. A profissão exerce outras funções; motivação, luta

contra a exclusão social, participação, animação de grupos,

relação com estruturas sociais, com a comunidade. E é claro

que tudo isso requer uma nova formação inicial e permanente

(IMBERNÓN, 2006, p. 14).

Durante a nossa regência, na maioria dos momentos, a professora Maria

aproveitava e dedicava seu tempo a esses oito alunos que estão aprendendo a

ler, o que segundo ela foi muito bom, porque desse modo conseguia adiantar o

conteúdo para os alunos mais atrasados,que ela devido à demanda e ao

desnivelamento da turma não conseguia concluir no dia-dia com eles.

Nesse primeiro dia de observação, ajudamos a todo o momento a

professora, nos dois primeiros horários de Ensino de Matemática foi realizado a

correção coletiva (em que ela perguntava a um aluno uma questão, chamava

outro para responder no quadro) com a turma de atividades do livro didático, os

alunos se mostraram bastante participativos, mesmo os que não tinham feito a

atividade após a correção a professora passou mais duas páginas de atividade

para serem realizadas naquele momento e ao final também fez correção

coletiva.

Enquanto o grupo dois fazia e corrigia a atividade de Matemática os

alunos do grupo um, realizavam as atividades de linguagem no livro do primeiro

ano, observamos que, eles demoravam muito a fazerem, a professora

11

orientava por diversas vezes, mas eles se dispersavam muito fácil, se distraíam

olhando o que o resto da turma fazia. Percebemos o quanto este trabalho era

difícil, que a professora queria muito ajudá-los, tentava ao máximo se dedicar a

eles.

A Professora Maria Antônia nos comunicou que o planejamento teria que

ser elaborado de acordo com as matérias as quais estavam no horário dos

alunos, a partir daí começamos a estudar, pesquisar atividades e elaborar o

que seria feito no dia da nossa regência durante a semana.

12

3. As Regências

3.1. 1º Regência: 26 de março de 2015

Como já mencionado tínhamos que seguir a rotina da turma (os horários

de cada disciplina) e o conteúdo que eles estavam estudando, então neste

primeiro dia, ficamos responsáveis pelos dois primeiros horários de

Matemática, um de História do Rio Grande do Norte e um de Educação Física.

Com minha dupla fizemos um “planejamento” do que poderia ser

elaborado durante a semana que antecedia a aula, fizemos pesquisas,

procuramos e criamos atividades relacionadas ao conteúdo que já era

trabalhado inicialmente com a professora Maria Antônia para enfim podermos

iniciar e dar seguimento as regência, já que a própria professora não tinha um

momento conosco para elaborar as aulas.

Então, no primeiro dia realizamos com a turma uma jogo matemático,

“Jogo do Ganha”, o qual trabalha com notas falsas de dinheiro objetivamos

trabalhar decomposição e números decimais, fomos na instituição no dia

anterior deixar para cada aluno três folhas contendo dez notas (de 1, de 10 e

de 100) para que e casa eles recortassem e já trouxessem prontos,

economizando o nosso tempo para o outro diz. Assim eles fizeram, inicialmente

em sala apresentamos o jogo, fizemos juntamente com eles as regras do jogo,

estas escrita no quadro para visualização entendimento de todos, eles fizeram

questão de copiar as regras, alegando que queriam jogar em casa depois,

estavam bem empolgados.

REGRAS DO JOGO DO GANHA

1. Deve-se reunir em grupos de no máximo seis alunos;

2. Cada grupo receberá dois dados de 1 a 6. Cada aluno terá 10

notas de 1, de 10 e de 100;

3. O grupo deve decidir quem começa o jogo e a ordem para jogar;

4. O primeiro jogador joga os 2 dados e soma o valor retirado;

5. Retira do seu dinheiro o valor dessa soma;

6. Deve-se procurar trocar as notas menores pelas maiores;

7. Vence quem terminar o jogo em 5 rodadas com menor número

de notas possíveis.

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Logo depois, partimos para o jogo, a maioria dos alunos tinham perdido

algumas notas, então no lugar de jogar com dez de cada valor, modificamos

para oito notas de cada, o jogo durou cerca de quarenta minutos, este foi um

momento muito difícil, pois nos ficamos tentando orienta-los passando de grupo

em grupo, mas o barulho estava muito forte devido a empolgação do jogo e ao

tamanhão dos grupos (grupo de seis alunos e dois de oito alunos)e a aluna

autista e o aluno cadeirante (com hidrocefalia) ficaram bem atordoados, a

autista começou a gritar e foi bem frustrante para nos. O jogo em si também

não deu muito certo, pelo fato de termos tirados duas notas de cada, a

sequência não dava certo.

Em seguida, realizamos uma atividade e problematizações sobre o jogo,

em que cada aluno copiou a atividade do quadro e juntos fizemos, foi um

momento muito bom de trocas.

PROBLEMATIZAÇÕES A PARTIR DO JOGO DO GANHA:

1) O grupo 3 ganhou 3 notas de 10 e mais 4 notas de um. Quanto

esse grupo ganhou ao todo?

R. 10+10+10= 30 / 1+1+1+1= 4 / 30+4= 34

2) Já o grupo 4 ganhou 6 notas e 1 e 4 notas de 10. Quanto o ele

ganhou ao todo?

R. 1+1+1+1+1+1=6 /10+10+10+10=40 / 40+6= 46

3) Qual dos 2 grupos ganhou mais? Quanto a mais? Mostrar como

pensaste para resolver a questão.

R. O grupo 4, e 46-34= 12 esta é a diferença a mais do grupo 4.

4) O grupo 5, depois da 3ª rodada, ficou com 4 notas de 1. Quanto

ele precisa tirar, no mínimo, nos dado para conseguir mais 1 nota de 10? De

que maneira podem cair os dados para esse total?

R. Grupo 5, 3ª Rodada = 4, ele precisa então tirar 6. Ele pode tirar 3 e 3

ou 4 e 2.

5) O grupo 1, depois da 2ª rodada, ficou com 8 notas de 1. Ele

conseguirá, na próxima rodada 1 nota de 10? Por que?

R. Sim, porque se joga com dois dados então, ele pode no mínimo tirar

2 é o número necessário para conseguir 1 nota de 10.

6) O grupo 2 depois da segunda rodada, ficou com 5 notas de um.

14

Ele tem boas chances de conseguir 1 nota de 10 na próxima rodada? Por

que?

R. Sim, ele tem boas chances já que precisa tirar pelo menos 5 em dois

dados.

Após o intervalo, demos aula de História do Rio Grande do Norte, em

que buscamos da sequência ao que a professora tinha ministrado na quinta-

feira anterior, trouxemos então um pouco mais sobre os índios no Rio Grande

do Norte, retomando o que tinha sido na aula anterior e trabalhando com eles

as heranças que esses índios Potiguaras e Tapuias deixaram nas nossas

vidas, conversamos então sobre as comidas, os objetos de barro, nossas frutas

e nossos hábitos, após a leitura coletiva do texto que levamos para a sala de

aula “Sobre os Índios Potiguaras”, que discorreu sobre sua cultura, seus

costumes e sua alimentação para facilitar a socialização entre nossos

costumes e os deles herdados para os alunos.

Por fim, demos aula de Educação Física, em que fomos para duas

quadras do exército fora da área da escola, e demos continuidade ao

campeonato semestral que a turma estava fazendo, de queimada e de futebol.

3.2.2ª Regência – 08 de abril de 2015

Neste dia, demos aula de Língua Portuguesa e Ciências, seguindo o

conteúdo da turma, em Língua Portuguesa, trabalhamos os substantivos

(próprio, comum e coletivo), inicialmente partimos dos conhecimentos prévios

deles, o que eles já sabiam sobre substantivos, e formos juntamente

conceituando cara um, para ficar mais fácil o aprendizado do conteúdo levamos

diferentes objetos, já que segundo a teoria, sempre nos ensina trazer para sala

o concreto e facilita o aprendizado, então levamos boneca, caixa de remédio,

figura de cidades, fotos de bandas, pessoa famosa, caixa de coleção e eles

iam identificando qual tipo de substantivo se adequava cada coisa.

Em seguida, realizamos um ditado com a turma que ao final eles tinham

que fazer um quadro e colocar em que cada palavra se encaixava de acordo

com o substantivo (próprio, comum, coletivo). O grupo um enquanto realizamos

15

essa atividade estavam sentados em grupo com a professora Melissa, fazendo

outras atividades.

Após o intervalo, ministramos a aula de ensino de Ciências abordando o

conteúdo “alimentação” voltado para a pirâmide alimentar, conteúdo que a

professoravinha trabalhando com eles, já tinha realizado uma pirâmide com a

turma e nessa aula daríamos continuidade ao tema, em que começamos aula

os indagando se eles sabiam o que era uma pirâmide alimentar, como era

composta uma pirâmide alimentar, se eles se alimentavam de acordo com a

pirâmide, esse tipo de problematizações.

Este foi o modelo da pirâmide que levamos para a sala de aula.

Fomos então montar uma pirâmide coletiva no quadro, sempre

trabalhamos com o quadro porque devido ao pouco espaço da sala ele era o

único meio que dava para toda a turma visualizar e obter mais a atenção deles,

mas procuramos sempre dinamizar esse trabalho, não só copiar, mas

buscando sempre aproximá-los desse quadro, então imprimimos umas folha

grande com a pirâmide e passamos de carteira em carteira para eles a

analisarem a imagem.

Dando continuidade, a montagem da pirâmide para ver o nível de

conhecimento deles, chamamos diversos alunos e cada um ia fazendo um

andar da pirâmide no quadro, os alimentos que tinham em cada um, foi um

momento riquíssimo, vimos o quanto eles já sabiam sobre o conteúdo e tiveram

uma excelente participação em sala.

16

Em seguida, foi o momento de cada um elaborar a um cardápio para si

próprio com alimentos que eles consideravam apropriados e que iam de acordo

com a proposta da pirâmide e uma comida balanceada e completa para comer

nas três principais refeições do dia.

Cada aluno tinha que fazer dois pratos por refeição, e tivemos em média

um resultado agradável, pois muitos deles sabiam a importância dos alimentos

e também balanceá-los durante a semana, por exemplo, muitos relataram que

teriam que comer cuscuz no café, arroz, batata, feijão e frango no almoço, sopa

e pão no jantar e chocolate só no final de semana; eles se empolgaram tanto

que além de escrever os alimentos desenharam o prato com a comida de cada

refeição feita, o que nos deixou bastante satisfeitas.

3.3. 3ª Regência – 09 de abril de 2015

Durante a terceira regência, demos aula somente de matemática porque

como estavam se aproximando as provas a professora pediu para que depois

do intervalo fosse aplicado com eles uma espécie de simulado, então neste dia

eles não tiveram aula nem de História do Rio Grande do Norte nem Educação

Física.

Começamos a tarde realizando a correção de uma atividade do livro

didático de Matemática (colocar página e assunto).

Em seguida realizamos com a turma uma atividade de revisão do

conteúdo “ordem numérica”, como solicitado pela professora, fizemos então

uma lista de exercícios, cada aluno fez individualmente sua lista e em seguida

compartilhando as respostas.

Naquela sala atividades individuais e sem barulho funcionam melhor,

não era legal fazer atividades muito dinâmicas, como o jogo do ganha que foi

realizado na primeira regência, porque o espaço é pequeno eles já sentam em

um grupo grande, qualquer coisa é motivo para conversas paralelas, o barulho

fica muito alto e acaba que os alunos reclamam de dores de cabeça, a aluna

altista quer logo sair da sala e andar pela escola, a criança com psicopatia

trata mal a todos, então ficava muito difícil para nós fazermos essas atividades

mais dinâmicas, procuramos em diante fazer atividades mais individuais, claro

que sempre problematizando com todos e compartilhando.

17

Após o intervalo a professora Maria Antônia realizou com eles um

simulado em que nós ficamos auxiliando ela, mais uma vez reiterando a

metodologia tradicional usada na escola, em que os alunos são submetidos a

atividades que os avaliavam por meio de nota, mas a escola não tem estrutura

suficiente para transferir tantos conhecimentos para todos, assim como não os

asseguram que estejam absorvendo tal aprendizagem.

3.4.4ª Regência – 16 de abril de 2015

Essa tarde foi bastanteproveitosa, eu diria que nossa melhor regência,

devido a sensação de realização que nos foi gerada, como já dito, os

conteúdos não tinham muito uma sequência, de uma aula para outra íamos

fazendo o que a professora tutora nos sugeria, naquele dia lecionamos aula de

Língua Portuguesa e Matemática.

Em Língua Portuguesa o conteúdo ministrado foi pronomes pessoais,

perguntamos o que eles sabiam sobre pronomes, e fomos junto com eles

elencando a primeira, segunda e terceira pessoa do singular e plural, logo

depois, conceituamos os que seriam esses substantivos, como seriam

utilizados, não trazendo o conceito e respostas prontas, mas, fazendo junto a

eles, de acordo com o que eles já sabiam e iam sistematizando no

pensamento. Em seguida, passamos uma atividade de duas questões, que

eles copiaram no caderno e ao final corrigimos coletivamente.

Após o intervalo foi aula de Matemática, e o conteúdo trabalhado foi

sólidos geométricos, em um primeiro momento trouxemos objetos reais ou

imagens com formas geométricas diferentes e fomos lembrando as

características de cada um deles: quais podem rolar? Por que alguns não

rolam? Com que esses sólidos geométricos de parecem? Qual a diferença

entre sólidos geométricos e figuras geométricas? Estes foram nossas

problematizações iniciais.

No segundo momento foi dito a eles qual seria nossa proposta:

confeccionar com turma o livro dos sólidos geométricos,assim como esse que

podemos visualizar na imagem abaixo, em que teria uma apresentação e cada

aluno teria sua página destinada a um sólido. Então fomos todo fazer a

apresentação do livro. Formamos um breve textinho, com o conceito de sólido

18

geométrico e suas características, eles participam bastante e estavam

empolgados com o que viria a seguir.

Legenda | Apresentação do livro dos sólidos geométricos.

No terceiro momento distribuímos para cada aluno a planificação de um

sólido geométrico,eles teriam que pintar a seu critério e montar o sólido, como

está exposto nas figuras abaixo, todos feito em um tamanho médio e em

material de cartolina, eles fizeram tudo isso e o tempo deu certinho até o final

recolhemos os sólidos montados para darmos continuidade a essa aula no dia

seguinte.

19

Legenda | Algumas das planificações entregue aos alunos.

3.5. 5ª Regência – 17 de abril de 2015

Dando continuidade a aula anterior sobre os sólidos geométricos,

entregamos novamente a cada aluno o seu sólido geométrico, e agora eles

teriam que analisar sua planificação e escrevendo em uma folha informações

sobre o seu sólido como o nome da figura, as características dessa figura, com

que essa figura se parece, o número de vértices, numero de faces e o numero

de arestas, e por fim reproduzir a figura através de um desenho na folha, isso

que iria compor o livro dos sólidos, ao final compartilhamos, cada figura, como

na ilustração a seguir, conhecemos as características de cada uma, a aula

ficou tão legal que durou atéapós o intervalo, tomando o tempo de outro

horário.

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Legenda | Algumas das atividades realizadas referentes a analise dos sólidos

geométricos.

No último horário fomos para a Educação Física, esta aula fica mais a

comando da professora Maria Antônia, nós apenas auxiliávamos ela, porque

desde o início do ano estava acontecendo com eles um campeonato de

queimada e futebol, nós então nos dividamos, uma ficava na queimada e outra

no futebol ajudando as crianças e observando questões de regras.

3.6. - 6ª Regência – 22 de abril de 2015.

Neste dia, cumprimos o nosso expediente, todavia não demos aula, pois

aconteceu na escola Estadual Café Filho, como mostra as fotos abaixo, uma

atividade com o exército durante toda à tarde, a qual acontece uma vez ao ano

com os soldados que prestam serviços ao Haiti e quando vem, realizam essa

ação na escola.

São feitas dinâmicas, brincadeiras, oficinas, inicialmente nós ajudamos

eles, assim como a professora estávamos participando, ficamos responsáveis

pela oficina de origamis, ajudando as crianças nas dobraduras, pois muitas

ainda sentiam dificuldades.

21

Legenda | Turma do 4º ano durante as atividades com o exercito.

Em seguida, fomos com a professora para uma reunião pedagógica que

se realizou entre os professores, a coordenação e a direção da escola para a

definição das avaliações como também da festa das mães que se realizaria na

semana seguinte. Este foi um momento bem legal, participar um pouco mais da

escola nos fez sentir realmente professoras daquele local, nos colocamos

durante a reunião, todos nos acolheram de uma forma maravilhosa, ouvimos as

dificuldades dos outros professores.

Em que, por exemplo, uma das pautas foi sobre o número de Xerox de

cada professor, que eram em média de 4 atividades por mês, mas que os

professores do quinto ano não tinham nenhum livro didático, então era difícil

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esse número bem registro, sem nenhum dos livros, eles estavam então

procurando naquele momento soluções para aquele problema que acabou se

conseguindo, conseguiram doações de livros didáticos de outras escolas ( mas

até irmos embora não tinham chegado ainda esses livros), o que nos fez

perceber que a escola não dispunha de condições para efetuar até o seu

planejamento, pois os professores não tinham acesso nem aos materiais

necessários, lecionavam com o que conseguiam, do jeito que desse, ou seja,

na teoria havia um planejamento, mas para colocá-lo em prática do jeito

estimado era bem difícil.

Na reunião acabou sendo definindo que as avaliações ocorreriam na

semana seguinte de segunda-feira a quinta-feira até o momento do

intervalo e depois ou seria realizado em sala uma atividade artística para

a turma descansar um pouco a mente, ou então se faria revisões para a

prova do dia seguinte, as crianças só não poderiam ser liberadas.

Também ficou definido o formato da festa das mães que aconteceria na

outra sexta-feira no horário da própria aula, e que inicialmente se faria um coral

com um dos professores que é musico mais algumas crianças de cada sala,

em seguida cada professor deveria fazer uma oficina em sala, e cada mãe

passaria pelas três oficinas, também se teria sorteio de brindes e a festa

finalizaria com lanche.

3.7. 7ª Regência – 23 de abril de 2015

Como as atividades avaliativas já seriam na semana seguinte, neste dia

fizemos uma atividade de revisão em Matemática, de acordo com o conteúdo

que professora tinha nos repassado que estaria na atividade avaliativa:

números romanos, escrita por extenso, decomposição, ordem e classe

numérica, dinheiro, dobro e triplo, operações de mais e menos, assim então

elaboramos a seguinte atividade:

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Legenda | Atividade de revisão elaborada.

Observamos que de um modo geral as crianças não tiveram dificuldade

na realização da atividade, uma ou outra questão eles se confundiam mais por

interpretação e agora os alunos que ainda estavam em processo de

alfabetização conseguiram apenas fazer uma ou duas questões mesmo assim

muito mal, já que a maioria ainda nem ler (apesar de termos lido todas as

questões antes deles fazerem), mas a professora disse que eles teriam que

participar dessa atividade porque na semana seguinte fariam avaliação

igualmente com a turma.

Após o intervalo, corrigimos com todos os alunos a atividade, que foi

levada para casa pelos mesmos com o objetivo de estudarem no final de

semana com ela para a prova. Logo em seguida, ministramos aula de História

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do Rio Grande do Norte, aula este que tinha sido planejada para o dia 17 de

abril de 2015, mas como não aconteceu a utilizamos neste momento.

Trabalhamos com eles sobre a cidade do Natal, ontem e hoje, levamos

cerca de 6 imagens da nossa cidade no passado e nos dias atuais, colamos

todas no quadro e fomos analisando uma a uma para perceber o que mudou, e

o porque que mudou. Após essas problematizações iniciais foi bem legal, eles

comentavam: “Ah professora, já passei por ai”, “Essa ponte eu já vi”, os que

são moradores da vila de Ponta Negra adoraram ver a diferença do morro do

careca, os que são do interior puderam conhecer mais nossa cidade.

Logo em seguida, sugerimos a eles, que cada um escolhesse uma figura

do ontem e hoje, e após fosse reproduzido através de desenhos, foi ótimo, os

desenhos ficaram lindos, como podemos ver a seguir:

Legenda| Algumas das reproduções da crianças de Natal ontem e Natal hoje.

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3.8. 8ª Regência – 07 de maio de 2015

Este foi o último dia de prova deles, eles realizaram então até o

momento do intervalo prova de ciências, e nós ficamos em sala ajudando a

professora Maria Antônia* na aplicação desta, também corrigindo algumas

avaliações dos dias anteriores.

Na escola, o uso dessas avaliações é feito para classificar o nível de

aprendizagem do aluno, não recorrem a um meio de fazer com que o conteúdo

seja captado por eles através de instrumentos variados, a avaliação para ter

um saldo positivo, no lugar de ser feita para classificar os alunos, precisa ser

usada com a finalidade de fazê-los avançarem intelectualmente e não dividir os

que sabem mais dos que tem dificuldade para aprender.

Realizamos com eles a aula de Educação Física que neste dia ficou ao

nosso comando, então levamos para uma das quadras o jogo de bandeirinha, e

na outra o circuitoque se concretizou com cordas, bambolês, corridas e cones,e

nos dividimos uma em cada quadra. As crianças adoraram, muitas nem

conheciam o que era bandeirinha, brincaram bastante e professora Maria

Antônia estava a todo tempo nos auxiliando.

3.9. 9ª Regência – 08 de maio de 2015

Festa das mães, neste tarde foi o nosso último dia, se realizou

literalmente em festa, acontecia à comemoração do dia das mães, não foi

ministrada aula propriamente dita, mas elaboramos juntamente com a

professora Maria Antôniaa oficina daquela turma, que seria de culinária para as

mães.

A escolha por culinária sedeu pelos alunos estarem trabalhando com

alimentação saudável em ensino de Ciências na sala de aula, então a proposta

foi de fazer uma salada de frutas com as mães e os filhos, e falamos da

importância de comer frutas, que as crianças gostam sim de frutas, porem só

levavam biscoito, pipoca para o intervalo acabou sendo então um momento de

conscientização. Desse modo nos despedimos da escola, com o sentimento de

dever cumprido em uma sala tão diversa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio supervisionado tem como objetivo vivenciar processos de

pesquisa e ensino na escola, a fim de que os alunos desenvolvam condições e

convicções que proporcionem uma continuidade a nossa formação, construindo

conhecimentos, habilidades e atitudes referentes a profissão docente.

As regências realizadas na turma de quarto ano do Ensino Fundamental

na Escola Estadual Presidente Café Filho promoveu uma aprendizagem

enriquecedora e desafiadora, pude muito mais do que ensinar aquele alunos,

mas aprender com eles, observar concretamente o processo de ensino e

aprendizagem dos sujeitos é sem dúvida encantador.

No decorrer das aulas identificamos alguns fatores que dificultavam

nossa prática pedagógica, um deles foi a falta de planejamento, pois

juntamente com minha dupla organizávamos o conteúdo a ser trabalhado, em

sintonia com a professora, mas não houve um momento específico para isso,

na realidade se tornou mais uma conversa em que ficávamos a mercê do que

se podia ser trabalhado na semana da regência, como a professora nos

encaminhava, já que não podíamos criar um próprio planejamento exclusivo de

acordo apenas com as aulas que íamos ministrar, em média uma vez por

semana, era preciso seguir o horário passado para os alunos e o conteúdo o

qual estivessem trabalhando, o que não nos ajudava muito, e isso nos fez notar

a importância de se ter um planejamento em sala de aula como uma

ferramenta fundamental na organização profissional, pois a partir do momento

em que uma aula, um bimestre é planejado, a aula se torna mais flexível e o

trabalho mais fácil de administrar, desse modo rendendo mais, como

estudamos isso na disciplina de planejamento e instituições avaliativas.

Outro déficit que identificamos também foi quanto aos alunos especiais

na sala de aula, sendo um aluno cadeirante, outra autista e outro com

psicopatia, e além da sala de aula ser estruturalmente incorreta principalmente

por ter um número de alunos excessivo, nenhum desses alunos tinham um

auxiliar para orientá-los.A transformação do espaço físico, portanto, é um dos

desafios a superar, para o aluno cadeirante faltava mobilidade suficiente para

que ele transitasse na escola com independência, para a aluna autista faltava

uma auxiliar exclusiva para ela, além de que também não se tinha uma

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planejamento para ela, sua ida a escola era meramente a passeio, pois a sua

frequência era instável e os dias que se encontrava presente não realizava

atividades com os outros alunos. Já o aluno com psicopatia era bastante

agressivo e introspectivo, e além de não querer realizar as tarefas, dispersava

os outros alunos o que dificultava a elaboração de algumas atividades. Para

ostrês casos discorridos, a escola não dispunha de nenhum auxilio psicológico

e psicopedagógico para tentar apaziguar os tipos de situações que aconteciam

diariamente, o que também nos gerou uma autorreflexão de que o ato de

educar acontece em e além da sala de aula para qualquer tipo de aluno.

Torna-se indispensável a partir destas informações sólidas, provar

situações do cotidiano, questões práticas e constituintes do dia a dia do

trabalho docente. Essas conjunturas podem ser visivelmente vivenciadas por

meio da efetivação do estágio supervisionado.

Conhecer de perto a realidade da escola, a oportunidade de ter a sala de

aula ao seu controle chega inicialmente a dar um frio na barriga, um

temor,afora dessas questões há também a falta de experiência em sala,

articulação entre teoria e prática, exposição didática, que são aspectos

apontados como dificuldades, mas que representam um processo ainda em

desenvolvimento visto que ainda estamos aprendendo estes instrumentos na

formação. A responsabilidade de transmitir os conteúdos e sentir na prática,

como se sente um professor em situações reais, nos mostrou a importância de

buscar sempre ser um bom educador.

Observar e passar a fazer parte da realidade do Ensino Fundamental

Estadual na prática, o que é de grande importância para a formação docente,

foi enriquecedor,já que é umas das áreas de atuação do professor.Foi

vivenciado na prática as dificuldades diárias que os professores lidam com a

defasagem do material, a falta total de uma estrutura mínima de sala de aula, o

número exagerado de alunos por sala, a falta de auxílio para se trabalhar com

três alunos com deficiências.

Foi muito importante o despertar do espírito de criar métodos de tornar

as aulas mais interessantes, conhecer o material que é utilizado no Ensino

Fundamental, e buscar de alguma maneira trazer conhecimentos novos e de

forma atrativa para os alunos diante de toda a dificuldade com aquela sala de

aula.

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Sem dúvida foi um grande desafio e ao final um sentimento de dever

cumprido de ter lecionado em uma sala de aula tão atípica e heterogênea,

percebendo que era possível dar aula para eles sem deixar defasagem no

conteúdo e na prática em sala de aula, onde era necessário uma maior vontade

e disposição.

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REFERÊNCIAS

PIMENTA; SELMA. O estágio na formação de professores: Unidade entre

teoria e prática? São Paulo. Agosto, 1995.

MARX; ENGELS. A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1986.

GADOTTI, MOACIR. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo, 1999.

IMBERNÓN, FRANCISCO. Formação Docente e Profissional. São Paulo:

Cortez, 2006

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1981.