disciplina: planejamento e gestão dos recursos hídricos

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Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos Prof. Dr. Hugo Alexandre Soares Guedes Pelotas, 2019.

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Page 1: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos

Hídricos

Prof. Dr. Hugo Alexandre Soares Guedes

Pelotas, 2019.

Page 2: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Água x Recursos Hídricos

❖ O termo água refere-se, via de regra, ao elemento natural, desvinculado de

qualquer uso ou utilização;

❖ Por sua vez, o termo recurso hídrico é a consideração da água como bem

econômico, passível de utilização com tal fim;

❖ Quando há abundância de água, ela pode ser tratada como bem livre, sem

valor econômico, entretanto, com o crescimento da demanda começam a

surgir conflitos entre usos e usuários da água que passa a ser escassa,

precisando, então ser gerida como bem econômico;

Page 3: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Escassez Quantitativa

Page 4: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Escassez Qualitativa

Page 5: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Gestão dos RH

❖ Utilização de um conjunto de medidas estruturais (barragens, canais, adutoras

etc.) e não estruturais (leis, regulamentos, decretos, instituições, taxas etc.)

que permite o uso benéfico da água pela sociedade e pelo meio natural;

❖ Equilíbrio entre Disponibilidade (oferta) e Demanda (usos);

❖ Minimização dos conflitos de uso.

Disponibilidade hídrica (m3/hab.ano)

• < 1.500 m3/hab.ano → Crítico

• 1.500 a 2.500 m3/hab.ano → Pobre

• > 2.500 m3/hab.ano → Confortável

Banco Mundial

Page 6: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Escassez de água

Aumento efetivo do consumo:

❖ crescimento populacional exagerado;

❖ expansão industrial;

❖ aumento das áreas irrigadas;

Page 7: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Distribuição espacial e temporal inadequadas das reservas hídricas:

❖ Baixos índices pluviométricos e distribuição irregular;

❖ Determinadas regiões do país apresentam índices pluviométricos (totais

precipitados anuais) baixos agravando o problema de escassez de água;

❖ Distribuição inadequada ao longo do tempo, com precipitações concentradas

em pequeno período do ano.

Corpos hídricos

❖ Perenes → Possuem, naturalmente, escoamento superficial durante todo o ano;

❖ Intermitentes → Naturalmente, não apresentam escoamento superficial durante

todo o ano;

❖ Efêmeros → Possuem escoamento superficial apenas durante, ou

imediatamente após períodos de precipitação.

Escassez de água

Page 8: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Escassez de água

Uso inadequado do solo nas bacias hidrográficas:

❖ A recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas é extremamente

importante pois, sem essa cobertura, a água precipitada não infiltra nas

camadas subsuperficiais do solo, originando o escoamento superficial.

Page 9: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Escassez de água

Degradação da qualidade da água:

Degradação socioeconômica da população:

Page 10: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Situação dos rios Brasileiros Demanda x Disponibilidade

Fonte: PORTO (2014)

Pesquisa com 111

rios brasileiros

mostra que 23% têm

água ruim ou

péssima. (ONG SOS

Mata Atlântica,

2015).

Page 11: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Mundial de Água

Água doce superficial: Apesar de o Brasil possuir 13% da água doce disponível

do planeta, a distribuição é desigual, pois 81% estão concentrados na Região

Hidrográfica Amazônica, onde está o menor contingente populacional, cerca de

5% da população brasileira e a menor demanda. Nas regiões hidrográficas

banhadas pelo Oceano Atlântico, que concentram 45,5% da população do País,

estão disponíveis apenas 2,7% dos recursos hídricos do Brasil (ANA, 2014).

Page 12: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Mundial de Água

❖ O ciclo hidrológico pode ser descrito como um fenômeno global de

circulação fechada da água entre a superfície terrestre (continentes e

oceanos) e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia

solar associada à gravidade e à rotação terrestre.

Page 13: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Brasileira de Água ❖ Passam pelo território

brasileiro em média cerca de

260.000 m³/s de água, dos

quais 205.000 m³/s estão

localizados na bacia do rio

Amazonas, restando para o

restante do território 55.000

m³/s de vazão média.

Fonte: ANA (2016)

Resolução CNRH nº 32/03

Page 14: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Vazão anual RH do Brasil

Fonte: ANA (2016)

Page 15: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Precipitação Total Anual no Brasil

Fonte: Alvares et al. (2014)

Page 16: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Distribuição de chuvas no Brasil

Fonte: ANA (2013)

Page 17: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Hídrica Superficial no Brasil

Fonte: ANA (2013)

Page 18: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Hídrica Subterrânea no Brasil

Ciclo Hidrológico x Balanço de água na atmosfera

Page 19: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Hídrica Subterrânea no Brasil

❖ Universidade Federal do Pará, 2013;

❖ Possui 162.520 km³.

Falta de água ????

Consciência e Desperdício

Page 20: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Disponibilidade Hídrica Subterrânea no Brasil

❖ O sistema aquífero Guarani ocupa uma

área de cerca de 840.000 km², valor que

inclui a parte não aflorante. A sua área de

recarga é de 89.936 km²;

❖ Ele é explorado sob condições confinadas

e livres;

❖ Seu confinamento é dado pelas rochas da

Formação Serra Geral;

❖ A qualidade química das suas águas, em

geral, é boa, especialmente nas porções

mais rasas do sistema aquífero, ou seja,

nas partes livres a semiconfinadas;

❖ Os principais usos são o abastecimento

humano e industrial.

Page 21: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Fonte: ANA (2005)

Disponibilidade Hídrica Subterrânea no Brasil

O Aquífero Guarani é o

segundo maior manancial de água

doce subterrânea transfronteiriço

do mundo.

Estado de São Paulo, o

Guarani é explorado por mais de

1000 poços;

❖ Afloramento

❖ Irrigação

❖ Aquedutos

Page 22: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Fonte: ANA (2005)

Disponibilidade Hídrica Subterrânea no Brasil

Fonte: MMA (2003)

Page 23: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Uso da Água Subterrânea na América Latina

Page 24: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Instrumentos Jurídicos

Lei de Direito da Água no Brasil:

Código de Águas (Decreto no 24.643 de 10/07/1934)

❖ Aborda o tema “água” sob os mais diversos aspectos e com umasurpreendente visão de futuro;

❖ Temas abordados: uso múltiplo das águas; poluição das águas; formação deconsórcio de usuários; prioridades para aproveitamento; pagamento pelo usodas águas; outorgas de direito de uso da água; critérios de outorga, entreoutros.

Page 25: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Instrumentos Jurídicos

Constituição Federal (1988)

❖ Pequenas modificações no Código de Águas;

❖ Extinção do domínio privado da água;

❖ Corpos d’água: domínio público (União ou Estados);

→ União: rios ou lagos que banhem mais de uma unidade federada, ou

que sirvam de fronteira entre essas unidades;

→ Estados: águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e

em depósito, ressalvadas, neste caso as decorrentes de obras da União.

Page 26: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Instrumentos Jurídicos

Lei 9.433/1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional deGerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o dispositivo do art. 21 daConstituição Federal.

❖ Com base na necessidade de adequação do sistema brasileiro de gestão derecursos hídricos foi sancionada, em 8/1/1997, a Lei no 9.433 que instituiu aPNRH e criou o SNGRH;

❖ Lei de organização administrativa para o setor de recursos hídricos;

❖ O uso que se fizer da água terá que ser autorizado através de outorga e compagamento;

❖ Lei nº 9.984/2000 – Regulamentação da Lei no 9.433;

Lei 9.984/2000 (“Lei da ANA”)

Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal deimplementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação doSistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Page 27: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Instrumentos Jurídicos

Fonte: PORTO (2014)

Page 28: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Usos Consuntivos e Não Consuntivos

❖ Alguns usos implicam na retirada de água das coleções hídricas enquantooutros estão associados a atividades que se desenvolvem no próprioambiente aquático;

❖ Uso consuntivo: quando a água é captada do manancial superficial ousubterrâneo e somente parte dela retorna ao reservatório natural;

❖ Uso não consuntivo: toda a água captada retorna ao manancial deorigem;

Page 29: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Usos Consuntivos

❖ Usos nos quais há perdas entre

o que é derivado e o que retorna

ao manancial;

❖ Devem ser considerados para a

elaboração do balanço entre a

disponibilidade e demanda de

recursos hídricos;

❖ Abastecimento populacional;

❖ Abastecimento Industrial;

❖ Irrigação.

Fonte: ANA(2015)

Page 30: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Usos Consuntivos

Fonte: ANA(2016)

Demanda consuntiva total (estimada e consumida) no Brasil (m³/s)

Diferença de 1065,43 m³/s

Page 31: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Usos Não Consuntivos

❖ Geração de energia elétrica

❖ O aproveitamento da energia elétrica é a principal forma de uso não consuntivo

da água; entretanto, apesar da geração de energia propriamente dita não

consumir água, a construção de barragens ocasiona alterações no regime de

variação de vazões do curso d’água, perdas por evaporação da água dos

reservatórios, perdas por infiltração, alterações no fluxo de sedimentos e na

qualidade das águas em função da inundação da vegetação, entre outras.

Page 32: Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

Usos Não Consuntivos

Navegação fluvial

❖ custo do transporte hidroviário é 8 x menor que o rodoviário;

❖ vazão suficiente para calado mínimo de embarcações → obras de regularização

de vazões;

Aqüicultura

❖ criação de peixes, moluscos e crustáceos → fonte de proteína para a população

Recreação e harmonia paisagística

❖ atividades recreativas;

❖ contato direto: natação, surfe, esqui, etc.;

❖ contato indireto: vela, pesca recreativa, etc.;

❖ lazer contemplativo;

Diluição, assimilação e transporte de esgoto e resíduos líquidos

❖ capacidade de autodepuração dos cursos d’água

Preservação da biota aquática

❖ Vazão ecológica x vazão remanescente após o processo de outorga

Melhorias climáticas

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Disciplina: Planejamento e Gestão dos Recursos

Hídricos

Prof. Dr. Hugo Alexandre Soares Guedes

Pelotas, 2019.