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Aluno (a): ____________________________________________________________________ Disciplina: FILOSOFIA Professor (a): RENATO AURELIO Série: 3º ano Turma: __________ ESTUDO DIRIGIDO Data: ____/____/_____ ENSINO MÉDIO Roteiro: Platão 1. (Ueg 2019) Considerando a história contada por Platão no livro VII da República, mais conhecida como Mito da Caverna, podemos deduzir que: a) o homem, apesar de nascer bom, puro e de posse da verdade, pode desviar-se e passar a acreditar em outro mundo mais perfeito de puras ideias. b) não podemos confiar apenas na razão, pois somente guiados pelos sentimentos e testemunhos dos sentidos poderemos alcançar a verdade. c) a caverna, na alegoria platônica, representa tudo aquilo que impede o surgimento da consciência filosófica, que possibilitaria uma ascensão para o mundo inteligível. d) a razão deve submeter-se aos testemunhos dos sentidos, pois a verdade que está no mundo inteligível só será atingida mediante a sensibilidade. e) os homens devem se libertar da crença na existência em outro mundo e buscar resolver seus conflitos aprofundando-se em sua interioridade. 2. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates. I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto. II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no processo de seu julgamento. III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”. IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais forte a razão mais débil. V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número, falam de forma persuasiva e persistente contra ele. Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS. a) II, IV e V. b) I, III e IV. c) I, III e V. d) II, III e V. e) I, II e III. 3. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. Os melhores de entre nós, quando escutam Homero ou qualquer poeta trágico a imitar um herói que está aflito e se espraia numa extensa tirada cheia de gemidos, ou os que cantam e batem no peito, sabes que gostamos disso, e que nos entregamos a eles, e os seguimos, sofrendo com eles, e com toda seriedade elogiamos o poeta, como sendo bom, por nos ter provocado até o máximo, essas disposições. [...] Mas quando sobrevém a qualquer de nós um luto pessoal, reparaste que nos gabamos do contrário, se formos capazes de nos mantermos tranquilos e de sermos fortes, entendendo que esta atitude é característica de um homem [...]? PLATÃO. A República. 605 d-e. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. p. 470.

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Page 1: Disciplina: FILOSOFIA Professor (a): RENATO AURELIO Série ......Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é correto afirmar que a) a compreensão da beleza

Aluno (a): ____________________________________________________________________

Disciplina: FILOSOFIA Professor (a): RENATO AURELIO

Série: 3º ano Turma: __________ ESTUDO DIRIGIDO

Data: ____/____/_____

ENSINO MÉDIO

Roteiro:

Platão

1. (Ueg 2019) Considerando a história contada por Platão no livro VII da República, mais conhecida como Mito da Caverna, podemos deduzir que: a) o homem, apesar de nascer bom, puro e de posse da verdade, pode desviar-se e passar a acreditar em outro mundo

mais perfeito de puras ideias. b) não podemos confiar apenas na razão, pois somente guiados pelos sentimentos e testemunhos dos sentidos

poderemos alcançar a verdade. c) a caverna, na alegoria platônica, representa tudo aquilo que impede o surgimento da consciência filosófica, que

possibilitaria uma ascensão para o mundo inteligível. d) a razão deve submeter-se aos testemunhos dos sentidos, pois a verdade que está no mundo inteligível só será

atingida mediante a sensibilidade. e) os homens devem se libertar da crença na existência em outro mundo e buscar resolver seus conflitos

aprofundando-se em sua interioridade. 2. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates. I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos

atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto. II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no processo de seu

julgamento. III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”. IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais forte a razão

mais débil. V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número, falam de forma persuasiva e

persistente contra ele. Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS. a) II, IV e V. b) I, III e IV. c) I, III e V. d) II, III e V. e) I, II e III. 3. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. Os melhores de entre nós, quando escutam Homero ou qualquer poeta trágico a imitar um herói que está aflito e se espraia numa extensa tirada cheia de gemidos, ou os que cantam e batem no peito, sabes que gostamos disso, e que nos entregamos a eles, e os seguimos, sofrendo com eles, e com toda seriedade elogiamos o poeta, como sendo bom, por nos ter provocado até o máximo, essas disposições. [...] Mas quando sobrevém a qualquer de nós um luto pessoal, reparaste que nos gabamos do contrário, se formos capazes de nos mantermos tranquilos e de sermos fortes, entendendo que esta atitude é característica de um homem [...]? PLATÃO. A República. 605 d-e. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. p. 470.

Page 2: Disciplina: FILOSOFIA Professor (a): RENATO AURELIO Série ......Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é correto afirmar que a) a compreensão da beleza

Com base no texto, nos conhecimentos sobre mimesis (imitação) e sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta: a) A maneira como Homero constrói seus personagens retratando reações humanas deve ser imitada pelos demais

poetas, pois é eticamente aprovada na Cidade Ideal platônica. b) O fato de mostrar as emoções de maneira exagerada em seus personagens faz de Homero e de autores de tragédia

excelentes formadores na Cidade Ideal pensada por Platão. c) Reagir como os personagens homéricos e trágicos é digno de elogio, pois Platão considera que a descarga das

emoções é benéfica para a formação ética dos cidadãos. d) Poetas como Homero e autores de tragédia provocam emoções de modo exagerado em quem os lê ou assiste, não

sendo bons para a formação do cidadão na Cidade Ideal platônica. e) A imitação de Homero e dos trágicos das reações humanas difere da dos pintores, pois, segundo Platão, não estão

distantes em graus da essência, por isso podem fazer parte da cidade justa. 4. (Uel 2015) Leia os textos a seguir. A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição. Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457. O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado. Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os Pensadores”. Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e

inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem. b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a verdade e a

essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.

c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.

d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo uma nova dimensão.

e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.

5. (Uece 2019) “Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.” PLATÃO. Fédon, 69b-c, adaptado. Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria. Com base nisso, assinale a afirmação FALSA. a) As virtudes são a eliminação das paixões através da sabedoria. b) Temperança, justiça e coragem resultam da purificação das paixões. c) A sabedoria é a potência da alma pela qual as virtudes se constituem. d) A alma atinge a verdade através da virtude da sabedoria. 6. (Enem PPL 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a

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fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007. Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a) a) caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo. b) sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense. c) vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos. d) sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense. e) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias. 7. (Uece 2019) Atente para as seguintes citações: “Temos assim três virtudes que foram descobertas na nossa cidade: sabedoria, coragem e moderação para os chefes; coragem e moderação para os guardas; moderação para o povo. No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também participa na virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça” (Platão, Rep., 432b). “O princípio que de entrada estabelecemos que se devia observar em todas as circunstâncias quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma de suas formas, a justiça. Ora, nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é mais adequada” (Platão, Rep., 433a). Considerando a teoria platônica das virtudes, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir: ( ) Nessa teoria das virtudes, cada grupo desenvolve a(s) virtude(s) que lhe é (ou são) própria(s). ( ) Só pode ser justa a cidade em que os grupos que dela participam e nela agem o fazem de acordo com sua natureza. ( ) Quando sabedoria, coragem e moderação se realizam de modo adequado, temos a justiça. ( ) Existe uma relação entre a natureza dos indivíduos, o grupo de que devem fazer parte na cidade, as virtudes que

lhes são adequadas e, em consequência, a função que nela devem desempenhar. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V, V, V, V. b) V, F, F, V. c) F, F, V, F. d) F, V, F, F. 8. (Uel 2014) A República de Platão consiste na busca racional de uma cidade ideal. Sua intenção é pensar a política para além do horizonte da decadência da cidade-Estado no século de Péricles. O esquema a seguir mostra como se organizam as classes, segundo essa proposta.

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Com base na obra de Platão e no esquema, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) As três imagens do Bem na cidade justa de Platão, o Anel de Giges, a Imagem da Linha e a da Caverna,

correspondem, respectivamente, à organização das três classes da República. ( ) Na cidade imaginária de Platão, em todas as classes se contestam a família nuclear e a propriedade privada,

fatores indispensáveis à constituição de uma comunidade ideal. ( ) Na cidade platônica, é dever do filósofo supri-la materialmente com bens duráveis e alimentos, bem como ser

responsável pela sua defesa. ( ) O conceito de justiça na cidade platônica estende-se do plano político à tripartição da alma, o que significa que

há justiça na República mesmo havendo classes e diferenças entre elas. ( ) O filósofo, pertencente à classe dos magistrados, é aquele cuja tarefa consiste em apresentar a ideia do Bem e

ordenar os diferentes elementos das classes, produzindo a sua harmonia. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V – V – F – F – F. b) V – F – V – V – F. c) F – V – V – F – V. d) F – V – F – V – F. e) F – F – F – V – V. 9. (Uel 2018) Leia o texto a seguir. Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo. (PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48). Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é correto afirmar que a) a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos o belo em si. b) a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente da beleza em si. c) a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos ofícios e

ciências. d) a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou feios em si. e) a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.

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10. (Enem 2014)

No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a a) suspensão do juízo como reveladora da verdade. b) realidade inteligível por meio do método dialético. c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus. d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino. e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. 11. (Ueg 2013) A expressão “Tudo o que é bom, belo e justo anda junto” foi escrita por um dos grandes filósofos da humanidade. Ela resume muito de sua perspectiva filosófica, sendo uma das bases da escola de pensamento conhecida como a) cartesianismo, estabelecida por Descartes, no qual se acredita que a essência precede a existência. b) estoicismo, que tem no imperador romano Marco Aurélio um de seus grandes nomes, que pregava a serenidade

diante das tragédias. c) existencialismo, que tem em Sartre um de seus grandes nomes, para o qual a existência precede a essência. d) platonismo, estabelecida por Platão, no qual se entendia o mundo físico como uma imitação imperfeita do mundo

ideal. 12. (Upe-ssa 2 2018) Leia o texto a seguir sobre o tema Filosofia na História:

A filosofia antiga grega e greco-romana tem uma história mais que milenar. Partindo do século VI a.C., chega até o ano

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de 529 d.C., ano em que o imperador Justiniano mandou fechar as escolas pagãs e dispersar os seus seguidores. Nesse arco de tempo, podemos distinguir o momento das grandes sínteses de Platão e Aristóteles. (REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulinas, 1990, p. 25-26). O autor na citação acima sinaliza a significância do período sistemático da filosofia antiga. No que tange à filosofia de Platão, assinale a alternativa CORRETA. a) Platão propõe a existência das ‘essências ou formas’, que estão presentes no mundo das ideias e são modelos

eternos das coisas sensíveis. b) A filosofia de Platão salienta as essências do mundo sensível que são modelos para o mundo das ideias. c) O pensamento de Platão não teve papel decisivo do desenvolvimento da mística, da teologia e da filosofia cristã. d) As ideias de Platão têm a confiança absoluta no poder dos sentidos e desconfiam do conhecimento racional. e) O pensamento filosófico de Platão tem como finalidade a descoberta do mundo físico, declinando do campo da

metafísica. 13. (Unioeste 2018) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer: a) para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares. b) o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os

seres humanos. c) as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas. d) a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que

exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas). e) a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do

Bem. 14. (Unisc 2013) O problema da mímesis em Platão e Aristóteles até hoje tem ressonância no mundo contemporâneo. Grande parte do público recusa a arte produzida na contemporaneidade por conta da estética platônica. Aristóteles liberta a arte dos limites determinados por Platão e afirma que a) a arte não tem como fim a verdade. b) a arte tem a ver com a catharsis, uma função social terapêutica. c) a arte é mimética, ou seja, apenas imita a aparência das coisas. d) Todas as alternativas estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 15. (Uel 2013) Leia o texto a seguir. Tudo isso ela [Diotima] me ensinava, quando sobre as questões de amor [eros] discorria, e uma vez ela me perguntou: – que pensas, ó Sócrates, ser o motivo desse amor e desse desejo? A natureza mortal procura, na medida do possível, ser sempre e ficar imortal. E ela só pode assim, através da geração, porque sempre deixa um outro ser novo em lugar do velho; pois é nisso que se diz que cada espécie animal vive e é a mesma. É em virtude da imortalidade que a todo ser esse zelo e esse amor acompanham. (Adaptado de: PLATÃO. O Banquete. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.38-39. Coleção Os Pensadores.)

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Com base no texto e nos conhecimentos sobre o amor em Platão, assinale a alternativa correta. a) A aspiração humana de procriação, inspirada por Eros, restringe-se ao corpo e à busca da beleza física. b) O eros limita-se a provocar os instintos irrefletidos e vulgares, uma vez que atende à mera satisfação dos apetites

sensuais. c) O eros físico representa a vontade de conservação da espécie, e o espiritual, a ânsia de eternização por obras que

perdurarão na memória. d) O ser humano é idêntico e constante nas diversas fases da vida, por isso sua identidade iguala-se à dos deuses. e) Os seres humanos, como criação dos deuses, seguem a lei dos seres infinitos, o que lhes permite eternidade. 16. (Upe-ssa 1 2018) Leia o texto a seguir sobre o pensamento grego: Platão escreveu diálogos filosóficos, verdadeiros dramas em prosa. Foi um dos maiores escritores de todos os tempos, e ninguém conseguiu, como ele, unir as questões filosóficas à tamanha beleza literária. As ideias filosóficas de Platão é a primeira grande síntese do pensamento antigo. (Adaptado) (REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia, Rio de Janeiro: Zahar, 1998, p. 46.) No tocante a essa temática, assinale a alternativa CORRETA sobre o pensamento de Platão. a) Enfatiza as ideias no mundo sensível, buscando a verdade na natureza. b) Retrata a doutrina das ideias e salienta a existência do mundo ideal para fazer possível a verdadeira ciência. c) Prioriza a verdade do mundo concreto com a confiança no conhecimento dos sentidos. d) Sinaliza o valor dos sentidos como condição para o alcance da verdade. e) Atenta para o significado da razão no plano da existência da realidade sensível. 17. (Ufsm 2013) Leonardo Boff inclui a generosidade como uma pilastra de um modelo adequado de sustentabilidade. Ele a caracteriza do seguinte modo: Generoso é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e experiências sem esperar nada em troca. Já os clássicos da filosofia política, como Platão e Rousseau, afirmavam que uma sociedade não pode fundar-se apenas sobre a justiça. Ela se tomaria inflexível e cruel. Ela deve viver também da generosidade dos cidadãos, de seu espírito de cooperação e de solidariedade voluntária. Considere as seguintes afirmações: I. Segundo o texto, generosidade e justiça podem ser complementares uma à outra. II. Segundo o texto, se uma sociedade é inflexível e cruel, então ela está fundada apenas sobre a justiça. III. Já na ética aristotélica, a generosidade é uma virtude e a extravagância e a avareza são os vícios correlacionados a

ela. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e III. d) apenas II e III. e) I, II e III. 18. (Ufu 2018) Considere o seguinte trecho "No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude não pode ser ensinada, consistindo-se em algo que trazemos conosco desde o nascimento, defendendo uma concepção, segundo a qual temos em nós um conhecimento inato que se encontra obscurecido desde que a alma encarnou-se no corpo. O papel da filosofia é fazer-nos recordar deste conhecimento" MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. p. 31. Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como a) a teoria das ideias de Platão.

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b) a doutrina da reminiscência de Platão. c) a ironia socrática. d) a dialética platônica. 19. (Enem PPL 2013) Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da verdade extraída dos fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e principados jamais vistos ou conhecidos como tendo realmente existido. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em: www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr. 2013. A partir do texto, é possível perceber a crítica maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois há nesta a a) elaboração de um ordenamento político com fundamento na bondade infinita de Deus. b) explicitação dos acontecimentos políticos do período clássico de forma imparcial. c) utilização da oratória política como meio de convencer os oponentes na ágora. d) investigação das constituições políticas de Atenas pelo método indutivo. e) idealização de um mundo político perfeito existente no mundo das ideias. 20. (Uel 2017) Leia a tirinha e o texto a seguir para responder à questão.

Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para te iniciares na política; antes, não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria. PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p. 281-285. Com base na tirinha, no texto e nos conhecimentos sobre a ética e a política em Platão, assinale a alternativa correta. a) A virtude individual terá fraca influência sobre o governo da cidade, já que a administração da cidade independe da

qualidade de seus cidadãos. b) Justiça, sabedoria e virtude resultam da opinião do legislador sobre o que seria melhor para a cidade e para o

indivíduo. c) O indivíduo deve possuir a virtude antes de dirigir a cidade, pois assim saberá bem governar e ser justo, já que se

autogoverna. d) Para se iniciar em política, primeiro é necessário o poder absoluto para fazer o bem para a cidade e a si próprio. e) Todo conflito desaparece em uma cidade se a virtude fizer parte da administração, mesmo que o dirigente não a

possua. Gabarito: Resposta da questão 1: [C] Na alegoria platônica, a caverna é a representação das “sombras” do mundo sensível, que remetem às opiniões ilusórias dos homens e impedem o desenvolvimento do pensamento racional, ou seja, da consciência filosófica, que possibilitaria a aproximação com o mundo inteligível das ideias.

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Resposta da questão 2: [B] No escrito Apologia de Sócrates, realizado por seus discípulos, pois este filósofo não deixou escritos próprios, encontramos um relato detalhado das acusações sofridas por ele, bem como os argumentos utilizados em sua defesa. Neste relato, o principal acusador de Sócrates é Meleto que o acusa de “corromper a juventude” e “desrespeitar os deuses” dizendo que estes em nada contribuem para a melhora da sociedade. Destaca-se no relato o método socrático que se fundamenta na: ”Ironia” que representa a capacidade de fingir-se de ignorante perante seu adversário a fim de por meio de perguntas e respostas fazer com que este se reconheça ignorante acerca do assunto que julga saber; e a “Maiêutica”, que busca conduzir de forma gradativa o indivíduo a encontrar respostas mais coerentes que o levam a descobrir a verdade. Os principais inimigos de Sócrates era os sofistas. Estes representam para os filósofos os “falsos mestres do saber”, pois não se preocupam com a busca pela verdade, (por considerarem isto impossível) e assim se dedicam principalmente para a arte da oratória. Portanto, vendem seu saber em toca de poder, benefícios e honrarias. Os itens II e V não condizem com o pensamento de Sócrates ou o modo como transcorreu a defesa empreendida contra aqueles que o acusavam. Resposta da questão 3: [D] [A] Incorreta. A maneira como Homero e poetas semelhantes retratam as reações de seus personagens é reprovada

por Platão para a formação ética dos cidadãos, pois não é desejada uma reação descontrolada na “vida real”, parecida com as que os poetas descrevem em suas obras. Este é um dos motivos da reprovação de Platão da poesia tradicional.

[B] Incorreta. Ao exagerarem na descrição de uma reação emocional dos personagens, os poetas tradicionais como Homero e autores de tragédia, fazem um desserviço à formação dos cidadãos, porque a reação emotiva deve ser equilibrada, não excessiva, por mais que admiremos isso nos poemas homéricos e trágicos.

[C] Incorreta. As emoções/paixões exageradas não devem ser incitadas por parte dos poetas, pois isso não auxilia a formação ética dos cidadãos e uma “descarga das emoções” não serve para a formação ética pensada por Platão na cidade ideal.

[D] Correta. Entre as várias críticas de Platão aos poetas, encontramos essa a respeito das emoções, a de valorizar aspectos irracionais da natureza humana prejudicando a formação ética dos cidadãos. Na cidade ideal, os poetas e artistas devem incitar boas reações que sejam equilibradas e temperantes, evitando excessos.

[E] Incorreta. Mesmo que Platão não considere a imitação (mimesis) dos poetas como a dos pintores, distante da verdade em graus da essência (Ideia), ela não é benéfica à cidade ideal, pois incita reações emotivas excessivas, especialmente naqueles que devem ser paradigma de comportamento, os heróis e os deuses. Resposta da questão 4: [A] Platão defendeu a teoria de que o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo inteligível (Mundo das Ideias), representado pelas ideias perfeitas que não sofrem a corrupção, captadas pelo pensamento. Neste mundo, as ideias estão organizadas hierarquicamente das mais elevadas a de menor perfeição, sendo o bem, o belo e o justo as ideias mais elevadas. Oposto ao Mundo das Ideias está o Mundo Sensível (Mundo da Matéria). Neste mundo residem os objetos que temos acesso, porém estes são cópias imperfeitas captadas pelos sentidos. Desta forma, qualquer representação das ideias ou da beleza são apenas imitações (mimesis) das coisas sensíveis e não das verdadeiras ideias. Assim, a arte é uma imitação inferior da perfeição das ideias, sendo considerada como uma mera ilusão para os sentidos. De forma diferente, embora Aristóteles concorde que a arte é imitação, isto não ocorre da mesma forma que Platão. Para este filósofo, a arte é uma imitação de coisas possíveis que não tem realidade, mas podem vir a ter. A mimesis é algo natural dos seres humanos, como forma de invenção da realidade. Portanto, a arte representa possibilidade de compreensão e conhecimento da realidade, servindo também como aprimoramento do ser humano na busca de sua realização moral, nas palavras do filósofo é uma “catarse” que por meio da educação dos sentidos conduz o ser humano ao equilíbrio. A alternativa [A] é a única que se enquadra nas teorias explicitadas. Resposta da questão 5: [A]

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A partir da análise do texto, percebe-se que a letra [A] apresenta uma afirmativa incorreta, haja vista que o desenvolvimento da razão e a sabedoria levaria, não à eliminação das paixões, mas a um uso comedido delas. Portanto, as virtudes levariam à “purificação” das paixões mencionadas no texto, mas não à sua eliminação, como proposto pelo item. Resposta da questão 6: [E] A alegoria da caverna de Platão expressa uma concepção do processo de conhecimento no qual o indivíduo deveria superar as aparências ilusórias do mundo sensível para chegar às verdades puras, apenas disponíveis no mundo das ideias e alcançáveis através da reflexão filosófica. Resposta da questão 7: [A] Para Platão, a efetivação da justiça está relacionada às virtudes dos membros da pólis, sendo os governantes qualificados para exercer sua função pelo uso da razão na decisão de suas ações. Segundo o pensamento platônico, as virtudes da sabedoria, em conjunto com as da coragem e da moderação, levaria ao fortalecimento da justiça, como se observa no primeiro trecho apresentado pela questão. Ademais, em sua Teoria das Virtudes, Platão entende que os indivíduos possuem inclinações, ou seja, possuem uma “natureza” mais adequada a determinada virtude, de modo que a função de cada indivíduo na sociedade deva desenvolver a virtude que lhe é característica. Assim, o desempenho da função que seria própria à natureza de cada indivíduo seria também uma condição necessária para uma sociedade justa. Considerando essas ideias, o aluno deve identificar que todas as afirmações estão corretas. Resposta da questão 8: [E] Na República de Platão, a justiça é definida como um princípio segundo o qual a cidade opera com cada cidadão se ocupando de uma tarefa, aquela para a qual é mais bem dotado por natureza. Ou seja, a justiça é um princípio ordenador que garante para cada cidadão a sua melhor posição na cidade permitindo todos os indivíduos se desenvolverem de acordo com a sua natureza. A grande dificuldade dessa definição platônica de justiça está em descobrir o que é natureza, qual a natureza de cada indivíduo, e como cada indivíduo se desenvolve em conformidade com ela. Não será por motivo distinto que o filósofo irá elaborar na República uma explicação sobre a dialética, ou seja, sobre o método através do qual conhecemos as coisas, inclusive a natureza. A ciência política em Platão é, em última instância, uma ciência da natureza. Resposta da questão 9: [B] Para Platão, a percepção da beleza no mundo sensível estaria relacionada à uma maior reminiscência do mundo das ideias puras, onde a beleza existiria em sua forma plena. Dessa forma, algumas almas seriam mais aptas a perceberem a beleza que, em sua forma pura, transcende o mundo sensível. Resposta da questão 10: [B] Platão é conhecido como um filósofo idealista. Segundo ele, a verdade encontra-se no mundo das ideias, e não no mundo material. O pensamento somente pode se aproximar das ideias através da dialética, que o purifica das crenças e opiniões. Resposta da questão 11: [D] Falta para a questão uma referência bibliográfica apropriada. A filosofia de Platão é resultado de um trabalho de reflexão intenso e extenso, de modo que as questões durante os inúmeros diálogos por ele escritos são respondidas de maneiras distintas. Porém, Platão possui uma questão de fundo que se refere ao problema da identidade – resquício da tradição conflituosa de Parmênides e Heráclito –, a saber: o que é, é sempre idêntico a si mesmo ou é sempre distinto? O mundo verdadeiro é uma totalidade sempre permanente ou uma totalidade sempre efêmera? A concepção sobre Ideias que Platão formula atende, em geral, a essas questões e busca demonstrar como o sensível apesar de expor uma realidade impermanente, possui um

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fundamento permanente. As Ideias são verdadeiras, a realidade sensível é apenas uma aparência passageira dessa realidade. Resposta da questão 12: [A] Para responder à questão, o aluno deve conhecer o pensamento filosófico platônico, segundo o qual o verdadeiro conhecimento humano se daria a partir da passagem do “mundo das aparências” para o “mundo das essências” ou “mundo das ideias”. Para Platão, as formas e conceitos só existiriam em suas formas puras e imutáveis no plano das ideias, o que possibilitaria um conhecimento autêntico de todas as coisas. As impressões advindas dos sentidos, por sua vez, levariam a ideias ilusórias, de modo que no mundo sensível estariam presentes cópias imperfeitas e mutáveis dos conceitos, tal como indicado pela alternativa [A]. Resposta da questão 13: [D] De acordo com o pensamento de Platão, a dialética é o instrumento que possibilita ao indivíduo o alcance da verdade. A dialética platônica serve para mostrar as contradições e falhas fundamentais das ideias do senso comum. Assim, o método dialético admite as contradições para poder superá-las, através do questionamento das ideias pré-concebidas, para, a partir de então, poder buscar o conhecimento verdadeiro. Resposta da questão 14: Questão anulada no gabarito oficial. Mímesis é basicamente, para esses filósofos antigos, imitação da natureza. Para Platão, toda criação é imitativa, ou seja, faz uma referência vaga e repleta de falhas àquilo que é perfeito, à ideia. Para Aristóteles, a criação é imitação no sentido de representação e, sobre a arte dramática, por exemplo, ele afirmará que esta representação possui um efeito catártico. Portanto, ambos viam a arte a partir do viés da imitação da natureza, porém o primeiro de acordo com uma posição negativa e o segundo de acordo com uma posição positiva. Resposta da questão 15: [C] O texto, traduzido como foi, dá a impressão que o amor (éros) é desejo e zelo, e a razão do amor está na busca da natureza mortal por ser imortal, na superação da aparência passageira do mundo sensível para a realidade eterna do mundo inteligível. Essa ânsia pela perduração no tempo é algo que participa da filosofia platônica de várias maneiras e de uma maneira especial, por exemplo, na consideração da formação do cidadão ser inspirada nas qualidades perenes de Deus (cf. As Leis). Resposta da questão 16: [B] Segundo a filosofia platônica, o conhecimento humano se dá a partir da passagem do mundo das aparências para o mundo das essências. Platão explica as essências a partir da doutrina das ideias, segundo a qual os conceitos puros somente existiriam no plano das ideias, atingível por meio da razão. Assim, o verdadeiro conhecimento só seria possível no mundo das ideias, ou mundo ideal, transcendente às percepções sensoriais. Resposta da questão 17: [C] Essa questão possui inúmeras imprecisões. No texto citado, a tese e a caracterização de uma parte importante da tese estão perfeitas: a generosidade é uma pilastra da sustentabilidade e generoso é aquele que compartilha sem esperar ou exigir algo em troca. Porém, a expectativa de uma contraposição – estabelecida pelo uso da palavra “já” – é completamente desfeita pelo uso dos clássicos da filosofia para simplesmente reafirmar aquilo enunciado anteriormente. Não sendo bastante a falta de coerência do texto, há também uma enorme imprecisão quando se diz, por exemplo, que Platão não considerava a justiça como algo suficiente para constituição de uma cidade feliz, boa. Ora, isso é completamente absurdo, pois a justiça é para Platão a virtude necessária e suficiente para o estabelecimento de uma cidade feliz (cf. A República). E Rousseau estabelece que o contrato social nasça da vontade geral e a sociedade deve sempre subordinar-se a esta vontade geral, de modo que a justiça é também suficiente para manter a saúde de uma sociedade, isso enquanto ela for o reflexo da vontade geral.

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Além disso, a afirmação “II. segundo o texto, se uma sociedade é inflexível e cruel, então ela está fundada apenas sobre a justiça” parece-nos correta, pois “os clássicos da filosofia política, como Platão e Rousseau, afirmavam que uma sociedade não pode fundar-se apenas sobre a justiça. Ela se tomaria inflexível e cruel”. Discordamos, portanto, do gabarito. A afirmação III poderia se servir de uma citação, pois não está muito claro onde Aristóteles define a generosidade como uma virtude importante. Resposta da questão 18: [B] Segundo a filosofia platônica, antes de habitar o corpo material no mundo sensível, a alma humana encontrava-se no mundo inteligível, ou mundo das ideias, onde os conceitos existiriam em sua forma pura. Para Platão, o conhecimento verdadeiro contemplado pela alma no mundo inteligível permanece “adormecido” nos indivíduos, sendo a filosofia o meio pelo qual seria possível recordar esse conhecimento, ideia que ficou conhecida como Teoria da Reminiscência, opção apresentada pela alternativa [B]. Nessa teoria, o conhecimento é concebido como um processo de recordação, ou seja, em uma perspectiva inatista. Resposta da questão 19: [E] Observa-se no texto de Maquiavel uma crítica à concepção da política predominante, sobretudo, na filosofia platônica, que se baseia em uma sociedade em que cada indivíduo realiza aquilo que é, pela sua natureza, apto a realizar e na qual a prática política seria ideal e capaz de garantir a justiça plena. Para Maquiavel, a política é uma construção humana e por isso não deve ser entendida a partir de idealizações, mas sim a partir da percepção pragmática de como se deve agir a fim de garantir a ordem social e a manutenção do poder. Resposta da questão 20: [C] Na filosofia política de Platão, a noção de justiça está associada fundamentalmente à alma humana, sendo o Estado justo uma expressão da alma virtuosa e justa. Para ele, a alma humana está relacionada com a racionalidade, de modo que o conhecimento seria uma condição para que o indivíduo tenha virtude e possa agir virtuosamente. Com efeito, os homens sábios e virtuosos seriam os mais bem preparados para administrar e governar não só a si mesmos e aos seus interesses privados, mas também, por extensão, para exercer de maneira justa a administração da pólis e a condução da vida política em prol do bem coletivo, como propõe a alternativa [C].