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Sandra Kelly de Araújo Instrumentação para o Ensino de Geografia I Promovendo o ensino do clima I Autora aula 04 DISCIPLINA Ins_En_Geo_I_A04_RF_MWD_080710.indd Capa1 Ins_En_Geo_I_A04_RF_MWD_080710.indd Capa1 08/07/10 10:25 08/07/10 10:25

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Sandra Kelly de Araújo

Instrumentação para o Ensino de Geografi a I

Promovendo o ensino do clima I

Autora

aula

04

D I S C I P L I N A

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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzidasem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Divisão de Serviços TécnicosCatalogação da publicação na Fonte. Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a DistânciaCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lucia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas EspeciaisEliane de Moura Silva

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) – UFRN

Coordenadora da Produção dos MateriaisVera Lucia do Amaral

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto Gráfi coIvana Lima

Revisores de Estrutura e Linguagem

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Thalyta Mabel Nobre Barbosa

Revisora das Normas da ABNT

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Revisores de Língua Portuguesa

Flávia Angélica de Amorim Andrade

Janaina Tomaz Capistrano

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Revisoras Tipográfi cas

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Arte e Ilustração

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Carolina Costa

Heinkel Hugenin

Leonardo Feitoza

Diagramadores

Elizabeth da Silva Ferreira

Ivana Lima

Johann Jean Evangelista de Melo

José Antonio Bezerra Junior

Mariana Araújo de Brito

Adaptação para Módulo Matemático

Joacy Guilherme de A. F. Filho

Araújo, Sandra Kelly de.

Instrumentação para o Ensino de Geografi a I / Sandra Kelly de Araújo. – Natal, RN: EDUFRN, 2009.

172 p.

ISBN 978-85-7273-614-5

Conteúdo: Aula 01 – Com o Mundo nas Mãos; Aula 02 – Cartografi a escolar I; Aula 03 – Redescobrindo o uso de mapas em sala de aula; Aula 04 – Promovendo o ensino do clima I; Aula 05 – Promovendo o ensino do clima II; Aula 06 – Promovendo o ensino do clima III; Aula 07 – Ensinando relevo; Aula 08 – Com a mão na massa; Aula 09 – Promovendo o ensino de solos; Aula 10 – De volta ao começo; Aula 11 – A Terra e o sistema solar; Aula 12 – Gaia, mãe Terra.

1. Geografi a. 2. Geografi a física. 3. Cartografi a. I. Título.

CDD 910RN/UF/BCZM 35/2010 CDU 91

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I 1

Apresentação

Na aula passada, abordamos a cartografi a escolar e, especialmente, o uso de mapas em duas perspectivas – como ferramenta de apoio ao trabalho do professor e como objeto de estudo. No primeiro caso, os mapas são utilizados para localizar espacialmente

certos eventos ou processos que são objeto de estudo da Geografi a. Já no segundo caso, os mapas são o centro do processo de ensino/aprendizagem – são, portanto, a principal fonte utilizada pelo professor, o objeto de estudo em que se debruçam professores e alunos para estudar Geografi a.

Nesta aula, nossa atenção se volta para a promoção do ensino do clima em Geografi a. Você deve ter percebido que esse tema é um componente curricular de destaque na explicação de outros temas objeto do ensino da Geografi a, como a vegetação e o relevo, por exemplo. Também se destaca na explicação de processos que interferem diretamente na nossa vida cotidiana, tal como o tempo atmosférico ou aquecimento global.

Assim, o tema clima está presente nas aulas de Geografi a, ora referente a certo espaço (domínios morfoclimáticos e climas do Brasil, por exemplo) ora apresentado de forma genérica (tal como fundamentos de climatologia) ou mesmo oferecendo condições para compreensão de outros temas com os quais se inter-relacionam. Nesse sentido, nossa expectativa é oferecer sugestões de metodologias e recursos dos quais se pode dispor para alcançar dados objetivos ou competências relativas ao Ensino Fundamental e Médio.

ObjetivoSaber aplicar as metodologias e recursos sugeridos nesta aula na promoção do ensino de clima.

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I2

Ensinando e aprendendo climatologia através da observação

De modo geral, o tema clima é abordado em sala de aula a partir de pesquisa bibliográfi ca, notadamente tendo como fonte básica o livro didático. Menos comum é a pesquisa de campo ou em laboratório, quando nos referimos ao Ensino Fundamental e

Médio. Entretanto, apesar do clima ser um objeto essencialmente abstrato e não poder ser integralmente apreendido pelo instrumental sensorial próprio do ser humano, tal como cita Azevedo (2005), é possível extrapolar os textos apresentados nos livros didáticos e utilizar estratégias de observação de indicadores e indícios de processos em sua evolução num dado período de tempo. Nesse sentido, podemos realizar observações usando apenas os sentidos ou usando instrumentos simples, como veremos a seguir, nas sugestões adaptadas do artigo Técnicas de campo e laboratório em climatologia, propostas por Tarik Rezende de Azevedo.

Ademais, a observação sistemática de um dado fenômeno permite a formulação de teorias sobre o mesmo. Isso tem implicações formidáveis sobre o processo pedagógico, já que as conclusões sobre o assunto são geradas na experimentação, no monitoramento, na observação.

1) Observação usando os sentidosÉ possível realizar observações de elementos do clima como o vento e nebulosidade

usando simplesmente os sentidos. Os dados gerados dessas observações podem ser registrados, agrupados e monitorados, período a período.

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I

Atividade 1

3

Velocidade do vento

É possível determinar a velocidade do vento observando o efeito do escoamento do ar nos objetos em torno do observador com o apoio da escala apresentada a seguir.

Tabela 1 – Escala de Beaufort

Grau Designação km/h m/s Efeitos em terra

0 Calmaria <2 <1 Fumaça sobe verticalmente

1 Bafagem 2 a 6 1 a 2 Fumaça indica direção do vento

2 Aragem 7 a 11 2 a 3 As folhas das árvores movem; Sente-se o vento no rosto

3 Fraco 13 a 19 4 a 5 As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento

4 Moderado 20 a 30 6 a 8 Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores

5 Fresco 31 a 39 9 a 11 Movimentação de árvores pequenas; superfície dos lagos ondula

6 Muito Fresco 41 a 50 11 a 14Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda-chuva aberto

7 Forte 52 a 61 14 a 17 Movem-se as árvores grandes; difi culdade em andar contra o vento

8 Muito Forte 63 a 74 17 a 21 Quebram-se galhos de árvores; circulação de pessoas difícil

9 Duro 76 a 87 21 a 24 Danos em árvores; impossível andar contra o vento

10 Muito Duro 89 a 102 25 a 28 Árvores arrancadas; danos na estrutura de construções

11 Tempestade 104 a 117 29 a 32 Estragos abundantes em telhados e árvores

12 Furacão >119 >33 Grandes estragos

Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Beaufort>. Acesso em: 3 jun. 2009.

Como afirmamos anteriormente, a regularidade dos dados observados permite a formulação de teorias sobre o mesmo, caracterizando o comportamento do vento num dado local, num dado período.

Seguir

Escala desenvolvida pelo meteorologista Francis Beaufort, no século XIX. Ela possibilita quantifi car a intensidade dos ventos tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes das ventanias em terra.

Experimente você mesmo a observação da velocidade do vento tendo por base a Escala de Beaufort. Faça isso durante 3 dias, durante a manhã, a tarde e a noite. Analise os resultados e escreva suas conclusões.

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I

sua

resp

osta

10cm

3cm

6cm

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2) Observação usando instrumentos simplesA direção do vento pode ser verifi cada por meio da construção de um biruta. Para isso, você

vai precisar de um canudo de refrigerante grosso, um pedaço de cartolina, um alfi nete, um conta, um palito de churrasco, massa de modelar, tesoura e cola. A seguir, execute as seguintes etapas.

1º. Recorte um triângulo de cartolina com as seguintes dimensões (10 × 10 × 6) cm. Depois, corte a ponta do triângulo, cerca de 3 cm da extremidade, conforme fi gura abaixo.

Figura 1

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I

Canudo de refresco

Alfinete

Conta

Palito

Massa de modelar

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2º Faça dois pequenos cortes nas extremidades do canudo e fi xe as duas partes da cartolina, como indica a fi gura.

Figura 2

3º Coloque um alfinete no meio do canudo de modo que possa girar livremente, acrescente uma conta, conforme fi gura e prenda no palito. Fixe o palito em algum suporte com o auxílio da massa de modelar.

Figura 3

Fonte: <http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=mar&cod=_instrumentosparaverifi caradirecaoevelocidadedovento>. Acesso em: 3 jun. 2009.

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I

Atividade 2su

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Tal como na atividade anterior, experimente você mesmo a construção do biruta. Observe seu funcionamento durante três dias, em horários fi xos na manhã, tarde e noite. Analise os resultados e escreva suas conclusões.

Ensinando e aprendendo climatologia usando fontes de referência

Os planos de aula apresentados neste item têm como base fontes secundárias, textos, documentos escritos, documentos em vídeo ou mapas. Ambos são relacionados ao clima. Ao desenvolvê-los, estamos chamando sua atenção para as relações que se estabelecem

entre o uso dos recursos e das estratégias apontadas e as demais etapas do planejamento.

O primeiro plano trata das mudanças climáticas globais e o segundo dos domínios morfoclimáticos do Brasil.

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Aula 04 Instrumentação para o Ensino de Geografi a I 7

Clima e meio ambienteVem de longe o processo de degradação do meio ambiente. Da época das colônias à

descoberta do petróleo e à industrialização, as causas das agressões ao meio ambiente são de ordem política, econômica e cultural. A despeito disso, a sociedade ainda não absorveu a importância do meio ambiente para sua sobrevivência, usando os recursos naturais sem atentar para os efeitos, priorizando o lucro em detrimento das questões ambientais. O alto custo a ser pago já é visível nos problemas causados pela poluição do ar e da água e no número de doenças derivadas desses fatores.

É preciso lembrar que o meio ambiente não se refere apenas às áreas de preservação e lugares paradisíacos, mas sim a tudo que nos cerca: água, ar, solo, fl ora, fauna, homem etc. Cada um desses elementos está sofrendo algum tipo de degradação: fauna e fl ora em extinção, escassez de água doce, a degradação do solo, indícios de mudanças climáticas.

Nas cidades, é possível verifi car que a ocupação desordenada gera consequências bastante conhecidas: enchentes, assoreamento dos cursos de água devido ao desmatamento e ocupação das margens, desaparecimento de áreas verdes, desmoronamento de encostas, comprometimento dos cursos de água que viraram depósitos de lixo e canais de esgoto.

Atualmente, dentre os efeitos da degradação ambiental, aqueles cujos efeitos recaem sobre o clima tem sido o de mais atenção pública, notadamente o chamado aquecimento global.

Deste modo, o primeiro plano de aula proposto trata das mudanças climáticas enfrentadas pelo planeta, tanto as naturais, quanto as resultantes da intervenção humana, bem como as consequências dessas mudanças para a nossa vida.

Essa atividade possibilitará aos alunos o acesso a textos documentais acerca do tema, como os relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) e o protocolo de Kyoto. O professor também poderá fazer uso de fi lmes ou documentários, como, por exemplo, Uma Verdade Inconveniente.

Tais recursos darão apoio a um possível debate sobre as mudanças climáticas globais, identifi cadas através de fenômenos meteorológicos que, por sua vez, podem resultar em impactos ao planeta, tais como enchentes constantes, áreas em processo de desertifi cação etc., confrontadas com os interesses internacionais.

Para abordagem desse assunto, o professor poderá utilizar o vídeo Mudanças no clima, mudanças de vida, produzido pela Greenpeace Brasil. O fi lme trata do aquecimento global e tem duração de 2 minutos e 45 segundos.

Ele pode ser encontrado no endereço: <http://www.youtube.com/watch?v=nQ_Zb9fg-I0>.

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Plano 1 – Mudanças climáticas globais

Objetivos

1) Conhecer as diferentes teorias sobre alterações climáticas naturais (eras glacial e interglacial e o efeito estufa natural) e as intervenções humanas nos sistemas naturais.

2) Compreender como o meio natural foi substituído pelo meio técnico e o meio técnico-científi co-informacional.

3) Reconhecer que as paisagens e os lugares são produtos de ações propositivas dos homens em sociedade.

4) Reconhecer que a sociedade e a natureza possuem seus princípios e leis e que o espaço geográfi co é historicamente defi nido e resulta da interação entre esses dois fatores.

5) Relacionar as mudanças climáticas às mudanças e à expansão do padrão de produção e de consumo (evolução do capitalismo e revoluções industriais).

Conteúdo

Clima e Meio Ambiente

Ano

Ensino Médio

Comentários

Por sua abrangência e pela multiplicidade de aspectos que engloba, o tema pode ser ampliado tanto em sua abrangência, bem como em relação ao número de aulas. Pode ser tratado em várias disciplinas e integrar um projeto a ser desenvolvido em várias aulas (por exemplo, aula expositiva, análise de texto, debate, fi lme ou mesmo a confecção de mural). As estratégias a seguir são sugestões para essas atividades.

Estratégias

1) Ler e comentar os relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) – o sítio do IPCC na internet é o <http://www.ipcc.ch/>, relatórios e outros documentos produzidos estão disponíveis em árabe, chinês, francês, inglês, russo e espanhol.

2) Discorrer sobre os encontros internacionais patrocinados pela ONU e as propostas discutidas (de Estocolmo a Johanesburgo, em especial a ECO-92), destacando as convenções assinadas (da biodiversidade, do clima, do desenvolvimento sustentável) e seus desdobramentos (Protocolo de Kyoto).

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3) Ler os textos sobre aquecimento global e Protocolo de Kyoto. No sítio da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, você encontrará o Protocolo de Kyoto: <http://www.onu-brasil.org.br/doc_quioto.php>.

4) Assistir a um fi lme ou documentário que realce a importância desses processos na vida no planeta, por exemplo, o fi lme Uma verdade inconveniente.

5) A partir de mapas, localizar as áreas onde as mudanças climáticas já se fazem sentir com maior intensidade, sobretudo por meio de eventos extremos (secas prolongadas, furacões e tornados mais intensos ou em novas áreas, ondas de calor, avanços do mar sobre ilhas e região costeira).

6) Realizar um debate sobre as mudanças climáticas e as relações internacionais, priorizando posturas antagônicas como a dos EUA, da Europa, Brasil e China. Avaliar os interesses e preocupações das grandes empresas multinacionais – perdas e ganhos – com relação ao Protocolo de Kyoto.

7) Montar uma exposição com mapas, imagens, textos e frases sobre as consequências da mudança climática em curso.

Plano 2 – Domínios morfoclimáticos

Nesse contexto de mudanças climáticas resultantes da ação da sociedade sobre a natureza, há outro importante tema que demonstra a inter-relação entre fatores do meio físico – domínios morfoclimáticos.

A classifi cação em domínios morfoclimáticos proposta por Aziz Nacib Ab’Sáber foi criada para possibilitar a divisão de um território em paisagens naturais, identifi cando áreas ou faixas de terra em que há homogeneidade dos elementos naturais, do tipo de clima, relevo, hidrografi a, vegetação e solo.

Dessa forma, o clima é estudado na relação com outros fatores naturais. Temos como exemplo a caatinga e o clima semiárido no sertão nordestino ou a cobertura fl orestal da porção litorânea do país, desde o nordeste até o sul.

Assim, sugerimos que os alunos sejam envolvidos em uma ampla atividade de pesquisa que privilegia o trabalho em equipe, podendo render a produção de um mural onde estarão expostos os domínios morfoclimáticos do Brasil, destacando características de cada domínio, como relevo, clima, solo, hidrografi a, vegetação, bem como os impactos ambientais a ele relacionados.

Conceitos

Paisagem natural, domínios morfoclimáticos, zona de transição.

Aziz Nacib Ab’Sáber

Professor emérito da Faculdade de Filosofi a, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, professor-honorário do Instituto de Estudos Avançados da mesma universidade, considerado importante referência em assuntos relacionados à geografi a e ao meio ambiente.

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Figura 4 – Domínios morfoclimáticos brasileiros

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Tema

Domínios Morfoclimáticos

Objetivos

1) Conhecer a divisão em domínios morfoclimáticos proposta por Aziz Nacib Ab’Saber e a sua abordagem conceitual.

2) Compreender a dinâmica do espaço natural a partir da correlação entre clima, relevo, hidrografi a, solos etc. e as paisagens resultantes dessa interação.

3) Conhecer cada um dos domínios, inclusive as faixas de transição e as suas especifi cidades.

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4) Compreender como a ação antrópica interfere nas paisagens, transformando-as e alterando a sua dinâmica natural a partir dos problemas ambientais.

5) Conhecer como as diferentes características naturais podem resultar em diferentes aproveitamentos econômicos (extrativismo do látex, madeira, produção do sal, pau-brasil, transporte hidroviário, hidrelétricas etc.).

Estratégias

1) Propor a confecção de um mapa com os domínios morfoclimáticos.

2) Apresentar um climograma, os solos, vegetação, hidrografi a etc. para cada um dos domínios. A turma poderá ser dividida em grupos, cada um contemplando a pesquisa de um domínio.

3) Associar o relevo ao clima e à latitude (chuvas orográfi cas, ventos alísios etc.), associar às características do solo e à sua fertilidade (laterização, lixiviação, profundidade e outras características) e associar esses elementos à hidrografi a (vazão, drenagem, perenidade etc.); por fi m, incluir na análise a vegetação e suas características (higrófi la – relacionar com a umidade e a pluviosidade na Amazônia, por exemplo; caducifólia – a existência de uma estação seca no cerrado; acicufoliada – associada à queda de neve no passado ou no presente; a acidez do solo no cerrado e a sua aparência de xerófi la ou pseudoxerófi la; xerófi la – adaptada à falta de umidade etc.).

4) Pesquisar as formas de relevo e a vegetação, procurando identifi car formas características de relevo (Chapadas, coxilhas etc.) e as espécies características da vegetação.

5) Pesquisar os impactos ambientais mais graves relacionados ao que foi exposto: arenização-desertifi cação; desfl orestamento, erosão, voçorocamento, escorregamento (deslizamento) de terras etc.

Conclusão da atividade

1) Fazer um mural com o mapa dos domínios morfoclimáticos e, em volta, colocar as fotos, imagens, gráfi cos e características de cada um. Se possível, colocar uma planta, semente ou fruta dos domínios.

2) Outra sugestão é montar uma exposição com os produtos do extrativismo (exemplos: madeira da Amazônia ou da Floresta de Araucárias, sorvete de cupuaçu, artesanato feito com produtos regionais etc.).

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Resumo

12

Leituras complementaresINSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET. Disponível em: <www.inmet.gov.br>. Acesso em: 3 jun. 2009.

Previsão do tempo, biblioteca online e cursos são alguns dos serviços oferecidos pelo instituto que este ano completa 100 anos

Nessa aula, pudemos conhecer algumas sugestões metodológicas que podemos utilizar para promover o ensino de clima. Em síntese, essas sugestões foram organizadas em dois grupos: Geração de dados primários e Uso de fontes de referência. No primeiro grupo, a observação sistemática da velocidade e direção do vento permite a geração de dados primários sobre esse elemento do clima. Já no segundo grupo, apresentamos dois planos de aula para contextualizar o uso de fontes secundárias, tais como textos, documentos, relatórios e fi lmes. Esses planos abordaram as temáticas Mudanças climáticas globais e Domínios morfoclimáticos.

AutoavaliaçãoComente a adequação das sugestões de estratégias e de recursos didáticos apresentados nessa aula ao ensino de geografi a nos níveis fundamental e médio, assim caracterizados:

Geração de dados primários:

Usando fontes de referência:

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Anotações

13

ReferênciasAZEVEDO, Tarik Rezende. Técnicas de campo e laboratório em climatologia. In: VENTURI, Antonio B. (Org.). Praticando geografi a: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Ofi cina de Textos, 2005.

CARVALHO, Maria Inez. Fim de século: a escola e a geografi a. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2004.

KIMURA, Shoko. Geografi a no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008.

KOBEL, Salete; FILIZOLA, Roberto. Didática da geografi a: memória da Terra: o espaço vivido. São Paulo: FTD, 1996.

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Anotações

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EMENTA

> Sandra Kelly de Araújo

Produção de material didático-pedagógico aplicado à área de geografi a física e cartografi a.

Instrumentação para o Ensino de Geografi a I – GEOGRAFIA

AUTORA

AULAS

01 Com o Mundo nas Mãos

02 Cartografi a escolar I

03 Redescobrindo o uso de mapas em sala de aula

04 Promovendo o ensino do clima I

05 Promovendo o ensino do clima II

06 Promovendo o ensino do clima III

07 Ensinando relevo

08 Com a mão na massa

09 Promovendo o ensino de solos

10 De volta ao começo

11 A Terra e o sistema solar

12 Gaia, mãe Terra

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