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Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Engenharia Civil DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE GEOTECNIA CAPITULO 9 AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL Prof. Carlos Nunes da Costa 2006/2007

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Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Engenharia Civil

DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE GEOTECNIA

CAPITULO 9

AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL

Prof. Carlos Nunes da Costa

2006/2007

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ÍNDICE I – Breve histórico 1

II – Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental 3 III – Regulamentação dos Estudos de Impacte Ambiental 9

III.1 – Estrutura da Proposta de Definição do Âmbito (PDA) 9 III.2 – Estrutura do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) 12 III.4 – Normas Técnicas para a Estrutura do Relatório de Conformidade Ambiental

do Projecto de Execução (RECAPE) 18

III.5 – Estrutura do Relatório de Monitorização (RM) 20 IV – Identificação e Avaliação de Impactes 22

IV.1 – Medidas de Minimização de Impactes 23 Bibliografia essencial 31

ÍNDICE DE FIGURAS Figura I.1 Tipologias dos projectos sujeitos a AIA (2002) com parecer específico do IGM 2 ÍNDICE DE QUADROS Quadro II.1 Projectos sujeitos a AIA 5 Quadro III.1 Caracterização do ambiente afectado pelo projecto 14 Quadro IV.1 Classificação dos impactes 22

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AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL

I – BREVE HISTÓRICO

Em Portugal os primeiros Estudos de Impacte Ambiental (EIA) datam da 2ª metade da

década de 80. São inicialmente regulamentados pelos:

• Decreto-Lei n.º 186/90, de 6 de Junho • Decreto Regulamentar n.º 38/90, de 27 de Novembro

que transpõem para a ordem jurídica interna a Directiva nº 85/337/CEE, do Conselho, de

27 de Junho de 1985.

Passada uma década, à luz da experiência adquirida e decorrendo das alterações

introduzidas pela Directiva nº 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março de 1997, é

introduzida nova regulamentação:

• Dec. Lei nº 69/2000 – Estabelece o regime jurídico de avaliação do impacte

ambiental dos projectos públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos

significativos no ambiente.

Um estudo recente mostrou que desde 1995 até ao início de 2003 foram tomadas mais de

600 decisões relativas a processos de Avaliação de Impacte Ambiental, o que

corresponde a 80 por ano, em média, com tendência para um ligeiro crescimento. Desses

processos:

• Cerca de 50% dos processos dizem respeito a projectos de barragens e de

estradas,

• Mais de 60% das decisões foram favoráveis, embora condicionadas à execução

de medidas de minimização de impactes

• Cerca de 10% foram desfavoráveis

• As restantes pronunciaram-se pela declaração de desconformidade e pela

reformulação do EIA.

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Tipologia dos projectos sujeitos a AIA com forte componente geológico-geotécnica

Entre 1999 e 2002, numa amostra de 62 projectos, verificou-se que estes se distribuíam

por 3 grandes grupos de projectos de engenharia:

• rodovias e outras infraestruturas de transporte – 47%

• infraestruturas de energia (barragens, parques eólicos) – 32%

• outros (hidroagrícolas, saneamento, pedreiras) – 21%

As tendências mais recentes demonstram que, a par das rodovias, aparecem novas

tipologias. A figura 1 ilustra a distribuição por tipologias dos projectos sujeitos a AIA em

2002 com parecer específico do IGM sobre a componente geológico-geotécnica:

Figura I.1 – Tipologias dos projectos sujeitos a AIA (2002) com parecer específico do IGM

• Parques eólicos aparecem como 2ª tipologia mais frequente

• Parques eólicos e linhas de metro, somados, suplantam o conjunto das restantes

tipologias (excluindo rodovias).

Novas tipologias obrigam a ter em conta impactes ambientais no meio geológico,

anteriormente subestimados:

• parques eólicos: impacte paisagístico/ geomorfológico, no património geológico;

• linhas de metro: impactes no subsolo a níveis profundos, hidrogeológicos, etc...).

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4

8projectos rodoviários parques eólicos linhas de metro aproveitamentos hidroeléctricos e hidroagrícolas infraestruturas diversas de energia e ambiente

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II – PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL

Os projectos públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos significativos no

ambiente são sujeitos a avaliação de impacte ambiental de acordo com o procedimento

definido pelo Dec. Lei nº 69/2000 que seguidamente se sumariza:

1. O procedimento de AIA inicia-se com a apresentação pelo proponente de um

Estudo de Impacte Ambiental (EIA) à entidade licenciadora ou competente para

a autorização, acompanhado do respectivo estudo prévio, anteprojecto ou projecto

sujeito a licenciamento (artº 12º).

• O proponente pode, preliminarmente ao procedimento de AIA, apresentar uma

proposta de delimitação de âmbito (PDA) vinculativa do conteúdo do EIA.

2. O EIA e toda a documentação são remetidos para a Autoridade do AIA (artº 13º):

• a ex-Direcção Geral do Ambiente (DGA) actual Instituto do Ambiente (IA) –

projectos de maior dimensão - Anexo I, interregionais, etc. (artº 7º)

• a ex-Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território (DRAOT),

actual Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), os

restantes.

3. A Autoridade do AIA nomeia uma comissão de avaliação (artº 9º) para apreciação

técnica do EIA (artº 13º).

4. A comissão de avaliação pronuncia-se, no prazo de 20 dias, sobre a

conformidade do EIA (artº 13º).

• Pode sugerir reformulação ao proponente

• A declaração de desconformidade do EIA determina o encerramento do

processo de AIA

5. Declarada a conformidade do EIA este transita (artº 13º):

• Para o ex-Instituto de Promoção Ambiental (IPAMB), actual Instituto do

Ambiente (IA) para promoção da Consulta Pública

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• Para as entidades públicas com competências na apreciação do projecto, para

emissão de pareceres.

6. A Consulta Pública decorre durante um período mínimo de 20 dias e máximo de

50 dias, consoante a natureza dos projectos e engloba a realização de Audiências

Públicas, onde decorre a participação do público (artº 15º).

7. Após a recepção do relatório da consulta pública a comissão de avaliação emite o

parecer final que dá lugar à Declaração de Impacte Ambiental (DIA), a qual pode

ser (artº 17º):

• Favorável

• Favorável condicionada (à execução de medidas de minimização)

• Desfavorável

8. A DIA é remetida pela Autoridade de AIA para o Ministro do Ambiente que a

profere e notifica a entidade licenciadora para a autorização (artº 18º).

9. O deferimento tácito ocorre no prazo de 120 (para os projectos do Anexo II) a 140

dias (projectos do Anexo I) (artº 19º).

10. O projecto nas fases de construção, funcionamento, exploração e desactivação

está sujeito a pós-avaliação (artº 27º):

• Da conformidade do projecto de execução com a DIA

• Da eficácia das medidas de minimização dos impactes

• Da eficácia do procedimento de AIA

11. A monitorização do projecto é da responsabilidade do proponente (artº 29º) e está

sujeita à realização de auditorias (artº 30º) para verificação da conformidade.

12. Projectos com impactes transfronteiriços obrigam à consulta dos Estados

potencialmente afectados (artº 32º).

No Quadro seguinte apresentam-se os projectos sujeitos a AIA:

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QUADRO II.1 – PROJECTOS SUJEITOS A AIA

Anexo II Projectos sujeitos a AIA

Anexo I Caso geral (≥) Caso geral (≥) Áreas sensíveis (≥)

Agricultura, silvicultura e aquacultura Regadio: 350 ha Regadio: 175 ha Emparcelamento rural - Outros: 1000 ha Outros: 500 ha

Reconversão para agricultura intensiva - 100 ha 50 ha Desenvolvimento agrícola c/ infraestruturas de rega e drenagem

- 2000 ha 700 ha

Florestação c/ espéc. crescimento rápido e desflorestação

- 350 ha desflorest: 50 ha

70 ha desflorest: 10 ha

40.000 aves 20.000 aves 3.000 porcos e 400 porcas repr.

750 porcos e 200 porcas repr.

Pecuária -

500 bovinos 250 bovinos Mar: 1000 t/ano Piscicultura - Interior: 200 t/ ano ou 5 ha; Estuários: 2 ha

10t/ha/ano

Recuperação terras ao mar - 100 ha todas

Indústria extractiva Pedreiras e minas a céu aberto (excl. petróleo, gás e radioactivos)

25 ha

Extracção de petróleo 500 t/dia Extracção de gás natural 500.000

m3/dia Extracção subterrânea -

5 ha ou 150.000 t/ano

Extracção por dragagem - 1 ha ou 150.000 t/ano

todas

Extr. e tratamento de radioactivos - Perfur. Geotérmicas/ armaz. resíd. nuclea. - todas

Captações p/ abastecimento água - 5 hm3/ano 1 hm3/ano

Indústria mineral Instalações gaseif./liquefacção do carvão 500 t/dia - Fabrico coque (incluindo gaseificação/liquefacção)

- 5 ha ou 150.000 t/ano todas

Cimenteiras - todas Fabrico de cal - 50 t/dia 10 t/dia Produção de fibrocimento 20.000 t/ano Prod. material de atrito c/ amianto 50 t/ano Outras utilizações de amianto 200 t/ano

restantes

Prod. vidro e fusão de minerais (incl. fibra) - 20 t/dia todas

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Anexo II Projectos sujeitos a AIA

Anexo I Caso geral (≥) Caso geral (≥) Áreas sensíveis (≥)

Indústria da energia Refinarias petróleo bruto Todas -

Potência calorifica: Centrais térmicas e outras instalações de combustão para prod. energia eléctrica 300 MW 50 MW 20 MW Centrais e reactores nucleares todas -

110 kv e 10 km ext. 110 kv Transporte de energia por cabos aéreos 220kv e 15km ext. Subestações c/ linhas > 110 kv

Instal transp. de gás, vapor e água quente - 5 ha 2 ha Armazenagem de gás natural à superfície - 300 t ou 1 ha todas Armaz. gases combustíveis (superficial/subterrâneo)

- 300 t 150 t

Armazenagem qq. combustíveis à superf. 200.000 t 100.000 t 20.000 t Fabrico ind. de briquetes, hulha e linhite - 150 t/dia todas Processam./ armaz. resíduos radioactivos Inst. Específ.* restantes Produção energia hidroeléctrica - 20 MW todas Produção energia eólica - 20 torres / 2 km 10 torres / 2 km

Produção e transformação de metais Produção de metais brutos não ferrosos Todas - Produção de gusa ou aço De 1ª fusão 10 ha ou 2,5 t/h Fundição metais ferrosos/fusão não ferrosos - 20 t/dia (c/ excep.) Tratam. metais e plásticos (electrol./quím.) - Cubas: 30 m3 Fabr./montagem automóveis (incl. motores), aeronaves, equip. ferroviário, estampagem p/ explosivos, ustulação, calcinação e sinterização de minérios metálicos

- 10 ha

Estaleiros navais - 5 ha ou 150 m costa

todas

Produção cerâmica - 75 t/dia

Indústria química Inst. químicas integradas (prod. org., inorg., fitofarm./ farm. de base, adubos e explosivos) Todas -

Fabrico produtos químicos - 1 ha ou classif. seg. subst. perig. produz.

Fabrico pesticidas e produtos farmacêuticos - 1.000 t/ano Fabrico tintas, vernizes, elastómeros - 50.000 t/ano Fab. peróxidos e prod.à base de elastómeros - 10.000 t/ano

Todas

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Anexo II

Projectos sujeitos a AIA

Anexo I Caso geral

(≥) Caso geral (≥) Áreas sensív. (≥)

Indústria alimentar Produção óleos e gorduras de origem animal - 75 t/dia 15 t/dia Prod. óleos e gord. vegetal, conserv. frutos e prod. hortic., cerveja e malte, confeit. e xaropes, amido, farinha/óleo de peixe, açúcar

- 300 t/dia 60 t/dia

Indústria lacticínios - 200 t/dia leite 40 t/dia Instal. abate animais e prod. à base de carne - 50 t/dia 10 t/dia Fabrico pasta de papel, papel e cartão 200 t/dia 20 t/dia produto final Tratamento e tintagem fibras e têxteis - 10 t/dia Curtumes - 12 t/dia Produção e tratamento de celulose - 40 t/dia produto final Fabr. painéis aglomerados e contraplacados - 1milhão m2/ano

100.000 m3/ano

todas

Projectos de Infra-estruturas / Turismo / Outros Proj. loteamento e parques industriais - 10 ha ou Classe A -

Operações de loteamento urbano - 10 ha ou 500 fogos 2 ha Centr. comerciais e parq. estacionamento - 1.5 ha e 2 ha 0.5 ha e 1 ha Vias férreas Longo curso 5 km Interfaces transbordo e term. intermodais - 5 ha Aeroportos e aeródromos 2,1km pista 1.500 m pista

todas

Autoestradas Todas - IP’s e IC’s 10 km restantes Estradas nac. e regionais - 10 km Portos (tonelag. embarc.) 1500 GT Vias navegáveis 4.000 GT 5 ha ou 2 km Outras obras regularização cursos de água

- 25 km2 ou 5 km comp.

todas

Barragens 10.000.000 m3 15 m (h); 0,5 hm3 (1 hm3 bar. terra) ou 5 ha albuf.; 500 m(l)

8 m (h); 0,1 hm3 (0,5 hm3 bar. terra) ou 3ha alb; 250m(l)

Linhas metro, eléctrico e outras p/passag. - 20 ha ou 5 km 4 ha ou 1 km Gasodutos 0,5 m φ; 5 km 0,5 m φ Oleodutos

0,8 m φ; 40 km Todos

Aquedutos e adutoras - 1 m φ; 10 km 0,6 m φ; 2 km Sist. de captação de águas subterrâneas 10 hm3/ano 5 hm3/ano 1 hm3/ano Transvases entre bacias hidrográficas 100 hm3/ano Obras protecção costeira - todas

Dragagens nas barras (exc. p/ navegabil.) - 100.000 m3/ano todas

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Anexo II

Projectos sujeitos a AIA

Anexo I Caso geral (≥) Caso geral (≥) Áreas sensíveis (≥)

Projectos de Infra-estruturas / Turismo / Outros (cont.) Pistas de esqui, teleféricos - 500 m ou 1800

pes./h Marinas, docas (embarcações até 12 m) - Costa: 300 lug.

Rios: 100 lug. Embarcadouros em albufeiras (<6m) - 50 postos Aldeamentos turísticos - 55 ha ou 50 hab/ha

-

Hotéis, Apart. turísticos - 200 camas 20 camas Parques de campismo - 1000 utent. ou 3 ha 200 utentes; 0,6 ha Parques temáticos - 10 ha 2 ha Campos de golfe - 18 burac. ou 45 ha Autódromos - 8 ha Instal. p/ eliminação resíduos perigosos a generalidade 5 t/dia Inst. p/ eliminação resíduos não perigosos 100 t/dia aterros: 150.000

t/ano

todos

Estações tratamento águas residuais 150.000 hab/eq 100.000 hab/eq 50.000 hab/eq Parques de sucata - 5 ha ou 50.000 m3 Bancos ensaio motores, turbin., reactores - Instal. fabrico fibras minerais artificiais - 2 ha Instalações recuperação/ destruição explosivos

- 5 ha; dist. Hab < 200m

Instalações de tratamento c/ solventes orgânicos

- 150 kg/h ou 200 t/ano

75 kg/h ou 100 t/ano

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III – REGULAMENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE IMPACTE AMBIENTAL

Dando seguimento ao preceituado no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, são

regulamentadas pela Portaria n.º 330/2001, de 2 de Abril as seguintes normas técnicas:

• Estrutura da proposta de definição do âmbito (PDA)

• Estrutura do Estudo de Impacte Ambiental (EIA)

Estabelecendo ainda:

• os critérios para resumo não técnico (RNT),

• a estrutura do Relatório de Conformidade Ambiental do projecto de execução

(RECAPE),

• a estrutura dos relatórios de monitorização (RM)

III.1 – ESTRUTURA DA PROPOSTA DE DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (PDA)

São objectivos do PDA:

• Identificar as questões e áreas temáticas que se antecipem de maior relevância

em função dos impactes que possam causar no ambiente e que devem ser

tratadas no EIA.

• Fazer o planeamento do EIA e o estabelecer os termos de referência, focalizando

a elaboração do EIA nas questões ambientais significativas que podem ser

afectadas pelos potenciais impactes causados pelo projecto.

o Esta focalização permitirá a posterior racionalização dos recursos e do

tempo envolvidos na elaboração do EIA, bem como na sua apreciação

técnica e na decisão.

o O planeamento antecipado do EIA permite vantagens acrescidas, já que

envolve o comprometimento do proponente e da comissão de avaliação

quanto ao conteúdo do EIA

• Em suma, contribuir para a eficácia do processo de AIA.

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Aspectos a serem focados no PDA

1 - Identificação, descrição sumária e localização do projecto, nomeadamente:

• fase do projecto, antecedentes

• projectos associados ou complementares (acessos, condutas, etc..)

• localização com indicação de áreas sensíveis e planos de ordenamento do

território, servidões condicionantes, etc...

• área de implantação do projecto, principais características físicas do projecto e

processos tecnológicos envolvidos;

• principais actividades de construção, exploração e desactivação

• principais tipos de materiais e de energia utilizados

• principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previsíveis;

• programação temporal estimada das fases de construção, exploração e

desactivação

2 - Alternativas do projecto, nomeadamente de:

• localização;

• dimensão;

• concepção ou desenho do projecto;

• técnicas e processos de construção;

• técnicas e procedimentos de operação, manutenção e desactivação;

• calendarização das fases de obra, de operação e manutenção e de desactivação.

3 - Identificação das questões significativas:

• Acções com potenciais impactes negativos significativos;

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• Hierarquização do significado dos potenciais impactes e da profundidade com que

será analisado;

• Factores ambientais relevantes condicionantes ao projecto, tendo em conta a

hierarquização dos potenciais impactes;

• Populações potencialmente afectadas

4 - Proposta metodológica

Metodologia a adoptar para a:

• Caracterização da situação actual e da sua previsível evolução sem projecto, para

cada factor ambiental relevante:

o Objectivos da caracterização (relação com impactes significativos);

o Tipos e fontes de informação, metodologias de recolha e de tratamento da

informação; escalas de cartografia

• Identificação e avaliação de impactes, incluindo:

o definição de critérios para apreciação da sua significância;

o previsão de impactes cumulativos, nomeadamente fronteiras espaciais e

temporais dessa análise.

• Elaboração do plano geral de monitorização.

5 - Planeamento do EIA:

• Proposta de estrutura para o EIA;

• Especialidades técnicas envolvidas e dos recursos logísticos;

• Indicação dos potenciais condicionalismos ao prazo de elaboração do EIA

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III.2 – ESTRUTURA DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (EIA)

Composição do EIA

O EIA é composto por:

• Resumo não técnico (RNT);

• Relatório ou relatório síntese (RS);

• Relatórios técnicos (RT) e Anexos.

Conteúdo do EIA

O conteúdo do EIA deve adaptar-se criteriosamente à fase de projecto considerada

(anteprojecto, estudo prévio ou projecto de execução) e às características específicas do

projecto em causa.

O relatório ou o RS deve estruturar-se nas seguintes secções, que cobrem a totalidade do

conteúdo do EIA:

I – Introdução

• Identificação do projecto, da fase em que se encontra, do proponente, da entidade

licenciadora e dos responsáveis pelo EIA e indicação do período da sua

elaboração;

• Eventuais antecedentes do EIA (proposta de definição do âmbito e deliberação da

comissão de avaliação);

• Metodologia e descrição geral da estrutura do EIA (referenciando o plano geral ou

índice do EIA).

II - Objectivos e justificação do projecto

• Descrição dos objectivos e da necessidade do projecto;

• Antecedentes do projecto e sua conformidade com os instrumentos de gestão

territorial (PDM, etc…)

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III - Descrição do projecto e das alternativas consideradas

• Descrição do projecto e das alternativas, incluindo principais processos

tecnológicos e mecanismos de eliminação de alternativas;

• Projectos complementares ou subsidiários (acessos viários, energia, condutas de

água, colectores de águas residuais, etc.

• Programação temporal das fases de construção, exploração e desactivação :

• Localização do projecto, indicação das áreas sensíveis, planos de ordenamento do

território, condicionantes, servidões e restrições de utilidade pública;

• Para cada alternativa estudada, devem ser descritos e quantificados:

o Materiais e energia utilizados e produzidos,

o Efluentes, resíduos e emissões previsíveis nas fases de construção,

funcionamento e desactivação para os diferentes meios (água, solo e ar);

o Fonte de produção e níveis de ruído, vibração, luz, calor, radiação, etc.

IV - Caracterização do ambiente afectado pelo projecto

• Caracterização do estado actual do ambiente susceptível de ser afectado pelo

projecto e da sua evolução previsível na sua ausência, com base nos factores:

o Naturais: geologia, clima, solo, água, ar, fauna e flora, paisagem;

o Sociais: população e povoamento; património cultural; condicionantes;

servidões e restrições; sistemas ou redes estruturantes; espaços e usos

definidos em instrumentos de planeamento; sócio-economia.

• A caracterização, realizada às escalas micro e macro, deve permitir a análise dos

impactes do projecto e das suas alternativas.

• Os dados e as análises apresentados devem ser proporcionais à importância dos

potenciais impactes;

• Deve ser explicitado o grau de incerteza global associada à caracterização do

ambiente afectado, tendo em conta a tipologia de cada um dos factores utilizados.

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No Quadro 2 apresenta-se uma lista dos factores de caracterização do ambiente afectado

pelo projecto.

QUADRO III.1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO

Factores Descritores Principais Aspectos

Geologia

Litoestratigrafia Geomorfologia e Estabilidade de Taludes Tectónica e Sismicidade Hidrogeologia Recursos Minerais Geotecnia

Clima

Insolação, Radiação solar e Temperatura Precipitação, Humidade do ar e Nebulosidade Ventos, Orvalho e geada e outros meteoros Evaporação e evapo-transpiração Classificação climática

Solo e Uso do Solo

Tipo de solos: caracterização e distribuição pedológica Capacidade de uso do solo Ocupação actual do solo

Bio

físic

os

Bioecologia Flora e vegetação. Espécies ameaçadas Fauna. Espécies ameaçadas Zonas de maior sensibilidade ecológica

Água Águas subterrâneas: produtividade, qualidade química Águas superficiais: parâmetros quantitativos (escoamento..), qualidade química e bacteriológica

Ar Odores, gases, poeiras Ruído Fontes de ruído (cumprimento do RGR) Q

ualid

ade

do

Am

bien

te

Resíduos Urbanos, Industriais

Paisagem

Estrutura, Organização e Análise da Paisagem Qualidade visual e Valor cultural da paisagem Sensibilidade da Paisagem Capacidade de Absorção visual da Paisagem

Património Arqueológico Arquitectónico Etnológico

Sistema Social e Económico

População e povoamento Actividades Económicas Qualidade de Vida S

ocia

is e

Eco

nóm

icos

Ordenamento do Território

Instrumentos de planeamento (PDM…) Condicionantes à ocupação do território

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V - Impactes ambientais e medidas de mitigação

• Identificação e descrição/quantificação dos impactes ambientais significativos de

cada alternativa, resultantes do projecto, da utilização da energia e recursos

naturais, da emissão de poluentes e da eliminação de resíduos e de efluentes;

• Avaliação da importância/significado dos impactes com base na definição das

respectivas escalas de análise;

• Análise de impactes cumulativos: impactes que resultam do projecto em

associação com outros projectos, existentes ou previstos, projectos

complementares ou subsidiários;

• Indicação da incerteza associada à sua identificação e previsão, dos métodos

utilizados para avaliar os impactes previsíveis, bem como os critérios utilizados na

apreciação da sua significância;

• Descrição das medidas e das técnicas previstas para evitar, reduzir ou compensar

os impactes negativos;

• Identificação dos riscos ambientais associados ao projecto, incluindo os

resultantes de acidentes, e descrição das medidas previstas para a sua

prevenção;

• Indicação dos impactes que não podem ser evitados, minimizados ou

compensados e da utilização irreversível de recursos;

• Análise comparativa dos impactes para o conjunto das alternativas consideradas;

• Do conjunto das várias alternativas em análise, deve ser sempre indicada a

alternativa ambientalmente mais favorável, em termos de localização, tecnologia,

energia utilizada, matérias-primas, dimensão e desenho, devendo ser justificados

os critérios que presidiram à definição de "alternativa ambientalmente mais

favorável".

VI - Monitorização e medidas de gestão ambiental dos impactes

• Avaliação numa lógica de proporcionalidade entre a dimensão e as características

do projecto e os impactes ambientais dele resultantes;

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• Descrição dos programas de monitorização para cada factor, cobrindo os

principais impactes negativos previsíveis nas fases de construção, exploração e

desactivação, passíveis de medidas de gestão ambiental.

• Caso a AIA decorra em fase de projecto de execução, os programas de

monitorização devem especificar,

o Parâmetros a monitorizar;

o Locais (ou tipos de locais) e frequência das amostragens ou registos;

o Técnicas e métodos de análise e equipamentos necessários;

o Relação entre factores ambientais a monitorizar e parâmetros

caracterizadores da construção, funcionamento ou desactivação do

projecto;

o Tipo de medidas de gestão ambiental a adoptar na sequência dos

resultados dos programas de monitorização;

o Periodicidade dos relatórios de monitorização e critérios para a decisão

sobre a revisão do programa de monitorização;

• No caso do projecto estar ainda em fase de anteprojecto ou de estudo prévio,

devem ser apresentadas as directrizes a que obedecerá o plano geral de

monitorização.

VII - Lacunas técnicas ou de conhecimentos - resumo das lacunas técnicas ou de

conhecimento verificadas na elaboração do EIA.

VIII - Conclusões: evidenciando questões controversas e decisões a tomar em sede de

AIA, incluindo as que se referem à escolha entre as alternativas apresentadas.

Critérios para a elaboração de resumos não técnicos de EIA (RNT)

O resumo não técnico (RNT) constitui uma das peças obrigatórias do EIA. Apresentando-

se em documento separado, o seu papel é o de sumarizar e traduzir em linguagem não

técnica o conteúdo do EIA, tornando este documento acessível ao público em geral.

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Deste modo, o RNT é uma peça essencial à participação do público no procedimento de

AIA, sendo, em muitos casos, a única fonte de informação de alguns segmentos do

público interessado.

Face à extensão e à complexidade técnica que normalmente caracterizam os EIA, é

fundamental que o RNT seja preparado com rigor e simplicidade, linguagem acessível,

correspondente ao nível deentendimento do cidadão comum, e dimensão reduzida. O

RNT deve ser suficientemente completo para que possa cumprir a função para a qual foi

concebido, sintetizando o conteúdo do EIA, sem ser exaustivo, não tendo de abordar,

necessariamente, todos os pontos focados no EIA.

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III.4 – NORMAS TÉCNICAS PARA A ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO (RECAPE)

O relatório de conformidade ambiental do projecto de execução (RECAPE) tem por

objectivo a verificação de que o projecto de execução obedece aos critérios

estabelecidos na declaração de impacte ambiental (DIA), dando cumprimento aos termos

e condições nela fixados.

O RECAPE não constitui um "EIA da fase de projecto de execução", sendo, antes, um

documento que descreve e demonstra o cabal cumprimento das condições impostas na

DIA. No entanto, e especialmente porque a DIA é, neste caso, emitida em fase de estudo

prévio ou anteprojecto, o RECAPE deve conter a caracterização mais completa e

discriminada dos impactes ambientais relativos a alguns dos factores em análise no

âmbito do procedimento de AIA de que decorreu a emissão da respectiva DIA.

Assim, os pressupostos de base da concessão da DIA, genericamente abordados no

âmbito do estudo prévio ou anteprojecto e a que o projecto de execução deve obedecer,

têm de se encontrar justificados no âmbito do RECAPE, sobretudo através da

concretização discriminada das medidas de mitigação referidas genericamente na DIA e

de outras que venham a considerar-se relevantes.

O RECAPE deve estruturar-se nas seguintes secções:

Sumário executivo - resumo das informações constantes do RECAPE

I - Introdução:

a) Identificação do projecto e do proponente;

b) Identificação dos responsáveis pelo RECAPE;

c) Apresentação dos objectivos, da estrutura e do conteúdo do RECAPE.

II - Antecedentes - resumo dos antecedentes do procedimento de AIA, com transcrição da

DIA (ou, em alternativa, apresentação da mesma em anexo) e dos compromissos

assumidos pelo proponente no EIA, designadamente das medidas previstas para evitar,

reduzir ou compensar os impactes negativos ou para prevenir acidentes.

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III - Conformidade com a DIA:

a) Descrição das características do projecto, incluindo as cláusulas do caderno de

encargos, que asseguram a conformidade com a DIA;

b) Descrição dos estudos e projectos complementares efectuados, necessários ao

cumprimento das condições estabelecidas na DIA;

c) Apresentação de um inventário das medidas de minimização a adoptar em cada fase

(construção/exploração/desactivação), incluindo a respectiva descrição e

calendarização;

d) Apresentação de outra informação considerada relevante.

IV - Monitorização - apresentação de um plano geral de monitorização, contendo uma

descrição pormenorizada dos programas de monitorização a adoptar. Essa descrição

deve incluir, com as necessárias adaptações a cada caso concreto, os seguintes

aspectos:

i) Parâmetros a monitorizar;

ii) Locais e frequência das amostragens ou registos, incluindo a análise do seu

significado estatístico;

iii) Técnicas e métodos de análise ou registo de dados e equipamentos

necessários;

iv) Relação entre factores ambientais a monitorizar e parâmetros caracterizadores

da construção, do funcionamento ou da desactivação do projecto ou de outros

factores exógenos ao projecto, procurando identificar os principais indicadores

ambientais de actividade do projecto;

v) Métodos de tratamento dos dados;

vi) Critérios de avaliação dos dados;

vii) Tipo de medidas de gestão ambiental a adoptar na sequência dos resultados

dos programas de monitorização;

viii) Periodicidade dos relatórios de monitorização, respectivas datas de entrega e

critérios para a decisão sobre a revisão do programa de monitorização.

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III.5 – ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO (RM)

O relatório de monitorização (RM) é apresentado à autoridade de AIA com a

periodicidade constante na DIA, ou no EIA, devendo respeitar a seguinte estrutura:

I - Introdução:

a) Identificação e objectivos da monitorização;

b) Âmbito do RM (factores ambientais considerados e limites espaciais e temporais

da monitorização);

c) Enquadramento legal;

d) Apresentação da estrutura do relatório;

II - Antecedentes:

a) Referência ao EIA, à DIA, ao plano geral de monitorização apresentado no

RECAPE, a anteriores RM e anteriores decisões da autoridade de AIA;

b) Referência à adopção das medidas previstas para prevenir ou reduzir os impactes

objecto de monitorização. Eventual relação da calendarização da adopção destas

medidas em função dos resultados da monitorização;

c) Referência a eventuais reclamações ou controvérsia relativas aos factores

ambientais objecto de monitorização.

III - Descrição dos programas de monitorização (para cada factor ambiental):

a) Parâmetros a medir ou registar. Locais de amostragem, medição ou registo;

b) Métodos e equipamentos de recolha de dados;

c) Métodos de tratamento dos dados;

d) Relação dos dados com características do projecto ou do ambiente exógeno;

e) Critérios de avaliação dos dados.

IV - Resultados dos programas de monitorização (para cada factor ambiental):

a) Resultados obtidos;

b) Discussão, interpretação e avaliação dos resultados obtidos face aos critérios

definidos;

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c) Avaliação da eficácia das medidas adoptadas para prevenir ou reduzir os

impactes objecto de monitorização;

d) Comparação com as previsões efectuadas no EIA, incluindo, quando aplicável, a

validação e a calibração de modelos de previsão.

V - Conclusões:

a) Síntese da avaliação dos impactes objecto de monitorização e da eficácia das

medidas adoptadas para prevenir ou reduzir os impactes objecto de

monitorização;

b) Proposta de novas medidas de mitigação e ou de alteração ou desactivação de

medidas já adoptadas;

c) Proposta de revisão dos programas de monitorização e da periodicidade dos

futuros relatórios de monitorização.

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IV – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES

Definição e metodologia

Define-se impacte por alteração ao meio envolvente originada pelo projecto em análise,

de forma directa ou indirecta.

Em termos metodológicos os impactes são identificados, descritos e/ou quantificados

(sempre que possível) e avaliados para cada descritor (componente ambiental) e para as

diferentes alternativas de projecto. Sempre que relevante, descriminam-se os impactes

para as diferentes fases:

• construção, • operação (exploração) • desactivação.

Conforme o projecto, alguns impactes poderão ser analisados de forma mais detalhada

que outros, consoante existirem componentes ambientais que, à partida, apresentem um

maior risco ambiental.

Classificação dos impactes

Os impactes são classificados de acordo com o Quadro 3.

QUADRO IV.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTES

Parâmetros Classificação Positivos ou negativos Directos ou indirectos Secundários

Natureza

Cumulativos 1 em dois anos 2 dentro da vida útil do projecto

De curto1, médio2 ou longo prazo3 3 para além do tempo de vida útil

Nível temporal (duração)

Permanentes ou temporários Nível espacial Impacte a discriminar espacialmente quando aplicável Reversibilidade Cessação de um efeito no curto prazo (cerca de dois anos) após

a cessação da causa (acção do projecto) Probabilidade Indicação da incerteza associada Magnitude Reportada a um padrão (legal, técnico-científico ou pericial)

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A cada impacte é atribuído um valor de importância/significado, numa escala

convencional a definir (ex: 3 graus - elevado, médio, reduzido). A escala abrange

impactes positivos e negativos (+/-).

O conceito-chave da atribuição de um nível de importância é a perda de usos do

ambiente, seja para o homem ou para o ecossistema (perspectiva mista

antropocêntrica/ecocêntrica).

Em princípio, um impacte é tanto mais significativo quanto maior for o seu nível espacial,

duração, irreversibilidade, probabilidade e magnitude, mas apenas na medida em que tal

implicar perdas de usos.

São considerados especialmente significativos (negativos) os impactes irreversíveis que

infrinjam as normas legais, ou destruidoras de componentes raros ou únicos do

património natural ou cultural, dada a óbvia perda de usos implicada.

Normalmente, o ponto de equilíbrio da escala de impactes (impacte nulo) corresponderá

sempre à alternativa zero (não execução do projecto), que corresponderá a um cenário de

evolução da situação actual, sobretudo em termos dos usos actuais do solo e das

pressões externas verificadas.

IV.1 – MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DE IMPACTES

Introdução

As medidas a adoptar durante as fases do projecto (construção, exploração e

desactivação), com vista à minimização das perturbações ambientais podem ser divididas

em dois tipos: medidas de âmbito geral e medidas específicas.

Medidas gerais

M1. Medidas de segurança para diminuir a probabilidade da ocorrência de acidentes:

• Estaleiro - vedação para evitar a entrada de pessoas estranhas

• Trabalhadores – utilização dos equipamentos de segurança exigidos pela

legislação em vigor – capacete, auriculares, botas, luvas e óculos de protecção;

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M2. Localização cuidada do estaleiro e respectivos acessos, implantando-o de

preferência no interior da área a ocupar pela obra;

M3. Utilização do menor espaço possível de terreno envolvente à obra, para instalação

do estaleiro (armazenamento de materiais, parqueamento de maquinaria, etc) ou acessos

à obra, preferencialmente em zonas afastadas das habitações e áreas mais degradadas,

evitando zonas de maior sensibilidade ecológica (RAN e REN);

M4. Evitar o depósito, mesmo que temporário, de resíduos criados durante a

construção, assegurando a sua recolha para destino final adequado

• é proibida, nos termos da legislação em vigor, a queima de pneus, óleos usados,

cabos eléctricos, madeira e quaisquer outros tipos de resíduos.

M5. Optimização dos circuitos de transporte de materiais para a obra e de resíduos de

obra para os destinos finais adequados;

M6. Execução de alternativas temporárias e vias/caminhos para a circulação de

viaturas e peões, incluindo a sua sinalização adequada, quando necessário;

M7. Realização de regas periódicas na zona da obra (dependente das respectivas

condições climáticas), evitando deste modo, o levantamento de poeiras;

M8. Desobstrução e limpeza de acessos e órgãos de drenagem na envolvente da obra;

M9. Minimização dos riscos de erosão dos solos, evitando desmatação desnecessária

ou excessiva compactação e impermeabilização;

M10. Avaliação da presença de valores naturais e históricos a preservar (ex: espécies

raras, vestígios arqueológicos, nascentes);

M11. Desactivação das zonas afectas às obras, uma vez finalizadas, com remoção ou

desmantelamento de instalações, equipamentos e maquinaria de apoio e materiais

residuais, procedendo-se à reposição ou substituição de infraestruturas, equipamentos e

serviços existentes e à recuperação do solo na área de implantação do projecto e sua

envolvente;

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M12. Quando as áreas afectadas são extensas quanto à remoção do material resultante

da desmatação, as medidas minimizadoras do risco de incêndio deverão contemplar

cuidados especiais, nomeadamente:

• a instalação de bocas de incêndio ao longo dos acessos;

• a manutenção de uma torre de vigilância de bombeiros

• uma viatura equipada para intervenções imediatas, permitindo uma primeira frente

de ataque a um eventual foco de incêndio.

Medidas específicas

Movimentos de terras

MT1. Antes da realização de trabalhos de terraplenagem deve ser efectuado o

saneamento da camada de terra arável, a qual deve ser armazenada em pargas com o

objectivo de ser reutilizada no revestimento e suporte de cobertura vegetal dos taludes.

MT2. Nas operações de escavação devem ser privilegiados os meios mecânicos que não

introduzam perturbação excessiva quer do ponto de vista ambiental, quer na estabilidade

geomecânica do maciço.

• Deve ter-se sempre em atenção reduzir as tensões e a fracturação do maciço

remanescente e permitir um efectivo controlo do ruído e das vibrações.

• A ocorrência de fracturação excessiva do maciço remanescente pode ter um efeito

negativo não só na estabilidade geomecânica do substrato como no aumento da

condutividade hidráulica e, consequentemente, na vulnerabilidade do aquífero.

• Se houver necessidade de utilizar meios mecânicos potentes, como o ripper, o

martelo pneumático e, principalmente, os explosivos, há que ter em consideração

o nível de vibrações que pode ser transmitido ao terreno e às estruturas vizinhas.

• A utilização de explosivos deve ser colocada sempre como última opção,

procurando-se antes tirar partido do estado de fracturação do substrato rochoso,

em regra favorável ao desmonte através da compartimentação do maciço em

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fracturas abertas, nomeadamente por meio da utilização do ripper, em primeiro

lugar, e do martelo pneumático, na sequência

• No caso de ser necessário utilizar explosivos devem utilizar-se técnicas de pré-

corte, smoothwall trench blasting, com redução da concentração das cargas

laterais para prevenir sobrefracturação, e de bolder blasting, no caso de ocorrência

de blocos isolados de grandes dimensões.

MT3. Os materiais escavados deverão, de preferência, ser utilizados como materiais de

empréstimo na construção e, apenas em último caso, levados a depósito para o exterior.

• Os que se revelem inadequados para reutilização devido às suas fracas

características geotécnicas ou por se considerarem com incorporação de

substâncias poluentes devem ser armazenados em área apropriada.

• Todas as terras que possam ser consideradas contaminadas deverão ser

conduzidas a aterro controlado ou, de preferência, tratadas in situ, on site ou ex

situ, segundo esta ordem de prioridade.

MT4. Fenómenos de instabilização de taludes de escavação e de aterro devem ser

prevenidos conjugando uma adequada inclinação do talude com o revestimento vegetal

tendo em vista combater a erosão, associado a drenagem superficial e subterrânea.

MT5. No caso de ser provável a intersecção do nível freático deverá adoptar-se, na fase

de projecto, modelos hidráulicos que permitam a determinação da distribuição das

pressões e velocidades da água nas várias situações climáticas (inverno, período seco).

• A monitorização antes da construção com a instalação de piezómetros permitirá

antecipar a evolução do nível freático.

• No caso de se prever um afluxo significativo de água à obra deve ser instalado um

sistema de rebaixamento antes do início dos trabalhos, dimensionado tendo em

conta a altura da coluna de água proveniente do solo (gravitacional), bem como a

do escoamento superficial e da precipitação directa.

• Tendo em vista a monitorização do nível freático durante a vida útil da obra, os

piezómetros seguidos na fase de construção devem continuar em observação na

fase de exploração.

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• A monitorização deve ser complementada com a observação dos parâmetros

relativos à qualidade da água, em particular no que se refere às substâncias

produzidas e armazenadas nas instalações, tendo em vista a detecção de

eventuais fugas ou derrames acidentais.

Regularização climática

MCL1. Na fase de construção a remoção da vegetação deverá ser limitada às áreas

estritamente necessárias de forma a reduzir a perda de efeito de regularização térmica

que a cobertura vegetal exerce;

MCL2. Na fase de exploração deverão ser utilizadas sebes ou maciços de vegetação

“corta-vento” ou dispor de árvores nos corredores de aceleração criados pela construção

das infra-estruturas.

• Deverá ser assegurada a manutenção das áreas verdes de forma a garantir o

efeito de regularização térmica que a vegetação pode oferecer.

Solos e ecologia

MS1. Para que seja evitada a erosão dos solos as desmatações, aterros e

movimentações de terra em geral, deverão ser limitadas ao mínimo indispensável e

decorrerem faseadamente, evitando a ocorrência de situações em que o solo permaneça

a descoberto durante largos períodos de tempo.

MS2. Para que seja evitada a contaminação dos solos, nomeadamente por derrames de

óleos, actuar-se-á de modo a garantir que são tomadas todas as medidas necessárias

para a prevenção desses mesmos derrames, nomeadamente através da manipulação e

manutenção cuidadosa de instalações e equipamentos.

• Se apesar disso ocorrerem derrames de óleos, serão accionados todos os

mecanismos que permitam evitar e/ou minimizar a contaminação dos solos,

nomeadamente através da aplicação de produtos absorventes e

acondicionamento em contentores apropriados tendo em vista o transporte para

aterro licenciado para o efeito.

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MS3. Nas áreas a rearborizar, utilizar espécies autóctones adequadas ao habitat a

requalificar.

Qualidade do ar e da água

MA1. Deverá ser implantado um Sistema de Lavagem de Rodados para todos os veículos

e maquinaria afectos à obra, à saída da área afecta à obra e antes da entrada na via

pública, especialmente em dias chuvosos e propícios à acumulação de lama nos rodados;

MA2 No transporte de materiais devem ser utilizados veículos pesados com cobertura

adequada, para reduzir a emissão de poeiras; as operações de descarga de materiais

pulverulentos devem ser controladas e efectuadas com a menor altura de queda possível;

MA3. Os materiais de construção e residuais da obra, especialmente se foram

pulverulentos ou do tipo particulado, devem ser acondicionados, e humidificados, em

particular em dias secos e ventosos;

MA4. Deve proceder-se à limpeza da via pública sempre que nela forem vertidos

materiais de construção ou materiais residuais da obra;

MA5. Durante a fase de construção deverá ser efectuadas análises das águas residuais

resultantes da lavagem do equipamento de apoio à obra, as quais devem ser sujeitas a

tratamento caso não cumpram os valores regulamentados para os parâmetros de

qualidade das águas residuais relativamente à sua descarga no meio hídrico.

Ruído e Vibrações

MRV1. Antes do início da construção deverá efectuar-se o levantamento dos níveis de

ruído na zona de implantação do projecto (incluindo zonas adjacentes), quer no período

diurno quer no nocturno;

MRV2. Durante a fase de construção deverão ser adoptadas medidas de minimização

face ao aumento dos níveis de ruído no Estaleiro e zonas adjacentes, tendo em atenção

as consequências que daí poderão advir para a população e ambiente em geral.

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MRV3. Durante a fase de construção deverão ser adoptadas medidas que visem

minimizar a transmissão de vibrações à estrutura de edifícios, infra-estruturas e

equipamentos existentes nas zonas adjacentes à obra e que evitem o aparecimento de

danos nos mesmos;

MRV4. Durante a fase de exploração deverão adoptadas medidas de monitorização das

vibrações nas estruturas, de forma a ser possível a minimização da transmissão das

vibrações a estas, minimizando a probabilidade de ocorrência de danos.

Resíduos

MRS1. Deverão ser estudadas as possibilidades de valorização dos resíduos da

construção e demolição, nomeadamente a sua reciclagem in situ, através de britagem.

MRS2. Os restantes resíduos sólidos produzidos no Estaleiro durante a fase de

construção (paletes, plásticos, etc...) desde que não contaminados, deverão ser

encaminhados para a reciclagem, sempre que possível, ou recolhidos pelos sistemas de

recolha de RSU;

MRS3. Todos os resíduos perigosos deverão ser recolhidos em recipientes adequados

para o seu armazenamento e transportados por entidades licenciadas;

• Os óleos usados deverão ser armazenados e devidamente acondicionados em

recipientes fechados, em local vedado, fora de fontes de ignição, em chão isolado

e protegido e, posteriormente enviados para o tratamento/destino adequados.

Paisagem

MP1. Durante a fase de construção, deverá vedar-se visualmente, com recurso a painéis,

as áreas de estaleiro e apoio à obra, devendo ser adoptadas medidas de tratamento

estético, conservação e limpeza dos tapumes, de forma a compensar o efeito de barreira

visual que é provocado por toda a vedação;

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MP2. Deverão ser adoptadas medidas de integração paisagística das áreas afectadas

pelo estaleiro, quer em termos dos acessos temporários previstos como em termos das

próprias actividades do estaleiro;

MP3. Após o termo da obra, deverá ser assegurada a reposição, integração e

recuperação paisagística dos principais elementos afectados.

Património Arqueológico

MPA1. A obra deverá ser sujeita a acompanhamento por parte de um arqueólogo, que

deverá coincidir com as fases de remoção dos horizontes de solo e que permitirá definir

as medidas de conservação e valorização a efectuar.

Sócio-Economia

MSE1. Deverá ser adoptada uma política de comunicação para as comunidades locais.

MSE2. Deverão ser colocados painéis informativos sobre o motivo e tipo de obra a

realizar, a duração e data de conclusão da obra, as consequências para os utentes das

vias rodoviárias mais afectadas e o respectivo faseamento de execução das obras.

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BIBLIOGRAFIA ESSENCIAL COSTA, C. (2003) – A Geologia no Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, Ciências da Terra, Lisboa, nº esp. V, CD-ROM e p.95 (resumo). PARTIDÁRIO M. R. & JESUS J., (2003) – Fundamentos de Avaliação de Impacte Ambiental. Universidade Aberta, Lisboa. PETTS, J. (1999) – Handbook of Environmental Impact Assessment. Vols. 1 e 2. Blackwell, Oxford.