disciplina: bi64 b - ecologia profa. patrícia c. lobo faria

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Curso de Graduação em Engenharia Ambiental Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria http://paginapessoal.utfpr.edu.br/patricialobo Atributos demográficos: estrutura e dinâmica de populações.

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Page 1: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Curso de Graduação em Engenharia Ambiental

Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA

Profa. Patrícia C. Lobo Fariahttp://paginapessoal.utfpr.edu.br/patricialobo

Atributos demográficos: estrutura e dinâmica de

populações.

Page 2: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Que informações além da densidade podem ser obtidas

a partir do conhecimento do tamanho da população?

População é um conjunto de indivíduos de

determinada espécie, numa determinada área de

habitat adequado.

Page 3: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Estrutura da População

• Tamanho

• Densidade

• Distribuição de indivíduos no hábitat

• Proporções em cada classe etária

• Sistema de acasalamento

• Variação genética

Page 4: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

A densidade populacional varia

com o tempo?

Page 5: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Capacidade suporte:

densidade máxima de uma espécie que um ambiente pode sustentar.

Hábitat adequado:

suprimento de alimentos, condições ambientais “favoráveis”, locais para ninhos, “poucos” inimigos naturais...

Page 6: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

• A distribuição de manchas de habitat adequado significa que

as populações, no geral, estão divididas em subpopulações

menores, com menor encontro de indivíduos do que se o

habitat fosse contínuo.

Qual habitat é adequado?

Page 7: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Dinâmica da População

• As populações apresentam comportamento dinâmico, mudando ao longo do tempo. A compreensão da dinâmica populacional esclarece sua estrutura e permite responder questões como: a pop. persistirá no habitat?

Nascimentos

Mortes

Movimentos (imigração e emigração)

Page 8: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

O que determina o tamanho da população?

Natalidade

+

Imigração

+

Emigração

-

Mortalidade-

N1 = N0 + B – D + I – E

B: nascimento (birth)

D: morte (death)

I: imigração (chegada, entrada de indivíduos em uma

população)

E: emigração (saída de indivíduos)

Densidade

N0 = tamanho populacional no tempo = 0

N1 = tamanho populacional no tempo = 1

Populações têm comportamento dinâmico.

Page 9: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Fatores ambientais

População

Natalidade

Imigração Emigração

Taxa de crescimento (r) = natalidade (b) – mortalidade (d)

Adaptado de https://www.youtube.com/watch?v=O631cUyco3Q&feature=youtu.be

Mortalidade

K: capacidade suporte

Page 10: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Mobilidade: dispersão e migração• Dispersão: maneira pela qual os indivíduos

se afastam um dos outros (movimento na área de abrangência da população)

– Sementes carreadas pelo vento, animais ou água

– Animais estabelecem seus territórios, formação de bandos

• Migração: movimento direcional de organismos, em massa, quase sempre de regiões com poucos recursos para áreas mais produtivas

– Fitoplâncton: dia: superfície / noite: zonas mais profundas

– Borboletas, gnus, gafanhotos, etc..

Movimento de indivíduos (I: para dentro) (E: para fora) entre subpopulações em manchas de hábitats isolados

Page 11: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Migração: deslocamento temporário de uma população para uma

região com condições adequadas. Ocorre quando extremos de

condições exigiriam um alto custo de adaptação

Andorinhas-do-mar do Ártico:

procriam no verão no Atlântico

Norte, quando esfria migram para a

Antártida: vivem nos verões polares!

Grandes populações migram na

época da reprodução para zonas de

grandes concentrações de alimentos

Page 12: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Fases do ciclo de vida de organismos unitários

• Número de gerações ao ano varia entre as espécies, a

expectativa de vida também varia bastante.

• Como alocar tempo e recursos limitados de modo a

atingir o sucesso reprodutivo máximo?

Page 13: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Ciclo de vida anual

• Espécies apresentam apenas

uma geração por ano, na

estação favorável;

• Nascimentos (eclosão de ovos

ou germinação) ocorrem no

início da “primavera”, crescem

rapidamente, se reproduzem e

morrem ao final do verão ou

outono.

• Há fases dormentes:

sementes, esporos, ovos

que persistem o resto do ano

(estação desfavorável)

• Ex.: gafanhoto, ervas, ruderais

(áreas perturbadas), ...

Page 14: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Ciclo de vida bianual

• Organismos nascem, crescem

durante a primeira estação

favorável e se reproduzem na

segunda estação favorável,

morrendo ao final do segundo

ano. Ex.: cenoura, beterraba,

dedaleira ...

Page 15: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Ciclo de vida perene

• O ciclo de vida ultrapassa dois anos

• Geralmente o fotoperíodo determina o momento ideal para a reprodução; ou em condições estáveis, a reprodução pode ser contínua.

• Conflito: investir energia para se proteger na estação desfavorável, com isso a prole será menor que a de espécies anuais.

Page 16: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Perenes: Eventos reprodutivos:

reprodução sazonal

reprodução contínua

Espécies

iteróparas:

apresentam mais

de um evento

reprodutivo

durante a vida, ou

evento contínuo.

Espécies

semelparas:

apresentam um

único evento de

reprodução sexuada

durante sua vida,

seguido de morte.

2 estratégias

Page 17: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Espécies semélparas - semelparição

EX.: Agave, BAMBUS (muitas spp), ALGUMAS ÁRVORES TROPICAIS. Salmão, Cigarra

Page 18: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

História de vida das espécies ou bionomia

Quanto tempo viver? A que velocidade crescer?

Quando começar a se reproduzir? Quantas vezes se reproduzir? Quantos descendentes deixar?

Quanto empregar de cuidado com a prole?

Page 19: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Custos para a reprodução?

Fazer a coorte

construção de ninho

migração para áreas de reprodução

cuidado com a prole

Page 20: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Histórias de vida das espécies

r – estrategistas

• Alto investimento em esforço reprodutivo:

• Crescimento rápido

• Reprodução precoce

• Prole numerosa, indivíduos pequenos

• Ciclo de vida curto

• “Produtivas”

• ♣: sementes facilmente dispersas (vento ou vários dispersores), exigem luz para germinar ou: sem luz: banco de sementes (dormentes)

k – estrategistas• Alto investimento em ξ de

manutenção:• Crescimento lento, • Reprodução “tardia”• Prole menos numerosa, +

vigorosa• Ciclo de vida longo• Espécies “eficientes”• ♣: sementes requerem

dispersores especializa-dos, não exigem luz;

• Plântula requer luz (tolera sombra): formam banco de plântulas

Page 21: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Diferentes estratégias: r K

Page 22: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Curvas de sobrevivência

I (convexa):

mortalidade baixa até

perto do fim da vida

(humanos e grandes

animais), qdo muito

Ex.: mamíferos, insetos

sociais, mosca

drosófila

II (próxima de reta

diagonal):

sobrevivência

semelhante nas

diferentes fases.

Ex.: hidra de água

doce, diversos

passeriformes

III (côncava):

mortalidade alta nos

estágios juvenis e

depois .

Ex.: mais frequente:

invertebrados,

peixes, muitas aves.

Risco

de m

orte

Page 23: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Curvas de supervivência: sobrevivência acumulada a partir de um tempo inicial a um tempo final (sobrevivência: a um tempo imediatamente após)

Grande produção de descendentes, com poucos recursos energéticos e nenhum cuidado parental

Page 24: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Como representar a

estrutura de

populações?

Page 25: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Distribuição etária

Representação da quantidade de indivíduos (sua proporção) em cada faixa de idade.

Ecologia de Populações...

É uma distribuição de frequência (%)!

Como definir idade?

Page 26: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Definindo idades...

• Estimativas, a partir de diferentes estágiosontogenéticos:

• Número de anéis de crescimento em plantas ou cicatrizes foliares;

• Número de camadas de escamas em peixes;

• Número e tipos de dentes (de leite ou permanente, número de incisivos...)

• Tamanho e forma de chifres,

• Massa do dente de elefante,

• Formato de folhas, número de ramificações ...

Page 27: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Estrutura etária Ecologia de Populações...

reconhecer diferentes estágios de desenvolvimento

“3 classes”: juvenil – reprodutiva – senil (pós-reprodutiva)

Como representar a

distribuição etária?

Page 28: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Pirâmides etárias: o que representam?

OU EM DECLÍNIO

Page 29: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Estrutura etária: pirâmides (Odum & Barrett)

Padrões gerais:

Pirâmides etárias do arganaz

em condições experimentais: Ambiente ilimitado Controlado (B = D)

Page 30: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Com plantas: ESTRUTURA DE TAMANHO

(alternativa para estágios ontogenéticos)distribuição etária é comumente representada pela

distribuição de diâmetros do caule à altura do peito

(DAP- a 1,3m) ou da altura total

Classes de diâmetro (cm)

População em expansão, que se mantém

O que a figura mostra?

O que a estrutura representa?

Page 31: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Qual o significado de cada estrutura? A população está em expansão? Está estável?

Senil (colapso)? Tem sido explorada??

Page 32: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Padrão espacial

Reflete o modo de distribuição dos indivíduos

de uma população em determinado local.

Page 33: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

de Distribuição Geográfica (abrangência)

• Inclui todas as

áreas que são

ocupadas por

indivíduos de uma

espécie, durante

seu ciclo de vida.

Distribuição geográfica da

erva mate (Ilex sp).

• Barreiras à dispersão

limitam a distribuição

geográfica

• Introdução de

espécies (exóticas)

“quebra” essa

barreira

Page 34: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

aleatória, ao acaso

ou randômica

uniforme, regular

ou homogêneaagregada, agrupada

ou contagiosa

Três tipos de distribuição espacial de populações.

Page 35: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

rara na natureza,

Distribuição uniforme, regular ou homogênea

• resulta de forte competição (com a morte

surge o espaçamento), territorialidade ou

alelopatia.

Ex.: moitas de

creosoto no deserto,

peixes com defesa de

território, colméias de

spp “agressivas”,

árvores emergentes

(adultos),..., pomar,

plantio revegetação.

há tendência de afastamento entre

indivíduos, mantêm distância mínima.

Page 36: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

A presença de um indivíduo não

influencia a presença de outro:

sem dependência de proximidade.

Distribuição aleatória, ao acaso ou randômica

Ex.: bichos de farinha, bivalves em

banco de lama, parasitas ou

predadores solitários, figueiras na

Amazônia.

Ocorre em ambientes muito

homogêneos.

Page 37: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

É a mais comum na natureza;

Distribuição agregada, agrupada ou contagiosa

resulta das características do meio (micro-hábitats): concentração de recursos ou condições particulares

ou de comportamento social dos indivíduos, que formam grupos, têmbaixa dispersão,...

Page 38: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Como determinar o padrão

espacial de uma população?

área

distância

Page 39: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Como determinar o padrão espacial de uma população?

100 parcelas

120 indivíduos

Quantos indivíduos

em cada unidade

amostral?

Page 40: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Índice de dispersão de Morisita - Id(área):

• Tomar amostras da população

• Contar o número de indivíduos em cada amostra

• Verificar a distribuição de frequência de ocorrência de amostras com diferentes números de indivíduos [f (x)]

• = quantas amostras têm 0 indivíduos, quantas têm 1, ...,]

• comparar o valor com o esperado!

N(N - 1)

X2 - NId = n = 0,85

N = nº de indivíduos total (tamanho)

n = nº de unidades amostrais (parcelas)

X2 = quadrado do número de indivíduos em cada parcela, somadas todas as parcelas [f (x).(x2)]

F(x) = nº de unidades amostrais com diferentes números de indivíduos

100

242 120

120. 119

Page 41: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

ao acaso, aleatória,

randômica

uniforme, regular,

homogêneaagregada, agrupada,

contagiosa

Id >1

Máximo = n

Id <10: perfeitamente

uniforme

Id = 1

Índice de dispersão de Morisita (área):

Page 42: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Referências

• Capítulo 1 – Fundamentos em Ecologia (Ricardo Pinto Coelho)

• Parte do capítulo 36 – Vida: a ciência da biologia (Sadava e colaboradores)

• Parte do capítulo 6 – Fundamentos de Ecologia (Odum e Barrett)

• Parte do capítulo 5 – Fundamentos em Ecologia (Townsend e colaboradores)

• Partes dos capítulos 13 e 14 – Economia da Natureza (Ricklefs)

• Texto de apoio a padrão espacial

Page 43: Disciplina: BI64 B - ECOLOGIA Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Idade da 1ª Rep. (anos)

Duração de vida (anos)

1 2 3 4 5 6 7 8

1 10 20 30 40 50 60 70 80

2 0 20 40 60 80 100 120 140

3 0 0 30 60 90 120 150 180

4 0 0 0 40 80 120 160 200

5 0 0 0 0 50 100 150 200

6 0 0 0 0 0 60 120 180

Os números em negrito indicam as idades mais produtivas na primeira

reprodução para uma dada duração de vida.

Fonte: Ricklefs, A Economia da Natureza.

QUADRO 10.2 Ovos totais produzidos por indivíduos numa

população hipotética em função da duração de vida e idade na

primeira reprodução.