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Diário do Nordeste Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016 A NOVA ROTA CONCESSÕES A concessão de terminais é a solução apontada por especialistas e pelo governo para que a infraestrutura aeroportuária acompanhe o aumento do fluxo de passageiros Foi no início da década de 2000, quando a desregulamentação do setor aéreo foi realizada e as companhias passaram ter a liber- dade para tarifar voos e definir novas rotas, que uma parcela maior da população brasileira conseguiu ter acesso a um meio de transporte que, anteriormen- te, era limitado às elites. O número de passageiros cres- ceu exponencialmente com a re- dução dos preços de voos, mas os aeroportos não acompanha- ram o aumento da demanda. Pa- ra recuperar o atraso, o governo deu início, em 2011, às conces- sões dos terminais à iniciativa privada para agilizar a alocação de investimentos no setor e ade- quar a infraestrutura aeropor- tuária à nova realidade. Nesse ínterim, se insere o Ae- roporto Internacional de Fortale- za – Pinto Martins, incluído no último pacote de concessões lan- çado pelo governo e potencial receptor do centro de conexões aéreas da Latam Airlines. Com o desenvolvimento acentuado da aviação civil, a economia do Cea- rá tem a oportunidade de deco- lar em novas direções. YOHANNA PINHEIRO RAONE SARAIVA Repórteres

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Page 1: Diário do Nordeste...Diário do Nordeste 3 Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016 A NOVA ROTA DA COM INICIATIVA PRIVADA Pinto Martins é o 6º em satisfação

Diário do Nordeste

Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016

A NOVA ROTA

CONCESSÕES

Aconcessãodeterminaiséasoluçãoapontadaporespecialistasepelogovernoparaqueainfraestruturaaeroportuáriaacompanheoaumentodofluxodepassageiros

Foi no início da década de 2000,quando a desregulamentaçãodo setor aéreo foi realizada e ascompanhiaspassaramteraliber-dade para tarifar voos e definirnovas rotas, que uma parcelamaior da população brasileiraconseguiu ter acesso a um meiode transporte que, anteriormen-te, era limitado às elites.

Onúmerodepassageiroscres-ceu exponencialmente com a re-dução dos preços de voos, masos aeroportos não acompanha-

ramoaumentodademanda.Pa-ra recuperar o atraso, o governodeu início, em 2011, às conces-sões dos terminais à iniciativaprivada para agilizar a alocaçãode investimentos no setor e ade-quar a infraestrutura aeropor-tuária à nova realidade.

Nesse ínterim, se insere o Ae-roportoInternacionaldeFortale-za – Pinto Martins, incluído noúltimopacotedeconcessõeslan-çado pelo governo e potencialreceptor do centro de conexõesaéreas da Latam Airlines. Com odesenvolvimento acentuado daaviaçãocivil,aeconomiadoCea-rá tem a oportunidade de deco-lar em novas direções.

YOHANNA PINHEIRO

RAONE SARAIVA

Repórteres

Page 2: Diário do Nordeste...Diário do Nordeste 3 Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016 A NOVA ROTA DA COM INICIATIVA PRIVADA Pinto Martins é o 6º em satisfação

EDITORA VERDES MARES LTDA Praça da Imprensa Chanceler Edson Queiroz - Dionísio Torres - CEP 60135.690 - Fortaleza - Ceará - Telefone: (85) 32669631 |

Diretor Editor: Ildefonso Rodrigues | Editora de Área de Economia: Regina Carvalho | Textos: Raone Saraiva e Yohanna Pinheiro | Edição de Arte/projeto gráfico/design: Marina Mota

| Revisão: Vânia Monte

EXPEDIENTE

2Diário do Nordeste

Fortaleza, Ceará

Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016

A NOVA

ROTA DA

DINAMIZAÇÃO DO SETOR

Coimbra

OPINIÃO

Economias locaisterão chance de decolar

FOTO: KID JUNIOR

Alémdeinvestimentosegeraçãodeempregos,otransporteaéreodepassageiros levarendaparaascidades

Comoaumentoda

concorrência do

setor aéreo, um

transporte queantes

eravisto comoda

elite passou a ser

utilizadoemmassa

Quais foram as principais mudanças no cenário da

aviação civil na última década?

Houveuma revolução no transporteaéreo. Ademanda

de passageiros nesse período triplicou de tamanho, foi

umauniversalizaçãodoacesso.Umtransporteque,antiga-

mente, era percebido como um transporte de elite, hoje, é

claramente um transporte de massa. Já tem alguns anos

queotransporteaéreosuperouotransporterodoviáriono

número de passageiros transportados em âmbito interes-

tadual. Houve, claramente, uma expansão muito grande,

frutoemgrandepartedeumaquedadepreçosnosetor.

A gente tinha, há dez anos, um ambiente muito mais

regulado.Ogovernotinhacontrole,emalgunscasos,sobre

rotas, tarifas, e passamos por um ambiente de

desregulamentação. Juntamente com o crescimento de

renda que o Brasil experimentou, houve uma expansão

muitogrande, quepode universalizare trazer camadas da

população que antes não tinham condição de viajar de

aviãoparaesse setorque transporta commaisvelocidade

emais segurança.

Comoosenhoravaliaoimpactododesenvolvimento

do setor aéreo nas economias locais?

Osetor aéreo temum fatormultiplicadormuito grande

sobreaeconomia.Elenãoéumfimemsimesmo.Costuma-

mos dizer que ele é um bem ou serviço intermediário –

pessoas não viajam de avião porque estão com vontade,

masporumanecessidadede trabalho,ou turismo,oupara

visitar algum parente, por exemplo. Tudo isso gera um

impacto muito grande ao redor não só do aeroporto.

Temos vários casos de equipamentos que eram em locais

isolados e que desenvolvem a economia a um ponto que

passamaserenvolvidospela cidade.

E movimenta também o setor de turismo, de prestação

deserviços. Quandoumapessoa viaja, sejaa trabalhoou a

turismo, movimenta parte do transporte, de táxis, hotéis,

restaurantes. Isso tudo tem um impacto muito grande em

tornodaeconomialocal,éumaexternalidademuitopositi-

va. Cada vez que um novo voo é inaugurado numa cidade,

queencurtabarreiras, funcionaquasecomoumaponte.Há

umalavancagemmuitograndedocrescimento.

Em que é preciso avançar para desenvolver ainda

mais a aviação civil no País?

Temosalgunsdesafios para a indústria (daaviação) ser

competitiva. Cerca de 60% dos custos das companhias

aéreas são atreladas ao dólar, então, quando se tem um

cenário como o de hoje, de recessão econômica, há queda

dademandaealtanoscustosemfunçãodopreçododólar,

oquetrazbastantedificuldade.

A gente precisa trabalhar na questão tributária, tentar

enxergarosegmentonãocomoumtransportedeelite,mas

de massa, e tentar trabalhar numa estrutura tributária

mais favorável para o desenvolvimento do setor. Hoje,

temos uma barreira à entrada de novos concorrentes e à

própria capitalização das empresas existentes, que é o

limitedecapitalestrangeironasempresasaéreas.

Está tramitando uma medida provisória no Congresso

que aumenta esse limite, e isso possibilitaria maiores

investimentosnosetor,àmedidaqueacabariaopreconcei-

tocom aorigem do capital. É importante ressaltarque isso

não se trata de empresas estrangeiras poderem estar

operando no Brasil, mas sim de capital estrangeiro poder

montar uma empresa no País, sujeita às nossas regras,

pagando tributos aqui, contratando empregados aqui, tu-

docomasmesmas regras.

Seja uma metrópole ou uma ci-dade interiorana com economiacrescente, a existência de um ae-roporto funcional em suas ime-diações é peça fundamental pa-ra a dinamização da atividadeeconômicalocal.Alémdosinves-timentosrealizadosnoempreen-dimento e consequente geraçãode emprego e renda, por ali pas-sammilharesdeturistaseprofis-sionais que fomentam toda umacadeia de turismo e serviços.

De acordo com o professorAlessandroOliveira,doInstitutoTecnológico de Aeronáutica(ITA), o setor aéreo tem alavan-cagens múltiplas na cadeia pro-dutiva, uma vez que seu cresci-mento demanda mais insumos,mão de obra e aviões, gerandoempregos diretos e indiretos.“Além disso, transporta para acidade passageiros que têm umgasto médio por dia, induzindoa atividade de hotéis, restauran-tes, centros de convenções. Aeconomia local é alimentadacom mais renda”, observa.

A dimensão desse impacto sedeve ao exponencial crescimen-to do setor, observado nas últi-mas décadas, principalmente,após sua desregulamentaçãonos anos de 1990.

“O governo ditava as condi-ções de compra e venda, fixavapreços de tarifas, rotas. Isso mu-dou no começo dos anos 2000, oque trouxe concorrência e com-petitividade ao setor, de formaque as companhias ficaram li-vres paraprecificar eestabelecersuas frequências de voo”, expli-ca Oliveira.

Democratização

Para o consumidor, isso signifi-cou preços mais baixos e melho-res condições para voar. Ummeiodetransporte queantes eraconsideradodaelite passoua ser

utilizado pelas massas: enquan-to o setor rodoviário interesta-dual foi responsável pelo deslo-camentode47,8milhõesde pas-sageiros em 2015, mais de 96,1milhões foram transportadosem rotas domésticas da aviaçãocivil no mesmo período, confor-me dados da Agência Nacionalde Transportes Terrestres(ANTT) e da Agência Nacionalde Aviação Civil (Anac).

Crescimento

O novo mercado possibilitou ocrescimento das empresas aé-reas existentes e o surgimentode outras companhias. Enquan-to a Latam (antes chamada deTAM) e a Avianca (antiga Ocea-nAir) sobreviveram e amplia-ram suas atuações em meio àsmudanças,a Gole a Azul, funda-dasna primeira décadade 2000,prosperaramemumambientejádesregulamentado.

Um fato complicador, entre-tanto,foionãoacompanhamen-to do aumento da demanda pelainfraestruturaaeroportuáriabra-sileira. “O mercado cresceu mui-to a partir da concorrência depreço, mas os aeroportos nãoacompanharam. Começaram ater grandes congestionamentos,até que o governo percebeu quetinha que privatizar aeropor-tos”, aponta o professor.

Agora, o setor está nessa novafase de concessão dos equipa-mentos à iniciativa privada, naqual, em breve, estará incluído oAeroporto Internacional de For-taleza. “Por mais que uma cida-dejáseja muitoturística, ela pre-cisa se manter ativamente e fir-memente competitiva. Quantomais transporte aéreo, melhorpara a cidade”, diz Oliveira.

Secretáriode

Política

Regulatóriade

AviaçãoCivilda

Secretariade

AviaçãoCivil

(SAC)

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3Diário do Nordeste

Fortaleza, Ceará

Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016

A NOVA

ROTA DA

COM INICIATIVA PRIVADA

Pinto Martins é

o 6º em satisfação

milhões de reaisforam investidos nos seis

aeroportos concedidos nos

últimos cinco anos, valor

superior que a soma aplicada

nos 16 anos anteriores

1º. 4,52 Curitiba (PR)

2º. 4,48 Viracopos (SP)

3º. 4,41 Guarulhos (SP)

4º. 4,38 Recife (PE)

5º. 4,36 Natal (RN)

6º. 4,29 FORTALEZA (CE)

7º. 4,19 Congonhas (SP)

8º. 4,19 Manaus (AM)

9º. 4,19 Porto Alegre (RS)

10º. 4,14 Brasília (DF)

11º. 4,13 Santos Dumont (RJ)

12º. 4,10 Confi ns (MG)

13º. 3,91 Galeão (RJ)

14º. 3,67 Salvador (BA)

15º. 3,36 Cuiabá (MT)

OS 10 MELHORES ASPECTOS

1º. 4,91 Tempo de fi la do check-in (autoatendimento)

2º. 4,65 Cordialidade dos funcionários do check-in

3º. 4,62 Facilidade de encontrar o caminho

no aeroporto

4º. 4,61 Tempo de fi la na inspeção de segurança

5º. 4,60 Disponibilidade de assentos na sala

de embarque

6º. 4,59 Tempo de fi la na imigração

7º. 4,55 Disponibilidade de carrinhos de bagagem

8º. 4,53 Cordialidade dos funcionários da imigração

9º. 4,50 Efi ciência dos funcionários do check-in

10º. 4,49 Informação nas esteiras de restituição de

bagagem

OS 10 PIORES ASPECTOS

1º. 2,43 Custo do estacionamento

2º. 2,62 Valor dos produtos de lanchonetes/

restaurantes

3º. 2,65 Valor dos produtos comerciais

4º. 3,01 Qualidade da internet Wi-Fi

5º. 3,77 Disponibilidade do meio-fi o

6º. 3,85 Cordialidade do funcionário da aduana

3,85 Tempo de fi la da aduana

3,85 Quantidade e qualidade de

lanchonetes/restaurantes

7º. 3,88 Instalações de estacionamento de veículos

8º. 3,91 Quantidade e qualidade de

estabelecimentos comerciais

9º. 3,95 Conforto na sala de embarque

3,95 Limpeza dos sanitários

10º. 4 Conforto térmico do aeroporto

Modelo atraimais recursos e investidores

de avaliação

FORTALEZA

Seisaeroportos jáforamconcedidosà

iniciativaprivadanoPaís.Atéofimdoano,

essenúmerodeverácrescerparadez,

incluindoodeFortaleza

O QUE ELES PENSAM

Acredito que o Pinto Martins está fi-

cando pequeno para a demanda de

passageirose,porisso,precisaseram-

pliado. Já enfrentei longas filas para

fazer o check-in e despachar a baga-

gem. O atendimento deveria ser mais

organizado para evitar transtornos

aospassageiros. Espero que aconces-

são do aeroporto nos traga mais con-

fortoecomodidade.

CRETOVIDAL

Professor

No geral, acho o aeroporto confortá-

vel, mas os sanitários são muito pe-

quenos e inadequados para quem

tem criança de colo. O terminal tam-

bém deixa a desejar em acessibilida-

de,nãoédifícilvercadeirantesenfren-

tando dificuldades. Os preços da ali-

mentação também são muito caros.

Fortalezaéumacidadeturísticaepre-

cisadeumaeroportomaismoderno.

RAQUELMELO

Médica

No intuito de ampliar investi-mentos necessários para a ade-quação dos aeroportos brasilei-ros, o governo federal iniciou,em 2011, a concessão dos equi-pamentos à iniciativa privadapor um prazo de 25 a 30 anos.Hoje, seis terminais já são admi-nistrados pelas concessionáriase, a partir do próximo ano, essenúmero crescerá para dez, comoleilãoprevistopara osaeropor-tos de Fortaleza, Florianópolis,Porto Alegre e Salvador.

O primeiro a passar por esseprocessofoioAeroportoInterna-cional de Natal – GovernadorAluízio Alves, cuja concessão foiiniciada em janeiro de 2012. Di-ferentemente dos outros termi-nais,elefoicompletamentecons-truído pela iniciativa privada.Em julho daquele ano, foi a vezdosterminaisdeBrasília,Guaru-lhos e Campinas (Viracopos) se-remadministradospelasconces-sionárias, seguidos em janeirode2014pelosaeroportosdeCon-fins, em Minas Gerais, e Galeão,no Rio de Janeiro.

DeacordocomosecretáriodePolítica Regulatória da Secreta-riadeAviaçãoCivil(SAC),Rogé-rio Coimbra, desde 2011, maisde R$ 10 bilhões foram investi-

dos nos seis aeroportos concedi-dos. “Nos últimos cinco anos, osetoraeroportuáriotevemaisin-vestimentos do que a soma dos16 anteriores – isso, na maiorparte, em função dessa políticade concessão”, explica.

No contrato da concessioná-riacomopoderpúblico,apartici-pação da Empresa Brasileira deInfraestrutura Aeroportuária(Infraero)nagestãodosaeropor-tos concedidos é indireta e exer-cida por meio de seus conselhei-ros,indicadosconformeapartici-paçãosocietária(de49%),oque

significa que a estatal indicamembros para os conselhos ad-ministrativo e fiscal das compa-nhias, proporcional ao capital.

Tendência

Para Coimbra, o modelo de con-cessão é uma tendência no País.Ele conta que, além do leilão demais quatro terminais, o gover-no já abriu procedimento paramanifestação de interesse paraconcessão do aeroportode Cuia-bá (MT) e, ao mesmo tempo,está em processo de análise dequais outros equipamentos po-dem entrar no modelo.

“A concessão tem esse poderde alavancar os investimentos,trazendo a iniciativa privada pa-ra a aplicação de um volume derecursos que o governo não con-segue de fazer sozinho, além deproporcionar maior liberdadena gestão do aeroporto, no mixde área comercial e na prestaçãode um serviço mais adequadoaos passageiros”, destaca.

Ele ressalta, ainda, que a dife-rença na qualidade do serviço jáestá sendo constatada pelos pas-sageiros,conformeapontampes-quisas trimestrais da SAC. “Te-mos percebido uma melhoraconstante na avaliação (dos ter-

minaisaeroportuários), chegan-do à última pesquisa com umíndice de 86% de aprovação porpartedospassageiros.Raramen-te se vê um serviço público comaprovação tão grande”, observa.

Benefícios

Na avaliação da superintenden-te de Regulação Econômica deAeroportos da Agência Nacionalde Aviação Civil (Anac), ClarissaBarros, as concessões dos aero-portos incentivam a ampliação eoaperfeiçoamentodainfraestru-tura aeroportuária brasileira,bem como promovem melho-rias no atendimento e nos níveisdequalidadedosserviçospresta-dos aos usuários do transporteaéreo no Brasil.

“O processo de concessão noPaístemsemostradomuitoposi-tivo e bem sucedido. As conces-sões vieram para permitir que sefizessem investimentos maiságeis na infraestrutura aeropor-tuária brasileira, aumentando apercepçãodaqualidadeeconfor-to dos serviços ofertados aosusuários. Também trouxeramoutrasformasdeoperaraeropor-tos,elevando-osaumnovopata-mar e incentivando a concorrên-cia entre eles”, aponta.

Na última pesquisa de satisfaçãodos passageiros coordenada pe-la Secretaria de Aviação Civil(SAC) em 15 terminais brasilei-ros, o Aeroporto Internacionalde Fortaleza – Pinto Martins fi-cou na sexta colocação. Numaescala de 1 a 5, recebeu notageral 4,29, um crescimento de2,38% em relação ao levanta-mento anterior, quando acumu-lou 4,19 pontos.

Os três mais bem avaliadosforam os aeroportos de Curitiba(4,52), Viracopos (4,48) e Gua-rulhos(4,41).Naspiorescoloca-ções, aparecem os terminais deCuiabá (3,36), Salvador (3,67),e Galeão (3,91).

Foram levados em considera-ção 48 indicadores aeropor-tuários de percepção dos passa-geirosnapesquisa,feitanoquar-to trimestre (de outubro a de-zembro) de 2015. Entre os indi-cadores, estão: disponibilidadedecarrinhosdebagagem;limpe-za dos sanitários; custo do esta-cionamento; valor dos produtosde lanchonetes/restaurantes;tempodefilanocheck-in(autoa-tendimento); cordialidade dosfuncionários do check-in; dispo-nibilidade de táxi, etc.

OaeroportodeFortalezaobte-ve as melhores notas nos seguin-tes indicadores: tempo de fila nocheck-in (4,91), cordialidadedos funcionários no check-in(4,65), e facilidade de encontraro caminho no aeroporto (4,62).As piores avaliações foram: cus-todoestacionamento(2,43),va-lordos produtosde lanchonete erestaurantes (2,62) e valor dosprodutos comerciais (2,65).

Diferentementedeoutroster-minais do País, o Pinto Martins

ficou acima da média (4 pontos)nas notas por agrupamento deindicadores: aeroporto (4,21);órgãos públicos (4,4); compa-nhia aérea (4,41); e transportepúblico. A única média negativafoi em relação aos indicadoresligados ao quesito aeroporto co-mercial (3,77), que considera ospreços de produtos e serviços.

Movimentação

Os 15 terminais onde o levanta-mento é realizado movimentam80% dos passageiros no Brasil,de acordo com a SAC. No últimotrimestre de 2015, 37 dos 48indicadores de infraestrutura,gestão e serviços avaliados pelapesquisa tiveram notas acima de4. É o melhor resultado desdeque a pesquisa começou a serfeita, no início de 2013.

O aeroporto de Manaus foi oque mais evoluiu em relação a simesmo. Saiu de uma nota geralde 3,30, na primeira pesquisa,para 4,19, no quarto trimestredoanopassado,umcrescimentode 27%. Entre os indicadoresque mais melhoraram, o tempode fila no check-in teve progres-so de 30% na eficiência do servi-ço. O terminal também é consi-derado o melhor em preço dosprodutos comerciais.

Depois de Manaus, os maio-res crescimentos foram observa-dos nos terminais de Guarulhos(18,23%) e Natal (12,95%). Nocaso do Aeroporto InternacionalPinto Martins, a evolução foi de4,37%, segundo a pesquisa.

Ao todo, foram feitas 13.241entrevistas, sendo 8.516 compassageiros de voos domésticose 4.725 com passageiros de voosinternacionais.

É a primeira vez que passo pelo aero-

porto de Fortaleza e acredito que, em

relação à infraestrutura, ele está den-

tro da média. Só achei a temperatura

quente e vi outros passageiros recla-

mando disso. Mesmo com a conces-

são, nem sempre tudo fica perfeito. O

aeroporto de São Paulo, por exemplo,

ficou bem mais moderno, mas o aten-

dimentoaindadeixaadesejar.

FELIPEFUHRMAN

Advogado

Oaeroporto de Fortaleza não está en-

tre os piores do Brasil, mas, na minha

opinião, precisa de uma melhor in-

fraestruturae ter alguns processosde

atendimento automatizados, dando

mais comodidade aos passageiros. Eu

quase já perdi um voo por conta do

atendimento lento no check-in. Acho

queaconcessãovainostrazermelho-

rias,comoocorreuemSãoPaulo.

DANIELLELUZ

Publicitária

Usuáriosqueremqualidade

CAté agora, foram

concedidosos

terminaisdeNatal,

Brasília,Guarulhos,

Viracopos,Confins e

GaleãoFOTO: KID JUNIOR

Page 4: Diário do Nordeste...Diário do Nordeste 3 Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016 A NOVA ROTA DA COM INICIATIVA PRIVADA Pinto Martins é o 6º em satisfação

4Diário do Nordeste

Fortaleza, Ceará

Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016

A NOVA

ROTA DA

EM 30 ANOS

Aeroporto de Fortalezacapta R$1,3 bi em investimento

Obras obrigatóriasMelhorias imediatas

Movimento de passageiros

Atual

6,3 milhões de passageiros/ano

No fi m da concessão (2046)

27,6 milhões de passageiros/ano

Prazo de concessão

30 anos (prorrogável por mais 5 anos)

Lance mínimo

R$ 1.562.970.387,70

Contribuição ao FNAC

Fixa

25% na assinatura do contrato e

75% em parcelas anuais, sendo a

primeira anual quitada 12 meses

após à assinatura do contrato,

corrigidas pelo IPCA

Variável anual

5% da receita bruta anual

Investimentos estimados

R$ 1.306.000.000,00

FASE IB (2 primeiros anos de concessão)

Ampliar o terminal de passageiros

e disponibilizar pátio de aerona-

ves com área para, pelo menos, 14

(quatorze) aeronaves código “C”, 2

(duas) aeronaves código “D” e 1 (uma)

aeronave código “E”, dentre as quais,

12 pontes de embarque.

FASE IA (transição operacional

7-10 meses)

A concessionária vencedo-

ra do leilão em Fortaleza

deverá prever o início

imediato de ações que

permitem a melhoria dos

padrões operacionais:

Fase IC (3º e 4º anos de concessão)

Realizar novas intervenções no ter-

minal de passageiros com vistas a

atingir o nível de serviço estabeleci-

do para o aeroporto e disponibilizar

pátio de aeronaves com área para,

pelo menos, 16 (dezesseis) aerona-

ves código “C”, 2 (duas) aeronaves

código “D” e 3 (três) aeronaves códi-

go “E”, dentre as quais, 14 pontes de

embarque. Até 31 de dezembro de

2020, ampliar a pista de pouso e

decolagem 13/31 para um compri-

mento de, pelo menos, 2.755 metros

a) melhorias das condições de

utilização dos banheiros e fraldários

do aeroporto;

b) revitalização e atualização das

sinalizações de informação dentro

e fora do Terminal de Passageiros

(TPS);

c) disponibilização de internet wi-fi

gratuita de alta velocidade em todo

o TPS;

d)revisão e melhoria do sistema de

iluminação das vias de acesso de

veículos aos terminais, estaciona-

mento de veículos, TPS, terminais

de carga e outros setores que envol-

vam a movimentação de passagei-

ros e seus acompanhantes no lado

terra do aeroporto;

e) revisão dos sistemas de clima-

tização, escadas rolantes, esteiras

rolantes, elevadores e esteiras para

restituição de bagagens;

f) correção de fi ssuras, infi ltrações,

manchas e desgastes na pintura de

paredes, pisos e forros (inclusive

área externa) dos terminais de

passageiros.

Concessionária que arrematar o Aeroporto da Capital cearense

terá de cumprir ações e investimentos determinados pelo edital

Aampliaçãodoterminaldepassageirosedopátiodeaeronavesseráfeitanosdoisprimeirosanosdeconcessão

Acapacidade do

aeroporto, hoje de

6,3milhões de

passageiros por ano,

chegará a 27,6

milhões até o fimda

concessão, em2046Após anos paradas, as obras dereformaeampliaçãodoAeropor-to Internacional de Fortaleza –Pinto Martins finalmente pode-rão decolar a partir do próximoano. Isso porque está prevista,até o fim de 2016, a realizaçãode um leilão para a concessão doterminal à iniciativa privada pe-lo prazo de 30 anos, o que pro-porcionará um investimento daordem de R$ 1,3 bilhão no equi-pamento durante o período.

A ampliação do terminal depassageirosedopátiodeaerona-ves e de cargas é uma das obrasobrigatórias,devendoserexecu-tada ainda nos dois primeirosanos de concessão. O pátio deaeronaves deverá disponibilizaráreapara,nomínimo,14aerona-ves código C, duas código D euma código E, entre as quais 12pontes de embarque (tambémchamadas de fingers).

No entanto, as estruturas queforam erguidas para a amplia-ção do aeroporto – e que custa-ram R$ 52,5 milhões aos cofrespúblicosaté asuspensão dos ser-viços–podemnãoserutilizadas.AindaqueaAgênciaNacionaldeAviação Nacional de Aviação Ci-vil (Anac) tenha recomendado aconsideração da estrutura no es-tudo de viabilidade técnica, eco-nômicaeambiental,aconcessio-nária não é obrigada a aprovei-tar a obra abandonada.

Melhorias

Aconcessãofarácomqueacapa-cidade do aeroporto, atualmen-te de 6,3 milhões de passageirospor ano, mais que quadrupliqueecheguea27,6milhõesatéofimda concessão, em 2046. O lancemínimo previsto para o arrema-te é de R$ 1,5 bilhão e a conces-sionária terá de promover me-lhorias imediatas nas instala-ções, que precisam ser concluí-das até o término da transiçãooperacional (que deve durar desete a dez meses após o leilão).

Entre as ações imediatas a se-rem executadas pela concessio-náriaestão a disponibilização deinternet Wi-Fi gratuita de alta

velocidadeemtodooterminal,amelhoria das condições de utili-zação de banheiros e fraldários,e a revisão dos sistemas declimatização, escadas rolantes,esteirasrolantes,elevadoresees-teiras para restituição de baga-gens do aeroporto.

Também devem ser melhora-dos os sistemas de iluminaçãodas vias de acesso de veículosaos terminais, no estacionamen-to, nos terminais de carga e emoutros setores que envolvam amovimentação de passageiros eseus acompanhantes em terra,além da revitalização e atualiza-ção das sinalizações de informa-ção dentro e fora do terminal.Outra medida é a correção defissuras, infiltrações, manchas edesgastesnapintura de paredes,pisos e forros.

Obrigatórias

Além da ampliação nos primei-ros dois anos, a concessionáriatambém deverá realizar novasintervençõesnoterminalnoster-ceiro e quarto anos de conces-são,para queele atinja onível deserviçoestabelecido paraoaero-porto. A esse ponto, a empresadeverádisponibilizarpátiodeae-

ronaves com área para, pelo me-nos, 16 aeronaves código C,duas código D e três código E,dentre as quais, 14 pontes deembarque. Também está previs-to que, até 2020, a pista de pou-so e decolagem seja ampliadapara, no mínimo, 2.755 metrosde comprimento.

Esses e outros requisitos fo-ram apresentados pela Anac emaudiência pública realizada noúltimo dia 19 de maio, em Forta-leza.Finalizadaessafase,aagên-ciaestárealizandoajustesnoedi-talenocontratoatualmente,ten-do como base as contribuiçõesconcedidas nas audiências pelosparticipantes, o que não possuiprazo determinado.

O próximo passo é a publica-çãodo aviso e divulgação do edi-tal,seguidapeloiníciodosproce-dimentos para a realização doleilão, como o recebimento depedidos de esclarecimento e jul-gamento de impugnações.

Na última terça-feira (21), ogoverno decidiu mudar a estru-tura societária exigida para am-pliar a concorrência nos leilões.Os consórcios não serão maisobrigados a ter participação so-cietária de um operador portuá-rio, de forma que os serviços co-mo check-in dos passageiros atéo controle de voo das aeronavespossam ser prestados por meiode um contrato de terceirização.

Antes, exigia-se que o consór-ciointeressadotivesseumopera-doraeroportuáriocomparticipa-ção societária de, pelo menos,15%. Apesar da mudança, estãomantidas as condições de habili-tação técnica: no aeroporto deFortaleza, experiência em pro-cessamento mínimo de 7 mi-lhõesdepassageirosempelome-nos um dos últimos cinco anos.

Diferencial

Para a Associação Brasileira dasEmpresas Aéreas (Abear), opro-cesso de concessões trouxe ne-cessárias melhorias à infraestru-tura aeroportuária brasileira. Aentidadeentendequeoaeropor-to de Fortaleza, assim como osdeFlorianópolis,SalvadorePor-toAlegre,quetambémserãocon-cedidos, terá a perspectiva dealívio às operações aéreas e atépossibilidade de ampliação daoperaçãodeacordocomasestra-tégias comerciais das empresas.

CAs obras custaram

R$52,5milhõesaos

cofrespúblicosaté a

suspensãodos

serviços

FOTO:BRUNO GOMES

Concessão de terminaisConfira as condições atuais do Aeroporto

Internacional Pinto Martins

http://bit.ly/doc-aero-tvdn

Page 5: Diário do Nordeste...Diário do Nordeste 3 Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016 A NOVA ROTA DA COM INICIATIVA PRIVADA Pinto Martins é o 6º em satisfação

5Diário do Nordeste

Fortaleza, Ceará

Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016

A NOVA

ROTA DA

Capacidade

(passageiros/

ano)

15mi

21mi

40 voos

60 voos

60.000 m²

120.000 m²

40 posições

70 posições

13

29

73

95

1.234

3.300

30

90

Capacidade de

movimentos/

hora

Área dos

Terminais

Capacidade

dos pátios de

aeronaves

Pontes de

Embarque

Balcões de

check-in

Vagas de

estacionamento

Lojas

AN

TE

SH

OJ

E

FONTE: CONSÓRCIO INFRAMÉRICA

Aeroporto Internacional de Brasília (BSB)

Início da concessão:

fevereiro de 2014

Investimentos: R$3 bi até

2016 / R$6,5 bi até 2042

Capacidade

(passageiros/

ano)

8,8 mi

25 mi

200 voos

0 voos

28.000 m2

178.000 m2

35 posições

(100.000 m²)

72 posições

(400.000 m²)

0

28

(16 EM

ATIVIDADE)

32

72

2.000

7.000

38

68

Capacidade de

movimentos/

dia

Área dos

Terminais

Capacidade

dos pátios de

aeronaves

Pontes de

Embarque

Balcões de

check-in

Vagas de

estacionamento

Lojas

AN

TE

SH

OJ

E

FONTE: CONCESSIONÁRIA AEROPORTOS BRASIL VIRACOPOS

Aeroporto Internacional de Viracopos - Campinas (VCP)

Início das obras:

julho de 2012

(28 anos de concessão)

Investimentos: R$ 550 mi

Capacidade

(passageiros/

ano)

6,2 mi(CAPACIDADE DE

CRESCIMENTO DE

60%)

30 voos 42.000 m² 18 posições 6 42 860 30

Capacidade de

movimentos/

hora

Área dos

Terminais

Capacidade

dos pátios de

aeronaves

Pontes de

Embarque

Balcões de

check-in

Vagas de

estacionamento

Lojas

HO

JE

FONTE: CONSÓRCIO INFRAMÉRICA

Aeroporto Internacional de Natal - Governador Aluízio Alves (NAT)

AEROPORTO CONSTRUÍDO PELA INICIATIVA PRIVADA

AMPLIAÇÃO E ATENDIMENTO

Início da concessão:

dezembro de 2012

Investimentos: R$1,5 bi

até 2016 / R$2,85 bi

até 2037

Início da concessão:

junho de 2012

Investimentos:

R$3,9 bi até 2015 /

R$6 bi até 2032

Capacidade

(passageiros/

ano)

30 mi

48 mi

47 voos

52 voos

191.540 m²

387.109 m²

79 posições

123 posições

25

45

320

362

3.900

8.400

102

230

Capacidade de

movimentos/

hora

Área dos

Terminais

Capacidade

dos pátios de

aeronaves

Pontes de

Embarque

Balcões de

check-in

Vagas de

estacionamento

Lojas

AN

TE

SH

OJ

E

FONTE: GRU AIRPORT

Aeroporto Internacional de São Paulo - Guarulhos (GRU)

Início da concessão:

agosto de 2014

Investimentos: R$2 bi até

2016 / R$5,2 bi até 2039

Capacidade

(passageiros/

ano)

17 mi

30 mi

44 voos

44 voos

280.000 m²

416.000 m²

500.000 m²

760.000 m²

32

58

212

275

1.000

3.000

10.000 m²

24.000 m²

Capacidade de

movimentos/

hora

Área dos

Terminais

Pátio de

aeronaves

Pontes de

Embarque

Balcões de

check-in

Vagas de

estacionamento

Área

comercial

AN

TE

SH

OJ

E

FONTE: CONSÓRCIO RIO GALEÃO

Aeroporto Internacional Tom Jobim - RIOgaleão (GIG)

Início da concessão:

abril de 2014

Investimentos: R$750 mi

em 2016 / R$3,5 bi

até 2043

Capacidade

(passageiros/

ano)

10 mi

22 mi

31 voos

34 voos

77.000 m²

126.000 m²

31 posições

44 posições

9

26

70

100

2.560

4.000

65

90

Capacidade de

movimentos/

hora

Área dos

Terminais

Capacidade

dos pátios de

aeronaves

Pontes de

Embarque

Balcões de

check-in

Vagas de

estacionamento

Lojas

AN

TE

SH

OJ

E

FONTE: BH AIRPORT

Aeroporto Internacional de Belo Horizonte - Confi ns (CNF)

minais concedidosTerm ssTT ssTT ssTTganham novo perfi lg

Emcincoanos,omodeloalavancouovolumederecursosaplicadosnosetoreproporcionouaampliaçãodacapacidadedosterminaisbrasileiros

Page 6: Diário do Nordeste...Diário do Nordeste 3 Fortaleza, Ceará Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016 A NOVA ROTA DA COM INICIATIVA PRIVADA Pinto Martins é o 6º em satisfação

6Diário do Nordeste

Fortaleza, Ceará

Sábado e domingo, 25 e 26 de junho de 2016

A NOVA

ROTA DA

IMPACTO

do CE em 6% em cinco anos

Aviação

regional apassos lentos PinhoPinho

FONTE: SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL (SAC)

Centro de conexões de voos

nacionais e internacionais

Hub da Latam

46 novos voos diários na

América do Sul

35.000 empregos diretos e

indiretos até 2018

14novos voos diários

para a Europa

R$9,9 bide impacto na economia

do CE

OPINIÃO

Obras de reforma e ampliação

Novos aerportos

Em construção

Outros aeródromos

Jericoacoara

Itapipoca

Aracati

Quixadá

Sobral

Canindé

Crateús

Iguatu

Juazeirodo Norte

Camocim

Campos Sales

Limoeiro do Norte

Tauá

Hub elevaria PIB

SãoBenedito

INFRAESTRUTURA

Escolhapoderáserfeitaaindanestesemestre.EquipamentoinjetariaR$9,9bilhõesnaeconomiacearenseemcincoanosdeoperação

“Osequipamentosda

aviaçãoregionalnão

estãototalmenteaptos

porqueprecisampassar

porreformas”

CORONELPAULOEDSONFERREIRA

AssessordeInfraestruturaAeroportuária

Em um país continental como o Brasil, a aviação regional é

umaexcelenteoportunidadede levar odesenvolvimentoàs

cidades do Interior que ainda não são servidas com voos de

linha regular. Para além de promover o turismo, os voos

podem projetar a economia, a saúde e a educação desses

locais.

O Ceará está muito bem posicionado no ranking da

aviação regional no Brasil. Conforme a Secretaria de

Aviação Civil (SAC), é um dos estados que mais têm

investido no setor aéreo. E o Governo do Ceará, além

dos investimentos nos aeroportos regionais, tem procu-

rado a formação e treinamento de recursos humanos na

área de aviação regional, em parceria com a SAC.

Em termos de voos, nosso plano é desenvolver

dois semanais para Crateús e São Benedito, três

semanais para Aracati, além de voos diários para

Jericoacoara. Nossa estratégia para conseguir as

frequências, ainda está em análise, mas deve ser

custear assentos para companhias aéreas, mudando

essa ótica dos outros estados de dar incentivo fiscal

para combustível (querosene).

Subsidiar assentos de aéreas faz com que elas se

sintam estimuladas a promover os destinos turísticos do

Ceará. Vão ter que fazer propaganda, ter que colocar

gente dentro do avião. Além disso, esse subsídio vai

estimular empresas a investirem em novos voos. Fica

aberto não só a empresas grandes, mas também para

regionais. Tem empresas que voam muito bem só ali na

Amazônia, por exemplo.

Em Canoa Quebrada e Jericoacoara, dois dois princi-

pais destinos turísticos no Ceará, esse impacto será

fundamental para o fortalecimento não só esses locais,

que já são mercados consolidados, como também das

praias nos arredores. Os municípios vizinhos também se

beneficiam com a facilidade de se chegar na região por

meio dos voos. A aviação tem crescido e avançado em

todo o mundo. E o Ceará não ficará parado.

Titular da Secretaria do Turismo do

Estado do Ceará (Setur)

Além de ser concedido à iniciati-va privada, o Aeroporto Interna-cional de Fortaleza – Pinto Mar-tins tem a chance de se tornarainda mais relevante, caso sejaescolhido pelo Grupo Latam Air-linesparasediarohubdaempre-sano Nordeste. Paraisso, terádevencera disputacomNatal(RN)e Recife (PE).

As negociações para a pros-pecção do hub foram iniciadasemabrildoanopassadoe,segun-do a empresa, a definição da ca-pital que sediará o equipamentopoderá ocorrer ainda no primei-ro semestre deste ano. Para osecretário da Infraestrutura, An-dré Facó, o hub trará um grandeimpulsoparaaeconomiacearen-se, motivo pelo qual o governotem se dedicado a resolver todosos obstáculos apresentados.

“O Ceará trabalha com umplano de ação em cima de cada

gargalo apresentado por um tra-balho da consultoria contratadapelaprópriaLatam.Issodemons-traparaa empresa, com prazoseatividades, que os obstáculosapontados são plenamente solu-cionáveis”, destaca Facó.

Entreasmedidastomadaspe-lo poder público para atrair oequipamento estão a declaraçãodeterrenospróximosaoaeropor-to, como de utilidade pública; acessão do terreno da base aérea;e a isenção de impostos esta-duais e municipais para empre-sas que instalarem um centro deconexões em Fortaleza.

Crescimento e empregos

Estudo feito por uma consulto-ria para a Latam revelou que oequipamento na Capital cearen-se seria responsável pela gera-ção de cerca de 35 mil empregosdiretos e indiretos até 2018,

além de crescimento de 6% doProduto Interno Bruto (PIB) doCeará, o que representa impactode R$ 9,9 bilhões na economiaem um período de cinco anos deoperação do equipamento.

Mais de um terço do impactoeconômico (39%) viria dos seto-res de transporte e armazena-gem; outros 17%, do setor deatacadoevarejo;e12%dosseto-res de hotel e alimentação. Jásobre o impacto em empregos,29%seriamnossetoresdetrans-porte e armazenagem; 29% deatacado e varejo; e 12% de ho-téis e alimentação.

Os novos visitantes trariam,no segundo ano de operações,em torno de US$ 287 milhõesanuais a mais com turismo, con-siderando US$ 1.714 de gastopor passageiro. Além disso, asdespesas dos visitantes gera-riam18,9 milempregosporano.

Outro estudo feito pela con-sultoria Arup estima que o hubem Fortaleza movimente, a par-tir de 2018, dois milhões de pas-sageiros adicionais por ano, em24 aeronaves operadas diaria-mente, em simultâneo, (entre2,5 mil e 3 mil passageiros nahora-pico). Em 2038, o númerodepassageiroschegariaa3,2mi-lhões por ano, em 36 aeronavesoperadas diariamente e de for-ma simultânea (mais de 4 milpassageiros na hora-pico).

“Estamos agora na expectati-va do desenrolar do processo deconcessão do aeroporto PintoMartins.Essafaseémuitoimpor-tante para consolidar a vinda docentro de conexões. Estamos ca-davezmaisconfiantesqueoCea-rá é a melhor opção para a insta-lação do hub e, por isso, certosda escolha do nosso estado”, as-segura o secretário.

Ainda deve demorar para queaviação regional se torne umarealidade no Ceará. Mesmo con-tandocom16equipamentos,en-tre aeródromos e aeroportos,apenas Fortaleza e Juazeiro doNorte contam hoje com voos co-merciais regulares, lista que de-ve ser incrementada neste anocom os terminais de Jericoacoa-ra e Aracati. O maior problema,que se agravou no último anoporcontadacriseeconômica,éafalta de investimento.

Em 2012, nove equipamen-tos do Ceará foram incluídos noPrograma de Aviação Regionaldo governo federal: os de Araca-ti, Canindé, Crateús, Iguatu, Ita-pipoca, Jericoacoara, Juazeirodo Norte, Quixadá e Sobral. Osrecursosdo programa, entretan-to, foram contingenciados em2015 como estratégia do Planal-to para que a meta do superávitprimário fosse atingida.

De acordo com o coronel Pau-lo Edson Ferreira, assessor deInfraestrutura Aeroportuária doDepartamento Estadual de Ro-dovias do Ceará (DER), dos R$362 milhões em verbas federaisdestinados ao aeroportos do Es-tado,odepartamentoconseguiudescontigenciar R$ 20 milhõesno fim do ano passado. Esse re-curso será utilizado para adqui-rir equipamentos para os aero-portos de Jericoacoara e de Ara-cati, em estágio mais avançado.

“Os equipamentos da aviaçãoregional não estão totalmenteaptos porque precisam passarpor reformas, que são as previs-tas no programa. No momentoem que os recursos forem libera-dos, as obras retomadas, as pis-tas recapeadas, aí sim eles vãopoder contribuir com a amplia-ção da aviação regional plena-mente. Para outros, que vão serconstruídos do zero, como So-bral, deve demandar um poucomais de tempo”, pontua.

Por falar em aeroporto de So-bral,odiretordePlanejamentoeAlianças da Azul Linhas Aéreas,MarceloBento,revelaqueacom-panhia teria muito interesse em

operar a rota. “O Ceará tem umgrande potencial em Sobral, acidade precisa de um novo aero-porto. Ela já tem condições deter uma ligação aérea, mas nãotem porque o equipamento nãoestá lá”, destaca. Atualmente, osaeródromos recebem equipa-mentos da aviação geral, que in-cluem pequenos aviões de pro-priedade particular ou jatos exe-cutivos, helicópteros, balonis-mo, voos de treinamento (parapilotos iniciantes) e outras ativi-dades aéreas.

Novas rotas

A empresa também tem interes-se em operar a rota de Fortalezaa Jericoacoara, inicialmentecom duas frequências semanais,assim que o terminal estiverpronto. Após sucessivos adia-mentos, o governo estadual esti-ma que o aeroporto da regiãocomece operar voos comerciaisno segundo semestre deste ano.De menor porte, o terminal deAracatitambémtemprevisãopa-ra iniciar a operação de voos co-merciais em 2016.

CMais de umterço

doimpactoeconômico

(39%)viriados setores

detransportee

armazenagem

FOTO: BRUNO GOMES