dirigente lojista 428 - maio 2010
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Revista mensal da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)TRANSCRIPT
dirigente Lojista � Maio 2010 � 1 1
d i r i g e n t e
lojistad i r i g e n t e an
o 36 · n° 428 · maio 2010 · r$ 9,90
saiba como organizar melhor a retaguarda do seu negócio
dicas para 10
estoques
especiaLa cerimônia de entrega do prêmio Mérito Lojista
projeto de Lojaa elegância em nichos do espaço santa Helena
entrevistaex-Bope ensinaa criar uma tropa de elite de vendas
gestão de
6 � dirigente Lojista � Maio 2010
a Dirigente Lojista é editada e comercializada pela Editora Empreendedor
DirETor-EDiTor Acari [email protected] DE ComErCiaLiZaÇÃo E marKETinG Geraldo Nilson de [email protected]ÇÃo [email protected]ÇÃo-EXECUTiVa Diógenes FischerrEPorTaGEm Alexandre Gonçalves, Marlon Assef, Márcio Silveira e Paula Arend EDiÇÃo DE arTE Fernanda PereiraProJETo GrÁFiCo Wilson WilliamsrEViSÃo Lu CoelhoEDiTora Do PorTaL EmPrEEnDEDor Carla Kempinski
SEDESSão PauloGErEnTE ComErCiaL Fernando Sant’Anna [email protected] DE ConTaS Osmar Escada Junior e Ana Carolina Canton de LimaRua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis01239-010 – São Paulo – SPFone: (11) [email protected]
FlorianópolisEXECUTiVa DE aTEnDimEnTo Tharin [email protected]. Osmar Cunha, 183 – Ceisa Center – bloco C – 9° andar – Centro – 88015-900 – Florianópolis – SC Fone: (48) 2106-8666
ESCriTÓrioS rEGionaiSrio de JaneiroTriunvirato Desenv. Empresarial Ltda / Milla de SouzaRua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) [email protected]
BrasíliaUlysses C. B. CavaCLSW 301 – Bloco C – Loja 62 – Sudoeste70673-603 – Brasília – DF Fones: (61) 9975-6660 / [email protected]
rio Grande do SulFlávio DuarteRua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza90850-000 – Porto Alegre – RSFone: (51) [email protected]
ParanáMerconeti Representação de Veículos Comunicação Ltda / Ricardo TakigutiRua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PRFone: (41) [email protected]
PernambucoHM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton MarcondesRua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) [email protected]
minas GeraisSBF Representações / Sérgio Bernardes FariaAv. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 170430112-021 – Belo Horizonte – MG Fones: (31) 2125-2900 / [email protected]
ProDUÇÃo GrÁFiCa Teixeira Gráfica e Editora
www.empreendedor.com.br
SErViÇo DE aTEnDimEnTo ao [email protected]
PrESiDEnTE Roque Pellizzaro Junior1º. ViCE-PrESiDEnTE Vítor Augusto KochViCE-PrESiDEnTE Egnaldo Pedro da Silva ViCE-PrESiDEnTE Adão Henrique ViCE-PrESiDEnTE José Vicente Rocha EstevanatoViCE-PrESiDEnTE Agenor Braga e Silva FilhoViCE-PrESiDEnTE Melchior Luiz Duarte de Abreu FilhoDirETorES José Manoel Ramos Renato Campos Carvalho Wagner Gonçalves da Silveira Júnior Wilmar Jardim de CarvalhoFernando Luis Palaoro Adilson Schuenke Olavo Aloísio SteffenIlson Xavier BoziAdelayde Cristina Arçari Hand Cuzzuol
DirEToriaS ESPECiaiSDirETor aDminiSTraTiVo E FinanCEiro Silvio Antônio de Vasconcelos Souza DirETor Do CEDEL Francisco Honório Pinheiro Alves DirETor Do DaSPC Roberto Alfeu Pena GomesDirETor Do CEPES Kissao Álvaro Thais DirETor Do ConTEC Aldo Moura Gonçalves DirETor Do CEaCon Antonio Wanderlei da Silva Rey DirETor Do ComErSUL Paulo Silva DirETor DE ComUniCaÇÃo José César da Costa CoorDEnaDor DE aDminiSTraÇÃo Marcelo Rosado
CoorDEnaDor DE EXPanSÃo Celso Vilela GuimarãesCoorDEnaDor Da CDL JoVEm Davidson Luiz Cardoso
ConSELho FiSCaL inTEGranTES EFETiVoS Alberto Fontoura Nogueira da Cruz, Eduardo Melo Catão e Marcelino CamposinTEGranTES SUPLEnTES Jayme Tassinari, Milton Araújo, Jacinto Lúcio Borges
DirEToria SPC BraSiL ConSELho DELiBEraTiVo PrESiDEnTE Itamar José da Silva ViCE-PrESiDEnTE José César da Costa
ConSELho DE aDminiSTraÇÃoPrESiDEnTE Roberto Alfeu Pena Gomes ViCE-PrESiDEnTE Eduardo Melo CatãoDirETor FinanCEiro Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho ViCE-DirETor FinanCEiro Marcelo Salles BarbosaDirETor DE ComUniCaÇÃo Francisco de Freitas Cordeiro
SUPErinTEnDEnTE André Luiz Pellizzaro
SUPErViSÃo Luiz Santana
ConfederaçãoNacional de
DirigentesLojistas
Nesta edição
para ser bem sucedido no
ambiente competitivo do
varejo não basta funcionar ape-
nas “da porta para fora”. Ou
seja: de nada adianta investir
em marketing, publicidade ou
design do ponto de venda, se
sua retaguarda está desguar-
necida. Pensando nisso, decidi-
mos dedicar a matéria de capa
deste mês a um assunto crucial
para todo varejista: a gestão de
estoques. Após entrevistar es-
pecialistas na área, o repórter
Marlon Aseff preparou dez di-
cas de valor inestimável para
quem deseja tornar sua ope-
ração mais eficiente. Confira o
texto na página 26.
Outro destaque desta edi-
ção da Dirigente Lojista é a
cobertura da entrega do prê-
mio Mérito Lojista, que a CNDL
oferece anualmente a forne-
cedores de produtos e servi-
ços que se destacaram em sua
relação com o varejo no ano
passado. A partir da página
34, você confere os detalhes
da cerimônia que reuniu em-
presários e lideranças lojistas
no mês passado em Brasília.
Diógenes Fischer
Editor
dirigente Lojista � Maio 2010 � 7 7
a o s l o j i s t a s
conquistamos uma nova vi-tória neste mercado que é
tão importante e significativo: os meios eletrônicos de paga-mento. Além da possibilidade de uma máquina receber as mais diversas bandeiras, que passa a vigorar a partir de 1º de julho, após quatro anos de divergên-cias, o governo surpreendeu as empresas do setor e anunciou que dará ao Conselho Monetário Nacional o poder de regular as taxas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito.
Nossa expectativa é que te-nhamos juros e custos menores e mais transparência nas tarifas e faturas. Além disso, espera-mos que as regras não fiquem somente na promessa e que as punições para casos de irregula-ridade sejam rigorosas.
Enquanto isso, estamos fazen-do o nosso dever de casa: busca-mos uma audiência com o Banco Central e o Ministério da Justiça para elencar o que chamamos de distorções na indústria de cartões de crédito. Queremos a redução
do tempo de espera entre o dia em que o cliente leva o produto e a data em que o dinheiro do cartão de crédito chega às mãos do comerciante. Queremos ain-da uma atuação mais forte do poder público sobre as empresas que controlam as máquinas de cartão.
O Movimento Lojista está atento às decisões por parte do governo e vamos lutar junto ao poder público pela tão esperada regulamentação do setor.
cartão de crédito:
Mais uMa vitória
roque peLLiZZaro juniorPresidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
“O governo surpreendeu ao
anunciar que dará ao Conselho
Monetário Nacional o poder
de regular as taxas cobradas.”
8 � dirigente Lojista � Maio 2010
í N d i c e
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428Entrevista Paulo Storani, ex-capitão Bope e consultor do filme Tropa de elite, conta como o varejista pode adaptar as técnicas de gerenciamento de grupos usadas no combate ao crime para formar sua próprio equipe de vendedores de elite.
Projeto de Loja Instalada no sofisticado Bourbon Shopping, em São Paulo, a Espaço Santa Helena separou sua área de vendas em nichos temáticos para expor cerca de 20 mil itens – de presentes à linha branca – de forma elegante e acolhedora.
72 Tecnovarejo Para atuar de forma eficiente nas mídias sociais, é preciso antes de tudo planejar e estudar o terreno onde se pretende atuar, de olho no comportamento de quem consome sua marca na internet.
Especial A CNDL promoveu em abril a entrega do prêmio Mérito Lojista, uma homenagem aos fornecedores de produtos e serviços que mais se destacaram em sua relação com o varejo brasileiro no ano passado. Confira os detalhes da cerimônia e a opinião de empresários e líderes lojistas que estiveram presentes ao evento.
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seções
10 Movimento
14 Brasil Lojista
18 Informe Jurídico
20 Perfil FCDL
60 Varejo Internacional
66 Móveis e Negócios
80 Leitura
82 Agenda
64 De Olho no Cliente por Luciana Carmo
70 Ponto de Vendapor Caio Camargo
78 Sobre Lojapor Josemar Basso
Reportagem de capaConsultores especializados em gestão de varejo dão a receita para gerenciar estoques de forma eficiente e lucrativa na forma de dez dicas práticas que podem ser seguidas por lojistas de todos os portes e ramos de atuação.
58 Por Dentro da Lei por Mario Cerveira
50 Banho de Loja por Kátia Bello
10 � dirigente Lojista � Maio 2010
M o V i M e N t o
lei exige faixa de sinalização nasvitrines paulistas
Desde o dia 3 de maio os co-
merciantes de São Paulo são obri-
gados por lei a fixar uma faixa
para demarcar os limites de suas
vitrines. A lei municipal 14.886,
de 14 de janeiro de 2009, de-
termina que todas as superfícies
com “características de transpa-
rência”, capazes de dificultar sua
delimitação e causar acidentes
às pessoas, devem receber uma
tarja sinalizadora ao longo de sua
extremidade inferior.
O texto legislativo afirma que
estas superfícies devem receber
uma tarja de, no mínimo, 50 cen-
tímetros, e, no máximo, um me-
tro e meio. Também estipula que
a faixa deve ser fixada no pé da
vitrine ou logo após o término de
outra superfície não transparente
que faça contato com esta.
Além dos estabelecimentos co-
merciais, prédios públicos e priva-
dos também devem se adaptar à
norma que regulariza a sinalização
de vitrines, portas, paredes, divi-
sórias e afins. O descumprimen-
to da lei será punido com multa
de R$ 500, dobrada em caso de
reincidência. A legislação permite
que a faixa sinalizadora apresente
anúncios publicitários, desde que
respeite as normas legais.
o Ministério da Justiça e o Banco Central anunciaram, no dia 27 de abril,
que vão regulamentar as tarifas cobradas nas operações com cartão de
crédito no País. Visando impedir abusos por parte das operadoras de cartão,
campeãs em reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, o governo
pretende tabelar os serviços e manter uma fiscalização rígida no setor. A ideia
é adotar o mesmo modelo de tabelamento de preços dos serviços oferecidos
aos correntistas dos bancos.
Caberá ao BC encaminhar ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a propos-
ta de alteração na forma de cobrança das tarifas. O Ministério da Justiça ficará
responsável pela elaboração de um projeto de lei para definir regras gerais
para os emissores de cartões de crédito. A proposta que será encaminhada ao
Congresso deve incluir a proibição da cobrança da chamada “taxa de inativida-
de” e o veto às tarifas por adesão e por uso do programa de milhas, além de
proibir o envio de cartões sem solicitação formal do consumidor.
A movimentação do governo na direção da regulamentação do mercado
de cartões foi bem recebida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojis-
tas (CNDL). “Esta ação é o primeiro passo para a regulamentação do setor de
cartões de crédito”, afirma o presidente Roque
Pellizzaro Junior. “Com esta medida teremos um
interlocutor, que é o Banco Central, para levar-
mos nossas reivindicações e sermos atendidos,
visando a harmonia nas relações entre operado-
ras, bancos, lojistas e consumidores”, diz o di-
rigente, destacando a necessidade de medidas
de proteção para o lojista que ainda paga altos
juros e taxas para as administradoras.
ALguMAS PRáTICAS quE A LEI VAI PROIBIR
» Cobrança de “taxa de inatividade”
» Cobrança de tarifas por adesão e por uso de programas de milhagem
» Envio de cartões sem solicitação
Governo quer tabelar tarifas de cartão de créditoGoverno quer tabelar tarifas de cartão de crédito
12 � dirigente Lojista � Maio 2010
M o V i M e N t o
Sem Losango. Com Losango. Com a Losango seus clientes compram mais.
Com o CDC Losango você oferece mais poder de compra para seus clientes. Eles compram a prazo e você recebe à vista. Conte com a agilidade e a segurança da maior promotora de vendas do país. A Losango é uma empresa do Grupo HSBC, o maior banco do mundo, e há
39 anos está no mercado de varejo. Potencialize seus negócios. Seja nosso parceiro.
Acesse losango.com.br/sejanossoparceiro
A Losango atua como prestadora de serviços de correspondente não bancário do HSBC BANK BRASIL S.A. – BANCO MÚLTIPLO, conforme permitido pela legislação vigente.
a s mulheres da classe C devem
movimentar R$ 158 bilhões até
o final do ano, segundo expectativa
do Instituto de Pesquisas Data Popular.
Essas consumidoras são responsáveis
por 41% da renda familiar, enquanto
as mulheres da classe A ficam com
apenas 25%. Atualmente, a classe C
conta com 94,4 milhões de pessoas,
uma fatia de 49,7% da população,
que movimenta anualmente R$ 428
bilhões.
Dentro dessa massa, existem 48,6
milhões de mulheres. A mulher da
Consumo feminino em alta na classe Cclasse C já responde por mais da me-
tade do consumo de produtos e ser-
viços de vários segmentos. Enquanto
59% dos homens deste grupo têm
cartão de crédito, por exemplo, este
número sobe para 62% entre as mu-
lheres. Essas consumidoras também
representam a maioria nos principais
canais de compra do varejo. Nas lojas
de roupas, supermercados e farmácias,
as mulheres da classe C são 51%. Nos
shoppings, há pelo menos 12 clientes
mulheres deste grupo para cada 10
compradores do sexo masculino.
dirigente Lojista � Maio 2010 � 13 1 3
Sem Losango. Com Losango. Com a Losango seus clientes compram mais.
Com o CDC Losango você oferece mais poder de compra para seus clientes. Eles compram a prazo e você recebe à vista. Conte com a agilidade e a segurança da maior promotora de vendas do país. A Losango é uma empresa do Grupo HSBC, o maior banco do mundo, e há
39 anos está no mercado de varejo. Potencialize seus negócios. Seja nosso parceiro.
Acesse losango.com.br/sejanossoparceiro
A Losango atua como prestadora de serviços de correspondente não bancário do HSBC BANK BRASIL S.A. – BANCO MÚLTIPLO, conforme permitido pela legislação vigente.
de acordo com pesquisa realizada
pelo Instituto Datafolha, os pais
brasileiros estão cada vez mais preo-
cupados com a influência do marketing
sobre seus filhos. Encomendado pelo
Projeto Criança e Consumo, do Instituto
Alana, o estudo teve como objetivo me-
dir a percepção dos consumidores com
filhos entre três e 11 anos. Segundo o
levantamento, 73% dos pais entrevista-
dos acreditam que deveria haver algum
tipo de restrição ao marketing e à pu-
blicidade voltados para crianças. Além
disso, sete em cada dez entrevistados
Pais pedem restrição ao marketing infantilafirmaram serem influenciados pelos
filhos na hora da compra. Para eles, o
maior influenciador dos pedidos são as
propagandas, apontadas por 38% dos
consumidores. Em seguida estão perso-
nagens de filmes ou programas de TV.
Dentre os que apoiam algum tipo
de restrição, os pais citaram como pos-
síveis medidas o controle do horário
de veiculação das propagandas na TV,
do conteúdo de forma a garantir publi-
cidades mais educativas e da publici-
dade de produtos com apelo sexual ou
para a violência.
Confira o estudo completo no sitehttp://bit.ly/pesquisamkt
14 � dirigente Lojista � Maio 2010
b r a s i l l o j i s t a
Presidente da cNdl recebe homenagem em curitibanos
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior (à es-
querda na foto), foi homenageado na noite de 27
de abril pela Câmara de Vereadores de Curitibanos,
município de Santa Catarina. O dirigente recebeu a
comenda do Mérito Curitibanense e, em poucas pa-
lavras, mostrou-se emocionado. “Esta homenagem é
algo para me orgulhar. Muito obrigado”, disse.
o duopólio que domina o segmento
dos cartões de crédito foi tema de
audiência pública na Assembleia Legisla-
tiva de Santa Catarina, no dia 12 de abril.
Proposta pelo deputado Antônio Aguiar,
líder do PMDB, a audiência teve como
objetivo reivindicar melhorias para o sis-
tema de cartões, contando com a par-
ticipação dos presidentes da CNDL, Ro-
que Pellizzaro Junior, da FCDL/SC, Sergio
Medeiros, da senadora Ideli Salvatti (PT/
SC), além de representantes do Banco
Central e Ministério Público e dos presi-
dentes da FCDL/MG, José César da Costa,
e da FCDL/RS, Vítor Koch.
Além da necessidade de regulamen-
tar o setor para evitar taxas e juros abu-
sivos, foram debatidas questões como
a diferenciação de preços para compras
em dinheiro e em cartão de crédito, a
disponibilização das máquinas sem co-
brança de aluguel e que aceitem todas
as bandeiras, o aumento da concorrên-
cia e o enquadramento das operadoras
como instituições financeiras.
Na oportunidade, o presidente da
CNDL anunciou a campanha “Eu que-
ro meu consumidor de volta!”, que
pretende orientar os lojistas sobre as
alterações no mercado de cartões de
crédito que passam a vigorar a partir
de 1º de julho. Pellizzaro Junior insistiu
para que os lojistas negociem com as
operadoras um novo contrato, sem a
fidelização, além da redução das taxas,
prazos de pagamento e modalidades
de antecipação. “Não estamos discutin-
do o custo do cartão de crédito, mas um
modelo de Brasil; se vamos optar por
um varejo concentrado ou diversificado,
no qual se defende o micro e pequeno
varejista”, diz.
Lideranças debatem cartões em SC
reguLaMentação jÁPresidente da CNDL (esq) e líderes lojistas reforçaram necessidade de novas regras
dirigente Lojista � Maio 2010 � 15 1 5
no dia 20 de abril, a Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL) do Dis-
trito Federal reuniu empresários, par-
ceiros e representantes da sociedade
para celebrar os 45 anos de fundação
da entidade. Na solenidade, realizada
no Unique Palace, o vice-presidente
da CDL, Geraldo Araújo, falou sobre
a história do movimento lojista na
capital federal e destacou a atuação
dos ex-presidentes. “Dos presidentes
que passaram pela entidade, de José
de Melo e Silva, o primeiro, a Vicen-
te Estevanato, o atual, a CDL cresceu
e se tornou referência
no comércio”, diz.
Já o presidente do
Conselho Consultivo,
Ennius Muniz, falou
em nome dos home-
nageados e ressaltou a
união das diretorias da
CDL, um grupo, na opi-
nião dele, que sempre
atuou junto e acabou
se tornando a “Família
CDL”. E ainda destacou que os ex-pre-
sidentes, muitos pioneiros de Brasília,
contribuíram para o crescimento do
comércio e da capital federal.
Lideranças debatem cartões em SC CDL do Distrito Federal comemora 45 anos com homenagem a ex-presidentes
A comissão organizadora da 51ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, que acon-
tece de 26 a 29 de setembro, em Florianópolis, esteve reunida na capital catarinen-
se no dia 13 de abril. Entre os presentes, o presidente da CDL Florianópolis, Osmar
Silveira, e o gerente de eventos da CNDL, Kléber Silva.
Planos para a ConvençãoPlanos para a Convenção
diretoria da cNdl se reúne em brasília
A diretoria da CNDL realizou a pri-
meira reunião de 2010 no dia 21
de abril, na sede da entidade, em
Brasília. Na pauta das discussões
estavam a 51ª Convenção Nacional,
o Prêmio Mérito Lojista, a NRF 2010
e a Frente Parlamentar Mista do Va-
rejo. Os diretores trataram também
das principais bandeiras defendidas
pelo Movimento Lojista atualmen-
te, como a regulamentação dos car-
tões de crédito, PL 40 horas, cadas-
tro positivo, empresa única, projeto
Copa 2014 e projeto BNDES.
reconHeciMentoEx-dirigentes fazem parte da história da CDL e da cidade
16 � dirigente Lojista � Maio 2010
b r a s i l l o j i s t a
Mais de 300 pessoas estiveram
em Brasília para conferir toda
a programação do Seminário Nacio-
nal de SPCs, no dia 19 de abril. Na
abertura do evento, o presidente da
CNDL, Roque Pellizzaro Junior, lem-
brou que há pouco mais de 50 anos,
quando foi criado, o SPC viabilizou e
democratizou o crédito através da
venda a prazo. Agora, na avaliação
do líder lojista, o SPC vive uma nova
revolução para enfrentar os desafios
dos negócios na era moderna. “As
novas ferramentas foram criadas
para atender não apenas ao varejo,
mas aos segmentos de atacado, in-
dústrias e serviços”, disse.
Já o presidente do SPC Brasil, Rober-
to Alfeu Pena Gomes, mostrou o novo
momento vivido pelo sistema. “A águia
quando faz 50 anos decide se vai mor-
rer ou se vai se renovar. Se aceita a re-
novação, perde o bico, troca as penas
e corta suas garras”, comparou. “Após
esta mudança, é hora de voar e este é
o momento de mudanças nos SPCs.”
Seminário Nacional de SPCsdiscute evolução do sistema
conselho de administração do sPc brasil reunidoO Conselho de Administração do SPC Brasil esteve reunido na sede da CNDL, em Brasília, no dia 7 de abril. Entre os participantes, o presidente do SPC Brasil, Roberto Alfeu; o vice-presidente, Eduardo Melo Catão; o diretor de Comunicação, Francisco de Freitas Cordeiro; o superintendente do SPC Brasil, Nival Martins; o vice-presidente do Conselho Deliberativo, José César da Costa; e o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior. Além de Sílvio de Vasconcelos e Frederico Leal, da CDL Recife, e Antoine Yossef Tawil, da CDL Salvador.
5º encontro de Federações reúne presidentesPresidentes de FCDLs de todo o País estiveram reunidos em Brasília no dia 20 de janeiro para o 5º Encontro de Federações. Entre os assuntos discutidos, destaque para o projeto Copa Digital 2014. Paralelo ao encontro, encerrado no dia 21 de abril com um café da manhã especial, as esposas dos presidentes das federações fizeram um passeio por Brasília.
Mudanças À vistaMais de 300 pessoas debateram os novos rumos do Sistema de Proteção ao Crédito
dirigente Lojista � Maio 2010 � 17 1 7
aberto na noite de 22 de abril,
o 7º Encontro de Líderes e Pro-
fissionais de SPCs do Estado de Mato
Grosso, promovido pela FCDL/MT,
com apoio da CNDL e da CDL Cuiabá,
reuniu para a reciclagem anual os
presidentes e diretores das CDLs ma-
to-grossenses, além dos profissionais
responsáveis pelos Serviços de Prote-
ção ao Crédito no estado. O evento,
encerrado no dia 24 de abril, também
contou com o lançamento de vários
produtos e serviços, novas ferramen-
tas, que auxiliam o lojista associado,
no dia a dia de sua atividade fim, que
é a excelência no atendimento ao pú-
blico consumidor, ou seja, a razão de
existir dos nossos lojistas.
A CNDL prestigiou o encontro, com
a presença do presidente Roque Pelli-
zzaro Junior, do diretor do DASPC e pre-
sidente do Conselho de Administração
do SPC Brasil, Roberto Alfeu, do pre-
sidente do Conselho Deliberativo do
SPC Brasil, Itamar Silva, além do supe-
rintendente e assessor jurídico André
Luiz e do gerente de Relacionamento
e Institucional, Luiz Santana.
Confederação prestigia Encontro de Líderes da FCDL do Mato Grosso
Tomou posse no dia 9 de abril a nova diretoria que
ficará à frente da CDL Jovem de Navegantes, município
localizado no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2010.
Na ocasião, o novo coordenador, Luiz Ricardo de Freitas,
reforçou o compromisso de trabalhar pelo crescimento
da CDL Jovem, além de fortalecer o grupo e promover
palestras, eventos e workshops para levar novos conhe-
cimentos aos integrantes.
A posse contou com a participação de jovens lojistas,
bem como de alguns fundadores e atuais diretores da
CDL, como Vinicio Bortolatto, Celso Rechia Guarezi, Dalva
da Costa Forlin e Márcia Rampelotti, além do diretor do
20º Distrito da FCDL/SC, Olair Klemtz.
empossada nova diretoria na cdl jovem de Navegantes
recicLageM anuaLPresidente da CNDL acompanhou de perto o trabalho dos lojistas mato-grossenses
Futuros LÍderesGrupo confirma compromisso com a evolução do varejo na cidade
18 � dirigente Lojista � Maio 2010
i N F o r M e j u r í d i c o
e m trâmite no Congresso Nacional,
a Proposta de Emenda Constitu-
cional nº 231/95, que reduz a jornada
de trabalho de 44 para 40 horas sema-
nais, sem o ajuste correspondente ao
salário, e aumenta o valor da hora ex-
tra de 50% para 75%, não é a reforma
trabalhista esperada, especialmente
pelas micro e pequenas empresas.
A redução da jornada de trabalho
resultará em demissões porque, para
sobreviver neste mercado globaliza-
do voraz e competitivo, o empresário
buscará automatizar ao máximo sua
atividade por mera questão de sobre-
vivência. Tomemos como exemplo os
trabalhadores do setor bancário que
conseguiram a redução da jornada
para 30 horas semanais, acreditando
no aumento do emprego. O que se
verificou, na verdade, foi a grande au-
tomação do setor, com expressiva re-
dução de empregos.
O sistema trabalhista existente
no Brasil conferiu aos sindicatos,
através de negociações coletivas,
verificar as necessidades dos tra-
balhadores e das empresas, inclusi-
ve com relação à jornada de trabalho.
Diferente dos políticos, trabalhadores e
empregadores conhecem a realidade
e as características dos seus setores.
Os países mais avançados da
União Europeia fixaram uma jornada
semanal de 48 horas deixando que
os setores produtivos definam a du-
ração do trabalho de acordo com as
necessidades das empresas. O que se
conclui é que o Brasil não precisa
de leis pontuais, mas sim de uma
nova e moderna legislação trabalhista
porque a atual, representada pela CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho),
que data de 1º de maio de 1943. O
atual desenvolvimento econômico
exige mudanças, sob pena de perda
de competitividade e, por consequên-
cia, desemprego.
PEC das 40h: redução da jornada é atribuição dos sindicatos
Nos Estado Unidos, os encargos sobre o salário somam 23%; no Japão, 19%; na Itália, 24%; e na Inglaterra, 28%. No Brasil, um funcionário traz um custo em encargos que pode chegar a mais de 100% do seu salário. Com a redução da jornada, este custo aumentará ainda mais.
O PESO DOS ENCARgOS
“Os contos de fada não ensinam às crianças
que dragões existem. Os contos de fada mostram às crianças que dragões podem ser derrotados”
gilbert chesterton
A valorização dos de-
partamentos jurídicos
das empresas diante
da complexidade da legislação
brasileira, a abertura de merca-
do, as privatizações e as gran-
des disputas tributárias nos tri-
bunais superiores.
em alta
O mau uso da in-
ternet pelos co-
laboradores das
empresas que pode render
ações indenizatórias. Mui-
tos casos envolvem MSN,
Facebook, Twitter, Orkut e
YouTube.
em baixa
dirigente Lojista � Maio 2010 � 19 1 9
NOTAS RáPIDAS
Indenização negada: No Rio Grande do Sul, marido teve negado pedido de indenização por restrição de crédito sofrida após ter o nome inscrito no SPC por causa de dívida contraída pela esposa. Ao julgar a apelação, a relatora, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, confirmou a sentença, observando que o autor sabia do fornecimento de seu CPF à esposa para a contratação de cartão de crédito, tendo recebido correspondência da Serasa. (TJRS)
Saques indevidos: Após o STJ pacificar o entendimento que “o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras” e editar a Súmula 297, a responsabilidade dos bancos por saques indevidos é clara. Assim, a responsabilidade pela falha na prestação do serviço é da instituição financeira, cabendo ao consumidor indenização por danos morais e materiais sofridos. (Conjur)
Citação por correio: A Corte Especial do STJ aprovou nova súmula que estabelece a obrigatoriedade do aviso de recebimento nos casos de citação postal. A Súmula 429 ficou com a seguinte redação: a citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento. Ela expressa um entendimento reiterado do STJ sobre o tema. Não tem poder vinculante, mas de orientação. (STJ)
Descontos na rescisão: Nos termos do parágrafo 5º do artigo 477 da CLT, qualquer compensação na rescisão contratual não pode exceder o equivalente a um mês de remuneração. Não é permitido, portanto, descontar, de uma única vez as despesas médicas custeadas pela empresa em valor superior à remuneração do empregado. (TRT3)
por andrÉ LuiZ, assessor jurídico CNDL [email protected]
n a defesa das MPEs do ramo de
farmácias e drogarias no País,
a CNDL buscará a proteção jurisdicio-
nal via Ação Direta de Inconstitucio-
nalidade contra as restrições impos-
tas pela Lei 5.991/73, alterada pela
Lei 11.951/09. A lei impede o livre
exercício de suas atividades econômi-
cas porque proibiu as farmácias que
possuem filiais de centralizar a mani-
pulação de medicamentos. Além de
gerar novos custos para as empresas,
a restrição colocará em risco os con-
sumidores porque, ao obrigar a ma-
nipulação de medicamentos em cada
estabelecimento, dificultará o contro-
le, a segurança e a própria fiscalização
sanitária. A Adin será proposta pelo
escritório José Anchieta da Silva Ad-
vocacia.
CNDL vai ao STF em defesa de farmácias e drogarias
o trabalhador que desenvolve ativi-
dades de coleta de lixo e higieni-
zação sanitária no interior de empresas
e residências não tem direito ao rece-
bimento de adicional de insalubridade.
Por esta razão, a 4ª Turma do TST isen-
tou uma empresa da obrigação de pa-
gar adicional de insalubridade em grau
máximo empregado que exercia este
tipo de tarefa. De acordo com a decisão,
não basta a constatação da insalubrida-
de por meio de laudo pericial para que
o empregado tenha direito ao adicional.
É necessária a classificação da atividade
insalubre na relação oficial elaborada
pelo Ministério do Trabalho. (TST)
recolhimento de lixo doméstico não exige adicional por insalubridade
20 � dirigente Lojista � Maio 2010
P e r F i l F c d l
o Estado de Mato Grosso tem na
agropecuária o carro-chefe de sua
economia. Mas o comércio não fica para
trás como gerador de emprego e renda
e como voz ativa em questões impor-
tantes, como a escolha da capital Cuia-
bá como uma das sedes para a Copa de
2014. É o que aponta Elis Tonon, pre-
sidente em exercício da FCDL/MT, en-
quanto o presidente da entidade, Paulo
Silva, está afastado por licença médica.
“A FCDL/MT participará e já vem partici-
pando de reuniões do Trade de Turismo
de Mato Grosso, bem como faz parte do
Agecopa, o grupo formado pelo gover-
no do estado para sugerir e gerir ideias,
planos e orçamentos na Copa 2014 em
Cuiabá”, afirma o dirigente.
Tonon conta que o comércio se des-
taca no estado com a presença de filiais
de grandes redes de lojas varejistas e
também de empreendimentos surgidos
em Mato Grosso e que estão expandindo
sua área de atuação para outros estados.
Tonon cita as redes Avenida, Studio Z,
Grupo Cometa e City Lar como exemplos
deste movimento “expansionista” do va-
rejo mato-grossense. “Outras, como, por
exemplo, a rede Moda Verão, ao longo
dos anos aumentaram o número de lo-
jas na capital Cuiabá, expandindo para
bairros fora da região central, abrindo
novos polos comerciais”, diz.
É neste contexto que a FCDL/MT
concentra suas ações de apoio à repre-
sentatividade do Movimento Lojista. Na
FCDL/MT fortalece apoio aos lojistas e vive expectativa pela Copa 2014, quando Cuiabá será uma das cidades-sede
eLis tonon:“Participamos de reuniões do Trade de Turismo e integramos um grupo formado pelo governo para discutir ideias para a Copa 2014 em Cuiabá”
bateNdo uM
BoLão
dirigente Lojista � Maio 2010 � 21 2 1
avaliação de Tonon, uma das questões
que merece atenção no varejo mato-
grossense no momento é a carga
tributária que, de acordo com o digi-
rente lojista, continua alta no compara-
tivo com outros estados da federação.
“Neste âmbito, inclusive, a FCDL/MT,
junto a outras entidades, representou
os lojistas em muitas ações jurídicas,
seja junto ao governo, seja em termos
de mobilização junto a outros poderes
políticos.”
Além de ações políticas, a FCDL/
MT também investe em iniciativas
que sirvam de suporte para que os lo-
jistas incrementem a gestão de seus
negócios. Por intermédio de parcerias
e conveniências, a entidade procu-
ra estender às CDLs diversos tipos de
planos em diferentes áreas, sempre
com vistas a atendimento diferenciado
e melhor custo-benefício para os as-
sociados destas câmaras. “Especifica-
mente no caso das CDLs, a FCDL/MT
mantém parceria com escritórios nas
áreas jurídica e contábil que dão as-
sessoria informacional às CDLs”, diz To-
non. “Além disso, a FCDL, com o apoio
da Secretaria de Estado de Indústria,
Comércio, Minas e Energia, também
promove ciclos de palestras na capital
e em outras cidades, para tratar de te-
mas do interesse do lojista.”
Entre as ações desenvolvidas pela
FCDL/MT, Elis Tonon destaca o Encontro
de Líderes e Profissionais de SPC, evento
anual que já está em sua sétima edição,
como uma das principais. “Neste even-
to, participantes de todas as CDLs, entre
funcionários e diretoria, dispõem de um
ciclo de cerca de três dias com pales-
tras”, diz Tonon. “Também acontecem
apresentações de produtos e serviços e
debates sobre vários temas pertinentes
ao comércio e à CDLs, tanto em termos
de procedimentos e legislação de Servi-
ço de Proteção ao Crédito, quanto temas
que englobam a parte administrativa, de
atendimento, entre outras.”
O sucesso do trabalho do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em Mato Grosso está diretamente ligado à presença das 48 CDLs no estado. “Isso significa apoio ao desenvolvimento do comércio, uma vez que as CDLs são responsáveis por atividades como promoções em datas comemorativas, com publicidade, eventos e estratégias diversas de aumento de vendas, entre outras iniciativas que dão suporte às associadas, beneficiando o comércio de maneira geral”, afirma Tonon. “Estamos presentes em todas as regiões e em vários polos, de uma forma que nenhuma outra organização ou empresa está”, conclui.
48 ENTIDADES FILIADAS
MoviMentação LojistaO 7º Encontro de Líderes e Profissionais de SPC reuniu participantes de todas as CDLs do estado para três dias de palestras
dirigente Lojista � Maio 2010 � 23 2 3
ForMe uMa troPa
de eLitePaulo Storani foi um dos cinco integrantes do
Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro que serviram de inspiração
para o personagem Capitão Nascimento, do filme Tropa de elite. A partir da experiência que adquiriu no comando do batalhão, começou a percorrer o
Brasil na condição de palestrante e consultor, falando para diferentes tipos de públicos, inclusive do varejo. Na entrevista a seguir, Storani traz para a realidade dos lojistas alguns dos conceitos utilizados no Bope, com destaque para os pilares fundamentais para a
formação de uma tropa de elite de vendas.
paulo storani | consultor e ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro
por alexandre gonçalves
24 � dirigente Lojista � Maio 2010
e N t r e V i s t a
Dirigente Lojista – o que é preciso para
formar uma tropa de elite de vendas?
Paulo Storani – O processo todo é
baseado em três pilares, começando
pela seleção. Entendendo como fun-
ciona o seu negócio, é preciso saber
escolher as pessoas que vão trabalhar
nele. E não é uma questão de levar
em consideração o currículo. Estou fa-
lando de seleção pelas características
da pessoa para saber até que ponto
ela pode contribuir com o negócio. Se
você vai trabalhar com metas, precisa
selecionar alguém que esteja acos-
tumado a isso, que queira trabalhar
dessa forma e aguente a pressão da
cobrança por resultado. Se não aguen-
tar, o contratado pode sofrer um co-
lapso e a empresa muitas das vezes
corre o risco de perder todo o investi-
mento que fez em termos de treina-
mento, transmissão de conhecimento
e tempo gasto na preparação daquela
pessoa. Então o lojista deve começar
do jeito certo, tendo claro o perfil do
negócio e definindo, em termos de
comportamento, o tipo de pessoa que
quer na sua equipe de vendas. Depois
disso, quando entra o vendedor com
esse perfil adequado – com currículo
ou sem currículo, dependendo do que
o lojista definir – é o momento do
outro pilar para a formação da tropa
de elite: o treinamento. Nesta etapa,
o lojista vai preparar a pessoa para a
atividade. É preciso ter claro o nível
de profundidade deste treinamento,
avaliar o que a empresa pode fazer
Se não tiver treinamento, o vendedor vai
aprender da pior forma: na base de tentativa e erro.
Trabalhando, errando,
acertando, repetindo e refazendo
e também se instituições como CDLs,
FCDLs podem ajudar. Dando o treina-
mento, a loja com certeza melhora
a qualidade na prestação de serviço.
Lá no Bope, seleção e treinamento
são pressupostos fundamentais para
quem quer fazer, e mais do que isso,
fazer bem suas tarefas.
DL – isso quer dizer que seleção e
treinamento estão sempre enca-
deados? ou seja, um processo não
dará resultado se o outro não for
eficiente?
Storani – Sim. O lojista pode selecio-
nar uma pessoa com um perfil fantás-
tico mas não dar treinamento. Com
isso, o vendedor vai aprender da pior
forma, na base da tentativa e erro.
Trabalhando, errando, acertando, re-
petindo, refazendo... e aí se perde
muito tempo. Hoje o treinamento,
principalmente na área de vendas,
prepara as pessoas exatamente para
isso. O vendedor é treinado para
saber a forma de abordar o consu-
midor, as estratégias para apresen-
tar o produto, como conhecer bem
o cliente para saber que tática usar
para chegar até ele e de que manei-
ra convencê-lo. Eu, por exemplo, sou
um comprador muito chato. Quando
quero comprar alguma coisa, o ven-
dedor vai ter que dizer para mim o
que vou comprar. Apenas digo para
ele qual é a minha necessidade. Ele
apresenta o que tem para oferecer
e eu vou criando restrições para as
opções que ele me dá – “Não gostei
disso, não gostei daquilo” –, até che-
gar a um produto final que será aqui-
lo que eu quero. Este é o verdadeiro
vendedor-consultor que está ali para
ajudar o cliente e não apenas tirar
uma nota. Isso vai desde a venda de
um equipamento de informática até
a de um aviamento de roupa.
dirigente Lojista � Maio 2010 � 25 2 5
DL – Se uma dessas duas etapas
não for bem executada, o que pode
acontecer é o vendedor se retrair
quando recebe um “não” do clien-
te, certo?
Storani – Uma coisa que é louvável
que se faça, mesmo podendo causar
uma impressão ruim num primeiro
momento, é o vendedor responder
que não sabe quando o cliente per-
gunta sobre um produto. Mesmo se
ele for honesto ao dizer “vou pergun-
tar ao meu supervisor”, o cliente logo
pensa que estão improvisando um
vendedor. Então, quando a loja não
investe na preparação do colabora-
dor, certamente está improvisando
alguém na função de vendedor. Hoje
o consumidor está mais exigente.
Tem mais dinheiro. Antigamente, se
o cliente era maltratado numa loja,
ele tinha que suportar porque havia
poucas opções. Hoje ele sai de uma
loja e entra em outra. O tratamento
com atenção, boa educação e conhe-
cimento de qualidade está fazendo a
diferença. Ou seja, o vendedor precisa
corresponder aos anseios de um con-
sumidor muito mais informado e, por
consequência, muito mais exigente.
DL – Qual seria o terceiro pilar para
a formação da tropa de elite, ven-
cidas as etapas de seleção e trei-
namento?
Storani – Selecionou bem? Treinou
bem? Ok. No Bope, temos o que a gente
chama de “controle de performance”,
que mede o desempenho da equipe. E
desempenho neste caso tem a ver com
três dimensões. A primeira é a condu-
ta. Aquilo que foi feito no treinamento
tem que ser colocado em prática e o
lojista deve fiscalizar isso. Muita gente
acha que treinamento nada mais é do
que acesso a uma teoria que não tem
nada a ver com a prática. Mas no co-
mércio, como qualquer outro ramo que
trabalhe com seriedade, toda teoria é
baseada em conceitos práticos, em coi-
sas que aconteceram. A partir disso, o
“controle de performance” é uma for-
ma de acompanhar o desempenho do
funcionário em relação à sua conduta
e ao que foi prescrito em treinamento.
Sempre reforçando positivamente.
DL – o lojista então precisa estar
“visível” para o vendedor em to-
das as etapas e não somente no
momento da crítica?
Storani – Exatamente. O lojista deve
elogiar sempre que aquilo que foi
transmitido no treinamento está bem-
feito. Dizer que o vendedor está traba-
É importante que cada loja estabeleça o seu padrão
de qualidade medindo a
satisfação dos clientes com o atendimento
lhando bem, que o que ele aprendeu
está surtindo efeito e que está aten-
dendo à expectativa da empresa. Hou-
ve algum desvio de conduta? Alguma
quebra de valor? Algum compromisso
deixou de ser atendido por um mem-
bro da equipe? Se faz o acompanha-
mento de desempenho, a direção da
loja tem que chamar o vendedor para
uma conversa com o objetivo de iden-
tificar as causas e recuperar o funcio-
nário. Para esta intervenção ocorrer
não é preciso esperar que se tenha
um acúmulo de problemas para cha-
mar o vendedor para conversar porque
a conduta dele vem se desviando há
algum tempo. É sempre importante e
mais tranquilo que a conversa aconteça
logo no início, assim que o problema é
detectado, até para que a intervenção
seja construtiva.
DL – a intervenção é uma forma de
manter a qualidade no atendimento?
Storani – Qualidade seria a segunda
dimensão no controle de performan-
ce. É importante no comércio que cada
loja estabeleça o seu padrão de qua-
lidade. E isso se faz medindo satisfa-
ção. Cliente satisfeito é sinal de que a
loja está atendendo com qualidade. O
que isto significa? O cliente pode até
não comprar se não encontrou o que
queria. Mas ele volta à loja se foi bem
tratado, bem atendido e se os vende-
26 � dirigente Lojista � Maio 2010
e N t r e V i s t a
O mundo dos negócios está mudando, o
consumidor está mais exigente e o comércio precisa de
resultado. Ou o lojista se adequa a isso ou então ‘pede pra sair’
dores mostraram saber o que ele pre-
cisa. Qualquer desvio neste padrão, o
lojista tem de intervir. É preciso se an-
tecipar ao problema. Às vezes, o líder
da equipe se furta a chamar atenção
do vendedor. Isso pode trazer grandes
prejuízos, porque quando o vendedor
lá na ponta não está fazendo bem o
serviço, compromete a produtividade
de todo o negócio. Se ele não tem essa
consciência, alguém tem que chegar e
dar um “toque”, chamar para a respon-
sabilidade, motivar este profissional.
Como fazemos no Bope, é preciso es-
tar sempre monitorando em 360 graus.
Tudo em volta de você precisa ser ob-
servado. Se o lojista não tem condição
de fazer isso sozinho, tem de colocar
alguém “nas costas”. Agindo assim,
poderá verificar se um vendedor não
tem o perfil adequado, se houve algum
erro na seleção ou no treinamento. E aí
não resta ao vendedor outra alternativa
a não ser “pedir pra sair”.
DL – Depois da conduta e da quali-
dade, qual a terceira dimensão no
controle de performance?
Storani – Resultado, meta. Não tem
jeito: quer crescer? Estabeleça meta,
foco naquilo que você está fazendo, e
uma estratégia bem montada. Lá no
Bope a gente não sai sem planejar,
sem objetivos. Sair sem objetivos é
correr riscos inaceitáveis. É preciso ter
objetivos e, a partir disso, se prepa-
rar para atingi-los. Tem que conhecer
mais, tem que treinar mais, tem que
trabalhar mais a equipe, tem que cha-
mar mais a atenção, tem que motivar
mais porque os vendedores precisam
estar compromissados com o resulta-
do que se quer alcançar. Se o lojista
faz isso, reduz o risco de dar errado.
Não existe como ser 100% perfeito,
mas é possível trabalhar com redução
de riscos. Diante disso, o lojista deter-
mina o objetivo, estabelece as metas
para chegar até lá e compartlha com
a equipe de vendas. É o caminho cer-
to para motivar: estabelecer metas
de grupo e individuais e compartilhar
resultados com todos, até para ser-
vir de orientação e ajuste na estra-
tégia. Quando as pessoas conhecem
sua meta e têm uma meta coletiva,
a busca pelo resultado se torna um
jogo para o vendedor que começa a
pensar o quanto do esforço dele está
contribuindo para que a loja chegue
ao objetivo. O que ocorre hoje é que
as pessoas não trabalham com meta.
A empresa não compartilha o objeti-
vo, a meta que quer alcançar. Quando
o colaborador não tem acesso a este
tipo de informação, ele fica alijado
deste processo e não se sente com-
promissado.
DL – Em momentos de maior difi-
culdade, as empresas acabam se
concentrando apenas no resultado
e esquecem das etapas de seleção
e treinamento. Diante disso, trocar
as peças resolve?
Storani – Às vezes pode até resolver,
mas o resultado disso é pífio. A empre-
sa pode ir mais além quando começa
a privilegiar seleção, treinamento e
acompanhamento de desempenho.
Não adianta ficar só de olho no re-
sultado do vendedor, no talento para
vendas desenvolvido a fórceps. O co-
mércio agiu assim durante muito tem-
po. Mas hoje a competitividade entre
as empresas exige que as lojas tra-
e N t r e V i s t a
dirigente Lojista � Maio 2010 � 27 2 7
Não tem jeito: quer crescer?
Estabeleça meta, foque naquilo que você está
fazendo e tenha uma estratégia bem montada
balhem melhor sua força de vendas.
E disso se chega aos resultados. Por
isso é preciso sempre analisar todas as
etapas do processo. Se não está dando
certo, onde foi que a empresa errou?
Por exemplo, a loja pode traçar a meta
de vendas para uma data comemorati-
va e compartilhá-la com a equipe, mas
errar na quantidade de produtos em
estoque. É um erro de planejamento
que interfere diretamente no resultado
que se quer alcançar. É por isso que
todos os aspectos precisam ser anali-
sados, sempre, para que possam ser
corrigidos a tempo de evitar um pre-
juízo maior. É preciso ter sempre uma
estratégia montada, sabendo quem é
o cliente que se quer conquistar, com
quem vai interagir e qual o perfil do
vendedor que é preciso ter na equipe
de vendas. E este planejamento já se-
ria uma forma de se precaver quanto a
possíveis mudanças de rumos.
DL – o empresário brasileiro está
pronto para estas mudanças?
Storani – O que eu tenho visto é que
as pessoas estão se preparando muito
para isso, para um novo cenário. Estão
acreditando muito, estebelecendo sa-
lários diferenciados, uma meritocracia
onde quem é melhor ganha mais e
quem é pior ganha menos. Essa ideia
está ganhando força porque é a única
forma de trazer os colaboradores para
junto dos líderes. Um colaborador
que trabalha na empresa há muitos
anos numa relação mais de confiança
é muito bom quando se tem um ne-
gócio familiar. Mas essas pessoas vão
passar. Tenho dado muitas palestras
em empresas que estão migrando
do modelo familiar para o modelo
profissional, trazendo executivos do
mercado com perfil mais agressivo e
mais acostumados com a competição.
O que eu tenho visto é que muitos
colaboradores, que até produziam, se
acostumaram com uma “não-cobran-
ça”. E acabam tendo um choque cul-
tural diante da profissionalização da
empresa familiar, quando surge um
executivo que passa a cobrar resulta-
dos. Só o fato de mudar um aspecto
na gestão já cria uma resistência na-
tural. O brasileiro não gosta de mu-
dança, gosta de conforto. Sabendo
disso, no Bope, trabalhamos com o
conceito de desconforto. Aprendemos
a “naturalizar” o desconforto. O profis-
sional se acostuma que as coisas vão
mudar e que um dia ele está à direita,
no outro, à esquerda. “Não tem lugar
fixo na mesa” para se acostumar com
a ideia de que pode mudar de lugar
a qualquer instante. O mundo dos ne-
gócios está mudando, o consumidor
está mais exigente e o comércio pre-
cisa de resultado. Ou o lojista se ade-
qua a isso ou então ‘pede pra sair’. Ou
se adapta ou não sobrevive.
DL – Dentro de todo este processo,
qual é o papel do gerente como co-
mandante de uma tropa de elite?
Storani – Como é o responsável pela
loja na ausência do dono, o gerente
deve colocar as habilidades que o con-
duziram ao cargo de líder para funcio-
nar em conjunto com as habilidades
dos integrantes da equipe. Neste as-
pecto, é importante observar o estilo
de comando. Aquele gerente impositi-
vo, que só cobra e não apoia, até tem
resultado, mas cria um ambiente tão
ruim que mais à frente a loja perde-
rá produtividade, pois são grandes as
chances dos vendedores deixarem a
empresa. Outro estilo é mais contin-
gencial, que aperta quando tem que
apertar, que afrouxa quando tem que
afrouxar. É o gerente que conversa
mais, que coloca suas habilidades à dis-
posição das pessoas e transfere para a
equipe o conhecimento que o levou ao
cargo. É este o seu papel de comando:
ter a responsabilidade do dono e estar
lá na frente, trabalhando e acreditando
no resultado que quer atingir. É preciso
ter a consciência de que o gerente não
é um capataz. Ele é simplesmente um
funcionário com a responsabilidade de
fazer com que os outros façam e pro-
duzam com qualidade.
28 � dirigente Lojista � Maio 2010
Consultores especializados em gestão de varejo dão a receita para o lojista
evitar perdas e garantir a lucratividade
c a P a | g e s t ã o
COMO OTIMIZAR SEU
estoque
dirigente Lojista � Maio 2010 � 29 2 9
por marlon aseffimagens Photos to go por décadas a fio o varejo brasilei-
ro relegou o gerenciamento de
estoques a uma condição secundária
na administração do negócio. Durante
os anos de inflação alta, possuir um
grande número de mercadorias es-
tocadas significava, acima de tudo,
garantir a valorização do capital in-
vestido. Além disso, muitos varejis-
tas comandavam suas lojas de modo
empírico, comprando produtos suge-
ridos pelos vendedores ou que sim-
plesmente estavam na moda. Com o
fim da inflação em níveis altíssimos,
a chegada da concorrência internacio-
nal e de novos softwares de gerencia-
mento, o varejo passou a buscar uma
maneira mais eficaz de gerir seus es-
toques.
De acordo com o consultor Cezar
Sucupira, os lojistas passaram a dar
mais importância para a retaguarda
quando chegaram ao País novas estra-
tégias de eficiência operacional, como
a Resposta Rápida (Quick Response),
e Resposta Eficiente ao Consumidor
(ECR). Para a economista e consultora
Dilma Maria Pimenta, o controle de
estoques é quase uma arte, que exi-
ge sensibilidade para equilibrar boas
compras, controle de qualidade, de-
manda calculada e atenção constan-
te no consumidor. “O estoque é sem
sombra de dúvida o pulmão da em-
presa varejista. Com pouco ar a em-
presa não respira, mas com muito ar
a empresa se sufoca”, ensina.
Quando esse delicado equilíbrio se
rompe, a gestão entra em crise. Na
ruptura do estoque o produto simples-
mente não está disponível e o consu-
midor na maioria dos casos busca o
concorrente. Por outro lado, no excesso
de estoque o baixo giro impacta nega-
tivamente a margem de lucro. O con-
sultor de varejo e planejamento de ne-
gócios Hilton de Brito alerta para erros
comuns nesse processo, como baixa
qualidade na previsão de vendas, es-
colha errada do sortimento e processos
ineficientes de execução, com baixos
ganhos de escala. Para superar estes
entraves, ele sugere o planejamento
colaborativo, que envolve
a troca de informações,
objetivos e metas em
comum, compartilhadas
por todos os departamentos
que fazem parte do sistema, do for-
necedor ao vendedor.
Para Rodrigo Catani, sócio-diretor da
consultoria GS&MD, em muitos am-
bientes de varejo ainda prevalece a
velha prática de valorizar a compra e
deixar de lado a qualidade da gestão
do estoque. “As famosas compras de
oportunidade são exemplos de uma
postura que não leva em conta se o
desconto do fornecedor teve uma real
contrapartida ou só gerou custos adi-
cionais”, alerta. Confira nas próximas
páginas 10 dicas sugeridas pelos con-
sultores para evitar riscos com rupturas,
má alocação de mercadorias e perda
de rentabilidade na retaguarda.
30 � dirigente Lojista � Maio 2010
c a P a | g e s t ã o
NEgOCIE COM
Prever qual será a demanda efetiva da loja é fun-damental. Lojas com grande mix de produtos tornam o processo mais complexo, por isso a questão nunca deve ser tratada como um processo simples. Muitas vezes o problema não é o excesso de estoques, mas o desbalanceamento. Excesso de alguns itens e falta de outros está ligado a uma previsão de demanda que não é adequada. O controle não precisa ser feito produto a produto, mas é imprescindível estar inte-grado com o fornecedor, e não apenas na hora de fazer o pedido.
É preciso uma coordenação do momento mais adequado para realizar o pedido, e se poderá receber a mercadoria no momento certo. Para evitar desajus-tes é preciso olhar menos para si e ver a realidade do fornecedor, se ele poderá entregar no prazo, etc. A negociação pode ser realizada com os principais fornecedores, priorizando os produtos mais vendidos, dando mais visibilidade ao fornecedor, e não apenas ao que está acontecendo na loja. Isso vai gerar mais previsibilidade para os dois lados.
Fazer uma previsão de reposição de estoques a partir do histórico de vendas é o equivalente a dirigir um carro olhando o retrovisor. É preciso se antecipar e prever as vendas que podem ser feitas em eventos especiais, como a Copa do Mundo, e não apenas se basear em históricos de venda, mesmo em eventos sazonais. Não aposte demais na tecnologia, use sua intuição de vendas. O próximo mês pode ser muito diferente do que acon-teceu no mesmo período do ano passado.
Históricos de venda muitas vezes mascaram características incomuns de demanda, como promoções, variações climáticas e outros fatores que podem levar a decisões incorretas para cima ou para baixo. É importante levar em conta o histórico, mas não se baseie apenas nesses números. Antecipe o que pode acontecer com a demanda nos próximos meses. Muitas vezes o mercado muda, a concorrência muda, o consumidor muda e as planilhas não mostram necessariamente isso.
FORNECEDORES1
FIquE DE OLhO
Do sortimento de uma loja, existem alguns produtos que não podem faltar nunca. São os chamados “never out”, que em hipótese alguma devem ficar de fora do mix. De-pois desses produtos, existem aquelas mercadorias que estão em um degrau abaixo, e devem constar dentro de um patamar próximo aos 95% de disponibilidade. Por fim, há os produtos que podem até faltar que não vão afetar decididamente o negócio. Essa escolha está ligada ao nível de giro dos produtos e à estratégia de cada loja. Em uma loja de lingerie, por exemplo, é até aceitável que faltem algumas categorias que não são chaves no negócio, mas nunca a lingerie.
Por isso, não trate todas as categorias de forma igual. Dificilmente o estoque poderá ser controlado da mesma for-ma entre todos os produtos, todas as categorias e todos os fornecedores. Como nem sempre é possível disponibilizar todo o mix que a loja espera vender, o que seria o ideal, é preciso refletir e fazer algumas escolhas. Se essas escolhas não forem feitas de modo racional, serão feitas devido à falta de caixa, prazos de entrega atrasados e por outras cir-cunstâncias que tornam o problema pior ainda.
NO “NEVER OuT”2
NãO VALORIzE DEMAIS 3 O hISTóRICO DE VENDAS
dirigente Lojista � Maio 2010 � 31 3 1
REPENSE A ESTRATégIA DE COMPRAS4
O ciclo de vida dos produtos – em especial os eletroeletrônicos, como os celulares, toda a linha de informática e televisores – está cada vez mais curto. Isso inviabiliza cada vez mais um modelo con-sagrado em um passado recente, que possibilitava ao lojista com um bom poder de compra a estratégia de comprar à vista um grande lote e armazenar as mercadorias. Com o encurtamento do ciclo de vida, a estratégia diferencial das grandes compras perdeu espaço.
Nos próximos meses talvez aqueles produtos já não interessem o consumidor com a mesma intensidade. Por isso um lote muito grande de mercadorias não pode ser adquirido sem uma boa prospecção de viabilidade em vendas. No varejo de alimentos essa preocupação é menos frequente, mas em relação a produtos com grande inovação, e mesmo no varejo de têxteis, repensar a estratégia de compras é fundamental nesse momento.
EVITE AS COMPRAS DE OPORTuNIDADE5
Muitas vezes o lojista armazena um grande número de mercadorias desnecessárias, e justifi-ca a atitute devido à “compra de oportunidade”, isto é, comprou mais porque encontrou mais barato. Só que esse tipo de ação muitas vezes revela-se “oportunidade” apenas para quem o encheu de estoque.
Geralmente o departamento de compras se empolga com descontos adicionais e adquire uma grande quantidade de produtos, mas na verdade apenas antecipa compras futuras. En-quanto isso, custos com o armazenamento e o controle dessas mercadorias ficam ocultos. Mui-tas vezes o custo financeiro que incide sobre um estoque parado pode inviabilizar o desconto ini-cial oferecido pelo atacadista. Por isso, é preciso estar atento para compras com grande apelo de descontos, pois o resultado final pode ser total-mente contrário.
Verifique se há condições de uma demanda incremental para não imobilizar o estoque ou se os custos adicionais de carregamento foram con-templados na análise de compra. É preciso bus-car o equilíbrio. Comprar demais pode significar capital imobilizado, enquanto comprar menos pode gerar uma ruptura nos estoques.
32 � dirigente Lojista � Maio 2010
c a P a | g e s t ã o
TOME CuIDADO COM A
Geralmente o responsável pelas compras determina quan-tos itens serão distribuídos às filiais. Essa alocação de produtos em diversos pontos de venda quase sempre é feita de ma-neira descuidada, valendo-se de médias de venda que nem sempre corresponde à realidade de todas as lojas. Muitos erros ocorrem nessa hora, e o mais comum deles é o produto cons-tar em estoque, mas nunca na loja onde o consumidor está. Isso resulta geralmente na perda de uma venda.
Como a demanda é muito heterogênea de loja para loja, essa distribuição sem critérios pode acarretar sérios problemas.
Deixar a responsabilidade da alocação de mercadorias para os compradores é algo que não condiz com uma administração eficiente. Esses profissionais são bons na negociação com os fornecedores e no desenvolvimento do mix. Mas colocar sobre eles a responsabilidade do abastecimento sobrecarrega e tor-na pouco eficiente a operação. O posicionamento de cada loja, a demanda específica e a proximidade da concorrência são fatores que devem ser mensurados por uma área específica, ligada ao abastecimento, que converse com os gerentes sobre as especificidades de cada ponto de venda.
ALOCAçãO DE MERCADORIAS6
PRIORIzE A ORgANIzAçãO
O custo do metro quadrado em lojas de shopping está cada vez mais alto. O mesmo acontece com lojas de rua em pontos comerciais valorizados. Por isso o excesso de estoque em áreas de retaguarda, que geralmente são pequenas, constitui um des-perdício totalmente dispensável. Em muitos casos o que impe-ra é a desorganização, com produtos faltando na gôndola, mas perdidos no fundo da loja. Esta situação é o pior dos mundos para o lojista. Portanto, desista de tratar da retaguarda como o
último item da lista de gerenciamento. A boa administração da retaguarda está intimamente ligada
ao alinhamento com os fornecedores, onde o planejamento em conjunto prevê um estoque bem registrado. A boa previsão de demanda evita planos que dão errado e o descontrole dos esto-ques. Combinar com o fornecedor antes de realizar promoções pode assegurar um bom desempenho do plano, pois evita a baixa reposição das mercadorias depois de um salto de vendas.
DA RETAguARDA DA LOJA7
34 � dirigente Lojista � Maio 2010
c a P a | g e s t ã o
ExCESSO DE OPçõES
Estoques desbalanceados ou em excesso são resultantes de uma visão errada, que associa o grande número de mar-cas a qualidade de atendimento. O consumidor quer opções dentro de uma linha de produtos na hora de comprar, mes-mo que já tenha sua preferência. Mas a profusão de mar-cas dentro de uma mesma linha confunde e pode trazer um resultado contrário. Oferecer uma variedade muito grande, especialmente em formatos menores de loja, pode resultar em um desastre. É preciso saber o que é um diferencial e o que é mais do mesmo. Categorias de produtos como os absorvente íntimos são itens em que o tempo de compra é o
mais demorado, devido ao excesso de oferta. Tentar oferecer de tudo pode parecer mais eficiente, mas na verdade surte um efeito negativo.
Melhorar a gestão de estoques passa por repensar o sortimento. Se você tem uma estratégia que valoriza a quan-tidade de itens, está correto oferecer ao consumidor o maior número de opções. Mas isso é impossível de se fazer com todos os itens disponíveis em uma loja. Um diferencial que busca o maior número de mercadorias pode ser uma insa-nidade em um tempo onde a indústria não para de lançar produtos com ciclos de vida cada vez mais curtos.
Um bom sistema de software pode ajudar bastante na hora de gerenciar seu estoque, mas isso não é tudo. Sem um bom piloto, não adianta um programa eficiente. Confie na sua intuição de vendas, nas nuances de sua loja e tome decisões em cima de informações reais. O software não vai detectar variações decorrentes de três fi-nais de semana seguidos de chuva, por exemplo. Você terá de com-pensar essas informações com uma gestão realista. Não existem fórmulas mágicas. Pese suas decisões e não caia em ciladas como comprar apenas por comprar. Isso só vai tornar seus níveis médios de estoque muito altos.
PODE CONFuNDIR O CONSuMIDOR10
TREINE SEuS
Muitos varejistas deixaram de receber produ-tos na loja e constituíram pontos de distribuição e depósitos em conjunto. Isso tornou a gestão mais crítica, devido à falta de controle personali-zada sobre o estoque. Por outro lado, aquele velho modelo em que o fornecedor entregava em várias filiais, durante todos os dias da semana, mudou drasticamente. Muitas empresas não conseguiam mais agendar a entrega dos médios e pequenos fornecedores, que eram preteridos em função dos grandes. Isso gerou uma es-truturação nova nos modelos de logística.
O problema é que essas funções foram mudando sem que fosse feito um trabalho específico com os funcioná-rios. Geralmente os profissio-nais responsáveis pela área de logística são os mesmos que cuidam do transporte, do frete ou do depósito. Isso gera uma deficiência de informações particulares que só será con-tornada com o treinamento rigoroso de pessoal para áreas que exigem conhecimento di-ferenciado, como a gestão de estoques.
FuNCIONáRIOS8 NãO APOSTE TuDO EM9 SISTEMAS DE CONTROLE
36 � dirigente Lojista � Maio 2010
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O troféu Mérito Lojista, em sua 32ª edição, é a consolidação do maior e mais representativo reconhecimento coletivoaos melhores parceiros do varejo brasileiro
por márcio silveira
VAREjO
de gaLaEM NOITE
para celebrar a entrega do “Os-
car” do Varejo Brasileiro, nada
melhor do que um ambiente per-
feito, um público animado e um tro-
féu especial para reconhecer os for-
necedores e parceiros que mais se
destacaram em 2009. E este clima
esteve presente do início ao fim da
solenidade da 32ª edição do Prêmio
Mérito Lojista Brasil, no dia 19 de
abril, nas dependências do moderno
espaço do Centro de Eventos e Con-
venções Brasil 21, em Brasília. Mais
de 600 pessoas vindas de diversos
estados brasileiros estavam unidas,
num perfeito cenário, para aplaudir
a inovação, o empreendedorismo,
a qualidade, o atendimento e a ex-
celência em produtos e serviços. A
eleição dos laureados, com votos das
CDLs do país e seus associados, reve-
la a democrática e justa escolha dos
agraciados com o troféu “Deusa da
Fortuna”.
O que se viu no evento do Mérito
Lojista foi também uma celebração
do movimento lojista. Dirigentes
da CNDL e SPC Brasil, dirigentes de
FCDLs e CDLs, conselheiros de SPCs e
Federações, diretores distritais, ges-
tores e colaboradores das entidades,
estavam em total integração com os
dirigentes e representantes de em-
presas, parceiros e veículos de co-
municação, formando um painel do
dirigente Lojista � Maio 2010 � 37 3 7
VAREjO
de gaLa
varejo brasileiro, com sua produção,
sua indústria, sua distribuição, seu
comércio e seus porta-vozes.
Além das categorias que tradicio-
nalmente são premiadas, o Mérito
reconheceu também o Empreende-
dorismo, a Inovação, a Responsabi-
lidade Social, a Excelência Comercial,
o Marketing, e reverenciou persona-
lidades com os títulos de Destaque
Mérito Lojista do Ano e Destaque
Apoio ao Movimento Lojista.
Empreendedorismo socialCom o título de maior empresa de
Varejo da América Latina, o grupo Pão
de Açúcar investiu em 2009 cerca de
R$ 60 milhões em iniciativas para a
promoção do consumo consciente e
da gestão sustentável, além de de-
senvolver programas sociais voltados
para a qualidade de vida. Dentre as
iniciativas do grupo, estão a inaugu-
ração de mais quatro lojas verdes e
a conquista da certificação Lee para
a unidade de Indaiatuba, que figura
como o primeiro e único supermerca-
do da América Latina com a aprovação
da United States Green Building Coun-
cil (USGBC) reconhecida organização
não-governamental para certificação
ambiental de edificações. Esta ênfase
nas ações de sustentabilidade e cida-
dania resultaram num agradecimento
coletivo sob forma do troféu Destaque
38 � dirigente Lojista � Maio 2010
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PREMIADOS, COM MUITO ORGULHOOs homenageados sentem-se honrados em receber o cobiçado troféu do Mérito Lojista
A Technos já foi premiada mais de 20 vezes com o Mérito Lojista. E é sempre importante uma premiação nacional como esta. Estamos muito felizes pelo reconhecimento e esperamos nos próximos anos continuar a receber este prêmio.
Para o segmento de relógios, este ano de 2010 está surpreendentemente bom. Nós estamos com um crescimento de 30%, que está surpreendendo até a nós mesmos. Acima da expectativa. Muito bom.
Renato Goettems, diretor comercial da Technos
Para a Mercedes-Benz o prêmio é um reconhecimento dos lojistas ao nosso trabalho
e ao produto que disponibilizamos no mercado, demonstrando que o comércio está satisfeito.
Revela também o crescimento que o segmento de transporte vem apresentando no Brasil.
As perspectivas da Mercedes-Benz são extremamente positivas em 2010, com projeções
de superar os resultados de 2009. Este também é o pensamento da matriz na Alemanha, pelo potencial
que nosso país representa.
Dieter Lommer, diretor da Mercedes-Benz
Diretoria, colaboradores, parceiros e clientes da Cobra D´Água ficam honrados em receber este prêmio, fruto de uma grande pesquisa junto às CDLs de todo o Brasil. Agradecemos a todos aqueles que acharam que merecemos fazer parte deste grupo de agraciados.
Acredito que o segmento de moda jovem no Brasil deverá se destacar este ano, até porque existe um aumento da renda do trabalhador e um crescimento real do mercado. Estou muito confiante na economia brasileira, e 2010 deve apresentar um crescimento significativo para todos os lojistas do nosso país.
Lucas Izoton, presidente da Cobra D’Água
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Responsabilidade Social para o Grupo
Pão de Açúcar.
Ex-ministro da Previdência Social,
tendo desenvolvido sua carreira polí-
tica no Ceará, o deputado federal José
Pimentel implantou diversas ações
visando a melhoria do atendimento à
população. A história do parlamentar
está ligada também às micro e pe-
quenas empresas, tendo sido um dos
líderes do processo de aprovação da
Lei das Micro e Pequenas Empresas,
com a instituição do Simples Nacio-
nal, e da lei que criou o Microempre-
endedor Individual. A dedicação do
deputado José Pimentel foi reconhe-
cida na grande noite do varejo com
a homenagem e o troféu Destaque
Mérito Lojista Brasil do Ano.
Um dos responsáveis pela criação
do Empreendedor Individual, o se-
nador Adelmir Santana, possui um
projeto pelo fim da burocracia na
abertura e fechamento de empresas.
Apoiando o movimento lojista brasi-
leiro em suas principais bandeiras,
dentre as quais a regulação do setor
de cartões de crédito, o senador é
também presidente do Conselho Na-
cional do Sebrae, Sesc-Senac/Distrito
Federal e da Fecomércio/DF. No dia
de seu aniversário ganhou um mere-
cido presente, pois na noite de 19 de
abril, na cerimônia do Mérito Lojista,
foi agraciado com o troféu Destaque
Apoio ao Movimento Lojista.
“O prêmio Mérito Lojista é muito im-
portante porque o varejista reconhece
seus parceiros diretos e assim valoriza
as melhores práticas, fomentando um
ciclo positivo na ampla cadeia de
relacionamento gerada pelo co-
mércio”, afirma o presidente da
CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
O “OSCAR” DO VAREJO
O Mérito Lojista é uma premiação anual que reconhece o desempenho, a qualidade e a inovação de lojistas,
fornecedores e parceiros. O objetivo principal é premiar os eleitos com a “Deusa da Fortuna”, troféu especialmente
criado pelo artista plástico Gustavo Nakle.
Em sua 32ª edição foram homenageados empresas da cadeia produtiva do comércio e meios de comunicação que
contribuíram para o bom funcionamento do varejo brasileiro. A escolha foi definida mediante pesquisa encomendada à
Office Marketing. Os lojistas definiram os fornecedores que melhor trabalharam em parceria com o comércio. O processo teve a participação das CDLs e seus associados, além de um
formulário disponível também no site da CNDL.
40 � dirigente Lojista � Maio 2010
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O Mérito Lojista representa a entrega do nosso ‘Oscar’ para aqueles fornecedores e prestadores de serviço, que possibilitam a existência do varejo e viabilizam um bom relacionamento com nossos clientes. É a premiação dos melhores para nós varejistas.
2010 vai ser um ano sem dúvida nenhuma muito bom para o varejo. Todos os indicadores apontam para isso. Nós teremos um acréscimo, tanto no volume de transações quanto no tíquete médio, possibilitados pela melhora da renda do trabalhador, pela estabilidade do emprego e pela facilidade do crédito, além da redução da taxa efetiva de juros, durante este ano. Nós projetamos para o Brasil um crescimento médio do varejo próximo a 9 %, devendo estes números positivos serem mais acentuados na Região Nordeste e menores na Região Sul.
Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL
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O Mérito Lojista significa a renovação, que é um compromisso que nós temos obrigação de levar para o consumidor e para toda a classe produtiva. No Mérito, nós premiamos as maiores marcas do Brasil e as pessoas que fazem o varejo brasileiro. Mostramos aqui o tamanho do Movimento Lojista nacional.
O ano de 2010 vai ser muito bom para o varejo. O Brasil está numa nova fase, uma fase muito boa. O Brasil hoje é reconhecido mundialmente. Valeu a pena trazer as Olimpíadas, valeu a pena trazer a Copa do Mundo. O Brasil começa a ser reconhecido internacionalmente, é a bola da vez.
O Movimento Lojista, conduzido pela CNDL, mostra a união, a consagração do trabalho e das nossas bandeiras, como, por exemplo, a bandeira dos cartões de crédito, a bandeira dos shopping centers, a bandeira do desenvolvimento, já que o comércio depende de todas as outras classes para sobreviver. Então, nós comerciantes, viramos a agência de desenvolvimento do País, pois se todos os setores forem bem, o comércio vai bem.
Roberto Alfeu Pena Gomes, presidente do Conselho de Administração do SPC Brasil
INDICADORES POSITIVOSLideranças lojistas destacam a importância do prêmio e analisam com otimismo a economia no país
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dirigente Lojista � Maio 2010 � 41 4 1
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O Mérito Lojista é importante porque incentiva as empresas melhorarem, tanto com o objetivo de conquistar o prêmio
quanto para seguir os que ganham o troféu. O prêmio é representativo porque pega os diversos segmentos,
reconhecendo todo o setor produtivo.
O comércio já apresentou, nos primeiros meses do ano, melhor resultado em relação ao ano passado. Eu acredito
que teremos um bom ano para o comércio, porque já se parou de falar em crise e está todo mundo trabalhando
normalmente com o firme pensamento em crescer.
Álvaro José Fialho, presidente da FCDL/MS
Tenho certeza que o Mérito Lojista é uma das maiores realizações que podem acontecer no meio empresarial. Estão sendo premiados aqueles que de fato trabalham, aqueles que empregam e que mostram o potencial econômico de nosso país e de cada estado.
Descobrimos e mostramos para o Brasil quem são estas pessoas, quem são estes empresários que empregam, que pagam impostos, que estão na mídia, em consequência de um trabalho realizado. É uma forma de reconhecimento nacional. A CNDL está de parabéns quando organiza e faz este evento, é mais do que justo, pois as empresas são merecedoras desta láurea.
Jair Francisco Gomes, presidente da FCDL/RJ
O Mérito Lojista é uma forma de reconhecimento ao empresariado em todas as atividades. Além da atividade comercial, do varejo, tem o Mérito que é entregue à imprensa, e a outras importantes atividades. O prêmio é muito representativo e uma merecida homenagem, prestada a todos os dedicados homenageados.
A minha expectativa é positiva para o comércio em 2010, pelo andamento que nós já tivemos aqui no primeiro trimestre, que foi de crescimento. Eu creio que nós possamos chegar a números bastante expressivos no crescimento do varejo, mantendo a nossa economia estável como ela está.
Itamar José da Silva, presidente do Conselho Deliberativo do SPC Brasil
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42 � dirigente Lojista � Maio 2010
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O Mérito Lojista é o nosso grande momento, o ápice do Movimento Lojista brasileiro, onde podemos premiar e nos congratular com todos os fornecedores, que são nossos companheiros e parceiros durante o ano e que têm mantido esta fidelidade conosco, nos atendendo a altura, respeitando as negociações feitas.
É um momento realmente muito oportuno, quando podemos fazer uma grande festa em homenagem aos agraciados. O ‘Oscar’ do varejo brasileiro é a grande oportunidade de confraternizar, destacar e premiar nossos melhores parceiros.
Vítor Augusto Koch, presidente da FCDL/RS
“e s P e c i a l | M é r i t o l o j i s t a
O Mérito Lojista é um momento importante que nós aproveitamos para confraternizar com nossos companheiros lojistas do Brasil inteiro, com os presidentes das federações, com os presidentes das CDLs, autoridades, parlamentares, pessoas ligadas ao meio lojista.
O governo, através da redução de alguns impostos, ajudou o varejo em 2009. A indústria também foi uma grande parceira, já que em muitos momentos revelou esta iniciativa, oferecendo oportunidades diferentes e condições para que o varejo, apesar da crise, pudesse continuar oferecendo bons preços ao consumidor
Certamente este será um grande ano para o comércio. Nós temos uma confiança muito grande do mercado, assim como o próprio consumidor, que já está tendo esta confiança. No ano passado tivemos uma desconfiança do consumidor em relação ao futuro, em relação ao mercado. E isto fez com que ele se resguardasse. A partir deste ano, o consumidor já tem certamente uma nova visão, uma nova perspectiva, aí então vai ter melhores condições de compra e vai se soltar.
Sergio Alexandre Medeiros, Presidente da FCDL/SC
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44 � dirigente Lojista � Maio 2010
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Auto-peças | Acessórios
Alarmes Positron
Amortecedores Cofap
Baterias Moura
Freios TRW Automotive
Eletrodomésticos
Ar condicionado Whirlpool / Brastemp
Ar condicionado split Springer Carrier
Depurador Suggar
Fogão Mabe
Freezer Eletrolux
Lavadora de louça Whirlpool / Brastemp
Lavadora de roupa Whirlpool / Brastemp
Microondas Eletrolux
Portáteis Arno
Refrigerador Eletrolux
Eletroeletrônico
DVD Philips
Som Sony
Televisão Philips
Equipamentos
Aparelho de telefonia fixa Intelbrás
Aparelho de telefonia móvel Nokia
Refrigeração de ambientes Springer Carrier
Central telefônica Intélbras
Emissor de cupom fiscal Sweda
Foto | Imagem
Filmadora Sony
Máquina fotográfica Kodak
Bazar | Presentes | Utilidades domésticas
Bicicletas Sundown
Brinquedos Estrela
Camping e lazer MOR
Churrasqueira portátil MOR
Faqueiro, baixelas, inox Tramontina
Louças Oxford
Vidros e cristais Saint Gobain /
Santa Marina
Calçados e Artefatos de couro
Artigos e couro Fasolo
Artigos esportivos Penalty
Malas e artigos de viagem Sestine
Calçado feminino Ramarim
Calçado infantil Pampili
Calçado masculino Ferracini
Tênis Olympikus
Cama | Mesa | Banho
Banho Teka
Cama Alternburg
Travesseiro Alternburg
Mesa Karsten
PARCEIROS DO VAREJOConfira a lista completa das empresas vencedoras do prêmio Mérito Lojista 2010
dirigente Lojista � Maio 2010 � 45 4 5
Iluminação
Interruptores e tomadas Iriel
Cabos Prysmian Cabos
Lâmpadas FLC
Informática
Computadores Dell
Desenvolvimento de software gerencial T.A.N.
Materiais de construção e revestimentos
Argamassa Quartzolit Weber / Saint Gobain
Azulejos e pisos Eliane
Cimento Votorantim Cobertura Brasilit
Duchas (chuveiros) Lorenzetti
Ferragens, fechaduras ecadeados STAM
Ferramentas elétricas BOSCH Ferramentas
Ferramentas manuais Gedore
Ferros de construção (vergalhão) Arcelormittal
Louças sanitárias Deca
Metais Fabrimar
Portas e janelas Belmetal
Reguladores de gás (registro) Aliança
Reservatório/caixa d’água Eternit
Tintas Suvinil
Tubos e conexões Amanco
Válvulas e registros Docol
Móveis
Colchões American Flex
Colchões box spring Castor
Cozinha Bentec Cozinha de aço Itatiaia
Estantes e racks combinados Madesa
Estofados Erval
Infantil Ditália
Móveis projetados e planejados Bentec
Quarto Panan
Sala de jantar Rudnick
Ótica
Armações de óculos de grau Tecnol
Lentes de grau Varilux
Óculos de sol Optisol Relógio Technos
Moda
Tecidos / Melhor fabricante Vicunha
Confecção esportiva Diadora
Confecção masculina Individual Confecção feminina Malwee
Confecção infantil Marisol
Confecção jovem Cobra D’Água
Impressora HP
Suprimentos Extralife
46 � dirigente Lojista � Maio 2010
Papelaria
Borracha Mercur
Caderno Tilibra
Caneta Bic
Lápis Faber Castell
Papel Chamex
Veículo de transporte
Motocicleta Dafra
Passeio Volkswagen
Popular Fiat
Utilitário Mercedes-Benz
MídiaJornal Especializado em negócio Valor Econômico
Rede de rádio AM RB - Radio Bandeirantes
Rede de rádio FM Jovem Pan
Rede nacional de televisão TV Globo
Revista de circulação nacional Veja
Serviços
Suporte ao cartão de crédito (rede) Cielo
Administradora de cartões de loja Fininvest
Assistência médica Unimed
Banco comercial Banco do Brasil
Banco cooperativo Sicredi
Cartão de crédito (bandeira) Visa
Cartão de débito Visa Electron
Companhia aérea Tam
Entrega rápida Sedex
Financeira/sisitema CDC Losango
Locadora de veículos Localiza
Operadora de telefonia fixa Brasil Telecom
Operadora de telefonia móvel Vivo
Provedor de acesso a internet Velox
Refeições convênio Ticket Serviços
Referência de crédito e informações cadastrais SPC
Seguradora MAPFRE Seguros
Transportadora Braspress
Jornal do Estado A Tribuna (AC), Gazeta de Alagoas (AL), Jornal do Dia (AP) A Crítica (AM), A Tarde (BA), O Povo (CE), Correio Braziliense (DF), A Gazeta (ES), O Popular (GO), O Estado do Maranhão (MA), A Gazeta (MG), Correio do Estado (MS), Minas Gerais (MG), Pará (PA), O Liberal (PA), Paraíba (PA), Paraná (PR), Pernambuco (PE), Meio Norte (MN), O Globo (RJ), Diário de Natal (RN), Zero Hora (RS), O Estadão do Norte (RO), Roraima (RR), Diário Catarinense (SC), O Estado de São Paulo (SP), Correrio de Sergipe (SE), Tocantins (TO)
DestaquesInovação Super Rede
Empreendedorismo Ricardo Eletro
Excelência comercial Adelino Colombo
Marketing Samuel Klein
Mérito Lojista do ano Ministro José Pimentel
Apoio ao movimento lojista Gov. Luiz Henrique da Silveira e Senador Adelmir Santana
Responsabilidade Social Pão de Açucar
e s P e c i a l | M é r i t o l o j i s t a
50 � dirigente Lojista � Maio 2010
o P i N i ã o | b a N h o d e l o j a
lei do iNquiliNato:
aLtos e Baixos
você poderia estranhar se acompanhasse
uma consumidora observando seus hábi-
tos de compra e verificasse que ela, em um dia,
adquire uma bolsa de R$ 25 mil em uma ele-
gante loja de grife e, no dia seguinte, está na
25 de Março (rua de comércio popular em São
Paulo) comprando um colar de R$ 15 para com-
binar com a bolsa, em um autêntico “hi-lo”.
“Hi-lo” é a abreviatura de “high and low” (na
tradução, alto e baixo), um conceito de moda
que mistura artigos caros e sofisticados com
outros extremamente baratos para compor um
mesmo visual. É cada vez mais comum pessoas
transitarem por situações e locais de consumo
que, teoricamente, estão acima ou abaixo do
padrão proporcionado pelo seu poder aquisiti-
vo. Lugares ditos populares, que tenham uma
polaridade de atração forte, também são fre-
quentados por pessoas de classes privilegiadas.
Da mesma forma, vemos pessoas com menor
poder aquisitivo dar seu salário de um mês para
ter a famosa calça jeans que a “galera” usa.
Quando alguém se dispõe a gastar o equi-
valente a um mês de trabalho em uma calça,
está comprando mais que um tecido costurado
para cobrir o corpo. Está comprando todo o con-
teúdo aspiracional da marca de jeans, se dis-
pondo a pagar por parte de um sonho. Sonho,
muitas vezes, de ser o que não se é.
Quando planejamos uma loja devemos ter
isto em mente. Qual é o conteúdo aspiracio-
nal das pessoas que a frequentarão? Há mais
razões do que simplesmente preço e produto
para se optar por uma loja. A identificação com
a marca e sua proposta de estilo de vida têm
grande importância, pois nosso processo de es-
colha é emocional. Por mais que pensemos o
contrário, tentando explicar nossas seleções de
forma racional, o lado emocional nos guia sem
que percebamos todos seus componentes.
Uma mesma pessoa pode buscar diferentes
tipos de loja para satisfazer anseios distintos, o
importante é entender o que se busca e quando.
Quando uma mulher gasta R$ 25 mil em uma
bolsa, o que ela está buscando? Ela suportaria
ficar em uma loja lotada, sem ar-condicionado,
depois de passar por calçadas apertadas onde
não cabem os pedestres e os camelôs? Será
que se a mesma bolsa de R$ 25 mil estivesse
exposta em uma arara nessa rua de camelôs a
mesma mulher a compraria pagando este va-
lor? Certamente que não, pois tudo que está em
volta do produto afeta a percepção sobre ele.
Cuidar de todos estes estímulos é comunicar-se
estrategicamente com o cliente. É trabalhar o
merchandising para faturar mais!
Kátia BelloArquiteta e sócia-diretora da Opus Design. [email protected]
“É cada vez mais
comum pessoas
transitarem por
situações e locais
que estão acima
ou abaixo do
seu padrão de
consumo”
dirigente Lojista � Maio 2010 � 51 5 1
�a�n�j�_�A�G�_�m�e�r�i�t�o� �l�o�g�i�s�t�a�_�2�0�x�2�8�c�m
�t�e�r� � �a�-�f�e�i�r�a�,� �2�7� �d�e� �a�b�r�i�l� �d�e� �2�0�1�0� �1�8�:�4�9�:�2�3
dirigente Lojista � Maio 2010 � 53 5 3
por Paula arend
O Espaço Santa Helena oferece 20 mil itens, de presentes à linha branca, sem perder a classe
inovação e elegância definem o
projeto de arquitetura do Espaço
Santa Helena no Bourbon Shopping
Pompéia, na capital paulista, que une
a tradição da marca Cleusa Presentes
e a contemporaneidade da Suxxar.
Trata-se da primeira loja em shopping
center dentro da proposta do Grupo
Santa Helena – controlador das duas
marcas – de oferecer mais do que
uma linha de presentes e utilidades,
com a oferta também de uma linha
branca com produtos diferenciados.
Assim como a flagship na esquina
das ruas Oscar Freire e Haddock Lobo,
que lançou a “grife” Espaço Santa He-
lena, o trabalho no Bourbon também
é assinado pelo arquiteto Jayme Lago
Mestieri.
Em uma área de aproximadamente
mil metros quadrados, o profissional
optou por dividir o espaço em nichos
para expor os mais de 20 mil itens
oferecidos, sem que o local ganhasse
um ar de loja de materiais de constru-
ção, com os produtos simplesmente
expostos. “Cada segmento tem uma
meta de metragem linear”, explica. A
alternância do pé-direito, ora simples,
ora duplo; do material e disposição do
mobiliário, ora claro, ora mais escuro;
da iluminação, ora difusa, ora direcio-
nada; e do material do piso, ora mais
rústico, ora mais clean, ajudaram nes-
ta segmentação, que tem como átrio
uma “caixa de presente” de 10 me-
tros por 10 metros, praticamente no
centro da área de vendas, “embalada”
justamente pela tipologia da marca –
onde fica a seção de relacionamento
e concierge da loja.
“Tudo gira em torno da caixa de pre-
sente”, conta o arquiteto. Tal espaço é
a primeira visão do cliente, após ele
ultrapassar o portal da entrada – uma
espécie de corredor com pé-direito
rebaixado e vitrines laterais, que en-
fatiza a transição da área comum do
shopping para o interior da loja. Uma
vez acolhido dentro do Espaço San-
ta Helena, ele volta a ter o ambien-
te ampliado pelo pé-direito duplo
em boa parte da área interna e, na
frente da “caixa de presente”, pode
escolher o caminho a seguir: à fren-
te, para se aconselhar com a equipe
especializada da loja dentro da caixa;
à esquerda, começando pela parte de
porcelana, que fará toda uma transi-
ção contornando a caixa até a parte
de utilidades domésticas e ao espaço
gourmet; ou à direita, indo direto a
estes dois últimos espaços.
De acordo com Mestieri, há o inte-
resse de que o cliente receba o aten-
dimento da equipe da loja, que inclui
até serviço de concierge. “Mas ele
também pode seguir a direção su-
gerida pela iluminação e distribuição
dos produtos – no caso, começando
pela parte da esquerda, passando
pela área de porcelana, cristais, che-
gando à linha branca e parte de co-
zinha, e terminando no caixa e café/
54 � dirigente Lojista � Maio 2010
P r o j e t o d e l o j a
espaço gourmet”, acrescenta. “À
esquerda, há o impacto dos presen-
tes visualmente mais ricos, com um
trajeto de ligação entre os produtos.
Mas não é um percurso imposto. Não
há elementos para barrar o cliente,
que tem a liberdade de ir e vir na
loja”, explica o arquiteto.
Explorando o ambienteSe escolher atendimento persona-
lizado, o cliente entrará na caixa de
presente, em vidro com a tipografia
da marca e aberta na parte frontal e
também na parte posterior – o que
permite visualizar os cristais dispos-
tos nos nichos que contornam a cai-
xa. Em uma das laterais, prateleiras
de vidro em réguas verticais também
permitem a fluidez com o ambiente
onde estão as porcelanas. A outra
lateral é revestida por uma estrutu-
ra “ripada” que serve como suporte
para prateleiras – este recurso, aliás,
será utilizado outras vezes na loja e
dá mobilidade para o mobiliário, uma
vez que permite mudar a disposição
das tábuas. O piso e o forro nesse
ambiente seguem o mesmo estilo
verificado em boa parte do espaço de
vendas: placas de concreto no chão e
réguas brancas com um fundo preto
no teto.
Se decidir começar pela esquerda,
o cliente pode avaliar os produtos na
vitrine que fica na esquina onde a
loja está instalada no shopping. Em-
bora segmentada, também permite
acesso à área interna. A partir dali, o
passeio sem dúvida ganha muito. As
placas de concreto pré-fabricadas no
piso, o vidro acidato bronze na parte
superior das paredes e a iluminação
no forro presa em réguas de madeira
branca sob o fundo preto formam a
base sobre a qual o arquiteto traba-
lhou. No primeiro corredor, a parede
oposta à caixa de presente é coberta
pela marcenaria com prateleiras de
vidro que expõem as porcelanas. Me-
sas de vidro e aço, além de marcena-
suporte versÁtiLA estrutura ripada nas paredes permite modificar a posição das prateleiras de acordo com os itens em exposição
dirigente Lojista � Maio 2010 � 55 5 5
ria no centro, servem de apoio – tan-
to para a exposição como montagem
de arranjos com as peças, pela loja e
pelos clientes que desejam ter ideia
sobre alguma combinação.
Além da iluminação no forro, tal es-
paço conta ainda com apoio de qua-
tro luminárias (panelões) sobre as
mesas de apoio e da luz interna do
mobiliário. “Tudo é iluminado e tem
bastante versatilidade”, explica o ar-
quiteto. Tais recursos também estão
presentes assim que o cliente vira à
direita, chegando à parte posterior
da caixa de presente. Mas se o estilo
do mobiliário e a iluminação pouco
mudam, é na disposição que está o
diferencial. São quatro nichos, seg-
mentados, também com móveis de
apoio, que estão dispostos os itens
de cristal e vidro. De acordo com Jay-
me Lago Mestieri, todo o mobiliário
foi desenhado de acordo com o pro-
duto. E, no caso dos cristais, por se-
rem justamente itens mais delicados,
houve uma preferência por materiais
mais leves, como o vidro e marcena-
ria branca.
Ao final dessa seção, o cliente che-
ga ao espaço onde estão as utilida-
des domésticas e a linha branca. No
caso desta última, ela ocupa um es-
paço “dentro” da caixa de presentes,
embora sem passagem para a área
Fundação»2008
Sede»São Paulo
Tempo de execução»3 meses
Área total»960 m2
Piso»concreto e fórmica
Forro»concreto, gesso e madeira
Iluminação»LED, lâmpadas HQI
ESPAçO SANTA hELENA
Mix de MateriaisO mobiliário e as prateleiras de cada nicho foram especialmente desenhados para combinar com as linhas de produto
56 � dirigente Lojista � Maio 2010
do inÍcio ao FiMAcima, a entrada da loja com pé-direito rebaixado. Abaixo, o espaço do café, onde um quadro-negro exibe recados dos clientes
P r o j e t o d e l o j a
dirigente Lojista � Maio 2010 � 57 5 7
de relacionamento. O pé-direito aqui
é rebaixado, mas mantém a ilumina-
ção nas réguas de madeira como na
maior parte da loja. O piso também
muda – e passa a ser de placas de
fórmica branca, assim como na parte
de utilidades, onde o mobiliário tam-
bém deixa de ser branco para ganhar
um revestimento de madeira. No
ambiente das utilidades, o teto tam-
bém é rebaixado, mas ganha reves-
timento de gesso e iluminação em-
butida. Aqui, um detalhe: o cuidado
da equipe de iluminação evitou que
os tradicionais filetes de metal de
luminárias instaladas assim apare-
cessem. O chão e o teto brancos dão
mais claridade para esta área, que se
funde ao espaço do café.
amplitude e fluidezCom uma cozinha completa para
promover demonstrações e apresen-
tações de produtos, o café também
está preparado para eventos mais ex-
clusivos, com placas de vidro para ga-
rantir a privacidade. Há também um
quadro-negro atrás do balcão onde
os clientes mais ilustres deixam sua
assinatura. Mas é preciso ser cliente,
e não apenas famoso. Ana Hickmann
é uma das assinaturas presentes. É
nesta área que também está o cai-
xa, a toilette e o acesso ao estoque
e áreas administrativa e de tecnolo-
gia – que ficam justamente no espaço
que rebaixa o pé-direito do local. E
a parte aparente à direita desse re-
baixamento é revestida por espelhos,
alinhando-se à faixa de vidro acidato
bronze que contorna a loja.
Isso reforça ainda mais a amplitude
e fluidez da área de vendas do Espa-
ço Santa Helena, complementando o
trabalho de iluminação – que teve de-
senvolvimento da Companhia de Ilu-
minação no caso da loja do Bourbon.
O projeto luminotécnico, aliás, vai
além da questão visual, com a aplica-
ção de LEDs no mobiliário ao invés de
fluorescentes internas. “Apesar do in-
o arquiteto jaYMe Mestieri:“Não há elementos para barrar o cliente, que tem a liberdade de ir e vir na loja”
vestimento inicial mais elevado, esse
material tem uma vida útil maior e
permite prateleiras mais finas (de
3 centímetros contra 5 centímetros
em caso de uso de fluorescentes)”,
explica Mestieri. Isso só corrobora o
viés inovador do projeto e torna ain-
da mais interessante o cuidado com
a questão da iluminação para a defi-
nição dos nichos – com a iluminação
nos móveis dando mais ênfase aos
produtos e a no forro, mais destaque
à arquitetura e circulação.
58 � dirigente Lojista � Maio 2010
o P i N i ã o | P o r d e N t r o d a l e i
lei do iNquiliNato:
coMo perder o ponto
apesar de a Lei 8.245, de 18 de outubro
1991 (Lei do Inquilinato), já ter entrado
em vigor há anos, ainda existe grande núme-
ro de lojistas que não sabem de seus direi-
tos. Por causa disso, muitos não a utilizam,
principalmente no que diz respeito à ação
renovatória de contrato de locação. Caso ela
não seja distribuída no prazo legal, o locador,
após o término da vigência do contrato de
locação, poderá exigir a retomada da posse
do imóvel locado, através da ação de des-
pejo por denúncia vazia, sem necessidade
de arcar com qualquer tipo de indenização.
Assim ocorrendo, haverá rescisão do contrato
e o lojista perderá a posse do imóvel e, por
consequência, o seu ponto comercial.
É importante a renovação compulsória
do contrato de locação comercial, que tem
por objetivo proteger o fundo de comércio.
Para tanto, ação deve ser proposta no prazo
que varia de um ano a até seis meses ante-
riores à data do término do contrato em vi-
gor. A ação somente pode ser proposta em
relação aos contratos firmados por escrito
pelo prazo mínimo de cinco anos ou por
sucessivos contratos cuja soma atinja cinco
anos ou mais.
A sanção, pelo presidente Lula, de par-
te do Projeto de Lei nº 140/2009 alterou a
Lei nº 8.245/91, e essas alterações entra-
ram em vigor em 25 de janeiro de 2010. É
evidente que as alterações são prejudiciais
aos inquilinos. Os maiores prejudicados se-
rão os pequenos empresários. A alteração
do caput do artigo 74 é o ponto mais pre-
ocupante. Anteriormente, o texto legal era
expresso no sentido de que o despejo na
ação renovatória julgada extinta, sem jul-
gamento do mérito ou improcedente, só
ocorria em até seis meses do trânsito em
julgado, isto é, após serem esgotados todos
os recursos. Com a modificação procedida,
pode ficar entendido que o despejo será re-
alizado em 30 dias da sentença, se houver
pedido na contestação.
Considerando ser discutível a interpre-
tação do novo texto legal e a sua constitu-
cionalidade, bem como o fato de existirem
medidas judiciais para evitar o desalijo de
imediato, a realidade é que os locatários
estarão com os pontos comerciais em risco,
pois equívocos podem ser cometidos pelos
juízes de primeiro grau, lembrando que to-
dos os recursos relativos às ações pautadas
na Lei do Inquilinato não possuem efeito
suspensivo.
Mario cerveira Filhosócio do escritório Cerveira, Dornellas e Advogados Associadoswww.cerveiraedornellas.com.br
“Locatários
estarão em risco,
pois equívocos
podem ser
cometidos
pelos juízes de
primeiro grau”
60 � dirigente Lojista � Maio 2010
Ainda sofrendo o impacto
de uma economia em
recessão, varejistas nos
Estados Unidos testam
novas estratégias para
sobreviver em 2010
V a r e j o i N t e r N a c i o N a l
eM busca de
a recessão no mercado norte-ameri-
cano tem levado os consumidores a
priorizar itens de primeira necessidade em
detrimento de produtos com maior valor
agregado. Mas os varejistas já estão desen-
volvendo estratégias para tentar reverter
este comportamento nos próximos meses.
De acordo com Dan Butler, vice-presidente
da Federação Nacional do Varejo (NRF) dos
EUA, os lojistas estão se perguntando “como
posso ser mais inteligente e eficaz ao satis-
fazer com agilidade as novas necessidades
do consumidor, seja envolvendo tecnolo-
gia, mix de produtos ou sustentabilidade?”.
Na opinião do dirigente, as redes varejistas
estão focadas em manter suas operações
funcionando bem durante a recessão para
estarem posicionadaas como importantes
players quando as coisas melhorarem.
A previsão da NRF é de que as vendas
no comércio interno norte-americano au-
mentem 2,5% em 2010, um resultado bem
melhor do que a queda de 2,5% observada
em 2009. Contudo, para que esta projeção
se concretize, certos aspectos da gestão do
negócio terão que ser repensados. Confira
na página ao lado algumas das mudanças
que já estão em curso no varejo dos EUA.
uMa saÍda
60 � dirigente Lojista � Maio 2010
dirigente Lojista � Maio 2010 � 61 6 1
por diógenes FiscHer [email protected]
O QUE VOCÊ PODE COMPRAR
Com o acirramento da competição,
é preciso focar exatamente naquilo
que as pessoas desejam comprar. Por
isso, as redes precisarão ter um contro-
le sobre o volume de mercadorias que
deve manter em cada loja. O Natal de
2009 foi um teste para esta nova filo-
sofia “menos-é-mais” no estoque, que
trouxe bons resultados para muitas
empresas. A tendência é que as lojas
continuem a comprar menos dos for-
necedores, para não precisar recorrer
ao artifício pouco lucrativo das quei-
mas periódicas.
As redes têm consciência do poder
de atração dos produtos em quantida-
des limitadas, que fazem com que o
consumidor compre agora por receio
de que não terá outra chance no futu-
ro. Esta é a estratégia por trás dos cha-
mados itens must-have, ou seja, pro-
dutos que o consumidor deseja tanto
a ponto de não poder esperar três dias
para comprar. Da mesma forma, tem
aumentado a oferta de itens exclusi-
vos e linhas de marca própria, com a
intenção de atrair público com um mix
diferenciado. Um exemplo é a J.C. Pen-
ney, que desde 2006 já lançou mais de
20 linhas exclusivas, incluindo marcas
assinadas por celebridades, que hoje
representam 50% de suas vendas.
QUANTO VOCÊ SE DISPÕE A PAGAR
Atualmente, “valor” é um dos con-
ceitos-chave quando o assunto é es-
tratégia no varejo. Mas isso não quer
dizer que as lojas passarão a negociar
grandes descontos com o consumidor.
A tendência é promover ofertas mais
frequentes com preços iniciais mais
atrativos. A tecnologia tem sido uma
grande aliada para os lojistas avalia-
rem suas políticas de preço e muitos
vêm adotando softwares especial-
mente criados para analisar o preço
exato a ser cobrado para alavancar as
vendas sem precisar reduzir muito as
margens de lucro. De acordo com Jill
Puleri, chefe das operações de varejo
da IBM, “eles estão deixando de lado
a arte do varejo para transformá-lo em
ciência”.
O QUE VOCÊ VERÁ NAS LOJAS
Os pontos de venda em 2010 esta-
rão mais direcionados a oferecer ser-
viços e informação para o consumidor.
Além disso, também serão muito mais
divertidos. Como as pessoas passaram
a comprar com menos frequência, a
ideia é fazê-las lembrar de sua mar-
ca sempre que forem ao comércio.
Por isso, ações envolvendo eventos
e entretenimento são cada vez mais
comuns, incluindo mais e melhores
degustações e demonstrações de
produtos. Mesmo comprando menos,
as pessoas ainda querem se divertir
quando vão a uma loja. Mas é preci-
so ir além de apenas uma experiência
agradável. Os eventos devem estar
diretamente ligados ao aumento nas
vendas. No que se refere ao design
do ponto de venda, vem crescendo o
número de varejistas que utilizam de-
signs modulares em suas lojas como
forma de ganhar flexibilidade para
dispor produtos e mobiliário de acordo
com as mudanças no comportamento
do consumidor.
QUÃO SUSTENTÁVEL SERÁ A LOJA
Grande parte dos pontos de venda
nos EUA está sendo redesenhada para
se tornar mais ambientalmente corre-
ta. A quantidade de produtos “verdes”
cresceu significativamente em redes
como Wal-Mart e Target, entre outras,
enquanto muitas lojas já adotam ações
para reduzir o uso de sacolas plásticas.
Grande parte das políticas de preser-
vação ambiental está voltada para a
economia de energia e – consequente-
mente – de custos, algo fundamental
em tempos pós-crise. Um exemplo é o
fato de que muitas lojas vêm reduzin-
do o consumo de eletricidade das TVs
de tela plana em exposição no PDV.
Questões como preço,
exclusividade, experiência de compra e
sustentabilidade serão cruciais para os lojistas
62 � dirigente Lojista � Maio 2010
n os dias 5 e 6 de maio, os varejistas
de shoppings da Índia se reuniram
para discutir o futuro de seu mercado no
India Shopping Centre Forum (ISCF) 2010,
em Mumbai. Em um tom geral de otimis-
mo, os lojistas analisaram as lições apren-
didas com a crise global e comemoraram
os bons índices de vendas no comércio
interno e as possibilidades de crescimen-
to para este ano.
Um dos palestrantes foi Govind Shri-
khande, presidente da Shopper’s Stop, que
reafirmou a confiança dos comerciantes
na trajetória de crescimento da economia
local. Representando uma das maiores
redes de lojas de departamentos do país,
ele revelou a meta de dobrar o número
atual de unidades, de 30 para 60, nos pró-
ximos cinco anos, além de expandir sua
atuação para novas cidades indianas.
Paralelamente, Shailesh Chaturvedi,
CEO da rede de vestuário de luxo Tommy
Hilfiger Apparels, disse que a marca tam-
bém passará a atuar em localidades me-
nores, dentro de um plano de expansão
acelerada que pretende chegar a 80 pon-
tos de venda em até 26 cidades até o fim
do ano. Outro executivo otimista com as
possibilidades de expansão é Salil Chatur-
vedi, diretor da Provogue, que pretende
abrir de 40 a 50 novas unidades da marca
de vestuário.
Em palestra sobre o desenvolvimento
dos empreendimentos, S Raghunandan,
CEO do Prestige Retail Group, disse que os
aluguéis são hoje a questão-chave para
os shoppings indianos. De acordo com ele,
a maioria dos varejistas não apresentam
planos de negócio sólidos ao dar entrada
nos processos de locação, o que tem ini-
bido iniciativas de implantar uma política
de aluguéis baseadas em receita.
Protecionismo argentino no setor de alimentação
Depois de sinalizar a distensão
de barreiras comerciais em re-
lação aos produtos brasileiros, o
governo argentino anunciou ago-
ra que vai proibir redes de super-
mercados de importar alimentos
que também sejam produzidos
localmente. Prevista para vigo-
rar em 10 de junho, a medida
deve barrar principalmente itens
da agroindústria brasileira, como
carne suína, tomate e milho em
conserva. Sem publicar a norma
nos diários oficiais do governo, o
secretário do Comércio Interior
argentino, Guillermo Moreno, co-
municou a decisão por telefone
ou pessoalmente aos diretores
de grandes redes de supermer-
cados, deixando dúvidas sobre
os critérios e a extensão da proi-
bição.
O ministro brasileiro do De-
senvolvimento, Miguel Jorge,
disse que o Brasil poderá reta-
liar comercialmente a Argentina
caso o país proíba a importação
de alimentos já produzidos no
país. “Estamos trabalhando para
evitar que aconteça. Temos um
fluxo importante de importação
de alimentos tanto daqui para lá
quanto de cá para lá”, afirmou o
ministro.
expansão no mercado indiano de shoppings
V a r e j o i N t e r N a c i o N a l
64 � dirigente Lojista � Maio 2010
o P i N i ã o | d e o l h o N o c l i e N t e
disNeY – uMa liÇão Para
quaLquer negócio
no artigo anterior comentei sobre a ex-
periência que tivemos acompanhando
um grupo de empresários à Disney. Exempli-
fiquei os princípios básicos na prestação de
serviços com qualidade, atenção especial aos
detalhes, eficiência no atendimento e satis-
fação que são demonstrados nos parques
e que podem sem aplicados e adaptados a
qualquer negócio.
No parque mais famoso da Disney – Ma-
gic Kingdom – todo trabalho operacional, ma-
nutenção e abastecimento é realizado pelo
subsolo, sem que os visitantes percebam os
serviços realizados durante o passeio. Com
isso, evita-se que a “magia” do parque não
se perca para os visitantes. No dia a dia do
varejo, existem várias situações semelhantes.
Verifique constantemente se tudo está em or-
dem na sua loja, não deixe caixas, materiais,
produtos de limpeza ou coisas não relaciona-
das com a experiência dos clientes espalha-
das pelos corredores e balcões.
Não basta ter o produto de melhor quali-
dade. O toque humano é que faz a diferença.
Na Disney os funcionários são treinados para
perceber as emoções dos visitantes e tratar
cada emoção de modo adequado. Quando
uma família, um casal ou amigos for tirar uma
foto, o funcionário que estiver mais próximo
se oferece para operar a câmera, assim o
grupo todo estará naquela recordação. Todos
estão dispostos a servir, sem nunca deixar
de lado os cuidados com a aparência e a ati-
tude. Os funcionários estão sempre de pé,
prontos para atender o visitante com uma
feição de disposição, e jamais em conversas
paralelas sobre outros assuntos ou proble-
mas pessoais.
Em sua loja, observar os detalhes de
atendimento e a postura dos vendedores,
incluindo sua linguagem verbal e corporal,
faz toda diferença no relacionamento da em-
presa com os clientes. Pesquisas são fontes
importantes para saber a opinião, não só
do consumidor, como dos seus colaborado-
res. Reúna sua equipe semanalmente, faça
breves reuniões, obtenha informações do
“front”, comentários e sugestões. Críticas dos
clientes são valiosíssimas. Afinal, o cliente
que não reclama simplesmente troca sua
empresa pela concorrência. Além de manter
e conquistar clientes, o foco constante de seu
negócio deve ser cuidar, todos os instantes,
de todos os pontos de contato e da qualidade
da experiência do consumidor com sua em-
presa. Assim como faz a Disney.
Luciana carmoEspecialista em gestão de serviços e palestrante. [email protected]
“Não basta
ter o produto
de melhor
qualidade. O
toque humano
é que faz a
diferença”
Parte 2
dirigente Lojista � Maio 2010 � 65 6 5
Você pensa em desenvolver estratégiasque alavanquem os resultados
da sua empresa?
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66 � dirigente Lojista � Maio 2010
M ó V e i s e N e g ó c i o s
a reVoluÇão da VeNda
virtuaLa reVoluÇão da VeNda
virtuaL
dirigente Lojista � Maio 2010 � 67 6 7
por geraLdo rigoni
o varejo do século 21 vive
uma verdadeira revolução
que influenciou irreversivelmente a
maneira de se comunicar e vender
ao consumidor. A popularização dos
PCs e da internet construiu um am-
biente de intimidade entre o clien-
te e as redes de varejo, quando até
bem pouco tempo atrás as lojas
contavam apenas a lábia dos ven-
dedores. Não é possível descartar a
importância da figura do vendedor,
é claro. Afinal, no varejo físico, bom
atendimento é fundamental para a
concretização do negócio. Mas no
e-commerce o que importa é a efi-
ciência da venda, isto é: a qualida-
de do produto somada com o prazo
de entrega e o pós-venda.
Diante destas novas perspecti-
vas do consumidor, a internet ga-
nha status de ser um dos melho-
res canais de compra, com 85% da
aprovação do consumidor, segundo
‘’A internet ganha status de ser um
dos melhores canais de compra,
com 85% da aprovação do consumidor’’
Padarias
O Grupo Pão de Açúcar
planeja até dezembro deste
ano inaugurar sua primeira
unidade da loja de pães e
itens relacionados. A loja será
montada no Riviera Shopping
Center em São Paulo. O objetivo
é oferecer produtos para café
da manhã e lanches baseado na
forma de autoatendimento dos
clientes. Além de ser uns dos
líderes do mercado varejista, o
grupo investe em outros projetos
como rede de farmácias e postos
de gasolina.
pesquisa da e-bit, empresa espe-
cializada no estudo de hábitos e
tendências na internet brasilei-
ra. Para as empresas que entram
neste segmento e querem ampliar
suas fatias deste mercado, fica uma
dica: vai ganhar mais quem melhor
falar a língua dos internautas.
RETOMADA DE INVESTIMENTOS
É por isso que, atenta à investi-
da de grandes empresas no setor
virtual, a B2W (união da America-
nas.com, Shoptime e Submarino)
pretende retomar os investimentos
paralisados desde 2008. A empre-
sa projeta investir R$ 250 milhões,
destinados principalmente à inova-
ção tecnológica. Em 2009 a com-
panhia teve alta de 14% nas ven-
das, totalizando R$ 4,9 bilhões de
receita bruta. Para este ano, a B2W
trabalha com uma expectativa de
crescimento de 15% a 35%.
Além do investimento em tec-
nologia, a B2W pretende operar a
partir deste ano com dois centros
de distribuição diferentes, mas com
estoques integrados para atender
às três marcas. Com isso a compa-
nhia pretende otimizar sua logís-
tica. Outra promessa é expandir a
comercialização de ingressos on-li-
ne para a rede Cinemark em outros
países da América Latina, como já
existe no México.
ranking das queixas
O Procon de São Paulo divulgou
o ranking das principais empresas
citadas no Cadastro de Recla-
mações Fundamentadas durante
todo o ano de 2009. As cinco pri-
meiras colocadas são: Telefônica,
Itaú, Eletropaulo, Sony Ericsson e
Tim. Dentre as 50 listadas apa-
recem cinco varejistas: Carrefour
(15º), Casas Bahia (24°), Ponto
Frio (32°), Magazine Luiza (34°)
e Lojas Marabraz (41°). No que-
sito segmento a área de Serviços
foi a que mais registrou queixas
com 57%, seguida pela de As-
suntos Financeiros (22%) e a de
Produtos (18%).
68 � dirigente Lojista � Maio 2010
vida depois do ipiAlíquota zero mesmo com o fim da isenção
o ministro da Fazenda, Guido Man-
tega, manteve a data de 31 de
março para colocar fim na isenção do
Imposto Sobre Produto Industrializado
(IPI) para os móveis. Para compensar
o setor, o ministro cedeu a um antigo
pleito da Abimóvel e equiparou em
5% o IPI para todos os móveis e for-
necedores da indústria moveleira. A
notícia foi comemorada. As indústrias
esperam minimizar os impactos cau-
sados pelo fim da isenção e o aumen-
to dos preços das placas de madeira
(anunciada logo após a conquista do
IPI) nas vendas de móveis.
Mesmo com o fim da isenção
do IPI muitos varejistas continuam
vendendo os produtos com alíquota
zero. Como o Grupo Pão de Açúcar,
que anunciou a continuidade do pre-
ço para todas as suas bandeiras. Nos
meses de janeiro e fevereiro, o Pão
de Açúcar registrou alta de até 70%
nas vendas no comparativo com os
meses antes da isenção do IPI. Por
isso a rede se adiantou em nego-
ciar com seus fornecedores grandes
quantidades de produtos para que
pudesse estender a oferta por mais
alguns dias. Com preços menores
e boas condições de pagamento, a
varejista espera arrematar todo o
estoque de móveis em curto espa-
ço de tempo, principalmente após os
resultados do Dia das Mães, segunda
maior data do comércio nacional.
Novos consumidores
Um estudo do Centro de Políticas
Sociais da FGV destaca um novo
perfil de consumidor que ganha
entre R$ 804 e R$ 4.807 (C e D) e
é responsável pelas principais in-
vestidas das empresas atualmen-
te. Para a FGV, a estabilidade da
economia e o aumento de empre-
gos formais e de pessoas incluídas
em programas sociais permitem
que essas classes aumentem seu
consumo. Ainda de acordo com o
estudo, são classes que prezam
pelo bom atendimento e prazos
longos. Entre os principais itens
procurados pela categoria C e D
estão casas, carros, eletrodomés-
ticos, eletrônicos, em especial os
celulares.
M ó V e i s e N e g ó c i o s
rumo à copa
Não é só com a emoção do
torcedor que a Copa do Mundo
mexe. Algumas varejistas esperam
que com o campeonato prestes
a acontecer o mercado de TVs
seja aquecido. Apostando neste
crescimento da procura, as redes
Ponto Frio e Extra estimam um
aumento de 110% nas vendas
de TVs no primeiro semestre
deste ano, em comparação com
igual período do ano passado. A
investida é em aparelhos cada vez
maiores e 3D vendidos com prazos
mais maleáveis.
70 � dirigente Lojista � Maio 2010
o P i N i ã o | P o N t o d e V e N d a
garaNtiNdo a satisFaÇão
dos seus cLientes
Muito se fala sobre a conquista e fide-
lização de clientes. A todo momento
surgem novos conceitos e ideias mirabolantes
visando o principal fator que leva os consumi-
dores à preferência e constância de compras
em sua loja: a satisfação.
Muitos profissionais buscam métricas ou
modelos para aperfeiçoar ou atingir melhores
índices ou números, quando na verdade a sa-
tisfação de um consumidor deve consistir so-
mente em uma coisa: atender às expectativas
e na, medida do possível, superá-las.
Consumidores buscam nada menos que:
1. encontrar o produto
2. informar-se (tirar dúvidas)
3. comprar
4. receber pelo que comprou
5. no caso de problemas, ter assistência.
São processos que se complementam e
compõem a cadeia de consumo. Quando o
cliente fica satisfeito durante todos estes pro-
cessos, é muito provável que volte a comprar
no mesmo local. A partir do momento que
algum processo apresenta falha ou gera insa-
tisfação, o ciclo é quebrado e provavelmente o
consumidor não retornará.
Apesar de parecer simples, a maior par-
te dos motivos de insatisfação está centrada
em um desses processos e inclui falta de um
determinado produto (ou do tamanho, ou da
cor que o consumidor gostaria); falta de trei-
namento e qualidade no atendimento; filas
longas ou cobranças indevidas; demora ou
falha do sistema de entrega ou, ainda, em
minha opinião, a pior de todas: o tratamento
diferenciado entre o momento da compra e o
momento da troca.
Lojistas devem entender que o processo
de satisfação de um cliente não termina na
boca do caixa, e que um bom atendimento
no momento da troca, por exemplo, pode ser
um grande fator de diferenciação em relação
à concorrência, favorecendo a escolha e fideli-
zação por parte do consumidor.
Acredito que a principal característica de
uma boa loja é prometer somente aquilo que
pode cumprir. Prazos de entrega fantásticos
que não possam ser cumpridos no momento
da entrega ou taxas de juros que sejam me-
nores do que as reais, apesar de parecerem
vantajosos atrativos, podem funcionar como
um verdadeiro “tiro no pé” do lojista.
O grande segredo de manter a satisfação
de seus clientes, portanto, não está em um
planejamento mirabolante, mas sim em cum-
prir com seus deveres corretamente.
caio camargoEspecialista em varejo e merchandising, diretor de Planejamento Estratégico da Fantasy Publicidade & Propaganda.www.falandodevarejo.com.br
“A principal característica de uma boa
loja é prometer somente aquilo
que pode cumprir”
dirigente Lojista � Maio 2010 � 71 7 1
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72 � dirigente Lojista � Maio 2010
t e c N o V a r e j o
a rapidez com que a informação
é transmitida por canais como
o Twitter pode não se traduzir em re-
sultado imediato para a loja, com fe-
chamento de vendas ou conquista de
clientes. É preciso controlar a ansieda-
de para não colocar o carro na frente
dos bois e pôr a perder qualquer es-
tratégia relacionada a mídias sociais,
como lembra o consultor Sílvio Tanabe
(www.magoweb.com/clinicadigital).
“Pesquisa da UFRJ revelou que 49%
dos pesquisados já entram nas mídias
sociais querendo ‘faturar’ de alguma
forma”, diz o consultor. “Insistem em
oferecer seus produtos nas comuni-
dades, fazem propaganda descarada
nos blogs, enviam mensagens co-
merciais sem permissão ou, por outro
lado, participam dessas mídias sem
propósito definido, simplesmente ‘por
participar’, para fazer parte e ver o
que acontece.” Para ele, parte destes
equívocos pode ser solucionada com
um bom planejamento, levando em
conta os seguintes aspectos:
Consultor dá dicas para o lojista que quer investir em mídias sociais com eficiência e sem atropelos
PlaNejar Para
sociaLiZar
dirigente Lojista � Maio 2010 � 73 7 3
Siga @dlojista A revista Dirigente Lojista criou um perfil no Twitter para manter um canal de interatividade com o leitor. Pelo endereço http://twitter.com/dlojista serão antecipadas informações sobre as reportagens produzidas para a revista, dicas de leitura, links para notícias, além de sugestões de usuários para serem seguidos.
ENTENDA COMO AS MÍDIAS SOCIAIS FUNCIONAM
Comunidades, blogs e Twitter possuem suas dinâmicas
próprias, que só são compreendidas quando se faz parte
delas. Portanto, antes de delegar a tarefa a terceiros, é es-
sencial que você participe para ter uma noção mais clara
sobre as regras de conduta e formas de abordagem mais
apropriadas. Uma das primeiras coisas que descobrirá, por
experiência própria, é por que ninguém nesse meio gosta
de vendas diretas.
ENTENDA COMO O SEU PúBLICO-ALVO INTERAGE
Estude como seus clientes, consumidores ou prospects
participam das mídias sociais. Eles a utilizam para conhe-
cer a opinião de outras pessoas sobre o seu produto, para
reclamar ou elogiar? Estão interessados em assuntos pro-
fissionais ou pessoais? Quais os sites mais frequentados? E
se não participam, isso ocorre por falta de tempo, interes-
se ou dificuldade em acompanhar estas novidades? O que
os motivaria a fazer parte de uma rede social?
DEFINA A ESTRATÉGIA
As etapas acima são fundamentais para o passo se-
guinte, definir a estratégia de atuação, que pode se dar
em três níveis principais: canais de relacionamento (aten-
dimento a reclamações, esclarecimento de dúvidas, in-
teração com clientes e consumidores), comunicação (di-
vulgação de lançamentos ou atualizações de produtos,
informações práticas) ou campanhas de fidelização (pro-
moções exclusivas para quem participa ou segue em suas
comunidades, blogs ou Twitter). Independente da escolha,
é essencial atuar de forma integrada a outras iniciativas de
marketing utilizadas pela empresa, sejam on-line (websi-
te, e-mail marketing, links patrocinados, banners) ou off-
line (anúncios, mala direta, assessoria de imprensa, etc.).
CRIE UM DIFERENCIAL
Só participar não é o bastante. É preciso participar de
forma diferenciada. Seja por meio de conteúdo exclusivo,
promoções especiais ou atendimento personalizado. É a
melhor maneira de conquistar atenção, fidelidade do pú-
blico e, principalmente, fazer com que as suas iniciativas
sejam divulgadas pelos próprios participantes por meio do
boca a boca.
TENHA OBJETIVOS CLAROS E MENSURE OS RESULTADOS
Uma das grandes vantagens do marketing digital é dispor
de recursos que permitem mensurar os resultados das mais
diversas formas. Use isso a seu favor, estabelecendo objeti-
vos e metas claros para cada mídia social. Uma dica para fa-
cilitar a tarefa é canalizar as ações das mídias sociais no site
da empresa. Por exemplo: em uma promoção pelo Twitter,
faça com que os internautas tenham de visitar o site para
conhecer as regras ou os prêmios. Dessa forma, é possível
mensurar em detalhes a audiência (região de proveniência
dos visitantes, duração) e o tráfego (páginas mais visitadas)
do site e relacioná-los com a receptividade da campanha. É
também uma forma dos internautas conhecerem mais so-
bre a sua empresa e outros produtos oferecidos.
por aLexandre gonçaLves [email protected]
74 � dirigente Lojista � Maio 2010
compras com toque femininoSite ofisticada oferece a fabricantesgestão de vendas pela internet
já está no mercado a butique virtual
Sofisticada (www.sofisticada.com.
br), ferramenta que pretende facilitar
os negócios de fabricantes de produtos
femininos, como produtores de cosmé-
ticos, bolsas, lingeries e acessórios; jo-
alheiros e designers de joias, que nem
sempre têm tempo e expertise para
gerenciar as vendas e a divulgação de
seus produtos pela internet.
Funciona assim: os fabricantes en-
viam os produtos à Sofisticada, que con-
centra as vendas das peças e gerencia
todo o processo com o consumidor fi-
nal, desde o recebimento do pedido de
compra até a forma de pagamento com
cartão de crédito e a logística da entrega
dos produtos. Assim, a Sofisticada passa
a ser um grande centro virtual de venda
de artigos femininos, o que aumenta a
visibilidade das marcas.
De acordo com Márcio Blak, criador
da butique, para montar uma loja vir-
tual própria o fabricante terá um custo
em torno de R$ 20 mil, além do valor
da manutenção mensal do site – mé-
dia de R$ 2 mil. Com a terceirização, o
fabricante passa a vender suas peças
pelo site da Sofisticada, pagando ape-
nas uma taxa mensal variável, de acor-
do com a quantidade de peças a serem
vendidas na butique virtual, mais um
percentual aproximado de 30% sobre
o preço dos produtos, onde estão in-
seridos os custos com impostos sobre
as vendas e com transações on-line de
cartões de crédito.
O fabricante contará ainda com o
marketing virtual da Sofisticada, via mí-
dias sociais como Twitter e Facebook.
t e c N o V a r e j o
visiBiLidadeÉ o que o site oferece para
marcas de artigos femininos, servindo
como um centro virtual de vendas
automação deve crescer 10% em 2010
De acordo com dados da Asso-
ciação Brasileira de Automação
Comercial (Afrac), o mercado brasi-
leiro de automação comercial, que
movimentou R$ 1,4 bilhão no ano
passado, tem previsão de cresci-
mento para 2010 de 10%, chegan-
do a R$ 1,54 bilhão. “O segmento
de automação comercial acompa-
nha a evolução do varejo brasilei-
ro”, avalia o presidente da Afrac,
Zenon Leite Neto, que destaca tam-
bém a maior profissionalização da
indústria como um dos impulsio-
nadores da demanda do setor. “As
empresas estão cada vez mais se
dando conta que é necessário ter
uma boa gestão. E uma boa gestão
só ocorre se as empresas automa-
tizarem”, diz.
Leite Neto diz que o crescimento
econômico do País também traz re-
flexos positivos nos índices de con-
sumo da população, aumentando o
sucesso do comércio de um modo
geral, favorecendo, por tabela, as
empresas do setor de automação
comercial.
Ainda de acordo com a Afrac,
outros fatores que devem influen-
ciar positivamente o desempenho
do mercado de automação são as
mudanças fiscais e a utilização de
novas tecnologias para um melhor
controle, como a adoção da nota
fiscal eletrônica.
dirigente Lojista � Maio 2010 � 75 7 5
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
DC 0004-10 PREMIO MERITO LOJISTA 21X28.pdf 1 15/03/10 08:58
76 � dirigente Lojista � Maio 2010
Desde 2003, o comércio vem crescendo no Brasil mais que o Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, o varejo formal é responsável por 15,5% de todas as riquezas pro-duzidas no País. Além de contri-buir para amenizar o impacto dos problemas externos na economia, o setor é também um importante empregador, oferecendo postos de trabalho a mais de seis milhões
de pessoas. Em 2007, a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), reali-zada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou 1,4 milhão de empresas varejistas, representando 84,4% do total das empresas comerciais no Brasil. Naquele ano, estes es-tabelecimentos geraram uma re-ceita operacional líquida de R$ 518 bilhões.
Importantes na geração de pos-tos de trabalho e renda, as Micro e Pequenas Empresas represen-tam 99,6% do total de estabe-lecimentos do País e respondem por 77,6% dos postos de traba-lho, sendo que grande parte des-tes números estão no comércio varejista. “As micro e pequenas são o motor do País. Assim como no mundo, elas são a tendência
Comércio varejista precisa focar nas oportunidades oferecidas pelo mercado para continuar no ritmo ascendente dos últimos anos
Empreender Informe do Sebrae
Qualificação e inovação contribuem para o crescimento do varejo
marc
ia G
outh
ier
INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESASMaio de 2010 l www.sebrae.com.br l 0800 570 0800
dirigente Lojista � Maio 2010 � 77 7 7Informe do Sebrae Empreender
para o crescimento e o fortale-cimento de uma economia. Aju-dam a reduzir a desigualdade por meio de relações democráticas”, afirma o economista Antonio Everton Junior, da Divisão Econô-mica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O comportamento do setor du-rante a crise econômica mundial, acirrada em setembro de 2008, deixou a questão mais visível. Enquanto a produção industrial teve uma queda abrupta, acom-panhada pela redução das expor-tações, o volume de vendas no varejo permaneceu estável, com crescimento médio de 5% em 2009, se comparado ao mesmo período do ano anterior. “O co-mércio serviu como rota de ajuda na economia, desempenhando um excelente papel. No primei-ro semestre de 2009, a força de demanda dos consumidores e a capacidade de vendas do co-mércio resultaram na geração de milhares de empregos”, analisa o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)¸ João Sicsú.
AS POlíTICAS PúBlICASBoa parte dos esforços do go-
verno brasileiro nos últimos anos concentra-se na tentativa de au-mentar a formalidade das micro e pequenas empresas, principal-mente as varejistas. Em 2002, a estimativa era que cerca de 70% das empresas informais do Bra-sil eram dos setores de comércio e serviços. Outro levantamento feito em 2006 pelo Sebrae indi-
cou que 34% das informais eram das áreas de comércio e repara-ção. O avanço na formalização é significativo, mas ainda há mui-to que fazer. Enquanto no Brasil o comércio varejista representa 15,5% do PIB, nos Estados Uni-dos representa 28,2%, na Espa-nha 33,4%, e na União Européia a média é de 30,8%.
O apoio à formalização das empresas foi intensificado a partir da década de 90, com o imposto simplificado, e ganhou ainda mais força em 2006, com a lei Geral, e em 2009, com a aprovação da lei do Empreendedor Individual. Além disso, o fortalecimento das empresas e sua adequação aos procedimentos legais também acontecem por meio de capacita-ções e da difusão de tecnologia. Os projetos desenvolvidos pelo Sebrae estimulam o desenvolvi-mento sustentável do negócio. Em janeiro de 2010, a carteira do Comércio Varejista da entida-de contava com 249 projetos em gestão e execução e outros 124
em planejamento. O número é 30% maior se comparado ao ano anterior.
Em parceria com a Confede-ração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Confederação Nacional dos Dirigentes lojistas (CNDl), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae) oferece consul-torias, cursos e palestras de qua-lificação para comerciantes.
O trabalho desenvolvido pelas entidades visa a integração, seja empresarial ou tecnológica. O objetivo é sempre deixar abertas as portas do negócio abertas a novas oportunidades e formas de crescimento. Com investimento em qualificação constante, inova-ção e tecnologia, o empreende-dor de micro e pequeno comércio não tem o que temer. O potencial de atuação é grande, basta se reinventar e buscar permanente-mente a qualidade na gestão.
* Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio 2007.
Número de Empresas Receita Operacional líquida
Atacado
Varejo
Veículos
6,9% 43,8%
84,4% 41,1%
8,7% 15,1%
Participação dos segmentos no comércio brasileiro (2007 )*
Empresas
Micro empresas e empresas de pequeno porte 1 342 695 (99,6%)
1.347.418
Empresas do comércio varejista
78 � dirigente Lojista � Maio 2010
o P i N i ã o | s o b r e l o j a
coMo eMburrecer
sua equipe
observando a forma como muitos lojistas
agem, chego à conclusão que alguns
adoram emburrecer sua equipe. Vamos dar uma
pensada e ver como a maioria – claro que não
você – age no dia a dia.
Em uma loja, observei durante longo tempo
um gerente arrumar os produtos enquanto seus
colaboradores conversavam e faziam de conta
que trabalhavam. Perguntei ao gerente por que
ele estava fazendo a arrumação e não os seus
cinco colaboradores. Respondeu que já havia
pedido para dois, mas como não o fizeram e
estava cansado de ensinar, decidiu realizar a ta-
refa ele próprio.
Outro dia, um amigo estava no comércio e
pediu explicações a respeito do equipamento
que queria comprar: o vendedor chamou o chefe
e pediu que explicasse. Pediu desculpas dizendo
que, se não sabia, era porque ninguém tinha
ensinado e, quando pedira, o chefe respondeu
que era para chamá-lo caso algum cliente per-
guntasse mais detalhes. Vejam: não há tempo
para ensinar, mas há tempo para explicar. Nessa
loja, meu amigo ficou alguns minutos esperan-
do o chefe “ter” tempo, e foi embora.
Em outra loja, ouvi uma conversa de dois
vendedores em que um deles reclamava de ter
levado uma bronca por sugerir algo diferente
para fazer na loja. Repetiu as palavras do chefe:
“Se aqui precisasse de alguém para pensar, este
estaria no meu lugar. Aqui só eu penso. Vocês
executam”. O outro respondeu: “Eu já tinha te
falado que aqui não adianta sugerir nada...”
E quantos gerentes têm o hábito de não di-
zer as coisas diretamente aos envolvidos, prin-
cipalmente quando se trata de algum erro do
colaborador? Ficam comentando com todos os
outros e “esquecem” de falar para aquele que
errou. É importante colocar-se no lugar dos co-
laboradores: esse posicionamento não é ético e
não faz bem a ninguém.
Outra forma de emburrecimento usada por
muitos chefes é a não-circulação de informa-
ções e inovações. Sabem que informação é van-
tagem e repassam apenas migalhas, pequenas
porções que fazem a equipe ficar desinformada
e desatualizada. A informação deve ser sociali-
zada: todos necessitam saber como e por quê.
Nossa equipe não emburrecerá nunca se
conseguirmos que respondam às seguintes
perguntas: O que será feito? Quando será fei-
to? Onde será feito? Por que será feito? Quem
o fará? Como será feito? Quem ensinará o que
fazer? Quanto vai custar? Apenas quando tiver-
mos estas respostas, teremos uma equipe pre-
parada para atingir suas metas e objetivos.
josemar Basso Administrador de empresas, consultor e [email protected]
“Muitos chefes
sabem que
informação
é vantagem
e repassam
apenas migalhas
à equipe”
dirigente Lojista � Maio 2010 � 79 7 9www.braspress.com.br
• 95 centros de distribuição no Brasil
• 1.500 caminhões
• 5.000 colaboradores• 6% do orçamento aplicado em tecnologia• O melhor gerenciamento de risco do Brasil
• Atendimento em todos os municípios brasileiros• Mais de 150.000 clientes cadastrados
• Frota com idade média de 2,8 anos
Prêmio Mérito Lojista.Daqui não saímos mais.
Ufa! Conseguimos!
80 � dirigente Lojista � Maio 2010
l e i t u r a | l a N Ç a M e N t o s
os motivos das compras femininas Por que elas compram é o estudo mais
atual e completo sobre o papel do sexo
feminino no ato da compra. O livro ofere-
ce um roteiro altamente legível destinado
a ajudar profissionais de marketing e de
vendas a entender as crenças, os valores e
a sensibilidade feminina.
A obra da autora Bridget Brennan foi con-
cebida para ensinar aquilo que as escolas
de negócios não ensinam: como modelar
produtos, argumentos de venda e campa-
nhas de marketing que tenham apelo para
O livro aborda aspectos que um líder precisa saber
para extrair o máximo de sua equipe de vendas. Ilustrando com trechos de filmes e fatos reais, o autor propõe técnicas inovadoras para atrair, identificar, desenvolver e reter os melhores profissionais.
Ao apresentar os conceitos de marketing pessoal, marketing
de relacionamento e diversidade na venda, o autor aponta caminhos para os vendedores superarem seus medos e encontrarem seu verdadeiro potencial. A obra faz apanhado de ideias, reflexões e lições de planejamento estratégico para ajudar o leitor a encontrar seu diferencial no mercado.
De maneira simples e direta, o autor explica o conceito de
criação de valor, uma habilidade essencial para profissionais de vendas superarem a comoditização do mercado. Um guia para melhorar a experiência de relacionamento com seus clientes.
Com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento dos
jovens em início de carreira, os autores falam da importância da gestão de pessoas sob uma nova ótica empresarial e de forma leve e bem-humorada, com relatos verídicos e muitas vezes engraçados para exemplificar o cotidiano das relações de trabalho.
porque elas compramBridget BrennanEd. Campus-Elsevier304 páginas. R$ 75,90
compradores do sexo feminino.
A capacidade de entender sua estrutura
cerebral, prioridades, visões de mundo e
padrões demográficos poderá dar à em-
presa uma das mais genuínas vantagens
competitivas que jamais poderia obter. E a
recompensa por ter apelo para comprado-
res do sexo feminino é que, quando isso
for bem-feito, os compradores do sexo
masculino também ficarão satisfeitos – e
eles não perceberão que não faziam parte
do público-alvo principal.
talentos em vendas: como Liderar e gerenciar campeõesDiogo FrancischiniEd. Casa da Qualidade. 160 páginas. R$ 32
venda + vaLor – como vender valor e não preço Pedro Luiz Roccato
Ed. MBooks. 128 páginas. R$ 39
na trilha do sucessoCláudio TomaniniEd. Gente. 192 Páginas. R$ 39
se eu fosse você, o que faria como novo gestor de pessoasLuiz Carlos Cabrera e Luiz Edmundo RosaEd. Campus-Elsevier. 136 Páginas. R$ 36,90
dirigente Lojista � Maio 2010 � 81 8 1
ItatIaIa. Vencedora do Prêmio “mérito Lojista” em
Itatiaia. Pela 6ª vez consecutiva, vencedora do Prêmio “Mérito Lojista”, na categoria móveis,
segmento cozinha de aço.Obrigado a todos os nossos
clientes e parceiros.
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82 � dirigente Lojista � Maio 2010
calçados em evidência
A Francal é responsável por lançar as coleções de calçados e acessó-rios da estação mais vendedora do ano, a primavera-verão. Os negócios gerados durante a feira representam até quatro meses de produção para as empresas expo-sitoras e cerca de oito meses de vendas para o varejo. Anualmente, o evento recebe mais de 60 mil visitantes profissionais vindos de todos os estados brasi-leiros e dos cinco continentes. São mais de mil empresas expositoras
reunidas em 80 mil m² – área total disponível do maior complexo para eventos de negócios do continen-te, o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.
5 a 8/07/2010Francal42ª Feira Internacional da Moda em Calçados e AcessóriosPavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo – SPwww.feirafrancal.com.br
A 42ª edição da Francal, em São Paulo, deve receber mais de 60 mil visitantes em julho
a g e N d a
4 a 13/06/2010FAM 20102ª Feira do Artesanato MundialMinascentroBelo Horizonte – MGwww.fambrasil.com.br
8 a 11/06/2010Logística 20103ª Feira de Logística e Movimentação de CargaComplexo da ExpovilleJoinville – SCwww.eurofeiras.com.br
8 a 11/06/2020ExpogestãoFeira Nacional de Produtos e Serviços da GestãoCentreventos Cau HansenJoinville – SCwww.messebrasil.com.br
9 a 12/06/2010Brasilshop 201010ª Feira Internacional de Tecnologia e Suprimentos para Lojistas e Shopping CentersExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.brasilshop2010.com.br
9 a 12/06/2010ABF Franchising Expo19ª Feira Latino-Americana de FranquiasExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.abfexpo.com.br
19 a 22/06/2010Natal Show 20101ª Feira Internacional de Artigos de Decoração de NatalExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.feiranatalshow.com.br
junho julho
agosto
20 a 23/07/2010Eletrolar Show5ª Feira de Negócios para a Indústria de Varejo de Eletrodomésticos e EletroeletrônicosTransamérica Expo CenterSão Paulo – SPwww.eletrolarshow.com.br
21 a 23/07/2010Supermix 5ª Feira das Indústrias Atacadistas-Distribuidoras e Supermercadistas de PECentro de Convenções de PernambucoRecife – PEwww.embalaweb.com.br
3 a 5/08/2010Brazil Promotion8ª Feira de Marketing PromocionalTransamérica Expo CenterSão Paulo – SPwww.brazilpromotion.com.br
De 21 a 23/07/20103 a 6/08/2010Movimat25ª Feira de IntralogísticaExpo Center NorteSão Paulo – SP www.feiramovimat.com.br
dirigente Lojista � Maio 2010 � 83 8 3
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