diretrizes para atuar educação ambiental

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Diretrizes Para Operacionalizaçªo do Programa Nacional de Educaçªo Ambiental 9

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Diretrizes Para Operacionalização doPrograma Nacional de Educação Ambiental

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Gustavo Krause Gonçalves SobrinhoMinistro do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal

Eduardo MartinsPresidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

José Dias NetoDiretor de Incentivo à Pesquisa e Divulgação

José Silva QuintasChefe do Departamento de Divulgação Técnico-Científica e Educação Ambiental

Ana Maria Viana FreireCoordenadora de Divulgação Técnico-Científica

Elísio Márcio de OliveiraCoordenador de Educação Ambiental

As opiniões expressas,bem como as revisões do texto são de responsabilidade do autor.

Edição revisada em agosto de 1997

EdiçãoIBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisDiretoria de Incentivo à Pesquisa e DivulgaçãoDepartamento de Divulgação Técnico-Científica e Educação AmbientalCoordenadoria de Divulgação Técnico-CientíficaSAIN Avenida L/4 Norte, s/n70800-200 - Brasília-DFTelefones:(061) 225-9484 e 316-1222Fax: (061) 226-5588

Brasília1997

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

Page 3: diretrizes para atuar educação ambiental

Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia LegalInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Diretoria de Incentivo à Pesquisa e Divulgação

Diretrizes Para Operacionalização doPrograma Nacional de Educação Ambiental

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Série Meio Ambiente em Debate, 9

DiagramaçãoLuiz Claudio Machado

CapaPaulo Luna

Criação, Arte-final e ImpressãoDivisão de Divulgação Técnico-Científica - DITEC

ISSN 1413-2583

D597d Diretrizes para operacionalização do Programa Nacional de Educação: � Brasília : Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1996.

27 p. (Série Meio Ambiente; n. 9)ISSN 1413-2583

1. Educação Ambiental. 2. Metodologia. 3. Diretrizes.I. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis. II. Título. III. Série.

CDU 37:504

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Sumário

Apresentação....................................................................................................................... 9

1- Introdução..................................................................................................................... 11

2- Antecedentes................................................................................................................. 13

3- Considerações............................................................................................................... 15

4- Bases Conceituais.......................................................................................................... 16

5- Princípios de Operacionalização.................................................................................... 20

5.1 - Reconhecimento da Pluralidade e Diversidade Cultural.................................. 20

5.2 - Estratégia de Operacionalização........................................................................ 22

6- Linhas de Ação.............................................................................................................. 22

6.1 - Capacitação de Gestores e Educadores............................................................ 23

6.2 - Desenvolvimento de Ações Educativas............................................................. 23

6.3 - Desenvolvimento de Instrumentos e Metodologias........................................... 24

6.3.1 - Produção e Divulgação de Material Educativo........................ 24

6.3.2 - Instrumentos e Metodologias para a Prática daEducação Ambiental................................................................ 25

6.3.3 - Instrumentos para Desenvolvimento de PráticasParticipativas e Descentralizadas.............................................. 25

Equipe de Educação Ambiental do IBAMA........................................................................ 27

Núcleos de Educação Ambiental das Superintendências Estaduais.................................... 27

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6 Série Meio Ambiente Em Debate, 9

Série Meio Ambiente

Em 1995 implantou-se uma nova série de publicações à qualchamamos de Série Meio Ambiente em Debate, com o objetivo claro de"possibilitar aos pesquisadores, aos técnicos e estudiosos da área ambiental umarápida troca de informações e experiências, visando assegurar o conhecimentooportuno dos trabalhos realizados nessa área.

Para cumprir a finalidade de difundir com rapidez estudos,pesquisase trabalhos técnicos na esfera da questão ambiental,optou-se por um processoeditorial despojado que exigisse um mínimo de tempo e custos gráficos-editoriaispara efetivação da Série.

É pois, com satisfação e otimismo que o IBAMA, através de suaDiretoria de Incentivo à Pesquisa e Divulgação, apresenta mais um número daSérie Meio Ambiente em Debate.

José Dias NetoDiretor

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Apresentação

A Constituição Brasileira determina em seu artigo 225 que �Todo cidadão tem direitoao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial àsadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-loe preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:... VI - Promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientizaçãopública para a preservação do meio ambiente�.

Ao MMA/IBAMA cumpre atender os preceitos constitucionais, buscando formularpolíticas e diretrizes que permitam o exercício da competência institucional fundamentado nasnecessidades e demandas sociais, enquanto perspectiva de ações conseqüentes.

Neste sentido, o Presidente da República aprovou a Exposição de Motivos ( D.O.U. /22. 12.94, encaminhada pelos Ministérios do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e daAmazônia Legal, da Educação e do Desporto, da Cultura e de Ciência e Tecnologia, queestabeleceu diretrizes para execução do Programa Nacional Nacional de Educação Ambiental- PRONEA.

Os subsídios técnicos para elaboração do PRONEA foram formulados por equipestécnicas da Coordenadoria de Educação Ambiental do IBAMA e do MEC.

As Diretrizes para Operacionalização do Programa Nacional de Educação Ambiental/IBAMA, que ora apresentamos, é a sistematização de uma prática que se fundamenta naexperiência do IBAMA e dos Órgãos que lhe deram origem e concretiza o modo como oIBAMA tem procurado cumprir as determinações contidas no PRONEA.

A escassez de recursos humanos e financeiros tem limitado a efetivação plena, peloIBAMA, das proposições contidas no Programa. Mesmo assim, todas as ações implementadaspelo IBAMA, através dos Núcleos de Educação Ambiental das suas Superintendências Estaduaise da Coordenadoria de Educação Ambiental, estão em consonância com as diretrizesestabelecidas no PRONEA.

O IBAMA, enquanto órgão federal executor da Política Nacional do Ambiente, temdirecionado suas ações para fortalecer a prática da educação no processo de gestão ambiental,seja pela criação de um Programa de Capacitação Permanente e à Distância de Educadores eGestores; seja pela produção de materiais educativos referenciais destinados a multiplicadores,ou ainda, através da implementação pelos NEA's de ações de educação ambiental no âmbitodas atividades de gestão ambiental.

Como o processo educacional deve estar necessariamente articulado com a dinâmicada sociedade, estas Diretrizes devem ser permanentemente avaliadas em discussões envolvendoinstituições do Estado e organizações da sociedade civil.

A perspectiva de ações descentralizadas exige do IBAMA uma maior aproximaçãocom os órgãos do SISNAMA, com o MEC, com entidades e organizações da Sociedade Civil,demandando também, definição clara de propósitos, com diretrizes objetivas, paraimplementação de ações em Educação Ambiental.

Nestes termos, esta proposta deve ser o instrumento de referência, na conjugação deesforços que convirjam para propósitos comuns, na perspectiva de uma maior eficácia naaplicação de recursos, em empreendimentos de ações educativas voltadas para a temáticaambiental.

José Dias NetoDiretor de Incentivo à Pesquisa e Divulgação

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1. Introdução

O Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA e este documento deDiretrizes para Operacionalização do PRONEA, ora apresentado, resultaram das contribuiçõesreferenciadas no documento Diretrizes para Execução da Política Nacional do Meio Ambiente/Educação Ambiental - proposta preliminar para discussão1 , nas orientações da Conferênciade Tbilisi e incorporam contribuições oriundas de debates realizados nos Seminários Nacionaissobre Universidade e Meio Ambiente(1986/1992), nos Cursos de Especialização em EducaçãoAmbiental promovidos pela então Secretaria Especial de Meio Ambiente/Universidade deBrasília(1986/1988) e pelo IBAMA/Universidade Federal de Mato Grosso(1990/1992), noEncontro Nacional de Educação Ambiental, MEC/SEMAN, na Conferência das Nações Unidassobre Meio Ambiente e Desenvolvimento(Rio, 92), no Tratado de Educação Ambiental paraSociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global(Fórum das ONG�s) e nas diversasexperiências desenvolvidas no País pelas organizações governamentais e não governamentais.

Na esfera dos órgãos ambientais da administração pública federal, as propostasresgatam formulações e experiências desenvolvidas na área de educação ambiental formal enão formal, pela Secretaria Especial do Meio Ambiente(SEMA), através de sua Coordenadoriade Educação Ambiental, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal(IBDF) , daSuperintendência do Desenvolvimento da pesca(SUDEPE) e da Superintendência doDesenvolvimento da Borracha (SUDHEVEA), principalmente no que se refere às atividadesde extensão e difusão de tecnologias. Neste sentido, estas Diretrizes são, a sistematização deuma releitura das diferentes práticas educativas desenvolvidas pelos órgãos que originaram oIBAMA.

A preocupação da proposta centra-se em promover condições para que os diferentessegmentos sociais disponham de instrumental, inclusive na esfera cognitiva, para participaremna formulação de políticas para o meio ambiente, bem como na concepção e aplicação dedecisões que afetam a qualidade do meio natural e sócio-cultural. É a Educação Ambientalcomprometida com o exercício da cidadania, no processo de gestão ambiental.

Após quase 20 anos da realização da Conferência de Tbilisi, o Brasil ainda nãoconseguiu integrar de fato, a educação ambiental às suas políticas de Educação e de MeioAmbiente e, consequentemente, implementar uma proposta capaz de induzir a organicidadeda prática continuada da educação ambiental como bem definiu esta Conferência.

Na oportunidade em que o Presidente da República, aprovou a Exposição deMotivos 002, de 21 de dezembro de 1994, estabelecendo diretrizes e princípios para aimplantação do Programa Nacional de Educação Ambiental, o Departamento de DivulgaçãoTécnico-Científica e Educação Ambiental/Coordenadoria de Educação Ambiental do IBAMA,

1 Oliveira, E. M, Quintas, J. S. e Gualda, Maria José - Diretrizes para Execução da Política Nacional de Meio Ambiente/Educação Ambiental

- proposta preliminar para discussão. Brasília, 1991.

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julga oportuno colocar à disposição dos educadores estas Diretrizes de Operacionalização doPRONEA, como instrumento norteador das práticas da Educação Ambiental a seremdesenvolvidas pelo IBAMA em conjunto com os Órgãos Estaduais e Municipais de MeioAmbiente e de Educação, Instituições de Ensino e Pesquisa, Organizações Não Governamentaise Movimentos Sociais

Finalmente, gostaríamos de ressaltar as contribuições das equipes técnicas dosNúcleos de Educação Ambiental das Superintendências Estaduais do IBAMA, na formulaçãodestas Diretrizes.

José Silva QuintasChefe do Depto de Divulgação

Técnico-Científica e Educação Ambiental

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2. Antecedentes*

O reconhecimento da importância da Educação Ambiental consta dasrecomendações de diversas conferências internacionais.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em junhode 1972, conhecida como Conferência de Estocolmo, levou a UNESCO e o Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA a criarem, no ano de 1975, o ProgramaInternacional de Educação Ambiental - PIEA.

Em cumprimento à Recomendação 96, da Conferência de Estocolmo, realizou-seem 1977, em Tbilisi (URSS), a primeira Conferência Intergovernamental sobre EducaçãoAmbiental. Nesta Conferência foram definidas as finalidades, objetivos, princípios orientadorese estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental.

A Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das NecessidadesBásicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos,realizada em Jomtien, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990, reitera, entre seus objetivos, que:a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem � confere aos membros de umasociedade a possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolvera sua herança cultural, lingüística e espiritual, de promover a educação de outros, de defendera causa da justiça social, de proteger o meio ambiente...�

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,celebrada no Rio de Janeiro em junho de 1992, lançou os desafios fundamentais que permearãoas políticas dos governos das nações no próximo milênio. Vários documentos são emanadosda Conferência do Rio onde o Brasil é signatário, entre eles destaca-se a Agenda 21 queapresenta plano de ação para o desenvolvimento sustentável a ser adotado pelos países, apartir de uma nova perspectiva para a cooperação internacional, consagrando no Capítulo 36�Promoção do Ensino, Conscientização e do Treinamento�; A Convenção sobre Mudança doClima que em seu Artigo VI trata da �Educação, treinamento e conscientização pública�; AConvenção sobre Diversidade Biológica em seu Artigo 13 dispõe sobre a �Educação eConscientização Pública�

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e ResponsabilidadeGlobal, de caráter não oficial, celebrado por diversas Organizações da Sociedade Civil2 , porocasião da Conferência Rio 92, reconhece a �educação como um processo dinâmico empermanente construção�. Deve portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própriamodificação. Reconhece ainda que a �Educação Ambiental para uma sustentabilidade eqüitativaé um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida�.

* Ver Programa Nacional de Educação Ambiental - documento preliminar - Proposta Técnica. IBAMA. Brasília, 1994 pg. 03 a 05 e Subisídios

para a Formulação de uma Política Nacional de Educação Ambiental. MEC/MMA/Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental do

CONAMA. Brasília. 1996. pg. 02.

2 Fórum de ONG's Brasileiras - Meio Ambiente e Desenvolvimento: Uma Visão das ONG's e dos Movimentos Sociais Brasileiros - Fórum de

ONG's Brasileiras, FASE - Rio de Janeiro - 1992.

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No plano nacional, desde 1981, a Lei no 6.938, que dispõe sobre os fins, mecanismosde formulação e aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente, consagra a EducaçãoAmbiental e estabelece no seu décimo princípio:

�Educação Ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação dacomunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente�.

O Parecer 226/87, do então Conselho Federal de Educação, indicou o caráterinterdisciplinar da Educação Ambiental recomendando a disseminação de Centros de EducaçãoAmbiental no País.

Da mesma forma, os constituintes em 1988, preocupados em garantir efetivamenteo princípio constitucional do � direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado�, previstono Artigo 225, estabelecem ainda, no parágrafo 1º deste artigo que �para assegurar a efetividadedesse direito incumbe ao Poder Público:

� Promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientizaçãopública para a preservação do meio ambiente�.

As Constituições Estaduais também consagram, em seus textos, a promoção daEducação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para apreservação do meio ambiente.

A Portaria n° 678, de 14 de maio de 1991, do Ministério da Educação e do Desportodetermina que a educação escolar deve contemplar a Educação Ambiental, permeando todoo currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino.

A Carta Brasileira para a Educação Ambiental formalizada por ocasião daConferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em julho de 92 noRio de Janeiro, dentre as suas recomendações destaca-se: �A necessidade de um compromissoreal do poder público federal, estadual e municipal no cumprimento e complementação dalegislação e das políticas para Educação Ambiental�; que sejam �cumpridas os marcosreferenciais internacionais acordados em relação à Educação Ambiental com dimensão multi,inter e transdisciplinar em todos os níveis de ensino�, que em �todas as instâncias, o processodecisório acerca das políticas para a Educação Ambiental conte com a participação dascomunidades direta ou indiretamente envolvidas na problemática em questão.�

No Plano Decenal de Educação Para Todos 1993 - 2003, a dimensão ambientalestá presente, principalmente, nos objetivos referentes à satisfação das necessidades básicasde crianças, jovens e adultos e da ampliação dos meios e do alcance da educação básica.

O Projeto de Lei n° 3792/93, de autoria do Deputado Fábio Feldmann, ora emtramitação na Câmara dos Deputados, propõe a instituição da Política Nacional de EducaçãoAmbiental, definindo conceitos básicos, competências, princípios e objetivos, linhas de atuaçãoe preceitos mais importantes.

O Presidente da República aprovou em 21 de dezembro de 1994(D.O.U. 22/12/94), a Exposição de Motivos, encaminhada pelos Ministérios do Meio Ambiente e da AmazôniaLegal, da Educação e do Desporto, da Cultura e de Ciência e Tecnologia, que estabelecediretrizes para implantação do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA.

A Portaria n° 482 de 05 de maio de 1995, do Ministério da Educação e do Desporto,institui no Catálogo de Habilitação Profissional, para o 2° grau, a habilitação de Técnico emMeio Ambiente, bem como a habilitação parcial de Auxiliar Técnico de Meio Ambiente.

As propostas do Ministério da Educação e do Desporto de revisão curricular em1996, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Convívio Social e Ética - Meio Ambiente,abordam a dimensão ambiental de modo transversal em todo primeiro grau.

A Lei n° 9.276, de 09 de maio de 1996, que institui o Plano Plurianual para oquadriênio 1996/1999, e define como um dos principais objetivos da área de Meio Ambiente

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a � promoção da educação ambiental, através da divulgação e uso de conhecimentos sobretecnologias de gestão sustentável dos recursos naturais.�

Em 10 de junho de 1996, foi instalada a Câmara Técnica Temporária de Educaçãoambiental, criada pela Resolução n° 11, de 11 de dezembro de 1995, do Conselho Nacionaldo Meio Ambiente - CONAMA.

3 - Considerações*

Apesar da preocupação dos legisladores em colocar a Educação Ambiental comoparte dos princípios e objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente( Lei n° 6938/81), e emestabelecer na Constituição Federal a sua promoção como incumbência do poder público, oBrasil ainda não dispõe de uma ação articulada na esfera do Sistema Nacional do MeioAmbiente e do Sistema Educacional, capaz de canalizar esforços dos três níveis de governo nosentido de concretizar a retórica legal.

A defasagem entre a intenção e a prática fica evidente quando se observa que amaioria da população brasileira, independentemente do nível de escolarização e da região emque habita, tem uma visão bastante naturalizada sobre a questão ambiental. Ao considerarque é possível se desenvolver a economia do País sem provocar danos à natureza, o brasileirodemonstra que não consegue relacionar o atual estilo de desenvolvimento, praticado no Brasil,com a degradação ambiental observada em diferentes pontos do território nacional.3

A compreensão da problemática ambiental como decorrente da relação sociedade-natureza ainda não é perceptível para a maioria do povo brasileiro.

Além do brasileiro ter uma visão conceitual incompleta sobre a questão ambiental,observa-se ainda que o seu nível de informação a respeito do tema é bastante pobre. Apesarde se declarar muito interessado pelo assunto meio ambiente, poucos brasileirosdemonstraram(12% da amostra) - quando entrevistados em fevereiro de 1992 - conhecer aagenda que seria discutida na Rio 92. Constatou-se ainda que o principal instrumento utilizadopelo brasileiro para se informar sobre o meio ambiente é o noticiário de TV(65%), enquantoque meios mais especializados como livros e revistas são usados, respectivamente, por 5% e3% dos entrevistados.4 A superficialidade da informação detida pela população está emconsonância com o conteúdo veiculado nos telejornais sobre diferentes assuntos.

Por outro lado, em um estudo realizado junto a uma amostra integrada deambientalistas, políticos, empresários, cientistas, militantes de movimentos sociais e técnicosgovernamentais, todos considerados formadores de opinão e com envolvimento direto ouindireto com a questão ambiental, concluiu-se que há indicações que � permitem supor aexistência de uma comunidade ambiental brasileira em plena construção de suas basesideológicas�5 . Esta comunidade seria detentora de um � elenco básico de idéias/conceitosque torna possível aos setores se comunicarem entre si e partilharem em uma experiênciasingular�.6

O êxito das articulações de vários setores da sociedade civil, junto à AssembléiaNacional Constituinte e às Constituintes Estaduais - que permitiu a incorporação de importantes

* Ver Programa Nacional de Educação Ambiental - documento preliminar - Proposta Técnica - IBAMA. Brasília, 1994. pg. 09 a 11

3 Crespo, Samyra, Leitão Pedro - O que o Brasileiro Pensa da Ecologia - MAST/CNPq. CETEM/CNPq e ISER. RJ, 1993.

4 Idem

5 Fórum de ONG�s Brasileiras - Meio Ambiente e Desenvolvimento: Uma Visão das ONG�s e dos Movimentos Sociais Brasileiros - Fórum de

ONG�s Brasileiras, FASE - Rio de Janeiro - 1992.

6 Crespo, Samyra, Leitão Pedro - O que o Brasileiro Pensa da Ecologia - MAST/CNPq, CETEM/CNPq e ISER, RJ, 1993. pág. 107.

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princípios para a gestão ambiental nas respectivas Constiuições - e a criação, em 1990, doFórum de Organizações Não Governamentais (ONG�s) Brasileiras parecem corroborar estasevidências.

O Fórum produziu, num intenso processo de discussão, o documento ��MeioAmbiente e Desenvolvimento uma visão das ONG�s e dos Movimentos Sociais Brasileiros�,como relatório preparatório para a Conferência da Sociedade Civil sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento que se realizou paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento.

4 - Bases Conceituais

Todos os seres vivos têm necessidade de se apropriarem de recursos da natureza,mesmo como condição necessária para a própria sobrevivência. Na medida em que o serhumano é parte integrante da natureza e ao mesmo tempo ser social e, por conseqüência,detentor de conhecimentos e valores socialmente produzidos ao longo do processo histórico,tem ele o poder de atuar permanentemente sobre sua base natural de sustentação (material eespiritual), alterando suas propriedades, e sobre o meio social, provocando modificações emsua dinâmica. Portanto, são as práticas do meio social que determinam a natureza dos problemasambientais e é neste contexto que surge a necessidade de se praticar a gestão ambiental.7

A gestão ambiental é um processo de mediação de interesses e conflitos entreatores sociais que agem sobre os meios físico natural e construído. Este processo de mediaçãodefine e redefine, continuamente, o modo como os diferentes atores sociais, através de suaspráticas, alteram a qualidade do meio ambiente e, também, como se distribuem na sociedadeos custos e os benefícios decorrentes da ação destes agentes.8

No Brasil, o Estado, enquanto mediador principal deste processo, é detentor depoderes, estabelecidos na legislação, que lhe permitem promover desde o ordenamento econtrole do uso dos recursos ambientais (incluindo a criação de mecanismos econômicos efiscais) até a reparação e a prisão de indivíduos pelo dano ambiental. Neste sentido, o Estadotem o poder de estabelecer padrões de qualidade ambiental, avaliar impactos ambientais,licenciar e revisar atividades efetiva e potencialmente poluidoras, disciplinar a ocupação doterritório e o uso de recursos naturais, criar e gerenciar áreas protegidas, obrigar a recuperaçãodo dano ambiental pelo agente causador, promover o monitoramento, a fiscalização, a pesquisa,a educação ambiental e outras ações necessárias ao cumprimento da sua função mediadora(Quintas e Gualda, 1995, op. cit pg. 26 e 27).

Por outro lado, (ainda segundo estes autores) observa-se, no Brasil, que o poderde decidir e intervir para transformar o ambiente seja ele físico, natural ou construído, e osbenefícios e custos dele decorrentes estão distribuídos, socialmente e geograficamente, demodo assimétrico. Por serem detentores de poder econômico ou de poderes outorgados pelasociedade, determinados grupos sociais, por meio de suas ações, influenciam direta ouindiretamente na transformação (de modo positivo ou negativo) da qualidade do meioambiental. É o caso dos empresários (poder do capital) dos políticos (poder de legislar); dosjuízes (poder de condenar e absolver); dos membros do Ministério Público (o poder de investigare acusar); dos dirigentes de órgãos ambientais (poder de embargar, licenciar, multar); dos

7 Quintas, J. S ; Gualda, M. J. A Formação do Educador para Atuar no Processo de Gestão Ambiental. IBAMA, Série Meio Ambiente em

Debate, 1 - Brasília, 1995.

8 Price Waterhause - Fortalecimento Institucional do IBAMA - Cenários de Gestão Ambiental Brasileira - Relatório Final - Brasília 1992.

Doc. mimeo.

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jornalistas e professores (poder de influenciar na formação da �opinião pública�); das agênciasestatais de desenvolvimento (poder de financiamento, de criação de infra-estrutura) e de outrosatores sociais cujos atos podem ter grande repercussão na qualidade ambiental econseqüentemente na qualidade de vida das populações.

Há que se considerar, ainda, que o modo de perceber determinado problemaambiental, ou mesmo a aceitação de sua existência, não é meramente uma função cognitiva.A percepção dos diferentes sujeitos é mediada por interesses econômicos, políticos, posiçãoideológica e ocorre num determinado contexto social, político, espacial e temporal.

Entretanto, estes atores, ao tomarem suas decisões, nem sempre levam em contaos interesses e necessidades das diferentes camadas sociais direta ou indiretamente afetadas.As decisões tomadas podem representar benefícios para uns e prejuízos para outros. Umdeterminado empreendimento pode representar lucro para empresários, emprego paratrabalhadores, conforto pessoal para moradores de certas áreas, votos para políticos, aumentode arrecadação para governos, melhoria da qualidade de vida para parte da população e, aomesmo tempo, implicar prejuízo para outros empresários, desemprego para outrostrabalhadores, perda de propriedade, empobrecimento de habitantes da região, ameaça àbiodiversidade, erosão, poluição atmosférica e hídrica, desagregação social e outros problemasque caracterizam a degradação ambiental.

Portanto, concluem, que a prática da gestão ambiental não é neutra. O Estado, aoassumir determinada postura frente a um problema ambiental, está de fato definindo quemficará, na sociedade e no país, com os custos e quem ficará com os benefícios advindos daação antrópica sobre o meio, seja ele físico, natural ou construído.

Um dos maiores desafios para o exercício de ações educativas no processo degestão ambiental é a busca necessária de mediação face à multiplicidade de interesses e àdiversidade de interlocutores. A pluralidade de interesses dos diferentes indivíduos, grupos ousegmentos sociais, no processo de apropriação e uso de recursos naturais, caracterizam adiversidade de interlocutores. Os diferentes interesses afetos às questões ambientais,normalmente evidenciam conflitos que exigem mediação para fazer viabilizar o diálogo. Osatores que estão envolvidos no uso e na gestão dos recursos, as relações de força e pressõesque configuram o acesso ou não a estes recursos, a maneira como os processos decisóriosocorrem, são fatores determinantes para se avaliar como as forças sociais se articulam naapropriação e uso de recursos naturais, por indivíduos, grupos ou segmentos sociais.9

Esta mediação exige um aporte de conteúdos sobre a questão ambiental, que levea caminhos possíveis para a superação de conflitos. É necessário conhecer, por exemplo, oproblema ambiental em si, os impactos decorrentes tanto físicos quanto sociais, os diferentesatores (pessoas, grupos ou segmentos sociais) implicados na questão ou afetados por suasconseqüências, os diferentes interesses e posicionamentos em jogo, os conflitos e possíveisimpasses existentes ou que possam vir a existir, os aspectos legais e mecanismos de gestãoque condicionam ou viabilizam soluções e, principalmente, refletir sobre alternativas quecontribuam para a superação do problema (Oliveira, Elísio Márcio, op. cit. pg. 107).

Por outro lado, uma postura de análise crítica da realidade é fundamental parapermitir identificar situações problemas ambientais, que sejam relevantes e estratégicas frentea um dado contexto, como questões a serem trabalhadas. Essa análise implica em uma releiturada realidade a partir de um conceito amplo de meio ambiente, como preconiza as orientações

9 Oliveira, Elísio Márcio de. Educação Ambiental, Uma Possível Abordagem. IBAMA - Brasília 1995.

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Série Meio Ambiente Em Debate, 9 15

da Conferência Intergovernamental de Tbilisi10, que interrelacione os sistemas naturais e sociais,abarcando: a apropriação e uso dos recursos naturais, base de sustentação da sociedade, deonde se obtêm a subsistência; os modos como as coletividades estão organizadas e funcionampara satisfazer as suas necessidades; as relações de produção e os sistemas institucionais eculturais.

Fazer implementar este novo ideário exige profissionais qualificados para o exercíciode mediação, voltados para uma melhor qualidade de vida e eqüidade social.

A busca de novos estilos de desenvolvimento que permitam maior equilíbrio entreo desenvolvimento e a preservação do meio ambiente têm, necessariamente, que se referenciarem uma nova ordem, que se faça em torno de um contrato, que releve maior respeito àdignidade humana, permitindo melhor qualidade de vida, maior acesso aos bens socialmenteproduzidos e bem estar social, fundado em valores que se pautem por um novo significado doser e do existir, por uma nova ética global.

Finalmente, deve-se considerar uma abordagem para o processo educacional quese fundamente na vivência intensa e íntima com as comunidades, no respeito aos diferentessaberes, criando condições para que cada comunidade explicite o fazer educacional que lheseja adequado (Oliveira, Elísio Márcio, op. cit, pg 109).

A Conferência de Tbilisi considerou o meio ambiente como �o conjunto de sistemasnaturais e sociais em que vivem o homem e os demais organismos e de onde obtêm suasubsistência. Este conceito abarca os recursos, os produtos naturais e artificiais com os quais sesatisfazem as necessidades humanas. O meio natural se compõe de quatro sistemas estreitamentevinculados,a saber: Atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. Sem nenhuma intervençãohumana, este conjunto de elementos está em constante mutação, ainda que a natureza e oritmo desta mutação sejam bastante influenciados pela ação do homem. O meio socialcompreende os grupos humanos, as infra-estruturas materiais construídas pelo homem, asrelações de produção e os sistemas institucionais por ele elaborados. O meio social expressa omodo como as sociedades humanas estão organizadas e funcionam para satisfazer asnecessidades de alimentação, moradia, saúde, educação e trabalho�.

Assim, a Conferência de Tbilisi adotou um conceito de meio ambiente que englobanuma totalidade os aspectos naturais e aqueles decorrentes da ação do homem. Por conseguinte,meio natural e meio sócio-cultural são lados de uma mesma moeda, logo indissociáveis. Namedida em que o homem é parte integrante da natureza, enquanto detentor de conhecimentose valores socialmente produzidos, age permanentemente sobre sua base natural de sustentação,alterando suas propriedades e, em decorrência deste processo interativo, a sociedade tambémsofre modificações em sua dinâmica.

Portanto, para se compreender a questão ambiental, torna-se necessário a rupturacom aproximações particularizadas e fragmentadas da realidade, que mascaram as causas daproblemática ambiental e levam a adoção de soluções equivocadas e prejudiciais às populações.

Neste sentido, a Educação Ambiental enquanto prática dialógica, que objetiva odesenvolvimento da consciência crítica pela sociedade brasileira, deve estar comprometidacom uma abordagem da problemática ambiental que interrelacione os aspectos sociais,ecológicos, econômicos, políticos, culturais, científicos, tecnológicos e éticos.

A Educação Ambiental enquanto processo participativo, através do qual o indivíduoe a coletividade constroem valores sociais, adquirem conhecimentoss, atitudes e competênciasvoltadas para a consquista e manutenção do direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, deverá contribuir fortemente para a construção dessa nova sociedade11.10 UNESCO. La Educación Ambiental. Las Grandes Orientaciones de la Conferencia de Tbilisi. Paris. 1980.

111 Oliveira, Elísio Márcio , Quintas, José Silva e Gualda, Maria José - Diretrizes para Execução da Política Nacional do Meio Ambiente/

Educação Ambiental. Proposta preliminar para discussão. IBAMA. Brasília, 1991 (doc. mimeo).

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Na Conferência de Tbilisi foram definidas as finalidades, objetivos, princípiosorientadores e estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental, a saber:

a) propiciar uma percepção integrada da natureza complexa do meio físico-naturale do meio construído pelos seres humanos, resultante da interação dos aspectos físicos,biológicos sociais, econômicos e culturais;

b) favorecer a aquisição de conhecimentos, valores, comportamentos e habilidadespráticas, a partir da reorientação e articulação das diversas disciplinas e experiências educativas,para a participação responsável e eficaz na prevenção e solução dos problemas ambientais eda gestão da qualidade do meio ambiente;

c) contribuir para a formação de uma consciência sobre a importância dapreservação da qualidade do meio ambiente em sua relação com o desenvolvimento, para oqual, a educação deverá difundir conhecimentos sobre as alternativas produtivas menosdegradantes para o meio ambiente, assim fomentar a adoção de modos de vida compatíveiscom a preservação da qualidade do mesmo;

d) propiciar a compreensão da educação ambiental como resultado de umareorientação e articulação das diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam apercepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais crítica e que atendafundamentamente as causas dos problemas e não só seus efeitos mais evidentes;

e) favorecer todos os membros da sociedade, segundo suas modalidades e emdistintos graus de complexidade, com a aquisição de conhecimentos científicos e tecnológicos,o sentido dos valores, as atitudes e a participação efetiva na prevenção e resolução de problemasambientais. Especial ênfase deverá ser dada à capacitação de tomadores de decisões;

f) utilizar todos os meios públicos e privados disponíveis na sociedade, para aeducação da população: sistemas de educação formal, diferentes modalidades de educaçãoextra-escolar e os meios de comunicação de massa;

g) facilitar a compreensão das interdependências econômicas, políticas e ecológicasdo mundo atual, em que as decisões e comportamentos dos diversos países têm consequênciasde alcance internacional, no que se requer desenvolver um espírito de solidariedade e umaatitude mais responsável entre eles.

De acordo com o PRONEA suas finalidades abragem desde aquisição deconhecimentos, habilidades para a participação individual e coletiva no processo de gestãoambiental até a construção de novos valores e atitudes na relação homem-homem e homem-natureza.12

Não resta dúvida que a problemática ambiental se evidencia por um conjunto dequestões associadas a deterioração do meio ambiente. Se por um lado a devastação dosrecursos naturais traz sérios desequilíbrios ao ambiente natural, estes mesmos desequilíbriosocasionam desastres com significativas perdas para o ambiente social. Ações educativas devemabordar as questões ambientais na perspectiva de busca de uma nova ética na relação homem-homem/homem-natureza.

Por outro lado, a amplitude e complexidade dos problemas ambientais não permitemabordagens setoriais, sob a ótica de uma única ciência, exigindo tratamento interdisciplinarpara as questões. Assim a educação ambiental deve buscar alternativas metodológicas queviabilizem o tratamento interdisciplinar destas questões.

Nos textos legais a educação ambiental já nasceu comprometida com oenvolvimento da população, com a conquista, a elevação e a manutenção da qualidade devida. Isto pressupõe uma concepção de educação enquanto prática participativa e voltadapara os problemas concretos da comunidade.

12 Programa Nacional de Educação Ambiental - documento preliminar - Proposta Técnica - IBAMA, Brasília, 1994. pg. 13

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5. Princípios de Operacionalização

Para efeito deste documento, considera-se princípios de operacionalização ospressupostos que devem nortear as ações de educação ambiental.

É importante destacar que os princípios indicados a seguir fazem parte de ummesmo processo e são interdependentes.

O crescimento integral é a base para uma percepção integral do meio ambiente,que por sua vez, viabiliza a abordagem interdisciplinar, interinstitucional, participativa econtextualizada.13

Da mesma forma, a abordagem interdisciplinar é condição fundamental para ocrescimento integral e o reconhecimento da diversidade cultural. No mesmo sentido, aproblematização viabiliza e é viabilizada pela interdisciplinaridade .

Tendo como núcleo central a concepção de educação como processo interativorelacionado ao conhecimento, crescimento e transformação, a nível individual e social, voltadopara a obtenção de qualidade de vida, as diretrizes, apresentadas neste documento, são definidasatravés de princípios que se interrelacionam e se reforçam mutuamente. Assim, é necessárioque as ações de educação ambiental considerem, simultaneamente, os diversos princípios (ouo maior número possível) para que possam atingir os objetivos.

Cabe enfatizar, ainda, o caráter processual e contínuo da educação ambiental, cujasações não podem ser reduzidas a eventos e produtos de caráter pontual e publicitário.

5.1. Reconhecimento da Pluralidade e Diversidade CulturalConsiderando ser fundamental, ao se trabalhar com a questão ambiental, o

reconhecimento da diversidade e pluralidade cultural, a Educação deve buscar semprecontextualizar as ações e atividades a serem desenvolvidas.

Cultura, aqui entendida como �todo sistema interdependente e ordenado deatividades humanas na sua dinâmica. Assim, privilegia não só os bens móveis e imóveisimpregnados de valor histórico e/ou artístico mas também toda uma gama importantíssima decomportamento, de fazeres, de forma, de percepção que, por estarem inseridos na dinâmicado cotidiano, não têm sido considerados na formulação das diversas políticas. Cultura, portanto,é vista como um processo global em que não se separam as condições do meio ambientedaquelas do fazer do homem, em que não se deve privilegiar o produto habitação, templo,artefato, dança, palavra em detrimento das condições históricas, sócio-econômicas, étnicas edo espaço ecológico em que tal produto encontra-se inserido. Nesse processo destacam-sealguns bens culturais - fortemente impregnados de valor simbólico e continuamente reiterados-ao lado de outras manifestações em processo que se constituem em evidências da dinâmicacultural�.14

No caso brasileiro, constata-se a existência de diferentes contextos culturais, cadaum com suas especificidades. Isto significa reconhecer que há diferentes modos derelacionamento homem-homem e homem-natureza em cada contexto.

Esses diferentes modos de relacionamento determinam a existência deconhecimentos, valores e atitudes que devem ser considerados na formulação, execução eavaliação da prática da Educação Ambiental.

O reconhecimento da pluralidade e diversidade cultural está interligado ao exercícioda cidadania e à participação. A medida em que constroem e atualizam, no dia-a-dia, suasreferências e suas condições de sobrevivência, os grupos sociais delimitam suas identidades

13 Alves, Denise - Sensopercepção em ações de Educação Ambiental. IBAMA RJ 1995, doc. mimeografado.

14 MEC. Diretrizes para Operacionalização da Política Cultural. Documento Elaborado pela Secretaria da Cultura. Secretaria Geral. 1981.

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(compreendida como uma configuração dinâmica). A identidade, ou conjunto de referênciasatravés do qual um grupo social pode se reconhecer, viabiliza a coesão do grupo e um maiorgrau de autonomia e participação nas ações sociais, políticas e econômicas. Ao mesmo tempo,este grau de participação e autonomia reverte no fortalecimento da identidade cultural.

Em sentido inverso, a perda da identidade cultural contribui para a desagregaçãodos grupos sociais, levando-os à consolidar posições de dependência, acomodação e impotênciafrente à dominação de grupos hegemônicos.

Em relação à prática da Educação Ambiental, o reconhecimento da pluralidade ediversidade cultural significa o respeito ao contexto cultural do sujeito, suas vivências,necessidades e motivações. Um respeito que se traduz na troca de saberes, na busca de umarelação dialética entre o conhecimento científico oficial e o conhecimento produzido pelaspopulações envolvidas.

.Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade é um processo de cooperação ativa entre diferentes áreasde saberes e campos profissionais, permitindo o intercâmbio e enriquecimento na abordagemde um tema.

Para entender um determinado problema deve-se estabelecer um marco dereferência geral onde vão se integrar os aportes particulares das diversas áreas de conhecimentoou disciplinas, evidenciando então, suas interdependências. As disciplinas científicas ehumanísticas devem ser instrumento de análise e de síntese a serviço de uma prática pedagógicasistemática.

Considerando que as abordagens setoriais de problemas ambientais -privilegiandoum tipo de atuação ou tentando entendê-lo segundo a ótica de uma única ciência - sãoincompatíveis com a amplitude e complexidade do tema, a Educação deve buscar alternativasmetodológicas para o tratamento interdisciplinar do mesmo.

No estágio atual de reflexão, procura-se aprimorar caminhos, estratégias e propostasmetodológicas que viabilizem uma abordagem interdisciplinar, compreendida como busca deunidade na diversidade, ou seja: o respeito às contribuições específicas de cada área deconhecimento e a maior integração possível entre os diversos saberes.

É no decorrer do processo que se abrem as possibilidades e limites para o trabalhocom uma abordagem interdisciplinar. A interdisciplinaridade está relacionada aodesenvolvimento de um processo dialógico, que deve ser compreendido no sentido dialético,de confronto que gera síntese, novas análises e novas sínteses.

Nessa perspectiva, as diversas teorias, ciências e concepções filosóficas seriamvalorizadas em sua individualidade, ao mesmo tempo em que buscaria abrir canais e diálogosentre os diversos saberes.

A partir de problemas ambientais concretos, podem ser delineadas formas de diálogoentre diversos saberes. Através da confrontação entre as diversas abordagens, podem servisualizados os impasses de concepções e formulações que diferenciam os vários saberes,explicitando possíveis formas de compatibilização. Passo a passo, são definidos os limites e aspossibilidades da integração.

Assim a abordagem interdisciplinar exige discussão e troca, através do diálogoentre diversos saberes, sejam saberes científicos ou saberes populares. Um diálogo consciente,travado com boa vontade, envolve necessariamente, conflitos criativos no processo de interação.

Portanto, a complexidade da questão ambiental exige a abordagem interdisciplinarpara análise, compreensão e solução de problemas ambientais.

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.Participação

Considerando ser fundamental que nos trabalhos desenvolvidos, haja a participaçãode diferentes grupos ou segmentos sociais interessados, em todas as etapas, enquanto sujeitosda ação educativa, a educação deve comprometer-se em instrumentalizar os diferentesinterlocutores para o exercício de seus direitos. Nesse sentido, participação é sobretudo, algodinâmico, ativo e consciente.

Assim, a participação não é dada, decretada ou imposta, só existe se for conquistadaem processos interativos, de exercício da cidadania, na luta pela obtenção de melhor qualidadede vida.

A participação ocorre quando a população contribui, influi e usufrui de formamais efetiva e direta, na construção e transformação de sua realidade, através de açõesorganizadas.

Neste sentido, participação é sobretudo algo dinâmico, ativo, consciente, é tomarparte decidindo.

.Descentralização

A descentralização não pode ser confundida como um mero mecanismo dedesconcentração das tarefas administrativas. Deve ser entendida como uma prática inter-setoriale interinstitucional, voltada para a tomada de decisão em conjunto, divisão de responsabilidadese deveres, que articulam interesses diversos na conjugação de esforços em torno de propósitoscomuns.

Fazer articular entidades públicas, bem como organizações da sociedade civil, emtorno de situações problemas ambientais, enquanto interlocutores diretamente envolvidos como tema, é possibilitar soluções democráticas para o processo de gestão ambiental. É tambémdividir responsabilidades no processo de fazer, caracterizando ações conjugadas das partes naperspectiva do todo.

Superar as dificuldades do diálogo, nas relações inter-setoriais, fazendo vigorar osinteresses maiores frente aos desentendimentos e apegos localizados, é a grande tarefa a serrealizada.

5.2. Estratégias de Operacionalização

A operacionalização do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA,se efetivará através da ação articulada entre os governos federal, estaduais e municipais,instituições de ensino e de pesquisa, organizações da sociedade civil e movimentos sociais, nosentido de instaurar processos de construção de um Programa de Educação Ambiental, decaráter interinstitucional, em cada Unidade da Federação, ou de fortalecê-los onde já existem.

6. Linhas de Ação

As ações para operacionalização do Programa devem-se apoiar em três linhas deação que se interrelacionam: Capacitação de Gestores e Educadores, Desenvolvimentode Ações Educativas e Desenvolvimento de Instrumentos e Metodologias, todosconvergindo para apoiar a implantação e/ou implementação em cada Unidade da Federaçãodo Programa Estadual de Educação Ambiental.

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6.1 Capacitação de Gestores e Educadores

A Capacitação de Gestores e Educadores, destina-se a estimular e apoiar aparticipação dos diferentes segmentos sociais na formulação de políticas para o meio ambientebem como na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do meio natural,social e cultural.

Objetivos:

a) promover a formação de agentes multiplicadores, na esfera dos sistemas de ensino, dosórgãos federais, estaduais e municipais relacionados direta ou indiretamente com a problemáticaambiental e da sociedade civil organizada, para atuarem na capacitação de educadores e noprocesso de formulação, execução e avaliação de ações de Educação Ambiental;

b) apoiar a capacitação de docentes visando à inserção da temática ambiental nos currículosde ensino;

c) promover a capacitação de educadores para atuarem no processo de concepção, formulaçãoe aplicação de políticas e ações relativas ao Meio Ambiente e em especial para odesenvolvimento de ações de Educação Ambiental no âmbito das atividades de gestãoambiental;

d) promover a capacitação de educadores que atuam em agências de qualificação para otrabalho e na área de extensão visando à abordagem da dimensão ambiental em atividadesdo setor produtivo;

e) promover a capacitação de técnicos que atuam em órgãos federais, estaduais e municipaisde meio ambiente, em outras instituições públicas e em entidades da Sociedade Civil, para odesenvolvimento de atividades em áreas específicas da gestão ambiental.

6.2 - Desenvolvimento de Ações Educativas

O Desenvolvimento de Ações Educativas contempla um conjunto de açõesdestinadas a estimular e apoiar a participação dos diferentes segmentos sociais na formulaçãode políticas para o meio ambiente bem como na concepção e aplicação de decisões queafetam a qualidade do meio natural, social e cultural.

Objetivos:

a) apoiar a inserção da dimensão ambiental nos currículos dos diferentes graus e modalidadesde ensino.b) apoiar e promover a prática da Educação Ambiental, no âmbito das atividades de gestãoambiental envolvendo as Superintendências Estaduais do IBAMA, Órgãos Estaduais eMunicipais de Meio Ambiente e de Educação e entidades da sociedade civil;c) apoiar e promover a inserção da dimensão ambiental e a prática da Educação Ambientalnas atividades dos órgãos dos três níveis do governo;

d) apoiar a criação e funcionamento dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente;

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e) dar continuidade à realização anual dos Seminários Nacionais sobre �Universidade e MeioAmbiente�;

f) realizar, a cada dois anos, Conferência Nacional sobre Educação Ambiental, efetivando aprimeira em 1997;

g) realizar seminários sobre a questão ambiental com decisores, formadores de opinião públicae outros profissionais cuja atividade interfere na qualidade do meio ambiente;

h) apoiar a sociedade civil organizada na realização anual de fóruns regionais e nacional,sobre a questão ambiental;i) apoiar as redes e bancos de dados locais, regionais e nacionais de Educação Ambiental eem especial a Rede Brasileira de Educação Ambiental;

j) apoiar a �Rede de Formação Ambiental para América Latina e Caribe e Coordenar as suasações no Brasil.

6.3 Desenvolvimento de Instrumentos e Metodologias

O Desenvolvimento de Instrumentos e Metodologias reúne um conjuntode ações voltadas para apoiar a realização de experiências em educação ambiental formal enão formal e para a elaboração e difusão de materiais educativos, visando abordar a dimensãoambiental, de modo interdisciplinar, nos currículos escolares, bem como instrumentalizar asociedade para participar tanto dos processos decisórios que afetam a qualidade do meioambiente, quanto da sua gestão.

Objetivos:

6.3.1. Produção e Divulgação de Material Educativo

a) Apoiar tecnicamente a inserção da dimensão ambiental nos livros didáticos e paradidáticos;b) promover a produção de material educativo referencial (gráfico e audiovisual), para apoiara prática da Educação Ambiental;

c) apoiar a criação ou implementação de veículo de divulgação técnico-científico na área deEducação Ambiental;

d) implementar, no âmbito da Rede Nacional de Informações sobre Meio Ambiente - RENIMA,uma rede sobre materiais educativos e inovações relativas à Educação Ambiental;

e) implementar o Banco de Dados do Projeto de Educação Ambiental do Ministério daEducação e do Desporto;

f) apoiar a produção e veiculação de informações de caráter educativo sobre a temáticaambiental, através dos meios de comunicação.

g) Apoiar tecnicamente os Programas Nacional do � Livro Didático, de salas de Leitura e deBiblioteca do Professor�, da Fundação de Assistência ao Educando - FAE, no que se refere à

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abordagem da temática ambiental, utilizando a estrutura dos mesmos para sua difusão;

h) Apoiar técnica e financeiramente a aquisição e produção de títulos para os Programas � deSalas de Leitura e de Biblioteca do Professor.�

6.3.2. Instrumentos e Metodologias Para a Prática da Educação Ambiental

a) Promover o desenvolvimento de pesquisas sobre metodologias, materiais educativos e outrosinstrumentos para à prática da educação no processo de gestão ambiental;

b) promover o desenvolvimento de pesquisas sobre currículos, metodologias, materiaiseducativos e outros instrumentos, voltadas para a abordagem da dimensão ambiental noscurrículos dos diversos graus e modalidades de ensino;

c) promover o desenvolvimento de pesquisas sobre metodologias, materiais educativos e outrosinstrumentos, para a formação de educadores e gestores ambientais.

6.3.3. Instrumentos para Desenvolvimento de Práticas Participativas eDescentralizadas

a) Apoiar a formação de comissões interinstitucionais de Educação Ambiental envolvendodiversas instâncias do Executivo e Legislativo em todos os níveis de governo;

b) promover estudos, pesquisas e ações formativas relacionados com processos de decisãoparticipativos;

c) promover a articulação, em todos os níveis do governo, entre comissões, grupos de trabalhose outras instâncias relacionadas com questões ambientais.

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ACRE

Ana Valéria O. de OliveiraJoão Socorro Pereira

ALAGOAS

Luiz Omena de LucenaMaria Lúcia Mota MirandaMarlúcia Cavalcante da SilvaSuely Maranhão Calazans

AMAPÁ

Edivaldo dos SantosElzira Costa dos Santos CastroLúcio de Souza FurtadoMaria Madalena da Silva SouzaRaimundo Ferreira Pinto de AndradeRilda Borges VasconcelosStener Carvalho Nobre

AMAZONAS

Maria Eulinda F. SilveiraMaria Adelaide Batista da SilvaWalmir Alves Nogueira

BAHIA

Ana Maria Dantas SantangeloMaria do Carmo Santos GonçalvesRaimundo de Melo SouzaSimone de Souza Campos

CEARÁ

Agueda Maria Garcia CoelhoAntônio AraújoFrancisco João Moreira JuvêncioLuiziane Moreira do NascimentoRômulo George de Sales de Silveira

DISTRITO FEDERAL

Raimundo Antônio LopesRita de Cássia Pereira

ESPÍRITO SANTO

Adão Miguel SouzaCélia Ferreira PintoRogério Santos Araújo

MARANHÃO

Cleudes de Jesus AlvesIvanildo Barbosa de FariasJosarnaldo Ramos PauloMaria Amélia F.MeloMarlene Costa Furtado

MINAS GERAIS

Cibele Maria de Sá BavayJuliana Penido FigueiredoNeide de Sousa FedelesKeila Maria de Almeida Mattar

NÚCLEOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DAS SUPERINTENDÊNCIAS ESTADUAIS

SEDE

Cristina Jorge AntinoroElísio Márcio de Oliveira

Elizabete Lopes Pinheiro da FonsecaJosé Silva Quintas

Jovenal Cruz de SouzaMaria José Gualda OliveiraTerezinha Lúcia de Andrade

DIRETRIZES PARA OPERACIONALIZAÇÃO DOPROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Brasília, setembro de 1996

EQUIPE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO IBAMA

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MATO GROSSO

Jorge Antônio da SilvaJucileide Nunes dos SantosMaria Perpétua Martins NascimentoVenina Pedroso de Amorim Campos

MATO GROSSO DO SUL

Márcio Ferreira YuleValéria Soares Pereira Macedo

PARÁ

Bernadete Lurdes Miranda VasconcelosEvandro Angelo MenezesJucélia Vieira de Oliveira FreireOrnildo Antônio Lima de AndradeOtávio Peres de SousaRaimundo Otávio da Silva

PARAÍBA

Ana Maria Nogueira Falcão da SilvaGenice Carneiro Leal de NovaesGutemberg de Pádua MeloMaria de Loudes AlmeidaMaria do Socorro SantosMaria Margarida M. Duardo

PERNAMBUCO

Clemerson José P. da SilvaEulália Cristina da F.OliveiraEliana Maria Vieira Alves LinharesGilmar José BatistaJoão Bianor PessoaJoão Nelson SilvaRonaldo Arruda da Silva

PIAUÍ

Ana Helena Mendes LustosaDeolindo Moura NetoLúcia de Fátima Alves PontesMaria Isolda Montes Cardoso

PARANÁ

Maria de Lurdes GomesPaulo de Tarso Barreto de Faria

RIO DE JANEIRO

Carmem Luisa Pimentel NovaesCátia Maria RomãoMaria Auxiliadora André CostaSultânia Maria MussiWaleska de Oliveira Leal

JARDIM BOTÂNICO (RJ)

Ana Lúcia Duque AlfaiaIsmael Pereira BezerraMaria Manuela Mattos RuedaMaryane Vieira Saisse

RIO GRANDE DO NORTE

Amauri Fernandes GurgelDamião Dantas de SousaLiliane Lira RaposoUilson Paulo Campos

RONDÔNIA

Francisca FirminoReneide Martins da Silva

RORAIMA

Arinalda Cordeiro de AlmeidaEster Villanueva Seabra RiveroFrancisca Hélia P. DiasIracilda Gomes BatistaMaria de Fátima S. dos SantosRaquel da Silva Sobral

RIO GRANDE DO SUL

Maria Luiza Amaral da Rosa

SANTA CATARINA

Iara Vasco FerreiraMartha Tresiani Wallauer

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Série Meio Ambente em Debate

1 . Seminário sobre a Formação do Educador para Atuar no Processo de Gestão Ambiental - Anais2 . Modernidade, Desenvolvimento e Meio Ambiente - Cristovam Buarque3 . Desenvolvimento Sustentável - Haroldo Mattos de Lemos4 . A Descentralização e o Meio Ambiente - Aspásia Camargo5 . A Reforma do Estado - Cláudia Costim6 . Meio Ambiente e Cidadania - Marina Silva7 . Desenvolvimento Sustentável - Ignacy Sachs8 . A Política Nacional Integrada Para a Amazônia Legal - Seixas Lourenço

ARTE DITEC

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