diretrizes evangelização arquidiocese de manaus

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A promoção da pessoa e sua dignidade Partindo no nosso plano de evangelização podemos perceber que as urgências traçadas pela CNBB estão já contempladas. O nosso desejo atual é ver como Diretrizes e seminário iluminam o nosso plano de evangelização e o enriquecem. Trabalhar a dimensão da pessoa não significa simplesmente aproximá-las, mas sobretudo favorecer nela mudanças significativas que a tornem “parecida com Jesus”. O seminário sobre a pessoa nos ajudou a perceber que tipo de pessoa devemos “formar”. Um sujeito autônomo, fecundado na fé em Jesus Cristo, uma pessoa em relação consigo, com Deus e com os outros. Não uma pessoa fechada em si mesma, egoísta e individualista. Como construir esta pessoa em relação? -Cultivar o silencio e vivenciar positivamente a solidão. Não se ocupar demais, precisamos parar para pensar. Nos momentos de crise é necessário parar. - Conhecimento próprio: sem esta consciência como conhecer a trave do próprio olho que nos impede de ver a nossa hipocrisia pessoal, ou mesmo institucional e social que gera tanto sofrimento? - Amar a nós mesmos (como ao próximo). Se eu não me gosto como posso ser harmônico. - Capacidade de gratidão e de aceitar a gratuidade. A eficiência moderna e a urgência afetiva pósmoderna encobrem estes valores. Na comunidade elogia-se muito pouco o outro, agradece pouco. Sem gratidão e reconhecimento é mais difícil. A gratidão desarma a pessoa. Desarma o excesso de culpa e de desconfiança. - Tornar-se como criança. Saber contemplar e perceber: um aspecto importante da espiritualidade de Jesus. - Cultivar valores como a humildade e a confiança em Deus. - Capacidade de assombro e de admiração. A capacidade de ver e perceber as realidades positivas e desafiadoras. - Alegria e a capacidade de brincar. Isso para garantir a leveza do viver e conviver. - Desapego: precisamos ser mais livres das coisas e deixar de pensar de ser insubstituíveis. Nenhuma estrutura vai ser ágil se não for desapegada. - Capacidade de reconhecer no outro em sua dignidade e singularidade de pessoa PESSOA A fé cristã está a serviço da vida, por isso evangelizar implica em colocar-se a serviço da pessoa, de sua libertação integral, de sua humanização, conversão e inserção social. A proclamação do Evangelho deve atingir o coração das pessoas, proporcionando encontro pessoal com Jesus, caminho para o Pai, provocando uma resposta de fé comprometida com o Reino. Metas: 01. Evangelizar as pessoas, proporcionando uma experiência pessoal com Jesus Cristo, no itinerário da iniciação cristã, motivando-as para a vivência comunitária assumindo a sua identidade cristã. 02. Cuidar dos membros da comunidade, promovendo a formação humana e missionária, para que assumam o compromisso comunitário de se lançar na missão.

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Diretrizes de Evangelização da Arquidiocese de Manaus apresentadas durante o I Encontro de Pastorais de nossa paróquia.

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A promoção da pessoa e sua dignidade

Partindo no nosso plano de evangelização podemos perceber que as urgências traçadas pela CNBB

estão já contempladas. O nosso desejo atual é ver como Diretrizes e seminário iluminam o nosso

plano de evangelização e o enriquecem.

Trabalhar a dimensão da pessoa não significa simplesmente aproximá-las, mas sobretudo favorecer

nela mudanças significativas que a tornem “parecida com Jesus”.

O seminário sobre a pessoa nos ajudou a perceber que tipo de pessoa devemos “formar”.

Um sujeito autônomo, fecundado na fé em Jesus Cristo, uma pessoa em relação consigo, com

Deus e com os outros. Não uma pessoa fechada em si mesma, egoísta e individualista.

Como construir esta pessoa em relação?

-Cultivar o silencio e vivenciar positivamente a solidão. Não se ocupar demais,

precisamos parar para pensar. Nos momentos de crise é necessário parar.

- Conhecimento próprio: sem esta consciência como conhecer a trave do próprio olho que

nos impede de ver a nossa hipocrisia pessoal, ou mesmo institucional e social que gera tanto

sofrimento?

- Amar a nós mesmos (como ao próximo). Se eu não me gosto como posso ser harmônico.

- Capacidade de gratidão e de aceitar a gratuidade. A eficiência moderna e a urgência

afetiva pós–moderna encobrem estes valores. Na comunidade elogia-se muito pouco o outro,

agradece pouco. Sem gratidão e reconhecimento é mais difícil. A gratidão desarma a pessoa.

Desarma o excesso de culpa e de desconfiança.

- Tornar-se como criança. Saber contemplar e perceber: um aspecto importante da

espiritualidade de Jesus.

- Cultivar valores como a humildade e a confiança em Deus.

- Capacidade de assombro e de admiração. A capacidade de ver e perceber as realidades

positivas e desafiadoras.

- Alegria e a capacidade de brincar. Isso para garantir a leveza do viver e conviver.

- Desapego: precisamos ser mais livres das coisas e deixar de pensar de ser insubstituíveis.

Nenhuma estrutura vai ser ágil se não for desapegada.

- Capacidade de reconhecer no outro em sua dignidade e singularidade de pessoa

PESSOA

A fé cristã está a serviço da vida, por isso evangelizar implica em colocar-se a serviço da

pessoa, de sua libertação integral, de sua humanização, conversão e inserção social. A

proclamação do Evangelho deve atingir o coração das pessoas, proporcionando encontro

pessoal com Jesus, caminho para o Pai, provocando uma resposta de fé comprometida com o

Reino.

Metas: 01. Evangelizar as pessoas, proporcionando uma experiência pessoal com Jesus Cristo, no itinerário

da iniciação cristã, motivando-as para a vivência comunitária assumindo a sua identidade cristã.

02. Cuidar dos membros da comunidade, promovendo a formação humana e missionária, para

que assumam o compromisso comunitário de se lançar na missão.

Devemos:

a. Redescobrir o Deus de Jesus Cristo estudando e contemplando a vida-morte-ressurreição de Jesus com seriedade.

b. Apresentar caminhos de conversão que possibilitam um crescimento em liberdade, visando estabelecer relações mais verdadeiras.

c. desenvolver corajosamente uma reflexão e uma espiritualidade que enfrentem conceitos ainda muito enraizados como:

I. A rivalidade entre o poder de Deus e a liberdade humana. II. A desarticulação entre noção geral de Deus (onipotente e onisciente) e a noção

trinitária. d. Superar a atitude de suspeita que paira sobre a liberdade humana

Deveríamos favorecer a vivencia de tudo isso na nossa ação pastoral. Seria muito proveitoso

cultivar estas atitudes no meio das nossas lideranças para que sejam cada vez mais “imagens e

semelhança de Deus”, capazes de doação e gratuidade.

À luz destas indicações trazidas no seminário podermos verificar qual a intuição das Diretrizes: O estado permanente de missão só é possível a partir de uma efetiva iniciação à vida cristã.

Esta é a razão pela qual cresce o incentivo à iniciação à vida cristã, “grande desafio que questiona a fundo a

maneira como estamos educando na fé e como estamos alimentando a experiência cristã”. Trata-se, portanto,

de “desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã que conduza a um encontro

pessoal, cada vez maior com Jesus Cristo”, atitude que deve ser assumida em todo o continente latino-

americano e, portanto, também no Brasil. Este é um dos mais urgentes sentidos do termo missão em nossos

dias. É o desafio de anunciar Jesus Cristo, recomeçando a partir dele, sem “dar nada como pressuposto ou

descontado” É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus Cristo, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo.

(DGAE 2011- 2015, n. 39-40)

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DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2011-2015

URGÊNCIA 2 CRITÉRIOS PRÁTICAS

A partir de Jesus Cristo e na força do Espírito SantoCaminho Verdade e Vida

Iniciação à vida cristã

-Quem é Jesus Cristo?

-Paz, reconciliação e fraternidade

- Fundamentalismos

- Encontro pessoal, cada vez maior, com um acontecimento, uma Pessoa, pela ação da Igreja, de acordo com o jeito de cada povo-Admiração, resposta consciente e livre

- Implica anúncio, apresentação, proclamação- Meios antigos não possuem a mesma eficácia: família...- A Inciciação no se esgota na preparação aos sacramentos: exige acolhida, diálogo, partilha, Palavra, comunidade- Grupos de estilo catecumenal; novo perfil do evangelizador

- Catequese permanente: formação integral.-Processo que leve à união com Cristo-Atendimento personalizado

-Piedade popular: valorizar, estimular, purificar

-Pedagogia: argumentação sincera e rigorosa-Relação inter-pessoal na comunidade

-Iniciação-adultos não evangelizados- Crianças, adolescentes e jovens- Priorizar formação de leigos na Igreja Particular

Sentimos portanto a urgência de repartir de Jesus Cristo, assimilar as atitudes Dele, aprender dele e

com Ele o jeito de ser cristão hoje na Igreja e no mundo para que os nossos agentes de pastoral

sejam “agentes transformadores” na comunidade e na sociedade. Sem esta experiência profunda de

Jesus, sem um caminho de formação possível e pautado na Palavra será difícil constituir

comunidades capazes de viver a comunhão e acolher o diferente. Por isso o caminho de Iniciação à

vida crista poderia ser um dos caminhos a serem percorridos.

RENOVAÇAO DA COMUNIDADE

No seminário sobre a comunidade relembramos as pistas de ações escolhidas na APA.

COMUNIDADE

A comunidade se organiza e se estrutura para corresponder aos desafios do processo

de evangelização! Isto exige uma consistente pastoral de conjunto com estruturas mais ágeis, atuação diversificada nas diferentes realidades da Arquidiocese,

permeando de missionariedade nossas estruturas e ações evangelizadoras Metas:

01. Fortalecer a Pastoral de Conjunto, através do processo de iniciação cristã, suscitando e formando agentes e lideranças, na dimensão bíblica, em vista de uma ação missionária. 02. Enfrentar o fenômeno do subjetivismo religioso, cujos efeitos são: pluralismo religioso; apostasia silenciosa, mercado religioso, fragmentação pastoral, através do fortalecimento das comunidades.

A comunidade é lugar de encontro e espaço de comunhão. No documento de Aparecida já se dizia

que as nossas Igrejas deveriam se tornar “casas e escolas de comunhão”.

As nossas pistas de ação nos três ambitos pastorais repetem em vários pontos a importância da

formação bíblica, o valor do contato direto com a Palavra que transforma a vida e a ação pastoral.

O seminário nos alertaram sobre vários tipos de comunidade que poderíamos constituir, às vezes

empacadas e medrosa ao invés de dinâmicas e em constante caminho.

O que nos fortalece e nos unifica neste eterno peregrinar e viver em comunhão é a Palavra de Deus.

Ela nos ajuda a olhar no mesmo horizonte, a caminhar como discípulos missionários de Jesus, numa

atitude dinâmica e itinerante.

Por isso a terceira urgência das Diretrizes torna-se para nòs uma cativante proposta para crescer no

espírito comunitário e enfrentar os desafios de subjetivismo religioso, nos incentiva a fomentar o

processo di iniciação a vida crista.

Torna-se também o único horizonte perante o qual, todas as pastorais, movimentos e comunidades

de vida devem se inspirar para se tornar a Igreja de Jesus Cristo.

É, pois, no contato eclesial com a Palavra de Deus que o discípulo missionário, permanecendo fi el, vai

encontrar forças para atravessar um período histórico de pluralismo e grandes incertezas. Bombardeado a

todo o momento por questões que lhe desafiam a fé, a ética e a esperança, o discípulo missionário precisa

estar de tal modo familiarizado com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra que, mesmo abalado pelas

pressões, continue solidamente firmado em Cristo Jesus e, por seu testemunho, converta os corações que o

questionam (cf. At 16,16-34).

Ao se curvar diante da Palavra, o discípulo missionário sabe que não o faz isoladamente. Ele acolhe o dom

da Palavra na comunhão com esta mesma Palavra e com todos que também a acolhem. Acolhe o dom da

Palavra na Igreja e com toda a Igreja. Assim, a Palavra é saboreada na alteridade, na gratuidade e também na

eclesialidade.

Quanto bem tem feito, pelo Brasil afora, nas mais diversas realidades, a leitura da vida à luz da Palavra!

Quantas comunidades se nutrem dominicalmente da Palavra de Deus, experimentando a força deste alimento

salutar! Quanta riqueza evangelizadora acontece nos Círculos Bíblicos, nos Grupos de Reflexão, nos Grupos

de Quadra e outros similares! (cfr. DGAE 2011-2015, n.47.51)

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DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2011-2015

URGÊNCIAS (3) CRITÉRIOS PRÁTICAS

Alimentada pela Palavra de Deus

Animação bíblica da vida e da pastoral

-Emocionalismo e sentimentalismos- Fundamentalismo eRelativismo

- Lugar do encontro com Cristo- Para enfrentar o pluralismo e

as incertezas- Sede da Palavra que guia,

tranquiliza, impulsiona, envolve

- Não se abater diante da manipulação da Escritura

- Reconhecer e testemunhar que a Palavra é de Deus

- Saboreada na alteridade, gratuidade e eclesialidade

- Ter a Bíblia e ajudar a ler corretamente

- Capacitar em conteúdos e pedagogia

-Equipes de animação bíblica

-Círculos bíblicos

Leitura orante : caminho para o encontro, luz para a vida - Liturgia

-Formação continuada dos ministros da Palavra e dos leitores

-Homilia: atualiza a mensagem de Bíblia

Evita:

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DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2011-2015

URGÊNCIAS (4) CRITÉRIOS PRÁTICAS

Como Igreja discípula, missionária e profética

Comunidade de comunidades

- Enfraquecimento das instituições e das tradições- Individualismo- Criterios das leis do mercado- Rotatividade

- A fé é vivida em comunidade-Iluminar com a Boa Nova no mundo urbano-Perspectiva profética-Diálogo-Participação de todos

- Vínculos afetivos e efetivos- Comunidades transterritoriais, ambientais e afetivas-CEBs e outras comunidades- Palavra, sacramentos, compromisso, solidariedade

-Pastoral: Evitar concorrências, desgastes inúteis e ambiguidades- O desafio daqueles que vão pastorear as comunidades- Valorizar a atuação do laicato em favor das comunidades

-Setorização de paróquias-CEBs: forma privilegiada-Outras formas de pequenas comunidades, movimentos, grupos de vida e oração...- Paróquias irmãs; Igrejas irmãs

-Pastoral vocacional

A participação na construção da sociedade justa e solidária

SOCIEDADE

O escândalo da exclusão e da violência na sociedade consumista nos interpela à

realização da solidariedade! Daí a necessidade de direcionamento da ação evangelizadora para os pobres de modo que cada comunidade cristã se torne num

poderoso centro de irradiação do Reino da vida, mais comprometida com a cultura da paz e com o meio ambiente, servindo-se da política como um canal ordinário de reflexão e respostas sistemáticas. A Igreja deve estar presente como advogada da

justiça e dos pobres. Sua postura profética de proferir os desígnios de Deus para a

realidade a coloca do lado dos vitimados

Metas: 01. Viver uma ética a partir do Evangelho, investindo na educação da fé e da cidadania,

promovendo a defesa da vida: na família, na política, no meio ambiente, na educação, nas

relações de gênero e o combate a todas as formas de violência.

02. Ser uma Igreja Profética que fortalece a identidade cristã, promovendo a cultura da Paz, integrando fé e vida.

O compromisso social tem suas raízes na fé da pessoa que faz um verdadeiro encontro com

Jesus e, fortalecida pela vivencia comunitária, torna-se sal e luz, nesta sociedade sedenta de

“alternativas de vida” combatendo assim uma “cultura de morte”. Num mundo caracterizado pela

pluralidade de culturas e costumes precisamos assumir decididamente uma atitude missionária que

nos torne mais ousados e nos permita de viver em plenitude o nosso Batismo.

É necessário compreender as dinâmicas da sociedade atual, aproximar-se dela para perceber onde a

vida está mais ameaçada e, partindo dos mais pobres, oferecer caminhos de esperança e vida plena.

Após uma atenta análise da sociedade atual, no seminário sobre esta temática podemos perceber que

a nossa sociedade precisa de pessoas e comunidade que sejam profundamente identificadas com

Jesus Cristo e tenham coragem de professar a própria fé em todos os contextos onde estão inseridos.

A pedagogia que nos é proposta é a do texto dos Discípulos de Emaus. São traçados os passos que

precisaríamos percorrer no nosso dia a dia para se aproximar da sociedade de hoje.

Tendo claro que a grande novidade que devemos anunciar ao mundo é a novidade do Reino de

Deus e que, no coração dele estão os pobres, precisamos partir da pratica de Jesus e a pedagogia que

isso nos ensina.

Onde achamos Jesus?

- na montanha: precisamos ser pessoas de oração, em constante comunhão com o Pai, atentos aos

sinais do Espírito.

- na casa dos amigos: precisamos reaprender a partilhar, a se alegrar com a presença do outro. “A

mesa é o lugar onde se partilha. O que dà tempero à comida é a presença do outro”. Perder tempo

com o outro, escuta-lo, acolhe-lo. Também a Eucaristia se celebra a redor de uma mesa. Precisamos

reaprender a cultivar a vida em comunidade (encontro, festa, família)

- no caminho: Compaixão não é dar coisas, é dar o próprio tempo, é dar a si mesmo, é fazer própria

a paixão do outros. Jesus ia onde não podia ir, percorria os lugares mais suspeitos. Foi o maior

transgressor. Ele havia um contato direto com o Pai, estava muito acima da Lei. São Paulo diz:

“quem ama está acima da Lei”. Eis a dimensão da MISSAO

Qual a pedagogia dele:

- 1° passo: fazer - se forasteiro. Se inserir no meio do povo para conhecer o outro a fundo, escutar

os discursos nas paradas de ônibus, no distrito industrial, nas lojas e shopping. Uma profunda

inserção na realidade onde estamos.

- 2° passo: estabelecer um dialogo. Através do dialogo perceber quais as sedes do povo. Temos

que construir relacionamentos simples e deixar a vida se manifestar.

- 3° passo: fazer o convite. Precisamos “descer no inferno de muitas realidades familiares” porque

esta é a atitude de Deus. Precisa entrar nestes “infernos” que muitas vezes são as famílias e ficar

escutando. Tomar café nas casas é um simples gesto que coloca a pessoa no centro. Quando as

portas da Igreja abertas não são acolhedoras, devemos ser acolhida viva. Convite: é passar pelos

infernos dos sofrimentos. Isso é missionariedade na Arquidiocese. A gratuidade é fundamental:

deixe-se convidar, deixa o povo te convidar. O toque é a linguagem de quem muito ama e de quem

muito sofre. O povo quer tocar em Deus e quer tocar nele através de nós. A carne se fez Verbo: esta

é a lógica contraria. O povo se sente Igreja quando a Igreja se faz próxima dele, quando oferecemos

o nosso tempo.

- 4° passo: sentar a mesa com o outro, que tem algo a me dizer.

- 5° passo: proclamar a Palavra experimentada.

Reencontramos este convite de “fazer-se próximo na sociedade de hoje” nas diretrizes. A defesa da

vida é colocada como prioridade e são indicados rostos aos quais devemos dar vida e esperança.

Ao mergulhar nas profundezas da existência humana, o discípulo missionário abre seu coração para todas as

formas de vida ameaçada desde o seu início até a morte natural. Na medida em que nenhuma vida existe

apenas para si, mas para outras e para Deus, este é um tempo mais do que propício para a articulação e a

integração de todas as formas de paixão pela vida. Só assim conseguiremos, de fato, vencer os tentáculos da

cultura de morte.

Contemplando os diversos rostos de sofredores, desta Terra de Santa Cruz, especialmente, os “novos rostos

dos pobres” o discípulo missionário enxerga, em cada um, o rosto de seu Senhor: chagado, destroçado,

flagelado (Is 52,13ss). Seu amor por Jesus Cristo e Cristo Crucificado (1Cor 1,23-25) leva-o a buscar o

Mestre em meio às situações de morte (cf. Mt 25,31-46). Leva-o a não aceitar tais situações de morte, sejam

elas quais forem, envolvendo-se na preservação da vida. O discípulo missionário não se cala diante da vida

impedida de nascer seja por decisão individual, seja pela legalização e despenalização do aborto. Não se cala

igualmente diante da vida sem alimentação, casa, terra, trabalho, educação, saúde, lazer, liberdade, esperança

e fé. Torna-se, deste modo, alguém que sonha e se compromete com um mundo onde seja, efetivamente,

reconhecido o direito a nascer, crescer, constituir família, seguir a vocação, crer e manifestar sua fé, num

mundo onde o perdão seja a regra; a reconciliação, meta de todos; a tolerância e respeito, condição de

felicidade; a gratuidade, vitória sobre a ambição. O discípulo missionário reconhece que seu sonho por vida

eterna leva-o a ser, já nesta vida, parceiro da vida e vida em plenitude.

Daí “ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres”, “implícita à fé cristológica naquele Deus

que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza” e que deverá “atravessar todas as suas

estruturas e prioridades pastorais” manifestando-se “em opções e gestos concretos”. (DGAE 2011-2015, n.

67.69).

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DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2011-2015

URGÊNCIAS (5) CRITÉRIOS PRÁTICAS

Alimentada pela Eucaristia...À luz da evangélica opção preferencial pelos pobres para que todos tenham vida

A serviço da vida plena para todos

Evangelho da vida- Doutrina Social da Igreja

-Igreja samaritana- Coração aberto a todas as formas de vida ameaçada-Contemplar os diversos rostos sofredores- Enfrentar as urgências que decorrem da miséria e da exclusão- Respeito

- Profetismo-Não aceitar situações de morte, preservação da vida: visão crítica- Não pactuar com a corrupção- Ressaltar a vida no planeta-Importância da atuação no mundo da política

-Diálogo, alteridade

-Família, eixo transversal - Crianças e jovens mais expostos aos perigos- desemprego- subemprego- migrantes-Inclusão dos indígenas e africanos

ATITUDES- respeito às diferenças- ecologia humana- Participação social - políticas públicas- Formação de pensadores - Aproximar fé e razão pelo diálogo

A dimensão da missão portanto é evidente, salientada e refletida no II Congresso Missionário da

Arquidiocese de Manaus. Ela perpassa todo o nosso Plano de Evangelização mas deve descer nas

nossas paróquias, áreas missionárias, pastorais e movimentos com mais ênfase.

Como diz a 1° Urgência das novas Diretrizes: No atual período da história, marcado pela mudança de época, a missão assume um rosto próprio, com, pelo

menos, três características: urgência, amplitude, inclusão.

- A missão é urgente em decorrência da oscilação de critérios.

- É ampla e includente, porque reconhece que todas as situações, tempos e locais são seus

interlocutores.

Até mesmo o discípulo missionário é, para si, um destinatário da missão, na medida em que está inserido

nesta mudança de época, com referências fl ácidas e valores nem sempre efetivamente sedimentados (Mt

13,5-6.20-21). Trata-se, portanto, de suscitar, em cada batizado e em cada forma de organização eclesial,

uma forte consciência missionária, sem a qual os discípulos missionários não contribuirão efetivamente para

o novo que haverá de surgir na história. (DGAE 2011-2012, n.31)