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DIRETORIA TÉCNICAAssessoria de Informações Gerenciais
Abril 2008
A COMPETITIVIDADE INTERNACIONALDAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Resumo Executivo e Quadros
Abril 2008
É bem conhecida
a importância da Aviação Comercial Brasileira,
seja como
fator essencial de nossa economia,
ou como
elemento estratégico na integração nacional
e na representação externa de nosso país.
A aviação comercial brasileira
ocupa posição significativa em nosso continente,
tanto pelo porte de suas operações domésticas
como pelo vulto e abrangência de seus serviços internacionais.
Nossas empresas têm apresentado
notáveis índices de
produtividade, crescimento e eficiência.
No contexto mundial, entretanto,
as atividades aeronáuticas da América do Sul
ainda são muito pequenas,
se comparadas àquelas
das chamadas “regiões de pleno desenvolvimento”.
Nos serviços aéreos internacionais,
uma representativa faixa do Hemisfério Norte
(especialmente América do Norte, Europa e Ásia)
possui mais de sessenta por cento do tráfego.
As demais regiões do mundo ocupam
posições nitidamente periféricas,
com muito menos tráfego aéreo.
PRINCIPAIS FLUXOS DE TRÁFEGO INTERNACIONAL, PASSAGEIROSPARTICIPAÇÃO PERCENTUAL NO TOTAL MUNDIAL - PAX x Km
2
AMÉRICADO
NORTE
AMÉRICACENTRAL
MÉDIOORIENTE
1
DO SULAMÉRICA
EUROPA
10
ORIENTE
9
23
3
3
3 5
21
14
5
5
23
2
OR
IEN
TE
OC
EA
NIA
AM
ÉR
ICA
DO
NO
RT
E
ÁFRICA
1
OCEANIA
10
10
QUADRO 01
Mesmo reconhecendo-se
a importância relativa da aviação comercial brasileira
– o conjunto dos serviços domésticos e internacionais –
no âmbito do Mercosul, da América do Sul, e da América Latina,
vê-se que ainda é muito pequena
em comparação com
as maiores potências aeronáuticas mundiais
AMÉRICA DO NORTE
EUROPA
ÁSIA
AMÉRICA LATINA
MERCOSULBRASIL
TRÁFEGO AÉREO DE PASSAGEIROSINTERNACIONAL E DOMÉSTICO
40 %
35 %
17 %
4 %
2 % 1,4 %
PARTICIPAÇÃO NO
TOTAL MUNDIAL
(SEM MÉXICO)
QUADRO 02
Analisando-se o total do tráfego aéreo mundial
(serviços internacionais)
segundo os diferentes pontos de vista,
vê-se o quanto representa
para as empresas norte americanas
e para as européias
seu tráfego para a América do Sul,
e, em contrapartida,
o quanto este mesmo tráfego
representa para as empresas sul-americanas.
MERCADOS INTERNACIONAIS VISTOS PELAS ÓTICAS DAS :
TRANSPORTADORASNORTE-AMERICANAS
EUROPA 51%
AMÉRICA CENTRAL(Incl. MÉXICO) 7%
AMÉRICA DO SUL 7%
EXTREMO ORIENTE 24%
AMÉRICA DO NORTE (INTERNO) 6%
OCEANIA 5%
AMÉRICA DO NORTE 34%
EUROPA (INTERNO) 16%
EXTREMO ORIENTE 23%
ORIENTE MÉDIO 6%
AMÉRICA CENTRAL 5% (Incl. MÉXICO)AMÉRICA DO SUL 5%
OCEANIA 3%
ÁFRICA 8%
AMÉRICA DONORTE 40%
EUROPA 40%
AMÉRICA DO SUL (INTERNO) 12%
OUTROSMERCADOS 8%
AMÉRICA DO NORTE E: EUROPA E: AMÉRICA DO SUL E:
TRANSPORTADORASEUROPÉIAS
TRANSPORTADORASSUL-AMERICANAS
QUADRO 03
Examinando-se mais particularmente
algumas das maiores empresas mundiais
atualmente servindo o mercado internacional brasileiro,
vê-se a
desproporção
face às competidoras de bandeira brasileira.
O TRANSPORTE AÉREO NO MUNDOCOMPARAÇÃO ENTRE EMPRESAS
QUADRO 04
PASSAGEIROS- QUILÔMETROS PAGOS(bilhões de RPK)
AMERICAN 224,5AIR FRANCE – KLM 197,5UNITED 189,1DELTA 159,2CONTINENTAL 127,5BRITISH 114,8LUFTHANSA 110,3JAL 95,8IBERIA 52,5
TAM 26,3GOL 14,8VARIG 13,0
Fonte – Air Transport World - dados 2006
O TRANSPORTE AÉREO NO MUNDOCOMPARAÇÃO ENTRE EMPRESAS
QUADRO 05
RECEITA OPERACIONAL(bilhões de US$)
AIR FRANCE - KLM 22,6LUFTHANSA 25,4AMERICAN (AMR) 22,6JAL 19,5UNITED 19,3DELTA 17,2BRITISH 16,7CONTINENTAL 13,1
TAM 3,4GOL 1,8
Fonte – Air Transport World - dados 2006
Algumas das
mais importantes competidoras européias
tiveram suas finanças saneadas,
no decorrer da década passada,
graças a significativos
aportes de capital
feitos pelos respectivos governos,
com a devida autorização da União Européia.
ALGUMAS EMPRESAS EUROPÉIAS
APORTES DE CAPITAL DOS
RESPECTIVOS GOVERNOS
AIR FRANCE 3 bilhões de dólares em 1994
TAP Air Portugal 900 milhões de dólares em 1998
ALITALIA total de 2 bilhões de dólares até 1998
IBERIA total de 1 bilhão 333 milhões de dólares entre 1992 e 1999
QUADRO 06
Logo após os atentados terroristas de
11 de setembro de 2001,
de grande impacto
sobre a aviação comercial de todo o mundo,
e, em particular sobre a dos EUA,
as empresas daquele país
apressaram-se a
pleitear socorro e ajudas governamentais
– diretas ou indiretas –
que totalizaram cerca de 24 bilhões de dólares
Nos EUA,
as empresas aéreas normalmente
recebem subsídios do Governo
para operação e manutenção de parte de suas frotas,
através da adesão ao programa CRAF (“Civil Reserve Air Force”),
que objetiva
preparar os equipamentos para
suporte às atividades militares,
em caso de necessidade.
Além da
disparidade de dimensões
face às principais competidoras internacionais,
as empresas brasileiras também enfrentam
as fortes desvantagens
que constituem o chamado “Custo Brasil”
O chamado “Custo Brasil”:
Consiste de, entre outras, a incidência onerosa e desigual de:
- custo de combustíveis e lubrificantes;
- custo de seguros de aeronaves;
- custo do capital imobilizado em peças de reposição;
- o peso dos encargos sociais, regulamentações profissionais, etc;
- os juros de financiamento de capital de giro;
- o custo de aquisição (financiamentos, “leasings”,etc) de aeronaves;
- o custo de aquisição dos equipamentos de solo;
- as taxas de pouso e proteção ao vôo;
- a incidência dos tributos, em geral.
QUADRO 07
COMBUSTÍVEL DE AVIAÇÃO (QAV)ÍNDICES DE PREÇOS 2006 e 2007 (dez 2005 = 100)
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
D.05 J.06 F M A M J J A S O N D.06 J.07 F M A M J J A S O N D.07
Fonte: ANP
Tarifa Pouso/Decolagem base A 330 (dados TAM)
0
500
1000
1500
2000
2500
LHR FRA SCL MXP MIA CCS EZE GIG GRU JFK CDG MAD
US
Dóla
res
QUADRO 08
A evolução do mercado internacional brasileiro
(empresas brasileiras e estrangeiras)
tem mostrado, no longo prazo,
crescimento consistente, de cerca de 6,5% ao ano.
Houve, porém, oscilações a partir de 1999,
reflexos da situação econômica e cambial da época,
seguidas de vigorosa retomada de crescimento
a partir de 2003.
As empresas brasileiras começam, entretanto,
a perder participação a partir de 1999,
reflexo de renegociações de acordos bilaterais
que se mostraram desvantajosos para o Brasil.
QUADRO 09
MERCADO BRASILEVOLUÇÃO DA DEMANDA INTERNACIONAL
Empresas Brasileiras e Estrangeiras
0
10
20
30
40
50
60
70
80
RP
M (
bilh
ões
)
RPK Total (Bras+Estrang)
RPK Empresas Brasileiras
RPK Empresas Estrangeiras
Fonte: ANAC
A bandeira brasileira,
que até 1998 participava do mercado em relativo equilíbrio
face às competidoras estrangeiras,
sofre, a partir de 1999,
perda acelerada
de sua posição no mercado internacional brasileiro.
QUADRO 10
PARTICIPAÇÂO NA DEMANDA INTERNACIONAL
20
30
40
50
60
70
80
PA
RT
ICIP
AÇ
ÃO
(%
)
Participação Emp. Brasileiras
Participação Emp. Estrangeiras
Fonte: ANAC
Deve ser destacado o
esforço das empresas brasileiras na
busca da maior eficiência,
obtendo índices de produtividade e custos
comparáveis a várias das poderosas congêneres estrangeiras,
a despeito dos
grandes óbices enfrentados (“Custo Brasil”, etc).
As poderosas competidoras estrangeiras podem, entretanto,
sustentar facilmente competição predatória,
face às desproporções que se verificam
quando comparadas às empresas brasileiras.
O Brasil não pode ter uma
aviação comercial enfraquecida ou dependente.
Cabe, pois, zelar-se para que
a competição se dê em ambiente equilibrado,
sem práticas potencialmente
danosas ou destrutivas
ao Transporte Aéreo Comercial Brasileiro
DIRETORIA TÉCNICAAssessoria de Informações Gerenciais
Abril 2008