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Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial Colégio Militar de Fortaleza 3º ano do Ensino Médio 1 Professor Vinícius Vanir Venturini [email protected] Revisado ________ TC Jean Cid (coord. de disciplina) Nota de aula 03.3 - principais organizações e blocos econômicos Liga (ou Sociedade) das Nações A Liga das Nações, ou Sociedade das Nações, criada ao término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com sede em Genebra, na Suíça, foi a primeira organização internacional de escopo universal em bases permanentes, voluntariamente integrada por Estados soberanos com o objetivo principal de instituir um sistema de segurança coletiva, promover a cooperação e assegurar a paz futura. Os 26 artigos do Pacto da Liga foram incorporados à primeira parte do Tratado de Versalhes, tratado de paz entre as potências aliadas e associadas, de um lado, e a Alemanha derrotada, de outro, assinado em Versalhes em 28 de junho de 1919. A organização praticamente deixou de funcionar com a eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939, e foi oficialmente desativada em abril de 1946. Obs.: foi no interior da Liga que se fundou a Corte Permanente de Justiça Internacional, com sede em Haia, nos Países Baixos, que se transformou na atual Corte Internacional de Justiça, o principal órgão de justiça da Organização das Nações Unidas, ONU; Crise de 1929 Além do excesso de produção A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira. Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já apresentava índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos. Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a 1ª Guerra Mundial, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano. O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a 1ª Guerra Mundial). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo. Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas. Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou. Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária . Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis. O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizassem para logo em seguidas revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem - pois havia muitos compradores - e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana.

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Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial Colégio Militar de Fortaleza

3º ano do Ensino Médio

1 Professor Vinícius Vanir Venturini

[email protected]

Revisado

________ TC Jean Cid

(coord. de disciplina)

Nota de aula 03.3 - principais organizações e blocos econômicos

Liga (ou Sociedade) das Nações A Liga das Nações, ou Sociedade das Nações, criada ao término da Primeira Guerra

Mundial (1914-1918), com sede em Genebra, na Suíça, foi a primeira organização internacional de escopo universal em bases permanentes, voluntariamente integrada por Estados soberanos com o objetivo principal de instituir um sistema de segurança coletiva, promover a cooperação e assegurar a paz futura.

Os 26 artigos do Pacto da Liga foram incorporados à primeira parte do Tratado de Versalhes, tratado de paz entre as potências aliadas e associadas, de um lado, e a Alemanha derrotada, de outro, assinado em Versalhes em 28 de junho de 1919.

A organização praticamente deixou de funcionar com a eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939, e foi oficialmente desativada em abril de 1946.

Obs.: foi no interior da Liga que se fundou a Corte Permanente de Justiça Internacional, com sede em Haia, nos Países Baixos, que se transformou na atual Corte Internacional de Justiça, o principal órgão de justiça da Organização das Nações Unidas, ONU;

Crise de 1929 Além do excesso de produção

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.

Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já apresentava índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos.

Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a 1ª Guerra Mundial, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano.

O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a 1ª Guerra Mundial). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.

Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas.

Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.

Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis.

O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizassem para logo em seguidas revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem - pois havia muitos compradores - e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana.

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Quebra da bolsa de Nova Iorque Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito

desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse processo foi explicado por Hobsbawm da seguinte maneira:

O que acontecia, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso [1].

A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado não tive condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.

Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.

Consequências da Crise de 1929 Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-

se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo).

Observe alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos: PIB (Produto Interno Bruto) nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%, o desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% anteriormente da crise), importações caíram 70%, exportações caíram 50% (claro reflexo na balança comercial, agora deficitária), diminuíram em 90% os empréstimos internacionais, a produção industrial caiu, no ao menos 30%, a produção de automóveis foi reduzida em 50%, salário médio na indústria caiu 50% e a falência de milhares de empresas e bancos.

Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora.

A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos, destacando os seguintes países: Grã-Bretanha: 23%, Bélgica: 23%, Suécia: 24%, Áustria: 29%, Noruega: 31%, Dinamarca: 32%, e Alemanha: 44%.

A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3.

Consequências da Crise de 1929 no Brasil O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que sofreu mais com a

recessão econômica foi a de produção do café - o principal produto de exportação do país. O Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal

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consumidor da nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80% do nosso café).

Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o preço do produto despencou. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas como presidente provisório.

A mudança política em si que aconteceu nesse período já é levantada pelos historiadores como uma consequência indireta da recessão sobre o nosso país. Além disso, as exportações do café brasileiro reduziram-se por volta de 60%, e o preço do café no mercado internacional caiu cerca de 90%. Com isso, o governo resolveu agir.

A medida de Vargas na economia foi a de proteger o principal produto do país. Para isso, foi criado o Conselho Nacional do Café (CNC) em 1931. Para conter a queda no valor do café, o governo decidiu realizar a compra das sacas que estavam paradas para aumentar o valor do café no mercado internacional. As sacas que foram compradas pelo governo eram incendiadas. Essa prática estendeu-se durante treze anos, resultando na destruição de 78,2 milhões de sacas de café. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm, acessado em 26 de maio de 2020.

2ª Guerra Mundial (1939 - 1945)

Historiadores entendem que esse conflito foi um desdobramento da Primeira Guerra Mundial. Eles destacam que o Tratado de Versalhes, assinado ao final do primeiro conflito, exigiu da Alemanha o pagamento de impostos rígidos e altos.

O pagamento dessas taxas afetou a economia alemã. A elevação exagerada da inflação prejudicou a qualidade de vida da população. Essas condições criaram fatores essenciais para o surgimento do governo nacionalista de Hitler.

O conflito se iniciou em setembro de 1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia, sob o comando de Adolf Hitler. França e Inglaterra se posicionaram contra o governo da Alemanha e declararam guerra ao país.

O conflito dividiu o mundo em dois grupos: ● o Eixo composto pelos países da, Itália, (Roma), Alemanha (Berlim) e Japão (Tóquio); ● e os Aliados eram a Inglaterra, União Soviética (URSS), França e Estados Unidos. Obs.: assim como na 1ª Guerra Mundial, novamente Estados Unidos e a Rússia, União Soviética, são aliados militares;

Outros países se envolveram na guerra, porém, sempre sob o comando dessas forças principais. A Segunda Guerra Mundial também pode ser dividida em três fases:

As vitórias do Eixo (1939-1941): nesse período, o grupo conseguiu conquistar o norte da França, a Polônia, Ucrânia, Iugoslávia, Noruega e o norte da África, o equilíbrio das forças (1941-1943): após o bombardeio a Pearl Harbor, os americanos passaram a lutar junto aos aliados. Isso promoveu um equilíbrio entre as forças, a princípio, e depois reverteu a situação da guerra, e a vitória dos Aliados (1943-1945), o Eixo entrou em uma fase de sucessivas derrotas, que levou à vitória dos Aliados e à assinatura da rendição.

Não existe uma única batalha decisiva na Segunda Guerra Mundial. No entanto, algumas delas foram importantes porque deram origem a eventos decisivos. Alguns exemplos são: ● Invasão da Polônia por Hitler, em setembro de 1939, deu início à guerra; ● Campanha da França (1940), o Eixo conseguiu vencer o Reino Unido, Polônia, Bélgica e Países Baixos; ● Ataque do Japão à base americana de Pearl Harbor, provocando a união dos Estados Unidos com os Aliados; ● Cerco a Leningrado (1941 a 1944), forças do Eixo tentaram vencer a Rússia, mas não tiveram sucesso; ● Invasão da Normandia (1944): também conhecida como Dia D, marcou uma importante reação dos Aliados contra o Eixo; ● Batalha de Stalingrado (1942 a 1945), forças do Eixo tentaram derrotar a Rússia, a URSS, mas foram vencidas pelo inverno russo.

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Bombardeio nuclear Um dos mais chocantes eventos foi a destruição das cidades japonesas de Hiroshima

e Nagasaki. Elas foram bombardeadas pelos Estados Unidos, que utilizou bombas atômicas nessa ofensiva. Esse ataque foi uma resposta ao Japão por terem devastado Pearl Harbor.

O ataque aconteceu depois que o Japão já havia assinado o tratado de rendição, o que tornou o acontecimento ainda mais inaceitável para as outras nações.

Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial No início da Segunda Guerra o Brasil se mantinha em neutralidade, pois o país tinha

relações e acordos econômicos com a Alemanha, mas esse fato foi rompido após pressões norte-americanas para conseguir apoio do Brasil na guerra.

A reação da Alemanha em saber que o Brasil se juntaria com os Aliados, não foi das melhores. A Alemanha enviou submarinos que afundaram navios brasileiros, causando a morte de cerca de 500 pessoas. No mesmo mês do ataque, no ano de 1944, o Brasil declarou guerra à Alemanha.

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, com Getúlio Vargas na presidência do país, teve início em 1944 enviando cerca de 25 mil soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar ao lado dos aliados. Eles permaneceram em combate por sete meses, em que a FEB contabilizou três mil feridos e 450 mortos.

Contudo, a participação no Brasil teve a sua importância. Os soldados conseguiram tomar cidades importantes que estavam em comando dos alemães, como Turim, Monte Castelo, entre outras. Além disso, o Brasil ajudou os EUA na libertação da Itália, que se encontrava em domínio da nação alemã.

Consequências da 2ª Guerra Mundial A Segunda Guerra Mundial deixou marcas que duraram décadas. Em um primeiro

momento, as nações sentiram o grande impacto da destruição de fábricas, cidades arrasadas por bombardeios, redução da produção industrial e agrícola, necessidade de reconstruir toda a infraestrutura de transporte, entre outras.

A Inglaterra, que até então ocupava um espaço central na política mundial, perdeu esse espaço para os Estados Unidos e a Rússia, União soviética. No entanto, esses países não estabeleceram uma posição de liderança conjunta. Eles polarizaram o mundo em dois blocos, iniciando uma corrida armamentista conhecida como Guerra Fria.

No campo humano, ocorreram as maiores perdas. A estimativa é de que 55 milhões de pessoas morreram devido ao conflito. Para evitar outros acontecimentos como esse, em 1945 foi criada a ONU - Organização das Nações Unidas. Seu objetivo é mediar os conflitos que surgem entre os países e tomar as medidas necessárias para promover e manter a paz mundial.

Conferência (acordo) d e Bretton Woods

As negociações para o estabelecimento de um Sistema Monetário Internacional (SMI) começaram, entre os Estados Unidos da América e o Reino Unido, ainda no decorrer da Segunda Guerra Mundial, em julho de 1944. Os dois países tentaram estabelecer um padrão comum, perante o qual seriam definidos os valores das moedas nacionais.

Chegando a um acordo, definiram o ouro-dólar como esse padrão. O ouro era um metal precioso cujo valor não sofria grandes flutuações e o dólar foi escolhido porque, no final da guerra, a economia norte-americana era considerada a mais estável. O acordo assentava em três bases fundamentais: a convertibilidade de todas as moedas que participam no SMI, a paridade das moedas e o equilíbrio das balanças de pagamentos.

O acordo ainda previa a não menos importante criação de instituições financeiras mundiais que se encarregariam de dar o sustento necessário ao modelo que estava sendo criado, que seriam: "Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento", mais tarde renomeado para Banco Mundial, que funciona até hoje como uma espécie de Agência de Crédito tamanho família, destinada a fornecer capitais para políticas e projetos de desenvolvimento no mundo todo. Além desta seria criado o FMI (Fundo Monetário Internacional), uma espécie de "caixinha" de todos os países, que poderiam fazer

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movimentações de dinheiro caso necessitassem de injeção de capitais em sua economia, respeitando, claro, alguns preceitos de disciplina fiscal a serem ditados pelos dirigentes do fundo. Obs1.: o sistema de Bretton Woods funcionou com sucesso até dos anos 60, momento em que surgiram os primeiros problemas. A principal causa da crise foi a desvalorização do dólar norte-americano. Em 1970, a crise econômica e política dos EUA levou ao colapso definitivo do sistema instituído em Bretton Woods. A decadência do dólar ocorre relacionada a corrida espacial, corrida armamentista, envolvimento na Guerra do Vietnã, e, em especial, devido as sucessivas crises do petróleo na década de 70; Obs2.: entre os fatos relacionados a consolidação da hegemonia norte-americana pós-Segunda Guerra Mundial, destacam-se: a Conferência de Bretton Woods, em 1944, pela qual ficou estabelecido que o dólar passaria a ser a principal moeda de reserva mundial, a crescente participação das transnacionais norte-americanas no exterior, em especial na Europa e em alguns países subdesenvolvidos, como Brasil, México, etc, expansão dos bancos norte-americanos, com a transnacionalização de sua moeda (dólar), e a descolonização da Ásia e da África, que criou dificuldades econômicas para os países europeus e abriu oportunidades para os Estados Unidos;

Evolução do capitalismo Debate entre Keynes - intervencionista e Hayek - liberal

O debate entre Hayek e Keynes foi o mais fundamental na Economia Monetária do século XX. Keynes apresentava argumentos de intervenção governamental se utilizando da linguagem do Liberalismo, algo que lhe rendeu a insígnia de “salvador do Capitalismo”, quando na verdade ele era defensor da inflação e da centralização de poder (estatal) na economia. Fato é que o Keynesianismo se tornou cada vez mais popular durante o século XX, e as contribuições de Hayek foram sendo renegadas. Mas Hayek encontrou o problema fundamental da economia de Keynes: sua incapacidade de compreender o papel desempenhado pelas taxas de juros e pela estrutura de capital na economia de mercado.

Hayek - liberal e a fundamentação do totalitarismo inerente ao socialismo Quando a comunidade intelectual foi se tornando cada vez mais socialista, com a promessa de justiça social creditando o Socialismo como sistema econômico justo, Hayek era visto como um reacionário perdedor dos debates. Ele não se deu por vencido, e em 1944 publicou “O caminho da servidão”, com as observações que havia feito na Alemanha Nazista e que começavam a aparecer na Grã-Bretanha. Além da impossibilidade técnica do cálculo econômico sob o Socialismo, Hayek fez os socialistas enfrentarem também o inevitável totalitarismo consequente. Afinal, a centralização de poder para decidir o que e como os indivíduos podem produzir, vender e consumir significa controle para ferir liberdades e negar direitos. O século XX está cheio de episódios de derramamento de sangue das vítimas de experimentos socialistas, tendo eles sido feitos por Stalin, Hitler, Mao, Pol Pot, e outros que cometeram crimes hediondos contra a humanidade em nome das variantes do Socialismo, um exemplo é o Holodomor. Hayek mostrou que o totalitarismo não é um acidente advindo de más escolhas de líderes que deturparam o Socialismo, e sim o resultado lógico da ordem institucional de seu planejamento.

Organização das Nações Unidas - ONU Criada ao término da 2ª Guerra Mundial, a Organização das

Nações Unidas - ONU, tem como objetivo principal garantir a paz no mundo através do bom relacionamento entre os países. E, embora não tenha atingido seus objetivos em alguns casos, apresenta fundamental importância na tentativa de amenizar as desigualdades sociais no mundo.

O horror causado pelas duas grandes guerras foi o principal motivo da fundação da ONU em 24 de outubro de 1945. Criada na Conferência de San Francisco (Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional), a ONU contava a princípio com 51 estados membros. Atualmente (2019) ela conta com 193 Estados soberanos e com diversos organismos autônomos, sendo constituída por seis órgãos principais e ela vinculados.

A ONU tem o poder de discutir e tomar medidas necessárias para questões enfrentadas pela sociedade, além da paz mundial, tais como: as mudanças climáticas, o

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desenvolvimento sustentável, os direitos humanos, o desarmamento, o terrorismo, a igualdade de gênero, a produção de alimentos, as emergências de saúde etc.

A sede encontra-se nos Estados Unidos, em Nove Iorque, sendo considerada um território internacional. No entanto, há outras sedes em demais localidades do mundo, como na Suíça, Áustria, Beirute, Santiago, entre outras.

A ONU possui uma bandeira própria, bem como correios e selos postais. Os idiomas oficiais que permitem que todos os membros possam estabelecer comunicação são seis: inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo.

Os seis órgãos principais são: ●Assembleia Geral - órgão deliberativo máximo que tem como atribuições principais discutir, iniciar estudos e deliberar sobre qualquer questão que afete a paz e segurança em qualquer âmbito, exceto quando a mesma estiver sendo debatida pelo Conselho de Segurança; a assembleia deve receber e apreciar os relatórios do Conselho de Segurança e demais órgãos da ONU e eleger membros: do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela. ●Conselho Econômico e Social (ECOSOC) - coordena o trabalho econômico e social da ONU e das demais instituições integrantes, além de formular recomendações relacionadas a diversos setores como direitos humanos, economia, industrialização, recursos naturais e etc. ●Conselho de Tutela - esse conselho foi criado com o propósito de auxiliar os territórios sob tutela da ONU a constituir governos próprios e, após anos de atuação, foi extinto em 1994 quando Palau (no Pacífico), o último território sob tutela da ONU, tornou-se um Estado soberano. ●Corte Internacional de Justiça (Tribunal de Haia) - órgão jurídico máximo da ONU que através de convenções ou costumes internacionais, princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas, jurisprudência e pareceres ou mesmo através de acordos; tem o poder de decisão sobre qualquer litígio internacional, seja ele parte integrante de seu estatuto ou solicitado por qualquer país membro ou não membro (apenas países, não indivíduos), desde que, no último caso, obedeça alguns critérios. ●Secretariado - presta serviços a outros órgãos da ONU e administra os programas e políticas que elaboram, além de chamar a atenção do Conselho de Segurança sobre qualquer assunto a ele pertinente. ●Conselho de Segurança - embora outros conselhos possam deliberar sobre questões de segurança, este é o único que toma as decisões que os países membros são obrigados a cumprir. Ele foi criado para manter a paz e a segurança internacionais, além de examinar qualquer situação que possa provocar atritos entre países e recomendar soluções ou condições para a solução.

Obs.: o Conselho de Segurança é composto por 15 Estados-membros, sendo cinco membros permanentes - China (após romper relações com a URSS, em 1971), França, Rússia (herdeira da ex-URSS), Reino Unido e Estados Unidos - e dez membros temporários. Os cinco membros permanentes têm o poder de veto sobre as resoluções do Conselho, mas não processual; isto é, um membro permanente pode impedir a adoção, mas não é capaz de bloquear o debate de uma resolução inaceitável por ele;

Destacam-se na ONU diversas organizações, tais como: ●OIT - Organização Internacional do Trabalho ●FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação ●UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura ●OMS - Organização Mundial de Saúde ●Banco Mundial (BIRD, Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) ●IDA - Associação de Desenvolvimento ●CFI - Corporação Financeira Internacional ●AGMF - Agência de Garantia Multilateral de Financiamento ●CIRDF - Agência Internacional para a Resolução de Disputas Financeiras (CIRDF)

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●FMI - Fundo Monetário Internacional ●ICAO - Organização da Aviação Civil Internacional ●UPU - União Postal Universal ●ITU - União Internacional de Telecomunicações ●OMM - Organização Meteorológica Mundial ●IMO - Organização Marítima Internacional ●OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual ●FIDA - Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola ●UNIDO - Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial ●OMT - Organização Mundial do Turismo ●AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica ●OPAQ - Organização para a Proibição de Armas Químicas ●CTBTO - Organização Preparatória para o Tratado de Proibição de Testes Nucleares ●UNCTAD - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento ●PMA - Programa Mundial de Alimentos ●Alguns programas são criados especificamente para determinadas regiões, como por exemplo: ●PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ●UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância ●PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ●ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados Obs.: a crise mundial, especialmente europeia, relacionada ao grande número de refugiados - pessoas que são provocadas a emigrarem de seu país de origem, é a maior problema humanitário enfrentado pela ONU, atualmente. Entre as causas dessa emigração estão relacionados os diversos conflitos, inúmeras guerras (destacando os continentes africano e asiático - Oriente Médio), o terrorismo, a vulnerabilidade socioeconômica etc. A crise dos refugiados provoca questionamentos diplomáticos e humanitários, especialmente na Europa, e nos Estados Unidos, pelo crescente pensamento xenofóbico, associado a recessão econômica mundial, uma vez que a acolhida desses desterrados não mitiga a origem do problema, e o fluxo de emigrantes não diminui; ●UNFPA - Fundo de População das Nações Unidas ●UN-Habitat - Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos ●UNIFEM - Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulher ●UNAIDS - Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids ●UNODC - Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime ●UNRWA - Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos Além de todos estes organismos e programas especializados a ONU conta ainda com a Universidade das Nações Unidas (UNU), o ACNUDH - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e diversas outras instituições de pesquisa e treinamento.

OMC - Organização Mundial do Comércio1,2,3 1Histórico: a OMC sucedeu ao GATT na regulação do comércio mundial, tendo sido o principal resultado da Rodada do Uruguai2. É muito comum que países se envolvam em disputas comerciais contra práticas protecionistas. Essas disputas são encaminhadas para resolução na Organização Mundial do Comércio (OMC). Países em desenvolvimento,

como Índia, Brasil, Argentina e algumas nações da África e da Ásia, acabam perdendo parte importante de suas vantagens produtivas (disponibilidade de terras, modernização e elevação da produtividade) em razão da política excessivamente protecionista praticada pelos países desenvolvidos. Além de impor uma série de barreiras alfandegárias e não alfandegárias, como as sanitárias e trabalhistas, às mercadorias agrícolas oriundas de países pobres, os países ricos oferecem muitos subsídios a seus produtores, como a política de preço mínimo, que lhes confere importantes vantagens; 2Rodada do Uruguai (1986 - 1994): criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) e incorporação do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (conhecido como GATT) em sua estrutura, entre outros acordos; 3Rodada de Doha (2001 - ?): visa diminuir as barreiras comerciais, com foco no livre comércio para os países em desenvolvimento. Os subsídios agrícolas são o principal tema de controvérsia nas negociações internacionais entre países. Obs1.: em 2015, a OMC chegou a um acordo sobre o fim dos subsídios à exportação de produtos agrícolas que eram praticados por países como França, Alemanha e Espanha. A medida foi comemorada pelo mercado brasileiro: com os subsídios, produtores menos eficientes

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eram subsidiados pelo governo para venderem produtos no mercado internacional, o que tornava os preços artificialmente baixos e prejudicava produtores mais competitivos; Obs2.: em 2017, entrou em vigor o Protocolo de Emenda ao Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPs), para facilitar as condições de acesso de países em desenvolvimento a medicamentos essenciais; Obs3.: o presidente americano, Donald Trump, já criticou diversas vezes a política comercial da China e o papel da OMC, e logo no início de seu mandato afirmou que o país deverá dar preferência a acordos bilaterais e pode até ignorar decisões da OMC contrárias a seus interesses. O documento da agenda comercial enviado ao Congresso americano contém argumentos legais para ignorar as regras da organização e afirma que setores importantes da economia global são prejudicados por subsídios dos governos, manipulação da moeda e práticas desleais, e que o sistema é incapaz de responsabilizar esses países; Obs4.: a efetivação de um acordo multilateral, é necessária a concordância de todos os países. Se um único país tem uma posição contrária, o acordo é reprovado. Portanto, é muito mais fácil costurar um acordo bilateral ou com menos países ou mesmo um acordo entre blocos. Sendo assim, em um cenário em que os acordos bilaterais ganham cada vez mais importância e se sobrepõem aos acordos multilaterais, a OMC vem sendo esvaziada e enfrenta muitos desafios, como fica evidente na relação da organização com os Estados Unidos;

Evolução do eixo econômico mundial

Desafios para a OMC em 2018 (e além) O sistema multilateral de comércio criado sob os auspícios da Organização Mundial do

Comércio (OMC) há pouco mais de duas décadas está ameaçado. Concomitantemente à crise na OMC, o mundo está passando por mudanças significativas na economia global, críticas severas são atribuídas à globalização, e mudanças de paradigmas envolvendo o aumento da relevância de economias emergentes e avanços tecnológicos acelerados impactam diretamente os questionamentos direcionados à efetividade da Organização.

Liberalização de comércio tem sido uma característica do sistema multilateral de comércio desde o final da Segunda Guerra Mundial. A criação da OMC em 1995 institucionalizou um sistema que tem sido o pilar de sustentação das regras que regem as trocas comerciais multilaterais desde então, e que promoveu segurança jurídica e previsibilidade para as relações comerciais entre os Membros através de um amplo pacote de Acordos Multilaterais em Bens, propriedade intelectual, investimentos e solução de controvérsias.

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Para se tornar Membro da OMC os países passam por processos criteriosos de análise de suas economias (que devem ser market-oriented) e muitas vezes são necessárias reformas significativas nas orientações legislativas e econômicas dos países para que o processo de acessão seja considerado e concluído (a exemplo da China). Hoje, a Organização conta com 164 Membros e mais de 20 países iniciaram seu processo de acessão nos últimos dois anos, o que indica uma cobertura quase global das trocas comerciais que acontecem diariamente no mundo.

A relevância do sistema multilateral é indiscutível. Não há dúvidas sobre os ganhos sistêmicos para os Membros que aderiram à OMC, e não à toa o número de acessões não parou de crescer ao longo dos anos. Para além do extremamente bem-sucedido sistema de solução de controvérsias construído no âmbito da Organização, a OMC contabiliza ganhos em outras áreas individuais ao longo dos anos.

Com efeito, a despeito da paralisação e das críticas à Rodada Doha, logrou-se eliminar os subsídios às exportações agrícolas na Conferência de Nairóbi (2015) e, em fevereiro de 2017, entrou em vigor o Acordo de Facilitação de Comércio, firmado da Conferência Ministerial de Bali (2013), que tem a intenção de promover reformas significativas no comércio internacional através de implementação de revisão das normas e da diminuição de barreiras ao comércio.

Mas é verdade que a inabilidade dos Membros da OMC em concluir a Rodada Doha tem dado espaço para o questionamento cada vez mais frequente sobre a efetividade do sistema multilateral de comércio e, consequentemente, tem afetado negativamente o comprometimento do Membros para com a Organização. Somado a isso, a eleição de um presidente norte-americano com preferências explícitas por acordos bilaterais, e o referendo a favor do BREXIT no Reino Unido, acirraram as dúvidas em relação aos ganhos de se permanecer apostando na OMC.

Ademais, as críticas em relação à importância da OMC acirraram-se no final do último ano, em razão da finalização da Rodada Ministerial de Buenos Aires sem nenhum acordo substantivo assinado; com destaque para o posicionamento declaradamente unilateral dos Estados Unidos durante as negociações, que contribuiu para o bloqueio de boa parte da agenda prevista, como já era de se esperar.

Realmente, ao longo do ano de 2017, os Estados Unidos deram sinais claros de seu o posicionamento negativo perante a OMC, dentre os quais: (I) o país até hoje não nomeou um Embaixador em Genebra para a OMC e (II) o governo norte- americano bloqueou todas as indicações de juízes para o Órgão de Apelação e ameaça seriamente o funcionamento do sistema de solução de controvérsias.

Neste contexto, o interessante é notar que os Estados Unidos tem sido, e ainda são, os maiores beneficiários do sistema multilateral de comércio no âmbito da OMC. Em razão de seu histórico como economia aberta nos últimos 70 anos (desde a criação do GATT 1947), ademais de se beneficiar das intensas trocas comerciais com muitos dos 164 Membros da OMC, cada vez que novos países acedem à Organização os Estados Unidos beneficiam-se significativamente.

A título de exemplo, um estudo recente publicado pelo Peterson Institute for International Economics por Caroline Freund (“The United States Wins from Trade Agreements”) comenta o caso da China. A fim de aceder à OMC, a China foi obrigada a abrir a sua economia, enquanto os demais Membros da Organização não tiverem alterações em seus impostos de importação. As tarifas da China caíram de 17% em 2000 para menos de 10% agora. Toda China obteve em troca o seguro de que o país seria tratado como um parceiro normal, algo que os Estados Unidos já faziam há mais de uma década.

As regras do comércio multilateral foram escritas pelos Estados Unidos, e não há dúvida que o país e todos os demais Membros da OMC se beneficiam enormemente do livre comércio internacional. As regras do comércio multilateral, para além de liberalizar mercados, também contribuíram para unir a economia mundial, promovendo a paz e a prosperidade entre as nações.

Em que pese o alegado fracasso com a Rodada Doha que, note-se, reflete um enorme pacote de ambições com interesses muito diferentes em jogo, e o insucesso da última Conferência Ministerial em Buenos Aires, é inconcebível pensar que o sistema multilateral de comércio deixará de ser o melhor fórum para negociar liberalização de comércio. Ademais, a OMC é ainda o único foro de comércio multilateral capaz de emanar regras e decisões horizontais para praticamente todos os players do mundo.

É também um equívoco o entendimento de que se tem que priorizar acordos bilaterais (atual discurso norte-americano), regionais, ou os famosos “mega-acordos” em detrimento das

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negociações na OMC. Não há necessidade de escolher entre uma frente e outra, quando se pode fazer tudo paralelamente.

Com efeito, já se demonstrou em diversas oportunidades que decisões tomadas em acordos de menor escala facilitam, em muito, as decisões a serem tomadas na OMC pelos seus Membros, que já chegam alinhados em discussões de temas que são tratados no âmbito da Organização. Contudo, negociar em várias frentes alavanca o poder de barganha dos países negociadores, de forma que não há desvantagem.

Com o recrudescimento do protecionismo nos últimos anos, um dos grandes desafios da OMC parece ser ajustar as dificuldades da realidade de um cenário muito menos otimista do que aquele da década de 1990 e começo dos anos 2000 às expectativas e anseios atuais dos seus Membros. Ademais, a participação mais ativa de países em desenvolvimento e economias emergentes nas negociações multilaterais tornaram as discussões muito mais complexas em função, inclusive, da sua maior participação no comércio mundial.

A importância da manutenção do sistema é inquestionável, e a inabilidade dos Membros de chegarem a uma conclusão da Rodada Doha ou ausência de Declaração Ministerial em Buenos Aires não significa uma diminuição da importância da OMC para o comércio internacional.

No entanto, a fim de assegurar a manutenção efetiva do sistema multilateral de comércio e sua relevância para os próximos anos, é necessário que os Membros estejam dispostos a uma profunda reflexão sobre alternativas mais flexíveis, abrangentes e criativas a fim de evitar uma desintegração completa da economia global. Fonte: https://www.comexdobrasil.com/desafios-para-a-omc-em-2018-e-alem/, acessado em 24 de maio de 2020;

O Comércio Mundial: multilateralismo, regionalismo e bilateralismo A partir da expansão marítima, o comércio mundial se consolida, desenvolvendo

importantes fluxos de mercadorias entre países de continentes diferentes (vide nota de aula 04 - evolução da Divisão Internacional do Trabalho). Contudo, somente em meados do século XX, após o final da Segunda Guerra Mundial, que se estruturaram as bases do comércio entre países, que seriam consolidadas posteriormente, ressaltando os avanços tecnológicos, especialmente das diferentes formas de transporte, e do avanço das telecomunicações, como as transformações políticas oriundas do fim da Guerra Fria.

É possível identificar três principais formas de trocas comerciais, comércio entre países: o multilateralismo, o regionalismo e o bilateralismo. Respectivamente os acordos multilaterais são realizados em escala global, sob a supervisão de entidades como a Organização Mundial do Comércio - OMC, já os acordos regionais são feitos por blocos de países, respeitando a legislação pré-estabelecida pelo bloco, ou organização econômica, ou ainda entre blocos diferentes, também sob regulamentos pré-estabelecidos (como é o caso do recente Acordo de Associação do Mercosul com a União Europeia), e os acordos bilaterais são realizados entre dois países. Observe o fluxo do comércio mundial, no mapa abaixo (2014).

A compreensão do comércio internacional preconiza o reconhecimento do papel da OMC e das diversas organizações multilaterais, o conhecimento da importância dos diferentes blocos econômicos regionais (mais ou menos agregados), e o entendimento entre os processos de liberalização e de protecionismo comercial; somados a percepção que os acordos bilaterais podem muitas vezes ameaçar as relações de agregação dos blocos econômicos, ou ainda os acordos multilaterais.

Os blocos econômicos ou organizações regionais de comércio ganharam força principalmente a partir da década de 1990, com o desenvolvimento da Nova Ordem Mundial e

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a expansão dos fluxos globais e do comércio entre os países. Por mais antagônico que pareça, frente a internacionalização comercial, cada vez mais países buscam se fortalecer política e economicamente através da integração comercial regional.

Protecionismo Protecionismo é uma forma de doutrina responsiva, que, em teoria, valoriza muito mais o produto interno, e,

consequentemente, a economia interna

O protecionismo é uma política interventora do Estado na economia com a pretensão de resguardar a indústria, produtores ou vendedores internos de concorrentes externos, o que pode ser feito em instância municipal, estadual ou nacional, embora seja mais comum como uma medida nacional. Em outras palavras, o Estado privilegia alguns em detrimento de outros baseando-se unicamente no critério da origem dos privilegiados. Não raro, justifica-se o protecionismo na economia com o nacionalismo. Protecionismo significa uma doutrina econômica responsiva (responde de forma rápida), que trata de um conjunto de medidas tomadas com ênfase no favorecimento às atividades econômicas internas, de modo a valorizar o produto interno, nacional.

Dessa maneira, há uma valorização e uma reserva interna em relação ao produto estrangeiro similar. Reduz-se ao máximo a importação (compra ou ingresso) de produtos, bem como a concorrência. Medidas protecionistas são usadas comumente por quase todos os países do mundo, seja em grande escala ou pequena escala.

Medidas protecionistas não precisam ter duração permanente. Elas podem surgir como forma a auxiliar ou combater crises, sobressair-se no mercado e evitar competições comerciais desnecessárias com parceiros.

Exemplos de medidas protecionistas: adoção de tarifas mais altas e normas específicas para verificação de qualidade (fora do padrão internacional) dos produtos estrangeiros, reduzindo o acesso ao mercado ou lucro; subsidiar a produção agropecuária ou industrial nacional com investimentos públicos, a fim de incentivar o desenvolvimento da produção e consumo de produtos internos, visa incentivar determinadas áreas econômicas que são consideradas estratégicas para o governo, justificando-se pela necessidade de desenvolvimento do país; impor quotas fixas de produção, o que limita o número de produtos, a quantidade de serviços de fora no mercado interno, de modo a garantir proteção até mesmo do acionário estrangeiro que possa atingir a empresa valorizada nacionalmente.

Existem ainda as barreiras não tarifárias para a proteção do mercado local, como a alta burocracia para importar produtos, o que encarece e dificulta a entrada de produtos importados, tornando mais fácil para as empresas locais venderem seus produtos aos consumidores que não podem ou são desencorajados a arcarem com os altos gastos e dificuldades de importar.

De acordo com os dados do Banco Mundial, o Brasil é o segundo país mais fechado do mundo para o comércio exterior, estando atrás apenas do Myanmar. Os altos impostos de importação e exportação seriam a maior causa desse engessamento. De 2009 a 2015, houve apenas 24% de participação do comércio exterior na soma do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Embora o objetivo do governo com suas medidas protecionistas seja a proteção do mercado local, nacional, a redução da concorrência pode promover diversos abusos econômicos e oferta de produtos e serviços com menor qualidade, quando relacionado a ambientes de livre concorrência.

Evolução histórica do protecionismo O protecionismo era uma das medidas mais utilizadas na Europa no período de ascensão

do mercantilismo, ao longo dos séculos XVII e XVIII. Reis absolutistas costumavam criar barreiras econômicas e alfandegárias, adotando alta carga de impostos para importação.

A medida dificultava a venda de produtos estrangeiros, uma vez que a ideia era sempre apresentar um melhor preço dos produtos nacionais, gerando maior consumo e maior lucratividade.

Após o fim da Antiga Ordem Mundial a prática protecionista enfraqueceu, sobretudo pelo aprofundamento da globalização econômica. Barreiras alfandegárias diminuíram, e o comércio multilateralista passou a ser estimulado.

Nações que apresentaram maior dificuldade para abrir sua economia, seu mercado, apresentaram menor crescimento econômico no período imediato a fragmentação da União Soviética.

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Fluxos comerciais Após a Segunda Guerra Mundial houve um aumento da internacionalização da economia

e das empresas transnacionais no mundo, sobretudo norte-americanas, europeias e japonesas. Essas empresas contribuíram para o processo de globalização, interligando países e continentes. Entre os fatores que corroboraram para o incremento do comércio internacional, além da transnacionalização da economia, estão os avanços nos meios de comunicação e a evolução nos meios de transportes (rodoviário, ferroviário, hidroviário, aeroviário e principalmente marítimo); favorecendo maior mobilidade de matéria-prima e de produtos.

O fluxo de mercadorias em âmbito internacional ocorre, majoritariamente, por meio do transporte marítimo, que movimenta cerca de 75% do volume de cargas no mundo. Esse meio de transporte apresenta elevada capacidade de carga, além do baixo custo por tonelada transportada. Em média, um navio cargueiro pode transportar cerca de 100 mil toneladas.

Principais fluxos de transporte mundial

Obs.: principais portos do mundo são: 1º - Xangai (China), Ningbo-Zhoushan (China), Cingapura (Cingapura), Rotterdam (Holanda), Tianjin (China), Guangzhou (China), Qingdao (China), Porto Qinhuangdao (China), Hong Kong (China) Porto de Jebel Ali, Dubai (Emirado dos Árabes Unidos) e Busan (Coréia do Sul);

O meio de transporte aéreo vem ganhando espaço, contribuindo para acelerar o fluxo de mercadorias internacionais. Destacando seu uso, especialmente, nos casos que o produto é perecível ou há uma urgência na entrega. Obs.: principais aeroportos do mundo são: aeroporto internacional de Atlanta - Hartsfield-Jackson (EUA), aeroporto

internacional de Pequim (Beijing Capital Airport - China), aeroporto internacional de Dubai (Emirado dos Árabes Unidos), aeroporto internacional de Los Angeles EUA), aeroporto internacional de Tóquio (Aeroporto de Haneda - Japão), aeroporto internacional de Chicago O'Hare (EUA), aeroporto internacional de Londres Heathrow (Inglaterra), aeroporto de Hong Kong (china), aeroporto de Pudong - Xangai (China), aeroporto internacional de Paris Charles de Gaulle (França), aeroporto de Amsterdã Schiphol (Holanda), e o aeroporto internacional Indira Gandhi (Índia);

O processo de globalização está diretamente ligado a evolução dos meios de comunicação e gerência remota, como aos meios de transportes, que permitiram a mobilidade de capital, serviços, pessoas e mercadorias.

Organização dos Países Exportadores de Petróleo - OPEP

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo - OPEP - é uma instituição internacional e intergovernamental, criada pelas nações exportadoras de petróleo, sob iniciativa dos governos da Venezuela e da Arábia Saudita, como uma forma de utilizarem o combustível enquanto ferramenta política e econômica de alcance Global, tendo em vista que os membro da OPEP detêm cerca de 75% das reservas mundiais de petróleo.

Obs.: com a descoberta do pré-sal em outras regiões fora da OPEP, esta proporção tende a diminuir, mas sua importância se mantém;

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Até a criação da OPEP, os principais países exportadores de petróleo do mundo - e que no período detinham a maior parte das reservas petrolíferas até então conhecidas - pouco se beneficiavam com a exploração do ouro negro.

A maior parte dos astronômicos lucros ficavam nas mãos das empresas que faziam a exploração, refino, transporte e revenda do petróleo.

As Sete Irmãs* - como eram conhecidas a maiores empresas petrolíferas - possuíam o monopólio sobre todas as etapas da produção e comercialização do petróleo no mundo. Eram elas, as estadunidenses: Exxon, Texaco, Amoco e Chevron; a anglo-holandesa Royal Dutch Shell e a britânica British Petroleum.

Essas grandes corporações controlavam o mercado mundial petrolífero. Determinavam o valor do combustível fóssil pago aos países produtores, bem como o valor de revenda ao consumidor final. *ação semelhante a um cartel.

A OPEP surge, então na Conferência de Bagdá no dia 14 de setembro de 1960, para se contrapor as Sete Irmãs, que definiam o valor pago e o percentual - na maior parte das vezes, ínfimo - e pelo direito à exploração do petróleo.

A formação da OPEP* promove a valorização do petróleo, proporcionando maior lucratividade para os países membros. Esse fato ocorre em razão da manipulação da produção, pois são estabelecidas cotas de produção, diminuindo a oferta, consequentemente, há a elevação dos preços. *ação semelhante a um cartel.

Países membros: Argélia, Angola, Equador, Venezuela (maior reserva de petróleo mundial), Irã, Iraque, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Kuwait, Líbia, Arábia Saudita (3º maior produtor mundial), Emirados Árabes Unidos, e Nigéria.

Crises do Petróleo A primeira restrição surgiu quando os Estados Unidos e os países europeus apoiaram

Israel durante as guerras árabe-israelenses, que teve início com a “Guerra dos Seis Dias”, em 1967, e se estendeu até 1973, com a “Guerra do Yom Kippur”. Isso provocou uma retaliação pela OPEP, majoritariamente árabe, traduzida no aumento do preço do petróleo em 500%. Em 1979, a Revolução Islâmica no Irã, promove um novo aumento, gerando uma nova crise mundial.

No entanto, ao contrário do que se possa imaginar, nem os americanos, nem os ingleses e, tampouco, as “Sete Irmãs” foram prejudicadas por essa crise.

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Posteriormente, ocorrem novas crises do petróleo, durante a Guerra Irã-Iraque (1980 - 1988), em 1990, quando tropas iraquianas invadiram o Kuwait, um dos maiores países produtores desse combustível, e durante a invasão do Iraque em 2003. Obs.: o preço do petróleo volta a aumentar nas últimas décadas, em virtude da elevação da procura pelo combustível, destacando a China e a Índia, países que anteriormente praticamente não importavam petróleo, porém acompanhamos o processo de autossuficiência norte-americano, provocando forte queda no valor do barril;

Grupo dos 7, não G8, volta G7 Ao contrário do que se pensa, o G7, ou Grupo dos 7, não reúne as oito maiores

economias do mundo, e sim as autoproclamadas oito mais industrializadas nações democráticas do mundo. Motivo da ausência da China, cujo Produto Interno Bruto - PIB, supera os de Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, e a inclusão da Rússia, cuja economia assemelha-se com a de Países do Sul, como o Brasil, a Índia e o México. A União Europeia participa apenas das discussões econômicas, nunca das políticas.

Desde a década de 70 (pós-crise do petróleo), mais precisamente 1975, um grupo de chefes de estado e diplomatas das seis nações mais ricas e industrializadas se reúne anualmente para discutir questões econômicas e políticas comuns. Inicialmente batizado de G6, o grupo recebeu no ano seguinte a participação do Canadá, tornando-se o G7.

O G7 tem origem na crise do petróleo de 1973, e na recessão econômica mundial que se desencadeou a partir dela. Naquele ano, os Estados Unidos promoveram uma reunião informal entre os ministros de finanças de alguns governos europeus, Japão e de seu próprio para discutir os problemas criados pela crise (desvalorização do dólar e abandono do padrão lastro-ouro).

Durante as quase duas décadas de existência do Grupo dos Sete, as cúpulas foram marcadas não apenas pelos eventos econômicos (duas grandes crises do petróleo, recessões, reativações, etc.) mas também pelos acontecimentos políticos, como a invasão do Afeganistão, a queda do muro de Berlim e a reunificação das duas Alemanhas, a extinção da URSS e fim da "guerra fria", as tensões no Oriente Médio e o início da abertura aos valores democráticos de vários países do leste europeu e de outros continentes.

A dissolução da União Soviética e as expectativas criadas pelas reformas políticas e econômicas iniciadas por Mikhail Gorbachov, e continuadas por Boris Yeltsin, presidente da Federação Russa, marcaram as edições, desde 1991 e 1992, das cúpulas dos "sete", para aumentar para oito o número de membros.

A entrada da Rússia aconteceu na cúpula de Denver (Colorado, EUA), entre 20 e 22 de junho de 1997, batizada de "Cúpula dos Oito", quando o país participou pela primeira vez como sócio, e não como observador.

No entanto, no ano de 2014, a Rússia foi afastada do grupo, acusada de estar violentando a soberania nacional da Ucrânia, na questão da Crimeia. Os países do G8 queriam que fossem tomadas medidas para resolução dos conflitos naquele contexto, como a retirada do exército russo e a busca de uma solução pacífica para o conflito.

Explicitamente, a função do G7 é a de decidir qual ou quais caminhos o mundo deve seguir, pois esses países possuem economias consolidadas e suas forças políticas exercem grande influência nas instituições e organizações mundiais, como ONU, FMI, OMC. A discussão gira em torno do processo de globalização, abertura de mercados, problemas ambientais, ajudas financeiras para economias em crise, entre outros.

Os críticos do G7 acusam o grupo de representar os interesses de uma elite rica e minoritária, que deixa de lado as necessidades da maioria da população mundial. Países importantes com economias emergentes, como a China e a Índia, são deixados de fora, assim como os africanos e latino-americanos.

Crise econômica de 2008

Entre os antecedentes da crise de 2008, fruto do desequilíbrio na maior economia do mundo, os Estados Unidos, destacam-se guerras e déficit na balança comercial.

Os ataques de 11 de setembro promoveram uma contraofensiva ao terrorismo. O governo americano se envolveu em duas grandes guerras, no Iraque e Afeganistão, e começou a gastar mais do que deveria.

Para piorar a situação, ao mesmo tempo em que o país investia dinheiro na guerra, a economia interna já não ia muito bem - uma das razões é que os Estados Unidos estavam importando mais do que exportando.

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Em vez de conter os gastos, os americanos receberam ajuda de países como China e Inglaterra.

Com o dinheiro injetado pelo exterior, os bancos passaram a oferecer mais crédito, inclusive a clientes considerados de risco.

Caso americano, contexto socioeconômico: uma bolha econômica forma-se sempre que o valor de um produto ou mercado (no caso, o valor dos imóveis) eleva-se além do seu “valor real” ou do valor que esse produto deveria ter. Quando os preços caem, em face do esgotamento dessa supervalorização, a bolha estoura, muitos ficam no prejuízo e a crise alastra-se.

A grande questão é que havia uma prática muito comum no país, a da hipoteca. Basicamente, uma hipoteca consiste na obtenção de empréstimos tendo o imóvel como garantia. Como os juros nos Estados Unidos eram muito baixos e o crédito abundante, as pessoas passaram hipotecar suas casas para investirem em mais imóveis. Isso tornou o mercado imobiliário altamente atrativo, sendo um alvo de empresas e investidores de todos os tipos.

O problema é que essas hipotecas funcionam da seguinte forma: elas são títulos, chamados de “ativos financeiros”.

As empresas credoras desses títulos, por sua vez, negociam essas dívidas (até então, altamente valorizadas) com bancos, empresários e instituições financeiras, movimentando o mercado. No entanto, se essa dívida torna-se um risco iminente de calote (que os economistas chamam de “subprime”), o valor dela despenca e os seus especuladores ou investidores ficam no prejuízo

No caso dos Estados Unidos, o governo precisou aumentar o lucro e diminuir o crédito para conter o crescimento da inflação que, então, passou também a ser uma ameaça em virtude da aceleração da valorização do preço dos produtos. Com isso, o mercado esfriou e os

imóveis passaram a valer menos, o que contribuiu para que muitas pessoas deixassem de pagar suas hipotecas, que se tornaram “subprime”, difundindo a crise, que, por isso, também foi chamada de crise do subprime.

Nesse momento, faltou dinheiro aos bancos, que em um primeiro momento foram ajudados pelo governo americano.

Só que, ao mesmo tempo, surgiram críticas a essa política de socorro aos banqueiros. Frente à pressão política, a Casa Branca decidiu que não ia mais interferir, deixando o banco Lehman Brothers quebrar. O fechamento do quarto maior banco de crédito dos Estados Unidos causou pânico e travou o crédito.

Mesmo diante dos esforços do governo em conceder crédito, perdoar dívida, gerar empregos e conter a crise financeira, ela espalhou-se e atingiu, dois anos depois, a Europa em cheio, mais precisamente a União Europeia, culminando na crise do Euro. Para agravar a situação, vários países europeus encontravam-se bastante endividados e com poucas reservas disponíveis para combater a crise.

Os casos mais notáveis foram os de Portugal, Espanha, Irlanda Itália e, principalmente, a Grécia - PIIGS. Esses países tiveram de contrair empréstimos volumosos do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da própria União Europeia - Banco Europeu, que passaram a exigir medidas de cortes de gastos, tais como a redução da folha com funcionários públicos, privatizações, contenção de direitos trabalhistas, redução média dos salários, entre outros.

G20, ou Grupo dos 20

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3º ano do Ensino Médio

16 Professor Vinícius Vanir Venturini

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________ TC Jean Cid

(coord. de disciplina)

O Grupo dos 20 foi criado em 1999, em resposta às crises financeiras no México (1994), Ásia (1997) e Rússia (1998).

Foi concebido inicialmente como um fórum de diálogo informal entre ministros de finanças e presidentes de bancos centrais de economias desenvolvidas e emergentes, com o objetivo de enfrentar os desafios relacionados à instabilidade do sistema financeiro internacional. Quando eclodiu a crise financeira global de 2008, os países do G20 decidiram elevar o nível de participação das autoridades para Chefes de Estado e Governo.

“Nos primeiros dias dramáticos da crise financeira de 2008, rapidamente se tornou evidente que a necessária coordenação de crises só seria possível ao mais alto nível político”, esclarece a página oficial do Grupo. Um ano depois, o principal debate foi a luta contra os paraísos fiscais. Desde então, a agenda do G20 tem se expandido para além da esfera econômico-financeira e inclui atualmente temas como desenvolvimento sustentável, combate à corrupção, economia digital, energia, infraestrutura, mudança do clima, emprego, saúde e educação.

Os países membros do grupo representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

Trata-se, portanto, de agrupamento com grande poder político e econômico coletivo, capaz de influenciar a agenda internacional, de promover debates sobre os principais desafios globais e adotar iniciativas conjuntas para promoção do crescimento econômico inclusivo e o desenvolvimento sustentável.

O G20 tem importância central para o Brasil por se tratar de um foro de governança global que reúne as principais economias do mundo, em formato flexível, que facilita o debate e a formação de consensos. Essas características são particularmente relevantes agora, em que o papel do multilateralismo tem sido questionado, especialmente, mas não apenas, em áreas como comércio internacional.

Países membros do G7, G8 e dos BRICS O G20, é o principal mecanismo de governança econômica mundial.

O Grupo é integrado pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália,

Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Além dos membros permanentes, há países participantes convidados.

O G20 não é uma organização internacional, diversamente do que ocorre com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Por essa razão, não possui secretariado permanente nem recursos próprios. A presidência do G20 é rotativa e os Líderes (Chefes de Estado e de Governo) reúnem-se anualmente desde 2011 (de 2008 a 2010 foram realizados encontros semestrais).

Os trabalhos do G20 são divididos em duas “trilhas” (“tracks”, em inglês): uma de finanças e uma de “Sherpas” (alusão aos guias que atuam em altas montanhas). A “trilha de finanças” é coordenada pelo Ministério da Fazenda, com participação do Banco Central, e envolve debates sobre economia global; sistema financeiro internacional; infraestrutura; cooperação sobre tributação (protecionismo e subsídios - Rodada de Doha); inclusão financeira e finanças sustentáveis. A “trilha de Sherpas” é coordenada pelo Ministério das

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Relações Exteriores e inclui debates sobre comércio internacional e investimentos; agricultura; energia; mudança do clima; economia digital; emprego; saúde; educação; desenvolvimento sustentável e combate à corrupção.

Em 2019, a 14ª Reunião de Cúpula do G20 aconteceu nos dias 28 e 29 de junho, em Osaka, no Japão. As principais pautas foram a liberdade econômica e o protecionismo econômico aplicado por Estados Unidos e China nos últimos anos, a preocupação com questões relativas ao clima e o Acordo de Paris, além dos conflitos entre alguns países, como Estados Unidos e Irã.

Entre os desafios do G20 está a promoção de uma integração e sinergia entre os países-membros, sobrepondo-se aos interesses individuais. Atualmente, há uma tendência de “desglobalização*”, evidenciada pelo Brexit e o nacionalismo protecionista de Donald Trump.

*desglobalização é o processo de diminuir a interdependência e a integração entre nações, especialmente, relacionado ao multilateralismo econômico. Está relacionada a períodos da história em que o comércio econômico e o investimento entre países declinam. Ilustrando o processo de desglobalização destacam-se as guerras comerciais entre EUA e China, e os novos rumos manifestados na Europa. A nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, a búlgara Kristalina Georgieva, alertou que a escalada protecionista ameaça causar efeitos de longo prazo que poderiam frear a economia durante toda uma geração, e que pode ser erguido um “novo Muro de Berlim” digital que forçaria os países a escolher entre sistemas tecnológicos alternativos. Enquanto isso, os perdedores da globalização, que têm muita capacidade de pressão, manifestam-se nas ruas perguntando o que aconteceu com as previsões de que a liberalização comercial, a globalização das finanças e o mercado comum europeu fariam a economia crescer e melhorariam o nível de vida de todos. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/01/internacional/1572631371_923835.html, acessado em 06 de junho de 2020.

Guerra comercial entre China e Estados Unidos O que é uma guerra comercial?

Uma guerra comercial é uma disputa que envolve questões econômicas ou financeiras entre países. As formas mais comuns dessa disputa são a imposição de barreiras comerciais e impostos sobre importações e exportações.

Em um mundo globalizado, empresas de diferentes países compram e vendem mercadorias umas das outras.

Quando um governo quer estimular essas transações comerciais, reduz os impostos sobre a compra e venda de itens estrangeiras. O contrário também vale: os impostos sobem caso esse governo queira restringir o comércio com um determinado país.

Quando há uma guerra comercial, as barreiras e o aumento de tarifas são as armas usadas para retaliar algum comportamento ou forçar negociações.

Como começou a guerra comercial entre China e EUA? A atual disputa comercial entre Estados Unidos e China começou em março de 2018. O

presidente americano Donald Trump anunciou uma rodada de tarifas sobre importações chinesas no valor de US$ 50 bilhões. Em resposta, o presidente chinês Xi Jimping tarifou 128 produtos importados dos EUA. Desde então, os países tentam negociar uma trégua, mas não houve muitos avanços. Pelo contrário, novas tarifas foram impostas e os tributos chegaram à proporção de 25% sobre valor dos itens exportados.

As principais acusações dos EUA contra a China são de que o governo pratica competição desleal e roubo de propriedade intelectual. Segundo os americanos, os chineses dificultam a entrada de tecnologia e investimento direto americano, ao mesmo tempo em que trabalham para roubar informações que favoreçam seu desenvolvimento.

O que pode ser dito, de fato, é que a China já é uma grande potência econômica e está investindo cada vez mais em tecnologia de ponta para rivalizar com os americanos.

Os EUA estão em situação econômica mais complicada, com crescimento estagnado, desemprego alto e importações maiores que exportações (déficit comercial).

O que está acontecendo agora? Em 15 de janeiro DE 2020, EUA e China assinaram um documento chamado de Fase 1

do acordo. Nele, os chineses se comprometem a importar entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões em produtos agrícolas americanos. Na fase 2 do acordo, há expectativa de que as tarifas de importação de produtos chineses para os EUA sejam reduzidas.

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Além disso, também haverá mudanças em regras para os setores de tecnologia, serviços financeiros e cibersegurança para proteger a propriedade intelectual, uma das principais reclamações dos EUA.

Como a guerra comercial afeta o Brasil? Diante dos ânimos exaltados, sobrou até para o Brasil: Trump chegou a anunciar

um aumento de tarifas sobre o aço brasileiro, uma das principais commodities que exportamos. No entanto, o presidente americano recuou. Mas no curto prazo, a guerra comercial entre China e EUA beneficia a economia brasileira.

Isso acontece porque, quando esses países deixam de comprar itens entre si, eles buscam mercadorias em outro lugar, algo que abre espaço para o Brasil exportar mais. No entanto, tarifas altas podem frear a economia global no longo prazo, pois elas aumentam o custo sobre o consumo. Nesse sentido, quem sofre primeiro são as economias menos desenvolvidas, como as da África, sudeste da Ásia e América Latina (incluindo o Brasil).

Como a guerra comercial afeta a cotação do dólar? Além do impacto direto, a guerra comercial entre China e EUA faz aumentar o estresse

global e as incertezas sobre fazer negócios. É por esse motivo que o dólar sobe. A moeda ainda é considerada o investimento mais

seguro do mundo. Assim, sempre que há algum tipo de tensão a nível mundial, as pessoas e as instituições buscam manter suas reservas em dólar.

E como isso afeta os investimentos no Brasil? Com o aumento da tensão, os investidores estrangeiros preferem aplicar seu dinheiro em

países mais seguros, como os próprios EUA. Essa preferência se dá não só por causa da guerra comercial, mas pelas próprias características da economia brasileira: estamos saindo de uma crise econômica e ainda não temos todos os requisitos de um país seguro para investir. Fonte: https://blog.magnetis.com.br/guerra-comercial/, acessado em 06 de junho de 2020.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE A Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico - OCDE, representa uma estrutura formada por países e parceiros estratégicos dedicados ao desenvolvimento econômico. Os países membros apoiam a democracia representativa, bem como as regras de economia de mercado. Muitos estudiosos acreditam que participar dessa organização representa credibilidade no cenário mundial, representando confiança, especialmente, no setor financeiro. Essa organização também é conhecida como Clube dos Ricos, pois seus integrantes apresentam elevado PIB per capita (Produto Interno Bruto por habitante) e elevados indicadores de desenvolvimento humano, representando cerca de 80% do comércio mundial e investimentos.

A organização foi criada no período da Segunda Guerra Mundial. Os países da Europa encontravam-se destruídos; objetivavam buscar novas atitudes que evitassem os erros cometidos durante a Primeira Guerra Mundial. E para que isso fosse possível, os governantes de algumas nações passaram a incentivar a cooperação entre si e reforçaram a necessidade de reconstrução dos países que foram derrotados na guerra, e não uma retaliação, punições (como o Tratado de Versalhes), assegurando a paz.

Após a Segunda Guerra, com mesmo intuito e buscando a paz, criou-se, no ano de 1948, a Organização para a Cooperação Econômica Europeia - OECE. A OECE recebia financiamento dos Estados Unidos, que pretendia colaborar para a reconstrução do continente (plano Marshall) assolado pela guerra. Ao ver o sucesso obtido com a organização, os Estados Unidos e o Canadá alinharam-se às nações que pertenciam à OECE. Em 1961, surgiu, então, a OCDE, cuja sede localiza-se em Paris, na França.

Atualmente, a organização conta com 36 membros, que buscam uns aos outros, a fim de identificar, discutir e analisar problemas, promovendo políticas capazes de solucioná-los. São eles: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo,

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México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.

A organização também conta com parceiros estratégicos, segundo o site da OCDE. São eles: África do Sul, Brasil, China, Índia e Indonésia.

A OCDE, tem como seus objetivos a promoção de políticas que proporcionem o bem-estar socioeconômico da população no mundo todo. Há oferecimento, por parte da organização, de um fórum, no qual os governos podem trocar experiências, em busca de soluções para problemas que lhes sejam comuns.

Os governos buscam compreender o que motiva as mudanças econômicas, sociais e ambientais, bem como medir a produtividade e os fluxos globais de comércio e investimento. A organização também promove a análise e comparação de dados para prever tendências futuras. Há o estabelecimento de padrões internacionais em setores como o agrícola e o de segurança de produtos químicos.

A organização também analisa fatores que influenciam diretamente a vida da população, como os impostos, a seguridade social e o tempo que essas pessoas têm destinado ao lazer. A comparação dos sistemas educacionais e previdenciários dos países permite que a organização possa recomentar políticas necessárias que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população. Toda essa articulação converge para:

• a manutenção de um crescimento econômico duradouro, visando ao desenvolvimento sustentável*;

• a criação de empregos e possibilidades que contribuam para a melhoria do setor econômico e do bem-estar social;

• a melhoria da expectativa de vida por meio da promoção de políticas que assegurem eficiência na saúde e educação;

• o combate à pobreza, buscando estabilidade financeira;

• e o aprimoramento de economias de países em desenvolvimento.

*a definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Fonte: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

Atualmente o governo brasileiro tem tomado decisões a fim de ingressar na OCDE, o que representaria um “selo” de confiança ao país, bem como atrairia possíveis investimentos e financiamentos internacionais. A entrada do Brasil na OCDE representaria então aos empresários a aceleração do processo das reformas estruturais e o crescimento econômico. Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/ocde.htm, acessado em 06 de junho de 2020.

Globalização, comércio mundial e formação de blocos econômicos As transformações econômicas mundiais ocorridas nas últimas décadas, sobretudo no

pós-Segunda Guerra Mundial, são fundamentais para entendermos as dinâmicas de poder estabelecidas pelo grande capital e, também, pelas grandes corporações transnacionais. Além delas, não podemos deixar de mencionar a importância crescente das instituições supranacionais, que atuam como verdadeiros agentes interventores neste jogo de interesses, como por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (antigo BIRD), entre outros.

O cenário que se afigura com a chegada destes novos agentes econômicos é imprescindível para compreendermos o significado da chamada globalização econômica. Esta tem como características:

-A ruptura de fronteiras, ou seja, tal ruptura é atribuída à dinâmica do capital, que circula livremente pelo globo, sem respeitar a delimitação (flexibilização) de fronteiras territoriais;

-Perda da soberania local, ou seja, países, estados e cidades têm que se submeter à lógica do capital para conseguir gerar lucro em seus orçamentos;

-Expansão da dinâmica do capital, fato que se relaciona à ruptura de fronteiras, ou seja, o capital se dirige agora também à periferia do capitalismo, uma vez que as transnacionais compreenderam que a exploração (no sentido de explorar a força de trabalho diretamente) dos Países do Sul promoveria grandes lucros para estes.

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Com o crescimento expressivo da atuação do capital em nível mundial, chegou-se a questionar o papel do Estado, isto é, o Estado seria de fato um agente importante neste processo ou atuaria como um impeditivo para a livre circulação do capital, uma vez que poderia criar regras ou leis que inviabilizariam a livre circulação do capital? Segundo este raciocínio, as transnacionais estariam comandando a dinâmica econômica mundial em detrimento dos Estados. Vale destacar que muitas empresas transnacionais passaram a desempenhar papéis que antes eram oferecidos pelo Estado, como serviços ligados à infraestrutura básica (exemplo: transporte e saneamento básico).

No entanto, as sucessivas crises geradas pelo capitalismo mostraram que o papel do Estado não se apagou, como pensavam alguns, pelo contrário, em momentos de crise financeira, o Estado é chamado a ajudar as empresas em dificuldade econômica. Portanto, o papel do Estado no contexto de globalização reestruturou-se, passando este a atuar como um salvador dos excessos e econômicos promovidos pelas empresas nacionais ou internacionais, controlando taxas de juros, câmbios, manutenção de subsídios em setores estratégicos, bem como fiscalizando, direta e indiretamente, os recursos energéticos.

O surgimento dos blocos econômicos coincide com a mudança exercida pelo Estado. Em um primeiro momento, a ideia dos blocos econômicos era de diminuir a influência do Estado na economia e comércio mundiais. A formação destas organizações supranacionais fez com que o Estado passasse a garantir a paz e o crescimento em períodos de grave crise econômica. Assim, a iniciativa de maior sucesso até hoje é a experiência vivida pelos europeus através da União Europeia.

Blocos econômicos Etapas de integração de blocos econômicos

●Zona de Livre Comércio: ocorre a redução ou extinção das tarifas aduaneiras entre países de um mesmo bloco econômico. Trata-se de um acordo meramente comercial, onde não há liberdade para a circulação de pessoas, ou adoção de uma moeda única. Exemplo: USMCA. ●União Aduaneira: ocorre quando uma zona de livre comércio adota também uma Tarifa Externa Comum (TEC), que é uma tarifa que visa padronizar o imposto cobrado para produtos advindos de países não membros dos blocos. Dessa forma, além de reduzir o preço dos produtos comercializados entre os países-membros, a União Aduaneira ainda torna os produtos de países externos ao bloco mais caros, como forma de estimular trocas comerciais de bens produzidos no próprio bloco. Exemplo: Mercosul. ●Mercado Comum: indo muito além de um acordo comercial, pois envolve a livre circulação de produtos, pessoas, bens, capital e trabalho, tornando as fronteiras entre os seus membros quase inexistentes em termos comerciais e de mobilidade populacional. Os países da Europa foram pioneiros na construção de blocos econômicos e realizaram, ainda em 1957, a criação de uma organização regional chamada de Comunidade Econômica Europeia - CEE, que já nasceu com as características um Mercado Comum. Exemplo: União Europeia. ●União Econômica e Monetária: representa maior integração existente, e consiste num mercado comum que ampliou ainda mais o seu nível de relacionamento, alcançando também o campo monetário. Adota-se, então, uma moeda comum, como o Euro, que substitui as moedas locais ou passa a valer comercialmente em todos os países-membros. Também é criado um Banco Central do bloco, respectivo órgão de gestão financeira, passando a adotar uma política econômica comum para todos os integrantes. Em muitos casos, essa integração alcança até mesmo as decisões políticas que eventualmente são tomadas em conjunto pelos países-membro. Exemplo: o Euro, e a Banco Europeu da União Europeia.

União Europeia Cronologia dos principais tratados:

1 Bruxelas (1948) o Tratado de Bruxelas foi assinado entre Bélgica, Holanda, Luxemburgo (BeNeLux) promovendo o desenvolvimento de uma zona de livre comércio, com a livre circulação de mercadorias, sem tarifas alfandegárias; Obs.: foi o principal precursor das iniciativas para organizar os Estados da Europa ocidental no pós-Segunda Guerra Mundial; 2 Paris (1951) o Tratado de Paris cria a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), com seus signatários Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo. Ele assentaria bases para que os países europeus começassem a se reunir em torno de pactos em comum. 3 Roma (1957), momento-chave da integração europeia: o Tratado de Roma cria a Comunidade Econômica Europeia (CEE), com os mesmos signatários de Paris. Dele nascem o Conselho, a

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Comissão e o Parlamento Europeus, instituições que coordenam até hoje os braços Executivo e Legislativo do bloco. O Mercado Comum também vem desse pacto. Estabelece ainda liberdades fundamentais, tais como o livre trânsito de mercadorias, de pessoas, de capitais e de serviços. Obs.: criação da EURATOM (Comunidade Europeia de Energia Atômica); 4 Schengen (1985-1995), promove a abertura para a livre circulação nas fronteiras internas dos países signatários (menor controle e burocracia migratória) e facilita o trânsito de veículos comerciais. O pacto entra definitivamente em vigor em 1995. Obs1: o Reino Unido e a Irlanda não aderem ao Tratado de Shengen; Obs2: a Suíça, Noruega e a Islândia aderiram ao Shengen; 5 Maastricht (1992-93), a cidade luxemburguesa de Maastricht foi sede, em 1992, do acordo que integrou as comunidades europeias em uma - surgindo a União Europeia (UE.); possibilita políticas externas e de defesa comuns, cria a cidadania europeia e a gestão comunitária de diversas competências para o bloco. Criação de uma moeda única, o Euro, que entrou em circulação em 2002.

Zona de adoção do Euro Países signatários e em processo de adesão

Obs.: o Reino Unido, Dinamarca e Suécia não adotam o Euro; 6 Amsterdã (1997-99) define os parâmetros da UE atual; ganhando mais poder, após este tratado, ao dar ao Parlamento Europeu poderes cruciais antes pertencentes ao Legislativo dos Estados-membros, tais como, poder sobre imigração, criminalidade, política externa e segurança. 7 Atenas (2004) permite o ingresso dos países do leste Europeu, ex-socialistas, é a efetivação do Tratado de Nice (2001), somadas as nações insulares do Mediterrâneo. Obs.: países ingressos a partir de 2004 são: Hungria, Estônia, Letônia, Lituânia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, e as ilhas de Malta e do Chipre. 8 Lisboa (2007-2009), unifica as instituições europeias para criar o bloco com seu formato atual e regulamentar os procedimentos para quando um país quiser deixar a entidade. Foi assinado após o fracasso na adoção de uma Constituição da UE.

Países membros da União Europeia, e candidatos à ingresso

Obs1.: em 2007 são aceitas as nações da Bulgária e Romênia, totalizando 27 nações UE; Obs2.: em 2013 é aceita a Croácia, totalizando 28 nações UE; Obs3.: em 2014 ocorre a Crise da Ucrânia/Criméia entre a Federação Russa, Ucrânia e a UE; Obs4.: Em 2016 o Reino Unido através de plebiscito opta por deixar a União Europeia. O processo é conhecido como “Brexit” mistura das palavras “Britain” (“bretanha”) e “exit” (“saída”), a saída ocorre em 31 de janeiro de 2020; Obs5.: a União Europeia tem 27 países membros, a partir de fevereiro de 2020;

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União Europeia Critérios de adesão à EU - tratado de Copenhague - 1993

Apresentar estabilidade das instituições, de forma a garantir a democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e o respeito e defesa das minorias.

Existência de uma economia de mercado funcional e capacidade de responder às pressões competitivas e forças de mercado dentro da comunidade.

Capacidade de assumir as obrigações que a filiação implica, inclusive o cumprimento das metas de uma união política, econômica e monetária. Além disso, efetividade administrativa para aplicar e pôr em vigor o acervo comunitário, isto é, os direitos e obrigações vinculativos para todos os países-membros. Obs.: a Turquia, por exemplo, encontra resistência, pelas acusações de violação dos direitos humanos, sobretudo contra os curdos, e pelo temor que o país facilite o ingresso de terroristas na União Europeia;

União Europeia Dados gerais

A União Europeia é o principal bloco comercial do mundo. A UE é o maior exportador mundial de bens e serviços e o maior mercado de importação para mais de 100 países.

O principal motor da economia europeia é o mercado único, que permite que a maioria das pessoas, bens, serviços e capitais circulem livremente. O objetivo da UE é desenvolver este enorme recurso também noutras áreas, como os mercados da energia, do conhecimento e dos capitais, para que os europeus possam tirar o máximo partido do seu potencial.

O comércio livre entre os países da UE foi um dos princípios fundadores da UE, concretizado no mercado único. Fora das suas fronteiras, a UE está igualmente empenhada na liberalização do comércio mundial. Subdivisão da Europa pós-Antiga Ordem Mundial ●Europa Ocidental: principal região econômica da Europa, engloba Alemanha, França e Reino Unido - as economias mais fortes da Europa. Concentra a maior parte das indústrias europeias, e é também favorecida por um sistema de transportes moderno, rápido e multimodal, que permite intensa circulação de mercadorias e de pessoas. ●Europa Centro-Oriental: envolve os países da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou seja, ex-socialistas, detentores dos piores índices socioeconômicos da Europa e marcados por alta disparidade de renda. Sua economia caracteriza-se por indústrias pesadas e de base, além de atividades extrativistas e agrícolas.

A UE é, há mais de meio século, um fator de paz, de estabilidade e de prosperidade, tendo contribuído para melhorar o nível de vida dos europeus e dado origem a uma moeda única, o euro. Mais de 340 milhões de cidadãos europeus de 19 países utilizam o euro como moeda e usufruem das suas vantagens. Obs1.: uma das principais críticas a economia é a política de subsídios, e do protecionismo, especialmente, relacionado a produção agropecuária (PAC); Obs2.: a União Europeia foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz de 2012, o bloco colaborou para o avanço da paz, a reconciliação na Europa e o estabelecimento da democracia e direitos humanos no continente;

Política Agrícola Comum - UE subsídios e protecionismo

Entre as formas de subsídio, e protecionismo, praticados pela União Europeia, destacam-se: a instituição de cotas para produção agrícola, que impede o excesso de produção, e o eventual excesso de oferta (o que reduziria o preço do produto), os produtores agropecuários europeus também contam com empréstimos a juros baixos para sua produção, e a instituição de barreiras alfandegárias (taxas e impostos) que evitam a concorrência, e garantem o mercado e a proteção aos produtos similares existente na Europa.

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Espaço Schengen Países signatários e contrários ao tratado

Graças à supressão dos controlos nas fronteiras entre os países da UE, as pessoas podem circular livremente em quase todo o continente, sendo muito mais fácil viver, trabalhar e viajar noutros países da UE. Todos os cidadãos europeus têm o direito e a liberdade de escolher em que país da UE querem trabalhar, estudar ou passar a sua aposentadoria. Em termos de emprego, segurança social e impostos, os países da UE devem tratar os outros cidadãos europeus exatamente da mesma forma que tratam os seus próprios cidadãos.

União Europeia Desafios/crises

A União Europeia enfrenta quatro principais desafios ou crises, são elas: a crise ambiental, climática (com reflexos locais, regionais e globais), a crise humanitária - relacionadas aos refugiados, a crise da fragmentação política (saída do Reino Unido, e movimentos similares na França, Itália, Polônia, em destaque), e a ascensão da extrema-direita (com forte discurso xenofóbico, sustentado pela precarização dos direitos trabalhistas1, pelo redução da assistência social1, previdenciária1 do Estado, e pelo aumento do desemprego), que afetam o processo de cooperação e solidariedade pilares do bloco europeu. 1processos desencadeados, especialmente, a partir da crise de 2008, nos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), como em outros Estados europeus, relacionados a adoção de medidas neoliberais, e ou impostas pelo Fundo Monetário Internacional - FMI, e ou pelo Banco Central Europeu - BCE.

Crise da Ucrânia Ucrânia/UE/Estados Unidos versus Federação Russa

O início da crise ocorre em novembro de 2013, quando o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, decidiu abandonar um acordo de livre comércio com a União Europeia para se alinhar à Rússia. O acordo estratégico com os russos incluía uma ajuda financeira, descontos no preço do gás produzido pela Rússia e comprado pela Ucrânia e a promessa de uma zona de comércio livre.

Desejando a integração com a União Europeia e temendo a influência russa, parte dos ucranianos foi às ruas para se manifestar contra a decisão.

O gás natural produzido pela Rússia tem papel relevante na crise. Hoje, a Europa importa 30% do gás russo, número que já foi de 45%.

A Ucrânia está entre os dez países que mais consomem gás natural no mundo, sendo também redistribuidor do produto. Em seu território, passam 80% do gás russo vendido aos europeus por meio de seus gasodutos.

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Crise na Criméia Estreito de Kerch, ligação do mar de Azov ao mar Negro

Em 2014, após a deposição do então presidente ucraniano Viktor Yanukovich, a Rússia ocupou a península numa ação que, num primeiro momento, foi secreta e que, em seguida, levou à anexação oficial do território.

O governo russo invocou os resultados de um polêmico referendo que havia sido realizado na Crimeia. A anexação não foi reconhecida nem pela Ucrânia, nem pela comunidade internacional. A disputa pela península já resultou em vários processos legais internacionais, a maioria deles iniciados por Kiev.

A influência do país soviético é forte não apenas na península, mas também nas regiões leste e sul da Ucrânia, que mantém a língua e a cultura.

União Europeia BrExit

Na última semana de janeiro de 2020, dia 31, terminou uma discussão política que durou quase quatro anos. O BrExit, saída do Reino Unido da União Europeia, foi uma das pautas mais importantes para o cenário sociopolítico mundial. E após tantos conflitos, debates, e negociações ela se concretizou no primeiro mês do ano.

Em suma, a União Europeia é um bloco econômico e político, no qual os Estados-Membro possuem um acordo para realizarem livremente transações comerciais e a circulação de pessoas. Além de possuírem uma moeda unificada, o bloco é controlado por um Parlamento Europeu, formado por deputados dos países participantes. Certamente, essa cooperação econômica, social e política é uma das alianças mais fortes da nossa história.

O termo Brexit quer dizer “British exit”, ou seja, saída britânica do bloco. Nesse caso, não resta dúvidas de como essa saída tem um grande impacto para todas as nações. É a primeira vez em 47 anos de União Europeia que um país deixa o acordo.

Três anos e meio depois do referendo que, com 51,9% dos votos, aprovou o processo do Brexit, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez hoje um discurso no qual considera a saída do bloco como um "início de uma nova era", com a qual espera curar as feridas abertas na sociedade britânica.

Entre os motivos da saída do Reino Unido da União Europeia destaca-se a grave crise de refugiados, chegando ao maior número de pessoas que abandonam seu país-natal desde a Segunda Guerra Mundial, por causa de conflitos armados que ameaçam suas vidas. Desesperadas, essas pessoas fogem para lugares que eles acreditam serem seguros e acolhedores. Por esse motivo, milhões de pessoas têm migrado incessantemente de países da África e do Oriente Médio para a Europa.

A onda de imigrantes assusta muitos europeus, que muitas vezes reagem com xenofobia (aversão, preconceito ao estrangeiro) em relação a essas pessoas.

A campanha pelo Brexit certamente foi muito fortalecida pela percepção de que o Reino Unido estava sendo prejudicado pela facilidade com que muitos estrangeiros conseguiam migrar para o país. A alegação de que o país não possui controle efetivo sobre suas próprias fronteiras por causa da União Europeia pesou bastante para o resultado.

Além da questão da imigração, também há o argumento de que a União Europeia cria uma situação injusta entre seus membros, em que os países com economias mais fortes (como Alemanha, França e Reino Unido) sustentam os países economicamente mais fracos e endividados (Espanha, Portugal, Grécia, Itália, etc).

O sentimento nacionalista britânico pode ter sido um apelo para que a população da ilha (principalmente os ingleses e galeses) deixasse seus pares europeus. Membro da UE desde 1973, o Reino Unido sempre teve uma participação titubeante no bloco. Um exemplo disso é que o país nunca adotou o euro como moeda (a libra esterlina continuou circulando). O país

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também não participou completamente do acordo de Schengen, que não era originalmente parte da União Europeia, mas desde 1997 faz parte do quadro jurídico; tal acordo criou um espaço de livre circulação de pessoas entre países europeus, sem a necessidade de controle de passaporte.

Decepção Escócia e Irlanda do Norte, regiões onde a permanência na UE venceu o referendo

de 2016, lideraram as mostras de decepção pela saída definitiva do bloco.

A primeira ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, reiterou hoje o pedido para realizar uma consulta popular sobre a independência da região do Reino Unido. Enquanto isso, dezenas de manifestantes protestavam na fronteira entre as duas Irlandas contra o Brexit e alertaram Johnson de que a luta continuará.

Também houve descontentamento na Inglaterra. Em Dover, depoimentos dos veteranos britânicos da Segunda Guerra Mundial foram projetados. Nas mensagens, eles mostravam o descontentamento com a separação do Reino Unido do resto da Europa.

Mercosul Mercado Comum do Sul - América do Sul

O bloco formado por países Sul-Americanos tem como membros fundadores o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, signatários do Tratado de Assunção de 1991. Tratado esse que estabeleceu a estrutura institucional básica do MERCOSUL e conferiu ao bloco personalidade jurídica de direito internacional. O Protocolo consagrou, também, a regra do consenso no processo decisório, listou as fontes jurídicas do MERCOSUL e instituiu o princípio da vigência simultânea das normas adotadas pelos três órgãos decisórios do bloco: o Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão superior ao qual incumbe a condução política do processo de integração; o Grupo Mercado Comum (GMC), órgão executivo do bloco; e a Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM), órgão técnico que vela pela aplicação dos instrumentos da política comercial comum.

Mercosul Países membros e associados

Mercosul Dados gerais

Os membros fundadores (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a Venezuela, que completou seu processo de adesão em meados de 2012, abrangem, aproximadamente, 72% do território da América do Sul (12,8 milhões de km², equivalente a três vezes a área da União Europeia); mais de 70% da população Sul-Americana (mais de 300 milhões de habitantes) e mais de 70% do PIB da América do Sul. Obs1.: os idiomas oficiais do Mercosul são o português, espanhol e guarani; Obs2.: a Bolívia, além de país associado, é um candidato a adesão ao bloco como membro pleno;

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Mercosul Crise do Paraguai

●Em junho de 2012, Argentina, Brasil e Uruguai decidiram pela suspensão do Paraguai como membro do Mercosul. A justificativa para a sansão teve caráter político. O bloco alegou à época que o Paraguai feriu princípios democráticos quando consolidou o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo. A suspensão durou até abril de 2013, quando ocorreram eleições presidenciais no país. No período em que o Paraguai - então opositor à entrada da Venezuela no bloco econômico - estava suspenso do Mercosul (2012), os três países fundadores, promoveram, em meio a polêmicas, a adesão da Venezuela, como membro pleno do bloco sul americano.

Mercosul Crise da Venezuela

●No entanto, também cercada de controvérsia, em dezembro de 2016, a Venezuela foi suspensa do bloco. A justificativa oficial é a de que o país deixou de cumprir acordos e tratados que são parte dos requisitos para a permanência no conjunto de países.

Mercosul e União Europeia selam esperado acordo após 20 anos de negociações O pacto representará um incremento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de dólares a 125 bilhões

em 15 anos, segundo o Ministério da Economia. Após vinte anos de negociação, o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai)

e a União Europeia selaram, nesta sexta-feira, 28 de junho de 2019, um acordo de livre comércio entre os dois blocos. A informação é dos ministérios da Economia e das Relações Exteriores. O pacto é um marco histórico no relacionamento entre os dois blocos, que representam, juntos, cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. Ele cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

O texto deve obter ainda a autorização dos Estados membros e do Parlamento Europeu, que podem exigir mudanças, informam os repórteres Luís Pellicer e Álvaro Sánchez. De acordo com estimativas do Ministério da Economia, o acordo entre Mercosul e UE "representará um incremento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de dólares em 15 anos, podendo chegar a 125 bilhões de dólares", considerando a redução das barreiras não-tarifárias e o aumento esperado na produtividade do país.

Ainda segundo o comunicado do Governo brasileiro, o aumento dos investimentos previstos para o Brasil no mesmo período é de 113 bilhões de dólares. E as exportações para a UE podem crescer quase 100 bilhões de dólares até 2035.

Com a vigência do acordo, produtos agrícolas terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas e café solúvel. Os exportadores brasileiros obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros.

O Governo informou, ainda, que o acordo reconhecerá como "distintivos do Brasil" vários produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés, e garantirá "acesso efetivo em diversos segmentos de serviços, como comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros".

Ainda segundo a nota, as empresas brasileiras serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. "Serão, desta forma, equalizadas as condições de concorrência com outros parceiros que já possuem acordos de livre comércio com a UE", informou o governo federal.

"A redução de barreiras e a maior segurança jurídica e transparência de regras irão facilitar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, com geração de mais investimentos, emprego e renda", avaliou o comunicado.

O texto fechado entre os dois blocos estabelece ainda contrapartidas sociais e ambientais às duas partes expostas no capítulo “Desenvolvimento sustentável”. A principal delas é a permanência e defesa do Acordo de Paris e inclui ainda respeito aos direitos trabalhistas e garantia aos direitos das comunidades indígenas. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/28/economia/1561741745_016799.html, acessado em 24 de maio de 2020.

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NAFTA Bloco econômico da América do Norte

Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (em inglês: North American Free Trade Agreement - NAFTA), foi um tratado envolvendo Canadá, México e Estados Unidos, tendo o Chile como associado, numa atmosfera de livre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países.

O NAFTA entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994 e perdurou até o dia 27 de agosto de 2018, objetivando a redução, e ou eliminação de barreiras alfandegárias entre os três países, e facilitar o movimento de produtos e serviços entre os territórios dos países-membros, visando, segundo o tratado, a criação de uma zona de livre-comércio, na qual haveria a abolição total das tarifas aduaneiras (de importação).

NAFTA Relação comercial entre nações membro

Entre as características do NAFTA, a que mais se destaca é a elevada desigualdade

econômica entre os seus países-membros. Os EUA, a maior economia do mundo, exercem uma influência sem igual sobre os seus vizinhos membros do acordo regional em questão, de modo que as economias de Canadá e México se encontram bastantes dependentes dos estadunidenses, embora essas relações de dependência expressem-se de maneiras distintas.

No México, há/houve uma grande internacionalização de suas indústrias, haja vista que boa parte delas é de origem estadunidense, principalmente as chamadas maquiladoras*, que se situam nas áreas de fronteiras entre os dois países.

*Essas fábricas são uma espécie de montadoras de produtos cujas peças foram produzidas em outras partes do mundo. Elas se aproveitam do baixo custo da mão de obra mexicana para reduzir os custos de produção, além da proximidade entre os dois países, o que barateia os gastos com transporte.

O NAFTA tratou-se de um bloco estritamente econômico, ou seja, a integração entre os países não passa por outras esferas, como ocorre na União Europeia. A livre circulação de pessoas, sobretudo entre México e Estados Unidos, é impensável em razão da grande diferença entre a qualidade de vida dos dois países.

Mesmo assim, o número de migrantes ilegais mexicanos nos EUA é muito alto, o que não é contido mesmo com a proposição da ampliação de um grandioso muro na região fronteira entre os dois países. Obs.: fazendeiros no México se opuseram, e ainda se opõem, ao NAFTA devido aos fortes subsídios de agricultura para os fazendeiros nos Estados Unidos que têm pressionado os preços da agricultura Mexicana. A aprovação, como ingresso no NAFTA foi rapidamente seguida de revoltas entre os revolucionários Zapatistas, e a tensão entre eles e o governo Mexicano permanece um grande problema. Além disso, o NAFTA foi acompanhado de uma redução dramática da influência das Uniões trabalhistas nas áreas urbanas do México. A assinatura e ingresso no NAFTA também foi acompanhada por um aumento dramático de imigração ilegal do México para os Estados Unidos;

USMCA O “novo NAFTA”

O novo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) foi alcançado após mais de um ano de negociações para renovar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA), em vigor desde 1994.

O USMCA inclui mais proteções para os trabalhadores, normas ambientais mais rigorosas e atualizações da relação comercial para levar em conta o comércio eletrônico, assim como proteções “inovadoras” à propriedade intelectual. Obs.: o USMCA vai vigorar durante 16 anos, mas será revisto a cada seis anos;

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ALCA Área de Livre Comércio das Américas

A ALCA é um projeto de bloco econômico que reúne todos os países da América, tanto do Sul, Central e do Norte (subdivisão física do continente). É considerado um projeto porque, ao longo das reuniões que foram feitas pelos países participantes, surgiram discordâncias entre eles e no fim de 2005, as negociações foram abandonadas. A proposta foi feita pelos Estados Unidos, no dia 09 de dezembro de 1994, em Miami.

A criação desse bloco não agradou a todos no continente, especialmente os latino-americanos. Os Estados Unidos foram os idealizadores da ALCA que, se estivesse em vigor, englobaria todos os países da América, com exceção de Cuba1. 1o governo cubano e o governo estadunidense possuíam divergências ideológicas que impossibilitaram a adesão de Cuba ao bloco, naquele período, que resultam em implicações econômicas, explicitado no embargo econômico, imposto a nação cubana desde 1962. Atualmente, sabemos que ocorreram mudanças significativas nessa relação, porém, não há como saber, por ora, se Cuba seria aceita como membro de um bloco econômico proposto pelos Estados Unidos.

A estratégia era a de gradualmente suprimir as barreiras ao comércio entre os estados-membros, prevendo-se a isenção das tarifas alfandegárias para quase todos os itens de comércio entre os países associados. Uma vez implementada, a ALCA tornaria-se o maior bloco econômico do mundo - englobando as áreas do NAFTA, na (América do Norte), e do MERCOSUL, Comunidade Andina, na (América do Sul), por exemplo.

Uma das principais dificuldades para formação do bloco é a enorme disparidade entre a economia dos Estados Unidos, a maior da América, e a dos demais países americanos. A proposta foi bastante criticada por políticos latino-americanos, do Brasil, e da Venezuela, pois se efetivada a proposta da ALCA, a indústria norte-americana ofereceria produtos a preços mais baixos no continente latino-americano, levando, supostamente, ao fechamento de indústrias e ao aumento do desemprego.

O projeto da ALCA foi recusado pela maioria dos governos latino-americanos desde novembro de 2005, quando foi realizada a Quarta Cúpula das Américas em Mar del Plata e a proposta foi praticamente abandonada.

BRICS Os principais “Emergentes” econômicos juntos

O BRICS é um agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South África).

Entre as muitas similaridades entre esses países, ressaltam-se o vasto território, a existência de grandes recursos naturais, a grande população, o grande mercado de consumo, a destacada hegemonia regional, somado a elevados indicadores econômicos, comparados aos outros Países do Sul.

Os BRICS não são um bloco econômico, o BRICS é um grupo político de cooperação que tem expandido suas atividades em duas principais vertentes: a coordenação em reuniões e organismos internacionais e a construção de uma agenda de cooperação multissetorial entre seus membros.

Com relação à coordenação dos BRICS em foros e organismos internacionais, o mecanismo privilegia a esfera da governança econômico-financeira e também a governança política. Na primeira, a agenda do BRICS confere prioridade à coordenação no âmbito do G-20, incluindo a reforma do FMI*. Na vertente política, o BRICS defende a reforma das Nações Unidas e de seu Conselho de Segurança, de forma a melhorar a sua representatividade, em prol da democratização da governança internacional. Em paralelo, os BRICS aprofundam seu diálogo sobre as principais questões da agenda internacional.

*Dentro da perspectiva econômica a criação do Banco dos BRICS, um organismo internacional que pretende articular uma concorrência internacional direta contra o FMI e o Banco Mundial. A ideia é a concessão de empréstimos a Países do Sul a juros baixos e sem as contrapartidas oferecidas pelos demais órgãos, geralmente vinculadas a privatizações e medidas de austeridade econômica

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No que diz respeito à cooperação intra-BRICS, que vem ganhando densidade cada vez maior, construiu-se uma agenda abrangente que encampa áreas como finanças, agricultura, economia e comércio, combate a crimes transnacionais, ciência e tecnologia, saúde, educação, energia, instâncias empresariais e acadêmicas, segurança, entre outras.

Obs.: os BRICS são responsáveis, atualmente, por quase 65% do crescimento do PIB mundial nos últimos anos, o que lhes proporciona um valor geopolítico cada vez mais avançado no cenário internacional. Porém mesmo atuando em conjunto, as nações membro não possuem a força política, econômica ou militar (exceção da China) necessária para fazer frente a Estados Unidos e a União Europeia;

Fluxo da globalização/mundialização

APEC Cooperação Econômica Ásia-Pacífico

A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico - sigla do inglês Asia-Pacific Economic Cooperation - APEC é um bloco econômico formado por países asiáticos, americanos e da Oceania. Esse bloco econômico surgiu a partir da antiga Associação das Nações do Sudeste Asiático – ASEAN1, que não era um bloco propriamente dito, mas um espaço de discussão entre os países-membros. 1Impulsionado por algo semelhante ao Plano Marshall na Europa.

A consolidação da ASEAN ocorreu em 1989, e sua transformação em APEC aconteceu em 1994 durante a Conferência de Seatle.

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APEC Dados gerais

A APEC reponde por aproximadamente 40% da população mundial, cerca de 55% do produto interno bruto - PIB do planeta, e aproximadamente 45% de todo comércio do mundo.

APEC apresenta membros muito heterogêneos, e com grandes as distâncias geográficas, além de distintos interesses tornando impossíveis o estabelecimento de metas comuns, ou de integração, relacionadas, por exemplo, a livre circulação de pessoas, ou a utilização de uma moeda única.

APEC Países membros e ano de adesão

Obs.: o crescimento da APEC representa, de certa forma, um entrave para o crescimento econômico brasileiro, e para consolidação da hegemonia do Brasil, seja através de ações do MERCOSUL na América do Sul, ou dentro do BRICS;

UNASUL União Socialista da América do Sul

A União de Nações Sul-Americanas - UNASUL, anteriormente designada por Comunidade Sul-Americana de Nações - CASA ou CSN, foi uma organização intergovernamental composta pelos doze Estados da América do Sul. Foi fundada dentro dos ideais de integração sul-americana multissetorial, conjugando as duas uniões aduaneiras regionais: o Mercado Comum do Sul - MERCOSUL e a Comunidade Andina - CAN.

O Tratado Constitutivo da UNASUL foi assinado em 23 de maio de 2008, na Terceira Cúpula de Chefes de Estado, realizada em Brasília, Brasil. O Tratado Constitutivo definiu a instalação da sede da União em Quito, Equador, o Parlamento sul-americano em Cochabamba, na Bolívia, e a sede do seu banco, o Banco do Sul, em Caracas, Venezuela.

Contudo, apesar de ser criado para proliferar uma maior colaboração entre os Estados sul-americanos, a UNASUL, diferente dos outros blocos regionais, adquiriu valores políticos associados ao espectro socialista. Segundo vários países, a UNASUL perdeu seu valor prático. Em substituição a esse bloco, foi criado o PROSUL, em 22 de Março de 2019.

PROSUL Fórum para o Progresso da América do Sul

O Brasil formalizou a sua saída da União das Nações Sul-Americanas - UNASUL, para integrar o Fórum para o Progresso da América do Sul - PROSUL. A decisão foi comunicada oficialmente, em 16 de abril de 2019, pelo Ministério das Relações Exteriores ao governo do Equador, país depositário do tratado da UNASUL. Pelas regras internacionais, entretanto, o Brasil ainda precisa se manter por seis meses no organismo.

O processo de criação do PROSUL foi formalizado no dia 22 de março de 2019, em Santiago, no Chile. Na ocasião, representantes de oito países sul-americanos - Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Guiana e Peru - assinaram a Declaração de Santiago, que traz os requisitos essenciais para integrar o fórum: estar em plena vigência da democracia, com respeito à separação dos poderes do Estado, liberdade e direitos humanos, assim como o respeito à soberania e integridade territorial.

A proposta do PROSUL, idealizada pelo presidente chileno, Sebastian Piñera, tem formato mais flexível, enxuto, menos oneroso e deve se dedicar a iniciativas entre os países do bloco e ações conjuntas para o desenvolvimento da região. O espaço deverá abordar, de maneira flexível, temas de integração em infraestrutura, energia, saúde, defesa, segurança e combate ao crime, e prevenção e manejo de desastres naturais.