direito processual penal - apelação

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Professor Erinton

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Page 1: Direito Processual Penal - Apelação

APELAÇÃO

SÚMULA Nº 705

A RENÚNCIA DO RÉU AO DIREITO DE APELAÇÃO, MANIFESTADA SEM A ASSISTÊNCIA DO DEFENSOR, NÃO

IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELAÇÃO POR ESTE INTERPOSTA.

SÚMULA Nº 708

É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS DA RENÚNCIA DO ÚNICO

DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE INTIMADO PARA CONSTITUIR OUTRO.

SÚMULA Nº 713

O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DA SUA INTERPOSIÇÃO.

Classificação:

Quanto a Extensão:

a)Ampla: reexame de toda matéria decidida

b)Restrita ou parcial: Reexame apenas de parte da decisão

Quanto ao Procedimento:

a)Ordinária: Crimes punidos com Reclusão. Art 613

b)Sumária: Contravenções Penais e penas de Detenção. Art 610

1) previsão legal (artigo 593 CPP)

� recurso residual, tendo em vista, que somente cabível nos casos

previstos, desde que, da decisão não seja cabível o RESE

� a apelação é o recurso interposto contra decisão definitiva de

condenação ou absolvição, bem como contra as decisões definitivas ou

com força de definitivas, não sujeitas ao RESE. As decisões do tribunal

do júri também são apeláveis, quando ocorrer uma das hipóteses

previstas no artigo 593, III CPP

� o recurso de apelação não comporta juízo de retratação (efeito

regressivo), restando ao juiz monocrático apenas o juízo de

admissibilidade dos pressupostos objetivos e subjetivos do apelo, o que

será renovado no tribunal, que pode ou não conhecer do recurso

Page 2: Direito Processual Penal - Apelação

2) cabimento

� das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por

juiz singular (artigo 593, I CPP)

• as decisões definitivas são aquelas que julgam o mérito da

causa – sentença condenatória (julga procedente a

acusação imputada); sentença absolutória (julga

improcedente a acusação imputada)

• em relação à sentença absolutória o réu pode recorrer se

tiver interesse na modificação do fundamento da sentença

absolutória (hipóteses – artigo 386 CPP). O interesse surge

em razão de afastar a possibilidade de se ver processado na

esfera cível (arts. 65 e 66 CPP). Pode o réu pleitear a

alteração do fundamento que o absolveu ou a revogação da

medida de segurança aplicada.

• Por exemplo, se o juiz absolve o réu por falta de provas,

nada impede da vítima ingressar na esfera cível..mas se

absolve por legitima defesa, nada pode a vítima fazer

� das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por

juiz singular nos casos de não-cabimento do recurso em sentido estrito

(artigo 593, II CPP)

• Segundo Borges da Rosa, citado por NUCCI (p. 813) “a

verdadeira decisão definitiva é a sentença condenatória ou

absolutória, portanto, hipótese prevista no inciso I do artigo

593 do CPP, portanto inadequada sua repetição no inciso II”

• Segundo NUCCI (p. 813) “em suma, valeu-se o legislador da

apelação como recurso residual, ou seja quando não se

tratar de despachos de mero expediente, que não admitem

recurso algum, nem for o caso de interposição de RESE,

resta a aplicação da apelação desde que importe em alguma

decisão com força de definitiva, encerrando algum tipo de

controvérsia”

• Decisão interlocutória Mista. Sem julgamento do mérito

• Decisão definitiva. Juiz extingue de ofício pelo

reconhecimento da exceção de coisa julgada. Se for

Page 3: Direito Processual Penal - Apelação

interposta pela parte cabe RESE. Ou decisão que julga

procedência ou improcedência de restituição de coisa

apreendida Art 120 § 1º do CPP.

• Decisão com força de definitiva: Improcedência de seqüestro

art. 127 do CPP. Se ordenar o Sequestro cabe embargos Art

129 do CPP. Homologação de Laudo de incidente de

Insanidade . Art 153 do CPP

• Exceções: Ilegitimidade de Parte e Rejeição da Denuncia

cabe RESE

• � das decisões do tribunal do júri quando (artigo 593, III

CPP):

• Ocorrer nulidade posterior à pronúncia – se tratar-se de

nulidade relativa e ocorrer ANTES da pronúncia, deverá ser

argüida em preliminar nas ALEGAÇÕES (artigo 406 CPP).

Se o juiz não reconhecê-las e PRONUNCIAR o réu, deve a

defesa argüi-las em preliminar no RESE; porém se a

nulidade relativa ocorrer APÓS a sentença de pronúncia, o

recurso cabível é a APELAÇÃO. Tratando-se de nulidade

relativa a parte deverá argüi-la em momento oportuno, sob

pena de preclusão. Já nos casos de nulidade absoluta, a

parte poderá alegá-la a qualquer tempo e reconhecida a

nulidade pela instância superior, anula-se o julgamento,

procedendo-se à renovação dos atos anulados

• Nulidade Relativa � Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: � I - por incompetência, � II - por ilegitimidade de parte; � III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: � a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;

Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:

I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;

II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;

III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.

Page 4: Direito Processual Penal - Apelação

NULIDADE ABSOLUTA

� Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: � I - suspeição ou suborno do juiz; � Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. � § 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. �

• For a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou

à decisão dos jurados – neste caso não há ofensa à

soberania do júri, uma vez que a decisão dos jurados restou

inalterada. Ex.: o juiz deixa de aplicar causa de diminuição

de pena votada por maioria pelos jurados. Neste caso o

tribunal aplica diretamente sanando o problema

• Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou

da medida de segurança – haverá erro se o juiz aplicar pena

diversa daquela prevista em lei ou impuser medida de

segurança não cabível ou mesmo inadequada à espécie.

Ex.: aplicar pena abaixo do mínimo legal, mesmo levando

em consideração a aplicação de causa de diminuição de

pena; aplicar tratamento ambulatorial ao condenado por

crime punido com reclusão, quando o correto seria

internação. Haverá injustiça quando na análise da

individualização da pena o juiz aplica a pena além daquela

efetivamente necessária

• For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova

dos autos – apesar da soberania dos veredictos, neste caso

o tribunal determinará a realização de novo julgamento.

Neste caso há o denominado “error in judicando”,

diferentemente dos casos anteriores onde havia somente

“error in procedendo”. Por expressa previsão legal não há

possibilidade de interposição de nova apelação

comportando o mesmo fundamento, ou seja: decisão

contrária à prova dos autos, mesmo que a tese seja

diferente (ex.: na 1ª. vez – negativa de autoria, na 2ª. vez –

excludente de antijuridicidade)

Page 5: Direito Processual Penal - Apelação

OBS.:

• nos casos relacionados ao tribunal do júri somente nos casos

enumerados é que comportam o recurso de apelação

• o motivo/fundamento da apelação deve constar já no momento da

interposição e portanto quando da apresentação das razões o

fundamento está vinculado aos motivos apresentados na interposição

• o julgamento pelo tribunal ocorre nos limites da interposição – Súmula

713 STF – “o feito devolutivo da apelação contra decisões do júri é

adstrito aos fundamentos da sua interposição”

Cabe apelação da Sentença de Impronúncia e Absolvição Sumária, Art.

416 do CPP

Art. 82 da Lei 9099/97

3) prazo

� interposição = 5 dias – artigo 593, caput (de acordo com o artigo 798,

§ 5º.) contados da data da intimação

� razões = 8 dias contados da intimação

� contra-razões = 8 dias contados da intimação

� o prazo é processual, portanto sua contagem inicia-se no dia seguinte

ao da intimação e poderá ser prorrogado para o primeiro dia útil

subseqüente se o prazo finda em feriado ou final de semana

� se a parte tomou ciência na sexta-feira, o prazo começa a fluir a partir

do primeiro dia útil imediato – Súmula 310 STF

� exceção:

1) 15 dias – a partir do transcurso do prazo do MP. Súmula 448

STF: “o prazo para o assistente recorrer supletivamente começa

a correr imediatamente após o transcurso do prazo do MP” –

trata-se da denominada apelação supletiva ou subsidiária, a

qual ocorre quando nos crimes de ação penal pública o MP não

interpõe recurso dentro do prazo legal (observando que não há

obrigatoriedade do MP quanto a interposição do recurso, tendo

em vista, tratar-se de recurso voluntário).

Page 6: Direito Processual Penal - Apelação

4) forma

� regra geral por termo nos autos ou por petição

� JEC – artigo 82 da Lei 9099/95 – decisão que rejeitar a denúncia ou

queixa – cabe apelação por petição escrita – no prazo de 10 dias, sendo

que as razão deverão ser apresentadas juntamente com a interposição

� da decisão que não receber a apelação interposta – cabe RESE

(artigo 581, XV CPP)

� da decisão que obstar o seguimento – cabe carta testemunhável

(artigo 639, III CPP)

5) Efeito (artigo 597 CPP)

� o recurso interposto contra sentença absolutória tem efeito

meramente devolutivo

� a sentença condenatória dever ter efeito devolutivo e suspensivo, não

sendo executada, até que haja o trânsito em julgado, a fim de não se

ofender o princípio da presunção de inocência (artigo 597 CPP). Mas há

a ressalva do disposto no artigo 393, conforme segue:

• artigo 393 caput - são efeitos da sentença condenatória

recorrível: I – ser o réu preso ou conservado na prisão,

assim nas infrações inafiançáveis, como nas afiançáveis

enquanto não prestar fiança (desde que o réu seja primário

e de bons antecedentes o efeito do recurso é

SUSPENSIVO, caso contrário DEVOLUTIVO)

• o inciso II do artigo 393 (ser o nome do réu lançado no rol

dos culpados (revogado pelo artigo 5º., LVII CF/88 –

presunção de inocência)

• a aplicação provisória de interdições de direitos e de

medidas de segurança – revogado pelo artigo 105 da LEP,

portanto inaplicável

• suspensão condicional da pena – revogado pelo artigo 160

LEP, impondo a realização da audiência de advertência

Page 7: Direito Processual Penal - Apelação

somente após o trânsito em julgado da sentença, portanto

inaplicável

6) a quem é dirigido

� interposição: ao juiz que proferiu a decisão (juiz a quo)

� razões: ao tribunal competente (juiz ad quem)

7) quem é legitimado

� defesa, acusação e o assistente de acusação

8) o que se deve pedir

� interposição: recebimento e processamento do recurso e remessa ao

tribunal (no caso do recurso de apelação é incabível o

juízo de retratação)

� razões: reforma da decisão

MP não pode apelar de Ação Privada.

Page 8: Direito Processual Penal - Apelação

9) processamento

Interposição - 5 dias -

Recebimento pelo juiz – juízo de prelibação - 10 dias -

Razões - 8 dias -

Contra-razões - 8 dias -

Conclusão ao juiz (com a resposta do recorrido ou sem ela)

- 5 dias -

593 CPP

800, I CPP

600 CPP

600 CPP

601 CPP

Juiz sustentará

O recurso será apresentado

ao tribunal ad quem ou entregue no Correio

- 5 dias -

602 CPP

Page 9: Direito Processual Penal - Apelação

define coisa julgada formal e coisa julgada material. A primeira "é a matéria processual e ocorre quando não houver mais recurso da decisão proferida; é chamada também de preclusão recursal, porque não houve interposição de recursos.". A segunda "é a qualidade dos efeitos das sentenças." ."Toda sentença produz coisa julgada formal, já que se esgota o prazo recursal, mas nem todas produzem coisa julgada material, visto que poderão ser revistas com novas provas, como a impronúncia." Art 414, § único