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DIREITO PROCESSUAL CIVILRodrigo da Cunha06.02.2009

1) PARTES Parte aquele que pede ou contra quem se pede em juzo. Partes so os sujeitos parciais, interessados no desfecho da demanda. So aqueles que pedem ou contra quem pedida uma providncia jurisdicional. No processo de conhecimento, denominam-se autor e ru; no processo de execuo, exeqente e executado; na reconveno, reconvinte e reconvindo etc. 1.1) CAPACIDADE DE SER PARTE E CAPACIDADE PROCESSUAL No Direito Civil h 2 tipos de capacidade a de direito e a de fato. Capacidade de direito uma aptido para ser sujeito de direitos e obrigaes na ordem civil. Todo aquele que nascer com vida tem capacidade de direito. Capacidade de fato a aptido para exercer por si s direitos e deveres na ordem civil ( uma capacidade para exercita o direito por si s, sem necessitar de assistente ou representante). Tem esta capacidade todos aqueles que no forem absolutamente nem relativamente incapazes. No Processo Civil h a capacidade de ser parte e a capacidade processual. Capacidade de ser parte a aptido para figurar num dos plos da relao processual. Tem esta capacidade aqueles que possuem capacidade de direito (aquele que nascer com vida). Capacidade processual (capacidade para estar em juzo; legitimatio ad processum) uma aptido para agir em juzo por si s, sem depender de ningum. Tem esta capacidade aqueles que possuem capacidade de fato (os que no forem absolutamente nem relativamente incapazes). 1.1.1) Integrao de capacidade Os absolutamente incapazes sero representados e os relativamente incapazes sero assistidos. OBS.: Curador especial tambm integra a capacidade. Os casos de nomeao do curador especial esto no art. 9 do CPCArt. 9o O juiz dar curador especial: I - ao incapaz, se no tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; II - ao ru preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa Pargrafo nico. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competir a funo de curador especial

OBS.: a nomeao do curador especial ocorrer at mesmo na execuo, se o executado no apresentar embargos execuo entendimento do **STJ).

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1.1.2) Capacidade da pessoa jurdica As pessoas jurdicas constitudas regularmente tero capacidade de ser parte e capacidade processual. 1.1.3) Entes despersonalizados Exs.: o esplio, o Ministrio dos Transportes, o Senado Federal etc. Em regra, os entes despersonalizados no tm capacidade de ser parte, nem capacidade processual, tendo que ser representados; excepcionalmente, a lei pode atribuir tais capacidades. OBS.: a jurisprudncia tem atribudo capacidade de ser parte e capacidade processual a alguns entes despersonalizados, como as Assemblias Legislativas, a Cmara dos Deputados e o Senador Federal, quando as aes tiverem como objeto a defesa de seus interesses institucionais. A capacidade processual no se restringe aos entes personalizados (pessoas fsicas ou jurdicas). A massa falida, o esplio, a herana vacante ou jacente, a massa do insolvente, as sociedades sem personalidade jurdica e o condomnio tm capacidade processual. Tais entes, segundo a doutrina e a jurisprudncia, so pessoas formais ou morais, dotadas de personalidade judiciria.STJ RECURSO 1997/0067547-5 ORDINRIO RMS EM 8967 MANDADO / DE SP SEGURANA

Ementa. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. AO POPULAR. ATO DA ASSEMBLIA LEGISLATIVA DO ESTADO DESO PAULO. PERSONALIDADE JURDICA. CAPACIDADE PROCESSUAL EM JUZO. DEFESA DE INTERESSES INSTITUCIONAIS PRPRIOS E VINCULADOS SUA INDEPENDNCIA E FUNCIONAMENTO. ATUAO COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL. PRECEDENTES. ...6. Ao impetrar o "mandamus" em face da deciso da 15 Cmara Civil do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo, a Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo - que, na realidade, o prprio Poder Legislativo - agiu em nome prprio, nos termos do art. 9 da Constituio Estadual, posto que o ato judicial combatido no afeta to-somente os direitos dos Srs. Deputados Estaduais, individualmente considerados, mas uma prerrogativa institucional assegurada constitucionalmente ao Poder Legislativo e de fundamental importncia para o efetivo exerccio de sua atividade-fim. Ressalte-se que o ato impugnado configura, em ltima anlise, inconstitucional ingerncia do Poder Judicirio no Poder Legislativo, pois afronta o princpio da independncia dos trs Poderes. 7. Na situao examinada no se trata de se enquadrar o fenmeno processual em debate no crculo da substituio processual ou da legitimidade extraordinria. O que h de se investigar se a Assemblia Legislativa est a defender interesses institucionais prprios e vinculados ao exerccio de sua independncia e funcionamento, como de fato, "in casu", est. A cincia processual, em face dos fenmenos contemporneos que a cercam, tem evoludo a fim de considerar como legitimados para estar em juzo, portanto, com capacidade de ser parte, entes sem personalidade jurdica, quer dizer, possuidores, apenas, de personalidade judiciria. 8. No rol de tais entidades esto, alm do condomnio de apartamentos, da massa falida, do esplio, da herana jacente ou vacante e das sociedades sem personalidade prpria e legal, todos por disposio de lei, ho de ser includos a massa insolvente, o grupo, classe ou categoria de pessoas titulares de direitos coletivos, o PROCON ou rgo oficial do consumidor, o consrcio de automveis, as Cmaras Municipais, as Assemblias Legislativas, a Cmara dos Deputados,

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3o Poder Judicirio, quando defenderem, exclusivamente, os direitos relativos ao seu funcionamento e prerrogativas. 9. Precedentes jurisprudenciais. 10. Recurso provido, reconhecendo a recorrente como parte legtima para impetrar o mandado de segurana em exame, pelo que o egrgio Tribunal "a quo" deve prosseguir com o julgamento do mrito da pretenso argida.

1.1.4) Capacidade processual dos cnjuges As pessoas casadas tm capacidade processual plena. Geralmente, independem de outorga para agirem judicialmente em defesa de seus direitos ou para se defenderem em juzo. Entretanto, o art. 10 elenca as seguintes excees:Art. 10. O cnjuge somente necessitar do consentimento do outro para propor aes que versem sobre direitos reais imobilirios. (Redao dada pela Lei n 8.952, de 1994) 1o Ambos os cnjuges sero necessariamente citados para as aes: (Renumerado do Pargrafo nico pela Lei n 8.952, de 1994) I - que versem sobre direitos reais imobilirios; (Redao dada pela Lei n 8.952, de 1994) II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cnjuges ou de atos praticados por eles; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) III - fundadas em dvidas contradas pelo marido a bem da famlia, mas cuja execuo tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituio ou a extino de nus sobre imveis de um ou de ambos os cnjuges.(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) 2o Nas aes possessrias, a participao do cnjuge do autor ou do ru somente indispensvel nos casos de composse ou de ato por ambos praticados. (Includo pela Lei n 8.952, de 1994) Art. 11. A autorizao do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um cnjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossvel d-la. Pargrafo nico. A falta, no suprida pelo juiz, da autorizao ou da outorga, quando necessria, invalida o processo.

As hipteses do art. 10, pargrafo 1, configuram litisconsrcio passivo necessrio. Qualquer que seja o regime de bens, marido e mulher devem ser citados, sob pena de nulidade do processo. Quanto hiptese do pargrafo 2, em virtude de contrato ou de herana, marido e mulher tornaram-se possuidores do mesmo bem (composse). Nesse caso, para um cnjuge propor ao possessria, necessita do consentimento do outro. Trata-se de mera anuncia, no de litisconsrcio ativo necessrio. 1.2) CAPACIDADE POSTULATRIA

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4 H duas teses sobre a capacidade postulatria: a primeira diz que, tem capacidade postulatria a parte quando representada por um advogado. A segunda diz que, tem capacidade postulatria o advogado, regularmente inscrito nos quadros da OAB ( a posio mais adotada em concursos pblicos). Prova-se a capacidade postulatria atravs da procurao ou do substabelecimento. Se o advogado afirmar urgncia, poder atuar sem procurao por 15 dias, prorrogveis por igual perodo. OBS.: advogado pblico no precisa de procurao s. 644 do STF Se o autor no junta procurao no processo, ser extinto o processo sem julgamento de mrito por falta de capacidade postulatria; se o ru esquecer, ser declarada sua revelia; se for o terceiro interessado, ser extinto do processo. O ato praticado por advogado sem mandato nos autos ineficaz, passvel de ratificao; j o ato praticado por quem no tem habilitao de advogado reputa-se inexistente. H casos que a legislao infraconstitucional, com o aval do STF, admite a postulao em juzo por pessoas que no detm a habilitao de advogado. o que se passa, com algumas limitaes nos Juizados Especiais e na Justia do Trabalho. Mas a regra, para a validade da relao processual, a representao por advogado. O prprio CPC, no art. 36, admite que leigo postule em juzo, em causa prpria ou representando parte, no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver. Para a prtica de alguns atos, alm dos poderes gerais (implcitos na clusula ad judicia), a prtica de certos atos, em razo da relevncia deles sobre o direito da parte, exige poderes especiais, como, por exemplo, para receber citao inicial, confessar, reconhecer a procedncia do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ao, receber, dar quitao e firmar compromisso.Art. 12. Sero representados em juzo, ativa e passivamente: I - a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Territrios, por seus procuradores; II - o Municpio**, por seu Prefeito ou procurador; III - a massa falida, pelo sndico (no existe mais a figura do sndico); IV - a herana jacente ou vacante, por seu curador; V - o esplio, pelo inventariante; VI - as pessoas jurdicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, no os designando, por seus diretores; VII - as sociedades sem personalidade jurdica, pela pessoa a quem couber a administrao dos seus bens;

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5VIII - a pessoa jurdica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agncia ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, pargrafo nico); IX - o condomnio, pelo administrador ou pelo sndico.

1.4) SUCESSO E SUBSTITUIO PROCESSUAL Sucesso processual - significa a substituio da parte em razo de uma mudana na titularidade do direito material afirmado em juzo (substitui a parte por outra pessoa), ex.: a morte do titular. Feita a citao, estabilizam-se os elementos da demanda (partes, pedido e causa de pedir). Aps esse ato, o autor pode modificar o pedido ou a causa de pedir com o consentimento do ru, mantendo-se as mesmas partes (art. 264). S permitida, no curso do processo, a substituio voluntria das partes nos casos expressos em lei. V-se que, em regra, no se admite a substituio de partes (sucesso processual). As hipteses de sucesso processual encontram-se nos arts. 42 e 43 do CPC:Art. 42. A alienao da coisa ou do direito litigioso, a ttulo particular, por ato entre vivos, no altera a legitimidade das partes hiptese facultativa 1o O adquirente ou o cessionrio no poder ingressar em juzo, substituindo o alienante, ou o cedente, sem que o consinta a parte contrria. 2o O adquirente ou o cessionrio poder, no entanto, intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente. 3o A sentena, proferida entre as partes originrias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionrio. Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se- a substituio pelo seu esplio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265 hiptese obrigatria

prevista a sucesso pelo Ministrio Pblico na ao popular (Lei 4717/65, art. 9) e na ao civil pblica (Lei 7347/85) quando a parte originariamente desiste da ao. Substituio processual - ocorre quando a lei atribui legitimidade a algum para atuar como parte em nome prprio na defesa de interesse ou direito alheio. ex.: sindicato para a defesa dos interesses da categoria; O MP na defesa dos interesses dos consumidores. OBS.: nas aes coletivas, h quem prefira chamar a substituio processual de legitimao autnoma para conduo do processo (legitimao extraordinria). Exs.: mandado de segurana coletivo, ao popular, ao civil de reparao do dano ex delito (O MP pode ingressar em nome prprio, pleiteando direito do titular indenizao quando este for pobre (art. 68 do CPP); ao civil pblica. OBS.: Alienao de bem litigioso ou cesso de crdito litigioso se a parte contrria concordar com a substituio do adquirente no processo no lugar do credor originrio, haver sucesso processual. Se a parte contrria

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6 no concordar, haver substituio processual, e o adquirente poder ingressar no processo como assistente litisconsorcial (no caso da outra parte no concordar com o seu ingresso na ao). OBS1: na substituio processual, o substitudo alcanado pela coisa julgada material art. 42 do CPC. 2) LITISCONSRCIO uma pluralidade de partes. uma pluralidade de pessoas atuando como partes no mesmo plo da relao processual. 2.1) ESPCIES Pode ser classificado de vrias maneiras: 2.1.1) Ativo, passivo ou misto Ativo quando h mais de um autor; passivo quando h mais de um ru; misto quando h mais de uma pessoa no plo passivo e ativo, ao mesmo tempo. 2.1.2) Inicial ou ulterior Inicial aquele que se forma com a propositura da ao. Ulterior o litisconsrcio que se forma aps a propositura da ao. 2.1.3) Simples ou unitrio No simples, o juiz pode (mas pode decidir de forma igual o que no transforma em unitrio) decidir de forma diferente para cada litisconsorte. No unitrio, a deciso do juiz deve ser igual (unitria) para todos os litisconsortes, ex.: anulao de um casamento a deciso deve ser igual para ambos os cnjuges. 2.1.4) faculistativo ou necessrio Hipteses do litisconsrcio facultativo - art. 46 do CPC depende da vontade da parte em formar o litisconsrcio:Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide; Quando h credores ou devedores solidrios II - os direitos ou as obrigaes derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito identidade da causa de pedir mesma fundamentao de fato e de direito Caso da TAM. III - entre as causas houver conexo pelo objeto (PEDIDO) ou pela causa de pedir a conexo se d quando as causas de pedir so iguais ou quando os pedidos so iguais. Tal identidade pode ser total ou parcial.

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7Abrange a hiptese do II e I IV - ocorrer afinidade de questes por um ponto comum de fato ou de direito h uma proximidade entre as causas de pedir ou entre os pedidos. 1 identidade parcial de causa de pedir ou de pedidos; - Conexo 2 proximidade de causa de pedir ou entre os pedidos A bate de carro B e bate de carro C. So dois acidentes diferentes, mas so prximos. As testemunhas podem ser as mesmas. As mesmas percias.

Pargrafo nico. O juiz poder limitar o litisconsrcio facultativo quanto ao nmero de litigantes, quando este comprometer a rpida soluo do litgio ou dificultar a defesa. O pedido de limitao interrompe o prazo para resposta, que recomea da intimao da deciso. (Includo pela Lei n 8.952, de 1994)

Litisconsrcio necessrio h dois casos: a) quando a lei determinar ex.: usucapio de bem imvel deve-se citar o antigo proprietrio (registrado o imvel em seu nome) e todos os confinantes (confrontantes/vizinhos); b) quando for unitrio, salvo excees legais h casos em que o litisconsrcio unitrio e facultativo, ex.: X, Y e Z so proprietrios de um terreno e precisam reivindicar o bem de F. O litisconsrcio formado entre eles ser unitrio (a deciso ser igual para os 3), todavia o CCB permite que um deles apenas promova a ao na proteo do interesse de todos (art. 1314 do CCB). Assim, existem 4 combinaes possveis de litisconsrcios: 1. Simples e facultativo ex.: acidente da TAM - a formao no obrigatria e a deciso pode ser diferente para todas as partes; 2. Simples e necessrio ex.: usucapio de imvel as decises sero distintas, mas a lei exige a sua formao por todos os interessados; 3. Unitrio e facultativo ex.: condminos, art. 1314 do CCB; 4. unitrio e necessrio ex.: ao do MP para anular o casamento; ao pauliana (fraude contra credores) Se o litisconsrcio for necessrio no plo passivo, o autor dever requerer a citao de todos os litisconsortes. Caso no o faa, o juiz conceder um prazo ao autor para que tome esta atitude sob pena de extino do processo sem resoluo do mrito o juiz no pode de ofcio citar o litisconsorte faltante, sob pena de violar o princpio da inrcia. Existe discusso se existe ou no litisconsorte necessrio no plo ativo.Art. 47 do CPC. H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo do jeito que a lei, tanto num caso, como no outro, o juiz dever decidir de forma uniforme. Deveria ter uma vrgula ou uma pausa aps disposio de lei e retirar a vrgula aps relao jurdica).

2.2) REGIME QUANTO AOS LITISCONSORTES

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8 So 2: a) regime do litisconsorte simples; b) regime do litisconsorte unitrio. 2.2.1) Regime do litisconsorte simples O ato praticado por um litisconsorte, no produz efeitos quanto aos demais litisconsortes. 2.2.2) Regime do litisconsorte unitrio O ato benfico praticado por um litisconsorte, produz efeitos quanto aos demais litisconsortes, mas o ato malfico praticado por um litisconsorte no produz efeitos, nem mesmo para quem os praticou o ato vlido, porm, ineficaz. 2.3) LITISCONSRCIO MULTITUDINRIO Ocorre quando o litisconsrcio facultativo apresenta um nmero excessivo de litisconsortes, que dificulta a defesa ou a rpida soluo do litgio. Nesse caso, pode o juiz, de ofcio ou a requerimento, limitar o nmero de litisconsortes. Se o ru pedir a limitao, haver interrupo do prazo da resposta. 3) INTERVENO DE TERCEIROS 1. Assistncia, que pode ser simples ou litisconsorcial; 2. Oposio; 3. Nomeao autoria; 4. Chamamento ao processo; 5. Denunciao da lide. 3.1) ASSISTNCIA 3.1.1) Assistncia simples Ex.: locador e locatrio e um subslocatrio. H a transmisso da posse direta ao locatrio, e este a repassa ao sublocatrio. O locatrio no paga suas mensalidades. Assim, o locador prope ao de despejo contra o locatrio. A sentena de despejo reflete na figura do sublocatrio, podendo este ingressar no processo com assistente simples do locatrio, j que a sentena poder refletir na sua relao com o locatrio. Exige 3 requisitos: 1. lide pendente; 2. lide alheia; 3. interesse jurdico a sentena pode atingir reflexamente uma relao jurdica do terceiro. O assistente simples ser um auxiliar do assistido; no ter a condio de parte; apenas de sujeito do processo. Pode praticar atos benficos ao assistido, mas no permitido atos de disposio de direitos. Ingressar em qualquer fase do processo, mas o receber no estgio em que ele se encontra.

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3.1.2) Assistncia litisconsorcial um litisconsrcio unitrio, facultativo, ulterior (so litisconsortes que entram durante o processo). Os requisitos so: 1. lide pendente; 2. lide prpria; 3. Interesse jurdico o assistente ser atingido diretamente pela sentenaArt. 54 do CPC. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentena houver de influir na relao jurdica entre ele e o adversrio do assistido. Pargrafo nico. Aplica-se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de interveno, sua impugnao e julgamento do incidente, o disposto no art. 51

O regime adotado na relao entre assistente e assistido de litisconsrcio unitrio, tanto faz se o ato foi praticado pelo assistente ou assistido. O assistente litisconsorcial pode ingressar em qualquer fase do processo, mas recebe o processo no estado em que ele se encontra. O assistente litisconsorcial alcanado pela coisa julgada. 3.2) OPOSIO a ao proposta por quem se julga titular de bem ou direito disputado em juzo em face de autor e ru da ao anterior. A oposio, depois de proposta, ser julgada primeiramente. Se a oposio for oferecida antes da audincia de instruo e julgamento, ser apensada ao principal e decidida pela mesma sentena que julgar a ao principal. Se a oposio for oferecida depois da audincia de instruo e julgamento, correr em separado, mas o juiz poder suspender o processo principal por at 90 dias, para julgar conjuntamente a oposio e a ao principal. Ela s poder ser oferecida at a sentena. 3.3) NOMEAO AUTORIA Mero detentor art. 1198 do CCB h uma relao de dependncia (empregado e empregador) com o cumprimento de ordens e sucesses, ex.: caseiro de um stio. Possuidor art. 1196 do CCB exerce de fato alguns dos direitos da propriedade, ex.: locatrio. O mero detentor no pode defender a coisa em juzo (no pode ser nem autor nem ru). O possuidor pode. Proprietrio art. 1228 do CCB o que rene todos os direitos pela coisa.

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10 Algum, por ex. chamado A, promove uma ao em face de B, pensando que este proprietrio ou possuidor da coisa. Na verdade, B o mero detentor. B parte ilegtima na relao processual. Este, assim, nomear autoria a pessoa de C, que o possuidor ou o proprietrio (parte legtima). B sair do processo e entrar C. Nomeao autoria uma forma de se corrigir uma ilegitimidade passiva ad causa (para a causa) que se d quando o mero detentor demandado como se fosse proprietrio ou possuidor. Se o mero detentor no realizar a nomeao autoria ou nomear a pessoa errada, ser condenado em perdas e danos.Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbir promover-lhe a citao; recusando-o, ficar sem efeito a nomeao. Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe atribuda, contra ele correr o processo; se a negar, o processo continuar contra o nomeante. Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que Ihe atribuda, assinar-se- ao nomeante novo prazo para contestar.

Art. 63 do CPC caso especial de nomeao autoria A, proprietrio ou titular de um direito sobre a coisa, promove uma ao de indenizao em face de B, mas este causou dano cumprindo ordens de C. Assim, B nomear autoria C, que ordenou a prtico do ato. Ler art. 932, III, e art. 942, pargrafo nico, do CCB. 3.4) CHAMAMENTO AO PROCESSO Hipteses: Credor contra 2 devedores; credor contra fiador e devedor; credor contra 2 fiadores. Quando o credor acionar apenas uma dessas pessoas (uma em cada relao jurdica), a parte r chamar ao processo o outro legitimado passivo do processo. S existe estes 3 casos. A palavra-chave do chamamento ao processo solidariedade. J na denunciao da lide, a palavra-chave regresso. O chamamento ao processo uma forma de facilitar a cobrana de uma dvida, envolvendo devedores solidrios, fiador e devedor ou fiadores. 3.5) DENUNCIAO DA LIDEArt. 70. A denunciao da lide obrigatria (ver OBS.3): I - ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evico Ihe resulta; - EVICO II - ao proprietrio ou ao possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandada; - POSSE III - quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda. DIREITO DE REGRESSO

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3.5.1) Evico A aliena um bem a B. A o alienante; B o adquirente. C promove uma ao reivindicatria em face de B, dizendo j ser proprietrio anteriormente aquisio de B. Se B perder a ao proposta por C, ter ao de regresso contra A, o alienante. 3.5.2) Posse Art. 1197 do CCB. Ex.: A locador (proprietrio ou possuidor indireto) e B locatrio (possuidor direto). C promove uma ao de reintegrao de posse em face de B. C diz que B invade a sua posse. B pode perder a posse direta para C. B denunciar a lide a A, e se na mesma sentena B perder a posse para C, ter direito de regresso a A. 3.5.3) Direito de regresso A a vtima. B o causador do dano. A promove ao contra B. Este tem contrato com uma seguradora. B denunciar a lide seguradora. Esta entrar no processo, ficando ao lado de B. Se B tiver que pagar a A, a seguradora dever ressarcir B, no limite da aplice. Art. 788 e 787 do CCB ler. O STJ diz que no obrigatria a denunciao da lide neste caso: A promove ao contra o Poder Pblico (Fazenda Pblica) em virtude de um ato praticado por um servidor pblico (previso constitucional). OBS.1: a denunciao da lide pode tambm ser feita pelo o autor. Ex.: no caso de evico A (alienante) alienou um bem a B (adquirente). Quando este entrou no imvel, percebeu que j tinha algum no lugar dele (o imvel estava ocupado). B promove uma ao de imisso de posse em face de C (no ao de reintegrao pois ele nunca teve a posse antes) e tambm denuncia a lide a A, pois, se perder a ao de imisso de posse, j pedir ao juiz para que A indenize B. OBS.2: a nomeao autoria e o chamamento ao processo so exclusivas do ru. OBS.3: A posio que prevalece que a denunciao da lide no obrigatria; mesmo que no denuncie, o direito ao de regresso no ser perdido. Poder-se- ingressar com a devida ao posteriormente. Art. 456 do CCB neste caso, a denunciao da lide obrigatria. 3.6) RECURSO DE TERCEIRO PREJUDICADO Quem pode recorrer : A parte vencida O MP Terceiro prejudicado , normalmente, aquele que pode atuar no processo como assistente simples. 3.7) INTERVENO ANMALA

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12 uma figura que est prevista na Lei 9469/97 interveno de qualquer ente pblico quando houver interesse econmico (e no interesse jurdico). Dizem ser uma espcie de assistncia simples. OBS.: A interveno de terceiros no admitida nos Juizados Especiais. No procedimento sumrio, admite-se apenas a assistncia, o recurso de terceiro prejudicado e a interveno fundada em contrato de seguro. 4) JURISDIO 4.1) CONCEITO Pode ser vista como funo, como atividade ou como poder. 4.1.1) Jurisdio como funo A jurisdio como funo um encargo estatal para resolver os conflitos de interesses, de forma pacfica. 4.1.2) Jurisdio como atividade A jurisdio um conjunto de atos praticados pelo juiz no processo. 4.1.3) Jurisdio como poder A jurisdio a manifestao do poder estatal, precisamente o poder de decidir e de impor as suas decises. 4.2) JURISDIO E OUTRAS FUNES ESTATAIS A primeira doutrina para caracterizar a jurisdio a de CARNELUTTI jurisdio a justa composio da lide. Uma segunda doutrina, de ALLORIO, diz que, o que caracteriza a jurisdio a coisa julgada/a definitividade. Uma terceira doutrina CHIOVENDA ensina que, o que caracteriza jurisdio a atuao da vontade da lei e a substutividade. Uma terceira doutrina CAPPELLETTI o que caracteriza a jurisdio a imparcialidade o que diferencia a jurisdio das outras funes do Estado (legislativo e executivo). 4.3) PRINCPIOS DA JURISDIO 4.3.1) Princpio da investidura A jurisdio s pode ser exercida por quem est legalmente investido da autoridade de juiz. OBS.: H quem entenda que na arbitragem h jurisdio. 4.3.2) Princpio da unidade A jurisdio, como manifestao do poder estatal, no pode ser repartida, dividida. A competncia que se reparte (ver posteriormente). 4.3.3) Princpio da aderncia ao territrio

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13 A jurisdio exercida apenas no territrio nacional. 4.3.4) Princpio da inevitabilidade A jurisdio no pode ser evitada pelas partes; o Estado impe a jurisdio. 4.3.5) Princpio da indelegabilidade Como qualquer funo estatal, a jurisdio no pode ser delegada ou transferida a outro rgo. Exceo: os atos meramente ordinatrios ou expedientes, como a vista e a juntada, podem ser praticados pelo serventurio da justia. 4.3.6) Princpio da indeclinabilidade O juiz no pode declinar de seu ofcio, da sua funo, ele no pode se recusar a julgar. 4.3.7) Princpio da inafastabilidade Art. 5, XXXV, da CF. a garantia do acesso justia; vale dizer: ningum pode afastar do Judicirio a apreciao de qualquer causa. a garantia ao acesso a justia, que impede ao legislador, ao administrador e ao juiz do judicirio qualquer causa. Acesso a justia. Direito da ao. (CF, Art. 5, XXXV). Tem vezes que voc deve esgotar a via administrativa para depois a via judicial. No pode exigir liminar para o caso de aumento salarial, pecnia. ADC 4. 4.3.8) Princpio do juiz natural Art. 5, XXXVII e LIII, da CF. Juiz natural aquele definido pela lei como competente antes da ocorrncia do fato. Designao de juiz ad hoc (a doc) (para o caso) proibido!!! Tambm proibido tribunal de exceo tribunal criado para julgar determinada situao. H quem admitida a existncia do Promotor Natural. 4.3.9) Princpio da inrcia A jurisdio no se movimenta se no houver a provocao art. 2, do CPC.26.02.2009

4.4) TUTELAS JURISDICIONAIS Existem 3 tutelas jurisdicionais conhecidas: a) tutela de conhecimento; b) tutela executiva; c) tutela cautelar. Tendncia no Processo Civil encontrar num mesmo processo, 2 ou mais dessas tutelas, conhecimento e executiva, por ex. sincretismo processual (reunio de duas tutelas num mesmo processo).

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4.4.1) Tutela de conhecimento Tem por objetivo conhecer o direito; apurar o direito. Ela pode ser classificada em outras espcies: A) Tutela declaratria Tem por objetivo declarar (esclarecer) a existncia ou a inexistncia de uma relao jurdica (direito) ou a autenticidade ou a falsidade de um documento art. 4 do CPC. Ex.: Ao de investigao de paternidade ou Ao de usucapio ( reconhecer o direito de propriedade).Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se declarao: I - da existncia ou da inexistncia de relao jurdica; II - da autenticidade ou falsidade de documento. Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

A declarao incide sobre direito, e no sobre fato. Exceo: autenticidade ou falsidade de um documento fato.Smula 242 do STJ Cabe ao declaratria para reconhecimento de tempo ( um fato) de servio para fins previdencirios Smula 181 do STJ admissvel ao declaratria, visando a obter certeza quanto a exata interpretao de clausula contratual.

Recurso Especial no se admite para interpretar clusula contratual smula 5 do STJ. B) Tutela constitutiva Tem por objetivo constituir, desconstituir, conservar ou modificar uma relao jurdica. Ex.: separao judicial; renovatria de locao, interdio; C) Tutela condenatria Tem por objetivo determinar o pagamento de uma quantia em dinheiro. Ex.: cobrana, reparao de danos. Previso legal: art. 475 letras do CPC. D) Tutela mandamental Tem por objetivo expedir uma ordem para que algum faa ou deixe de fazer alguma coisa. Incide sobre uma obrigao de fazer ou no fazer. Ex.: mandado de segurana, habeas data. Previso legal bsica: art. 461 do CPC.

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15 OBS.: tutela inibitria uma espcie de tutela mandamental, que tem por objetivo evitar a prtica, a repetio ou a continuao de um ilcito. Existem 2 artigos que prevem tal tutela:Art. 5, XXXV, da CF - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito; Art. 461 do CPC. Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou, se procedente o pedido, determinar providncias que assegurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. (Redao dada pela Lei n 8.952, de 1994)

Pode-se ter ilcito e no ter dano, ex.: venda de um medicamento proibido por lei (pode no causar nenhum dano), como pode ter tambm o dano sem o ilcito, ex.: ato praticado em estado de necessidade. Tutela inibitria voltada ao ilcito. E) Tutela executiva lato sensu Tem por objetivo determinar a entrega de uma coisa. Ex.: reintegrao de posse. Despejo; busca e apreenso. Previso legal: art. 461-A do CPC. H quem entenda que as tutelas de conhecimento so apenas 3: declaratria, constitutiva e condenatria. Neste caso, a condenatria incluiria a obrigao de fazer ou no fazer e a entrega de coisa. A classificao trinria ou ternria, compreende 3 tutelas de conhecimento (decl,const,cond). A classificao quinria compreende 5 tutelas de conhecimento (as 5 acima estudadas). 4.4.2) Tutela executiva Tem por objetivo satisfazer concretamente o direito do credor j conhecido devido existncia de um ttulo executivo. 4.4.3) Tutela cautelar para manter ou conservar. Tem por objetivo conservar o mesmo estado inicial de coisas, pessoas ou provas, assegurando o resultado til de outra tutela. Ex.; arresto no recebe o dinheiro, para algum dia voc pode receber. A) Tutela antecipada satisfativa. um adiantamento de efeitos prticos da sentena de mrito. Precipita no tempo os efeitos prticos da sentena de mrito. uma tutela satisfativa ela satisfaz o direito ( o que diferencia da tutela cautelar, que conservativa). Ex.: Uma pessoa doente e carente precisa de remdio. Ela promove uma ao para o Estado (SUS) de fornecer o remdio e ao tempo pede que seja antecipado o remdio.

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16 Obs.: Liminar gnero, que tanto pode ser cautelar ou tutela antecipada. As duas tutelas so fungveisArt. 7o, do CPC. Se o autor, a ttulo de antecipao de tutela, requerer providncia de natureza cautelar, poder o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em carter incidental do processo ajuizado. (Includo pela Lei n 10.444, de 2002)

Requisitos da tutela antecipada art. 273 do CPC ( 3 obrigatrios + 3 alternativos) a) requerimento; b) prova inequvoca da verossimilhana aparncia de direito, tudo leva a crer que h direito (fumus bonus iuris) - com maior grau aparncia, mais robusta quase certeza da existncia do direito; c) reversibilidade a deciso pode ser reversvel faticamente Por exemplo: ao demolitrio de um prdio histrico caso um juiz conceda uma tutela antecipada, esta demolio irreversvel faticamente; d) periculum in mora o perigo de difcil reparao; tutela de urgncia e) abuso do direito de defesa ou mera defesa meramente protelatrio Desvio de finalidade - ex.: Ru cria jurisprudncia. Litigncia da ma f . f) pedido incontroverso ou parte incontroversa do pedido O autor formulou dois pedidos, mas o ru contesta um, logo o outro pedido torna-se incontroverso. Por exemplo, caso uma parte pede R$ 100.000,00 e o ru alega que deve R$ 10.000,00, logo esta parte do pedido torna-se incontroversa. ; requisitos da tutela cautelar art. 978 do CPC. 4.4.4) Tutelas especficas art. 461 e 461-A do CPC Art. 461 obrigaes de fazer ou no fazer Art. 461-A obrigaes de entrega de coisa O juiz vai tentar, primeiramente, obter a tutela especfica. Se no for possvel, o juiz converter em resultado prtico equivalente; se tambm no for possvel, converter em perdas e danos. Inicia-se como mandamental; no conseguindo obt-la, converter em condenatria. Para obter a tutela especfica ou o resultado prtico equivalente, o juiz pode, de ofcio, tomar diversas medidas, tais como: busca e apreenso, desfazimento de obras, remoo de pessoas ou coisas, aplicao de multa peridica (astreinte), pode determinar o uso de fora policial etc. Quanto entrega de coisa, aplica-se tudo o que foi dito, porm, o juiz d um prazo para o cumprimento da obrigao e, se isto no ocorrer, determina a expedio de mandado de busca e apreenso (para bem mvel) ou de imisso na posse (para bem imvel). OBS.: A multa peridica (astreinte) pode ser modificada pelo juiz quanto ao valor e periodicidade. Pode ele alterar ex tunc? R: Tal questo controvertida, mas prevalece que possvel. Poderia ento o juiz alterar tal valor para trs.

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5) COMPETNCIA 5.1) CONCEITO uma atribuio conferida pela lei a um determinado rgo ou a um grupo de rgos estatais, para o exerccio da jurisdio no caso concreto. concretizar da jurisdio. A lei atribui competncia segundo critrios determinativos. 5.2) CRITRIOS DETERMINATIVOS DE COMPETNCIA Critrios usados para fixar competncia. So 5 ao todo: 5.2.1) Critrio material A competncia fixada em razo da natureza da causa (da matria), ex.: competncia da vara cvel, competncia da Justia do Trabalho, competncia da vara de famlia e sucesses etc. 5.2.2) Critrio pessoal A competncia fixada em razo da condio ou da qualidade das pessoas envolvidas no processo (das pessoas que atuam no processo), ex.: competncia da vara da Fazenda Pblica, competncia da Justia Federal definida no art. 109, I da CF.Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a Unio, entidade autrquica (inclui tambm a fundao pblica federal) ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho; - Sociedade de economia mista no entra.

Smulas 517, 556 do STF e smula 42 do STJSMULA N 517 AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA S TM FORO NA JUSTIA FEDERAL, QUANDO A UNIO INTERVM COMO ASSISTENTE OU OPOENTE. SMULA N 556 COMPETENTE A JUSTIA COMUM PARA JULGAR AS CAUSAS EM QUE PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. Smula: 42 COMPETE A JUSTIA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS CIVEIS EM QUE E PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E OS CRIMES PRATICADOS EM SEU DETRIMENTO.

Compete Justia Federal apreciar se h interesse do ente federal no processo smulas 150, 254 e 224, todas do STJ.Smula: 150 Compete a justia federal decidir sobre a existncia de interesse jurdico que justifique a presena, no processo, da Unio, suas autarquias ou empresas publicas.

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Smula 254 A deciso do Juzo Federal que exclui da relao processual ente federal no pode ser reexaminada no Juzo Estadual. Smula: 224 Excludo do feito o ente federal, cuja presena levara o Juiz Estadual a declinar da competncia, deve o Juiz Federal restituir os autos e no suscitar conflito.

H um caso em que o TRF julga o recurso contra juiz de direito: nos casos de jurisdio federal delegada ocorre quando no h Justia Federal naquela localidade; assim o juiz de direito exercer tal funo smula 55 do STJSmula: 55 Tribunal regional federal no competente para julgar recurso de deciso proferida por juiz estadual no investido de jurisdio federal.

5.2.3) Critrio funcional A competncia fixada em razo da atividade ou da funo exercida pelo rgo julgador, ex.: competncia do tribunal para julgar recurso. Trata-se de um critrio residual se no for nenhum outro, aplica-se o critrio funcional. Ex.: competncia da Justia Federal para execuo de sentena estrangeira homologada pelo STJ. 5.2.4) Critrio territorial A competncia fixada em razo da circunscrio territorial (do territrio). Ex.: competncia da comarca de So Luis do Maranho, competncia da comarca de Natal. Existem regras especiais para definir a competncia territorial art. 95 a 100 do CPC e em leis especiais. Existem, todavia, uma regra geral, prevista no art. 94 do CPC foro do domiclio do ru. Primeiro, verificar-se- se para aquela hiptese h uma regra especial; no havendo, o foro ser o do domiclio do ru. Exs.: a) ao de usucapio de um bem imvel foro da situao do imvel (regra especial art. 95 do CPC); b) ao de reparao de acidente de veculo (foro do domiclio do autor ou local do fato art. 100 do CPC). 5.2.5) Critrio econmico A competncia fixada em razo do valor da causa, ex.: competncia do JEC (Estadual 40 salrios mnimos (at 20 salrio mnimos pode litigar sem advogado); Federal 60 salrios mnimos). 5.3) CLASSIFICAES DA COMPETNCIA 5.3.1) Competncia originria e derivada

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19 a) Originria aquela para conhecer da causa em 1 grau. Normalmente, ela pertence aos juzes, mas os Tribunais tambm possuem tal competncia. b) Derivada aquela para conhecer da causa em grau de recurso. Normalmente de competncia dos tribunais, mas os juzes tambm podem ter, ex.: embargos de declarao juiz de 1 instncia que julgar, referente a decises por ele prolatada. Smula 376 do STJ juizado especial- MS turma recursal. 5.3.2) Competncia exclusiva e concorrente a) Exclusiva aquela atribuda a apenas um rgo jurisdicional, ex.: art. 95 do CPC aes reais imobilirias foro da situao do imvel (nico lugar). b) Concorrente aquela estabelecida para mais de um rgo jurisdicional, Ex.: reparao de danos decorrentes de acidente de veculos domiclio do autor ou do fato. 5.3.3) Competncia absoluta e relativaAbsoluta Prevalece o interesse pblico; Dar-se- quando o critrio for material, pessoal ou funcional; No pode ser modificada pela vontade das partes; A incompetncia absoluta pode ser declarada de ofcio ou alegada em qualquer tempo e grau de jurisdio (anula os atos decisrios). Se a incompetncia absoluta no for alegada na primeira oportunidade, o ru responder pelas custas de retardamento; Relativa Prevalece o interesse particular; Dar-se- quando o critrio for territorial ou econmico; Pode ser modificada pela vontade das partes, ex.: foro de eleio; A incompetncia relativa no pode ser declarada de ofcio, devendo ser alegada pelo ru no prazo da sua resposta, sob a forma de exceo de incompetncia. Se a exceo no for apresentada, prorroga-se a competncia (o foro que era incompetente se torna competente) smula 33 do STJ.

OBS.1: art. 95 do CPC aes reais imobilirias so propostas no foro da situao do imvel.Art. 95. Nas aes fundadas em direito real sobre imveis competente o foro da situao da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domiclio ou de eleio, no recaindo o litgio sobre direito de propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de obra nova (se a causa no dispor sobre qualquer dessas matrias, poder o autor optar pelo foro de domiclio ou de eleio - de pouco incidncia, quase inexistente).

Tal competncia absoluta.Smula: 11 do STJ A presena da Unio ou de qualquer de seus entes, na ao de usucapio especial, no afasta a competncia do foro da situao do imvel.

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20 OBS.2: art. 112, pargrafo nico, e art. 114, todos do CPC nulidade de foro de eleio em contrato de adeso. Em contrato de adeso pode ter foro de eleio. Mas se esta clusula dificultar o acesso justia de quem est aderindo, ser ela nula.Art. 112, pargrafo nico. A nulidade da clusula de eleio de foro, em contrato de adeso, pode ser declarada de ofcio pelo juiz, que declinar de competncia para o juzo de domiclio do ru. Art. 114. Prorrogar-se- a competncia se dela o juiz no declinar na forma do pargrafo nico do art. 112 desta Lei ou o ru no opuser exceo declinatria nos casos e prazos legais. (Redao dada pela Lei n 11.280, de 2006)

Quando tal dificuldade existir, o juiz, de ofcio, poder declarar a nulidade da clusula e remeter os autos ao foro competente. Caso o juiz no declare de ofcio a incompetncia, ordenando a citao, caber ao ru apresentar exceo de incompetncia, sob pena da mesma ser prorrogada precluso pro judicato. 5.4) MODIFICAES DA COMPETNCIA Aplica-se competncia relativa. As principais formas so: o foro de eleio; a conexo ou continncia. 5.4.1) Foro de eleio uma clusula acessria pela qual os contratantes elegem um determinado foro para o exerccio de quaisquer aes sobre direitos e deveres oriundos do contrato. 5.4.2) Conexo e continncia A) Conexo Dar-se- entre causas quando estas apresentam a mesma causa de pedir ou o mesmo pedido. A identidade pode ser relativa. B) Continncia Dar-se- entre causas quando elas apresentam as mesmas partes, as mesmas causas de pedir e quando o pedido de uma for mais abrangente que o pedido da outra. A doutrina majoritria diz que a continncia uma espcie de conexo.24.03.2009

C) Conseqncias da conexo (que se aplica tambm continncia): 1. distribuio por dependncia art. 253 do CPCArt. 253. Distribuir-se-o por dependncia as causas de qualquer natureza: (Redao dada pela Lei n 10.358, de 2001)

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21I - quando se relacionarem, por conexo ou continncia, com outra j ajuizada; (Redao dada pela Lei n 10.358, de 2001) no h obrigatoriedade dessa distribuio. II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mrito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsrcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os rus da demanda; (Redao dada pela Lei n 11.280, de 2006) se ocorrer qualquer situao do art. 267 do CPC e a parte quiser repropor a ao, dever fazer isso na mesma vara. III - quando houver ajuizamento de aes idnticas, ao juzo prevento. (Includo pela Lei n 11.280, de 2006) fala em litispendncia identidade de partes, de causas de pedir e de pedido. Esta regra no voltada para a parte; ela voltada ao Judicirio (detectando a litispendncia, dever remeter ao juzo prevento). H a obrigatoriedade da distribuio por dependncia. Pargrafo nico. Havendo reconveno ou interveno de terceiro, o juiz, de ofcio, mandar proceder respectiva anotao pelo distribuidor

*Ao acessria:Art. 108. A ao acessria ser proposta perante o juiz competente para a ao principal. Art. 109. O juiz da causa principal tambm competente para a reconveno, a ao declaratria incidente, as aes de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente.

2. Reunio de processos reunio num juzo s, que ficar com todas as causas conexas. o chamado juzo prevento. Se as causas estiverem no mesmo foro, o juzo prevento ser o do primeiro despacho.Art. 106. Correndo em separado aes conexas perante juzes que tm a mesma competncia territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.

Se as causas estiverem em foros diferentes, o juzo prevento ser o da primeira citao vlida.Art. 219. A citao vlida torna prevento o juzo, induz litispendncia e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrio. (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)

Prevalece o entendimento de que a reunio entre os processos no obrigatria. Vale dizer, no haver nulidade da sentena se os processos no forem reunidos. Os critrios utilizados sero: a) a intensidade da conexo e a utilidade da reunio.Smula: 235 do STJ A conexo no determina a reunio dos processos, se um deles j foi julgado. Logo, se no forem reunidos os processos, no haver nulidade.

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OBS.: A conexo pode ser alegada pela parte ou pelo o MP e pode ser declarada de ofcio pelo o juiz ou seja, conexo matria de ordem pblica (at a sentena). 5.5) CONFLITOS DE COMPETNCIA Existem, basicamente, dois conflitos de competncia: o negativo e o positivo. 5.5.1) Conflito negativo de competncia Dar-se- quando dois ou mais juzes se julgam incompetentes para a mesma causa. Proposta uma ao na Justia Estadual, o juiz entende ser de competncia da Justia do Trabalho; l chegando o processo, o juiz trabalhista entende ser de competncia cvel est instaurado o conflito negativo (h um processo s). Pode tambm acontecer quando, por ex, o juiz da 1 vara est com o processo A; o juiz da 2 vara est com o processo B. O da 1 vara entende que haja uma conexo entre as causas A e B e o juzo prevento seria o da 2 vara. Este, por sua vez, no entende existir conexo. 5.5.2) Conflito positivo de competncia Quando dois ou mais juzes se julgam competentes.Art. 115. H conflito de competncia: I - quando dois ou mais juzes se declaram competentes; II - quando dois ou mais juzes se consideram incompetentes; III - quando entre dois ou mais juzes surge controvrsia acerca da reunio ou separao de processos Smula: 59 do STJ NO HA CONFLITO DE COMPETENCIA SE JA EXISTE SENTENA COM TRANSITO EM JULGADO, PROFERIDA POR UM DOS JUZOS CONFLITANTES.

A) A quem compete julgar o conflito de competncia? Tal soluo est na prpria CF: STF art. 102, I, o STJ art. 105, I, d TRF art. 108, I, e B) Smulas sobre o assunto

Smula: 3 do STJ

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23COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIR CONFLITO DE COMPETENCIA VERIFICADO, NA RESPECTIVA REGIO, ENTRE JUIZ FEDERAL E JUIZ ESTADUAL INVESTIDO DE JURISDIO FEDERAL. Smula: 180 do STJ NA LIDE TRABALHISTA, COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DIRIMIR CONFLITO DE COMPETENCIA VERIFICADO, NA RESPECTIVA REGIO, ENTRE JUIZ ESTADUAL E JUNTA DE CONCILIAO E JULGAMENTO. casos em que na localidade no h justia do Trabalho e o juiz de direito que julga a causa. Smula: 236 do STJ No compete ao Superior Tribunal de Justia dirimir conflitos de competncia entre juzes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho diversos. Smula: 348 do STJ (cancelada no dia 17/03/2010) Compete ao Superior Tribunal de Justia decidir os conflitos de competncia entre juizado especial federal e juzo federal, ainda que da mesma seo judiciria. Smula 376 do STJ: Compete turma recursal processar e julgar o mandado de segurana contra ato de juizado especial (dando um status de tribunal turma recursal).

OBS.: O conflito de competncia ser suscitado pelo presidente do Tribunal, pela parte, pelo o MP e pelo o juiz. 5.6) PERPETUATIO JURISDICTIONIS Est no art. 87 do CPC. A competncia ser fixada (estabilizada) no momento da propositura da ao, com o despacho da inicial ou com a distribuio, onde houver mais de uma vara. Se modificarem as circunstncias de fato ou de direito que determinaram a competncia (por ex.: mudana do domiclio do ru) esta no ser alterada. Ela no se dar em 2 casos: a) quando houver supresso de rgo jurisdicional extino de uma comarca, por ex.; b) se a competncia for absoluta.Smula: 10 do STJ INSTALADA A JUNTA DE CONCILIAO E JULGAMENTO, CESSA A COMPETNCIA DO JUIZ DE DIREITO EM MATERIA TRABALHISTA, INCLUSIVE PARA A EXECUO DAS SENTENAS POR ELE PROFERIDAS. Art. 87 do CPC. Determina-se a competncia no momento em que a ao proposta. So irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o rgo judicirio ou alterarem a competncia em razo da matria ou da hierarquia.

STF se j sentenciou, permanece onde est! Smula 367 do STJSmula 367 do STJ. A competncia estabelecida pela EC n. 45/2004 no alcana os processos j sentenciados.

6) CONDIES DA AO E PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS So requisitos de admissibilidade para exame do mrito.

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6.1) CONDIES DA AO So requisitos que, se preenchidos, possibilitam o exerccio regular da ao e, consequentemente, o exame do mrito. Segundo a concepo ecltica, conquanto abstrato o direito ao quanto ao resultado, seu manejo ou nascimento pressupe o preenchimento de certas condies sem as quais o Estado se exime de prestar a tutela jurdica solicitada, isto , extingue o processo sem resoluo do mrito, fenmeno que se denomina carncia de ao. 6.1.1) Condies da ao especficas Exigidas em algumas situaes. Esto espalhadas pelo o ordenamento jurdico. Ex.: direito lquido e certo para o mandado de segurana. Para cada procedimento pode ser exigida uma condio especfica. 6.1.2) Condies da ao genricas Exigidas em todas as situaes. So 3: A) Possibilidade jurdica do pedido Ausncia de vedao normativa, expressa ou implcita quanto ao pedido formulado pelo o autor. Exs. de vedao expressa: usucapio de bem pblico, priso civil por dvida, a no ser quando a CF permitir. Exs. de vedao implcita: reviso judicial do ato administrativo discricionrio; dissoluo de unio estvel homossexual. Hoje, na doutrina majoritria, a possibilidade jurdica abrange as partes, causa de pedir e pedido (ela no se limita ao pedido). DINAMARCO entende dessa forma, chamando-a de possibilidade jurdica da demanda. Ex.: Pessoa jurdica (no sendo micro-empresa nem empresa de pequeno porte) entrando com uma ao no Juizado Especial Cvel haver uma impossibilidade jurdica quanto pessoa. Para a maioria da doutrina, cientificamente, a impossibilidade jurdica uma improcedncia. CALMO DE PASSOS chama de improcedncia prima face. MARINONI chama de improcedncia macroscpica. Para o CPC, a possibilidade jurdica do pedido uma causa de extino do processo sem resoluo do mrito. Constitui erro grosseiro argumentar que o pedido do autor juridicamente impossvel porque o direito material no o ampara. Se o direito no ampara a pretenso, o caso de improcedncia; se o ordenamento jurdico veda a discusso do pedido no plano processual, o caso de impossibilidade jurdica do pedido. B) Legitimidade para a causa (legitimatio ad causam) Deve-se separar capacidade de legitimidade. Capacidade processual uma aptido genrica para agir em juzo por si s. Tem capacidade processual quem no for absolutamente nem relativamente incapaz. Legitimidade para a causa uma aptido especfica para agir em juzo diante de um determinado caso concreto. Pode-se ter uma e no ter outra

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25 (ex.: uma pessoa pode ser considerada credor numa relao jurdica, todavia, trata-se de um menor de idade, no possuindo capacidade processual). Tm legitimidade os titulares da relao jurdica material hipottica (afirmada em juzo).Art. 6o do CPC. Ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

Teoria da assero e da exposio Segundo a teoria da assero, as condies da ao so aferidas segundo as afirmaes, as assertivas. No se exige que a pertinncia com o direito material seja real, basta a mera afirmao. OBS.: Esta teoria tambm pregava que as condies da ao deveriam ser analisadas apenas no incio do processo, antes da produo das provas. Assim, se Jos afirma que tem um crdito contra Joo, tem legitimidade para figurar no plo ativo da relao processual, ainda que posteriormente, na sentena, fique definido que o direito no o ampara. Porm, esta regra no se aplica ao processo civil brasileiro. As condies da ao podem ser conhecidas em qualquer tempo e grau de jurisdio (art. 267, pargrafo 3 e art. 301, pargrafo 4, do CPC). Vigora, no Brasil, a teoria da exposio (comprovao). Segundo tal teoria, as partes sero legtimas quando provarem sua pertinncia subjetiva com o direito material controvertido. Esta teoria admite que as condies da ao devam ser demonstradas pela parte, que pode, para tal desiderato, valerse da produo de provas para formar o convencimento do juiz.Art. 267, 3o O juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e grau de jurisdio, enquanto no proferida a sentena de mrito, da matria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o ru que a no alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responder pelas custas de retardamento. Art. 301, 4o Com exceo do compromisso arbitral, o juiz conhecer de ofcio da matria enumerada neste artigo. (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)

Legitimao extraordinria dar-se- quando a lei confere legitimidade a quem no titular do direito. Ex.: sindicato para a defesa das categorias. OBS.: Alguns autores chamam tal legitimao extraordinria de legitimao processual, e considera que a mesma um pressuposto processual e no uma condio da ao. OBS.: A legitimidade para a causa no se confunde com a legitimidade para o processo (legitimatio ad processum). Aquela condio da ao, ao passo que est pressuposto processual que se relaciona com a capacidade para estar em juzo. O menor de 16 anos tem legitimidade ad causam para propor ao contra seu suposto pai, mas no tem legitimidade ad processum por no ter capacidade para estar em juzo, devendo ser representado.

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26 C) Interesse de agir Utilidade potencial da jurisdio. A jurisdio deve ser apta a produzir alguma vantagem ou benefcio jurdico. Exs. de falta de interesse: ao declaratria de solvncia (a solvncia presumida, a insolvncia que deve ser declarada); ao de cobrana proposta por quem detm ttulo executivo; execuo fiscal de valor irrisrio. comum dizer que o interesse resultado do binmio: necessidade + adequao (LIEBMAN). Para este, interesse utilidade, e esta se subdivide em necessidade e adequao. Necessidade a jurisdio deve ser indispensvel, imprescindvel. Adequao significa a pertinncia do procedimento escolhido e do provimento requerido (pedido). Deve-se escolher a via processual adequada. Ex.: locador promove ao de reintegrao de posse em face do locatrio (a via adequada a ao de despejo); mandado de segurana impetrado para cobrana de dvida.Smula 269 do STF. O MANDADO DE SEGURANA NO SUBSTITUTIVO DE AO DE COBRANA

6.1.3) Elementos da ao As aes (ou causas) so identificadas pelos seus elementos subjetivos e objetivos. Eles tm importncia para determinar a existncia de coisa julgada, litispendncia, conexo e continncia. A) Parte elemento subjetivo quem pede ou em face de quem pedida uma providncia jurisdicional (autor e ru/exequente e executado/requerente e requerido). B) Pedido elemento objetivo Desdobra-se em pedido imediato (providncia jurisdicional solicitada) e pedido mediato (bem jurdico pretendido). Numa ao de cobrana, a condenao constitui o pedido imediato, ao passo que o recebimento do crdito constitui o pedido mediato. C) Causa de pedir (causa petendi) elemento objetivo Subdivide-se em causa remota (relaciona-se com o fato) e causa prxima (relaciona-se com as consequncias jurdicas desse fato). O abalroamento culposo, numa ao de reparao de danos por acidente de veculo constitui a causa remota; j as conseqncias jurdicas desse fato (obrigao de indenizar) caracterizam a causa prxima. 6.2) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Foram criados por um autor alemo chama BULOW. Ele dizia que o processo era uma relao jurdica processual entre autor, juiz e ru. So requisitos para a existncia desta relao jurdica processual, logo, do prprio processo.

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27 Uma doutrina moderna diz que os pressupostos processuais so requisitos para a validade do processo. Para o CPC, segundo o art. 267, IV, do CPC, adota-se as duas idias.

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: (Redao dada pela Lei n 11.232, de 2005) IV - quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio (existncia) e de desenvolvimento vlido e regular (validade) do processo;

Assim, pressupostos processuais so requisitos para a existncia e a validade do processo e, consequentemente, para o exame do mrito. 6.2.1) Classificao dos pressupostos processuais Ser vista uma classificao parecida com a de THEREZA ARRUDA ALVIM WAMBIER. No se confundem os pressupostos processuais com as condies da ao. Os pressupostos processuais so requisitos necessrios validade e eficcia da relao processual, dizem respeito, portanto, ao processo. Condies da ao nada tm a ver com a constituio e o desenvolvimento do processo, at porque, quando so examinadas, o processo j se instaurou. Condies da ao, no demais repetir, so requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional do Estado.30.03.2009

A) Pressupostos de existncia I) petio ou demanda ] II) Jurisdio III) Citao H duas excees de julgamento do pedido antes da citao, art. 285-A e 739, III - matria unicamente de direito em que no h discusso sobre fato; mesmo juzo com pelo menos duas sentenas proferidas para casos idnticos desde que seja sentena de total improcedncia. B) Pressupostos de validade I) Petio inicial apta Preencham os requisitos do art. 282 do CPC. II) Competncia do juzo e imparcialidade do juiz

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28 Trata-se de competncia absoluta III) Citao vlida Aquela que preencha os requisitos legais. IV) Capacidade postulatria, capacidade processual e legitimao processual C) Pressupostos processuais negativos Na presena de um deles, o processo extinto sem resoluo do mrito. O processo ser invlido. Trata-se de pressupostos de validade s avessas. I) Perempo No Processo Civil, perempo a perda do exerccio do direito de ao que ocorre quando o autor abandona a causa por 3 vezes. O abandono da causa se d quando o autor deixa o processo parado por mais de 30 dias. O juiz confere 48 horas ao autor para que ele se pronuncie, sob pena de extino do processo sem resoluo do mrito. Smula 240 do STJSmula: 240 do STJ A extino do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do ru.

II) Litispendncia e coisa julgada Exige uma identidade de partes, causas de pedir e pedido. Na coisa julgada, o primeiro processo j foi extinto com resoluo do mrito. Na litispendncia, os processos esto pendentes. III) Conveno de arbitragem Ela um gnero. H duas espcies: Clusula compromissria: uma clusula acessria, estabelecendo que eventuais conflitos acerca do contrato sero resolvidos por meio de arbitragem. A clusula compromissria pode ser declarada de ofcio pelo juiz. Compromisso arbitral: ocorrido um conflito de interesses, as pessoas em conflito convencionam que o mesmo ser resolvido por meio de arbitragem (no precisa existir um contrato para usar do direito arbitral). OBS.: o compromisso arbitral no pode ser declarado de ofcio pelo juiz (art. 301, pargrafo 4, do CPC). Dentro do processo no existem diferenas entre os pressupostos de existncia e de validade. Encerrado o processo, surgem as diferenas. Se faltou um pressuposto de validade, o processo ser invlido ou nulo, portanto, a sentena ser invlida ou nula, mas transitar em julgado. Caber ao rescisria no prazo decadencial de 2 anos. Se faltou um pressuposto de existncia, o processo inexistente, portanto a sentena inexistente e no transita em julgado. Caber ao declaratria de inexistncia (querela

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29 nulitatis), que no se submete a prazo prescricional ou decadencial - o STJ admite esta ao tanto para a falta como para a nulidade da citao so vcios transrrescisrios. O STJ tambm admite o mandado de segurana no prazo de 120 dias (smula 202 do STJ)Smula: 202 A IMPETRAO DE SEGURANA POR TERCEIRO, CONTRA ATO JUDICIAL, NO SE CONDICIONA A INTERPOSIO DE RECURSO.

7) ATOS PROCESSUAIS uma manifestao de vontade que tem por objetivo constituir, desconstituir, conservar ou modificar a relao jurdica processual. Ato processual modalidade de fato processual. Fato processual todo acontecimento com influncia sobre o processo. 7.1) PRINCPIOS Basicamente, h 3 princpios: 7.1.1) Princpio da liberdade das formas art. 154 do CPC Os atos processuais no tero forma determinada, salvo quando a lei exigir.Art. 154. Os atos e termos processuais no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir, reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial.

7.1.2) Instrumentalidade das formas art. 154 e 244 do CPC Reputa-se vlido o ato processual quando, apesar de no cumprido a forma legal, alcanar a sua finalidade essencial. OBS. Excees: reconveno apresentada dentro da contestao, recurso adesivo dentro das contra-razes.Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominao de nulidade, o juiz considerar vlido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcanar a finalidade.

7.1.3) Princpio da publicidade art. 5, LX e art. 93, IX, da CF e art. 155 do CPC Todos devem ter acesso aos autos dos processos e as audincias e sesses dos tribunais devem ser realizadas de portas abertas. Excees: casos em que envolve segredo de justia este se dar em 2 situaes: 1 para proteo do interesse pblico ou social; 2 - para defesa da intimidade, exceto se prejudicar o interesse pblico informao.Art. 155, Pargrafo nico, do CPC. O direito de consultar os autos e de pedir certides de seus atos restrito s partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurdico, pode requerer ao juiz certido do dispositivo da sentena (nunca de sua fundamentao ou de outro dado do processo), bem como de inventrio e partilha resultante do desquite Na verdade, este pargrafo nico aplicado aos casos de segredo de justia.

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7.2) TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS Tempo dos atos processuaisArt. 172. Os atos processuais realizar-se-o em dias teis, das 6 (seis) s 20 (vinte) horas. (Redao dada pela Lei n 8.952, de 1994)

Exceo ao tempo: Art. 172, pargrafo 1 e 2, do CPC alguns exemplos: citao e penhora podem ser realizados no domingo e fora do horrio previsto em lei. 1o Sero, todavia, concludos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligncia ou causar grave dano. (Redao dada pela Lei n 8.952, de 1994) 2o A citao e a penhora podero, em casos excepcionais, e mediante autorizao expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias teis, fora do horrio estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituio Federal. (Redao dada pela Lei n 8.952, de 1994)

No h proibio para a prtica de atos processuais no sbado, porquanto dia til. O que ocorre que, em razo do que estabelecem as leis de organizao judiciria, no h expediente forense aos sbados, entretanto, nada impede que um ato processual, a citao, por exemplo, seja levado a efeito nesse dia. OBS.: No se confunde horrio para prtica de ato processual com horrio de expediente forense. O expediente forense pode encerrar-se s 17, 18 ou 19 horas. Nesse caso, se o ato tiver que ser praticado por meio de petio, esta dever ser apresentada no protocolo, no horrio de expediente, nos termos da lei de organizao judicirio local (art. 172, pargrafo 3 do CPC). Tratando-se de ato externo, este pode ser praticado at as 20 horas, independentemente de o expediente encerrar-se antes desse horrio. Nos Juizados Especiais, os atos processuais podem ser realizados em horrio noturno, conforme dispuserem as normas de organizao judiciria (art. 12 da Lei 9099/95). No processo eletrnico, consideram-se realizados os atos processuais no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judicirio. Assim, transmitida a petio eletrnica, o que ser comprovado por meio de protocolo eletrnico (recibo expedido pelo sistema), interrompida estar a prescrio ou afastada a decadncia ou precluso, caso ainda no consumadas. Lugar dos atos processuais - Na sede do juzo Exceo ao lugar: art. 176 do CPC:Art. 176. Os atos processuais realizam-se de ordinrio na sede do juzo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razo de deferncia, de interesse da justia, ou de obstculo argido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

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31 A audio do Presidente da Repblica e dos desembargadores (art. 411 do CPC) so exemplos de prtica de atos fora da sede do juzo em razao de deferncia. J a inspeo judicial realizada fora da sede do juzo, no interesse da Justia (art. 440 do CPC). Frias e feriados forenses com o advento da Reforma do Judicirio (EC 45/2004), as frias coletivas foram vedadas nos juzos de primeiro grau e nos tribunais de 2 grau. Agora, de acordo com o texto do mencionado dispositivo constitucional, a regra que a atividade jurisdicional seja ininterrupta, funcionando, nos dias em que no houver expediente forense normal, juzes em planto permanente. A exceo ficou por conta dos tribunais superiores (STF, STJ, TST e TSE), onde ainda h frias coletivas. Ministros, gozam de frias coletivas; desembargadores e juzes, no.Art. 173. Durante as frias e nos feriados no se praticaro atos processuais. Excetuam-se: I - a produo antecipada de provas (art. 846); II - a citao, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqestro, a penhora, a arrecadao, a busca e apreenso, o depsito, a priso, a separao de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciao de obra nova e outros atos anlogos. Pargrafo nico. O prazo para a resposta do ru s comear a correr no primeiro dia til seguinte ao feriado ou s frias. Art. 174. Processam-se durante as frias e no se suspendem pela supervenincia delas: I - os atos de jurisdio voluntria bem como os necessrios conservao de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento; II - as causas de alimentos provisionais, de dao ou remoo de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275; III - todas as causas que a lei federal determinar. Art. 175. So feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.

PRAZOS Quanto natureza, os prazos podem ser: Dilatrios prazos so fixados em normas dispositivas, que podem ser ampliados ou reduzidos com a conveno das partes. Prazo de suspenso do processo por conveno das partes e o prazo para o advogado continuar a representar o mandante so exemplos de prazos dilatrios; Peremptrios so os prazos fixados de forma imperativa, que no permitem qualquer alterao pelas partes. Os prazos para

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32 contestar e para recorrer constituem exemplos de prazos peremptrios. Qualquer que seja a natureza do prazo, pode o juiz prorrog-lo por at 60 dias nas comarcas onde for difcil o transporte (art. 182). Em caso de calamidade pblica, a prorrogao no tem limite (art. 182, pargrafo nico).Art. 184. Salvo disposio em contrrio, computar-se-o os prazos, excluindo o dia do comeo e incluindo o do vencimento. (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) 1o Considera-se prorrogado o prazo at o primeiro dia til se o vencimento cair em feriado ou em dia em que: (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) I - for determinado o fechamento do frum; II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal. 2o Os prazos somente comeam a correr do primeiro dia til aps a intimao (art. 240 e pargrafo nico). (Redao dada pela Lei n 8.079, de 1990) Art. 185. No havendo preceito legal nem assinao pelo juiz, ser de 5 (cinco) dias o prazo para a prtica de ato processual a cargo da parte. Art. 186. A parte poder renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor. Art. 187. Em qualquer grau de jurisdio, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos que este Cdigo Ihe assina. Art. 188. Computar-se- em qudruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pblica ou o Ministrio Pblico.

Precluso a perda, extino ou consumao de uma faculdade processual. Existem 3 modalidades de precluso: Precluso temporal decorre da inrcia da parte que deixa de praticar um ato no tempo devido (art. 183). No procedimento ordinrio, a faculdade de oferecer resposta preclui 15 dias aps a citao; Precluso lgica decorre da incompatibilidade entre o ato praticado e outro, que se queria praticar tambm (art. 503). Ao cumprir o julgado, perde a parte o interesse no recurso; Precluso consumativa origina-se do fato de ter praticado o ato, no importa se bem ou mal. Uma vez praticado, no ser possvel realiz-lo novamente. A precluso no ocorre com relao aos despachos, uma vez que no ferem direitos ou interesses das partes, podendo, portanto, ser revistos ou revogados pelo juiz. 7.3) ATOS DAS PARTES

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33 Podem ser unilaterais quando praticados por uma das partes, ex.: contestao; ou bilaterais quando praticados por ambas as partes. Estes so de 2 tipos: concordantes e contratuais. Em regra, tais atos produzem seus efeitos imediatamente (art. 158 do CPC). Determinados atos, entretanto, para produzir efeitos processuais, exigem homologao judicial. o que ocorre com a desistncia da ao (art. 158, pargrafo nico), a conciliao e a transao.Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declaraes unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituio, a modificao ou a extino de direitos processuais. Pargrafo nico. A desistncia da ao s produzir efeito depois de homologada por sentena. Art. 159. Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, todas as peties e documentos que instrurem o processo, no constantes de registro pblico, sero sempre acompanhados de cpia, datada e assinada por quem os oferecer. 1o Depois de conferir a cpia, o escrivo ou chefe da secretaria ir formando autos suplementares, dos quais constar a reproduo de todos os atos e termos do processo original. 2o Os autos suplementares s sairo de cartrio para concluso ao juiz, na falta dos autos originais. Art. 160. Podero as partes exigir recibo de peties, arrazoados, papis e documentos que entregarem em cartrio. Art. 161. defeso lanar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandar risclas, impondo a quem as escrever multa correspondente metade do salrio mnimo vigente na sede do juzo

7.4) ATOS JUDICIAIS 7.4.1) Atos do juiz Ele pratica inmeros atos no processo. Os mais importantes so os chamados pronunciamentos. A) Despachos Atos que pem o processo em movimento, ex.: manifeste-se o autor sobre a petio de folhas 3; ou o cite-se. Ele no possui carter decisrio. Assim, ele no causa prejuzo. Desta feita, no cabe recurso so irrecorrveis.Art. 162 3o, do CPC. So despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofcio ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei no estabelece outra forma.

Se causarem gravame, podem ensejar correio parcial.

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B) Decises interlocutrias o ato do juiz que resolve uma questo incidente. Pode ter qualquer contedo, exceto uma das situaes do art. 267 e 269 do CPC, ex.: deciso de tutela antecipada; deferimento ou indeferimento de produo de provas; deciso de exceo de incompetncia. Ela possui carter decisrio, podendo causar prejuzo. Cabe recurso agravo e embargos de declarao (segundo a jurisprudncia e a doutrina quanto a este ltimo). O conceito de deciso interlocutria obtido por excluso. Todo ato do juiz com contedo decisrio, que no se enquadrar no conceito de sentena e no puser fim ao processo, ser reputado deciso interlocutria. Nos tribunais, tambm h prolao de decises interlocutrias. O julgamento do agravo de instrumento, por exemplo, d-se por meio de deciso (acrdo) interlocutria. C) Sentenas o ato que tem como contedo uma das hipteses do art. 267 ou do art. 269 do CPC. Ex.: prescrio; falta de condio da ao. V-se que o legislador, na conceituao da sentena, abdicou do critrio meramente finalstico (pr termo ao processo), presente na redao anterior do art. 162, pargrafo 1, do CPC. A sentena extingue o procedimento (pe termo ao procedimento). No se conceitua mais sentena como a deciso que extingue o processo, pois a execuo agora mais uma fase/procedimento do processo de conhecimento. Ela possui carter decisrio, podendo causar prejuzo. Cabe recurso apelao e os embargos de declarao. Verifica-se que nem todo ato que implica alguma das situaes previstas no art. 269 (contm resoluo do mrito) pe fim ao processo e por isso mesmo no recorrvel por meio de apelao. So exemplos: deciso que rejeita um dos pedidos; deciso que homologa transao com relao a um ou alguns dos pedidos e deciso que homologa a renncia do autor com referncia a um ou alguns dos pedidos constantes da inicial. Tais ato, na literalidade do art. 162, pargrafo 1, constituem sentena, porquanto resolvem matria de mrito, mas o recurso cabvel o agravo. D) Pronunciamentos dos tribunais So os acrdos. Acrdo deciso de um rgo colegiado pertencente a um tribunal. Ele possui carter decisrio, podendo causar prejuzo. Cabe recurso embargos de declarao, embargos infringentes, recurso ordinrio, recurso especial, recurso extraordinrio, embargos de divergncia. Pouco importa se julgou questo incidente (agravo) ou se ps fim ao processo, com ou sem resoluo de mrito, o ato denomina-se acrdo. E) Atos meramente ordinatrios ou de mero expediente

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35 Previstos no art. 162, pargrafo 4, do CPC e art. 92, XIV, da CF. So atos de pouca complexidade, como a vista e a juntada. So praticados pelos servidores do tribunal. 4o Os atos meramente ordinatrios, como a juntada e a vista obrigatria, independem de despacho, devendo ser praticados de ofcio pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessrios. (Includo pela Lei n 8.952, de 1994)

Art. 164. Os despachos, decises, sentenas e acrdos sero redigidos, datados e assinados pelos juzes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taqugrafo ou o datilgrafo os registrar, submetendo-os aos juzes para reviso e assinatura. Pargrafo nico. A assinatura dos juzes, em todos os graus de jurisdio, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.(Includo pela Lei n 11.419, de 2006).

7.4.2) Atos dos serventurios (segundo o cdigo, atos do escrivo ou chefe de secretaria) Eles podem ser: A) Atos de documentao Os serventurios devem numerar e rubricar todas as folhas dos autos dos processos e certificar todas as ocorrncias do processo, normalmente por meio de termos. Exs.: termo de vista, termo de juntada, termo de concluso, termo de recebimento etc. B) Atos de comunicaoart. 200 do CPC. Os atos processuais sero cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.

So 3: Cartas estabelecem um intercmbio entre 2 ou mais juzos. H a carta de ordem (estabelece uma comunicao entre um tribunal e um juiz que lhe subordinado; o juzo que expede a ordem o juzo ordenante; o que cumpre a carta o juzo ordenado); carta rogatria (estabelece uma comunicao entre um juzo nacional e uma autoridade judiciria estrangeira; ex.: citao de algum no exterior; quem expede o juzo rogante; aquele que cumpre o juzo rogado); carta precatria (estabelece comunicao entre juzos nas demais situaes; juzo que expede a carta precatria o juzo deprecante; o juzo que cumpre o juzo deprecado). OBS.1: art. 202, pargrafo 3, do CPC e na Lei do processo eletrnico (Lei 11419 de 2006 art. 7). OBS.2: requisitos das cartas art. 202 e 203 do CPC. Citaes o ato pelo qual se chama o ru ou interessado a juzo a fim de que possa se defender.

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Espcies de citao: o Citao pelo correio art. 222 e requisitos no art. 223 do CPC. a regra no Processo Civil. Ela pode se dar em qualquer comarca do pas. Ela se dar por AR. No silncio, pelo correio que se far a citao. o Citao pelo o oficial de justia pode ser Comum art. 222 e 224 do CPC. Os casos so o seguinte: a) nas aes de estado (famlia, paternidade, cidadania ou nacionalidade); nas execues; quando o ru for incapaz ou pessoa jurdica de direito pblico; quando impossvel ou frustrada as citaes pelo correio; quando o autor a requerer. Por hora certa art. 227 e 228 e requisitos do art. 229 do CPC. Dar-se- quando o oficial de justia procura o ru por 3 vezes em seu domiclio ou residncia e no o encontra, havendo suspeita de ocultao. Nesse caso, o oficial de justia deixar um documento com um vizinho ou uma pessoa da famlia dizendo que retornar no dia seguinte, numa hora determinada, para fazer a citao. Caso o ru no se encontre, o oficial dar o ru por citado e certificar nos autos. o Citao por edital art. 232 do CPC. Dar-se- em duas situaes: a) quando o ru for incerto ou desconhecido, ex.: reintegrao de posse contra diversos invasores; b) quando o ru estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessvel. OBS.: Se a carta rogatria no for cumprida, considera-se que o ru est em lugar inacessvel. OBS.2: se o ru for citado por edital ou com hora certa e no contestar (revelia), o juiz nomear curador especial (smula 282 do STJ ler) o Citao eletrnica Lei 11419 de 2006, art. 6. Ela depende de regulamentao pelo tribunal. Intimaes o ato pelo qual se d cincia a algum dos termos e atos processuais para faa ou deixe de fazer alguma coisa. Ela, normalmente, dar-se- via publicao no dirio oficial. Existem outras formas de intimao (por correio, por oficial de justia, em cartrio, em audincia. H a intimao por dirio de justia eletrnico lei 11419/2006, art. 4. A intimao eletrnica est na mesma lei, no art. 5.).

04.05.2009

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37 7.4.3) Prazos A) Classificao Podem ser classificados em: Legais so os prazos fixados pela lei, ex.: prazo para a interposio de recursos. Judiciais so os prazos fixados pelo juiz, ex.: prazo para depositar em cartrio o rol de testemunhas. Se o juiz nada fixar, o prazo ser de at 10 dias antes da audincia. Convencionais so os prazos fixados pelas partes, ex.: prazo de suspenso do processo. Tambm podem ser classificados em: Peremptrios so os prazos que no podem ser alterados pela vontade das partes, ex.: prazo para recursos; Dilatrios so os prazos que podem ser alterados pela vontade das partes, ex.: prazo para apresentao de memoriais, prazo para suspenso do processo. Prazo comum prazo estabelecido para ambas as partes, ex.: quando o juiz julga parcialmente procedente o pedido e ambas as partes podero apelar. Prazos particulares prazo estabelecido para uma das partes, ex.: prazo para a rplica. Prazos prprios so aqueles cujo descumprimento acarreta conseqncia processual especfica, ex.: prazos para as partes, em regra. Prazos imprprios so aqueles cujo descumprimento no acarreta conseqncia processual especfica, ex.: prazos para juzes, em regra. Prazo geral quando no h nenhuma previso sobre ele. No silncio, o prazo ser de 5 dias. Para comparecer em juzo, o prazo de 24 horas. Prazos especiais a Fazenda Pblica e o MP tm prazo em dobro para recorrer e em qudruplo para contestar (responder). O defensor pblico e os litisconsortes com procuradores diferentes tm prazo em dobro para todos os atos processuais.Smula: 116 do STJ A FAZENDA PUBLICA E O MINISTERIO PUBLICO TEM PRAZO EM DOBRO PARA INTERPOR AGRAVO REGIMENTAL NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA. SMULA N 641 DO STF

NO SE CONTA EM DOBRO O PRAZO PARA RECORRER, QUANDO S UM DOS LITISCONSORTES HAJA SUCUMBIDO (PERDEU).

B) Contagem do prazo processual

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38 Est prevista no art. 184 do CPC, complementado com a smula 310 do STF. Art. 4, pargrafo 4 da Lei do Processo Eletrnico.Art. 184. Salvo disposio em contrrio, computar-se-o os prazos, excluindo o dia do comeo e incluindo o do vencimento. (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) 1o Considera-se prorrogado o prazo at o primeiro dia til se o vencimento cair em feriado ou em dia em que: (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) I - for determinado o fechamento do frum; II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal. 2o Os prazos somente comeam a correr do primeiro dia til aps a intimao (art. 240 e pargrafo nico). (Redao dada pela Lei n 8.079, de 1990)

SMULA

N 310

DO

STF

QUANDO A INTIMAO TIVER LUGAR NA SEXTA-FEIRA, OU A PUBLICAO COM EFEITO DE INTIMAO FOR FEITA NESSE DIA, O PRAZO JUDICIAL TER INCIO NA SEGUNDAFEIRA IMEDIATA, SALVO SE NO HOUVER EXPEDIENTE, CASO EM QUE COMEAR NO PRIMEIRO DIA TIL QUE SE SEGUIR.

Os prazos tm incio no primeiro dia til seguinte intimao; so corridos (no tem feriado) e terminam sempre num dia til. Se houver publicao na quinta-feira, o prazo comea a correr na sexta-feira. Se for eletrnico o Dirio da Justia (Lei 11419/2006) art. 4 , pargrafo 3 e 4 3o Considera-se como data da publicao o primeiro dia til seguinte ao da disponibilizao da informao no Dirio da Justia eletrnico. 4o Os prazos processuais tero incio no primeiro dia til que seguir ao considerado como data da publicao.

C) Precluso a perda da possibilidade de se praticar um ato processual com efeitos limitados ao prprio processo. H 4 tipos de precluso: Precluso temporal a perda da faculdade de praticar um ato processual em razo do esgotamento do prazo; Precluso consumativa a perda da faculdade de praticar um ato processual porque o ato j foi praticado;

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39 Precluso lgica a perda da faculdade de praticar um ato processual porque j se praticou um ato incompatvel com o ato que se deseja praticar, ex.: 15 dias para contestar; no 5 dia o sujeito reconhece juridicamente o pedido; no 8 dia o mesmo sujeito se arrepende e quer voltar atrs, mas j ocorreu a precluso; Precluso pr judicato nenhum juiz decidir novamente as questes j decididas, salvo excees legais prevista no art. 471 do CPC. Exceo: matrias de ordem pblica (o juiz pode decidir e rever a sua deciso.

8) PETIO INICIAL 8.1) REQUISITOS DA PETIO INICIAL Esto previstos no art. 282 do CPC. Endereamento relaciona-se com a competncia; Qualificaes das partes no se fala em nacionalidade; Causa de pedir; Pedido; Valor da causa; Provas (art. 283 do CPC); Requerimento de citao; O estudo ser centrado em 3 requisitos: causa de pedir, pedido e valor da causa. 8.1.1) Causa de pedir o porqu se pede; o motivo/fundamento do pedido. A causa de pedir se divide em dois aspectos: a) fundamentao de fato e, b) fundamentao de direito. A fundamentao de fato se subdivide: fato constitutivo do direito do autor e fato violador do direito do autor. Ex.: um sujeito possui uma terra e um grupo invade esta terra; proposta uma ao de reintegrao de posse (fato constitutivo do direito a posse do lugar; fato violador ao direito o esbulho possessrio). A fundamentao de direito a repercusso jurdica dos fatos narrados, a consequncia jurdica dos fatos narrados. No integram a fundamentao de direito: a) a mera fundamentao legal (no h a obrigao de citar o dispositivo legal). O juiz obrigado a conhecer a lei. Exceo: Tratando-se de direito municipal, estrangeiro ou consuetudinrio, o juiz pode exigir que a parte prove o teor e a vigncia da norma; b) a qualificao jurdica dada ao fato pelo o autor ( dar o nome jurdico (nomen iuris) ao fato). O fato, sim, obrigatrio ser descrito corretamente. H duas teorias sobre causa de pedir: a) teoria da individuao ou individualizao causa de pedir apenas fundamentao de direito; b) substanciao ou substancializao para esta teoria, causa de pedir

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40 fundamentao de fato e fundamentao de direito est a teoria adotada no Brasil. H quem divida a causa de pedir em causa de pedir prxima (mesmo que fundamentao de direito) e causa de pedir remota (mesmo que fundamentao de fato). NELSON NERY troca uma causa de pedir pelo conceito da outra. 8.1.2) Pedido O pedido deve ser expresso. Excees: a) atualizao monetria; b) juros legais; c) aplicao de multa coercitiva para cumprimento de tutela especfica; d) condenao do vencido ao pagamento de custas e de honorrios (so exemplos de pedidos que so considerados implcitos; o juiz concede mesmo que no seja expresso). O pedido deve ser determinado deve especificar a qualidade e a quantidade do que se deseja. Excees: art. 286 do CPCArt. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. lcito, porm, formular pedido genrico (indeterminado): (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) I - nas aes universais, se no puder o autor individuar na petio os bens demandados; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) so aes que verso sobre universalidade de bens, ex.: acervo de uma biblioteca. II - quando no for possvel determinar, de modo definitivo, as conseqncias do ato ou do fato ilcito; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) III - quando a determinao do valor da condenao depender de ato que deva ser praticado pelo ru. (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973) ex.: ao de prestao de contas (far-se- um pedido genrico, e depois, com a prestao de contas, que se verificar o montante a ser recebido)

OBS.: H uma quarta hiptese de pedido genrico que a jurisprudncia vem aceitando pedido nas aes de indenizao por danos morais. O pedido deve ser concludente o pedido deve ser uma concluso lgica da causa de pedir. A) Espcies de pedido Pedido alternativo art. 288 do CPC. Deve ser formulado quando o ru/devedor puder cumprir a obrigao por mais de uma forma, ex.: arrendamento rural - o arrendatrio pode cumprir a obrigao pagando uma quantia ou entregando uma parte da produo. O juiz vai condenar o ru a cumprir a obrigao (o juiz no escolhe a forma). O ru que poder escolher a forma de cumprimento da obrigao. OBS.: diferente de cumulao alternativa de pedidos o autor formula mais de um pedido sem ordem de preferncia para que o juiz acolha um deles, ex.: X prope ao de investigao de paternidade em face de A, B e C porque no sabe quem o seu pai; consignao em pagamento quando no se sabe quem o credor (art. 335, IV, do CCB).

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41Art. 288. O pedido ser alternativo, quando, pela natureza da obrigao, o devedor puder cumprir a prestao de mais de um modo. Pargrafo nico. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz Ihe assegurar o direito de cumprir a prestao de um ou de outro modo, ainda que o autor no tenha formulado pedido alternativo.

Pedido sucessivo Art. 289 do CPC. O autor requer ao juiz que acolha um pedido posterior na hiptese de no acolher um pedido anterior (s acolhe o pedido B se no acolher o A). Ex.; o autor pede a anulao do casamento, mas se o juiz entender que no tem direito a isto, pede a separao judicial. tambm chamado de cumulao eventual de pedidos. diferente de cumulao sucessiva de pedidos - o autor requer ao juiz que acolha um pedido posterior na hiptese de acolher um pedido anterior ( o oposto de pedido sucessivo). Ex.: paternidade + alimentos (se declarar a paternidade, quero que condene a alimentos).Art. 289. lcito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conhea do posterior, em no podendo acolher o anterior.

OBS.: Cumulao de aes ela pode ser subjetiva ou objetiva. A subjetiva que conhecemos por litisconsrcio; a objetiva a que cha