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PACOTE DE EXERCCIOS AGU AGENTE ADMINISTRATIVO AULA 1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROF FLVIA BOZZI

Ol, Pessoal! um prazer integrar a equipe de professores do Pacote de Exerccios para o concurso da Advocacia Geral da Unio, voltado ao cargo de agente administrativo, principalmente na disciplina Direito Processual Civil, que uma grande paixo minha. Primeiro, vamos a uma breve apresentao: sou Flvia Bozzi Costa, advogada formada pela UFRJ com dignidade acadmica Cum Laude, ps-graduada em Direito Pblico e mestranda em Sociologia e Direito pela UFF. Atuo desde 2005 na edio, reviso, anlise e preparao de livros e apostilas para concursos pblicos, j tendo publicado os seguintes ttulos: Estatuto dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (em coautoria com Cludio Jos Silva) e Direito Processual Civil Provas Comentadas do Cespe/UnB, pela Ed. Ferreira. Alm desses, em breve publicarei meu terceiro livro: Direito Processual Civil Provas Comentadas da FCC. Exero tutoria na Faculdade Direito Rio da Fundao Getulio Vargas, ministro aulas em cursos preparatrios para concursos online e presenciais e sou coordenadora editorial do segmento de concursos pblicos do Selo GEN/Forense/Mtodo/Vicente Paulo & Marcelo Alexandrino. Como nosso curso desenvolvido? Nosso contedo programtico, delimitado pelo edital, o seguinte: 1. Jurisdio; competncia; critrios determinativos da competncia; capacidade de ser parte; capacidade de estar em juzo; capacidade postulatria do litisconsorte da assistncia, da interveno de terceiros, da nomeao autoria, da denunciao lide, do chamamento ao processo. 2. Processo e procedimento. Prazos. 3. Procedimento ordinrio e sumrio. 4. Citao; notificao; intimaes; defesa do ru; espcies de defesa; das excees; da contestao; da reconveno; da prova; nus da prova; dos recursos e suas espcies. Como nosso pacote de exerccios, imprescindvel que o candidato tenha um prvio conhecimento da matria, ainda que obtido por meio da leitura dos artigos pertinentes do Cdigo de Processo Civil. Como o Cespe/UnB no se limita a abordar a literalidade da lei, importante procurar auxlio em algum resumo terico. As questes da sua prova da Advocacia Geral da Unio sero formatadas no estilo Certo e Errado, sendo que uma resposta incorreta anula os pontos pertinentes a uma questo acertada. Para voc treinar esse estilo de prova, apresentaremos em nosso curso exclusivamente questes nesse formato e daremos preferncia a questes oficiais aplicadas em certames anteriores pelo Cespe/UnB. Se for necessrio, iremos recorrer a questes de bancas diversas.

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Em nossas aulas, apresentamos inicialmente apenas o enunciado das questes, para que o aluno tente resolv-las como se estivesse no dia da prova; depois, h o gabarito seco, para o aluno confrontar sua resposta com o resultado oficial; em seguida, apresentamos o enunciado da questo e os nossos comentrios, para que o aluno possa confrontar o texto da questo e a resoluo proposta por ns para se chegar ao gabarito correto. Sugesto: faa a questo antes de olhar nossos comentrios. Isso muito importante para voc simular o dia da prova e verificar como est o seu aprendizado na matria. Quais so os prazos? As provas do seu concurso sero aplicadas no dia 06 de junho. Portanto, muita ateno ao cronograma de nossas aulas: Aula 1 12 de maio (quarta-feira) Aula 2 15 de maio (sbado) Aula 3 18 de maio (tera-feira) Aula 4 04 de junho (sexta-feira) Farei o possvel para disponibilizar nossa ltima aula antes do dia 04, mas no vou prometer, ok? Farei o meu melhor. AULA 01 Em nossa aula 1, abordaremos os seguintes tpicos do edital: 1. Jurisdio. 2. Competncia; critrios determinativos da competncia. 3. Capacidade de ser parte; capacidade de estar em juzo.

PRIMEIRA PARTE QUESTES

A jurisdio a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual so resolvidos conflitos de interesses visando-se pacificao social. Acerca desse tema, julgue os itens seguintes. 01. (TJ-CE/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A jurisdio, como funo soberana do Estado, regulada pelo direito processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o denominado direito privado. 02. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A jurisdio pode ser dividida em ordinria e extraordinria.PONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 2

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03. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A jurisdio pode ser classificada em comum ou especial. 04. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) Considerando-se a sistemtica federativa vigente no Brasil, a justia comum dividida em federal e estadual. 05. (Indita) A jurisdio civil abrange a jurisdio contenciosa e a jurisdio voluntria. 06. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) Por seu inegvel alcance social, a justia trabalhista exemplo claro de jurisdio comum. 07. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) A jurisdio contenciosa tem por objeto assegurar a ordem jurdica e a paz social e, independentemente da existncia de discusso judicial e de pendncia ou litgio, promover a composio dos conflitos de interesses por meio da homologao formal do acordo de vontades. 08. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) Cabe ao proponente a escolha do procedimento a ser adotado no julgamento do litgio por ele ajuizado. No entanto, se a escolha for pelo procedimento de jurisdio voluntria, o qual exige acordo de vontade entre as partes, esse procedimento deve seguir at a sentena final. 09. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) A jurisdio civil a funo estatal, exercida no processo, por rgo do poder judicirio, mediante propositura de ao, visando compor um litgio no-penal e tem como finalidade a resoluo justa do litgio. 10. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) Ao Poder Judicirio, com exclusividade, atribuda a funo jurisdicional. No exerccio dessa funo, ao compor os conflitos, seja de jurisdio voluntria ou contenciosa, substitui a vontade das partes litigantes por uma sentena e as decises proferidas revestem-se de carter jurisdicional e fazem coisa julgada material. 11. (Tcnico Judicirio/rea: Administrativa/TRT da 5 Regio/2008) Constituem princpios da jurisdio contenciosa o juiz natural, a improrrogabilidade e a indeclinabilidade. 12. (Indita) So algumas das caractersticas da jurisdio contenciosa a unidade, a secundariedade, a parcialidade, a tutela assistencial de interesses privados e a instrumentalidade. 13. (Serpro/Advogado/2008) Entre os princpios constitucionais do processo civil, encontram-se o da eventualidade ou precluso, o da publicidade e o da oralidade. 14. (TRT da 5 Regio/Analista Judicirio/rea Administrativa/2008) O contraditrio, a eventualidade e a oralidade so princpios informadores e fundamentais inerentes jurisdio. 15. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) O CPC abriga trs espcies de processos: ordinrio, sumrio e sumarssimo.

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Acerca da competncia, analise os itens subsequentes. 16. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) O valor da causa critrio que no se presta fixao da competncia do foro, mas as normas de organizao judicirias da Unio, dos estados e do DF podem se valer desse critrio para a fixao da competncia do juzo. 17. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) A modificao da competncia alcana as hipteses de competncia absoluta, desde que seja esta determinada pelo critrio territorial. 18. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) A competncia jurisdicional figura como pressuposto de existncia do processo. 19. (Advogado da Unio/Advocacia-Geral da Unio/2009) No caso de uma pretenso dirigida anulao de obrigao firmada no exterior, mas cujo cumprimento esteja previsto para ocorrer no Brasil, h, conforme o CPC, competncia concorrente da autoridade judiciria brasileira e da autoridade judiciria estrangeira, sendo somente a homologao de sentena estrangeira obstculo ao processamento da causa pela autoridade local. 20. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Nas aes de reparao de danos, o foro competente ser o do lugar do fato, j que ali se encontraro de modo mais fcil elementos para elucidao do caso, ressalvando-se, contudo, a reparao de danos decorrentes de acidente automobilstico, hiptese em que tambm ser competente o foro do domiclio do autor. 21. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Prevalecendo o interesse do devedor nas aes em que se pretenda a anulao de ttulo extraviado, caso esse interessado mude de domiclio no curso do processo, a competncia para julgamento da ao se deslocar para o juzo competente de seu novo domiclio. 22. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) A ao de execuo de dvida solidria ser proposta necessariamente no foro do domiclio do devedor que seja o principal interessado no negcio e, em razo disso, responda perante os demais devedores pelo pagamento eventualmente realizado por qualquer deles. 23. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Tal como ocorre nas aes propostas contra o ausente, a ao de inventrio dos bens imveis deixados pelo falecido que no tinha domiclio certo ser processada no foro de seu ltimo domiclio, mesmo que os bens estejam situados em outro local. 24. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Em regra, a ao em que o incapaz for ru se processar no domiclio de seu representante legal, de modo que, no caso de um relativamente incapaz, a competncia no dever ser determinada por tal critrio, j que o ru ser simplesmente assistido. 25. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRT da 5 Regio/2008) Considere a seguinte situao hipottica. Um juiz federal declarou de ofcio a sua incompetncia relativa e remeteu o processo para o juzo de direito que se considerou competente para julgamento do feito. Nessa situao, o magistrado no poderia ter assim procedido, pois aPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 4

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incompetncia relativa no pode ser declarada de ofcio; faz-se necessrio que o ru argua exceo de incompetncia na primeira oportunidade de manifestao nos autos. 26. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRT da 5 Regio/2008) Na hiptese de estarem correndo em separado aes conexas perante juzes que tenham mesma competncia territorial, considerar-se- prevento o juiz do processo no qual, em primeiro lugar, tiver ocorrido a citao vlida. 27. (Tcnico Judicirio/rea: Administrativa/TRT da 5 Regio/2008) Em sede de ao possessria sobre determinado bem imvel, caso a demanda tenha sido proposta em foro diverso do da situao da coisa, no se tem como prorrogada a competncia do juzo, ainda que a parte r, no prazo legal, no tenha oferecido a respectiva exceo de incompetncia. 28. A competncia fixada no instante em que a ao proposta, no importando as alteraes de fato ou de direito supervenientes, salvo supresso do rgo judicirio ou alterao da competncia em razo da matria ou da hierarquia. 29. Ana, residente em Braslia, adquiriu imvel na cidade de Belo Horizonte, que estava ocupado por Carla. Como Carla no desocupou o imvel, aps devidamente notificada, Ana ajuizou ao de imisso na posse no foro de Braslia. Devidamente citada, Carla ofereceu contestao, sem, no entanto, alegar a incompetncia do juzo. Nessa situao, aps instruo processual, e sendo proferida sentena de mrito, haver prorrogao da competncia, que consiste em tornar competente um juzo originariamente incompetente.

Acerca da capacidade de ser parte e da capacidade processual, analise os itens que seguem. 30. (TJ-CE/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A capacidade de ser parte em um negcio jurdico no se confunde com a capacidade processual de estar em juzo. 31. (TJ-RJ/Analista Judicirio/2008) A capacidade de ser parte relaciona-se com a capacidade processual, ou seja, a aptido de participar da relao processual, em nome prprio ou alheio. Tm capacidade de ser parte as pessoas naturais, as jurdicas e os entes despersonalizados. 32. (TJ-CE/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) Os incapazes no tm capacidade de ser parte por faltar-lhes a capacidade de estar em juzo. 33. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) O nascituro no detm capacidade de ser parte processual. 34. (Tcnico Judicirio/rea: Administrativa/TRT da 5 Regio/2008) Supre-se a incapacidade processual relativa da parte por meio da interveno do representante legal do incapaz.

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35. (TRT da 17 Regio/Analista Judicirio/rea Judiciria/2009) Tem legitimidade ativa para agir o titular da pretenso formulada em face de quem o sujeito passivo dessa mesma pretenso. Essa legitimidade, seja ativa ou passiva, corresponde capacidade processual de ser parte. 36. (TJ-RJ/Analista Judicirio/2008) As pessoas casadas no tm capacidade processual, pois elas dependem do consentimento do outro cnjuge para agirem judicialmente em defesa de seus direitos ou para se defenderem em juzo, salvo quando litigarem entre si. 37. (TRT da 17 Regio/Analista Judicirio/Execuo de Mandados/2009) Em ao que verse a respeito de direito real imobilirio, um cnjuge no pode integrar o polo ativo da lide sem o consentimento do outro, sob pena de configurar-se a sua incapacidade processual, e no a sua ilegitimidade ad causam. 38. (TJ-SE/Agente notarial/2006) Em regra, a titularidade da ao vincula-se titularidade do pretendido direito material subjetivo envolvido na lide. Por exceo e nos casos expressamente autorizados em lei, admite-se a substituio processual, que consiste em demandar a parte, em nome prprio e seu interesse, em defesa de pretenso alheia.

Gabarito

Parte 1 Jurisdio 01. Errado 02. Errado 03. Certo 04. Certo 05. Certo 06. Errado 07. Errado 08. Errado 09. Certo 10. Errado 11. Certo 12. Errado 13. Errado 14. Errado 15. Errado

Parte 2 Competncia 16. Certo 17. Errado 18. Errado 19. Certo 20. Certo 21. Errado 22. Errado 23. Errado 24. Errado 25. Errado 26. Errado 27. Certo 28. Certo 29. Errado

Parte 3 Capacidade de ser parte; capacidade de estar em juzo 30. Certo 31. Errado 32. Errado 33. Errado 34. Errado 35. Errado 36. Errado 37. Certo 38. Certo

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SEGUNDA PARTE COMENTRIOS S QUESTES 1. JURISDIO A jurisdio a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual so resolvidos conflitos de interesses visando-se pacificao social. Acerca desse tema, julgue os itens seguintes. 01. (TJ-CE/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A jurisdio, como funo soberana do Estado, regulada pelo direito processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o denominado direito privado. O Direito Processual Civil pertence ao grupo das disciplinas que constituem o denominado direito pblico, e no direito privado, visto que suas normas dizem respeito administrao da justia, sendo de observncia obrigatria entre as partes. So de direito pblico as normas que regulam a organizao e a atividade de carter pblico do Estado e dos entes polticos menores ou que disciplinam as relaes entre os cidads e estas organizaes polticas. So exemplos de normas de direito pblico: direito constitucional, direito administrativo, leis que estabelecem o vnculo entre servidor pblico e unidade federativa (p.ex. Lei 8.112/90 no mbito federal), direito penal e processual penal, direito tributrio, direito processual civil etc.. So exemplos de normas de direito privado: direito civil, comercial/empresarial, direito do trabalho (segundo doutrina majoritria) etc. direito

O Direito Processual Civil um ramo do Direito Processual que regula a soluo de conflitos de interesses por parte dos rgos judicirios, quando no h processo especial previsto para a espcie (por exemplo: processo do trabalho) e mesma no se aplica o Direito Processual Penal. Temos ento: Direito Processual Penal Direito Processual Jurisdio especial (direito processual militar e direito processual eleitoral) Jurisdio comum (todas as demais causas da seara criminal) Jurisdio especial (direito processual do trabalho e direito processual eleitoral) Jurisdio comum (todas as demais causas da seara cvel)

Direito Processual Civil

Gabarito: Errado

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02. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A jurisdio pode ser dividida em ordinria e extraordinria. No Brasil, a jurisdio una, no podendo ser dividida. O judicirio uno julga causas entre particulares e tambm causas entre particulares e o Estado, embora a Unio tenha a sua justia especializada (que a Justia Federal). A jurisdio abrange todos os litgios que se possam instaurar em torno de quaisquer assuntos de direito, contudo a diferena de matria jurdica a ser manipulada pelos juzes, na composio dos litgios, conduz necessidade prtica de especializao no s dos julgadores, como das prprias leis que regulam a atividade jurisdicional. Por esse motivo, temos: a jurisdio civil (em que se aplica prioritariamente o Direito Processual Civil); a jurisdio penal (em que se aplica prioritariamente o Direito Processual Penal); a jurisdio trabalhista (em que se aplica prioritariamente o Direito Processual do Trabalho). a jurisdio eleitoral (em que se aplica prioritariamente o Direito Processual Eleitoral). Essa ramificao no representa a diviso da jurisdio, mas a sua especializao em reas-fim. Qual a diferena entre jurisdio una e jurisdio dual? Na jurisdio una (modelo americano aplicado no Brasil), as causas que envolvem o Estado so julgados pelo Poder Judicirio. Na jurisdio dual (modelo aplicado na Frana, Itlia, Espanha, Portugal), as causas que envolvem o Poder Pblico so julgadas por tribunais administrativos, nos quais os juzes no tm formao jurdica nem qualquer vnculo com o Poder Judicirio. Portanto, no modelo dual, existem dentro da prpria administrao rgos para a soluo de causas ou litgios entre particulares e a administrao. Gabarito: Errado 03. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A jurisdio pode ser classificada em comum ou especial. A jurisdio pode ser nacional ou internacional. Sendo nacional, ela classifica-se em jurisdio comum e jurisdio especial. Correta a questo. Vejamos: Jurisdio nacional (UNA) Jurisdio comum Jurisdio federal Jurisdio estadual Jurisdio civil Jurisdio penal

JURISDIO

Jurisdio especial Jurisdio internacional

Jurisdio trabalhista Jurisdio militar Jurisdio eleitoral

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A jurisdio, do latim jurisdictio (juris = direito + dictio = dizer, logo, dizer o direito) , em sentido amplo, o poder de julgar e de aplicar o direito ao caso concreto; a funo da soberania do Estado, exercida pelos juzes, consistente em dirimir litgios entre particulares ou entre o Estado e particulares. Ao dirimir os litgios, o Estado no s aplica a vontade da lei ao caso concreto, como executa a deciso, ou seja, a jurisdio abrange a cognio (conhecimento da causa e seus dados) e a execuo (fazer cumprir o determinado pelo juiz ainda que mediante coero). Gabarito: Certo 04. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) Considerando-se a sistemtica federativa vigente no Brasil, a justia comum dividida em federal e estadual. Correto: a justia comum dividida em federal e estadual. No modelo federativo, h o efetivo implemento de um processo constitucional de partilha de competncias , ordenado com base no princpio da relevncia do interesse. No tocante ordem jurisdicional, temos que ela una, mas passvel de especializao para fins de determinao de competncia. Nesse sentido, a justia ou jurisdio pode ser comum ou especial. A jurisdio comum abrange a justia federal e a justia estadual; a jurisdio especial abrange a justia do trabalho, a justia militar, a justia eleitoral. Vale ressaltar que no existe rgo jurisdicional no mbito de municpios. Enquanto a jurisdio comum a que se exerce por meio de tribunais ordinrios previstos pela Constituio Federal para apreciao da generalidade dos casos de natureza cvel e criminal, a jurisdio especial a exercida por rgos judicirios com atribuies limitadas a certas matrias (p.ex. direito do trabalho) ou a certas pessoas (p.ex. presidente da Repblica). Gabarito: Certo 05. (Indita) A jurisdio civil abrange a jurisdio contenciosa e a jurisdio voluntria. Conforme o art. 1 do CPC, a jurisdio civil, que o que interessa a nosso estudo, compreende (abrange) a jurisdio contenciosa e a jurisdio voluntria. Correta a questo. A jurisdio contenciosa a jurisdio propriamente dita, por meio da qual se chega soluo de lides e de conflitos entre as partes. Ela pressupe controvrsia entre as partes a ser solucionada pelo juiz. Aqui, a relao processual se faz em tringulo (autor-juiz-ru) e as partes (autor e ru) apresentam interesses opostos. A jurisdio voluntria, tambm chamada de graciosa, aquela em que no h propriamente lide ou litgio (pretenso de uma parte resistida por outrem), e sim pedido, requerimento, acordo a ser homologado etc. Aqui, a relao processual no se faz em tringulo (autor-juiz-ru), mas em linha simples (requerentes-juiz). Gabarito: CertoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 9

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06. (TST/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) Por seu inegvel alcance social, a justia trabalhista exemplo claro de jurisdio comum. Constatamos que a Justia Trabalhista (Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Justia do Trabalho) um exemplo claro de justia especializada (ou jurisdio especializada) dentro do mbito da Justia Federal, pois a atividade exercida somente quando se tratar de julgamento de matria pertinente a relao de trabalho. Portanto, incorreta a questo ao afirmar que a justia trabalhista exemplo de jurisdio comum. Gabarito: Errado 07. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) A jurisdio contenciosa tem por objeto assegurar a ordem jurdica e a paz social e, independentemente da existncia de discusso judicial e de pendncia ou litgio, promover a composio dos conflitos de interesses por meio da homologao formal do acordo de vontades. A questo est incorreta porque a jurisdio contenciosa pressupe a existncia de discusso judicial e de pendncia ou litgio. Caso contrrio, estaramos diante da jurisdio graciosa ou voluntria. Na jurisdio contenciosa, h a presena de lide (pretenso resistida), motivo pelo qual as partes no entram em acordo. Por esse motivo, o juiz quem ir compor (solucionar) o litgio, no se limitando a homologar eventual acordo firmado entre as partes. Vejamos algumas caractersticas importantes da JURISDIO CONTENCIOSA (deixarei de fora aspectos que fogem ao contedo programtico do concurso): 01. Visa composio de litgios; 02. Pressupe a existncia de lide a ser resolvida; 03. H a presena de partes com interesses opostos; 04. A jurisdio atua compondo/solucionando o litgio. Exemplos: ao de ressarcimento; ao de danos morais; aes de investigao de paternidade; ao de prestao de alimentos etc. Vejamos algumas caractersticas importantes da JURISDIO VOLUNTRIA (deixarei de fora aspectos que fogem ao contedo programtico do concurso): 01. Visa integrao do Estado para dar validade ao negcio jurdico; 02. Pressupe a existncia de negcio jurdico cuja validade requer a integrao do Estado; 03. H a presena de interessados ou requerentes com interesses comuns (e no partes com interesses opostos); 04. A jurisdio atua para integrar o negcio jurdico e lhe dar validade. Exemplos: homologao judicial de divrcio amigvel; decises sobre pedidos de retificao de nome; nomeao e destituio de tutores e curadores. ; cumprimento de testamento etc. Gabarito: ErradaPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 10

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08. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) Cabe ao proponente a escolha do procedimento a ser adotado no julgamento do litgio por ele ajuizado. No entanto, se a escolha for pelo procedimento de jurisdio voluntria, o qual exige acordo de vontade entre as partes, esse procedimento deve seguir at a sentena final. Se durante o procedimento de jurisdio voluntria demonstrar-se a existncia de lide, tal procedimento ser convertido em contencioso. Oportuno mencionar que a simples oposio do interessado ao requerimento no transforma o processo em contencioso, devendo para tanto haver pedido formulado por uma parte em detrimento de outra que ser apreciado pelo juiz e imposto na sentena sobre a vontade do vencido. De tal modo, existe, nos procedimentos voluntrios, a possibilidade de existirem dissensos a respeito de controvrsias secundrias, ainda que haja consenso acerca do pedido principal da demanda. Assim, pode-se assentar que nos procedimentos de jurisdio voluntria pode haver consenso ou dissenso entre os interessados, mas, jamais, litgio. Havendo litgio, reconhecida a possibilidade de converso do procedimento voluntrio em contencioso, motivo pelo qual a questo est errada. Gabarito: Errada 09. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) A jurisdio civil a funo estatal, exercida no processo, por rgo do poder judicirio, mediante propositura de ao, visando compor um litgio no-penal e tem como finalidade a resoluo justa do litgio. Este o conceito de jurisdio civil adotado pela doutrina majoritria. Contudo, poderamos argumentar que a definio est incompleta, pois deixa de fora a finalidade da jurisdio voluntria. Como vimos, a jurisdio civil exercida de forma soberana pelo Estado, por meio do Poder Judicirio (unicidade da jurisdio), visado compor um litgio (jurisdio contenciosa) ou tutelar assistencialmente interesses privados (jurisdio voluntria). Ento, se a questo est incompleta, por que ela no foi anulada? Ela no foi anulada porque, em razo do vnculo entre o conceito de jurisdio e a funo de solucionar litgios, a doutrina tradicionalmente define jurisdio como uma funo estatal na soluo das lides ocorrentes, deixando de lado a abordagem da jurisdio voluntria. Gabarito: Correta

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10. (TJ-RR/Assistente Judicirio/2006) Ao Poder Judicirio, com exclusividade, atribuda a funo jurisdicional. No exerccio dessa funo, ao compor os conflitos, seja de jurisdio voluntria ou contenciosa, substitui a vontade das partes litigantes por uma sentena e as decises proferidas revestem-se de carter jurisdicional e fazem coisa julgada material. A questo apresenta trs erros conceituais: Primeiro: o Poder Judicirio compe litgios apenas na jurisdio contenciosa. Na jurisdio voluntria, o magistrado tutela assistencialmente interesses particulares, concorrendo com a sua vontade para o nascimento, a validade ou a eficcia de um ato da vida privada, para a formao, o desenvolvimento ou a extino de uma situao ftica ou jurdica. Segundo: a sentena substitui a vontade das partes litigantes apenas na jurisdio contenciosa. Como assim a sentena substitui a vontade das partes? Para entender, vamos a um exemplo: Se Joo causa um dano no carro de Pedro, o normal que eles acertem consensualmente sobre o custeio das despesas. Se Joo quer pagar 100 e Pedro quer receber 1.000, sinal de que eles no conseguem autocompor o litgio e chegar a um consenso. Nesse caso, eles podem recorrer ao Poder Judicirio, cuja sentena ir substituir essa vontade das partes. Na jurisdio contenciosa, como no h dissenso entre as partes, a sentena apenas valida ou homologa a vontade das partes. Terceiro: as decises proferidas na jurisdio contenciosa fazem coisa julgada formal e material; as decises proferidas na jurisdio voluntria fazem apenas coisa julgada formal. Vejamos: coisa julgada formal significa que, dentro do mesmo processo, a questo no pode ser reaberta aps o trmino do prazo para recurso; coisa julgada material significa que a mesma questo objeto de deciso no pode ser submetida novamente a apreciao do Poder Judicirio num novo processo envolvendo as mesmas partes ou seus sucessores, ou seja, a deciso que resolve a lide torna-se imutvel e indiscutvel seja no processo em que foi prolatada, seja em qualquer outro que venha a ser instaurado. Gabarito: Errada 11. (Tcnico Judicirio/rea: Administrativa/TRT da 5 Regio/2008) Constituem princpios da jurisdio contenciosa o juiz natural, a improrrogabilidade e a indeclinabilidade. Seguindo a doutrina majoritria, os princpios da jurisdio contenciosa so o princpio do juiz natural (ou da investidura), o princpio da improrrogabilidade e o princpio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade). Portanto, a questo est correta.

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D-se o nome de jurisdio (do latim juris dictio) funo de compor os litgios, de declarar o Direito e realiz-lo. A jurisdio civil, aquela que regulada pelo direito processual civil, compreende, segundo o art. 1 do CPC, a jurisdio contenciosa e a jurisdio voluntria. Jurisdio contenciosa aquela em que o Estado atua na pacificao ou composio dos litgios; pressupe controvrsia entre as partes (lide) a ser solucionada pelo juiz. Na chamada jurisdio voluntria, predomina o carter administrativo, e o juiz realiza gesto pblica em torno de interesses privados, como nas nomeaes de tutores, nas alienaes de bens de incapazes, na extino do usufruto etc. Os princpios da jurisdio contenciosa so: Princpio do juiz natural (ou da investidura): a jurisdio s pode ser exercida por juzes ou rgos colegiados previstos na Constituio Federal, estando proibida a criao de tribunais de exceo. O juiz natural aquele regularmente investido e a quem a causa foi distribuda. Nem mesmo os rgos hierrquicos superiores podem, em princpio, suprimir a competncia do juiz natural. Princpio da improrrogabilidade: os limites do poder jurisdicional so os traados pela Constituio, no sendo permitido ao legislador ordinrio alter-los, nem para ampli-los, nem para reduzi-los. Princpio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade): o rgo investido no poder de jurisdio tem a obrigao de prestar a tutela jurisdicional, e no a mera faculdade; no pode recusar-se a ela, quando legitimamente provocado, nem pode delegar a outros rgos o seu exerccio. Gabarito: Certo 12. (Indita) So algumas das caractersticas da jurisdio contenciosa a unidade, a secundariedade, a parcialidade, a tutela assistencial de interesses privados e a instrumentalidade. A questo est errada porque a parcialidade e a tutela assistencial de interesses privados no so caractersticas da jurisdio contenciosa. Vejamos as principais caractersticas mencionadas pela doutrina: Unidade: a jurisdio una, pois funo exclusiva do Poder Judicirio, por intermdio de seus juzes, os quais decidem monocraticamente ou em rgos colegiados. A diferena de matria jurdica a ser manipulada pelos juzes, na composio dos litgios, conduz necessidade prtica de especializao dos julgadores (juiz do trabalho, juiz estadual, juiz federal), dos tribunais (TRT, TJ, TRF, TRE) e das prprias leis que regulam a atividade jurisdicional (direito civil, direito penal, direito do trabalho, direito eleitoral, direito previdencirio etc.). Secundariedade: a jurisdio secundria, pois ela somente vai atuar quando as partes no conseguirem, por si mesmas, realizar o Direito. Ento, o Poder Judicirio ser provocado por uma das partes para a composio de um litgio (conflito dePONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 13

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interesses qualificado por uma pretenso resistida) que poderia ter sido primariamente sanado pelos prprios sujeitos da relao jurdica. Imparcialidade: a jurisdio atividade equidistante e desinteressada do conflito, visto que pe em prtica vontades concretas da lei que no se dirigem ao rgo jurisdicional, mas aos sujeitos da relao jurdica submetida ao juzo. Substitutividade: a jurisdio tem carter substitutivo, ou seja, substitui a atuao das partes quando estas no conseguem solucionar o litgio por outras maneiras (transao, conciliao, juzo arbitral). Instrumentalidade: a jurisdio um instrumento de que o direito dispe para impor-se obedincia dos cidados. Ela no fonte do direito nem um fim em si mesma, pois apenas se presta entrega da tutela jurdica ao jurisdicionado, quer declarando qual seja a regra do caso concreto, quer aplicando as ulteriores medidas de reparao ou de sano previstas pelo direito. Gabarito: Errado 13. (Serpro/Advogado/2008) Entre os princpios constitucionais do processo civil, encontram-se o da eventualidade ou precluso, o da publicidade e o da oralidade. Essa questo est errada porque confunde os princpios do processo civil com os princpios informativos do procedimento. Segundo Humberto Theodoro Jnior: I. So informativos do processo: 1. o princpio do devido processo legal (sede constitucional); 2. o princpio inquisitivo e o dispositivo; 3. o princpio do contraditrio (sede constitucional); 4. o princpio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdio; 5. o princpio da boa-f e da lealdade processual; 6. o princpio da verdade real. II. So informativos do procedimento: 1. o princpio da oralidade; 2. o princpio da publicidade (sede constitucional); 3. o princpio da economia processual; 4. o princpio da eventualidade ou da precluso. Vejamos cada um desses princpios: princpio do devido processo legal (sede constitucional): a Constituio assegura aos cidados o direito ao processo como uma das garantias individuais. A justa composio da lide s pode ser alcanada quando prestada a tutela jurisdicional dentro das normas processuais traadas pelo Direito Processual Civil, das quais o Estado no pode declinar.

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princpio inquisitivo e o dispositivo: pelo princpio inquisitivo, o julgador livre para tentar descobrir a verdade por todos os meios disponveis, independentemente da iniciativa ou colaborao das partes. Pelo princpio dispositivo, as provas s podem ser produzidas pelas prprias partes, limitando-se o juiz funo de mero espectador. Modernamente, as legislaes (assim como nosso CPS) so mistas. Exemplo: embora a iniciativa da abertura do processo seja da parte, o seu impulso oficial. princpio do contraditrio (sede constitucional): consiste na necessidade de ouvir a pessoa perante a qual ser proferida a deciso, garantindo-lhe o pleno direito de defesa e de pronunciamento durante todo o curso do processo. princpio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdio: todo ato do juiz que possa prejudicar um direito ou um interesse da parte deve ser recorrvel, como meio de evitar ou emendar os erros e falhas que so inerentes aos julgamentos humanos. princpio da boa-f e da lealdade processual: o Estado e a sociedade, de maneira geral, apresentam-se empenhados em que o processo seja eficaz, reto, til sua finalidade. Por esse motivo, a lei fornece ao magistrado poderes para atuar de ofcio contra a fraude processual e a m-f das partes. princpio da verdade real: no existem provas de valor hierarquizado no direito processual moderno, por isso o juiz, ao sentenciar, deve formar seu convencimento livremente, valorando os elementos da prova segundo critrios lgicos e dando a fundamentao de seu decisrio. princpio da oralidade: a discusso oral da causa em audincia fator importantssimo para diminuir o nmero de atos processuais e diligncias. princpio da publicidade (sede constitucional): na prestao jurisdicional h um interesse pblico maior que o privado defendido pelas partes. a garantia da paz e harmonia social, procurada por meio da manuteno da ordem jurdica. Todos, e no apenas os litigantes, tm direito de conhecer o que se passa durante o processo. Esse princpio, porm, no impede que existam processos em segredo de justia, mas o sigilo ser sempre exceo. princpio da economia processual: o processo civil deve inspirar-se no ideal de propiciar s partes uma Justia barata e clere.Segundo o art. 5, LXXVIII, da CF, a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo, e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. princpio da eventualidade ou da precluso: cada faculdade processual deve ser exercitada dentro da fase adequada, sob pena de se perder a oportunidade de praticar o ato respectivo. Gabarito: Errado

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14. (TRT da 5 Regio/Analista Judicirio/rea Administrativa/2008) O contraditrio, a eventualidade e a oralidade so princpios informadores e fundamentais inerentes jurisdio. A questo est errada pois o contraditrio princpio informador do processo, e a eventualidade e a oralidade so princpios informadores do procedimento. Como vimos, so princpios informadores e fundamentais da jurisdio: princpio do juiz natural (ou da investidura); princpio da improrrogabilidade; princpio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade). Princpio do juiz natural (ou da investidura): a jurisdio s pode ser exercida por juzes ou rgos colegiados previstos na Constituio Federal, estando proibida a criao de tribunais de exceo. Princpio da improrrogabilidade: os limites do poder jurisdicional so os traados pela Constituio, no sendo permitido ao legislador ordinrio alter-los, nem para ampli-los, nem para reduzi-los. Princpio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade): o rgo investido no poder de jurisdio tem a obrigao de prestar a tutela jurisdicional; no pode recusar-se a ela, quando legitimamente provocado. Gabarito: Errado 15. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) O CPC abriga trs espcies de processos: ordinrio, sumrio e sumarssimo. O CPC abriga trs espcies de processos: de conhecimento, de execuo e cautelar. O que os distingue so os diferentes provimentos judiciais com que o juzo responde ao exerccio do direito de ao. Se a lide de pretenso resistida por outrem e h necessidade de definir a vontade concreta da lei para solucion-la, o processo a ser aplicado do de conhecimento (Livro I do Cdigo). Se a lide de pretenso apenas insatisfeita, em virtude de o direito lquido, certo e exigvel do autor no estar realizado, sua soluo ser pelo processo de execuo (Livro II do Cdigo). Se a lide decorre da necessidade de se afastar perigo de dano a direito, antes da soluo do processo principal, devido ao risco de se alterar o estado de fato e de direito das coisas, a soluo pelo processo cautelar (Livro III do Cdigo). Enquanto o processo uma relao encadeada de atos em busca da prestao jurisdicional, o procedimento a exteriorizao dessa relao por meio do estabelecimento de uma forma especfica para a movimentao desses atos (rito processual). Temos em nosso Cdigo o procedimento comum (que se subdivide no procedimento ordinrio e no procedimento sumrio) e os procedimentos especiais (dos Juizados Especiais, da jurisdio voluntria, das aes possessrias, da ao de despejo etc.). Gabarito: ErradoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 16

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2. COMPETNCIA; CRITRIOS DETERMINATIVOS DA COMPETNCIA. 16. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) O valor da causa critrio que no se presta fixao da competncia do foro, mas as normas de organizao judicirias da Unio, dos estados e do DF podem se valer desse critrio para a fixao da competncia do juzo. A fixao da competncia do foro aquela determinada em razo da diviso do territrio nacional em circunscries judicirias (critrio territorial), regulamentado em nosso CPC. J o valor da causa o quantum atribudo na petio inicial demanda, ainda que esta no tenha contedo econmico imediato (arts. 258 e 259 do CPC), com base no qual as normas de Organizao Judiciria podero fixar a competncia de um ou outro rgo judicante. Isto matria pertinente organizao da justia local, no sendo regulamentada no CPC. Art. 91 do CPC. Regem a competncia em razo do valor e da matria as normas de organizao judiciria, ressalvados os casos expressos no Cdigo. Gabarito: Certo

17. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) A modificao da competncia alcana as hipteses de competncia absoluta, desde que seja esta determinada pelo critrio territorial. A modificao da competncia somente alcana as hipteses de competncia relativa, que so as determinadas em razo do critrio valor da causa e do critrio territorial (art. 102 do CPC). A competncia absoluta insuscetvel de sofrer modificao, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais de prorrogao (conexo ou continncia). So absolutas as competncias em razo da matria e da hierarquia (art. 111 do CPC).

Gabarito: Errado

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18. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) A competncia jurisdicional figura como pressuposto de existncia do processo. Segundo a doutrina, so pressupostos processuais de existncia do processo: A) Subjetivos: 1) competncia do juiz para a causa; 2) capacidade civil das partes; 3) representao por advogado. B) Objetivos: 1) observncia de forma processual adequada pretenso; 2) existncia nos autos de mandato conferido ao advogado; 3) inexistncia de litispendncia, coisa julgada, compromisso, ou de inpcia da petio inicial; 4) inexistncia de qualquer das nulidades previstas na legislao processual. No se pode confundir a expresso competncia jurisdicional, que no pressuposto de existncia do processo, com a expresso competncia do juiz para a causa. A primeira a determinao da esfera de atribuies dos rgos encarregados da funo jurisdicional. A segunda consiste na legitimidade e competncia para conhecer e julgar determinado litgio. Todos os juzes tm competncia jurisdicional, mas nem todos se apresentam com competncia para processar e julgar determinada lide; preciso verificar, alm disso, se h impedimentos ou obstculos previstos no sistema processual que possam afastar o julgador do caso concreto. Como exemplos, temos os casos de impedimento e suspeio do magistrado. Gabarito: Errado 19. (Advogado da Unio/Advocacia-Geral da Unio/2009) No caso de uma pretenso dirigida anulao de obrigao firmada no exterior, mas cujo cumprimento esteja previsto para ocorrer no Brasil, h, conforme o CPC, competncia concorrente da autoridade judiciria brasileira e da autoridade judiciria estrangeira, sendo somente a homologao de sentena estrangeira obstculo ao processamento da causa pela autoridade local. No caso de uma pretenso dirigida anulao de obrigao firmada no exterior, mas cujo cumprimento esteja previsto para ocorrer no Brasil, h competncia concorrente da autoridade judiciria brasileira e da autoridade judiciria estrangeira. Para que a sentena estrangeira tenha eficcia em territrio nacional, necessrio que ela se submeta ao processo de homologao, de competncia do Superior Tribunal de Justia. Depois de homologada, sua execuo ser feita por meio de carta de sentena extrada dos autos da homologao (art. 484 do CPC), que valer como ttulo executivo judicial, sendo promovida segundo as regras estabelecidas para a execuo da sentena nacional da mesma natureza.PONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 18

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Quanto eficcia da sentena estrangeira em territrio nacional, o Brasil adota o sistema proveniente da Itlia, denominado juzo de delibao, ao qual a sentena estrangeira deve ser submetida para que possa gozar de eficcia no Pas. Por meio do juzo de delibao, verifica-se se o julgado est regular quanto forma, autenticidade, competncia do rgo prolator, bem como se penetra na substncia da sentena para apurar se, frente ao direito nacional, no houve ofensa ordem pblica e aos bons costumes. Esse exame ocorre por meio de um processo no qual o Superior Tribunal de Justia confere sentena estrangeira a plena eficcia em nosso territrio, proferindo uma deciso homologatria. No processo de homologao de sentena estrangeira, o STJ no revisa o mrito do julgado, mas apenas verifica se este preenche determinadas condies, conferindo-lhe, ento, eficcia no territrio nacional. Desde a Emenda Constitucional n 7/1967, a competncia interna para a homologao de sentena estrangeira foi atribuda ao Presidente do Supremo Tribunal Federal. Com a EC n 45/2004, tal funo passou a ser do Superior Tribunal de Justia (art. 105, I, i, da CF). O processo de homologao deve obedecer ao disposto na Resoluo n 09 do STJ e aos requisitos traados no art. 15 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil (Decreto-lei n 4.657/1942): a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessrias para a execuo no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intrprete autorizado; e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justia. Art. 88 do CPC. competente a autoridade judiciria brasileira quando: I o ru, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II no Brasil tiver de ser cumprida a obrigao; III a ao se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Art. 483 do CPC. A sentena proferida por tribunal estrangeiro no ter eficcia no Brasil seno depois de homologada pelo Supremo Tribunal Federal [com a Emenda Constitucional n 45/2004, tal competncia passou a ser de atribuio do Superior Tribunal de Justia]. Pargrafo nico. A homologao obedecer ao que dispuser o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal [Superior Tribunal de Justia]. Art. 484 do CPC. A execuo far-se- por carta de sentena extrada dos autos da homologao e obedecer s regras estabelecidas para a execuo da sentena nacional da mesma natureza. Gabarito: CertoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 19

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20. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Nas aes de reparao de danos, o foro competente ser o do lugar do fato, j que ali se encontraro de modo mais fcil elementos para elucidao do caso, ressalvando-se, contudo, a reparao de danos decorrentes de acidente automobilstico, hiptese em que tambm ser competente o foro do domiclio do autor. Competncia a demarcao dos limites em que cada juiz pode atuar; a medida da jurisdio. Nas aes fundadas em direito pessoal e direito real sobre bens mveis, ser competente o foro do domiclio do ru (art. 94 do CPC). J nas aes fundadas em direito real sobre bens imveis, o foro competente ser o da situao dos bens (art. 95). O Cdigo de Processo Civil excepciona ainda, em seus arts. 96 a 100, algumas situaes que devero se submeter a foros especiais. o caso da ao de reparao de dano, cuja competncia do foro do lugar do ato ou fato, e, decorrendo de acidente de veculos, tambm do foro domiclio do autor (art. 100, V, a, e pargrafo nico, CPC). Gabarito: Certo 21. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Prevalecendo o interesse do devedor nas aes em que se pretenda a anulao de ttulo extraviado, caso esse interessado mude de domiclio no curso do processo, a competncia para julgamento da ao se deslocar para o juzo competente de seu novo domiclio. Na ao para anulao de ttulo extraviado ou destrudo, competente o foro do domiclio do devedor (art. 100, III, do CPC). A competncia fixada no momento da propositura da ao, sendo irrelevantes as modificaes de fato ou de direito posteriores (art. 87 do CPC), salvo quando suprimirem o rgo judicirio ou alterarem a competncia em razo da matria ou da hierarquia. Gabarito: Errado 22. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) A ao de execuo de dvida solidria ser proposta necessariamente no foro do domiclio do devedor que seja o principal interessado no negcio e, em razo disso, responda perante os demais devedores pelo pagamento eventualmente realizado por qualquer deles. Na ao de execuo de dvida solidria, havendo dois ou mais rus com domiclios diferentes, a ao ser proposta no foro de qualquer deles, escolha do autor (art. 94, 4, do CPC). Gabarito: ErradoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 20

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23. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Tal como ocorre nas aes propostas contra o ausente, a ao de inventrio dos bens imveis deixados pelo falecido que no tinha domiclio certo ser processada no foro de seu ltimo domiclio, mesmo que os bens estejam situados em outro local. Nas aes de inventrio, partilha, arrecadao, cumprimento de disposies de ltima vontade e naquelas em que o esplio for ru, ainda que o bito tenha ocorrido no estrangeiro, ser competente o foro do domiclio do autor da herana, no Brasil. Contudo, ser competente: o foro da situao dos bens, se ele no possua domiclio certo; o foro do lugar em que ocorreu o bito, se ele tinha bens em lugares diferentes e no possua domiclio certo. Gabarito: Errado 24. (Procurador do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas/2009) Em regra, a ao em que o incapaz for ru se processar no domiclio de seu representante legal, de modo que, no caso de um relativamente incapaz, a competncia no dever ser determinada por tal critrio, j que o ru ser simplesmente assistido. A ao em que o absoluta ou relativamente incapaz for ru se processar no foro do domiclio de seu representante. Gabarito: Errado 25. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRT da 5 Regio/2008) Considere a seguinte situao hipottica. Um juiz federal declarou de ofcio a sua incompetncia relativa e remeteu o processo para o juzo de direito que se considerou competente para julgamento do feito. Nessa situao, o magistrado no poderia ter assim procedido, pois a incompetncia relativa no pode ser declarada de ofcio; faz-se necessrio que o ru argua exceo de incompetncia na primeira oportunidade de manifestao nos autos. O Cdigo de Processo Civil prev, em seu art. 114, a prorrogao tcita de competncia relativa, no sendo permitido ao juiz recusar, de ofcio, o conhecimento da causa, mediante ordem de remessa dos autos ao efetivamente competente. S s partes permitido recusar o juiz relativamente incompetente, por meio da exceo de incompetncia (art. 112), cujo procedimento se acha regulado pelos arts. 304 e 311. Deste modo, da inrcia das partes, que deixam de opor a exceo de incompetncia relativa no prazo legal, decorre a automtica ampliao da competncia do juzo da causa. Logo, no pode o juiz, ex officio, afirmar sua incompetncia relativa. O prazo para oferecer a exceo de 15 dias, contados do fato que ocasionou a incompetncia (art.305 do CPC). Conforme a possibilidade de sofrer ou no alteraes, a competncia interna classificase em absoluta e relativa, a saber:PONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 21

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1. Competncia absoluta: a competncia insuscetvel de sofrer modificao, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais de prorrogao (conexo ou continncia de causas). Abrange as competncias em razo da matria e da hierarquia (art. 111). 2. Competncia relativa: a competncia passvel de modificao por vontade das partes ou por prorrogao oriunda de conexo ou continncia de causas. Compreende as competncias que decorrem do valor da causa ou do territrio (art. 102). Das Modificaes da Competncia Art. 102. A competncia, em razo do valor e do territrio, poder modificarse pela conexo ou continncia, observado o disposto nos artigos seguintes. Art. 111. A competncia em razo da matria e da hierarquia inderrogvel por conveno das partes; mas estas podem modificar a competncia em razo do valor e do territrio, elegendo foro onde sero propostas as aes oriundas de direitos e obrigaes. 1o O acordo, porm, s produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negcio jurdico. 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

Da Declarao de Incompetncia Art. 112. Argi-se, por meio de exceo, a incompetncia relativa. Pargrafo nico. A nulidade da clusula de eleio de foro, em contrato de adeso, pode ser declarada de ofcio pelo juiz, que declinar de competncia para o juzo de domiclio do ru. Art. 113. A incompetncia absoluta deve ser declarada de ofcio e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdio, independentemente de exceo. 1 No sendo, porm, deduzida no prazo da contestao, ou na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, a parte responder integralmente pelas custas. 2 Declarada a incompetncia absoluta, somente os atos decisrios sero nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente. Art. 114. Prorrogar-se- a competncia se dela o juiz no declinar na forma do pargrafo nico do art. 112 desta Lei ou o ru no opuser exceo declinatria nos casos e prazos legais. Gabarito: Errado

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26. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRT da 5 Regio/2008) Na hiptese de estarem correndo em separado aes conexas perante juzes que tenham mesma competncia territorial, considerar-se- prevento o juiz do processo no qual, em primeiro lugar, tiver ocorrido a citao vlida. Correndo em separado aes conexas perante juzes que tm a mesma competncia territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar, e no aquele em que tenha ocorrido a citao vlida (art. 106 do CPC). Portanto, a questo est errada. A conexo e a continncia no so critrios de determinao de competncia, mas de modificao desta. O juzo que primeiro conheceu um das causas conexas tem ampliada, por preveno, sua competncia para todas as aes interligadas subsequentes. Art. 102. A competncia, em razo do valor e do territrio, poder modificarse pela conexo ou continncia, observado o disposto nos artigos seguintes. Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais aes, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. Art. 104. D-se a continncia entre duas ou mais aes sempre que h identidade quanto s partes e causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art. 105. Havendo conexo ou continncia, o juiz, de ofcio ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunio de aes propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Gabarito: Errado 27. (Tcnico Judicirio/rea: Administrativa/TRT da 5 Regio/2008) Em sede de ao possessria sobre determinado bem imvel, caso a demanda tenha sido proposta em foro diverso do da situao da coisa, no se tem como prorrogada a competncia do juzo, ainda que a parte r, no prazo legal, no tenha oferecido a respectiva exceo de incompetncia. A ao possessria tem natureza jurdica de ao real imobiliria, aplicando-se a ela, quanto fixao da competncia, o foro da situao do bem, isto , nas aes fundadas em direito real sobre imveis competente o foro da situao da coisa (art. 95 do CPC). A competncia fixada pelo foro da situao do bem territorial, e, por isso, relativa (art, 111 do CPC), podendo o autor optar pelo foro do domiclio (foro comum) ou de eleio (foro contratual). Estando o ru insatisfeito, poder apresentar, no prazo legal, a exceo de incompetncia. Contudo, a segunda parte do art. 95 do CPC expressamente determina que, quando o litgio versar sobre direito de propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de obra nova, a competncia territorial tornar-se- absoluta e inderrogvel. Portanto, sendo a ao possessria proposta em foro diversoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 23

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do da situao da coisa, no se tem como prorrogada a competncia do juzo, pois temos nesse caso uma competncia territorial absoluta e inderrogvel por determinao da segunda parte do art. 95 do CPC. Por esse motivo, a questo est correta. A competncia constitui o critrio pelo qual se distribui, entre os vrios rgos judicirios, as atribuies relativas ao desempenho da jurisdio. Tal distribuio feita por normas constitucionais, leis processuais e de organizao judiciria. A competncia pode ser relativa (competncia em razo do valor da causa e territorial) ou absoluta (competncia em razo da matria e da hierarquia). Sendo relativa, o ru dever interpor, no prazo de 15 dias, a exceo de incompetncia, cujo processamento est disciplinado nos arts. 304 a 311 do CPC. Da inrcia do ru decorre a automtica ampliao da competncia do juiz da causa, no podendo o juiz declarar de ofcio a sua incompetncia relativa. Sendo absoluta, o juiz deve declarar-se incompetente ex officio, e o ru poder alegar a incompetncia, por meio de petio simples, em qualquer fase do processo, inclusive nos graus superiores da jurisdio (art. 113). Vale ressaltar que, mesmo o ru deixando de alegar a incompetncia, no haver a prorrogao de competncia. Art. 95. Nas aes fundadas em direito real sobre imveis competente o foro da situao da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domiclio ou de eleio, no recaindo o litgio sobre direito de propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de obra nova.

Gabarito: CertoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 24

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28. A competncia fixada no instante em que a ao proposta, no importando as alteraes de fato ou de direito supervenientes, salvo supresso do rgo judicirio ou alterao da competncia em razo da matria ou da hierarquia. Reproduo literal do disposto no artigo 87 do CPC: Art. 87. Determina-se a competncia no momento em que a ao proposta. So irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o rgo judicirio ou alterarem a competncia em razo da matria ou da hierarquia. A soluo de litgios funo privativa do Estado, exercida por meio dos magistrados, que tm o poder-dever de prestar a tutela jurisdicional a todo cidado que tenha uma pretenso resistida por outrem (lide). Como o exerccio da jurisdio exige o concurso de vrios rgos do Poder Judicirio, h a necessidade de se determinarem critrios para a fixao de competncia de cada um (juiz-rgo). Competncia , portanto, nas palavras de Humberto Theodoro Jr. o critrio de distribuir entre os vrios rgos judicirios as atribuies relativas ao desempenho da jurisdio. O nosso CPC adota, em seu art. 87, o princpio da perpetuatio iurisdictionis, que norma determinadora da inalterabilidade da competncia objetiva, a qual, uma vez firmada, deve prevalecer durante todo o processo. Vale ressaltar que a inalterabilidade no diz respeito pessoa do juiz, mas ao juzo (rgo judicial critrio objetivo). Portanto, eventual mudana de domiclio das partes, do valor da causa, do estado material ou da situao do objeto da lide no influenciaro a competncia j estabelecida. Gabarito: Certo 29. Ana, residente em Braslia, adquiriu imvel na cidade de Belo Horizonte, que estava ocupado por Carla. Como Carla no desocupou o imvel, aps devidamente notificada, Ana ajuizou ao de imisso na posse no foro de Braslia. Devidamente citada, Carla ofereceu contestao, sem, no entanto, alegar a incompetncia do juzo. Nessa situao, aps instruo processual, e sendo proferida sentena de mrito, haver prorrogao da competncia, que consiste em tornar competente um juzo originariamente incompetente. A competncia territorial , via de regra, relativa, logo, passvel de modificao e prorrogao (art. 111 do CPC). Contudo, tratando-se de ao real imobiliria referente a direito possessrio (ao de imisso na posse), a competncia territorial torna-se absoluta, insuscetvel de modificao ou prorrogao (art. 95, 2 parte, do CPC). Neste caso, sendo a ao proposta em foro diverso (Braslia) do da situao da coisa (Belo Horizonte), a incompetncia poder alegada em qualquer fase do procedimento, pela

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parte ou de ofcio pelo juzo, e at mesmo aps o trnsito em julgado da sentena, em sede de ao rescisria. Quanto possibilidade de sofrer modificao, a competncia pode ser absoluta ou relativa. A primeira abrange as competncias insuscetveis de modificao, que so as fixadas em razo da matria e em razo do valor da causa/hierarquia (art. 111); a segunda abraa as competncias que podem ser alteradas pela vontade das partes ou por conexo e continncia, que so as fixadas em razo do valor e do territrio (art. 102). Somente nas hipteses de competncia relativa pode-se ampliar a esfera de atribuies de um rgo judicirio para conhecer de certas causas que no estariam ordinariamente compreendidas em sua competncia (fenmeno da prorrogao de competncia), pois juiz absolutamente incompetente jamais se legitima por definitivo para a causa, ainda que haja consenso entre as partes ou conexo e continncia. Verificamos ento que a competncia territorial relativa, portanto, passvel de modificao e de prorrogao. Contudo, por ressalvas feitas pelo prprio legislador, h situaes em que a competncia de territrio tornar-se- imodificvel (sendo, ento, absoluta e insuscetvel de prorrogao). Assim, embora se trate de competncia de territrio, so imodificveis (e improrrogveis) as que se referem s seguintes causas: a) aes imobilirias relativas ao direito de propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de obra nova (art. 95); b) aes em que a Unio for autora, r ou interveniente (art. 99); c) aes de falncia. Resumindo:

Gabarito: ErradoPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 26

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3. CAPACIDADE DE SER PARTE; CAPACIDADE DE ESTAR EM JUZO. 30. (TJ-CE/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) A capacidade de ser parte em um negcio jurdico no se confunde com a capacidade processual de estar em juzo. A capacidade de ser parte no se confunde com a capacidade processual, motivo pelo qual a questo est correta. A capacidade para ser parte um elemento genrico, relacionando-se com a capacidade de gozo ou de direito. Tem capacidade de ser parte quem sujeito de direitos e obrigaes na rbita civil, a saber: as pessoas naturais e as pessoas jurdicas, de direito pblico ou privado, e os entes despersonalizados (massa falida, esplio, herana vacante ou jacente, massa do insolvente civil, as sociedades sem personalidade jurdica e o condomnio). Segundo a doutrina e a jurisprudncia, os entes despersonalizados so pessoas formais ou morais, dotadas de personalidade judiciria. J a capacidade processual guarda relao com a capacidade de fato ou de exerccio; consiste na aptido de participar de uma relao processual especfica, em nome prprio ou alheio. Gabarito: Certo 31. (TJ-RJ/Analista Judicirio/2008) A capacidade de ser parte relaciona-se com a capacidade processual, ou seja, a aptido de participar da relao processual, em nome prprio ou alheio. Tm capacidade de ser parte as pessoas naturais, as jurdicas e os entes despersonalizados. A capacidade de ser parte no se confunde com a capacidade processual, motivo pelo qual a questo est errada. A capacidade para ser parte um elemento genrico, relacionando-se com a capacidade de gozo ou de direito. Tem capacidade de ser parte quem sujeito de direitos e obrigaes na rbita civil, a saber: as pessoas naturais e as pessoas jurdicas, de direito pblico ou privado, e os entes despersonalizados (massa falida, esplio, herana vacante ou jacente, massa do insolvente civil, as sociedades sem personalidade jurdica e o condomnio). Segundo a doutrina e a jurisprudncia, os entes despersonalizados so pessoas formais ou morais, dotadas de personalidade judiciria. J a capacidade processual guarda relao com a capacidade de fato ou de exerccio; consiste na aptido de participar de uma relao processual especfica, em nome prprio ou alheio. No tem capacidade processual quem no dispe de aptido para praticar os atos da vida civil, como os menores e os alienados mentais, por esse motivo, eles sero representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil (art. 8 do CPC c/c arts. 5 e 40 do Cdigo Civil).

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Para distinguir capacidade de ser parte de capacidade processual, lembre-se de que: Os menores tm capacidade de ser parte, mas no tem capacidade processual ou capacidade para estar em juzo, razo pela qual precisam ser representados ou assistidos pelos pais ou representantes legais. Exemplo: o recm-nascido parte na ao de investigao de paternidade, mas, por no ter capacidade processual, representado pela me. Art. 7 do CPC. Toda pessoa que se acha no exerccio dos seus direitos tem capacidade para estar em juzo. Art. 8 do CPC. Os incapazes sero representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. Art. 3 do CC. So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I os menores de dezesseis anos; II os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos; III os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade. Art. 4 do CC. So incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de os exercer: I os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido; III os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV os prdigos. Gabarito: Errado 32. (TJ-CE/Analista Judicirio/rea Judiciria/2008) Os incapazes no tm capacidade de ser parte por faltar-lhes a capacidade de estar em juzo. Como vimos, a capacidade de ser parte no se confunde com a capacidade de estar em juzo (capacidade processual), motivo pelo qual a questo est errada. Os incapazes tm capacidade para ser parte, mas no tm capacidade para estar em juzo ou capacidade processual porque no dispem de aptido para praticar os atos da vida civil. Por esse motivo, os incapazes (por exemplo, menores e alienados

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mentais) sero representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil (art. 8 do CPC c/c arts. 5 e 40 do Cdigo Civil). Ateno: quem tem capacidade para estar em juzo tem necessariamente capacidade para ser parte, mas a recproca no verdadeira. Exemplo: o recmnascido tem capacidade de ser parte, mas no para estar em juzo. J a me tem capacidade para estar em juzo, logo, tem capacidade para ser parte. Art. 7 do CPC. Toda pessoa que se acha no exerccio dos seus direitos tem capacidade para estar em juzo. Art. 8 do CPC. Os incapazes sero representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. Gabarito: Errado 33. (Analista Judicirio/rea: Judiciria/TRE-MA/2009) O nascituro no detm capacidade de ser parte processual. Ao nascituro assiste, no plano do direito processual, capacidade para ser parte, como autor ou como ru. Representando o nascituro, pode a me propor a ao, e nascendo ele com vida, ser investido na titularidade da pretenso de direito material. Exemplos: ao investigatria de paternidade, habilitao na partilha e inventrio do de cujus. Segundo o art. 7 do CPC, toda pessoa que se acha no exerccio dos seus direitos tem capacidade para estar em juzo. Sabemos que, de acordo com a lei civil, a personalidade da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro (art. 2 do CC). Desse modo, embora o nascituro no tenha personalidade civil, ele poder, representado pela me (ou at mesmo pelo Ministrio Pblico), ser parte no processo, assumindo, aps o nascimento com vida, a titularidade do direito material. Gabarito: Errado 34. (Tcnico Judicirio/rea: Administrativa/TRT da 5 Regio/2008) Supre-se a incapacidade processual relativa da parte por meio da interveno do representante legal do incapaz. Se no processo uma das partes for absolutamente incapaz, ela dever ser regularmente representada; se for relativamente incapaz, dever ser assistida. Em ambos os casos haver, ainda assim, a necessidade de interveno do Ministrio Pblico, sob pena de nulidade do processo (arts. 82, I, e 84 do CPC). Por esse motivo, a questo est errada. No se pode confundir os termos interveno e representao. O primeiro significa o ato pelo qual uma pessoa (interventor) interfere num processo entre duasPONTO DOS CONCURSOS CURSOS ONLINE O WWW.PONTODOSCONCURSOS.C M.BR Pgina 29

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outras pessoas; o segundo significa o ato pelo qual uma pessoa (mandatrio) atua em nome de outra. So exemplos de interveno de terceiros: a assistncia (arts. 50 a 55), a oposio (arts. 56 a 61), a nomeao autoria (arts. 62 a 69), a denunciao da lide (arts. 70 a 76) e o chamamento ao processo (arts. 77 a 80). Como exemplos de representao, temos as voluntrias, derivadas de negcio jurdico (procurao concedida por um particular a outro, ou por uma empresa a um preposto), e as legais, oriundas diretamente da lei (como a do titular do ptrio poder em relao aos filhos menores). Gabarito: Errado 35. (TRT da 17 Regio/Analista Judicirio/rea Judiciria/2009) Tem legitimidade ativa para agir o titular da pretenso formulada em face de quem o sujeito passivo dessa mesma pretenso. Essa legitimidade, seja ativa ou passiva, corresponde capacidade processual de ser parte. A legitimidade ativa (condio da ao) no se confunde com a capacidade processual de ser parte (pressuposto processual), motivo pelo qual a questo est errada. A legitimidade ativa ou legitimidade para ser parte (legitimatio ad causam) uma condio da ao e refere-se legitimao dos sujeitos, de acordo com a lei, para atuarem no processo como partes. A legitimao ativa caber ao titular do interesse afirmado na pretenso (petio inicial), e a passiva ao titular do interesse que se ope ou resiste pretenso, sendo que, excepcionalmente, admite-se a substituio processual da parte. J a capacidade processual ou legitimidade para o processo ou capacidade para estar em juzo um pressuposto processual e consiste na aptido de participar de uma relao processual especfica, em nome prprio ou alheio. Por exemplo: o recm-nascido tem legitimidade para a causa (condio da ao), mas no legitimidade para o processo ou capacidade para estar em juzo (pressuposto processual). Gabarito: Errada 36. (TJ-RJ/Analista Judicirio/2008) As pessoas casadas no tm capacidade processual, pois elas dependem do consentimento do outro cnjuge para agirem judicialmente em defesa de seus direitos ou para se defenderem em juzo, salvo quando litigarem entre si. As pessoas casadas tm capacidade processual plena, motivo pelo qual a questo est errada. Elas geralmente independem de outorga do outro cnjuge para agirem judicialmente em defesa de seus direitos ou para se defenderem em juzo. As excees esto no art. 10 do CPC.

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Art. 10. O cnjuge somente necessitar do consentimento do outro para propor aes que versem sobre direitos reais imobilirios. 1 Ambos os cnjuges sero necessariamente citados para as aes: I - que versem sobre direitos reais imobilirios; II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cnjuges ou de atos praticados por eles; III - fundadas em dvidas contradas pelo marido a bem da famlia, mas cuja execuo tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituio ou a extino de nus sobre imveis de um ou de ambos os cnjuges. 2 Nas aes possessrias, a participao do cnjuge do autor ou do ru somente indispensvel nos casos de composse ou de ato por ambos praticados. Gabarito: Errado 37. (TRT da 17 Regio/Analista Judicirio/Execuo de Mandados/2009) Em ao que verse a respeito de direito real imobilirio, um cnjuge no pode integrar o polo ativo da lide sem o consentimento do outro, sob pena de configurar-se a sua incapacidade processual, e no a sua ilegitimidade ad causam. Temos aqui uma boa questo que distingue corretamente legitimidade para a causa de legitimidade para o processo. A legitimatio ad causam caber ao titular do interesse afirmado na pretenso (petio inicial). Tem legitimidade para propor ao quem for o detentor do direito material controvertido. Para a propositura de aes que versem sobre direitos reais imobilirios, ter legitimatio ad causam, da mesma forma, quem for o detentor do direito material controvertido (por exemplo, o interessado na ao reivindicatria, na ao de usucapio). Caso o interessado seja casado, para que ele detenha capacidade para estar em juzo, ele dever obter o consentimento do outro cnjuge (art. 10, caput, do CPC). Tal consentimento caracteriza um pr-requisito para a capacidade processual (e no para a legitimidade ativa), pois ele se refere a uma aptido para participar de uma relao processual especfica, que so as causas que versem sobre direitos reais imobilirios. Gabarito: Certo

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38. (TJ-SE/Agente notarial/2006) Em regra, a titularidade da ao vincula-se titularidade do pretendido direito material subjetivo envolvido na lide. Por exceo e nos casos expressamente autorizados em lei, admite-se a substituio processual, que consiste em demandar a parte, em nome prprio e seu interesse, em defesa de pretenso alheia. A questo est correta. A regra e que ningum pode pleitear, em nome prprio, direito alheio, ou seja, em princpio, tem legitimidade para propor ao quem for o detentor do direito material controvertido. Entretanto, a lei, em casos excepcionais, autoriza a propositura da ao por pessoa estranha relao jurdica. Nesse caso, dizse que ocorre a substituio processual ou legitimao extraordinria. Exemplo: na ao de investigao de paternidade, o Ministrio Pblico tem legitimidade para a propositura da ao; na ao civil pblica, o Ministrio Pblico e outras pessoas elencadas na Lei 7.347/85 tm legitimidade para propor, em nome prprio, ao visando tutela de direitos relativos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens de valor artstico etc. Gabarito: Certo

Muito bem, pessoal! Por hoje s. Estarei disponvel no frum do Ponto dos Concursos para sanar dvidas no entendimento das questes. At a prxima aula! Professora Flvia Bozzi

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