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DIREITO INTERNACIONAL PROF. LEANDRO DE MELLO SCHMITT PERSONALIDADE INTERNACIONAL ESTADO: principal sujeito de direito internacional. O direito internacional se liga a questão da paz nas relações internacionais. Os Estados respondem por eventuais danos civis, ambientais etc. Há a influência do ‘pacto Sun servanda’ (obrigação de cumprimento dos pactos internacionais). No entanto, mesmo que algum Estado não seja parte integrante de Tratado, dependendo do caso, por uma construção doutrinária, poderia este Estado, violando cláusulas de determinado Tratado ser responsabilizado. A personalidade jurídica do Estado não se confundi com a personalidade das organizações que vier a constituir ou integrar. OEA – visando hegemonia entre os Estados latino-americanos. Os membros permanentes têm maiores encargos e maiores direitos, como direito de veto no Conselho de Segurança da ONU. Legítima defesa : no caso de ataque injusto, mas é discricionário, deve ser atual (agora), deve haver proporcionalidade. É devedor de o Estado informar a situação de legítima defesa até para se for o caso a possibilidade de legítima defesa coletiva (a carta da ONU prioriza esta última visando afastar a agressão). Reconhecimento do Estado é ato discricionário. Teoria declarativa – existe Estado quando há 3 elementos: povo, objeto, administrado por Estado democrático. O Brasil reconhece Estados, não governos, pela doutrina Estrada. O Brasil adota a teoria do dualismo (uma norma interna e outra internacional, não havendo hierarquia entre elas). O Congresso Nacional aprova o Tratado, mas para que o Tratado tenha efeitos internos é preciso que o Presidente da República o promulgue, mediante decreto. Art. 49, inc. I 1 , CF – cabe ao CN decidir compromissos internacionais que gerem gravosidade para o Brasil. PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA INTERNACIONAL Endosso – proteção diplomática. (vide material complementar) 1 Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO PONTO 1: PERSONALIDADE INTERNACIONAL; ESTADO. PONTO 2: PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA; INTERVENÇÃO DO CN; PONTO 3: USO DA FORÇA(...)

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DIREITO INTERNACIONAL PROF. LEANDRO DE MELLO SCHMITT

PERSONALIDADE INTERNACIONAL ESTADO: principal sujeito de direito internacional. O direito internacional se liga a questão da paz nas relações internacionais. Os Estados respondem por eventuais danos civis, ambientais etc. Há a influência do ‘pacto Sun servanda’ (obrigação de cumprimento dos pactos internacionais). No entanto, mesmo que algum Estado não seja parte integrante de Tratado, dependendo do caso, por uma construção doutrinária, poderia este Estado, violando cláusulas de determinado Tratado ser responsabilizado. A personalidade jurídica do Estado não se confundi com a personalidade das organizações que vier a constituir ou integrar. OEA – visando hegemonia entre os Estados latino-americanos. Os membros permanentes têm maiores encargos e maiores direitos, como direito de veto no Conselho de Segurança da ONU. Legítima defesa: no caso de ataque injusto, mas é discricionário, deve ser atual (agora), deve haver proporcionalidade. É devedor de o Estado informar a situação de legítima defesa até para se for o caso a possibilidade de legítima defesa coletiva (a carta da ONU prioriza esta última visando afastar a agressão). Reconhecimento do Estado é ato discricionário. Teoria declarativa – existe Estado quando há 3 elementos: povo, objeto, administrado por Estado democrático. O Brasil reconhece Estados, não governos, pela doutrina Estrada. O Brasil adota a teoria do dualismo (uma norma interna e outra internacional, não havendo hierarquia entre elas). O Congresso Nacional aprova o Tratado, mas para que o Tratado tenha efeitos internos é preciso que o Presidente da República o promulgue, mediante decreto. Art. 49, inc. I1, CF – cabe ao CN decidir compromissos internacionais que gerem gravosidade para o Brasil. PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA INTERNACIONAL Endosso – proteção diplomática. (vide material complementar)

1 Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

PONTO 1: PERSONALIDADE INTERNACIONAL; ESTADO. PONTO 2: PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA; INTERVENÇÃO DO CN; PONTO 3: USO DA FORÇA(...)

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DIREITO INTERNACIONAL PROF. LEANDRO DE MELLO SCHMITT

INTERVENÇÃO DO CONSELHO DE SEGURANÇA: intervém nos conflitos internacionais por iniciativa própria da Assembleia geral ou do Secretário Geral... Ações: sanções econômicas; diplomáticas; militares. USO DA FORÇA: em missão de paz. Intervenções humanitárias: buscam socorrer vítimas de catástrofes. Desnecessidade de consentimento do Estado. Mas, na prática, se pede o consentimento. Imunidade de jurisdição: entre Estados nenhum é igual ao outro. Estados estrangeiros poderão ser penhorados, com medida de constrição? Não. Os bens são impenhoráveis. Os bens serão conscritos, se o Estado vier a realizar ato de indiscutível caráter econômico (ius comercii ou ius gestionis). Apelação cível 9.687-DF – o Brasil deixa a teoria clássica de lado, adotando a teoria moderna (ius imperii- imunidade de jurisdição plena/ius comercii – imunidade de jurisdição relativa). Imunidade de execução: Soluções:

a) O Estado consente na constrição do bem; b) O Estado faz o pagamento voluntário da condenação, mesmo após mediação pelo

MRE; c) Execução por carta rogatória; d) A penhora pode recair sobre bem não indispensável ao Estado estrangeiro (dificuldade

prática de se analisar a prescindibilidade ou não do bem). Embaixadas e consulados Missões diplomáticas – tem como texto-base a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Direito de legação: art. 52, IV2, CF – ‘’agreément’ (é o direito de enviar missões diplomáticas ao exterior – direito de legação ativo – e de recebê-las – direito de legação passivo). Inviolabilidade diplomática – abrange malas, residência. Mas em situação justificada é possível violar. O diplomata não pode ser preso, salvo em crime grave. LEITURA COMPLEMENTAR: ACCIOLY, Hildebrando. ET AL. Manual de Direito Internacional Público, 17 ed., 2009, PP. 231-232.

2 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;