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Direito Falimentar Instrução e Julgamento

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Page 1: Direito Falimentar Instrução e Julgamento. Instrução Lei 11.101/2005 não se reporta ao procedimento que deve mediar a contestação e a sentença. Aplicação

Direito Falimentar

Instrução e Julgamento

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InstruçãoLei 11.101/2005 não se reporta ao procedimento que deve mediar a contestação e a sentença.Aplicação do CPC, em especial do seu Procedimento OrdinárioPossibilidade de Julgamento Antecipado da Lide:

Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença:I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência; II - quando ocorrer a revelia (art. 319).

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InstruçãoNão sendo caso de julgamento antecipado da lide (audiência preliminar do art. 331, CPC):– Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções

precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir. § 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença. § 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. § 3o Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2o.

Conciliação – Princípio da Preservação da EmpresaSubmete-se o procedimento falimentar ao tratamento dado às provas e ao ônus da prova no CPC (art. 333).

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Sentença de Procedência

Natureza jurídica: mista – constitutiva (constitui um novo estado econômico e civil - extinção da personalidade jurídica das sociedades empresárias ao fim da liquidação) e declaratória (termo legal da falência com efeitos ex-tunc)Natureza constitutiva – cria, modifica ou extingue relações jurídicas.

Requisitos da sentença: Artigos 458 do CPC (gerais) e 99 da Lei 11.101/2005 (específicos).

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Sentença de Procedência

Art. 458 do CPC: São requisitos essenciais da sentença:I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem.

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Sentença de ProcedênciaArt. 99 da Lei Falimentar – Requisitos da sentença

Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;

II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;

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Sentença de Procedência Art. 99 .

IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;

V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;

VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;

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Sentença de ProcedênciaArt. 99.

VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;

VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;

IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;

X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;

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Sentença de ProcedênciaArt. 99XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;

XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;

XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.

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Termo Legal da Falência (Período Suspeito)

Art. 99. II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

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Termo Legal da Falência (Período Suspeito)

Natureza declaratória da sentença falimentar.Devedor não se torna insolvente no momento da sentença.A força atrativa do juízo universal alcança, portanto, mesmo as relações jurídicas anteriores à decretação da falência, e seu marco inicial é o termo legal.

É obrigatório e não pode ser retificado pelo Juiz, exceto no juízo de retratação do agravo de instrumento.A degradação econômica, patrimonial e financeira é paulatina.O período fixado pelo termo legal serve de referência para a auditoria dos atos praticados pelo falido.

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Termo Legal da Falência (Período Suspeito)

INEFICÁCIA E REVOGAÇÃO DE ATOS ANTES DA FALÊNCIA

Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:

I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;

II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;

III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;

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Termo Legal da Falência (Período Suspeito)

Não pode haver opção entre as datas para a determinação do termo legal, será a que primeiro se verificar.É faculdade do juiz estabelecer um período de retroação de até 90 dias.Caso não tenha ainda elementos para a determinação do termo, deverá fixá-lo provisoriamente na sentença declaratória da falência.

Os atos praticados fora do período suspeito podem ser declarados nulos ou anulados pelos meios processuais ordinários – Ação revocatória - art. 130 a 138 da LF.

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Relação Nominal dos CredoresPrazo máximo de 05 dias.Todos os credores, inclusive os trabalhistas e os acidentários.Somente relações jurídicas certas (se for incerta e estiver sendo objeto de processo judicial, relaciona o nº do processo).

Relação tem de indicar os nomes dos credores e as obrigações que titularizam.Classificação - segundo o artigo 83 da Lei 11.101/2005, especificando, de cada credor o negócio jurídico de base.

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Relação Nominal dos CredoresArt. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;

II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de

constituição, excetuadas as multas tributárias; IV – créditos com privilégio especial, a saber: V – créditos com privilégio geral, a saber: VI – créditos quirografários, a saber: VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis

penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; VIII – créditos subordinados

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Relação Nominal dos Credores

• Na falência dos empresários individuais e dos sócios ilimitadamente responsáveis, listam-se, também, seus credores pessoais, ao contrário da Recuperação Judicial

• Não apresentação da relação no prazo de 05 dias: crime de desobediência

• Pode-se solicitar dilação no prazo – princípios da razoabilidade e da proporcionalidade

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Diligências para salvaguardar os interesses das partes

• Podem ser determinadas de ofício. Exceção à vedação de sentenças ultra ou extra petita. O Juiz pode ir além do pedido

• Decisões devem ser fundamentadas• Medidas devem estar em relação com os fatos

aferidos e apontados pelo Julgador• O Juiz que decreta a falência não poderá ordenar a

prisão preventiva do falido – deverá ter desenvolvimento em ambiente processual próprio: o Juízo Criminal.

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Registro da Falência

• Novo estado econômico e civil para o falido• Nome empresarial acrescido da expressão

Falido• Na hipótese de empresário, a expressão

passará a compor a sua firma individual e não o seu nome civil

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Continuação provisória das atividades e lacração dos estabelecimentos

• Juiz determina, de ofício, a continuação provisória das atividades com o administrador judicial ou a lacração dos estabelecimentos

• Indeferimento da continuação provisória não implica a lacração – esta só se verifica se houver risco para a execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos interesses dos credores

• Recomenda-se a continuação provisória das atividades nos casos em que a paralisação agravaria as perdas econômicas e nos casos de possibilidade de venda em bloco das empresas

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Falência dos sócios com responsabilidade ilimitada

Sócios que devem adimplir as obrigações sociais com seu patrimônio pessoal:– Sócios comanditados (Soc. em Comandita Simples)– Sócios diretores (Soc. Em comandita por ações)– Sócios de sociedade em nome coletivo

Se o credor opta pelo pedido de falência, desde que preenchidos os requisitos para tanto a subsidiariedade da obrigação dos sócios constitui-se de imediato: se a sociedade não faz o depósito elisivo, os sócios (um, alguns ou todos) deverão fazê-lo. Se não fazem, confessam-se insolventes como a própria sociedade e, destarte, sujeitar-se-ão à falência conjunta com a pessoa jurídicaLitisconsórcio necessário: Ação contra sociedade e sócios ilimitadamente responsáveis

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Falência do EspólioFalência do espólio, não do de cujusDecretação da Falência – suspensão do processo de inventário (art. 125, Lei 11.101/2005)– Art. 125. Na falência do espólio, ficará suspenso o

processo de inventário, cabendo ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e obrigações da massa falida.

Espólio Falido – Não há bens a partilhar. Se sobrar bens, o administrador peticiona ao Juízo e este procede à partilha entre os herdeiros

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Sentença de improcedência e abuso no pedido

Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.

§ 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.

§ 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis.

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Sentença de improcedência e abuso no pedido

Danos:– Morais (extrapatrimoniais) podem ser

estabelecidos desde logo, antecipando-se à liquidação, por arbitramento

– Econômicos somente em liquidação de sentença

Mais de um autor com dolo, solidariamente responsáveis

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RecursosRegime sui generis de recurso: princípios da celeridade e economia processualSentença de Improcedência do pedidoSentença de procedência sem decreto de falência - Se houve depósito elisivo da falência. – Apelação (15 dias)

Somente efeito devolutivoProcedência do pedido– Agravo de Instrumento (10 dias)

Somente efeito devolutivo, podendo o relator dar efeito suspensivoO agravo é instruído de acordo com a lei processual civil

Comunicação ao juízo falimentar nos 3 dias subseqüentes para eventual retratação deste.

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RecursosArt. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior.

§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso.

§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o

relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento.

§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor.

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Desconsideração da personalidade jurídica e responsabilização civil

Abuso de direito, manejo do nome empresarial para a prática de atos ilícitos ou fraudatórios – desconsideração da personalidade jurídica – atribuição da responsabilidade por obrigações aos sócios

Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.§ 1o Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste artigo.§ 2o O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de responsabilização.

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Desconsideração da personalidade jurídica e responsabilização civilNão pode ser decretada de ofícioResponsabilidade pessoal - Distribuída no juízo falimentar – segue rito de ação ordinária / é demanda incidental ao processo de falência.Desconsideração da personalidade jurídicaOs tribunais aceitam o reconhecimento incidental.– Art. 50, CC: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado

pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

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Desconsideração da personalidade jurídica e responsabilização civil

Legitimidade Passiva:– Sócios ou administradores a quem atribui a utilização ilícita ou

fraudatória da personalidade jurídica da sociedade falida ou a prática do ato ilícito.

Deve-se determinar em quem recairão os efeitos/quais as obrigações serão alcançadas.Medida de exceção – hipóteses específicasNo caso do art. 82 – ação de responsabilização não se restringe a desconsideração.Será possível ao administrador judicial buscar a responsabilidade civil de sócios e administradores por atos dolosos ou culposos. Prazo prescricional de dois anos contados a partir da sentença de encerramento da falência.

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Indisponibilidade de bens

Medida acautelatóriaArt. 82 – § 2o O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de responsabilização.

Pressupõe o aforamento da ação de responsabilizaçãoPode ser determinado de ofício pelo Juiz.