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DO DIREITO DE NACIONALIDADE – Art. 12 e 13 da CF/88 1. CONCEITO “Podemos entender a nacionalidade como o vínculo jurídico político que liga o indivíduo a um determinado Estado, ou seja, que faz desse indivíduo um integrante da dimensão pessoal desse Estado. Portanto, passa o mesmo a pertencer ao povo do Estado, como sujeito de direitos e dotado de direitos e deveres, sendo, assim, um indivíduo nacional do Estado”. (Bernardo G. Ferreira). “O Direito de Nacionalidade pode ser conceituado como um direito fundamental de aderir à nacionalidade de um determinado

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DO DIREITO DE NACIONALIDADE – Art. 12 e 13 da CF/88 1. CONCEITO

“Podemos entender a nacionalidade como o vínculo jurídico político que liga o indivíduo a um determinado Estado, ou seja, que faz desse indivíduo um integrante da dimensão pessoal desse Estado. Portanto, passa o mesmo a pertencer ao povo do Estado, como sujeito de direitos e dotado de direitos e deveres, sendo, assim, um indivíduo nacional do Estado”. (Bernardo G. Ferreira).

“O Direito de Nacionalidade pode ser conceituado como um direito fundamental de aderir à nacionalidade de um determinado Estado e pertencer ao seu quadro de nacionais, integrando o conceito de povo deste Estado e titularizando as prerrogativas inerentes a essa nova condição”. (Dirley da Cunha)

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“A Nacionalidade faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado”. (Pontes de Miranda).

“Artigo XV da DUDH da ONU de 1948 – 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”. 1.1. Definições Auxiliares:

- Povo: conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado ligadas a ele por um vínculo jurídico político.

- População: conjunto de pessoas residentes no território, podendo este conjunto ser formado por nacionais ou por estrangeiros.

- Cidadania: o cidadão é o nacional com direitos políticos, ou seja, direito de votar e de ser votado.

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2. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

Costumeiramente, dividimos a nacionalidade em dois grandes grupos: a) nacionalidade primária ou originária: resulta simplesmente do nascimento na indivíduo, ou seja, a nacionalidade é imposta a ele pelo Estado, independentemente e involuntariamente, ou seja, não depende de sua vontade.

- Critério do Ius Sanguinis: para a aquisição da nacionalidade, há a necessidade de se compartilhar com outro nacional o sangue, a filiação, a ascendência, não importando o local de nascimento. Ex: Países de Emigração, para se manter o vínculo com os descendentes.

- Critério do Ius Solis: é o critério da territorialidade que irá transformar alguém em nacional, ou seja, o que importa é o local do nascimento do indivíduo. Ex: Países de Imigração, a fim de garantir a nacionalidade aos filhos dos imigrantes. b) Nacionalidade Secundária ou adquirida: a nacionalidade é adquirida por vontade própria, ou seja, depois do nascimento, mediante manifestação da vontade do interessado, por meio de um processo de naturalização. Esse processo enseja a vontade do interessado e a anuência do Estado.

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2.1. Conflitos de Nacionalidade

Pode ocorrer de um indivíduo possuir mais de uma nacionalidade, ou não possuir nenhuma.

a) Conflito Positivo – Polipátrida: é a ocorrência de uma multinacionalidade, ou seja, o indivíduo possuir mais de uma nacionalidade.

Ex: Casal italiano (ius sanguinis) passa a residir no Brasil (ius solis e ius sanguinis). O filho desse casal possuirá nacionalidade brasileira, pois aqui nasceu, mas também será nacional italiano, pois possui ascendência de Italianos.

b) Conflito Negativo – Heimaltos ou Apátridas: ocorre exatamente o inverso do conflito positivo, pois o indivíduo não possui nacionalidade nenhuma.

Ex: Casal dos EUA (jus solis) vai morar em Portugal (jus sanguinis), tendo um filho em terra lusa. O filho não terá nacionalidade, pois não nasceu no Estado natal de seus pais, mas sim em estado estrangeiro que adota o critério do “Direito do Sangue”.

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c) Solução do Problema dos Apátridas: Modificação de leis, que permitam que o filho de casal nacional, mesmo que nascido longe de pátria de seus pais possa, de alguma maneira, adquirir esta nacionalidade.

Art. 12, I, “c”, da CF/88: “os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”.

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3. NACIONALIDADE NO BRASIL

O Brasil adota como regra geral o critério do ius solis. No entanto, esta regra é atenuada em diversas ocasiões, como veremos com a análise do artigo 12 da CF.

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3.1. BRASIELEIRO NATO Art. 12. São brasileiros:

I - Natos:

Critério ius solis: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

Critério ius sanguinis + a serviço do Brasil: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

- Obs: A Serviço do Brasil, conforme Franciso Rezek, significa o “serviço prestado a organização internacional de que a República faça parte, independentemente de o agente ter sido designado ou não pelos órgãos governamentais brasileiros”. Critério ius sanguinis + registro: c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

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3.2. BRASILEIRO NATURALIZADO Art. 12 da CF II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

a.1) Neste caso, serão naturalizados brasileiros aqueles que corresponderem aos critérios estabelecidos pela Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro), em seu artigo 112.

a.2) Aos provenientes de países de língua portuguesa, exige-se apenas a idoneidade moral e a residência por um ano ininterrupto.

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b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.Também chamada de naturalização quinzenária, é a aceitação de naturalização do estrangeiro proveniente de qualquer Estado, desde que Residente no Brasil há mais de 15 anos, e desde que não possua condenação penal.

3.3. Quase Nacionalidade – Art. 12, §1° da CF “§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”

Assim, quando houver reciprocidade em Portugal para os brasileiros que lá residem, no Brasil, os portugueses terão os mesmos direitos que os brasileiros terão em Portugal, sendo o português equiparado ao brasileiro naturalizado.

Desta forma, conforme Mendes: “no caso de igualdade de direitos e de obrigações civis, deverá fazer-se o requerimento, dirigido ao Ministério da Justiça, com prova de sua nacionalidade, capacidade civil e admissão no Brasil em caráter permanente”.

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4. DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS

Em regra, a CF vedou a possibilidade de se estabelecer por lei distinções entre os brasileiros natos e os naturalizados, ressalvados o casos previstos na própria Constituição. § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. - Exceções:

a) Art. 5°, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

b) Art. 12, §3° ...c) Art. 12, §4° ...d) Art. 89, VIIe) Art. 222

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5. CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa

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6. PERDA DA NACIONALIDADE § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;