direito civil – obrigaÇÕes  · web view* distinção: obrigação – dever - Ônus jurídico...

24

Click here to load reader

Upload: duongnguyet

Post on 11-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

: DIREITO CIVIL ~ OBRIGAÇÕES (1) .CARGA HORÁRIA: 60 H/AULASTURMAS: 3MA/3MB/3VA/3VB/3VC e 3NAANO: 2008 SEMESTRE: 1º

Plano de Ensino – 2008.1Prof. Esp. Erivan Júnior Oliveira de MacêdoAdvogado. Especialista em Direito do Trabalho. Ex Professor Substituto da UFRN Professor Substituto da UERN. Autor do Guia Acadêmico de Direito das Obrigações – UNP. Professor da Universidade Potiguar – UNP e Professor da FESMP/RN.

PLANO DE CURSO

Ementa: Estudo das idéias inerentes a Teoria Geral das Obrigações. Conceito sistematizado de obrigações. Classificação. Efeitos das Obrigações. As várias hipóteses jurídicas de extinção das obrigações civis, suas práxis, seus requisitos e aspectos legais. Amplitude do Direito das Obrigações, sua importância e características. Elementos essenciais da relação obrigacional. Sistematização do Direito das Obrigações no Código Civil. Modalidades de obrigação quanto ao vínculo. As obrigações naturais. Fontes das obrigações. Sujeito das obrigações. Objeto das obrigações. Transmissão de créditos e de dívidas. Garantia real das obrigações. Cumprimento das obrigações. Não cumprimento das obrigações. Causas de extinção das obrigações.

OBJETIVOS GERAIS

Conhecer a teoria das obrigações como embasamento aos estudos dos contratos e posterior aplicação aos problemas práticos exigidos pela atividade profissional a ser exercida, assim como identificar as várias modalidades de obrigação existentes.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

* Identificar os princípios inerentes às modalidades obrigacionais.* Diferenciar cada tipo de obrigação. Identificando sua natureza e conteúdo, proporcionando a percepção da freqüência das relações jurídicas obrigacionais na sociedade contemporânea, diante da intensificação da atividade econômica, e a análise crítica das normas de controle e regulamentação desses atos jurídicos.* Identificar particularidades obrigacionais.* Conhecer as diversas formas de cumprir as obrigações, afim de equilibrar as relações entre credor e devedor.* Aptidão para restabelecer as garantias da obrigação.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE I

* 1.1 Noções Gerais de Obrigação* Localização – Código Civil* Conceito de obrigação* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade* Evolução histórica da obrigação* Elementos essenciais da obrigação* Fontes das obrigações* Obrigação civil, obrigação natural e obrigação moral* Obrigação com ônus real. Obrigação propter rem. Obrigação com eficácia real* 1.2 Modalidade das Obrigações* Obrigação de dar coisa certa* Obrigação de dar coisa incerta* Obrigação de fazer* Obrigação de não fazer* Obrigações alternativas, cumulativas e facultativas* Obrigações divisíveis e indivisíveis* Obrigações solidárias* Obrigações principais e secundárias* Obrigações de meio, de resultado e de garantia* Obrigações puras e simples, condicionais, a termo e modais* Obrigações líquidas e ilíquidas* 1.3 Extinção das obrigações com Pagamento* Execução voluntária* Pagamento* Condições subjetivas do pagamento* Condições objetivas do pagamento* Lugar do pagamento* Tempo do pagamento* Prova do pagamento

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE II

* 1.4 Extinção das obrigações sem Pagamento e/ou Pagamentos Especiais* Pagamento por consignação* Pagamento com sub-rogação* Imputação do pagamento* Dação em pagamento

1

Page 2: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

* Novação* Compensação* Transação* Confusão* Compromisso* Remissão* 1.5 Inadimplemento das Obrigações* Inadimplemento absoluto* Inadimplemento relativo - Mora* Indenização: dano patrimonial e dano moral* Inimputabilidade: caso fortuito e força maior. Eliminação do risco* Cláusula penal* Juros* Arras ou sinal* Perdas e Danos* Enriquecimento sem causa* Repetição do pagamento* Retenção do pagamento indevido.* 1.6 Transferência das Obrigações* Cessão de crédito* Cessão de débito* Cessão de contrato

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

* Aulas expositivas dialógicas com recursos interativos construtivistas.* Estudos individualizados – Exercícios em sala.* Leitura e exegese de textos doutrinários, legais e jurisprudenciais.* "Clipping" elaborado com notícias de jornais, reportagens e matérias veiculadas em revistas não científicas sobre tema contratual, atual e controvertido, para comentário individual ou em grupo.* Sugestão de palestras de especialistas (atividade de extensão), para motivar posterior discussão e debate em classe.* Discussão plenária de filmes e documentários temáticos apresentados, visando ao enriquecimento do acervo teórico-prático.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

* Unidade I = U1 = Exercícios em Sala de Aula (objetivo e/ou subjetivo) (E1) + Prova Objetiva (E2).* Unidade II = U2 = Exercícios em Sala de Aula (objetivo e/ou subjetivo) (E2) + Prova Objetiva (E2).* Participação assídua. Interesse demonstrado pela disciplina e seus temas, por meio de intervenção no processo dialético de construção de conhecimento.* Abono de faltas: Documento idôneo que declare motivo reputado como fortuito ou força maior.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

* DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral das Obrigações. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Vol.02.* FARIAS, Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald. Direito das Obrigações. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris, 2007.* FIUZA, César. Direito Civil: Curso Completo. Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2007.* GAGLIANO, Pablo Stolze e FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil – Obrigações. V.II. Editora Saraiva. 7ª edição revista, atualizada e reformulada, 2006.* GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito das Obrigações – V. II. 3ª ed. Saraiva, 2007.* RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: 3ª ed. Forense. 2007.* RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: Parte Geral das Obrigações. 30ª ed. Saraiva. 2002. Volume 2.

APOIO DIDÁTICO

* Código Civil Anotado - Maria Helena Diniz – 12ª Edição – 2006 – Editora Saraiva.* Constituição Federal (atualizada pela EC nº 56/2006), pesquisa feita em 25 de janeiro de 2008.* Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) – Comentado pelos autores do anteprojeto* Enunciado de Direito Civil do Conselho Federal da Justiça Federal – www.justicafederal.gov.br * Outros necessários

COMUNICAÇÃO

* e-mail: [email protected]* fone: (84) 9999.9922

intro1 - EVOLUÇÃO DO DIREITO CIVIL NO BRASIL

• 1822 = Proclamação da independência política em 1822 a Assembléia Constituinte, ante o fato de não termos leis próprias, baixou a Lei de 20 de outubro de 1823, determinando que continuassem em vigorar, em nosso território, as Ordenações Filipinas, de Portugal.

• 1824 = A Constituição Imperial determinou a organização do Código Civil e Criminal, que viria a consolidar a unidade política do país e das províncias.

• 1855 = Carvalho Moreira, foi quem primeiro se preocupou com a matéria ao apresentar um estudo sobre a revisão e codificação das leis civis.

2

Page 3: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

• 1855 = O governo imperial entendeu que antes da codificação seria preciso tentar uma consolidação das leis civis, que se encontravam esparsas, e para tanto encarregou Teixeira de Freitas.

• 1858 = Foi aprovado a Consolidação das Leis Civis (de Teixeira de Freitas), contratando-o. Porém, não foi aceito por ter unificado o direito civil com o direito comercial. O esboço de Teixeira de Freitas exerceu grande influência na feitura do Código Civil argentino. Após rescindir o contrato com Teixeira de Freitas, o ministro da Justiça, Nabuco de Araújo, incumbiu-se de elaborar um novo projeto, porém devido a sua morte não pode levar até o fim de sua missão.

• 1881 = Felício dos Santos apresenta um projeto denominado Apontamentos. Recebe parecer contrário da comissão nomeada para examiná-lo. Comissão que logo se dissolveu.

• 1889 = Pouco antes da proclamação da República, o ministro da Justiça, Cândido de Oliveira, nomeou uma comissão, que com o advento da República não chegou a apresentar nenhum projeto de codificação. Ante as tentativas infrutíferas das comissões, o ministro da Justiça, Campos Sales, incumbiu Coelho Rodrigues da feitura de projeto, que também não conseguiu ser transformado em lei.

• 1899 = Ao ocupar a Presidência da República, Campos Sales, por indicação de seu ministro Epitácio Pessoa, nomeia Clóvis Beviláqua. No final desse ano apresenta ele um projeto, que após dezesseis anos de debates transformou-se no Código Civil, promulgado em 1º de janeiro de 1916, e vigente a partir de 1º de janeiro de 1917, com novas alterações introduzidas pela Lei nº 3.725/19.

Obs.: O Código Civil apresentou-se como um diploma de seu tempo, atualizado para a época, porém o seu tempo foi o da transição do direito individualista para o social. Com isso, precisou ser revisto e atualizado.

• 1916 = Promulgação do CC e vigência a partir de 1º de janeiro de 1917.

• Necessidade de Reforma e o Projeto de Novo Código Civil

Com o escopo de atualizar o CC/1916, atendendo aos reclames sociais, várias leis, que importaram em derrogação do diploma da 1916, forma publicadas, dentre elas:

a) Estatuto da Mulher Casada.b) Divórcio.c) União Estável.d) Direitos Autorais.e) Registros Públicos.f) Inquilinato.g) Reconhecimento de filhos.

O Governo brasileiro, reconhecendo, a necessidade da revisão do Código Civil, em virtude das grandes transformações sociais e econômicas, resolveu pôr em execução o plano de reforma, encarregando uma comissão de redigir um Anteprojeto de Código das Obrigações, que sofreu, contudo, severas críticas de juristas, por atentar contra o critério orgânico do nosso direito codificado, que se romperia com a provação isolada do Código Obrigacional.

• 1961 = Governo nomeia Orlando Gomes, Caio Mário da Silva Pereira e Silvio Marcondes para elaborar um Anteprojeto do Código Civil. Projeto esse ao ser enviado ao Congresso Nacional, em 1965, foi retirado pelo Governo em decorrência de fortes reações.

• 1967 = Nomeada nova comissão (Miguel Reale, Moreira Alves, Agostinho Alvim, Sílvio Marcondes, dentre outros) para rever o CC.

• 1972 = Comissão apresenta um Anteprojeto que procurou manter a estrutura básica do CC, reformulando os modelos normativos à luz dos valores éticos e sociais da experiência legislativa e jurisprudencial, substituindo:

a) Parte Geral = Atos Jurídicos Negócios Jurídicosb) Parte Especial = Ordem seria Obrigações, direito empresarial, coisas, família e sucessões.

Recebeu críticas desfavoráveis por tentar unificar as obrigações civis e mercantis.

• 1984 = Publicada no Diário do Congresso Nacional a redação final do Projeto de Lei nº 634-B/75 que, constituindo o PLC nº 118/84, recebeu inúmeras emendas em razão da promulgação da Nova Carta Magna, introduzindo muitas novidades, oriundas da evolução social, chegando após 26 anos de tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados a sua redação definitiva, contando com subsídios de entidades jurídicas e de juristas e dando maior ênfase ao social.

• 2001 = Aprovada pela Câmara e pelo Senado, e publicado em 2002 o CC.

• 2002 = Publicado o Novo Código Civil revogando o CC de 1916, a primeira parte do Código Comercial de 1850, bem como toda a legislação civil e comercial que lhe for incompatível. (CC, art. 2.045).

Passa o Código a ter um aspecto mais paritário e socialista, atendendo aos reclamos da nova realidade social, abolindo instituições moldadas em matrizes obsoletas, albergando institutos dotados de certa estabilidade, apresentando desapego a formas jurídicas jamais superadas, tendo um sentido operacional à luz do princípio da realizabilidade, traçando, tão-somente, normas gerais definidoras de instituições e de suas finalidades, com o escopo de garantir sua eficácia, reservando os pormenores às leis esparsas, mais expostas às variações dos fatos da existência cotidiana e das exigências sociocontemporâneas, e eliminando, ainda, normas processuais ao admitir apenas as intimamente ligadas ao direito material.

Ainda ficaram de fora: as relações existentes nos contratos eletrônicos, parcerias entre homossexuais, experiência científica em seres humanos, pesquisas com genoma, clonagem humana, efeitos jurídicos decorrentes das novas técnicas

3

Page 4: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

de reprodução humana assistida.

Então posso afirmar:

a) O CÓDIGO CIVIL É A PRINCIPAL FONTE DO DIREITO CIVILb) ESTRUTURA: PARTE GERAL E PARTE ESPECIAL

O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei 10.406, de 10 de janeiro de 20021 unificou parcialmente o direito privado brasileiro, ou melhor, as obrigações civis e mercantis, já que englobou nos seus 2.046 artigos as matérias que antes eram disciplinadas na primeira parte do Código Comercial.

A ESTRUTURA DO NOVO CÓDICO CIVIL DE 2002

PARTE GERALApresenta normas sobre pessoas, bens e fatos em sentido amplo.

PARTE ESPECIAL

Das PessoasDos Bens Art. 01 a 232Dos Fatos jurídicos

1 - Do Direito das Obrigações (art. 233 a 965)2 - Do Direito de Empresa (art. 966 a 1.195)3 - Do Direito das Coisas (art. 1.196 a 1.510)4 - Do Direito de Família (art. 1.511 a 1.783)5 - Do Direito das Sucessões (art. 1784 a 2.027)

LIVRO COMPLEMENTAR 1 – Disposições finais e transitórias (art. 2.082 a 2.046)

NOÇÕES PRELIMINARES

» DIREITO COMERCIALDIREITO PRIVADO » DIREITO CIVIL*

» DIREITO DO TRABALHO

* O Direito Civil é m a i s extenso. Trata de "valor de uso". Não é tão maleável quanto o Direito Comercial " valor de troca", destinado, originalmente a reger os atos de comércio. Da noção de "locação de serviços" surgiu a especialização doDireito do Trabalho. E da relação consumidor e fornecedor surgiu o Direito do Consumidor.

• Conceito: É o ramo do direito privado destinado a reger relações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais, ou seja, enquanto membros da sociedade.

• Princípios basilares

a) Princípio da personalidadeb) Da autonomia da vontadec) Da liberdade de estipulação negociald) Da propriedade individuale) Da intangibilidade familiarf) Da legitimidade da herança e do direito de testarg) Da solidariedade socialh) Da Eticidade

A) PRINCÍPIO DA PERSONALIDADETodo ser humano, pelo simples fato de existir é sujeito de direitos e obrigações.

B) PRINCÍPIO DA AUTONOMIAAssegura à capacidade jurídica da pessoa humana a possibilidade de praticar ou não certos atos de acordo com a sua vontade.

C) PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE ESTIPULAÇÃO NEGOCIALConfere o poder de, dentro dos limites estipulados pela lei, outorgar direitos e contrair obrigações, originando os chamados negócios jurídicos.

D) PRINCÍPIO DA PROPRIEDADE INDIVIDUALDefende o direito da exteriorização da personalidade através da aquisição de bens móveis e imóveis que incorporam o patrimônio do indivíduo.

E) PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE FAMILIARTem como função a proteção da família, respeitando-a e protegendo-a.

F) PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE DA HERANÇA E DO DIREITO DE TESTARAssegura os direitos que as pessoas têm, em relação aos seus bens, de transmiti-los total ou parcialmente, a seus herdeiros.

4

Page 5: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

G) PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE SOCIALConcilia as exigências da coletividade com os interesses particulares em relação às propriedades e aos negócios jurídicos. Significa o rompimento com o individualismo anterior. Pelo NCC, tudo tem função social, característica de todos os institutos privados.

H) PRINCÍPIO DA ETICIDADESignifica a valorização da ética, da boa-fé objetiva, dos bons costumes. Qualquer conduta que viole essa eticidade constitui abuso de direito, nos termos do seu art. 187 CC.

fontes

5

Page 6: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

DIRETAS - IMEDIATAS - FORMAIS

LEI COSTUMES

INDIRETAS > MEDIATAS > NÃO-FORMAIS

DOUTRINA

JURISPRUDÊNCIA

01) Lei: É a norma imposta pelo Estado e tornada obrigatória na sua observância, assumindo forma coativa.

Classificação

Quanto à origem legislativa: federais, estaduais ou municipais.Quanto à duração = temporárias e permanentes.Quanto à amplitude/alcance = gerais, especiais, excepcionais e singulares.Quanto à força obrigatória = cogentes e dispositivas.Quanto à sanção = perfeitas, mais que perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas.Quanto à natureza = substantivas(ou materiais) a adjetivas( ou formais ou processuais).Quanto à hierarquia = Constitucionais, Emendas à Constituição, Leis Complementares, Ordinárias, Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos, Resoluções etc.

02) Costume: É a reiteração constante de uma conduta, na convicção de esta ser obrigatória.

Secundum legem = já foi erigido em lei e, portanto, perdeu a característica de costume propriamente dita.

Praeter legem = é exatamente aquele referido no art. 4º da LICC, ou seja, o que serve para preencher lacunas, é um dos recursos de que se serve o juiz para sentenciar quando a lei for omissa.

Contra legem = é o que se opõe ao dispositivo de uma lei, denominando-se costume ab-rogatório; quando torna uma lei não utilizada, denomina-se desuso.

Condições para vigênciaa) Continuidadeb) Uniformidadec) Moralidaded) Obrigatoriedade

Obs.: No estágio atual de nosso direito, porém, o papel do costume é restrito. Mormente devido à inelutável expansão legislativa, à pletora de leis, que limita a força criadora dos costumes.

03) Doutrina: Entendimento firmado pelos juristas de um determinado ordenamento jurídico, equacionando as questões relacionadas ao estudo do Direito.

04) Analogia: Consiste em aplicar a alguma hipótese, não prevista em lei, disposição relativa a caso semelhante.

05) Equidade: Não é um meio de suprir a lacuna da lei, mas auxilia nessa missão. Trata-se do uso do bom senso.

06) Jurisprudência: Emana das decisões judiciais reiteradas de nossos tribunais acerca de determinada matéria.

A importância da jurisprudência é acentuada nos casos de anomia (ausência de norma), antinomia (conflito normativo) e nos casos que o julgador deve julgar com equidade.

07) Princípios Gerais do Direito: São regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não sejam escritas. Possuem caráter genérico e orientam a compreensão do sistema jurídico (Ex.: “dar a César o que é de César”; não se pode lesar o próximo; ninguém pode valer-se da própria torpeza).

São postulados extraídos da cultura jurídica, fundando o próprio sistema da ciência jurídica. São ideais ligados ao senso de justiça. Emanam no Direito Romano, sintetizados em três axiomas:

a) Não lesar a ninguém – (nemimen laedere)b) Dar a cada um o que é seu (suum cuique tribuere)c) Viver honestamente – (honeste vivere)

LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVILDECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.Vide Decreto-Lei nº 4.707, de 1942

Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta:

Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei 2.145, de 1953)

§ 2o A vigência das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorização do Governo Federal, depende da aprovação

Page 7: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

deste e começa no prazo que a legislação estadual fixar.

§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.

§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 26.12.1977)

§ 6º - O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de três anos da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separarão judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no País. O Supremo Tribunal Federal, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 26.12.1977)

§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.

Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.

Page 8: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 18.5.1995)

§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.

§ 1o Não poderão, entretanto. ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.

§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1o Só à .autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações, relativas a imóveis situados no Brasil.

§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.

Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:

a) haver sido proferida por juiz competente;b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que ,foi proferida;d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. Não dependem de homologação as sentenças meramente declaratórias do estado das pessoas.

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência e 54o da República.

GETULIO VARGAS

Alexandre Marcondes Filho

Oswaldo Aranha.

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.9.1942

PRINCIPAIS FUNÇÕES DA LICC

a) Determinar o início da obrigatoriedade das leis. Art. 1º

b) Regular a vigência e eficácia das normas jurídicas. Art. 1º e 2º

c) Impor a eficácia geral e abstrata da obrigatoriedade, inadmitindo a ignorância da lei vigente. Art. 3°

Page 9: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

d) Traçar os mecanismos de integração da norma legal, para a hipótese de lacuna na norma. Art. 4º

e) Delimitar os critérios de hermenêutica, de interpretação da lei. Art. 5º

f) Regulamentar o direito intertemporal. Art. 6º

g) Regulamentar o direito internacional privado no Brasil, abarcando normas relacionadas: Art. 7º a 17.

À pessoa e à família (art. 7º e 11).Aos bens (art. 8º).Às obrigações (art. 9º).À sucessão (art. 10).À competência da autoridade judiciária brasileira (art. 12).À prova dos fatos ocorridos em país estrangeiros (art. 13).À prova da legislação de outros países (art. 14).À execução da sentença proferida por juiz estrangeiro (art. 15).À proibição do retorno (art. 16).

Aos limites da aplicação da lei e atos judiciais de outro país no Brasil (art. 17).

E, finalmente, aos atos civis praticados por autoridades consulares brasileiras no estrangeiro (arts. 18 e 19).

Trata-se, nessa linha de entendimento, de lei geral que serve para orientar, servir como norte, à edição e efetiva aplicação da norma jurídica em nosso país.

das pessoas naturais• Nota introdutória• Personalidade Jurídica• Capacidade Jurídica• Legitimação• Os sujeitos da relação jurídica• Conceito de Pessoa Natural• Começo da personalidade natural• Conceito de incapacidade

a) Incapacidade absolutab) Incapacidade relativa

• A situação jurídica dos índios

ABSOLUTAMENTE INCAPAZ

a) Os menores de 16 anos.b) Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos.c) Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

RELATIVAMENTE INCAPAZ

a) Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos.b) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.c) Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.d) Os pródigos

Atenção: Os índios terão capacidade regulada por legislação especial.

DIFERENÇA ENTRE CAPACIDADE DE DIREITO E CAPACIDADE DE FATO

• CAPACIDADE DE DIREITO = DE AQUISIÇÃO = DE GOZO = JURÍDICA

RECONHECIDA INDISTINTAMENTE A TODA E QUALQUER PESSOA

• CAPACIDADE DE FATO = DE EXERCÍCIO

APTIDÃO PARA PRATICAR PESSOALMENTE, POR SI SÓ, OS ATOS DA VIDA CIVIL

Exemplo = Uma criança de oito anos possui capacidade de direito (que se confundi com a própria personalidade), mas NÃO dispõe de capacidade de fato, não lhe sendo possível praticar pessoalmente qualquer ato jurídico.

• Modos de suprimento de incapacidade

• Sistema de proteção dos incapazes

• Cessação de incapacidade

- Maioridade

- Emancipação a) Emancipação voluntáriab) Emancipação judicial

Page 10: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

c) Emancipação legaL

direito civil• Modos de extinção da personalidade natural

a) Morte realb) Morte simultânea ou comoriênciac) Morte civild) Morte presumida

• Individualização da Pessoa Natural

a) Nome – conceitob) Natureza jurídicac) Elementos do nome- Prenome- Sobrenomed) Imutabilidade do nome- Retificação do nome- Adições intermediárias- Mudanças no sobrenome- Outras hipóteses

• Estadoa) Aspectosb) Características

• Atos do Registro Civil

• Direitos da Personalidade

a) Conceitob) Fundamentos dos direitos da personalidadec) Características dos direitos da personalidaded) Disciplina no Código Civil

- Da proteção aos direitos da personalidade- Os atos de disposição do próprio corpo- O tratamento médico de risco- O direito ao nome- A proteção à palavra e à imagem- A proteção à intimidade

• Ausênciaa) Introduçãob) Da curadoria dos bens do ausentec) Da sucessão provisóriad) Da sucessão definitivae) Do retorno do ausentef) Ausência como causa de dissolução da sociedade conjugal

AUSÊNSIA

• CONCEITO: É toda pessoa que desaparece sem deixar pistas. Ninguém sabe se está viva ou morta.

• REQUISITOS: Para se caracterizar a incapacidade é necessário.

- Processo judicial = Juiz apurará a ausência e declarará o ausente incapaz por sentença.

• LEGITIMIDADE

a) Qualquer interessadob) Herdeirosc) Credoresd) Ministério Público

PROCEDIMENTO

a) Feito o requerimento, a primeira medida que o juiz deverá tomar é esclarecer se o ausente deixou representantes legais (caso se for incapaz, quando será representado por seus pais, ou por tutor, ou curador) ou procuradores de administração. Neste caso, o representante legal continua na administração dos bens do ausente.

b) Se capaz, na terá representante legal. (Exceção: Procurador com poderes de administração).

Atenção: Mas se o ausente não deixar nem representante legal nem procurador com poderes de administração?

Neste caso, o juiz nomeará curador para administrar-lhe os bens.

Page 11: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

• EFEITOS DA AUSÊNCIA

- Declarada a pessoa ausente, e sendo, se for o caso, nomeado curador, o juiz mandará publicar editais na Imprensa Oficial, de dois em dois meses, durante um ano, convocando o ausente a reaparecer. Após um ano da publicação do primeiro edital, os interessados (herdeiros, credores ou MP) poderão requerer ao juiz a abertura da sucessão provisória do ausente.

- Isso quer dizer que os herdeiros receberão a herança do ausente, e os credores serão pagos. A sucessão é, porém, provisória, ou seja, se o ausente reaparecer em período de 10 anos, contados da abertura da sucessão provisória, terá direito a reaver dos herdeiros todos os seus bens. Se estes já tiverem sido dissipados, os herdeiros terão que indeniza-lo.

- Aliás, ao receberem os bens a título provisório, os herdeiros deverão prestar caução de restituição. (Deverão oferecer garantias reais = hipoteca, penhor etc. Ou pessoas (fiança) de que restituirão os bens ao ausente, caso este reapareça.

- Exceção feita aos ascendentes, descendentes e ao cônjuge, que podem receber os bens independentes de garantia. Quanto aos credores, é lógico que estes recebem a título definitivo, nada tendo, pois, a restituir ao ausente ressurgido.

- Após 10 anos = Os herdeiros ou o MP poderão requerer que as se abra a sucessão definitiva do ausente, onde os bens ficarão a título definitivo.

ATENÇÃO: Não confundir ausência com os casos de morte presumida.

AUSENTE NÃO É CONSIDERADO MORTO, MAS APENAS DESAPARECIDO, ATÉ QUE SE DECRETE SUA SUCESSÃO DEFINITIVA.

1.1NOÇÕES GERAIS DAS OBRIGAÇÕES

1.Evolução histórica das obrigações

- Acepção dos significados de obrigação = utilização de vários sentidos

- OBRIGAÇÃO- - Responsabilidade = - - Estado de Sujeição =- - Dever =SocialMoralReligiosoJurídico- - Ônus Jurídico =

- Divisão de blocos- - Importância do direito das obrigações- - Relação com outros ramos do direito civil- - Figuras híbridas- - - Obrigações propter rem- - - Ônus reais- - - Obrigações com eficácia reala)Obrigações propter rem ou Obrigação Realb)Obrigação com Ônus reaisc)Obrigação com Eficácia Real

- Distinção entre ônus reais e obrigações propter rem

- - ÔNUS REAIS- - - Limitada ao bem onerado, não respondendo o proprietário além dos limites do respectivo valor, pois é a coisa que se encontra gravada.- - - Perecendo o objeto desaparece a obrigação.- - - Implicam sempre uma prestação positiva.- - - Ação cabível é de natureza civil.

- - PROPTER REM- - - Responde o devedor com todos os seus bens, ilimitadamente, pois é este que se encontra vinculado.- - - Perecendo o objeto, pode continuar a obrigação.- - - Pode surgir com uma prestação negativa.- - - Ação cabível é de natureza pessoal.- Posição do direito das obrigações no Código Civil de 2002.

2.Conceito de obrigações

- Carlos Roberto: É o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação.- Maria Helena Diniz :Corresponde ao vínculo que liga um sujeito ao cumprimento de dever imposto por normas morais, religiosas, sociais e jurídicas. (Ernani Vieira de Souza)- Fontes da obrigaçãoFontes da LICC.Fontes obrigacionais: LEI, CONTRATOS, ATOS UNILATERIAS, ATOS ILÍCITOS, TÍTULOS DE CRÉDITOS.

4.Elementos essenciais da obrigação

Page 12: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

a)Objetivosb)Subjetivosc)Vínculo jurídico

5.Obrigação civil, obrigação natural e obrigação moral

a)Obrigação natural = b)Obrigação civil = c)Obrigação moral =

DIREITOS REAIS X DIREITOS PESSOAIS

DIREITOS REAIS* QUANTO AO OBJETO: * QUANTO AO SUJEITO: * QUANTO À DURAÇÃO: * QUANTO AO SUJEITO PASSIVO: * QUANTO AO EXERCÍCIO: * QUANTO À AÇÃO: * QUANTO À LIMITAÇÃO: * QUANTO A OPONIBILIDADE:

DIREITOS PESSOAIS* QUANTO AO OBJETO: * QUANTO AO SUJEITO: * QUANTO À DURAÇÃO: * QUANTO AO SUJEITO PASSIVO: * QUANTO AO EXERCÍCIO: * QUANTO À AÇÃO: * QUANTO À LIMITAÇÃO: * QUANTO A OPONIBILIDADE: * MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES

1.1.1CREDOR

Qualificativos diversos conforme a posição ocupada na relação obrigacional:

CREDOR ANTICRÉTICO: é a condição em que se encontra o sujeito ativo da relação, cujo crédito é garantido por anticrese, por força da qual retém o bem do devedor, a fim de colher fruto ou renda, que terá o seu valor abatido do montante da dívida.

CREDOR HIPOTECÁRIO (Arts. 1473 a 1.505 CC): é aquele cujo crédito é garantido por hipoteca de bens imóveis, que se destinam à hasta pública na hipótese de inadimplemento da obrigação, devendo o direito real ser instituído regularmente sobre escritura pública.

CREDOR PIGNORATÍCIO (Arts. 1431 a 1.472 CC): semelhante à situação do credor hipotecário, o titular do crédito pignoratício possui a garantia de bens móveis, que lhe são entregues pelo devedor, a fim de serem praceados ou vendidos amigavelmente. Sobre o penhor e suas diferentes espécies, vida intervalo legislativo acima.

CREDOR PRIVILEGIADO (Arts. 955 a 965 CC): nos concursos de credores, falências e em algumas execuções, há créditos que são satisfeitos preferencialmente, conforme discriminação legal.

CREDOR QUIROGRAFÁRIO (Art. 957 CC): é aquele que não dispõe de qualquer preferência ou privilégio na satisfação de seu crédito, submetendo-se a rateio final ao lado de credores comuns, em se tratando de concurso de credores, falências ou execuções.

CREDOR DE RENDAS (Art. 803 e ss CC): recebe tal denominação o creditor beneficiado por uma renda periódica.

CREDOR SUB-ROGADO (Art. 349 ess CC): quando na relação obrigacional o pólo ativo é substituído, o novo titular do crédito é chamado de credor sub-rogado.

CREDOR PUTATIVO (Art. 309 e ss CC): trata-se da figura que se apresenta na posse de um título obrigacional e dá aparência de verdadeiro credor.

1.2MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES (CLASSIFICAÇÃO)

COISA CERTA > OBRIGAÇÃO DE DAR < COISA INCERTA

Obrigação de dar coisa certa = coisa individualizada.- Exemplo:Obrigação de venda de um automóvel, pois um veículo distingue-se de outros pelo número do chassi, do motor, da placa...Entrega de certo quadro de um pintor célebre...imóvel localizado em determinado bairro, rua e número...

Page 13: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

- Observações:A obrigação de dar coisa certa confere ao credor simples direito pessoal e não real. Exemplo: Contrato de compra e venda. O vendedor apenas se obriga a transferir o domínio da coisa certa ao adquirente; e este, a pagar o preço.Impossibilidade de entrega de coisa diversa. Art. 313 CC. (Obrigação de dar coisa certa ≠ novação).Direitos a melhoramento e acrescidos = art. 237, parágrafo único.Vide distinção: melhoramento e acrescidos.Abrangência de acessórios. Art. 233 CC.Obrigação de dar não cumprida. PERECIMENTO da coisa ou DETERIORAÇÃO da coisa.

FUNGÍVEL > OBRIGAÇÃO DE FAZER < INFUNGÍVEL

* Referências legislativas* Conceito de obrigação de fazer* Conceito de obrigação de fazer coisa fungível* Conceito de obrigação de fazer coisa infungível* Conseqüência do Inadimplemento* Obrigação de fazer X obrigação de dar = diferenças* Observações

OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

É aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de algum ato, que poderia praticar livremente se não se tivesse obrigado para atender interesse jurídico do credor ou de terceiro.

Descumprimento:- Pela impossibilidade da abstenção do fato sem culpa do devedor, em razão de força maior ou caso fortuito, resolvendo-se a obrigação.- Pela inexecução culposa do devedor, ao realizar o ato que não podia, caso em que o credor, pelo CC, art. 251, pode exigir judicialmente que ele o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa e de o credor obter o ressarcimento das perdas e danos. E se impossível for o deslizamento do ato, a obrigação resolver-se-á em perdas e danos (CPC, arts. 642 e 643, parágrafo único).

a)Quando ocorre inadimplemento?

OBRIGAÇÃO SIMPLES E COMPOSTA

Obrigação simples: é aquela cuja prestação recai somente sobre uma coisa ou sobre um ato, liberando-se o devedor quando a cumprir.

Obrigação composta: é aquela cuja prestação recai sobre dois ou mais objetos ou sobre dois ou mais atos, liberando o devedor quando a cumprir.

# Obrigações Compostas- Obrigação cumulativa = consiste num vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a realizar diversas prestações, de tal modo que não se considerará cumprida a obrigação até a execução de todas as prestações prometidas, sem exclusão de uma só.- Obrigação facultativa = é aquela que, não tendo por objeto senão uma só prestação, permite a lei ou o contrato ao devedor substituí-la por outra, para facilitar-lhe o pagamento.- Obrigação alternativa = é a que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, e da qual o devedor se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante escolha sua ou do credor.

Caracteres* Dualidade ou multiplicidade de prestações heterogêneas.* Exoneração do devedor pela satisfação de uma única prestação.

Concentração do débito

Direito de escolha (Art. 252 CC)* O ato de escolha terá lugar in solutione, se couber ao devedor (CC, art. 252, § 1°; CPC, art. 571, §, 1°).* O ato de escolha terá lugar in petitione, se competir ao credor (CC, art. 342; CPC, arts. 894, 571, § 2°).* O ato de escolha de terceiro configura mandato (CC, art. 252, § 4°).* Na escolha por sorteio aplicar-se-á o CC, art. 817.* Em caso de pluralidade de optantes, a solução é dada pelo art. 252, § 3°, CC).

Efeitos da escolha* Obrigatoriedade* Irrevogabilidade, salvo a hipótese do CC, art. 252, § 2°.

Conseqüência da inexequibilidade das prestações = CC, arts. 253, 254, 255 e 256.

OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA (ART. 264 CC)

Ocorre SOLIDARIEDADE, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigação, à dívida toda. Pode ocorrer:* Solidariedade ativa* Solidariedade passiva* Solidariedade mista

a) Característica principal = UNIDADE DA PRESTAÇÃO.b) Presunção de solidariedadec) Condições diferentes para as partes

Page 14: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL

* Conceito* Pluralidade de sujeitos* Perdão* Culpa pelo inadimplemento* Observações

Obrigação divisível: é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de seu valor, de modo que, havendo pluralidade subjetiva, tal obrigação se presumirá dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos forem os credores ou devedores. (CC, art. 257).

Efeitos da obrigação divisível:* Há presunção juris tantum de que essa relação obrigacional está repartida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos forem os credores ou devedores (CC, art. 257).* Cada devedor se libera do vínculo pagando sua quota, e cada credor nada mais poderá exigir, desde que receba sua parte na prestação.* O credor perde, em caso de insolvência de um dos co-devedores, a parcela do insolvente.* A interrupção da prescrição por um dos credores não alcança os demais; logo, a interrupção de prescrição operada contra um dos devedores não prejudica os outros (CC, art. 204). Igualmente a suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários aproveita aos demais se o objeto da obrigação for indivisível. (CC, art. 201).* A extinção do débito por remissão, transação, novação, compensação ou confusão operar-se-á tão-somente a cada quota-parte, subsistindo relativamente aos demais.

Obrigação indivisível (Art. 258 CC): é aquela obrigação quando, em razão da impossibilidade de fracionamento do objeto da prestação, cada devedor puder ser obrigado pela totalidade da prestação e cada credor puder exigi-la por inteiro, embora sejam titulares de dívidas e créditos parciais.

OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA

* Obrigação principal = é a existente por si, abstrata ou concretamente, sem qualquer sujeição a outras relações jurídicas.* Obrigação acessória = é aquela cuja existência supõe a da principal.

Efeitos:a) A extinção da principal implica a da acessória.b) A ineficácia ou nulidade da principal reflete-se na acessória.c) A prescrição da principal afeta a da acessória.d) A obrigação acessória, estipulada por um co-devedor, não poderá agravar os demais, sem consentimento destes (CC, art. 278).e) A cessão de crédito abrange todos os acessórios, salvo disposição em contrário (CC, art. 287).f) A obrigação de dar inclui os acessórios.g) A cessação de confusão restabelece a obrigação anterior com todos os acessórios (CC, art. 384).h) A novação extingue o acessório e garantias do débito (CC, art. 364).i) A obrigação principal, garantida por hipoteca, faz com que esta alcance os juros.

OBRIGAÇÃO DE MEIO, RESULTADO E DE GARANTIA

* Obrigação de meio = é aquela em que o devedor se obriga tão-somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a obtê-lo.

* Obrigação de resultado = é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação obrigacional.

* Obrigação de garantia = é a que tem por conteúdo a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor.

OBRIGAÇÕES PURAS E SIMPLES, CONDICIONAIS, A TERMO E MODAIS

* Obrigação pura = é a que não está sujeita a condição, termo ou encargo.* Obrigação condicional = é a que contém cláusula que subordina seu efeito a evento futuro e incerto.

Efeitos:a)Física e juridicamente possível e impossívelb)Lícita e ilícitac)Necessária e voluntária.d)Casuale)Puraf)Promíscuag)Mistah)Suspensivai)Resolutiva

* Obrigação modal = é a que se encontra onerada com modo ou encargo, isto é, por cláusula acessória, que impõe um ônus à pessoa natural ou jurídica contemplada pela relação creditória.

* Obrigação a termo = é aquela em que as partes subordinam os efeitos do ato negocial a um acontecimento futuro e certo. O termo pode ser inicial (CC, art. 131) e final (CC, art. 135); certo e incerto.

OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS

Normalmente se refere a obrigações da dar dinheiro, mas nada impede que se possa usar o conceito para as obrigações de

Page 15: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

dar coisa diferente de dinheiro, de fazer e mesmo de não fazer.

Interesse em ser líquida ou ilíquida por estar em condições de ser cumprida ou não, exatamente por estar ou não especificada em relação ao gênero, espécie, qualidade e quantidade.

Exemplos:

* Líquida = ocorre quando o objeto estiver totalmente determinado, quanto a gênero, espécie, qualidade e quantidade. Entregar R$ 10.000,00, ou dez sacas de café tipo exportação. Realizar a pintura de uma casa.* Ilíquida = ocorre quando o objeto não se encontra totalmente determinado, no momento em que surge a obrigação. Entregar o produto de um dia de pescaria ou indenizar os danos causados num acidente.

1.2.1COM CULPA DO DEVEDOR > PERECIMENTO ou DETERIORAÇÃO DO OBJETO < SEM CULPA DO DEVEDOR

PERECIMENTO COM CULPA DO DEVEDORCredor tem direito de receber seu equivalente em dinheiro + perdas e danos.* Na obrigação de entregar/dar = art. 234, segunda parte CC.* Na obrigação de restituir = art. 239 CC.

PERECIMENTO SEM CULPA DO DEVEDORFica resolvida a obrigação para ambas as partes, que voltam a situação primitiva.* Na obrigação de entregar/dar = art. 234, 1ª parte CC.* Na obrigação de restituir = art. 238 CC.

DETERIORAÇÃO COM CULPA DO DEVEDORCredor opta pelo equivalente em dinheiro + perdas e danos, ou então, a aceitar a coisa no estado em que ela se encontra, recebendo, também, nesse caso, a indenização pelos prejuízos causados.* Na obrigação de entregar/dar = art. 236 CC.* Na obrigação de restituir = art. 240, 2ª parte CC.

DETERIORAÇÃO SEM CULPA DO DEVEDOR* Na obrigação de entregar/dar = art. 235 CC.* Na obrigação de restituir = art. 240, 1ª parte CC.

1.2.2OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL* PLURALIDADE DE DEVEDORES:* PLURALIDADE DE CREDORES:

OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL* PLURALIDADE DE DEVEDORES:* PLURALIDADE DE CREDORES:

1.2.3OBRIGAÇÕES – QUANTO AO MOMENTO DE CUMPRIMENTO

CONTINUADAS: São aquelas que se traduzem numa conduta que se prolonga no tempo. Não se executa – e não se pode executar – a obrigação de uma vez. Ao contrário, ela só pode ser executada através de um espaço de tempo mais ou menos longo.

INSTANTÂNEA: São as que são cumpridas no momento em que o negócio é celebrado.

EXECUÇÃO DIFERIDA: Quando a execução é realizada por um único ato, em momento posterior ao surgimento da obrigação.

FRACIONADA: Quando o objeto do pagamento é fracionado em prestações. A obrigação de pagar o preço é uma só, mas a execução de cada uma delas é feita ao longo do tempo.

TRATO SUCESSIVO (ou periódicas): São as que se resolvem em intervalos regulares ou não de tempo. Quando uma parcela é paga, a obrigação está quitada. Mas, nesse instante, inicia-se a formação de outra prestação, que deverá ser paga no fim do período.

1.2.4 SOLIDARIEDADE

* Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.* Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.* Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo,

Page 16: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

ou pagável em lugar diferente, para o outro.

SOLIDARIEDADE ATIVA

* Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.* Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.* Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.* Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.* Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.* Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.* Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.* Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.

SOLIDAREIEDADE PASSIVA

* Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.* Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.* Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.* Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.* Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.* Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.* Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.* Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.* Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.* Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.* Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

1.2.5SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE (PRINCIPAIS DIFERENÇAS)

Apesar da estrita relação de semelhança, apresenta diferenças entre si.

SOLIDARIEDADE INDIVISIBILIDADE

Credor tem o direito de exigir, como o devedor, a obrigação de prestar, todo o objeto da prestação.

Credor tem o direito de exigir, como o devedor, a obrigação de prestar, todo o objeto da prestação.

Indivisibilidade do objeto é condição de sua própria existência, seja ou não, naturalmente, divisível esse objeto.

Objeto não pode ser dividido, ou porque apresenta natureza insuscetível de divisão (touro), ou porque a vontade das partes a torna indivisível (um lote de saca de café), ou porque a lei cria a indivisibilidade em face do objeto (servidão), ou, ainda, porque a divisão da coisa importa redução de seu valor (loteamento de uma fazenda).

Funda-se em uma relação jurídica subjetiva, com base nas pessoas, nos sujeitos dessa mesma relação, credores e devedores. Resulta da lei ou da vontade das partes, trazendo maior garantia ao credor, que tem mais facilidade para cobrar seu crédito.

Baseia-se em uma relação jurídica objetiva, relacionando-se com a unidade do objeto, que integra a prestação, objeto esse que, em regra geral, não pode fracionar-se, seja por sua própria natureza, seja por perda do seu valor.

Convertendo-se a obrigação em perdas e danos, subsiste a solidariedade, continuando indivisível o objeto.

Na indivisibilidade o mesmo não acontece, pois se o bem, que era, por natureza, indivisível, no caso do exemplo citado

Page 17: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

Ex.: Se A e B se obrigam a entregar a C e D um touro e este vier a perecer por culpa de A, de B ou de ambos, subsistirá a solidariedade, devendo ser substituído o objeto perecido pelo equivalente em dinheiro, além das perdas e danos devidos pelo culpado, permanecendo, mesmo com essa substituição, indivisível o objeto, que deverá ser cobrado ou pago por inteiro.

(touro), for substituído pelo equivalente em dinheiro, além das perdas e danos, a obrigação, nesse momento, perderá sua qualidade de indivisível.

Na solidariedade o devedor deve pagar por inteiro porque deve o todo.

O devedor, embora seja obrigado ao todo, somente deve a sua parte. O pagamento da totalidade do objeto devido só se verifica ante a impossibilidade do fracionamento desse mesmo objeto.

A solidariedade extingue-se, cessa, com a morte do credor, ou seja, o crédito reparte-se entre os herdeiros.

Na indivisibilidade o mesmo não se dá, pois ela não cessa com a morte do credor, não se repartindo entre os sucessores o objeto, tudo tendo-se em conta a natureza deste.

1.2.6IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO (OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA)

a) Impossibilidade SEM culpa do devedorb) Impossibilidade COM culpa do devedor* ESCOLHA DO DEVEDOR* ESCOLHA DO CREDOR

IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO DAS DUAS PRESTAÇÕES

a) Impossibilidade SEM culpa do devedorb) Impossibilidade COM culpa do devedor* ESCOLHA DO DEVEDOR* ESCOLHA DO CREDOR

1.2.7FRUTOS

a) PENDENTESb) CONSUMIDOSc) PERCIPIENDOSd) ESTANTESe) PERCEBIDOS OU TOLHIDO

1.2.8BENFEITORIAS

É a obra realizada pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Podem ser:

a) Necessárias = são as realizadas para evitar um estrago iminente ou a deterioração da coisa principal. (Ex.: reparos realizados em uma viga).b) Úteis = são aquelas empreendidas com o escopo de facilitar a utilização da coisa. (Ex.: Abertura de uma nova estrada que servirá de garagem para a casa).c) Voluptuárias = quando empreendidas para mero deleite ou prazer, sem aumento da utilidade da coisa. (Ex.: Decoração de um jardim)

DEVEDOR DE BOA-FÉ

01) Terá direito aos frutos percebidos (Arts. 1201/1214/1217 e 1219 CC).02) Terá direito à indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias, podendo, sem detrimento da coisa, levantar as voluptuárias e, se não for indenizado, exercer, ainda, o direito de retenção para ser reembolsado do valor dos melhoramentos úteis e necessários que fez.

DEVEDOR DE MÁ-FÉ

01) Somente terá direito à indenização das benfeitorias necessárias, sem ter direito de retê-las e de levantar as voluptuárias, devendo, ainda, responder pelos frutos percebidos e pelos que, culposamente, deixou de perceber, tendo, porém, direito às despesas de produção e custeio.02) Arts. 1216/1218 e 1220 CC.

Page 18: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

1.2.9

1.2.10OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS

a) São aquelas que são condicionadas a evento futuro e incerto, quando alguém que se obriga a dar a outrem um carro, quando este se casar.b) CONDIÇÃO é a determinação acessória, que faz a eficácia da vontade declarada dependente de algum acontecimento futuro e incerto.c) Efeitos são consistentes em um evento futuro e incerto, subordinando-se desta forma os efeitos jurídicos de determinados negócios jurídicos.

OBRIGAÇÕES A TERMO

a) Ocorre quando a obrigação subordinar a sua exigibilidade ou a sua resolução a evento futuro e certo.b) O termo é o acontecimento futuro e certo, que subordina o início ou o término da eficácia jurídica de determinado ato negocial.

OBRIGAÇÕES MODAIS

a) São aquelas oneradas com um encargo (ônus), imposto a uma das partes, que experimentará um benefício maior.b) Geralmente identificada pelas expressões “para que”, “com a obrigação de”, “com o encargo de”.

1.2.11 & 1.2.12 em anexo1.3TEORIA DO PAGAMENTO (EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES COM PAGAMENTO)

01) PAGAMENTO

Formasa) Diretob) Indiretoc) Via judiciald) Especial

Atenção = Observar as formas existentes de extinção da obrigação SEM PAGAMENTO.

a) Remissão = perdãob) Prescrição c) Implemento de condiçãod) Impossibilidade de execução do prometido sem culpa do devedor

02) ELEMENTOS ESSENCIAIS DE VALIDADE DO PAGAMENTO

a) Existência de vínculob) Animus solvendic) Cumprimento da prestaçãod) Presença do solvens e do accipiens

03) CONDIÇÕES SUBJETIVAS DO PAGAMENTO

Solvensa) Devedor

Page 19: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

b) Terceiro Interessado (Efeito...)c) Terceiro não interessado (Efeito...)

Accipiensa) Credorb) Representante do credorc) Terceiro que não o credord) Credor putativoe) Credor cujo crédito foi penhoradof) Credor incapaz* SOLVENS tinha ciência da incapacidade = o cumprimento é inválido, tendo o devedor que pagar pela segunda vez ou provar que o pagamento reverteu, em parte, ou no todo, em proveito do incapaz.* SOLVENS desconhecia a incapacidade = sem culpa, a incapacidade do credor, o cumprimento será válido, ainda que o accipiens tenha dissipado ou malbaratado a prestação, ou seja, será válido independentemente de comprovação de que trouxe proveito ao incapaz.

ATENÇÃO = Considera-se revertido em proveito do incapaz o pagamento quando, por exemplo, chega, no todo ou em parte, ao poder do seu representante; ou tal não sucede mas a prestação enriquece o patrimônio do incapaz, que a conserva ou tirou dela proveito econômico.

Exemplo: Aplicado na compra de móveis, no resgate de dívidas vencidas e em outros negócios que acarretem consolidação ou aumento do patrimônio do incapaz.

04) CONDIÇÕES OBJETIVAS DO PAGAMENTO

OBJETO DO PAGAMENTOa) Prestação = observar art. 313, 314 e 325 CC.b) Pagamento em dinheiro.c) Cláusula de escala móvel.

PROVA DO PAGAMENTOa) Quitaçãob) Presunções

05) LUGAR DO PAGAMENTO (ART. 327 A 330 CC)

a) Dívida quérableb) Dívida portable

06) TEMPO DO PAGAMENTO (ART. 331 A 333 CC)

A data do pagamento pode ser fixada pelas partes. O credor não pode cobrar antes, nem o devedor pagara após a data prevista.

1.3.1PRINCÍPIOS DO PAGAMENTO

PRINCÍPIO DA IDENTIDADE OU DA CORRESPONDÊNCIA* Existência de ajustamento integral da conduta do devedor à prestação efetivamente devida, sem que haja qualquer modificação, ainda que mais vantajosa para o credor.* Vide art. 313, 356 (caso em que não estaremos diante de um pagamento, mas sim dação em pagamento), 244, CC.

PRINCÍPIO DA EXATIDÃO* Diz respeito ao modo, à forma do cumprimento da prestação. É o “como” a obrigação deve ser cumprida.* Prestação = deve ser executada da maneira prevista na lei ou na convenção.

PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE OU INTEGRALIDADE* Regra estabelecida no art. 314 CC.* É um princípio que diz respeito ao aspecto quantitativo da obrigação, e não qualitativo, como é o princípio da correspondência.* Aplicação do art. 325 CC.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ* Desde as negociações preliminares, até depois do fim da relação, as partes estão obrigadas a agir de acordo com a boa-fé.* Para alguns doutrinadores sua falta constitui uma violação do negócio jurídico, sendo verdadeiro descumprimento contratual.

1.3.2PRINCÍPIOS DO PAGAMENTO

CONCEITO* Pagamento indevido = consiste um caso típico de obrigação de restituição fundada no princípio do enriquecimento sem causa, segundo o qual ninguém pode enriquecer à custa alheia, sem causa que o justifique.* Quando ocorre = vide art. 885 CC.

ESPÉCIE

Page 20: DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES  · Web view* Distinção: Obrigação – Dever - Ônus Jurídico e Estado de Sujeição e Responsabilidade ... O NOVO CÓDIGO CIVIL, isto é, a Lei

* Pagamento objetivamente indevido = quando o sujeito paga inexistente, por não haver qualquer vínculo obrigacional, ou um débito existente, mas que já foi extinto. (Vide art. 877 CC)* Pagamento subjetivamente indevido = haverá quando ele for feito por quem erroneamente se julgava ser o devedor. A dívida existe, mas foi paga por quem, não sendo devedor, julgava sê-lo.

REQUISITOS* Enriquecimento patrimonial do accipiens à custa de outrem.* Empobrecimento do solvens.* Relação de imediatidade.* Ausência de culpa do empobrecido.* Falta de causa jurídica justificativa* Subsidiaridade da ação de in rem verso.