direito civil mario godoy presencial fichas

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FICHA 1 PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA: PERSONALIDADE E CAPACIDADE CIVIL 1. CONCEITO DE PERSONALIDADE . Personalidade é um atributo jurídico pel qual reconhece na pessoa o titular de direitos e deveres. É a aptid titular de direitos e deveres. Todo homem a possui. Um acriança de 1 personalidade é uma pessoa e possui direitos e deveres perante o ordenamento jurídico. !e por e"emplo ela receber uma herança jun também as responsabilidades tribut#rias dentre outras. 2. INÍCIO E FIM DA PERSONALIDADE . A. $ início da personalidade se d# com o nascimento com vida %teor natalista&. I. ANENCÉFALO e casos de !'(U)*$! *' +,*- j# se constata o início da personalidade. II. NACITURO é um ser em /ormação est# em vias de se tornar pessoa tem a e"pectativa de se tornar pessoa mas ainda nã possui personalidade mas o 'stado tutela os direitos do n 1. !ão os DIREITOS EXPECTATIVOS, EM FORMAÇÃO . !e por ventura durante a ravide de esposa o marido / o 2ui ir# res uardar a parte da herança que cabe ao nacituro3 2. ALIMENTOS GRAVÍDICOS são direitos da estante não do nacituro %4', 11.5067& por eles busca8se cobrir toda despesas com a /ase estacional cuja titular é a es $ réu dos alimentos ravídicos é o suposto pai. - mã sempre certa não h# como de9nir a 9 ura paterna. - paternidade se d# por indícios testemunhas etc. )a a criança /a 8se o *)- e mesmo não sendo o 9lho do suposto pai no processo a mãe não devolver# os recur )ascendo com vida a criança os -4,:')T$! (;-+<*,=$! convertem automaticamente em P')!>$ -4,:')T<=,- até que a matéria seja revista pelo judici#rio. - ora o direito de Pensão é a criança que j# tem personaldia B. $ 9m da personalidade se d# com a morte. Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desd concepção, os direitos do nascituro. 3. AUSÊNCIA . -usente é o estado da pessoa que desapareceu do seu domicí sem dela haver notícia e sem que haja dei"ado representante ou proc quem caiba administrar8lhe os bens. ?uando a aus@ncia é con9 urada série de processos devem ser con9 urados. A. -=,*')T'! nos casos de acidentes em que é e"tremamente prov#v morte do ausente presume8se esta decretando8se a morte presum /orma direta sem declarar a aus@ncia. B. (U';;- C. $=T-(')A;,$ pessoas com mais de 50 anos e que estão sumidas po mais de B anos teremos a morte presumida de imediato sem decretação de aus@ncia.

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FICHA 1

PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA:

PERSONALIDADE E CAPACIDADE CIVIL

1. CONCEITO DE PERSONALIDADE. Personalidade um atributo jurdico pelo qual reconhece na pessoa o titular de direitos e deveres. a aptido de ser titular de direitos e deveres. Todo homem a possui. Um acriana de 10 anos tem personalidade, uma pessoa, e possui direitos e deveres perante o ordenamento jurdico. Se, por exemplo, ela receber uma herana, junto viro tambm as responsabilidades tributrias, dentre outras.

2. INCIO E FIM DA PERSONALIDADE.

A. O incio da personalidade se d com o nascimento com vida (teoria natalista).

I. ANENCFALO e casos de SEGUNDOS DE VIDA: j se constata o incio da personalidade.

II. NACITURO: um ser em formao, est em vias de se tornar pessoa, tem a expectativa de se tornar pessoa mas ainda no possui personalidade, mas o Estado tutela os direitos do nacituro.

1. So os DIREITOS EXPECTATIVOS, EM FORMAO. Se por ventura, durante a gravidez de esposa, o marido falecer, o Juiz ir resguardar a parte da herana que cabe ao nacituro;

2. ALIMENTOS GRAVDICOS so direitos da gestante, no do nacituro (LEI 11.804/), por eles busca-se cobrir todas as despesas com a fase gestacional, cuja titular a gestante. O ru dos alimentos gravdicos o suposto pai. A me est sempre certa, no h como definir a figura paterna. A paternidade se d por indcios, testemunhas, etc. Nascendo a criana, faz-se o DNA e, mesmo no sendo o filho do suposto pai no processo, a me no devolver os recursos. Nascendo com vida a criana, os ALIMENTOS GRAVDICOS se convertem automaticamente em PENSO ALIMENTCIA, at que a matria seja revista pelo judicirio. Agora, o titular do direito de Penso a criana, que j tem personaldiade.

B. O fim da personalidade se d com a morte.

Art. 1oToda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Art. 2oA personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro.

3. AUSNCIA. Ausente o estado da pessoa que desapareceu do seu domiclio sem dela haver notcia, e sem que haja deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens. Quando a ausncia configurada, uma srie de processos devem ser configurados.

A. ACIDENTES: nos casos de acidentes, em que extremamente provvel a morte do ausente, presume-se esta, decretando-se a morte presumida de forma direta, sem declarar a ausncia.

B. GUERRA:

C. OCTAGENRIO: pessoas com mais de 80 anos e que esto sumidas por mais de 5 anos, teremos a morte presumida, de imediato, sem decretao de ausncia.

Art. 6oA existncia da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucesso definitiva.

Art. 7oPode ser declarada a morte presumida, sem decretao de ausncia:

I - se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se algum, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.

Pargrafo nico. A declarao da morte presumida, nesses casos, somente poder ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do falecimento.

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domiclio sem dela haver notcia, se no houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministrio Pblico, declarar a ausncia, e nomear-lhe- curador.

Art. 23. Tambm se declarar a ausncia, e se nomear curador, quando o ausente deixar mandatrio que no queira ou no possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.

Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe- os poderes e obrigaes, conforme as circunstncias, observando, no que for aplicvel, o disposto a respeito dos tutores e curadores.

Art. 25. O cnjuge do ausente, sempre que no esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declarao da ausncia, ser o seu legtimo curador.

1oEm falta do cnjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, no havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.

2oEntre os descendentes, os mais prximos precedem os mais remotos.

3oNa falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

D. CURADORIA PROVISRIA. Pode ser aberta IMEDIATAMENTE por qualquer interessado ou o MP. Tem trs finalidades:

I. Declarar o estado de ausncia,

II. Ordenar a arrecadao dos bens do ausente e

III. Nomear um curador para administrar os bens. H uma sequncia que deve ser obedecida (CADI: Cnjuge, Ascendente, Descendente (os mais prximos com preferncia sobre os mais remotos) e Irmo). O cnjuge que esteja separado de fato h mais de dois anos ou se for separado judicialmente. No havendo nenhum parente, o Juiz poder nomear qualquer pessoa para ser curador (Munus Pblico). O tempo mdio dessa curadoria de um ano. Conforme o CC, transcorrido um ano da arrecadao dos bens, deve-se abrir o processo de sucesso provisria. Se o ausente deixou algum representante, o prazo de durao dessa curadoria ser de trs anos.

E. SUCESSO PROVISRIA. O prazo para sua abertura de pelo menos 1 ANO a contar da arrecadao, e tem por objetivo

I. declarar o estado de ausncia,

II. autorizar o inventrio e partilha dos bens e

III. Transferir os bens posse dos herdeiros; Observe que a palavra POSSE, porque normalmente o herdeiro vira dono. Mas nesse momento da sucesso provisria, o herdeiro transmite a posse. Ele pode desfrutar dos bens do ausente, mas no dono de nada, tem apenas a posse. Por 10 anos os herdeiros provisrios iro ficar com os bens. Somente aps esse perodo que abre-se o processo de sucesso definitiva.

1. CAUO: Para garantir que os bens no sero dilapidados, os herdeiros do uma cauo judicial para receber a posse dos bens. O cnjuge, ascendente ou descendente no precisam pagar CAUO.

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadao dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando trs anos, podero os interessados requerer que se declare a ausncia e se abra provisoriamente a sucesso.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:

I - o cnjuge no separado judicialmente;

II - os herdeiros presumidos, legtimos ou testamentrios;

III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;

IV - os credores de obrigaes vencidas e no pagas.

Art. 28. A sentena que determinar a abertura da sucesso provisria s produzir efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se- abertura do testamento, se houver, e ao inventrio e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.

1oFindo o prazo a que se refere o art. 26, e no havendo interessados na sucesso provisria, cumpre ao Ministrio Pblico requer-la ao juzo competente.

2oNo comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventrio at trinta dias depois de passar em julgado a sentena que mandar abrir a sucesso provisria, proceder-se- arrecadao dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenar a converso dos bens mveis, sujeitos a deteriorao ou a extravio, em imveis ou em ttulos garantidos pela Unio.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, daro garantias da restituio deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhes respectivos.

1oAquele que tiver direito posse provisria, mas no puder prestar a garantia exigida neste artigo, ser excludo, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administrao do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.

2oOs ascendentes, os descendentes e o cnjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, podero, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.

Art. 31. Os imveis do ausente s se podero alienar, no sendo por desapropriao, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a runa.

Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisrios ficaro representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correro as aes pendentes e as que de futuro quele forem movidas.

Art. 33. O descendente, ascendente ou cnjuge que for sucessor provisrio do ausente, far seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porm, devero capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministrio Pblico, e prestar anualmente contas ao juiz competente.

Pargrafo nico. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausncia foi voluntria e injustificada, perder ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.

Art. 34. O excludo, segundo o art. 30, da posse provisria poder, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinho que lhe tocaria.

Art. 35. Se durante a posse provisria se provar a poca exata do falecimento do ausente, considerar-se-, nessa data, aberta a sucesso em favor dos herdeiros, que o eram quele tempo.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existncia, depois de estabelecida a posse provisria, cessaro para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratrias precisas, at a entrega dos bens a seu dono.

F. SUCESSO DEFINITIVA. A ser aberta no prazo de 10 anos aps o trnsito em julgado da sentena de sucesso provisria. Efeitos:

I. Gera o reconhecimento judicial da morte presumida. A partir da que a esposa poder considerar-se viva e casar-se no civil.

II. Transferncia da propriedade dos bens aos herdeiros. Casos de declarao de morte presumida que dispensam a prvia decretao de ausncia (CC, art. 7):

1. a) se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida; ou

2. b) se algum, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.

III. RECUPERAO DOS BENS PELO PROPRIETRIO AUSENTE: o ausente, at 10 anos da sucesso definitiva de seus bens, poder, voltando, receber seus bens de volta, ou seu preo, caso tenham sido vendidos. Se os bens foram trocados, ele consegue reaver os subrogados. Aps 10 anos, no tem mais direito a nada.

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentena que concede a abertura da sucesso provisria, podero os interessados requerer a sucesso definitiva e o levantamento das caues prestadas.

Art. 38. Pode-se requerer a sucesso definitiva, tambm, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as ltimas notcias dele.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes abertura da sucesso definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes havero s os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preo que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.

Pargrafo nico. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente no regressar, e nenhum interessado promover a sucesso definitiva, os bens arrecadados passaro ao domnio do Municpio ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscries, incorporando-se ao domnio da Unio, quando situados em territrio federal.

4. COMORINCIA.Tm-se por comorientes as pessoas que falecem na mesma ocasio, sem que se possa averiguar qual delas precedeu s demais. Consoante o art. 8 do CC, os comorientes presumem-se simultaneamente mortos.

Art. 8oSe dois ou mais indivduos falecerem na mesma ocasio, no se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-o simultaneamente mortos.

5. CAPACIDADE CIVIL. A capacidade pode ser de direito, representando a aptido de ser titular de direitos e deveres, e de fato, que se relaciona aptido de exercer pessoalmente os direitos e deveres na ordem civil. TODAS as pessoas possuem capacidade de direito, mas nem todas possuem capacidade de fato, capacidade de EXERCER, por si ou por outrem, os direitos e deveres.

6. INCAPACIDADE ABSOLUTA E RELATIVA. A incapacidade significa uma restrio legal capacidade de fato. Enquanto os absolutamente incapazes agem representados, por no poderem exprimir sua vontade, os relativamente incapazes agem assistidos, ou seja, acompanhados da pessoa do assistente. Consideram-se representantes e assistentes dos incapazes os seus pais, tutores e curadores. Assistem os menores, os pais. No tendo pais, o menor ser assistido por um TUTOR nomeado por um Juiz at os 18 anos. Aps os 18 anos, existindo motivos de capacidade absoluta, ser realizada a ao de interdio, momento em qu, o Juiz nomear um CURADOR para representar o incapaz. Em Direito de famlia que vemos a lista dos tutores e curadores.

A. So portadores de INCAPACIDADE ABSOLUTA (CC, art. 3): eles so representados

I. Os menores de 16 anos;

II. Os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento, que no tenham o mnimo discernimento para praticar atos de ofcio. Observemos que uma pessoa com idade avanada no incapacita ningum. O que incapacita alguma doena mental que o idoso venha a apresentar. A nica restrio que o brasileiro tem do ordenamento jurdico em funo da idade a obrigatoriedade de casamento por separao total dos bens aps os 70 anos de idade.

III. Os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade. So os casos de paciente em estado de coma. Cegos e analfabetos so pessoas plenamente capazes e, conforme o Art. 215, 2. do CC, quando precisarem assinar algum documento, o faro a rogo, ou seja, no cartrio de escrituras pblicas, algum assinar pelo analfabeto ou o cego e o tabelio registrar a assinatura, dando-lhe f pblica.

Art. 215. A escritura pblica, lavrada em notas de tabelio, documento dotado de f pblica, fazendo prova plena.

2oSe algum comparecente no puder ou no souber escrever, outra pessoa capaz assinar por ele, a seu rogo.

B. So portadores de INCAPACIDADE RELATIVA (CC, art. 4): eles agem acompanhados de um assistente que vai acompanhar o incapaz nos atos da vida civil.

I. Os maiores de 16 e menores de 18 anos; Assistem os menores, os pais. No tendo pais, o menor ser assistido por um TUTOR at os 18. Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, no pode, para eximir-se de uma obrigao, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.II. Os brios habituais, os toxicmanos, e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido. preciso comprovar que h a reduo do discernimento!

III. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. Quem vai determinar a diferena entre o deficiente mental e o excepcional a medicina.

IV. Os prdigos, os gastadores e dilapidadores do patrimnio. O Direito protege o patrimnio do prdigo, considerada uma doena. O prdigo fica interditado apenas para praticar os atos de disposio patrimonial. Todos os outros atos da vida civil o prdigo pratica livremente. Art. 1.782. A interdio do prdigo s o privar de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitao, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que no sejam de mera administrao.Art. 3oSo absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.

Art. 4oSo incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os prdigos.

Pargrafo nico. A capacidade dos ndios ser regulada por legislao especial.

7. EMANCIPAO.Consiste na antecipao da capacidade civil plena. Verifica-se nas hipteses previstas no art. 5, pargrafo nico, do CC:

A. Pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos;

B. Pelo casamento;

C. Pelo exerccio de emprego pblico efetivo;

D. Pela colao de grau em curso de ensino superior;

E. Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com 16 anos completos tenha economia prpria.

Art. 5oA menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da vida civil.

Pargrafo nico. Cessar, para os menores, a incapacidade:

I - pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exerccio de emprego pblico efetivo;

IV - pela colao de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia prpria.

Professor: Mario Godoy

Tema: Direitos da personalidade

1. Direitos da personalidade so direitos que integram a condio essencial da pessoa. Apresentam as seguintes CARACTERSTICAS:

A. Irrenunciabilidade;

B. Intransmissibilidade;

C. Extrapatrimonialidade;

D. Imprescritibilidade;

E. Impenhorabilidade.

2. TUTELA. Nos termos do art. 12 do CC, a tutela dos direitos da personalidade pode ser repressiva quando j houve o dano, ou preventiva, pressupondo a iminncia de leso a um bem juridicamente protegido.

3. Atos de disposio do prprio corpo. Consoante o art. 13 do CC, os atos de disposio corprea so defesos em dois casos:

A. Quando implicarem diminuio permanente da integridade fsica; ou

B. Quando contrariarem os bons costumes. Exceo: quando se fizer presente exigncia de ordem mdica.

4. Tratamento mdico. Art. 15 do CC. Ningum pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento mdico ou interveno cirrgica.

5. Nome. Todas as pessoas so identificadas por um nome, sendo este composto pelo prenome, que pode ser qualquer um desde que no exponha o portador ao ridculo, e pelo patronmico, sendo este o sinal identificador da pessoa, indicando sua prognie. E nos termos do art. 19 do CC, o pseudnimo adotado para atividades lcitas goza da proteo que se d ao nome.

6. Palavra e imagem. Consoante o art. 20 do CC, a utilizao ou a exposio da imagem ou palavra de uma pessoa pode ser proibida em dois casos:

A. Quando implicar ofensa reputao; ou

B. Quando se destinar a fins comerciais. Excees que tornam justificvel o uso da palavra e imagem:

I. a) Autorizao do titular;

II. b) Interesse da administrao da justia; ou

III. c) Manuteno da ordem pblica.

7. PRIVACIDADE Art. 21 do CC. A vida privada da pessoa natural inviolvel, e o juiz, a requerimento do interessado, adotar as providncias necessrias para impedir ou fazer cessar ato contrrio a essa norma.

FICHA 3

PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA:

PESSOAS JURDICAS

1. CONCEITO. Pessoas jurdicas so entidades para as quais a lei reconhece personalidade civil. Gozam de autonomia em face de seus instituidores. As pessoas fsicas formam a pessoa jurdica. Porm, uma vez criada, ela adquire personalidade diferente das pessoas de seus scios. As PJs podem, inclusive, sofrer danos morais, conforme determina a Smula 227 STJ.

2. CLASSIFICAO. QUANTO ESTRUTURA, podem ser:

A. Universitas personarum. Formadas a partir da reunio de duas ou mais pessoas. Exemplos: sociedades e associaes;

B. Universitas bonorum. Constitudas em torno de um patrimnio destinado a um fim. Exemplo: fundaes.

3. QUANTO ATUAO, CLASSIFICAM-SE EM:

A. PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PBLICO EXTERNO. Correspondem a entidades pblicas reconhecidas internacionalmente. Exemplos: ONU, OIT, Repblica Federativa do Brasil, etc.;

B. PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PBLICO INTERNO. Traduzem entes pblicos reconhecidos no plano interno do Pas. Exemplos: Unio, Estados, Municpios, autarquias, fundaes pblicas, agncias reguladoras etc.;

C. PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PRIVADO. No integram a esfera pblica. Exemplos: sociedades, associaes, fundaes, partidos polticos, organizaes religiosas, empresas individuais de responsabilidade limitada, etc. Em 2011 o Direito Brasileiro trouxe a EIRELI do Direito Alemo, so as empresas individuais de responsabilidade limitada (limitada ao patrimnio da empresa). O empresrio individual, ou firma individual no pessoa jurdica. uma pessoa fsica desempenhando uma atividade empresria e os bens pessoais da pessoa respondem pelas dvidas da empresa. A EIRELI pessoa jurdica. Se falir ou for insolvente, apenas os bens da EIRELI que vo a leilo.

D. ENTES DESPERSONALIZADOS: SOCIEDADE DE FATO/ CONDOMNIO/ ESPLIO/ MASSA FALIDA/ ESPLIO/ : no interessa se a sociedade de fato no est instituda, ela pode ser r em processos (causas trabalhistas), pode ser autora em processos (danos a propriedade do de cujus), etc.

Art. 44. So pessoas jurdicas de direito privado:I - as associaes;

II - as sociedades;III - as fundaes;

IV - as organizaes religiosas;(Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)V - os partidos polticos.(Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.(Includo pela Lei n 12.441, de 2011)(Vigncia) 1oSo livres a criao, a organizao, a estruturao interna e o funcionamento das organizaes religiosas, sendo vedado ao poder pblico negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessrios ao seu funcionamento.(Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003) 2oAs disposies concernentes s associaes aplicam-se subsidiariamente s sociedades que so objeto doLivro II da Parte Especial deste Cdigo.(Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003) 3oOs partidos polticos sero organizados e funcionaro conforme o disposto em lei especfica.(Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)4. CONSTITUIO. Constituem-se as pessoas jurdicas a partir da inscrio do seu ato constitutivo no respectivo registro. Nos termos do art. 45, pargrafo nico, do CC, a inobservncia das formalidades registrais acarreta a anulabilidade de sua constituio, sujeita ao prazo decadencial de 3 anos, contados da publicao de sua inscrio no registro.

Art. 45. Comea a existncia legal das pessoas jurdicas de direito privado com a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessrio, de autorizao ou aprovao do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alteraes por que passar o ato constitutivo.

Pargrafo nico. Decai em trs anos o direito de anular a constituio das pessoas jurdicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicao de sua inscrio no registro.

5. ADMINISTRAO.Obrigam as pessoas jurdicas os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Tendo a pessoa jurdica administrao coletiva, as decises sero tomadas pela maioria dos votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso (CC, art. 48, caput). E em consonncia com o art. 48, pargrafo nico, do CC, decai em 3 anos o direito de anular as decises tomadas pela administrao, quando violarem a lei ou o estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulao ou fraude.

Art. 48. Se a pessoa jurdica tiver administrao coletiva, as decises se tomaro pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Pargrafo nico. Decai em trs anos o direito de anular as decises a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulao ou fraude.

6. DESCONSIDERAO. Consiste na suspenso temporria da autonomia da pessoa jurdica, de modo a estender a execuo aos bens particulares dos scios e administradores. Fundamenta-se na ideia de abuso de personalidade, mistura de patrimnios do scio e da PJ, que pode se verificar em duas situaes distintas

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurdica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confuso patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministrio Pblico quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relaes de obrigaes sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou scios da pessoa jurdica.

A. DESVIO DE FINALIDADE: Ex.: Sampa Night Club registrada como restaurante;

B. CONFUSO PATRIMONIAL: no h prestao de contas, no h registro de entrada do dinheiro na personalidade jurdica, caixa dois, lavagem de dinheiro, no se sabe o que patrimnio da empresa com o que patrimnio do scio.

C. OBSERVAO: Observe-se que a desconsiderao da personalidade jurdica deve ser decretada pelo juiz, o qual no pode, contudo, agir de ofcio, e sim mediante provocao de qualquer interessado ou do Ministrio Publico. Outras fraudes como sonegao fiscal, inadimplncia de verbas, fraude contra credores, etc, no so consideradas DESCONSIDERAO DA PERSONALIDADE JURDICA DA PESSOA JURDICA.

D. OBSERVAO2: no h dissoluo da PJ, s suspenso temporria da autonomia. Dissoluo que o cancelamento do registro.

7. EXTINO DA PESSOA JURDICA. Seja qual for o caso que implique sua extino, a pessoa jurdica subsistir para fins de liquidao, at que esta se conclua. Somente aps o encerramento da liquidao que se poder promover o cancelamento da inscrio da pessoa jurdica. A extino da pessoa jurdica pode ser:

A. Convencional. Quando promovida por seus prprios integrantes;

B. Legal. Decretada nos casos previstos em lei;

C. Administrativa. Pautada em deciso do poder pblico que cassa a autorizao para seu funcionamento.

8. ASSOCIAES: so pessoas jurdicas constitudas pela unio de pessoas que se organizam para fins no econmicos. Os requisitos para a elaborao do seu estatuto encontram-se listados no art. 54 do CC, com a ressalva de que omisso de qualquer um deles enseja nulidade. Nos termos do art. 56 do CC, a qualidade de associado intransmissvel, se o estatuto no dispuser o contrrio. Porm, se o associado for titular de quota ou frao ideal do patrimnio da associao, admite a lei que esta possa ser transferida a terceiro, mas sem importar, de per si, na atribuio da qualidade de associado ao adquirente ou herdeiro, salvo disposio diversa do estatuto. As funes da assemblia geral da associao encontram-se previstas no art. 59 do CC, sendo elas: a) Destituir os administradores; b) Alterar o estatuto. No caso de ser dissolvida a associao, o seu remanescente patrimonial lquido, aps deduzidas as quotas ou fraes ideais dos associados, ser destinado a uma entidade de fins no econmicos designada no estatuto. Sendo este omisso, passar, por deliberao dos associados, instituio municipal, estadual, federal ou do Distrito Federal de fins idnticos ou semelhantes, onde a associao tiver sede. Inexistindo instituio nessas condies, o patrimnio se devolver Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da Unio, onde a associao for sediada (art. 61 do CC).

9. FUNDAES. So pessoas jurdicas de direito privado constitudas em torno de um patrimnio destinado a um fim. Cumpre observar que as fundaes sero fiscalizadas pelo Ministrio Pblico do Estado onde se situarem. Caso estendam suas atividades por mais de um Estado, caber a veladura, em cada um deles, ao respectivo Ministrio Pblico. E se funcionarem no Distrito Federal ou em Territrio, a fiscalizao competir ao Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios, haja vista o reconhecimento, pelo STF, da inconstitucionalidade do art. 66, 1, do CC, que outrora deferia a incumbncia ao Ministrio Pblico Federal (vide ADI 2.794/DF).

A. EXTINO : Salienta, afinal, o art. 69 do CC, que a fundao ser extinta quando se tornar ilcita, impossvel ou intil a finalidade por ela visada, ou quando vencer o prazo de sua existncia, hipteses em que o seu patrimnio, salvo disposio contrria no ato constitutivo, dever ser incorporado ao de outra fundao de fim igual ou semelhante.

Art. 69. Tornando-se ilcita, impossvel ou intil a finalidade a que visa a fundao, ou vencido o prazo de sua existncia, o rgo do Ministrio Pblico, ou qualquer interessado, lhe promover a extino, incorporando-se o seu patrimnio, salvo disposio em contrrio no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundao, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

B. SUA CONSTITUIO PASSA POR QUATRO ETAPAS FUNDAMENTAIS:

I. DOTAO. o ato unilateral por cujo intermdio o fundador separa uma parcela de seu patrimnio e a destina criao do ente fundacional. Pode ser promovida inter vivos, por escritura pblica, ou causa mortis, atravs de testamento. Traz dois elementos:

1. Relao de bens desembaraados;

2. Especificao do fim. No Brasil permite-se a criao de Fundaes para quatro fins: Religiosos, Morais, Culturais ou Assistenciais.

II. ESTATUTO. Pode ser elaborado pelo prprio fundador ou pela pessoa que ele vier a credenciar.

III. APROVAO DO MINISTRIO PBLICO. Com a ressalva de haver possibilidade de suprimento judicial, caso o rgo do MP a denegue. Existe um promotor s pra isso.

IV. REGISTRO. A ser implementado no Registro de Pessoas Jurdicas.

FICHA 4

PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA: BENS

1. BENS IMVEIS E MVEIS.

A. OS BENS IMVEIS SE SUBDIVIDEM EM TRS CATEGORIAS:

I. IMVEIS POR NATUREZA. Correspondem ao solo e tudo que se incorporar naturalmente a ele (p. ex., rvores e frutos pendentes);

II. IMVEIS POR ACESSO ARTIFICIAL. Traduzem-se nas construes e edificaes que o homem incorpora ao solo, sendo de observar que os materiais provisoriamente separados de um prdio, para nele mesmo se reempregarem, no perdem o carter de imveis (CC, art. 81, II). Ex.: uma casa que possa ser retirada e reimplantada em outro local considerada IMVEL mesmo que esteja sendo transportado. O mesmo se d para os vitrais que so retirados para de uma igreja para restauro so consideradas tambm imveis.

III. IMVEIS POR DEFINIO LEGAL. Aqui se compreendem os direitos reais sobre imveis (hipoteca, usufruto, etc) e as aes que os asseguram, bem como o direito sucesso aberta (CC, art. 80), ou seja, o direito que um filho tem a herana do pai no pode ser renunciado sem a anuncia da esposa, pois a herana um imvel por natureza legal, no importa de quanto seja os bens.

Art. 79. So bens imveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imveis e as aes que os asseguram;

II - o direito sucesso aberta.

Art. 81. No perdem o carter de imveis:

I - as edificaes que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prdio, para nele se reempregarem.

B. J OS BENS MVEIS SO AQUELES SUSCETVEIS DE MOVIMENTO PRPRIO (= semoventes), ou passveis de remoo por fora alheia, sem alterao da substncia ou da destinao econmico-social (CC, art. 82), como um carro, um relgio, etc. Outrossim, consideram-se mveis para os efeitos legais

I. Os direitos reais sobre objetos mveis e as aes correspondentes;

II. os direitos pessoais de carter patrimonial e respectivas aes (vinculao entre pessoas como emprstimo, locao), so mveis por definio legal;

III. as energias que tenham valor econmico (CC, art. 83);

C. IMPORTNCIA DA DISTINO ENTRE BENS IMVEIS E MVEIS: h no Direito impostos que recaem sobre os bens. O ITBI, por exemplo, recai sobre a transmisso de propriedade imvel. Tambm em caso de casamento, a lei determina que a venda de um bem imvel so se d com a anuncia do cnjuge. Com relao a propriedade, os bens mveis se transmitem com a tradio, j a propriedade dos bens imveis s se d com o registro dos imveis no cartrio correspondente.

D. OBSERVAO: h certas classes de bens mveis, como avies e navios, que so objeto de hipoteca.

2. BENS FUNGVEIS E INFUNGVEIS. Tm-se por fungveis os bens mveis que podem substituir-se por outros da mesma espcie, qualidade e quantidade (p. ex., duas dzias de laranjas e quase tudo que fabricado em srie pela indstria, quase todos os produtos so fungveis), ao passo que infungveis so os bens que no comportam substituio (p. ex., uma obra de arte, apartamento so bens nicos, todos os bens imveis so infungveis). IMPORTNCIA: esta classificao no Direito de suma importncia porque, por exemplo, ao emprstimo de bem fungvel se d o mtuo (que transmite a propriedade). J o comodato emprstimo de bem infungvel (que transmites s a posse).

3. BENS CONSUMVEIS E INCONSUMVEIS. Art. 86 do CC. So consumveis os bens mveis cujo uso importa destruio imediata da prpria substncia (p. ex., gneros alimentcios), sendo tambm considerados tais os destinados alienao (p. ex., um relgio na vitrine de uma loja).

4. BENS DIVISVEIS E INDIVISVEIS. Bens divisveis so os que se podem partir em pores, desde que:

A. No altere a substncia;

B. No prejudique a utilizao; ou

C. No acarrete diminuio considervel do valor.Saliente-se que nos termos do art. 88 do CC, os bens naturalmente divisveis (p. ex., um terreno) podem tornar-se indivisveis por determinao da lei (p. ex., o mdulo rural, que nos termos do art. 65 do Estatuto da Terra, no comporta a possibilidade de diviso) ou por vontade das partes (p. ex., o condomnio sobre uma rea de terra, com clusula de indiviso temporria).

5. BENS SINGULARES E COLETIVOS. So singulares os bens que, embora reunidos, consideram-se de per si, independentemente dos demais (p. ex., o fascculo de uma coleo). Por sua vez, os bens coletivos so aqueles que se consideram integrados ao agrupamento do qual fazem parte (p. ex., o chocolate de uma caixa sortida, que no pode ser vendido de forma avulsa).

A. UNIVERSALIDADE: Cabe destacar que os agrupamentos, em Direito Civil, traduzem universalidades, que podem ser: I. DE FATO (art. 90 do CC). Correspondem pluralidade de bens singulares que, pertinentes mesma pessoa, tenham destinao unitria (p. ex., um rebanho, uma biblioteca);

II. DE DIREITO (art. 91 do CC). Apresentam-se como o complexo de relaes jurdicas de uma pessoa, dotadas de valor econmico (p. ex., o patrimnio, a massa falida, contratos de um curso, receitas e despesas).

6. PRINCIPAIS E ACESSRIOS. O bem se diz principal quando enfocado em sua totalidade, existindo sobre si mesmo, enquanto acessrio o bem que existe em funo do principal (p. ex., as rodas em relao ao carro). Trata-se, pois, de uma classificao que leva em conta os bens reciprocamente considerados. Os acessrios se subdividem em: CLASSIFICAO:A. PARTES INTEGRANTES: Compem a estrutura e a prpria essncia da coisa principal (p. ex., a bateria de um carro). Por essa razo, entende-se que os acessrios constitudos em partes integrantes acompanham, em regra, o principal.

B. PERTENAS: So acessrios que, no constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao servio, ou ao aformoseamento do principal (p. ex., o aparelho de som customizado de um carro). Observe-se que, em consonncia com o art. 94 do CC, as pertenas no acompanham, em regra, o principal, salvo se o contrrio resultar da lei, da manifestao de vontade, ou das circunstncias do caso, como o extintor de incndio e o air bag (que agora obrigatrio).

C. BENFEITORIAS: Ainda no campo dos acessrios, incluem-se as benfeitorias, que traduzem obras e acrscimos introduzidos ao bem mediante a interveno do proprietrio, possuidor ou detentor. As benfeitorias se classificam em:

I. NECESSRIAS. Destinam-se a conservar o bem (p. ex., o conserto de um vazamento). No precisa de qurum nem de permisso para fazer a benfeitoria necessria, a no ser que seja obra de grande valor. Das reformas necessrias, o inquilino recebe indenizao, com reteno, ou seja, permanece no imvel at receber o valor do investimento.

II. TEIS. So as que aumentam ou facilitam o uso do bem (p. ex., uma garagem). Um sndico precisa de 1/2 dos votos dos condminos pra fazer uma benfeitoria til. Se forem autorizadas geram indenizao com reteno, direito de se manter no imvel at ter ressarcido seus investimentos.

III. VOLUPTURIAS. Quando propiciam lazer ou embelezamento (p. ex., um playground, um jardim). Um sndico precisa de 2/3 dos votos dos condminos pra fazer uma benfeitoria volupturia.

FICHA 5 RECIFE, 03 DE FEVEREIRO DE 2015

PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA: ATOS JURDICOS / NEGCIOS JURDICOS1. CONCEITO E CLASSIFICAO DO ATO JURDICO. Ato jurdico o ato de vontade capaz de criar, modificar, resguardar, transferir ou extinguir direitos e deveres. todo ato de vontade capaz de operar efeitos de natureza jurdica. Obs.: namoro no negcio jurdico, no gera obrigao de fidelidade, para o STJ um mero passatempo. Os atos jurdicos lcitos subdividem-se em:

A. DIVISO:

I. ATOS JURDICOS STRICTO SENSU. Consideram-se tais os atos de vontade cujos efeitos encontram-se predeterminados em lei (p. ex., o casamento);

II. NEGCIOS JURDICOS. Correspondem a atos de vontade cujos efeitos decorrem do livre consentimento das partes (p. ex., o contrato). Observe-se que as normas referentes aos negcios jurdicos aplicam-se, no que couber, aos atos jurdicos stricto sensu (CC, art. 185).

2. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE DO ATO JURDICO. So pressupostos de validade do ato jurdico:

A. Agente capaz;

B. Objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel.

C. Forma prescrita ou no defesa em lei. Art. 107 do CC. A validade da declarao de vontade no depender de forma especial, seno quando a lei expressamente a exigir.

3. INTERPRETAO DO ATO JURDICO. Nas declaraes de vontade, deve-se ater mais inteno nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem (CC, art. 112). Porm, em se tratando de negcio jurdico benfico ou de renncia, ordena a lei que se recorra ao critrio da interpretao estrita (CC, art. 114). No que pertine ao silncio, deve-se entender que ele s induzir anuncia quando as circunstncias ou os usos o autorizarem, e no for necessria a declarao de vontade expressa (CC, art. 111). Tal se verifica, por exemplo, no contrato de doao, em que o doador pode fixar prazo ao donatrio para declarar se aceita, ou no a liberalidade; desde que o donatrio, ciente do prazo, no faa, dentro dele, a declarao, o seu silncio faz presumir que aceitou, em ateno ao que dispe o art. 539 do CC. Por outro lado, se a declarao de vontade tiver sido externada no contexto de uma reserva mental, deve prevalecer, em princpio, aquilo que o agente declarou, salvo o destinatrio tinha conhecimento prvio da vontade real concebida pelo declarante, hiptese em que a declarao no mais subsistir. Por reserva mental, entenda-se a declarao intencionalmente feita em sentido contrrio vontade real do declarante, com o propsito de enganar terceiros (Mario Godoy, Direito civil, questes comentadas CESPE, 2 ed., So Paulo, Mtodo, 2010, p. 67).

4. CONDIO

A. Suspensiva suspende a aquisio e o exerccio do direito. Ex.: pai que promete dar carro ao filho se ele passar no vestibular.

B. Resolutiva quando o pai diz ao filho que ele passe no vestibular da federal que ele ganhar um carro.

5. TERMO suspende o exerccio mas no a aquisio do direito.

6. ENCARGO no suspende nem a aquisio nem o exerccio do direito. Ex.: de pessoa que recebe um imvel com a obrigao de construir uma creche nele. Se a pessoa descumpre o encargo, tal fato autoriza a revogao da liberalidade.

7. RESERVA MENTAL ocorre quando a parte profere uma declarao sem que tenha vontade de cumpri-la. uma declarao de vontade sem a inteno de cumprir o que declara. Ex.: Joo perdeu o co e divulgou por toda a cidade que pagaria R$ 5mil reais para quem achasse o seu co. Um belo dia, conversando com o vizinho, disse a ele que no pagaria os R$ 5mil a quem achasse o co. Mas, no dia seguinte, o vizinho acha o co. Sendo assim, toda a populao da cidade poderia cobrar os R$ 5mil ao Joo pelo co. Mas o vizinho, que tinha conhecimento de que Joo estava agindo em reserva mental, no pode cobrar de Joo os R$ 5mil (Art. 110 CC).

FICHA 6

PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA: DEFEITOS DO NEGCIO JURDICO

1. NEGCIO JURDICO - CONCEITO E CLASSIFICAO. Os defeitos do negcio jurdico correspondem a vcios capazes de provocar sua anulabilidade, sendo de 4 anos o prazo decadencial para a propositura da competente ao anulatria (CC, art. 178, incs. I e II). Classificam-se em:

A. Vcios do consentimento. So aqueles que embaraam a livre manifestao da vontade. Exemplos: erro, dolo, coao, estado de perigo e leso.

B. Vcios sociais. Que so aptos a provocar leso a interesse de terceiros. Exemplos: fraude contra credores e simulao. Observao importante: o vcio de simulao, atualmente, enseja a nulidade absoluta do negcio.

C. Vcios de Simulao: opera nulidade absoluta (a ser abordado depois).

2. ERRO. O erro se revela na falsa percepo da realidade. Para que se justifique a anulao do negcio pelo vcio do erro. Ex.: o cidado compra o melhor anel de ouro da loja e depois descobre que o anel de lato, folheado. Na sua percepo estava comprando uma joia. O erro, neste caso, mostrou-se prejudicial. Deve ele conter trs caractersticas essenciais:

A. SUBSTANCIALIDADE (CC, art. 139): de graves propores, substancial, predominante para a feitura do negcio jurdico. Ex.: Cidado compra imvel da Rua Rui Barbosa achando que estava comprando imvel na Avenida Rui Barbosa.

I. ANULAO DE CASAMENTO:Nos casos de anulao de casamento, a esposa pode argumentar erro substancial (mudanas de sexo// homem aparentemente viril que, na verdade, era homossexual// m reputao pregressa esposa ex prostituta// mulher casa com assassino// impotncia// etc). Pode anular-se o casamento at 3 anos da celebrao. Aps esse prazo, s h separao por divrcio. Causas da anulao:

1. CAUSA PREEXISTENTE QUE INDUZIU O CNJUGE A ERRO:

2. CONHECIMENTO SUPERVENIENTE:

3. INSUPORTABILIDADE DA VIDA COMUM:

B. COGNOSCIBILIDADE (CC, art. 138): aquele erro que poderia ser percebido por pessoa de diligncia normal, ou seja, o ru percebeu, sabia, que a outra parte est errando, e continua a agir de m f. quando a outra parte percebe que a vtima est errando e nada faz para esclarecer a vtima.

C. ESCUSABILIDADE (na viso da doutrina):

D. OBSERVAO:

I. FALSO MOTIVO: o falso motivo s vicia o negcio quando ele for expresso como razo determinante do negcio. Ex.: Curso online, se voc no passar ele te devolve o dinheiro. Art. 140 do CC.

II. TRANSMISSO ERRNEA POR MEIOS INTERPOSTOS: Art. 141 do CC, ou seja. Ex.: proprietrio anuncia a venda do apartamento por R$ 220mil. S que a funcionria dos classificados anuncia, erradamente, o apartamento por R$ 22mil. Nesse caso a informao foi publicada erradamente por culpa de outra pessoa.

III. ERRO DE CLCULO: em caso de erro de clculo autoriza apenas retificao, mas no anula o negcio jurdico. Inclusive no judicirio: de

IV. CONVALECIMENTO: consumidor compra anel de lato achando que de ouro. O consumidor volta a loja, exige o anel de ouro e o lojista deu ao consumidor um anel de ouro. Neste caso o vcio foi sanado! Art. 144 do CC: o erro convalesce quando a outra parte se prope a executar o negcio conforme a vontade real da vtima. O erro sanado! Acabou o vcio.

O erro de direito s induz anulabilidade quando no implicar recusa aplicao da lei, e desde que tenha sido ele o motivo nico ou principal do negcio jurdico (CC, art. 139, inc. III). Vale dizer: para que o erro de direito legitime o pedido de anulao, necessrio que recaia sobre norma dispositiva. CC, art. 140. O falso motivo s vicia a declarao de vontade quando expresso como razo determinante. CC, art. 141. A transmisso errnea da vontade por meios interpostos anulvel nos mesmos casos em que o a declarao direta. CC, art. 142. O erro na indicao de pessoa ou da coisa, a que se referir a declarao de vontade, no viciar o negcio quando, por seu contexto e pelas circunstncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. CC, art. 143. O erro de clculo apenas autoriza a retificao da declarao de vontade. CC, art. 144. O erro no prejudica a validade do negcio jurdico quando a pessoa, a quem a manifestao de vontade se dirige, se oferecer para execut-la na conformidade da vontade real do manifestante hiptese em que se ter o convalescimento da relao.Art. 138. So anulveis os negcios jurdicos, quando as declaraes de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligncia normal, em face das circunstncias do negcio.

Art. 139. O erro substancial quando:

I - interessa natureza do negcio, ao objeto principal da declarao, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

II - concerne identidade ou qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declarao de vontade, desde que tenha infludo nesta de modo relevante;

III - sendo de direito e no implicando recusa aplicao da lei, for o motivo nico ou principal do negcio jurdico.

3. Dolo. O dolo o artifcio utilizado para induzir a parte ao engano, levando-a a concluir o negcio jurdico. Ex.: comerciante d um banho de loja para que a vtima seja induzida a se enganar.

A. CLASSIFICA-SE EM:

I. PRINCIPAL. Apresenta-se como a razo determinante da celebrao do ajuste. Tem como consequncia a anulabilidade negocial. A consequncia do dolo principal a anulabilidade, vai pedira a anulao do negcio jurdico.

II. ACIDENTAL. Quando, a seu despeito, o negcio ainda teria sido realizado, embora por outro modo, servindo o dolo apenas para provocar maior onerosidade. Enseja como consequncia a indenizao das perdas e danos. Ex.: frentista de posto de gasolina que, por dolo, faz o cliente pagar mais caro. A consequncia a indenizao por perdas e danos.

III. RECPROCO. Se ambas as partes tiverem agido com dolo, hiptese em que nenhuma delas poder aleg-lo para anular o negcio, ou reclamar indenizao (art. 150). Neste caso, nenhuma das partes poder anular o negcio ou reclamar indenizao.

IV. DE TERCEIRO. Nessa hiptese, caso a parte beneficiada tenha ou deva ter conhecimento do dolo de terceiro, o negcio ser anulvel e ambos respondero por perdas e danos, tanto o beneficirio quanto o terceiro; se, ao contrrio, ela estiver de boa-f, o negcio subsistir, respondendo o terceiro por perdas e danos (CC, art. 148).

4. COAO. Traduz-se a coao na grave ameaa, apta a provocar na vtima um fundado receio de dano iminente sua pessoa, sua famlia, ou aos seus bens.

A. CONDIO PESSOAL DA VTIMA: Para que apure a gravidade, devem-se levar em conta o sexo, a idade, a condio, a sade, o temperamento e todas as demais circunstncias pessoais da vtima, que possam influir na gravidade da coao (CC, art. 152). A coao tambm poder ser exercida por terceiro, hiptese em que, caso a parte beneficiada dela tenha ou deva ter conhecimento, o negcio ser anulvel, e ambos respondero solidariamente por perdas e danos; por outro lado, estando a parte beneficiada de boa-f, o negcio subsistir, respondendo apenas o terceiro pelas perdas e danos (arts. 154 e 155). Art. 153.

B. TEMOR REVERENCIAL: no se consideram coao a ameaa do exerccio normal de um direito, nem o simples temor reverencial. Ex.: o locador ameaa despejar o inquilino caso ele no pague. Nesse caso, direito do locador despejar o inquilino inadimplente.

5. ESTADO DE PERIGO.Configura-se o estado de perigo de vida quando algum, sob um estado de premente necessidade de salvar a si ou a pessoa de sua famlia, de grave dano, conhecido pela outra parte, assume obrigao excessivamente onerosa (CC, art. 156). Ex.: vtima que, para receber atendimento nos hospitais, precisa assinar cauo.

6. LESO. Ocorre leso quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperincia, se obriga a prestao manifestamente desproporcional ao valor da prestao oposta (CC, art. 157). Nos termos do 2 do art. 157, no se decretar a anulao do negcio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a reduo do proveito ocorrendo, nesse caso, o convalescimento do ajuste. Ex.: percebendo que homem estava parado na estrada pedindo carona com o carro quebrado a noite, caminhoneiro pede 2mil reais pela carona at a prxima cidade.

A. diferena entre ESTADO DE PERIGO e LESO que no primeiro caso h necessidade de se salvar!! Salvamento!! Perigo de vida!!

7. FRAUDE CONTRA CREDORES. A fraude contra credores acontece quando o devedor insolvente, ou na iminncia de se tornar insolvente, pratica negcios capazes de reduzir o seu patrimnio, em prejuzo dos seus credores. Tudo se resume a REPASSAR BENS.

A. TIPOS DE CREDORES (QUIROGRAFRIOS):

I. CREDORES COM GARANTIA REAL: Excepcionalmente, porm, os credores com garantia real tambm podero ser por ela prejudicados, toda vez que o valor do bem dado em garantia no for suficiente para assegurar o pagamento dos seus crditos. Ex.: Penhor e Hipoteca. Obs: a hipoteca impede a venda?? NO!! Cabe a pessoa que compra verificar nos registros se h gravame. O novo proprietrio vai ter que se responsabilizar pela Hipoteca. A inadimplncia da hipoteca faz com que o banco execute a hipoteca, independente ou no. Fraude contra credores desafia a ao PAULIANA.

1. DEPRECIAO DO IMVEL: quando o imvel deprecia de valor, em caso de execuo da hipoteca do imvel, o saldo negativo o banco vai buscar junto com os quirografrios, pois a garantia dele no saldou o emprstimo (o saldo passa a ser dvida quirografria).

II. CREDORES QUIROGRAFRIOS: Emprestou sem garantia. A princpio, somente os credores quirografrios, porquanto desprovidos do direito de preferncia, podero sofrer a fraude contra credores.

B. FORMAS: Ressalte-se que a fraude contra credores pode se revelar atravs de duas formas principais:

I. NEGCIOS DE TRANSMISSO GRATUITA OU REMISSO DE DVIDA. Dispensam a prova do consilium fraudis (= conluio fraudulento entre o devedor insolvente e o adquirente dos seus bens);

II. NEGCIOS DE TRANSMISSO ONEROSA. Exigem a prova do consilium fraudis, o qual, porm, presumir-se- quando a insolvncia for notria, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante (CC, art. 159).

C. AO PAULIANA: Saliente-se que ao destinada a anular a fraude contra credores recebe o nome de ao PAULIANA, devendo ser proposta, em tese, pelos credores quirografrios que j o eram ao tempo dos atos fraudulentos, bem como pelos credores preferenciais cuja garantia se tornar insuficiente, observada a mesma condio. Devem ser chamados a compor o polo passivo o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulao fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de m-f. E uma vez anulada a fraude, a vantagem dela resultante dever ser revertida em proveito do acervo sobre o qual se efetuar o concurso de credores.

FICHA 7

Professor: Mario Godoy Tema: NULIDADES DO NEGCIOS JURDICOS

1. CONCEITO. As nulidades correspondem a vcios de ORDEM PBLICA que impedem a passagem do negcio jurdico pelo plano da validade, agridem a ordem pblica. Arts. 166 e 171 do CC.

2. ESPCIES: Subdividem-se em duas espcies:

2.1. NULIDADE ABSOLUTA (ou, simplesmente, nulidade), que incide quando o vcio se contrape ordem pblica, NO GERA EFICCIA JURDICA. Nunca convalecem. conhecida de ofcio pelo judicirio. imprescritvel, a matria pode ser arguida a qualquer tempo.

2.2. NULIDADE RELATIVA (ou anulabilidade), quando atinge interesses apenas particulares, GERA EFICCIA AT A SENTENA. Admitem convalecimento. Depende de alegao, algum vai ter que pedir. Sujeita-se a prazos decadenciais.

2.3. DIFERENAS: Diferenas entre nulidade absoluta e relativa. As hipteses de nulidade absoluta encontram-se elencadas exemplificativamente no art. 166 do CC. So elas:

2.3.1. agente absolutamente incapaz;

2.3.2. objeto ilcito, impossvel ou indeterminvel;

2.3.3. quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilcito;

2.3.4. inobservncia da forma prescrita em lei;

2.3.5. preterio de solenidade que a lei considere essencial;

2.3.6. fraude lei (imperativa);

2.3.7. quando a lei taxativamente declarar o ato nulo, ou proibir-lhe a prtica, sem cominar sano.

2.4. SIMULAO X DISSIMULAO: o negcio simulado sempre nulo. Nem tudo o que aparece ruim. DISSIMULADO: Outrossim, a teor do art. 167 do CC, nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se dissimulou, se vlido for na substncia e na forma, vai ser considerado como negcio vlido. H de se entender, destarte, que a simulao opera nulidade absoluta, devendo no entanto subsistir o negcio dissimulado, sempre que este preencher os pressupostos substanciais e formais para a sua validade; caso ele no venha a atender tais pressupostos, restar incurso em nulidade absoluta ou relativa, a depender da natureza do vcio.

2.5. J os casos legais de nulidade relativa esto listados, de forma exemplificativa, no art. 171 do CC. So eles: a) agente relativamente incapaz; b) defeitos do negcio jurdico (erro, dolo, coao, estado de perigo, leso e fraude contra credores). Observe-se que a nulidade absoluta, em tese, no acarreta a produo de efeitos, ao passo que a nulidade relativa capaz de ger-los at a sentena anulatria; a nulidade absoluta no suscetvel de confirmao, enquanto a nulidade relativa pode ser ratificada; a nulidade absoluta deve ser pronunciada de ofcio pelo juiz, j a nulidade relativa depende de alegao da parte interessada; a nulidade absoluta considera-se imprescritvel, ao contrrio da nulidade relativa, que se sujeita a prazos decadenciais (vide CC, arts. 178 e 179) Afinal, cumpre atentar para a possibilidade de converso aplicada ao campo da nulidade absoluta. Por converso entenda-se a transformao de um negcio nulo em um outro negcio de natureza diversa, vlido, mediante o aproveitamento de um dos seus requisitos, de modo a atender ao interesse presumvel das partes. Referida possibilidade encontra-se ventilada no art. 170 do CC: Se, porm, o negcio jurdico nulo contiver os requisitos de outro, subsistir este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

2.6. 3. Invalidade parcial. Art. 184. Respeitada a inteno das partes, a invalidade parcial de um negcio jurdico no o prejudicar na parte vlida, se esta for separvel; a invalidade da obrigao principal implica a das obrigaes acessrias, mas a destas no induz a da obrigao principal. 4. Efeitos da sentena que reconhece a nulidade absoluta ou que desconstitui a nulidade relativa. A sentena que reconhece a nulidade absoluta opera ex tunc, pois se limita a declarar que as partes se situam no mesmo status quo ante que precedia a celebrao negocial. No tocante sentena que desconstitui a nulidade relativa, a doutrina se divide em duas correntes: a) a primeira, defendendo o seu carter ex nunc, a admitir como vlidos os efeitos produzidos at a sentena ( a posio do CESPE e da ESAF); b) a segunda, sustentando o seu carter ex tunc, por entender que as partes devem ser reconduzidas ao estado em que se achavam antes da formao do negcio. Com efeito, reza o art. 182, 1 parte, do CC: Anulado o negcio jurdico, restituir-se-o as partes ao estado em que antes dele se achavam ( a posio da FCC)

FICHA 8

PROFESSOR: MARIO GODOY TEMA: PRESCRIO E DECADNCIA

1. Conceito de prescrio. Pra cada direito violado, surge da parte prejudicada uma pretenso em propor uma ao judicial. A parte prejudicada pode sim propor uma ao para ter resguardado seu direito. Mas esta ao judicial tem prazo para ser interposta. Passado esse prazo, estamos no caso de PRESCRIO, ou seja, a perda da PRETENSO diante da no propositura da ao judicial no prazo legalmente fixado. Observe-se que a prescrio no chega a extinguir o direito subjetivo da parte, mas apenas retira a sua pretenso, fazendo com que o direito se torne, assim, inexigvel.

2. Fundamento da prescrio. A prescrio se pauta na necessidade de segurana jurdica, motivo pelo qual os prazos prescricionais no podem ser alterados por acordo das partes (CC, art. 192).

3. Prescrio de exceo. Art. 190 do CC. A exceo (DEFESA) prescreve no mesmo prazo que a pretenso. Logo, o direito cuja pretenso acaso prescrever no poder ser mais argido nem em sede de ao, nem em sede de defesa.

4. RENNCIA PRESCRIO. A renncia prescrio corresponde ao ato de vontade, expresso ou tcito, do devedor, no sentido de pagar a dvida prescrita. Requer dois pressupostos:

A. Que a prescrio j se tenha consumado;

B. Que do ato renunciativo no decorra prejuzo a terceiro. Isso acontece quando o devedor deva a mais de uma pessoa, estando uma das dvidas prescritas. Se o devedor paga a dvida prescrita no lugar da dvida que no est prescrita est incorrendo renncia ilegal.

5. Necessidade e momento de se alegar a prescrio. Por se tratar de matria de ordem pblica, a prescrio pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdio, pela parte a quem aproveita (CC, art. 193). E nos termos do art. 219, 5, do CPC, O juiz pronunciar, de ofcio, a prescrio.

6. Proteo aos relativamente incapazes e pessoas jurdicas. Tanto a prescrio como a decadncia correm normalmente contra os relativamente incapazes e as pessoas jurdicas, embora a consumao do prazo se deva na verdade inrcia daqueles que deveriam velar por seus interesses. Por esse motivo, os relativamente incapazes e as pessoas jurdicas tm ao contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa prescrio ou decadncia, ou no a alegarem oportunamente (CC, art. 195 c/c art. 208).

7. Sucesso na prescrio. Art. 196. A prescrio iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

8. CAUSAS IMPEDITIVAS (impede o incio da prescrio) E SUSPENSIVAS (impede o curso da prescrio) DA PRESCRIO. Tanto as causas impeditivas como as suspensivas obstam a fluncia normal dos prazos de prescrio. A diferena que a causa impeditiva preexiste contagem do prazo, impedindo o incio de seu curso, ao passo que a causa suspensiva se revela durante a contagem, paralisando sua fluncia, e uma vez cessada, faz com que o prazo volta a correr pelo remanescente. As causas que impedem ou suspendem a prescrio encontram-se previstas nos arts. 197, 198 e 199 do CC. Art. 197. O prazo vai ficar impedido at a criana fazer 16 anos. Absolutamente incapaz tambm quem sofre um acidente e fica em coma. Nesse caso o prazo fica suspenso enquanto durar o coma. Saindo do acidente o prazo continua a correr do momento em que foi suspensa.

9. No corre a prescrio: I entre cnjuges, na constncia da sociedade conjugal; II entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Art. 198.

10. Tambm no corre a prescrio: I contra os incapazes de que trata o art. 3 (= absolutamente incapazes); II contra os ausentes do Pas em servio pblico da Unio, dos Estados ou dos Municpios; III contra os que se acharem servindo nas Foras Armadas, em tempo de guerra.

11. Art. 199. No corre igualmente a prescrio: I pendendo condio suspensiva; II no estando vencido o prazo; III pendendo ao de evico. Outrossim, dispe o art. 200 do CC: Quando a ao se originar de fato que deva ser apurado no juzo criminal, no correr a prescrio antes da respectiva sentena definitiva.

12. CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIO. As causas interruptivas so aquelas que provocam o REINCIO da contagem do prazo prescricional. Nos termos do art. 202, pargrafo nico, do CC, a prescrio interrompida recomea a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper.O elenco legal das causas que interrompem a prescrio encontra-se previsto no art. 202 do CC, que estabelece: A interrupo da prescrio, que somente poder ocorrer uma vez, dar-se-:

A. I por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citao, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; Observao: Art. 219 do CPC: est escrito que a prescrio interrompida pela citao vlida. Neste caso h um conflito de leis e a matria CONTROVERTIDA! Se for prova de civil, devemos aceitar o despacho. Se for prova de processo, aceito a citao.

B. II por protesto, nas condies do inciso antecedente;

C. III por protesto cambial;

D. IV pela apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrio ou em concurso de credores;

E. V por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

F. VI por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

######### Fim da aula 2 ###################################

G. 10. Prazos de prescrio. No dispondo a lei de prazo menor, a prescrio se consuma em dez anos (CC, art. 205). J os prazos prescricionais especficos constam do art. 206 do CC, verbis: Prescreve: 1. Em 1 ano: I - a pretenso dos hospedeiros ou fornecedores de vveres destinados a consumo no prprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a pretenso do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que citado para responder ao de indenizao proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuncia do segurador; b) quanto aos demais seguros, da cincia do fato gerador da pretenso; III - a pretenso dos tabelies, auxiliares da justia, serventurios judiciais, rbitros e peritos, pela percepo de emolumentos, custas e honorrios; IV - a pretenso contra os peritos, pela avaliao dos bens que entraram para a formao do capital de sociedade annima, contado da publicao da ata da assemblia que aprovar o laudo;V - a pretenso dos credores no pagos contra os scios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicao da ata de encerramento da liquidao da sociedade. 2. Em 2 anos, a pretenso para haver prestaes alimentares, a partir da data em que se vencerem. 3. Em 3 anos: I - a pretenso relativa a aluguis de prdios urbanos ou rsticos; II - a pretenso para receber prestaes vencidas de rendas temporrias ou vitalcias; III - a pretenso para haver juros, dividendos ou quaisquer prestaes acessrias, pagveis, em perodos no maiores de um ano, com capitalizao ou sem ela; IV - a pretenso de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretenso de reparao civil; VI - a pretenso de restituio dos lucros ou dividendos recebidos de m-f, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuio; VII - a pretenso contra as pessoas em seguida indicadas por violao da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicao dos atos constitutivos da sociedade annima; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentao, aos scios, do balano referente ao exerccio em que a violao tenha sido praticada, ou da reunio ou assemblia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para os liquidantes, da primeira assemblia semestral posterior violao; VIII - a pretenso para haver o pagamento de ttulo de crdito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposies de lei especial; IX - a pretenso do beneficirio contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatrio. 4. Em 4 anos, a pretenso relativa tutela, a contar da data da aprovao das contas. 5. Em 5 anos: I - a pretenso de cobrana de dvidas lquidas constantes de instrumento pblico ou particular;II - a pretenso dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorrios, contado o prazo da concluso dos servios, da cessao dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretenso do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juzo.

Recife, 13 de fevereiro de 2015.

AULA DE DIREITO CIVIL MRIO GODOY

11. Conceito de decadncia. Tem-se por decadncia a perda do direito potestativo diante da inrcia do seu titular em exerc-lo dentro do prazo que a lei ou a conveno estabelecer. Cumpre salientar que os prazos decadenciais tm natureza fatal e peremptria, por no sofrerem a influncia das causas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrio (CC, art. 207). Admite-se, porm, uma exceo: no corre decadncia contra os absolutamente incapazes (CC, art. 208 c/c art. 198, inc. I), entre os cnjuges, etc.

13. Decadncia legal e convencional. Subdivide-se a decadncia em legal e convencional.

A. Enquanto a decadncia legal criada diretamente por lei, Acerca da decadncia legal, reza o art. 209 do CC: nula a renncia decadncia fixada em lei. Outrossim, dispe o CC, em seu art. 210: Deve o juiz, de ofcio, conhecer da decadncia, quando estabelecida por lei.

B. a convencional decorre da vontade das partes, observado o limite legalmente estipulado para sua fixao. As concessionrias de veculos do o prazo que quiser para os seus veculos: 1ano, 3anos, 6anos, etc. Quanto decadncia convencional, cumpre transcrever o art. 211 do CC: Se a decadncia for convencional, a parte a quem aproveita pode aleg-la em qualquer grau de jurisdio, mas o juiz no pode suprir a alegao.

DAS OBRIGAES

OBRIGAES DE DAR, FAZER E NO FAZER

1. Obrigao de dar. A obrigao de dar aquela cujo objeto consiste na entrega de uma coisa. Subdivide-se em:

A. Obrigao de dar coisa certa. Diz respeito a uma coisa certa e determinada, sendo conveniente ressaltar que o credor de coisa certa no obrigado a receber coisa diversa, mesmo que mais valiosa; Ex.: Se queria um fusca dos anos 70, no adianta oferecer-lhe uma Ferrari, mesmo que esta seja mais valiosa que aquele. A coisa certa deve estar acompanhada de seus acessrios, salvo se o contrrio resultar do ttulo e das circunstncias (ARt. 233 do CC). A obrigao de dar coisa certa vem pautada pelas seguintes regras:

I. a) Se a perda da coisa resultar da culpa do devedor, responder este pelo equivalente mais perdas e danos; no havendo culpa, ficar resolvida a obrigao para ambas as partes (art. 234 do CC);

II. b) Deteriorada a coisa, no sendo o devedor culpado, poder o credor resolver a obrigao, ou aceitar a coisa, abatido de seu preo o valor que perdeu (art. 235 do CC); sendo culpado o devedor, poder o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenizao das perdas e danos (art. 236 do CC).

III. CASO 1: Joo vendeu seu automvel a Pedro, j tendo recebido o preo. A entrega ficou combinada para segunda feira.

1. 1: A coisa perece por culpa do devedor antes da tradio (bateu no carro bbado, perda total).

a. OBJETO: AUTOMVEL

b. CREDOR: PEDRO

c. DEVEDOR: JOO

d. PAGAMENTO: JOO DEVER PAGAR A PEDRO O VALOR DO AUTOMVEL MAIS PERDAS E DANOS.

2. HIPTESE 2: a coisa se deteriora por culpa do devedor antes da tradio (bateu s na porta do carro). PAGAMENTO: PEDRO NO OBRIGADO A ACEITAR O AUTOMVEL. ELE PODE RECUSAR E PEDIR PERDAS E DANOS OU ELE ACEITA O BEM ESTRAGADO MAS SEM ABRIR MO DAS PERDAS + DANOS + DEPRECIAO DO VECULO.

3. HIPTESE 3: a coisa perece sem culpa do devedor antes da tradio (garagem, por motivos de fora maior, desaba em cima do carro, motivo de fora maior). PAGAMENTO: CANCELA-SE O CONTRATO E O CREDOR REEMBOLSADO DO VALOR J PAGO AO

4. HIPTESE 4: a coisa se deteriora sem culpa do devedor antes da tradio (galho de rvore cai e amassa o carro). PAGAMENTO: PEDRO, ENQUANTO CREDOR, FICA COM O CARRO SE QUISER. PODE NO QUERER FICAR COM O CARRO E PEDIR O REEMBOLSO. OU PODE ACEITAR O BEM COM ABATIMENTO PRA COMPENSAR O PREJUZO.

B. Obrigao de restituir. Corresponde ao dever de efetuar a devoluo de uma coisa: um carro, uma casa, etc; Aplicam-se obrigao de restituir as seguintes disposies:

I. Se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus direitos at o dia da perda (art. 238 do CC); se a coisa se perder por culpa do devedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos (art. 239 do CC);

II. Se a coisa restituvel se deteriorar sem culpa do devedor, receb-la- o credor, tal qual se ache, sem direito a indenizao; se tiver havido culpa do devedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos (art. 240 do CC).

III. CASO 2: Maria emprestou seu automvel a Jos. A devoluo ficou combinada para segunda-feira.

1. HIPTESE 1: A coisa perece sem culpa do devedor antes da tradio.

a. OBJETO: AUTOMVEL

b. DEVEDOR: JOS

c. CREDORA: MARIA

d. OBRIGAO:A OBRIGAO SE RESOLVE E O CREDOR SOFRE A PERDA. QUEM EMPRESTA, NEM A S PRESTA. Art. 238 do CC obrigao de restituir o livro na biblioteca.

2. HIPTESE 2: a coisa se deteriora sem culpa do devedor antes da tradio. OBRIGAO: O CREDOR RECEBER O OBJETO COMO SE ENCONTRE, SEM INDENIZAES.

3. HIPTESE 3: havendo culpa do devedor, este haver de

C. OBRIGAO DE DAR COISA INCERTA. Envolve coisas indicadas pelo gnero e quantidade, as quais somente podero se individualizar aps a efetivao da escolha. Ocorre quando se compra em grosso: cinco bois, uma dzia de laranjas, etc. Regem a obrigao de dar coisa incerta os seguintes dispositivos:

I. Antes da escolha, no poder o devedor alegar perda ou deteriorao da coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito (art. 246 do CC);

II. A escolha pertence ao devedor (no caso de omisso do contrato), se o contrrio no resultar do ttulo da obrigao, ou seja, se no tiver sido determinado em contrato (acordo de vontades). Porm, no poder dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor (art. 244 do CC).

2. OBRIGAO DE FAZER. A obrigao de fazer tem por objeto a prestao de um fato. Classifica-se em:

A. Infungvel. Reclama o cumprimento pessoal por parte do devedor. Nos termos do art. 247 do CC, incorre na obrigao de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exeqvel. Ex.: Fazer um show, dar uma aula, fazer um muro, etc. Descumprida a obrigao INFUNGVEL, esta obrigao se resolve em perdas e danos.

B. Fungvel. Quando o devedor puder cumpri-la pessoalmente ou atravs de um terceiro. Reza, a propsito, o art. 249 do CC: Se o fato puder ser executado por terceiro, ser livre ao credor mand-lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuzo da indenizao cabvel. Pargrafo nico. Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autorizao judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Seja fungvel ou infungvel a obrigao de fazer, se a prestao do fato tornar-se impossvel sem culpa do devedor, resolver-se- a obrigao; se por culpa dele, responder por perdas e danos (CC, art. 248).

C. OBRIGAO DE PRESTAR VONTADE: um homem quando pede uma mulher em noivado, ele promete casar. Caso no ocorra o casamento, no h maiores consequncias por descumprir a promessa a no ser que tenha havido gastos para as partes. Porm, a promessa de compra e venda de imvel, contrato preliminar, que nada mais que uma promessa. Aps o pagamento de todas as parcelas da prestao do imvel, a escritura definitiva do imvel se faz. HIPTESE: tendo recebido todo o pagamento pelo imvel, o proprietrio se nega a assinar o escritura definitiva de transferncia do imvel, pode a parte lesada entrar com ao de ADJUDICAO COMPULSRIA: Art. 466-B do CPC: Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato no cumprir a obrigao, a outra parte, sendo isso possvel e no excludo pelo ttulo, poder obter uma sentena que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.(Includo pela Lei n 11.232, de 2005). OBS.: O contrato preliminar no precisa guardar a mesma forma do definitivo, pode ser um contrato verbal.

3. OBRIGAO DE NO FAZER. A obrigao de no fazer aquela pela qual a parte assume um dever de absteno. Principais regras:

A. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar (CC, art. 250).

B. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Em caso de urgncia, poder o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judicial, sem prejuzo do ressarcimento devido (CC, art. 251). Ex.: Dois vizinhos se obrigam entre si a no construir muro entre os seus imveis. Pode-se pedir pra desfazer... mas uma obrigao de no publicar formular que so dispostas na internet, no se pode pedir pra tirar mais ...

4. OBRIGAO ALTERNATIVA. No silencio do contrato, quem escolhe o devedor. Sendo assim, na hiptese de um agricultor entregar ao credor 30 sacas de trigo OU 30 sacas de milho OU 30 sacas de caf, pode ele escolher que cultura entregar!

A. No pode o devedor fazer um mix de trigo, milho e caf... dever entregar inteiramente uma cultura apenas.

B. Havendo uma pluralidade de optantes, estes no podem decidir nem por maioria! S por unanimidade deve ser a escolha ou por deciso de um juiz.

C. Perecendo uma das trs culturas, a obrigao recai sobre as demais.

5. OBRIGAO DIVISVEL. A obrigao considera-se divisvel quando seu objeto comporta a possibilidade de diviso (p. ex., uma soma em dinheiro, uma safra). CC, art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigao divisvel, esta presume-se dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. CC, art. 314. Ainda que a obrigao tenha por objeto prestao divisvel, no pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim no se ajustou.

6. OBRIGAO INDIVISVEL. A obrigao indivisvel quando a prestao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetveis de diviso, por sua natureza (p. ex., um cavalo), por motivo de ordem econmica (p. ex., uma jia rara), ou dada a razo determinante do negcio jurdico (p. ex., um contrato que no permite que o pagamento se faa em parcelas) (CC, art. 258).

A. VRIOS DEVEDORES: Observe-se que havendo mais de um devedor em obrigao indivisvel, cada um ser obrigado pela totalidade da dvida.

I. O devedor, que adimplir o dbito, sub-roga-se nos direitos do credor em relao aos outros co-obrigados (CC, art. 259).

II. Ainda com relao pluralidade de devedores, salienta o art. 262 do CC que perde a qualidade de indivisvel a obrigao que se resolver em perdas e danos (o objeto perece e os devedores passam a ter a obrigao de pagar pelo bem perecido e perdas e danos). Nesse caso, se houver culpa de todos os devedores, respondero todos por partes iguais; se de s um for a culpa, ficaro exonerados os outros, respondendo s esse pelas perdas e danos.

B. VRIOS CREDORES: Por outro lado, se a pluralidade for de credores, poder cada um destes exigir a dvida inteira; mas o devedor somente se desobrigar QUANDO:

I. Pagando a todos conjuntamente, ou

II. Pagar a um deles, com cauo de ratificao dos demais (CC, art. 260). Com efeito, se o devedor assim no o fizer, correr o risco de, pagando mal, ser obrigado a pagar novamente.

III. E finalmente, se um s dos credores receber a prestao por inteiro, a cada um dos outros assistir o direito de exigir dele, em dinheiro, a parte que lhe caiba no total (art. 261 do CC).

7. OBRIGAO SOLIDRIA. A obrigao solidria aquela na qual concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um deles com direito, ou obrigado, dvida toda. Nesse contexto, importante ressaltar que solidariedade no se presume; resulta da lei ou da vontade das partes (CC, art. 265).

A. ATIVA: Nos termos preconizados pela lei civil, a solidariedade pode ser ativa (quando concorrem vrios credores, podendo qualquer um deles exigir a integralidade do dbito) ou passiva (quando vrios so os devedores, qualquer um deles podendo ser compelido a tudo pagar). Principais regras referentes solidariedade ativa:

I. CC, art. 267. Cada um dos credores solidrios tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestao por inteiro.

II. CC, art. 272. O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba.

III. CC, art. 268. Enquanto alguns dos credores solidrios no demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poder este pagar.

IV. CC, art. 270. Se um dos credores solidrios falecer deixando herdeiros, cada um destes s ter direito a exigir e receber a quota do crdito que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel (logo, o vnculo solidrio no se transmite aos herdeiros, a menos que se trate de obrigao cujo objeto seja indivisvel). Mas se dois herdeiros cobrarem juntos a dvida, eles juntos, podem cobrar a dvida inteira do devedor.

V. CC, art. 271. Convertendo-se a prestao em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade, qualquer credor poder cobrar a dvida inteira.

VI. f) CC, art. 273. A um dos credores solidrios no pode o devedor opor as excees pessoais oponveis aos outro (portanto, ao devedor somente ser facultado opor exceo pessoal, de que disponha contra um dos credores, ou exceo comum, oponvel a todos).

VII. DEFESA DO DEVEDOR EXCEO PESSOAL e EXCEO COMUM: CC, art. 274. O julgamento contrrio a um dos credores solidrios no atinge os demais; o julgamento favorvel aproveita-lhes, a menos que se funde em exceo pessoal ao credor que o obteve.

1. PESSOAL: Se um dos credores causa dano ao devedor, o devedor pode fazer uma compensao em relao ao credor que lhe causou dano. O mesmo no pode fazer em relao a outro credor!! Ex.: de C1, C2 e C3 x Devedor. C1 bate no carro de Devedor. Se C1 for cobrar a dvida de Devedor, este pode pedir compensao. Mas se C2 cobrar a dvida de Devedor, este no poder arguir a compensao.

2. EXCEO COMUM: a prescrio comum, como a prescrio, atinge a todos os credores.

B. SOLIDADIEDADE PASSIVA: Principais regras referentes solidariedade passiva:

I. CC, art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. O credor pode escolher alguns e cobrar partes iguais, desiguais, etc. O credor pode acionar um, alguns ou todos os devedores, ele pode tudo!

II. CC, art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as excees que lhe forem pessoais e as comuns a todos; no lhe aproveitando as excees pessoais a outro co-devedor.

III. Se um dos devedores falece e deixa dois herdeiros, cada herdeiro s poder ser obrigado a pagar a quota referente ao seu quinho (REFRAO). Se a dvida for indivisvel ou se os herdeiros juntos forem acionados, eles funcionaro como se fossem o devedor vivo (TRANSMISSO).

IV. CC, art. 283, 1 parte. O devedor que satisfez a dvida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota (hiptese em que o devedor em questo ficar sub-rogado nos direitos do credor em relao aos demais).

V. CC, art. 283, 2 parte. A quota do insolvente ser rateada entre os demais, prejuzo se rateia.

VI. CC, art. 282. O credor pode renunciar solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistir a dos demais (quanto a estes, porm, dever ser abatida, do montante integral do dbito, a quota objeto de renncia).

VII. CC, art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuiro tambm os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigao incumbia ao insolvente (assim sendo, se o credor renunciar solidariedade em favor de um dos codevedores, este permanecer obrigado a responder pela parte que lhe couber na quota do devedor insolvente, se um dos devedores se tornar insolvente, o devedor perdoado volta pra relao jurdica pra pagar pela parte do credor insolvente).

VIII. CC, art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remisso por ele obtida no aproveitam aos outros devedores, seno at concorrncia da quantia paga ou relevada.

IX. CC, art. 279. Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpado.

X. CC, art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ao tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigao acrescida.

XI. CC, art. 276. Se um dos devedores solidrios falecer deixando herdeiros, nenhum destes ser obrigado a pagar seno a quota que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel; mas todos reunidos sero considerados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores (donde se conclui que o caracterstico da solidariedade no se transmite aos herdeiros, salvo quando se tratar de obrigao indivisvel, ou quando houver o congraamento de todos os herdeiros no plo passivo da relao processual).

RECIFE, 20 DE FEVEREIRO DE 2015.

AULA DE DIREITO CIVIL

PAGAMENTO

1. CONCEITO

2. SOLVENI

3. ACCIPIENS

4. OBJETO MOEDA CORRENTE

A. TEORIA DA IMPREVISO Clusula Rebus Sic Stantibus

I. EFEITOS EX TUNC

II. RESOLUO (Art. 478 do CC):

1. Contratos de Execuo Continuada ou Diferida:no contrato que envolve financiamento que pode ocorrer impreviso

2. Supervenincia de um Acontecimento Extraordinrio e Imprevisvel: Para o Direito Civil, extraordinrios e imprevisveis tem que ser um acontecimento com REPERCUSO SOCIAL, tal como inflao, guerra, catstrofe, alta do dlar, crise mundial, etc. Causas que atingem apenas a uma pessoa, caso fortuito ou fora maior e no h o que se falar em teoria da impreviso.

3. Quando a Prestao de Torne Excessivamente Onerosa pra Uma das Partes com Extrema vantagem para a outra. Isso desequilbrio contrarual.

4. Decretao Judicial a requerimento da parte

B. REAJUSTE (Art. 317 do CC):

5. QUITAO: a prova documental do pagamento, o instrumento do RECIBO. O devedor paga. Quem quita o credor.A. FORMA: por escrito, por instrumento particular.

B. ELEMENTOS que devem estar contidos neste documento (a quitao falha pode ser recebida pelo Juiz, como prova, mesmo que falho, se o teor das informaes nele contidas puder ser verificado que houve pagamento, Art. 320 do CC):

I. O VALOR E A ESPCIE DA DVIDA;

II. O NOME DO DEVEDOR OU DE QUEM POR ELE PAGOU;

III. DATA E LUGAR;

IV. ASSINATURA DO CREDOR OU DO SEU REPRESENTANTE;

C. RECUSA EM DAR QUITAO: o devedor poder reter o pagamento e partir para uma ao de consignao em pagamento.D. QUITAO PRESUMIDA: casos em que a quitao no ocorreu mas a lei presume que tenha ocorrido. Ocorre em trs hipteses:

I. QUOTAS PERIDICAS: a quitao da ltima presume estarem pagas as anteriores. Ex.: o devedor que est devendo trs meses do contrato, janeiro, fevereiro e maro, quando ele for pagar, aconselhvel que o credor emita o recibo do primeiro ms. Mas s uma presuno, que cabe prova em contrrio.

II. CAPITAL E JUROS: de acordo com o CC, ocorrendo a quitao do capital sem reserva de juros, estes presumem-se pagos. Ex.: o devedor deve um capital de R$ 10mil + Juros de R$ 1mil. Assim, o devedor passa um cheque de R$ 10mil reais e o credor quita o pagamento do capital.III. ENTREGA DO TTULO: de acordo com o CC a entrega do ttulo ao devedor firma presuno de pagamento, at que se prove o contrrio (nota promissria que se assina em bodegas quando se compra fiado). Nesse caso especfico essa prova em contrrio dever ser feita em 60 dias.6. LUGAR: o lugar da quitao deve estar previsto no contrato. O Cdigo Francs Napolenico previu duas teorias:A. Dvida quesvel: aquela que se paga no domiclio do Devedor.

B. Dvida portvel: aquela que se paga no domiclio do Credor.

C. HIPTESE 1: Joo deve cinco bois a Pedro e o contrato no previu nada a respeito do lugar da quitao. Neste caso de omisso do contrato o cdigo civil prev que havendo omisso o lugar da quitao quesvel! o lugar do domiclio do devedor.

D. HIPTESE 2: a quitao, parcela, entrega das chaves, etc, devem ser o local onde o imvel se situa. Locus res sitem.

E. HIPTESE 3: existe uma divergncia entre o que diz o contrato e o que as partes costumam fazer, repetidamente em local costumeiro, presume renncia do local contratado.

F. HIPTESE 4: havendo impossibilidade por motivos graves que impeam a quitao em local devido, o devedor paga em outro, desde que no haja prejuzo ao credor.

PAGAMENTO INDIRETO

1. DAO EM PAGAMENTO: as vezes o devedor paga a dvida sem pagar, ou seja, o credor vai exonerar o devedor . A. CONCEITO: ocorre quando o credor aceita receber prestao diversa da que era devida.

B. HIPTESE 1: Na dao em pagamento o devedor deve R$ 50mil mas quando chega o dia dele pagar ele aparece com um carro e oferece o automvel no lugar dos R$ 50mil. O credor no obrigado a aceitar o carro, mas se aceitar, presume-se quitado o dbito.

C. HIPTESE 2: se o carro era roubado e o credor sofrer evico (perda judicial do bem para o proprietrio correto), restaura-se a obrigao original.

2. COMPENSAO: A. HIPTESE 1: se A deve a B R$ 20mil. Em outro contrato, B deve a A R$ 15mil. Se aplicarmos a compensao entre as duas dvidas, conclumos que A deve a B R$ 5mil. Assim, se as mesmas pessoas forem reciprocamente credora e devedora uma da outra, as obrigaes se extinguem at onde se compensarem.

I. PRESSUPOSTOS

1. RECIPROCIDADE: as partes devem ser as mesmas.2. LIQUIDEZ: que os valores sejam certos e determinados.3. VENCIMENTO: as dvidas devem estar vencidas.4. FUNGIBILIDADE: as dvidas devem ser do mesmo gnero e qualidade.3. CONFUSO: ocorre quando se concentram na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor.A. HIPTESE: supondo que um pai empresta a um filho, o pai pode cobrar do filho na justia. Mas o pai morre e todos os crditos que o pai tinha passa por herana ao filho. No caso da dvida, o filho passou a ser credor e devedor de si mesmo.

B. HIPTESE 2: trs devedores solidrios, D1, D2 e D3 devem a X. X pai de D1. X morre. Ento a dvida s se extingue para D1, mas D2 e D3 a solidariedade permanece, pra D1 acaba e D1 toma o lugar de X.

4. NOVAO: quando as partes criam uma nova obrigao para substituir e extinguir uma anterior. essencial que haja o animus de novar, de mudar. Se o juiz no se convencer de que houve o animus de novar, o JUIZ FAZ O NOVO CONTRATO CONFIRMAR O CONTRATO ANTIGO! Ou seja, devero ser cumpridos os dois contratos autonomamente. Portanto, preciso deixar claro no contrato novo que houve a extino do contrato anterior.A. HIPTESE 1: toda relao jurdica tem um credor, um devedor e um objeto. Ocorre que as partes podem manipular essa relao como quiserem. Podem, por exemplo, manipular um contrato original, cancel-lo e instituirem um novo contrato. B. HIPTESE 2: um pintor que havia assinado um contrato original para fazer um muro e, na impossibilidade de fazer o muro, prope ao credor realizar um outro servio, como a pintura das paredes da casa do credor. Cancela-se o contrato anterior e um novo contrato feito. a NOVAO OBJETIVA

C. HIPTESE 3: na hiptese anterior, o pedreiro levaria outro pedreiro para construir o muro. Cancela-se o contrato anterior e um novo devedor colocado na relao jurdica. a NOVAO SUBJETIVA PASSIVA.

D. HIPTESE 4: ainda na construo do muro, o credor prope ao pedreiro original que ele construa o muro no na sua casa, mas na casa de seu filho pelo mesmo preo ajustado. Neste caso, o filho do credor passa a ser o credor do novo contrato. a NOVAO SUBJETIVA ATIVA.

CONTRATOS1. CONCEITO: essencial um acordo de vontades que crie um efeito jurdico entre as partes. Testamento, por exemplo, no um contrato pois ato jurdico unilateral, se aperfeioa com a vontade do testador. 2. PRINCPIOS:

A. PRINCPIO DA OBRIGATORIEDADE: contratos tem fora de lei, mas podem ser resolvidos por motivos imprevisveis (teoria da impreviso) que pode retirar a obrigatoriedade.

B. FUNO SOCIAL: previsto no Art. 421 do CC, aparece como limite ao direito de contratar, protegendo a parte mais favorvel, o hipossuficiente. Uma teoria est sendo discutida no STJ, a Teoria do Adimplemento Substancial (basta atrasar uma parcela do financiamento do veculo e o banco pode executar o veculo, porm, caso o devedor que est perto de quitar o automvel o banco no mais poder tomar o bem nem resolver o contrato restando ao banco uma ao simples de cobrana, a partir de 80% do contrato isso se d para qualquer bem).C. BOA F OBJETIVA: lealdade, honestidade, objetivamente, Art. 113 do CC em relao aos usos e costumes do lugar. Fases da Boa F Objetiva (Art. 422 do CC).I. PR CONTRATUAL: se faz presente