eduardo paciÊncia godoy

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EDUARDO PACIÊNCIA GODOY Desenvolvimento de uma Ferramenta de Análise de Desempenho de Redes CAN (Controller Area Network) para Aplicações em Sistemas Agrícolas Dissertação apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. Programa de Pós Graduação: Engenharia Mecânica Área de Concentração: Manufatura Orientador: Ricardo Yassushi Inamasu São Carlos 2007

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Page 1: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

EDUARDO PACIEcircNCIA GODOY

Desenvolvimento de uma Ferramenta de Anaacutelise de Desempenho de Redes CAN (Controller Area Network) para Aplicaccedilotildees em Sistemas Agriacutecolas

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo Engenharia Mecacircnica Aacuterea de Concentraccedilatildeo Manufatura Orientador Ricardo Yassushi Inamasu

Satildeo Carlos 2007

Aos meus pais Antocircnio e Terezinha pelo fato de sempre acreditar e nunca desistir

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Ricardo Yassushi Inamasu pela amizade companheirismo aprendizagem

e orientaccedilatildeo

Ao Professor Arthur Joseacute Vieira Porto pela oportunidade oferecida pela dedicaccedilatildeo e

busca contiacutenua de melhorias para a Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

Ao colega doutorando Rafael Vieira de Sousa que com seu conhecimento me ajudou

nas atividades relacionadas a esse trabalho

A todos os novos amigos e funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Mecacircnica da

EESCUSP em especial aos do Laboratoacuterio de Simulaccedilatildeo e Controle pela convivecircncia e

colaboraccedilatildeo

Aos amigos da minha cidade Rio Claro minha namorada e a minha famiacutelia pelo apoio e

incentivo nas horas de desacircnimo e pela alegria e descontraccedilatildeo nas horas de felicidade

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior pela concessatildeo da

bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

GODOY E P Desenvolvimento de uma Ferramenta de Anaacutelise de Desempenho de

Redes CAN (Controller Area Network) para Aplicaccedilotildees em Sistemas Agriacutecolas 2007

93f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola de Engenharia de Satildeo Carlos Universidade de Satildeo

Paulo Satildeo Carlos 2007

Este trabalho tem base na demanda de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de redes

de comunicaccedilatildeo (fieldbus) que visam agrave integraccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e controle para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Sistemas agriacutecolas relacionados com as praacuteticas da

Agricultura de Precisatildeo com sistemas embarcados em maacutequinas e implementos agriacutecolas e

com sistemas de controle de estufas e criadouros Eacute fundamentado tambeacutem pelos esforccedilos

conjuntos no sentido de promover padronizaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da norma ISO11783

baseada no CAN que decirc suporte agraves praacuteticas agriacutecolas relacionadas com a aquisiccedilatildeo e

transmissatildeo de grande quantidade de dados Um dos principais desafios associados ao projeto

e utilizaccedilatildeo de redes de comunicaccedilatildeo como o CAN estaacute relacionado agrave dificuldade de

definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede O

dimensionamento desses paracircmetros exerce forte influecircncia no desempenho da rede analisada

Sob o contexto destas necessidades relacionadas este trabalho apresenta a pesquisa e o

desenvolvimento de uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no

protocolo CAN para integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas As

etapas desse desenvolvimento consistem na sistematizaccedilatildeo e validaccedilatildeo de um modelo

matemaacutetico do enlace de dados da rede na proposta de uma metodologia de anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilotildees relacionados com a rede e na implementaccedilatildeo computacional

dessa metodologia Espera-se que a metodologia implementada seja uma ferramenta que

facilite tarefas de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados referentes agraves aplicaccedilotildees O resultado deste

trabalho busca auxiliar no dimensionamento de paracircmetros de configuraccedilatildeo e na otimizaccedilatildeo

de redes CAN aleacutem de fornecer dados que ajudam no desenvolvimento de soluccedilotildees baseadas

no protocolo CAN e na norma ISO11783

Palavras-chave Controller Area Network - CAN ISO11783 ISOBUS eletrocircnica embarcada

modelo matemaacutetico metodologia de anaacutelise

ABSTRACT

GODOY E P Development of a Performance Analysis Tool of CAN-Based Networks

for Application in Agricultural Systems 2007 93f Dissertation (Master of Science) ndash

School Engineering of Satildeo Carlos University de Satildeo Paulo Satildeo Carlos 2007

This work has base in the demand of research and development of data communication

networks (fieldbus) to support the integration of control and automation devices for

applications in agricultural systems Agricultural systems related with the Precision

Agriculture practices with the embedded systems in agricultural machinery and with the

greenhouses control and livestock systems It is also guided by the efforts on the

implementation of ISO11783 standard The ISO11783 (also called ISOBUS) standard

communication link is a common tendency to integrated different devices on agricultural

machinery through an embedded control network The ISOBUS use the Controller Area

Network (CAN) as a data link protocol to perform the data communication The correct

definition of the data link configuration parameters represents one of the main challenges

related to the design of CAN-based networks The definition of these parameters has

influence in the performance of the analyzed network This work presents the research and the

development of a performance analysis tool of CAN-based networks for applications in

agricultural systems This development consists of the systematization and validation of a

CAN mathematical model An analysis methodology is proposed to use the mathematical

model A simulation software was built and implements the methodology It is expected that

the implemented methodology facilitates the analysis tasks of the configuration parameters of

the applications The result obtained may assist in the performance evaluation and in the

definition of an optimized configuration for the network based on CAN protocol and

ISO11783 standard

Keywords Controller Area Network ndash CAN ISO11783 ISOBUS embedded electronics

mathematical model and analysis methodology

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002) 12

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003) 23

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005) 24

Figura 4 ndash Formato do Quadro de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002) 24

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)27

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002) 28

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via

Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006) 32

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN

MOYNE amp TILBURY 2002)37

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN

2001) 37

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da

Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003) 44

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise 47

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN 52

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN53

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados53

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN54

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN 55

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 56

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 57

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004) 58

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada 59

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento60

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo 61

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC 61

Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de

Simulaccedilatildeo 66

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 2: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

Aos meus pais Antocircnio e Terezinha pelo fato de sempre acreditar e nunca desistir

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Ricardo Yassushi Inamasu pela amizade companheirismo aprendizagem

e orientaccedilatildeo

Ao Professor Arthur Joseacute Vieira Porto pela oportunidade oferecida pela dedicaccedilatildeo e

busca contiacutenua de melhorias para a Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

Ao colega doutorando Rafael Vieira de Sousa que com seu conhecimento me ajudou

nas atividades relacionadas a esse trabalho

A todos os novos amigos e funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Mecacircnica da

EESCUSP em especial aos do Laboratoacuterio de Simulaccedilatildeo e Controle pela convivecircncia e

colaboraccedilatildeo

Aos amigos da minha cidade Rio Claro minha namorada e a minha famiacutelia pelo apoio e

incentivo nas horas de desacircnimo e pela alegria e descontraccedilatildeo nas horas de felicidade

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior pela concessatildeo da

bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

GODOY E P Desenvolvimento de uma Ferramenta de Anaacutelise de Desempenho de

Redes CAN (Controller Area Network) para Aplicaccedilotildees em Sistemas Agriacutecolas 2007

93f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola de Engenharia de Satildeo Carlos Universidade de Satildeo

Paulo Satildeo Carlos 2007

Este trabalho tem base na demanda de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de redes

de comunicaccedilatildeo (fieldbus) que visam agrave integraccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e controle para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Sistemas agriacutecolas relacionados com as praacuteticas da

Agricultura de Precisatildeo com sistemas embarcados em maacutequinas e implementos agriacutecolas e

com sistemas de controle de estufas e criadouros Eacute fundamentado tambeacutem pelos esforccedilos

conjuntos no sentido de promover padronizaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da norma ISO11783

baseada no CAN que decirc suporte agraves praacuteticas agriacutecolas relacionadas com a aquisiccedilatildeo e

transmissatildeo de grande quantidade de dados Um dos principais desafios associados ao projeto

e utilizaccedilatildeo de redes de comunicaccedilatildeo como o CAN estaacute relacionado agrave dificuldade de

definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede O

dimensionamento desses paracircmetros exerce forte influecircncia no desempenho da rede analisada

Sob o contexto destas necessidades relacionadas este trabalho apresenta a pesquisa e o

desenvolvimento de uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no

protocolo CAN para integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas As

etapas desse desenvolvimento consistem na sistematizaccedilatildeo e validaccedilatildeo de um modelo

matemaacutetico do enlace de dados da rede na proposta de uma metodologia de anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilotildees relacionados com a rede e na implementaccedilatildeo computacional

dessa metodologia Espera-se que a metodologia implementada seja uma ferramenta que

facilite tarefas de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados referentes agraves aplicaccedilotildees O resultado deste

trabalho busca auxiliar no dimensionamento de paracircmetros de configuraccedilatildeo e na otimizaccedilatildeo

de redes CAN aleacutem de fornecer dados que ajudam no desenvolvimento de soluccedilotildees baseadas

no protocolo CAN e na norma ISO11783

Palavras-chave Controller Area Network - CAN ISO11783 ISOBUS eletrocircnica embarcada

modelo matemaacutetico metodologia de anaacutelise

ABSTRACT

GODOY E P Development of a Performance Analysis Tool of CAN-Based Networks

for Application in Agricultural Systems 2007 93f Dissertation (Master of Science) ndash

School Engineering of Satildeo Carlos University de Satildeo Paulo Satildeo Carlos 2007

This work has base in the demand of research and development of data communication

networks (fieldbus) to support the integration of control and automation devices for

applications in agricultural systems Agricultural systems related with the Precision

Agriculture practices with the embedded systems in agricultural machinery and with the

greenhouses control and livestock systems It is also guided by the efforts on the

implementation of ISO11783 standard The ISO11783 (also called ISOBUS) standard

communication link is a common tendency to integrated different devices on agricultural

machinery through an embedded control network The ISOBUS use the Controller Area

Network (CAN) as a data link protocol to perform the data communication The correct

definition of the data link configuration parameters represents one of the main challenges

related to the design of CAN-based networks The definition of these parameters has

influence in the performance of the analyzed network This work presents the research and the

development of a performance analysis tool of CAN-based networks for applications in

agricultural systems This development consists of the systematization and validation of a

CAN mathematical model An analysis methodology is proposed to use the mathematical

model A simulation software was built and implements the methodology It is expected that

the implemented methodology facilitates the analysis tasks of the configuration parameters of

the applications The result obtained may assist in the performance evaluation and in the

definition of an optimized configuration for the network based on CAN protocol and

ISO11783 standard

Keywords Controller Area Network ndash CAN ISO11783 ISOBUS embedded electronics

mathematical model and analysis methodology

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002) 12

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003) 23

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005) 24

Figura 4 ndash Formato do Quadro de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002) 24

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)27

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002) 28

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via

Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006) 32

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN

MOYNE amp TILBURY 2002)37

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN

2001) 37

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da

Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003) 44

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise 47

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN 52

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN53

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados53

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN54

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN 55

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 56

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 57

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004) 58

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada 59

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento60

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo 61

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC 61

Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de

Simulaccedilatildeo 66

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 3: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Ricardo Yassushi Inamasu pela amizade companheirismo aprendizagem

e orientaccedilatildeo

Ao Professor Arthur Joseacute Vieira Porto pela oportunidade oferecida pela dedicaccedilatildeo e

busca contiacutenua de melhorias para a Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

Ao colega doutorando Rafael Vieira de Sousa que com seu conhecimento me ajudou

nas atividades relacionadas a esse trabalho

A todos os novos amigos e funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Mecacircnica da

EESCUSP em especial aos do Laboratoacuterio de Simulaccedilatildeo e Controle pela convivecircncia e

colaboraccedilatildeo

Aos amigos da minha cidade Rio Claro minha namorada e a minha famiacutelia pelo apoio e

incentivo nas horas de desacircnimo e pela alegria e descontraccedilatildeo nas horas de felicidade

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior pela concessatildeo da

bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

GODOY E P Desenvolvimento de uma Ferramenta de Anaacutelise de Desempenho de

Redes CAN (Controller Area Network) para Aplicaccedilotildees em Sistemas Agriacutecolas 2007

93f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola de Engenharia de Satildeo Carlos Universidade de Satildeo

Paulo Satildeo Carlos 2007

Este trabalho tem base na demanda de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de redes

de comunicaccedilatildeo (fieldbus) que visam agrave integraccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e controle para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Sistemas agriacutecolas relacionados com as praacuteticas da

Agricultura de Precisatildeo com sistemas embarcados em maacutequinas e implementos agriacutecolas e

com sistemas de controle de estufas e criadouros Eacute fundamentado tambeacutem pelos esforccedilos

conjuntos no sentido de promover padronizaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da norma ISO11783

baseada no CAN que decirc suporte agraves praacuteticas agriacutecolas relacionadas com a aquisiccedilatildeo e

transmissatildeo de grande quantidade de dados Um dos principais desafios associados ao projeto

e utilizaccedilatildeo de redes de comunicaccedilatildeo como o CAN estaacute relacionado agrave dificuldade de

definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede O

dimensionamento desses paracircmetros exerce forte influecircncia no desempenho da rede analisada

Sob o contexto destas necessidades relacionadas este trabalho apresenta a pesquisa e o

desenvolvimento de uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no

protocolo CAN para integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas As

etapas desse desenvolvimento consistem na sistematizaccedilatildeo e validaccedilatildeo de um modelo

matemaacutetico do enlace de dados da rede na proposta de uma metodologia de anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilotildees relacionados com a rede e na implementaccedilatildeo computacional

dessa metodologia Espera-se que a metodologia implementada seja uma ferramenta que

facilite tarefas de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados referentes agraves aplicaccedilotildees O resultado deste

trabalho busca auxiliar no dimensionamento de paracircmetros de configuraccedilatildeo e na otimizaccedilatildeo

de redes CAN aleacutem de fornecer dados que ajudam no desenvolvimento de soluccedilotildees baseadas

no protocolo CAN e na norma ISO11783

Palavras-chave Controller Area Network - CAN ISO11783 ISOBUS eletrocircnica embarcada

modelo matemaacutetico metodologia de anaacutelise

ABSTRACT

GODOY E P Development of a Performance Analysis Tool of CAN-Based Networks

for Application in Agricultural Systems 2007 93f Dissertation (Master of Science) ndash

School Engineering of Satildeo Carlos University de Satildeo Paulo Satildeo Carlos 2007

This work has base in the demand of research and development of data communication

networks (fieldbus) to support the integration of control and automation devices for

applications in agricultural systems Agricultural systems related with the Precision

Agriculture practices with the embedded systems in agricultural machinery and with the

greenhouses control and livestock systems It is also guided by the efforts on the

implementation of ISO11783 standard The ISO11783 (also called ISOBUS) standard

communication link is a common tendency to integrated different devices on agricultural

machinery through an embedded control network The ISOBUS use the Controller Area

Network (CAN) as a data link protocol to perform the data communication The correct

definition of the data link configuration parameters represents one of the main challenges

related to the design of CAN-based networks The definition of these parameters has

influence in the performance of the analyzed network This work presents the research and the

development of a performance analysis tool of CAN-based networks for applications in

agricultural systems This development consists of the systematization and validation of a

CAN mathematical model An analysis methodology is proposed to use the mathematical

model A simulation software was built and implements the methodology It is expected that

the implemented methodology facilitates the analysis tasks of the configuration parameters of

the applications The result obtained may assist in the performance evaluation and in the

definition of an optimized configuration for the network based on CAN protocol and

ISO11783 standard

Keywords Controller Area Network ndash CAN ISO11783 ISOBUS embedded electronics

mathematical model and analysis methodology

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002) 12

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003) 23

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005) 24

Figura 4 ndash Formato do Quadro de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002) 24

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)27

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002) 28

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via

Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006) 32

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN

MOYNE amp TILBURY 2002)37

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN

2001) 37

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da

Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003) 44

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise 47

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN 52

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN53

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados53

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN54

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN 55

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 56

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 57

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004) 58

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada 59

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento60

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo 61

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC 61

Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de

Simulaccedilatildeo 66

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 4: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

RESUMO

GODOY E P Desenvolvimento de uma Ferramenta de Anaacutelise de Desempenho de

Redes CAN (Controller Area Network) para Aplicaccedilotildees em Sistemas Agriacutecolas 2007

93f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola de Engenharia de Satildeo Carlos Universidade de Satildeo

Paulo Satildeo Carlos 2007

Este trabalho tem base na demanda de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de redes

de comunicaccedilatildeo (fieldbus) que visam agrave integraccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e controle para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Sistemas agriacutecolas relacionados com as praacuteticas da

Agricultura de Precisatildeo com sistemas embarcados em maacutequinas e implementos agriacutecolas e

com sistemas de controle de estufas e criadouros Eacute fundamentado tambeacutem pelos esforccedilos

conjuntos no sentido de promover padronizaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da norma ISO11783

baseada no CAN que decirc suporte agraves praacuteticas agriacutecolas relacionadas com a aquisiccedilatildeo e

transmissatildeo de grande quantidade de dados Um dos principais desafios associados ao projeto

e utilizaccedilatildeo de redes de comunicaccedilatildeo como o CAN estaacute relacionado agrave dificuldade de

definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede O

dimensionamento desses paracircmetros exerce forte influecircncia no desempenho da rede analisada

Sob o contexto destas necessidades relacionadas este trabalho apresenta a pesquisa e o

desenvolvimento de uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no

protocolo CAN para integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas As

etapas desse desenvolvimento consistem na sistematizaccedilatildeo e validaccedilatildeo de um modelo

matemaacutetico do enlace de dados da rede na proposta de uma metodologia de anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilotildees relacionados com a rede e na implementaccedilatildeo computacional

dessa metodologia Espera-se que a metodologia implementada seja uma ferramenta que

facilite tarefas de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados referentes agraves aplicaccedilotildees O resultado deste

trabalho busca auxiliar no dimensionamento de paracircmetros de configuraccedilatildeo e na otimizaccedilatildeo

de redes CAN aleacutem de fornecer dados que ajudam no desenvolvimento de soluccedilotildees baseadas

no protocolo CAN e na norma ISO11783

Palavras-chave Controller Area Network - CAN ISO11783 ISOBUS eletrocircnica embarcada

modelo matemaacutetico metodologia de anaacutelise

ABSTRACT

GODOY E P Development of a Performance Analysis Tool of CAN-Based Networks

for Application in Agricultural Systems 2007 93f Dissertation (Master of Science) ndash

School Engineering of Satildeo Carlos University de Satildeo Paulo Satildeo Carlos 2007

This work has base in the demand of research and development of data communication

networks (fieldbus) to support the integration of control and automation devices for

applications in agricultural systems Agricultural systems related with the Precision

Agriculture practices with the embedded systems in agricultural machinery and with the

greenhouses control and livestock systems It is also guided by the efforts on the

implementation of ISO11783 standard The ISO11783 (also called ISOBUS) standard

communication link is a common tendency to integrated different devices on agricultural

machinery through an embedded control network The ISOBUS use the Controller Area

Network (CAN) as a data link protocol to perform the data communication The correct

definition of the data link configuration parameters represents one of the main challenges

related to the design of CAN-based networks The definition of these parameters has

influence in the performance of the analyzed network This work presents the research and the

development of a performance analysis tool of CAN-based networks for applications in

agricultural systems This development consists of the systematization and validation of a

CAN mathematical model An analysis methodology is proposed to use the mathematical

model A simulation software was built and implements the methodology It is expected that

the implemented methodology facilitates the analysis tasks of the configuration parameters of

the applications The result obtained may assist in the performance evaluation and in the

definition of an optimized configuration for the network based on CAN protocol and

ISO11783 standard

Keywords Controller Area Network ndash CAN ISO11783 ISOBUS embedded electronics

mathematical model and analysis methodology

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002) 12

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003) 23

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005) 24

Figura 4 ndash Formato do Quadro de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002) 24

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)27

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002) 28

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via

Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006) 32

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN

MOYNE amp TILBURY 2002)37

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN

2001) 37

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da

Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003) 44

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise 47

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN 52

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN53

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados53

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN54

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN 55

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 56

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 57

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004) 58

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada 59

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento60

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo 61

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC 61

Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de

Simulaccedilatildeo 66

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 5: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

ABSTRACT

GODOY E P Development of a Performance Analysis Tool of CAN-Based Networks

for Application in Agricultural Systems 2007 93f Dissertation (Master of Science) ndash

School Engineering of Satildeo Carlos University de Satildeo Paulo Satildeo Carlos 2007

This work has base in the demand of research and development of data communication

networks (fieldbus) to support the integration of control and automation devices for

applications in agricultural systems Agricultural systems related with the Precision

Agriculture practices with the embedded systems in agricultural machinery and with the

greenhouses control and livestock systems It is also guided by the efforts on the

implementation of ISO11783 standard The ISO11783 (also called ISOBUS) standard

communication link is a common tendency to integrated different devices on agricultural

machinery through an embedded control network The ISOBUS use the Controller Area

Network (CAN) as a data link protocol to perform the data communication The correct

definition of the data link configuration parameters represents one of the main challenges

related to the design of CAN-based networks The definition of these parameters has

influence in the performance of the analyzed network This work presents the research and the

development of a performance analysis tool of CAN-based networks for applications in

agricultural systems This development consists of the systematization and validation of a

CAN mathematical model An analysis methodology is proposed to use the mathematical

model A simulation software was built and implements the methodology It is expected that

the implemented methodology facilitates the analysis tasks of the configuration parameters of

the applications The result obtained may assist in the performance evaluation and in the

definition of an optimized configuration for the network based on CAN protocol and

ISO11783 standard

Keywords Controller Area Network ndash CAN ISO11783 ISOBUS embedded electronics

mathematical model and analysis methodology

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002) 12

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003) 23

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005) 24

Figura 4 ndash Formato do Quadro de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002) 24

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)27

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002) 28

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via

Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006) 32

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN

MOYNE amp TILBURY 2002)37

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN

2001) 37

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da

Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003) 44

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise 47

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN 52

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN53

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados53

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN54

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN 55

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 56

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 57

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004) 58

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada 59

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento60

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo 61

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC 61

Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de

Simulaccedilatildeo 66

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

REFEREcircNCIAS

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 6: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002) 12

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003) 23

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005) 24

Figura 4 ndash Formato do Quadro de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002) 24

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)27

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002) 28

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via

Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006) 32

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN

MOYNE amp TILBURY 2002)37

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN

2001) 37

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da

Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003) 44

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise 47

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN 52

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN53

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados53

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN54

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN 55

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 56

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados 57

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004) 58

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada 59

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento60

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo 61

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC 61

Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de

Simulaccedilatildeo 66

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 7: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN

Experimental67

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais 70

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para

as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 71

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do

Barramento para as Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados

(b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos 72

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

75

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 8: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO1178326

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da Norma ISO11783 28

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format29

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN 31

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN 33

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN 40

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto46

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de acordo com a ISO11783 para a Rede CAN Analisada

63

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens 64

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo 64

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede

CAN do Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1 65

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

65

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

69

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de

Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1 70

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola76

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema

de Prioridades P1 77

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN77

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o

Conjunto de Mensagens da Rede CAN 78

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens

da Rede CAN para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola79

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 9: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASAE The American Society of Agricultural Engineers

CAN Controller Area Network

CIA CAN in Automation

CSMA Carrier Sense Multiple Access

DIN Deutsches Institut fuumlr Normung

ECU Electronic Control Unit

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

GPS Global Positioning System

I2C Inter-Integrated Circuit

ISO International Organization for Standardization

LBS Landwirtschaftliches BUS System

NDBA Non-Destructive Bitwise Arbitration

NCS Networked Control System

OSI Open Systems Interconnection

PC Personal Computer

PDU Protocol Data Unit

PG Parameter Group

PGN Parameter Group Number

POLI Escola Politeacutecnica da USP

SAE The Society of Automotive Engineers

SPI Serial Peripheral Interface

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

USB Universal Serial Bus

USP Universidade de Satildeo Paulo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

REFEREcircNCIAS

AGCO (2002) AGCO Corporation Disponiacutevel em lthttpwwwagcocorpcomgt ou lthttpwwwagcocombrgt Acesso em Julho 2006

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 10: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO11 11 Motivaccedilatildeo 11 12 Objetivos14 13 Estrutura e Conteuacutedo 15

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 16 21 Consideraccedilotildees Iniciais 16 22 Protocolo CAN 16 23 Anaacutelise de Desempenho 19 24 Consideraccedilotildees Finais 21

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL 22 31 Consideraccedilotildees Iniciais 22 32 Sistematizaccedilatildeo do Protocolo CAN 22

321 Conceituaccedilatildeo23 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola 25 323 ISO1178325

33 Sistematizaccedilatildeo da Anaacutelise de Desempenho29 34 Consideraccedilotildees Finais 33

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 35 41 Consideraccedilotildees Iniciais 35 42 Definiccedilatildeo do Meacutetodo de Avaliaccedilatildeo de Desempenho 35 43 Estudo Temporal36 44 Sistematizaccedilatildeo do Modelo39

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais 39 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro 41 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo43

45 Metodologia de Anaacutelise46 46 Consideraccedilotildees Finais 48

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE 49 51 Consideraccedilotildees Iniciais 49 52 Desenvolvimento do Programa de Simulaccedilatildeo49

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas 49 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento51

53 Validaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo57 531 Montagem da Rede CAN Experimental 57 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa64 533 Dados da Rede CAN Experimental 66 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados 70

54 Propostas de Anaacutelise e Utilizaccedilatildeo do Programa 73 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel 74

55 Consideraccedilotildees Finais 81 6 CONCLUSOtildeES 82

61 Contribuiccedilotildees83 62 Trabalhos Futuros 84

REFEREcircNCIAS 86

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 11: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 MOTIVACcedilAtildeO

O aumento do uso da eletrocircnica digital e da troca de informaccedilotildees entre dispositivos

provocaram o surgimento de novas tecnologias de conexatildeo de equipamentos Arquiteturas

distribuiacutedas de automaccedilatildeo satildeo caracterizadas por redes de dispositivos de campo usualmente

conectadas atraveacutes de um barramento de comunicaccedilatildeo chamado de barramento de campo

(fieldbus) Essa tecnologia de redes de comunicaccedilatildeo fieldbus com suas vantagens foi

rapidamente absorvida para satisfazer as necessidades de comunicaccedilatildeo entre sistemas e

equipamentos aplicados em automaccedilatildeo e controle Em sistemas deste tipo a instrumentaccedilatildeo eacute

constituiacuteda por dispositivos sensores e atuadores capazes de executar processamento local e

comunicar-se entre si Os benefiacutecios tecnoloacutegicos e funcionais obtidos atraveacutes da utilizaccedilatildeo de

barramentos de campo fazem desta soluccedilatildeo uma das mais adotadas em automaccedilatildeo e controle

De acordo com Farsi Ratcliff amp Barbosa (1999) entre as vantagens da utilizaccedilatildeo deste tipo

de arquitetura distribuiacuteda ou tecnologia fieldbus podem-se citar

uuml Quantidade reduzida de cabeamento da rede

uuml Menor tempo de instalaccedilatildeo e maior robustez do sistema

uuml Flexibilidade e facilidade para ampliaccedilatildeo do sistema

uuml Disponibilidade e viabilidade econocircmica

Com o surgimento desta tecnologia e sua consequumlente utilizaccedilatildeo diversos tipos de

barramentos de campo surgiram como o CAN ndash Controller Area Network Interbus

(INTERBUS 2006) Profibus (PROFIBUS 2006) Modbus (MODBUS 2006) Foundation

(SMAR 2006) Entre essas possibilidades uma das mais difundidas em diferentes aacutereas foi o

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
Page 12: EDUARDO PACIÊNCIA GODOY

12

CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital O protocolo CAN foi desenvolvido na

deacutecada de oitenta por Robert Bosch Gmb para promover a interconexatildeo de dispositivos de

controle em automoacuteveis (BOSCH 2006) mas em poucos anos esta tecnologia migrou para

outras aacutereas (FARSI RATCLIFF amp BARBOSA 1999) Atualmente encontram-se padrotildees

baseados no CAN para aplicaccedilotildees em diversas aacutereas como automotiva industrial roboacutetica e

agriacutecola A Figura 1 exemplifica a conexatildeo de equipamentos atraveacutes de uma rede CAN

Como ressalta Sousa (2002) a potencialidade para aplicaccedilotildees com CAN em sistemas de

automaccedilatildeo e controle eacute sustentada por caracteriacutesticas proacuteprias para tais sistemas como

uuml Possibilidade de configuraccedilotildees de taxas de comunicaccedilatildeo de poucos Kbs ateacute 1 Mbs

uuml Comunicaccedilatildeo de dados utilizando dois fios o que reduz o custo e complexidade e

promove proteccedilatildeo agraves interferecircncias eletromagneacuteticas

uuml Utilizaccedilatildeo de um meacutetodo de arbitragem de acesso ao barramento que evita colisotildees

Figura 1 - Exemplo de Conexatildeo de Equipamentos via Rede CAN (SOUSA 2002)

Na aacuterea agriacutecola observa-se um aumento da utilizaccedilatildeo da informaacutetica e da automaccedilatildeo

para apoiar novas praacuteticas relacionadas com a Agricultura de Precisatildeo como os sistemas

eletrocircnicos de coleta de dados e os sistemas para aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variaacutevel

Tambeacutem a expansatildeo do uso da automaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas como maacutequinas e

implementos controle de estufas e sistemas de armazenamento irrigaccedilatildeo e confinamento de

animais tecircm intensificado a demanda pela pesquisa e desenvolvimento dessas redes de

13

comunicaccedilatildeo O protocolo CAN apresenta importacircncia crescente e sua utilizaccedilatildeo na aacuterea

agriacutecola eacute confirmada internacionalmente em Auernhammer amp Speckmann (2006) e

nacionalmente em Sousa (2002) Constatam-se tambeacutem os esforccedilos de instituiccedilotildees de

pesquisa associaccedilotildees de normas e fabricantes de maacutequinas e implementos pela sua

padronizaccedilatildeo Tais esforccedilos podem ser verificados pelo desenvolvimento de padrotildees como

DIN9684 SAEJ1939 e ISO11783 sendo que este uacuteltimo constitui atualmente o principal

alvo de implementaccedilatildeo e desenvolvimento

Configuraccedilotildees de sistemas de controle que utilizam o barramento CAN podem ser

consideradas como sistemas de controle distribuiacutedo Aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos

demandam novas metodologias e ferramentas de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho

(CERVIN et al 2003) para atender agraves necessidades de dimensionamento e otimizaccedilatildeo do

funcionamento do sistema reduzindo custos relacionados com projeto e implementaccedilatildeo A

abordagem proposta no trabalho Tindell Burns amp Wellings (1995) tornou-se referecircncia em

anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN Adaptaccedilotildees e variaccedilotildees desta abordagem de

anaacutelise podem ser encontradas como em Upender amp Dean (1996) e em Punnekkat Hansson

amp Norstrom (2000) demonstrando sua importacircncia para outras aacutereas de aplicaccedilatildeo Entretanto

apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em vaacuterias aacutereas de

aplicaccedilatildeo natildeo existem relatos de metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees

agriacutecolas baseadas em tal abordagem

Assim orientando-se pelas necessidades citadas realizou-se neste trabalho o

desenvolvimento a validaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de uma metodologia de anaacutelise baseada na

sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea agriacutecola A

metodologia eacute implementada em um programa computacional de simulaccedilatildeo com a finalidade

de facilitar tarefas de anaacutelises de paracircmetros de desempenho como o tempo de resposta de

mensagens e taxa de utilizaccedilatildeo do barramento e de armazenamento de resultados das

14

simulaccedilotildees O programa pode auxiliar no projeto e dimensionamento de paracircmetros de

configuraccedilatildeo de redes CAN como velocidade de transmissatildeo do barramento tamanho das

mensagens de dados esquema de prioridade das mensagens e periacuteodo de amostragem dos

dispositivos

Observa-se que o programa desenvolvido neste trabalho tambeacutem ofereceu com sucesso

suporte ao projeto FAPESP 0306582-0 Este projeto envolveu a montagem e anaacutelise de uma

rede CAN embarcada (o termo embarcado representa todo e qualquer sistema eletro-

eletrocircnico montado em uma aplicaccedilatildeo moacutevel) para integrar diferentes dispositivos para o

sistema de um robocirc agriacutecola moacutevel (RAM) Tal projeto foi desenvolvido atraveacutes de parceria

entre o Departamento de Engenharia Mecacircnica da EESC-USP e a Embrapa Instrumentaccedilatildeo

Agropecuaacuteria de Satildeo Carlos (PORTO et al 2003)

12 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ferramenta

metodoloacutegica de anaacutelise de desempenho de redes fieldbus baseada no protocolo CAN para

integraccedilatildeo de dispositivos em aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas Esta ferramenta de anaacutelise

desenvolvida sob a forma de um programa computacional de simulaccedilatildeo teve como requisitos

funcionais

uuml Permitir estudos de simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho da rede CAN sob

configuraccedilotildees e caracteriacutesticas diferenciadas atraveacutes da implementaccedilatildeo

computacional da metodologia de anaacutelise proposta

uuml Permitir o dimensionamento dos paracircmetros de configuraccedilatildeo e uma otimizaccedilatildeo

do funcionamento da rede CAN

15

uuml Auxiliar na implementaccedilatildeo de redes CAN em sistemas agriacutecolas e permitir o

desenvolvimento de dispositivos e tecnologias relacionadas com a norma

ISO11783

13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos e uma lista de referecircncias

bibliograacuteficas Esta estrutura apresenta os toacutepicos envolvidos nas etapas de desenvolvimento

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma ferramenta de anaacutelise de redes CAN para aplicaccedilotildees na aacuterea

agriacutecola

Neste Capitulo 1 ndash Introduccedilatildeo estatildeo apresentadas as justificativas para a realizaccedilatildeo

deste trabalho bem como seus objetivos e conteuacutedo e organizaccedilatildeo No Capiacutetulo 2 - Revisatildeo

Bibliograacutefica satildeo apresentados os conceitos e fundamentos que suportam o desenvolvimento

deste trabalho No Capiacutetulo 3 ndash Revisatildeo Teoacuterica ou Conceitual eacute apresentado uma visatildeo

geral sobre o protocolo CAN e satildeo discutidos os paracircmetros e dados geralmente utilizados na

anaacutelise de desempenho de redes CAN No Capiacutetulo 4 - Proposta da Ferramenta de

Anaacutelise satildeo apresentadas detalhadamente todas as etapas do desenvolvimento da ferramenta

de anaacutelise proposta No Capiacutetulo 5 - Resultados e Discussotildees satildeo apresentadas as

caracteriacutesticas do programa computacional implementado bem como sua validaccedilatildeo e

possibilidades de aplicaccedilatildeo com o exemplo de um caso de estudo No Capiacutetulo 6 ndash

Conclusotildees satildeo apresentadas conclusotildees e contribuiccedilotildees deste trabalho e as perspectivas e

melhorias relacionadas ao tema A Lista de Referecircncias eacute apresentada em ordem alfabeacutetica e

conteacutem todos os documentos referenciados no decorrer deste trabalho

16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo eacute apresentado o embasamento bibliograacutefico deste trabalho Diversos

trabalhos que apresentam o histoacuterico do desenvolvimento e o estado da arte atual em relaccedilatildeo agrave

padronizaccedilatildeo e agrave aplicaccedilatildeo do protocolo CAN satildeo apresentados Tambeacutem satildeo abordados

trabalhos relacionados com o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de anaacutelise de

desempenho de redes para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

22 PROTOCOLO CAN

Tem-se verificado recentemente um avanccedilo na utilizaccedilatildeo de tecnologias de automaccedilatildeo

e computaccedilatildeo para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas e em novas praacuteticas relacionadas com a

Agricultura de Precisatildeo (SIGRIMIS et al 2000) Dentre esses sistemas agriacutecolas estatildeo os

compostos por aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos veiacuteculos autocircnomos robocircs moacuteveis e

no gerenciamento de estufas e criadouros Jaacute em relaccedilatildeo agraves praacuteticas agriacutecolas estatildeo as

relacionadas com a aquisiccedilatildeo de dados em campo o estudo da variabilidade espacial e a

aplicaccedilatildeo de insumos a taxa variada Essas aplicaccedilotildees tecircm demandado um nuacutemero crescente

de pesquisas em sensores embarcados e redes de comunicaccedilatildeo (STONE et al 1999)

metodologias e dispositivos para medidas em movimento (on-the-go) (AUERNHAMMER

2001) Para a utilizaccedilatildeo dessas aplicaccedilotildees eacute necessaacuterio tambeacutem certo grau de automaticcedilatildeo

(MOLIN 2004) que depende de algumas tecnologias recentes apenas adaptadas para o meio

17

agriacutecola como eacute o caso dos sistemas de posicionamento por sateacutelites e sistemas de informaccedilatildeo

geograacutefica

A troca de informaccedilotildees necessaacuteria entre os dispositivos utilizados nessas aplicaccedilotildees

pode originar um sistema centralizado bastante complexo Assim o desenvolvimento de um

sistema de controle distribuiacutedo constitui uma soluccedilatildeo senatildeo necessaacuteria muito bem vinda

Esta grande quantidade de dispositivos inteligentes deve ser interconectada e compartilhar da

melhor maneira possiacutevel os dados disponiacuteveis na aplicaccedilatildeo Esta interconexatildeo e

compartilhamento satildeo realizados atraveacutes dos chamados Protocolos de Comunicaccedilatildeo

Uma tecnologia que vem sendo amplamente utilizada nessa interconexatildeo de

dispositivos eacute o CAN um protocolo de comunicaccedilatildeo serial digital amplamente aplicado na

aacuterea agriacutecola Na aacuterea de sistemas agriacutecolas a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN eacute confirmada em

Auernhammer (2004) e em Suvinen amp Saarilahti (2006) e sua aplicaccedilatildeo como tecnologia para

conexatildeo de dispositivos para veiacuteculos autocircnomos e robocircs moacuteveis eacute vista como forte tendecircncia

(NAGASAKA et al 2004 DARR STOMBAUGH amp SHEARER 2005) Serocircdio et al

(2001) apresentam a aplicaccedilatildeo do CAN em um sistema de gerenciamento de estufas Darr et

al (2005) avaliam a transmissatildeo de dados atraveacutes de uma rede CAN para longas distacircncias e

Spreng Rothmund amp Auernhammer (2006) utilizam o CAN como tecnologia para

interconexatildeo de equipamentos sendo que ambos os trabalhos consistem em aplicaccedilotildees para

sistemas de monitoramento de criadouros Para o caso da aacuterea relacionada agrave Agricultura de

Precisatildeo Darr et al (2003) apresentam um sistema de aquisiccedilatildeo de dados em campo

(coordenadas GPS e velocidade) baseado no protocolo CAN para um sistema de pulverizaccedilatildeo

Oksanen et al (2004) demonstram a utilizaccedilatildeo do protocolo CAN no desenvolvimento de

uma plataforma aberta e configuraacutevel de aquisiccedilatildeo de dados e aplicaccedilatildeo de insumos (semente

e fertilizante) a taxa variada para utilizaccedilatildeo em maacutequinas e implementos

18

Desde a deacutecada de 80 observa-se a necessidade de uma padronizaccedilatildeo para o protocolo

CAN em aplicaccedilotildees agriacutecolas quando se iniciou a elaboraccedilatildeo da norma DIN9684

Sistematizaccedilotildees das principais partes desta norma podem ser vistas em Jahns amp Speckmann

(1999) de forma a auxiliar sua implementaccedilatildeo Na deacutecada de 90 iniciou-se nos Estados

Unidos o desenvolvimento de padrotildees baseados no CAN para a aacuterea agriacutecola Potenciais

aplicaccedilotildees e caracteriacutesticas da norma SAEJ1939 satildeo apresentadas por Stone amp Zachos (1993)

Um histoacuterico do desenvolvimento das normas acima citadas e dos esforccedilos conjuntos das

associaccedilotildees DIN SAE ASAE com a associaccedilatildeo de normas internacional ISO para

desenvolvimento de uma norma internacional denominada ISO11783 eacute apresentado por Stone

et al (1999) Com a disponibilidade da documentaccedilatildeo da norma ISO11783 pesquisas

baseadas em implementaccedilotildees deste padratildeo comeccedilaram a surgir no final da deacutecada de 90 e

seus benefiacutecios podem ser observados em diferentes aplicaccedilotildees de campo (LANG et al 1999

AUERNHAMMER amp ROTHMUND 2004 e OKSANEN et al 2005) O trabalho de

Miettinen et al (2006) apresenta o desenvolvimento de um controlador de tarefas compatiacutevel

com a norma ISO11783 Atualmente a norma ISO11783 tambeacutem denominada ISOBUS estaacute

em fase de desenvolvimento e uma revisatildeo desse estado de implementaccedilatildeo pode ser

observada em Benneweis (2005)

No Brasil trabalhos pioneiros como Saraiva e Cugnasca (1998) e Cugnasca (2002) jaacute

apontavam agrave necessidade da pesquisa e desenvolvimento do protocolo CAN Aplicaccedilotildees

desse protocolo em Strauss (2001) Sousa (2002) Guimaratildees (2003) demonstram essa

tendecircncia de utilizaccedilatildeo Jaacute o trabalho Porto Sousa amp Inamasu (2005) apresenta uma proposta

de desenvolvimento de um robocirc agriacutecola moacutevel conectado por uma rede CAN Em relaccedilatildeo agrave

norma ISO11783 a busca por sua implementaccedilatildeo e difusatildeo no mercado brasileiro pode ser

verificada pelo esforccedilo conjunto de instituiccedilotildees de pesquisa (POLI EESC ESALQ ndash USP) e

de empresas de maacutequinas e implementos (AGCO John Deere Case New Holland Jumil)

19

com a criaccedilatildeo de um grupo de estudos denominado Forccedila Tarefa ISOBUS Brasil Reuniotildees

dessa Forccedila Tarefa jaacute foram realizadas em eventos como congressos (Congresso Brasileiro de

Agroinformaacutetica 2005 Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisatildeo 2006) e feiras

(Agrishow 2005 2006) para discussotildees sobre o assunto Estaacute prevista a realizaccedilatildeo do primeiro

ldquoplug-festrdquo com exposiccedilatildeo de hardwares e equipamentos compatiacuteveis com a ISO11783 para

o primeiro semestre de 2007

23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Tipicamente em sistemas de automaccedilatildeo e controle as especificaccedilotildees requerem que a

atuaccedilatildeo sobre o sistema controlado seja conforme especificado tanto do ponto de vista loacutegico

como tambeacutem do ponto de vista temporal Em sistemas distribuiacutedos fundamentados em redes

de campo como a rede CAN isto natildeo eacute diferente de modo que cada dispositivo conectado

possui um niacutevel de prioridade para acessar o barramento e um periacuteodo de tempo (deadline)

em que sua mensagem deve ser transmitida sem que haja prejuiacutezo para o sistema de controle

Aplicaccedilotildees tecircm demonstrado que a rede CAN oferece boas propriedades para

transmissatildeo de mensagens com requisitos temporais (LIAN MOYNE amp TILBURY 2001)

Aleacutem disso mostra-se importante a proposta de estudos para a rede sob situaccedilotildees como a

presenccedila de Jitter (explicado na seccedilatildeo 43) no conjunto de mensagens e o funcionamento com

alta carga de mensagens Assim em aplicaccedilotildees de sistemas distribuiacutedos tem sido comum a

busca pelo desenvolvimento de modelos e experimentos para anaacutelise de desempenho os quais

permitam o dimensionamento e a otimizaccedilatildeo do funcionamento desses sistemas como

mostrado em exemplos em Jain (1991)

20

Os trabalhos Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings (1995) tornaram-se

referecircncia em equaccedilotildees de anaacutelise de redes baseadas no protocolo CAN A partir destes

trabalhos diversas abordagens desses meacutetodos de anaacutelise de rede CAN podem ser

encontradas como anaacutelises de atraso (delay) de comunicaccedilatildeo em Upender amp Dean (1996) e

anaacutelises de desempenho de um sistema de controle sob condiccedilotildees de erros em Punnekkat

Hansson amp Norstrom (2000) para aplicaccedilotildees automotivas Tambeacutem Jeon et al (2001)

apresentam um estudo de viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma arquitetura distribuiacuteda em um AGV

(Automated Guided Vehicles ndash Veiacuteculo Auto-Guiado) e Santos Stemmer amp Vasquez (2002)

descrevem uma anaacutelise de escalonabilidade de mensagens de uma rede CAN para um

helicoacuteptero autocircnomo Trabalhos recentes como Brill et al (2006) e Davis et al (2006)

reforccedilam a importacircncia dessas equaccedilotildees de anaacutelise e apresentam novas discussotildees e

adaptaccedilotildees

Diversos trabalhos abordam anaacutelises de desempenho entre redes de controle para

aplicaccedilotildees industriais Lian Moyne e Tilbury (2001) apresentam uma anaacutelise de desempenho

entre redes Ethernet CAN e Controlnet na qual os resultados demonstram que o protocolo

CAN mostra melhor desempenho em sistemas com mensagens de tamanho reduzido Jaacute

Benito et al (1999) analisam o desempenho de redes CAN Profibus e Modbus para situaccedilotildees

de mensagens perioacutedicas e natildeo perioacutedicas Lian et al (2006) apresentam uma abordagem de

estudo da relaccedilatildeo entre o tempo de amostragem das mensagens e o desempenho de sistemas

de controle via redes o qual pode ser aplicado para redes CAN

Na aacuterea agriacutecola Hofstee amp Goense (1997 1999) apresentam resultados referentes agrave

simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo de uma rede CAN com paracircmetros baseados na norma DIN9684 e

ISO11783 respectivamente para uma configuraccedilatildeo de trator e implemento Silva (2003)

apresenta o desenvolvimento de um simulador da dinacircmica da troca de mensagens em redes

21

baseadas na norma ISO11783 Uma abordagem de modelagem e anaacutelise de redes CAN

atraveacutes da ferramenta Redes de Petri Coloridas pode ser vista em Lopes et al (2005)

Entretanto apesar da utilizaccedilatildeo de modelos de anaacutelise de rede CAN estar presente em

vaacuterias aacutereas de aplicaccedilatildeo e ter sua importacircncia comprovada de acordo com os trabalhos

apresentados natildeo haacute metodologias e ferramentas de anaacutelises para aplicaccedilotildees agriacutecolas

baseadas nas abordagens propostas por Tindell amp Burns (1994) e Tindell Burns amp Wellings

(1995) Norteado pelas necessidades citadas o desenvolvimento e a aplicaccedilatildeo de uma

ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes CAN adquirem grande importacircncia e potencial

para aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada a revisatildeo bibliograacutefica relacionada ao protocolo CAN e o

desenvolvimento de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede Pode-se perceber que a

aplicaccedilatildeo do protocolo CAN em sistemas agriacutecolas eacute fato consolidado e que ultimamente vecircm

ocorrendo esforccedilos no sentido da implementaccedilatildeo da norma ISO11783 O desenvolvimento de

uma ferramenta de anaacutelise de desempenho desse tipo de rede apresenta grande potencial e

importacircncia e eacute um assunto que de acordo com a revisatildeo ainda natildeo estaacute difundido em

aplicaccedilotildees do CAN para sistemas agriacutecolas

22

3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL

31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Para realizar uma tarefa de anaacutelise de desempenho divide-se o conhecimento do

sistema de controle distribuiacutedo em dois fatores Primeiramente o conhecimento do sistema de

controle a ser analisado no caso o protocolo CAN Em seguida o conhecimento dos

paracircmetros e dados relacionados ao protocolo escolhido que exercem influecircncia no

desempenho do sistema de controle

Neste capiacutetulo eacute realizada uma revisatildeo conceitual sobre o protocolo CAN e sobre a

importacircncia da anaacutelise de desempenho de sistemas de controle via rede CAN Nessa revisatildeo

foram sistematizados em relaccedilatildeo ao protocolo CAN os conceitos mais importantes para o

entendimento das etapas posteriores do trabalho Dentre esses conceitos cita-se o mecanismo

de arbitragem do protocolo a implementaccedilatildeo da norma ISO11783 e os meacutetodos e paracircmetros

que podem e vecircm sendo utilizados em anaacutelise de desempenho de redes CAN

32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN

Define-se para este trabalho que um barramento de comunicaccedilatildeo (CAN) eacute composto

pelo meio fiacutesico de transmissatildeo de dados (cabeamento) e seus conectores definidos de acordo

com o protocolo escolhido (CAN) Jaacute uma rede CAN eacute composta pelo conjunto dos

dispositivos eletrocircnicos conectados (sensores e atuadores) pelo barramento de comunicaccedilatildeo e

pelas interfaces de comunicaccedilatildeo (hardware que implementa a comunicaccedilatildeo entre os

dispositivos eletrocircnicos atraveacutes do barramento)

23

321 Conceituaccedilatildeo

Como descrito em Sousa (2002) e em Guimaratildees (2003) o CAN eacute um protocolo de

comunicaccedilatildeo digital serial onde a comunicaccedilatildeo de dados eacute baseada em mensagens formadas

por quadros de bits com determinada funccedilatildeo Entre esses quadros de bits existe o campo

identificador (ID - identifier) que caracteriza e define a prioridade de cada mensagem O valor

do identificador de uma mensagem em uma rede CAN eacute exclusivo e quanto mais baixo seu

valor maior seraacute a prioridade da mensagem Os sinais eleacutetricos digitais do CAN satildeo

representados pelo niacutevel recessivo (niacutevel loacutegico 1) e niacutevel dominante (niacutevel loacutegico 0) sendo

eles sinais diferenciais entre os dois fios do barramento (condutores CAN_H e CAN_L)

como pode ser visto na Figura 2

Figura 2 ndash Niacuteveis de Tensatildeo Especificados para o CAN (GUIMARAtildeES 2003)

O mecanismo de acesso ao meio eacute fundamentado no conceito CSMANDBA - Carrier

Sense Multiple Access with Non-Destructive Bitwise Arbitration (Acesso Muacuteltiplo com

Detecccedilatildeo de Portadora com Arbitragem Natildeo Destrutiva por Operaccedilatildeo Loacutegica Bit-a-Bit) que

significa que os moacutedulos (noacutes CAN) possuem acesso ao barramento com prioridades

determinadas De acordo com a Figura 3 ao verificar o estado do barramento os moacutedulos

iniciam a transmissatildeo de suas mensagens De acordo com o valor do identificador o moacutedulo

com a mensagem de prioridade menor cessa sua transmissatildeo e o moacutedulo com a mensagem de

24

maior prioridade continua enviando sua mensagem deste ponto sem ter que reiniciaacute-la Isto eacute

realizado pelo processo de arbitragem bit a bit natildeo destrutivo ou loacutegica E por fios quando

dois ou mais moacutedulos iniciam a transmissatildeo simultaneamente Cada bit transmitido eacute

comparado sendo que o dominante sobrepotildee o recessivo

Figura 3 ndash Mecanismo de Acesso ao Meio do CAN (Adaptado de CIA 2005)

Dentre as especificaccedilotildees do protocolo CAN em relaccedilatildeo agrave camada de enlace de dados

estatildeo os dados relacionados aos formatos existentes do quadro de dados Satildeo definidos dois

formatos de quadros dados de mensagem onde a uacutenica diferenccedila estaacute no tamanho do

identificador sendo CAN A Standard (ID 11 bits) e CAN B Extended (ID 29 bits)

especificados segundo a Figura 4

Figura 4 ndash Formato dos Quadros de Mensagens CAN (Adaptado de SOUSA 2002)

25

322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola

Como podem ser vistos em Guimaratildees (2003) os fundamentos do CAN satildeo

especificados por duas normas a ISO11898 e a ISO11519-2 Ambas especificam as

caracteriacutesticas das camadas Fiacutesica e de Enlace de Dados respectivamente 1 e 2 do modelo

rede de comunicaccedilatildeo OSI (Open System Interconnection) de 7 camadas As demais camadas

(3 a 7) satildeo especificadas por outros protocolos relacionados agraves aplicaccedilotildees especiacuteficas entre

as diversas aacutereas de utilizaccedilatildeo do CAN

Para o caso da aacuterea agriacutecola (SOUSA 2002) entre os padrotildees mais representativos e

fundamentados no CAN pode-se citar

uuml DIN9864 Especificado pela associaccedilatildeo de normas da Alemanha Baseado na

versatildeo 20A do CAN e adotou e influenciou algumas especificaccedilotildees de padrotildees

da ISO

uuml SAEJ1939 Desenvolvido para aplicaccedilatildeo em veiacuteculos de terra de grande porte

como caminhotildees ocircnibus tratores incluindo maacutequinas e implementos agriacutecolas

Baseado na versatildeo CAN 20B do CAN

uuml ISO11783 (ISOBUS) As atividades de normalizaccedilatildeo pela ISO para este padratildeo

para aplicaccedilotildees em maacutequinas e implementos agriacutecolas estatildeo sendo concluiacutedas

Possui diversas especificaccedilotildees iguais ao padratildeo SAE J1939 e ao DIN 9684

323 ISO11783

O ISO11783 - Tractors and machinery for agriculture and forestry ndash Serial control and

communications data network - eacute um padratildeo de comunicaccedilatildeo baseado no CAN 20B

desenvolvido para a interconexatildeo de sistemas eletrocircnicos em maacutequinas e implementos

agriacutecolas O comitecirc da ISO responsaacutevel por essa norma eacute o TC23SC19WG1 e estaacute com os

26

trabalhos em fase de conclusatildeo Muitas especificaccedilotildees deste padratildeo foram baseadas na norma

DIN 9684 e na norma SAE J1939 como a velocidade de transmissatildeo do barramento de 250

Kbitss A Tabela 1 apresenta uma visatildeo geral sobre as partes que compotildee essa norma e sua

situaccedilatildeo de desenvolvimento de acordo com Vector CANtech (2006) Satildeo apresentadas as

seguintes abreviaturas para melhor entendimento da Tabela 1

uuml IS ndash International Standard = Parte publicada do Padratildeo Internacional

uuml FDIS ndash Final Draft International Standard = Versatildeo final do rascunho da parte

uuml DIS ndash Draft International Standard = Rascunho da parte em fase de anaacutelise

uuml WD ndashWorking Draft = Rascunho da parte em fase de desenvolvimento

Tabela 1 ndash Visatildeo Geral da Norma ISO11783

Parte Tiacutetulo Escopo Situaccedilatildeo

1 General Standard Visatildeo geral sobre o padratildeo e da aplicaccedilatildeo de cada parte FDIS em 082006 ndash

IS previsto para 022007

2 Physical Layer

Cabos conectores sinais eleacutetricos e caracteriacutesticas mecacircnicas e eleacutetricas gerais do barramento IS

3 Data Link Layer

Implementaccedilatildeo do CAN e especificaccedilatildeo da estrutura das mensagens

DIS ndash Harmonizaccedilatildeo com J193921

4 Network Layer Interconexatildeo de sub-redes IS

5 Network Management Processo de inicializaccedilatildeo e endereccedilamento de ECUrsquos IS

6 Virtual Terminal Especificaccedilotildees do terminal de controle e operaccedilatildeo IS ndash Modificaccedilotildees em

desenvolvimento 122006

7 Implement Messages

Definiccedilatildeo de mensagens baacutesicas dos implementos e da maacutequina

IS ndash Modificaccedilotildees em desenvolvimento 122006

8 Power Train Messages Definiccedilatildeo de mensagens automotivas IS com referecircncia a

J193971 9 Tractor ECU Especificaccedilotildees da ECU do Trator IS

10 Task Controller

Especificaccedilatildeo de interfaces e programas computacionais de controle e administraccedilatildeo com o barramento

FDIS em 122006 ndash IS previsto para 022007

11 Data Dictionary

Definiccedilotildees e identificaccedilatildeo de mensagens para elementos da rede FDIS em 082006

12 Diagnostics Diagnoacutestico de falhas e processo de identificaccedilatildeo de ECUacutes DIS em 102006

13 File Server Definiccedilotildees do servidor de dados e mensagens de acesso cliente - servidor FDIS em 112006

14 Automated Functions

Definiccedilotildees para realizaccedilatildeo de tarefas automatizadas pela maacutequina (como manobras de final de linha de plantio)

Em desenvolvimento como WD

Em aplicaccedilotildees relacionadas com o CAN e com a ISO11783 o sistema eletrocircnico que

promove a interconexatildeo de um dispositivo ao barramento eacute denominado Electronic Control

27

Unit (ECU) ou Unidade Eletrocircnica de Controle Uma uacutenica ECU pode ser responsaacutevel pela

conexatildeo de um ou mais dispositivos a um barramento Tambeacutem um dispositivo pode ser

conectado a um barramento por uma ou mais ECUrsquos O conjunto formado por ECU e

dispositivo constitui um noacute CAN A Figura 5 exemplifica a aplicaccedilatildeo do padratildeo ISO em uma

rede embarcada em um trator e implemento

Figura 5 ndash Rede ISO11783 em Maacutequina e Implemento (Adaptado de SOUSA 2002)

Em uma rede baseada na norma ISO11783 toda troca de informaccedilotildees entre as ECUacutes ou

noacutes CAN do sistema eacute realizada por mensagens com formato de quadro de dados definido

Como citado a versatildeo 20B do protocolo CAN com identificador de 29 bits eacute utilizada e satildeo

especificados campos especiacuteficos de acordo com a Figura 6 que definem a estrutura PDU

(Protocol Data Unit ndash Unidade de Protocolo de Dados) utilizado para endereccedilamento das

mensagens na rede CAN

28

Figura 6 ndash Campos do Identificador e Formaccedilatildeo das PDU (SOUSA 2002)

Os campos que compotildee a estrutura PDU de uma mensagem de acordo com a norma

ISO11783 possuem diferentes funccedilotildees descritas na Tabela 2

Tabela 2 ndash Composiccedilatildeo e Funccedilotildees dos Campos do PDU da norma ISO11783

Sigla Descriccedilatildeo Nordm Bits Funccedilatildeo

P Priority - Prioridade 3 Determinar a prioridade de acesso da mensagem O menor valor binaacuterio deste campo significaraacute maior prioridade e vice-versa

R Reserved - Reserva 1 Bit reserva da ISO11783 Deve ser sempre considerado igual a

zero para natildeo distorcer a verificaccedilatildeo de prioridade

DP Data Page - Paacutegina de Dados 1

Possibilita o trabalho com duas paacuteginas de Grupos de Paracircmetros (PGN)

PF PDU Format - Formato do PDU 8

Campo utilizado na especificaccedilatildeo do tipo da mensagem e na determinaccedilatildeo dos PGNacutes

PS PDU Specific - Especificidade do PDU 8

Representa o endereccedilo de destino da mensagem Depende diretamente do valor do campo PF (Destination Address ou

Group Extension)

SA Source Address ndash Endereccedilo Fonte 8 Eacute o valor que identifica cada ECU

DF Data Field - Campo de Dados 64 Campo de informaccedilotildees (Oito campos de oito bits)

O valor do campo PDU Format (oito bits) define qual tipo de mensagem que estaacute sendo

transmitida por um noacute e especifica o campo PDU Specific Trecircs tipos de mensagens foram

criados como mostra a Tabela 3 O valor 255 para o campo PDU Format define uma

mensagem como sendo global assim todos os noacutes que compotildee a rede podem receber esta

mensagem Vale lembrar que o valor do campo que compotildee o PDU da mensagem eacute dado pelo

29

valor decimal equivalente ao binaacuterio do respectivo campo (Ex PDU Format - 8 bits ndash

Valores de 0 a 255)

Tabela 3 ndash Descriccedilatildeo dos Valores do Campo PDU Format

Formato do PDU Valor do Campo PDU Tipo da Mensagem PDU 1 0 a 239 Especiacutefico ndash ECU ou Global PDU 2 240 a 254 Global ndash Grupo de ECUacutes Global 255 Global

O formato PDU 1 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de destino

(Destination Address) da mensagem Isso permite que a mensagem seja enviada para um noacute

da rede em particular Caso o valor deste campo Destination Address seja 255 a mensagem se

torna global O formato PDU 2 especifica que o campo PDU Specific conteacutem o endereccedilo de

extensatildeo de grupo (Group Extension) da mensagem Esse campo Group Extension eacute utilizado

em noacutes que possuem a mesma ldquofunccedilatildeo na rederdquo e permite que a mensagem seja enviada para

varias noacutes (ECUacutes) simultaneamente

Eacute importante citar que um estudo mais completo de todas as partes da norma ISO11783

eacute imprescindiacutevel para o desenvolvimento de uma aplicaccedilatildeo baseada neste padratildeo Os assuntos

aqui descritos representam uma siacutentese dos assuntos principais que seratildeo necessaacuterios para o

entendimento da parte relacionada agrave montagem e coleta de dados da rede CAN para este

trabalho

33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO

Saber como um sistema se comporta eacute muito importante para conhecer a capacidade do

mesmo Caso o sistema natildeo esteja implementado um teste de viabilidade revelaria se ao ser

30

implementado ele realizaria o que se propotildee No caso de um sistema jaacute implementado a

realizaccedilatildeo de testes demanda alto custo e grande quantidade de tempo Por isso muitas vezes eacute

preferiacutevel que os experimentos sejam conduzidos em um modelo do sistema (SILVA 2003)

Na avaliaccedilatildeo de desempenho de sistemas de controle devem-se estabelecer quais seratildeo

os paracircmetros ou dados a serem medidos Esses paracircmetros devem conter todas as

informaccedilotildees relevantes na anaacutelise do sistema Outro fator importante eacute o meacutetodo atraveacutes do

qual a avaliaccedilatildeo seraacute feita Podem-se utilizar teacutecnicas de avaliaccedilatildeo de desempenho para prever

o seu comportamento tais como simulaccedilatildeo e meacutetodos analiacuteticos (JAIN 1991)

Cada meacutetodo possui suas vantagens e desvantagens Os meacutetodos analiacuteticos possuem a

vantagem de dar uma soluccedilatildeo mais geral para o problema mais econocircmica e mais eficiente

poreacutem muitas vezes a sua aplicaccedilatildeo eacute limitada pela complexidade do sistema que estaacute sendo

modelado Nesses casos escolhe-se a simulaccedilatildeo por ser um meacutetodo mais simples de ser

implementado e que permite a realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo

modelo fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo Do ponto de vista praacutetico

simulaccedilatildeo eacute o processo de projetar e criar um modelo computadorizado de um sistema para

conduzir experimentos numeacutericos objetivando um melhor entendimento do sistema em um

dado conjunto de condiccedilotildees

Para a anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo isto natildeo eacute diferente de modo

que cada projetista define em relaccedilatildeo ao tipo e protocolo de comunicaccedilatildeo em que sua rede eacute

baseada os paracircmetros mais interessantes a serem analisados Ressalta-se que essa escolha de

paracircmetros depende das necessidades de conhecimento da aplicaccedilatildeo por parte do projetista e

principalmente do meacutetodo de avaliaccedilatildeo escolhido

De acordo com a literatura o aumento da utilizaccedilatildeo do CAN em soluccedilotildees de

comunicaccedilatildeo tempo real realccedila a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelises temporais e de

desempenho (PINHO amp VASQUES 2001) Para esses tipos de anaacutelise de redes baseadas no

31

protocolo CAN Godoy Sousa amp Inamasu (2005) descrevem os paracircmetros que podem ser

analisados e os dividem em dois grupos

uuml Paracircmetros de Configuraccedilatildeo composto pelos dados de configuraccedilatildeo do

protocolo necessaacuterios para a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de

Entrada

uuml Paracircmetros de Desempenho composto pelos dados relacionados ao

desempenho do sistema e a operaccedilatildeo da rede definidos como Dados de Saiacuteda

A Tabela 4 apresenta o conjunto dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de redes CAN

utilizados em anaacutelise de desempenho Eacute importante lembrar que o paracircmetro tamanho do

campo de dados de uma mensagem CAN possui uma quantidade maacutexima de 64 bits

Tabela 4 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Configuraccedilatildeo de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo Formato do quadro de mensagem Definido entre CAN 20A (ID 11 bits) e CAN 20B (ID 29 bits)

Nuacutemero de mensagens Dado pelo nuacutemero total de mensagens de dados que trafegam pela rede Tipo de mensagem Perioacutedica (transmitida a cada intervalo de tempo) ou natildeo perioacutedica

Velocidade de transmissatildeo Valor da velocidade de transmissatildeo de dados pelo barramento Periacuteodo ou Tempo de amostragem Intervalo de tempo entre transmissotildees consecutivas de uma mensagem

Esquema de prioridade Esquema de prioridades de acesso ao barramento das mensagens que trafegam pela rede

Tamanho do campo de dados das mensagens Quantidade de bits de dados (data field) de uma mensagem

De acordo com Lian et al (2006) um dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de NCS

(Networked control system - sistema de controle via redes de comunicaccedilatildeo) que mais exerce

influecircncia sobre o desempenho do sistema de controle eacute o periacuteodo de amostragem das

mensagens que trafegam pela rede Neste trabalho eacute apresentado um diagrama que auxilia na

visualizaccedilatildeo deste problema e na tarefa de selecionar tais periacuteodos de amostragem Na Figura

7 eacute apresentado este diagrama para a aplicaccedilatildeo de um sistema de controle via rede CAN

32

Figura 7 ndash Relaccedilatildeo entre Periacuteodo de Amostragem e Desempenho do Sistema de Controle via Rede CAN (Adaptado de LIAN et al 2006)

Para o graacutefico da Figura 7 a divisatildeo entre inaceitaacutevel e aceitaacutevel pode ser definida de

acordo com especificaccedilotildees do sistema de controle como margem de fase resposta temporal e

funccedilatildeo de transferecircncia (LIAN et al 2006) Para o caso da rede de controle CAN o ponto 1 eacute

determinado pela investigaccedilatildeo de caracteriacutesticas e estatiacutesticas de atrasos de comunicaccedilatildeo

relacionados com o traacutefego de mensagens na rede Periacuteodos de amostragem mais lentos

podem representar menos problemas em relaccedilatildeo ao desempenho do sistema de controle

poreacutem a rede apresentaraacute alto niacutevel de ociosidade (capacidade de processamento e troca de

informaccedilotildees que natildeo eacute usada) Para periacuteodos de amostragem mais raacutepidos no entanto a carga

de dados trafegando pela rede se torna maior e sua ociosidade diminui poreacutem a possibilidade

de ocorrer mais disputas pelo acesso ao barramento e de um aumento nos atrasos de

comunicaccedilatildeo pode ser esperado por se tratar de uma rede como o CAN O ponto 2 demonstra

essa situaccedilatildeo onde a rede comeccedila a se tornar saturada (sobrecarregada de mensagens) novas

mensagens satildeo enviadas para o barramento sobrepondo as anteriores que ainda natildeo tinham

sido transmitidas e erros de transmissatildeo tornam-se constantes

33

Existem inuacutemeros paracircmetros relacionados ao desempenho de um sistema de

comunicaccedilatildeo via rede Muitos deles relacionados agrave crescente demanda e utilizaccedilatildeo deste tipo

de tecnologia como soluccedilatildeo para sistemas com caracteriacutesticas de tempo real (LIAN et al

2006) Os paracircmetros de desempenho que geralmente satildeo abordados em anaacutelises de

aplicaccedilotildees de redes CAN estatildeo sendo mostrados na Tabela 5

Tabela 5 ndash Descriccedilatildeo dos Paracircmetros de Desempenho de Redes CAN

Nome Descriccedilatildeo

Tempo de Transmissatildeo Tempo entre uma mensagem comeccedilar a ser transmitida por um noacute de origem e ser recebida pelo noacute de destino

Tempo de Resposta Total Tempo total de leitura ou transmissatildeo de mensagens de todos os dispositivos da rede

Taxa de Utilizaccedilatildeo Porcentagem utilizada pela comunicaccedilatildeo de dados em relaccedilatildeo agrave capacidade total de uma rede

Nuacutemero de Mensagens Enviadas e Recebidas Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mensagens enviadas e recebidas pela rede

Cumprimento de Deadline Verifica-se o cumprimento do requisito temporal de cada mensagem

Nuacutemero de Mensagens no Buffer Monitoramento de nuacutemero de mensagens nos buffers de recepccedilatildeo e transmissatildeo de cada noacute da rede

O requisito temporal de uma mensagem demanda que seu tempo de transmissatildeo tem

que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma revisatildeo geral sobre o protocolo CAN e a norma

ISO11783 e buscou-se justificar a importacircncia da realizaccedilatildeo de anaacutelise de desempenho de

sistemas de controle Foram sistematizados os principais conceitos de cada assunto de modo a

sintetizar os conhecimentos necessaacuterios para o acompanhamento do restante do trabalho Eacute

ressaltado o aumento da pesquisa em anaacutelise de desempenho de redes de comunicaccedilatildeo dando

ecircnfase ao fato de que a definiccedilatildeo dos paracircmetros analisados para cada sistema depende

34

principalmente do meacutetodo de anaacutelise escolhido Para o caso do protocolo CAN satildeo resumidos

e apresentados os principais paracircmetros e dados relacionados com anaacutelise de desempenho que

vecircm sendo pesquisados e utilizados em trabalhos cientiacuteficos

35

4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo abordadas todas as etapas relacionadas com a proposta da ferramenta

de anaacutelise de redes CAN Apresentam-se as justificativas para a escolha da utilizaccedilatildeo do

meacutetodo de avaliaccedilatildeo de desempenho por simulaccedilatildeo A sistematizaccedilatildeo do modelo matemaacutetico

de anaacutelise de redes CAN eacute examinada com detalhes atraveacutes de um estudo temporal da

transmissatildeo de mensagens na rede Para concepccedilatildeo das posteriores simulaccedilotildees uma

metodologia para utilizaccedilatildeo desse modelo matemaacutetico eacute apresentada

42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO

Como apresentado na seccedilatildeo 33 do capiacutetulo anterior a escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo

utilizado para analisar o desempenho de um sistema eacute uma das principais decisotildees a serem

tomadas e define a proposta deste trabalho O que mais motivou o aluno na escolha do meacutetodo

de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo foi o fato descrito na revisatildeo bibliograacutefica de que natildeo foram

encontrados relatos de desenvolvimentos fundamentados nas equaccedilotildees da abordagem de

Tindell Burns amp Wellings (1995) para aplicaccedilotildees agriacutecolas Assim com a sistematizaccedilatildeo

dessas equaccedilotildees em um modelo matemaacutetico obter-se-ia um modelo do sistema de controle

via rede CAN que poderia ser utilizado para a realizaccedilatildeo das simulaccedilotildees

Outros fatores que justificam esta escolha podem ser citados (SILVA 2003) como

36

uuml A simulaccedilatildeo eacute um meacutetodo mais simples de ser implementado e que permite a

realizaccedilatildeo de experimentos sob vaacuterias condiccedilotildees com o mesmo modelo

fornecendo resultados gerais para o sistema em estudo

uuml A simulaccedilatildeo vem sendo utilizada para reduccedilatildeo do tempo de projeto e

desenvolvimento e reduccedilatildeo de custos relacionados a testes de campo

uuml A simulaccedilatildeo facilita a avaliaccedilatildeo de resultados pois permite a repeticcedilatildeo de

simulaccedilotildees para o mesmo modelo variando-se apenas os paracircmetros desejados e

obtendo-se assim informaccedilotildees mais especiacuteficas

43 ESTUDO TEMPORAL

As equaccedilotildees da abordagem de Tindell Burns amp Wellings (1995) datildeo suporte ao

desenvolvimento do modelo de anaacutelise de redes CAN proposto e utilizado para a realizaccedilatildeo

das simulaccedilotildees De forma a facilitar o entendimento destas equaccedilotildees eacute apresentada uma

detalhada anaacutelise temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN (GODOY et al

2006a) Os tempos de transmissatildeo de uma mensagem em uma rede de controle CAN podem

ser estudados e calculados atraveacutes de uma anaacutelise do traacutefego de mensagens na rede A Figura

8 mostra um exemplo dos tempos encontrados em uma transmissatildeo de uma mensagem CAN

pela rede desde sua inicializaccedilatildeo ou o comeccedilo da transmissatildeo por um noacute de origem ateacute o

teacutermino da recepccedilatildeo da mensagem por parte do noacute de destino

37

Figura 8 ndash Tempos da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN entre Noacutes (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2002)

O tempo total de transmissatildeo de uma mensagem Tdelay pode ser dividido em trecircs

partes atrasos de comunicaccedilatildeo no noacute de origem Tsrc no barramento CAN Tbus e no noacute de

destino das mensagens Tdest como pode ser visto no diagrama detalhado da Figura 9

Figura 9 - Diagrama Temporal da Transmissatildeo de uma Mensagem CAN (Adaptado de LIAN MOYNE amp

TILBURY 2001)

O atraso do noacute de origem Tsrc eacute caracterizado pelo tempo de preacute-processamento Tpre

que eacute a soma do tempo de computaccedilatildeo Tscomp com o tempo de codificaccedilatildeo Tscode

realizado no iniacutecio de cada mensagem O tempo de espera total Twait eacute caracterizado pela

38

soma do tempo de espera na fila Tqueue com o tempo de bloqueio Tblock O tempo de

espera na fila Tqueue eacute o tempo que uma mensagem espera no buffer do noacute de origem

enquanto uma outra mensagem da fila estaacute sendo transmitida Esse valor depende do tempo de

bloqueio das outras mensagens na fila do periacuteodo de amostragem das mensagens e da carga

de dados a ser processada O tempo de atraso do barramento CAN Tbus eacute caracterizado pela

soma do tempo total de transmissatildeo da mensagem Tframe com o atraso de propagaccedilatildeo da

rede Tprop Esse valor depende do tamanho da mensagem da velocidade de transmissatildeo e do

tamanho do barramento CAN O atraso no noacute de destino Tdest eacute caracterizado pelo tempo de

poacutes-processamento Tpost que eacute a soma do tempo de decodificaccedilatildeo Tdcode com o tempo de

computaccedilatildeo Tdcomp realizado no final da transmissatildeo de cada mensagem

A equaccedilatildeo (1) apresenta resumidamente o tempo total de atraso numa rede CAN Os

tempos Tpre e Tpost satildeo relacionados com os tempos de processamento e transformaccedilatildeo dos

dados entre o barramento e o dispositivo que utiliza esses dados Estes tempos estatildeo

totalmente relacionados e dependem das caracteriacutesticas do software e do hardware utilizados

nos noacutes CAN Segundo Lian Moyne amp Tilbury (2002) estes valores Tpre e Tpost satildeo

tipicamente constantes e pequenos Por causa desse fato e para natildeo excluiacute-los dos caacutelculos

uma hipoacutetese de relaccedilatildeo desses valores com o Jitter (variabilidade do intervalo de tempo entre

mensagens consecutivas serem inseridas e retiradas da fila de mensagens da rede - SANTOS

VASQUEZ amp STEMMER 2004) da rede foi adotada Wittenmark Nilsson amp Torngren

(1995) definem que o Jitter de uma rede estaacute fortemente relacionado ao hardware utilizado

para implementaccedilatildeo do protocolo de comunicaccedilatildeo confirmando tal hipoacutetese

m

bus

m

wait

m

postpre

postbuswaitpre

destsrcdelay

CT

QT

J

TT

TTTT

TTT

+++=

+++=

minus=

43421 (1)

39

44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO

A escolha do meacutetodo de avaliaccedilatildeo por simulaccedilatildeo demanda a sistematizaccedilatildeo de um

modelo de anaacutelise do sistema A definiccedilatildeo das equaccedilotildees que compotildee este modelo permitiraacute

determinar quais tipos de paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser analisados

para o sistema de acordo com o apresentado na seccedilatildeo 33

441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais

As equaccedilotildees que definem os termos mostrados na equaccedilatildeo (1) satildeo definidas para redes

de controle baseadas no protocolo CAN e uma relaccedilatildeo entre as equaccedilotildees (1) e (2) eacute

apresentada De acordo com as equaccedilotildees sistematizadas em Godoy Sousa amp Inamasu (2005)

o tempo total de transmissatildeo (Rm) no pior caso de uma mensagem (m) em uma rede CAN

(TINDELL BURNS amp WELLINGS 1995) sob condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo eacute definido

pela equaccedilatildeo (2)

mmmm CWJR ++= (2)

Na equaccedilatildeo (2) o termo Jm representa o Jitter da mensagem e eacute determinado

empiricamente utilizando-se Jm igual 01 milisegundo (ms) O termo Wm representa o atraso

na fila no pior caso (o maior tempo entre a inserccedilatildeo de uma mensagem na fila de prioridades e

o iniacutecio de sua transmissatildeo) e o termo Cm representa o tempo gasto para se transmitir uma

mensagem (m) fisicamente sobre o barramento

O formato do quadro de dados de uma mensagem CAN conteacutem uma largura de stuff

(quantidade de bits consecutivos que podem ser transmitidos com o mesmo valor 0 ou 1) de 5

bits e uma quantidade O de bits de overhead (requerido para verificaccedilatildeo de erros e controle de

40

transmissatildeo) por mensagem No entanto apenas um nuacutemero T desta quantidade O de bits de

overhead estaacute sujeito ao stuffing (campos natildeo sujeitos ao bit stuffing na Figura 4 seccedilatildeo 321

Delimiters CRC ACK e EOF) Assim para cada um dos termos da equaccedilatildeo (2) satildeo definidas

as equaccedilotildees (3) (4) (5) e (6) conforme apresentadas em Tindell amp Burns (1994) e

aperfeiccediloadas por Punnekkat Hansson amp Norstrom (2000)

bitmm

m SOSTC τ84

18

++

minus+

= (3)

T = quantidade de bits de overhead sujeita ao bit stuffing

O = nuacutemero maacuteximo de bits de overhead por mensagem

Sm = tamanho limitado da mensagem (m) em bytes (tamanho maacuteximo de 8 bytes)

τ bit = tempo necessaacuterio para transmitir um bit sobre o barramento (encontrado de

acordo com a velocidade de transmissatildeo de dados 125K 250K 500K 1M bits ou outra

qualquer escolhida)

Godoy Sousa amp Inamasu (2005) definem na Tabela 6 os valores das variaacuteveis

referentes agrave equaccedilatildeo (3) para os formatos de quadro de mensagem CAN que podem ser

analisados

Tabela 6 ndash Valor das Variaacuteveis da Equaccedilatildeo (2) para os Tipos de Mensagem CAN

Valor da Variaacutevel para cada Tipo de Mensagem Variaacutevel nas Equaccedilotildees

CAN 20 A Standard CAN 20 B Extended T 34 54 O 47 67

O tempo que uma mensagem CAN (m) fica na fila de espera depende do tempo de

bloqueio por mensagens de menor prioridade que estejam ocupando o barramento no

41

momento (Bm) e do tempo de transmissatildeo das mensagens de maior prioridade Este tempo eacute

dado pela seguinte equaccedilatildeo (4)

sumisinforall

+++=

)(

mhpjj

j

bitjmmm C

TJW

BWτ

(4)

hp (m) = conjunto de mensagens no sistema com prioridade maior que a mensagem (m)

Bm = tempo de bloqueio no pior caso da mensagem (m)

Tj = periacuteodo de uma mensagem (j)

Jj = Jitter de uma mensagem (j)

)(max)( kmlpkm CB

isinforall= (5)

lp (m) = conjunto de mensagens com prioridade menor que a mensagem (m) (se a

mensagem (m) for a de menor prioridade entatildeo Bm eacute zero)

Os valores Cj e Ck satildeo obtidos para cada mensagem pela equaccedilatildeo (3) Para a utilizaccedilatildeo

da equaccedilatildeo (4) eacute necessaacuteria uma relaccedilatildeo de recorrecircncia com valor inicial 0 0mW = e interaccedilotildees

ocorrendo ateacute a convergecircncia dos valores (isto eacute 1n nm mW W+ = ) que resulta na equaccedilatildeo (6)

sumisinforall

+

+++=

)(

1 mhpj

jj

bitjn

mm

nm C

TJW

BWτ

(6)

442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro

Equaccedilotildees tecircm sido desenvolvidas e incrementadas ao conjunto de equaccedilotildees anterior de

forma a se analisar a operaccedilatildeo da rede CAN sob condiccedilotildees de erro (erros na transmissatildeo da

42

mensagem e tempos de retransmissatildeo) Nesses novos modelos satildeo incluiacutedas muacuteltiplas fontes

de erro e incluiacutedos tempos de inacessibilidade do barramento CAN devido a erros do proacuteprio

canal e dos transceivers dos dispositivos conectados (PUNNEKATT HANSSON amp

NORSTOM 2000 PINHO VASQUES amp TOVAR 2000) Assim para o caso de operaccedilatildeo

da rede CAN sob condiccedilotildees de erro o tempo de transmissatildeo (Rm) de uma mensagem (m)

passa a ser definido pela equaccedilatildeo (7) (GODOY et al 2006b)

mmmm CQJR ++= (7)

Onde os termos Jm e Cm tecircm o mesmo significado como apresentado anteriormente e

Qm corresponde agora ao tempo gasto por uma mensagem na fila de espera sob condiccedilotildees de

erro dado diretamente pela seguinte formulaccedilatildeo de recorrecircncia mostrada pela equaccedilatildeo (8)

com valor inicial 00 =mQ e interaccedilotildees ocorrendo ate a convergecircncia dos valores ( nm

nm QQ =+1 )

)()(

1mmm

mhpjj

j

bitjnm

mnm CQEC

TJQ

BQ ++

+++= sum

isinforall

+ τ (8)

O termo Em(t) eacute uma funccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de erro que define o valor de bits de

overhead de erros que podem ocorrer num determinado intervalo de tempo (t) definido pela

equaccedilatildeo (9) Os valores de nerror = 1 e Terror = 100 milisegundos (ms) satildeo definidos de acordo

com os valores tiacutepicos de taxa de erro do CAN (TINDELL amp BURNS 1994a)

)(max31(1)( ))( kmmhpKbit

errorerrorm C

TtntE

cupisinforall+

minus

+= τ (9)

nerror = nuacutemero de erros em sequumlecircncia que podem ocorrer em um intervalo arbitraacuterio

Terror = periacuteodo de ocorrecircncia do erro

43

Em cada erro o overhead de recuperaccedilatildeo de erros pode ser aumentado em ateacute 31 bits

seguido pela retransmissatildeo da mensagem Apenas mensagens de prioridade maior que a

mensagem (m) e ela mesma podem ser retransmitidas e atrasar a mensagem (m) A maior

destas mensagens eacute determinada pela equaccedilatildeo (10)

( )max ( )kK hp m m

Cforall isin cup

(10)

443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo

Outro paracircmetro muito utilizado para avaliaccedilatildeo de desempenho de redes de controle

CAN eacute a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento (valor dado em porcentagem) Para este paracircmetro

baixos valores significam que existe banda ou capacidade disponiacutevel na rede e valores altos

significam que a rede estaacute perto da saturaccedilatildeo e o desempenho do sistema comeccedila a piorar A

equaccedilatildeo (11) define o caacutelculo desse paracircmetro

1100N

i

CiUTi=

= timessum (11)

Ci = tempo de transmissatildeo da mensagem (i) no barramento e eacute dado por (3)

Ti = periacuteodo de amostragem da mensagem (i) (paracircmetro de configuraccedilatildeo da rede)

N = nuacutemero total de mensagens na rede CAN

Para completar o modelo de anaacutelise para rede CAN foram analisadas equaccedilotildees para

caacutelculo e otimizaccedilatildeo de sistemas de controle via rede CAN (GODOY et al 2006a)

Metodologias ou equaccedilotildees para otimizaccedilatildeo de sistemas de controle distribuiacutedo tecircm como

objetivo melhorar o controle e o desempenho do sistema para o maior valor possiacutevel

mantendo sua estabilidade Essas metodologias tecircm sido desenvolvidas e propostas baseadas

44

na demanda de vaacuterios tipos de protocolos e tecnologias de rede juntamente com diferentes

soluccedilotildees existentes para o estudo dos atrasos de comunicaccedilatildeo nessas redes (LI amp FANG

2005 YANG 2006) Os conceitos e definiccedilotildees de uma destas metodologias chamada

Sampling Time Scheduling (TIPSUWAN amp CHOW 2003) satildeo pesquisados e aplicados ao

estudo de redes baseadas no protocolo CAN no trabalho de Godoy et al (2006a) Hong

(1995) desenvolveu a metodologia Sampling Time Scheduling (STS) com a finalidade de

selecionar corretamente um periacuteodo de amostragem para os dispositivos conectados por um

NCS de modo que os atrasos de comunicaccedilatildeo relacionados agrave transmissatildeo das mensagens

desses dispositivos natildeo afetem o desempenho e a estabilidade do sistema de controle

A metodologia STS pode ser utilizada denominando o nuacutemero de NCSs conectados por

uma rede em um sistema de controle como M Os periacuteodos de amostragem de todos os M

NCSs da rede podem ser calculados a partir do periacuteodo de amostragem do NCS mais sensiacutevel

agrave influecircncia dos atrasos de comunicaccedilatildeo da rede baseado nos valores encontrados a partir da

anaacutelise de tempo de reposta de rede para o prior caso O dispositivo mais sensiacutevel da rede

denominado NCS1 tem o menor valor de tempo de resposta encontrado o qual eacute representado

por φ1 O conceito da metodologia eacute fundamentado no diagrama de transmissatildeo de dados

ilustrado na Figura 10 onde L e σ representam o tempo de transmissatildeo de uma mensagem de

dados e seu overhead respectivamente T1 representa o periacuteodo de amostragem do NCS1 e r

representa o nuacutemero de mensagens de dados que podem ser transmitidas pela rede no pior

caso de operaccedilatildeo

Figura 10 ndash Diagrama de Transmissatildeo de Dados do Periacuteodo de Amostragem T1 da Metodologia de Otimizaccedilatildeo (TIPSUWAN amp CHOW 2003)

45

O periacuteodo de amostragem T1 pode ser obtido da atraveacutes da equaccedilatildeo (12)

11 3

LT ϕ += (12)

Para se calcular os periacuteodos de amostragem dos outros NCSs conectados na mesma rede

de controle tais dispositivos devem ser indexados pelos tempos de resposta de suas

mensagens em ordem ascendente como NCS2 NCS3 NCSM Os periacuteodos de amostragem dos

dispositivos NCS2 NCS3 NCSM satildeo determinados a partir de T1 utilizando-se diferentes

regras para as condiccedilotildees de operaccedilatildeo da rede De maneira geral todos os outros periacuteodos de

amostragem podem ser selecionados como aproximadamente valores muacuteltiplos de T1 como

expressado pela equaccedilatildeo (13)

11

1

( ) 232

ii i i

T LT k T k i MT

ϕ minus minus= = and rarr =

(13)

( )a b= and indica que 2 01 ivia v= isin onde a eacute o valor mais proacuteximo que natildeo

exceda b

Com a correta definiccedilatildeo dos valores dos periacuteodos de amostragem de todos os

dispositivos conectados pela rede de controle a otimizaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da rede (o maior

valor possiacutevel para a taxa de utilizaccedilatildeo da rede) pode ser alcanccedilada por essa metodologia fato

que eacute visto como uma vantagem de aplicaccedilatildeo desta metodologia em relaccedilatildeo agraves outras

disponiacuteveis na literatura (TIPSUWAN amp CHOW 2003 LI amp FANG 2005 YANG 2006) A

condiccedilatildeo para esta otimizaccedilatildeo eacute dada pela equaccedilatildeo (14)

1 1

1

2 M

i i

T T Mr rT L

σ

=

minus cong = sum (14)

46

O conjunto de equaccedilotildees apresentado constitui um modelo matemaacutetico que pode ser

utilizado para anaacutelises de redes CAN sob configuraccedilotildees e paracircmetros determinados para

aplicaccedilotildees em sistemas agriacutecolas

45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE

A partir da definiccedilatildeo do modelo de anaacutelise composto pelo conjunto de equaccedilotildees

apresentado determina-se quais os paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) que poderiam

ser analisados para um sistema com uma rede de controle CAN Godoy Sousa amp Inamasu

(2005) evidenciam na Tabela 7 esses tipos de paracircmetros que podem ser relacionados com

aplicaccedilotildees agriacutecolas de forma a direcionar a utilizaccedilatildeo desse modelo ao estudo do

desempenho da rede CAN e da influecircncia de paracircmetros em diversas situaccedilotildees

Tabela 7 ndash Dados Definidos para a Utilizaccedilatildeo do Modelo Proposto

Velocidade de Transmissatildeo Barramento Formato do Quadro de Dados CAN (CAN 20 A CAN 20 B)

Periacuteodo de Amostragem das Mensagens dos Equipamentos Tamanho (Bytes) do Campo de Dados das Mensagens

Dados de Entrada ou Paracircmetros de

Configuraccedilatildeo

Esquema de Prioridade de Acesso das Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Tempo de Resposta do Sistema Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento Mensagens

Dimensionamento e Otimizaccedilatildeo da Rede Cumprimento de Deadline das Mensagens

Dados de Saiacuteda ou Paracircmetros de

Desempenho

Definiccedilatildeo do Esquema de Prioridades

Como dito o estudo e a anaacutelise de outros paracircmetros citados nas Tabelas 4 e 5 da seccedilatildeo

33 demandariam o desenvolvimento de modelos diferentes do sistema Um exemplo disso

encontra-se no trabalho de Lopes et al (2005) Neste trabalho eacute demonstrada atraveacutes de um

modelo implementado em Redes de Petri uma anaacutelise que relaciona o nuacutemero de mensagens

47

enviadas e recebidas e o nuacutemero de mensagens nos buffers de transmissatildeo e recepccedilatildeo

(nuacutemeros por dispositivo da rede) com o desempenho de uma rede CAN em aplicaccedilotildees

agriacutecolas Outros exemplos que apresentam anaacutelises de desempenho de redes CAN realizados

com outras ferramentas de anaacutelise podem ser vistos em Hofstee amp Goense (1999) Silva

(2003) e Santos Vasquez e Stemmer (2004)

A partir da definiccedilatildeo dos paracircmetros de entrada as equaccedilotildees que definem o modelo satildeo

utilizadas para obter os dados de saiacuteda apresentados na Tabela 7 Atraveacutes da anaacutelise desses

dados de saiacuteda pode-se determinar se os paracircmetros de entrada conduzem a um bom

funcionamento ou desempenho da rede ou senatildeo orientar uma nova escolha de entrada de

dados Essa escolha pode ser realizada de acordo com as especificaccedilotildees de uma norma do

protocolo (por exemplo ISO11783) Essa estrutura iterativa origina uma metodologia de

anaacutelise de redes CAN (Godoy Sousa amp Inamasu 2005) com um fluxograma de utilizaccedilatildeo

mostrado na Figura 11 Cada ciclo de aplicaccedilatildeo deste fluxograma pode ser definido com uma

simulaccedilatildeo do sistema analisado Assim quanto maior a necessidade de resultados e

informaccedilotildees a respeito do sistema maior o nuacutemero de aplicaccedilotildees da metodologia de anaacutelise

isto eacute maior o nuacutemero de simulaccedilotildees do sistema a serem realizadas

Figura 11 ndash Fluxograma de Utilizaccedilatildeo da Metodologia de Anaacutelise

48

Como citado a metodologia de anaacutelise pode ser aplicada para estudo de viabilidade de

implementaccedilatildeo e do desempenho de redes CAN configuradas sob os paracircmetros fixados por

normas do protocolo CAN Para o caso de uma rede CAN sob a norma ISO11783 os dados

que seriam levados em consideraccedilatildeo seriam o de velocidade de transmissatildeo de 250Kbitss

versatildeo CAN 20 B para tipo de mensagem definidas pelas Partes 2 e 3 da norma citada

Devido agrave complexidade do modelo sistematizado e agrave possibilidade de realizaccedilatildeo de

vaacuterias simulaccedilotildees para anaacutelise de paracircmetros diferentes uma implementaccedilatildeo computacional

do modelo e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente torna-se importante e

necessaacuteria Essa implementaccedilatildeo eacute apresentada no proacuteximo capiacutetulo

46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foram apresentadas as etapas referentes agrave proposta da ferramenta de

anaacutelise de desempenho de redes CAN A sistematizaccedilatildeo das equaccedilotildees matemaacuteticas que

compotildee o modelo definiu quais paracircmetros (configuraccedilatildeo e desempenho) poderatildeo ser

analisados para um sistema de controle com rede CAN O fluxograma proposto para a

utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise suporta a escolha do uso da simulaccedilatildeo e evidencia a

necessidade de uma implementaccedilatildeo computacional desta metodologia

49

5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE

51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Neste capiacutetulo satildeo apresentadas as caracteriacutesticas e as especificaccedilotildees do programa

computacional de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido nesse trabalho Esse programa

implementa o modelo matemaacutetico e a metodologia de anaacutelise propostas Uma validaccedilatildeo do

programa eacute realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa

e coletados de uma rede CAN experimental Satildeo avaliadas e descritas novas possibilidades de

uso e aplicaccedilatildeo para o programa Uma dessas possibilidades foi a aplicaccedilatildeo do programa para

auxiliar no projeto e dimensionamento de uma rede CAN de um robocirc agriacutecola moacutevel citado

na introduccedilatildeo o qual este trabalho deu suporte

52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas

A implementaccedilatildeo computacional do modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas para o protocolo

CAN e da metodologia de anaacutelise apresentados anteriormente representa uma tarefa

necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de desempenho e

operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees Para essa implementaccedilatildeo foi

utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 da National Instruments (NI 2005)

A escolha deste software foi baseada nas seguintes justificativas

uuml Disponibilidade do Software (Licenccedila) no laboratoacuterio

50

uuml Experiecircncia no software por parte do pessoal do laboratoacuterio o que auxilia o

aluno no caso de necessidade de suporte

uuml Possibilidade de desenvolvimento de uma interface visual graacutefica e interativa o

que facilita a compreensatildeo e a utilizaccedilatildeo do programa

uuml Facilidade oferecida para tarefas de manipulaccedilatildeo de grande quantidade de

dados o que seria necessaacuterio no desenvolvimento

uuml Disponibilidade de kits de desenvolvimento (Toolkits - Report Generation)

relacionados com geraccedilatildeo de relatoacuterios de dados de saiacuteda

uuml Possibilidade de integraccedilatildeo com rede CAN real (via serial RS232 USB)

Com a ajuda da ferramenta Application Builder disponiacutevel no LabVIEW 70 foi gerado

um arquivo executaacutevel (exe) composto por um instalador do programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido de forma que o mesmo pudesse ser instalado e utilizado (ldquorodadordquo) em

qualquer computador que fosse necessaacuterio Isto facilita a distribuiccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo do

programa desenvolvido jaacute que a disponibilidade do software em que foi implementado

(LabVIEW) natildeo se torna mais necessaacuteria

O programa computacional desenvolvido eacute composto basicamente por quatro telas de

dados sendo uma delas com consideraccedilotildees e explicaccedilotildees iniciais sobre o programa duas telas

relacionadas agrave entrada de dados a ser realizada pelo usuaacuterio e uma tela referente agrave saiacuteda de

dados que mostra os resultados da simulaccedilatildeo Nas telas de entrada de dados satildeo definidos os

dados de entrada (paracircmetros de configuraccedilatildeo) conforme explicado na Tabela 7 da

metodologia de anaacutelise que seratildeo utilizados pelo modelo de equaccedilotildees para gerar os dados de

saiacuteda (paracircmetros de desempenho) relacionados agrave simulaccedilatildeo da rede CAN Tais dados de

saiacuteda satildeo obtidos nas tabelas da tela de saiacuteda de dados Essa divisatildeo em telas de dados visa

facilitar a visualizaccedilatildeo e a compreensatildeo dos campos do programa por parte do usuaacuterio (Godoy

51

et al 2006b) As telas do programa desenvolvido satildeo mostradas nas Figuras 12 13 15 e 16

Outras caracteriacutesticas importantes do programa desenvolvido e muito interessante para

aplicaccedilotildees que utilizam grande quantidade de dados de entrada e saiacuteda satildeo funccedilotildees como

uuml Validaccedilatildeo dos dados de entrada funccedilatildeo encontrada em cada tela de entrada de

dados e que natildeo deixa o usuaacuterio continuar a execuccedilatildeo do programa se existir

dados de entrada incorretos

uuml Relatoacuterios dos dados de saiacuteda funccedilatildeo para geraccedilatildeo das tabelas de saiacuteda de

dados em planilha eletrocircnica que auxilia no armazenamento da grande

quantidade de dados de saiacuteda obtidos nas diversas simulaccedilotildees realizadas com o

programa

522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento

Define-se para este capiacutetulo que o conjunto formado pelo elemento (ou parte da

imagem) circundado por um retacircngulo juntamente com o nuacutemero X definido para ele seraacute

citado no texto como Legenda X da figura Por exemplo para se referir a um elemento com

retacircngulo com o nuacutemero 1 mostrado em uma figura seraacute citado no texto como o elemento -

Legenda 1

Para apresentar o programa desenvolvido uma detalhada descriccedilatildeo do seu

funcionamento eacute mostrada a seguir Para essa demonstraccedilatildeo escolheram-se os seguintes

dados para a rede CAN Formato do quadro de mensagens do protocolo = CAN 20B

Nuacutemero de mensagens = 4 e Velocidade de transmissatildeo de dados = 250Kbitss

A utilizaccedilatildeo do programa eacute realizada de acordo com os passos

1) Caso o programa natildeo esteja instalado no computador execute o arquivo

ldquosetupexerdquo e prossiga com a instalaccedilatildeo (Para fazer um download do programa

acessar httpwwwsimulacaoeescuspbr~egodoymestradohtml)

52

2) Com o programa instalado inicia-se sua utilizaccedilatildeo executando o arquivo

ldquoSimulaccedilatildeo CANexerdquo A tela inicial mostrada na Figura 12 exibe a tela de

consideraccedilotildees e explicaccedilotildees sobre o programa

Figura 12 ndash Tela Inicial do Programa de Simulaccedilatildeo de Redes CAN

3) Apoacutes a leitura dos itens eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoINICIARrdquo para que a tela

de entrada de dados 1 do programa seja habilitada O botatildeo ldquoLIMPAR DADOSrdquo

limpa todos os campos do programa e o botatildeo ldquoINFORMACcedilOtildeESrdquo apresenta

informaccedilotildees de contato sobre os responsaacuteveis pelo programa

4) Com a tela de Entrada de Dados 1 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 13 mostra tela de Entrada de Dados 1 do programa

5) Na tela Entrada de Dados 1 Figuras 13 satildeo definidas as configuraccedilotildees

principais da rede CAN como Formato do quadro de mensagens do protocolo

CAN (CAN 2A CAN 2B) ndash Legenda 1 Nuacutemero de mensagens dos dispositivos

da rede ndash Legenda 2 e Velocidade de transmissatildeo de dados ndash Legenda 3 No

53

caso do campo velocidade de transmissatildeo pode ser selecionado mais de um

valor para anaacutelise sendo ele fixo ou definido pelo usuaacuterio Os valores desse

campo satildeo definidos de acordo com a rede CAN que se deseja analisar

1

2

3

4

1

2

3

4

Figura 13 ndash Tela de Entrada de Dados 1 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

6) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 4 da Figura 13 para que seja feita uma verificaccedilatildeo dos dados de

entrada e seja habilitado o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo Caso exista algum campo de

entrada de dados sem preenchimento ou com valor errado uma mensagem de

erro aparece Figura 14(a) Caso os dados estejam corretos uma mensagem de

OK aparece Figura 14(b) e o botatildeo ldquoCONTINUARrdquo eacute habilitado para o usuaacuterio

prosseguir

(a) (b)

Figura 14 ndash Mensagens Possiacuteveis Relacionadas agrave Parte de Validaccedilatildeo de Dados

54

7) Com a tela de Entrada de Dados 2 habilitada clica-se na aba correspondente A

Figura 15 mostra a tela de Entrada de Dados 2 do programa

2

1

2

1

Figura 15 ndash Tela de Entrada de Dados 2 do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

8) Na tela Entrada de Dados 2 Figura 15 de acordo com o nuacutemero de mensagens

selecionado anteriormente satildeo definidos os campos que descrevem o conjunto

de mensagens da rede Para cada mensagem satildeo requeridos os seguintes dados

descriccedilatildeo da funccedilatildeo quantidade de bits de dados (Data field ndash campo de dados)

prioridade e o periacuteodo de amostragem (T) em milisegundos (ms) ndash Legenda 1

9) Apoacutes a entrada de dados eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoVALIDAR DADOSrdquo ndash

Legenda 2 da Figura 15 repetindo-se o passo 6

10) Com a tela Saiacuteda de Dados habilitada clica-se na aba correspondente A Figura

16 mostra tela de Saiacuteda de Dados do programa

11) Na tela Saiacuteda de Dados Figura 16 satildeo mostrados os resultados obtidos para a

simulaccedilatildeo da rede CAN Resultados como o tempo de transmissatildeo das

mensagens para operaccedilatildeo da rede sob condiccedilotildees normais (Rm) e condiccedilotildees de

erro (Rm Erro) e tempo de resposta total satildeo mostrados ndash Legenda 3 Tambeacutem

55

satildeo mostrados os dados sobre taxa de utilizaccedilatildeo e valor de otimizaccedilatildeo ndash Legenda

2

1

2

3

1

2

3

Figura 16 ndash Tela de Saiacuteda de Dados do Programa de Simulaccedilatildeo de Rede CAN

Desses dados tem-se que a taxa utilizaccedilatildeo de mensagens eacute calculada utilizando o

nuacutemero de bits (bytes) de dados em uma mensagem CAN e a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

eacute calculado utilizando o nuacutemero total de bits (bytes) em uma mensagem CAN incluindo bits

de overhead O dado sobre valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento

corresponde ao valor pelo qual se podem dividir todos os periacuteodos de amostragem das

mensagens para otimizar e atingir a taxa de utilizaccedilatildeo maacutexima do barramento com o

cumprimento dos requisitos temporais das mensagens Tais requisitos demandam que o tempo

de transmissatildeo de uma mensagem tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem

Quando o requisito temporal de uma ou mais mensagens natildeo eacute cumprido um asterisco ()

aparece ao lado do tempo de transmissatildeo e consequumlentemente o valor de otimizaccedilatildeo dessa

anaacutelise natildeo pode ser calculado (sinalizado por --)

56

Todos os resultados satildeo obtidos de acordo com a velocidade de transmissatildeo escolhida

Caso fosse escolhida mais de uma velocidade de transmissatildeo para anaacutelise novos campos

apareceriam nas tabelas de saiacuteda de dados Figura 16

12) Para armazenamento dos resultados da simulaccedilatildeo primeiramente o usuaacuterio

escolhe o nome e o caminho onde iraacute salvar os dados (Pasta Csimulador CAN

ndash padratildeo) Feito isso eacute necessaacuterio clicar no botatildeo ldquoOKrdquo para habilitar o botatildeo

ldquoSalvarrdquo ndash Legenda 1 da Figura 16 Clicando no botatildeo ldquoSalvarrdquo eacute

automaticamente gerado um relatoacuterio em planilha eletrocircnica contendo os dados

da simulaccedilatildeo e salvo o arquivo conforme especificado O botatildeo ldquoFINALIZARrdquo

encerra a utilizaccedilatildeo do programa

13) No relatoacuterio gerado podem ser visualizadas duas planilhas sendo uma sobre as

informaccedilotildees de taxas de utilizaccedilatildeo e otimizaccedilatildeo Figura 17 e a outra com os

resultados dos tempos de transmissatildeo das mensagens da rede CAN Figura 18

Figura 17 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoInfo Utilizaccedilatildeordquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

57

Figura 18 ndash Planilha Eletrocircnica ldquoSaiacuteda de Dadosrdquo do Relatoacuterio de Resultados Gerados

53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO

Para comprovar e validar o desenvolvimento do programa de simulaccedilatildeo que implementa

a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees apresentados eacute realizado um experimento

que consiste na comparaccedilatildeo entre resultados da anaacutelise dos dados obtidos com o programa de

simulaccedilatildeo com os dados coletados de uma rede CAN experimental (real) montada no

laboratoacuterio

531 Montagem da Rede CAN Experimental

Como definido uma rede CAN eacute composta pelo conjunto de dispositivos conectados

(sensores e atuadores) interfaces de integraccedilatildeo (noacutes CAN ou ECU) e barramento SOUSA

(2002) apresenta um levantamento de componentes e circuitos eletrocircnicos para

desenvolvimento de redes CAN sendo sugerida uma interface padratildeo para integraccedilatildeo destes

dispositivos que foi posteriormente adaptada e aperfeiccediloada em BRAZ et al (2004) A rede

CAN deste experimento foi montada utilizando-se desta interface O esquemaacutetico do circuito

desta interface CAN implementada mostrado na Figura 19 eacute composto basicamente por trecircs

moacutedulos integrados que satildeo

58

uuml Transceptor CAN moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo entre

circuito do noacute CAN e do barramento CAN

uuml Transceptor RS232 moacutedulo responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo dos niacuteveis de tensatildeo

entre circuito do noacute CAN e a interface RS232 baseada em um controlador tipo

USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter)

uuml Microcontrolador com Controlador CAN moacutedulo constituiacutedo por CPU

memoacuteria programas computacionais interfaces para outros dispositivos e

controlador CAN que eacute o moacutedulo central da implementaccedilatildeo e do controle do

protocolo utilizado para comunicaccedilatildeo

Interface CAN Padratildeo

TX

RX CAN_L

CAN_H

RS232-C

GND

+12 VRegulador de Tensatildeo12V - 5V

TXCAN

RXCAN

TrasceptorRS232 Transceptor

CAN

BarramentoCAN

Microcontrolador

Controlador

CA

N

ES Digitais e Analoacutegicas

USA

RT

Conector para Circuito Externo

Figura 19 ndash Esquemaacutetico do Circuito da Interface CAN Padratildeo (BRAZ et al 2004)

Entre as especificaccedilotildees e caracteriacutesticas dessa interface mostradas de acordo com as

legendas da imagem da interface da Figura 20 podem-se citar

uuml Microcontrolador PIC18F258 (MICROCHIP 2006a) com controlador CAN ndash

Legenda 4

uuml Transceiver MCP2551 (MICROCHIP 2006) da Microchip ndash 2

59

uuml Circuito integrado de condicionamento da porta serial MAX232 (MAXIM

2006) ndash Legenda 3

uuml Barramento CAN a 4 fios (GND VCC CAN_H CAN_L) ndash Legenda 6

uuml Conexatildeo de dispositivos atraveacutes de interface Serial RS232 ndash Legenda 1

uuml Conexatildeo de sensores e atuadores atraveacutes de portas de ES (entrada e saiacuteda) ndash

Legenda 5

uuml Conexatildeo de outros dispositivos atraveacutes de interfaces SPI (Serial Peripheral

Interface) I2C (Inter-integrated Circuit) (MICROCHIP 2006a)

uuml Controle de dispositivos atraveacutes de portas PWM (Pulse With Modulation) AD

(conversores analoacutegico ndash digital) (MICROCHIP 2006a)

Figura 20 - Imagem da Interface CAN Implementada (Sousa 2002)

Para a realizaccedilatildeo deste experimento dividiu-se o desenvolvimento de programas e

rotinas de controle em duas partes como mostrado na Figura 21 A primeira relacionada com

a IHM - interface homem-maacutequina que seria responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees e dados

entre a rede CAN e o aluno e uma segunda relacionada com o hardware e com as rotinas de

60

controle de envio e recepccedilatildeo de mensagens das ECU que formariam a rede CAN a ser

analisada

Para o programa da IHM foi utilizado o ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW 70 Este

programa eacute executado em um notebook conectado a uma ECU via interface serial RS232

Para as rotinas de controle das ECUacutes utilizou-se o programa MPLAB 730 com Compilador

C18 da Microchip que possibilita o desenvolvimento dos programas em Linguagem C para

posterior transformaccedilatildeo para ASSEMBLY requerido para gravaccedilatildeo nos microcontroladores

Para essa gravaccedilatildeo utilizou-se de um gravador PICSTART Plus da Microchip

Figura 21 ndash Esquema de Desenvolvimento de Programas e Rotinas para o Experimento

Assim definiu-se que a rede CAN utilizada neste experimento seria composta por 5 noacutes

CAN (ECU) de acordo com a Figura 22 e implementaria comunicaccedilatildeo de acordo com a

norma ISO11783 Dessas 5 ECUacutes somente 4 ECUacutes (B C D E) representariam a rede CAN

a ser analisada (hardware da rede) e 1 ECU (A) conectada a um notebook seria somente

responsaacutevel pela troca de informaccedilotildees entre a rede CAN e o aluno (IHM) natildeo influenciando

na anaacutelise da rede CAN proposta

61

Figura 22 ndash Bancada de Montagem da Rede CAN para o Experimento de Validaccedilatildeo

O primeiro trabalho foi implementar a comunicaccedilatildeo PC szligagrave ECU (A) Para isso

definiu-se um protocolo assiacutencrono de transmissatildeo dos dados recebidos do barramento CAN

pela ECU (A) no formato da mensagem da ISO11783 os quais eram transformados numa

string de dados e enviados para o PC via interface serial RS232 O processo inverso tambeacutem

poderia ocorrer com o PC enviando uma string de dados que era transformada numa

mensagem ISO11783 Para diferenciar as strings do protocolo apresentado na Figura 23 no

iniacutecio de cada string de dados foi inserido uma interrogaccedilatildeo () e entre os campos da

mensagem foi inserido uma viacutergula ()

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

STRING ECU (ISO11783)szligagrave Serial szligagrave PC

Mensagem ISO11783

PRI 0 PDU DA GE SA DL D [0] D [1] D[n]

Data Data FieldField

Figura 23 ndash Protocolo Proposto para Comunicaccedilatildeo entre ECU e PC

Este protocolo foi implementado juntamente com a rotina de controle da ECU (A) A

ECU (A) eacute responsaacutevel pela aquisiccedilatildeo mediccedilatildeo e transmissatildeo dos dados da rede para o aluno

(programa LabVIEW) e tambeacutem por enviar dois tipos de mensagem (PEDIDO e ECO) para

62

as outras ECUacutes (B C D E) da rede quando solicitado pelo aluno O significado e a funccedilatildeo

desses dois tipos de mensagem satildeo apresentados a seguir

Em seguida desenvolveram-se as rotinas de controle das quatro ECUacutes (B C D E) que

formariam a rede CAN a ser analisada Essas ECU receberiam da ECU (A) um pedido de

envio de mensagem (mensagem PEDIDO) sinalizando o iniacutecio do processo de mediccedilatildeo e

coleta de dados da rede CAN A partir deste momento cada uma das quatro ECU passaria a

enviar uma mensagem no formato ISO11783 de acordo com paracircmetros configurados pelo

aluno (Quantidade de dados ndash Data Field Periacuteodo de Amostragem e Prioridade) durante um

periacuteodo de tempo (t) maior ou igual (ge) a trinta vezes o maior periacuteodo de amostragem das

mensagens da rede CAN analisada Este valor do tempo ldquotrdquo eacute definido de acordo com regras

da estatiacutestica para delineamento e coleta de dados em experimentos de simulaccedilatildeo e define um

nuacutemero miacutenimo n = 30 de coleta de um mesmo dado

Para o programa do LabVIEW da parte de IHM definiu-se a realizaccedilatildeo de duas

funccedilotildees receber os dados da rede CAN analisada via ECU (A) fazer o tratamento adequado

(calcular estatiacutesticas Meacutedia e Desvio Padratildeo dos dados) e armazenaacute-los para uso posterior e

tambeacutem enviar a mensagem de PEDIDO e a mensagem de ECO para a ECU (A) que

repassaria a mensagem para as outras ECUacutes da rede quando fosse requerido pelo aluno A

mensagem de ECO eacute uma mensagem definida para gerenciamento da rede Ao receber uma

mensagem de ECO qualquer ECU conectada na rede envia de volta para a ECU (A) uma

outra mensagem especiacutefica reportando seu funcionamento

Para a comunicaccedilatildeo e traacutefego de mensagens entre as ECUacutes da rede foram definidos os

valores dos campos das mensagens mostrados na Tabela 8 de acordo com a norma

ISO11783 de forma a facilitar o controle e gerenciamento da rede CAN analisada Como

definido por essa norma o valor do campo Data Page eacute sempre 0 (valor eacute reservado

implementaccedilotildees futuras da ISO11783) Foi definido o uso do valor 6 (default priority de

63

acordo com a ISO11783) para o campo Priority e o uso do valor 255 (proprietaacuterio reservado

para desenvolvimento especiacutefico de projetistas de acordo com a ISO11783) para o campo

PDU Format Esses trecircs valores seratildeo utilizados para todas as mensagens da rede A definiccedilatildeo

deste valor 255 determina que todas as mensagens seratildeo do tipo PDU2 (ver seccedilatildeo 322)

Outra definiccedilatildeo foi feita em relaccedilatildeo aos endereccedilos de origem (SA - Source Address) e

nuacutemeros de identidade (IN - Identity Number) das ECUacutes escolhendo-se os seguintes valores

ECU (A) ndash SA=128 IN=50 ECU (B) ndash SA=129 IN=51 ECU (C) ndash SA=130 IN=52 ECU (D)

ndash SA=131 IN=53 e ECU (E) ndash SA=132 IN=54

Tabela 8 ndash Definiccedilatildeo das Mensagens de Acordo com a ISO11783 para a rede CAN Analisada

Mensagem Funccedilatildeo PRI DP PDU GE SA DL D[0] D[1] D[7] ECO Gerenciamento e Inicializaccedilatildeo 6 0 255 10 128 2 255 0 --

PEDIDO Pedido de Envio das Mensagens de Dados 6 0 255 5 128 2 X 1 --

DADOS Mensagens enviadas para realizaccedilatildeo do experimento 6 0 255 1 X X X X X

RETORNO ECO

Mensagem de resposta das ECUacutes ao ECO 6 0 255 10 X 2 255 1 --

Os valores marcados com ldquo--ldquo satildeo campos que natildeo satildeo utilizados Os valores marcados

com ldquoXrdquo na Tabela 8 satildeo determinados de acordo com os dados da ECU e da mensagem Para

o campo SA (Source Address) os valores de X satildeo determinados de acordo com qual ECU

enviou a mensagem Os campos DL (Data Length) e D[0] a D[7] (8 bytes do campo Data

Field) satildeo determinados de acordo com a quantidade de bytes de dados que a mensagem iraacute

transmitir O valor do campo DL determina a quantidade de campos D[] Por exemplo para

DL = 1 tem-se um campo D[] (D[0]) para DL = 2 tem-se dois campos D[] (D[0] D[1]) e

assim por diante ateacute o valor maacuteximo de DL = 8 (D[0] D[1] D[7]) Para o campo D[0]

campo de endereccedilamento das mensagens os valores de X determinam para qual (ou todas)

ECU se deseja enviar a mensagem Isso eacute explicado na Tabela 9

64

Tabela 9 ndash Valores Definidos para Endereccedilamento das Mensagens

Valor para Campo D[0] Tipo de Endereccedilamento Qual ECU Recebe 255 Global Todas as conectadas

1 Especiacutefico ECU (A) 2 Especiacutefico ECU (B) 3 Especiacutefico ECU (C) 4 Especiacutefico ECU (D) 5 Especiacutefico ECU (E)

Todo esse desenvolvimento das mensagens de acordo com a ISO11783 facilita

trabalhos futuros de controle e monitoramento da rede CAN Assim consegue-se transmitir

dados especificamente para uma ECU ou de forma global (onde todas as ECU recebem a

mesma mensagem) e consegue-se identificar (de qual ECU) as mensagens que satildeo recebidas

532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa

Os primeiros resultados analisados para o experimento de validaccedilatildeo foram obtidos com

o programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para a utilizaccedilatildeo desse programa foram selecionados

para a rede CAN os seguintes dados de entrada formato do quadro de mensagens = CAN

20B nuacutemero de mensagens = 4 e velocidade de transmissatildeo = 400Kbitss e um conjunto de

mensagens de acordo com a Tabela 10 O valor da velocidade de transmissatildeo de 400 kbitss

foi definido ao inveacutes do valor de 250Kbitss determinado pela ISO11783 devido a um erro

de configuraccedilatildeo dos tempos de bit do protocolo CAN no microcontrolador utilizado Para que

natildeo houvesse necessidade de uma nova coleta de dados da rede experimental e de modo a

facilitar o trabalho foi utilizado o mesmo valor para o programa de simulaccedilatildeo

Tabela 10 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo

Nordm Descriccedilatildeo da Mensagem Quantidade de dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) 1 Noacute CAN B do Experimento de Validaccedilatildeo 16 1 50 2 Noacute CAN C do Experimento de Validaccedilatildeo 32 4 50 3 Noacute CAN D do Experimento de Validaccedilatildeo 48 3 50 4 Noacute CAN E do Experimento de Validaccedilatildeo 64 2 50

65

A aplicaccedilatildeo do programa para a rede CAN proposta neste experimento eacute semelhante

ao que pode ser visto nas Figuras 13 15 e 16 da seccedilatildeo 522 a qual descreve e explica

detalhadamente o funcionamento do programa Assim obtiveram-se os resultados mostrados

na Tabela 11 para a primeira simulaccedilatildeo realizada com o programa

Tabela 11 ndash Resultados Obtidos com a Aplicaccedilatildeo do Programa de Simulaccedilatildeo para a Rede CAN do Experimento

ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens na Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) Rm Erro (ms)

Noacute CAN B 16 1 50 075 108 Noacute CAN E 64 2 50 110 158 Noacute CAN D 48 3 50 140 188 Noacute CAN C 32 4 50 140 188

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 260 Tempo de Resposta 465 641

Para aumentar a quantidade de dados obtidos satildeo propostas outras simulaccedilotildees da rede

CAN do experimento A Tabela 12 especifica os paracircmetros alterados em relaccedilatildeo ao conjunto

de mensagens (original) da rede do experimento da Tabela 10 para cada simulaccedilatildeo realizada

Tabela 12 ndash Paracircmetros Alterados do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Experimento

Simulaccedilatildeo Paracircmetros Alterados S1 Conjunto de Mensagens Original (Tabela 10) S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 S3 Prioridade das Mensagens (de [1432] para [4213]) S4 Periacuteodo de Amostragem das Mensagens (de 50ms para 100ms)

Atraveacutes dos resultados obtidos com as simulaccedilotildees propostas traccedilaram-se graacuteficos

referentes aos paracircmetros tempo de resposta e taxa de utilizaccedilatildeo da rede Estes graacuteficos

mostrados na Figura 24 apresentam o comportamento de operaccedilatildeo da rede CAN do

experimento para o levantamento realizado com os dados obtidos pelo programa de simulaccedilatildeo

desenvolvido

66

26

32

26

13

1

15

2

25

3

35

4

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

641

751

641661

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b) Figura 24 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados do Programa de Simulaccedilatildeo

(a) Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Tempo de Resposta das Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

As simulaccedilotildees e os paracircmetros alterados nas anaacutelises foram propostos levando-se em

consideraccedilatildeo a disponibilidade de hardware para o experimento (ECUacutes) e a obtenccedilatildeo de

dados que tambeacutem pudessem ser obtidos atraveacutes da rede CAN montada no laboratoacuterio

facilitando os trabalhos de programaccedilatildeo de rotinas e montagem da rede experimental

533 Dados da Rede CAN Experimental

Nesta parte do trabalho foram realizados diversos experimentos com a rede CAN

experimental montada no laboratoacuterio para coleta dos mesmos dados obtidos com a aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido Para entender o funcionamento do processo de

aquisiccedilatildeo dos dados da rede CAN montada mostrada anteriormente na Figura 22 alguns

procedimentos foram definidos e precisam ser descritos Essas definiccedilotildees foram adotadas para

que a operaccedilatildeo da rede CAN experimental fosse o mais proacuteximo possiacutevel da situaccedilatildeo

simulada pelo programa desenvolvido Assim os dados coletados da rede experimental

estariam o melhor possiacutevel de acordo com os dados obtidos com as simulaccedilotildees do programa

validando portanto a metodologia e o modelo matemaacutetico de anaacutelise propostos

67

Para a mediccedilatildeo dos dados requeridos (tempo de transmissatildeo das mensagens na rede

CAN) definiu-se a utilizaccedilatildeo de um TIMER de 16 bits (65536 unidades de medida

disponiacuteveis) do PIC18F258 configurado para contador de tempo com um prescaler de 18 (1

unidade de medida = 8 ciclos do microcontrolador) Para o caso da interface CAN com um

PIC18F258 com cristal de 40 MHz cada ciclo equivaleria a 100 nanosegundos (ns)

originando uma unidade de medida para o contador de 08 microssegundos (ms) O processo

de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute realizado de acordo com o fluxograma da Figura 25

Figura 25 ndash Fluxograma do Processo de Mediccedilatildeo e Coleta de Dados da Rede CAN Experimental

68

Neste processo de mediccedilatildeo e coleta de dados eacute importante realccedilar que o iniacutecio da

contagem do tempo para a transmissatildeo das mensagens acontece depois que a ECU (A)

retransmite a mensagem de PEDIDO para as outras ECUacutes da rede Esse fato foi definido para

incorporar o tempo de bloqueio (termo Bm das equaccedilotildees do modelo vide seccedilatildeo 441) agrave

operaccedilatildeo da rede experimental Iniciada a contagem dos tempos de transmissatildeo as outras

ECUacutes da rede recebiam a mensagem de pedido e respondiam todas ao mesmo tempo e

proporcionando a disputa pelo acesso ao barramento enviando cada uma delas sua mensagem

de DADOS A ECU (A) configurada para receber todas as mensagens da rede ao receber

essas mensagens (DADOS) verificava seu endereccedilo de origem (Source Address) e

armazenava o valor do contador de tempo para cada ECU separadamente Assim conseguia-se

calcular o tempo de transmissatildeo das mensagens para a rede CAN analisada formada pelas

ECUacutes (B) (C) (D) e (E) O desenvolvimento desta parte da rotina responsaacutevel pela mediccedilatildeo

e armazenamento dos tempos de transmissatildeo apresentou grande dificuldade explicado pelo

fato de o tempo entre o recebimento das mensagens (DADOS) das ECUacutes pela ECU (A) ser

muito pequeno Esse tempo muito pequeno impunha que a rotina de mediccedilatildeo e

armazenamento fosse a mais otimizada possiacutevel e tivesse um tempo de ciclo menor que o

menor desses tempos entre o recebimento das mensagens para que a mediccedilatildeo fosse feita

corretamente

De acordo com o conjunto definido para a rede CAN do experimento de validaccedilatildeo

mostrado na Tabela 10 anteriormente realizou-se a coleta dos dados da rede experimental Os

resultados obtidos para o primeiro experimento equivalente a Simulaccedilatildeo 1 satildeo mostrados na

Tabela 13 Eacute importante citar que os dados dos tempos de transmissatildeo das mensagens e do

tempo de resposta foram calculados de acordo com os requisitos do tratamento estatiacutestico

(Meacutedia e Desvio Padratildeo) realizado para os dados coletados (Teorema do Limite Central - n =

30 nuacutemero de vezes que cada dado foi coletado) em cada experimento

69

Tabela 13 ndash Resultados Coletados da Rede CAN Montada para o Experimento ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) -

Meacutedia Desvio

Padratildeo (ms) Noacute CAN B 16 1 50 0904 00023 Noacute CAN E 64 2 50 1449 00024 Noacute CAN D 48 3 50 1931 00018 Noacute CAN C 32 4 50 2351 00014

Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede 3611 Tempo de Resposta 6635

Uma ressalva importante precisa ser explicada neste ponto do trabalho Para o caacutelculo

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento foram utilizados os valores totais dos tempos de

transmissatildeo das mensagens ( m m m mR J Q C= + + ) devido agrave impossibilidade de se calcular

separadamente cada um desses paracircmetros para a rede CAN experimental Como explicado

no item 44 que apresenta as equaccedilotildees sistematizadas o correto seria utilizar somente o tempo

de transmissatildeo da mensagem fisicamente no barramento (Cm) para este caacutelculo Assim

espera-se que os valores da taxa de utilizaccedilatildeo do barramento obtidos com a rede CAN

experimental sejam pouco maiores que os valores obtidos com o programa de simulaccedilatildeo

Os baixos valores encontrados para o Desvio Padratildeo que podem ser vistos na Tabela

13 demonstram que os dados coletados natildeo apresentam variabilidade de valores muita alta

isto eacute a maioria dos 30 dados coletados apresenta pouca diferenccedila em relaccedilatildeo ao valor da

meacutedia calculado Para aumentar a quantidade de dados coletados foram realizados novos

experimentos com a rede CAN montada no laboratoacuterio Esses novos experimentos foram

realizados de acordo com os paracircmetros da Tabela 12 mostrada na seccedilatildeo anterior que

especifica os paracircmetros alterados em cada experimento Atraveacutes dos resultados coletados nos

experimentos propostos traccedilaram-se graacuteficos referentes aos paracircmetros tempo de resposta e

taxa de utilizaccedilatildeo da rede de acordo com o que foi realizado para os dados obtidos com o

programa desenvolvido Estes graacuteficos mostrados na Figuras 26(a) e (b) apresentam o

comportamento de operaccedilatildeo da rede para os dados coletados da rede CAN experimental

70

3611

4358

3611

1806

15

20

25

30

35

40

45

50

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

6320

7627

63206443

6

62

64

66

68

7

72

74

76

78

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

(a) (b)

Figura 26 ndash Comportamento de Operaccedilatildeo da Rede CAN com Dados Experimentais

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo da Rede (b) Graacutefico Tempo de Resposta das Mensagens

534 Comparaccedilatildeo dos Resultados

Com a realizaccedilatildeo de todo o processo de aquisiccedilatildeo de dados da rede CAN proposta para

esse experimento de validaccedilatildeo realizou-se a anaacutelise e comparaccedilatildeo final desses dados Essa

tarefa foi realizada para validaccedilatildeo e comprovaccedilatildeo do correto desenvolvimento do programa

de simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de anaacutelise e o modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas

sistematizados para redes CAN A Tabela 14 sintetiza uma comparaccedilatildeo entre os resultados

obtidos por ambos os meacutetodos (aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e coletados da rede

experimental) para a Simulaccedilatildeo 1 proposta e realizada nesse experimento

Tabela 14ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para Rede CAN do Experimento de Validaccedilatildeo ndash Simulaccedilatildeo 1

Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens da Rede CAN

Mensagem Quantidade de Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Dados do Programa

de Simulaccedilatildeo Dados da Rede Experimental

Noacute CAN B 16 1 50 108 0904 Noacute CAN E 64 2 50 158 1449 Noacute CAN D 48 3 50 188 1931 Noacute CAN C 32 4 50 188 2351

Tempo de Resposta (ms) 641 6635 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 26 361

71

Analisando-se os dados da Tabela 14 verifica-se uma pequena diferenccedila entre os dados

obtidos pelos dois meacutetodos para o paracircmetro tempo de resposta o que pode ser explicado pelo

fato de o modelo de equaccedilotildees sistematizado considerar o pior caso para a operaccedilatildeo da rede

CAN Assim como a operaccedilatildeo da rede CAN experimental nem sempre ocorre de acordo com

a situaccedilatildeo de pior caso era esperado uma pequena diferenccedila entre os valores obtidos com os

dois meacutetodos Jaacute para o paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo do barramento essa diferenccedila um pouco

maior entre os valores pode ser explicada aleacutem do citado anteriormente pela ressalva descrita

no item 533 Os graacuteficos mostrados nas Figuras 27 e 28 apresentam um resumo dos

resultados obtidos para as outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo propostas A ideacuteia de utilizaccedilatildeo para

estes graacuteficos foi comparar os resultados e comportamentos de operaccedilatildeo da rede CAN

levantados por ambos os meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados verificando suas semelhanccedilas e

assim comprovando e validando todo o desenvolvimento realizado

6

65

7

75

8

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Tem

po d

e R

espo

sta

[Tot

al] (

ms)

Dados do Programa

Dados Experimentais

Figura 27 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Tempo de Resposta para as Simulaccedilotildees de

Operaccedilatildeo da Rede CAN

A Figura 27 apresenta uma comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos nas simulaccedilotildees para

o paracircmetro tempo de resposta Verifica-se de acordo com a Figura 27 que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores muito proacuteximos e as curvas satildeo muito

72

semelhantes para as situaccedilotildees propostas nas simulaccedilotildees Tais resultados comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

A Figura 28 representa uma siacutentese dos resultados obtidos nas simulaccedilotildees para o

paracircmetro taxa de utilizaccedilatildeo da rede Verifica-se de acordo com a Figura 28(a) que os dados

encontrados por ambos os meacutetodos possuem valores proacuteximos para as situaccedilotildees propostas nas

simulaccedilotildees Na Figura 28(b) eacute feita uma sobreposiccedilatildeo dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede para ambos os meacutetodos mostrando que apesar das diferenccedilas encontradas entre os

valores obtidos devido aos fatos jaacute explicados as curvas dos comportamentos de operaccedilatildeo da

rede CAN analisada satildeo praticamente as mesmas para os dois meacutetodos de obtenccedilatildeo de dados

De maneira similar aos resultados verificados anteriormente esses fatos comprovam o correto

desenvolvimento e validam a utilizaccedilatildeo do programa implementado

26

32

26

13

3611

4358

3611

1806

1

15

2

25

3

35

4

45

5

55

S1 S2 S3 S4

Simulaccedilotildees

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to C

AN

()

Dados do Programa

Dados Experimentais

(a) (b)

Figura 28 ndash Siacutentese dos Resultados Obtidos para o Paracircmetro Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento para as

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN (a) Comparaccedilatildeo dos Resultados (b) Sobreposiccedilatildeo dos Comportamentos

De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que se obteve sucesso

nesse processo de validaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo de redes CAN desenvolvido Outro

fato comprovado foi a possibilidade de utilizaccedilatildeo deste programa como uma ferramenta de

simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho diante da grande quantidade de dados que podem ser

73

calculados corretamente com a utilizaccedilatildeo deste programa e que podem ser relacionados ao

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN analisada

54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA

Para demonstrar o potencial e a flexibilidade de utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo e

anaacutelise de desempenho de redes CAN desenvolvido satildeo apresentadas e propostas algumas

possibilidades de uso e aplicaccedilatildeo do mesmo Entre essas possibilidades pode-se citar a

utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para realizaccedilatildeo dos seguintes tipos de anaacutelise em uma

aplicaccedilatildeo

uuml Anaacutelise da influecircncia de paracircmetros de configuraccedilatildeo no desempenho da rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

uuml Anaacutelise da viabilidade de aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como sistema de controle

distribuiacutedo como realizado em GODOY et al (2006b)

uuml Anaacutelise e simulaccedilatildeo da operaccedilatildeo da rede CAN sob configuraccedilotildees especiacuteficas

(por exemplo configuraccedilotildees definidas por um conjunto de mensagens referente

aos equipamentos utilizados em uma aplicaccedilatildeo ou especificaccedilotildees determinadas

por uma norma como a ISO11783) como realizado em GODOY et al (2006)

uuml Anaacutelise e otimizaccedilatildeo de um sistema de controle baseado numa rede CAN como

realizado em GODOY et al (2006a)

uuml Anaacutelise para auxiliar no projeto e dimensionamento dos paracircmetros de uma rede

CAN como realizado em GODOY et al (2006c)

74

Algumas dessas propostas de anaacutelise satildeo apresentadas na proacutexima seccedilatildeo e dizem

respeito agrave aplicaccedilatildeo de uma rede CAN como rede de comunicaccedilatildeo embarcada para integraccedilatildeo

de diversos equipamentos como sensores GPS buacutessola digital motores e controladoras em

um robocirc agriacutecola moacutevel

541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel

Como citado na introduccedilatildeo o presente trabalho ofereceu suporte ao desenvolvimento de

um projeto FAPESP (Veiacuteculo Agriacutecola Autocircnomo (VAA) uma plataforma para

desenvolvimento de tecnologias de navegaccedilatildeo autocircnoma e para aquisiccedilatildeo de dados em

Agricultura de Precisatildeo processo FAPESP 0306582-0 PORTO 2003) que envolveu a

montagem e anaacutelise de uma rede CAN embarcada num robocirc agriacutecola moacutevel (RAM)

O programa desenvolvido foi utilizado para obter dados relacionados agrave simulaccedilatildeo de

operaccedilatildeo da rede CAN para um determinado conjunto de mensagens referente aos

equipamentos que seriam conectados na estrutura do robocirc conforme mostrado na Figura 29

Estes dados obtidos contribuiacuteram para o dimensionamento de paracircmetros e conhecimento da

utilizaccedilatildeo da rede CAN projetada e da influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo no

desempenho do sistema de controle de acordo com GODOY et al (2006c) e tambeacutem para a

otimizaccedilatildeo de sua operaccedilatildeo de acordo com GODOY et al (2006)

75

Figura 29 ndash Estrutura do Robocirc Agriacutecola Moacutevel e Equipamentos Conectados pela Rede CAN

Para a utilizaccedilatildeo da metodologia de anaacutelise e do programa computacional de simulaccedilatildeo

de redes CAN desenvolvido foram consideradas simulaccedilotildees com paracircmetros de entrada

diferenciados para o robocirc agriacutecola moacutevel apresentado Para isso foi proposto um conjunto de

mensagens e paracircmetros preliminares descritos na Tabela 15 referentes aos dispositivos

ilustrados na Figura 29

As colunas P1 P2 e P3 da Tabela 15 correspondem a trecircs esquemas de prioridades de

acesso ao barramento CAN para as mensagens propostas para os dispositivos do robocirc

agriacutecola

76

Tabela 15 ndash Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN do Robocirc Agriacutecola

Nordm Descriccedilatildeo das Mensagens P1 P2 P3 Dados (bits) Periacuteodo T (ms) 1 Controle do Motor de Propulsatildeo 1 5 1 1 16 50 2 Controle do Motor de Propulsatildeo 2 6 2 2 16 50 3 Controle do Motor de Propulsatildeo 3 7 3 3 16 50 4 Controle do Motor de Propulsatildeo 4 8 4 4 16 50 5 Controle do Motor de Guiagem 1 9 5 9 16 50 6 Controle do Motor de Guiagem 2 10 6 10 16 50 7 Controle do Motor de Guiagem 3 11 7 11 16 50 8 Controle do Motor de Guiagem 4 12 8 12 16 50 9 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 1 13 9 5 16 100

10 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 2 14 10 6 16 100 11 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 3 15 11 7 16 100 12 Velocidade Encoder do Motor de Propulsatildeo 4 16 12 8 16 100 13 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 1 17 13 13 16 100 14 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 2 18 14 14 16 100 15 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 3 19 15 15 16 100 16 Deslocamento Angular do Motor de Guiagem 4 20 16 16 16 100 17 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Direito 21 17 21 64 300 18 Conjunto de Sensores Ultra-som Lado Esquerdo 22 18 22 64 300 19 Posicionamento GPS 23 19 19 32 500 20 Localizaccedilatildeo Buacutessola Digital 24 20 20 32 250 21 Dados Processados da Cacircmera de Navegaccedilatildeo 25 21 17 32 1000 22 Controle do PC Industrial Embarcado 1 22 18 64 1000 23 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 2 23 23 64 1000 24 Monitoraccedilatildeo e Gerenciamento 3 24 24 64 1000 25 Administraccedilatildeo de Rede 4 25 25 64 1000

Para a realizaccedilatildeo dessas simulaccedilotildees foram considerados os seguintes paracircmetros de

entrada de acordo com as especificaccedilotildees da ISO11783 velocidades de transmissatildeo de dados

de 250 Kbitss versatildeo CAN 2B (ID 29 bits) Inicialmente foram realizadas simulaccedilotildees desses

trecircs esquemas de prioridade para determinaccedilatildeo do melhor esquema a ser escolhido para o

conjunto de mensagens do robocirc agriacutecola

As Tabelas 16 e 17 exemplificam os resultados obtidos utilizando-se do esquema de

prioridades P2

77

Tabela 16 ndash Tempo de Transmissatildeo do Conjunto de Mensagens da Rede CAN com Esquema de Prioridades P2

Caracterizaccedilatildeo do Conjunto de Mensagens Tempo de Transmissatildeo das Mensagens

Nordm Dados (Bits) Prioridade Periacuteodo (ms) Rm (ms) ndash Condiccedilotildees Normais

Rm Erro (ms) ndash Condiccedilotildees Erro

1 16 1 50 114 166 2 16 2 50 154 206 3 16 3 50 194 246 4 16 4 50 234 286 5 16 5 50 274 326 6 16 6 50 314 366 7 16 7 50 354 406 8 16 8 50 394 446 9 16 9 100 434 486

10 16 10 100 474 526 11 16 11 100 514 566 12 16 12 100 554 606 13 16 13 100 594 646 14 16 14 100 634 686 15 16 15 100 674 726 16 16 16 100 714 766 17 64 17 300 778 854 18 64 18 300 842 918 19 32 19 500 890 966 20 32 20 250 938 1014 21 32 21 1000 986 1062 22 64 22 1000 1050 1126 23 64 23 1000 1114 1190 24 64 24 1000 1178 1254 25 64 25 1000 1178 1254

Tempo de Resposta (Total) 15578 17104

Tabela 17 ndash Valores de Otimizaccedilatildeo e Taxas de Utilizaccedilatildeo para a Rede CAN

Velocidade de Transmissatildeo do Barramento 250KBits Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens 190 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 1062

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 923

Na Tabela 16 satildeo mostrados dados referentes aos tempos de transmissatildeo das

mensagens e o tempo de resposta enquanto na Tabela 17 satildeo mostrados dados referentes agraves

taxas de utilizaccedilatildeo e valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo Com a aplicaccedilatildeo do

programa de simulaccedilatildeo para os outros esquemas de prioridades P1 e P3 da Tabela 15

obtiveram-se novos resultados da mesma forma que os apresentados para o esquema P2 nas

78

Tabelas 16 e 17 De forma a resumir a apresentaccedilatildeo desses resultados a Tabela 18 sintetiza os

principais dados referentes agraves aplicaccedilotildees do programa para os trecircs esquemas de prioridades

citados

Tabela 18 ndash Resultados das Simulaccedilotildees para Determinaccedilatildeo do Esquema de Prioridades para o Conjunto de

Mensagens da Rede CAN

Esquemas de Prioridades Resultados para o Conjunto de Mensagens

P1 P2 P3 Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento () 1062 1062 1062 Taxa de Eficiecircncia do Barramento () 647 1034 965

Valor para Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento 689 923 825 Condiccedilotildees Normais (Rm) 17258 15578 15514

Tempo de Transmissatildeo Total (ms) Condiccedilotildees Erro (Rm erro) 19168 17104 17024

A Tabela 18 apresenta os resultados da aplicaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo para o

conjunto de mensagens descrito na Tabela 15 para os trecircs esquemas de prioridades propostos

para anaacutelise De acordo com os dados mostrados eacute possiacutevel verificar que o esquema de

prioridades P2 foi o que apresentou melhores resultados Isso pode ser visto de acordo com os

valores dos dados de eficiecircncia e de valor para otimizaccedilatildeo da taxa de utilizaccedilatildeo do

barramento

Portanto o esquema de prioridades P2 seraacute escolhido para aplicaccedilatildeo no conjunto de

mensagens do robocirc agriacutecola moacutevel e a partir dele outras simulaccedilotildees de operaccedilatildeo da rede

CAN embarcada seratildeo realizadas A Tabela 19 especifica os paracircmetros de configuraccedilatildeo

alterados em relaccedilatildeo ao conjunto de mensagens original da Tabela 15 com esquema de

prioridades P2 (correspondente a simulaccedilatildeo S1) que foram utilizados para as novas

simulaccedilotildees realizadas (simulaccedilotildees S2 S3 e S4)

79

Tabela 19 ndash Especificaccedilotildees dos Paracircmetros Alterados em Relaccedilatildeo ao Conjunto de Mensagens da Rede CAN

para Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo do Robocirc Agriacutecola

Simulaccedilatildeo Alteraccedilatildeo em Relaccedilatildeo ao Conjunto Original Finalidade S1 Conjunto de Mensagens Original ndash Tabela 15 Prioridades P2 Padratildeo

S2 Dados (bits) de todas as mensagens = 64 Analisar aumento de carga de dados na rede

S3 Aumento de 10 mensagens (sendo 5 mensagens com Dados = 64 e T= 500 ms e 5 mensagens com Dados = 64 e T = 1000 ms)

Analisar aumento do traacutefego de mensagens na rede

S4 Periacuteodo T (ms) (sendo de 50 ms para 10 ms nas mensagens 1 a 8 de 100 para 20 ms para as mensagens 8 a 16 e de 1000 para 100

ms para as mensagens 21 a 25)

Analisar o dimensionamento de paracircmetros da rede

A partir dos dados da Tabela 19 satildeo realizadas quatro simulaccedilotildees diferentes com o

programa de simulaccedilatildeo e os resultados satildeo apresentados na Figura 30

19

66

272

908

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Utili

zaccedilatilde

o da

s M

ensa

gens

()

S1S2S3S4

1062

16491267

5175

0

10

20

30

40

50

60

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to (

)

S1S2S3S4

(a) (b)

923

595

692

19

0

2

4

6

8

10

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Valo

r par

a O

timiz

accedilatildeo

da

Taxa

de

Util

izaccedil

atildeo d

o B

arra

men

to

S1S2S3S4

17104

24496

33808

19344

0

50

100

150

200

250

300

350

Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo

Tem

po d

e Re

spos

ta T

otal

- C

ondi

ccedilatildeo

de E

rro

[Rm

err

or] (

ms)

S1S2S3S4

(c) (d)

Figura 30 ndash Comparaccedilatildeo dos Resultados das Simulaccedilotildees de Operaccedilatildeo da Rede CAN

(a) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo de Mensagens (b) Graacutefico Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento (c) Graacutefico

Valor de Otimizaccedilatildeo da Taxa de Utilizaccedilatildeo do Barramento e (d) Graacutefico Tempo de Resposta Total das

Mensagens sob Condiccedilotildees de Erro

80

Atraveacutes da anaacutelise dos resultados obtidos eacute possiacutevel obter informaccedilotildees que contribuem

para o dimensionamento de paracircmetros e para o conhecimento da operaccedilatildeo da rede CAN

projetada As etapas das simulaccedilotildees permitiram definir uma configuraccedilatildeo otimizada para a

rede CAN do robocirc Os resultados das anaacutelises de tempo de resposta mostrados na Figura

30(d) mostram que o sistema de controle distribuiacutedo proposto para o robocirc agriacutecola apresenta

tempo de resposta satisfatoacuterio para cumprir o requisito temporal de cada mensagem Tal

requisito demanda que o tempo de transmissatildeo de cada uma das mensagens sob condiccedilotildees

normais e de erro tem que ser menor que o seu periacuteodo de amostragem Diante disso conclui-

se que existe viabilidade para a aplicaccedilatildeo da rede CAN analisada ao controle do robocirc agriacutecola

moacutevel Esse fato eacute confirmado pelos baixos valores referentes agraves taxas de utilizaccedilatildeo do

barramento CAN mostrado na Figura 30(b) Esses dados demonstram que o sistema apresenta

capacidade disponiacutevel para futuras conexotildees de equipamentos aumento da carga de dados

(quantidade de bits enviados por mensagem) e aumento do traacutefego (nuacutemero de mensagens) de

mensagens na rede CAN

Atraveacutes das anaacutelises referentes aos paracircmetros de configuraccedilatildeo da rede verificou-se

uma relaccedilatildeo de influecircncia entre tais paracircmetros com os dados de saiacuteda obtidos com o

programa Um exemplo disso de acordo com as colunas S1 e S2 da Figura 30(a) o aumento

do valor da taxa de utilizaccedilatildeo das mensagens na rede CAN calculadas a partir do aumento na

quantidade de bits enviados por mensagem no barramento De acordo com os dados da Figura

30(c) pode-se verificar o dimensionamento da rede CAN do robocirc agriacutecola de acordo com a

diminuiccedilatildeo do valor de otimizaccedilatildeo para a taxa de utilizaccedilatildeo do barramento Baixos valores

(asymp1) significam que o sistema estaacute operando com baixo niacutevel de ociosidade para a rede CAN

embarcada

Ressalta-se que outros dados ou paracircmetros de entrada diferentes dos alterados nas

simulaccedilotildees mostradas anteriormente poderiam ser considerados para uma nova simulaccedilatildeo

81

Entre eles estatildeo os paracircmetros outras velocidades de transmissatildeo (125K 500Kbitss) novas

configuraccedilotildees de prioridades para o conjunto de mensagens outra versatildeo do protocolo CAN

(CAN 20A)

55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste capiacutetulo foi apresentada uma detalhada descriccedilatildeo do funcionamento do programa

de simulaccedilatildeo implementado dando ecircnfase agraves especificaccedilotildees requeridas e as justificativas de

escolha do ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW como ferramenta de desenvolvimento Satildeo

realccediladas como principais caracteriacutesticas do programa desenvolvido a interface graacutefica que

facilita a utilizaccedilatildeo do programa e a geraccedilatildeo de relatoacuterios dos dados de saiacuteda em planilha

eletrocircnica Uma validaccedilatildeo do programa desenvolvido foi realizada com uma comparaccedilatildeo

entre dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa com os dados coletados de uma rede

experimental montada Novas possibilidades de uso para o programa foram apresentadas

reafirmando seu potencial e flexibilidade Para avaliar tais possibilidades foi discutida sua

utilizaccedilatildeo no projeto e dimensionamento de uma rede CAN em um robocirc agriacutecola moacutevel

desenvolvido num projeto de pesquisa FAPESP (processo 0306582-0)

82

6 CONCLUSOtildeES

A utilizaccedilatildeo do protocolo CAN como padratildeo de comunicaccedilatildeo e controle de dispositivos

em soluccedilotildees de automaccedilatildeo na aacuterea agriacutecola tem sido cada vez mais consolidado Esforccedilos de

empresas e instituiccedilotildees de pesquisa tanto no acircmbito nacional quanto no internacional

sustentam um potencial futuro Verifica-se ainda que um dos principais desafios associados agrave

utilizaccedilatildeo de soluccedilotildees baseadas em protocolos de comunicaccedilatildeo como o CAN diz respeito agrave

dificuldade na definiccedilatildeo dos paracircmetros de configuraccedilatildeo para um bom desempenho da rede

Essa necessidade tem demandado a pesquisa e o desenvolvimento de ferramentas e

metodologias para simulaccedilatildeo e anaacutelise de desempenho de modo a permitir o

dimensionamento desses paracircmetros e a otimizaccedilatildeo da operaccedilatildeo dessas redes Diante da

pouca difusatildeo e de natildeo se encontrar ferramentas deste tipo para aplicaccedilotildees de redes CAN na

aacuterea agriacutecola este trabalho desenvolveu uma ferramenta de anaacutelise de desempenho de redes

CAN direcionado para aplicaccedilatildeo em sistemas agriacutecolas

Um estudo detalhado da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN foi realizado

auxiliando na pesquisa e sistematizaccedilatildeo de um modelo matemaacutetico de redes baseadas no

protocolo CAN Para a utilizaccedilatildeo deste modelo de forma a permitir o caacutelculo e a anaacutelise de

paracircmetros de configuraccedilatildeo e de desempenho de redes CAN foi proposta uma metodologia

de anaacutelise Essa metodologia alcanccedilou grande flexibilidade de utilizaccedilatildeo permitindo que

diversos paracircmetros pudessem ser analisados

A implementaccedilatildeo computacional da metodologia e do modelo matemaacutetico constituiu

uma tarefa necessaacuteria de modo a facilitar os trabalhos de anaacutelise e obtenccedilatildeo de dados de

desempenho e operaccedilatildeo da rede CAN com a realizaccedilatildeo de diversas simulaccedilotildees A aplicaccedilatildeo

do programa de simulaccedilatildeo desenvolvido originou dados que permitiram ao projetista estudar

o desempenho e a influecircncia dos paracircmetros de configuraccedilatildeo de uma rede CAN sob

83

configuraccedilotildees de equipamentos e paracircmetros diferenciados Um experimento de validaccedilatildeo foi

realizado para coleta de dados de uma rede CAN experimental os quais foram comparados

com dados obtidos com a aplicaccedilatildeo do programa desenvolvido Essa comparaccedilatildeo dos dados

permitiu a validaccedilatildeo e a comprovaccedilatildeo da ferramenta desenvolvida

A utilizaccedilatildeo do programa de simulaccedilatildeo apresentado para o caso do robocirc agriacutecola moacutevel

demonstrou sua flexibilidade e potencial de aplicaccedilatildeo Essa utilizaccedilatildeo simplificou tarefas de

anaacutelise relacionadas agrave rede CAN gerando informaccedilotildees que auxiliaram o projetista no seu

projeto e desenvolvimento aleacutem de permitir a obtenccedilatildeo de uma configuraccedilatildeo otimizada para

o funcionamento da rede CAN projetada

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo desse programa de simulaccedilatildeo espera-se contribuir com o processo

de desenvolvimento e dimensionamento dessas redes bem como dar suporte e auxiliar na

implementaccedilatildeo da norma ISO11783 como padratildeo de comunicaccedilatildeo para redes embarcadas em

maacutequinas agriacutecolas Espera-se que estes resultados contribuam com grupos de pesquisa em

tecnologias de fieldbus (CAN) e sistemas embarcados difundindo conhecimento e

viabilizando sua implementaccedilatildeo por empresas no mercado nacional na aacuterea agriacutecola

61 CONTRIBUICcedilOtildeES

Podem ser citadas as seguintes contribuiccedilotildees deste trabalho

uuml Estudo temporal da transmissatildeo de mensagens em uma rede CAN

uuml Modelo de equaccedilotildees matemaacuteticas sistematizado para redes CAN o qual tem

incorporado simulaccedilotildees de condiccedilotildees de erro (erros de transmissatildeo e tempo de

retransmissatildeo de mensagens)

84

uuml Metodologia de anaacutelise proposta que fornece uma grande flexibilidade de

aplicaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo para o modelo matemaacutetico

uuml Programa Computacional de Simulaccedilatildeo que implementa a metodologia de

anaacutelise facilitando as tarefas de simulaccedilatildeo de operaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de dados da

rede CAN

uuml Montagem da rede CAN experimental que demonstra uma implementaccedilatildeo do

traacutefego de mensagens de acordo com a norma ISO11783

uuml Interface Serial RS232 de Comunicaccedilatildeo entre PC ndash ECU desenvolvida que

possibilita o controle e supervisatildeo de aplicaccedilotildees de uma rede CAN (ISO11783)

por parte do desenvolvedor ou projetista

62 TRABALHOS FUTUROS

Entre as perspectivas desse trabalho espera-se que atraveacutes da implementaccedilatildeo do

programa feita no ambiente de programaccedilatildeo LabVIEW gerando arquivos executaacuteveis que

podem ser executados em qualquer maacutequina e possibilitando uma faacutecil conversatildeo e utilizaccedilatildeo

do programa para ambiente WEB possa ocorrer a difusatildeo do trabalho e que o mesmo possa

auxiliar e ser utilizado por outros desenvolvedores e instituiccedilotildees de pesquisa e ensino

Em relaccedilatildeo agrave possibilidade de melhorias e trabalhos futuros relacionados a esse

trabalho satildeo propostas as tarefas de estudo para analisar a viabilidade de inclusatildeo no modelo

sistematizado da transmissatildeo de mensagens natildeo perioacutedicas ou por evento Para esta tarefa

fica como ideacuteia inicial a inclusatildeo de uma mensagem deste tipo como sendo a de maior

prioridade para o conjunto de mensagens do sistema

85

Outra tarefa que poderia ser analisada diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da possibilidade de se

desenvolver um banco de dados para que o programa implementado pudesse realizar vaacuterias

simulaccedilotildees consecutivas e gerar graacuteficos automaticamente simplificando ainda mais as

tarefas de anaacutelise de resultados

86

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  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS
  • LISTA DE TABELAS
  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • SUMAacuteRIO
  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 11 MOTIVACcedilAtildeO
  • 12 OBJETIVOS
  • 13 ESTRUTURA E CONTEUacuteDO
  • 2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
  • 21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 22 PROTOCOLO CAN
  • 23 ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 24 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 3 REVISAtildeO TEOacuteRICA OU CONCEITUAL
  • 31 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 32 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO PROTOCOLO CAN
  • 321 Conceituaccedilatildeo
  • 322 Padronizaccedilatildeo na Aacuterea Agriacutecola
  • 323 ISO11783
  • 33 SISTEMATIZACcedilAtildeO DA ANAacuteLISE DE DESEMPENHO
  • 34 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 4 PROPOSTA DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 41 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 42 DEFINICcedilAtildeO DO MEacuteTODO DE AVALIACcedilAtildeO DE DESEMPENHO
  • 43 ESTUDO TEMPORAL
  • 44 SISTEMATIZACcedilAtildeO DO MODELO
  • 441 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees Normais
  • 442 Tempo de Transmissatildeo ndash Operaccedilatildeo sob Condiccedilotildees de Erro
  • 443 Taxa de Utilizaccedilatildeo e Otimizaccedilatildeo
  • 45 METODOLOGIA DE ANAacuteLISE
  • 46 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 5 IMPLEMENTACcedilAtildeO E AVALIACcedilAtildeO DA FERRAMENTA DE ANAacuteLISE
  • 51 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
  • 52 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 521 Especificaccedilotildees e Caracteriacutesticas
  • 522 Apresentaccedilatildeo e Descriccedilatildeo do Funcionamento
  • 53 VALIDACcedilAtildeO DO PROGRAMA DE SIMULACcedilAtildeO
  • 531 Montagem da Rede CAN Experimental
  • 532 Dados da Aplicaccedilatildeo do Programa
  • 533 Dados da Rede CAN Experimental
  • 534 Comparaccedilatildeo dos Resultados
  • 54 PROPOSTAS DE ANAacuteLISE E UTILIZACcedilAtildeO DO PROGRAMA
  • 541 Anaacutelise para o Robocirc Agriacutecola Moacutevel
  • 55 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • 6 CONCLUSOtildeES
  • 61 CONTRIBUICcedilOtildeES
  • 62 TRABALHOS FUTUROS
  • REFEREcircNCIAS
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