direito civil – exame 117 - sp.docx

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EXERCICIOS PARA PROVADIREITO DAS COISAS

1 - Certo ou errado?(Cespe/DPE/ES/2006) 89 - luz do Cdigo Civil, se o proprietrio de umimvel urbano no exercer o seu domnio sobre o bem pelo lapso detempo superior a dez anos, ele perder o direito real de propriedade pelaocorrncia da prescrio. 2- Sobre POSSE falso afirmar que:

A) a posse mantm o mesmo carter com que foi adquirida, vedada provaem contrrio.B) justa a posse que no for violenta, clandestina ou precria.C) no possuidor aquele que, achando-se em relao de dependnciapara com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento deordens ou instrues suas.D) a posse de boa-f s perde este carter no caso e desde o momentoem que as circunstncias faam presumir que o possuidor no ignora quepossui indevidamente. DIREITO DAS COISAS EXERCICIOS A) o sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; eao sucessor singular facultado unir sua posse do antecessor, para osefeitos legais.B) a posse transmite-se com os mesmos caracteres aos herdeiros elegatrios do possuidor.C) a posse do imvel no induz, em nenhum caso, a dos mveis e objetosque nele estiverem.D) o possuidor tem direito a ser mantido na posse, em caso de turbao,e restitudo, no de esbulho.

4- Com relao garantia hipotecria, correto afirmar que:

A) a hipoteca da totalidade do imvel que se encontra em regime decondomnio depende da anuncia expressa de todos os condminos.B) dispensvel a outorga uxria, para a constituio de hipoteca deimvel de propriedade de pessoa casada pelo regime de separao debens.C) o pagamento parcial da dvida garantida desonera o imvel hipotecadona mesma proporo, independentemente de prvia estipulao nessesentido.D) pode ser objeto de hipoteca imvel gravado com clusula deinalienabilidade.

5- Sobre POSSE, no verdade:

A) Chama-se composse quando duas ou mais pessoas possuem coisa oudireito "pro indiviso".B) A simples apreenso ("res derelicta" e "res nulius") um dos modosde aquisio.C) Quanto sucesso, a do sucessor universal mera continuao doantecessor e a do singular faculta-lhe unir a sua a do sucessor.D) Depois de decorridos ano e dia a aquisio passa a ter o carter deboa f. 6- Novamente sobre a POSSE, marque a incorreta:

A) Na proteo posse cabe manter-se ou restituir-se por fora prpriadesde que prontamente e utilizando-se dos meios disponveis commoderao.B) O direito brasileiro reconhece apenas trs aes possessrias tpicas:reintegratria, de manuteno e interdito proibitrio.C) Fmulo da posse o possuidor com justo ttulo e boa f.D) Perde-se a posse dos direitos pela inrcia, no os exercendo at queprescrevam ou por impossibilidade.

7- O desforo imediato :

A) o meio de obter a posse pela via judicial.B) a proteo preventiva da posse ante a ameaa de turbao ouesbulho.C) o instrumento direto de defesa que a lei, excepcionalmente, concedeao possuidor para conservar em seu poder a coisa alheia, alm domomento em que a deveria devolver, como garantia de pagamento dasdefesas feitas com o bem.D) a legtima defesa da posse em que o possuidor molestado, seja eledireto ou indireto, pode reagir pessoalmente, contra o turbador, desdeque tal reao seja incontinenti e se dirija contra ato turbativo real eatual, mediante emprego de meios estritamente necessrios paramanter-se na posse.

8- Sobre PROPRIEDADE falso afirmar que:

A) o domnio presume-se exclusivo e ilimitado, at prova em contrrio.B) a acesso uma das formas de aquisio da propriedade imvel.C) o abandono de lveo uma das formas de perda da propriedadeimvel.D) a acesso pode dar-se pela formao de ilhas.

9- A hipoteca conferida aos descendentes sobre os imveis doascendente, que lhes administra os bens, hipoteca: A) legal.B) cedular.C) judicial.D) convencional.

10- Quanto PROPRIEDADE falso afirmar que:

A) volvem a no ter dono as coisas mveis, quando o seu as abandona,com inteno de renunci-las.B) quem quer que ache coisa alheia perdida, h de restitu-la ao dono oulegtimo possuidor. No o conhecendo, o inventor far por descobri-lo e,quando se lhe no depare, adquirir-lhe- o pleno domnio, assim oquerendo.C) o depsito antigo de moeda ou coisas preciosas, enterrado ou oculto,de cujo dono no haja memria, se algum casualmente o achar emprdio alheio, dividir-se- por igual entre o proprietrio e o inventor.D) aquele que, trabalhando em matria-prima, obtiver espcie nova,desta ser proprietrio, se a matria era sua, ainda que s em parte, eno se puder restituir forma anterior.

11- Extingue-se o usufruto:A) pela transferncia da nua-propriedade a terceiro.B) pela consolidao.C) pelo perecimento da coisa, ainda que seja consumvel.D) pela morte do nu-proprietrio.

12- De acordo com a Lei 4.591/64 (que dispe sobre condomnio eincorporaes), defeso ao condmino:

A) votar, na assemblia condominial, sobre matria que diz respeito adespesas ordinrias de condomnio, quando o imvel estiver locado.B) alugar, ceder, dar em usufruto ou em comodato, vaga de garagem aoutro condmino, se esta no for unidade autnoma com matrcula emseparado do apartamento, no competente Cartrio de Registro de C) utilizar funcionrio do edifcio, mesmo em horrio de descanso, pararealizar tarefa em benefcio do prprio condmino ou de sua unidadeautnoma.D) decorar esquadrias externas com tonalidade diferente da empregadano conjunto.

13- No direito brasileiro adquire-se a propriedade de bens imveis:

A) pela compra e venda realizada atravs de escritura pblica.B) pela transcrio do ttulo de transferncia no cartrio do registro deimveis.C) pelo instrumento particular ou pblico de promessa de compra evenda.D) nenhuma das alternativas est correta.

14- Assinale a alternativa incorreta:

A) O possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de turbaoe reintegrado em caso de esbulho.B) Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relao dedependncia para com outro, conserva a posse em nome deste e emcumprimento de ordens ou instrues.C) O Cdigo Civil reconhece como justa a posse que no for violenta,clandestina ou precria.D) A posse de terras pblicas no autoriza a aquisio da propriedadeatravs de usucapio.

15- A aquisio da propriedade mediante a transformao de coisa mvelem espcie nova, em virtude de trabalho ou de indstria, desde que noseja possvel reduzi-la a sua forma primitiva, opera-se pela:

A) especificao.B) confuso.C) comisto.D) tradio.

16- A respeito de direitos reais sobre coisas alheias falso afirmar que:

A) os direitos reais sobre coisas mveis, quando constitudos, outransmitidos por atos entre vivos, s se adquirem com a tradio.B) o contrato de enfiteuse perptuo. A enfiteuse por tempo limitadoconsidera-se arrendamento, e como tal se rege.C) no caso de usufruto, o nu-proprietrio tem direito posse, uso,administrao e percepo dos frutos.D) o usurio fruir a utilidade da coisa dada em uso, quanto o exigiremas necessidades pessoais suas e de sua famlia.

17- Quanto aos DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS falsoafirmar que:

A) d-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por atoentre vivos, ou de ltima vontade, o proprietrio atribui a outrem odomnio til do imvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim seconstitui enfiteuta, ao senhorio direto uma penso, ou foro anual, certo einvarivel.B) s podem ser objeto de enfiteuse terras no cultivadas ou terrenosque se destinem a edificao.C) obrigado o enfiteuta a satisfazer os impostos e os nus reais quegravarem o imvel.D) os direitos reais sobre coisas mveis, quando constitudos, outransmitidos por atos entre vivos, dispensam a tradio.

18- Quanto ao Usufruto, assinale a alternativa falsa:

A) constitui usufruto o direito real de fruir as utilidades e frutos de umacoisa, visto que definitivamente destacado da propriedade.B)usufruto de imveis, quando no resulte do direito de famlia,depender de transcrio no respectivo registro.C) salvo disposio em contrrio, o usufruto estende-se aos acessrios dacoisa e seus acrescidos.D) usufruto s se pode transferir, por alienao, ao proprietrio da coisa; mas o seu exerccio pode ceder-se por ttulo gratuito ou oneroso.

19- Assinale a incorreta sobre USUFRUTO:

A) Quanto aos prazos de durao so: a) condicional, b) a termo e c)vitalcio.B) So direitos do usufruturio: a posse, o uso, a administrao e, a percepo dos frutos.C) Institui-se por ato jurdico ou deflui da Lei.D) O direito de uso e de habitao, ainda que guardem semelhanas, no tm nada a ver com o instituto do usufruto.

20- A estipulao pela qual o proprietrio atribui a outrem, em carter perptuo, o domnio til do imvel, pagando a pessoa que o adquire uma penso ou foro anual, denomina-se:

A) usufruto.B) servido.C) anticrese.D) enfiteuse.

21- Os Direitos Reais tm como elementos essenciais:

A) O sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestao.B) O sujeito ativo e a coisa.C) O sujeito ativo, a coisa e a relao ou poder do sujeito sobre a coisa.D) O sujeito passivo e a prestao.

22- So princpios que disciplinam os direitos reais, dentre outros:

A) Relativismo, aderncia, publicidade, taxatividade.B) Absolutismo, aderncia, publicidade, taxatividade.C) Absolutismo, no-aderncia, publicidade, no taxatividade. D) Relativismo, aderncia, publicidade, taxatividade.

23- Em relao ao jus possessionis, assinale a alternativa CORRETA:

A) a posse causal, titulada.B) a posse autnoma ou formal, sem ttulo.C) passvel de proteo contra terceiros.D) No pode gerar usucapio.

24) O Cdigo Civil adota, em relao posse, a teoria:

A) Objetiva, de Savigny.B) Subjetiva, de Ihering.C) Objetiva, de Ihering.D) Subjetiva, de Savigny.

25 - No que se refere ao ato de locar, de dar a coisa em comodato ou em usufruto, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Implica perda da posse.B) Constitui conduta prpria de dono.C) Transmuda a posse em indireta.D) O locatrio, comodatrio e usufruturio passam a exercer a possedireta.

26- Assinale a alternativa INCORRETA:

A) A posse de boa-f funda-se em critrio subjetivo.B) Se o possuidor ignora a existncia do vcio na aquisio da posse, ela de boa-f.C) A boa-f no essencial para o uso das aes possessrias.D) O Cdigo Civil estabelece a presuno de boa-f em favor de quemtem justo ttulo, e essa presuno absoluta.

27- Assinale a alternativa INCORRETA:

A) Posse nova a de menos de ano e dia.B) Posse ad interdicta a que poder ser defendida pelas aespossessrias, quando molestada.C) Posse ad usucapionem a posse capaz de gerar o direito depropriedade.D) Posse justa a que possui os vcios da violncia e clandestinidade.

28- Tem legitimidade ativa para propositura dos interditos possessrios:

A) O possuidor.B) O possuidor com ttulo.C) O detentor.D) O possuidor e o detentor.

29- No que diz respeito s aes possessrias, assinale a alternativaINCORRETA:

A) So aes de natureza dplice.B) No admitem cumulao de pedidos.C) Se ajuizadas dentro de ano e dia, pode haver concesso de medidaliminar.D) O ru, aps a concesso da liminar, poder exigir que o autor prestecauo.

30- Em relao aos possuidores de boa-f e de m-f, assinale aalternativa CORRETA:

A) O possuidor de boa-f tem direito apenas indenizao dasbenfeitorias necessrias, mas pode levantar as volupturias.B) Tanto o possuidor de boa-f como o de m-f, podero levantar asbenfeitorias volupturias.C) O possuidor de m-f tem direito indenizao apenas dasbenfeitorias necessrias.D) O possuidor de m-f poder exercer o direito de reteno pelo valordas benfeitorias teis.

31- Nas aes possessrias:A) Cabem embargos de reteno por benfeitorias.B) Cabem embargos de reteno por benfeitorias, somente ao possuidorde boa-f.C) Cabem embargos de reteno somente em relao s benfeitoriasnecessrias.D) No cabem embargos de reteno por benfeitorias.

32- Analise as proposies referentes ao reivindicatria e respondaem seguida.

I)Tem legitimidade para figurar no plo ativo da ao reivindicatria, oproprietrio, seja a propriedade plena ou limitada.II)Cada condmino pode, individualmente, reivindicar de terceiros atotalidade do imvel.III)No tem legitimidade ativa para a ao, o titular de compromisso decompra e venda.IV)Quanto legitimidade passiva, a ao deve ser endereada contraquem est na posse ou detm a coisa, sem ttulo ou suporte jurdico.

So verdadeiras as assertivas:

A - I, III, IV.B - I, II, IV.C - II, III, IV.D - I, II, III. 33- Em relao propriedade, INCORRETO afirmar:

A) plena a propriedade quando o proprietrio concentra em suas moso direito de usar, gozar e dispor de seus bens e de reav-los em poder dequem quer que injustamente os possua.B) limitada quando pesa sobre ela, nus real, ou quando resolvel.C) O Cdigo Civil limita a extenso da propriedade pelo critrio dautilidade.D) A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursosminerais, os potenciais de energia hidrulica, monumentos arqueolgicose outros bens referidos em leis especiais.

34- Analise as proposies abaixo:

I)Usucapio modo originrio de aquisio da propriedade de bensmveis e imveis.II)So requisitos da usucapio extraordinria a posse de 15 anos,exercida com nimo de dono, de forma contnua, mansa e pacfica.III)O prazo da usucapio extraordinria pode ser reduzido para 10 anos,na chamada posse trabalho, que se manifesta por meio de obras eservios realizados pelo possuidor ou de construo, no local, de suamoradia.IV)Na usucapio extraordinria, dispensam-se os requisitos do justottulo e da boa-f.

Esto corretas as assertivas:

A - I, II, III.B - II, III, IV.C - I, III, IV.D - Todas esto corretas. 35- Assinale a alternativa incorreta:

A) A usucapio especial possui duas formas: usucapio especial rural oupro labore, e usucapio especial urbana, ou pr-moradia.B) A modalidade de usucapio especial rural no exige justo ttulo eboa-f.C) A usucapio especial urbana constitui inovao trazida pelaConstituio Federal de 1988, e reclama justo ttulo de boa-f.D) A lei exige, na usucapio especial urbana, que o prescribente utilize oimvel para sua moradia, ou de sua famlia.

36 - Assinale a alternativa correta, no que se refere ao de usucapio:

A) Deve ser obrigatoriamente citado somente aquele em cujo nome esteja registrado o imvel usucapiendo.B) Deve ser obrigatoriamente citado aquele em cujo nome esteja registrado o imvel usucapiendo, os confinantes, devendo tambm ser intimados os representantes da Fazenda Pblica da Unio, Estado, Distrito Federal e Municpio.C) O cnjuge do autor no intervm no feito.D) No h necessidade de interveno obrigatria do Ministrio Pblico.

37- No que se refere aquisio da propriedade atravs do registro,assinale a alternativa correta:

A) O registro confere presuno absoluta de domnio.B) O registro necessrio para aquisio de bens mveis e imveis.C) O registro confere presuno relativa de domnio.D) O registro, no direito brasileiro, apenas meio de se dar publicidade ao ato translativo.

38- So modos de aquisio da propriedade mvel, exceto:

A) Tradio.B) Especificao.C) Usucapio.D) Transcrio.

39- Analise as proposies abaixo:

I) Condomnio convencional ou voluntrio o que se origina da vontadedos condminos.II) A diviso o meio adequado para se extinguir o condomnio em coisadivisvel, e pode ser amigvel ou judicial.III) Se a coisa for indivisvel, o condomnio s poder extinguir-se pelavenda judicial da coisa comum, se os condminos no quiseremadjudic-la a um s.IV) Podem os condminos acordar que fique indivisa a coisa comum peloprazo no maior que 10(dez) anos, improrrogvel.

So corretas as assertivas:

A) I,II,III.B) I,III,IV.C) Somente II e III.D) Somente I e III.

40- No que se refere ao condomnio edilcio, assinale a opo incorreta:A) obrigao do condmino contribuir para as despesas de conservaodo prdio. Trata-se de obrigao propter rem.B) No cabe ao condmino alterar a fachada do edifcio, a menos queobtenha a anuncia de todos os consortes.C) Na ao de cobrana de despesas de condomnio, o compromissriocomprador no tem legitimidade passiva.D) A realizao de obras no condomnio, se teis, dependem do voto damaioria dos condminos; se necessrias, independem de deliberao daAssemblia.

41- No representa direito real de garantia:A) Penhor.B) Hipoteca.C) Anticrese.D) Enfiteuse.

42 - O que posse precria?

43- Pode a posse injusta ser defendida?

44- A posse de boa-f pode mudar para posse de m-f? 45- Assinale a alternativa correta:I. "Jus possidendi" o direito decorrente da propriedade sobre a coisa.II. "Jus possessionis" o complexo de direitos que a posse, por si s, gerapara o possuidor.III. A ao fundada no "jus possidendi" a ao de reintegrao.IV. A ao fundada no "jus possessionis" a ao de reivindicao.

A - Somente I e III esto corretas.B - Somente III e IV esto corretas.C - Somente I e II esto corretas.D - Todas esto corretas. 46- Por que se diz que as aes possessrias so dplices? 47- Pode o juiz, entendendo ter o autor se equivocado na propositura de uma ao possessria, decidir o pleito?

48- No modo originrio de aquisio da propriedade:

A) Ocupao.B) Especificao.C) Doao.D) Acesso.

49- O que avulso? 50- Considerando o aluvio e avulso, a indenizao cabvel:

A) Apenas no caso de aluvio .B) Nos casos de aluvio e avulso.C) Somente na hiptese de avulso.D) No cabe indenizao nesses casos.

51- No requisito do usucapio ordinrio:A) O decurso de tempo de 15 anos.B) Posse ininterrupta.C) Justo ttulo e boa-f.D) O decurso de tempo de 10 anos.

52- Determinado terreno invadido por razes e galhos de rvore dapropriedade vizinha. Pode o proprietrio que tem o terreno invadidocortar as razes e galhos que transponham os limites da propriedadevizinha?

53- O direito de cortar as razes da rvore, situada no prdio vizinho,que invadem determinada propriedade cabe:A) Somente ao proprietrio do terreno invadido.B) Ao proprietrio do terreno invadido e a seu inquilino, se for o caso.C) Ao possuidor do terreno invadido.D) Ao proprietrio do terreno onde a rvore est plantada.

54- No possvel a composse:A) entre cnjuges.B) entre herdeiros.C) entre conscios.D) Nenhuma das alternativas anteriores.

55- Analise as afirmaes abaixo e escolha a resposta correta:

I - Turbao a agresso material dirigida contra a posse, mas que, noentanto, no a arrebata do possuidor. Em outras palavras, o ataque posse, mas sem tir-la do possuidor.II - Esbulho o ato pelo qual o possuidor se v privado da posse, violentaou clandestinamente, e ainda por abuso de confiana.III - Ameaa posse a perturbao ou ameaa integridade fsica dopossuidor.

A) As afirmaes I e II esto corretas.B) As afirmaes II e III esto corretas.C) As afirmaes I e III esto corretas.D) Todas as afirmaes esto corretas.

56- Havendo acrscimo de terras s margens de um rio mediante desviode guas ou afastamento destas, que descobrem parte do lveo,importando em aquisio da propriedade, por parte do dono do terrenomarginal, do solo descoberto pela retrao daquelas guas, ter-se-:

A) avulso.B) aluvio imprpria.C) aluvio prpria.D) acesso por abandono de lveo.

57- So denominados direitos reais de gozo ou de fruio:A) Superfcie, usufruto, direito do promitente comprador.B) Superfcie, servido, penhor.C) Superfcie, usufruto, penhor.D) Penhor, usufruto, uso.

RESPOSTAS

1 - O abandono consiste em uma das causas de perda da propriedade,conforme se verifica no inciso III, do artigo 1275, do Cdigo Civil:

Art. 1275. Alm das causas consideradas neste Cdigo, perde-se a propriedade:

I - por alienao;II - pela renncia;III - por abandono;IV - por perecimento da coisa;V - por desapropriao.

Pargrafo nico. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imvel sero subordinados ao registro do ttulo transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imveis.Entretanto, para que o imvel urbano seja perdido por abandono, o lapso previsto em lei de trs anos, e no de 10 anos, como diz a questo do concurso. o que leciona o artigo 1276, do CC:Art. 1276. O imvel urbano que o proprietrio abandonar, com a inteno de no mais o conservar em seu patrimnio, e que se no encontrar na posse de outrem, poder ser arrecadado, como bem vago, e passar, trs anos depois, propriedade do Municpio ou do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscries.Vale tambm salientar a excelente observao do estudioso leitor STORMRIDER: a prescrio um instituto que se refere aquisio de imvel, e no sua perda.Portanto, a assertiva est ERRADA.

2 - A resposta certa a letra A: Presume-se manter a posse as mesmas caractersticas com que foi adquirida, mas tal presuno relativa, cabendo ao possuidor fazer prova em sentido contrrio. Exemplo, o possuidor que tenha posse clandestina demonstrar que a tornou pblicafrente ao proprietrio, ou o locatrio, que tenha posse injusta, provar que comprou o imvel locado. 3 - A resposta certa a letra C: A posse de um bem imvel faz presumir a posse dos bens mveis (pertenas) ou imveis por acesso intelectual a ele agregados. Aplicao do princpio de que o acessrio segue o principal.

4 - A resposta certa a letra A: Parece claro que para hipotecar a totalidade de um bem imvel em condomnio, exija-se o consentimento de todos os condminos.

5 - A resposta certa a letra D: A posse velha (mais de ano e dia) acarreta apenas um efeito processual, qual seja, no mais cabe liminar a favor do ex-possuidor. No tem qualquer relao com boa ou m-f, que dizem respeito a conhecimento dos vcios da posse e relevantes para efeito de indenizao por benfeitorias, percepo de frutos e direito de reteno.

6 - A resposta certa a letra C: O "fmulo" da posse aquele que a exerce em nome de outrem, como, por exemplo, o empregado. Tem mera aparncia de possuidor, pois mero detentor.

7 - A resposta certa a letra D: Conforme artigo 502 do CC. O desforo imediato tambm o que se denomina de autotutela.

8 - A resposta certa a letra C: Embora o nome possa enganar, o lveo abandonado nada mais que do que a superfcie que as guas cobrem. Quando muda o curso de um rio, o lveo considera-se "abandonado" e partilhado proporcionalmente aos proprietrios ribeirinhos.

9 - A resposta certa a letra A: Tal hipoteca decorre da lei, independentemente de negcio jurdico das partes e inscrio no registro imobilirio.

10 - A resposta certa a letra B: Nos termos do artigo 603 do CC, quem achar coisa perdida deve procurar o dono e, no o achando, deve entregar o objeto achado autoridade competente do lugar.

11 - A resposta certa a letra B: A consolidao, ou seja, reunio, na mesma pessoa, da nua propriedade e do usufruto, provoca a extino do segundo.

12 - A resposta certa a letra D: O artigo 10 da Lei 4.591 veda expressamente alterar ou decorar a esquadria externa, em cor diversa da fachada.

13 - A resposta certa a letra B: O contrato no transfere a propriedade imobiliria, o que somente ocorre com o registro (na lei anterior falava-se em transcrio) do ttulo no registro imobilirio.

14 - A resposta certa a letra B: Quem conserva a coisa sob as ordens ou dependncia de outrem no possuidor, mas mero detentor do bem.

15 - A resposta certa a letra A: Cuida-se de especificao, de acordo com a definio do artigo 611 do CC.

16 - A resposta certa a letra C: O usufruturio que tem a posse direta do bem e o direito de us-lo e frui-lo. O nu proprietrio conserva o direito de dispor do bem.

17 - A resposta certa a letra D: Os direitos reais sobre coisas mveis, na verdade, tem na tradio o modo mais freqente de aquisio.

18 - A resposta certa a letra A: O direito real de usufruto no perptuo, por definio. Logo, as prerrogativas de usar e fruir no so definitivamente destacadas da propriedade.

19 - A resposta certa a letra D: Os direitos reais de uso e de habitao, muito raros, regem-se, no que for omissa a lei, pelo instituto do usufruto.

20 - A resposta certa a letra D: A enfiteuse tem as caractersticas descritas na questo.

21 - A resposta certa a letra C: Segundo a concepo clssica, o direito real consiste no poder jurdico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. No plo passivo incluem-se os membros da coletividade, pois todos devem abster-se de qualquer atitude que possa turbar o direito do titular. Tm como elementos essenciais o sujeitoativo, a coisa e a relao ou poder do sujeito sobre a coisa, chamado domnio.

22 - A resposta certa a letra B: Princpio do Absolutismo: os direitos reais se exercem erga omnes, contra todos, que devem abster-se de molestar o titular.Princpio da Aderncia: estabelece um vnculo entre o sujeito e a coisa; no depende da colaborao de nenhum sujeito passivo para existir.Princpio da Publicidade: os direitos reais sobre imveis s se adquirem com o Registro no Cartrio de Registro Imobilirio do respectivo ttulo (art. 1227 C.C.); os sobre mveis, s depois da tradio (arts. 1226 e 1267 do C.C.). O registro e a tradio atuam como meios de publicidade da titularidade dos direitos reais.Princpio da Taxatividade: os direitos reais so somente os enumerados pela lei de forma taxativa, numerus clausus. derivado da posse autnoma, independente de qualquer ttulo.

23 - A resposta certa a letra B: Jus possessionis ou posse formal o direito direito fundado no fato da posse, que protegida contra terceiros e at mesmo contra o proprietrio. O possuidor s perder o imvel para o proprietrio, futuramente, atravs das vias ordinrias. Enquanto isso, aquela situao ser sempre mantida contra terceiros que no possuemnenhum ttulo, nem melhor posse.

24 - A resposta certa a letra C: Para Ihering, basta o corpus para a caracterizao da posse; basta que haja conduta de dono. Tem posse quem se comporta como dono, e nesse comportamento j est includo o animus. O elemento psquico no se situa na inteno de dono, mas to-somente na vontade de agir como habitualmente o faz o proprietrio,independentemente de querer ser dono. A posse a exteriorizao da propriedade, a verbalizao do domnio (art. 1196 do Cdigo Civil).

25 - A resposta certa a letra A: A diviso da posse em direta e indireta,encontra-se definida no art. 1197 do Cdigo Civil. A relao possessria desdobra-se - a posse indireta passa a ser exercida pelo proprietrio (locador, p.ex.), como conseqncia de seu domnio, e a posse direta passa a ser exercida pelo locatrio. Uma no anula a outra - ambas coexistem no tempo e no espao e so posses jurdicas.

26 - A resposta certa a letra D: A presuno estabelecida em favor de quem tem justo ttulo relativa, juris tantum e, como tal, admite prova em contrrio. De qualquer forma, ela ampara o possuidor de boa-f, pois transfere o nus da prova parte contrria, a quem incumbirdemonstrar que, a despeito do justo ttulo, estava o possuidor ciente de no ser justa a posse.

27 - A resposta certa a letra D: Segundo dispe o art. 1200 do Cdigo Civil, posse justa a que no violenta, clandestina ou precria. Injusta, portanto, seria a posse adquirida viciosamente, por violncia ou clandestinidade, ou de forma precria. 28 - A resposta certa a letra A: Exige-se a condio de possuidor para a propositura dos interditos (art. 926 do Cdigo de Processo Civil), mesmo que no tenha ttulo. O detentor, por no ser possuidor, no tem essa faculdade. No basta ser proprietrio ou titular de outro direito real. Se somente tem o direito, mas no a posse correspondente, ter de valer-seda via petitria, no da possessria.

29 - A resposta certa a letra B: O Cdigo de Processo Civil, no art. 921, permite a cumulao de pedidos na ao possessria. A alternatica "A" est correta conforme dispe o art. 922 do CPC. A alternatica "C" est correta conforme dispe o art. 924 do CPC.

30 - A resposta certa a letra D: Atualmente , no se pode opor embargos de reteno por benfeitorias em ao possessria. A nova redao dada pela Lei 10.744/02 ao art. 744 do CPC, restringiu os embargos de reteno execuo para entrega de coisa e invoca o art. 621, relativo execuo para entrega de coisa por ttulo extrajudicial. A partir da vigncia damencionada lei, somente na execuo para entrega de coisa por ttulo extrajudicial, sero cabveis embargos de reteno.

31 - A resposta certa a letra A: Conforme disposio do art. 1225, inc. II a VII do Cdigo Civil.

32 - A resposta certa a letra B: A assertiva III est incorreta. Embora durante algum tempo tivesse sido negada ao titular de compromisso de compra e venda, por no ter o domnio da coisa, legitimidade para a propositura da ao, no mais se justifica esse ponto de vista, pois otitular do compromisso de compra e venda, irretratvel e irrevogvel, que pagou todas as prestaes, possui todos os direitos elementares de proprietrio, podendo usar, gozar e dispor da coisa. Dispe, assim de ttulo para embasar ao reivindicatria contra terceiro, que se encontra injustamente na posse do bem. (Deciso STJ Resp. 55.941 DF, 3 T, rel Min. Menezes Direito, DJU - 1.06.1998, p.77; RT 757/126 ; no mesmo sentido: RT 500/131).

33 - A resposta certa a letra D: Conforme dispe o art. 1230 do Cdigo Civil.

34 - A resposta certa a letra D: Conforme disposio do art. 1238 do Cdigo Civil.

35 - A resposta certa a letra C: O art. 1240 do Cdigo Civil reproduziu integralmente o art. 183, par. 1 e 2 da Constituio Federal , e no reclama justo ttulo e boa-f.

36 - A resposta certa a letra B: Conforme disposio dos artigos 942, 943, 944 do C.P.C.; art. 10, par. 1, inc. I do C.P.C.

37 - A resposta certa a letra C: O registro d publicidade ao ato e gera direito real para o adquirente, transferindo-lhe o domnio. Gera presuno relativa de domnio, admitindo prova em contrrio (art. 1245 e par. 2 do Cdigo Civil).

38 - A resposta certa a letra D: A transcrio modo de aquisio da propriedade imvel (art. 1245 do Cdigo Civil). Aquisio da propriedade mvel: arts 1260 a 1274 do Cdigo Civil).

39 - A resposta certa a letra A: Somente a assertiva IV est errada, conforme dispe

40 - A resposta certa a letra C: Conforme disposio do art. 1334, par. 2 do Cdigo Civil, e art. 12 da Lei 4591/64.

41 - A resposta certa a letra D: O penhor, hipoteca e anticrese so direitos reais limitados a garantia, que servem para assegurar o cumprimento de uma obrigao (art. 1419 do CC).A enfiteuse constitui direito real de gozo, ou seja, um terceiro (enfiteuta) tem o direito de usar e gozar do bem, enquanto a propriedade permanece com o senhorio (proprietrio). A enfiteuse no foi recepcionada pelo novo Cdigo Civil, salvo no art. 2.038, que dispe:"Fica proibida a constituio de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, at sua extino, s disposies do Cdigo Civil anterior, Lei no 3.071, de 1 de janeiro de 1916, e leis posteriores."

42 - a posse que decorre da falta de devoluo da coisa no tempo certo. O possuidor precrio geralmente se compromete a devolver a coisa transcorrido um certo tempo, ou seja, h uma obrigao de restituio que no cumprida por aquele que detm a posse da coisa. So exemplos comuns: o comodato, locao e depsito. (Vide Livro "DireitoCivil" de Slvio de Salvo Venosa. Editora Atlas. 6 edio - 2006).

43 - Sim, porm apenas contra terceiro que no seja o possuidor anterior.O possuidor injusto pode defender sua posse contra terceiros, mas no pode defend-la contra o possuidor anterior, pois tomou a posse deste mediante violncia, clandestinidade ou precariedade (art. 1.200 do CC). Sendo assim, a posse injusta pode ser justa com relao a um terceiro (que no era o antigo possuidor ou proprietrio) e injusta com relao a outro (a pessoa que era o antigo possuidor ou proprietrio). 44 - A posse de boa-f passa a ser de m-f quando o possuidor fica conhecendo os vcios que maculam sua posse. Art. 1.202, CC - A posse de boa-f s perde este carter no caso e desdeo momento em que as circunstncias faam presumir que o possuidor no ignora que possui indevidamente.

45 - A resposta certa a letra C: "Jus possidendi" o direito de posse fundado na propriedade. O possuidor tem a posse e tambm proprietrio. Neste caso, A ao fundada no "jus possidendi" a ao Reivindicatria (somente o proprietrio pode prop-la) "Jus possessionis" o direito fundado no fato da posse. O possuidor pode ser ou no o proprietrio. As aes fundadas no "Jus possessionis" so as chamadas aes possessrias (interdito proibitrio, reintegrao ou manuteno de posse).

46 - A duplicidade ocorre quando a pessoa pode, no mesmo ato, se defender e formular pedido em seu favor, sem que tenha que entrar com a chamada reconveno. No caso das aes possessrias, existe a disposio expressa no art. 922 do CPC, que d o carter de duplicidade s aes possessrias.

CPC, Art. 922: lcito ao ru, na contestao, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteo possessria e a indenizao pelos prejuzos resultantes da turbao ou do esbulho cometido pelo autor..

47 - Sim, o CPC autoriza o juiz a decidir. De acordo com o art. 920, do CPC, a propositura de uma ao possessria em vez de outra no obstar a que o juiz conhea do pedido e outorgue a proteo legal correspondente quela, cujos requisitos estejam provados. Trata-se da fungibilidade das aes possessrias.

48 - A resposta certa a letra C: Nos modos originrios a aquisio direta e independe da interposio de outra pessoa, o adquirente faz seu o bem que no lhe transmitido por outrem. A doao modo derivado de aquisio da propriedade.A ocupao est prevista no art. 1.263 do CC e se refere a aquisio de coisa sem dono.A especificao est prevista nos arts. 1269 e ss do CC e se refere ao especificador que trabalha em matria-prima em parte alheia, que obtm espcie nova que no pode ser restituda a forma anterior.A acesso est prevista nos arts. 1248 e ss do CC e se refere ao acrscimo da propriedade, com poro de outra pessoa, por meio de fora externa. Ex: quando a fora sbita da corrente arranca uma parte considervel de um prdio, que acaba se arrojando sobre outro prdio (acesso por avulso).Doao o contrato onde uma pessoa, por mera liberalidade, transfere bens do seu patrimnio para outra pessoa (art. 538 e ss do CC).

49 - Ocorre avulso quando um pedao grande de terra, que possa ser discernido, se destaca de uma propriedade e entra em outra, do dia para noite, como ocorre em rios violentos.

Conforme versa o art. 1.251 do CC, "quando, por fora natural violenta, uma poro de terra se destacar de um prdio e se juntar a outro, o dono deste adquirir a propriedade do acrscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenizao, se, em um ano, ningum houver reclamado.Pargrafo nico. Recusando-se ao pagamento de indenizao, o dono do prdio a que se juntou a poro de terra dever aquiescer a que se remova a parte acrescida". O Cdigo das guas, em seu art. 19, dispe que: "verifica-se a "avulso" quando a fora sbita da corrente arrancar uma parte considervel e reconhecvel de um prdio, arrojando-a sobre outro prdio".

50 - A resposta certa a letra C: De acordo com o art. 1.251 do CC c/c o art. 20 do Cdigo de guas, o proprietrio que perdeu a terra por avulso poder pedir indenizao ou devoluo da mesma quele que teve a terra acrescida.Em se tratando de aluvio no h como determinar de onde veio a terra, de modo que, no cabe indenizao, conforme consta expressamente no art. 1.250 do CC.

51 - A resposta certa a letra A: O usucapio ordinrio aquele previsto no art. 1.242 do CC. Para configurar este tipo de usucapio necessrio:posse contnua e incontestada, justo ttulo, boa-f e o decurso de tempo de 10 anos, e no de 15 anos como prev a alternativa "A". O decurso de 15 anos necessrio no usucapio extraordinrio, previsto no art. 1.238 do CC (que no se baseia no justo ttulo e nem na boa-f).

52 - O proprietrio do terreno invadido pelas razes e galhos de rvore do prdio vizinho tem direito de cort-las, independentemente de prova de que as mesmas lhe prejudicavam. Trata-se de um dos raros casos de justia privada. No tem o dono da rvore direito a prvia notificao, nem a qualquer ressarcimento, ainda que a rvore venha a morrer em razo do corte. O art. 1.283 do CC determina: "as razes e os ramos de rvore, que ultrapassarem a estrema do prdio, podero ser cortados, at o plano vertical divisrio, pelo proprietrio do terreno invadido".

53 - A resposta certa a letra A: De acordo com o art. 1.283, do CC, esse direito somente poder ser exercido pelo proprietrio do terreno invadido.

54 - A resposta certa a letra D: possvel a composse entre:a) Cnjuges - no regime da comunho universal de bens.b) Herdeiros - antes da partilha.c) Conscios - nas coisas comuns.E em todos os casos em que couber a ao "communi dividundo".

55 - A resposta certa a letra A: Ameaa posse a perturbao ou ameaa de violao da posse e no contra a pessoa do possuidor.

56 - A resposta certa a letra B: De acordo com o art. 1.250, caput, 2 parte, do Cdigo Civil, aluvio imprpria se d pelo desvio das guas do longo das margens das correntes e pertencem aos donos dos terrenos marginais. Sendo que a primeira parte deste artigo faz referncia aluvio prpria.

57 - A resposta certa a letra C: Conforme disposio dos artigos 1219 e 1220 do Cdigo Civil.

DIREITO CIVIL Exame 117 - SP21. "A" vende a "B" a casa de que proprietrio e onde reside, ficando convencionado que "A" permanecer no referido imvel, no mais como dono, mas como locatrio, de modo que o possuidor antigo, que tinha posse plena e unificada, passar a ser possuidor direto, ao passo que o novo proprietrio se investir na posse indireta. Operou-se, no caso, o modo aquisitivo derivado da posse, que :(A) a traditio brevi manu.(B) a traditio longa manu.(C) a acesso.(D) o constituto possessrio.22. Se o condmino de coisa indivisvel vender sua frao ideal sem dar preferncia aos demais consortes, :(A) a venda, como ato jurdico, nula de pleno direito, pois no obedecida a forma prescrita em lei.(B) o condmino preterido, respeitado o prazo legal, pode depositar o preo pelo qual a frao foi vendida a terceiro e hav-la para si.(C) no h direito de prelao na com propriedade da coisa indivisvel, uma vez que todos os condminos devem assinar o ato de alienao.(D) o condmino preterido pode apenas pleitear perdas e danos, provando que tinha condies financeiras para adquirir a parte ideal vendida ou que o imvel remanescente perde parte de seu valor em funo da diminuio da possibilidade de seu aproveitamento.

23. De acordo com a Lei do Inquilinato (Lei no 8.245/91), vedado, sob pena de nulidade da clusula contratual, exigir:(A) no mesmo contrato, seguro fiana e fiana bancria.(B) quando no h garantia de espcie alguma, o pagamento antecipado do aluguel.(C) no mesmo contrato, dois ou mais casais de fiadores.(D) nos contratos de locao para temporada, garantia fidejussria.24. Em relao ao contrato de enfiteuse, correto afirmar que:(A) pode ser celebrado por prazo determinado ou indeterminado.(B) impe ao enfiteuta a obrigao de pagar ao senhorio uma quantia anual, denominada foro.(C) o domnio til pode ser livremente alienado a terceiros, sem comunicao prvia ao senhorio, bastando o pagamento do laudmio.(D) o domnio til considerado impenhorvel por dvidas do enfiteuta.25. Se, no testamento, no for estipulado o direito de acrescer entre os herdeiros nomeados, a morte de um destes antes da morte do testador faz com que:(A) a sua parte da herana seja atribuda igualmente entre os demais herdeiros nomeados.(B) o testamento perca a sua validade.(C) a sua parte de herana seja destinada aos herdeiros legtimos do testador.(D) a sua parte da herana seja destinada aos seus prprios herdeiros, por direito de representao.26. Nas obrigaes portveis de dar coisa certa, o perecimento do objeto da prestao, aps o prazo de entrega, corre por conta do:(A) credor, independentemente de sua constituio formal em mora.(B) devedor, independentemente de sua constituio formal em mora.(C) credor, desde que tenha sido formalmente constitudo em mora.(D) devedor, desde que tenha sido formalmente constitudo em mora.27. A adoo de menor entre 12 e 18 anos, cujos pais foram destitudos do ptrio poder,:(A) no depende da concordncia do adotando, nem de seus pais.(B) depende da concordncia do adotando e de seus pais, conjuntamente.(C) dos pais, prescindindo-se da concordncia do adotando.(D) do adotando, prescindindo-se da concordncia dos pais.28. O comodato classificado entre os contratos reais porque:(A) se perfaz no momento em que o bem entregue.(B) implica a transferncia de direitos reais sobre determinado bem.(C) seu objeto compreende a entrega de determinado bem.(D) no se resolve em perdas e danos, no caso de inadimplemento.29. A mulher de Tcio, com quem casada sob o regime da comunho universal de bens desde 1990, apurou que o seu marido vem dilapidando todas as economias do casal em rinhas de galo, seu "hobby" preferido. O pai dela, vivo e detentor de vultoso patrimnio, preocupa-se com o futuro da filha e aconselha-se com um advogado, para saber quais as medidas cabveis para o resguardo da sua herana que, por sua morte, caber ao casal. Indique o procedimento correto a ser recomendado pelo causdico. :(A) Revogao do regime de bens por iniciativa da filha.(B) Substituio pelo casal, do regime inicialmente adotado para o da separao de bens.(C) Testamento, pelo pai e sogro, prescrevendo a incomunicabilidade dos bens que, por sua falta, couberem filha.(D) Nomeao de procurador idneo para gerir a herana.30. Lucas, cirurgio e locatrio por uma semana, de centro cirrgico em hospital de renome, submete seu paciente a cirurgia. Apesar de ministrar todos os recursos mdicos na interveno cirrgica, o paciente veio a sucumbir. Assinale a resposta correta, indicando a quem cabe a responsabilidade pelo evento:(A) Ao mdico, se provada sua culpa no evento.(B) Cumulativa, ao mdico e ao hospital, pelo vnculo decorrente da locao celebrada.(C) Ao mdico, pela teoria da responsabilidade objetiva.(D) Ao mdico, pela teoria do risco profissional.GABARITOExame 117

21 - D22 - B23 - A24 - B25 - C26 - B27

DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISASOBJETIVO- Introduzir o aluno no direito das coisas;- Diferenciar direitos reais de direito das coisas;- Fornecer conceitos estruturais e as caractersticas comuns a todos os direitos reais.TEMADireito das CoisasESTRUTURA DO CONTEDOUnidade 1 - DIREITO DAS COISAS1.1. Conceito1.2. Caractersticas1.3. Classificao1.4. Diferena entre direitos reais e obrigacionais1.5. Objeto do direito das coisas1.6. Sujeitos1.7. Obrigao propter remPROCEDIMENTO DE ENSINO1.1. ConceitoNas palavras de Orlando Gomes, ?O Direito das Coisas regula o poder dos homens sobre os bens e os modos de sua utilizao econmica?. (GOMES, Orlando. Direitos reais. 14 ed., atualizada por Humberto Theodoro Jnior. p. 1. Rio de Janeiro: Forense, 1999). de se frisar que bem consiste na coisa til e rara, suscetvel de apropriao pelo homem.Surge a um primeiro aspecto dos Direitos Reais, que os distingue dos Direitos Pessoais: estes tm por objeto uma prestao humana, enquanto aqueles possuem por objeto um bem.Duas doutrinas buscam a primazia na compreenso dos Direitos Reais. A realista, que considera o Direito Real como o poder imediato na pessoa sobre a coisa, e a personalista, que prega existir nos Direitos Reais uma relao jurdica entre pessoas, como nos Direitos Pessoais.A primeira teoria causa perplexidade se considerarmos que o Direito existe sempre para disciplinar condutas intersubjetivas, ou seja, entre pessoas. Assim, como explicar uma relao direta homem-objeto tutelada pela norma jurdica?Por seu turno, a teoria personalista parece um pouco artificial, pois advoga a existncia de um sujeito passivo universal nos Direitos Reais, ou seja, todos estaramos obrigados a respeitar os Direitos Reais de outrem.Orlando Gomes sugere um retorno teoria realista, com nfase no estudo da estrutura dos Direitos Reais. Assim, ao invs de se prender ao aspecto externo de tais direitos, deve-se levar em considerao a sua estrutura interna, salientando que o poder de utilizao da coisa, sem intermedirio, o que caracteriza os Direitos Reais (GOMES, Orlando, ob. cit., p. 5.).Nelson Rosenvald e Cristiano Farias formulam proposta de cunho hbrido. Os autores diferenciam direito subjetivo de pretenso, para concluir que a relao de direito real, enquanto situao esttica, absoluta, apresenta sujeitos indeterminados (porm determinveis) e representa a posio de domnio de algum sobre uma coisa, pois o sujeito ativo titulariza direito subjetivo; por outro lado, uma violado o direito subjetivo e, conseqentemente originada a pretenso, a relao jurdica de direito real passa a apresentar sujeito determinado, tendo o lesado a faculdade de reclamar o exerccio do contedo do direito subjetivo em face do sujeito que o desrespeitou (Direitos reais. 6.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 16).1.2. CaractersticasApesar de inexistir consenso na doutrina, podemos apontar as seguintes caractersticas geralmente enumeradas: a) a oponibilidade erga omnes; b) o direito de seqela; c) a exclusividade; d) a preferncia; a taxatividade.Para Slvio Rodrigues, ?o direito real oponvel contra todos, isto , vale erga omnes, pois representa uma prerrogativa de seu titular, que deve ser respeitada? (RODRIGUES, Slvio. Direito civil ? direito das coisas. p.7). Da a dita oponibilidade erga omnes.O direito de seqela consiste na prerrogativa concedida ao titular de direito real de seguir a coisa nas mos de quem quer que a detenha, de apreend-la para sobre ela exercer o seu direito real. Seu direito real d-lhe legitimao para perseguir a coisa, onde quer que ela se encontre, pois o vnculo se prende de maneira indelvel coisa e dela no se desliga pelo mero fato de ocorrerem alienaes subseqentes (RODRIGUES, Slvio, ob. e loc. cit). justamente em funo do direito de seqela que se exige ampla publicidade na constituio de direitos reais. Assim, os bens mveis demandam a tradio para serem onerados, enquanto os bens imveis exigem o registro pblico dos nus reais.Pela exclusividade diz-se no poder existir dois direitos reais, de igual contedo, sobre a mesma coisa.A preferncia consiste no privilgio de obter o pagamento de uma dvida com o valor de bem aplicado exclusivamente sua satisfao. Em caso de inadimplemento tem o credor o direito de se satisfazer sobre o valor do bem objeto de direito real, afastando outros credores que tenham apenas direito pessoal contra o devedor, ou mesmo direito real de inscrio posterior (GOMES, Orlando, ob. cit., p. 9).Em funo das caractersticas da seqela e da preferncia, os direitos reais de garantia so os mais utilizados no trato econmico, principalmente nas operaes de crdito e financiamento. Os bancos e empresas de financiamento preferem a garantia de tais direitos a outras, de natureza pessoal, pois estas ltimas so menos eficazes.Esse panorama, contudo, vem mudando, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Mais e mais so utilizados os chamados negcios fiducirios, com o retraimento do campo de incidncia dos direitos reais de garantia.Por fim, como decorrncia bvia das caractersticas j mencionadas, que tornam os direitos reais extremamente robustos, sua criao no se encontra no mbito da liberdade negocial. Em outras palavras, direitos reais so apenas os enumerados pela lei (caracterstica da tipicidade ou numerus clausus). No lcito s partes, no exerccio da liberdade contratual, corolrio do princpio da autonomia privada, criar direitos reais no previstos em lei.Nos termos do artigo 1.225 do Cdigo Civil de 2002, so direitos reais a propriedade, a superfcie, as servides, o usufruto, o uso, a habitao, o direito do promitente comprador do imvel, o penhor, a hipoteca, a anticrese, a concesso de uso especial para fins de moradia e a concesso de direito real de uso. Frise-se, contudo, que o direito real deve estar previsto em lei, mas no necessariamente no corpo do Cdigo Civil, podendo estar regulado por leis esparsas. Encontramos um exemplo na concesso de uso, direito real criado pela Lei n. 271, de 28.02.1967.1.3. ClassificaoOs direitos reais podem ser classificados em:A) Quanto propriedade do bem- Direitos reais sobre coisa prpria: apenas a propriedade.- Direitos reais sobre coisa alheia: incidem sobre bem de propriedade de outrem. Ex: hipoteca, penhor, servido etc.

O direitos reais sobre coisa alheia podem ser: - direitos reais de gozo ou fruio- direitos reais de garantia- direito real de aquisioB) Quanto aos poderes do titular do direito real- Direitos reais limitados: o proprietrio rene apenas algumas das faculdades inerentes propriedade;- Direitos reais ilimitados: o proprietrio rene todas as faculdades inerentes propriedade (uso, gozo, disposio e reivindicao).A propriedade denominada jus in re propria, enquanto os demais direitos reais so tambm chamados jura in re aliena, ou limitados. A propriedade consiste no direito real mais amplo, derivando os demais da criao de direitos sobre uma ou mais das faculdades da propriedade (usar, gozar, fruir e dispor do bem). Assim, o usufruto, por exemplo, consiste no direito real de usar e fruir do bem. importante frisar que a limitao aqui se refere a no concentrao dos poderes inerentes propriedade nas mos do titular. Sob o ponto de vista de exerccio de direitos, todos os direitos, mesmo a propriedade plena, sofrem limitaes.1.4. Diferena entre direitos reais e obrigacionaisTeorias negativistas (Thon, Schlossmann, Demogue): no h diferena entre direitos pessoais e direitos reais. Os direitos reais no passam de tcnica jurdica para restringir comportamentos. Esta teoria no mais aceita pela doutrina moderna.Teoria personalista (clssica): o direito real uma projeo da personalidade sobre a coisa. A relao jurdica que envolve direito real estabelecida entre pessoas: no plo ativo est o titular do direito real e no plo passivo h o que a doutrina chama de sujeio passiva universal. O exerccio do direito real feito diretamente sobre a coisa, sem intermedirios (relao direta entre o titular e o objeto).Crticas: falar em sujeio passiva universal artificial e implica em um individualismo no mais aceito pelo Estado do Bem Estar Social; h a criao de um vnculo jurdico para pessoas que no manifestaram vontade em participar da relao jurdica; a sujeio passiva universal nada mais do que uma regra de conduta traduzida principalmente em um non facere, o que esvaziaria a distino entre direitos reais e direitos pessoais.Teoria realista: o poder imediato da pessoa sobre a coisa, sem qualquer tipo de intermediao. No h que se falar em sujeio passiva universal, pois significaria transpor um vnculo jurdico a pessoas estranhas relao. H um direito subjetivo oponvel erga omnes, sem que haja, em abstrato, um sujeito passivo determinado.Crticas: no h relao seno entre duas pessoas; a oponibilidade erga omnes no caracterstica exclusiva dos direitos reais, mas de qualquer direito absoluto, como os direitos de personalidade.A teoria personalista, apesar das crticas, a que tem maior receptividade na doutrina. Contudo, mesmo os defensores da teoria personalista revelam que h forte tendncia em que a diferena entre direitos reais e direitos pessoais desapaream. Nelson Rosenvald e Cristiano Farias apontam para a chamada obrigacionalizao do direito das coisas, na medida em que todos os direitos reais, sem exceo, abrigam em sua estrutura uma relao jurdica de direito real e uma outra relao jurdica, de direito obrigacional. A primeira, pautada pela situao de domnio do titular sobre a coisa;e a segunda, na relao jurdica de contedo intersubjetivo, envolvendo uma necessria cooperao entre o titular do direito real e a coletividade (op.cit. p. 17).Direitos PessoaisDireitos ReaisRelativos (eficcia entre as partes)Absolutos (eficcia erga omnes)Vincula a pessoa do credor pessoa do devedorVincula o titular coisaPossuem sujeito passivo determinado: devedorPossuem sujeito passivo indeterminadoContedo positivoContedo negativoA coisa objeto mediato da relaoA coisa objeto imediato da relaoO exerccio se d pelo intermdio de outro sujeitoO exerccio se d sem intermediriosRelao transitriaRelao permanenteAtipicidadeTipicidade1.5. Objeto do direito das coisasObjeto de direito real tanto podem ser as coisas corpreas, mveis ou imveis, quanto as incorpreas. Assim, podem existir direitos sobre direitos, que so bens incorpreos.O direito real pode tambm ter por objeto as produes do esprito humano nos domnios das letras, das artes, das cincias ou da indstria. Fala-se ento em propriedade literria, artstica, cientfica e industrial. importante frisar que os direitos de propriedade intelectual tm sido entendidos atualmente como direitos sui generis, pois envolvem contedo patrimonial (com fortes caractersticas de direito real) e contedo extrapatrimonial.Clvis Bevilqua: O direito das coisas, ramo do direito civil que se ocupa dos direitos reais, consiste no conjunto das normas que regem as relaes jurdicas referentes apropriao dos bens corpreos pelo homem (apud GOMES, Orlando. Direitos reais. p. 2).Silvio Venosa: Como o direito subjetivo, o direito de senhoria poder outorgado a um titular; requer, portanto, um objeto. O objeto a base sobre a qual se assenta o direito subjetivo, desenvolvendo o poder de fruio da pessoa com o contato das coisas que nos cercam no mundo exterior. Nesse raciocnio, o objeto do direito pode recair sobre coisas corpreas ou incorpreas, como um imvel, no primeiro caso, e os produtos do intelecto (direitos de autor, de inveno, por exemplo), no segundo. O direito das coisas estuda precipuamente essa relao de senhoria, de poder, de titularidade, esse direito subjetivo que liga a pessoa s coisas (...) Os direitos reais regulam as relaes jurdicas relativas s coisas apropriveis pelos sujeitos de direito1.6. SujeitosSujeito ativo: titular do direito subjetivo absoluto sobre o bem. Pode exercer o direito de seqela e ser sempre possuidor (ainda que, dependendo do desdobramento da relao possessria, seja possuidor indireto).Sujeito passivo: sobre quem recai o dever de respeito ao exerccio do direito pelo sujeito ativo. Conforme j visto anteriormente, diz-se que na relao de direito real h sujeio passiva universal.1.7. Obrigao propter remObrigaes propter rem: obrigaes decorrentes de um direito real. Decorrem da lei (ex lege) e no da vontade do titular do direito (ex voluntate). Podem constituir obrigaes positivas ou obrigaes negativas.nus reais: limitaes impostas ao exerccio de um direito real.Obrigaes com eficcia real: relaes obrigacionais que produzem eficcia erga omnes. Ex: compromisso de compra e venda de imvel, registrado do cartrio imobilirio.RECURSO FSICOQuadro e pincel;Retroprojetor;Datashow.APLICAO PRTICA/ TERICACaso ConcretoJarbas adquiriu de Jernimo em julho de 2012 um apartamento localizado na praia de Balnerio Camboriu. Aps cinco meses morando no imvel Jarbas foi notificado pelo condomnio para que pagasse as taxas condominiais atrasadas referentes ao perodo de janeiro de 2011 a junho de 2012. Jarbas contra-notificou o Condomnio afirmando que as taxas condominiais no lhe poderiam ser cobradas, uma vez que poca no era proprietrio do imvel. Pergunta-se: quem tem razo, o Condomnio ou Jarbas? Explique sua resposta e indique nela qual o prazo prescricional para a cobrana dessas taxas.Questo objetiva 1Sobre direitos reais e direitos obrigacionais correto afirmar que:a. A expresso Direitos Reais mais abrangente do que a expresso Direito das Coisas e, por isso, aquela a expresso adotada pelo Cdigo Civil.b. Tanto os direitos reais quanto os direitos obrigacionais so direitos subjetivos no patrimoniais e, por isso, o objeto de suas relaes jurdicas so de natureza econmica.c. Os direitos obrigacionais so absolutos, ou seja, impem-se erga omnes; enquanto os direitos reais so relativas e impem-se inter partes.d. Os direitos reais so numerus clausus, sendo vedada a criao de tipos inominados. Os direitos obrigacionais so numerus apertus, podendo a autonomia privada criar tipos inominados.e. Os direitos obrigacionais se extinguem com o perecimento da coisa. Os direitos reais permanecem, ainda que o objeto da prestao tenha deixado de existir.Questo objetiva 2Sobre as obrigaes propter rem correto afirmar que:a. So obrigaes que constituem verdadeiros direitos reais, uma vez que existem em funo da existncia desses. Portanto, o titular do direito real, ser o titular da obrigao propter rem.b. So obrigaes de natureza ambulatria, o que significa afirmar que a titularidade acompanha sempre o direito real, como o caso da taxa condominial.c. Ocorrendo a transferncia da coisa sobre a qual incide uma obrigao propter rem esta estar automaticamente extinta.d. Renncia ao direito real libera sempre o renunciante da obrigao propter rem.e. Para a caracterizao da obrigao propter rem importa identificar quem era o seu titular poca do fato gerador.AVALIAOCaso ConcretoJarbas adquiriu de Jernimo em julho de 2012 um apartamento localizado na praia de Balnerio Camboriu. Aps cinco meses morando no imvel Jarbas foi notificado pelo condomnio para que pagasse as taxas condominiais atrasadas referentes ao perodo de janeiro de 2011 a junho de 2012. Jarbas contra-notificou o Condomnio afirmando que as taxas condominiais no lhe poderiam ser cobradas, uma vez que poca no era proprietrio do imvel. Pergunta-se: quem tem razo, o Condomnio ou Jarbas? Explique sua resposta e indique nela qual o prazo prescricional para a cobrana dessas taxas.Gabarito: O Condomnio tem razo na cobrana, uma vez que as taxas condominiais so consideradas obrigaes propter rem, portanto, so obrigaes que acompanham o bem, sendo indiferente quem era o seu titular (art. 1345, CC). O prazo para a cobrana das taxas prescreve em cinco anos (art. 206, 5o, I, CC), conforme decises mais recentes do STJ (REsp n. 1139030 RJ).Questo objetiva 1Sobre direitos reais e direitos obrigacionais correto afirmar que:a. A expresso Direitos Reais mais abrangente do que a expresso Direito das Coisas e, por isso, aquela a expresso adotada pelo Cdigo Civil.b. Tanto os direitos reais quanto os direitos obrigacionais so direitos subjetivos no patrimoniais e, por isso, o objeto de suas relaes jurdicas so de natureza econmica.c. Os direitos obrigacionais so absolutos, ou seja, impem-se erga omnes; enquanto os direitos reais so relativas e impem-se inter partes.d. Os direitos reais so numerus clausus, sendo vedada a criao de tipos inominados. Os direitos obrigacionais so numerus apertus, podendo a autonomia privada criar tipos inominados.e. Os direitos obrigacionais se extinguem com o perecimento da coisa. Os direitos reais permanecem, ainda que o objeto da prestao tenha deixado de existir.Gabarito: DQuesto objetiva 2Sobre as obrigaes propter rem correto afirmar que:a. So obrigaes que constituem verdadeiros direitos reais, uma vez que existem em funo da existncia desses. Portanto, o titular do direito real, ser o titular da obrigao propter rem.b. So obrigaes de natureza ambulatria, o que significa afirmar que a titularidade acompanha sempre o direito real, como o caso da taxa condominial.c. Ocorrendo a transferncia da coisa sobre a qual incide uma obrigao propter rem esta estar automaticamente extinta.d. Renncia ao direito real libera sempre o renunciante da obrigao propter rem.e. Para a caracterizao da obrigao propter rem importa identificar quem era o seu titular poca do fato gerador.Gabarito: BCONSIDERAO ADICIONAL

Disciplina: CCJ0015 - DIREITO CIVIL IVSemana Aula: 2DESCRIO DO PLANO DE AULADIREITO CIVIL IV - POSSEOBJETIVO- Introduzir o aluno no estudo da posse;- Conceituar posse e situ-la no contexto da funo social;- Classificar a posse conforme os critrios do Cdigo Civil.TEMAPosseESTRUTURA DO CONTEDOUnidade 2 - POSSE2.1. Evoluo histrica, conceito e caractersticas2.1.1 Teoria subjetivista2.1.1. Teoria objetivista2.2 Distino entre posse, propriedade e deteno2.3 Classificao da posse e suas caractersticas2.4 Natureza jurdica: controvrsias2.5 CompossePROCEDIMENTO DE ENSINO2.1. Evoluo histrica, conceito e caractersticasEm uma primeira abordagem, a posse pode ser encarada como um fato, enquanto a propriedade consiste num direito. Em outras palavras, a posse uma situao de fato, enquanto a propriedade uma situao de direito. Como veremos adiante, em geral ambas coincidem na mesma pessoa, mas nem sempre isso ocorre.O legislador civil usou da seguinte sistemtica no trato da matria: reservou a disciplina dos direitos reais para o Livro III da Parte Especial, sob a epgrafe ?Do Direito das Coisas?. Em seguida, inaugurou o referido Livro com o Ttulo I, ?Da Posse?. Finalmente, no Ttulo II, regulamentou os direitos reais em espcie.O estudo da opo sistmica do legislador fundamental, pois revela a sua inteno. Podemos assim afirmar que se optou por isolar o estudo da posse, como um ttulo preliminar quele reservado aos direitos reais, por dois motivos: primeiro, a posse no direito real; segundo, a posse informa o regime jurdico de todos os demais direitos reais.Por outro lado, a posse pode ser considerada a exteriorizao da propriedade, seu aspecto visvel e palpvel no mundo fenomnico (falamos da posse direta). Voltemos ao exemplo dado: por ter me visto com o telefone celular, o observador sups que eu seria o proprietrio do mesmo. E isso se d, repita-se, porque geralmente posse e propriedade encontram-se enfeixadas nas mos da mesma pessoa, apesar da coincidncia no ser necessria.A posse, em outras palavras, cria uma espcie presuno de propriedade. E por esse motivo que tutela-se com veemncia aquela, por vezes em detrimento desta: como o que possui presume-se proprietrio, em um primeiro momento de se garantir tal situao ftica, at mesmo por razes de segurana jurdica e pacificao social.Aqui desponta uma outra questo: enquanto a propriedade de certo modo teve seu mbito de incidncia reduzido ou conformado pela Constituio de 1988 (cf. arts. 5, inc. XXIII; 182, 2 e 4; 184 e 186, dentre outros, todos da CR/88) cedendo para a chamada ?funo social da propriedade? (alguns autores falam em uma nova espcie de propriedade, a propriedade social), a posse saiu fortalecida, principalmente atravs da previso constitucional expressa da usucapio (cf. arts. 183 e 191 da CF/88).Propriedade estado de direitoPosse estado de aparncia protegido pelo direitoConceito de possePluralidade semntica do vocbulo posse: posse como propriedade (fulano possui uma casa); posse como instituto de direito pblico (os EUA tm a posse da base de Manta, no Equador); posse como exerccio do direito de famlia (posse do estado de casados); posse como instituto de direito administrativo; posse como elemento de tipo penal (posse sexual mediante fraude) etc.A posse no direito das coisas:A posse (tanto de coisa mvel como de coisa imvel) situao jurdica de fato apta a, atendidas certas exigncias legais, transformar o possuidor em proprietrio (situao de direito real) (NERY, Nelson e NERY, Rosa Maria de Andrade. Cdigo civil comentado: e legislao extravagante. 3.ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 608).A posse o exerccio de fato, em nome prprio, de um dos poderes inerentes ao domnio.Objeto da posse: A posse pode incidir tanto sobre bens corpreos quanto sobre bens incorpreos (quase-posse). A chamada posse de direitos admitida, desde que tais direitos possam ser apropriveis e exteriorizveis (direitos reais). Ex: direitos do autor, propriedade intelectual, passe atltico, direito real de uso sobre linha telefnica.Sujeitos da posse: So as pessoas, sejam elas naturais ou jurdicas, de direito pblico ou de direito privado.2.1.1. Teoria subjetivaA natureza da posse gerou muito dissenso doutrinrio. Basicamente, duas principais teorias e seus autores disputaram a hegemonia da matria: a teoria subjetiva, de Savigny, e a teoria objetiva, de Ihering.A Teoria de Savigny:Savigny exps suas idias no Tratado da Posse, de 1803. Segundo o autor, a posse resultaria da conjuno de dois elementos: o corpus e o animus. O primeiro seria o elemento material, traduzindo-se no poder fsico da pessoa sobre a coisa. O animus, por seu turno, representaria o elemento intelectual, a vontade de ter essa coisa como sua. Ambos os elementos so necessrios para a configurao da posse.O corpus, sendo o poder de fato sobre a coisa, supe a apreenso, sendo fundamental a relao exterior da pessoa com a coisa. No que diz respeito ao animus, configura-se como a vontade de ter a coisa como prpria. justamente pelo destaque conferido por Savigny ao elemento intencional que sua teoria qualificada de subjetiva. E esse justamente o ?calcanhar de Aquiles? de sua teoria: extremamente difcil precisar um estado ntimo concretamente.Ao exigir o elemento subjetivo (animus domini) como requisito fundamental para a caracterizao da posse, a doutrina subjetiva considera simples detentores o locatrio, o comodatrio, o depositrio, o mandatrio e outros que possuiriam apenas o poder fsico sobre a coisa. No admitido o desdobramento da relao possessria, pois no se admite a posse por outrem.2.1.2. Teoria objetiva da posseA teoria de Ihering foi desenvolvida em obras como O Fundamento dos Interditos Possessrios e O Papel da Vontade na Posse. Posteriormente o autor empreendeu um esforo simplificador de suas teorias.A posse a exteriorizao da propriedade e, por isso, para caracterizar a posse basta o exerccio em nome prprio do poder de fato sobre a coisa. dizer, para que exista a posse, necessrio somente o corpus. Silvio Venosa afirma que, ainda na teoria objetiva, h o animus, mas, neste caso, o elemento volitivo consiste na utilizao da coisa tal qual faria o proprietrio (anumus tenendi).Teorias da posse e o Cdigo CivilO Cdigo Civil de 2002, repetindo o que j fora feito pelo Cdigo de 1916, ao definir o possuidor consagra a teoria objetiva da posse, como revela a leitura do art. 1.196:Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de alguns dos poderes inerentes propriedade.Obs: Enunciado n 236, III Jornada de Direito Civil: considera-se possuidor, para todos os efeitos legais, tambm a coletividade desprovida de personalidade jurdica.2.2. Distino entre propriedade, posse e detenoPosse: exerccio do poder de fato em nome prprio, exteriorizando a propriedade e fazendo uso econmico da coisa (animus tenendi ? inteno de usar a coisa tal qual o proprietrio).Deteno (posse natural ? possessio naturalis): exerccio do poder de fato sobre a coisa em nome alheio. O fmulo da posse ou detentor servo da posse, pois mantm uma relao de dependncia com o verdadeiro possuidor, obedecendo s suas ordens e orientaes. A deteno tambm chamada de posse degradada pela lei. O art. 1.198, CC, define o detentor aquele que, achando-se em relao de dependncia para com o outro, conserva-se a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instrues suas.Obs: aquele que adquire a posse de modo contrrio ao direito tambm considerado detentor.Enunciado n 301, Jornada de Direito Civil, STJ: possvel a converso da deteno em posse, desde que rompida a subordinao, na hiptese de exerccio em nome prprio dos atos possessrios.Para facilitar a caraterizao da simples deteno, interessante utilizarmos os critrios do Cdigo Civil Portugus, Art. 1.253:So havidos como detentores ou possuidores precrios:a) os que exercem o poder de facto sem inteno de agir como beneficirios do direito;b) os que simplesmente se aproveitam da tolerncia do titular do direito;c) os representantes ou mandatrios do possuidor e, de um modo geral, todos os que possuem.2.3. Classificao da posse e suas caractersticasA) Posse direta e indiretaQuanto ao desdobramento da relao possessria, a posse classifica-se em posse direta e posse indireta.Art. 1.197, CC/2002. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, no anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o possuidor indireto.Posse direta (imediata): exerccio direto e imediato do poder sobre a coisa (corpus), decorrente de contrato. O possuidor direto pode defender sua posse contra o possuidor indireto.Posse indireta (mediata): apenas o animus (entendido esse como a vontade de utilizar a coisa como faria o proprietrio). O possuidor indireto pode defender sua posse perante terceiros.A distino entre posse direta e indireta surge do desdobramento da posse plena, podendo haver desdobramentos sucessivos. Quem tem a possibilidade de utilizar economicamente a coisa, o exerccio de fato de algum dos direitos inerentes propriedade, possuidor dela, ainda que no a tenha sob sua dominao direta.O proprietrio pode exercer sobre a coisa todos os poderes que informam seu direito. Nesse caso, se confundem nele a posse direta e indireta. Pode acontecer, contudo, que por negcio jurdico transfira a outrem o direito de usar a coisa, dando-a em usufruto, comodato, penhor, superfcie, compra e venda com reserva de domnio, alienao fiduciria, compromisso de compra e venda etc. Nesses casos, a posse se dissocia: o titular do direito real fica com a posse indireta (ou mediata), enquanto que o terceiro fica com a posse direta (ou imediata),Nesta classificao, no se discute a qualificao da posse, pois ambas (direta e indireta) so jurdicas e tm o mesmo valor (jus possidendi, ou posses causais). O problema da qualificao se pe na distino entre posse justa e injusta.A relao possessria, no caso, desdobra-se. O proprietrio exerce a posse indireta, em funo do seu domnio; o titular do direito real ou pessoal (por exemplo, o locatrio) exerce a posse direta. Uma no anula a outra. Ambas coexistem no tempo e no espao e so posses jurdicas.Ambos (possuidor direto e indireto) podem invocar proteo possessria contra terceiro. Por outro lado, cada possuidor ? direto e indireto ? pode se socorrer dos interditos possessrios contra o outro, para defender a sua posse, quando se encontre por ele ameaado.Os desdobramentos da posse podem ser sucessivos. Feito o primeiro desdobramento da posse, poder o possuidor direto efetivar novo desdobramento, tornando-se possuidor indireto. Havendo desdobramentos sucessivos, ter a posse direta apenas aquele que tiver a coisa consigo; o ltimo integrante da cadeia de desdobramentos sucessivos. Os demais tero posse indireta.Um exemplo seria a do proprietrio, que constitui usufruto sobre a coisa, transferindo a posse direta e permanecendo com a indireta; em seguida, o usufruturio aluga a coisa, transferindo a posse direta e permanecendo com a indireta; posteriormente, o locatrio subloca a coisa, transferindo a posse direta ao sublocatrio e ficando com a indireta.B) Posse justa e injustaQuanto aos vcios, a posse pode ser justa ou injusta.Art. 1.200. justa a posse que no for violenta, clandestina ou precria.Posse justa: posse desprovida dos vcios especficos do art. 1.200, CC (no confundir esse conceito de vcios com o conceito da teoria geral do direito civil). A posse justa mansa, pacfica, pblica e adquirida sem violncia.Posse injusta: posse maculada por pelo menos um dos vcios da posse (violncia, clandestinidade ou precariedade). Posse violenta: adquirida atravs do emprego de violncia contra a pessoa. Posse clandestina: adquirida s escondidas. Posse precria: decorrente da violao de uma obrigao de restituir (abuso de confiana).A posse injusta no deve ser considerada posse jurdica, no produzindo efeitos contra o legtimo possuidor (para quem esta situao jurdica no passa de deteno), muito embora o possuidor injusto possa fazer manejo dos interditos possessrios contra atos de terceiros.Injusta, no entanto, no deve ser tida como posse jurdica. Pois a posse jurdica a posse que est em harmonia com o direito. Injusta a situao de fato que se assemelha posse, mas trata-se de deteno. a anttese do direito (PUGLIESE, Roberto J. Direito das coisas. So Paulo: LEUD, 2005. p. 58)Continuidade do carter da posse (art. 1.203, CC): a posse que se inicia justa permanece justa; a posse que se inicia injusta, permanece injusta ao longo do tempo, a menos que se opere a interverso do carter da posse.Inverso do ttulo da posse: Violncia e clandestinidade so vcios relativos, enquanto que a precariedade vcio absoluto. Isso implica que a interverso do carter da posse pode ocorrer quando a posse for violenta ou clandestina. Nestes casos, cessada a violncia ou a clandestinidade a posse deixa de ser injusta e passa a ser justa. A jurisprudncia anterior ao CC/02 fixou mais uma exigncia: que fossem passados ano e dia aps a cessao do vcio para que ficasse caracterizada a interverso do carter da posse. Com a eliminao da classificao de posse nova e posse velha pelo CC/02, prevalece o entendimento de que essa exigncia temporal no mais subsiste.Quanto ao convalescimento da posse precria, a doutrina moderna, superando o entendimento do que antes era majoritrio, aceita. Todavia, ainda no foram definidos critrios objetivos para determinar o momento da interverso (Nelson Rosenvald, por exemplo, fala em mudana do nimo da posse; Flvio Tartuce admite o convalescimento da precariedade em casos, por exemplo, de novao).Enunciado 237, da III Jornada de Direito Civil: Art. 1.203: cabvel a modificao do ttulo da posse ? interversio possessionis ? na hiptese em que o at ento possuidor direto demonstrar ato exterior e inequvoco de oposio ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterizao do animus domini.C) Posse de boa-f e de m-fQuanto subjetividade, a posse pode ser de boa-f ou de m-f.No mbito do direito das coisas, a posse de boa-f, aliada a outros relevantes elementos, segundo a lio de Caio Mrio da Silva Pereira, cria o domnio; confere ao possuidor, no-proprietrio, os frutos provenientes da coisa possuda; exime-o de indenizar a perda ou deteriorao do bem em sua posse; regulamenta a hiptese de quem, com material prprio, edifica ou planta em terreno alheio; e, ainda, outorga direito de ressarcimento ao possuidor pelos melhoramentos realizados.A anlise da boa-f em sede de posse leva em considerao no a sua caracterizao objetiva, como um princpio, ou uma regra de conduta, mas principalmente em seu sentido subjetivo.O CC conceitua posse de boa-f em seu art. 1.201: de boa-f a posse, se o possuidor ignora o vcio, ou o obstculo que impede a aquisio da coisa. Decorre da conscincia de ter adquirido a coisa por meios legtimos. O seu conceito, portanto, funda-se em dados psicolgicos, em critrio subjetivo. de suma importncia, para caracterizar a posse de boa-f, a crena do possuidor de se encontrar em uma situao legtima. Se ignora a existncia de vcio na aquisio da posse, ela de boa-f; se o vcio de seu conhecimento, a posse de m-f. Contudo, no se pode considerar de boa-f a posse de quem, por erro inescusvel ou ignorncia grosseira, desconhece o vcio que macula a sua posse. Assim, para que se caracteriza a boa-f, o possuidor no pode ter incorrido em erro inescusvel, pelo contrrio, deve ter agido com a diligncia normal exigida pela situao.Para verificar se a posse justa ou injusta, entretanto, o critrio objetivo: perquire-se acerca da existncia ou no de algum dos vcios apontados (violncia, clandestinidade ou precariedade).Se o possuidor tem conscincia do vcio que impede a aquisio da coisa e, no obstante, a adquire, torna-se possuidor de m-f. O erro, de que resulta a boa-f, deve ser invencvel, sendo evidente que erro oriundo de culpa no tem escusa.Deste modo, a culpa, a negligncia ou a falta de diligncia so enfocadas como excludentes da boa-f. A jurisprudncia tem enfatizado a necessidade de a ignorncia derivar de um erro escusvel.A boa-f no essencial para o uso das aes possessrias. Basta que a posse seja justa. A boa-f relevante, em tema de posse, para a usucapio, a disputa dos frutos e benfeitorias da coisa possuda ou para a definio da responsabilidade pela sua perda ou deteriorao.O CC estabelece presuno de boa-f em favor de quem tem justo ttulo, salvo prova em contrrio, ou quando a lei expressamente no admite esta presuno (art. 1.201, pargrafo nico).A posse de boa-f pode se transfigurar em posse de m-f. Nos termos do art. 1.202 do CC, a posse de boa-f s perde este carter no caso e desde o momento em que as circunstncias faam presumir que o possuidor no ignora que possui indevidamente.Sobre o momento da transmudao da natureza da posse, a jurisprudncia tem considerado que a citao para a ao uma das circunstncias que transformam a posse de boa-f, pois recebendo a cpia da inicial o possuidor toma conhecimento dos vcios de sua posse.Por igual modo, quando o possuidor turbado na sua posse e prope ao, pode vir a tomar conhecimento do melhor direito do ru na contestao deste, passando a se caracterizar como possuidor de m-f.Nada impede, entretanto, que o interessado prove outro fato que demonstre que a parte contrria, mesmo antes da citao, j sabia que possua indevidamente.Em sntese:Posse de boa-f: aquela cujo possuidor est convicto de que o exerccio de sua posse encontra fundamento na ordem jurdica. A boa-f, aqui, tomada em seu aspecto subjetivo.Via de regra, a posse de boa-f decorre de justo ttulo. Por este motivo, a posse fundada em justo ttulo gera presuno relativa (juris tantum) de boa-f.Justo ttulo: diz-se justo o ttulo hbil, em tese, para transferir a propriedade (PEREIRA, Caio Mrio da Silva. Instituies de direito civil: direitos reais. 18.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 31). Justo ttulo seria todo ato formalmente adequado a transferir o domnio ou o direito real de que trata, mas que deixa de produzir tal efeito (e aqui a enumerao meramente exemplificativa) em virtude de no ser o transmitente senhor da coisa ou do direito, ou de faltar-lhe o poder de alienar (Lenine Nequete).Enunciado n 302, STJ (IV Jornada de Direito Civil): Pode ser considerado justo ttulo para a posse de boa-f o ato jurdico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 do Cdigo Civil.Enunciado n 303, STJ (IV Jornada de Direito Civil): Considera-se justo ttulo para presuno relativa da boa-f do possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisio derivada da posse, esteja ou no materializado em instrumento pblico ou particular. Compreenso na perspectiva da funo social da posse.Posse de m-f: o possuidor tem conhecimento do vcio que macula a posse. Assim como na posse injusta, a posse de m-f no pode ser considerada posse jurdica e no goza de proteo contra o legtimo possuidor, para quem o possuidor de m-f no passa de fmulo da posse.D) Posse originria e posse derivadaA posse tida como originria quando no h vnculo entre o sucessor e o antecessor da posse, de modo que a causa da posse no negocial.A posse derivada quando h um ato de transferncia (da posse, e no necessariamente da propriedade) entre o antecessor e o sucessor. Na posse derivada haver sempre tradio.E) Posse ad interdicta e ad usucapionemAd interdicta: posse que pode ser protegida atravs dos interditos possessrios.Ad usucapionem: posse que pode ser pressuposto de usucapio.2.4. Natureza da posse: controvrsiasOs autores divergem quanto definio da natureza jurdica da posse:Clvis Bevilqua: a posse um estado de fato.Caio Mrio da Silva Pereira: a posse um direito real.Luiz Guilherme Loureiro: a posse um direito pessoal (princpio da tipicidade)2.5. Composse.Posse exclusiva aquela de um nico possuidor, pessoa fsica ou jurdica, que possui sobre a coisa posse direta ou indireta. A posse exclusiva se contrape composse, quando vrios possuidores tm, sobre a coisa, posse direta ou posse indireta.Composse , assim, a situao pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessrios sobre a coisa. Nos termos do art. 1.199 do CC:Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possurem coisa indivisa, poder cada uma exercer sobre ela atos possessrios, contanto que no excluam os dos outros compossuidores.Configurada a composse, a situao que se apresenta , na realidade, a de que cada compossuidor possui apenas a sua parte in abstracto, e no a dos outros. Contudo, cada possuidor pode exercer seu direito sobre a coisa como um todo, valendo-se das aes possessrias, desde que no exclua a posse dos outros compossuidores. Inclusive pode valer-se do interdito possessrio ou da legtima defesa para impedir que outro compossuidor exera uma posse exclusiva sobre qualquer frao da comunho.A composse estado excepcional da posse, pois foge regra da exclusividade da posse. Composse a posse compartilhada: mais de uma pessoa exerce poder de fato sobre a mesma coisa.A composse pode ser: pro diviso: composse de direito.pro indiviso: composse de direito e fato.RECURSO FSICOQuadro e pincel;Retroprojetor;Datashow.APLICAO PRTICA/ TERICACaso ConcretoJoo, Jos e Jlio so compossuidores de uma chcara indivisa localizada na Regio Metropolitana de Curitiba. No entanto, em outubro de 2011 Joo, sem consultar os demais possuidores resolveu cercar uma frao ideal da propriedade, declarando a rea como exclusivamente sua. Jos e Jlio insurgiram-se contra a turbao e solicitaram a retirada da cerca.a) Classifique a posse de Joo sobre a rea cercada e explique as classificaes escolhidas.b) Jos e Jlio podem ser considerados compossuidores para fins de defesa da rea comum pro indiviso? Justifique sua resposta.Questo objetiva 1Sobre as teorias subjetivista, objetivista e ecltica da posse correto afirmar que:a. A teoria objetivista foi desenvolvida Savigny por e afirma que a posse um poder de fato sobre a coisa, ou seja, a posse implica a possibilidade de algum dispor fisicamente de uma coisa (corpus) com inteno de consider-la sua (animus).b. A teoria subjetivista foi desenvolvida por Ihering e afirma que a posse consiste no exerccio de algum dos direitos inerentes propriedade, independente da inteno do possuidor. , portanto, uma forma de exteriorizao da propriedade.c. A teoria ecltica foi desenvolvida por Saleilles que afirma que a posse contm os elementos corpus e animus, sendo a natureza da coisa ou sua apropriao econmica irrelevantes para determin-la.d. Antes dos estudos de Savigny o animus domni era considerado elemento integrante da posse pela maioria da doutrina.e. O Cdigo Civil consagra a teoria objetivista, embora em alguns artigos se possam notar algumas concesses teoria subjetivista presentes nos arts. 1238 e 1260.Questo objetiva 2Sobre a classificao da posse, pode-se afirmar que:a. No usufruto a posse direta exercida pelo nu-proprietrio.b. O adquirente de imvel no gravado no pode exercer todos os poderes inerentes ao domnio uma vez que sua posse no pode ser considerada plena.c. Posse clandestina a que se obtm sem o conhecimento do possuidor e sorrateiramente e s escondidas.d. Posse precria a que se adquire com a recusa da restituio da coisa, quando esta entregue para posterior devoluo. Trata-se de posse em que o vcio se caracteriza no momento de sua aquisio.e. A posse de boa-f no pode em nenhuma circunstncia ser convertida em posse de m-f.AVALIAOCaso ConcretoJoo, Jos e Jlio so compossuidores de uma chcara indivisa localizada na Regio Metropolitana de Curitiba. No entanto, em outubro de 2011 Joo, sem consultar os demais possuidores resolveu cercar uma frao ideal da propriedade, declarando a rea como exclusivamente sua. Jos e Jlio insurgiram-se contra a turbao e solicitaram a retirada da cerca.a) Classifique a posse de Joo sobre a rea cercada e explique as classificaes escolhidas.b) Jos e Jlio podem ser considerados compossuidores para fins de defesa da rea comum pro indiviso? Justifique sua resposta.Gabarito:a) Classifique a posse de Joo sobre a rea cercada e explique as classificaes escolhidas. Trata-se de posse direta (porque Joo possui a frao em seu poder), injusta (porque clandestina, adquirida s escondidas) e de m-f (porque Joo sabe no lhe assistir o direito).b) Jos e Jlio podem ser considerados compossuidores para fins de defesa da rea comum pro indiviso? Justifique sua resposta. Composse a prpria posse partilhada com outras pessoas, ento, Jos e Jlio podem ser considerados compossuidores da coisa indivisa uma vez que nenhum deles a possui por inteiro. O compossuidor pode utilizar-se da coisa desde que no impea os demais consortes o exerccio da posse partilhada. Por isso, Jos e Jlio podem promover aes possessrias em face de Joo, conforme dispe o art. 1199, CC.Questo objetiva 1Sobre as teorias subjetivista, objetivista e ecltica da posse correto afirmar que:a. A teoria objetivista foi desenvolvida Savigny por e afirma que a posse um poder de fato sobre a coisa, ou seja, a posse implica a possibilidade de algum dispor fisicamente de uma coisa (corpus) com inteno de consider-la sua (animus).b. A teoria subjetivista foi desenvolvida por Ihering e afirma que a posse consiste no exerccio de algum dos direitos inerentes propriedade, independente da inteno do possuidor. , portanto, uma forma de exteriorizao da propriedade.c. A teoria ecltica foi desenvolvida por Saleilles que afirma que a posse contm os elementos corpus e animus, sendo a natureza da coisa ou sua apropriao econmica irrelevantes para determin-la.d. Antes dos estudos de Savigny o animus domni era considerado elemento integrante da posse pela maioria da doutrina.e. O Cdigo Civil consagra a teoria objetivista, embora em alguns artigos se possam notar algumas concesses teoria subjetivista presentes nos arts. 1238 e 1260.Gabarito: E (art. 1196, CC).Questo objetiva 2Sobre a classificao da posse, pode-se afirmar que:a. No usufruto a posse direta exercida pelo nu-proprietrio.b. O adquirente de imvel no gravado no pode exercer todos os poderes inerentes ao domnio uma vez que sua posse no pode ser considerada plena.c. Posse clandestina a que se obtm sem o conhecimento do possuidor e sorrateiramente e s escondidas.d. Posse precria a que se adquire com a recusa da restituio da coisa, quando esta entregue para posterior devoluo. Trata-se de posse em que o vcio se caracteriza no momento de sua aquisio.e. A posse de boa-f no pode em nenhuma circunstncia ser convertida em posse de m-f.Gabarito: CCONSIDERAO ADICIONAL

Disciplina: CCJ0015 - DIREITO CIVIL IVSemana Aula: 3DESCRIO DO PLANO DE AULADIREITO CIVIL IV - EFEITOS DA POSSEOBJETIVO- Estudar os efeitos da posse quanto aos frutos e as benfeitorias;- Compreender, material e processualmente, as aes possessrias.TEMAEfeitos da PosseESTRUTURA DO CONTEDOUNIDADE 2: POSSE (continuao)2.6 Efeitos da possePROCEDIMENTO DE ENSINO2.6. Efeitos da posseDentre os efeitos da posse, destacam-se:a) percepo de frutos;b) indenizao e reteno por benfeitorias;c) indenizao por prejuzos sofridos;d) defesa da posse (interditos possessrios);e) usucapio.A) Direito aos frutosO direito percepo dos frutos varia conforme a classificao da posse quanto subjetividade e est disciplinado nos arts. 1.214 a 1.216, CC (os quais recomenda-se a leitura atenta):Posse Frutos ColhidosPendentesPercipiendosBoa-fDireito do possuidorRestituio, com direito deduo das despesas.-----M-fIndenizao ao possuidor legtimo, com direito deduo das despesas.S lhe assiste o direito s despesas.Indenizao ao possuidor legtimo.O pagamento feito ao possuidor de m-f pelas despesas de produo e custeio devido tendo em vista o princpio do direito civil que probe o enriquecimento sem causa:Em que pese a existncia de posse de m-f, ter o possuidor direito s despesas que despendeu, necessrias produo e ao custeio dos frutos. Trata-se de aplicao do princpio de vedao ao enriquecimento sem causa, no sendo dado ao proprietrio ou legtimo possuidor gozar dos frutos oriundos da coisa sem devolver ao possuidor de m-f as quantias gastas para dar produtividade coisa.Obs: os frutos colhidos por antecipao devem ser devolvidos.Os frutos civis, por tratarem-se de rendimentos, reputam-se colhidos a cada dia.As normas contidas nos art.s 1.214 a 1.216, CC so supletivas, podendo, portanto, ser afastadas atravs do regular exerccio da autonomia privada.B) Direito s benfeitoriasAssim como ocorre com os frutos, a indenizao pelas benfeitorias depende da classificao da posse quanto sua subjetividade (vide arts. 1.219 e 1.220, CC):Posse Benfeitoria NecessriatilVolupturiaBoa-fIndenizao + RetenoIndenizao + RetenoJus tollendi, sem direito de retenoM-fApenas restituio do valor gasto pelo possuidor.--------Obs: as benfeitorias so compensadas com os danos.Enunciado n 81, I Jornada de Direito Civil: O direito de reteno previsto no CC 1219, decorrente da realizao de benfeitorias necessrias e teis, tambm se aplica s acesses (construes e plantaes) nas mesmas circunstncias.Smula n 158 do STF: Salvo estipulao contratual averbada no registro imobilirio, no responde o adquirente pelas benfeitorias do locador.As normas contidas nos art.s 1.219 e 1.220, CC so supletivas, podendo, portanto, ser afastadas atravs do regular exerccio da autonomia privada.C) Interditos possessriosO art. 1.210, CC, prev a tutela da posse atravs dos interditos possessrios:Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao, restitudo no de esbulho, e segurado de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.Interdito possessrio a denominao genrica que se d s aes possessrias que visam combater as seguintes agresses posse:Esbulho: agresso que culmina da perda da posse. Interdito adequado: reintegrao de posse (efeito restaurador). CPC, arts. 926 a 931.Turbao: agresso que embaraa o exerccio normal da posse. Interdito adequado: manuteno de posse (efeito normalizador). CPC, arts. 926 a 931.Ameaa: risco de esbulho ou de turbao. Interdito adequado: interdito proibitrio. CPC, 932 e 933.O fato de o limite entre as formas de agresso da posse serem muito tnues, associado velocidade com que uma agresso pode se transformar em outra, fez com que a legislao estabelecesse a fungibilidade entre as aes possessrias (art. 920, CPC). importante nesse ponto definir a abrangncia da expresso ?aes possessrias? para fins de aplicao da regra da fungibilidade. Entende a maioria da doutrina e jurisprudncia que a fungibilidade a que se refere o CPC s existe entre as aes de reintegrao de posse, manuten