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1. INTRODUÇÃO
Para melhor aproveitamento e entendimento da disciplina de Direito é
fundamental apresentar alguns conceitos e definições. No estudo do Direito voltado para um
profissional de Administração a visão holística é fundamental para a tomada de decisão, por
isso, a introdução destes conceitos básicos deve ter uma atenção especial por parte do docente
responsável.
Então, a princípio, este trabalho de pesquisa da disciplina Introdução ao Estudo
do Direito tem por objetivo fazer um singelo passeio nos diversos ramos do Direito.
O trabalho irá discorrer sobre o Direito Civil, o Direito das Obrigações, o
Direito dos Contratos, o Direito das Coisas e o Direito do Consumidor e apontar alguns
aspectos mais relevantes e atuais.
Diante dos temas a serem abordados, podemos dizer que o objetivo maior é
demonstrar que o Direito é uma realidade histórica, é um dado contínuo, provém da
experiência.
Só há uma história e só pode haver uma acumulação de experiência valorativa
na sociedade. Só pode haver direito onde o homem, além de viver, convive. Um homem que
vive só, em uma ilha deserta, não é alcançado, em princípio, pelo Direito, embora esse
aspecto modernamente também possa ser colocado em dúvida. Há, portanto, particularidades
que distinguem a ciência do Direito das demais.
O Direito disciplina condutas, impondo-se como princípio da vida social. Leva
as pessoas a relacionarem-se por meio de liames de várias naturezas, comprometendo-se entre
si.
Dessa forma, temos exata noção da abrangência do tema objeto de nossa
pesquisa, que, além de amplo, conta com minucioso e, por vezes, obscuros detalhes. Não é,
portanto, nosso objetivo maior a mera discussão de conceitos e definições, mas sim
demonstrá-los através de uma apresentação resumida.
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2. DIREITO CIVIL
O Direito Civil é um ramo do Direito privado. Trata-se de um conjunto de
normas jurídicas que regula as relações entre as pessoas e entre estas e seus bens. Tais
relações entre as pessoas e entre estas e seus bens. Tais relações surgem no âmbito da família,
referem - se às obrigações que se criam entre os indivíduos, seja a razão de lei, seja em função
de contratos ou seja em decorrência de fatos alheios à vontade humana.
A parte Geral do Direito Civil cuida da teoria das pessoas, isto é, os sujeitos de direitos e
obrigações, define a personalidade civil, a capacidade para o exercício dos direitos, dispõe
sobre o domicilio das pessoas, sua finalidade e importância, bem como classifica os bens, ou
seja, o objeto do direito e trata a teoria dos fatos e atos jurídicos.
Pessoas Naturais e Jurídicas
Pessoa é todo ente sujeito de direitos e obrigações. Pode se tratar de pessoa
física ou pessoa jurídica. A Pessoa Física é o ser humano, é a pessoa natural. A Pessoa
Jurídica é um agrupamento de pessoas ligadas por um incidente e fins comuns.
Pessoa Física
A existência de pessoa física começa com o nascimento e termina com a sua
morta. O Manuscrito é o ser concebido no ventre materno, mas ainda não nascido. Esse ente é
protegido pelo Direito Civil de maneira que sues interesse ficam preservados caso venha a
nascer com vida. Isso é importante, por exemplo, na hipótese de falecimento do genitor do
manuscrito, sem deixar nenhum outro filho. Como existe a expectativa provável de esse
nascer com vida, a criança será herdeira do pai. Se for um natimorto, os herdeiros de seu
genitor serão o pai e a mãe do natimorto. Mas se a criança nascer e logo depois vier a morrer,
nos poucos instantes que viveu terá herdado os bens do pai, bens esse que serão então
herdados pela mãe da criança.
Pessoa Jurídica
Pessoa Jurídica são entidades q que a lei concede personalidade, atuando na
órbita do Direito com personalidade distinta daquela dos indivíduos que as compõem. Na
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constituição de uma pessoa jurídica as pessoas físicas destacam de seu patrimônio pessoal
uma parte que destinam a compor o capital da pessoa jurídica, com a intenção de se
associarem por meio de esforços comuns e visando o cumprimento de determinado objetivo.
A existência de pessoa jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos,
estatutos sociais, contrato social ou compromissos no registro público competente e termina
com sua dissolução ou falência.
As pessoas jurídicas são representadas em juízo ou perante terceiros, por seus representantes
legais e conforme estabelecem seus atos sociais.
3. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS
A Obrigação é um vinculo de direito, pelo qual alguém se obriga a dar, fazer
ou não fazer alguma coisa, em favor de outrem. Vemos aí, portanto, os elementos da
obrigação, isto é, a relação jurídica, que pode ser decorrente de lei, de contrato ou de ato
lícito. Os elementos da obrigação são:
i) sujeito passivo, que é o devedor ou o obrigado ao cumprimento da obrigação;
ii) sujeito ativo, que é o credor ou o favorecido da obrigação; e
iii) o objeto, que é a própria obrigação a ser cumprida.
É o ramo do Direito Civil que estuda as espécies obrigacionais, suas
características, efeitos e extinção.
Fonte de Obrigações: A obrigação provém dos CONTRATOS, das
declarações unilaterais de vontade e dos atos ilícitos.
Para executar o Direito de Obrigações é necessário que haja Contratos, que são
a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, em virtude do qual uma delas obriga a
outra a dar, fazer, ou abster-se de algo.
Já a expressão Obrigação, caracteriza-se como o vínculo jurídico transitório
entre credor e devedor cujo objeto consiste numa prestação de dar, fazer ou não fazer.
Em sentido amplo, obrigação refere-se a uma relação entre pelo menos duas
partes e para que se concretize, é necessária a imposição de uma dessas e a sujeição de outra
em relação a uma restrição de liberdade da segunda. O objeto dessa restrição da liberdade é a
obrigação.
O Código Civil não traz um conceito para obrigação, deixando-o para uma
construção doutrinária.
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Difere-se do dever, pois este não carece da sujeição de uma das partes. O dever
refere-se a uma alta probabilidade da concretização de um determinado comportamento,
através da análise da interação entre a parte e a situação e a previsão de seu desenrolar. O
dever aprecia o resultado do livre-arbítrio individual e não tenta influir decisivamente neste,
no que se diferencia da obrigação. Este, na prática do direito se exprime através do crédito,
débito, dívida, fundamento ou fonte de um direito, instrumento que corporifica o direito,
encargo, compromisso, imposição, títulos que representam créditos ou valores, toda relação
que liga um devedor a um credor.
As Modalidades de Obrigações
As Obrigações têm por objeto dar, fazer alguma coisa. A obrigação de dar
consiste na entrega de alguma coisa determinada, na sua individualidade; por exemplo, um
determinado e especificado veículo, objeto de uma compra e venda.A coisa a ser dada pode
também não estar determinada em sua individualidade, mas determinada pelo seu gênero.
A Classificação das Obrigações
As obrigações podem ser classificadas em positivas e negativas, dependendo da prestação
estabelecida. As positivas determinam a realização de alguma ação pelo devedor (obrigação
de dar ou de fazer), enquanto as negativas determinam que o devedor se abstenha (deixar de
fazer), de realizar alguma ação.
Obrigações Positivas
Obrigação de dar - pode ser coisa certa ou incerta. No primeiro caso, o devedor não
pode trocar a coisa contratada por outra (coisa determinada ou determinável); no segundo
caso a coisa é indeterminada, tornando-se determinada no prazo em que for estipulado no
contrato ou no momento da transmissão (tradição) da coisa. Quando torna-se determinada,
passa a ser uma obrigação de dar coisa certa.
Obrigação de fazer - consiste na prestação de um serviço por parte do devedor.
Obrigação nula - refere-se na troca de valores.
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Obrigações Negativas
Obrigação de não fazer - o devedor se abstém de fazer algo.
Extinção das Obrigações
As obrigações são extintas pelo adimplemento. Também podem ser extintas nos casos de
remissão (perdão da dívida), renúncia, prescrição, impossibilidade de execução por caso
fortuito ou força maior e implemento de condição ou termo extintivo.
Pagamento
É o ato pelo qual o devedor da obrigação se desincumbe de prestá-la, satisfazendo o credor. O
pagamento pode ser realizado pelo devedor ou por pessoa interessada, por exemplo, na
locação de imóvel, o fiador ou sublocatário, no lugar do locatório, estes nas qualidades de
devedores solidários ou subsidiários.
O Pagamento deve ser feito ao credor ou a seu representante ou mandatário. A prova do
pagamento se faz com o competente recibo ou outra prova de quitação, como a devolução do
título ao emitente devedor.
Pagamento por Consignação
Nocaso de o credor se recusar a aceitar o cumprimento da obrigação a ser feita pelo devedor,
este pode, para se livrar da obrigação e os efeitos da mor, depositar o valor em juízo para
discutir as razões da recusa e exigir o reconhecimento do pagamento.
Pagamento Sub - Rogação
Ocorre o pagamento por sub-rogação quando um terceiro, que não o devedor, efetua o
pagamento da obrigação ao credor e adquire o direito de reembolso contra o devedor, até a
quantia que desembolsou. Nesse caso, a divida se extingue em relação ao primitivo credor,
permanecendo devedor como responsável pelo cumprimento da obrigação em relação ao Sub-
Rogado.
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Dação em Pagamento
Ocorre o pagamento por sub-rogação quando um terceiro, que não o devedor,
efetua o pagamento da obrigação ao credor, com sua anuência, coisa em pagamento,
constituindo prestação ddiversa da que era devida. Para que ocorra a dação em pagamento é
necessário que o credor aceite receber em pagamento coisa diversa daquela que era objeto da
prestação.
Novação
É um modo de extinção das obrigações, pela qual as partes criam uma nova
extinguindo a antiga, novando-se os sujeitos das obrigações ou novando-se o objeto dela.
É Novação Subjetiva, o caso de uma dívida ainda não vencida, podem as
partes estabelecer a substituição do devedor por outro, que assume a obrigação no lugar
daquele.
É Novação Objetiva, no caso de uma dívida vencida, as partes podem
estabelecer um novo vencimento para a dívida, acrescendo- a seu montante o valor dos juros,
da multa contratual ou de outras verbas convencionadas.
Transação
A Transação é um negócio jurídico bilateral pelo qual as partes extinguem as
relações jurídicas duvidosas ou litigiosas por meio de concessões recíprocas. É necessário que
as partes estejam de acordo em terminar relações controvertidas e possam aceitar recíprocas
concessões para atingir esse objetivo.
Consequência da Inexecução das Obrigações
Não cumprindo a obrigação, ou deixando de cumpri-la pelo modo e no tempo
devido, responde o devedor por perdas e danos, as quais compreendem não só o que o credor
perdeu (dano emergente), como também o que efetivamente deixou de lucrar (lucro
cessante).
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Se o dano emergente resultar do descumprimento da obrigação de pagar em
dinheiro, as perdas e os danos serão considerados como devido as a títulos de juros de mora,
estipulados, na falta de convecção, em 6% ao ano, mais atualização monetária, segundo os
índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários do advogado.
Se do descumprimento resultar lucros cessantes, ou seja, vantagens que seria
obtida caso inadimplemento não houvesse, este devem se apurados segundo prudente critério
do juiz, em vista das provas apresentadas.
Cessão de Crédito
A cessão de crédito é uma forma de transmissão de obrigação, pela qual o
credor transfere a terceiro, estranho ao negócio e independentemente de autorização do
devedor, o crédito que possui de determinado negocio jurídico. Qualquer crédito pode ser
cedido a terceiro, desde que a isso não se oponha a natureza da obrigação, a lei ou convenção
feita com o devedor.
Assunção de Divida
Por meio da assunção de dívida uma pessoa pode assumir de outra, desde que
consista o credor. O consentimento é necessário porque o credor não pode ser obrigado a
aceitar a substituição de um devedor por outro se houver prejuízo da condições de
solvabilidade da divida e de suas garantias. No contrato da assunção de divida poderá ser
convencionada a sub-rogação, pela qual podem ser transferido, a quem quitou a dívida, todos
os direitos que o credor primitivo exercia em relação ao negócio jurídico. A assunção de
divida independe de autorização do devedor, ma pode operar-se com o consentimento deste
também, valendo como ato de cessão de dívida.
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5. DIREITO DAS COISAS
POSSE
O Direito das Coisas é o conjunto de normas reguladoras das relações entre as pessoas
e os bens materiais.
A posse é uma relação de fato entre o sujeito e a coisa, com efeitos na órbita do
direito, sendo juridicamente protegida quando exercida a justo título ou de boa-fé.
Exerce a posse de boa-fé o sujeito que ignora o vício ou obstáculo que lhe impede a
aquisição da coisa ou direito possuído. Está de má-fé o possuidor que sabe ser a origem da
posse clandestina ou violenta.
Não obstante o Código Civil (art. 1.201) disponha que a posse precária seja injusta, é
preciso que se faça uma distinção.
A posse precária não é propriamente uma posse, mas uma mera detenção. É uma posse
imprópria. O sujeito recebe a coisa ou nela se instala ou ocupa com efeitos de detenção ou
fruição, com obrigação de devolver a certo tempo ou circunstância.
Aquisição, efeitos, perda e proteção da posse
O sujeito pode adquirir a posse, segundo o art. 1.204 do Código Civil, desde o
momento em que se torna possível o exercício em próprio, de qualquer dos poderes inerentes
à propriedade.
A apreensão pode recair sobre coisas sem dono, coisas abandonadas ou coisas de
ninguém, mas também pode recair sobre coisas sob domínio de alguém, que não oferece
oposição nem logo, nem nunca, apesar de esbulhado.
O sujeito pode, também, apreender a coisa de outrem pelo exercício do direito de
possuir, tal quando no exercício do direito de passagem adquire depois de certo tempo o
direito à servidão ou passa a exercer os direitos relativos ao domínio.
Outras formas de adquirir a posse são: pelo contrato de empréstimo ou locação da
coisa; pelo compromisso de compra e venda a prestação ou, ainda, pelo constituto
possessório, pelo qual alguém que vendeu a coisa, de comum acordo com o comprador, não a
entrega, ficando com ela por certo tempo a título de depositário, locatário ou comodatário.
Perda da posse:
pelo abandono, com ânimo de não mais dispor da coisa;
pela entrega a quem se tenha negociado a coisa;
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pela perda ou furto da coisa, ressalvado o direito de reavê-la, de quem injustamente a detenha,
ou pela destruição e perda de seu corpo ou essência, tal como um copo de cristal que se
rompe;
pelo constituto possessório, anteriormente mencionado. A posse e os conflitos dela
decorrentes geram efeitos jurídicos, quais sejam;
i) invoca a proteção possessória, atribuindo-se a quem sofre turbação ou esbulho em sua
posse o direito de defendê-la;
ii) percepção de frutos;
iii)responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa;
iv)a indenização por benfeitoria e o direito de retenção para garantir seu pagamento; e
v) usucapião.
Esbulho e Turbação da Posse
O esbulho é o ato de despojo ilegítimo praticado por alguém em relação a alguma
coisa que se encontrava em poder de outrem.
O esbulho pode se dar clandestina ou violentamente, como também pode se dar por
omissão.
Ocorre, por sua vez, a Turbação da posse, em situação de que o agente não se apodera
da coisa, mas agita, ameaça e pertuba o possuidor, inquieta e desassossega, pondo em risco a
segurança da relação jurídica entre a pessoa e a coisa, sob alegação ou não de fundar-se em
pretenso direito.
Reintegração e Manutenção da Posse
Reintegração e manutenção de posse são os remédio possessórios concedidos ao
possuidor esbulhado ou turbado, para que se mantenha ou se reintegre na posse da coisa da
qual foi injustamente desapossado.
Propriedade Imóvel
A propriedade é um pode exercido por um sujeito em relação a um bem, que lhe
assegura o direito de usar, gozar e dispor desse bem, como também de reavê-lo de quem quer
que injustamente o possua.
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Aquisição por Acessão
Adquiri-se por Acessão quando uma coisa se une a outra aumentando-lhe o volume,
seja por trabalho humano, seja por causas naturais.
Aquisição por Usucapião
Adquiri-se a propriedade por usucapião por influência do fator tempo em relação à
posse de bem alheio. Se o possuidor durante um determinado espaço de tempo exerceu a
posse com poderes inerentes ao domínio, sem ser molestado, adquire o direito de obter
declaração judicial que lhe atribui a condição de proprietário do bem ocupado.
Aquisição pela Transcrição do Título
O título de transferência da propriedade é transcrito no cartório de Registro de
Imóveis, com todas as formalidades legais, de forma que confira segurança às relações
jurídicas patrimoniais.
Incorporações Imobiliárias
Nos termos da Lei nº4.591, de 16/12/64, que dispõe sobre o assunto em questão,
considerando-se incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de promover e
realizar a construção, para alienação total ou parcial de edificações ou de conjuntos de
edificações compostas de unidades autônomas.
Desapropriação
A propriedade é um direito perpétuo, só se a perde voluntariamente por: i) alienação;
ii) renúncia;
iii)abandono.
Desapropriação é um ato de poder de autoridade pública, pelo qual, fundado
em lei e justificado o interesse público subordinamente indivíduo sobre seu patrimônio, móvel
ou imóvel, em benefício de obra pública, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.
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6. DIREITO DO CONSUMIDOR
O Direito do consumidor é um ramo relativamente novo do direito,
principalmente no Direito Brasileiro. Entretanto somente a partir dos anos cinqüenta, após a
segunda guerra mundial, quando surge a sociedade de massa com contratos e produtos
padronizados, é que se iniciou uma construção mais sólida no sentido de harmonizar as
relações de consumo. Os consumidores passaram a ganhar proteção contra os abusos sofridos,
tornando-se uma preocupação social, principalmente nos países da América e da Europa
Ocidental que se destacaram por serem pioneiros na criação de Órgãos de defesa do
consumidor.
Existem, no entanto evidências implícitas da existência de regras entre
consumidores e fornecedores de serviços e produtos em diversos códigos, constituições e
tratados, bem antes da criação do Direito do consumidor. Já no antigo código de Hammurabi
certas regras que, ainda que indiretamente, visavam proteger o consumidor. Assim, por
exemplo, a Lei No 233 rezava que o arquiteto que viesse a construir uma casa cujas paredes
se revelassem deficientes teria a obrigação de reconstruí-las ou consolidá-las as suas próprias
expensas. As conseqüências para desabamentos com vitimas fatais eram ainda mais severas; o
empreiteiro, além de ser obrigado a reparar totalmente os danos causados ao dono da moradia,
poderia ser condenado a morte se o acidente vitimasse o chefe de família. No caso de
falecimento do filho do empreendedor da obra a pena de morte se aplicaria a algum parente
do responsável técnico pela obra, e assim por diante.
Na Índia, no século XIII a.C. o sagrado código de Manu previa multa e
punição, além de ressarcimento dos danos, àqueles que adulterassem gêneros (Lei No 702) ou
entregassem coisa de espécie inferior àquela acertada, ou vendesse bens de igual natureza por
preços diferentes (Lei No 703).
Na Grécia a proteção ao consumidor preocupava Aristóteles, que advertia para
a existência de fiscais afim de que não houvessem vícios nos produtos comercializados, em
Roma a Cícero. Contemporaneamente existe o Direito do Consumidor cujo objetivo é adaptar
e melhorar o direito das obrigações entre as pessoas, de forma a buscar e restabelecer o
equilíbrio das partes abaladas pelo poder do mercado fornecedor, muitas vezes fruto da
constituição de monopólios e oligopólios, ou até mesmo pela displicência no tratamento dado
as pessoas, constituindo um verdadeiro rolo compressor sobre as queixas e os direitos dos
consumidores. Como direito novo, o Direito do Consumidor busca inspiração no Direito
Civil, Comercial, Penal, Processual, Financeiro e Administrativo, para de uma forma coerente
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atingir seus objetivos sem ofender os demais princípios e regras existentes. Dessa união de
sistemas e legislações surgiu em 1990 o Código de Defesa do Consumidor, Lei No 8078/90,
que foi criado para regulamentar as relações de consumo, entendidas essas como sendo o
vinculo estabelecido entre fornecedor e consumidor, ligados por um objeto que será
necessariamente, um serviço ou um produto. Esses três requisitos devem vir obrigatoriamente,
coexistirem, sob pena de não se aplicar o Código de Defesa do Consumidor e, sim, o direito
comum.
No Brasil
No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor, estabelece normas de proteção
e defesa do consumidor.
São direitos básicos do consumidor estabelecidos pelo artigo 6º da lei nº 8.078,
de 11 de Setembro de 1990:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
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alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Segundo o Art. 7° da mesma lei, os direitos previstos neste código não excluem
outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes
e eqüidade. Estabelece ainda esse artigo que tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
Defesa do Consumidor
A defesa do consumidor é a atividade de proteção do consumidor através da
divulgação de informação sobre a qualidade dos bens e serviços e através do exercício de
pressão sobre as entidades públicas com o objetivo de defender os direitos dos consumidores.
A defesa do consumidor não se baseia apenas na punição dos que praticam
ilícitos e violam os direitos do consumidor, como também na conscientização dos
consumidores de seus direitos e deveres e conscientizar os fabricantes, fornecedores e
prestadores de serviços sobre suas obrigações demonstrando que agindo corretamente eles
respeitam o consumidor e ampliam seu mercado de consumo contribuindo para o
desenvolvimento do país.
Os princípios que regem a defesa do consumidor norteiam-se pela boa-fé do
adquirente e do comerciante, uma vez que a propaganda pode estabelecer os liames de seu
exercício. Caso a propaganda seja enganosa o consumidor tem direito à justa reparação, da
mesma forma que terá direito à venda conforme o anunciado. A respeito do tema propaganda
enganosa, esta se trata de assunto de interesse público, pertencendo ao ramo dos direitos
difusos de caráter meta-individual.
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Prática em Direito do Consumidor
1. Aprender a pensar o Direito. A arte da pesquisa. O despertar do olhar crítico no
Direito. Técnicas de redação e argumentação. Das prerrogativas do Advogado.
Contrato de Honorários, Sucumbência.
2. Histórico da Defesa do Consumidor: revolução industrial; surgimento da sociedade de
massa; produção em série; consolidação do novo modelo após a segunda guerra
mundial; necessidade da intervenção estatal. Tutela do Consumidor na Constituição
Federal: dispositivos e princípios constitucionais referentes à defesa do consumidor;
livre concorrência e defesa do consumidor. Código de Defesa do Consumidor:
natureza jurídica; normas de ordem pública e interesse social; lei principiológica -
alcance da terminologia; relação com o novo Código Civil.
3. Princípios do CDC e Direitos Básicos do Consumidor. Relação Jurídica de Consumo:
conceito; sujeitos; elementos. Consumidor: conceito de destinatário final - consumidor
pessoa jurídica - teorias finalista e maximalista. Consumidor Equiparado: coletividade
de pessoas; baystander - vítimas do evento danoso; pessoas expostas às práticas
comerciais. Fornecedor: conceito; pessoa jurídica de direito privado e de direito
público; ente despersonalizado. Produto: conceito; questão da
Código de Defesa do Consumidor
Lei nº 8.078, de 11/09/1990
Estabelece direitos e obrigações de consumidores e fornecedores com a finalidade de evitar
que os consumidores sofram qualquer tipo de prejuízo.
O ideal para resolver um problema é tentar um acordo amigável; só depois, se não houver
acordo, deve-se recorrer a um órgão de defesa do consumidor.
Cuidados básicos do consumidor
. Fique atento para ver se os seus recursos são suficientes para assumir as despesas;
. Observe cuidadosamente a qualidade dos produtos semelhantes, fazendo pesquisas de
preços;
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. Não se deixe iludir com promoções, propagandas e liquidações;
. Fique atento às modalidades de pagamento;
. Faça suas compras sem pressa, não por impulso;
. Faça o teste de funcionamento, na própria loja, dos equipamentos que você for levar na hora.
Exija o termo de garantia;
. Exija a Nota Fiscal de tudo que comprar;
. Exercite os seus direitos, sabendo quando, como e por que reclamar.
Cuidados mínimos ao apresentar uma reclamação
Ao adquirirmos um produto ou serviço estabelecemos uma relação com o
fornecedor do mesmo, seja ele uma entidade privada ou pública. Esta relação implica o
cumprimento de determinados direitos e deveres por ambas as partes.
Nas situações em que o fornecedor não cumpre suas obrigações temos o direito
de reclamar e solicitar a resolução do problema.
Uma reclamação deve ser apresentada formalmente, por escrito e com recibbo
de protocolo com a data, assinatura e Carimbo da empresa com CNPJ. Desta forma existe um
documento suporte da queixa que obriga legalmente a empresa ou entidade a quem se dirige,
a dar seguimento e resposta à reclamação.
Em Portugal, a apresentação de reclamações pode ser efetuada através do Livro
de reclamações (a efetuar no local da ocorrência), através dos meios online disponibilizados
(formulários online) pelas empresas ou através de uma carta formal de reclamação.
Caso a sua reclamação não mereça a atenção do fornecedor e a sua queixa
persista, pode recorrer a várias entidades públicas ou privadas para dar seguimento à mesma e
defender os seus direitos enquanto consumidor. Estas entidades tentarão resolver o problema
primeiramente de forma amigável, tentando chegar a um acordo. Em última instância haverá
recurso aos tribunais para uma resolução final do conflito.
Garantia, Vícios e Fatos dos Produtos e Serviços
O consumidor é protegido contra vícios e fatos de consumo (arts. 12, 14, 18 e
20), ou seja, contra produtos e ou serviços que, ou não funcionam como deveriam, ou
provocam dano ao consumidor ou a outrem quando de sua utilização.
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A reclamação do consumidor pode se basear na garantia legal concedida
explicitamente pela lei - 90 dias. Essa garantia existe independente da garantia dada pelo
fabricante. Assim, se o fabricante dá garantia de 9 meses, devemos acrescentar mais 3 meses.
Para exercer o direito de reclamar por vícios de produtos e serviços o
consumidor deverá fazê-lo: 1 - Em até 30 dias se o vício for aparente; 2 - Em até 90 dias se o
vício for oculto;
Para exercer o direito contra danos, ou seja, pelo fato do produto ou serviço, o
consumidor tem 5 anos de prazo
O Consumidor também pode fazer reclamações com base na garantia dada pelo
fornecedor do produto ou serviço.
Recomenda-se que toda insatisfação na relação de consumo seja resolvida
diretamente entre as partes (no caso, fornecedor e consumidor); caso não seja possível se
chegar a um acordo, existem órgãos administrativos (PROCON's estaduais e federais,
associações de defesa) para o registro da reclamação.
Há ainda o Poder Judiciário, última saída para a resolução de qualquer conflito, cuja decisão
será definitiva e irreversível (salvo o ajuizamento de ação rescisória - verificar o Código de
Processo Civil para o cabimento desse "remédio"
7. CONCLUSÃO
Apresentados os tópicos propostos no início deste trabalho, acredita-se que
o futuro profissional de Administração tem o conhecimento de alguns ramos do direito.
Assim, assuntos mais complexos ou aprofundamento de temas específicos
se tornam de fácil compreensão e entendimento.
Por isso, a Introdução ao Estudo do Direito é reconhecida como um assunto
imprescindível para a formação do profissional em questão, sendo abordada com todo o
cuidado possível no sentido da máxima compreensão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PALAIA, Nelson: Noções essenciais de direito. Nelson Renato Palaia Ribeiro de Campos. -3.
ed.São Paulo: Saraiva, 2005
RADBRUCH, Gustav. Filosofia do Direito. Coimbra: Armênio Amado, 1974.
Wikipédia: Direito Civil: Conceito Geral.