direito civil

26
1 1. INTRODUÇÃO Para melhor aproveitamento e entendimento da disciplina de Direito é fundamental apresentar alguns conceitos e definições. No estudo do Direito voltado para um profissional de Administração a visão holística é fundamental para a tomada de decisão, por isso, a introdução destes conceitos básicos deve ter uma atenção especial por parte do docente responsável. Então, a princípio, este trabalho de pesquisa da disciplina Introdução ao Estudo do Direito tem por objetivo fazer um singelo passeio nos diversos ramos do Direito. O trabalho irá discorrer sobre o Direito Civil, o Direito das Obrigações, o Direito dos Contratos, o Direito das Coisas e o Direito do Consumidor e apontar alguns aspectos mais relevantes e atuais. Diante dos temas a serem abordados, podemos dizer que o objetivo maior é demonstrar que o Direito é uma realidade histórica, é um dado contínuo, provém da experiência. Só há uma história e só pode haver uma acumulação de experiência valorativa na sociedade. Só pode haver direito onde o homem, além de viver, convive. Um homem que vive só, em uma ilha deserta, não é alcançado, em princípio, pelo Direito, embora esse aspecto modernamente também possa ser colocado em dúvida. Há, portanto, particularidades que distinguem a ciência do Direito das demais. O Direito disciplina condutas, impondo-se como princípio da vida social. Leva as pessoas a relacionarem-se

Upload: raphaelazevedo

Post on 17-Jan-2016

3 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Direito Civil

TRANSCRIPT

Page 1: Direito Civil

1

1. INTRODUÇÃO

Para melhor aproveitamento e entendimento da disciplina de Direito é

fundamental apresentar alguns conceitos e definições. No estudo do Direito voltado para um

profissional de Administração a visão holística é fundamental para a tomada de decisão, por

isso, a introdução destes conceitos básicos deve ter uma atenção especial por parte do docente

responsável.

Então, a princípio, este trabalho de pesquisa da disciplina Introdução ao Estudo

do Direito tem por objetivo fazer um singelo passeio nos diversos ramos do Direito.

O trabalho irá discorrer sobre o Direito Civil, o Direito das Obrigações, o

Direito dos Contratos, o Direito das Coisas e o Direito do Consumidor e apontar alguns

aspectos mais relevantes e atuais.

Diante dos temas a serem abordados, podemos dizer que o objetivo maior é

demonstrar que o Direito é uma realidade histórica, é um dado contínuo, provém da

experiência.

Só há uma história e só pode haver uma acumulação de experiência valorativa

na sociedade. Só pode haver direito onde o homem, além de viver, convive. Um homem que

vive só, em uma ilha deserta, não é alcançado, em princípio, pelo Direito, embora esse

aspecto modernamente também possa ser colocado em dúvida. Há, portanto, particularidades

que distinguem a ciência do Direito das demais.

O Direito disciplina condutas, impondo-se como princípio da vida social. Leva

as pessoas a relacionarem-se por meio de liames de várias naturezas, comprometendo-se entre

si.

Dessa forma, temos exata noção da abrangência do tema objeto de nossa

pesquisa, que, além de amplo, conta com minucioso e, por vezes, obscuros detalhes. Não é,

portanto, nosso objetivo maior a mera discussão de conceitos e definições, mas sim

demonstrá-los através de uma apresentação resumida.

Page 2: Direito Civil

2

2. DIREITO CIVIL

O Direito Civil é um ramo do Direito privado. Trata-se de um conjunto de

normas jurídicas que regula as relações entre as pessoas e entre estas e seus bens. Tais

relações entre as pessoas e entre estas e seus bens. Tais relações surgem no âmbito da família,

referem - se às obrigações que se criam entre os indivíduos, seja a razão de lei, seja em função

de contratos ou seja em decorrência de fatos alheios à vontade humana.

A parte Geral do Direito Civil cuida da teoria das pessoas, isto é, os sujeitos de direitos e

obrigações, define a personalidade civil, a capacidade para o exercício dos direitos, dispõe

sobre o domicilio das pessoas, sua finalidade e importância, bem como classifica os bens, ou

seja, o objeto do direito e trata a teoria dos fatos e atos jurídicos.

Pessoas Naturais e Jurídicas

Pessoa é todo ente sujeito de direitos e obrigações. Pode se tratar de pessoa

física ou pessoa jurídica. A Pessoa Física é o ser humano, é a pessoa natural. A Pessoa

Jurídica é um agrupamento de pessoas ligadas por um incidente e fins comuns.

Pessoa Física

A existência de pessoa física começa com o nascimento e termina com a sua

morta. O Manuscrito é o ser concebido no ventre materno, mas ainda não nascido. Esse ente é

protegido pelo Direito Civil de maneira que sues interesse ficam preservados caso venha a

nascer com vida. Isso é importante, por exemplo, na hipótese de falecimento do genitor do

manuscrito, sem deixar nenhum outro filho. Como existe a expectativa provável de esse

nascer com vida, a criança será herdeira do pai. Se for um natimorto, os herdeiros de seu

genitor serão o pai e a mãe do natimorto. Mas se a criança nascer e logo depois vier a morrer,

nos poucos instantes que viveu terá herdado os bens do pai, bens esse que serão então

herdados pela mãe da criança.

Pessoa Jurídica

Pessoa Jurídica são entidades q que a lei concede personalidade, atuando na

órbita do Direito com personalidade distinta daquela dos indivíduos que as compõem. Na

Page 3: Direito Civil

3

constituição de uma pessoa jurídica as pessoas físicas destacam de seu patrimônio pessoal

uma parte que destinam a compor o capital da pessoa jurídica, com a intenção de se

associarem por meio de esforços comuns e visando o cumprimento de determinado objetivo.

A existência de pessoa jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos,

estatutos sociais, contrato social ou compromissos no registro público competente e termina

com sua dissolução ou falência.

As pessoas jurídicas são representadas em juízo ou perante terceiros, por seus representantes

legais e conforme estabelecem seus atos sociais.

3. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS

A Obrigação é um vinculo de direito, pelo qual alguém se obriga a dar, fazer

ou não fazer alguma coisa, em favor de outrem. Vemos aí, portanto, os elementos da

obrigação, isto é, a relação jurídica, que pode ser decorrente de lei, de contrato ou de ato

lícito. Os elementos da obrigação são:

i) sujeito passivo, que é o devedor ou o obrigado ao cumprimento da obrigação;

ii) sujeito ativo, que é o credor ou o favorecido da obrigação; e

iii) o objeto, que é a própria obrigação a ser cumprida.

É o ramo do Direito Civil que estuda as espécies obrigacionais, suas

características, efeitos e extinção.

Fonte de Obrigações: A obrigação provém dos CONTRATOS, das

declarações unilaterais de vontade e dos atos ilícitos.

Para executar o Direito de Obrigações é necessário que haja Contratos, que são

a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, em virtude do qual uma delas obriga a

outra a dar, fazer, ou abster-se de algo.

Já a expressão Obrigação, caracteriza-se como o vínculo jurídico transitório

entre credor e devedor cujo objeto consiste numa prestação de dar, fazer ou não fazer.

Em sentido amplo, obrigação refere-se a uma relação entre pelo menos duas

partes e para que se concretize, é necessária a imposição de uma dessas e a sujeição de outra

em relação a uma restrição de liberdade da segunda. O objeto dessa restrição da liberdade é a

obrigação.

O Código Civil não traz um conceito para obrigação, deixando-o para uma

construção doutrinária.

Page 4: Direito Civil

4

Difere-se do dever, pois este não carece da sujeição de uma das partes. O dever

refere-se a uma alta probabilidade da concretização de um determinado comportamento,

através da análise da interação entre a parte e a situação e a previsão de seu desenrolar. O

dever aprecia o resultado do livre-arbítrio individual e não tenta influir decisivamente neste,

no que se diferencia da obrigação. Este, na prática do direito se exprime através do crédito,

débito, dívida, fundamento ou fonte de um direito, instrumento que corporifica o direito,

encargo, compromisso, imposição, títulos que representam créditos ou valores, toda relação

que liga um devedor a um credor.

As Modalidades de Obrigações

As Obrigações têm por objeto dar, fazer alguma coisa. A obrigação de dar

consiste na entrega de alguma coisa determinada, na sua individualidade; por exemplo, um

determinado e especificado veículo, objeto de uma compra e venda.A coisa a ser dada pode

também não estar determinada em sua individualidade, mas determinada pelo seu gênero.

A Classificação das Obrigações

As obrigações podem ser classificadas em positivas e negativas, dependendo da prestação

estabelecida. As positivas determinam a realização de alguma ação pelo devedor (obrigação

de dar ou de fazer), enquanto as negativas determinam que o devedor se abstenha (deixar de

fazer), de realizar alguma ação.

Obrigações Positivas

Obrigação de dar - pode ser coisa certa ou incerta. No primeiro caso, o devedor não

pode trocar a coisa contratada por outra (coisa determinada ou determinável); no segundo

caso a coisa é indeterminada, tornando-se determinada no prazo em que for estipulado no

contrato ou no momento da transmissão (tradição) da coisa. Quando torna-se determinada,

passa a ser uma obrigação de dar coisa certa.

Obrigação de fazer - consiste na prestação de um serviço por parte do devedor.

Obrigação nula - refere-se na troca de valores.

Page 5: Direito Civil

5

Obrigações Negativas

Obrigação de não fazer - o devedor se abstém de fazer algo.

Extinção das Obrigações

As obrigações são extintas pelo adimplemento. Também podem ser extintas nos casos de

remissão (perdão da dívida), renúncia, prescrição, impossibilidade de execução por caso

fortuito ou força maior e implemento de condição ou termo extintivo.

Pagamento

É o ato pelo qual o devedor da obrigação se desincumbe de prestá-la, satisfazendo o credor. O

pagamento pode ser realizado pelo devedor ou por pessoa interessada, por exemplo, na

locação de imóvel, o fiador ou sublocatário, no lugar do locatório, estes nas qualidades de

devedores solidários ou subsidiários.

O Pagamento deve ser feito ao credor ou a seu representante ou mandatário. A prova do

pagamento se faz com o competente recibo ou outra prova de quitação, como a devolução do

título ao emitente devedor.

Pagamento por Consignação

Nocaso de o credor se recusar a aceitar o cumprimento da obrigação a ser feita pelo devedor,

este pode, para se livrar da obrigação e os efeitos da mor, depositar o valor em juízo para

discutir as razões da recusa e exigir o reconhecimento do pagamento.

Pagamento Sub - Rogação

Ocorre o pagamento por sub-rogação quando um terceiro, que não o devedor, efetua o

pagamento da obrigação ao credor e adquire o direito de reembolso contra o devedor, até a

quantia que desembolsou. Nesse caso, a divida se extingue em relação ao primitivo credor,

permanecendo devedor como responsável pelo cumprimento da obrigação em relação ao Sub-

Rogado.

Page 6: Direito Civil

6

Dação em Pagamento

Ocorre o pagamento por sub-rogação quando um terceiro, que não o devedor,

efetua o pagamento da obrigação ao credor, com sua anuência, coisa em pagamento,

constituindo prestação ddiversa da que era devida. Para que ocorra a dação em pagamento é

necessário que o credor aceite receber em pagamento coisa diversa daquela que era objeto da

prestação.

Novação

É um modo de extinção das obrigações, pela qual as partes criam uma nova

extinguindo a antiga, novando-se os sujeitos das obrigações ou novando-se o objeto dela.

É Novação Subjetiva, o caso de uma dívida ainda não vencida, podem as

partes estabelecer a substituição do devedor por outro, que assume a obrigação no lugar

daquele.

É Novação Objetiva, no caso de uma dívida vencida, as partes podem

estabelecer um novo vencimento para a dívida, acrescendo- a seu montante o valor dos juros,

da multa contratual ou de outras verbas convencionadas.

Transação

A Transação é um negócio jurídico bilateral pelo qual as partes extinguem as

relações jurídicas duvidosas ou litigiosas por meio de concessões recíprocas. É necessário que

as partes estejam de acordo em terminar relações controvertidas e possam aceitar recíprocas

concessões para atingir esse objetivo.

Consequência da Inexecução das Obrigações

Não cumprindo a obrigação, ou deixando de cumpri-la pelo modo e no tempo

devido, responde o devedor por perdas e danos, as quais compreendem não só o que o credor

perdeu (dano emergente), como também o que efetivamente deixou de lucrar (lucro

cessante).

Page 7: Direito Civil

7

Se o dano emergente resultar do descumprimento da obrigação de pagar em

dinheiro, as perdas e os danos serão considerados como devido as a títulos de juros de mora,

estipulados, na falta de convecção, em 6% ao ano, mais atualização monetária, segundo os

índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários do advogado.

Se do descumprimento resultar lucros cessantes, ou seja, vantagens que seria

obtida caso inadimplemento não houvesse, este devem se apurados segundo prudente critério

do juiz, em vista das provas apresentadas.

Cessão de Crédito

A cessão de crédito é uma forma de transmissão de obrigação, pela qual o

credor transfere a terceiro, estranho ao negócio e independentemente de autorização do

devedor, o crédito que possui de determinado negocio jurídico. Qualquer crédito pode ser

cedido a terceiro, desde que a isso não se oponha a natureza da obrigação, a lei ou convenção

feita com o devedor.

Assunção de Divida

Por meio da assunção de dívida uma pessoa pode assumir de outra, desde que

consista o credor. O consentimento é necessário porque o credor não pode ser obrigado a

aceitar a substituição de um devedor por outro se houver prejuízo da condições de

solvabilidade da divida e de suas garantias. No contrato da assunção de divida poderá ser

convencionada a sub-rogação, pela qual podem ser transferido, a quem quitou a dívida, todos

os direitos que o credor primitivo exercia em relação ao negócio jurídico. A assunção de

divida independe de autorização do devedor, ma pode operar-se com o consentimento deste

também, valendo como ato de cessão de dívida.

Page 8: Direito Civil

8

5. DIREITO DAS COISAS

POSSE

O Direito das Coisas é o conjunto de normas reguladoras das relações entre as pessoas

e os bens materiais.

A posse é uma relação de fato entre o sujeito e a coisa, com efeitos na órbita do

direito, sendo juridicamente protegida quando exercida a justo título ou de boa-fé.

Exerce a posse de boa-fé o sujeito que ignora o vício ou obstáculo que lhe impede a

aquisição da coisa ou direito possuído. Está de má-fé o possuidor que sabe ser a origem da

posse clandestina ou violenta.

Não obstante o Código Civil (art. 1.201) disponha que a posse precária seja injusta, é

preciso que se faça uma distinção.

A posse precária não é propriamente uma posse, mas uma mera detenção. É uma posse

imprópria. O sujeito recebe a coisa ou nela se instala ou ocupa com efeitos de detenção ou

fruição, com obrigação de devolver a certo tempo ou circunstância.

Aquisição, efeitos, perda e proteção da posse

O sujeito pode adquirir a posse, segundo o art. 1.204 do Código Civil, desde o

momento em que se torna possível o exercício em próprio, de qualquer dos poderes inerentes

à propriedade.

A apreensão pode recair sobre coisas sem dono, coisas abandonadas ou coisas de

ninguém, mas também pode recair sobre coisas sob domínio de alguém, que não oferece

oposição nem logo, nem nunca, apesar de esbulhado.

O sujeito pode, também, apreender a coisa de outrem pelo exercício do direito de

possuir, tal quando no exercício do direito de passagem adquire depois de certo tempo o

direito à servidão ou passa a exercer os direitos relativos ao domínio.

Outras formas de adquirir a posse são: pelo contrato de empréstimo ou locação da

coisa; pelo compromisso de compra e venda a prestação ou, ainda, pelo constituto

possessório, pelo qual alguém que vendeu a coisa, de comum acordo com o comprador, não a

entrega, ficando com ela por certo tempo a título de depositário, locatário ou comodatário.

Perda da posse:

pelo abandono, com ânimo de não mais dispor da coisa;

pela entrega a quem se tenha negociado a coisa;

Page 9: Direito Civil

9

pela perda ou furto da coisa, ressalvado o direito de reavê-la, de quem injustamente a detenha,

ou pela destruição e perda de seu corpo ou essência, tal como um copo de cristal que se

rompe;

pelo constituto possessório, anteriormente mencionado. A posse e os conflitos dela

decorrentes geram efeitos jurídicos, quais sejam;

i) invoca a proteção possessória, atribuindo-se a quem sofre turbação ou esbulho em sua

posse o direito de defendê-la;

ii) percepção de frutos;

iii)responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa;

iv)a indenização por benfeitoria e o direito de retenção para garantir seu pagamento; e

v) usucapião.

Esbulho e Turbação da Posse

O esbulho é o ato de despojo ilegítimo praticado por alguém em relação a alguma

coisa que se encontrava em poder de outrem.

O esbulho pode se dar clandestina ou violentamente, como também pode se dar por

omissão.

Ocorre, por sua vez, a Turbação da posse, em situação de que o agente não se apodera

da coisa, mas agita, ameaça e pertuba o possuidor, inquieta e desassossega, pondo em risco a

segurança da relação jurídica entre a pessoa e a coisa, sob alegação ou não de fundar-se em

pretenso direito.

Reintegração e Manutenção da Posse

Reintegração e manutenção de posse são os remédio possessórios concedidos ao

possuidor esbulhado ou turbado, para que se mantenha ou se reintegre na posse da coisa da

qual foi injustamente desapossado.

Propriedade Imóvel

A propriedade é um pode exercido por um sujeito em relação a um bem, que lhe

assegura o direito de usar, gozar e dispor desse bem, como também de reavê-lo de quem quer

que injustamente o possua.

Page 10: Direito Civil

10

Aquisição por Acessão

Adquiri-se por Acessão quando uma coisa se une a outra aumentando-lhe o volume,

seja por trabalho humano, seja por causas naturais.

Aquisição por Usucapião

Adquiri-se a propriedade por usucapião por influência do fator tempo em relação à

posse de bem alheio. Se o possuidor durante um determinado espaço de tempo exerceu a

posse com poderes inerentes ao domínio, sem ser molestado, adquire o direito de obter

declaração judicial que lhe atribui a condição de proprietário do bem ocupado.

Aquisição pela Transcrição do Título

O título de transferência da propriedade é transcrito no cartório de Registro de

Imóveis, com todas as formalidades legais, de forma que confira segurança às relações

jurídicas patrimoniais.

Incorporações Imobiliárias

Nos termos da Lei nº4.591, de 16/12/64, que dispõe sobre o assunto em questão,

considerando-se incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de promover e

realizar a construção, para alienação total ou parcial de edificações ou de conjuntos de

edificações compostas de unidades autônomas.

Desapropriação

A propriedade é um direito perpétuo, só se a perde voluntariamente por: i) alienação;

ii) renúncia;

iii)abandono.

Desapropriação é um ato de poder de autoridade pública, pelo qual, fundado

em lei e justificado o interesse público subordinamente indivíduo sobre seu patrimônio, móvel

ou imóvel, em benefício de obra pública, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

Page 11: Direito Civil

11

6. DIREITO DO CONSUMIDOR

O Direito do consumidor é um ramo relativamente novo do direito,

principalmente no Direito Brasileiro. Entretanto somente a partir dos anos cinqüenta, após a

segunda guerra mundial, quando surge a sociedade de massa com contratos e produtos

padronizados, é que se iniciou uma construção mais sólida no sentido de harmonizar as

relações de consumo. Os consumidores passaram a ganhar proteção contra os abusos sofridos,

tornando-se uma preocupação social, principalmente nos países da América e da Europa

Ocidental que se destacaram por serem pioneiros na criação de Órgãos de defesa do

consumidor.

Existem, no entanto evidências implícitas da existência de regras entre

consumidores e fornecedores de serviços e produtos em diversos códigos, constituições e

tratados, bem antes da criação do Direito do consumidor. Já no antigo código de Hammurabi

certas regras que, ainda que indiretamente, visavam proteger o consumidor. Assim, por

exemplo, a Lei No 233 rezava que o arquiteto que viesse a construir uma casa cujas paredes

se revelassem deficientes teria a obrigação de reconstruí-las ou consolidá-las as suas próprias

expensas. As conseqüências para desabamentos com vitimas fatais eram ainda mais severas; o

empreiteiro, além de ser obrigado a reparar totalmente os danos causados ao dono da moradia,

poderia ser condenado a morte se o acidente vitimasse o chefe de família. No caso de

falecimento do filho do empreendedor da obra a pena de morte se aplicaria a algum parente

do responsável técnico pela obra, e assim por diante.

Na Índia, no século XIII a.C. o sagrado código de Manu previa multa e

punição, além de ressarcimento dos danos, àqueles que adulterassem gêneros (Lei No 702) ou

entregassem coisa de espécie inferior àquela acertada, ou vendesse bens de igual natureza por

preços diferentes (Lei No 703).

Na Grécia a proteção ao consumidor preocupava Aristóteles, que advertia para

a existência de fiscais afim de que não houvessem vícios nos produtos comercializados, em

Roma a Cícero. Contemporaneamente existe o Direito do Consumidor cujo objetivo é adaptar

e melhorar o direito das obrigações entre as pessoas, de forma a buscar e restabelecer o

equilíbrio das partes abaladas pelo poder do mercado fornecedor, muitas vezes fruto da

constituição de monopólios e oligopólios, ou até mesmo pela displicência no tratamento dado

as pessoas, constituindo um verdadeiro rolo compressor sobre as queixas e os direitos dos

consumidores. Como direito novo, o Direito do Consumidor busca inspiração no Direito

Civil, Comercial, Penal, Processual, Financeiro e Administrativo, para de uma forma coerente

Page 12: Direito Civil

12

atingir seus objetivos sem ofender os demais princípios e regras existentes. Dessa união de

sistemas e legislações surgiu em 1990 o Código de Defesa do Consumidor, Lei No 8078/90,

que foi criado para regulamentar as relações de consumo, entendidas essas como sendo o

vinculo estabelecido entre fornecedor e consumidor, ligados por um objeto que será

necessariamente, um serviço ou um produto. Esses três requisitos devem vir obrigatoriamente,

coexistirem, sob pena de não se aplicar o Código de Defesa do Consumidor e, sim, o direito

comum.

No Brasil

No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor, estabelece normas de proteção

e defesa do consumidor.

São direitos básicos do consumidor estabelecidos pelo artigo 6º da lei nº 8.078,

de 11 de Setembro de 1990:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no

fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,

asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com

especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço,

bem como sobre os riscos que apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais

coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no

fornecimento de produtos e serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações

desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem

excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,

coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou

reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,

assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da

prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a

Page 13: Direito Civil

13

alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de

experiências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Segundo o Art. 7° da mesma lei, os direitos previstos neste código não excluem

outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da

legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas

competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes

e eqüidade. Estabelece ainda esse artigo que tendo mais de um autor a ofensa, todos

responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

Defesa do Consumidor

A defesa do consumidor é a atividade de proteção do consumidor através da

divulgação de informação sobre a qualidade dos bens e serviços e através do exercício de

pressão sobre as entidades públicas com o objetivo de defender os direitos dos consumidores.

A defesa do consumidor não se baseia apenas na punição dos que praticam

ilícitos e violam os direitos do consumidor, como também na conscientização dos

consumidores de seus direitos e deveres e conscientizar os fabricantes, fornecedores e

prestadores de serviços sobre suas obrigações demonstrando que agindo corretamente eles

respeitam o consumidor e ampliam seu mercado de consumo contribuindo para o

desenvolvimento do país.

Os princípios que regem a defesa do consumidor norteiam-se pela boa-fé do

adquirente e do comerciante, uma vez que a propaganda pode estabelecer os liames de seu

exercício. Caso a propaganda seja enganosa o consumidor tem direito à justa reparação, da

mesma forma que terá direito à venda conforme o anunciado. A respeito do tema propaganda

enganosa, esta se trata de assunto de interesse público, pertencendo ao ramo dos direitos

difusos de caráter meta-individual.

Page 14: Direito Civil

14

Prática em Direito do Consumidor

1. Aprender a pensar o Direito. A arte da pesquisa. O despertar do olhar crítico no

Direito. Técnicas de redação e argumentação. Das prerrogativas do Advogado.

Contrato de Honorários, Sucumbência.

2. Histórico da Defesa do Consumidor: revolução industrial; surgimento da sociedade de

massa; produção em série; consolidação do novo modelo após a segunda guerra

mundial; necessidade da intervenção estatal. Tutela do Consumidor na Constituição

Federal: dispositivos e princípios constitucionais referentes à defesa do consumidor;

livre concorrência e defesa do consumidor. Código de Defesa do Consumidor:

natureza jurídica; normas de ordem pública e interesse social; lei principiológica -

alcance da terminologia; relação com o novo Código Civil.

3. Princípios do CDC e Direitos Básicos do Consumidor. Relação Jurídica de Consumo:

conceito; sujeitos; elementos. Consumidor: conceito de destinatário final - consumidor

pessoa jurídica - teorias finalista e maximalista. Consumidor Equiparado: coletividade

de pessoas; baystander - vítimas do evento danoso; pessoas expostas às práticas

comerciais. Fornecedor: conceito; pessoa jurídica de direito privado e de direito

público; ente despersonalizado. Produto: conceito; questão da

Código de Defesa do Consumidor

Lei nº 8.078, de 11/09/1990

Estabelece direitos e obrigações de consumidores e fornecedores com a finalidade de evitar

que os consumidores sofram qualquer tipo de prejuízo.

O ideal para resolver um problema é tentar um acordo amigável; só depois, se não houver

acordo, deve-se recorrer a um órgão de defesa do consumidor.

Cuidados básicos do consumidor

. Fique atento para ver se os seus recursos são suficientes para assumir as despesas;

. Observe cuidadosamente a qualidade dos produtos semelhantes, fazendo pesquisas de

preços;

Page 15: Direito Civil

15

. Não se deixe iludir com promoções, propagandas e liquidações;

. Fique atento às modalidades de pagamento;

. Faça suas compras sem pressa, não por impulso;

. Faça o teste de funcionamento, na própria loja, dos equipamentos que você for levar na hora.

Exija o termo de garantia;

. Exija a Nota Fiscal de tudo que comprar;

. Exercite os seus direitos, sabendo quando, como e por que reclamar.

Cuidados mínimos ao apresentar uma reclamação

Ao adquirirmos um produto ou serviço estabelecemos uma relação com o

fornecedor do mesmo, seja ele uma entidade privada ou pública. Esta relação implica o

cumprimento de determinados direitos e deveres por ambas as partes.

Nas situações em que o fornecedor não cumpre suas obrigações temos o direito

de reclamar e solicitar a resolução do problema.

Uma reclamação deve ser apresentada formalmente, por escrito e com recibbo

de protocolo com a data, assinatura e Carimbo da empresa com CNPJ. Desta forma existe um

documento suporte da queixa que obriga legalmente a empresa ou entidade a quem se dirige,

a dar seguimento e resposta à reclamação.

Em Portugal, a apresentação de reclamações pode ser efetuada através do Livro

de reclamações (a efetuar no local da ocorrência), através dos meios online disponibilizados

(formulários online) pelas empresas ou através de uma carta formal de reclamação.

Caso a sua reclamação não mereça a atenção do fornecedor e a sua queixa

persista, pode recorrer a várias entidades públicas ou privadas para dar seguimento à mesma e

defender os seus direitos enquanto consumidor. Estas entidades tentarão resolver o problema

primeiramente de forma amigável, tentando chegar a um acordo. Em última instância haverá

recurso aos tribunais para uma resolução final do conflito.

Garantia, Vícios e Fatos dos Produtos e Serviços

O consumidor é protegido contra vícios e fatos de consumo (arts. 12, 14, 18 e

20), ou seja, contra produtos e ou serviços que, ou não funcionam como deveriam, ou

provocam dano ao consumidor ou a outrem quando de sua utilização.

Page 16: Direito Civil

16

A reclamação do consumidor pode se basear na garantia legal concedida

explicitamente pela lei - 90 dias. Essa garantia existe independente da garantia dada pelo

fabricante. Assim, se o fabricante dá garantia de 9 meses, devemos acrescentar mais 3 meses.

Para exercer o direito de reclamar por vícios de produtos e serviços o

consumidor deverá fazê-lo: 1 - Em até 30 dias se o vício for aparente; 2 - Em até 90 dias se o

vício for oculto;

Para exercer o direito contra danos, ou seja, pelo fato do produto ou serviço, o

consumidor tem 5 anos de prazo

O Consumidor também pode fazer reclamações com base na garantia dada pelo

fornecedor do produto ou serviço.

Recomenda-se que toda insatisfação na relação de consumo seja resolvida

diretamente entre as partes (no caso, fornecedor e consumidor); caso não seja possível se

chegar a um acordo, existem órgãos administrativos (PROCON's estaduais e federais,

associações de defesa) para o registro da reclamação.

Há ainda o Poder Judiciário, última saída para a resolução de qualquer conflito, cuja decisão

será definitiva e irreversível (salvo o ajuizamento de ação rescisória - verificar o Código de

Processo Civil para o cabimento desse "remédio"

7. CONCLUSÃO

Apresentados os tópicos propostos no início deste trabalho, acredita-se que

o futuro profissional de Administração tem o conhecimento de alguns ramos do direito.

Assim, assuntos mais complexos ou aprofundamento de temas específicos

se tornam de fácil compreensão e entendimento.

Por isso, a Introdução ao Estudo do Direito é reconhecida como um assunto

imprescindível para a formação do profissional em questão, sendo abordada com todo o

cuidado possível no sentido da máxima compreensão.

Page 17: Direito Civil

17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PALAIA, Nelson: Noções essenciais de direito. Nelson Renato Palaia Ribeiro de Campos. -3.

ed.São Paulo: Saraiva, 2005

RADBRUCH, Gustav. Filosofia do Direito. Coimbra: Armênio Amado, 1974.

Wikipédia: Direito Civil: Conceito Geral.