POLCIA MILITAR DO ESTADO DE SO PAULO

DIRETORIA DE ENSINO E CULTURA

ESCOLA SUPERIOR DE SOLDADOS

CORONEL PM EDUARDO ASSUMPO

CURSO SUPERIOR DE TCNICO DE

POLCIA OSTENSIVA E

PRESERVAO DA ORDEM PBLICA

APOSTILA DE DIREITO CIVIL

Departamento de Ensino e Administrao

Diviso de Ensino e Administrao

Seo Tcnica e Seo Pedaggica

APOSTILA ATUALIZADA EM MAIO DE 2014

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Programa da Unidade Didtica: Direito Civil

Conceito de Direito Civil; Das Pessoas Naturais:

conceito; Capacidade Civil: Capacidade de Fato e de Direito (art. 1); Incapacidade;

Incapacidade

Absoluta (art. 3); Incapacidade Relativa (art. 4);

Cessao da incapacidade: Maioridade e Emancipao (art. 5); Personalidade e Pessoa

Natural: Comeo da Personalidade (art. 2); Fim da Personalidade (art. 6); Domiclio (art.

70):

Domiclio e Residncia; Domiclio Voluntrio e Necessrio (art. 76). Das Pessoas Jurdicas:

conceito; P.J. Direito Pblico Interno e Externo (art. 41 e 42) e P.J. Direito Privado (art. 44).

Dos Atos Jurdicos Lcitos e Ilcitos (art. 185 a 188); Da responsabilidade civil;

Responsabilidade

contratual e extracontratual: requisitos (ato jurdico ilcito, resultado lesivo e relao de

causalidade).

Dos bens mveis e imveis (art. 79 a 83); Da propriedade (art. 1.228) e posse (art. 1.196);

Formas de aquisio da propriedade (art. 1.245 ao 1248); Usucapio (art. 1.238 a 1.241) e

Reintegrao de posse (art. 926 c.c. art 461, 5 do Cdigo de Processo Civil). 03

Direito de Famlia (art. 226 da CF); Do Casamento (art. 1.517 e 1.521); Da Unio Estvel

(art.1.724

ao 1.727); Direitos e Deveres dos Cnjuges (art.1.566) e Alimentos (art.1.694).

Dos Contratos: espcies de contrato (compra e venda (art. 481), locao (art. 565).

DIREITO CIVIL

Introduo

Preliminarmente, antes de estudar os tpicos da Unidade Didtica Direito Civil, faz necessrio

estabelecer alguns conceitos para aprendizado do ordenamento jurdico vigente aplicvel as

demais disciplinas ministradas na ESSd Eduardo Assumpo.

Direito: conjunto de normas, obrigatrias, que garantem a convivncia social, estabelecendo

limites a Cada um. Trata-se de cincia humana e no exata. O termo direito ora estabelecido

utilizado pelas demais matrias que so objeto de estudo, tais como Legislao Especial,

Direito Penal, etc. No h consenso sobre o conceito direito, mas tem sentido de aquilo que

reto e que est de acordo com a lei, que justo.

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As normas de direito visam coexistncia pacifica entre a sociedade, repudiando os tempos

primrdios, no se tem apenas normas jurdicas, mas normas religiosas, morais, etc. As

normas jurdicas e morais pautam-se em comportamentos desejveis, residindo a diferena no

aspecto sano ou pena. As jurdicas impem quele que as descumpriu o dever de observ-la

com pena de responsabilidade pelos danos que causou (reparao de dano, por exemplo),

enquanto que as morais pela conscincia de remorso, arrependimento, sem haver sano. As

normas religiosas se traduzem na crena de obrigatoriedade.

Lei: Trata-se de preceito jurdico escrito, obrigatrio, elaborado pela pessoa poltica

competente (congresso nacional, agentes polticos, eleitos por voc! Democracia

Semidireta),

dotada das seguintes caractersticas: generalidade, abstrao, impessoalidade e

imperatividade:

Generalidade a lei aplicado a todos indistintamente, ela geral (erga omnes);

Abstrao no h especificidade alguma na norma quanto a seus destinatrios, descreve

fatos/atos que; quando e onde acontecidos, autorizam ou no a sua incidncia;

Impessoalidade aplica-se a todas as pessoas no podendo fazer exceo, que devem

conhec-la;

Imperativa capacidade de se impor independentemente da vontade das partes (observando

que h normas obrigatrias sem liberdade de escolha e dispositivas liberdade/faculdade de

escolha).

O conhecimento da lei inescusvel, ningum pode alegar que no conhece a sua existncia,

em decorrncia de Segurana Jurdica das relaes que estaria prejudicada.

Artigo 3, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil:

Ningum se escusade cumprir a lei,alegando que no a conhece

Direito Objetivo e Direito Subjetivo

Direito objetivo: o conjunto de normas presentes na legislao da Repblica Federativa do

Brasil, de carter geral, no qual as pessoas podem ser compelidas/obrigadas a cumprir. Essas

normas existentes so conhecidas como norma agendi, que geram para as pessoas a

faculdade/liberdade de us-las para satisfazer suas pretenses facultas agendi.

Direito Subjetivo: faculdade/liberdade de agir de acordo com o direito objetivo (as normas

postas, escritas) e alcanar seus objetivos. Trata-se de um poder/faculdade atribudo vontade

da pessoa, para satisfazer de seus prprios interesses protegidos por lei (direito objetivo).

Direito Civil

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O Direito Civil o ramo do direito que regula/disciplina as relaes jurdicas de carter

pessoal, dos indivduos entre si, o interesse preponderantemente particular, denominado

Direito Privado. Oposto ao Direito privado tem-se o Direito Pblico que regula as relaes

entre o Estado com outro Estado ou do Estado com os particulares, o interesse primrio o

pblico, da sociedade.

Importante observar que; quando se tratar de direito civil, o regime Jurdico aplicvel de

Regime Jurdico de Direito Privado, com aplicao de princpios relacionadas a disciplina

Civil, tal como o Principio da Isonomia/Igualdade entre as partes, autonomia da vontade de

celebrar ou no contratos, como na compra ou vende de imveis. Todavia se for de Direito

Pblico, o regime jurdico aplicvel o Regime Jurdico deDireitoPblico e os princpios

aplicveis so queles de Direito Administrativo, Princpio do Interesse Pblico sobre o do

Particular, no havendo qualquer alternativa para o particular caso o Poder Pblico por

necessidade pblica ou interesse Social necessitar do Imvel daquele cidado escolhido para

ali Construir uma Escola ou eventual Estao de metro, pois prevalece o Interesse da

Sociedade sobre o do Particular ou ainda Princpio da continuidade dos Servios Pblicos que

no podem ser interrompidos ou cortados pelo no pagamento, etc.

O Cdigo Civil, lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, foi publicado no Dirio Oficial da

Unio no dia 11/01/2002 e com vacatio legis de 1 (um) ano, nos termos do artigo 1.044, do

Cdigo Civil que diz: Este cdigo entrar em vigor 1 (um) ano aps a sua publicao. O

lapso temporal de 1 (um) ano objetivou dar publicidade a lei para que todos pudessem

conhec-la e preparar-se para aplicar nas relaes jurdicas. Sendo sua vigncia a partir do dia

11/01/2003, nos termos da Smula 164 do Conselho da Justia Federal.

Procurou o atual cdigo afastar as concepes individuais que nortearam o diploma anterior

(princpio da autonomia da vontade ou autonomia privada) e seguir orientao com o direito

Vacatio legis compreende perodo de publicao da lei e incio de sua vigncia.

Das Pessoas Naturais

O Cdigo Civil descreve no artigo 1 toda pessoa capaz de direitos e deveres na

ordem civil, por decorrncia lgica ser pessoa, o legitima/outorga aptido/capacidade para

estabelecer relaes jurdicas no direito posto (no os animais nem os seres inamimados). H

02 (duas) espcies de pessoas, tratadas no Captulo I, do Cdigo Civil:

a) Pessoa Natural ou Fsica o ser humano considerado como sujeito de direitos e

obrigaes. Para existir basta nascer com vida, adquirindo personalidade. Toda pessoa

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dotada de Personalidade, isto , tem capacidade para figurar em uma relao jurdica.

Descreve o Artigo 2, do Cdigo Civil:

A personalidade Civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo,

desde a concepo, os direitos do nascituro.

Nascituro uma quase-pessoa, tem expectativa de vida, em conseqncia de direitos.

um centro autnomo das relaes Jurdicas (Professor Joo Batista Curso Marcato), uma

vez que;

sua genitora poder ir a Juzo e pleitear direitos para o pleno desenvolvimento sadio (veja o

ECA) ou mesmo recursos do eventual Pai em despesas mdicas.

Logo, a personalidade civil surge com o nascimento com vida e deve ser feito o

respectivo registro nos termos do artigo 9, inciso I do Cdigo Civil (Artigo 29, I, da Lei de

Registros Pblicos), no prazo de 15 dias, contados do parto e ser gratuita (lei n. 10.069/01);

Cessa/termina a existncia da Pessoa Natural com a morte (artigo 6, do Cdigo Civil) e

tambm gratuito o respectivo registro, o qual tambm deve ser feito registro no Cartrio

Civil das Pessoas naturais.

Personalidade so atributos inerentes a prpria condio humana e tem proteo no

direito pblico e direito privado estando o atual cdigo civil em harmonia com o Pacto de So

Jos da Costa Rica e determina o respeito a ele por todos os Estados estrangeiros, sendo

irrenunciveis, intransmissveis, inalienveis, indisponveis, vitalcios e absolutos.

Natimorto ocorre quando da concepo do parto a criana nasce morta (como por

exemplo, Anencefalia) e era exigido o exame docimasia hidrosttica de Galeno (retirava-se o

pulmo e o colocava em recipiente com gua para ver se boiava), hoje se faz com exame de

sangue.

Da Capacidade

a aptido genrica que tem as pessoas de praticar determinados atos da vida Civil,

sem haver necessidade de estar Assistido ou Representado ou ainda pode ser entendido como

medida da personalidade. H 02 (duas) espcies de capacidade, a de direito e a de fato:

Capacidade de direito: a capacidade ou aptido que se tem para ser titular de direitos,

todos a tem (artigo 1, do Cdigo Civil), independente de qualquer qualidade ou pressuposto,

sendo pura decorrncia do nascimento com vida (artigo 2 do Cdigo Civil) ou ainda para as

Pessoas Jurdicas quando de sua constituio e respectivo registro (algumas na Junta

Comercial). Logo, todas as Pessoas tem capacidade para ser titulares de direitos.

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Capacidade de fato: trata-se de capacidade de exerccio por si s os atos da vida civil.

Nem todas as pessoas possuem essa capacidade de fato. Por exemplo, os menores e os loucos

s tm capacidade de direito (de aquisio de direitos), podendo, por exemplo, herdar, mas

no tm capacidade de fato (de exerccio). O Direito concede a capacidade de exerccio

queles que tm plena capacidade de discernimento. Os demais devero ser representados ou

assistidos.

Representantes so constitudos para o absolutamente incapaz. O incapaz no

assina, quem o faz o Representante. Atos praticados por Absolutamente Incapazes so

inexistente juridicamente, so atos Nulos (artigo 166, inciso I, do Cdigo Civil)!

Assistidos so constitudos para os relativamente Incapazes. O relativamente Incapaz

assina o ato em concurso com o Assistente. Atos praticados por Relativamente Incapazes so

anulveis! (artigo 171, I, do CC) Pode ser eventualmente convalidado.

Capacidade plena: trata-se de aptido ou capacidade de exercer por si s os atos da vida

Civil sem haver necessidade de ser representado ou assistido, podendo celebrar contratos,

outorgar procuraes para profissionais etc.

Incapacidade

No existe no direito civil a figura da incapacidade direito (artigo 1), mas existe

somente a incapacidade de fato ou de exerccio e pode ser de 02 (duas) espcies, a

Incapacidade absoluta e a Incapacidade relativa, conforme os artigos 3 e 4, do Cdigo Civil:

Incapacidade absoluta - acarreta a proibio total da prtica, por si s, dos atos da vida

civil, sob pena de nulidade. suprida pela representao e ocorre quando h como partes:

a) Menores de 16 anos;

So os menores impberes. O legislador utilizou o critrio biolgico, considerando a

maturidade da pessoa. Os menores de 16 anos apresentam desenvolvimento mental

incompleto.

b) Os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio

discernimento;

Trata-se de ausncia de discernimento, compreende todos os casos de insanidade

mental, permanente e duradoura, caracterizada por graves alteraes das faculdades psquicas.

Sempre que um louco, j interditado, praticar qualquer ato jurdico sozinho, este ser nulo.

Nosso ordenamento no admite os denominados intervalos lcidos (so em um perodo e

louco noutro).

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c) os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade - No

abrange os casos de pessoas portadoras de doena ou deficincia mental permanentes j

mencionada, apenas quelas que no puderem exprimir sua vontade por causa transitria. Ex:

(uso eventual e excessivo de entorpecentes, embriaguez no habitual, hipnose, estado de

coma, etc.).

Art. 3, do Cdigo Civil:

So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I- os menores de 16 anos;

II- os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento

para a prtica desses atos;

III- os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.

Incapacidade relativa - permite a prtica dos atos civis, desde que o incapaz seja

assistido por seu Assistente, sob pena de anulabilidade (artigo 171, I, do CC), que poder ser

suprida pela assistncia. Na assistncia o incapaz quem pratica o ato, mas em concurso com o

seu assistente (pessoa capaz) e ocorre quando estiver na relao como partes:

a) Maiores de 16 anos e menores de 18 anos (menores pberes) - a lei, neste caso,

admite que o indivduo j tenha atingido certo desenvolvimento intelectual. O ordenamento

jurdico no mais despreza a sua vontade, atribuindo todos os efeitos jurdicos, desde que

assistido. Adotouse um critrio biolgico.

b) os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental,

tenham o discernimento reduzido - no falta de discernimento, mas a ausncia. Os

viciados e dependentes do lcool ou entorpecente so considerados relativamente incapazes,

desde que tenham o discernimento reduzido. Os deficientes mentais de discernimento

reduzido so os fracos da mente ou fronteirios. Adotou um critrio biopsicolgico. Muitos

tem como entender o ato, mas a vontade de consumo de ter a droga maior e acabam

praticando atos danosos ao patrimnio.

c) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo - refere-se a todos os casos

de deficincia mental mais brando, que no se enquadram no art. 3, sobre os absolutamente

incapazes.

para gastar.

d) Prdigos - aquele que, desordenadamente, dissipa seu patrimnio. Tem compulso

e) Silvcolas - os ndios so os habitantes das selvas, no integrados civilizao. Os

ndios so assistido pela FUNAI e interveno obrigatrio do Ministrio Pblico.

Art. 4, do Cdigo Civil:

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So incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de exerc-los:

I - os maiores de 16 e menores de 18 anos;

II - os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental, tenham o

discernimento reduzido;

III os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os prdigos;

Pargrafo nico: A capacidade dos ndios ser regulada por legislao especial.

Cessao da Incapacidade

Cessa a incapacidade quando desaparece a sua causa (enfermidade mental, menoridade,

etc.) ou quando ocorre a emancipao. Descreve o artigo 5, do Cdigo Civil:

A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada a todos os atos

da vida civil.

Pargrafo nico: Cessar, para os menores, a incapacidade:

I- pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico,

independente de homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor

tiver dezesseis anos completos;

II- pelo casamento;

III- pelo exerccio de emprego pblico efetivo;

IV- pela colao de grau em curso de ensino superior;

V- pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego, desde

que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia prpria.

Emancipao

Trata-se de antecipao dos efeitos da maioridade civil (emancipao no se confunde

com a maioridade do Cdigo Penal, ou seja, a pessoa emancipada com menos de 18 anos

continua a ser Inimputvel). A emancipao pode ser de trs espcies: voluntria, judicial e

legal.

a) Emancipao voluntria - aquela decorrente da vontade dos pais, se o menor tiver

dezesseis anos completos. concedida por ambos os pais, ou por um deles na falta do outro.

A Lei requer escritura pblica. (Lei n. 6015/73, art. 89). Depois de devidamente registrada, a

emancipao no poder ser revogada, visto que irretratvel.

Hoje a jurisprudncia dominante no sentido de que os pais que emancipam os filhos por sua

vontade no se eximem da responsabilidade em relao aos atos ilcitos praticados pelos

filhos menores.

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b) Emancipao judicial aquela decretada pelo juiz. O menor sob tutela s poder

ser emancipado por ordem judicial, considerando que o tutor no pode emancipar o tutelado.

Aqui, tambm, o tutelado j dever contar com 16 anos e tambm ser registrada, em livro

prprio no 1 Ofcio do Registro Civil da comarca do domiclio do menor.

c) Emancipao legal ou tcita (ex vi legis) aquele que independe de registro e

produzir efeitos desde logo, ou seja, desde o ato ou fato que a provocou, compreendida entre

os incisos II ao V, do artigo 5, do Cdigo Civil.

Inciso II - Independentemente da idade, o casamento emancipa os menores. um ato

previsto em lei, que culmina na emancipao. Assim, todo ato de emancipao irrevogvel.

Logo, ainda que haja separao judicial logo em seguida, a emancipao perdura. Todavia,

deve-se distinguir revogao de nulidade. No caso de casamento nulo, os efeitos da

emancipao no sero vlidos, voltando os menores condio de incapazes, salvo em

relao ao cnjuge que contraiu o casamento de boa-f, que por ser putativo em relao a este,

produz todos os efeitos.

Inciso III - Emprego Pblico, se o prprio Poder Pblico reconhece maturidade da

pessoa para represent-lo, ilgico seria continuar a trat-lo como incapaz.

Inciso III - pela colao de grau em curso de ensino superior: praticamente impossvel de

ocorrer.

Inciso V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de

emprego, desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia

prpria. Pessoas que desempenham tais atividades demonstram um grau de maturidade

suficiente.

Fim/extino da Personalidade Natural

Art. 6 A existncia da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto

aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucesso definitiva.

A prova da morte faz-se com o atestado de bito ou por meio da justificao, no caso de

catstrofe e no encontro do corpo (lei n. 6015/73, art. 88).

Domiclio

Domiclio a sede jurdica da pessoa, onde ela se presume presente para os efeitos de

direito. De acordo com o artigo 70, do Cdigo Civil e o local em que a pessoa estabelece a

sua residncia com nimo definitivo. Assim, o conceito do artigo 70 do Cdigo Civil,

apresenta dois elementos:

1) elemento objetivo: a residncia;

2) elemento subjetivo: o nimo definitivo.

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Domiclio conceito que diverge do conceito de residncia. Este representa uma relao

de fato entre uma pessoa e um lugar, abrangendo a idia de habitao, enquanto o de

domiclio compreende o de residncia, acrescido do nimo de a fazer o centro de sua

atividade jurdica e de correspondncia.

Existem duas espcies de domiclio:

1) Necessrio (ou legal): aquele determinado pela lei (ex vi legis), em face da condio de

certas pessoas (ex.: os incapazes tm por domiclio o mesmo de seus representantes ou

assistentes; o domiclio do funcionrio pblico o local onde exerce suas funes, sem

contudo perder seu domiclio voluntrio, um caso de pluralidade domiciliar, o militar em

servio ativo tem como domiclio o lugar onde serve, o do preso o local em que cumpre a

sentena etc.).

Algumas pessoas no possuem residncia e ser considerado o domicilio o local em que for

encontrada, como o caso do Cigano, andarilhos, etc.

2) Voluntrio: aquele escolhido livremente pela pessoa.

Das Pessoas Jurdicas

O Cdigo Civil a reconhece como sujeito de direitos e so criaes/fices ou entidades a que

a lei empresta personalidade, para praticar determinados atos da vida Civil ( de natureza

Constitutiva), que visa a consecuo de uma atividade sempre lcita.

A Pessoa Jurdica sujeito de direitos e obrigaes na rbita Civil. A principal caracterstica

da pessoa jurdica o fato de ela possuir personalidade prpria, distinta da personalidade de

cada um de seus membros. O artigo 40, do cdigo Civil, descreve:

As pessoas jurdicas so de direito pblico interno ou externo, e de direito privado.

As pessoas jurdicas de direito pblico interno so enumeradas no artigo 41, do Cdigo

Civil, que descreve:

So pessoas jurdicas de direito pblico interno:

I - a Unio;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territrios;

III - os Municpios;

IV - as autarquias, inclusive as associaes pblicas; (Redao dada pela Lei n. 11.107, de

2005)

V - as demais entidades de carter pblico criadas por lei.

Pargrafo nico. Salvo disposio em contrrio, as pessoas jurdicas de direito pblico, a

que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu

funcionamento, pelas normas deste Cdigo.

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As Pessoas mencionadas no inciso I ao III so entes polticos e pertencem a administrao

direta (Direito Administrativo, no temos mais Territrio, o ltimo foi Fernando de Noronha,

incorporado ao Estado de Pernambuco); j as Autarquias, as demais entidades de carter

pblico criadas ou autorizada por lei, como as Sociedade de Economia Mista, Empresa

Pblica, Fundao Pblica pertencem a Administrao Indireta (Direito Administrativo).

Pessoas Jurdicas de direito Pblico externo esto no artigo 42, do Cdigo Civil:

So pessoas jurdicas de direito pblico externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas

que forem regidas pelo direito internacional pblico

Compreende neste dispositivo os Organizaes internacionais, ONU, Santa S,

UNICEF, etc.

Pessoas Jurdicas de direito privado esto elencadas no artigo 44, do Cdigo Civil:

So pessoas jurdicas de direito privado:

I - as associaes;

II - as sociedades;

III - as fundaes.

IV - as organizaes religiosas; (Includo pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)

V - os partidos polticos. (Includo pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003).

As associaes (pessoas jurdicas de fins no econmicos); as sociedades (possuem finalidade

lucrativa, podendo ser simples ou empresaria); as fundaes, os Partidos Polticos e as

Organizaes Religiosas. Para constituio exigem requisitos prprios e registro conforme a

Lei de Registro Pblico.

Requisitos para a Constituio da Pessoa Jurdica:

Vontade humana criadora

necessrio que o grupo de pessoas, ao se reunir, tenha a inteno de criar uma pessoa

jurdica, sendo tal vontade manifestada atravs do ato de sua constituio (estatuto, nas

associaes

sem fim lucrativo; contrato social, nas sociedades simples ou empresrias; escritura pblica ou

testamento,

nas fundaes).

Licitude de seus objetivos

necessrio que o objetivo da pessoa jurdica seja lcito. Se uma pessoa jurdica for

constituda com fins lcitos e, com o decorrer do tempo, passa a distorcer suas finalidades,

praticando atos ilcitos, poder ser extinta. Registre-se que a expresso licitude de objetivos

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deve ser entendida de modo amplo, de forma a inserir em seu conceito a moralidade dos atos e

objetivos perseguidos. Verifica-se que no poder haver Pessoa Jurdica para fomentar,

induzir, instigar ou contribuir de qualquer forma para a prostituio que ilcito Penal e ilcito

civil.

Observncia das condies legais

As condies que a lei impe tambm devem ser observadas pelas pessoas jurdicas, at

porque elas s existem em razo de um expediente tcnico criado pelo ordenamento, em razo

das finalidades perseguidas. So condies impostas pela lei:

a) Elaborao do ato constitutivo

Sendo uma associao, que tem por natureza a inexistncia de fins lucrativos, deve-se elaborar

um Estatuto como ato constitutivo. Se a pessoa jurdica tiver fins lucrativos, seja uma

sociedade simples ou empresria, elabora-se um Contrato Social como ato constitutivo. As

fundaes possuem como ato constitutivo o testamento ou a escritura pblica.

b) Registro do ato constitutivo

Somente a partir do registro a pessoa jurdica passa a ter existncia legal. O artigo 45 do

Cdigo Civil dispe que a existncia legal da pessoa jurdica comea com o registro dos seus

atos constitutivos. Esses atos devero ser registrados no Cartrio do Registro Civil das

Pessoas Jurdicas.

No caso de sociedade empresria, porm, o contrato social dever ser registrado na Junta

Comercial. Uma sociedade de advogados ter seu registro na subseo da Ordem dos

Advogados do Brasil mais prxima.

Enquanto o ato constitutivo no for registrado, a pessoa jurdica no passa de uma mera

sociedade de fato.

c) Autorizao do governo

Apenas algumas sociedades necessitam dessa autorizao para constituio e funcionamento

vlido, tais como as seguradoras, instituies financeiras e administradoras de consrcios.

Autorizao um conceito de Direito Administrativo e ato do Poder Pblico unilateral,

precrio que concede o uso, liberao de um dado servio s Pessoas. O Poder que concede

passa a ser responsvel pelos atos praticados, que tem o dever de Fiscalizar, por exemplo:

Cooperativas, Bancos, Seguradoras de bens, etc. Logo, possui Responsabilidade o ente que

autorizou sobre as atividades desenvolvidas da pessoa autorizada.

Fim/extino da Pessoa Jurdica

Ocorre com o ato de averbao no respectivo registro, levado ao Cartrio no qual o Tabelio

ou notarial verificar eventuais pendncias por meio de certides negativas de dbito e os

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casos de fuso, incorporao, entre outros.

Domiclio das Pessoas Jurdicas

Art. 75. Quanto s pessoas jurdicas, o domiclio :

I da Unio, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territrios, as respectivas capitais;

III - do Municpio, o lugar onde funcione a administrao municipal;

IV das demais pessoas jurdicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e

administraes, ou onde elegerem domiclio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

Da Responsabilidade Civil

Trata-se de conseqncia jurdica patrimonial do descumprimento de relao

obrigacional, que faz surgir a Responsabilidade. Todos so capazes de direitos e

deveres/obrigaes na rbita Civil.

A obrigao pode ocorrer pelo descumprimento de um contrato - obrigao contratual e

tambm pela prtica de um ilcito civil - obrigao extracontratual, como no caso de um

acidente de trnsito. Ambas ensejam Responsabilidade Civil.

Entende-se por obrigao o vnculo abstrato de contedo patrimonial por meio do qual algum

se v compelido a dar, fazer, no fazer ou suportar algo.

Obrigao no se confunde com Responsabilidade, vez que; pode existir uma sem a outra e

vice-versa, por exemplo: o Cdigo Penal no permite o jogo de bicho, sendo, portanto, ilcito

penal, no poder este ganhador buscar o Poder Judicirio para compelir o devedor a pagar o

valor ganho, pois decorre de um ilcito penal, embora continue devedor (trata-se de obrigao

sem responsabilidade); e podemos mencionar o caso de um proprietrio de veculo que o

empresta seu automvel, caso surgir eventual infrao de trnsito de Responsabilidade do

proprietrio e no sendo ele o condutor da prtica da infrao, dever noticiar ao rgo de

Trnsito do verdadeiro infrator ou, ainda podemos citar o caso do Fiador que se compromete a

adimplir/pagar o valor dos alugueres caso o locatrio no o fizer (trata-se Responsabilidade

sem obrigao).

Dos Atos Jurdicos Lcitos e Ilcitos

Preliminarmente, para compreender os atos jurdicos lcitos e ilcitos devemos saber que h

Fato Natural e Fato Humano.

Fato todo acontecimento do mundo fenomnico.

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A doutrina define que h fato involuntrio de origem natural ordinrio (nascimento, os

cabelos brancos com a idade, morte, etc) ou de origem extraordinrio (tsunami, terremoto,

tempestade), decorrente de caso fortuito ou fora maior. Geralmente os ltimos no

indenizveis.

Fato Jurdico so todos os acontecimentos que geram reflexos/repercutem no ordenamento

jurdico, que gnero das espcies: Fato Jurdico em sentido estrito (chuva), Ato Jurdico

(consequncias determinadas pela lei e de forma unilateral, por exemplo no caso de

autorizao do porte de arma, Desapropriao, etc) e Negcio Jurdico (acordo de vontade,

com mltiplos efeitos, compra e venda, locao, etc).

Atos Jurdicos podem ser de origem de ato ilcito ou de atos lcitos e geram consequncias.

Ato Lcito - aquele praticado de acordo com o ordenamento jurdico, que no infringe

normas obrigatrias/cogentes. Dos atos lcitos decorre a obteno de direitos s partes.

Descreve o artigo 185, do Cdigo Civil:

Aos atos jurdicos lcitos, que no sejam negcios jurdicos, aplicam-se, no que couber, as

disposies do Ttulo anterior.

O Ttulo anterior trata da Invalidade dos Negcios Jurdico (Atos Nulos, Atos Anulveis).

Para a prtica de ato Lcito h exigncia de pressupostos legais que so previstos para todo e

qualquer ato.

Devemos compreender que o Ato Lcito tambm gera conseqncias no rbita Civil, como no

caso de interesse Pblico ou necessidade Social para Instalao de uma estao de metr em

determinado local que h um imvel de particular, o Estado ira desapropriar o Titular do

Imvel e por consequncia haver o justo ressarcimento em dinheiro por quele ato que

Lcito. Logo, h Ressarcimento por atos Lcitos e h Indenizao ou reparao por atos

Ilcitos.

Para a Validade de qualquer ato Jurdico ou Negcio Jurdico a lei exige requisitos.

Descreve o artigo 104, do Cdigo Civil:

A validade do negcio jurdico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel;

III - forma prescrita ou no defesa em lei.

A no observao dos requisitos de validade implicara como sano/consequncia na

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Nulidade ou Anulabilidade, que ser Nulo quando ofender norma de direito pblico e no

poder ser convalidado ou ratificado; Ser Anulado quando ofender norma dispositiva,

posto a disposio das partes e poder ser ratificada, convalidada. Vejamos o Legislador:

1) Sobre a Nulidade descreve o artigo 166, I do Cdigo Civil:

nulo o negcio jurdico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

II - for ilcito, impossvel ou indeterminvel o seu objeto;

III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilcito;

IV - no revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prtica, sem cominar sano.

Art. 169. "O negcio jurdico nulo no suscetvel de confirmao, nem convalesce pelo

decurso do tempo

2) Em relao Anulabilidade descreve o artigo 171, do Cdigo Civil:

Art. 171. Alm dos casos expressamente declarados na lei, anulvel o negcio jurdico:

I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vcio resultante de erro, dolo, coao, estado de perigo, leso ou fraude contra

credores.

Art. 172. O negcio anulvel pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

Ato Ilcito toda conduta praticada com infrao ao dever legal de no lesar a outrem.

, portanto, fonte de obrigao, para indenizar e/ou reparar o prejuzo (artigo 927, pargrafo

nico), das quais resulta diminuio patrimonial/dano, dai surgindo a responsabilidade. A

base legal est descrita nos Artigos 186, 187 combinado com o artigo 927, todos do Cdigo

Civil, assim descritos:

Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar

direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito que, ao exerc-lo, excede

manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos

bons costumes.

Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a

repar-lo.

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Pargrafo nico. Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos

casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do

dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Requisito do Ato Ilcito

Ao ou omisso (Conduta), que pode ser por ato prprio, por ato de terceiro que esteja

sob sua guarda/tutela e por danos causados por animais que lhe pertenam e, ainda no caso de

sua omisso de no observar o dever imposto a todos os membros da sociedade por exemplo

deixar de prestar socorro;

Culpa ou dolo do agente culpa que subjetiva e deve ser provada pela vtima que tem

o referido nus de provar. Em no provando no h em falar em responsabilidade.

Relao de causalidade elo entre a conduta do agente e o dano causado/lesivo que

deve estar presente.

Dano prejuzo suportado pela vtima, inclusive o esttico que deve ser certo,

conforme visto abaixo.

A principal alterao do novo Cdigo Civil foi no artigo 186 para constar a conjuno

aditiva e, uma vez que no cdigo anterior a expresso era a conjuno alternativa ou,

sendo importante alterao do Legislador, pois configuraria in tese Ato Ilcito o prprio

exerccio regular de um direito, como no caso do Cidado que se valesse de Ofendculos

perceptveis para

proteo da posse e hipoteticamente algum tentando praticar um furto viesse a se lesar,

poderia ele ir ao Poder Judicirio pleitear direito, uma vez a conjuno ou abarcaria o

conceito de Ilcito.

O artigo que vige fundamenta a necessidade de se reparar um dano causado em

decorrncia de um ato ilcito na esfera civil praticado com pelo menos culpa e utiliza as

mesmas expresses do Cdigo Penal:

Imprudncia o no agir com cautela, com cuidado; j a impercia a falta de especializao

que se esperava de determinado agente, no exerccio de determinada atividade e est

inserida/contido dentro da imprudncia. A negligncia o descuido, o desleixo, a atitude do

preguioso, presentes na Culpa do agente.

A legislao brasileira no faz distino entre os graus de culpa, assim, essa pode ser leve,

levssima, ou grave, que no se confunde com o dolo, visto que no dolo a conscincia do

carter lesivo.

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Configura conduta ilcita quele que excede no exerccio de um direito reconhecido, a

infringncia do princpio da boa-f e as relaes praticadas com habitualidade em determinado

local.

Podemos dar como exemplo no caso de um acidente de carro, onde ocorreram danos de pouca

monta, no valor de R$ 300,00 (quebra da lanterna) e o autor vai a juzo cobrar outros danos

que j estavam no carro, no montante de R$ 3.000,00 (lanterna, para-choque, farol, pintura,

etc).

Causas que excluem a Ilicitude Civil

Percebe-se que em princpio todo dano causado Ilcito Civil, porm h situaes que no so

considerados ilcitos, causas que justificam o ilcito. So aqueles atos praticados em legtima

defesa ou no exerccio regular de um direito reconhecido ou a deteriorao ou destruio da

coisa alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remover perigo iminente, no excedendo os limites

do necessrio. Trata-se de forma similar as causas de excludentes do artigo 23, do Cdigo

Penal.

Descreve o artigo 188, do Cdigo Civil

No constituem atos ilcitos:

I - os praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um direito reconhecido;

II - a deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remover

perigo iminente.

Pargrafo nico."No caso do inciso II, o ato ser legtimo somente quando as circunstncias

o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do indispensvel para a

remoo do perigo.

Consequncias do Ato Jurdico Ilcito gera o dever de indenizar/reparar o prejuzo

material e chamado de Perdas e Danos, nos termos do artigo 402, do Cdigo Civil que

descreve:

Salvo as excees expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor

abrangem, alm do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Dano a leso de qualquer bem jurdico, patrimonial, extra patrimonial ou moral, que

implique diminuio de bens jurdicos. Todo dano/prejuzo deve ser indenizado. Para se

calcular o valor do dano, no se leva em conta o grau de culpa. O clculo da indenizao

feito com base na extenso do prejuzo. Todo prejuzo que a vtima puder provar ser

indenizado. O dano deve ser certo e atual, ou seja, no se pode indenizar o dano futuro e

meramente hipottico. Compreendem-se como Perdas e Danos:

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1) Danos emergentes o que a pessoa efetivamente perdeu (danos positivos), por

exemplo, no caso de homicdio (artigo 121, do Cdigo Penal) pagamento de despesa com

tratamento da vtima, seu funeral e luto da famlia (padre, pastor, folhetos), artigo 948, I, do

Cdigo Civil.

2) Lucros cessantes o que a pessoa razoavelmente deixou de lucrar (danos negativos), por

exemplo: caso de homicdio pagamento dos alimentos indenizatrios s pessoas que do

morto dependiam.

Pode-se exemplificar na atividade de um motorista de txi, o qual tem como instrumento de

trabalho seu veculo, se eventualmente venha a sofrer uma coliso, o prejuzo material

chamado de danos emergentes, enquanto o dia que deixou de receber pelo trabalho de lucros

cessantes ou ainda o de um proprietrio de Posto de Gasolina incendiado em virtude de

exploso de veiculo de combustvel, etc.

Dano Moral Conceituado como aquele que no atinge o patrimnio (dano material), como

aquele que atinge os direitos da Personalidade, como a honra, a dignidade, a intimidade,

imagem, nome, corpo vivo, corpo morto, partes do corpo, etc, (vide artigo 5, V e X, da CF).

O artigo 186, do Cdigo Civil, prescreve que Aquele que (...), ainda que exclusivamente

moral.

Muito embora haja controvrsia da natureza jurdica do dano moral, tem prevalecido duplo

carter: Compensatrio vtima (consolo); e, Punitivo para o ofensor (sano como forma de

desestimulo a nova prtica).

Percebe-se que h Ilcitos Civis e Ilcitos Penais: o ilcito civil gera consequncia na esfera

patrimonial, at o limite deste; j o ilcito penal a consequncia pessoal, com a segregao

da liberdade da pessoa e no pode passar dela.

So excludentes de Responsabilidade

a) Culpa exclusiva da vtima foi ela quem causou a ocorrncia do resultado, por exemplo: se

mutilou para receber indenizao (se for concorrente atenua);

b) Culpa exclusiva de terceiro no admitido em algumas situaes, como no transporte de

pessoas, artigo 735, do Cdigo Civil, mas podemos citar o caso de o policial evitar o

atropelamento de uma criana e colidir com outro veculo;

c) Caso Fortuito e Fora Maior Evento totalmente imprevisvel (CF), FM evento previsvel,

mas inevitvel. (diferenciao de Orlando Gomes).

Exemplos jurisprudenciais:

1) H culpa exclusiva da vtima no Surfismo ferrovirio (toma choque eletropressao ou se

choca no poste). Observe se for embaixo culpa concorrente.

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2) STJ consolidou o entendimento pelo qual o assalto a mo armada constitui caso fortuito

ou fora maior, ao excluir a responsabilidade de transportadora de pessoas (empresa de

nibus). Tema divergente entre 3 e 4 turma, a 4 turma dizia que a empresa tinha que evitar

o assalto, mas como fazer isto? Logo, quem deve responder por falta de segurana o

Estado. (cai muito em concurso).

Exceo: Entretanto, segundo o prprio STJ (Eduardo Ribeiro), o Assalto a banco no

constitui caso fortuito ou fora maior, respondendo a instituio financeira.

Dos Bens Imveis e Mveis

Inicialmente, h discusso entre doutrinadores do direito o que vem a ser Bem, do que vem

a ser Coisa. Prevalece que Bem uma expresso ampla e pode ser entendida como tudo

aquilo que existe e coisa a sua espcie/individualizao deste Bem. Compreenda que na

maior parte das vezes so utilizadas como sinnimo.

Bens Imveis todo aquele que no pode ser transportado de um local para outro, o solo e

tudo quanto pode ser incorporado ao solo natural (rvores, plantas, etc) ou artificialmente

(casa, prdios, etc) e os que a lei determina (ex vi legis).

Descrevem os artigos 79, 80 e 81, do Cdigo Civil:

Art. 79. So bens imveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imveis e as aes que os asseguram;

II - o direito sucesso aberta.

Art. 81. No perdem o carter de imveis:

I - as edificaes que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas

para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prdio, para nele se reempregarem.

Por expressa previso legal so considerados bens Imveis as Aeronaves (tem Marca) e

Navios (tem nome) que exigem registro/escritura em livro prprio.

Estas fices jurdicas no so aplicveis para o Direito Penal, ou seja, permanecero a

ser considerados bens mveis e/ou coisas mveis, caso possam ser transportadas de um local

para outro e objeto material para o crime de Furto (Artigo 155, do Cdigo Penal)

Bens mveis todo aquele que pode ser transportado de um local para outro sem perder a

substncia ou valor econmico, so divididos em:

1) Bens mveis por natureza: podem ser de semoventes (que possuem movimento prprio

so os animais em geral, objetos, etc), e os mveis propriamente ditos (queles que permitem

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remoo por fora alheia, sem alterao da substncia ou dano, so os automveis, pertences

pessoais, etc).

2) Bens mveis por determinao legal: So todos aqueles que possuem valor econmico, tal

como a energia nuclear, gentica, eltrica, telefonia, etc. Conceitua os artigos 82 e 83, do

Cdigo Civil:

Art. 82. So mveis os bens suscetveis de movimento prprio, ou de remoo por fora

alheia, sem alterao da substncia ou da destinao econmico-social.

Art. 83. Consideram-se mveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econmico;

II - os direitos reais sobre objetos mveis e as aes correspondentes;

III - os direitos pessoais de carter patrimonial e respectivas aes.

Os bens mveis tm natureza jurdica diferente para sua aquisio, so adquiridos por mera

tradio (entrega do bem), enquanto que os bens imveis por meio de escritura pblica e

registro no cartrio de Registro de Imveis e, ainda necessitam da outorga do outro cnjuge

(uxria), quando casados, o que no acontece nos mveis.

Tem-se por direitos reais sobre objetos mveis o penhor de objeto no estabelecimento

bancrio, penhor rural, penhor de veculos (leasing) e sobre direitos pessoais a inveno,

atividades intelectuais; entenda como energia que tenha valor econmico, energia gentica,

nuclear etc.

Da Propriedade e Posse

Inicialmente propriedade uma garantia fundamental nos termos do artigo 5, caput, da

CF/88, porm no ilimitada, como nos casos de Necessidade ou interesse Pblico, meio

ambiente, etc.

Define-se Proprietrio: Aquele que exerce os poderes plenos sobre a coisa e contra todos que

eventualmente venha a ameaar, tomar, invadir seu domnio.

Proprietrio aquele que tem o ttulo de dono ou domnio.

Propriedade: o direito real pleno do titular sobre a coisa (bem), que poder buscar de

quem injustamente a possua ou detenha pelos meios e formas da lei. Descreve o artigo 1.228,

do Cdigo Civil, os poderes/atributos do proprietrio:

O proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-la do

poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

Verifica-se a qualidade de propriedade com a existncia de 03 (trs) atributos para com o

proprietrio/dono: 1) a faculdade de usar (morar), 2) gozar/fluir (locar) e de 3) dispor da coisa

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(vender); enquanto que o possuidor possui alguns destes atributos: o de usar ou de gozar.

Faltando o atributo de dispor que prprio do titular do bem.

A propriedade Decorre da lei, j a posse decorre de uma situao ftica.

Descreve o legislador que o possuidor possui algum dos poderes da propriedade, artigo

1.196, do Cdigo Civil:

Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos

poderes inerentes propriedade.

Conceitua-se Posse como sendo a exteriorizao do domnio (Upiano), quele que

aparenta/age como se dono fosse. O fato de algum conduzir um veculo ou residir em

determinado local lhe assegura o dever de proteger a coisa, opor a eventuais danos, como

possuidor ou detentor, muito embora no seja o proprietrio. Logo, um locatrio tem direitos

sobre a coisa, quando transferido algum dos poderes da propriedade e deve ser observado pelo

proprietrio enquanto separado dele, que poder responder por Invaso de Domiclio (Art.

150, CP), caso no os observe.

Caso de o Policial recebe o armamento, ele tem a posse, poder usar para o seu trabalho e

com ressalvas expressas para atividades extracorporao (gozar/fluir), jamais poder dispor do

bem (vender), caso o fizer responder pelo ilcito Penal Crime de Peculato (Art. 312, do CP) e

pelo Ilcito civil de reparar o dano.

Espcies de Posse

Posse direta e aquele que decorre da efetiva relao do proprietrio para com a coisa.

Posse indireta decorre de uma relao jurdica entre a pessoa e a coisa.

Essa classificao permite que tanto o possuidor direto, quanto o possuidor indireto, possa se

valer dos Institutos Possessrios.

Posse justa ocorre quando no h a violncia (desprendimento de fora fsica),

clandestinidade (ingresso feito as escondidas, ocultas) ou precariedade (existncia de contrato,

sem quebra de confiana).

Posse injusta e a inverso do conceito acima, violenta, clandestina e precria.

Descreve o artigo 1.200 do Cdigo Civil:

justa a posse que no for violenta, clandestina ou precria.

Posse de boa-f a que no contm qualquer dos vcios acima, sem expediente e malcias,

gera direitos de reteno por benfeitorias realizadas, direito a frutos e no responde por

deteriorao da coisa.

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Posse de m-f que possua os vcios acima, com malcias e expedientes e no geram

direitos.

A importncia de compreendermos essa classificao que elas influenciam diretamente na

proteo possessria e na aquisio da propriedade mediante usucapio, bem como na

indenizao, no caso de reintegrao de posse.

Posse com menos de dia e ano posse que no superou o lapso temporal de ano e dia,

no qual verdadeiro proprietrio/possuidor poder se valer de Liminar de Reintegrao de

Posse. clere, rpido o seu trmite.

Posse com mais de ano e dia o proprietrio/possuidor no poder utilizar das aes

que retiram o invasor da propriedade de forma clere/rpida. O processo no rito Ordinrio

que mais moroso.

Formas de Aquisio da Propriedade (Artigo 1.245 ao 1.248, do Cdigo Civil)

A aquisio pode ser classificada em:

1) Originria: quando no h transmisso de um sujeito para outro. Ex: Usucapio.

2) Derivada: aquela que se d em face de um negcio jurdico entre o que transmite e o que

adquire a propriedade. Exemplo: Compra e venda por meio de Instrumento Pblico.

Temos 04 formas de aquisio da propriedade:

1) Mediante o registro do ttulo no Cartrio de Registro de Imveis da localidade do Imvel.

Descreve o artigo 1.245, do Cdigo Civil:

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do ttulo translativo

no Registro de Imveis. ()

A transferncia far-se- no Cartrio da localidade por meio de livro prprio, e a verificao

pelo Oficial do Cartrio e qualquer irregularidade impedir o registro, conforme artigo 1.247,

do Cdigo Civil.

2) Por acesso que pode ser por:

- aluvio (que o aumento da propriedade decorrente da deposio de terras junto a terrenos

ribeirinhos, que so aqueles que esto s margens dos rios);

- avulso (que o deslocamento natural de parte de uma propriedade, ocorrendo a

incorporao outra propriedade);

- por formao de ilhas; por plantaes ou construes e por lveo abandonado (que a

mudana do curso de um rio). Artigo 1.248, do Cdigo Civil.

3) Pelo direito de herana compreende o conjunto de bens deixados pelo falecido, assim

considerados assim pela Segurana Jurdica em transmitir aos legtimos donos.

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4) Pela usucapio. Pelo uso continuo, ininterrupto e sem oposio de quem quer que seja de

um bem que no esteja cumprindo sua funo social.

A Usucapio uma das formas originrias de aquisio da propriedade para um e a perda para

outro, seja ela de bem mvel ou imvel. Para que algum possa adquirir a propriedade

atravs da usucapio, deve, obrigatoriamente, ter a posse do bem com o se dono fosse sem

oposio, que primeiro requisito.

O segundo requisito necessrio, que o bem possa ser usucapido, pois h restries a essa

regra que so os bens pblicos (artigo 183, 3, da CF Os imveis pblicos no sero

adquiridos por usucapio), os bens fora do comrcio ( por exemplo: a vida), as servides

no aparentes, as reas de proteo difusa (por exemplo, as reas de mananciais) e os bens que

decorrem de posse precria, que normalmente decorrem de relao contratual.

O terceiro requisito necessrio o lapso ou decurso de tempo.

Esses trs requisitos so necessrios para todas as espcies de usucapio.

Espcies de Usucapio

A Usucapio Constitucional pode ser Especial Urbano (pro misero), Especial Rural (pro

labore), Ordinrio e Extraordinrio.

A Usucapio Especial Urbano requer os pressupostos do artigo 1.240, do Cdigo Civil

e exige que:

a propriedade seja em rea urbana de at duzentos e cinquenta metros quadrados;

possuidor residir na propriedade por 05 (cinco) anos ininterruptos;

No sofrer oposio (questionamentos do porqu est no imvel);

utilizar a propriedade para sua moradia ou da famlia;

no ter outro imvel rural ou urbano

Art. 1.240. Aquele que possuir como sua, rea urbana de at duzentos e cinquenta metros

quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua

moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de

outro imvel urbano ou rural.

A Usucapio Especial Rural requer os pressupostos do artigo 1.239, do Cdigo Civil:

a propriedade seja em rea rural no superior a 50 hectares;

possuidor produza na terra (para subsistncia ou fins comerciais), por 05 anos ininterruptos;

No sofrer oposio (questionamentos do porqu est no imvel);

tenha a propriedade como sua moradia ou da famlia;

no ter outro imvel rural ou urbano.

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Art. 1.239. Aquele que, no sendo proprietrio de imvel rural ou urbano, possua como sua,

por cinco anos ininterruptos, sem oposio, rea de terra em zona rural no superior a

cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua famlia, tendo nela sua

moradia, adquirir-lhe- a propriedade.

A Usucapio Ordinria e Extraordinrio supletiva s mencionadas acima.

A Usucapio Ordinrio exige os requisitos do artigo 2.242, do Cdigo Civil:

prazo de 10 (dez) anos se possuidor estabeleceu no imvel sua moradia ou nele tenha

realizado obras ou servios ou,

prazo de 10 (dez) anos se o possuidor tem a posse continua, incontestada, com justo

ttulo e boa-f.

Art. 1.242. Adquire tambm a propriedade do imvel aquele que, contnua e

incontestadamente, com justo ttulo e boa-f, o possuir por dez anos.

Art. 1238, par. nico: O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se- h dez anos se o

possuidor houver estabelecido no imvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou

servios de carter produtivo.

Para a Usucapio Extraordinrio - artigo 1.238, do Cdigo Civil:

que possua o imvel por 15 (quinze) anos ininterruptos;

No sofrer oposio (questionamentos do porqu est no imvel).

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupo, nem oposio, possuir como seu

um imvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de ttulo e boa-f; podendo

requerer ao juiz que assim o declare por sentena, a qual servir de ttulo para o registro no

Cartrio de Registro de Imveis.

Usucapio de Bens Moveis exigido o prazo de trs anos, com justo ttulo e de boa f, ou o

prazo de cinco anos, se no possuir ttulo ou boa -f.

Lei 12.424, 16JUN11 art. 1240-A C.C usucapio familiar imvel urbano 250 m,

com 02 anos de lapso temporal (separao do casal).

Reintegrao de Posse

A legislao protege o possuidor e lhe assegura direitos contra atos de quem eventualmente

venham a perturbar, esbulhar, ameaar, sempre com a finalidade de manter a paz social.

exatamente por esse motivo que o artigo 1.210, do cdigo civil descreve que O possuidor

tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao, restitudo no de esbulho, e segurado

de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

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Em face do dispositivo poder o possuidor ir ao Poder Judicirio e pedir por meio de

Advogado a medida cabvel para proteo, Ao de Reintegrao da Posse (para quando for

retirado da posse, sofre esbulho), ou Ao de Manuteno de Posse (quando for molestado

p.ex: sujeito no deixa entrar ou sair) ou Ao de Interdito Proibitrio (quando sofre ameaa

de invaso, por exemplo: pessoas fazem acampamento defronte a propriedade), com

expedio de liminar, conforme estudado na posse com mais ou menos de ano e dia.

Descrevem o artigo 926 c/c artigo 461, pargrafo 5, do CPC:

Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao e reintegrado

no de esbulho.

Art. 461, 5o Para a efetivao da tutela especfica ou a obteno do resultado prtico

equivalente, poder o juiz, de ofcio ou a requerimento, determinar as medidas necessrias,

tais como a imposio de multa por tempo de atraso, busca e apreenso, remoo de pessoas

e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessrio com

requisio de fora policial. (Redao dada pela Lei n.10.444,de2002)

A posse diferencia-se da deteno, pois esta o poder de fato sobre a coisa que por expressa

excluso da lei no gera efeitos jurdicos prprios da posse. Temos como exemplo de

Deteno os casos de atos de mera tolerncia que no induzem em posse, como no caso do

cidado que se utiliza da torneira instalado na frente da propriedade para beber gua, que

tolerado, aceito pelo possuidor/proprietrio.

Direito de Famlia (Artigo 226, da Constituio Federal).

Atualmente, o conceito de famlia engloba o casamento, a unio estvel, relao por qualquer

um dos pais e seus descendentes (famlia monoparental) e a relao homoafetiva, por recente

deciso do Supremo Tribunal Federal.

Descreve o artigo 226, da Constituio Federal:

Art. 226. A famlia, base da sociedade, tem especial proteo do Estado.

1 - O casamento civil e gratuita a celebrao.

2 - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

3 - Para efeito da proteo do Estado, reconhecida a unio estvel entre o homem e a

mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua converso em casamento.

4 - Entende-se, tambm, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos

pais e seus descendentes.

5 - Os direitos e deveres referentes sociedade conjugal so exercidos igualmente pelo

homem e pela mulher.

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6 O casamento civil pode ser dissolvido pelo divrcio.

7 - Fundado nos princpios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsvel,

o planejamento familiar livre deciso do casal, competindo ao Estado propiciar recursos

educacionais e cientficos para o exerccio desse direito, vedada qualquer forma coercitiva

por parte de instituies oficiais ou privadas.

8 - O Estado assegurar a assistncia famlia na pessoa de cada um dos que a integram,

criando mecanismos para coibir a violncia no mbito de suas relaes.

Do Casamento (Artigo 1.517e 1.521, do Cdigo Civil)

Tratado no captulo II, da capacidade para o casamento, que a unio entre Homem e Mulher

com a finalidade de constituir Famlia, que no devem estar impedidos de casar ou em

situao de suspenso para o casamento.

Caractersticas Essenciais:

Diversidade de sexos. O casamento ser feito somente entre homem e mulher. Exige-se a

heterossexualidade, sob pena de inexistncia do casamento.

Consentimento. Deve haver vontade entre as partes. Para que o casamento tenha validade,

deve haver o consentimento pleno. Inexistindo o consentimento, inexistente o casamento.

Havendo consentimento mediante coao, o casamento anulvel.

Solenidade. O casamento um ato eminentemente solene.

Casamento de relativamente incapazes - necessrio o consentimento dos pais ou o

suprimento do consentimento pelo juiz (caso um dos pais no tenha dado o consentimento).

Casamento de pessoas abaixo da idade nbil - Homem e mulher, menores de 16 anos

encontram-se abaixo da idade nbil. No possuem capacidade matrimonial, conforme o artigo

1.517 do Cdigo Civil. Nesses casos, alm do consentimento dos pais, necessrio o

suprimento de idade pelo juiz. Em qualquer caso de casamento de menores, o regime adotado

ser sempre o de separao de bens (artigos 1.641, inciso III, do Cdigo Civil).

Descrevem os artigos 1.517 a 1520, do Cdigo Civil:

1.571. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorizao de

ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto no atingida a maioridade civil.

Pargrafo nico. Se houver divergncia entre os pais, aplica-se o disposto no pargrafo

nico do art. 1.631.

Art. 1.518. At celebrao do casamento podem os pais, tutores ou curadores revogar a

autorizao.

Art. 1.519. A denegao do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

27

Art. 1.520. Excepcionalmente, ser permitido o casamento de quem ainda no alcanou a

idade nbil (art. 1517), para evitar imposio ou cumprimento de pena criminal ou em caso

de gravidez.

Impedimentos para o casamento No podem casar nos termos do artigo 1521, incisos I a

VII, do Cdigo Civil:

No podem casar:

I- os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II- os afins em linha reta;

III- o adotante com quem foi cnjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV- os irmos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, at o terceiro grau inclusive;

V- o adotado com filho do adotante;

VI- as pessoas casadas;

VII- o cnjuge sobrevivente com o condenado por homicdio ou tentativa de homicdio contra

o seu consorte.

Unio Estvel (Artigo 1.724 ao 1.727, do Cdigo Civil)

a unio pblica, continua e duradoura de Homem e Mulher com o fim de constituir Famlia;

e por deciso do Supremo Tribunal Federal, a unio pblica, continua e duradoura de

pessoas do mesmo sexo (homoafetiva). Descrevem os artigos 1.723 ao 1.727, todos do

Cdigo Civil:

Art. 1.723. reconhecida como entidade familiar a unio estvel entre o homem e a mulher,

configurada na convivncia pblica, contnua e duradoura e estabelecida com o objetivo de

constituio de famlia.

1 A unio estvel no se constituir se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; no se

aplicando a incidncia do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou

judicialmente.

2 As causas suspensivas do art. 1.523 no impediro a caracterizao da unio estvel.

Art. 1.724. As relaes pessoais entre os companheiros obedecero aos deveres de lealdade,

respeito e assistncia, e de guarda, sustento e educao dos filhos.

Art. 1.725. Na unio estvel, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se s

relaes patrimoniais, no que couber, o regime da comunho parcial de bens.

Art. 1.726. A unio estvel poder converter-se em casamento, mediante pedido dos

companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.

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Art. 1.727. As relaes no eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar,

constituem concubinato.

Deveres dos cnjuges - Os direitos e deveres dos cnjuges (Poder Familiar) esto

descritos no artigo 1.566, do Cdigo Civil, que descreve:

So deveres de ambos os cnjuges:

I - fidelidade recproca;

II - vida em comum, no domiclio conjugal;

III - mtua assistncia;

IV - sustento, guarda e educao dos filhos;

V - respeito e considerao mtuos.

Art. 1.567. A direo da sociedade conjugal ser exercida, em colaborao, pelo marido e

pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.

Dos Alimentos (Artigo 1.694, do Cdigo Civil)

Alimentos so prestaes para atender necessidades indispensveis como sustento, vesturio,

instruo, assistncia mdica, habitao de quem no pode prov-las por si s. Visa fornecer a

um parente, cnjuge ou companheiro o necessrio sua subsistncia. Entre pais e filhos

menores, cnjuges e companheiros, existe um dever familiar de sustento e mtua assistncia

(art. 1.566, III e IV e 1.724, do CC).

A prestao alimentar pode surgir em decorrncia da lei, da vontade da parte e decorrente de

indenizao.

a) Prestao alimentar legal Artigo 1694, do Cdigo Civil: Podem os parentes, os

cnjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de

modo compatvel com sua condio social, inclusive para atender as necessidades de sua

educao.

Referida obrigao recproca entre pais e filhos e extensivo a todos os ascendentes.

O art. 733 do CPC, assim disciplinou:

Na execuo de sentena ou de deciso, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandar

citar o devedor para, em 03 (trs) dias efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a

impossibilidade de efetu-lo.

1 Se o devedor no pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe- a priso pelo prazo de 1

(um) a 3 (trs) meses.

Portanto, o artigo determina que o devedor no prazo de 03 (trs) dias efetue o pagamento,

justifique ou prove que o fez, caso contrrio ter sua priso administrativa decretada.

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Cabe ressaltar, que em caso de devedor funcionrio pblico, militar, diretor ou gerente de

empresa, bem como empregado sujeito legislao do trabalho, o juiz mandar descontar em

folha de pagamento a importncia da prestao alimentcia, nos termos do caput do art. 734

do CPC.

b) Prestao alimentar decorrente da vontade da parte: quela assumida deliberadamente

por quem no tinha obrigao legal de pagar alimentos e tambm por testamento (vide artigo

1920, do CC);

c) Prestao alimentar indenizatria resultantes da prtica de um ilcito e geram ao culpado

o encargo de prestar alimentos, como no caso de homicdio a indenizao de prestar alimentos

s pessoas a quem o morto os devia, levando em conta a durao provvel da vida da vtima;

no caso de ser o culpado pela separao judicial e divrcio, etc. O tema foi iniciado na

responsabilidade civil extracontratual.

Dos Contratos (que Negcio Jurdico)

Conceito de Contrato: o Negcio Jurdico ou acordo de vontade, entre duas ou mais pessoas,

com a finalidade de produzir efeitos no mbito do Direito.

Requisitos Gerais de Validade do Contrato

So os previstos no artigo 104, do Cdigo Civil: Agente Capaz, objeto lcito, possvel,

determinado ou determinvel, forma prescrita em lei ou no proibida.

Requisito especial dos contratos

o consentimento, podendo ser expresso ou tcito.

Classificao dos Contratos: podem ser Unilateral e bilateral.

O critrio diferencial o nmero de obrigaes. Os contratos unilaterais geram obrigao

apenas para um dos contratantes. Os contratos bilaterais geram obrigaes recprocas, so

chamados contratos sinalagmticos.

Podem ser tambm contrato gratuito e Oneroso.

Diferenciam-se no que diz respeito vantagem patrimonial. Os contratos gratuitos trazem

vantagens econmicas e patrimoniais somente para um dos contratantes (exemplo: doao);

os onerosos, para ambos (exemplos: compra e venda; seguro de vida etc.).

H outras classificaes, por exemplo, aleatrios - partes desconhecem desde logo qual seja a

prestao depende de acontecimento incerto e futuro, por exemplo seguro, loteria, etc

Contrato de Compra e Venda

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Contrato de compra e venda o contrato pelo qual o vendedor se obriga a entregar um bem e

o comprador compromete-se a pagar o preo.

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o

domnio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preo em dinheiro.

Caractersticas do Contrato de Compra e Venda

Bilateral: gera a obrigao para ambos os contratantes;

Oneroso: os contraentes auferem vantagem que corresponde a um sacrifcio, existindo

equilbrio econmico;

Consensual: a manifestao de vontade torna perfeito o contrato (artigo 482 do Cdigo Civil);

Informal: no exige forma predeterminada, salvo se o bem for imvel;

Efeitos da Compra e Venda

O vendedor dever fazer a entrega da coisa e o comprador pagar o preo.

Locao

Segundo Clvis Bevilqua, locao o contrato pelo qual uma das partes (locador), mediante

remunerao paga pela outra (locatrio), compromete-se lhe fornecer, durante certo lapso, o

uso e gozo de um bem infungvel ou a prestao de um servio.

Caractersticas do contrato de locao:

bilateral: as obrigaes so recprocas;

oneroso: as partes detm vantagens que provm de um sacrifcio;

comutativo: as partes sabem o que devem prestar, h equilbrio na relao;

consensual: basta a manifestao de vontades para formalizar o contrato;

de execuo continuada: so os que se cumprem por meio de atos reiterados. O vnculo

contratual perdura at o fim do prazo avenado para o trmino do contrato.

Lei que regula a Locao: 8.245/91.

Bibliografia

Cdigo Civil

Constituio Federal

Cdigo Penal

Roberto Gonalves, CARLOS, Direito Civil Parte Geral, editora Saraiva, 15 edio, 2007.

Diniz, MARIA HELENA, Curso de Direito Civil Brasileiro, 1 Volume, Teoria Geral do

Direito Civil, editora Saraiva, 12 edio, So Paulo.