direito ambiental

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Em observância a terceira parte do fórum, apresento caso ocorrido em MG. DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) irá compensar danos ambientais causados por obras na BR-050, no Triângulo Mineiro. O Ministério Público Federal (MPF) firmou acordo judicial com a referida autarquia e o Ibama para resolver os danos ambientais gerados pelas obras de duplicação e restauração do trecho da BR-050, que liga a cidade de Uberlândia/MG com as divisas entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. A ação civil pública ( processo nº 990-46.2012.4.01.3802) ajuizada em fevereiro de 2012 ,e homologada pelo juízo da 1ª Vara Federal de Uberaba, apontava em seus laudos a presença de danos como assoreamento de cursos d’agua em decorrência das obras, soterramento da vegetação nativa presente no curso das obras e ocorrência de pontos de erosões. Informa ainda, pela atuação do Ibama, que houve pontos de alagamento da vegetação, em razão de problemas provenientes da drenagem ou estrangulamento de fluxos de agua. Em decorrência dos danos gerados pelas obras, o Ibama autuou o Dnit em R$ 350 mil reais, sendo que dois anos depois ainda não haviam sido tomadas as medidas de recuperação ambiental. Em 2008 foram feitas 2 novas autuações em relação aos danos

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Direito Ambiental

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Page 1: direito ambiental

Em observância a terceira parte do fórum, apresento caso ocorrido em MG.

DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) irá compensar

danos ambientais causados por obras na BR-050, no Triângulo Mineiro.

O Ministério Público Federal (MPF) firmou acordo judicial com a referida autarquia e

o Ibama para resolver os danos ambientais gerados pelas obras de duplicação e

restauração do trecho da BR-050, que liga a cidade de Uberlândia/MG com as

divisas entre os estados de Minas Gerais e São Paulo.

A ação civil pública ( processo nº 990-46.2012.4.01.3802) ajuizada em fevereiro de

2012 ,e homologada pelo juízo da 1ª Vara Federal de Uberaba, apontava em seus

laudos a presença de danos como assoreamento de cursos d’agua em decorrência

das obras, soterramento da vegetação nativa presente no curso das obras e

ocorrência de pontos de erosões. Informa ainda, pela atuação do Ibama, que houve

pontos de alagamento da vegetação, em razão de problemas provenientes da

drenagem ou estrangulamento de fluxos de agua.

Em decorrência dos danos gerados pelas obras, o Ibama autuou o Dnit em R$ 350

mil reais, sendo que dois anos depois ainda não haviam sido tomadas as medidas

de recuperação ambiental. Em 2008 foram feitas 2 novas autuações em relação aos

danos ambientais, em relação a construção de viadutos e duplicação de pista, sendo

que somente no final de 2011 o MPF requisitou vistoria onde foi averiguado que

mesmo após sete anos os danos persistiam.

Diante de tal situação, em 2012 o MPF ingressou em juízo para obrigar o Dnit a

recuperar os danos ambientais causados por suas obras. O curioso é que o Ibama

também figurou na referida ação como réu, uma vez que devido sua inércia em

adotar medidas eficazes concorreu para a maior degradação ambiental.

Em dezembro de 2013 as duas autarquias celebraram Termo de Compromisso onde

foram estabelecidos critérios, procedimentos e responsabilidades para recuperar as

áreas degradadas. Após isso, lembra o MPF que as novas obras na BR-050 deverão

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acontecer de acordo com a concessão pública, firmada em 2013. Segundo Thales

Messias Pires Cardoso, Procurador da Republica, a partir do fim das obras a

responsabilidade pelas novas intervenções serão da concessionaria da rodovia, pois

houve o comprometimento de manutenção do trecho sob seu controle. Informa ainda

o Procurador, que o Dnit por sua vez ainda continua responsável pela reparação dos

danos causados anteriormente.

É clara a responsabilização cível da autarquia em relação aos danos ambientais

causados por obras de sua competência, uma vez que não foram observados os

requisitos de proteção e estudo de impacto ambiental. Mais gravoso ainda, que irá

pesar sobre sua responsabilização é o fato do tempo em que ficou se tomar as

medidas adotadas pelo Ibama, deixando os danos ambientais aumentarem

abruptamente, dificultando a recuperação do meio ambiente ali presente. O que

chama a atenção ainda é a conduta, em meu ver, correta do MPF ao indicar também

como réu na ação o Ibama por sua incompetência na fiscalização, deixando de

tomar as medidas administrativas necessárias para o cumprimento de suas

notificações.

www.prmg.mpf.mp.br/imprensa/noticias/meio-ambiente/dnit-compromete-se-a-

compensar-danos-ambientais-causados-por-obras-na-br-050-no-triangulo-mineiro