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Direito Ambiental Resumido

Direito Ambiental Edital Esquematizado TJPA 2014

Resumo de Direito Ambiental com foco no Edital da VUNESP Magistratura do TJPA - 2014Direito Ambiental

SumrioA Constituio e o Meio Ambiente. O artigo 225: objetivo, alcance e reflexos. Ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental. Natureza pblica da proteo ambiental. Tratados Internacionais sobre tema ambiental.61.A Constituio e o Meio Ambiente.6Histrico do direito Ambiental nas Constituies brasileiras6CONSTITUIO DE 19888Um captulo para o meio ambiente9Direito Ambiental como Direito Fundamental.12Responsabilidade por danos ambientais Informativo 538 STJ14Tutela constitucional do meio ambiente17DEVERES ESPECFICOS DO PODER PBLICO NA TUTELA DO MEIO AMBIENTE191.Preservao e restaurao dos processos ecolgicos essenciais.192.Promoo do manejo ecolgico das espcies e ecossistemas.193.Preservao da biodiversidade e controle das entidades de pesquisa e manipulao de material gentico.194.Definio de espaos territoriais protegidos195.Realizao de Estudo Prvio de Impacto Ambiental206.Controle da produo, comercializao e utilizao de tcnicas, mtodos e substncias nocivas qualidade de vida e ao meio ambiente.207.Educao Ambiental208.Proteo da Fauna e da Flora219.Meio ambiente e minerao2110.A responsabilidade cumulativa das condutas e atividades lesivas2111.Proteo especial s microrregies2212.Indisponibilidade de terras devolutas e de reas indispensveis preservao ambiental2213.O controle das usinas nucleares23Federalismo e Meio Ambiente. Sistemas de competncia dos Entes Federados.361.Repartio de competncias em matria ambiental36COMPETNCIA LEGISLATIVA38Competncia da UNIO38Competncia concorrente dos ESTADOS E DISTRITO FEDERAL39Competncia dos MUNICPIOS40COMPETNCIA MATERIAL41UNIO, ESTADOS E MUNICPIOS (COMPETNCIA COMUM)41UNIO (COMPETNCIA MATERIAL EXCLUSIVA)42ESTADOS (COMPETNCIA REMANESCENTE E EXPRESSA EM RELAO AO GS)44MUNICPIOS (CONCORRNCIA COMUM E SUPLETIVA ou concorrente implcita)45LEI COMPLEMENTAR 140/2011 REGULAMENTAO DA REPARTIO DE COMPETNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATRIA AMBIENTAL46I ESTRUTURA DA LC 14046II - DISPOSIES GERAIS47III - INSTRUMENTOS DE COOPERAO48IV - AES DE COOPERAO48COMPETNCIA DA UNIO49COMPETNCIA DOS ESTADOS50COMPETNCIA DOS MUNICPIOS51COMPETNCIA DO DISTRITO FEDERAL53OUTROS DESTAQUES DO CAPTULO53IV DISPOSIES FINAIS55CRITRIOS DEFINIDOS PELO STF PARA FIXAO DA COMPETNCIA AMBIENTAL (ANTES DA LC 140, MAS AINDA VLIDAS)55PRINCIPAIS MODIFICAES TRAZIDAS PELA LEI EM RELAO AO REGIME ANTERIOR56MAIORES MRITOS DA LC 140:60PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS AMBIENTAIS:60Fontes Normativas dos Princpios62Princpio da Supremacia do Interesse Pblico na Proteo do Meio Ambiente em Relao aos Interesses Privados62Princpio da Indisponibilidade do Interesse Pblico na Proteo do Meio Ambiente64Princpio da Interveno Estatal Obrigatria na Defesa do Meio Ambiente65Princpio da solidariedade intergeracional.65Princpio do desenvolvimento sustentvel.66Princpio do poluidor-pagador. (P)66Princpio do Usurio-Pagador.67Princpio da funo socioambiental da propriedade.68Princpio da preveno.70Princpio da precauo.71Princpio da Participao Popular na Proteo do Meio Ambiente:72Princpio da Avaliao Prvia dos Impactos Ambientais das Atividades de Qualquer Natureza73Princpio da Responsabilizao das Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente74Princpio do Respeito Identidade, Cultura e Interesses das Comunidades Tradicionais e Grupos Formadores da Sociedade75Princpio da Cooperao Internacional em Matria Ambiental76Deveres genricos do Poder Pblico em relao ao meio ambiente. Deveres especficos do Poder Pblico em relao ao meio ambiente.78Competncias administrativa, legislativa e jurisdicional em matria ambiental. Conservao Ecolgica. Proteo do Solo. Proteo do Ar. Proteo da gua. Proteo Marinha. Proteo Florestal. Proteo Fauna.78A comunidade e a tutela do ambiente. Poltica Nacional de Educao Ambiental. Participao popular na poltica pblica ambiental. Participao popular na administrao, no Parlamento e no Judicirio.78Responsabilidade Administrativa Ambiental. Responsabilidade Civil Ambiental. Dano e reparao.78Patrimnio ambiental natural. Ar, gua, Solo, Flora, Fauna, Patrimnio ambiental cultural. Patrimnio ambiental artificial. Patrimnio gentico, biotecnologia e biossegurana. Poltica Nacional da Biodiversidade. Espaos ambientais. Unidades de Conservao. S.N.U.C. Manejo sustentvel. Zoneamento Ambiental.78Licenciamento ambiental. Estudo prvio de impacto ambiental. EIA/RIMA.78Poluio da gua. Poluio Atmosfrica. Poluio Visual. Poluio por resduos slidos. Poluio por atividades nucleares. Agrotxicos.78Responsabilidade Ambiental. Sanes ambientais. Lei Federal 9.605/98.78tica Ambiental. Fundamento constitucional. Ecologia ou Antropologia. Estado Constitucional Ecolgico. A tica e o ambiente natural, cultural e artificial. A tica ambiental e o Estatuto da Cidade.78Tutela Extrajudicial do Meio Ambiente. Tutela judicial do Meio Ambiente: ao civil pblica, ao78popular, ao objetivando obrigao de no fazer ou de fazer. Ao demolitria. Mandado de78Segurana Coletivo. Mandado de Injuno Ambiental. Prescrio.78Poltica Ambiental e Urbanismo.78

A Constituio e o Meio Ambiente. O artigo 225: objetivo, alcance e reflexos. Ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental. Natureza pblica da proteo ambiental. Tratados Internacionais sobre tema ambiental. 1. A Constituio e o Meio Ambiente.A Constituio Federal de 1988 revelou a importncia que a sociedade, Estado e os instrumentos jurdicos devem ter quando se est diante de um bem jurdico ambiental, esta preocupao est evidenciada, pois, os constituintes partiram da seguinte premissa, proteger o meio ambiente, em ltima anlise, significa proteger a prpria preservao da espcie humana.Histrico do direito Ambiental nas Constituies brasileirasAs constituies que precederam a de 1988 jamais se preocuparam com a proteo do ambiente de forma especfica e global. Nelas, nem mesmo uma vez foi pregada a expresso meio ambiente, dando a revelar total inadvertncia ou at, despreocupao com o prprio espao em que vivemos.

Concluses: Desde a CF de 1934 todas mantiveram a proteo do patrimnio histrico, cultural e paisagstico do pas. O legislador NO se preocupava em proteger o meio ambiente de forma especfica e global. A tutela era pontual e fragmentria; A partir de 1934 os textos comearam a prever a funo social da propriedade. Apenas em 1960, o Brasil comeou realmente a se preocupar com os problemas ambientais, porm, o primeiro grande passo para a proteo ambiental ocorreu em 1970, quando o pas participou da 1 grande conferncia sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo em 1972.

Assim, o prprio Estado, a sociedade movimentos ambientalistas, ao contrrio senso, iniciou, juntamente com ambientalista. Buscava-se uma conscientizao publica para a preservao ambiental. Na dcada de 80, influenciado pela criao de um direito ambiental internacional o Brasil, promulgou Leis de extrema importncia para a tutela do Meio Ambiente. Uma delas a Lei n 6.938/81, que at hoje compe o nosso Ordenamento Jurdico, que trata, entre outra situaes, da responsabilidade civil por ato lesivo ao meio ambiente, criando instrumentos de preservao do dano. Nesta fase, o Estado Brasileiro j contava com Organizaes no-governamentais, instituies cientficas, engajados no s na fiscalizao do meio ambiente, como em buscar alternativas para a adequada explorao dos recursos ambientais.Presses sociais e econmicas internas e externas, na dcada de 80, culminaram na Promulgao, em 05 de outubro de 1988, da Carta Magna, que tratou o tema com extrema relevncia.Como afirma, em sua obra, Fernanda Luiza Fontoura de Medeiros:A partir da dcada de 80, as disposies legais referentes proteo ambiental apresentaram maior flego, culminando na Constituio Federal de 1988, que dedicou um captulo inteiro ao tema. A Lei n 6.803, de 1980, veio normatizar o zoneamento industrial nas reas crticas de poluio.Em 1981, podemos destacar a Lei n 6.902, que cria reas de proteo ambiental e as estaes ecolgicas, alm do advento da Lei n 6.938, que disciplinou e instituiu a Poltica Nacional do Meio Ambiente, adotando princpios e regras estabelecidas pela Carta resultante da Conferncia das Naes Unidas de Estocolmo, em 1972.Portanto, a constitucionalizao da proteo ambiental no Brasil muito recente e embrionria, se levarmos em conta os 500 anos da histria. Verifica-se que, so somente 17 anos de proteo prevista na Lei maior. A Constituio Federal de 1988 dispensou um Captulo inteiro a proteo do meio ambiente, o captulo VI do Ttulo VIII, com o artigo 225, seus pargrafos e incisos.CONSTITUIO DE 1988A CF 88 pode ser denominada verde, tal o destaque que d proteo ambiental.A dimenso conferida ao tema no se resume aos dispositivos concentrados, especialmente, no Captulo VI, do Ttulo VIII, dirigido ordem social; alcana da mesma forma, inmeros outros regramentos insertos ao longo do texto nos mais diversos Ttulos e Captulos, decorrentes do contedo multidisciplinar da matria. Artigo 170, caput:a ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observando os seguintes princpios:VIdefesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao.O preceito acima apontado teve sua redao dada pela emenda constitucional n 42/2003, porm, antes desta EC, j havia a previso neste mesmo inciso, o qual revelava a preocupao de ter como um dos princpios gerais da atividade econmica defesa do meio ambiente.A necessidade de assegurar a base natural da vida (natureza) coloca novas matizes na poltica econmica. , na verdade, o grande desafio das polticas econmicas. A necessidade de uma relao sustentvel entre o desenvolvimento e meio ambiente exatamente a mesma da irreversibilidade da dependncia da sociedade moderna dos seus avanos tcnicos e industriais. Assim, qualquer poltica econmica deve zelar por um desenvolvimento da atividade econmica e de todo seu instrumental tecnolgico ajustado coma conservao dos recursos naturais e com uma melhora efetiva da qualidade de vida da populao.O princpio contido no inciso IV, do artigo 170 da carta magna, revela a necessidade de haver um desenvolvimento econmico compatvel com o meio ambiente, mantendo-o ecologicamente equilibrado, gerando, dessa forma, o desenvolvimento e o uso sustentvel dos recursos naturais, neutralizando o crescimento econmico, e, o mercado de consumo, com a qualidade de vida e do meio ecolgico em que o indivduo se encontra inserido. Destarte, torna-se evidente a estreita relao entre a economia e o meio ambiente, e, portanto, tem como consequncia o carter econmico do direito ambiental. Assim, o desenvolvimento econmico, fundado na sustentabilidade dos recursos naturais, torna-se um tema de grande relevncia para a atual conjuntura socioeconmica.Jos Afonso da Silva, trata do tema em sua obra Direito Constitucional Ambiental, conceituando, inclusive o que seria o desenvolvimento sustentvel, da seguinte forma:So dois valores aparentemente em conflito que a Constituio de 1988 alberga e quer que se realizem no interesse do bem estar e da boa qualidade de vida dos brasileiros. Antes dela, a Lei 6938, de 31/08/1981 (arts. 1 e 4), j havia enfrentado o tema, pondo corretamente, como o principal objetivo a ser conseguido pela Poltica Nacional do meio ambiente, a compatibilizao do desenvolvimento econmico-social com a preservao da qualidade do meio ambiente e do equilbrio ecolgico. A conciliao dos dois valores consiste, assim, nos termos deste dispositivo, na promoo do chamadodesenvolvimento sustentvel,que consiste na explorao equilibrada dos recursos naturais, nos limites da satisfao das necessidades do bem-estar da presente gerao, assim como de sua conservao no interesse das geraes futuras.O direito ao meio ambiente, como direito de terceira gerao ou terceira dimenso, apresenta uma estrutura bifronte, cujo significado consiste em contemplardireito de defesa e direito prestacional.Parte superior do formulrioPara o Prof. JORGE MIRANDA, o direito ao ambiente um direito complexo, de estrutura bifronte, que fica sujeito ora ao regime dos direitos, liberdades e garantias (art. 17.), por ser um direito de natureza anloga, ora ao dos direitos econmicos, sociais e culturais. Ficar sujeito ao regime dos direitos, liberdade e garantias quando se mostre como sendo um direito de autonomia ou dedefesadas pessoas perante os poderes pblicos ou sociais que as condicionam e envolvam. Nesta hiptese, o direito ao ambiente tem por contrapartida o respeito, a absteno, ononfacere, e por objecto a conservaodo ambiente, consistindo isto na pretenso de cada pessoa a no ter afectadohoje, jo ambiente em que vive e em, para tanto, obter os indispensveis meios de garantia. Por sua vez, ficar sujeito ao regime dos direitos econmicos, sociais e culturais uma vez que um direito aprestaes positivasdo Estado e da sociedade, um direito a que seja criado um ambiente de vida humana, sadio e ecologicamente equilibrado art. 66., n.1 CRP).Um captulo para o meio ambienteArt. 225, seus pargrafos e incisos.Considerando-se que o artigo 225 da Constituio Federal dispe que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes, significa que o bem ambiental, quanto sua natureza, um bem difuso.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:I - preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas;II - preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico; III - definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo; IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade; V - controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais a crueldade. 2 - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo pblico competente, na forma da lei. 3 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. 4 - A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 5 - So indisponveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais. 6 - As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.Referido dispositivo compreende, segundo Jos Afonso da Silva, trs conjuntos de normas. H na Carta Magna um captulo prprio que tutela o meio ambiente, trata-se do Captulo VI do Ttulo VIII, que composto somente pelo artigo 225, possuindo 6 pargrafos e incisos, sendo este o enfoque maior deste captulo. O primeiro aparece no caput, aonde se inscreve a norma matriz, reveladora do direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; o segundo, encontra-se no 1, com seus incisos, que versa sobre os instrumentos de garantia e efetividade do direito anunciado no caput do artigo; o terceiro compreende um conjunto de determinaes particulares, em relao a objetos e setores, referidos nos 2 a 6, que, por tratarem de reas e situaes de elevado contedo ecolgico, merecem desde logo proteo constitucional.CF/88 Art. 225 e seus enfoques

A norma matriz cria um direito constitucional fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e, sendo assim, indisponvel. E esta indisponibilidade vem acentuada pelo fato de mencionar o interesse no s da presente, como das futuras geraes. Em segundo lugar, o meio ambiente considerado bem de uso comum do povo, o que o qualifica como patrimnio pblico a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo.Alm de, o meio ambiente ser bem de uso comum do povo, possuindo natureza difusa, reputado bem essencial sadia qualidade de vida. O Art. 225 da CF/88 cria para o Poder Pblico um dever constitucional, geral e positivo, representado por verdadeiras obrigaes de fazer, isto : defender e preservar o meio ambiente. Esta ao vinculada, saindo da esfera da convenincia e oportunidade, para ingressar num campo de imposio.De outro lado, deixa o cidado de ser mero titular (passivo) de um direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e passa tambm a ter a titularidade de um dever de defesa e preservao. Os titulares do bem jurdico meio ambiente no so apenas os cidados do pas as presentes geraes, mas, por igual, aqueles que ainda no existem e os que podero existir geraes futuras. Direito Ambiental como Direito Fundamental.

Mesmo fora do Ttulo especifico que trata dos direitos fundamentais, no h mais divergncia, nem da doutrina, nem mesmo no mbito Jurisprudencial, de que a proteo do meio ambiente, , irrefutavelmente, um direito e um dever fundamental da pessoa humana, consagrado na ordem constitucional brasileira. Assim, coaduna a nobre doutrina do Professor Paulo Bessa Antunes: a fruio de um meio ambiente saudvel e ecologicamente equilibrado foi erigida em direito fundamental pela ordem jurdica vigente.Com efeito, a expressodireitos fundamentaisaplica-se aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera constitucional de cada Estado de Direito. Portanto, em que pese existncia de inmeros conceitos, de diversos autores caracterizando e individualizando o significado da expressodireitos fundamentais, h uma inclinao favorvel ao conceito de Sarlet, onde, direitos fundamentais so:(...) todas aquelas posies jurdicas concernentes s pessoas, que, do ponto de vista do direito constitucional positivo, foram, por seu contedo e importncia (fundamentalidade no sentido material), integradas ao texto da Constituio e, portanto, retiradas da esfera de disponibilidade dos poderes constitudos (fundamentalidade formal), bem como as que, por seu contedo e significado, possam lhes ser equiparados, agregando-se Constituio material, tendo, ou no, assento na Constituio formal (...).Portanto, como dito acima, o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, um bem jurdico essencial boa qualidade de vida, e, de uso comum do povo. Ainda h, nocaput do artigo 225, a determinao de que a responsabilidade de defender e preservar o meio ambiente , do Poder Pblico, e, da coletividade estabelecendo, assim, a diviso dessa responsabilidade ambiental entre as geraes presentes e as que esto por vir.O pargrafo 2, do artigo 225, da Constituio Federal, estabelece que qualquer que explore os recursos ambientais devem, necessariamente, reparar o que foi degradado, em conformidade com a soluo tcnica exigida pelo rgo competente. O Pargrafo 3, juntamente com a Lei 6.938/81 (que ser analisada em subseo prpria), estabeleceram a responsabilidade objetiva do poluidor pelos danos ambientais, independentemente de culpa.A respeitada doutrinadora Annelise Monteiro Steigleder, com maestria leciona:A responsabilidade civil pelo dano ambiental, instituda pelo artigo 14 1, da Lei 6.938/81, encontra o seu fundamento axiolgico (valorativo) na prpria Constituio Federal, a qual incide diretamente sobre as relaes privadas, e passa ater uma funo especifica: servir a relao do dano ambiental autnomo, protegendo-se a qualidade dos ecossistemas, independentemente de qualquer utilidade humana direta e de regimes de apropriaes pblicos e privados. Esta percepo extrada do fatos de os pargrafos segundo e terceiro do artigo 225 tratarem de responsabilidade pelo dano ambiental logo aps o reconhecimento da importncia do direito em causa. Cuida-se, ento, de perceber que a responsabilidade ambiental pelo dano ambiental possui uma funo social que ultrapassa as finalidades punitiva, preventiva e reparatria, normalmente atribudas ao instituto. No se pode deixar de retratar, que, quando se est diante ao direito ao meio ambiente, quer-se simplesmente colocar que esse direito, em verdade, pressuposto de exerccio lgico dos demais direitos do homem, vez que, em sendo o direito vida o objeto do direito ambiental, somente aqueles que possurem vida, e, mais ainda, vida com qualidade e sade, que tero condies de exercitarem os demais direitos, nestes compreendidos os direitos sociais, da personalidade e polticos do ser humano.Portanto, o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, est intimamente ligado um dos princpios fundamentais da Repblica Federativa do Brasil, previstos no artigo 1 da Constituio federal, qual seja, a dignidade da pessoa humana (inciso III). Ademais, o direito ao meio ambiente equilibrado, tambm condiciona a livre iniciativa, previsto no mesmo artigo, inciso IV, pois este direito, somente ser tutelado pelo ordenamento jurdico, se estiver em conformidade com o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Coadunando com esse entendimento, Celso Antonio Paduco Fiorillo e Marcelo Abelha Rodrigues, citando o professor os mestres Canotilho e Vital Moreira, prelecionam:A defesa do meio ambiente pode justificar restries a outros direitos constitucionalmente protegidos. Assim, por exemplo, a liberdade de construo, que muitas vezes se considera inerente ao direito de propriedade, hoje configurada como liberdade de construo potencial, nas quais se incluem as normas de proteo ao meio ambiente.O prprio direito igualdade, previsto no artigo 5,caput,da constituio Federal, prejudicado quando no se tem um meio ambiente ecologicamente equilibrado, pois, s quem tem o poder econmico que se permite o uso de um ambiente ecologicamente equilibrado com a sadia qualidade de vida. O mesmo se aplica com relao ao direito social de habitao, previsto no artigo 6 da Constituio Federal, quando por uma deficincia da poltica urbana, por exemplo, no existam espaos habitveis que ofeream qualidade de vida para mais de 25 milhes de brasileiros, pertencentes ao grupo dos miserveis.Antes de finalizar o captulo, cabe demonstrar a classificao que a doutrina realizou acerca dos direitos fundamentais, levando-se em conta a ordem cronolgica e os acontecimentos sociais ocorridos ao longo da histria, como as Revolues Francesas e Industrial, desencadeadas nos fins dos sculos XVIII e XIX.Dessa forma, Alexandre de Morais, citando o Autor Manoel Gonalves Ferreira Filho, traz a seguinte classificao:Modernamente, a doutrina apresenta-nos a classificao de direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira geraes, baseando-se na ordem histrica cronolgica em que passam a ser constitucionalmente reconhecidos. (...) por fim, modernamente, protege-se, constitucionalmente:1. Como primeira gerao seria as dos direitos de liberdade. 2. Como segunda gerao os direitos de igualdade3. Como direitos de terceira gerao os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade, que englobam o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, uma saudvel qualidade de vida, ao progresso, a paz, a autodeterminao dos povos e a outros direitos difusos.Assim, complementaria o lema da Revoluo Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade.Dessa maneira, torna-se evidenciado a importncia dada pelo legislador ao direito ambiental, sendo esse direito de vital importncia para concretizao e eficcia social do princpio da dignidade da pessoa humana, preceito norteador de todo o Ordenamento Jurdico brasileiro.Responsabilidade por danos ambientais Informativo 538 STJO recente informativo 538 do STJ trouxe extenso julgado sobre a responsabilidade por danos ao meio-ambiente, com inmeras concluses relevantes:Legitimidade Ativa: para requerer indenizao por dano ambiental que resultou na reduo da pesca na rea atingida, legitimado o pescador profissional que apresente o registro como tal e a habilitao ao benefcio do seguro-desemprego durante o perodo de defeso;Natureza da Responsabilidade: a responsabilidade por dano ambiental objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo descabida a invocao, pela empresa responsvel pelo dano, de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigao de indenizar;Carter Punitivo: inadequado pretender conferir reparao civil dos danos ambientais carter punitivo imediato, pois a punio funo que incumbe ao direito penal e administrativo (afastou os punitive damages);Danos Morais: tribunal entendeu como adequado que cada pescador fosse indenizado em R$ 3.000,00 pelos danos morais individuais oriundos do acidente ambiental;Danos Materiais: no haver pagamento de indenizao por lucros cessantes, vez que no momento do acidente, estava em vigor o perodo do defeso (proibio de pesca), razo pela qual os pescadores no poderiam auferir tais receitas.

Art. 225 da CF/88Eleva o Direito ambiental aqualidade de direito fundamentalCria para o poder pblicouma obrigao geral positivaInclui o cidado como sujeitoativo nas relaes ambientaisPassa a ser titular de deveres:Dever constitucionalDefesaPreservaoDireito Fundamental de TERCEIRA GeraoUtilizao do Meio AmbienteResponsabilidade AmbientalFundamento axiolgico no art. 225 da CF/88 um conjunto de atitudes, individuais ou empresarias,voltado para o desenvolvimento sustentvel do planeta.Os chamados direitos de solidariedade ou fraternidadeEm decorrncia dessa qualidade temos:Tratados internacionais sobre meio ambiente aprovados Com qurum de EC so integrados ao ordenamento jurdico brasileiro como normas constitucionaisDefender e preservar o meio ambienteNo h discricionariedade, mas imposioResponsabilidade Civil Ambiental a situao de indenizar o dano moral ou patrimonial, decorrente de inadimplemento culposo, de obrigao legal ou contratual, ou imposta por leiResponsabilidade civil objetiva pura(Ambiental)Quando resultante de ato lcito ou de fato jurdico, como algum que age licitamente e, mesmo assim, deve indenizar o prejuzo decorrente de sua ao. Neste caso, a lei deve dizer, expressamente, que o indenizador deve indenizar independentemente de culpa, como nos danos ambientais (art. 14, 1, da Lei 6938/81), nos danos nucleares(art. 40, da Lei 6453/77)Funo SocialPunitivaPreventivaReparatria

Tutela constitucional do meio ambienteA Constituio Federal de 1988 foi a primeira a tratar do meio ambiente. Anteriormente a sua promulgao, o tema estava abordado somente de forma indireta, mencionado em normas hierarquicamente inferiores.Edis Milar (2005, p. 183) registra:A partir da Constituio Federal de 1988 o meio ambiente passou a ser tido como um bem tutelado juridicamente. Como bem coloca Jos Afonso da Silva (2004, p. 46), a Constituio de 1988 foi, portanto, a primeira a tratar deliberadamente da questo ambiental, trazendo mecanismos para sua proteo e controle, sendo tratada por alguns como Constituio Verde.A matria tratada em diversos ttulos e captulos. O Ttulo VIII (Da Ordem Social), em seu Captulo VI, no art. 225,caput, diz que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes (grifo nosso).Dessa forma, o Direito Constitucional brasileiro criou uma nova categoria de bem: o bem ambiental, portanto, um bem de uso comum do povo, e, ainda, um bem essencial sadia qualidade de vida.Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2003, p. 545) leciona que consideram-se bens de uso comum do povo aqueles que, por determinao legal ou por sua prpria natureza, podem ser utilizados por todos em igualdade de condies.Ou seja, so aqueles de que o povo se utiliza, sem restrio, gratuita ou onerosamente, sem necessidade de permisso especial. No cabe, portanto, exclusivamente a uma pessoa ou grupo, tampouco se atribui a quem quer que seja sua titularidade (FIORILLO, 2007, p. 67).Assim, nenhum de ns tem o direito de causar danos ao meio ambiente, pois estaramos agredindo a um bem de todos, causando, portanto, danos no s a ns mesmos, mas aos nossos semelhantes.No tocante sadia qualidade de vida, Paulo Affonso Leme Machado (2006, p. 120) observa que s pode ser conseguida e mantida se o meio ambiente estiver ecologicamente equilibrado. Ter uma sadia qualidade de vida ter um meio ambiente no poludo.O equilbrio ecolgico o equilbrio da natureza; estado em que as populaes relativas de espcies diferentes permanecem mais ou menos constantes, mediadas pelas interaes das diferentes espcies (ART, 1998, p. 194).O meio ambiente oferece aos seres vivos as condies essenciais para a sua sobrevivncia e evoluo. Essas condies, por sua vez, influem sobre a sade humana podendo causar graves consequncias para a qualidade de vida e para o desenvolvimento dos indivduos. Para o Ministro Slvio de Figueiredo Teixeira (2000, p. 15), a degradao ambiental coloca em risco direto a vida e a sade das pessoas, individual e coletivamente consideradas, bem como a prpria perpetuao da espcie humana. Da a importncia de termos um meio ambiente ecologicamente equilibrado.Tutela Constitucionaldo Meio AmbienteCF/88Direito ao Meio ambienteEquilibradoPrincpio fundamental da CF/88A primeira a tratar o MA. como bem constitucionalAntes apenas noras infraconstitucionais tratavam sobre o assuntoBem AmbientalBem de uso comum do povoLigado a Dignidade da pessoa humanaCondiciona a livre iniciativaFuno SocialPunitivaPreventivaReparatriaNatureza difusaTransindividualIndivisvelIndeterminado nmero de pessoasLigadas por circunstncias de fatoS ser exercida se estiver em conformidade como meio ambiente ecologicamente equilibradoPrincpio da Igualdade prejudicado quando no se tem um meio ambiente ecologicamente equilibrado

DEVERES ESPECFICOS DO PODER PBLICO NA TUTELA DO MEIO AMBIENTE1. Preservao e restaurao dos processos ecolgicos essenciais.Cuida-se de garantir, atravs de aes conjugadas de todas as esferas e modalidades do Poder Pblico, o que se encontra em boas condies originais, e de recuperar o que foi degradado. Por processos ecolgicos essenciais se pode subentender aqueles que garantem o funcionamento dos ecossistemas e contribuem para a salubridade e higidez do meio ambiente. 2. Promoo do manejo ecolgico das espcies e ecossistemas.Significa lidar com as espcies e conserv-las, e, se possvel, recuper-las. Prover o manejo dos ecossistemas quer dizer cuidar do equilbrio das relaes entre a comunidade bitica e seu habitat. Em caso de dvida, o gestor deve pautar-se pela soluo mais segura sob o ponto de vista ecolgico, uma vez que o patrimnio da coletividade deve ser assegurado.3. Preservao da biodiversidade e controle das entidades de pesquisa e manipulao de material gentico.No dizer da Conveno da Biodiversidade, esta vem a ser a variedade de seres que compe a vida na Terra, a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros ecossistemas aquticos e os complexos ecolgicos de que fazem parte; compreendendo, ainda a diversidade dentro de espcies, entre espcies e ecossistemas. Preservar a biodiversidade, significa reconhecer, inventariar, e manter o leque dessas diferenas de organismos vivos. Hoje existe uma grande preocupao no diz respeito ao patrimnio gentico. Foi no Frum sobre Biodiversidade, realizado em Washington, em 1986, que a questo foi posta como uma grande preocupao de nosso tempo, alertando para o desaparecimento acelerado das espcies, e colocando o assunto na agenda internacional. Adverte Laimert Garcia dos Santos que existem vrios indcios sugerindo como o terreno vem sendo preparado para a revoluo biolgica e a constituio do biomercado, da poltica de fuses que concentra os mesmos conglomerados: as indstrias de alimentos, farmacuticos, qumica e insumos agrcolas...4. Definio de espaos territoriais protegidos A definio de espaos territoriais especialmente protegidos a que alude a CF figura no rol dos Instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente, por fora de determinao da L. 7.804, de 18.07.1989, que deu nova redao ao art. 9, VI, da L. 6.938/81. Isto significa que estes espaos so um dos instrumentos jurdicos para implementao do direito constitucional ao ambiente hgido e equilibrado, em particular, no que se refere estrutura e funes do ecossistema. Existem quatro categorias fundamentais de espaos territoriais especialmente protegidos: As reas de proteo especial, As reas de preservao permanente, As reservas legais e As unidades de conservao.

5. Realizao de Estudo Prvio de Impacto AmbientalEIA destina-se preveno de danos. Foi inspirado em modelo americano e introduzido em nosso ordenamento pela lei 6.938/81, de 02.07.1980, que dispe sobre as diretrizes bsicas para zoneamento industrial nas reas crticas de poluio. Seu objetivo evitar que um projeto (obra ou atividade), justificvel sob o ponto de vista econmico, revele-se posteriormente nefasto ou catastrfico para o meio ambiente. Valoriza-se a vocao essencialmente preventiva do direito ambiental. Foi justamente para prever o dano, antes de sua manifestao, que se criou o EIA. Da a necessidade de que seja elaborado no momento certo: antes do incio da execuo, ou mesmo antes de atos preparatrios do projeto.A publicidade exigida pela norma constitucional possibilita a participao popular nas discusses e aferies do contedo dos estudos, contribuindo para seu aprimoramento.6. Controle da produo, comercializao e utilizao de tcnicas, mtodos e substncias nocivas qualidade de vida e ao meio ambiente.Permite-se aqui, a interferncia do Poder Pblico nas atividades econmicas de domnio privado para impedir a prtica danosa sade da populao ao meio ambiente.Levado a srio, tal dispositivo extremamente revolucionrio. Com efeito, no somente as substancias, mas tambm as tcnicas e mtodos, so considerados como fatores de danos reais ou potenciais ao meio ambiente. De modo implcito, so privilegiadas as chamadas tecnologias limpas.7. Educao AmbientalNo se trata de ser contra o progresso, mas de promover e compatibilizar o desenvolvimento econmico-social com os requisitos ambientais mnimos, utilizando e conservando de modo racional os recursos naturais e solidarizando-se sincronicamente (nos tempos presentes) e diacronicamente (atravs dos sucessivos tempos) com toda humanidade. 8. Proteo da Fauna e da FloraEsto protegidos todos os animais indistintamente, vez que todo ser vivo tem valor, funo e importncia ecolgica, seja como espcie ou como indivduo.No tocante flora, tem igual proteo, vez que estreita a ligao entre fauna e flora, expressada nas relaes ecossistmicas. Desta feita, as florestas, matas ciliares, os cerrados, o manguezal, e quaisquer formas de vegetao esto sob a proteo constitucional.9. Meio ambiente e mineraoA atividade da minerao possui interface direta com a realidade do meio ambiente, dado que no h como extrair um mineral sem danos. Aps consagrado interesse pblico existente sobre o aproveitamento dos minerais, imps ao minerador a responsabilidade de recuperar o meio ambiente degradado, segundo solues tcnicas exigidas pelo rgo pblico. Vale observar que, anteriormente, a Lei 6.938/81, art. 2, VIII, j se referia recuperao de reas degradadas como um dos princpios programticos informadores da Poltica Nacional do Meio Ambiente.O que o legislador quer que a prpria recuperao do dano ecolgico produzido pela minerao se faa de acordo com uma deciso tcnica. 10. A responsabilidade cumulativa das condutas e atividades lesivas Ao poluidor, nos termos da Constituio, aplicam-se medidas de carter reparatrio e punitivo. A danosidade ambiental, potencial ou efetiva, pode gerar uma trplice reao do ordenamento jurdico, ou seja, um nico ato pode detonar a imposio de sanes administrativas, penais e civis. Em mbito civil, a responsabilidade ambiental objetiva, ou seja, o dever de reparar exsurge com a simples presena do nexo causal entre a leso e uma determinada atividade. Em mbito penal, a responsabilidade subjetiva.Na esfera administrativa, o art. 70 da L. 9.606/98, considerou ilcito administrativo toda atividade contrria a quaisquer regras jurdicas de uso, gozo, promoo, proteo, e recuperao do meio ambiente. Da dizer-se que o fundamento da infrao administrativa to somente a ilicitude da conduta, considerada como qualquer violao ao ordenamento jurdico, independentemente da configurao de culpa em sentido lato, seno naqueles casos em que a lei expressamente exigir.

Vale referir tambm que a responsabilidade civil, segundo a teoria do risco integral, no admite as hipteses de excludentes do nexo de causalidade (fora maior, caso fortuito, e fato de terceiro), visto que s a existncia da atividade vinculada ao dano, faz nascer a obrigao reparatria. Contudo, administrativamente, porm, o risco no integral, constituindo as hipteses de fora maior, caso fortuito e fato de terceiro, excludentes de responsabilidade administrativa, exceto naqueles casos em que haja concausa, isto , ocorrncia de um resultado em funo da combinao do evento excludente com um comportamento omissivo ou comissivo do agente. Isto pq, a conduta do infrator ter concorrido para a realizao do ilcito administrativo.11. Proteo especial s microrregiesCinco regies entre os grandes biomas brasileiros, recebem tratamento particular em decorrncia das caractersticas de seus ecossistemas. So eles: Floresta Amaznica, Mata Atlntica, Serra do Mar, Pantanal Mato-grossense e Zona Costeira. To grande foi a preocupao do legislador constitucional com a manuteno desses vastos territrios, que os considerou patrimnio nacional, estabelecendo, em consonncia com a devida proteo aos direitos de terceira gerao, uma limitao ao seu uso, que s se dar na forma da lei e dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente.A expresso patrimnio nacional, a que se refere o dispositivo, no tem, evidncia, o sentido de propriedade federal ou do Estado, mas de riqueza que, neste pas, herdamos com a obrigao de preservar e transmitir s geraes futuras, sem perda, claro, de seu adequado aproveitamento econmico. Deveras, qualificado como bem de uso comum do povo, no integra o patrimnio disponvel do Estado. Portanto, o Estado no atua jamais como proprietrio deste bem, mas, diversamente, como simples administrador de um patrimnio que pertence coletividade. 12. Indisponibilidade de terras devolutas e de reas indispensveis preservao ambiental As terras devolutas ou arrecadadas pelo Estado por aes discriminatrias, desde que necessrias proteo de ecossistemas naturais, so consideradas indisponveis, segundo regra expressa no art. 225, 5 da CF.No atual quadro constitucional, as terras devolutas foram mantidas como bens pblicos, em razo da origem de seu domnio. Segundo prev a CF88, pertencem Unio aquelas indispensveis defesa das fronteiras, das fortificaes e construes militares, das vias federais de comunicao e preservao ambiental definidas em lei. As que sobejam, pertencem aos Estados Federados. A indisponibilidade independe da ao discriminatria. A indisponibilidade no pressupe a arrecadao, com julgamento final da ao de discriminao. determinada em razo da origem de seu domnio e da finalidade a que se destina. Com efeito, as terras devolutas que concorrem para a proteo de determinado ecossistema so indisponveis, por fora de mandamento constitucional, mesmo que ainda no incorporadas ao patrimnio pblico da Unio, em virtude de ao discriminatria. A Unio, como detentora do domnio, s pode dispor dessas terras devolutas na estrita conformidade da intentio legis, ou seja, com o cuidado de preservar os ecossistemas que abrangem ou dos quais elas faam parte. 13. O controle das usinas nuclearesAs usinas que operam com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas. Dessa forma, somente aps a edio de norma que regulamente a localizao de usina nuclear que o empreendimento, observado o prvio licenciamento ambiental, e outras exigncias de nossa legislao, poder ser efetivamente instalado.No que diz respeito forma, s a lei, no sentido estrito, ou seja, lei federal, poder dispor sobre a matria, pois a Constituio tambm elegeu o controle poltico, efetuado pelo Congresso Nacional, como forma de gesto das atividades nucleares.

Deveres especficos do Poder Pblico na Tutela do Meio AmbienteControle da produo, comercializao e utilizao de tcnicas, mtodos e substncias nocivas qualidade de vida e ao meio ambienteEducao AmbientalRealizao de Estudo prvio de Impacto AmbientalDefinio de espaos territoriais protegidosPreservao da biodiversidade e controledas entidades de pesquisa e manipulao de material genticoPreservao e restaurao dosprocessos ecolgicos essenciaisPromoo do manejo ecolgicodas espcies e ecossistemasAes conjugadas de todas as esferas e modalidades do Poder PblicoLidar com as espcies e conserv-las, e, se possvel, recuper-lasA biodiversidade, significa reconhecer, inventariar, e manter o leque dessas diferenas de organismos vivos.As reas de proteo especialAs reas de preservao permanenteAs reservas legaisAs unidade de conservaoEIA - Destina-se a preveno de danosRIMA - Relatrio de Impacto AmbientalPermite-se aqui, a interferncia do Poder Pblico nas atividades econmicas de domnio privado para impedir a prtica danosa sade da populao ao meio ambienteCompatibilizar o desenvolvimento econmico-socialcom os requisitos ambientais mnimos

Deveres especficos do Poder Pblicona Tutela do Meio AmbienteProteo da Fauna e da FloraMeio ambiente e mineraoA responsabilidade cumulativa dascondutas e atividades lesivasProteo especial s microrregiesIndisponibilidade de terras devolutas e de reas indispensveis preservao ambientalO controle das usinas nuclearesTodo ser vivo tem valor, funo e importncia ecolgicaRecuperao do dano ecolgico produzido pela mineraose faa de acordo com uma deciso tcnicaA danosidade ambiental, potencial ou efetiva, pode gerar uma trplice reao do ordenamento jurdico, ou seja, um nico ato pode detonar a imposio de sanes administrativas, penais e civis.

Floresta AmaznicaTerras devolutas foram mantidas como bens pblicosDevero ter sua localizao definida em lei federal,sem o que no podero ser instaladasMata AtlnticaSerra do MarPantanal Mato-grossenseZona Costeira

Questo CESPE TRF 2 Regio Juiz Federal - Direito Ambiental - Normas Constitucionais do Meio Ambiente, Normas Constitucionais.Assinale a opo correta a respeito do direito ambiental sob o foco constitucional.a) O MP tem o monoplio da ao penal por crimes ambientais e da ao civil pblica ambiental.b) A CF confere ao poder pblico e coletividade o dever de preservar o meio ambiente, incumbindo-lhes vrias atribuies especficas, inclusive a fiscalizao de entidades que manipulem material gentico.c) A partir do texto constitucional pode-se concluir que a produo de energia nuclear, a comercializao de medicamentos e o emprego de agrotxicos devem, obrigatoriamente, ser controlados pelo poder pblico.d) Proprietrio de pequeno imvel rural, mesmo que nele no resida, pode beneficiar-se de usucapio especial urbana.e) O princpio da responsabilidade ambiental entre geraes meramente prospectivo e, por isso, no est positivado na CF.Parte superior do formulrio

Comentrios:A. Errada. Conforme expressa previso do artigo 5. da Lei 7347 (Ao Civil Pblica) os legitimados para a propositura de ao civil pblica so:I - o Ministrio Pblico;II - a Defensoria Pblica; III - a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios; IV - a autarquia, empresa pblica, fundao ou sociedade de economia mista; V - a associao que, concomitantemente: a) esteja constituda h pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteo ao meio ambiente, ao consumidor, ordem econmica, livre concorrncia ou ao patrimnio artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico. DESSA FORMA, O MP no TEM O MONOPLIO PARA A AO CIVIL PBLICA AMBIENTAL. Ademais, por existir a ao penal privada subsidiria da pblica, O MP NO TEM MONOPLIO SOBRE A AO PENAL POR CRIMES AMBIENTAIS.B. Errada. A CF no confere a coletividade o dever de fiscalizao de entidades que manipulem material gentico, mas apenas do poder pblicoC. Correta. Energia Nuclear: Artigo (21, XXIII, A), (225, 6. CF) Comercializao de medicamentos: Artigo (200, I CF) (220, 4.) Emprego de Agrotxicos: (220, 4.).D. Errada. O usucapio especial urbano est previsto no artigo 1240 do CC: Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, rea urbana de at duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. Como a questo fala que ele proprietrio de um imvel rural, o indivduo no pode adquirir o imvel urbano sob esse instituto.E. Errada. Previso expressa no artigo 225 CF.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.QUESTO - FCC 2012 PGE-SP PROCURADOR O artigo 225 da Constituio Federal estabelece que constituem patrimnio nacional, com utilizao prevista na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais, as seguintes regies do Brasil: a) A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, o Cerrado, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. b) A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Caatinga, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. c) A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. d) A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e o Pampa gacho. e) A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Caatinga, o Cerrado, o Pampa gacho e a Zona Costeira.COMENTRIOS: ART. 225; INCISO VII E PARAGRAFO 4 DA CF. 4 A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.QUESTO - FCC 2012 PGE-SP PROCURADOR Segundo o 1o do artigo 225 da Constituio Federal, so deveres especficos do Poder Pblico na tutela do meio ambiente, a) preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas e exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade. b) autorizar, por decreto do executivo federal, a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente e desenvolver a Zona Costeira. c) preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico e definir, por decreto do executivo federal, a localizao de usinas que operem com reatores nucleares. d) definir, na Floresta Amaznica brasileira, espaos territoriais e seus componentes a serem especial- mente protegidos sendo a alterao e a supresso permitidas por decreto do executivo federal, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo. e) preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico e disciplinar o uso de biocidas que garantam o uso adequado de tecnologia transgnica.RESPOSTA: A.COMENTRIOS CONFORME ART. 225 DA CF.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:I - preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico;III - definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo; IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;V - controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais a crueldade. 2 - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo pblico competente, na forma da lei. 3 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. 4 - A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 5 - So indisponveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais. 6 - As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.

a) preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas e exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade.(CERTO: INCISOS I E IV).b)autorizar, por decreto do executivo federal, a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente e desenvolver a Zona Costeira. (ERRADO: INCISO V - O CONTROLE INCUMBNCIA DO PODER PBLICO).c) preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico e definir,por decreto do executivo federal,a localizao de usinas que operem com reatores nucleares. (ERRADO: INCISO II E INCISO VII - LEI FEDERAL QUE DEFINIR AS REAS DE ATUAO DAS USINAS NUCLEARES). 6 - As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladasd) definir, na Floresta Amaznica brasileira, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidossendo a alterao e a supresso permitidas por decreto do executivo federal,vedadaqualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo. (ERRADO: INCISO III - NO na Floresta amaznica, mas em QUALQUER UNIDADE DA FEDERAO, PERMITIDA A SUPRESSO E A ALTERAO SOMENTE ATRAVS DE LEI, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo)e) preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico e disciplinar o uso de biocidas que garantam o uso adequado de tecnologia transgnica. (ERRADO: INCISO II). No existe tal previso no artigo 225 da CF/88.CESPE 2012 MPE-RR Ministrio PblicoConsiderando o direito ambiental constitucional, assinale a opo correta.a) Ao estabelecer que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, a CF atribui ao direito ambiental o status de direito humano fundamental, sendo, portanto, equivalentes s emendas constitucionais os tratados e convenes internacionais, em matria ambiental, aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros. b) A funo social da propriedade rural alcanada quando ela atende, alternativamente, ao requisito de aproveitamento racional, ou utilizao adequada dos recursos naturais disponveis, com preservao do meio ambiente, ou explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.c) A defesa do meio ambiente dever do poder pblico e da coletividade, aos quais compete promover, respectivamente, a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente.d) A competncia legislativa para tratamento dos temas ambientais privativa da Unio, como, por exemplo, a criao de normas de direito processual civil coletivo, a desapropriao de imveis para criao de espaos protegidos, os usos mltiplos de gua e a gerao de energia e extrao mineral. e) Constituem patrimnio nacional os stios de valor ecolgico, tais como a floresta amaznica, a mata atlntica, a serra do Mar, o pantanal mato-grossense e a zona costeira.Comentrios:LETRA "A". Correta.A declarao de Estocolmo/1972 estabeleceu o seguinte princpio, dentre outros:1 - O homem tem direito fundamental liberdade, igualdade e condies de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e portador solene de obrigao de proteger e melhorar o meio ambiente, para as geraes presentes e futuras.O art. 5, 2, da CF dispe que: Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte. Decorre desse dispositivo que os direitos fundamentais expressos no art. 5 no constituem um rol taxativo.

Combinando o art. 5, 2, da CF com o princpio 1 da Declarao de Estocolmo, podemos afirmar que o direito ao meio ambiente equilibrado um direito fundamental.Como direito fundamental, aplica-se-lhe o disposto no art. 5, 3, da CF, litteris: Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais.b) ERRADA. No alternativamente, mas simultaneamente, vejamos:Art. 186. A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:I - aproveitamento racional e adequado;II - utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;III - observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;IV - explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.

c) A defesa do meio ambiente dever do poder pblico e da coletividade, aos quais compete promover, respectivamente, a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:VI - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente;A primeira parte da assertiva est correta, mas na segunda parte, como se pode perceber as duas competncias so do poder pblico e no da coletividade.d) Com relao letra d, apesar de um erro notvel na primeira parte referente competncia concorrente para o tratamento de temas ambientais, que na questo fala que privativo, tem uma pegadinha na segunda parte que poderia atrapalhar e confundir os candidatos, deixando-os na dvida, uma vez que na hora da prova, a presso grande. Apesar da competncia para tratar temas ambientais ser concorrente entre Unio, Estados e Distrito Federal, para os temas especficos trazidos na segunda parte da questo (criao de normas de direito processual civil coletivo, a desapropriao de imveis para criao de espaos protegidos, os usos mltiplos de gua e a gerao de energia e extrao mineral) a competncia privativa da unio. Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;II - desapropriao;IV - guas, energia, informtica, telecomunicaes e radiodifuso;XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia.

LETRA E: CF, art. 225, 4 - A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. (no h meno h stios de valor ecolgico).

TJ-PR juiz 2012.Com base nas normas constitucionais, considere as seguintes afirmativas:

1. As usinas que operam com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas. 2. Os estados exercero a competncia legislativa plena se no existir lei federal sobre normas gerais envolvendo a tutela ao meio ambiente. 3. A Constituio Federal prev que o meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso especial, sob domnio do Estado, e sua utilizao se d por interesse da administrao. 4. A competncia administrativa em matria ambiental , em regra, comum Unio, Estados-membros, Municpios e Distrito Federal.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 1 e 4 so verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 so verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 3 so verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 so verdadeiras.

Comentrios:A assertiva D est correta:

1. As usinas que operam com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas. (CORRETA)Art. 225 da CF: 6 - As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas. 2.Os estados exercero a competncia LEGISLATIVA plena se no existir lei federal sobre normas gerais envolvendo a tutela ao meio ambiente. (CORRETA)

Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE sobre:

VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio; 3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 3. A Constituio Federal prev que o meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso especial, sob domnio do Estado, e sua utilizao se d por interesse da administrao. (ERRADA) Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de USO COMUM do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 4. A competncia ADMINISTRATIVA em matria ambiental , em regra, COMUM Unio, Estados-membros, Municpios e Distrito Federal. (CORRETA)

Art. 23. competncia COMUM da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios:VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; OBS: COMPETNCIA LEGISLATIVA- CONCORRENTE COMPETNCIA MATERIAL OU ADMINISTRATIVA - COMUM

VUNESP 2012 UFBA PGE-PA ProcuradorAnalise as proposies a seguir: I - Nos termos do art. 225 da CF/88, o Poder Pblico tem o dever de preservar o meio ambiente. Trata-se de um dever fundamental, que no se resume apenas em um mandamento de ordem negativa, consistente na no degradao, mas possui tambm uma disposio de cunho positivo que impe a todos - Poder Pblico e coletividade - a prtica de atos tendentes a recuperar, restaurar e defender o ambiente ecologicamente equilibrado. II - A elaborao do plano de manejo essencial para a preservao da Unidade de Conservao, pois nele que se estabelecem as normas que devem presidir o uso da rea e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade (art. 2, XVII, da Lei n. 9.985/2000). III - A omisso do Poder Pblico na elaborao do plano de manejo e gesto de uma Unidade de Conservao coloca em risco a prpria integridade da unidade de conservao, e constitui-se em violao do dever fundamental de proteo do meio ambiente. IV - A Unio pode ser obrigada ao repasse de verbas, para que o rgo ambiental federal realize todos os procedimentos administrativos necessrios elaborao do plano de gesto de uma APA criada em rea que integra o patrimnio pblico federal (art. 20, inciso VII, da CF). De acordo com as proposies apresentadas, assinale a alternativa CORRETA:a) Todas as proposies esto corretasb) Apenas uma das proposies est corretac) Apenas duas proposies esto corretasd) Apenas trs proposies esto corretase) Todas as proposies esto incorretas

DIREITO AMBIENTAL E PROCESSUAL CIVIL. AUSNCIA DE VIOLAO DO ART. 535 DO CPC. REA DE PROTEO AMBIENTAL DA BALEIA FRANCA. ELABORAO DO PLANO DE MANEJO E GESTO. ASPECTO POSITIVO DO DEVER FUNDAMENTAL DE PROTEO. DETERMINAO PARA QUE A UNIO TOME PROVIDNCIAS NO MBITO DE SUA COMPETNCIA. LEGITIMIDADE PASSIVA. ASTREINTES. POSSIBILIDADE DE COMINAO CONTRA A FAZENDA PBLICA. VALOR FIXADO. SMULA 7/STJ.1. Inexistente a alegada violao do art. 535 do CPC, pois a prestao jurisdicional foi dada na medida da pretenso deduzida, como se depreende da anlise do acrdo recorrido. O Tribunal de origem, inclusive, acolheu em parte os embargos de declarao para complementar o acrdo no que diz respeito ao exame da remessa necessria. 2. Nos termos do art. 225 da CF, o Poder Pblico tem o dever de preservar o meio ambiente. Trata-se de um dever fundamental, que no se resume apenas em um mandamento de ordem negativa, consistente na no degradao, mas possui tambm uma disposio de cunho positivo que impe a todos - Poder Pblico e coletividade - a prtica de atos tendentes a recuperar, restaurar e defender o ambiente ecologicamente equilibrado. 3. Nesse sentido, a elaborao do plano de manejo essencial para a preservao da Unidade de Conservao, pois nele que se estabelecem as normas que devem presidir o uso da rea e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade (art. 2, XVII, da Lei n. 9.985/2000). 4. Portanto, a omisso do Poder Pblico na elaborao do plano de manejo e gesto da APA da Baleia Franca coloca em risco a prpria integridade da unidade de conservao, e constitui-se em violao do dever fundamental de proteo do meio ambiente. 5. Ademais, a instncia ordinria determinou apenas que a Unio tome providncia no mbito de sua competncia, mais precisamente, no repasse de verbas, para que o IBAMA/ICMBio realize todos os procedimentos administrativos necessrios elaborao do plano de gesto da APA da Baleia Franca, criada em rea que integra o patrimnio pblico federal (art. 20, inciso VII, da CF). Portanto, no h que se falar em ilegitimidade da Unio para figurar no plo passivo da presente demanda. 6. pacfico na jurisprudncia desta Corte Superior a possibilidade do cabimento de cominao de multa diria - astreintes - contra a Fazenda Pblica, como meio coercitivo para cumprimento de obrigao de fazer. 7. No caso concreto, a fixao das astreintes no se mostra desarrazoada primeira vista, motivo pelo qual, no h como rever o entendimento da instncia ordinria, em razo do bice imposto pela Smula 7/STJ. Recurso especial do IBAMA e o da UNIO improvidos. (REsp 1163524/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2011, DJe 12/05/2011)

Federalismo e Meio Ambiente. Sistemas de competncia dos Entes Federados. 1. Repartio de competncias em matria ambientalSegundo a maioria dos doutrinadores brasileiros, a repartio de competncias o tema mais controvertido de Dir. Ambiental, pelos seguintes motivos:

a) Pela primeira vez, nossa Constituio (de 1988) distinguiu, em matria ambiental, competncias administrativas e legislativas (anteriormente quem legislava era quem tinha o poder de atuar); b) A CF/88, ao estabelecer referidas competncias, estabeleceu rol de competncias tanto comuns (administrativas) quanto concorrentes (legislativas), sem fixar, com segurana, onde comea e termina a atuao de cada ente, gerando superposio de competncias; c) O legislador constituinte utilizou-se de conceitos jurdicos indeterminados como interesse local e normas gerais, bem como a doutrina e a jurisprudncia tambm os utiliza, sem definir com precisamente seu contedo, a exemplo do que seria predominncia de interesse; d) Os bens tutelados pelo Dir. Ambiental tm natureza difusa, cabendo a todos (Poder Pblico e coletividade) sua proteo; e) Apenas 23 anos aps a vigncia da CF/88 houve a promulgao da Lei Complementar que regulamenta a repartio de competncias administrativas em matria ambiental que, por sua vez, j est sendo impugnada no Supremo por supostas inconstitucionalidades, confirmando, assim, as controvrsias a respeito. A repartio da competncias nas Federaes matria reservada Constituio, sendo emanao direta da prpria estruturao do Estado Federal, caracterizado pela diviso do poder poltico em diversas esferas, notadamente no Brasil onde o Municpio ente federativo. Para Jos Afonso da Silva, competncia a faculdade juridicamente atribuda a uma entidade, ou a um rgo ou agente do Poder Pblico para emitir decises. Competncias so as diversas modalidades de poder de que se servem os rgos ou entidades para realizar suas funes. O que norteia a repartio de competncias a predominncia do interesse, segundo o qual caber Unio aquelas matrias de predominante interesse geral, nacional, ou regional (quando ultrapassem mais de um Estado), ao passo que aos Estados tocaro as matrias e assuntos de predominante interesse regional (rectius: estadual), e aos Municpios os predominantes interesses locais.

Assim, Terence Dornelles Trennepohl aconselha que, diante da dvida em responder um quesito sobre competncia, verifique sempre a qual ente da federao mais condizente a defesa do meio ambiente em questo. Metade da questo estar respondida!.A Constituio de 88 busca o equilbrio federativo (Federalismo cooperativo) atravs de uma repartio de poderes que se fundamenta na tcnica da enumerao de poderes da Unio, dos poderes remanescentes para os Estados e poderes definidos indicativamente para os Municpios. Tambm verificamos reas comuns de atuao paralela e setores concorrentes entre Unio e Estados, em que se outorga primeira as normas gerais e aos ltimos as normas especficas (CF, art. 24, 1 e 2), bem como, e ainda, suplementao pela legislao municipal nos casos de interesse local (CF, art. 30, I e II). Assim, nos artigos 21 e 23 da CF (artigos mpares) temos as competncias administrativas, enquanto que nos arts. 22 e 24 (artigos pares) temos as competncias legislativas.Subdividem-se, pois, as competncias em:

(A. Arajo A Cf de 88 adota, em matria de repartio de competncias entre os entes polticos, tanto a tcnica de repartio horizontal separar radicalmente a competncia dos entes federativos - como a vertical objetiva dividir uma mesma matria em diferentes nveis.)COMPETNCIA LEGISLATIVA de grande relevncia examinar a diviso da competncia legislativa em matria ambiental, pois h vrios campos em que os limites so imprecisos e vagos, ocorrendo superposio legislativa. Competncia da UNIOA Unio detm competncia privativa e concorrente para legislar sobre o meio ambiente. No primeiro caso, a matria, em princpio, deve ser tratada pela Unio com exclusividade, com fulcro no princpio da predominncia do interesse, no obstante exista a possibilidade de delegao. Nos termos do art. 22 da CF/88:Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:IV guas, energia, informtica, telecomunicaes e radiodifuso;XII jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;XIV populaes indgenas;XVIII sistema estatstico, sistema cartogrfico e de geologia nacional;XXVI atividades nucleares de qualquer natureza.Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.Ressalte-se que a autorizao, mediante lei complementar, aos estados para legislar sobre matrias do artigo 22 tem que ser especfica, sendo vedada a delegao genrica de toda uma matria. Ressalte-se, ainda, que o fato de ser da Unio o poder legiferante no significa, em princpio, que s a ela caiba a fiscalizao. Estados e Municpios podem e devem zelar pela proteo do meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas.Compete-lhe, ainda, na seara das atribuies concorrentes, estabelecer normas gerais sobre as matrias discriminadas no art. 24 da CF/88:Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:I direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;VI florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio;VII proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico e paisagstico;VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; 1 No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-se- a estabelecer normas gerais; 2 A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementar dos Estados. 3 Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 4 A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.Exemplo de norma geral da Unio em matria ambiental o Cdigo Florestal, que dispe, entre outras coisas, sobre a proteo da vegetao nativa. Nada impede que os Estados instituam tambm seus Cdigos Florestais, desde que no disponham de forma contrria ao Cd. Nacional. Outro exemplo de norma geral a Lei do Saneamento Bsico (Lei 11.445/07).Observe-se, contudo, que normal geral no o mesmo que norma genrica. Segundo a melhor doutrina, geral o interesse abarcado pela norma e no a regulamentao em si, podendo a lei geral tratar uma questo de forma pormenorizada. Por exemplo: largura mnima de 30 metros para faixas marginais ao longo das bordas de determinados cursos dgua fixada pelo Cdigo Florestal. norma geral, apesar de detalhista. Assim, a anttese da normal geral a norma particular, que adentra a peculiaridade de determinado Estado ou Municpio, sendo, esta inconstitucional. Por outro lado, uma norma que diga respeito apenas a determinada rea do Brasil como, v.g., a Lei da Mata Atlntica, tambm considerada norma geral.Competncia concorrente dos ESTADOS E DISTRITO FEDERALOs Estados e o Distrito Federal legislam concorrentemente sobre as matrias consignadas no j transcrito art. 24 da CF. Em regra, tais entes federados no possuem competncia enumerada, sendo identificada por excluso quando no for privativa na Unio e dos Municpios ou por se tratar de competncia concorrente quando possuir competncia em conjunto com a Unio.O Cdigo de Pesca (Decreto-lei 221/67) passou a ser considerado norma geral com a CF/88. Inmeras normas estaduais trouxeram especificaes, mas sempre em consonncia com aquele diploma legal, sob pena de inconstitucionalidade.No mbito da competncia concorrente-suplementar dos Estados (art. 24, CF), inexistindo lei geral da Unio acerca de determinado assunto os Estados (ou o DF) exercero a competncia plena. A supervenincia da lei federal suspender a eficcia da lei estadual (ou distrital) no que lhe for contrrio.

H casos em que os Estados possuem competncia expressa. Conforme lio de Leo Van Holthe, exemplo de competncia enumerada ou expressa dos Estados a possibilidade de criao, incorporao, fuso e o desmembramento de municpios por lei estadual (art. 18, 4, da CF) e de instituio, mediante lei complementar, de regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies.Competncia dos MUNICPIOSPredomina na doutrina o entendimento de que os municpios tambm detm competncia legislativa no que se refere matria ambiental. A base constitucional para a elaborao da lei municipal encontra-se no art. 30, I e II da Carta Magna. Embora o inciso I no seja especfico para o meio ambiente, a matria encontra-se nele includa, conforme se observa na expresso assuntos de interesse local. Igualmente, pode-se verificar, a partir do inciso II, a possibilidade de o Municpio suplementar, no que couber, a legislao federal e estadual (competncia concorrente implcita). Art. 30. Compete aos Municpios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;(...)IX - promover a proteo do patrimnio histrico-cultural local, observada a legislao e a ao fiscalizadora federal e estadual.A matria est disciplinada no 2 do art. 6 da Lei n 6.938/81, que subordina a legislao municipal sobre o meio ambiente aos preceitos contidos nas leis estaduais existentes. Lei n 6.938/81Art. 6 1 Os Estados, na esfera de suas competncias e nas reas de sua jurisdio, elaboraro normas supletivas e complementares e padres relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. 2 Os Municpios, observadas as normas e os padres federais e estaduais, tambm podero elaborar as normas mencionadas no pargrafo anterior.Quando, no obstante existentes os interesses nacional e estadual, no houver legislao editada por tais entes, os Municpios podem livremente atuar no campo do interesse local. Existindo leis estaduais e federais, porm, h ntida inconstitucionalidade da lei municipal se for mais concessiva que aquelas. Sendo, no entanto, mais restritiva, ela em nada afronta os textos dos demais entes polticos.Cite-se o caso do Municpio de Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul, que editou a Lei n 1.810/98, que autorizava a realizao de exposio e competio de aves de raa (briga de galo). Diante da previso contida no art. 32 da Lei n 9.605/98, concluiu-se que a lei inconstitucional por dispor sobre norma de Direito Penal, de competncia privativa da Unio, bem como porque se insere na competncia dos Municpios promover a proteo ambiental, coibindo prticas que submetam os animais crueldade (ADI TJRS n 7001014839).O Ministrio do Meio Ambiente elaborou um roteiro bsico elencando matrias que considera includas entre os assuntos de interesse local, passveis de tratamento por lei municipal:

COMPETNCIA MATERIALUNIO, ESTADOS E MUNICPIOS (COMPETNCIA COMUM)Competncia material a competncia administrativa propriamente dita, que atribui a uma esfera de poder o direito de fiscalizar e impor sanes em caso de descumprimento da lei.Em regra, o policiamento de determinada atividade da atribuio da pessoa de Direito Pblico interno dotada de competncia legislativa sobre a mesma. Contudo, observa Terence Dornelles, que a Constituio atribuiu, pela primeira vez, separadamente, competncias administrativas, as quais eram, at ento, automaticamente includas nas competncias legislativas correspondentes.(...) Depois da entrada em vigor do art. 23, qualquer ente pblico tem competncia para aplicar a legislao ambiental, ainda que a norma no tenha sido de autoria do ente que a aplica. O art. 23, VI e VII, da CF dispe que os trs nveis da federao tm competncia para tomar medidas em prol da defesa do meio ambiente, da flora e fauna, contra poluio etc., ficando agora ao critrio das prefeituras executar tambm normas federais ou estaduais, quando necessrio. O artigo 23 estabeleceu a competncia comum da Unio, Estados e Municpios para tratar de matria ambiental, nos seguintes termos:Art. 23. competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios:III proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histrico, artstico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notveis e os stios arqueolgicos;IV impedir a evaso, a destruio e a descaracterizao de obras de arte e de outros bens de valor histrico, artstico e cultural;VI proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas;VII preservar as florestas, a fauna e a flora;IX promover programas de construo de moradias e a melhoria das condies habitacionais e de saneamento bsico;X promover programas de construo de moradias e a melhoria das condies habitacionais e de saneamento bsico;XI registrar, acompanhar e fiscalizar as concesses de direitos de pesquisa e explorao de recursos hdricos e minerais em seus territrios.Pargrafo nico. Lei complementar fixar normas para a cooperao entre a Unio e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, tendo em vista o equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbito nacional.

Em face da competncia comum, no importa quem possua o domnio do bem ou o ente que legislou a respeito. Todos podem atuar na preservao da fauna e da flora, de forma ampla.Em cumprimento ao desejo do legislador constituinte de ver estruturado no Brasil o Federalismo Cooperativo, foi promulgada em 08/12/2011 a Lei Complementar 140, que fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do pargrafo nico do art. 23 da Constituio Federal, para a cooperao entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios nas aes administrativas decorrentes do exerccio da competncia comum relativas proteo das paisagens naturais notveis, proteo do meio ambiente, ao combate poluio em qualquer de suas formas e preservao das florestas, da fauna e da flora.UNIO (COMPETNCIA MATERIAL EXCLUSIVA)Alm da competncia comum vista acima, a Unio possui competncia administrativa exclusiva em matria ambiental, nos termos do art. 21 da CF/88:Art. 21. Compete Unio:IX elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social;XII explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso:b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos;XV organizar e manter os servios oficiais de estatstica, geografia, geologia e cartografia de mbito nacional;XIX instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hdricos e definir critrios de outorga de direitos de seu uso;XX instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitao, saneamento bsico e transportes urbanos;XXII executar os servios de polcia martima, aeroporturia e de fronteiras;XXIII explorar os servios e instalaes nucleares de qualquer natureza e exercer monoplio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princpios e condies:a) toda atividade nuclear em territrio nacional somente ser admitida para fins pacficos e mediante aprovao do Congresso Nacional;b) sob regime de concesso ou permisso, autorizada a utilizao de radioistopos para a pesquisa e usos medicinais, agrcolas, industriais e atividades anlogas;c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existncia de culpa.XXV estabelecer as reas e as condies para o exerccio da atividade de garimpagem, em forma associativa.

Os recursos minerais pertencem Unio, e no ao proprietrio do solo, cabendo, portanto, administrao federal, autorizar a sua explorao. O mesmo pode ser sustentado em relao pesquisa e lavra das jazidas de petrleo.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra. 1 A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente podero ser efetuados mediante autorizao ou concesso da Unio, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituda sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administrao no Pas, na forma da lei, que estabelecer as condies especficas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indgenas. 2 - assegurada participao ao proprietrio do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 3 - A autorizao de pesquisa ser sempre por prazo determinado, e as autorizaes e concesses previstas neste artigo no podero ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prvia anuncia do poder concedente. 4 - No depender de autorizao ou concesso o aproveitamento do potencial de energia renovvel de capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monoplio da Unio:I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petrleo e gs natural e outros hidrocarbonetos fluidos;II - a refinao do petrleo nacional ou estrangeiro;III - a importao e exportao dos produtos e derivados bsicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;IV - o transporte martimo do petrleo bruto de origem nacional ou de derivados bsicos de petrleo produzidos no Pas, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petrleo bruto, seus derivados e gs natural de qualquer origem;V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios e minerais nucleares e seus derivados, com exceo dos radioistopos cuja produo, comercializao e utilizao podero ser autorizadas sob regime de permisso, conforme as alneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituio Federal. 1 A Unio poder contratar com empresas estatais ou privadas a realizao das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condies estabelecidas em lei.

Com relao s atividades nucleares, pela importncia e gravidade da matria, pelos riscos decorrentes da m administrao e pela responsabilidade do Brasil, no apenas para com os seus cidados, mas tambm com os demais Estados, a Unio exerce o monoplio da sua explorao.ESTADOS (COMPETNCIA REMANESCENTE E EXPRESSA EM RELAO AO GS)Deixando aos Estados a matria remanescente, a CF tornou de menor interesse a competncia material privativa das unidades da Federao. Nos termos do art. 25, 2, da CF/88:Art. 25 1. So reservadas aos Estados as competncias que no lhes sejam vedadas por esta Constituio. 2. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concesso, os servios locais de gs canalizado, na forma da lei, vedada a edio de medida provisria para a sua regulamentao.

Cumpre observar, porm, que os Estados tm competncia material para agir administrativamente, mesmo nos casos em que a legislao tenha sido editada pela Unio ou por Municpios.MUNICPIOS (CONCORRNCIA COMUM E SUPLETIVA ou concorrente implcita)A competncia administrativa dos Municpios em matria ambiental apresenta-se de forma reduzida ou de forma difusa (interesse local). Exemplo de fiscalizao privativa seria um bem tombado de interesse histrico exclusivo do Municpio. Ademais, os Municpios tambm so proprietrios de bens ambientais (como parques e praas), pelo que podem (e devem) criar guardas ambientais destinadas a zelar por eles.Art. 30. Compete aos Municpios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupao do solo urbano;IX - promover a proteo do patrimnio histrico-cultural local, observada a legislao e a ao fiscalizadora federal e estadual.

LEI COMPLEMENTAR 140/2011 REGULAMENTAO DA REPARTIO DE COMPETNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATRIA AMBIENTALA Lei Complementar 140, consagrando o federalismo cooperativo, em atendimento ao disposto no pargrafo nico do art. 23 da CF/88, veio fixar normas, para aes administrativas decorrentes do exerccio da competncia comum de TODOS OS ENTES DA FEDERAO relativas proteo das paisagens naturais notveis, proteo do meio ambiente, ao combate poluio em qualquer de suas formas e preservao das florestas, da fauna e da flora (so alguns dos incisos do art. 23 que tratam de matria ambiental).H muito essa Lei era esperada, justamente por ser o tema certamente o mais controvertido e gerador de conflitos no Dir. ambiental, pelas razes j expostas no incio do resumo.Importante ressaltar que referida LC est sendo impugnada por meio de Ao Direta de Inconstitucionalidade no STF ADI 4757 proposta em abril de 2012 e pendente de julgamento. Eis os principais argumentos da ADI: A LC deveria apenas prever mecanismos de cooperao, nos termos do pargrafo nico do art. 23 da CF, mas, ao invs, estabeleceu competncias privativas, impedindo a atuao dos rgos federais, que antes era irrestrita. A segregao das atribuies seria to grande que afetaria a prpria competncia comum. Assim, agride o art. 225, CF, que impe que a proteo do meio ambiente dever do Poder Pblico (o que abrangeria todos os entes). atribuem-se poderes normativos irrestritos Comisso Tripartite, que poder impor obrigaes e deveres por meio de proposio, fixando direitos e deveres sem previso legal, violando o art. 5 e inc. II e art. 37 da CF.

A titularidade da ADI da Associao dos Servidores do IBAMA. As atribuies do CONAMA foram reduzidas substancialmente, tendo esse Conselho perdido poder. Surge, assumindo parte de suas atribuies, a Comisso Tripartite Nacional.Destaca-se, ainda, a escassez de material sobre o assunto, j que alm da recenticidade da Lei , como ainda no houve manifestao do Supremo sobre a ADI, muitos autores ainda no atualizaram suas obras.I ESTRUTURA DA LC 140A Lei Complementar que disciplina a atuao dos entes federados composta de 22 artigos e est dividida em quatro captulos: Captulo I: DISPOSIES GERAIS trata da finalidade da Lei, de conceitos-chave e dos objetivos a serem perseguidos pelos entes federados na atuao administrativa relativa s questes ambientais; Captulo II: DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAO disciplina os meios e institutos atravs dos quais se dar a cooperao entre Unio, Estados, DF e Municpios; Captulo III: DAS AES DE COOPERAO fixa, principalmente, a competncia de cada ente federado na atuao administrativa em matria ambiental. Captulo IV: DISPOSIES FINAIS basicamente traz regras de direito intertemporal para os processos de licenciamento em curso quando da entrada em vigor da lei e altera o art. 10 da Lei 6.938/81 (Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente esse artigo era o que previa a atuao suplementar do IBAMA, sempre).II - DISPOSIES GERAISFundamentos da LC 140 (art. 1):

b) Objetivos da LC 140 (art. 3):

c) Conceitos trazidos pela LC 140 (art. 2):

I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental;

II - atuao supletiva: ao do ente da Federao que se substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuies, nas hipteses definidas nesta Lei Complementar;

III - atuao subsidiria: ao do ente da Federao que visa a auxiliar no desempenho das atribuies decorrentes das competncias comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuies definidas nesta Lei Complementar.

III - INSTRUMENTOS DE COOPERAOSo instrumentos de cooperao institucional: consrcios pblicos, convnios, acordos de cooperao tcnica, Comisses (Tripartites e Bipartite), fundos pblicos e privados e outros instrumentos econmicos, delegao de atribuies e de aes administrativas de um ente a outro.Observaes: Convnios podem ser firmados por tempo indeterminado, sendo exceo, portanto, regra mxima de 60 meses estabelecida pela Lei 8.666/93; A Comisso Tripartite Nacional e as Estaduais so formadas, paritariamente, por representantes das trs esferas de poder; a do DF Bipartite, j que este ente no se divide em Municpios. S poder haver delegao se o ente delegatrio dispor de rgo ambiental capacitado e conselho de meio ambiente. Considera-se