direito administrativo_ficha 02_agu_pfn discursiva.pdf

6
Boa Viagem Boa Vista Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidéu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com AGU-PFN Discursiva Flávio Germano Ficha 02: Direito Administrativo Questão Universidade Federal faz licitação e o edital estabelece que não poderiam participar as empresas que tivessem sofrido a penalidade de suspensão do direito de licitar e contratar, aplicada pela própria Universidade. Ocorre que a Empresa X, vencedora do certame, havia sido penalizada com suspensão (art. 87, III, da Lei 8.666/93), mas pelo Tribunal de Justiça de um Estado da Federação. Então, participou da licitação e apresentou o menor preço. A Procuradoria da Universidade, durante a licitação, mas já após a habilitação, entendeu que a suspensão deveria alcançar todos os órgãos, o que ensejou a desclassificação da proposta da empresa. Acrescente-se, por fim, que a segunda classificada ofertou proposta com preço significativamente maior que a primeira, mas, em face da habilitação daquela, recorre, alegando que a suspensão a impediria de participar daquela licitação. Pleiteia, também, que o objeto lhe seja adjudicado, vez que tem tal direito, ante a necessária inabilitação da primeira. Como deve proceder a Universidade, segundo o entendimento do TCU? 1. Jurisprudência do TCU sobre a distinção entre o alcance da suspensão e da declaração de inidoneidade. 1.1 Fundamentos da distinção (Decisão 352/908): a) Sentidos dos termos “Administração” e “Administração Pública”; b) Lógica do preceito legal (art. 87). 2. Precedente do TCU em sentido diverso - Acórdão 2218/2011 - 1ª Câmara, proferido na sessão de 12/4/2011, assumindo o entendimento do STJ. 3. Proposta de posição intermediária – Alcance da esfera federativa - TC 013.294/2011-3. 4. Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça - (REsp 151567/RJ, Rel Min. Francisco Peçanha Martins - 2ª Turma - 25/02/2003): "ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÕES. MANDADO DE SEGURANÇA. ENTES OU ÓRGÃOS DIVERSOS. EXTENSÃO DA PUNIÇÃO PARA TODA A ADMINISTRAÇÃO. 1. A punição prevista no inciso III do art. 87 da Lei 8.666/1993 não produz efeitos somente em relação ao órgão ou ente federado que determinou a punição, mas a toda a Administração Pública, pois, caso contrário, permitir-se-ia que empresa suspensa contratasse novamente durante o período de suspensão, tirando desta a eficácia necessária." 5. Posição de Marcas Justen Filho: Marçal Justen Filho, in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos (fl. 623): "A distinção entre os pressupostos da suspensão temporária de participar em licitação (inc. III) e da declaração de inidoneidade (inc. IV) não é simples. Ambas as figuras

Upload: alvaro-filho

Post on 14-Sep-2015

4 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • Boa Viagem Boa Vista

    Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com

    AGU-PFN Discursiva

    Flvio Germano

    Ficha 02: Direito Administrativo

    Questo

    Universidade Federal faz licitao e o edital estabelece que no poderiam participar as

    empresas que tivessem sofrido a penalidade de suspenso do direito de licitar e contratar,

    aplicada pela prpria Universidade. Ocorre que a Empresa X, vencedora do certame,

    havia sido penalizada com suspenso (art. 87, III, da Lei 8.666/93), mas pelo Tribunal de

    Justia de um Estado da Federao. Ento, participou da licitao e apresentou o

    menor preo. A Procuradoria da Universidade, durante a licitao, mas j aps a

    habilitao, entendeu que a suspenso deveria alcanar todos os rgos, o que ensejou

    a desclassificao da proposta da empresa.

    Acrescente-se, por fim, que a segunda classificada ofertou proposta com preo

    significativamente maior que a primeira, mas, em face da habilitao daquela, recorre,

    alegando que a suspenso a impediria de participar daquela licitao. Pleiteia, tambm,

    que o objeto lhe seja adjudicado, vez que tem tal direito, ante a necessria inabilitao

    da primeira. Como deve proceder a Universidade, segundo o entendimento do TCU?

    1. Jurisprudncia do TCU sobre a distino entre o alcance da suspenso e da

    declarao de inidoneidade.

    1.1 Fundamentos da distino (Deciso 352/908):

    a) Sentidos dos termos Administrao e Administrao Pblica;

    b) Lgica do preceito legal (art. 87).

    2. Precedente do TCU em sentido diverso - Acrdo 2218/2011 - 1 Cmara, proferido na

    sesso de 12/4/2011, assumindo o entendimento do STJ.

    3. Proposta de posio intermediria Alcance da esfera federativa - TC 013.294/2011-3. 4. Jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia - (REsp 151567/RJ, Rel Min. Francisco

    Peanha Martins - 2 Turma - 25/02/2003):

    "ADMINISTRATIVO. SUSPENSO DE PARTICIPAO EM LICITAES. MANDADO DE

    SEGURANA. ENTES OU RGOS DIVERSOS. EXTENSO DA PUNIO PARA TODA A

    ADMINISTRAO.

    1. A punio prevista no inciso III do art. 87 da Lei 8.666/1993 no produz efeitos somente

    em relao ao rgo ou ente federado que determinou a punio, mas a toda a

    Administrao Pblica, pois, caso contrrio, permitir-se-ia que empresa suspensa

    contratasse novamente durante o perodo de suspenso, tirando desta a eficcia

    necessria."

    5. Posio de Marcas Justen Filho:

    Maral Justen Filho, in Comentrios Lei de Licitaes e Contratos Administrativos (fl. 623):

    "A distino entre os pressupostos da suspenso temporria de participar em licitao

    (inc. III) e da declarao de inidoneidade (inc. IV) no simples. Ambas as figuras

  • Boa Viagem Boa Vista

    Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com

    AGU-PFN Discursiva

    Flvio Germano

    Ficha 02: Direito Administrativo

    importam retirar do particular o direito de manter vnculo com a Administrao. O que se

    pode inferir, da sistemtica legal, que a declarao de inidoneidade mais grave do

    que a suspenso temporria do direito de licitar - logo, pressupe-se que aquela

    reservada para infraes dotadas de maior reprovabilidade do que esta.

    Seria possvel estabelecer uma distino de amplitude entre as duas figuras. Aquela do

    inc. III produziria efeitos no mbito da entidade administrativa que a aplicasse; aquela do

    inc. IV abarcaria todos os rgos da Administrao Pblica. Essa interpretao deriva da

    redao legislativa, pois o inc. III utiliza apenas o vocbulo `Administrao', enquanto o

    inc. IV contm `Administrao Pblica'. No entanto, essa interpretao no apresenta

    maior consistncia, ao menos enquanto no houver regramento mais detalhado. Alis,

    no haveria sentido em circunscrever os efeitos da `suspenso de participao em

    licitao" a apenas um rgo especfico.

    Se um determinado sujeito apresenta desvios de conduta que o inabilitam para contratar

    com a Administrao Pblica, os efeitos dessa ilicitude se estendem a qualquer rgo.

    Nenhum rgo da Administrao contratar com aquele que teve o seu direito de licitar

    "suspenso". A menos que lei posterior atribua contornos distintos figura do inc. III, essa a

    concluso que se extrai da atual disciplina legislativa."

    6. Premissas assumidas pelo TCU:

    6.1 Jurisprudncia do TCU - do Em que pese as posies jurisprudencial e doutrinria

    mencionadas acima, na situao em exame h de se considerar o disposto, de forma

    expressa, no edital, que, como j mencionei, exclua da licitao apenas as empresas

    suspensas de contratar com a prpria Universidade. Ademais, a interpretao restritiva da

    aplicao do art. 87, III, da Lei 8.666/1993 seguia o entendimento ento predominante

    nesta Corte.

    6.2 Princpio da Vinculao ao Instrumento Convocatrio - Princpio da Nesse sentido, a

    preservao do que foi inicialmente publicado me parece a melhor soluo, ante o

    princpio da vinculao ao instrumento convocatrio, expresso no caput do art. 41 da Lei

    8.666/1993. No caso concreto, no me parece adequado adotar a orientao da AGU

    contida no Parecer 87/2011 em licitao j em andamento, inclusive aps a fase de

    habilitao.

    6.2.1 Relatrio da SECEX/AC: Assim, conclui o Diretor da Secex/AC em seu parecer: "Com

    efeito, considerando que a mudana de entendimento da UFAC acerca dos efeitos da

    penalidade aplicada representante com supedneo no art. 87, inciso III, da Lei

    8.666/1993 somente veio a lume meses aps a publicao dos certames, inclusive aps

    superadas as fases de habilitao jurdica das licitaes, no se poderia aplicar essa nova

    interpretao, que alterou a prpria norma jurdica, com efeitos retroativos."

    6.3 Princpio da Economicidade - De igual forma, h de se levar em conta, ainda, o

    princpio da economicidade. As contrataes das empresas que se qualificaram em

    segundo lugar nas Concorrncias 6, 13, 14 e 15/2011 representaro incremento no valor

    dos contratos, a ser assumido pelos cofres da UFAC.

  • Boa Viagem Boa Vista

    Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com

    AGU-PFN Discursiva

    Flvio Germano

    Ficha 02: Direito Administrativo

    AC-0902-13/12-P Sesso: 18/04/12 Grupo: I Classe: VII Relator: Ministro JOS JORGE Fiscalizao.

    PROVA DISCURSIVA

    Casos

    Bens Pblicos

    Empresa pblica federal, prestadora de servio pblico, pode ceder bens relacionados

    prestao do servio, sob regime locatcio, para o uso de particulares?

    Resposta

    1.Os bens de empresa pblica afetados sua finalidade no podem ser utilizados seno

    dentro das regras de Direito Pblico.

    2. Bens da INFRAERO na rea das atividades aeroporturias no seguem as regras de

    locao (precedentes desta Corte).

    REsp 447867 / ES - SEGUNDA TURMA DJ 28/10/2003 Contrato Administrativo

    Determinada Ministrio pretende contratar servio de contabilidade, com base na Lei

    8.666/93, apesar de existir em seu quadro, contadores. Entretanto, salienta que a

    necessidade decorre de elevao de demanda, que j vem ocorrendo h alguns meses.

    lcita tal contratao?

    Requisitos para a Terceirizao Lcita

    1. A legislao e a jurisprudncia corrente nesta Corte de Contas apontam para a

    impossibilidade de que sejam terceirizados servios relativos s atividades fins dos rgos e

    entidades, bem como aqueles a contemplados nas atribuies dos cargos que compem

    sua estrutura organizacional.

    2. De qualquer modo, impende ressaltar que a terceirizao, em sua concepo mais

    adequada, volta-se apenas para atividades de cunho acessrio, tais como aquelas

    previstas no Decreto n. 2.271/1997, quais sejam, conservao, limpeza, segurana,

    vigilncia, transportes, informtica, copeiragem, recepo, reprografia,

    telecomunicaes e manuteno de prdios, equipamentos e instalaes.

    3. Para que a terceirizao ocorra de forma legal no pode consistir em tentativa de

    fraudar a necessidade de concurso pblico para ingresso de pessoal nos quadros da

    entidade. (AC TCU-1466-22/10-P; Acrdo 1.520/2006)

    Dispensa de Licitao

    Ministrio pretende contratar, diretamente, empresa subsidiria do Banco do Brasil para

    prestar servio na rea de tecnologia da informao. A empresa apresenta como seu

    objeto social "desenvolver, fabricar, comercializar, alugar, integrar, importar e exportar

    equipamentos e sistemas de eletrnica digital, perifricos, programas e produtos

    associados, insumos e suprimentos, bem como prestar servios afins", podendo "celebrar

    contratos e

    convnios com empresas nacionais e estrangeiras, bem como participar do capital de

    outras empresas. O fundamento da dispensa seria o art. 24, XVI. vivel a contratao direta

  • Boa Viagem Boa Vista

    Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com

    AGU-PFN Discursiva

    Flvio Germano

    Ficha 02: Direito Administrativo

    Art. 24, XVI - para a impresso dos dirios oficiais, de formulrios padronizados de uso da

    administrao, e de edies tcnicas oficiais, bem como para prestao de servios de

    informtica a pessoa jurdica de direito pblico interno, por rgos ou entidades que

    integrem a Administrao Pblica, criados para esse fim especfico;(Includo pela Lei n

    8.883, de 1994)

    Resposta

    A dispensa de licitao prevista em tal dispositivo somente se aplica se o ente a ser

    contratado integrar a Administrao Pblica e houver sido criado para o fim especfico

    de prestar a essa mesma Administrao Pblica os servios que se pretende obter (vide

    Deciso 496/1999 - TCU - Plenrio e Acrdo 314/2001 - TCU - Plenrio);

    De outro lado, em funo de ser entidade que desenvolve atividade econmica, que

    deve se sujeitar disciplina do 1 do art. 173 da CF/88, no podendo, por decorrncia,

    contar com privilgios em contrataes governamentais.

    Exceo existe apenas em relao ao Banco do Brasil S.A., empresa controladora, que

    pode contratar a controlada com fundamento no inciso XXIII do art. 24 daquela Lei,

    desde que o preo seja compatvel com o praticado no mercado e que haja relao de

    pertinncia entre o servio a ser prestado ou os bens a serem adquiridos e o objetivo

    institucional ou social da entidade subsidiria e controlada.

    Art. 24

    XXIII - na contratao realizada por empresa pblica ou sociedade de economia mista

    com suas subsidirias e controladas, para a aquisio ou alienao de bens, prestao

    ou obteno de servios, desde que o preo contratado seja compatvel com o

    praticado no mercado. (Includo pela Lei n 9.648, de 1998)

    Dispensa de Licitao

    Ministrio, em 22/12/2010, por meio da Tomada de Preos, contratou a empresa X para

    executar servios de limpeza, conservao, copeiragem, reprografia e atendimento

    telefnico. A avena foi firmada pelo prazo inicial de 24 meses, com a possibilidade de

    renovao por at 60 meses.

    12. Em 12/08/2012, o Ministrio rescindiu, unilateralmente, o referido ajuste e pretende

    contratar a empresa Y, a segunda colocada na Tomada de Preos, com base no art. 24,

    inciso XI, da Lei de Licitaes, para prosseguir na prestao dos servios. vivel a

    contratao ou o Ministrio ter que contratar por emergncia, j que se trata de servio

    de vigilncia.

    A controvrsia reside em saber se a Administrao poderia ou no ter dispensado a

    referida licitao. O gestor defende a possibilidade por entender que o edital do certame

    previa a prorrogao da avena por at 60 meses.

    Resposta

    Art. 24, XI:

    XI - na contratao de remanescente de obra, servio ou fornecimento, em

    conseqncia de resciso contratual, desde que atendida a ordem de classificao da

    licitao anterior e aceitas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor,

    inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido; (...)

  • Boa Viagem Boa Vista

    Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com

    AGU-PFN Discursiva

    Flvio Germano

    Ficha 02: Direito Administrativo

    Resposta

    1. Assim, como houve a resciso do contrato inicial antes deste prazo, a segunda

    colocada, com fundamento no j transcrito art. 24, inciso XI, poderia prosseguir com a

    prestao do servio por todo o perodo.

    2. A contratao do segundo colocado por conta de resciso contratual serve para

    tornar mais gil a Administrao Pblica. No se pode reclamar a realizao de novo

    certame, quando a legislao permite a contratao direta. Ademais, no caso concreto,

    seria desarrazoado exigir que o rgo funcionasse sem receber os servios de

    conservao e limpeza enquanto outra licitao fosse realizada. AC TCU -0412-07/08-P

    Convnio

    Muncipio contratou empresa que representa empresrios e artistas para determinado

    show, porque apresentou declaraes de exclusividade de tais artistas para aquele

    evento. A contratao poderia ter ocorrido, com base no art. 25, III, da Lri 8.666/93? O

    dinheiro foi repassado por convnio com a Unio.

    Resposta

    1. Houve infrao ao art. 25, inciso III, Lei 8666/93, tendo em vista que a citada empresa no

    empresrio ou representante exclusivo dos cantores contratados.

    2. Como forma de fraudar a lei, obteve declarao de exclusividade s para aquele evento.

    3. A empresa foi contratada por inexigibilidade para atuar como mera intermediria entre

    a prefeitura e os empresrios dos artistas participantes do festival. As pretensas

    declaraes de exclusividade apresentadas pela empresa apenas confirmam essa

    constatao, pois foram firmadas pelos empresrios/artistas para conceder empresa

    poderes de representao especificamente para fins de realizao de show

    mencionado.

    Contrato Administrativo

    A Superintendncia Regional do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria no

    Estado de So Paulo celebra contrato com fundao privada e cujo objeto consistiu em

    servios de assessoria tcnica, social e ambiental, de forma continuada, s famlias

    assentadas nos Projetos de Reforma Agrria e Projetos de Assentamentos reconhecidos

    pelo Incra. Na firmatura do primeiro termo aditivo ao ajuste, elevou o custo anual por

    famlia atendida de R$ 540,00 para R$ 796,00, a partir de 30/10/2011, em razo de ato

    normativo editado pelo Incra em 29/08/2011 (norma de execuo n 00). Como o

    contrato inicial fora firmado em 02/07/2011, o reajuste estaria condizente com a Lei

    8.666/1993?

    Alega que o INCRA que a majorao regular por corresponder ao valor mximo

    prevista na nova disciplina normativa da matria.

    Resposta

    1. A atribuio de um novo valor para o contrato, de modo to prematuro, s seria

    justificado em razo de desequilbrio econmico-financeiro da avena, o que no seria o

    caso, posto no ter sido demonstrado nem pelo Incra, nem pela Fundao contratada, a

    supervenincia "de fatos imprevisveis, ou previsveis porm de consequncias

  • Boa Viagem Boa Vista

    Rua Visconde de Jequitinhonha,76-Recife-PE Rua Montevidu,276 Recife - PE Tel.81 3462-8989 CEP: 51021-480 Tel. 81 3423-0141 CEP: 50050-250 www.espacojuridico.com

    AGU-PFN Discursiva

    Flvio Germano

    Ficha 02: Direito Administrativo

    incalculveis, retardadores ou impeditivos da execuo do ajustado, ou, ainda, em caso

    de fora maior, caso fortuito ou fato do prncipe, configurando lea econmica

    extraordinria e extracontratual", conforme dispe o art. 65, II, 'd' da Lei n 8.666/1993.

    2. ASR-Incra/SP teria utilizado indevidamente o novo teto referencial estabelecido pela

    norma de execuo n 00 como se fosse espcie de tabelamento, para reajustar, de

    forma automtica e injustificada, o Contrato CRT/SP/6/2008.

    3. Necessidade de adoo de medidas para recomposio do errio. Acrdo n

    1556/2011-Plenrio

    ADMINISTRAO PBLICA

    Municpio pretende cobrar ISS de sociedade de economia mista federal, pela explorao

    do servio de infra-estrutura porturia. Posicione-se sobre o assunto, enfocando os

    seguintes aspectos:

    1. Aplicao ou no, e respectiva justificativa, do art. 173, 1, II e 2 da CF, empresa

    estadual;

    2. Caracterizao ou no da sociedade estadual como sociedade de economia mista anmala; 3. Conceito de atividade de explorao econmica;

    4. Limites concesso do benefcio.

    RESPOSTA

    1. A submisso ao regime jurdico das empresas privadas, inclusive quanto s obrigaes

    tributrias, justifica-se como consectrio natural do postulado da livre concorrncia (CF, art.

    170, IV), se e quando empresas estatais explorarem atividade econmica em sentido estrito,

    no se aplicando o art. 173, 1, s S.E.M que se qualifiquem como delegatrias de servio

    pblico (Ag. Reg. No AI 551.556 SP) 2. Sociedade de economia mista anmala aquela que se caracterize inequivocamente como instrumentalidade estatal ou administrativa, cuja atividade-fim, portanto, tpico

    servio pblico.

    3. Atividade de explorao econmica aquela destinada a aumentar o patrimmio do

    Estado ou de particulares, com foco no lucro.

    4. A concesso do benefcio sempre encontra limite nos princpios da livre concorrncia e da

    livre iniciativa.

    (RE 253.452 SP)