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Técnico Judiciário – Área Administrativa Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo

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Técnico Judiciário – Área Administrativa

Direito Administrativo

Prof. Luís Gustavo

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Direito Administrativo

Professor Luís Gustavo

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. Serviços Públicos: conceito e princípios; delegação: concessão, permissão e autorização.Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação. Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais – Lei nº 8.112/90: Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; Dos direitos e vantagens: do vencimento e da remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos afastamentos; do direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres e proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades. Licitações – Lei nº 8.666/1993 e alterações posteriores: conceito, objeto, finalidades e princípios, obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade, vedação, modalidades, procedimentos e fases, revogação, invalidação, desistência e controle. Lei do Pregão, Pregão Eletrônico e Sistema de Registro de Preços – Lei nº 10.520/2002, Decreto no 5.450/2005 e Decreto nº 7.892/2013. Contratos administrativos: características; formalização, alteração, execução, inexecução e rescisão dos contratos administrativos; sanções administrativas. Controle da Administração pública: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo.

BANCA: FCC

CARGO: Técnico Judiciário – Área Administrativa

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Introdução

Luís Gustavo Bezerra de Menezes é Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro e Ex-Presidente da ANPAC. Aprovado em diversos concursos públicos, entre os quais se destacam Técnico Judiciário da Justiça Federal do Rio de Janeiro e Fiscal de Tributos do Espírito Santo, já atuou em diversos cursos preparatórios, em vários Estados e, atualmente, é professor de cursos virtuais e telepresenciais.

LIVROS PUBLICADOS:

Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FCC – Editora Ferreira (2ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes

Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas CESGRANRIO – Editora Ferreira (1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FUNRIO – Editora Ferreira (1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Comentários à Lei 8.112/90 – Teoria mais 500 questões de provas anteriores – Editora Ferreira (1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Fanpage: www.facebook.com/lgbezerrademenzes

Periscope: @ProfLuisGustavo

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112/90 (ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL)

HISTÓRICO

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

"Art 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais."

CF, art. 39, "caput" – REDAÇÃO ANTIGA – ANTES DA EC 19/98"Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e panos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e fundações públicas."

• Assim, antes da EC 19/98, os entes da nossa Federação deveriam estabelecer um regime jurídico unificado para seus servidores (Administração Pública Direta, autárquica ou fundacional). O nosso Texto Constitucional preocupou-se, apenas, em unificar o tratamento dado aos seus funcionários, evitando-se um conflito resultante de tratamentos diferenciados para os servidores de uma mesma Administração.

• Assim, para se adequar aos mandamentos da Constituição Federal, respeitando a redação antiga do art. 39, a União estabeleceu, através da Lei nº 8.112/90, o regime jurídico estatutário, para o servidor público federal, da Administração Direta, autárquica e fundacional.

• Hoje, após a EC 19/98, passou-se a possibilitar que as Administrações Direta, autárquica e fundacional da União prevejam a contratação e o vínculo com os seus servidores por regimes diferentes. Acabou a obrigatoriedade do regime jurídico único.

• Por fim, é importante ressaltar que os empregados públicos das sociedades de economia mista e das empresas públicas serão sempre regidos pelo regime celetista.

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CUIDADO: DECISÃO LIMINAR DO STF!Em 2007, o Supremo Tribunal Federal, LIMINARMENTE, determinou a suspensão da vigência do caput do art. 39, da Constituição Federal, dada pela Emenda Constitucional 19/98, restabelecendo-se a sua redação original.

Com isso, até que o Supremo Tribunal Federal decida de forma definitiva a matéria, a Lei nº 8.112/90 pode ser tida como o regime jurídico único estatutário, aplicável aos servidores públicos federais da Administração Direta, autárquica e fundacional.

De tal decisão liminar até o julgamento definitivo, pelo menos, não pode mais haver contratação de pessoal por meio do regime celetista, com base na lei 9.962/00, no âmbito da Administração Pública Federal Direta, autárquica e fundacional.

CARGO PÚBLICO

É o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional da Administração que devem ser cometidas a um servidor. Segundo a Lei nº 8.112/90, os cargos públicos são:

a) acessíveis a todos os brasileiros

"I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;" (EC – 19/98)

"CF – Art. 207,§ 1º – É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma lei.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica"

"Lei nº 8.112/90 – art. 5º § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei."

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b) denominação própria

c) criados por lei

d) vencimento pago pelos cofres públicos

e) para provimento efetivo ou em comissão

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

• A nomeação para cargo efetivo depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo.

• A nomeação para cargo em comissão independe de aprovação prévia em concurso público, visto ser um cargo de livre nomeação e exoneração.

• É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I – a nacionalidade brasileira;

II – o gozo dos direitos políticos;

III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V – a idade mínima de dezoito anos;

VI – aptidão física e mental.

• As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

• Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

• As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos dessa lei.

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CONCURSO PÚBLICO

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. (A PRORROGAÇÃO É UMA FACULDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!!)

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado." (vide CF, ART. 37, IV)

FORMAS DE PROVIMENTO

1. CONCEITO

É ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a designação de seu titular. De acordo com o Texto Constitucional, os cargos públicos podem ser de provimento em comissão ou efetivo. O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder.

2. TIPOS

Segundo o STF, as formas de provimento são classificadas como: Originária e Derivada.

a) Provimento Originário – ocorre quando não há vínculo anterior com a Administração.

b) Provimento Derivado – ocorre quando já havia um vínculo anterior com a Administração.

• O STF já afirmou que a única forma de provimento originário compatível com a Constituição Federal é a NOMEAÇÃO.

• O STF considerou inconstitucionais as seguintes formas de provimento: transferência e ascensão (ou acesso).

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3. FORMAS

a) Nomeação

b) Promoção

c) Readaptação

d) Reversão

e) Aproveitamento

f) Reintegração

g) Recondução

a) NOMEAÇÃO

• Única forma de provimento originário, segundo o STF.

• Pode ocorrer em caráter efetivo ou em comissão.

• Segundo a CF, art. 37, II, a nomeação para cargo efetivo depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo.

• Segundo a CF, art. 37, II, a nomeação para cargo em comissão independe de aprovação prévia em concurso público, visto ser um cargo de livre nomeação e exoneração.

• O nomeado tem o prazo de 30 dias, improrrogáveis, para tomar posse.

• Se não tomar posse, o ato de provimento será tornado sem efeito.

• O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade e com repercussão geral, reconheceu que o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas indicado no edital tem direito subjetivo de ser nomeado, dentro do prazo de validade do concurso (RE 598.099/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 10.08.2011).

b) PROMOÇÃO

• Só ocorre nos cargos escalonados em níveis, ou seja, nos cargos de carreira. Não ocorre em cargos isolados.

• É a passagem de nível do servidor, dentro da mesma carreira. A EC 19/98 trouxe como requisito prévio à promoção, a participação em cursos de formação e aperfeiçoamento em escolas de governo (art. 39, § 2º).

• A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

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c) READAPTAÇÃO

• É forma de provimento derivado que visa adaptar a uma nova função o servidor, estável ou não, que sofreu uma limitação, física ou mental, na sua capacidade laborativa, mas que não ficou inválido permanentemente.

• Deverá ocorrer em cargo equivalente ao anterior, tanto em atribuições, quanto em vencimentos. Na hipótese de não haver vaga, o servidor ficará como excedente, até a existência de vaga.

d) REVERSÃO

"Art. 25 – Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:

I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; (reversão de ofício)

II – no interesse da administração, desde que:

a) tenha solicitado a reversão (reversão a pedido)

b) a aposentadoria tenha sido voluntária

c) estável quando na atividade

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação

e) haja cargo vago

§1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

§2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para a concessão de aposentadoria.

§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.

§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo."

• Sendo assim, agora é possível ao servidor que se aposentou voluntariamente retornar, a pedido, ao serviço ativo, desde que haja interesse da administração (discricionário) e sejam atendidos os requisitos estipulados pela MP.

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• Já no caso do servidor que tenha sido aposentado por invalidez permanente, ocorrerá a reversão de ofício, ou seja, diretamente, independentemente de interesse da Administração (vinculado).

e) APROVEITAMENTO

• Previsto na CF, art. 41, § 3º.

• É o retorno, ao serviço ativo, do servidor estável posto em disponibilidade.

• Ocorre em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior.

• Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal.

Obs1: Disponibilidade – ocorre quando é extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade pela Administração. O servidor posto em disponibilidade receberá proventos proporcionais ao tempo de serviço.

DISPONIBILIDADE – TEMPO DE SERVIÇO

REGRAS DE APOSENTADORIA – TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Obs2: Outra observação importante é que a disponibilidade não é forma de punição do servi-dor. A punição do servidor posto em disponibilidade é a sua cassação.

f) REINTEGRAÇÃO

• Prevista na CF, art. 41, § 2º.

• É o retorno ao serviço público do servidor estável, que havia sido injustamente demitido e que conseguiu, por via judicial ou administrativa, invalidar sua demissão.

• Apesar de a CF só falar em via judicial, é certo que também é válida a invalidação de tal ato por via administrativa, dado o poder de autotutela da Administração.

• Retornará ao cargo de origem com o ressarcimento de todos os direitos e vantagens inerentes ao cargo.

• Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, até seu adequado aproveitamento.

• Segundo o Texto Constitucional, caso seja reintegrado o servidor e o eventual ocupante da vaga, for estável, será ele: RECONDUZIDO ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

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• Caso o eventual ocupante não seja estável, será ele exonerado.

g) RECONDUÇÃO

• Segundo o art. 29, da Lei nº 8.112/90, é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, podendo decorrer de:

a) inabilitação em estágio probatório, relativo a outro cargo

b) reintegração do anterior ocupante

Obs 1: Cada vez que um servidor for nomeado para outro cargo, em virtude de concurso público, será ele obrigado a fazer um novo estágio probatório, visto que tal estágio serve para avaliar a capacidade do servidor para o exercício das funções do novo cargo.

Obs 2: Nos termos de jurisprudência do STF, é possível ao servidor estável aprovado para outro cargo, dentro do período de estágio probatório, optar pelo retorno ao cargo antigo, caso deseje.

4. POSSE

A investidura em cargo público ocorre com a posse (art. 7º). Só há posse nos casos de provimento por nomeação (originário). Com a posse, o nomeado passa a ser servidor.

O prazo para o nomeado tomar posse é de 30 dias, improrrogáveis, da data da nomeação. Caso o nomeado não tome posse, o ato de nomeação será tornado sem efeito. Como ainda não há vínculo entre o nomeado e a Administração Pública, não há que se falar em exoneração e, muito menos, em demissão.

"§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento."

Art. 81:

I – licença por motivo de doença em pessoa da família

III – licença para o serviço militar

V – para capacitação

Art. 102:

I – férias;

IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme dispuser o regulamento;

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VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento;

VIII – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;

f) por convocação para o serviço militar;

IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica.

5. EXERCÍCIO

Segundo o art. 15, da Lei nº 8.112/90, exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. O prazo para o servidor entrar em exercício é de 15 dias, improrrogáveis. Caso o servidor empossado não entre em exercício, será ele exonerado ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança.

O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Para dar exercício ao servidor, é competente a autoridade do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado.

6. ESTÁGIO PROBATÓRIO

"Art 20 – Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de vinte e quatro meses durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:

1) assiduidade2) disciplina3) capacidade de iniciativa4) produtividade5) responsabilidade"

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CUIDADO!Há uma grande polêmica quanto ao prazo do estágio probatório. Tudo começou com a ampliação do prazo para aquisição de estabilidade que passou de 2 para 3 anos de efetivo exercício, em decorrência da alteração trazida pela Emenda Constitucional 19/98.

Desde então, o tema é objeto de conflito entre posicionamentos doutrinários e até entre os Tribunais, tanto administrativa, quanto judicialmente. Alguns defendem que o prazo do estágio probatório é de 24 meses (como estabelecido pelo texto original da Lei nº 8.112/90) e outros que o prazo passou a ser de 36 meses.

Atualmente, a pode-se dizer que a polêmica está "pacificada", pois o entendimento do STF, do STJ, da AGU e da grande maioria das bancas examinadoras é que o prazo do estágio probatório é de 36 meses.

Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V deste artigo.

• Servidor não aprovado em estágio probatório:

a) ESTÁVEL ==> EXONERADO ==> RECONDUÇÃO

b) NÃO ESTÁVEL ==> EXONERADO (não há que se falar em demissão)

VITALICIEDADE X ESTABILIDADE X EFETIVIDADETais conceitos não se confundem. A estabilidade é prevista no art. 41, da CF, sendo uma garantia de permanência no serviço público para os servidores ocupantes de cargo efetivo, aprovados em concurso público, adquirida após três anos de efetivo exercício.

Assim, diz-se que a estabilidade está relacionada com o tempo de serviço público. Já a efetividade é um atributo do cargo público, ou seja, terá efetividade o servidor ocupante de cargo público efetivo. Logo, a efetividade está relacionada com o tipo de cargo público que a pessoa ocupa.

Por fim, a vitaliciedade seria uma "superestabilidade" aplicável aos ocupantes de cargos vitalícios, tais como os magistrados e membros do Ministério Público. Os detentores de tal privilégio somente perderão seus cargos em virtude de sentença judicial com trânsito em julgado.

Obs.: Estabilidade Extraordinária (ADCT, art. 19) – "Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público."

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FORMAS DE VACÂNCIA

1. CONCEITO

É a forma pela qual o cargo público fica vago, ou seja, é a maneira pela qual o servidor desocupa o cargo público. É o contrário de provimento.

2. FORMAS

a) Exoneração (≠ demissão)

b) demissão

c) promoção

d) readaptação

e) aposentadoria

f) posse em outro cargo inacumulável

g) falecimento

Obs.: É importante ressaltarmos que são hipóteses simultâneas de vacância e provimento, explícitas, de acordo com o texto da Lei nº 8.112/90: promoção e readaptação

Quanto à exoneração do servidor, podemos afirmar que:

1) para o servidor ocupante de cargo efetivo poderá ser:

a) a pedidob) de ofício, em decorrência de:

• inabilitação em estágio probatório

• o servidor não entrar em exercício no prazo legal após a posse

2) para o servidor em cargo comissionado poderá ser:

a) a pedidob) de ofício, a juízo da autoridade competente ("livre nomeação e exoneração")

São também hipóteses de exoneração:

a) quando extinto o cargo do servidor não estável

b) na hipótese de reintegração, quando o cargo em que deva ser reintegrado o servidor encontrar-se ocupado por servidor não estável

c) por insuficiência de desempenho (CF, art. 41, § 4º)

d) por excesso de despesa com pessoal (CF, art. 169, § 4º)

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REMOÇÃO

Desde já, é importante ressaltarmos que não é hipótese de provimento ou de vacância de cargo público.

Além disso, remoção não é sinônimo de transferência. Essa foi julgada inconstitucional pelo STF e era forma de provimento de cargo público, revogada pela Lei nº 9527/97.

Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede, ou seja, o servidor permanecerá no mesmo cargo, podendo implicar ou não mudança na localidade de exercício do servidor.

A remoção de ofício independe da vontade do servidor e será sempre determinada no interesse da Administração. Já a remoção a pedido pode ocorrer a critério da Administração ou pode, em certos casos, a Administração ser obrigada a concedê-la.

Sendo assim, a Lei nº 8.112/90 entende como modalidades de remoção:

I – de ofício, no interesse da Administração;

II – a pedido, a critério da Administração;

III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administra-ção:

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

REDISTRIBUIÇÃO

Também não é forma de provimento, nem de vacância. Ocorre deslocamento do cargo para outro órgão ou entidade, e não o preenchimento de um cargo preexistente nesse órgão ou entidade. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder.

A redistribuição deve ser previamente apreciada pelo órgão central do Sistema de Pessoal Civil e possui os seguintes pressupostos:

I – interesse da administração;

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II – equivalência de vencimentos;

III – manutenção da essência das atribuições do cargo;

IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;

V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;

VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

É importante ressaltarmos que ela só existe ex-officio. É uma técnica que permite à Administração adequar seus quadros às reais necessidades de serviço de seus órgãos ou entidades.

Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, o servidor estável que tenha seu cargo extinto ou declarado desnecessário, não sendo redistribuído, será colocado em disponibilidade, com proventos proporcionais, até seu adequado aproveitamento. Alternativamente, o servidor que não for distribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do SIPEC e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.

§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.

§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

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SUBSTITUIÇÃO

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.

§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES – PARTE 1

1. (FCC – TRF-1a – Analista Administrativo – 2011) João, servidor público federal, está-vel, retorna a cargo anteriormente ocupa-do em virtude de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. Maria, servidora pública federal, aposentada por invalidez, retorna à atividade, tendo em vis-ta que a junta médica oficial declarou insub-sistentes os motivos de sua aposentadoria. Os exemplos narrados correspondem, res-pectivamente, às seguintes formas de provi-mento de cargo público:

a) readaptação e aproveitamento.b) reintegração e recondução.c) reversão e readaptação.d) recondução e reversão.e) aproveitamento e reintegração.

2. (FCC – TRT-18 – Juiz Substituto – 2014) No tocante à disciplina da remoção dos servi-dores públicos, nos termos da Lei Federal no 8.112/1990, é INCORRETO afirmar:

a) Remoção é o deslocamento do servi-dor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

b) A remoção a pedido, para acompa-nhar cônjuge ou companheiro, tam-bém servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, que foi deslocado de ofício, é concedida independentemente do inte-resse da Administração.

c) A remoção a pedido, por motivo de saú-de do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expen-sas e conste do seu assentamento fun-

cional, pode ser concedida mediante declaração firmada por médico de con-fiança do interessado.

d) Na hipótese em que o número de in-teressados for superior ao número de vagas, a remoção a pedido se dará me-diante processo seletivo, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lota-dos.

e) A remoção a pedido não gera direito à percepção de ajuda de custo pelo servi-dor removido.

3. (FCC – DPEP – Defensor Público – 2014) De-terminado servidor público que ocupava cargo efetivo foi demitido, tendo essa de-cisão sido lançada no bojo de processo dis-ciplinar que tramitou nos termos da legis-lação vigente. Entende o servidor que não foram apreciados corretamente todos os fatos e provas colacionados aos autos. Pre-tende questionar judicialmente a decisão, requerendo

a) sua recondução ao cargo, cabível nos casos de nulidade do processo discipli-nar

b) seu ingresso no serviço público, inician-do novo vínculo com a Administração pública.

c) sua remoção para outro cargo, precedi-da de invalidação da decisão que o de-mitiu, para que seja resgatado o vínculo inicial.

d) sua readaptação, precedida de invali-dação da decisão que o demitiu, para possibilitar que seja resgatado o vínculo inicial.

e) sua reintegração ao cargo anteriormen-te ocupado, fazendo jus a todos os ven-cimentos que lhe deveriam ter sido pa-gos desde a demissão.

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4. (FCC – TRF-4 – Analista Judiciário – 2014) O provimento de cargo público confere àque-le que tomou posse o status de servidor pú-blico. A propósito do provimento de cargos públicos, com base no que dispõe a Lei nº 8.112/1990, o

a) provimento de cargo por pessoa porta-dora de deficiência, regularmente apro-vada em concurso público, chama-se recondução.

b) provimento de cargo por pessoa porta-dora de deficiência, regularmente apro-vada em concurso público, chama-se reintegração.

c) retorno ao cargo por servidor público aposentado, que se submeteu a outro concurso público de provas e títulos, chama-se readaptação.

d) ingresso de estrangeiro em cargo públi-co chama-se reintegração, desde que tenha se submetido a regular concurso público de provas e títulos.

e) provimento de cargos de professores, técnicos e cientistas pode se dar com estrangeiros, no âmbito das universida-des e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais.

5. (FCC – TRT-19 – Oficial de Justiça – 2014) Caterina, servidora pública federal, deverá ter exercício em outro Município em razão de ter sido removida. Nos termos da Lei nº 8.112/90, a servidora terá um prazo mí-nimo, contado da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. O prazo mínimo a que se refere o enunciado é de

a) dez dias.b) um mês.c) cinco dias.d) setenta e duas horas.e) quinze dias.

6. (FCC – TRE-TO – Analista Administrativo – 2011) Quanto a reversão, é certo que

a) a reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

b) não poderá reverter o aposentado que já tiver completado sessenta e cinco anos de idade.

c) é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compa-tíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental ve-rificada em inspeção médica.

d) é o retorno à atividade de servidor em disponibilidade e far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatí-veis com o anteriormente ocupado.

e) se fará no interesse da Administração, desde que a aposentadoria ou disponi-bilidade, não tenha sido voluntária.

7. (FCC – TRT-14a – Analista Judiciário – 2011) De acordo com a Lei nº 8.112/90, que dis-põe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a remoção de servidor público

a) não é cabível, a pedido, para outra lo-calidade, a fim de acompanhar compa-nheiro, também servidor público civil da União, que foi deslocado no interes-se da Administração Pública.

b) pode se dar de ofício ou a pedido, sen-do, nesta segunda hipótese, sempre de-pendente do interesse da Administra-ção Pública.

c) ocorre somente no âmbito do mesmo quadro.

d) pressupõe sempre mudança de sede ou função.

e) é cabível, a pedido, para outra localida-de, em razão de processo seletivo pro-movido, na hipótese em que o número de interessados for inferior ao número de vagas, de acordo com normas prees-tabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

8. (FCC – TRT-4a – Analista Administrativo – 2011) É cabível remoção a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração, em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for:

a) Superior ao número de vagas, de acordo normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade, em que aqueles estejam lota-dos

b) Inferior ao número de vagas, em confor-midade com normas estabelecidas pelo Poder Público em que aqueles estejam designados

c) Superior ao número de vagas, a critério da autoridade competente, desde que presente o interesse público, indepen-dentemente da respectiva lotação

d) Inferior ao número de vagas, a critério da autoridade competente, quando ne-cessário ao atendimento de situações emergências do órgão ou entidade

e) Igual ao número de vagas, de acordo com normas estabelecidas pelo órgão público independentemente do local da respectiva designação

9. (FCC – TRT-4ª – Seg. e Transp. – 2011) Nos termos da Lei nº 8.112/90, às pessoas por-tadoras de deficiência é assegurado o di-reito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Para tais pessoas, das vagas oferecidas no concurso, serão reservadas até:

a) vinte por cento.b) trinta por cento.c) trinta e cinco por cento.d) quarenta por cento.e) vinte e cinco por cento.

10. (FCC – TRE-AP – Técnico Judiciário – 2011) Deocleciano foi empossado como servidor efetivo do cargo público “X”. De acordo com a Lei nº 8.112/90, Deocleciano:

a) terá o prazo de quinze dias para entrar em exercício, contados da data da pos-se.

b) terá o prazo de trinta dias para entrar em exercício, contados do primeiro dia útil posterior à data da posse.

c) entrará em exercício imediatamente, tendo em vista que a posse e o exercício são atos que devem ser realizados obri-gatoriamente concomitantemente.

d) terá o prazo de dez dias para entrar em exercício, contados do primeiro dia útil posterior à data da posse.

e) terá o prazo de dez dias prorrogáveis por mais dez, contados da data da pos-se.

11. (FCC – TRE-AP – Analista de Sistema – 2011) Clotilde, servidora pública civil federal, está aposentada por invalidez. Na última perícia realizada para avaliação das condições de sua saúde, uma junta médica oficial decla-rou insubsistentes os motivos de sua apo-sentadoria determinando o retorno de Clo-tilde à atividade. Neste caso, ocorreu

a) a transferência.b) a readaptação.c) a recondução.d) o aproveitamento.e) a reversão.

12. (FCC – TRF-4 – Analista Judiciário – 2014) O provimento de cargo público confere àquele que tomou posse o status de servidor pú-blico. A propósito do provimento de cargos públicos, com base no que dispõe a Lei nº 8.112/1990, o

a) provimento de cargo por pessoa porta-dora de deficiência, regularmente apro-vada em concurso público, chama-se re-condução.

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b) provimento de cargo por pessoa porta-dora de deficiência, regularmente apro-vada em concurso público, chama-se reintegração.

c) retorno ao cargo por servidor público aposentado, que se submeteu a outro concurso público de provas e títulos, chama-se readaptação.

d) ingresso de estrangeiro em cargo públi-co chama-se reintegração, desde que tenha se submetido a regular concurso público de provas e títulos.

e) provimento de cargos de professores, técnicos e cientistas pode se dar com estrangeiros, no âmbito das universida-des e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais.

13. (FCC – TRT-1 – Analista Judiciário – 2014) De acordo com a Lei nº 8.112/90, a nomeação é uma das formas de provimento de cargo público, aplicável para ocupação de

a) cargo público efetivo, não aplicado para os comissionados, exceto os reintegra-dos.

b) cargo público efetivo e para cargos de confiança.

c) cargo ou emprego público efetivos.d) função pública de confiança, cargo em

comissão efetivo e emprego público.e) cargo em comissão, desde que derivado

de readaptação.

14. (FCC – TRT-5 – Analista Judiciário – 2013) A investidura em cargo público ocorre com a posse e dependerá de prévia inspeção mé-dica oficial. Todavia, nos termos do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, somente haverá posse nos casos de provimento de cargo por:

a) nomeação.b) promoção.c) readaptação.d) reintegração.e) recondução.

15. (FCC – TRT-12 – Técnico Judiciário – 2013) Segundo a Lei nº 8.112/90, especificamente no que concerne ao regime jurídico dos ser-vidores públicos da União, é INCORRETO:

a) A posse, em regra, ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.

b) Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concur-so anterior com prazo de validade não expirado.

c) As universidades e instituições de pes-quisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com profes-sores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedi-mentos previstos em lei.

d) Para as pessoas portadoras de deficiên-cia serão reservadas até 10% (dez por cento) das vagas oferecidas no concurso público para provimento de cargo com atribuições compatíveis com a deficiên-cia de que são portadoras.

e) Só haverá posse nos casos de provimen-to de cargo por nomeação.

16. (FCC – TRT-19 – Contador – 2014) Jéssica, servidora pública federal, aposentou-se por invalidez em 2011. Decorridos dois anos, a junta médica oficial declarou insubsisten-tes os motivos de sua aposentadoria. Cum-pre salientar que Jéssica, no início de 2013, completou 70 (setenta) anos de idade. A propósito do tema e nos termos da Lei nº 8.112/90,

a) aplica-se, no caso, o instituto da recon-dução.

b) aplica-se, no caso, o instituto da readap-tação.

c) é possível a reversão, independente-mente da idade, devendo Jéssica, poste-riormente, requerer sua aposentadoria por idade.

d) não é possível a reversão, uma vez que Jéssica completou setenta anos de ida-de.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

e) é possível a recondução de Jéssica, in-dependentemente da idade, devendo, posteriormente, requerer sua aposenta-doria por idade.

17. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014) De-terminado servidor público que ocupava cargo efetivo foi demitido, tendo essa de-cisão sido lançada no bojo de processo dis-ciplinar que tramitou nos termos da legis-lação vigente. Entende o servidor que não foram apreciados corretamente todos os fatos e provas colacionados aos autos. Pre-tende questionar judicialmente a decisão, requerendo

a) sua recondução ao cargo, cabível nos casos de nulidade do processo discipli-nar

b) seu ingresso no serviço público, inician-do novo vínculo com a Administração pública.

c) sua remoção para outro cargo, precedi-da de invalidação da decisão que o de-mitiu, para que seja resgatado o vínculo inicial.

d) sua readaptação, precedida de invali-dação da decisão que o demitiu, para possibilitar que seja resgatado o vínculo inicial.

e) sua reintegração ao cargo anteriormen-te ocupado, fazendo jus a todos os ven-cimentos que lhe deveriam ter sido pa-gos desde a demissão.

18. (FCC – CNMP – Administração – 2015) No tocante às formas de provimento de cargo público, tem-se que:

a) o aproveitamento é decorrência obriga-tória do retorno à atividade de servidor em disponibilidade e será feito em car-go de atribuições e vencimentos com-patíveis com o anteriormente ocupado.

b) a hipótese de reversão do aposentado voluntariamente depende de seu inte-resse desde que não tenha 70 (setenta) anos de idade.

c) na hipótese de reintegração, encontran-do-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, com direito à indenização caso não aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

d) a recondução é a reinvestidura do ser-vidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

e) a readaptação é a investidura do servi-dor em cargo de atribuições e respon-sabilidades menos complexas e será efetivada em cargo de atribuições cuja habilitação exigida não dependa de ní-vel de escolaridade.

19. (FCC – TRT-18 – Juiz Substituto – 2014) No tocante à disciplina da remoção dos servi-dores públicos, nos termos da Lei Federal no 8.112/1990, é INCORRETO afirmar:

a) Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

b) A remoção a pedido, para acompanhar cônjuge ou companheiro, também ser-vidor público civil ou militar, de qual-quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado de ofício, é concedi-da independentemente do interesse da Administração.

c) A remoção a pedido, por motivo de saú-de do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expen-sas e conste do seu assentamento fun-cional, pode ser concedida mediante declaração firmada por médico de con-fiança do interessado.

d) Na hipótese em que o número de in-teressados for superior ao número de vagas, a remoção a pedido se dará me-diante processo seletivo, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou

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entidade em que aqueles estejam lota-dos.

e) A remoção a pedido não gera direito à percepção de ajuda de custo pelo servi-dor removido.

20. (FCC – TRT-6 – Juiz Substituto – 2015) San-dro, servidor público, ocupa cargo efetivo de engenheiro, integrante do quadro de autar-quia federal responsável pelos sistemas de transporte rodoviário. Tendo em vista a sua classificação no concurso público de ingres-so, Sandro teve a oportunidade de ocupar cargo lotado em unidade regional da autar-quia, localizada próxima à cidade onde resi-de. Ocorre que, no decorrer do tempo, di-versos cargos do quadro de engenheiros da autarquia ficaram vagos em função de apo-sentadorias e desligamentos, prejudicando o atendimento em determinadas localida-des. Considerando as disposições da Lei fe-deral no 8.112/1990, Sandro:

a) poderá sofrer remoção, de ofício, no interesse da Administração, ainda que com mudança de sede.

b) caso removido de ofício pela Adminis-tração para outra localidade, terá prio-ridade para recondução à lotação de origem na hipótese de abertura de novo concurso público para provimento de cargos vagos.

c) poderá ter a sua lotação alterada para outra sede, no interesse da Administra-ção, desde que instaurado processo se-letivo de remoção.

d) somente poderá ser removido a pedido, salvo se ainda não tiver completado o período de estágio probatório.

e) somente estará obrigado a exercer suas atribuições em localidade diversa de sua lotação original na hipótese de re-distribuição do seu cargo.

Gabarito: 1. D 2. C 3. E 4. E 5. A 6. A 7. C 8. A 9. A 10. A 11. E 12. E 13. B 14. A 15. D 16. D 17. E  18. A 19. C 20. A

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DIREITOS E VANTAGENS

1. VENCIMENTO:

Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

2. REMUNERAÇÃO:

É o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes, estabelecidas em lei. O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível. Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.

SUBSÍDIO:

Sistema remuneratório introduzido em nosso Texto Constitucional pela Emenda Constitucional 19/98. Sua característica é ser em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória (art. 39, § 4º).

O importante é sabermos quais são os agentes públicos que obrigatoriamente receberão através dessa espécie remuneratória. São eles: o membro do Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais (art. 39, § 4º).

Já os servidores organizados em carreira poderão (facultativamente) receber através dessa espécie remuneratória (art. 39, § 8º).

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3. TETO REMUNERATÓRIO:

Constituição Federal, art. 37:

"XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores."

5. PERDA DO VENCIMENTO:

"Art. 44. O servidor perderá:"

1. a remuneração dos dias em que faltar ao serviço, sem justo motivo;

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2. a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata (com a nova redação dada pela Lei 9527/97, qualquer atraso ou saída antecipada, independentemente do tempo, deverá ser compensada);

3. quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. (ACRESCIDO POR NÓS).

Obs.: As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício (art. 44, parágrafo único)

6. REPOSIÇÕES E INDENIZAÇÕES:

Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (art. 45)

TEXTO Lei nº 13.172/2015§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.

§ 2º O total de consignações facultativas de que trata o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados exclusivamente para:

I – a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou

II – a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

As reposições e as indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais. O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão.

O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado, ou que tiver a sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o débito. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.

O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

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7. VANTAGENS:

São vantagens quaisquer valores percebidos pelo servidor que não sejam vencimento. Possuem caráter permanente ou temporário, sendo certo, que apenas as vantagens de caráter permanente integram a remuneração.

"Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I – indenizações;

II – gratificações;

III – adicionais.

§ 1° As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.

§ 2° As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei."

Pelas definições acima, percebemos que as indenizações jamais farão parte da remuneração, porém, as gratificações e os adicionais poderão ou não fazer parte, dependendo do caráter permanente ou não, nos casos e nas condições indicadas em lei.

a) INDENIZAÇÕES:

• Como visto anteriormente, não se incorporam à remuneração do servidor, visto o seu caráter temporário (indenizatório).

• Segundo o art. 51, da Lei nº 8.112/90, são elas:

I) Ajuda de Custo

II) Diárias

III) Indenização de Transporte

IV) Auxílio Moradia (Lei nº 11.355/06)

Obs.: Os valores das indenizações estabelecidas nos itens I a III, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.

I) AJUDA DE CUSTO:

• Destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

• Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção a pedido.

• Correm, também, por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

• O valor pago a título de ajuda de custo é calculado sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a importância correspondente a 3 meses de remuneração.

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• Garante-se, ainda, à família do servidor que falecer na nova sede, ajuda de custo e transporte para localidade de origem, dentro do prazo de 1 ano, contado do óbito.

• O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias.

II) DIÁRIAS:

• O servidor que, a serviço, se afastar da sede em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional, fará jus a passagens e diárias, para cobrir as despesas de pousada, alimentação e locomoção urbana.

• A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.

• Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

• Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.

• O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. No caso de o afastamento do servidor durar menos que o previsto, ele deverá restituir as diárias percebidas em excesso, no prazo, também, de 5 dias.

III) INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE:

• Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

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IV) AUXÍLIO MORADIA (Lei nº 11.355/06):

Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de 1 (um) mês após a comprovação da despesa pelo servidor.

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos:

I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;

II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;

III – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos 12 (doze) meses que antecederem a sua nomeação;

IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;

V – o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses previstas no § 3º do art. 58 desta Lei, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;

VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos 12 (doze) meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a 60 (sessenta) dias dentro desse período; e

VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.

Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.

§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado.

§ 2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.

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b) GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS:

• Como visto anteriormente, podem incorporar-se ou não à remuneração, dependendo do seu caráter permanente ou não.

• Segundo o art. 51, da Lei nº 8.112/90, são elas:

• gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;

• gratificação natalina;

• adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

• adicional pela prestação de serviço extraordinário;

• adicional noturno;

• adicional de férias;

• gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006);

• outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

Obs. 1: A lista não é taxativa, visto que a lei pode estabelecer outros adicionais relativos ao local ou à natureza do trabalho.

Obs. 2: O Adicional por tempo de serviço foi revogado. Os adicionais já concedidos aos servidores abrangidos pelo Estatuto, ficaram transformados em anuênios (art. 244)

I) Gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento

• Ao servidor investido em função de direção, chefia ou assessoramento é devida uma gratificação pelo seu exercício. A remuneração dos cargos em comissão deve ser estabelecida em lei específica.

Obs.: Não existe mais no serviço público federal a incorporação de função

II) Gratificação Natalina

• É o conhecido 13º salário do servidor público. Será pago até o dia 20 do mês de dezembro de cada ano.

• Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.

• O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

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III) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas

• Adicional de Insalubridade – é devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas. Ex: operador de raio-X.

• Adicional de Periculosidade – é devido ao servidor que coloca em risco sua integridade física em razão do exercício de suas funções. Ex: servidor que trabalha com rede de alta tensão.

• Adicional de Penosidade – é pago de acordo com a localidade em que o servidor é lotado. Será devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

• O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles. O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

• Nos casos de atividades consideradas insalubres ou perigosas, a aposentadoria observará o disposto em lei específica. (art. 186, § 2º)

IV) Adicional pela Prestação de Serviço Extraordinário

• É a conhecida "hora extra" do servidor. (CF, art. 39, § 3º)

• Destina-se a remunerar as atividades executadas fora do período normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário, no desempenho de seu cargo efetivo.

• O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho.

• Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

V) Adicional Noturno

• Considera-se serviço noturno aquele prestado entre 22 horas de um dia e 5 horas da manhã do dia seguinte.

• O servidor que presta serviço nesse horário perceberá, a título de adicional noturno, 25% de acréscimo sobre o valor da hora paga pelo mesmo serviço exercido em horário diurno.

• Considera-se hora de serviço noturno o período de 52 minutos e 30 segundos.

• Em se tratando de serviço extraordinário, o adicional noturno incidirá sobre a remuneração do servidor, acrescida de 50% em relação à hora normal de trabalho.

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VI) Adicional de Férias

• Lei nº 8.112/90, art. 76, c/c CF, art. 7º, XVII

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

• No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

VII) Gratificação pelo Encargo de Curso ou Concurso (Lei nº 11.314/06)

• A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:

I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;

II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

III – participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;

IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

• Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:

I – o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;

II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;

III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.

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• A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta Lei.

• A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões

8) Férias

• Lei nº 8.112/90, art. 77 ao 80, c/c CF, art. 7º, XVII

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

• O servidor fará jus a 30 dias de férias remuneradas, anualmente.

• O servidor que opera direta e permanentemente com raios-X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.

• Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

• É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

• É vedado ao servidor público converter um terço de suas férias em abono pecuniário.

• As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor e a critério da Administração. Nesse caso, o servidor receberá o adicional de férias na fruição do primeiro período.

• Em caso de necessidade de serviço, as férias poderão ser acumuladas, até o máximo de dois períodos.

• As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por motivo de superior interesse público. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez.

9) Licenças

"Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:

I – por motivo de doença em pessoa da família;

II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

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III – para o serviço militar;

IV – para atividade política;

V – para capacitação;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para desempenho de mandato classista.

VIII – para tratamento de saúde (art. 202 ao 206)

IX – gestante, adotante ou paternidade (art. 207 ao 210)

X – por acidente de serviço (art. 211 ao 214)"

a) Prorrogação da Licença

"Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação"

I) Licença por motivo de doença em pessoa da família

• Será precedida de exame por perícia médica oficial, bem como as suas prorrogações.

• É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período dessa licença.

• Grau de parentesco:

i. cônjuge ou companheiro

ii. pais

iii. filhos

iv. padrasto ou madrasta e enteado

v. dependente que viva às expensas do servidor e conste do seu assentamento funcional

• O servidor deve comprovar que é essencial sua assistência direta e que essa não pode ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horários.

• § 2º Esta licença, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições:

I – por até sessenta dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e

II – por até noventa dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

• § 3º O início do interstício de doze meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida.

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• A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de doze meses, observado o disposto no § 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º

II) Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

• Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

• A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

• No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. (Não é caso de provimento derivado, visto que o exercício é provisório!)

III) Licença para Serviço Militar

• Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e nas condições previstas na legislação específica.

• Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

• O período de licença será considerado como de efetivo exercício (art. 102, VIII, "f")

IV) Licença para Atividade Política

• Será concedida sem remuneração durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Esse período não é computado como tempo de serviço.

• Com a remuneração do cargo efetivo, a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição. A remuneração somente será paga pelo período de três meses. Caso o período entre o registro da candidatura e o décimo dia seguinte ao da eleição supere três meses, o servidor poderá permanecer de licença, mas sem direito à remuneração. Esse período de licença será computado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III)

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V) Licença para Capacitação

• Após cada cinco anos de efetivo exercício, não acumuláveis, o servidor poderá, no interesse da Administração (ato discricionário), afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.

• O período de licença para capacitação é considerado como de efetivo exercício para efeito de contagem do tempo de serviço (art. 102, VIII, "e")

Obs.: Não existe mais, no serviço público federal, a licença prêmio por assiduidade.

VI) Licença para Tratamento de Interesse Particular

• Ao servidor ocupante de cargo efetivo, que não esteja em estágio probatório, poderá ser concedida licença não remunerada para tratar de assuntos particulares. A licença poderá durar até três anos e pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse da Administração.

• Concessão da licença – ato discricionário (pode ser interrompida também por ato discricionário)

• O período de licença não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito.

VII) Licença para Desempenho de Mandato Classista

• É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites:

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I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores;

II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores;

III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.

• Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente.

• A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição.

VIII) Licença para Tratamento de Saúde

• Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica oficial, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

• A licença que exceder o prazo de cento e vinte dias no período de doze meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.

• A licença para tratamento de saúde inferior a quinze dias, dentro de um ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento.

• A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.

• Findo o prazo da licença, o servidor será submetido a nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

• O prazo máximo contínuo de licença para tratamento de saúde é de 24 meses. Ao fim de 24 meses, se o servidor não tiver condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, será aposentado por invalidez permanente. Nesse caso, o lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como prorrogação da licença.

• O período de licença computado como tempo de efetivo exercício até o limite de 24 meses, cumulativos ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo.

• A partir de 24 meses, cumulativos ao longo de tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo, o período de licença será considerado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade.

• O servidor será punido com suspensão até 15 dias quando, sem justificativa, recusar-se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade, uma vez cumprida a determinação (art. 130, § 1º).

• O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.

• O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. Para isso, a União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão:

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a) prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor;

b) celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autarquias e fundações;

c) celebrar convênios com operadoras de plano de assistência à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art. 230; ou

d) prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administrativo, observado o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes.

IX) Licença à Gestante, à adotante e Paternidade

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.

§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.

§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

• Os períodos de licença serão considerados como de efetivo exercício para efeito de contagem de tempo de serviço.

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X) Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço.

Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.

Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

10) Afastamentos

I) Afastamento para servir em outro órgão ou entidade

II) Afastamento para o exercício de mandato eletivo

III) Afastamento para estudo ou missão no exterior

IV) Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país

I) Afastamento para servir a outro órgão ou entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002)

I – para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;

II – em casos previstos em leis específicas.

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II) Afastamento para o exercício de mandato eletivo

• CF, art. 38 – Regras Básicas

• No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse, visto que esse período é considerado como de efetivo exercício (art. 102, V), contando também para aposentadoria.

• Naturalmente, essa regra refere-se a servidor na ativa, pois se o mesmo estiver aposentado, poderá acumular o subsídio do cargo eletivo com os proventos da inatividade, qualquer que seja o mandato (CF, art. 40,§ 11)

• O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou distribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

III) Afastamento para estudo ou missão no exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.

§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

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IV) Do Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País.

§ 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim.

§ 2º Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

§ 3º Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido.

§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.

§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.

§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo.

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10) Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;(não há restrição de ser apenas uma vez a cada 12 meses, como a CLT estabelece!)

II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias;

III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Ao servidor estudante são assegurados os seguintes direitos:

• Horário especial no caso de incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição (art. 98). O servidor deve cumprir toda a sua carga de trabalho, tendo apenas direito de cumprir em horário diferenciado, em função da incompatibilidade existente.

• Matrícula em estabelecimento de ensino, no caso de mudança de sede no interesse da Administração, inclusive para seus dependentes.

A concessão de horário especial é estendida ao servidor portador de deficiência, nesse caso, independente de compensação de horário (art. 98, § 2º). Tal concessão também é extensiva ao servidor que tenha dependente portador de deficiência física, porém com compensação de horário (art. 98, § 3º).

Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei.

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:

I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;

II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

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Art. 20, § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 81 – Conceder-se-á licença:

I – por motivo de doença em pessoa da família

II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro

III – para o serviço militar

IV – para atividade política

Art. 94 – Afastamento para exercício de mandato eletivo

Art. 95 – Afastamento para estudo ou missão no exterior

Art. 96 – Afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração

Afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.

§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento.

Art. 83 – Licença por motivo de doença em pessoa da família

Art. 84 – Licença por motivo de afastamento do cônjuge

Art. 86 – Licença para atividade política

Art. 96 – Afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

Participação em curso de formação

11) Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

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Casos nos quais os afastamentos são considerados como de efetivo exercício:

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

I – férias;

II – exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

III – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído, ou em programa de pós-graduação stricto sensu no país, conforme dispuser o regulamento;

V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VIII – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

f) por convocação para o serviço militar;

IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;

XI – afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

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Situações que são consideradas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

I – o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;

II – a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a trinta dias em período de doze meses.

III – a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º;

IV – o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

VII – o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova aposentadoria.

§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra.

§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública.

12) Direito de Petição

É o direito de pleitear, junto à Administração, com o objetivo de obter uma informação ou o esclarecimento de uma situação.

É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.

O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

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RECURSO HIERÁRQUICO (ART. 107)

A característica do recurso hierárquico é que ele deve ser decidido pela autoridade competente imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, pelas demais autoridades.

Hipóteses de cabimento:

a) indeferimento do pedido de reconsideração

b) das decisões de recursos sucessivamente interpostos

O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.

Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110 – O direito de requerer prescreve:

I – em 5 (cinco) anos – quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;

II – em 120 (cento e vinte) dias – nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.

Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES – PARTE 2

1. (FCC – CNMP – Analista Jurídico – 2015) Lu-ciomar, servidor público federal, após regu-lar processo administrativo disciplinar, foi exonerado. Considerando que ele possuía débito com o erário, de acordo com a Lei nº 8.112/90, Luciomar:

a) será notificado para pagamento ou par-celamento do débito dentro do prazo de quinze dias da efetivação de sua exo-neração, sob pena de inscrição na dívi-da ativa após noventa dias.

b) terá o prazo de noventa dias para quitar o débito, sendo que a não quitação do débito dentro desse prazo implicará sua inscrição em dívida ativa.

c) terá seu débito inscrito imediatamente na dívida ativa por expressa previsão le-gal, em razão da extinção de seu vínculo com Administração pública.

d) terá o prazo de sessenta dias para qui-tar o débito, sendo que a não quitação do débito dentro desse prazo implicará sua inscrição em dívida ativa.

e) será notificado para pagamento ou par-celamento do débito dentro do prazo de trinta dias da efetivação de sua exo-neração, sob pena de inscrição na dívi-da ativa após cento e vinte dias.

2. (FCC – TRF-4 – Analista Judiciário – Área In-formática – 2014) Diante da prática de ato infracional devidamente apurado em regu-lar processo disciplinar, determinado servi-dor, público que ocupava cargo efetivo, foi demitido. Apurou-se, no entanto, que esse mesmo servidor possuía um débito perante a Administração pública, que estava sendo

descontado em folha de pagamento, nos limites e condições legalmente previstos. Diante dessa situação e de acordo com o que prevê a Lei nº 8.112/1990,

a) o servidor deverá quitar, à vista e ime-diatamente, o débito em aberto, sob pena de imposição de nova punição dis-ciplinar.

b) o débito fica extinto, tendo em vista que, em razão da demissão e da extin-ção do vínculo, passa a ser inviável o desconto em folha de pagamento.

c) a demissão só será efetivamente im-plementada após o prazo estabelecido para pagamento do débito, a fim de que seja possível continuar a proceder os descontos em folha.

d) o servidor demitido terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o débito, sob pena de inscrição na dívida ativa.

e) será descontado do total da verba res-cisória do servidor o valor referente ao débito, extinguindo-se o remanescente diante da extinção do vínculo.

3. (FCC – TRT-5 – Analista Judiciário – 2013) O vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor vantagens. Os servidores do Tribunal Regional do Trabalho da 5a Re-gião – TRT/BA receberam as seguintes van-tagens: gratificações, ajuda de custo, diárias e adicionais. Dessas vantagens, incorporam--se aos vencimentos, nos casos e condições indicados em lei,

a) gratificações e diárias.b) ajuda de custo e diárias.c) gratificações e adicionais.d) adicionais e ajuda de custo.e) gratificações, diárias e adicionais.

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4. (FCC – TRT-19 – Analista Judiciário – 2014) Lara, servidora pública federal do Tribunal Regional do Trabalho da 19a Região, está ansiosa para receber sua gratificação nata-lina, a fim de comprar presentes para seus familiares e quitar alguns débitos que ainda possui. A propósito da gratificação narrada e nos termos da Lei nº 8.112/90, é INCOR-RETO afirmar que

a) a gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.

b) a gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de de-zembro, por mês de exercício no res-pectivo ano.

c) a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês inte-gral.

d) a gratificação natalina será considerada para o cálculo de toda e qualquer van-tagem pecuniária.

e) o servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmen-te aos meses de exercício, calculada so-bre a remuneração do mês da exonera-ção.

5. (FCC – CNMP – Administração – 2015) De acordo com a Lei nº 8.112/90, a ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em cará-ter permanente. Na hipótese do servidor se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo:

a) será concedida ajuda de custo calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a importância corres-pondente a três meses.

b) não será concedida ajuda de custo ha-vendo expressa vedação legal neste sentido.

c) será concedida ajuda de custo corres-pondente ao valor fixo referente ao úl-timo mês da remuneração do servidor.

d) será concedida ajuda de custo calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a importância corres-pondente a seis meses.

e) será concedida ajuda de custo calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a importância corres-pondente a dois meses.

6. (FCC – CNMP – Analista de Informação – 2015) De acordo com a Lei nº 8.112/90, o servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para ou-tro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias des-tinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. Quando o deslocamento NÃO exigir pernoite fora da sede,

a) só será devido o pagamento de diária, ainda que não integral, se o afastamen-to superar 20 quilômetros.

b) não é devido o pagamento de diária. c) só será devido o pagamento de diária,

ainda que não integral, se o afastamen-to superar 30 quilômetros.

d) a diária é devida em 70%. e) a diária é devida pela metade.

7. (FCC – TRT-12 – Técnico Judiciário – 2013) De acordo com a Lei nº 8.112/90, conside-re:

I. Amarildo é servidor público nomeado para um cargo em cidade que conta com imóvel funcional disponível para o servidor.

II. Marilda, companheira do servidor Naldo, ocupa um imóvel funcional na cidade onde trabalha.

III. Plínio, servidor público federal, é casado e tem dois filhos. Sua filha mais velha reside com ele e recebe auxílio-moradia.

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IV. Pafúncio é nomeado para um cargo em determinada cidade onde já foi proprietário de um imóvel, vendido cinco anos antes de sua nomeação.

NÃO terão direito ao auxílio-moradia, os servidores indicados APENAS nas hipóteses:

a) I, II e III.b) I, II e IV.c) III e IV.d) I e III.e) II e IV.

8. (FCC – TRF-1a – Técnico Judiciário – 2007) Em matéria de vantagens que poderão ser pagas ao servidor público federal, conside-re:

I. Ao servidor que realiza despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições inerentes do cargo, conforme se dispuser em regulamento, será concedida ajuda de custo.

II. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%, compu-tando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.

III. A diária, quando de direito, será conce-dida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despe-sas extraordinárias cobertas por diárias.

Nesses casos, está correto SOMENTE o que se afirma em:

a) II.b) III.c) I e II.d) I e III.e) II e III.

9. (FCC – TRF-1a – Técnico Judiciário – 2007) No que se refere à incorporação das vanta-gens, é certo que:

a) a ajuda de custo poderá ser incorpora-da ao vencimento ou remuneração para determinados efeitos.

b) a Gratificação por encargo de Curso ou Concurso incorpora-se ao vencimento ou salário do servidor para todos efei-tos.

c) os adicionais incorporam-se ao venci-mento ou provento, nos casos e condi-ções indicados em lei.

d) as diárias, se concedidas por período superior a seis meses, incorporam-se à remuneração do servidor.

e) a indenização de transporte, quando concedida durante dois anos, incorpora--se ao vencimento do servidor.

10. (FCC – TRF-5a – Analista Administrativo – 2008) É certo que, a ajuda de custo do ser-vidor público federal será calculada sobre a sua remuneração, conforme dispuser em regulamento:

a) não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.

b) devendo ser fixada no valor de 15 (quin-ze) a 45 (quarenta e cinco) dias.

c) não podendo exceder a importância correspondente a 4 (quatro) meses.

d) devendo ser fixada no valor de 15 (quin-ze) a 30 (trinta) dias.

e) não podendo exceder a importância correspondente a 2 (dois) meses.

11. (FCC – TRF-5a – Técnico Judiciário – 2008) Em matéria de direitos do servidor público federal, analise:

I. O servidor em débito com o erário que ti-ver sua disponiblidade cassada terá um pra-zo legal para quitar esse débito.

II. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda e custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede dentro de um prazo legal.

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Nesses casos, os prazos acima referidos, se-rão, respectivamente, de:

a) 60 (sessenta) e 30 (trinta) dias.b) 90 (noventa) e 60 (sessenta) dias.c) 30 (trinta) e 15 (quinze) dias.d) 120 (cento e vinte ) e 45 (quarenta e cin-

co) diase) 45 (quarenta e cinco) e 10 (dez ) dias.

12. (FCC – TRT-AL – Técnico Judiciário – 2008) Aquiles, técnico judiciário do Tribunal Regio-nal do Trabalho, estando em débito com o erário, cujo valor é de R$ 5.000,00, foi de-mitido do cargo que vinha ocupando. Nesse caso, Aquiles terá um prazo para a quitação desse débito, que será de:

a) noventa dias, e a falta de quitação nesse prazo determinará o protesto em Cartó-rio.

b) sessenta dias, sendo que a não quitação dentro do prazo implicará sua inscrição em dívida ativa.

c) noventa dias, e a não quitação dentro do prazo justifica o imediato ajuizamen-to da ação e cobrança.

d) trinta dias, prorrogável por igual perío-do, sendo que a falta de quitação torna o servidor inapto para outros cargos pú-blicos.

e) sessenta dias, sendo que a não quitação dentro do prazo implica no arresto ou seqüestro do saldo de sua remunera-ção.

13. (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário – 2007) Em matéria de direitos do servidor público federal, especialmente quanto ao venci-mento e à remuneração, analise:

I. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior serão sempre compensadas, mas não consideradas como de efetivo exercício.

II. Se houver autorização do servidor públi-co, também poderá haver consignação em folha de pagamento, a favor de terceiros, a

critério da Administração e com reposição de custos.

III. O servidor público em débito com o erá-rio que, dentre outras situações, tiver sua disponibilidade cassada, terá o prazo de ses-senta dias para quitar o débito.

Nesses casos, está correto APENAS o que se afirma em:

a) I e II.b) I e III.c) II e III.d) II.e) III.

14. (FCC – TRE-AL – Técnico Judiciário – 2010) Antonia, servidora pública federal, recebeu R$ 1.000,00 (um mil reais) a título de diá-rias. Entretanto, atendendo a ordens supe-riores, não houve necessidade de afastar-se da sede. Nesse caso, no que se refere às diá-rias, Antonia:

a) ficará obrigada a restituí-las, integral-mente, no prazo de cinco dias.

b) deverá restituí-las, pela metade, no pra-zo de cinco dias.

c) não deverá restituí-las, por ter cumpri-do ordens superiores.

d) poderá compensar um terço do valor como dias trabalhados, mas restituindo o saldo.

e) deverá restituí-las, de imediato, no va-lor de dois terços e o restante até trinta dias.

15. (FCC – TRE-AL – Técnico Judiciário – 2010) Eduardo, técnico judiciário do Tribunal Regional Eleitoral teve duas faltas, poste-riormente justificadas, durante o mês de dezembro de 2009, em razão de enchen-tes provocadas por chuvas intensas. Nesse caso, é correto afirmar que as faltas justifi-cadas decorrentes de:

a) casos fortuitos não poderão ser com-pensadas, face a continuidade do ser-

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viço público, mas serão consideradas como efetivo exercício.

b) força maior devem ser compensadas pela autoridade, mas não poderão ser consideradas como efetivo exercício.

c) caso fortuito ou de força maior pode-rão ser compensadas a critério da che-fia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.

d) caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas, desde que assim en-tenda o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, mas não consideradas como efetivo exercício.

e) força maior serão obrigatoriamente compensadas pelo Presidente do Tri-bunal Regional Eleitoral e consideradas como efetivo exercício.

16. (FCC – TRT-24a – Técnico Judiciário – 2011) No que diz respeito às licenças, previstas na Lei nº 8.112/1990, é correto afirmar:

a) Na licença para o serviço militar, conclu-ído tal serviço, o servidor terá até qua-renta dias sem remuneração para reas-sumir o exercício do cargo.

b) É possível o exercício de atividade remu-nerada durante o período da licença por motivo de doença em pessoa da família.

c) A licença ao servidor para acompanhar cônjuge que foi deslocado para o ex-terior será pelo prazo máximo de dois anos.

d) A licença concedida dentro de sessenta dias do término de outra da mesma es-pécie será considerada como prorroga-ção.

e) A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença para atividade política, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de dois meses.

17. (FCC – TRF-1a – Técnico Judiciário – 2011) Sobre as férias dos servidores públicos fede-rais, é correto afirmar:

a) O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas até o máxi-mo de dois períodos, no caso de neces-sidade do serviço, ressalvadas as hipó-teses em que haja legislação específica.

b) Não é vedado ao servidor levar à conta de férias alguma falta ao serviço.

c) As férias poderão ser parceladas em até duas etapas, desde que assim requeri-das pelo servidor, e no interesse da Ad-ministração Pública.

d) O servidor exonerado do cargo efetivo perceberá indenização, relativa ao perí-odo das férias a que tiver direito, calcu-lada com base na remuneração do mês anterior ao da publicação do ato exone-ratório.

e) O servidor que opera direta e perma-nentemente com raios X ou substâncias radioativas gozará trinta dias consecuti-vos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipó-tese a acumulação.

18. (FCC – TRT-23a – Execução de Mandados – 2011) Considere as seguintes assertivas so-bre as licenças dos servidores públicos civis federais, nos termos da Lei nº 8.112/1990:

I. A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servi-dor fará jus à licença para atividade política, assegurados os vencimentos do cargo efeti-vo, somente pelo período de dois meses.

II. A licença poderá ser concedida ao ser-vidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro por até trinta dias, consecuti-vos ou não, mantida a remuneração do ser-vidor, e por até sessenta dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

III. A critério da Administração poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos

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particulares pelo prazo de até três anos con-secutivos, sem remuneração.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e III.b) II e III.c) I e II.d) II.e) III.

19. (FCC – TRT-20a – Analista Judiciário – 2011) A licença por motivo de doença em pessoa da família, incluídas as prorrogações, po-derá ser concedida a cada período de doze meses, dentre outras, na seguinte condição, por até

a) 120 dias, consecutivos ou não, sem re-muneração.

b) 100 dias, consecutivos ou não, sem re-muneração.

c) 120 dias, consecutivos, mantida a remu-neração do servidor.

d) 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.

e) 90 dias, consecutivos, mantida a remu-neração do servidor.

20. (FCC – TRT-23a – Técnico Judiciário – 2011) Sobre as férias dos servidores públicos civis federais, prevista na Lei nº 8.112/1990, é correto afirmar que:

a) O servidor fará jus a trinta dias de férias, que não podem, em qualquer hipótese, ser acumuladas com outro período.

b) As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da Admi-nistração Pública.

c) O pagamento da remuneração das fé-rias será efetuado até um dia antes do início do respectivo período, observan-do-se os demais preceitos estabelecidos em lei.

d) É facultado ao servidor público levar à conta de férias qualquer falta ao servi-ço.

e) A indenização relativa ao período de fé-rias do servidor exonerado será calcu-lada com base na remuneração do mês posterior àquele em que for publicado o ato exoneratório.

Gabarito: 1. D 2. D 3. C 4. D 5. B 6. E 7. A 8. E 9. C 10. A 11. A 12. B 13. C 14. A 15. B 16. D  17. A 18. E 19. D 20. B

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REGIME DISCIPLINAR

O Regime Disciplinar a que estão submetidos os funcionários públicos civis da União está situado entre os artigos 116 e 142 da Lei nº 8.112/90. Nele encontraremos os deveres dos servidores, as proibições, as responsabilidades dos servidores referentes ao exercício de suas funções.

Assim, temos:

DEVERES DOS SERVIDORESArt. 116. São deveres do servidor:

I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II – ser leal às instituições a que servir;

III – observar as normas legais e regulamentares;

IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V – atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;

VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X – ser assíduo e pontual ao serviço;

XI – tratar com urbanidade as pessoas;

XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa."

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PROIBIÇÕES DO SERVIDORArt. 117. Ao servidor é proibido:

I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III – recusar fé a documentos públicos;

IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV – proceder de forma desidiosa;

XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado."

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Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X não se aplica nos seguintes casos:

I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros;

II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91, observada a legislação sobre conflito de interesses.

ACUMULAÇÃO DE CARGOS

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.

§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.

Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

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CONSTITUIÇÃO FEDERALARTIGO 37

"XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração."

ARTIGO 40

"§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo."

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RESPONSABILIDADES DO SERVIDOR

"CF, art. 37, §6º – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa."

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública."

Interferência da Esfera Penal nas outras (ART. 126)

Pode ocorrer interferência do trânsito em julgado da sentença penal nas outras esferas, dependendo do conteúdo ou dos fundamentos da sentença.

Assim, a condenação penal do servidor, uma vez transitada em julgado, implica interferência nas esferas administrativa e civil, acarretando reconhecimento automático da responsabilidade do servidor nessas duas esferas.

A absolvição por negativa de autoria ou por inexistência do fato também interfere nas outras esferas, absolvendo, igualmente o servidor. Isso porque, se a jurisdição criminal, em que a

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apreciação das provas é muito mais ampla, categoricamente afirma que não foi o agente o autor do fato a ele imputado ou que sequer ocorreu o fato aventado, não há como sustentar o contrário nas outras esferas.

Já a absolvição penal por mera insuficiência de provas ou por ausência de culpabilidade penal ou, ainda, por qualquer outro motivo, não interfere nas demais esferas.

PENALIDADES

As penalidades civis aplicáveis aos servidores civis, no âmbito federal, são as seguintes: (art. 127)

a) advertência

b) suspensão

c) demissão (≠ exoneração)

d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade

e) destituição de cargo em comissão

f) destituição de função comissionada

• Para aplicação de uma penalidade a um servidor, deve-se sempre assegurar o contraditório e ampla defesa do servidor (CF, art. 5º, LV). Para isso, o artigo 128, em seu § único, estabelece que o ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

• Para se aplicar qualquer penalidade ao servidor é essencial a instauração prévia de PAD ou sindicância.

• Ainda que a autoridade competente para aplicar a pena presencie a prática da infração, é essencial a abertura prévia de PAD ou sindicância, não se admitindo assim, o instituto da "verdade sabida"

• Apesar de a imposição de penalidades ser tida, tradicionalmente, como exercício do Poder Discricionário, a Lei nº 8.112/90 estabelece que na aplicação das penalidades serão consideradas:

• a natureza e a gravidade da infração cometida;

• os danos que dela provierem para o serviço público;

• as circunstâncias agravantes ou atenuantes;

• os antecedentes funcionais.

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a) ADVERTÊNCIA

Será aplicada por escrito, nos casos de violação das proibições abaixo e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave (art. 129). Segundo a Lei nº 8.112/90, art. 129, a advertência será aplicada nos casos abaixo:

I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III – recusar fé a documentos públicos;

IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

A penalidade de advertência terá seu registro nos assentamentos funcionais do servidor cancelado após o decurso de três anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

b) SUSPENSÃO

Será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à demissão. Segundo a Lei nº 8.112/90, art 130, são elas:

XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

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O prazo máximo da penalidade de suspensão é de 90 dias. O servidor não recebe remuneração nesse período e o tempo de suspensão não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito.

A Lei nº 8.112/90 ainda estabelece que será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

A penalidade de suspensão terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

c) MULTA

Não é uma penalidade autônoma, derivando sempre de uma suspensão. Sendo assim, quando houver conveniência para o serviço (ato discricionário), a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

d) DEMISSÃO

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I – crime contra a administração pública (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal)

II – abandono de cargo;

III – inassiduidade habitual;

IV – improbidade administrativa (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal)

V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

VI – insubordinação grave em serviço;

VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;

VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal)

IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal)

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XI – corrupção (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal)

XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

ART. 117

IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; (incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos)

X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; (incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos)

XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV – proceder de forma desidiosa;

XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do

Art. 132. Implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

IV – improbidade administrativa

VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos

X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional

XI – corrupção

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Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; ("CARTEIRADA")

XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;("ADVOCACIA ADMINISTRATIVA")

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

I – crime contra a administração pública

IV – improbidade administrativa

VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos

X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional

XI – corrupção

e) CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE

Será aplicada ao inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

f) DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão (art. 135)

PRAZO PRESCRICIONAL

É o prazo que possui a Administração Pública para punir os seus servidores pela prática de determinados atos. A prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data em que o fato se tornou conhecido.

PRAZO PENALIDADE

180 DIAS Advertência

2 ANOS Suspensão

5 ANOS Demissão, Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade e Destituição de Cargo em Comissão

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Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime

A abertura de sindicância ou a instauração de PAD interrompe a prescrição, até a decisão final proferida pela autoridade competente. Interrompido o curso de prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

APLICAÇÃO DAS PENALIDADES

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)

São os meios disponibilizados pela Lei nº 8.112/90 para apuração de irregularidades cometidas pelos servidores públicos no exercício de suas atribuições. Assim, a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade (art. 144)

É importante ressaltar que a Comissão de Sindicância/PAD não tem competência para aplicar penalidade a um servidor. Tal comissão, apenas sugere a penalidade a ser aplicada pela autoridade julgadora (aquela competente para aplicar a pena sugerida – Lei nº 8.112/90, art 141)

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a) SINDICÂNCIA

A apuração de irregularidades poderá ser realizada por meio sumário, através de sindicância, da qual poderá resultar aplicação de penalidade de:

a) advertência

b) suspensão até 30 dias

Daí, concluímos que a penalidade máxima que pode ser aplicada mediante uma sindicância é a suspensão de 30 dias.

O art. 145 da Lei nº 8.112/90 estabelece que da sindicância poderá resultar:

I – arquivamento do processo

II – aplicação direta das penalidades de advertência ou de suspensão por até 30 dias

III – a instauração do PAD, se for verificado tratar-se de caso que enseje aplicação de penalidade mais grave. Nesse caso, os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da instrução (art. 154).

O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Somente enquanto a sindicância constitui um procedimento meramente investigatório, sem a formalização de acusação a qualquer servidor, podemos falar em ausência de contraditório e ampla defesa, pois não há acusado e nem imputação que deva ser contraditada.

Quando a infração for capitulada como ilícito penal, uma cópia dos autos da sindicância ou o processo disciplinar será encaminhado ao Ministério público.

O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade aplicada.

Deve-se observar, por último, que a sindicância não é etapa do PAD, nem deve, necessariamente, precede-lo, vale dizer. Pode-se iniciar a apuração de determinada infração diretamente pela instauração de um PAD.

b) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)

A instauração do PAD é necessária para aplicação das penalidades de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão, destituição de função comissionada e no caso de suspensão superior a 30 dias.

O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. (art. 148)

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O PAD desenvolve-se nas seguintes fases:

1. INSTAURAÇÃO

2. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO (INSTRUÇÃO, DEFESA E RELATÓRIO)

3. JULGAMENTO

1. INSTAURAÇÃO

Dá-se a instauração do PAD com a publicação da portaria de designação da comissão encarregada de proceder aos trabalhos de investigação. O PAD será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis, designados pela autoridade competente, dentre eles será escolhido o presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Art. 149)

Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

O prazo para conclusão do PAD: não excederá a 60 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, a critério da autoridade instauradora, quando as circunstâncias o exigirem (art. 152)

AFASTAMENTO PREVENTIVO TEMPORÁRIO

Caso seja necessária à apuração dos fatos, o servidor poderá ser afastado temporariamente do seu cargo. O afastamento, se for decretado, o será pela autoridade instauradora do processo e será determinado juntamente com a instauração.

Não é uma penalidade, e sim uma medida cautelar. O servidor continuará recebendo normalmente sua remuneração.

O prazo máximo: até 60 dias, prorrogável por igual período, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

2. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

2.1 INSTRUÇÃO

Caso tenha havido uma sindicância prévia à instauração do PAD, seus autos o integrarão como forma informativa. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito.

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O servidor pode acompanhar todo o processo pessoalmente ou por meio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.

O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Concluídos todos os procedimentos, a Comissão, de posse de elementos comprobatórios, decidirá, com base nesses elementos, se o servidor deverá ou não ser indiciado. Caso a Comissão entenda que não deve, o processo será arquivado, do contrário, formulará a indiciação do servidor.

A partir da indiciação, o servidor deverá ser citado para que apresente sua defesa escrita. A instrução é encerrada com a citação.

Prazos para apresentação de defesa escrita:

a) havendo apenas um indiciado, possui ele dez dias para apresentação da defesa escrita, contados da data de aposição de sua ciência na cópia da citação a ele entregue, ou, caso ele se recuse a assinar, conta-se o prazo da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de duas testemunhas;

b) havendo mais de um indiciado, o prazo será comum para todos, de 20 dias, contados da data de ciência do último citado;

c) o prazo para apresentação da defesa pode ser prorrogado pelo dobro, pelo presidente da comissão, caso sejam indispensáveis diligências para a preparação da defesa. Assim, havendo somente um indiciado, o prazo poderá ser de 30 dias (10 + 20). Se mais de um os indiciados, o prazo poderá ser de 60 dias (20 + 40);

d) o prazo para defesa, quando a citação for feita por edital, será de 15 dias, contados da data da última publicação do edital. A citação por edital ocorre quando o indiciado se encontra em local desconhecido e deve ser feita no DOU e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido do servidor.

2.2 DEFESA

Devido ao princípio da verdade material, aplicado no PAD, caso o indiciado não apresente sua defesa escrita, no prazo estipulado, não surge nenhuma presunção legal contra o servidor e, para defender o revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou e mesmo nível, ou ter nível escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Assim, sempre haverá defesa escrita, seja pelo próprio indiciado, pelo seu procurador e a revelia não possui efeito de confissão.

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2.3 RELATÓRIO

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.

§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

3. JULGAMENTO

Se houver penalidade a ser aplicada, o julgamento do processo deverá ser feito pela autoridade competente para aplicar essa penalidade (art. 141)

Prazo para proferir a decisão: 20 dias contados do recebimento do processo (caso não seja cumprido, na acarretará a nulidade do processo)

A autoridade julgadora não está totalmente vinculada à conclusão do relatório da comissão, visto que a lei estabelece que o relatório deve ser acatado, salvo se sua conclusão for contrária à prova dos autos. Nesse caso, a autoridade julgadora, motivadamente, poderá agravar ou abrandar a penalidade proposta ou, até mesmo, isentar o servidor de penalidade.

NULIDADE DO PROCESSO

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo

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c) PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RITO SUMÁRIO

Casos:

a) acumulação ilícita de cargos públicos

b) abandono de cargo (ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos)

c) inassiduidade habitual (falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses)

A Lei nº 9527/97, que alterou o texto original da Lei nº 8.112/90, estabeleceu para esses casos um rito especial de investigação e julgamento, denominado de rito sumário.

Prazo para conclusão: será de 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.

Dispositivos aplicados: Lei nº 8.112/90, arts. 133 e 140 e, subsidiariamente, as disposições pertinentes ao PAD ordinário.

Relativamente à acumulação de cargos, constatada a qualquer tempo, o servidor deverá ser notificado para apresentar a opção no prazo improrrogável de dez dias contados da data da ciência da notificação. Caso o servidor não apresente a opção no prazo, será instaurado processo administrativo, sob procedimento sumário, visando à apuração e regularização da sua situação.

Nessa hipótese, o PAD sumário terá as seguintes fases:

I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;

II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;

III – julgamento.

A Comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constitui, termo de indiciação e promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

A opção do servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.

Prazo para autoridade julgadora proferir sua decisão: cinco dias, contados do recebimento do processo.

Caracterizada a acumulação de cargos e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou as entidades de vinculação serão comunicados.

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d) REVISÃO DO PROCESSO

O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Não pode ser alegada injustiça na aplicação da penalidade aplicada anteriormente.

Essa revisão do processo não pode ser encarada como uma segunda instância administrativa, visto que só caberá se houver fatos novos.

Poderá ocorrer de ofício ou a pedido do servidor ou de pessoa da família, caso ele tenha falecido ou se encontre ausente ou desaparecido.

No processo revisional o ônus da prova cabe ao requerente (art. 175), ao contrário do PAD. Sendo assim, na revisão, inverte-se o ônus da prova.

Caso seja deferida a revisão do processo (o juízo de admissibilidade compete ao Ministro de Estado ou equivalente), será constituída uma comissão revisora, a qual terá 60 dias, improrrogáveis, para conclusão dos seus trabalhos.

O prazo para julgamento, pela mesma autoridade que aplicou a penalidade é de 20 dias.

Da revisão não poderá resultar o agravamento da penalidade (não se admite o "reformatio in pejus")

Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES – PARTE 3

1. (FCC – TRE-RR – Tecnico Administrativo – 2014) Um servidor da União utilizou recur-sos materiais da repartição em atividade particular. Nos termos da Lei nº 8.112/90, esse ato é passível da aplicação da penalida-de de:

a) advertência. b) suspensão de 15 dias.c) suspensão de 30 dias. d) suspensão de 90 dias. e) demissão.

2. (FCC – CNMP – Administração – 2015) Ma-riazilda, servidora pública federal, recusou fé a documento público e, após regular pro-cesso administrativo, foi condenada a pena de advertência. Dois meses após o trânsito em julgado dessa condenação, Mariazilda promoveu manifestação de desapreço no recinto da repartição. Neste caso, de acordo com a Lei nº 8.112/90, Mariazilda está sujei-ta à pena de

a) demissão.b) suspensão de até 90 dias.c) suspensão de até 120 dias.d) repreensão verbal.e) suspensão de até 180 dias.

3. (FCC – TRT-19 – Técnico Judiciário – 2014) Alice, servidora pública do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, encontrava-se em seu local de trabalho, exercendo nor-malmente suas atribuições, quando foi sur-preendida por um particular que lhe dirigiu graves xingamentos, ofensivos à sua moral. Alice, abalada emocionalmente, ofendeu fi-

sicamente o particular. Nos termos da Lei nº 8.112/1990, Alice

a) está sujeita à pena de repreensãob) não sofrerá punição, haja vista ter agido

sem legítima defesac) cometeu ato de improbidade e pode

sofrer a suspensão dos seus direitos po-líticos por 8 (oito) anos

d) está sujeita à pena de demissãoe) não sofrerá punição, mas terá o episó-

dio registrado em seu prontuário, para fins de antecedentes funcionais.

4. (FCC – CNMP – Analista Jurídico – 2015) Considere as seguintes situações:

I. Rovanilda, servidora pública federal, man-tinha sob sua chefia imediata, em função de confiança, seu irmão, Rivaildo.

II. Renata, servidora pública federal, aceitou comissão de estado estrangeiro.

Neste casos, de acordo com a Lei nº 8.112/90, considerando as condutas prati-cadas, bem como que ambas são servidoras primárias, sem processo administrativo dis-ciplinar anterior, Rovanilda e Renata estão sujeitas às penas de:

a) suspensão de até sessenta dias.b) advertência e suspensão, respectiva-

mente.c) suspensão de até trinta dias.d) advertência e demissão, respectiva-

mente.e) demissão.

5. (FCC – CNMP – Analista de Informação – 2015) De acordo com a Lei nº 8.112/90, a demissão ou a destituição de cargo em co-missão, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal,

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pelo prazo de 5 anos, em razão da prática da conduta de

a) incontinência pública e conduta escan-dalosa, na repartição.

b) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública.

c) insubordinação grave em serviço.d) ofensa física, em serviço, a servidor ou

a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem.

e) aplicar irregularmente dinheiros públi-cos

6. (FCC – TRT-SP – Oficial de Justiça – 2008) Nos termos da Lei nº 8.112/90, a pena de advertência será aplicada por escrito, den-tre outras hipóteses, quando o agente:

a) praticar usura sob qualquer de suas for-mas.

b) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública.

c) receber presente ou vantagem de qual-quer espécie, em razão de suas atribui-ções.

d) coagir ou aliciar subordinados no senti-do de filiaremse a associação profissio-nal ou sindical, ou a partido político.

e) utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.

7. (FCC – TRT-AL – Oficial de Justiça – 2008) Em matéria de penalidades, analise o compor-tamento das servidoras públicas federais efetivas abaixo.

I. Mariana vem exercendo atividade incom-patível com o horário de trabalho.

II. Gabriela vem promovendo manifestação de desapreço no recinto da repartição.

Nesses casos, Mariana e Gabriela estarão sujeitas, respectivamente, às penas de:

a) advertência verbal e suspensão até quinze dias.

b) demissão e multa na base de cinqüenta por cento por dia de vencimento.

c) suspensão com possibilidade de con-versão em multa e advertência por es-crito.

d) repreensão e suspensão com conversão em multa.

e) suspensão até noventa dias e destitui-ção do cargo.

8. (FCC – TRT-SP – Analista Judiciário – 2008) Tício, funcionário público da União, opôs resistência injustificada ao andamento de processo que deveria movimentar. Conside-rando que foi a primeira vez que praticou tal conduta, ele está sujeito à penalidade pre-vista na Lei que dispõe sobre o regime jurí-dico dos servidores públicos civis da União, que consiste em

a) demissão.b) advertência verbal.c) suspensão.d) advertência, por escrito.e) desconto de um dia dos seus vencimen-

tos.

9. (FCC – TRE-AP – Analista de Sistema – 2011) Crisela, servidora pública civil federal efeti-va, valeu-se de seu cargo para lograr provei-to pessoal em detrimento da dignidade da função pública. Neste caso, a demissão

a) incompatibiliza-a para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 8 anos.

b) gera a penalidade para Crisela de proi-bição de retornar ao serviço público fe-deral.

c) incompatibiliza-a para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 6 anos.

d) incompatibiliza-a para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos.

e) incompatibiliza-a para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 10 anos.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

10. (FCC – TRT-19a – Arquivologia – 2011) No que concerne à prescrição para a ação disci-plinar, é correto afirmar:

a) A abertura de sindicância ou a instaura-ção de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a primeira decisão pro-ferida no processo.

b) A ação disciplinar prescreverá em cento e vinte dias quanto às infrações puníveis com advertência.

c) A ação disciplinar prescreverá em dois anos quanto às infrações puníveis com destituição de cargo em comissão.

d) O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato foi praticado, não importando a data em que se tornou conhecido.

e) Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam- se às infrações discipli-nares capituladas também como crime.

11. (FCC – TRF-4a – Oficial de Justiça – 2007) O processo administrativo, em matéria disci-plinar, admite revisão que deverá atender, dentre outros requisitos, ao que se afirma em:

a) Deverá ser requerida até 1 (um) ano após a condenação e quando se aduzi-rem fatos novos que justifiquem a reno-vação do processo.

b) Poderá ser pedida a qualquer tempo e quando se aduzirem circunstâncias sus-cetíveis de justificar a inocência do pu-nido.

c) Quando da ocorrência de inadequa-ção da pena aplicada, e requerida até 2 (dois) anos após a imposição da pena.

d) Quando da demonstração simples da injustiça da penalidade, podendo ser re-querida a qualquer tempo, desde que a pedido do servidor.

e) Quando do pedido de reavaliação de elementos já apreciados no processo originário e simples alegação de injusti-ça em geral.

12. (FCC – TRT-AL – Técnico Judiciário – 2008) Aretuza, aposentou-se de seu cargo público federal. Posteriormente, foi condenada em processo administrativo por ter recebido propina, em razão de suas atribuições quan-do estava em atividade. Nesse caso, Aretu-za:

a) responderá apenas criminalmente por ser fato delituoso.

b) continua aposentada por não ter mais vínculo funcional.

c) será notificada para repor o valor da propina sem outras conseqüências.

d) terá cassada sua aposentadoria.e) responderá apenas civilmente para o

ressarcimento de terceiros.

13. (FCC – TRT-SP – Técnico Judiciário – 2008) A respeito das responsabilidades do servidor público civil da União, em conformidade com a Lei nº 8.112/90, é correto afirmar:

a) A responsabilidade penal do servidor abrange tão-só os crimes contra a Admi-nistração Pública.

b) A obrigação de reparar o dano não se estende aos sucessores.

c) A responsabilidade civil do servidor de-corre de ato omissivo ou comissivo, do-loso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

d) Sendo independentes as instâncias, a responsabilidade administrativa do ser-vidor não será afastada, mesmo no caso de absolvição criminal que negue a exis-tência do fato.

e) Tratando-se de dano causado a tercei-ros, a responsabilidade será da União, respondendo o servidor apenas no âm-bito administrativo.

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14. (FCC – TRT-GO – Técnico Judiciário – 2008) Com referência à responsabilidade do servi-dor, de acordo com a Lei que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Ci-vis da União, é correto afirmar:

a) Mesmo que o servidor seja absolvido em processo criminal por decisão que negue a existência do fato, o servidor responderá administrativamente.

b) O servidor demitido em processo admi-nistrativo pela prática de ato irregular no exercício do cargo, não responderá civilmente pelo mesmo ato.

c) A responsabilidade penal abrange ape-nas os crimes imputados ao servidor, nessa qualidade.

d) A obrigação de reparar o dano causado ao erário ou a terceiros estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebi-da.

e) Se o terceiro prejudicado for ressarcido pelo Poder Público em regular ação ju-dicial, o servidor não responderá pelo dano a ele causado.

15. (FCC – TRE-RN – Analista Administrativo – 2011) No que concerne às penas disciplina-res, é correto afirmar:

a) As penalidades de advertência e de sus-pensão terão seus registros cancelados após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

b) Será aplicada a sanção de advertência ao servidor que utilizar pessoal ou re-cursos materiais da repartição em servi-ços ou atividades particulares.

c) A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à penalidade de demissão, não podendo exceder sessenta dias.

d) Será punido com suspensão de até vinte dias o servidor que, injustificadamente,

recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da pe-nalidade uma vez cumprida a determi-nação.

e) A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efe-tivo será aplicada nos casos de infrações sujeitas apenas à penalidade de demis-são.

16. (FCC – TRF-1a – Analista Judiciário – 2007) Túlio, servidor público federal sofreu pena disciplinar em julho de 2003, sendo que seis meses depois teve declarada sua ausência na esfera cível. Nesse caso, tendo em vista a Lei nº 8.112 de 11/12/1990, esse processo administrativo:

a) não é mais passível de revisão tendo em vista a ocorrência da prescrição e deca-dência.

b) poderá ser revisto a qualquer tempo, e por requerimento de qualquer pessoa da família.

c) estará sujeito a revisão desde que o ser-vidor seja encontrado ou justifique seu desaparecimento.

d) não poderá ser revisto porque esse di-reito é personalíssimo, salvo se houver comprovação de seu falecimento.

e) não pode ser revisto de ofício, porque depende de pedido formal e exclusivo dos sucessores ou terceiros interessa-dos.

17. (FCC – TRT-14a – Execução de Mandados – 2011) Nos termos da Lei nº 8.112/90, o ex-servidor público fica incompatível para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de cinco anos, quando tiver sido demitido por

a) aplicar irregularmente o dinheiro públi-co.

b) crime contra a Administração Pública.c) improbidade administrativa.

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d) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública.

e) lesar os cofres públicos e dilapidar o pa-trimônio nacional.

18. (FCC – TRF-1a – Execução de Mandados – 2011) José, servidor público federal, res-ponde a processo administrativo por ter fal-tado ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. Conforme preceitua a Lei nº 8.112/1990, estará sujeito à pena de

a) demissão.b) suspensão pelo prazo máximo de no-

venta dias.c) advertência.d) disponibilidade.e) multa.

19. (FCC – TRE-RN – Técnico Judiciário – 2011) A responsabilidade do servidor público civil:

a) resulta de ato apenas comissivo, prati-cado no desempenho de cargo ou fun-ção.

b) somente será afastada no caso de absol-vição criminal que negue a existência do fato.

c) de reparar o dano não se estende aos sucessores do servidor público.

d) decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre-juízo ao erário ou a terceiros.

e) implicará na aplicação de sanção admi-nistrativa, que não poderá cumular-se com demais sanções de natureza penal ou civil, sob pena de caracterizar bis in idem.

20. (FCC – TRT 19 – Analista Administrativo – 2014) André, servidor público do Tribunal Regional do Trabalho da 19a Região, acu-mulou ilegalmente seu cargo com outro no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. O TRT tomou conhecimento da in-fração, no entanto, não tomou providência, já tendo transcorrido o prazo de dois anos da ciência. Na hipótese narrada e nos ter-mos da Lei nº 8.112/90, a ação disciplinar

a) pende de condição suspensiva, pois é necessário aguardar a ciência do TJ (Tri-bunal de Justiça de Alagoas) para adotar eventual medida administrativa.

b) está prescrita, pois, no caso narrado, o prazo prescricional é de dois anos.

c) está prescrita, pois, no caso narrado, o prazo prescricional é de cento e oitenta dias.

d) não está prescrita.e) está prescrita, pois, no caso narrado, o

prazo prescricional é de um ano.

Gabarito: 1. E 2. B 3. D 4. D 5. B 6. D 7. C 8. D 9. D 10. E 11. B 12. D 13. C 14. D 15. B 16. B  17. D 18. A 19. D 20. D

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Questões

QUESTÕES CESPE

1. (CESPE – SUFRAM – Agente Administrativo – 2014) Um veículo da SUFRAMA, conduzi-do por um servidor do órgão, derrapou, in-vadiu a pista contrária e colidiu com o veícu-lo de um particular. O acidente resultou em danos a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

O motorista da SUFRAMA poderá ser res-ponsabilizado administrativamente pelo acidente, ainda que tenha sido absolvido por falta de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a responsabilidade pelas lesões causadas ao motorista particu-lar.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

2. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013) Acerca da nomeação para cargo público, as-sinale a opção correta.

a) De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, durante o prazo de validade do con-curso público, a administração poderá abrir novo concurso para provimento das mesmas vagas, desde que seja prio-rizada a ordem de nomeação do primei-ro concurso.

b) A nomeação para provimento de cargo efetivo ou em comissão deverá ser pre-cedida de concurso público de provas ou de provas e títulos.

c) Aquele que, após a nomeação, não to-mar posse no prazo previsto em lei será exonerado do cargo.

d) A nomeação do servidor ocorrerá com a assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deve-res, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado.

e) A nomeação, assim como a readapta-ção, a reintegração e a recondução são formas de provimento em cargo públi-co.

3. (CESPE – MIN – Administrador – 2013) Con-soante decisão do Supremo Tribunal Fede-ral, os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações pú-blicas devem sujeitar-se a regime jurídico único.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

4. (CESPE – MJ – Analista Administrativo – 2013) Segundo entendimento do STJ, o servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse da administração, para acompa-nhar o seu cônjuge empregado de empre-sa pública federal que tenha sido deslocado para outra localidade no interesse da admi-nistração.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

5. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013) A respeito da Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção correta.

a) Servidores em estágio probatório não poderão ocupar cargos comissionados.

b) O servidor público não estável que for reprovado no estágio probatório será exonerado do cargo público que ocupa.

c) Cada concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorroga-do por duas vezes, até o limite de dois anos.

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d) A posse do candidato aprovado somen-te ocorrerá mediante comparecimento pessoal.

e) Em razão da estabilidade no serviço pú-blico, o servidor estável somente per-derá o cargo em virtude de processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa.

6. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013) Com relação a direitos e vantagens previs-tos na Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção correta.

a) O servidor que faltar ao serviço injusti-ficadamente poderá, mediante autori-zação expressa, compensar a falta com suas férias.

b) Embora exista um teto remuneratório no funcionalismo público, não se pre-viu um mínimo salarial, de forma que é possível um servidor receber um valor inferior ao salário mínimo como remu-neração.

c) As indenizações a que um servidor faz jus não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.

d) A ajuda de custo, em caso de mudança de domicílio, é devida aos servidores públicos de cargo efetivo, porém não é devida aos servidores ocupantes de cargo em comissão por não possuírem estes vínculo com o serviço público.

e) O direito ao adicional de insalubridade é de caráter permanente e torna-se di-reito adquirido do servidor, não poden-do ser retirado, mesmo com a elimina-ção do risco.

7. (CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário – 2013) Assinale a opção correta quanto ao provimento de cargos públicos.

a) Entre as formas de provimento de cargo público, inclui-se a ascensão que ocorre quando o servidor muda de classe ou categoria, dentro da mesma carreira, em razão de merecimento ou antigui-dade.

b) O servidor nomeado para cargo efetivo terá o prazo de trinta dias para entrar em exercício.

c) De acordo com a jurisprudência majori-tária, a aprovação em concurso público, dentro do número de vagas oferecidas pelo edital, gera direito subjetivo à no-meação.

d) A promoção não é considerada forma de provimento de cargo público, visto que, nesse caso, o servidor já foi investi-do no cargo por meio da nomeação.

e) A reintegração é forma de provimento originário de cargo público.

8. (CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário – 2013) João foi demitido do serviço público por ter praticado falta grave. Dois anos de-pois, conseguiu anular, por meio de ação judicial, a decisão administrativa que o de-mitiu. Além de anular o ato administrati-vo, a decisão judicial determinou que João voltasse ao cargo público que ocupava an-teriormente. De acordo com essa situação hipotética, assinale a opção que apresenta a forma de investidura utilizada para que João volte a ocupar o cargo público.

a) reconduçãob) aproveitamentoc) reversãod) readaptaçãoe) reintegração

9. (CESPE – TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013) Acerca dos requisitos para a investi-dura em cargo público, assinale a opção cor-reta.

a) Vinte por cento das vagas de todos os concursos públicos devem ser reserva-das aos portadores de deficiência, ve-dada qualquer alegação de incompati-bilidade entre a deficiência e o cargo.

b) Para ser investido em cargo público, o candidato deve ter, ao menos, o ensino fundamental completo.

c) As universidades podem prover seus cargos com professores estrangeiros.

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d) A idade mínima para a investidura em cargo público é dezesseis anos.

e) A investidura em o cargo público é con-cretizada com a publicação da nomea-ção no Diário Oficial.

10. (CESPE – TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013) Ao funcionário público federal estável aprovado em novo concurso público, para outro órgão, mas não habilitado no estágio probatório desse novo cargo aplica-se, para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado, o instituto da

a) recondução.b) readaptação.c) reversão.d) reintegração.e) redistribuição.

11. (CESPE – CNJ – Analista Administrativo – 2013) Suponha que um empregado público de uma empresa pública federal seja no-meado, após aprovação em concurso, para o cargo de analista do CNJ. Nessa situação hipotética, o provimento no novo cargo será derivado, devido ao vínculo anterior que o empregado mantinha com a administração pública.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

12 (CESPE – MPTC-DF – Procurador de Contas – 2013) A anulação do ato de demissão de servidor, por decisão judicial, com a respec-tiva reintegração, tem como consequência lógica a recomposição integral dos direitos do servidor demitido, em respeito ao prin-cípio da restitutio in integrum, salvo no que se refere ao ressarcimento dos vencimentos que seriam pagos no período em que foi in-devidamente desligado do serviço público.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

13 (CESPE – MPU – Técnico Administrativo – 2013) A posse do servidor público nomeado, que pode ocorrer mediante procuração es-pecífica, deve acontecer no prazo de trinta

dias contados da publicação do ato de provi-mento, sendo, ainda, conferidos ao servidor mais trinta dias para entrar em exercício no cargo.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

14 (CESPE – PC-BA – Delegado – 2013) Conside-re que um servidor público federal estável, submetido a estágio probatório para ocu-par outro cargo público após aprovação em concurso público, desista de exercer a nova função. Nessa situação, o referido servidor terá o direito de ser reconduzido ao cargo ocupado anteriormente no serviço público.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

15 (CESPE – MIN – Administrador – 2013) O re-torno à atividade de servidor aposentado é exemplo de reintegração, forma de provi-mento de cargo público que se caracteriza pelo reingresso do servidor no cargo por ele anteriormente ocupado.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

16. (CESPE – IBAMA – Auxiliar Administrativo – 2013) A investidura no cargo público ocorre com a nomeação, sendo de trinta dias o pra-zo para o nomeado tomar posse.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

17. (CESPE – BACEN – Técnico Administrativo – 2013) Se uma pessoa que foi nomeada para determinado cargo tomar posse desse car-go, mas não entrar em exercício dentro do prazo legal, ela deverá ser exonerada de ofí-cio.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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18. (CESPE – DEPEN – Agente Penitenciário – 2013) Um agente penitenciário federal pode ser promovido na carreira por ascensão funcional, pois a promoção de servidor por ascensão funcional constitui forma de provi-mento derivado compatível com a Constitui-ção Federal.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

19. (CESPE – SUFRAM – Agente Administrativo – 2014) Se um candidato lograr êxito em con-curso público, mas, dias antes da posse, for acometido por dengue que o impossibilite de comparecer pessoalmente para o referi-do ato, a posse poderá dar-se mediante pro-curação específica firmada pelo candidato.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

20. (CESPE – SUFRAMA – Agente Administrati-vo – 2014) Ao servidor removido deverá ser concedido o prazo de, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para entrar em exercício na outra localidade para onde foi removido.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

21. (CESPE – ICMBio – Agente Administrativo – 2014) O servidor em exercício nomeado para cargo de provimento efetivo está sujei-to a estágio probatório pelo período de três anos, durante o qual serão avaliadas sua ap-tidão e sua capacidade para o desempenho do cargo, observando, entre outros fatores, a assiduidade e a responsabilidade a fim de adquirir estabilidade.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

22. (CESPE – TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013) Paulo, servidor público federal, requereu exoneração de seu cargo efetivo. O depar-tamento de recursos humanos do órgão, ao analisar a situação funcional do servidor a fim de preparar o ato exoneratório, consta-tou que Paulo havia recebido, meses antes, uma gratificação em duplicidade. Constata-do o equívoco, Paulo foi notificado a devol-ver a verba recebida indevidamente. Com

base na situação hipotética acima, assinale a opção correta.

a) Caso Paulo não quite o débito em ses-senta dias, seu nome será inscrito em dívida ativa.

b) A autoridade máxima do órgão poderá determinar que se proceda ao arresto dos vencimentos de Paulo, até o limite do valor da dívida.

c) Paulo tem o prazo de noventa dias, a contar da notificação, para quitar o dé-bito, sob pena de responder a processo administrativo disciplinar.

d) Paulo não é obrigado a devolver o valor, dado seu caráter de verba alimentar.

e) Paulo não poderá ser exonerado en-quanto não quitar a dívida.

23. (CESPE – CNJ – Técnico Judiciário – 2013) Além do vencimento, o servidor público pode receber vantagens, como indeniza-ções, gratificações e adicionais, sendo que as duas primeiras vantagens citadas incor-poram-se ao vencimento ou provento.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

24. (CESPE – MIN – Administrador – 2013) Os vencimentos dos servidores públicos podem ser objeto de arresto, sequestro e penhora para pagamento de dívidas comerciais.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

25. (CESPE – TRT-5 – Juiz – 2013) Assinale a op-ção correta em relação à ajuda de custo no âmbito da Lei n.º 8.112/1990.

a) É vedada a concessão de ajuda de cus-to àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em co-missão, com mudança de domicílio.

b) O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificada-mente, não se apresentar na nova sede no prazo de quinze dias.

c) A ajuda de custo destina-se a compen-sar as despesas de instalação do servi-dor que, no interesse do serviço, passar

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

a ter exercício em nova sede, com mu-dança de domicílio em caráter eventual.

d) É vedado o duplo pagamento de in-denização a título de ajuda de custo, a qualquer tempo, no caso de o servidor passar a ter exercício na mesma sede de seu cônjuge ou companheiro, também servidor, anteriormente agraciado com o benefício.

e) Cabe ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em vir-tude de mandato eletivo.

26. (CESPE – MJ – Analista Administrativo – 2013) Se um servidor público federal tiver realizado despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos por força das atribuições próprias do cargo, ele terá direito ao recebi-mento de indenização de transporte, que se incorporará ao seu vencimento.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

27. (CESPE – MJ – Administrador – 2013) Não é devido o pagamento de auxílio-transporte ao servidor público que utiliza veículo pró-prio no deslocamento para o trabalho.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

28. (CESPE – SUFRAMA – Agente Administrativo – 2014) Cabem à administração as despesas de transporte do servidor e de sua família para a nova localidade de exercício, inclu-ídos os gastos com passagem, bagagem e bens pessoais.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

29. (CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário – 2013) Considere que Luísa tenha sido apro-vada em concurso público para o cargo de auditora da Receita Federal, tendo sido no-meada para assumir o cargo em outro esta-do da federação. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Na hipótese de Luísa trabalhar horas ex-tras, além da jornada regular de traba-

lho, no período noturno, ela terá direito ao acréscimo do adicional noturno que incidirá sobre a remuneração do adicio-nal por serviço extraordinário.

b) Luísa poderá tirar férias após doze me-ses de exercício e converter um terço das férias em abono pecuniário.

c) Após cinco anos de efetivo exercício, Luísa fará jus ao adicional por tempo de serviço.

d) Caso Luísa não possua imóvel no local de lotação, ela terá direito a auxílio-mo-radia.

e) Se por necessidade do serviço Luísa tra-balhar além da jornada de quarenta ho-ras semanais, ela deve ser remunerada com acréscimo de cem por cento em re-lação à hora normal de trabalho.

30. (CESPE – MJ – Analista Administrativo – 2013) Conforme decisão recente do STJ, o adicional noturno previsto na Lei nº 8.112/1990 será devido ao servidor público federal que preste serviço em horário com-preendido entre 22 horas de um dia e 5 ho-ras do dia seguinte. Entretanto, esse adicio-nal não será devido se o serviço for prestado em regime de plantão.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

31. (CESPE – TRE-MS – Contador – 2013) Con-sidere que Lucas tenha tomado posse no seu primeiro cargo efetivo no serviço públi-co federal e que esteja em exercício há seis meses. Com relação à situação funcional de Lucas, assinale a opção correta à luz da Lei nº 8.112/1990.

a) Enquanto estiver no período de estágio probatório, Lucas não poderá ocupar cargos em comissão.

b) Lucas poderá tirar licença para desem-penho de mandato classista.

c) Lucas poderá tirar licença para tratar de assuntos particulares pelo prazo de três anos consecutivos, sem direito à remu-neração.

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d) Lucas irá adquirir estabilidade após dois anos de efetivo exercício no cargo.

e) Caso Lucas esteja cursando faculdade e tenha de mudar de localidade no inte-resse da administração, ele terá direito a matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, inde-pendentemente de vaga.

32. (CESPE – TRE-MS – Contador – 2013) Com base na Lei nº 8.112/1990, assinale a opção correta.

a) O servidor pode ausentar-se do serviço por dois dias para votar em outro esta-do da Federação.

b) Ao servidor estudante será concedido horário especial, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário es-colar e o da repartição, independente-mente de compensação de horário.

c) O afastamento do servidor por motivo de doença profissional é considerado como efetivo exercício.

d) A licença-prêmio por assiduidade será concedida apenas aos servidores apro-vados no estágio probatório.

e) O servidor público convocado para o serviço militar obrigatório deverá, para que não fique configurado o abandono de cargo, requerer licença para tratar de assuntos particulares, devendo retornar ao serviço no prazo máximo de trinta dias após o término do período do ser-viço obrigatório.

33. (CESPE – MPU – Analista Administrativo – 2013) O período em que o servidor estiver de licença para desempenhar mandato clas-sista conta como tempo de serviço, sendo considerado de efetivo exercício, salvo para efeito de promoção por merecimento.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

34. (CESPE – DP-DF – Defensor Público – 2013) Segundo entendimento do STJ, é cabível a concessão de licença a servidor público para acompanhamento de cônjuge na hipótese

em que se tenha constatado o preenchi-mento dos requisitos legais para tanto, ain-da que o cônjuge a ser acompanhado não seja servidor público e que o deslocamento não tenha sido atual.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

35. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013) Com base no regime disciplinar do servidor público, assinale a opção correta.

a) A penalidade de demissão não poderá ser aplicada ao servidor caso não haja registro, em sua vida funcional, de im-posição prévia de qualquer outra san-ção disciplinar.

b) Constitui penalidade administrativa a decisão que conclui pela inabilitação do servidor em razão do não preenchimen-to dos requisitos do estágio probatório.

c) A conduta do servidor que se vale do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da função pública não ense-ja a aplicação da penalidade de demis-são.

d) Em decorrência do princípio da legalida-de, é vedada a conversão da penalidade de suspensão em multa.

e) Na hipótese de acumulação ilegal de cargos, a infração será apurada median-te processo administrativo disciplinar sumário conduzido por comissão disci-plinar composta por apenas dois servi-dores estáveis.

(CESPE – ANCINE – Técnico Administrativo – 2012) Julgue os itens abaixo, relativos à Lei nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das au-tarquias e das fundações públicas federais.

36. Nos termos dessa lei, nenhum servidor po-derá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à au-toridade superior de informação relativa à prática de crimes ou atos de improbidade de que tenha conhecimento.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

37. A remoção, a suspensão e a demissão são exemplos de penalidades disciplinares pre-vistas na lei em apreço.

38. (CESPE – TCU – AFCE – 2011) A revisão do processo administrativo disciplinar é cabí-vel quando se apresentarem novos fatos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação das penalidades aplicadas, podendo ocorrer de ofício ou a pedido, a qualquer tempo.

(CESPE – TRT-10 – Analista Judiciário – 2012) De acordo com a Lei nº 8.112/1990, suas alterações e sua interpretação doutrinária, julgue os itens seguintes.

39. Ao servidor público é proibido delegar a ou-tro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, mesmo em situações de emer-gência e transitórias.

40. Exoneração e Demissão são formas de saí-da do servidor de cargo público que se di-ferenciam em relação ao aspecto punitivo. Enquanto a exoneração consiste em saída não punitiva, a demissão consiste em saída punitiva, em decorrência de decisão admi-nistrativa ou judicial.

41. Emprega-se o processo administrativo dis-ciplinar para apurar atos ilícitos cujas pena-lidades devem ser mais severas que a sus-pensão por noventa dias.

42. (CESPE – TJRR – Administrador – 2012) A au-sência de defesa técnica oferecida por advo-gado no processo administrativo disciplinar ofende a Constituição Federal, o que deter-mina a nulidade de todo o processo.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

43. (CESPE – SAEB – 2012) Caso determinado servidor público receba penalidade de ad-vertência em 22/8/2009 e, mantendo-se em efetivo exercício, pratique nova infração dis-ciplinar em 3/11/2012, a penalidade de ad-

vertência não terá seu registro cancelado, já que o prazo exigido por lei, em caso de ad-vertência, é de cinco anos de efetivo exercí-cio do servidor sem praticar nova infração.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

44. (CESPE – SAEB – 2012) Se, em processo ad-ministrativo disciplinar, for comprovada a ocorrência de acumulação proibida de cargos por parte do servidor público, este poderá optar por um dos cargos, se restar comprovada a sua boa-fé.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

45. (CESPE – MP-TO – 2012) Como medida cau-telar, em processo administrativo discipli-nar, a autoridade competente, instauradora do processo, poderá, no âmbito de suas atri-buições, afastar de suas funções o servidor público implicado, pelo prazo de sessenta dias, sem prejuízo da remuneração, para evitar, dessa maneira, que ele possa influen-ciar na apuração das irregularidades.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

46. (CESPE – MP-RR – 2012) O termo inicial do prazo prescricional da ação disciplinar é a data em que o fato foi praticado.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

47. (CESPE – MCTI – Gestão Administrativo – 2012) Caso seja absolvido por falta de pro-vas na esfera criminal, o servidor não pode-rá ser punido na esfera disciplinar.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

48. (CESPE – IBAMA – Técnico – 2012) Mesmo estando no exercício do poder disciplinar, a autoridade competente não pode impor pe-nalidade administrativa ao agente público sem o devido processo administrativo.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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(CESPE – CAPES – 2012) A respeito de penalida-des e do processo administrativo disciplinar, jul-gue os itens a seguir com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990 e alterações.

49. O registro da penalidade de advertência aplicada a servidor público será cancelado após o decurso de três anos, desde que ele não pratique nova infração disciplinar nesse período.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

50. No transcurso de processo administrativo disciplinar, é vedado à administração afastar o servidor do exercício do seu cargo.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

Gabarito: 1. V 2. E 3. V 4. V 5. B 6. C 7. C 8. E 9. C 10. A 11. F 12. F 13. F 14. V 15. F 16. F  17. V 18. F 19. V 20. V 21. V 22. A 23. F 24. F 25. D 26. F 27. F 28. V 29. A 30. F 31. E 32. C 33. V 34. V  35. E 36. V 37. F 38. V 39. F 40. V 41. V 42. F 43. F 44. V 45. V 46. F 47. F 48. V 49. V 50. F

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ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

1. Estado, Governo e Administração Pública

1.1 Conceito de Estado

Estado é uma instituição organizada politica, social e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente tendo como lei máxima uma Constituição escrita, e dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força (coerção, especialmente a legal).

De acordo com o atual Código Civil, o Estado possui personalidade jurídica de direito público, com prerrogativas especiais, para que possa ser atingida a finalidade de interesse público.

O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional elaborar as regras de conduta e distribuir a justiça. Nesse contexto, insere-se o Direito Administrativo, como ramo autônomo do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados.

São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é um Estado Democrático de Direito: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º CF)

1.1.1 Elementos do Estado

Sucintamente, temos que Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos povo, território e governo soberano. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território".

Sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e governo soberano.

O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal. O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo.

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Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo a soberania o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.

1.1.2 Organização do Estado

O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a sua extensão territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em unidades menores. Estados de tamanhos variados podem ter vários níveis de governo: local, regional e nacional. Assim, o Estado pode ser:

a) Unitário ou simples – quando só existe uma fonte de Direito, que é no âmbito nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território. (França, Bélgica, Itália e Portugal são unitários)

b) Composto – como o Estado Federado, no qual há a reunião de vários Estados Membros que formam a Federação. Existem várias fontes de direito: Federal, Estadual e a Municipal. (Brasil e EUA são federados).

No Brasil, a Constituição Federal dispõe, em seu art. 1º, que "A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático do Direito..."

Assim, para o Direito Administrativo, a expressão "Estado", em sentido amplo, abrange a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Destacamos que o Estado, em suas relações internacionais (externas), possui soberania; enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas suas relações internas, possuem, apenas, autonomia.

1.1.3 Poderes do Estado

De acordo com o artigo 2º do Texto Constitucional são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário.

Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função estatal específica, porém, não há uma separação absoluta de funções, assegurando o sistema de freios e contrapesos. Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções atípicas (não principais)

Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), ou seja, inovar o ordenamento jurídico, estabelecendo regras gerais e abstratas, criando comandos a todos os cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar conflitos de interesses entre as partes, aplicando as leis aos casos concretos.

Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar a coisa publica, dentro dos limites impostos por lei, com a finalidade de atender ao interesse público.

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Pelo exposto, percebemos que a função administrativa (objeto do Direito Administrativo) é exercida tipicamente (principal) pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também irão desempenhá-la, só que de forma atípica (não-principal).

RESUMINDO...

PODER LEGISLATIVO – função legislativaPODER JUDICIÁRIO – função jurisdicionalPODER EXECUTIVO – função administrativa} FUNÇÕES TÍPICAS (PRINCIPAIS)

1.2 Conceito de Governo

Governar é o poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e exerce autoridade. Governo não implica necessariamente a existência de Estado.

O Governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou de uma nação. Representa o conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política do Estado, abrangendo as funções de comando e de estabelecimento de objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com as suas atribuições constitucionais.

A função política e o Governo são mais objeto do estudo do Direito Constitucional, enquanto que a Administração Pública é objeto do estudo do Direito Administrativo.

1.3 Conceito de Administração Pública

A expressão "Administração Pública" abarca diversas concepções. Inicialmente, temos que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos governamentais (com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, executando os planos governamentais).

Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos administrativos.

RESUMINDO...Administração Pública (sentido amplo) – órgãos governamentais (políticos) + órgãos administrativos

Administração Pública (sentido estrito) – exclusivamente, órgãos administrativos

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Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam do candidato o conceito de Administração Pública num sentido objetivo e num sentido subjetivo. Assim, teremos:

a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública

Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública.

Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades administrativas englobam: a prestação de serviço público, a polícia administrativa, o fomento e a intervenção administrativa.

b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública:

A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública.

Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados posteriormente de forma detalhada, mas de forma sucinta, teremos:

• Entes ou Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração Direta e Indireta. Dividem-se em:

• Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todas com personalidade jurídica de Direito Público)

• Entes Administrativos – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado).

• Órgãos Públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 os conceitua como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta

• Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública. Ou seja, são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

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RESUMINDO...Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (O quê faz a Administração Pública?)

Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (Quem faz a Administração Pública?)

A natureza da Administração Pública é a de um múnus público para quem a exerce, como ensina Hely Lopes Meirelles: "a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da moral administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente assume para com a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo Estado."

Os fins da Administração Pública são sempre o interesse público ou o bem da coletividade, sendo que toda e qualquer atividade administrativa deve almejar este objetivo. Por isso, toda a atividade do administrador público deve ser orientada para este objetivo. Todo ato por ele praticado que se afastar deste fim será considerado ilícito e imoral.

Organização administrativa da União: Administração Direta e Indireta; Agentes Públicos: classificação e espécies

2. Organização administrativa da União.

A organização administrativa da União foi inicialmente estabelecida no Decreto-lei nº 200/67. O qual estabelece que a Administração Pública Federal compreende:

• Administração Direta: que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios;

• Administração Indireta: formada pelo conjunto de autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Ou seja, nesse tópico iremos trabalhar o conceito subjetivo de Administração Pública, ou seja, iremos analisar o conjunto de órgãos, agentes e entidades integrantes da estrutura administrativa brasileira, porém, antes disso, é essencial conhecermos os conceitos de centralização, descentralização e desconcentração.

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2.1 Centralização x Descentralização x Desconcentração

O Estado exerce suas funções administrativas através de um conjunto integrado de órgãos, agentes e entidades, que integra o conceito subjetivo de Administração Pública.

Para exercer tais funções, o Estado organiza-se de duas formas básicas: administração centralizada e administração descentralizada. Daí, surgem, respectivamente, os conceitos de centralização e descentralização.

Centralização ou administração centralizada dá-se quando o Estado exerce suas atividades por meio de seus órgãos e agentes integrantes da estrutura da Administração Direta. Assim, na centralização, o Estado exerce suas funções através de seus órgãos e agentes integrantes das entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Descentralização ou administração descentralizada ocorre quando as entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exercem suas funções por meio de outras pessoas físicas ou jurídicas.

Nesse caso, faz-se necessária a presença de duas pessoas jurídicas: o Estado e a entidade que executará o serviço.

A descentralização pode-se dar de duas formas: por outorga (ou por serviços) ou por delegação (ou por colaboração).

Há descentralização por outorga (ou por serviços) quando o Estado cria ou autoriza a criação de uma entidade, por lei, e a ela transfere, por prazo indeterminado, determinado serviço. Ou seja, a descentralização por outorga, na verdade, reflete a Administração Indireta.

É o que percebemos com a leitura da Constituição Federal, em seu art. 37, XIX, na qual o Estado cria, por lei específica, as autarquias e autoriza, também por lei específica, a criação das fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Já na descentralização por delegação (ou por colaboração), o Estado transfere a execução de determinado serviço a pessoa física ou jurídica, normalmente, por prazo determinado, mediante ato ou contrato.

Em tal situação, as delegatárias de serviço público prestarão os serviços em nome próprio, por sua conta e risco, mas sob fiscalização do Poder Público.

É o que ocorre, por exemplo, no caso das concessionárias, permissionárias e autorizatárias de serviços públicos.

Pelo exposto, podemos apontar duas formas de prestação de serviço público: a centralização (ou prestação centralizada) e a descentralização (ou prestação descentralizada). Mas, então, o que é desconcentração?

A desconcentração é uma mera técnica administrativa de distribuição interna de competências, visando à eficiência na prestação do serviço. Assim, percebemos que a desconcentração ocorre em âmbito interno, dentro de uma mesma pessoa jurídica.

Essa é a principal distinção entre a desconcentração e a descentralização. Na primeira, pressupõe-se a existência de uma única pessoa jurídica, já na segunda, há duas pessoas (o Estado e a pessoa física ou jurídica que prestará o serviço, por outorga ou delegação).

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CUIDADO!Quando conceituamos descentralização administrativa, percebemos que a mesma ocorre quando o Estado transfere a outra pessoa física ou jurídica a titularidade do serviço. Ora, se as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas, de onde surge a possibilidade de transferência a pessoas físicas? Das Delegatárias de serviço público. Assim, teremos:

Concessionárias de serviço público – são pessoas jurídicas ou consórcios de empresas

Permissionárias de serviço público – são pessoas físicas ou jurídicas

Autorizatárias de serviço público – são pessoas físicas ou jurídicas

A desconcentração poderá ocorrer tanto na Administração Direta (União criando seus Ministérios, cada Ministério criando as suas Secretarias, por exemplo) quanto na Administração Indireta (uma universidade pública criando o Departamento de Contabilidade, de Psicologia, e assim sucessivamente).

Por fim, destacamos que poderá ocorrer Administração Pública Centralizada, desconcentrada ou não, e Administração Pública Descentralizada, desconcentrada ou não.

2.1 Administração Direta

A Administração Direta é representada pelo conjunto de órgãos que compõem as entidades federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Representa o conceito de Administração Centralizada.

A Administração Direta é integrada pelas pessoas jurídicas de direito público que possuem competência legislativa, ou seja, pelas pessoas políticas. Assim, os conceitos de Administração Pública Direta, de Administração Centralizada e de Entidades Políticas confundem-se.

Em âmbito federal, a União acompanhada dos diversos órgãos que a compõem (Presidência da República, Ministérios, Secretarias, etc) formam a estrutura da Administração Pública Federal Direta ou Centralizada.

2.1.2 Órgãos Públicos

Segundo Hely Lopes Meirelles, os órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, por intermédio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. Já a Lei nº 9.784/99 os define como "unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta".

Cabe ressaltar que esses órgãos públicos são estruturados de forma hierarquizada (há relação hierárquica entre os órgãos e unidades integrantes de suas estruturas internas. Assim, a relação existente entre um Ministério e uma Secretaria sua, por exemplo, resulta da relação hierárquica presente em suas estruturas).

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Abaixo, transcreveremos as características dos órgãos públicos, componentes da estrutura administrativa brasileira:

• integram a estrutura de uma pessoa jurídica, logo, nenhum órgão público possui personalidade jurídica própria e nem patrimônio próprio;

• resultam da desconcentração administrativa, como visto anteriormente;

• podem ser encontrados na estrutura da Administração Direta ou Indireta, como visto anteriormente;

• alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;

• não representam em juízo a pessoa jurídica da qual fazem parte;

• podem firmar contratos de gestão com outros órgãos ou pessoas jurídicas, através de seus administradores (CF, art. 37, § 8º);

• alguns órgãos públicos possuem capacidade processual (ou judiciária) para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais.

CUIDADO! CAPACIDADE PROCESSUAL DE ALGUNS ÓRGÃOS PÚBLICOSO órgão, por ser um ente despersonalizado, via de regra não possui capacidade processual para estar em juízo, ou seja, não pode figurar em um dos pólos da relação jurídica.

Entretanto o Código de Processo Civil, em seu artigo 7º, atribui capacidade processual para os órgãos independentes e autônomos, não alcançando os demais órgãos públicos. A jurisprudência e a doutrina atribuem capacidade processual do órgão público para impetração de mandado de segurança, na defesa de sua competência, quando violada por outro órgão.

Cabe ressaltar que nenhum órgão possui personalidade jurídica, porém, os órgãos independentes e autônomos possuem capacidade processual ou judiciária, ou seja, excepcionalmente, alguns órgãos podem figurar num dos pólos de uma ação (mandado de segurança).

2.1.2.1 Teoria do Órgão

Diversas teorias tentam explicar a relação jurídica existente entre o Estado e seus agentes públicos, pessoas que agem em nome do Estado, por vontade própria. Entre essas teorias, a doutrina majoritária preferiu a denominada teoria do órgão ou da imputação.

Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: "Por essa teoria, amplamente adotada por nossa doutrina e jurisprudência, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa jurídica, de tal modo que, quando os agentes atuam nestes órgãos manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo próprio Estado. Fala-se em imputação (e não representação) da atuação do agente, pessoa natural, à pessoa jurídica."

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Maria Helena Diniz explica que essa teoria é utilizada para justificar a validade dos atos praticados por funcionário de fato, pois considera que o ato do funcionário é ato do órgão, imputável, portanto, à Administração. Deve-se, entretanto, notar que não é qualquer ato que será imputado ao Estado. É necessário que o ato se revista, ao menos, de aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um agente público (teoria da aparência). Fora desses casos, o ato não será imputado ao Estado.

2.1.2.2 Classificação dos Órgãos

Adotaremos a classificação consagrada por Hely Lopes Meirelles, por entendermos ser ela a mais utilizada, não só em concursos públicos como também por outras autores pátrios. Segundo ele, os órgãos podem sofrer diferentes classificações, de acordo com sua posição estatal, quanto à sua estrutura (composição) e quanto à sua atuação funcional.

Quanto à posição estatal:

a) Órgãos Independentes: são os diretamente previstos no texto constitucional, representan-do os três Poderes (Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais, Presidência da República e seus simétricos nas demais esferas da Federação). São órgãos sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições destes órgãos são exercidas por agentes políticos.

b) Órgãos Autônomos: situam-se na cúpula da Administração, hierarquicamente logo abaixo dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos. São exemplos: os Ministérios, as Secretarias de Estado, a AGU, etc.

c) Órgãos Superiores: são órgãos que possuem atribuições de direção, controle e decisão mas que sempre estão sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não têm autonomia administrativa nem financeira. Incluem-se nessa categoria órgãos com denominações muito heterogêneas, como Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes, etc.

d) Órgãos Subalternos: são todos os órgãos que exercem atribuições de mera execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Têm reduzido poder decisório. São exemplos as seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria etc.

Quanto à estrutura:

a) Órgãos Simples: os órgãos simples ou unitários são constituídos por um só centro de competência. Esses órgãos não são subdivididos em sua estrutura interna, integrando-se em órgãos maiores. Não interessa o número de cargos que tenha o órgão, mas sim a inexistência de subdivisões com atribuições específicas em sua estrutura, resultado de desconcentração administrativa.

b) Órgãos Compostos: os órgãos compostos reúnem em sua estrutura diversos órgãos, como resultado da desconcentração administrativa. É o que ocorre com os Ministérios e as Secretarias. Citando um exemplo concreto: o Ministério da Fazenda é integrado por vários órgãos, entre eles a Secretaria da Receita Federal. Esta é composta por diversos órgãos, dentre os quais as suas Superintendências Regionais. Estas são integradas por Delegacias, que são integradas por Seções até chegarmos a um órgão que não seja mais subdividido (este será o órgão unitário; todos os demais são compostos).

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Quanto à atuação funcional:

a) Órgãos Singulares: também denominados unipessoais, são os órgãos em que a atuação ou as decisões são atribuição de um único agente, seu chefe e representante. É exemplo a Presidência da República.

b) Órgãos Colegiados: também denominados pluripessoais, são caracterizados por atuar e decidir através da manifestação conjunta de seus membros. Os atos e as decisões são tomadas após deliberação e aprovação pelos membros integrantes do órgão, conforme as regras regimentais pertinentes a quorum de instalação, de deliberação, de aprovação, etc. São exemplos o Congresso Nacional e os Tribunais.

CUIDADO!Os órgãos públicos podem ser divididos em: deliberativos e consultivos. Os órgãos deliberativos são aqueles que tomam decisões enquanto que os órgãos consultivos são aqueles que emitem pareceres, opiniões, conselhos que por sua vez são transmitidos aos órgãos deliberativos para auxiliarem os órgãos deliberativos na sua tomada de decisão.

Como exemplo de órgãos consultivos podemos citar a Assessoria Jurídica ou o Controle Interno de um entidade que elaboram pareceres opinativos que servem de balizamento às decisões das autoridades.

Sobre os órgãos consultivos, as bancas examinadoras têm destacado que, apesar de se encontrarem inseridos na estrutura hierárquica para fins disciplinares, os mesmos detêm autonomia quanto à elaboração de seus pareceres, fugindo à relação hierárquica no que diz respeito ao exercício de suas funções, preservando, assim, a autonomia de suas opiniões.

2.2 Administração Indireta

A Administração Indireta é representada pelo conjunto de pessoas jurídicas de direito público e/ou privado que possuem capacidade de autoadministração. Representa o conceito de Administração Descentralizada.

A Administração Indireta é integrada pelo conjunto de autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, ou seja, pelas pessoas administrativas. Assim, os conceitos de Administração Pública Indireta, de Administração Descentralizada e de Entidades Administrativas confundem-se.

A seguir, iremos transcrever as características comuns de todas as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração Indireta, para, posteriormente, comentarmos uma a uma tais entidades.

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2.2.1 Características Comuns das Entidades da Administração Indireta:

• Resultam da descentralização por outorga (ou por serviço)

• Possuem personalidade jurídica própria

• Patrimônio próprio

• São criadas por lei específica ou possuem a criação autorizada por lei específica (CF, art. 37, XIX)

• Como regra, sujeitam-se às regras de licitação e contratos (Lei nº 8.666/93) e a concurso público

• De acordo com o novo Código Civil, não se sujeitam à falência (regime falimentar)

• Relação de vinculação (e não subordinação!) à Administração Direta

CUIDADO!A relação existente entre as entidades administrativas (Administração Indireta) e as entidades políticas (Administração Direta) não é de subordinação, mas sim de vinculação (ou tutela ou supervisão ministerial ou controle finalístico)

Cabe ressaltar que, na desconcentração administrativa, existe uma relação hierárquica entre os diversos órgãos integrantes da estrutura administrativa, porém na descentrali-zação administrativa, não há tal relação.

Por fim, destacamos que as entidades integrantes da Administração Indireta não sendo subordinadas hierarquicamente à entidade estatal-matriz, não estão submetidas ao controle hierárquico, sendo sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração e da conduta de seus dirigentes.

Controle hierárquico é aquele decorrente do escalonamento vertical dos órgãos do Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores, daí decorrendo que os órgãos de cúpula têm sempre o controle pleno dos subalternos, independentemente de norma que o estabeleça.

Já por controle finalístico entenda-se aquele no qual não há fundamento hierárquico, porque não há subordinação entre a entidade controlada e a autoridade ou órgão controlador. É um controle de verificação do enquadramento da instituição no programa geral do Governo, para o atingimento das finalidades da entidade controlada.

a) Autarquias

São pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados do ente estatal que as criou. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidora e nos termos de seu regulamento.

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Segundo Hely Lopes Meirelles: "A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz e passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos."

De forma resumida, temos as seguintes características nas autarquias:

• Integram a estrutura da Administração Pública Indireta.

• Resultam da descentralização por outorga.

• Personalidade jurídica de direito público, ou seja, sujeita-se a regime jurídico de direito público.

• Possuem patrimônio próprio, composto por bens públicos.

• Os atos lesivos ao seu patrimônio estão sujeitos à ação popular.

• São tidas como um serviço público personificado.

• Estão vinculadas (e não subordinadas!) à pessoa política que as criou. Tal relação de vinculação também é denominada de controle finalístico (e não hierárquico!) ou tutela ou supervisão ministerial, exercido nos termos e limites definidos em lei.

• Criadas ou extintas por lei específica (CF, art. 37, XIX).

• Exercem atividade típica do Estado.

• Sujeitam-se à realização de concurso público e ao procedimento licitatório, como regra.

• Regime de Pessoal: regime jurídico único estatutário, reestabelecido através de medida cautelar deferida pela Corte Suprema, no julgamento da ADI 2.135/DF, de 02 de agosto de 2007.

• Juízo Competente: as autarquias federais, nos litígios comuns, terão suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal; já as autarquias estaduais e municipais terão suas causas processadas e julgadas na Justiça Estadual.

• As autarquias respondem de forma objetiva em relação ao dano causado pelos seus agentes, nessa qualidade, a terceiros (CF, art. 37, § 6º.).

• Sujeitam-se à fiscalização do Tribunal de Contas (CF, art. 70).

Como exemplo de tais entidades temos o Banco Central do Brasil (BACEN), o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), entre outros.

b) Fundações Públicas

Entende-se como Fundação a entidade formada pela atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio ou complexo de bens, para servir a um determinado fim de utilidade pública ou em benefício da coletividade. Possui personalidade jurídica própria e natureza não lucrativa.

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No Direito Brasileiro, a expressão "fundação" requer certo cuidado, pois poderemos ter as fundações privadas, que são fiscalizadas pelo Ministério Público, guardando relação com o estudo do Direito Civil (Fundação da Xuxa, Fundação Roberto Marinho, etc). Já as fundações públicas é que são objeto de estudo do Direito Administrativo, devendo ter suas atividades supervisionadas pela pessoa política responsável.

As fundações públicas podem possuir personalidade jurídica de direito público (quando criada diretamente por lei) ou de direito privado (quando a lei meramente autorizar sua criação), mas, sempre que instituída pelo Poder Público, será fundação pública. No caso das fundações públicas de direito público (as denominadas fundações autárquicas ou autarquias fundacionais), são válidas as mesmas considerações acerca das autarquias.

Quanto ao juízo competente, embora haja divergência doutrinária, a corrente majoritária é que as fundações públicas federais de direito público ou privado possuem o foro da Justiça Federal.

Destacamos que a professora Maria Sylvia di Pietro utiliza a expressão "patrimônio público personificado" para designar as fundações públicas.

Como exemplo de fundações públicas, podemos citar a Fundação Rio Zôo (do Município do Rio de Janeiro), a Fundação IBGE, entre outras.

MACETE!ÓRGÃO – Centros de Competência, sem personalidade jurídica

AUTARQUIA – Serviço Público Personificado

FUNDAÇÃO PÚBLICA – Patrimônio Público Personificado

c) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

Empresa pública é a entidade com personalidade jurídica de Direito Privado, integrante da Administração Indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização legislativa específica, revestindo-se de qualquer das formas admitidas em Direito e com capital exclusivamente público, para exploração de atividades econômicas ou execução de serviços públicos.

Sociedade de Economia Mista é a entidade com personalidade jurídica de Direito Privado, integrante da Administração Indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização legislativa específica, revestindo-se sob a forma de sociedade anônima e com controle acionário do Poder Público, para exploração de atividades econômicas ou execução de serviços públicos.

As empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem as seguintes características em comum:

• Personalidade jurídica de Direito Privado (sem as prerrogativas de Direito Público);

• Criação por autorização legislativa específica;

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• Objeto: atividade econômica ou prestação de serviço público;

• Regime de pessoal: celetista (trabalhista), mas o ingresso depende previamente de concurso público;

• Estão sujeitas às regras gerais de licitação (Lei nº 8.666/93), porém poderão ter seu próprio estatuto, quando seu objeto for atividade econômica (CF, art. 173, § 1º, III);

• Estão sujeitas a um regime híbrido, ou seja, seguem regras do direito público (concurso público e licitação, por exemplo) e regras do direito privado (obrigações trabalhistas, por exemplo).

Já como distinções entre elas, podemos apontar as seguintes:

Distinções Sociedade de Economia Mista Empresa Pública

Forma Societária Somente S/A (Sociedade Anônima) Qualquer forma (inclusive S/A)

Composição do Capital Majoritariamente Público Exclusivamente Público

Foro Processual* Justiça Estadual (U/E/DF/M) Justiça Federal (União) ou Justiça Estadual (E/DF/M)

ExemplosBanco do Brasil, Petrobras, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), dentre outros

Correios, Caixa Econômica Federal (CEF), dentre outras

* No caso de causas trabalhistas, o foro é o mesmo – Justiça do Trabalho

IMUNIDADE TRIBUTÁRIAA Constituição Federal, em seu art. 150, VI, "a", veda a cobrança de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços entre os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Muinicípios). Essa vedação é chamada de imunidade recíproca.

Assim, não pode o Município cobrar IPTU de um prédio público estadual e nem o Estado cobrar IPVA dos veículos da Prefeitura. O fundamento de tal imunidade é preservar os entes políticos de qualquer pressão indireta que um ente possa exercer sobre o outro.

Nos termos do § 2º do art. 150 da CF/88, as autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público também gozam da imunidade tributária recíproca, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Muito embora não haja previsão expressa da imunidade recíproca para empresas públicas e sociedades de economia mista, a jurisprudência tem estendido tal benefício também às empresas públicas e às sociedades de economia mista, desde que prestadoras de serviço público.

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Logo, se a empresa pública ou sociedade de economia mista explorar atividade econômica, não irá gozar do benefício porque a ela deve ser aplicado o mesmo regime jurídico da iniciativa privada (art. 173, § 1º, II, da CF/88).

O exemplo mais comum de empresa pública que goza de imunidade recíproca é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. Isso porque os Correios são entendidos como uma empresa prestadora de serviço público obrigatório e exclusivo do Estado e não como exploradora de atividade econômica, embora também ofereçam serviços dessa natureza.

2.3 Conceitos Relevantes

2.3.1 AGÊNCIAS EXECUTIVAS:

Agência Executiva é uma qualificação concedida pelo Poder Executivo à autarquia ou fundação pública que assinar contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. Por meio de tal contrato, serão estabelecidas determinadas metas e objetivos a serem cumpridos. Sendo assim, percebemos que as agências executivas não representam uma nova forma na estrutura da Administração Pública Brasileira.

A qualificação de Agência Executiva pode ser concedida (ato discricionário) pelo Poder Público, desde que os requisitos estabelecidos no art. 51, da Lei nº 9.649/98 sejam preenchidos. Tal contrato de gestão possui base no próprio Texto Constitucional, art 37, § 8º, visando uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira da entidade assim qualificada.

O principal é sabermos que as Agências Executivas são entidades integrantes da estrutura da Administração Pública Indireta, visto que apenas representam autarquias ou fundações públicas com privilégios maiores.

2.3.2 AGÊNCIAS REGULADORAS:

No início da década de 1990, iniciou-se um processo denominado "Reforma do Estado", que tinha como objetivo principal a redução da máquina administrativa (formação de um "Estado Mínimo"), pois entendia-se que o Estado desempenhava várias funções que não precisavam ser por ele desempenhadas.

A intenção de tal movimento era aumentar a eficiência nas áreas em que se considerava imprescindível a atuação do Estado. Tanto que tal reforma culminou com a Emenda Constitucional 19, de 1998, conhecida como "Primeira Reforma Administrativa", que inseriu a eficiência no rol dos princípios básicos que integram toda atividade administrativa.

Entre essas atividades que só poderiam ser desenvolvidas pelo Estado, destaca-se a regulação das atividades consideradas típicas do Estado. Assim, surgiram as agências reguladoras, que vieram suprir tal necessidade.

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No Direito Administrativo brasileiro, as agências reguladoras não representaram uma nova figura jurídica na estrutura da Administração Pública, pois as leis que vêm instituindo essas entidades têm-lhes conferido a forma de autarquias em regime especial.

As agências reguladoras são integrantes da Administração Indireta, visto que são autarquias com grande grau de especialização e autonomia.

A expressão "agência reguladora" não encontra base constitucional. No Texto Constitucional, só encontraremos as expressões "órgão regulador". Assim teremos:

CF, art. 21, XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais

CF, art. 177, § 2º – A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:

I – a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional;

II – as condições de contratação;

III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

Consequentemente, as leis que criaram tais "órgãos" reguladores previstos no texto constitu-cional foram: a Lei nº 9.472/97 (Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL) e a Lei nº 9.478/97 (Agência Nacional de Petróleo – ANP).

Ambas as agências foram criadas, pelas respectivas leis, sob a forma jurídica de "autarquia de regime especial", sendo a ANATEL vinculada ao Ministério das Comunicações e a ANP vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Quanto à natureza jurídica das agências reguladoras, cabe ressaltar que não há obrigatoriedade delas serem instituídas na forma de autarquia. Elas poderiam ser, simplesmente, órgãos (logo, despersonalizados) especializados, integrantes da Administração Direta.

Na verdade, o legislador procurou dar um maior grau de independência perante o Poder Executivo, atribuindo às agências reguladoras a forma de autarquias.

Também é importante ressaltar que, pelo fato de as agências reguladoras exercerem atividades típicas do Estado, para o Supremo Tribunal Federal, elas só poderiam ser pessoas jurídicas de direito público, caso contrário, a lei instituidora estaria fadada à inconstitucionalidade.

2.3.3 TERCEIRO SETOR: ENTIDADES PARAESTATAIS

PARAESTATAL OU PARESTATAL – "PARALELO AO ESTADO; AO LADO DO ESTADO"

Tradicionalmente, Hely Lopes Meireles incluía as empresas públicas e as sociedades de economia mista em tal conceito, o qual, modernamente, não é mais aceito, visto que as

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referidas entidades integram a Administração Indireta. Sendo assim, não estão "ao lado do Estado", e sim integrando o próprio Estado.

Entidades paraestatais são entes de cooperação com o Poder Público. São as pessoas privadas que, agindo ao lado do Estado, colaboram com este, no desempenho de atividade de interesse público, não lucrativa, recebendo, por isso, especial proteção estatal, tais como incentivos fiscais e outros benefícios.

Assim, são características comuns ao conceito de entidades paraestatais:

• NÃO INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;

• Pessoas Jurídicas de Direito Privado;

• Atividade de interesse público, sem fins lucrativos.

São quatro as entidades que integram tal conceito:

a) Serviços sociais autônomos;

b) Organizações sociais;

c) Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP);

d) Entidades de Apoio.

3. Agentes Públicos

É todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Tal definição tem origem na Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu art. 2º.

De forma sucinta, percebemos que agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado.

Percebemos que a expressão agente público agrega vários segmentos do serviço público, sendo bem mais ampla que a definição de servidor público, normalmente, adotada pelos Estatutos, que o define como a pessoa legalmente investida em cargo público.

A grande diferença entre as duas nomenclaturas utilizadas no Direito Administrativo Brasileiro é que servidor público é aquele que ocupa cargo público, já a definição de agente público engloba aquele que ocupa cargo, emprego, função ou mandato.

Na verdade, o servidor público, como veremos adiante, integra uma das categorias dos agentes públicos.

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3.1 Espécies e Classificação

Existem várias formas de classificação dos agentes públicos, porém, a mais utilizada para fins de prova é a adotada por Hely Lopes Meirelles, que utilizaremos a seguir:

a) Agentes Políticos;b) Agentes Administrativos;c) Agentes Honoríficos;d) Agentes Delegados;e) Agentes Credenciados.

CUIDADO! A Professora Maria Sylvia Di Pietro utiliza a seguinte classificação:

a) Agentes Políticos;

b) Servidores Públicos;

c) Militares (A Emenda Constitucional 18/98 aboliu a nomenclatura servidor público militar);

d) Particulares em colaboração com o Poder Público.

a) Agentes Políticos

São aqueles componentes do alto escalão do Governo, que possuem competência emanada diretamente pela Constituição Federal, exercendo funções governamentais, judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência

Não se submetem aos regimes jurídicos próprios dos servidores públicos em geral, pois possuem regras próprias, devido à importância de suas funções. Normalmente, seus cargos são providos mediante eleição, nomeação ou designação.

Segundo Hely Lopes Meirelles, são agentes políticos:

• Membros do Poder Executivo – o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governador e Prefeito) e seus auxiliares imediatos (Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais);

• Membros do Poder Legislativo – Senadores, Deputados (Federais, Estaduais e Distritais) e Vereadores;

• Membros do Poder Judiciário – Magistrados, em geral;

• Membros do Ministério Público (Procuradores e Promotores) e Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros);

• Representantes diplomáticos (diplomatas);

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• Demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho das atribuições governamentais, judiciais ou quase judiciais, atuando ao quadro do funcionalismo estatutário.

Já Celso Antônio Bandeira de Mello, seguido por Maria Sylvia Di Pietro, entende que "são os titulares dos cargos estruturais à organização política do País, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do Estado.

Para eles, os agentes políticos seriam, apenas, os Chefes do Poder Executivo, nas diversas esferas, seus auxiliares imediatos, os Senadores e os Deputados.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, "É necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma grande tendência a considerar os membros da Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos.

Nesse sentido, o STF referiu-se aos magistrados como "agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica".

Por fim, é importante ressaltar que por ser o Tribunal de Contas um órgão auxiliar do Poder Legislativo. O STF entendeu que os Conselheiros das Cortes de Contas não são agentes políticos, mas sim agentes administrativos.

b) Agentes Administrativos

São aqueles que possuem uma relação funcional com a Administração Pública. Regra geral, sujeitam-se à hierarquia administrativa e à regime jurídico próprio.

São os servidores públicos, os empregados públicos, os contratados temporariamente, os ocupantes de cargo em comissão, etc.

Como regime jurídico devemos entender o conjunto de regras que estabelecem a relação existente entre a Administração Pública e seus agentes públicos. De modo sucinto, podemos concluir que tal expressão abrange o conjunto de direitos e deveres existente em tal vínculo funcional.

Assim, os servidores públicos federais possuem como regime jurídico próprio a Lei nº 8.112/90, que representa o Estatuto do Servidor Público Federal, que contém seus direitos e deveres.

c) Agentes Honoríficos

Não possuem qualquer vínculo funcional com o Estado. Possuem, geralmente uma função gratuita e temporária, mas respondem penalmente pelo exercício arbitrário delas. Segundo a doutrina, decorrem do dever cívico, da honrabilidade de exercer essas atribuições.

Assim temos: mesários do TRE, jurados do Tribunal de Júri, etc.

d) Agentes Delegados

São os particulares contratados pela Administração, que agem em nome próprio, executando as atribuições para as quais foram contratados. Dividem-se, basicamente, em: concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos.

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e) Agentes Credenciados

Segundo Hely Lopes Meirelles: "são os que recebem a incumbência da Administração para representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante".

Como exemplo de agentes credenciados, podemos citar as clínicas especializadas credenciadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e as clínicas especializadas credenciadas pelo DETRAN.

SERVIDOR PÚBLICOEm sentido amplo, Maria Sylvia Di Pietro afirma serem servidores públicos as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício (seja estatutário, celetista ou especial) e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.

Os Estatutos definem servidor público em sentido estrito, como sendo a pessoa legalmente investida em cargo público. Essa definição seria a de servidor público, em sentido estrito, englobando as pessoas físicas ocupantes de cargo público, efetivo ou em comissão, sujeitas a um regime jurídico estatutário ou legal.

Assim, em sentido amplo, até os empregados públicos celetistas e os contratados temporariamente, para atender necessidade excepcional de interesse público, podem ser chamados de servidores públicos.

Também cabe ressaltar que a Emenda Constitucional 18/98 aboliu a nomenclatura servidor público militar. Hoje, fala-se em militares que abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas, às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e Distrito Federal.

De qualquer forma, as definições de servidor público (em sentido amplo ou em sentido estrito) são menos abrangentes que a definição de agente público trazida pela Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu artigo 2º.

A grande diferença entre as duas nomenclaturas utilizadas no Direito Administrativo Brasileiro é que servidor público é aquele que ocupa cargo público, já a definição de agente público engloba aquele que ocupa cargo, emprego, função ou mandato. Assim, como visto anteriormente, os servidores públicos são espécies de agentes públicos, classificados como agentes administrativos.

Já a expressão empregado público é utilizada para representar aqueles que possuem um vínculo funcional com a Administração, estabelecido por meio de um regime jurídico celetista, enquanto que funcionário público é um termo que atualmente só é utilizado no Direito Penal, não tendo mais relevância ao estudo do Direito Administrativo.

Funcionário público, para o Direito Penal, é todo aquele que, embora transitoriamente ou sem remuneração, pratica crime contra a Administração Pública, no exercício de cargo, emprego ou função. Os conceitos de agente público e funcionário público são bem amplos e equivalentes.

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Questões

QUESTÕES FCC

1. (FCC – TRT-16 – Técnico Judiciário – 2014) Luísa, candidata a uma vaga de concurso público, em seu exame oral, foi questionada pelos examinadores acerca da classificação dos órgãos públicos, especificamente quan-to à posição estatal, devendo exemplificar os órgãos públicos superiores. Luísa forne-ceu cinco exemplos de órgãos públicos su-periores, equivocando-se acerca de um de-les, qual seja,

a) Divisões.b) Departamentos.c) Ministérios.d) Coordenadorias.e) Gabinetes.

2. (FCC – TRT-16 – Analista Administrativo – 2014) Considere a seguinte assertiva:

A Câmara dos Deputados classifica-se, quanto à posição estatal, como órgão in-dependente. Isto porque, dentre outras características, não possui qualquer subor-dinação hierárquica ou funcional, estando sujeita apenas a controle constitucional.

A assertiva em questão está:

a) correta, pois trata-se de órgão indepen-dente e autônomo, expressões sinôni-mas quanto à classificação dos órgãos públicos.

b) incorreta, pois não se trata de órgão in-dependente e sim autônomo.

c) correta, pois trata-se de órgão indepen-dente, estando a fundamentação tam-bém correta.

d) incorreta, pois embora seja órgão inde-pendente, ele está sujeito à subordina-ção hierárquica e funcional.

e) incorreta, pois trata-se de órgão autô-nomo e sujeito à subordinação hierár-quica e funcional.

3. (FCC – TRT-RR – Analista Judiciário – 2015) Os órgãos públicos consultivos

a) são exemplos típicos de órgãos onde se exclui totalmente a interferência de ór-gãos superiores.

b) estão excluídos da hierarquia adminis-trativa para fins disciplinares.

c) admitem a avocação de atribuições, po-rém não a delegação de atribuições.

d) admitem a delegação de atribuições, porém não a avocação de atribuições.

e) fogem à relação hierárquica no que diz respeito ao exercício de suas funções.

4. (FCC – Procurador de Goiás – 2014) Obser-ve as seguintes características, no tocante a determinadas entidades da Administração Indireta:

I. sua criação deve ser autorizada por lei es-pecífica.

II. a contratação de seus servidores deve ser feita por concurso público, porém, eles não titularizam cargo público e tampouco fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da Constituição Federal de 1988.

III. seus servidores estão sujeitos à proibi-ção de acumulação de cargos, empregos e funções públicas, com as exceções admiti-das pela Constituição; porém, nem sempre é aplicável a essas entidades a regra do teto remuneratório.

Estamos nos referindo às

a) empresas públicas e às sociedades de economia mista.

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b) autarquias e às sociedades de econo-mia mista.

c) fundações governamentais e às empre-sas públicas.

d) sociedades de economia mista e aos consórcios públicos.

e) agências e às empresas públicas.

5. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014) A Administração indireta é composta por diversos entes, com personalidade jurídi-ca própria e características próprias. Sobre eles, é correto afirmar que

a) as autarquias tanto desempenham fun-ções sob regime jurídico de direito pú-blico, quanto de direito privado, confor-me o que dispuser a lei que instituiu o ente.

b) o desempenho de funções próprias do Estado, que não se amoldam à realiza-ção sob regime de direito privado, é tí-pico das autarquias.

c) o desempenho de funções próprias do Estado, que não se amoldam à realiza-ção sob regime de direito privado, é tí-pico das fundações.

d) as empresas estatais são dotadas de au-tonomia ou autoadministração, quali-dades que não podem ser atribuídas às autarquias em razão do regime jurídico de direito público a que estão submeti-das.

e) as empresas estatais, quando criadas por lei, podem exercer funções típicas de Estado, por delegação, submetendo--se a regime jurídico de direito público.

6. (FCC – TCE-PI – Auditor – 2014) Com objeti-vo de implementar políticas públicas e de-senvolver ações governamentais, os entes federados podem optar por criar entidades com personalidades jurídicas próprias e de-les distintas. É exemplo das referidas enti-dades a sociedade de economia mista que

a) detém personalidade de direito privado e é criada por lei sob a forma de socie-dade anônima.

b) tem a criação autorizada por lei especí-fica, o respectivo ato constitutivo arqui-vado no registro próprio e personalida-de de direito privado.

c) detém personalidade de direito priva-do, cuja criação é por lei autorizada, sob forma de sociedade limita da, para ex-ploração de atividade econômica.

d) detém personalidade de direito público, cuja criação é por lei autorizada quando exploradora de atividade econômica.

e) é dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, sob a for-ma de sociedade anônima.

7. (FCC – TRT-16 – Analista Judiciário – 2014) Facundo, Auditor Fiscal da Receita Federal, pretende multar a Fundação “Vida e Paz”, fundação instituída e mantida pelo Poder Público, haja vista que a mesma jamais pa-gou imposto sobre seu patrimônio, renda e serviços. Nesse caso,

a) Facundo apenas pode cobrar tributo pelos serviços exercidos pela fundação, mas não sobre a renda e o patrimônio, os quais detém imunidade tributária.

b) correta a postura de Facundo, vez que a citada fundação não detém imunidade tributária.

c) correta a postura de Facundo, pois ape-nas as autarquias possuem imunidade tributária.

d) incorreta a postura de Facundo, vez que a fundação possui imunidade tributária relativa aos impostos sobre seu patri-mônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes.

e) Facundo apenas pode cobrar tributo so-bre a renda da fundação, mas não sobre seus serviços e patrimônio, os quais de-tém imunidade tributária.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

8. (FCC – TCE-RS – Arquiteto – 2014) A Admi-nistração indireta pode ser estruturada por meio da

a) instituição de pessoas jurídicas de diver-sas naturezas, que não guardam vínculo hierárquico com a Administraçao direta.

b) instituição de pessoas jurídicas com per-sonalidade jurídica própria, vinculadas hierarquicamente à Administração cen-tralizada.

c) instituição de pessoas jurídicas com per-sonalidade jurídica própria, todas cria-das por meio de lei.

d) criação de órgãos integrantes de sua es-trutura, vinculadas hierarquicamente à Administração centralizada.

e) criação de órgãos distintos da Adminis-tração direta, vinculados hierarquica-mente à Administração central.

9. (FCC – SEFAZ-PI – Auditor – 2015) Considere as seguintes afirmações sobre Administra-ção Direta e Indireta:

I. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público, que desempenham serviço público descentralizado, com capacidade de auto--administração.

II. Sociedades de economia mista subme-tem-se ao regime jurídico de direito público e têm por objeto, exclusivamente, o exercí-cio de atividade econômica em regime de competição no mercado.

III. Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado que podem desempenhar apenas serviços públicos ou atividade eco-nômica em regime de monopólio.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e IIIb) II e IIIc) IIId) IIe) I

10. (FCC – SEFAZ-PI – Auditor – 2015) As au-tarquias foram instituídas no contexto de descentralização das atividades estatais, possuindo fundamental relevância no de-sempenho das competências constitu-cionais atribuídas às pessoas políticas. O desempenho das atividades atribuídas às autarquias

a) não pode contemplar a delegação da titularidade de serviços públicos, so-mente sua execução, eis que essas ati-vidades são privativas e exclusivas das pessoas políticas indicadas nas normas constitucionais.

b) pode contemplar a execução de servi-ços públicos e ser prestada por empre-gados submetidos ao regime jurídico trabalhista, não obstante sofram infle-xões do regime público, como no caso da investidura.

c) pode ser feito por servidores denomina-dos empregados públicos quando aque-las atividades forem típicas da presta-ção por empresas estatais, tendo em vista que nesse caso o ente passa a se submeter ao regime jurídico privado.

d) permite a contratação de servidores estatutários, empregados públicos e de comissionados, aos quais não se aplica a vedação ao nepotismo, restrito à Admi-nistração direta.

e) exige que o regime a que se sujeitam seus servidores seja o mesmo previsto para a Administração direta, não sendo possível a submissão a regime jurídico trabalhista, em razão de se consubstan-ciarem em longa manus do Poder Públi-co.

11. (FCC – TJGO – Juiz – 2015) A denominada Administração pública indireta compreen-de, entre outras entidades,

a) empresas públicas, sendo a elas equipa-radas as fundações instituídas ou manti-das pelo poder público.

b) sociedades de economia mista, que po-dem ser prestadoras de serviço público

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ou exploradoras de atividade econômi-ca.

c) organizações sociais que celebrem con-tratos de gestão com a Administração direta.

d) autarquias, sujeitas ao regime jurídico de direito privado, salvo em matéria de pessoal.

e) concessionárias de serviços públicos, que exercem a descentralização de ser-viços por colaboração.

12. (FCC – TCE-CE – Auditor – 2015) O governa-dor do Estado Y entendeu pela necessidade de instituição de uma pessoa jurídica de di-reito privado, com capital exclusivamente público, que realizasse a prestação de ser-viços, nos moldes da iniciativa privada, de interesse da coletividade local, cuja autori-zação para sua criação se realizasse por lei específica. Tais características são próprias das

a) empresas públicas.b) sociedades de economia mista.c) autarquias.d) organizações sociais.e) fundações públicas.

13. (FCC – TRT-2 – Técnico Judiciário – 2014) A Administração pública de determinada es-fera promoveu planejamento e reestrutu-ração de sua organização, cujo resultado re-comendou a criação de uma autarquia para desempenho de serviço público, uma em-presa estatal para desempenho de atividade econômica e uma fundação para atrelar re-cursos e patrimônios fundiários necessários para ditar a política agrária. O movimento levado a efeito pelo ente federado demons-tra que a organização administrativa seguiu o modelo de

a) desconcentração, utilizando pessoas jurídicas distintas para distribuição de competências.

b) descentralização administrativa verti-cal, na qual se instaura hierarquia entre

os entes das diversas pessoas políticas criadas.

c) descentralização política, na qual se ins-taura vínculo hierárquico entre os diver-sos entes e pessoas jurídicas envolvidas, subordinados ao Chefe do Poder Execu-tivo.

d) desconcentração política, na qual se ins-taura vínculo hierárquico entre as diver-sas pessoas políticas e jurídicas envolvi-das, não obstante esses entes guardem algum grau de autonomia.

e) descentralização, por meio da qual há distribuição de competências entre as pessoas jurídicas envolvidas, que detêm capacidade de autoadministração e não se subordinam por vínculo hierárquico com o Chefe do Executivo.

14. (FCC – TRT-18ª Região – Analista Judiciário – 2013) As autarquias integram a Administra-ção indireta. São pessoas

a) políticas, com personalidade jurídica própria e têm poder de criar suas pró-prias normas.

b) jurídicas de direito público, cuja criação e indicação dos fins e atividades é auto-rizada por lei, autônomas e não sujeitas à tutela da Administração direta.

c) jurídicas de direito semipúblico, porque sujeitas ao regime jurídico de direito pú-blico, excepcionada a aplicação da lei de licitações.

d) políticas, com personalidade jurídica própria, criadas por lei, com autonomia e capacidade de autoadministração, não sujeitas, portanto, ao poder de tu-tela da Administração.

e) jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de autoadministra-ção, mas sujeitas ao poder de tutela do ente que as criou.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

15. (FCC – MPE-AM – Agente Técnico Jurídico – 2013) Considere as seguintes afirmações a respeito da organização administrativa:

I. Autarquias são pessoas jurídicas de direi-to público, criadas por lei específica, sujeitas ao controle finalístico do ente instituidor.

II. Entidades paraestatais são pessoas jurídi-cas de direito privado que, por lei, são au-torizadas a prestar serviços ou realizar ativi-dades de interesse coletivo ou público não exclusivos do Estado.

III. Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei, exclusiva-mente para a prestação de serviço público de natureza econômica.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II. b) I. c) I e III. d) III. e) II e III.

16. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013) NÃO constitui característica da empresa pú-blica:

a) extinção autorizada por lei. b) vinculação aos fins definidos na lei insti-

tuidora. c) sujeição ao controle estatal. d) personalidade jurídica de direito públi-

co. e) criação autorizada por lei.

17. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013) No que diz respeito ao órgão público, está correto o que se afirma em:

a) É unidade de atuação integrante da es-trutura da Administração direta, ape-nas.

b) Tem personalidade jurídica própria. c) É unidade de atuação integrante da es-

trutura da Administração indireta, ape-nas.

d) Não se confunde com a pessoa física, o agente público, porque congrega fun-ções que este vai exercer.

e) Confunde-se com a pessoa jurídica, sen-do uma de suas partes integrantes.

18. (FCC – Fiscal ICMS-SP – 2013) O Estado pre-tende descentralizar a execução de ativida-de atualmente desempenhada no âmbito da Administração direta, consistente nos servi-ços de ampliação e manutenção de hidrovia estadual, em face da especialidade de tais serviços. Estudos realizados indicaram que será possível a cobrança de outorga pela concessão, a particulares, do uso de portos fluviais que serão instalados na referida hi-drovia, recursos esses que serão destinados a garantir a autossuficiência financeira da entidade a ser criada. Considerando os ob-jetivos almejados, poderá ser instituída:

a) autarquia, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado dotada do poder de autoadministração, nos limites previstos na lei instituidora.

b) agência reguladora, sob a forma de au-tarquia de regime especial, cuja criação deve ser autorizada por lei, dotada de autonomia orçamentária e financeira.

c) agência executiva, sob a forma de em-presa ou de autarquia que celebre con-trato de gestão com a Administração di-reta para ampliação de sua autonomia.

d) sociedade de economia mista, caracte-rizada como pessoa jurídica de direito privado, submetida aos princípios apli-cáveis à Administração pública, e cuja criação é autorizada por lei.

e) empresa pública, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, cria-da por lei específica e com patrimônio afetado à finalidade para a qual foi insti-tuída.

19. (FCC – ALEPB – Consultor Legislativo – 2013) Os órgãos públicos, quanto à posição esta-tal, classificam-se em independentes, au-tônomos, superiores e subalternos. Desta feita, as Secretarias de Estado e as Casas Le-

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gislativas são classificadas, respectivamen-te, em órgãos públicos:

a) superiores e superiores. b) independentes e autônomos. c) independentes e superiores. d) superiores e autônomos. e) autônomos e independentes.

20. (FCC – TRT-18ª Região – Oficial de Justiça Avaliador – 2013) Com relação à composi-ção do capital das empresas estatais, que in-tegram a administração indireta, considere:

I. A sociedade de economia mista é compos-ta por capital público, enquanto a empresa pública admite capital privado, desde que não implique controle acionário.

II. A sociedade de economia mista é com-posta por capital público e privado, deven-do o poder público participar da gestão da mesma, observando-se a condição de acio-nista majoritário.

III. Na empresa pública o capital votante é público, admitindo-se no capital a partici-pação de outras pessoas de direito público interno.

Está correto o que se afirma em

a) I e III , apenas. b) I e II , apenas. c) II e III , apenas. d) I , II e III . e) II , apenas.

21. (FCC – TRT-3 – Técnico Judiciário – 2014) O Estado de Minas Gerais, assim como os demais Estados- Membros e também os Municípios, detêm competência legislativa própria que não decorre da União Federal, nem a ela se subordina, mas encontra seu fundamento na própria Constituição Fede-ral. Trata-se da denominada

a) descentralização funcional.b) descentralização administrativa.c) desconcentração.d) descentralização política.e) descentralização por colaboração.

22. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012) Uma pessoa jurídica que se enquadre no conceito de autarquia

a) subordina-se hierarquicamente a algum Ministério, ou órgão equivalente no pla-no dos demais entes federativos.

b) não integra a Administração Indireta. c) é essencialmente considerada um servi-

ço autônomo. d) deve necessariamente possuir um regi-

me jurídico especial. e) terá garantia de estabilidade de seus di-

rigentes.

23. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012) Com-põe a Administração pública direta da União

a) a Empresa Brasileira de Correios e Telé-grafos.

b) o Departamento de Polícia Federal. c) o Banco Central do Brasil. d) a Agência Nacional de Aviação Civil. e) a Caixa Econômica Federal.

24. (FCC – TRT-4ª – Juiz do Trabalho Substituto – 2012) De acordo com a Constituição Fede-ral, a criação de empresa pública ou socie-dade de economia mista

a) é feita por decreto governamental, sal-vo no caso de ser cometida à empresa o exercício de atividade em regime de monopólio, hipótese em que a criação depende de lei específica.

b) depende de autorização legislativa para aquelas que atuem no domínio econô-mico e de decreto governamental para as prestadoras de serviço público.

c) depende de autorização legislativa, as-sim como a criação de suas subsidiárias ou a participação em empresa privada.

d) prescinde de autorização legislativa, a qual é exigida na hipótese de alienação do controle acionário ou participação em empresa privada.

e) é feita por decreto governamental, no caso de empresas prestadoras de servi-ço público de titularidade do ente insti-

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

tuidor, dependendo de lei autorizativa nas demais hipóteses.

25. (FCC – ARCE – Advogado – 2012) As agências reguladoras, enquanto entidades integran-tes da Administração indireta, são constituí-das na forma de

a) fundação de direito privado. b) autarquia de regime especial. c) autarquia fundacional de direito priva-

do. d) ente paraestatal. e) sociedade de economia mista.

26. (FCC – TRT-11ª Região – Analista Judiciário – 2012) Existem vários critérios de classifi-cação dos órgãos públicos, tais como, os cri-térios de “esfera de ação”, “posição estatal”, “estrutura”, dentre outros. No que concerne ao critério “posição estatal”, as Casas Legis-lativas, a Chefia do Executivo e os Tribunais são órgãos públicos

a) autônomos. b) superiores. c) singulares. d) centrais. e) independentes.

27. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-dados – 2012) Determinado Estado da Fede-ração editou decreto alterando a gestão da previdência complementar dos servidores públicos do Estado e transferindo-a para au-tarquia especial criada no mesmo ato. A me-dida é

a) regular, na medida em que é obrigatório ao Estado disciplinar a previdência com-plementar dos servidores públicos não submetidos ao sistema único.

b) regular, desde que a nova autarquia passe a gerir os recursos previdenciários dos servidores públicos admitidos após sua criação.

c) irregular, tendo em vista que a delega-ção operada somente poderia ter sido

feita para ente integrante da Adminis-tração Indireta.

d) irregular, na medida em que a gestão de recursos previdenciários dos servidores não poderia ser delegada a outro ente, ainda que integrante da Administração Indireta.

e) irregular, na medida em que a autarquia somente poderia ter sido criada por lei.

28. (FCC – Fiscal ISS-SP – 2012) A criação, pelo Município, de uma autarquia para desem-penhar atividade especializada, consistente na gestão do regime previdenciário do servi-dor público, constitui exemplo de

a) descentralização administrativa, tam-bém denominada por serviços, funcio-nal ou técnica, sujeitando-se a autarquia à tutela do ente instituidor nos limites da lei.

b) descentralização por colaboração, eis que envolve a transferência da titulari-dade de serviço ou atividade adminis-trativa a outro ente, dotado de persona-lidade jurídica própria.

c) desconcentração, também denominada delegação, correspondendo à transfe-rência da execução da atividade ou ser-viço público, mantendo-se, contudo, a titularidade do ente instituidor.

d) descentralização política, caso alcance servidores de outros poderes além do Executivo.

e) desconcentração, eis que se trata da criação de ente autônomo ao qual é atribuída a execução de atividade de ti-tularidade do ente central.

29. (FCC – ADGJ – Metrô-SP – 2012) É a Entida-de pública, com patrimônio total ou parcial-mente público, instituída pelo Estado e cuja função é a realização de determinados fins e sua criação deve ser autorizada por lei es-pecífica para a prestação de serviço público, sendo ente autônomo, dotado de persona-lidade jurídica que tanto pode ser pública quanto privada:

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a) Fundação.b) Autarquia.c) Empresa pública.d) Sociedade de economia mista.e) Ministério.

30. (FCC – ADGJ – Metrô-SP – 2012) Autarquia criada em regime especial que regula deter-minados setores, fiscalizando e organizando a atividade econômica, impondo limitações administrativas, exercendo todas funções do Poder Público na concessão, permissão ou autorização de serviço público ou con-cessão de bem público ao particular. Trata--se de

a) Entidade paraestatal.b) Agência reguladora.c) Agência executiva.d) Organização social.e) OSCIP – Organização da Sociedade Civil

de Interesse Público.

Gabarito: 1. C 2. C 3. E 4. A 5. B 6. B 7. D 8. A 9. E 10. E 11. B 12. A 13. E 14. E 15. A 16. D  17. D 18. D 19. E 20. C 21. D 22. C 23. B 24. C 25. B 26. E 27. E 28. A 29. A 30. B

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Questões

QUESTÕES CESPE

1. (CESPE – MPU – Técnico Administrativo – 2015) Autarquia é entidade dotada de per-sonalidade jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira, não sendo pos-sível que a lei institua mecanismos de con-trole da entidade pelo ente federativo que a criou.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

2. (CESPE – MPU – Técnico Administrativo – 2015) O instrumento adequado para a cria-ção de autarquia é o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de iniciativa priva-tiva do chefe do Poder Executivo.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

3. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015) As empresas públicas são pessoas ju-rídicas de direito público.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

4. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015) Com exceção das sociedades de eco-nomia mista, que — devido à participação da iniciativa privada em seu capital — se-guem regras próprias, os órgãos da admi-nistração indireta estão sujeitos à regra de licitar.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

5. (CESPE – Defensoria Pública-PE – 2015) Considera-se desconcentração a transferên-cia, pela administração, da atividade admi-nistrativa para outra pessoa, física ou jurídi-ca, integrante do aparelho estatal.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

6. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015) Na desconcentração, há divisão de competências dentro da estrutura da enti-dade pública com atribuição para desempe-nhar determinada função.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

7. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015) A descentralização é caracterizada pela distribuição de competência de forma externa, ou seja, de uma pessoa jurídica para outra criada para esse fim específico, o que resulta em uma relação hierárquica en-tre elas.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

8. (CESPE – MPU – Analista Administrativo – 2015) A criação de autarquia é uma forma de descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço público para outra pessoa jurídica integrante do apare-lho estatal.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

9. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário/2015) Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuam ao lado do Estado, executando atividades de interesse público, porém não privativos do ente estatal.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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(CESPE – TJDFT – Técnico Judiciário – 2013) A respeito da administração direta e indireta e dos conceitos de centralização e descentraliza-ção, julgue os próximos itens.

10. Entidades paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que integram a administra-ção indireta, não podem exercer atividade de natureza lucrativa.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

11. Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço pú-blico, ocorre a descentralização por meio de outorga.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

12. A criação, por uma universidade federal, de um departamento específico para cursos de pós-graduação é exemplo de descentraliza-ção.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

13. (CESPE – TJDFT – Oficial de Justiça – 2013) Os termos concentração e centralização estão relacionados à ideia geral de distri-buição de atribuições do centro para a peri-feria, ao passo que desconcentração e des-centralização associam-se à transferência de tarefas da periferia para o centro.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

14. (CESPE – TJDFT – Oficial de Justiça – 2013) Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das em-presas públicas, dado o fato de elas presta-rem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – TJ-DFT – Analista Judiciário – 2013) No que se refere ao conceito de administração pú-blica e à classificação dos órgãos públicos, jul-gue os itens seguintes.

15. Os órgãos públicos classificam-se, quanto à estrutura, em órgãos singulares, formados por um único agente, e coletivos, integra-dos por mais de um agente ou órgão.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

16. Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as pesso-as jurídicas, os órgãos e os agentes incumbi-dos dessas funções.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – TJDFT – Analista Judiciário – 2013) Acerca das autarquias, empresas públicas e so-ciedades de economia mista, julgue os itens a seguir.

17. As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em di-reito admitidas, a critério do poder público, que procede à sua criação.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

18. Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés, assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

19. Pessoas jurídicas de direito privado inte-grantes da administração indireta, as em-presas públicas são criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços públicos.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

20. (CESPE – Telebras – Assistente Administra-tivo – 2013) Para a instituição de fundação pública, deve ser editada lei complementar que autorize o presidente da República a ex-pedir decreto para a criação da fundação.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – PCBA – Delegado – 2013) A respeito de administração pública, julgue os itens seguintes.

21. Entidades paraestatais são pessoas jurídicas privadas que colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas, mas não integram a estrutura da adminis-tração pública.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

22. A criação de nova secretaria por governador de estado caracteriza exemplo de descen-tralização.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

23. (CESPE – INPI – Direito – 2013) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito pri-vado, com totalidade de capital público, cuja criação depende de autorização legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma admitida em direito.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

24. (CESPE – INPI – Direito – 2013) O instituto da desconcentração permite que as atri-buições sejam distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional. Assim, concen-tração refere-se à administração direta; já desconcentração, à indireta.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

25. (CESPE – INPI – Direito – 2013) A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação depende de lei específica.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

26. (CESPE – ICMBio – Auxiliar Administrativo – 2014) A administração pública direta é com-posta por entidades autônomas, com natu-reza de direito público ou privado, como as fundações públicas e também as empresas públicas.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

27. (CESPE – ICMBio – Técnico Administrativo – 2014) Existem órgãos da administração dire-ta atuando na administração federal, esta-dual e municipal.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

28. (CESPE- ANTAQ – Técnico Administrativo – 2014) Os órgãos administrativos são pesso-as jurídicas de direito público que compõem tanto a administração pública direta quanto a indireta.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

29. (CESPE – SUFRAMA – Agente Administrati-vo – 2014) Empresa pública e sociedade de economia mista são entidades da adminis-tração indireta com personalidade jurídica de direito privado.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

30. (CESPE – MDIC – Analista Administrativo – 2014) Embora nos municípios haja apenas administração direta, nos estados, em razão da autonomia dada pela Constituição Fede-ral de 1988 (CF), pode haver administração indireta

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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31. (CESPE – ICMBio – Auxiliar Administrativo – 2014) O ICMBio, como entidade da adminis-tração pública indireta, é uma autarquia em regime especial, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, sem autonomia administra-tiva e com dever de subordinação hierárqui-ca aos órgãos da administração pública dire-ta.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

32. (CESPE – CADE – Analista Administrativo – 2014) Para a criação de uma autarquia, é necessária lei que autorize a sua instituição, seguida do registro do ato constitutivo no órgão competente.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

33. (CESPE – CADE – Analista Administrativo – 2014) As entidades da administração públi-ca indireta têm capacidade de autoadminis-tração, ou seja, podem definir regras para se organizarem.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

34. (CESPE – PF – Administrativo – 2014) São características das sociedades de economia mista: criação autorizada por lei; personali-dade jurídica de direito privado; sujeição ao controle estatal; estruturação sob a forma de sociedade anônima.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

35. (CESPE – TC-DF – Técnico – 2014) Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos entes integrantes da administração indireta depende de lei específica.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

36. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014) Trata-se de administração indireta quando o Estado, a fim de obter maior celeridade e eficiência, exerce algumas de suas ativida-des de forma desconcentrada.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

37. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são integrantes da admi-nistração indireta, independentemente de prestarem serviço público ou de exercerem atividade econômica de natureza empresa-rial.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

38. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014) Toda pessoa integrante da administração in-direta está vinculada a determinado órgão da administração direta, fato que decorre do princípio da especificidade.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

39. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014) Em virtude do princípio da separação dos poderes, a administração pública direta é exercida exclusivamente pelo Poder Execu-tivo, o qual é incumbido da atividade admi-nistrativa em geral.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

40. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014) A criação de empresa pública e de socieda-de de economia mista depende de autoriza-ção legislativa, porém, o mesmo não ocorre às suas subsidiárias.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – TJRR – Tecnico Judiciario – 2012) No que se refere à classificação e às espécies de agentes públicos, julgue os itens seguintes.

41. Os servidores contratados para atender a necessidade temporária de excepcional in-teresse público estão sujeitos ao mesmo re-gime jurídico aplicável aos servidores esta-tutários.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

42. Os empregados públicos, embora sujeitos à legislação trabalhista, submetem-se às nor-mas constitucionais referentes a concurso público e à acumulação remunerada de car-gos públicos.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – TJRR – Analista Processual – 2012) Jul-gue os itens subsequentes, relativos à adminis-tração pública direta e indireta e às entidades paraestatais.

43. As denominadas entidades de apoio não têm fins lucrativos e são instituídas por ini-ciativa do poder público para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

44. Formada mediante a conjugação de capitais público e privado, a sociedade de economia mista é organizada sob a forma de socieda-de anônima e prescinde da participação do poder público na sua gestão.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

45. (CESPE – TJRR – Administrador – 2012) Os agentes administrativos vinculam-se profis-sionalmente ao Estado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais e se sujeitam à hierarquia funcional e ao regime jurídico único da entidade estatal a que servem.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

46 (CESPE – TRE-MT – Analista Administrativo – 2015) As atividades de polícia administra-tiva, de prestação de serviço público e de fomento são próprias da administração pú-blica em sentido objetivo.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

47. (CESPE – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012) De acordo com a jurisprudência do STF e com a interpretação doutrinária as fundações pú-blicas podem ser criadas com personalidade jurídica de direito público diretamente por lei específica.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

48. (CESPE – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012) As entidades administrativas possuem auto-nomia política e administrativa, bem como capacidade de autoadministração.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

49. (CESPE – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012) A criação de uma organização social consiste em exemplo de desconcentração adminis-trativa.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – MCTI – Apoio Administrativo – 2012) Com relação aos fundamentos de direito admi-nistrativo, julgue os itens seguintes.

50. O Instituto Nacional de Seguridade Social, órgão da administração descentralizada indireta, embora possua autonomia admi-nistrativa, não tem autonomia política para criar todas as suas normas.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

51. A Fundação Nacional do Índio é órgão da administração direta que exerce função típi-ca de Estado.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

52. (CESPE – IBAMA – Analista – 2012) A criação do IBAMA, autarquia a que a União transfe-riu por lei a competência de atuar na pro-teção do meio ambiente, é exemplo de des-centralização por serviço.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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(CESPE – DPRF – Agente Administrativo – 2012) No que se refere à administração direta e indire-ta, julgue os itens subsecutivos.

53. São exemplos de prerrogativas estatais es-tendidas às autarquias a imunidade tributá-ria recíproca e os privilégios processuais da Fazenda Pública.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

54. Denominam-se fundações públicas as enti-dades integrantes da administração indireta que não são criadas para a exploração de atividade econômica em sentido estrito.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

55. As autarquias não podem ampliar sua auto-nomia gerencial, orçamentária e financeira, pois isso acarretaria prejuízo do controle fi-nalístico realizado pela administração públi-ca.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

56. Embora tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista sejam pes-soas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública indireta, ambos os tipos de entidades sujeitam-se a controles administrativos diversos.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – DPRF – Técnico Superior – 2012) Acer-ca da estrutura da administração pública, que abrange as administrações direta e indireta, esta composta por entidades dotadas de personali-dade jurídica, julgue os itens subsequentes.

57. Não é considerada integrante da adminis-tração pública a entidade qualificada com natureza de pessoa jurídica de direito priva-do que, embora se constitua como socieda-de de economia mista, exerça atividade tipi-camente econômica.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

58. O ente federado, ao optar por descentrali-zar determinada atividade administrativa mediante a criação de uma nova entidade pública que integre a administração públi-ca indireta, deve conferir a esta autonomia administrativa, gerencial, orçamentária e fi-nanceira, mas não autonomia política.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

59. Para criar uma empresa pública com o obje-tivo de descentralizar a execução de um ser-viço público, o ente federado deve fazê-lo por meio de delegação mediante contrato administrativo, cabendo à empresa pública a prestação do serviço por sua conta e risco, mas sujeitando-se à fiscalização da pessoa jurídica que o delegou.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

60. As organizações sociais não estão compre-endidas no rol das entidades que consti-tuem a administração pública indireta.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

Gabarito: 1. F 2. F 3. F 4. F 5. F 6. V 7. F 8. V 9. F 10. F 11. V 12. F 13. F 14. F 15. F 16. V 17. F  18. V 19. V 20. F 21. V 22. F 23. V 24. F 25. F 26. V 27. V 28. F 29. V 30. F 31. F 32. F 33. V 34. V  35. F 36. F 37. V 38. F 39. F 40. F 41. F 42. V 43. F 44. F 45. V 46. V 47. V 48. F 49. F 50. V 51. F  52. V 53. V 54. V 55. F 56. F 57. F 58. V 59. F 60. V

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Direito Administrativo

LICITAÇÃO

1. CONCEITO:

Conforme a lição do professor Hely Lopes Meirelles, licitação é o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados se-lecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com um dos seguin-tes objetivos: ou a celebração do contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

Já nas palavras da professora Maria Sylvia Di Pietro, licitação é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre, a todos os interessados que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formula-rem propostas, entre as quais será selecionada e aceita a mais conveniente para a celebração do contrato.

De forma sucinta, percebemos que licitação é o procedimento administrativo vinculado (todo previsto em lei) que possui duas finalidades: selecionar a proposta mais vantajosa para a Admi-nistração Pública e assegurar a observância do princípio da isonomia (ou igualdade).

O estudo das normas básicas sobre licitações e contratos administrativos está concentrado em duas leis:

• Lei nº 8.666/93, conhecida como Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos;

• Lei nº 10520/02, que institui uma nova modalidade licitatória denominada Pregão.

A Lei nº 8.666/93 estabelece um conjunto de normas gerais aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, alcançando não só a Administração Direta, mas também a Administração Indireta, bem como às demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Sendo assim, a referida lei é tida como uma lei federal (competência da União) de caráter na-cional (aplicável a todos os entes da federação).

2. DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS:

No texto constitucional, o procedimento licitatório está previsto nas seguintes passagens:

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CF, art 22, XXVII. Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de lici-tação e contratação em todas as modalidades para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de eco-nomia mista, nos termos do art 173, § 1º, III.

Comentário: A competência privativa da União é relativa às normas gerais de licitação e con-tratação, aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, não excluindo a competência suplementar dos Estados e Municípios para adequarem a referida legislação às suas necessidades.

CF, art 37, XXI. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Comentário: A Administração Pública, como regra, está sujeita a procedimento licitatório, antes da contratação de obras, serviços, compras e alienações. O princípio fundamental da licitação é a igualdade (ou isonomia), devendo-se assegurá-la não só entre os licitantes, mas também em relação a todos que tenham interesse de contratar com a Administração Pública.

Cabe ressaltar que tal regra não é absoluta, visto que, nos casos especificados na legislação, poderá haver contratação direta, pela Administração Pública, não sendo necessária, assim, a realização de procedimento licitatório prévio (casos de dispensa e inexigibilidade de licitação).

CF, art 173. Ressalvados os casos previstos na Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;

Comentário: Como visto anteriormente, não só os órgãos e as entidades da Administração Pú-blica Direta, mas também os da Administração Indireta estão sujeitos a procedimento licitatório.

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Porém, as sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica poderão ter um estatuto diferenciado, com regras mais flexíveis de licitação e contratação, visto a celeridade exigida em um mercado de ampla concorrência.

Como tal estatuto ainda não existe, a regra é que todas as empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente da atividade que exerçam (prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica), estarão sujeitas aos dispositivos da Lei nº 8.666/93.

Por fim, vale ressaltar que há jurisprudência no sentido de que tais estatais não se sujeitam às regras de licitação para celebração de contratos que tenham objeto relacionado às atividades-fim de tais entidades.

POLÊMICA! A Lei nº 9478/97 (que institui a ANP), em seu art. 67, dispõe que “Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido em decreto pelo Pre-sidente da República”,

TCU – entende que tal dispositivo é inconstitucional

STF – concedeu liminar suspendendo tal decisão do TCU

CF, art 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviço público

Comentário: O Estado pode prestar serviço público diretamente ou indiretamente, mediante as delegatárias de serviço público. A Lei nº 8.987/95 regulamenta tal artigo, estabelecendo nor-mas gerais sobre concessão e permissão de serviço público, aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

Existem três formas de delegação de serviço público: concessão, permissão e autorização. Ape-nas a concessão e a permissão de serviço público necessitam de licitação prévia. A autorização é a única forma de delegação que prescinde de procedimento licitatório prévio à contratação.

Diferentemente do art. 37, XXI, não consta neste dispositivo nenhuma exceção ao dever de licitar.

3. PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO:

Nos termos da Lei nº 8.666/93, nos termos do seu art. 3º, a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a selecionar a proposta mais vantajosa e a promover o desenvolvimento nacional sustentável (FINALIDADES DA LICITAÇÃO).

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O mesmo artigo estabelece uma lista exemplificativa de princípios aplicáveis ao procedimento licitatório, que será processado e julgado em estrita conformidade com os seguintes princípios básicos, além dos que lhes são correlatos:

a) Legalidade;

b) Impessoalidade;

c) Moralidade;

d) Igualdade;

e) Publicidade;

f) Probidade administrativa;

g) Vinculação ao instrumento convocatório;

h) Julgamento objetivo.

A grande maioria desses princípios é aplicável a toda atividade administrativa desempenhada pelo Estado. Apenas os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo são específicos das licitações.

A seguir, iremos analisar não só os princípios expressos na Lei nº 8.666/93 (art. 3º), mas também os princípios estabelecidos pela doutrina majoritária.

a) Legalidade

O princípio da legalidade é tido como o princípio basilar do Estado de Direito. A aplicação de tal princípio à licitação traduz-se no sentido de que o administrador público só poderá expedir os atos, integrantes do procedimento licitatório, quando fundados na lei ou no instrumento convocatório da licitação (edital ou carta-convite, conforme o caso), reduzindo, assim, a margem de discricionariedade do administrador público.

b) Impessoalidade

Também é um princípio básico do Direito Administrativo (CF, art. 37). O administrador público deve sempre atingir a finalidade de interesse público do procedimento licitatório, não podendo ajudar ou prejudicar qualquer licitante em prol de seu interesse particular. Está intimamente ligado ao princípio do julgamento objetivo das propostas, visto que possui a ideia central de inibir o subjetivismo do administrador na seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

c) Moralidade

Tal princípio representa mais do que a moralidade vinculada a bons costumes. A conduta do administrador deve ser inteiramente pautada em bons costumes, em uma conduta justa e éti-ca. O princípio da moralidade tem proporções jurídicas, ou seja, não basta que a conduta do administrador seja legal, pois também deverá ser honesta, acima de tudo, tornando-a um dos pressupostos de validade dos atos da Administração Pública.

O servidor deve decidir não somente entre o legal e o ilegal, mas também deve se preocupar em ter uma conduta honesta e ética perante os administrados, quando for decidir o melhor caminho a ser seguido para atingir do fim público.

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d) Igualdade ou isonomia

É o princípio basilar do procedimento licitatório. Deve-se não apenas tratar os licitantes de maneira igual, mas também dar oportunidade de participar da licitação a quaisquer interessados que tenham condições de assegurar o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado. Consequentemente, a Lei nº 8.666/93 estabelece que é vedado aos agentes públicos:

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;

II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991.

Assim, o administrador não poderá diferenciar, favorecer ou discriminar os interessados e os licitantes em razão de aspectos secundários, irrelevantes à seleção da proposta mais vantajosa para Administração. Não configura violação ao princípio da igualdade o estabelecimento de requisitos mínimos que tenham por fim exclusivamente garantir a adequada execução do contrato.

Nessa linha, sabemos que nem todos são iguais entre si, admitindo-se, portanto, algumas normas de distinção entre os licitantes. A fase de habilitação, por exemplo, não deixa de ser mais uma forma de diferenciação entre os licitantes. Na fase de habilitação dos licitantes, conforme explicita o art. 27 da Lei nº 8.666/93, verifica-se:

a) habilitação jurídica;

b) regularidade fiscal;

c) qualificação técnica;

d) qualificação econômico-financeira;

e) cumprimento do art. 7º., XXXIII, da CF/88 (não empregar menores de 18 anos em atividades insalubres e perigosas).

Com a introdução da “promoção do desenvolvimento nacional sustentável” como uma das finalidades do procedimento licitatório (Lei nº 12.349/10), a aplicação de tal princípio sofreu sensível mitigação, havendo diversas regras de preferência introduzidas em favor de empresas ligadas aos setores de pesquisa e inovação tecnológicas nacionais, bem como de empresas produtoras de bens e serviços nacionais. Outrossim, a ideia de sustentabilidade introduziu outros fatores a serem aferidos pela Administração no momento de julgamento das propostas, que não sejam somente de ordem econômico-financeira.

Como decorrência da aplicação do princípio da igualdade entre os licitantes, a Lei nº 8.666/93 estabelece alguns parâmetros para resolução de casos de empate entre os licitantes por meio dos seguintes critérios sequênciais (Art. 3º.):

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I – produzidos no País;

II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;

III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; e

IV – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

Margem de Preferência:

A margem de preferência prevista na Lei nº 8.666/93 para o julgamento das propostas do procedimento licitatório representa uma das maiores mitigações ao princípio da isonomia. O Decreto nº 7.546/11 estabelece que margem de preferência normal é o diferencial de preços entre os produtos manufaturados nacionais e de serviços nacionais e os produtos manufaturados estrangeiros e serviços estrangeiros, que permite assegurar preferência pela contratação de produtos manufaturados nacionais e serviços nacionais.

Essa margem de preferência poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e aos serviços originários dos países participantes do Mercosul. Para os produtos manufaturados e os serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país, poderá ser estabelecida uma margem de preferência adicional.

A Lei nº 13.146/2015 acrescentou, no art. 3º da Lei nº 8.666/93, que, nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

a) produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei-ras; e

b) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previ-dência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

O art. 3º, §8º, estabelece que a soma das margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou serviços, não pode ultrapassar o montante de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados estrangeiros ou serviços estrangeiros.

Com isso, em uma licitação cujo critério de julgamento seja o “menor preço”, não necessaria-mente será sagrada vencedora a proposta de menor preço. Se for fixada a margem de prefe-rência máxima de 25% na realização de uma licitação e houver uma proposta de fornecimento de bem de origem estrangeira de R$ 1.000 e outra com bens nacionais de R$ 1.250, a proposta vencedora seria a do bem com valor de R$ 1.250.

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar nº 123/06)

O art. 47 do Estatuto Nacional das MEs e EPPs estabelece que, nas contratações públicas da Administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e as empresas de pequeno porte, objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.

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Assim, o art. 48 da LC nº 123/06 estabelece que a Administração Pública:

I – deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempre-sas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00;

II – poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; (Reda-ção dada pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014)

III – deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte.

Tais benefícios poderão, justificadamente, estabelecer a prioridade de contratação para as mi-croempresas e empresas de pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o limite de 10% do melhor preço válido.

O art. 44 desse Estatuto ainda estabelece como critério de desempate a preferência de contra-tação das microempresas e empresas de pequeno porte, porém entende como empate aque-las situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. No caso da modali-dade pregão, o percentual é 5% superior ao melhor preço.

Assim, no caso de empate (real ou legal), a lei estabelece os seguintes procedimentos:

I – a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II – não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem no limite de até 10% (ou 5% no caso de pregão), na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito;

III – no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pe-queno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

O art. 49, por sua vez, estabelece que as disposições do art.47 e 48 não serão aplicáveis:

a) os critérios de tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não forem expressamente previstos no instrumento convocatório;

b) não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como micro-empresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório;

c) o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

d) a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas por pequeno valor, nas quais a compra deverá ser feita preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte.

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e) Publicidade

Os atos do procedimento licitatório são públicos e acessíveis a todos, ressalvado, obviamente, o sigilo das propostas até a sua abertura. Permite o controle dos atos da Administração Pública não só pelos seus órgãos, mas também pela sociedade em geral, impondo que os motivos determinantes das decisões proferidas em qualquer etapa do procedimento sejam declarados.

A própria Lei nº 8.666/93, em seu artigo 41, § 1º dispõe que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade. Além disso, a Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º, § 3º, estabelece que a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento.

Ressaltamos que a ideia de publicidade é mais ampla do que a de publicação. Pode-se dar publicidade a um ato administrativo, sem que haja a sua publicação. No caso da modalidade convite, por exemplo, não há necessidade de publicação da carta-convite em Diário Oficial, bastando que seja afixada em mural da repartição.

f) Probidade Administrativa

A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988.

De forma sucinta, temos que a improbidade administrativa é o desrespeito ao princípio da probidade administrativa, que deve reger a conduta do administrador, de modo que ele aja dentro de uma conduta ética, com honestidade e decência, zelando pelo interesse público.

A palavra improbidade tem sua origem na expressão latina improbitate, e, segundo José Náufel, “ato de improbidade é todo aquele contrário às normas da moral, à lei e aos bons costumes; aquele que denota falta de honradez e de retidão no modo de proceder”.

Segundo Marino Pazzaglini Filho, “a improbidade administrativa, sinônimo jurídico de corrupção e malversação administrativas, exprime o exercício da função pública com desconsideração aos princípios constitucionais expressos e implícitos que regem a Administração Pública”.

Em outra passagem, conceitua: “Diante do exposto, é possível conceituar improbidade administra-tiva do agente público: toda conduta ilegal (corrupta, nociva ou inepta) do agente público, dolosa ou culposa, no exercício (ainda que transitório ou sem remuneração) de função, cargo, mandato ou empregado público, com ou sem participação (auxílio, favorecimento ou indução) de terceiro, que ofende os princípios constitucionais (expressos e implícitos) que regem a Administração Pública”.

g) Vinculação ao Instrumento Convocatório:

O instrumento convocatório da licitação, como regra, é o edital. Porém, na modalidade de licitação convite, utiliza-se a carta-convite. O edital é tido como a lei interna das licitações, vinculando aos seus termos não só os licitantes, como também a própria Administração Pública que o expediu. A Administração não pode descumprir as normas e as condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

h) Julgamento Objetivo:

O conceito de julgamento objetivo está relacionado com o critério de julgamento das propostas da licitação, ou seja, aos tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93. No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e os princípios estabelecidos por essa lei.

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O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. São quatro os tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93:

• Menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administra-ção determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

• Melhor técnica;

• Técnica e preço;

• Maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

A lei proíbe a utilização de outros tipos de licitação, diversos dos nela previstos. No caso de con-cessões e permissões de serviços públicos, a Lei nº 8.987/95 estabelece critérios próprios de julgamento das propostas, devido à natureza desses contratos diferenciados.

i) Competitividade:

Por ser a licitação um procedimento de disputa isonômica para selecionar a proposta mais van-tajosa à Administração Pública, a competitividade decorre da própria lógica de sua estrutura. Só haverá licitação se houver competição. Caso não haja viabilidade jurídica de competição, teremos um caso de contratação direta pela Administração (inexigibilidade de licitação).

Nesse sentido, a lei veda a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem simila-ridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tec-nicamente justificável. Por fim, há que se destacar que a inobservância de tal princípio tipifica crime, de acordo com a Lei nº 8.666/93:

Art. 90. Frustar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expedien-te, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

j) Formalismo ou Procedimento Formal:

De acordo com o art. 4º, da Lei nº 8.666/93, o procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado por qualquer esfera da Administração Pública. Todo o procedimento de licitação é detalhado em lei, devendo ser observados os requisitos formais nela estabelecidos. Como exemplos, podemos citar o dispositivo legal que estabelece que nenhuma compra será feita sem a indicação dos respectivos recursos orçamentários, o prazo mínimo entre a publicação do edital e a apresentação das propostas, entre outras formalidades legais.

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k) Sigilo das propostas:

A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento (princípio da publicidade), salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

A quebra do sigilo das propostas deixa em condição mais favorável o licitante que dispunha de informação relativa ao seu conteúdo. Cabe observarmos que o sigilo das propostas é relativo, tendo em vista que, após a abertura de seus envelopes, não haverá mais o sigilo.

A inobservância de tal princípio tipifica crime, de acordo com a Lei nº 8.666/93:

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos e multa.

l) Adjudicação Compulsória:

Adjudicação compulsória pode ser definida como a entrega simbólica do objeto contratual ao vencedor da licitação. Diz-se ser uma entrega simbólica, pois o vencedor do procedimento lici-tatório não tem direito adquirido à contratação, mas mera expectativa de direito ao contrato.

A celebração do contrato é ato discricionário, ou seja, a Administração pode resolver não efetuar a contratação, porém, caso resolva contratar, terá que ser com o vencedor da licitação. A Administração não poderá atribuir o objeto da licitação a outro que não o vencedor ou a terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

Tal princípio também veda a abertura de nova licitação enquanto valida a adjudicação anterior.

A Administração deverá convocar o interessado para assinar o termo do contrato respeitando o prazo e as condições estabelecidas. Esse prazo poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte e desde que ocorra motivo aceito pela Administração.

Caso o adjudicatório não compareça, seu direito decairá e ficará caracterizado descumprimento à obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades cabíveis.

Quando o convocado não assinar o termo do contrato no prazo e nas condições estabelecidas, a Administração poderá revogar a licitação ou convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório.

Por outro lado, os licitantes não podem ficar vinculados eternamente a suas propostas, por isso a Lei nº 8.666/93 estabelece uma espécie de “prazo de validade” para as propostas, pois a não convocação para a contratação, por parte da Administração, decorridos 60 dias da data da entrega das propostas, libera os licitantes dos compromissos assumidos.

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Lei nº 8.666/93

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contra-to ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabele-cidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convoca-ção para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

4. FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO:

O procedimento licitatório desenvolve-se em duas fases: uma interna e outra externa. A pri-meira relaciona-se à abertura do processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respecitiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a sua despesa.

Já a fase externa é descrita no art. 43, da Lei nº 8.666/93, valendo destacar que nem todas as modalidades licitatórias apresentam todas as etapas. A concorrência é a modalidade licitatória mais complexa e, consequentemente, mais completa. A fase externa compreende:

“I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concor-rentes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respecti-vas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expres-sa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente regis-trados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

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V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação”.

Em alguns casos, para ampliar a competitividade, a Lei nº 8.666/93 ainda exige a realização de audiência pública prévia à publicação do edital das licitações com altos valores. A audiência pública deverá ser realizada com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a publicação do edital e divulgada com antecedência mínima de 10 dias úteis da data de sua realização, para uma licitação ou um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas com valor superior a R$ 150.000.000.

Consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a 30 dias e licitações sucessivas àquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a 120 dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente.

IMPORTANTE: HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO

Nos termos do art. 43, VI, a Lei nº 8.666/93 estabelece que, após o julgamento, a Comissão de Licitação deverá remeter o processo à autoridade competente para que haja a homologação do procedimento e a adjudicação do objeto ao vencedor da licitação. Assim, os trabalhos da Comissão encerram-se com o julgamento.

A homologação refere-se ao controle de legalidade do procedimento pela autoridade competente, podendo resultar na anulação do procedimento (em parte ou no todo). Já a adjudicação é o ato que atribui o objeto licitado ao vencedor da licitação.

5. MODALIDADES:

As modalidades de licitação são a forma do procedimento licitatório adotado em cada contra-tação. Cabe destacar que as modalidades de licitação não se confundem com os tipos de licita-ção. Esses são os critérios de julgamento das propostas.

A Lei nº 8.666/93 prevê cinco modalidades licitatórias em seu artigo 22: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.

O parágrafo 8º do mesmo artigo estabelece que é vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das já existentes.

Além dessas modalidades previstas na Lei nº 8.666/93, existe mais uma prevista na Lei n 10.520/02, denominada pregão. Como isso é possível, se a Lei nº 8.666/93 veda a criação de uma nova modalidade licitatória?

Na verdade, o impedimento existente na Lei Geral de Licitações e Contratos veda a criação de uma nova modalidade de licitação por meio de um simples ato administrativo ou de uma lei federal, estadual, distrital ou municipal.

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A Lei nº 10.520/02, que instituiu o pregão como uma nova modalidade licitatória, é uma Lei Federal de caráter nacional, assim como a Lei nº 8.666/93. Sendo assim, não há qualquer impe-dimento de que uma lei de caráter nacional crie uma nova modalidade de licitação.

Por fim, a Lei nº 9.472/97 (que criou a Anatel) previu uma nova modalidade de licitação, não prevista na Lei nº 8.666/93, a CONSULTA, hoje aplicável às agências reguladoras federais, pois foi posteriormente estendida às demais agências pela Lei nº 9.986/00.

Portanto, atualmente, para fins de prova, temos sete modalidades de licitação:

a) Concorrência;

b) Tomada de preços;

c) Convite;

d) Concurso;

e) Leilão;

f) Pregão;

g) Consulta.

Com relação às três primeiras modalidades, a doutrina entende haver uma hierarquia implícita entre elas, de acordo com o vulto dos contratos (valor contratual) a serem celebrados e com base na complexidade de seus procedimentos. Assim, há:

I – para obras e serviços de engenharia:

a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência – acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reias);

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);

c) concorrência – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

O parágrafo 4º do artigo 23, da Lei n 8.666/93 ratifica a hierarquia implícita existente entre tais modalidades, afirmando que, nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

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Assim, na prática, há os seguintes exemplos:

1. Caso a Administração pretenda contratar uma obra no valor de R$ 120.000, deverá realizar licitação por meio de convite, tomada de preços ou concorrência.

2. Caso a Administração pretenda adquirir mobiliário (mesas e cadeiras) no valor de R$ 500.000, deverá realizar licitação por meio da tomada de preços ou da concorrência.

3. Caso a Administração pretenda contratar uma obra no valor de R$ 2.000.000, deverá realizar licitação, obrigatoriamente, por meio da modalidade concorrência.

Com base nos exemplos citados e com a leitura do artigo 23, §4º, percebe-se que a concor-rência é uma modalidade licitatória que poderá ser utilizada para qualquer valor de contrato. Porém, tal escolha depende da conveniência e da oportunidade para a Administração e a recí-proca não é verdadeira, ou seja, quando for caso de concorrência, o administrador não poderá optar pelo convite ou pela tomada de preços.

Por fim, cabe ressaltar que a Lei nº 11.107/05 (lei dos consórcios públicos – pessoas jurídicas integra-das por vários entes federativos com o objetivo de prestar serviço público de forma compatilhada) incluiu o § 8º ao art. 23, no sentido de que esses valores serão o dobro para os consórcios formados por até três entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.

a) Concorrência

É a modalidade de licitação mais complexa, utilizada para qualquer valor de contratação, entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os re-quisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles, a concorrência obedece aos seguintes requisi-tos: universalidade, ampla publicidade, habilitação preliminar e julgamento por comissão.

• Universalidade – quaisquer interessados poderão participar, independentemente de registro cadastral no órgão ou entidade realizadora da licitação;

• Ampla Publicidade – utilizam-se todos os meios de divulgação, disponíveis e necessários, à publicidade ampla da abertura do procedimento licitatório;

• Habilitação Preliminar – a habilitação dos licitantes é a etapa inicial da modalidade concorrência. Na fase de habilitação dos licitantes, conforme explicita o art. 27 da Lei nº 8.666/93, verifica-se a habilitação jurídica, a regularidade fiscal, a qualificação técnica, a qualificação econômica-financeira e o cumprimento do art. 7º, XXXIII, da Carta Magna (não empregar menores de 18 anos em atividades insalubres e perigosas).

• Julgamento por comissão – as comissões de licitação serão compostas, em regra, por, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados do próprio órgão responsável pela licitação. Podem ser permanentes ou provisórias.

A investidura dos membros da Comissão não ultrapassará o prazo de um ano, vedada a recon-dução da totalidade de seus membros para uma mesma Comissão no período subseqüente.

Os membros das Comissões de Licitações responderão solidariamente por todos os atos prati-cados pela comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamenta-da e registrada em sua ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

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Como visto anteriormente, a concorrência é uma modalidade licitatória utilizada para qualquer valor de contrato, porém, cabe ressaltar que, obrigatoriamente, deverá ser utilizada nas seguin-tes situações:

• Contratação de obras e serviços de engenharia com valor superior a R$ 1.500.000 (Lei nº 8.666/93, art. 23, I, c)

• Compras e serviços, que não sejam de engenharia, com valor superior a R$ 650.000 (Lei nº 8.666/93, art. 23, II, c)

• Alienação de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia superior a R$ 650.000 (Lei nº 8.666/93, art. 17, §6º.)

• Como regra, utilizada na compra ou alienação de bens imóveis, independentemente do valor (Lei nº 8.666/93)

• Nas concessões de direito real de uso, independentemente do valor (Lei nº 8.666/93, art. 23, §3º)

• Nas concessões e subconcessões de serviços públicos, independentemente do valor (Lei nº 8.987/95)

• Como regra, é a modalidade utilizada nas licitações internacionais

b) Tomada de Preços

É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-mento das propostas, observada a necessária qualificação.

De forma esquematizada, a modalidade tomada de preços apresenta as seguintes peculiaridades:

• Presta-se para contratação de menor vulto que a concorrência. O procedimento adminis-trativo é o mesmo que o da concorrência.

• A característica fundamental dessa modalidade de licitação é a habilitação prévia à abertura do procedimento, ou seja, o interessado deve estar cadastrado pela Administração Pública.

CUIDADO!

Habilitação Prévia – Tomada De Preços

Habilitação Preliminar – Concorrência

• Aqueles que não estiverem previamente cadastrados poderão cadastrar-se até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, desde que sejam satisfeitas as condições exigidas.

• A Lei nº 8.666/93 admite a tomada de preços nas licitações internacionais, quando o órgão ou a entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores e desde que respeitados os limites de valor estabelecidos na lei.

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• Segundo a Lei nº 8.666/93, quando couber tomada de preços, a Administração poderá optar pela utilização da concorrência.

REGISTROS CADASTRAIS:

Os órgãos e as entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licita-ções manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. No âmbito do Poder Executivo Federal, há o Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores (Sicaf). Poderão as unidades administrativas utiliza-rem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Assim, o objetivo do registro cadastral é dar maior celeridade à realização de futuros certames, tendo em vista que o licitante manterá sua habilitação enquanto válido o seu registro junto ao cadastro. Para isso, ao requerer inscrição no cadastro, ou atua-lização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências para habilitação das licitações (art. 27, da Lei nº 8.666/93).

O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mí-nimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

Nos termos do art. 98, da Lei nº 8.666/93, é crime obstar, impedir ou dificultar, injusta-mente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover inde-vidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito, cuja pena é a detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

c) Convite

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedên-cia de até 24 horas da apresentação das propostas.

De forma esquematizada, a modalidade convite apresenta as seguintes peculiaridades:

• O instrumento convocatório do convite é a carta-convite e não o edital.

• Não precisa haver publicação no Diário Oficial, visto que a lei exige apenas que a carta-convite seja afixada em local apropriado.

• Inicialmente, a carta-convite poderá ser enviada a interessados do ramo, cadastrados ou não, porém só poderão “se convidar” os demais cadastrados que se manifestarem com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

• Regra geral: deverá ser convidado um número mínimo de três empresas.

• Existindo na praça mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

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• Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impos-sível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

• No caso de convite, a Comissão de Licitação, excepcionalmente nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

• Também é modalidade de licitação que poderá ser utilizada em licitações internacionais, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.

• Segundo a Lei nº 8.666/93, quando couber convite, a Administração poderá optar pela uti-lização da tomada de preços ou da concorrência.

d) Concurso

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vence-dores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.

À modalidade de licitação concurso não serão aplicados os tipos de licitação previstos no art. 45, da Lei de Licitações, pois será pago um prêmio ou remuneração ao vencedor.

Justamente por ser a modalidade utilizada para escolha de trabalho técnico, artístico ou científico, uma das características do concurso é que a comissão de licitação será integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

O concurso deverá ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital, que deverá mencionar:

I – a qualificação exigida dos participantes;

II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

Por fim, não podemos esquecer que, ressalvadas as hipóteses de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, pre-ferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

e) Leilão

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. O leilão será conduzido por um servidor designado ou por leiloeiro oficial.

De forma resumida, o leilão será utilizado na venda de:

• Bens móveis inservíveis para a Administração; • Produtos legalmente apreendidos ou penhorados; • Bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição seja derivada de procedimentos

judiciais ou dação em pagamento. Nesse caso, também será admitida a concorrência.

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No caso de alienação de bens móveis, a adoção da modalidade leilão está limitada ao valor de até R$ 650.000, para os bens avaliados isolada ou globalmente. Para os valores acima, deverá ser utilizada a modalidade concorrência.

CUIDADO!

Na alienação de bens imóveis, a modalidade utilizada como regra é a concorrência, po-rém, caso o imóvel seja adquirido por dação em pagamento ou procedimento judicial, a Administração poderá valer-se da concorrência ou do leilão para aliená-lo.

f) Pregão

A Lei nº 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações) foi o primeiro diploma legal a introduzir o pregão como modalidade licitatória em nosso ordenamento jurídico. Tal legislação estabeleceu um regime de contratação específico para Anatel, criando o pregão como modalidade de licitação aplicável à aquisição de bens e serviços comuns, em que a disputa pelo fornecimento seria feita por meio de lances em sessão pública.

Posteriormente, tal modalidade foi estendida para toda a Administração Pública Federal, mediante a Medida Provisória nº 2.026/00.

Tal medida provisória foi muito criticada pela doutrina, visto que não poderia ser criada uma nova modalidade licitatória que fosse aplicada somente em âmbito federal. Assim, a referida medida provisória foi convertida na Lei nº 10.520/02, estendendo a aplicação do pregão a todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

CUIDADO!O pregão é uma modalidade licitatória não prevista na Lei nº 8.666/93. O pregão, ini-cialmente, foi instituído apenas em âmbito federal. Hoje, após a conversão da Medida Provisória nº 2.026/00, na Lei nº 10.520/02, o pregão é uma modalidade licitatória aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

O pregão é uma nova modalidade licitatória utilizada na aquisição de bens e serviços comuns, definidos, pela Lei nº 10.520/02, como aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Independentemente do valor da contratação, sua utilização está centrada no objeto contratual: bens e serviços comuns. O pregão poderá ser utilizado na aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor da futura contratação.

Pelo fato de ser uma lei resumida, a Lei do Pregão estabelece que os dispositivos da Lei nº 8.666/93 serão aplicados supletivamente (subsidiariamente) à referida modalidade. Havendo ausência de dispositivo legal na Lei nº 10.520/02, deve-se aplicar a Lei Geral de Licitações.

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A seguir, constam de forma resumida, as características gerais do pregão:

• Não é conduzido por uma “Comissão de Licitação”, mas sim por um único representante da Administração, escolhido entre os servidores do órgão ou da entidade, com atribuições especiais, denominado pregoeiro. O pregoeiro é auxiliado por uma equipe de apoio.

• No âmbito do Ministério da Defesa, a Lei nº 10.520/02 autoriza que militares sejam prego-eiros ou integrantes da equipe de apoio.

• O tipo de licitação utilizado é sempre o menor preço.

• É uma modalidade licitatória não prevista na Lei nº 8.666/93, utilizada para qualquer valor de contrato e seu objeto, é a aquisição de bens e serviços comuns.

• O pregoeiro abre, em sessão pública, as propostas escritas apresentadas pelos licitantes. Após essa fase, poderão ser realizados lances verbais e sucessivos para reduzir o valor ofe-recido pelo licitante.

• O autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores a ela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor, sempre pelo menor preço. Não havendo pelo menos três ofertas com diferença de até 10% em relação à mais baixa, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos. Exa-minada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pre-goeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade.

• Após essa fase de lances verbais, o pregoeiro abrirá o envelope contendo os documentos do licitante que apresentou a melhor proposta, para a verificação do atendimento das con-dições fixadas no edital. Sendo assim, é importante ressaltar que a maior diferença entre essa e as outras modalidades de licitação está na inversão que ocorre nas fases de habili-tação e julgamento das propostas.

• Para dar maior competitividade ao pregão, a Lei nº 10.520/02 veda:

a) garantia de proposta;

b) aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação do certame;

c) pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

• Se a proposta vencedora estiver acima do valor estimado inicialmente pela Administração Pública, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido o melhor preço.

• Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

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• Quando não houver manifestação de nenhum licitante quanto à sua intenção de recorrer, caberá ao pregoeiro a adjudicação do objeto da licitação. Quando não houver tal mani-festação, a adjudicação será realizada pela autoridade competente para julgar o recurso. Porém, a homologação da licitação sempre caberá a essa autoridade. Com isso, ao contrá-rio das demais modalidades da Lei nº 8.666/93, no pregão a homologação é posterior à adjudicação.

• O prazo de validade das propostas é de 60 dias, salvo outro prazo estabelecido no edital.

• No pregão, a homologação ocorre após a adjudicação

5.2 Prazo Mínimo entre a Publicação do Edital e a Apresentação das Propostas

É o início da fase externa do procedimento, quando os interessados tomam ciência do instru-mento convocatório e das condições de participação. É obrigatória a publicação de um aviso contendo o resumo do edital, no mínimo uma vez, no DOU (licitação na Administração Federal ou licitação de obras com recursos federais) ou no DOE (licitação estadual ou municipal) e em jornal de grande circulação.

Lembrando que, no caso da modalidade convite, a publicação não é obrigatória, bastando que a carta-convite seja afixada em local apropriado do órgão ou entidade.

Qualquer modificação no edital exige divulgação da mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido para apresentação das propostas, exceto quan-do, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Os prazos estipulados pela lei são os seguintes – porém, cabe ressaltar que a lei estabelece o prazo mínimo.

• 45 dias para as modalidades de:

a) Concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada inte-gral ou quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.

• 30 dias para as modalidades de:

a) concorrência, nos casos não especificados na letra “b” supracitada;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.

• 15 dias para as modalidades de:

a) tomada de preços, nos casos não especificados na letra “b” supracitada;

b) leilão.

• 5 dias úteis para modalidade de convite.

• 8 dias úteis para a modalidade de pregão, contados a partir da publicação do aviso.

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CUIDADO!Apenas as modalidades pregão e convite utilizam a contagem em dias úteis.

6. CONTRATAÇÃO DIRETA:

Como já visto anteriormente, a Constituição Federal estabelece que, como regra, a Adminis-tração Pública Direta e Indireta está sujeita à licitação prévia à realização de um contrato ad-ministrativo. Porém, em seu art. 37, XXI, nota-se que tal imposição não é absoluta, visto que comporta ressalvas previstas na legislação.

Assim, a Lei nº 8.666/93 estabelece situações excepcionais em que a Administração poderá contratar diretamente, sem a necessidade de desencadear todo o processo licitatório. Generi-camente, os casos de contratação direta dividem-se em: dispensa e inexigibilidade de licitação.

Assim, a Lei nº 8.666/93 veio estabelecer esses casos, da seguinte forma:

1. DISPENSA DE LICITAÇÃO:

a) LICITAÇÃO DISPENSADA – art. 17, I e II

b) LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – art. 24

2. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – art. 25

O mais importante, para fins de prova, é saber a diferença básica entre essas hipóteses.

a) INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:

Um dos princípios doutrinários básicos da licitação é a competitividade. É óbvio que, se não houver competição, não há como realizar uma licitação. A inexigibilidade de licitação caracteri-za-se, justamente, por tal fato: inviabilidade jurídica de competição.

A Lei nº 8.666/93, em seu artigo 25, estabelece uma lista exemplificativa de situações em que a licitação será inexigível. São elas:

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a) fornecedor exclusivo, vedada a preferência de marca;

b) contratação de serviço técnico profissional especializado, de natureza singular (notória es-pecialização), vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade;

c) contratação de artistas consagrados pela crítica ou pela opinião pública.

Quanto à contratação de serviço técnico profissional especializado, a Lei nº 8.666/93 estabe-lece, em seu artigo 13, quais seriam os serviços assim classificados. Porém, tal contratação só será feita por inexigibilidade de licitação se os serviços forem visualmente diferenciados, de natureza singular (notória especialização), pois a regra é que haja licitação, na modalidade con-curso (Lei nº 8.666/93, art. 13, § 1°).

É importante observar que a lei só exemplificou algumas hipóteses de inexigibilidade de licita-ção, pois, em qualquer hipótese em que esteja caracterizada a impossibilidade de competição, ensejará a inexigibilidade do procedimento licitatório.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser for-necidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali-zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experi-ências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requi-sitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se compro-vado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

b) DISPENSA DE LICITAÇÃO:

Na dispensa de licitação, há duas hipóteses distintas: licitação dispensada e licitação dispensável.

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A diferença crucial entre as hipóteses de dispensa de licitação e as de inexigibilidade é que, naquelas, há viabilidade jurídica de competição, porém a Lei autoriza alguns casos em que a Administração está isenta da realização de procedimento licitatório (licitação dispensável) e, em outros, determina que não será feita licitação (licitação dispensada). Já, nos casos de inexigibilidade, como visto, não haverá licitação, por falta de competitividade no mercado.

Inexibilidade de Licitação → Não há viabilidade de competição

Dispensa de Licitação → Há viabilidade de competição

Os casos de licitação dispensável estão previstos no artigo 24, da Lei nº 8.666/93, de forma taxativa (exaustiva). São situações em que a Administração poderá fazer licitação, mas a lei au-torizou (ato discricionário) a não realização de tal procedimento.

Já os casos de licitação dispensada estão previstos no artigo 17, I e II, da Lei nº 8.666/93, de forma taxativa (exaustiva). São situações em que a Administração não irá fazer licitação, porque a Lei determinou (ato vinculado) a não realização de tal procedimento. São situações que en-volvem alienação de bens móveis e imóveis, em casos especiais.

Analisando os casos de licitação dispensável e dispensada previstos na Lei nº 8.666/93, pode-se estabelecer mais uma diferença crucial entre as duas situações. O artigo 24 (licitação dispensá-vel) refere-se a casos de contratação ou aquisição de algum material ou serviço pela Adminis-tração Pública; já os casos previstos no artigo 17 (licitação dispensada) envolvem hipóteses de alienação de bens móveis e imóveis pela Administração Pública.

Dispensável → aquisição/contratação

Dispensada → alienação

Por fim, cabe ressaltar que constitui crime dispensar ou inexigir licitação, fora dos casos previstos em lei, sujeito à pena de três a cinco anos de detenção e multa.

IMPORTANTE: LICITAÇÃO DESERTA X LICITAÇÃO FRACASSADA

DESERTA: Art. 24, V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justi-ficadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas.

Não importa o valor do contrato, basta que não apareçam interessados. Nesta hipótese, se a Administração demonstrar (motivadamente) existir prejuízo na realização de uma nova licitação e desde que sejam mantidas as mesmas condições do instrumento convo-catório, poderá haver contratação direta do fornecedor (licitação dispensável).

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FRACASSADA: Art. 48, §3º – quando todos os licitantes forem inabilitados e todas as propostas desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoima-das das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Nos termos do art. 24, VII, a licitação fracassada poderá configurar um caso de licitação dispensável quando todos os licitantes forem desclassificados com propostas com preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes. Nessa situação, após o prazo de reapresenta-ção das propostas, fixado no art. 48, § 3º, se as novas propostas incorrerem no mesmo problema, poderá haver contratação direta do fornecedor (licitação dispensável).

7. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS:

O art. 15 da Lei nº 8.666/93 coloca que as compra da administração pública devem, sempre que possível, ser processadas pelo sistema de registro de preços, ferramenta que vem sendo amplamente utilizada pelas aquisições de materiais e serviços por parte da Administração.

O Sistema de Registro de Preço (SRP) deve ser utilizado para eventuais aquisições a serem re-alizadas pela Administração ao longo de 12 meses (prazo máximo de validade da Ata), quando não for possível estimar de modo preciso o quantitativo a ser utilizado. Assim, o Decreto Fede-ral nº 3.931/2001, alterado pelo Decreto nº 4.342/2002, estabelece que o SRP deve ser prefe-rencialmente adotado nas seguintes hipóteses:

a) quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações fre-quentes;

b) quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições;

c) quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimen-to a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e

d) quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

A Lei nº 8.666/93 estabelece que o SRP deve ser formalizado mediante procedimento licitatório prévio pela modalidade concorrência, porém a Lei nº 10.520/02 possibilita a utilização do pre-gão para a aquisição de bens e serviços comuns mediante registro de preços.

A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

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Por fim, como forma de controle popular, a lei proporciona a qualquer cidadão o direito de impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

8. ALIENAÇÃO DE BENS:

BENS IMÓVEIS

DA ADM. DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL

DE EMPRESA PÚBLICA OU DESOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Interesse público justificado Interesse público justificado

Avaliação prévia Avaliação prévia

Licitação na modalidade concorrência Licitação na modalidade concorrência

Autorização legislativa Não precisa de autorização legislativa

Bens imóveis de qualquer órgão ou entidade adquiridos por dação em pagamento ou procedi-mento judicial:

• Avaliação prévia;

• Comprovação da necessidade/utilidade da alienação;

• Licitação na modalidade concorrência ou leilão;

• Não precisa de autorização legislativa.

Obs: Na concorrência para venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à compro-vação do recolhimento de quantia correspondente a 5% da avaliação.

Bens móveis de qualquer órgão ou entidade:

• Interesse público justificado;

• Avaliação prévia;

• Licitação;

• Não precisa de autorização legislativa.

9. ANULAÇÃO X REVOGAÇÃO:

O desfazimento do procedimento licitatório poderá ocorrer por meio da anulação ou da revo-gação, sendo assegurado o contraditório e a ampla defesa. Esse poder se relaciona ao princípio da autotutela.

A anulação do procedimento licitatório decorre de alguma ilegalidade que tenha ocorrido em alguma de suas etapas invalidando todo o procedimento nas etapas subsequentes. Inclusive, a lei dispõe que a nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato administrativo.

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Nos termos do art. 49, da Lei nº 8.666/93, a autoridade competente para a aprovação do pro-cedimento deve anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de inde-nizar, não exonerando a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este hou-ver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente compro-vados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Já a revogação poderá ocorrer em duas situações:

a) por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprova-do, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, mediante parecer escrito e devida-mente fundamentado.

b) a critério da administração quando o adjucatário convocado para assinar o contrato não comparecer ou recusar-se a fazê-lo. Nessa situação, opcionalmente, a Administração pode-rá convocar os licitantes remanescentes.

Por fim, vale destacar que a anulação do procedimento licitatório poderá ser total ou parcial, já a revogação deve ser total. Outrossim, a anulação poderá ocorrer mesmo depois da assinatura do contrato, já a revogação não poderá mais ocorrer posteriormente à assinatura do instru-mento contratual.

10. RECURSOS ADMINISTRATIVOS:

O art. 109 da Lei nº 8.666/93 apresenta três formas de recursos administrativos aos atos prati-cados durante o procedimento licitatório: o pedido de reconsideração, o recurso e a represen-tação.

a) Recurso:

No prazo de cinco dias úteis, a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

• habilitação ou inabilitação do licitante;

• julgamento das propostas;

• anulação ou revogação da licitação;

• indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;

• rescisão unilateral do contrato administrativo;

• aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

Obs.: Caso a licitação ocorra pela modalidade convite, o prazo para interposição do recurso será de apenas dois dias úteis.

Quanto aos efeitos do recurso, apenas será suspensivo em relação aos dois primeiros casos (habilitação ou inabilitação do licitante/julgamento das propostas). Nos demais casos, a regra é o efeito meramente devolutivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presen-

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tes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de cinco dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.

Cabe pedido de reconsideração, a ser apresentado no prazo de dez dias úteis, contados da intimação de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal que declare empresa inidônea para licitar ou contratar junto à Administração Pública.

Já a representação será utilizada para recorrer de decisões relacionadas com o objeto da licita-ção ou do contrato, contra as quais não caiba recurso hierárquico. O prazo para apresentação da representação será de cinco dias úteis, contados da intimação da decisão, sendo esse prazo reduzido para dois dias úteis, no caso de convite.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1. (Cespe – Anatel – Administraçao – 2014)

Licitação é um procedimento administrativo discricionário por meio do qual os entes da administração pública selecionam a melhor proposta entre as oferecidas, visando à ce-lebração de contrato e à obtenção do me-lhor trabalho técnico, artístico ou científico.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – MPOG – Administração – 2015)

Para a instrução apropriada do processo li-citatório, faz-se necessária a caracterização adequada do objeto a ser comprado, assim como a indicação dos recursos orçamentá-rios necessários ao seu pagamento.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – MPOG – Engenheiro – 2015)

É permitida a licitação de uma obra pública com a utilização do projeto básico, poden-do, no interesse da administração, o projeto executivo ser desenvolvido concomitante-mente à execução do empreendimento.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (Cespe – MDIC-Ag. – Administrativo – 2015)

As normas que disciplinam as licitações pú-blicas devem ser interpretadas em favor da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o princípio da isonomia.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – CADE – 2014)

Na administração pública, as contratações com terceiros serão necessariamente pre-cedidas de licitação, ressalvadas as hipóte-ses previstas na Lei nº 8.666/1993.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – SUFRAMA-Ag. – Administrativo – 2014)

Sendo uma autarquia, a Suframa não é obri-gada a realizar prévio procedimento de lici-tação para contratar o serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

Não há previsão legal para o estabelecimen-to, nos processos licitatórios, de margem de preferência para bens e serviços com tecno-logia desenvolvida no Brasil.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

Dadas as alterações feitas, nos últimos anos, no marco regulatório das licitações públicas, aos requisitos do melhor preço e da maior vantagem para a administração pública somaram-se, também, critérios de sustentabilidade ambiental.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – TER-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Critérios de sustentabilidade ambiental de-vem ser observados no processo licitatório.

( ) Certo   ( ) Errado

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10. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

Cabe privativamente à União legislar acerca de normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as adminis-trações públicas diretas, autárquicas e fun-dacionais da União, dos estados, do DF e dos municípios.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

O projeto básico — conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar a obra ou serviço objeto da licitação — deve ser elaborado com base nos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica, o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, as condi-ções de avaliação do custo e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo sempre conter orçamento detalhado e global da obra, sob pena de nulidade.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – ICMBio – Analista – 2014)

Nos termos da Lei de Licitações e Contratos, o projeto básico deve definir, obrigatoria-mente, os elementos indispensáveis para a execução correta da obra objeto da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – FUB – Engenheiro – 2015)

Dentro do contexto da Lei de Licitações, o projeto básico é entendido como o conjunto de elementos necessários suficientes e precisos, de forma a possibilitar a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – Camara Legislativa – Assessor – 2014)

É vedada a indicação da marca dos produtos a serem adquiridos, ainda que se comprove

que a marca escolhida apresenta o menor consumo de energia do mercado.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – CGE-PI – Auditor – 2015)

Em uma licitação, é vedada a participação direta ou indireta de servidor da entidade licitante.

( ) Certo   ( ) Errado

16 (Cespe – TCU – Controle Externo – 2015)

São consideradas de grande vulto obras, serviços ou compras cujo valor estimado seja superior a quinze milhões de reais.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

A licitação poderá ser realizada sem a previsão de recurso financeiro disponível para a respectiva liquidação.

( ) Certo   ( ) Errado

18. (Cespe – SUFRAMA-Ag. – Administrativo – 2014)

Encerrada a sessão de julgamento e habili-tação das empresas licitantes, a administra-ção estará obrigada a realizar a contratação, sob pena de indenização à empresa classifi-cada em primeiro lugar.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – MDIC-Ag. – Administrativo – 2014)

Na aquisição pública de materiais mediante processo licitatório, o princípio da vincula-ção ao instrumento convocatório poderá, excepcionalmente, ser descumprido para se obter maior celeridade no recebimento dos materiais.

( ) Certo   ( ) Errado

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

20. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

Em razão do princípio da eficiência, é pos-sível, mediante licitação, a contratação de empresa que não tenha apresentado toda a documentação de habilitação exigida, desde que a proposta seja a mais vantajosa para a administração.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

A utilização da licitação pública para a aquisição de produtos e serviços atende ao princípio da isonomia para a contratação, assegurando igualdade de condições aos interessados em fornecer ao Estado.

( ) Certo   ( ) Errado

22. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se ele desistir expressamente do con-trato ou não o firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Consoante o princípio da indisponibilidade do interesse público, as empresas estatais, embora regidas pelo direito privado, devem submeter-se ao processo licitatório, uma vez que administram recursos total ou parcialmente públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Constitui atentado ao princípio da igualda-de entre os licitantes o estabelecimento, no edital ou no convite, de requisitos mínimos para participação no processo de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Dado que, conforme previsto na Lei nº 8.666/1993, a promoção do desenvolvi-mento nacional sustentável é um dos objeti-vos da licitação pública no Brasil, é possível incentivar a preservação do meio ambiente no procedimento licitatório.

( ) Certo   ( ) Errado

26 (Cespe – Antaq – Agente Administrativo – 2014)

A principal finalidade da licitação é criar um ambiente isonômico, com base em padrões previamente definidos, de modo que haja as mesmas condições entre os participantes que desejarem estabelecer contrato com o setor público.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – Antaq – Técnico Administrativo – 2014)

Em atendimento ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o edital, caracte-rizado como a lei interna da licitação, vincula tanto a administração quanto os licitantes.

( ) Certo   ( ) Errado

28 (Cespe – Câmara Federal – Consultor – 2014)

A Diretoria Administrativa da Câmara dos Deputados, com o intuito de fomentar a utilização de bens ecologicamente susten-táveis, inseriu, em edital de licitação de compra de aparelhos elétricos diversos, a exigência de que somente seriam aceitos produtos com consumo de energia limitado a determinado nível.

Considerando a situação hipotética acima, julgue o item subsequente, com base na Lei nº 8.666/1993.

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O edital de licitação é passível de anulação, visto que a exigência feita restringe a isono-mia e a competitividade do certame.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TCU – Técnico – 2015)

Dado o princípio da adjudicação compul-sória, a administração não pode, concluída a licitação, atribuir o objeto desse procedi-mento a outrem que não o vencedor.

( ) Certo   ( ) Errado

30 (Cespe – TCU – Auditor – 2015)

Dado o princípio da isonomia, é vedado atribuir preferências para bens e serviços produzidos e prestados no Brasil, ou por empresas brasileiras, mesmo que se trate de critério de desempate em procedimen-tos licitatórios, situação que deverá ser re-solvida por sorteio.

( ) Certo   ( ) Errado

31 (Cespe – FUB – Administrador – 2015)

Se, em determinado processo licitatório, houver empate e igualdade de condições entre concorrentes, deverá ser dada prefe-rência à concorrente que produzir bens e serviços no Brasil em detrimento da empre-sa que o fizer em país estrangeiro.

( ) Certo   ( ) Errado

32 (Cespe – FUB – Administrador – 2015)

No âmbito das licitações públicas, é permi-tido os editais estabelecerem normas que restrinjam a participação de concorrentes, de modo que se consiga a contratação de empresa específica.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)

Cabe à administração pública federal, visan-do promover o desenvolvimento nacional sustentável, observar, nas contratações re-alizadas, o menor impacto sobre recursos naturais e utilizar inovações que reduzam a pressão sobre esses recursos.

( ) Certo   ( ) Errado

34 (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)

A impessoalidade é princípio que norteia a administração e está intimamente afeta às licitações públicas.

( ) Certo   ( ) Errado

35 (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)

Embora vise garantir a observância do prin-cípio constitucional da isonomia, o proces-so licitatório poderá, excepcionalmente, priorizar a proposta que promova em maior grau o desenvolvimento sustentável, em de-trimento da proposta mais vantajosa.

( ) Certo   ( ) Errado

36 (Cespe – ICMBio-Ag. Administrativo – 2014)

Segundo o disposto na Lei de Licitações e Contratos, a modalidade de licitação, no caso de obras e serviços de engenharia com custos entre R$ 15.000,00 e R$ 150.000,00, será o convite.

( ) Certo   ( ) Errado

37 (Cespe – CADE – Analista – 2014)

De acordo com a legislação vigente, as mo-dalidades de licitação são a concorrência, a tomada de preços, o concurso, o convite, o leilão e o pregão. Em uma licitação, é per-mitido combinar duas ou mais formas de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

38. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

É recomendável que o administrador públi-co fracione ou desmembre obra, compra ou serviço, para o devido enquadramento do valor dentro dos limites de dispensa previs-tos nessa lei.

( ) Certo   ( ) Errado

39. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Ao Poder Legislativo estadual é permitida a criação de novas modalidades de licitação, conforme as peculiaridades locais existen-tes.

( ) Certo   ( ) Errado

40. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – 2014)

A Lei de Licitações instituiu como modali-dades de licitação a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão, tendo vedado a criação de outras modalida-des ou a combinação das existentes, embo-ra o pregão tenha sido legalmente instituí-do, mais tarde, como nova modalidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

41. (Cespe – TER-GO – Técnico Judiciário – 2015)

O valor estimado da contratação é determi-nante na escolha da modalidade licitatória a ser adotada: concorrência pública, tomada de preços, convite ou pregão.

( ) Certo   ( ) Errado

42. (Cespe – DEPEN – 2015)

Os prazos de antecedência para divulgação do instrumento convocatório, previstos na Lei de Licitações e Contratos, qualquer que seja a modalidade escolhida pelo gestor

público, são contados em dias corridos, e variam apenas com relação ao número mí-nimo de dias, conforme o tipo de licitação adotado.

( ) Certo   ( ) Errado

43 (Cespe – MPOG – 2015)

Situação hipotética: Determinado órgão público está em processo de mudança para novas instalações, o que justificou o início de processo licitatório para contratação de empresa especializada em mudança. O ser-vidor responsável pelo processo julgou ser a forma de licitar mais adequada, nesse caso, a combinação entre as modalidades con-corrência e tomada de preços. Por isso, foi decidido realizar um pregão com a combi-nação de ambas as modalidades. Assertiva: Nessa situação, é correto afirmar que o pro-cesso licitatório adotado foi adequado para o caso.

( ) Certo   ( ) Errado

44. (Cespe – MDIC – Analista – 2014)

Caso a administração pública convoque, por meio de convite, dez empresas do mesmo ramo do objeto a ser licitado para contrata-ção de determinado serviço, e, por desin-teresse de alguns convidados, apenas uma empresa apresente proposta, a administra-ção poderá prosseguir com o certame, des-de que justifique devidamente o fato e as circunstâncias especiais.

( ) Certo   ( ) Errado

45. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

Concorrência é a modalidade de licitação recomendada para compras que importem valores elevados.

( ) Certo   ( ) Errado

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46. (Cespe – Anatel – Administração – 014)

Para licitações de obras e serviços de enge-nharia, a tomada de preços poderá ser utili-zada até o limite de R$ 1,5 milhão.

( ) Certo   ( ) Errado

47. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – 2014)

Nos casos em que couber licitação na mo-dalidade convite, será facultado à adminis-tração utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

( ) Certo   ( ) Errado

48. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Na modalidade convite, empresas que não tenham sido convidadas pela administração não poderão participar da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

49. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

Cinco dias úteis são estabelecidos legalmen-te como o prazo mínimo para o recebimen-to de propostas para a licitação na modali-dade convite.

( ) Certo   ( ) Errado

50 (Cespe – FUB – Administração – 2015)

A concorrência pública é a modalidade de licitação que deve ser utilizada para a venda de bens móveis inservíveis para a adminis-tração ou de produtos legalmente apreen-didos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis.

( ) Certo   ( ) Errado

51. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

Para participar de uma tomada de preços, a empresa deverá estar cadastrada junto ao órgão ou atender às condições exigidas para o cadastramento.

( ) Certo   ( ) Errado

52. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

Na modalidade concurso, só é possível con-tratar trabalhos artísticos que serão pagos por meio de prêmios, pois, nessa modali-dade, não se permite a remuneração direta aos vencedores.

( ) Certo   ( ) Errado

53. (Cespe – CADE-Ag. – Administrativo – 2014)

Considere que, em operação da polícia fe-deral, tenha sido apreendida grande quan-tidade de veículos introduzidos ilegalmente no território brasileiro. Nesse caso, a admi-nistração poderá realizar leilão para a venda desses veículos.

( ) Certo   ( ) Errado

54. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Leilão é a modalidade de licitação entre in-teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigi-das para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos-tas, observada a necessária qualificação.

( ) Certo   ( ) Errado

55. (Cespe – MPU – Técnico – 2015)

Se a administração pública pretender ven-der bens móveis inservíveis, ela deverá fazê-lo mediante leilão a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação dos bens em questão.

( ) Certo   ( ) Errado

56. (Cespe – Suframa – Administrador – 2014)

Caso, em razão de fortes chuvas em deter-minado município, uma represa se rompa e ocasione alagamento em alguns bairros, e, em razão desse fato, o governo local decre-

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

te estado de calamidade pública, poderá o município valer-se da inexigibilidade de li-citação para realizar obras de reparo da re-presa e evitar novos alagamentos.

( ) Certo   ( ) Errado

57. (Cespe – Suframa – Administrador – 2014)

Se determinado município, para realizar fes-tividade em razão do aniversário da cidade, decidir pela contratação de bandas com-postas por renomados artistas nacionais, a contratação desses artistas poderá dar-se mediante inexigibilidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

58. (Cespe – MDIC – 2014)

Caso pretenda comprar um medicamento produzido por apenas uma indústria farma-cêutica, utilizado para tratar doença tropical típica em algumas regiões brasileiras, o res-ponsável pelo setor de compras de um hos-pital público deverá considerar inexigível a licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

59. (Cespe – MTE – Contador – 2014)

Caso o MTE pretenda celebrar contrato de prestação de serviços com organização so-cial devidamente qualificada para atividade contemplada no contrato de gestão, a licita-ção será dispensável.

( ) Certo   ( ) Errado

60. (Cespe – MTE-Ag. – Administrativo – 2014)

Se a administração necessita adquirir equi-pamentos que só podem ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co-mercial exclusivo, a licitação é dispensada, pois cabe ao poder público ajuizar a conve-niência e oportunidade da dispensa.

( ) Certo   ( ) Errado

61. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

Ausência de mercado concorrencial e im-possibilidade de julgamento objetivo carac-terizam inviabilidade de competição, casos em que ocorre a inexigibilidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

62. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

A contratação de assessorias técnicas não admite inexigibilidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

63. (Cespe – CADE – 2014)

A dispensa da licitação ocorre quando há in-viabilidade de competição, isto é, inexigibili-dade de licitar.

( ) Certo   ( ) Errado

64. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

Considere que determinado órgão da ad-ministração pública pretenda adquirir equi-pamentos de informática no valor de R$ 5.000,00. Nesse caso, o referido órgão tem a opção discricionária de realizar licitação ou proceder à aquisição direta mediante dispensa de licitação, em razão do baixo va-lor dos equipamentos.

( ) Certo   ( ) Errado

65. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

Considere que determinada pessoa jurídica de direito privado que administra um porto brasileiro pretenda contratar o único escri-tório de advocacia especializado em direito portuário no Brasil para promover ações judiciais acerca dessa matéria. Nessa situa-ção, é dispensável a licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

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66. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)

A dispensa de licitação é prevista em caso de inviabilidade de competição, situação que permite à administração adjudicar dire-tamente o objeto do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

67. (Cespe – Anatel – Analista – 2014)

É inexigível a licitação para a contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por intermédio de empre-sário exclusivo, desde que o referido profis-sional seja consagrado pela crítica especiali-zada ou pela opinião pública.

( ) Certo   ( ) Errado

68. (Cespe – MPU – Técnico – 2015)

A contratação de serviços técnicos, de na-tureza singular, com profissionais ou em-presas de notória especialização, insere-se entre as hipóteses de licitação dispensável.

( ) Certo   ( ) Errado

69. (Cespe – FUB – Engenheiro – 2015)

As situações de emergência ou de calami-dade pública justificam a inexigibilidade da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

70. (Cespe – TCU – Técnico – 2015)

Será dispensável a licitação caso haja invia-bilidade de competição.

( ) Certo   ( ) Errado

71. (Cespe – TCU – Técnico – 2015)

É inexigível a licitação em caso de guerra ou de grave perturbação da ordem.

( ) Certo   ( ) Errado

72. (Cespe – FUB – Administrador – 2015)

Em casos de situação de emergência ou de ca-lamidade pública, poderá haver contratação direta, com dispensa de licitação, tendo o con-trato decorrente prazo máximo de duração de cento e oitenta dias, vedada a sua prorrogação.

( ) Certo   ( ) Errado

73. (Cespe – STJ – Analista – 2015)

As hipóteses de dispensa de licitação estão previstas em rol exemplificativo, cabendo ao agente público justificar a necessidade de contratação direta.

( ) Certo   ( ) Errado

74. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – 2014)

A relação das hipóteses de inexigibilidade elencada na Lei de Licitações não é exaus-tiva. Assim, poderá haver outras hipóteses de inviabilidade de competição, que não es-tejam arroladas nos dispositivos da referida lei e possam configurar a inexigibilidade.

( ) Certo   ( ) Errado

75. (Cespe – CBM-CE – 2014)

Caso a administração pública pretenda con-tratar serviços de publicidade e divulgação que se caracterizem como de natureza sin-gular e cuja execução requeira profissionais ou empresas de notória especialização, ela poderá fazê-lo diretamente, configurando uma situação de licitação inexigível.

( ) Certo   ( ) Errado

76. (Cespe – ENAP – Técnico – 2015)

Se um órgão público tiver de adquirir ma-terial que só possa ser fornecido por re-presentante comercial exclusivo, a licitação será inexigível e a administração ficará dis-pensada de justificar os preços praticados.

( ) Certo   ( ) Errado

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

77. (Cespe – CADE – 2014)

Será dispensada da apresentação da docu-mentação exigida no ato convocatório de licitação a empresa participante já inscrita no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF).

( ) Certo   ( ) Errado

78. (Cespe – Anatel – Técnico – 2014)

Não ofende o princípio da igualdade ou da ampla competitividade a cláusula editalícia que exija, em licitação destinada à contra-tação de serviço, para fins de qualificação técnica, comprovada experiência.

( ) Certo   ( ) Errado

79. (Cespe – MPOG – 2015)

A realização de audiência pública concedi-da pela autoridade responsável é exigência obrigatória nos casos em que a modalidade de licitação adotada for a concorrência.

( ) Certo   ( ) Errado

80. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Dada a sua excepcionalidade, a licitação do tipo técnica e preço somente é admiti-da para serviços de natureza predominan-temente intelectual, serviços de grande complexidade ou inovação tecnológica, ou serviços que possam ser executados com diferentes metodologias, tecnologias, alo-cação de recursos humanos e materiais.

( ) Certo   ( ) Errado

81. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

São considerados tipos de licitação: a de menor preço, a de melhor técnica, a de téc-nica e preço e a de maior lance ou oferta.

( ) Certo   ( ) Errado

82. (Cespe – Anatel – Analista Administrativo – 2014)

Após a homologação ou a adjudicação da licitação, a administração pública não mais poderá, no âmbito de seu poder discricio-nário, anular ou revogar o procedimento licitatório, nem mesmo por razões de inte-resse público superveniente.

83. (Cesp – Anatel – Analista Administrativo – 2014)

A existência de SRP vincula a Administração caso esta pretenda contratar o objeto do re-gistro de preços.

( ) Certo   ( ) Errado

84. (Cespe – Anatel – Analista Administrativo – 2014)

Uma das hipóteses para a adoção do SRP na prestação de serviços a uma entidade da Administração é a impossibilidade de se determinar, previamente, com que frequên-cia ou abrangência esses serviços serão de-mandados.

( ) Certo   ( ) Errado

85. (Cespe – Antaq – 2015)

É legalmente admissível a realização de licitação na modalidade pregão para o registro de preços.

( ) Certo   ( ) Errado

86. (Cespe – ICMBio – Analista – 2014)

A licitação, de acordo com a referida lei, não será utilizada em casos de alienação de bens da administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

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87. (FCC -TCE-PI – Auditor – 2014)

As contratações da Administração pública de-vem ser, como regra, precedidas de processo de licitação pública. Com base nesse preceito,

a) o regime licitatório deve ser rigorosa-mente idêntico para a Administração pública direta e indireta, isso em razão do princípio da isonomia.

b) a Administração pública indireta pode optar entre realizar licitação ou contra-tação direta por inexigibilidade de licita-ção, objetivando sempre o menor pre-ço, em razão do princípio da eficiência e da gestão administrativa ótima.

c) o processo de licitação pública aplica-se às pessoas jurídicas dotadas de persona-lidade jurídica de direto público, por essa razão as autarquias não estão submeti-das à regra constitucional de contrata-ção precedida de processo licitatório.

d) a natureza privada da entidade admi-nistrativa não afasta, em regra, a obri-gatoriedade de promover licitação para suas contratações.

e) a Administração pública é livre para estabelecer requisitos de habilitação no regime da Lei nº 10.520/2002, en-contrando amarras, para tanto, apenas quando o procedimento for disciplina-do pela Lei nº 8.666/1993.

88. (FCC – TRT-16 – Técnico Judiciário – 2015)

No que concerne às licitações internacionais, a Lei nº 8.666/1993

a) impõe obrigatoriamente licitação na modalidade concorrência, em qualquer hipótese.

b) admite a concorrência, a tomada de preços e o convite, desde que preenchi-dos os requisitos legais.

c) admite tão somente a concorrência e a tomada de preços, desde que preenchi-dos os requisitos legais.

d) impõe obrigatoriamente licitação na modalidade tomada de preços, em qualquer hipótese.

e) admite tão somente a concorrência e o convite, sendo este último admissível quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

89. (FCC – MPE-PB – Técnico – 2015)

Considere as seguintes situações hipotéti-cas de acordo com a Lei de Licitações (Lei nº 8.666/1993):

I – Um determinado município do Estado da Paraíba pretende realizar uma pequena obra pública de engenharia na cidade, estimada em R$ 300.000,00. A Administração utilizou a modalidade convite para a li citação.

II – O Poder Executivo de um determinado Estado da Federação, incluiu no objeto de uma licitação para construção de casas populares, materiais e serviços sem previsão de quantidades.

III – Carlos é servidor de um Município do Estado da Paraíba que está realizando uma licitação para aquisição de alimentação para crianças de escolas e creches municipais. Carlos é sócio, juntamente com seu genitor Alfredo, de um restaurante na cidade e participou normalmente do procedimento licitatório, saindo-se vencedor com a melhor proposta.

IV – A empresa X, após a fase de habilitação, desiste da proposta, apresentando um motivo decorrente de fato superveniente e justo. O pedido é aceito pela Comissão Licitante.

Nos termos da legislação brasileira em vi-gor, há ilegalidade e o Ministério Público deverá tomar as medidas necessárias para punição dos responsáveis nos casos indica-dos APENAS em

a) I, II e IV.b) II, III e IV.c) I, II e III.d) I e IV.e) II e III.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

90. (FCC – TRF-1 – Analista Judiciário – 2014)

Em licitações regidas pela Lei nº 8.666/1993 e alterações, é permitida a contratação de serviços técnicos profissionais especializa-dos. Entre o rol de serviços previstos, NÃO são considerados trabalhos relativos a:

a) pareceres, perícias e avaliações em geral.b) treinamento e aperfeiçoamento de pes-

soal.c) assessorias e consultorias técnicas.d) auditorias financeiras ou tributárias.e) publicidade e divulgação.

91. (Cespe – TCE-CE – Técnico – 2015)

Numa licitação realizada por um Tribunal de Contas, ocorreu empate de preços e condições para fornecimento de serviços de desenvolvimento de um software sob medida. Como critério de desempate, devem ser aplicados sucessivamente para assegurar preferência aos serviços, nessa ordem:

a) Produção no País; Produção ou Presta-ção de serviços por Empresas Brasileiras; Produção ou Prestação de serviços por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no País.

b) Produção ou Prestação de serviços por Empresas Brasileiras; Produção ou Pres-tação de serviços por empresas que in-vistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no País; Produção no País.

c) Produção ou Prestação de serviços por Empresas Brasileiras; Produção no País; Produção ou Prestação de serviços por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no País.

d) Produção ou Prestação de serviços por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no País; Produção no País; Produção ou Presta-ção de serviços por Empresas Brasileiras.

e) Produção no País; Produção ou Presta-ção de serviços por empresas que invis-tam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no País; Produção ou Presta-ção de serviços por Empresas Brasilei-ras.

92. (Cespe – TRF-3 – Analista Judiciário – 2014)

O artigo 30 da Lei nº 8.666/93 disciplina a habilitação técnica, dispondo, em seu pará-grafo quinto que: “É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.” Depreende-se ênfase ao princípio da

a) publicidade, na medida em que a fase de habilitação exige a disponibilização de toda a documentação para ciência de quaisquer licitantes, administrados em geral ou dos órgãos de controle.

b) isonomia, que visa a assegurar a igual-dade de competição entre os interes-sados, vedando o estabelecimento de condições que acabem por ensejar pre-ferência ou restrição de potenciais com-petidores.

c) vinculação ao instrumento convocató-rio, posto que os documentos exigidos na fase de habilitação devem estar ex-pressamente previstos no edital, ainda que de modo implícito.

d) legalidade, na medida em que todo o procedimento de licitação deve trans-correr em estrita obediência ao que está previsto na Lei nº 8.666/93, sob pena de nulidade.

e) impessoalidade, na medida em que os participantes não podem ser compeli-dos a apresentar documentação perti-nente a fases anteriores, na medida em que a avaliação das condições técnicas somente pode ser feita levando-se em conta realizações levadas a efeito na atualidade da licitação em curso.

93. (Cespe – TRT-19 – Técnico Judiciário – 2014)

O Governo Federal, ao instituir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, incluiu, entre seus objetivos, a prioridade nas aquisições e contratações governamentais, para: (a) produtos reciclados e recicláveis; (b) bens,

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serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis. O tema em questão está associado ao seguinte princípio relativo às licitações públicas:

a) adjudicação compulsória.b) licitação sustentável.c) julgamento objetivo.d) ampla defesa.e) vinculação ao instrumento convocatório.

94. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

Um determinado Município do Estado de Roraima, ao concluir procedimento licitató-rio, deixou, injustificadamente, de atribuir o objeto da licitação ao vencedor do certame. Nesse caso, houve violação ao princípio

a) do julgamento objetivo.b) da ampla defesa.c) da adjudicação compulsória.d) da vinculação ao instrumento convoca-

tório.e) da publicidade.

95. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário – 2014)

Considere as seguintes assertivas, à luz da Lei nº 8.666/93:

I – Na licitação modalidade convite, a Comis-são de licitação, excepcionalmente, nas pe-quenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente de-signado pela autoridade competente.

II – Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posi-ção individual divergente estiver devidamen-te fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião que tiver sido tomada a decisão.

III – A investidura dos membros das Comis-sões não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros

para a mesma comissão no período subse-quente.

IV – No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhe-cido conhecimento da matéria em exame, obrigatoriamente servidores públicos.

Está correto o que consta APENAS em

a) III e IV.b) I e IV.c) II.d) I, III e IV.e) I, II e III.

96. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário – 2014)

Um órgão do Poder Judiciário pretende ad-quirir 100 unidades de um equipamento, com valor estimado de R$ 400.000,00, para a realização de audiências por videoconfe-rência. Neste caso, a modalidade de licita-ção que poderá ser utilizada é

a) convite ou concurso.b) tomada de preço ou leilão.c) convite ou concorrência.d) tomada de preço ou concorrência.e) convite ou tomada de preços.

97. (Cespe – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014)

Determinada Autarquia estadual preten-de contratar serviços de vigilância para seu edifício sede. O valor estimado da contrata-ção é de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). A modalidade licitatória aplicável para a referida contratação é

a) tomada de preços, podendo também ser adotada concorrência.

b) convite, obrigatoriamente.c) concorrência, obrigatoriamente.d) concorrência ou convite, a critério da

Autarquia.e) tomada de preços, podendo também

ser adotado convite.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

98. (Cespe -TCE-PI – 2014)

Marta, interessada em participar de uma licitação na modalidade convite, manifestou seu interesse em participar do certame 48 horas antes do prazo para a apresentação das propostas. Nos termos da Lei no 8.666/93, Marta

a) não pode participar do certame, em ra-zão de ter transcorrido o prazo previsto em lei para manifestar seu interesse.

b) pode participar do certame, indepen-dentemente de ser cadastrada ou não.

c) pode participar do certame, desde que seja cadastrada na correspondente es-pecialidade.

d) não pode participar do certame, pois apenas os licitantes convidados estão aptos à licitação na modalidade convite.

e) pode participar do certame, pois pode manifestar seu interesse até doze ho-ras da apresentação das propostas, não sendo necessário o preenchimento de qualquer outro requisito.

99. (Cespe – TRE-RR – Analista Judiciário – 2015)

Nos termos da Lei nº 8.666/1993, existin-do na praça mais de três possíveis interes-sados, a cada nova licitação na modalidade convite, realizada para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um determinado número de interessado(s), enquanto existirem cadas-trados não convidados nas últimas licita-ções. O número mínimo de interessados a que se refere o enunciado é de

a) seis.b) um.c) cinco.d) dois.e) três.

100. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

O Estado de Roraima pretende realizar pro-cedimento licitatório para a construção de

obra pública. Ressalte-se que o valor da contratação será de R$ 700.000,00 (sete-centos mil reais). Na hipótese narrada, a modalidade de licitação apropriada é

a) concorrência.b) convite.c) tomada de preços.d) pregão.e) registro de preços.

101. (Cespe – TRF-3 – Analista Judiciário – 2014)

Determinado órgão da Administração públi-ca federal pretende contratar, para evento cultural comemorativo aberto ao público, um profissional do setor artístico. De acor-do com as disposições da Lei no 8.666/93, referida contratação

a) deve, necessariamente, ser precedida de procedimento licitatório.

b) prescinde de prévio procedimento lici-tatório, se o valor da contratação for de até R$80.000,00 (oitenta mil reais).

c) pode ser feita com dispensa de licitação desde que se trate de profissional de notória especialização.

d) deve ser precedida de procedimento li-citatório, mediante carta convite a, pelo menos, cinco profissionais consagrados pela crítica especializada.

e) prescinde de licitação, que se afigura inexigível desde que o artista seja con-sagrado pela crítica especializada ou opinião pública.

102. (Cespe – TRF-3 – Técnico Judiciário – 2014)

Em 2011, o Governador do Rio de Janeiro decretou situação de calamidade pública em sete municípios do Estado, em razão das fortes chuvas ocorridas na região serrana. O ato mencionado agilizou a contratação ime-diata de obras e serviços, de modo a reabili-tar as cidades destruídas. A situação narra-da trata de típica hipótese de

a) dispensa de licitação.

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b) inexigibilidade de licitação.c) licitação, na modalidade convite.d) licitação, na modalidade leilão.e) licitação, na modalidade concurso.

103. (Cespe – TRT-19 – Técnico Judiciário – 2014)

Em procedimento licitatório promovido pelo Estado de Alagoas, não acudiram in-teressados no certame. Se o mencionado procedimento licitatório, justificadamente, não puder ser repetido sem prejuízo para o Estado, e desde que mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas,

a) deve, obrigatoriamente, ser realizado outro certame licitatório com modali-dade idêntica à do anterior.

b) deve, obrigatoriamente, ser realizado outro certame licitatório com modali-dade diversa do anterior.

c) é dispensável a licitação.d) deve, necessariamente, ser prorrogado

o certame.e) é inexigível a licitação.

104. (Cespe – TRT-16 – Técnico Judiciário – 2014)

O Governo do Maranhão pretende contra-tar associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. Nesse caso, é

a) inexigível a licitação.b) obrigatória licitação na modalidade

convite.c) dispensável a licitação.d) obrigatória licitação na modalidade pre-

gão.e) obrigatória licitação na modalidade to-

mada de preços.

105. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

O Estado de Roraima pretende contratar serviços de informática, a serem prestados por órgão que integra a Administração Pú-blica, criado para esse fim específico. Nesse caso e nos termos da Lei nº 8.666/1993, a licitação é

a) obrigatória na modalidade pregão.b) inexigível.c) obrigatória na modalidade convite.d) dispensável.e) obrigatória na modalidade concorrên-

cia.

106. (Cespe – TRE-RR – Analista Judiciário – 2015)

O Estado de Pernambuco, atingido por grave seca durante o verão, pretende contratar entidade privada sem fins lucrativos para a implementação de tecnologia social de acesso à água para consumo da população, bem como para a produção de alimentos, de modo a beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela mencionada seca. Na hipótese narrada, consoante preceitua os ditames da Lei nº 8.666/1993, a licitação é

a) obrigatória na modalidade pregão.b) inexigível.c) obrigatória na modalidade convite.d) dispensável.e) obrigatória na modalidade concorrência.

107. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

João, Prefeito Municipal, dispensou pro-cedimento licitatório e contratou direta-mente a empresa MM para a prestação de serviço público de fornecimento de me-renda escolar, sendo devidamente justifi-cada a situação emergencial da contrata-ção. Comprovou-se, posteriormente, que houve superfaturamento no mencionado contrato administrativo. Nos termos da Lei nº 8.666/93, nos casos de dispensa, se

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

comprovado superfaturamento, respon-dem pelo dano causado à Fazenda Pública o prestador de serviço e o agente público responsável, sem prejuízo de outras san-ções legais cabíveis. A responsabilidade da empresa MM e de João é

a) objetiva negativa.b) subsidiária.c) disjuntiva.d) solidária.e) excludente.

108. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

Um determinado órgão público pretende contratar associação de portadores de defi-ciência física, sem fins lucrativos e de com-provada idoneidade, para a prestação de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. Nesse caso e nos termos da Lei no 8.666/93, a licitação é

a) inexigível.b) dispensável.c) obrigatória na modalidade convite.d) obrigatória na modalidade pregão.e) obrigatória na modalidade concorrên-

cia.

109. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

A União Federal pretende contratar forne-cimento de energia elétrica e gás natural com empresa concessionária de serviços públicos, segundo as normas da legislação específica. Nesse caso e nos termos da Lei nº 8.666/93, a licitação é

a) obrigatória na modalidade concorrên-cia.

b) obrigatória na modalidade convite.c) inexigível.d) obrigatória na modalidade pregão.e) dispensável.

110. (Cespe – TRE-RR – Analista Judiciário – 2015)

A empresa XYZ constatou irregularidade em edital de concorrência, na qual pretende par-ticipar, razão pela qual impugnou os termos do edital, dentro do prazo previsto para tan-to, conforme os ditames da Lei nº 8.666/93. O prazo a que se refere o enunciado é de até

a) três dias úteis, posteriores à abertura dos envelopes de habilitação.

b) um dia útil, antecedente à abertura dos envelopes de habilitação.

c) dois dias úteis, antecedentes à abertura dos envelopes de habilitação.

d) cinco dias úteis, posteriores à abertura dos envelopes de habilitação.

e) vinte horas antes da abertura dos enve-lopes de habilitação.

111. (Cespe – CNMP – Técnico – 2015)

Nas compras do setor público, a licitação de bens e serviços para possíveis contratações futuras, durante um período máximo de um ano (podendo este ser prorrogado sob determinadas condições e/ou reajustes), é uma característica exclusiva

a) do Pregão.b) do Sistema de Registro de Preços.c) da Tomada de preços.d) do Convite.e) da Concorrência.

112. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário – 2014)

A Administração pública, em determinado pregão, fez as seguintes exigências:

I – Garantia de proposta.

II – Aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certa-me.

III – Cobrança de taxa referente ao forneci-mento do edital, não superior ao custo de sua reprodução gráfica.

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Nos termos da Lei nº 10.520/02, é vedada a exigência do que consta em

a) III, apenas.b) I, II e III.c) I e II, apenas.d) I e III, apenas.e) II, apenas.

113. (Cespe – TRT-16 – Analista Judiciário – 2014)

No curso de determinado pregão, aberta a sessão pública e feitos os lances, constatou--se que a empresa “J” é a autora da oferta de valor mais baixo, cujo valor é de um milhão de reais. As empresas “X”, “Y” e “Z” apre-sentaram, respectivamente, ofertas nos va-lores de R$ 1.050.000,00; R$ 1.100.000,00 e R$ 1.200.000,00. Nos termos da Lei nº 10.520/02, até a proclamação do vencedor, poderão fazer novos lances verbais e suces-sivos as empresas

a) J, X, Y e Z.b) J, X e Y, apenas.c) J e X, apenas.d) X, Y e Z, apenas.e) Y e Z, apenas.

114. (Cespe – TRT-13 - Técnico Judiciário – 2014)

De acordo com as disposições da Lei nº 10.520/2002, na modalidade licitatória pre-gão, é VEDADO:

a) negociação do pregoeiro diretamente com o proponente.

b) pagamento de taxas ou emolumentos referentes a aquisição do edital.

c) participação de empresas estrangeiras.d) exigência de garantia de proposta.e) exigência de qualificação econômico-

-financeria.

115. (Cespe – TRT-3 – Analista Judiciário – 2015)

Concernente ao pregão, considere:

I – É vedada a exigência de aquisição do edi-tal pelos licitantes, como condição para par-ticipação no certame.

II – A fase externa do pregão será iniciada com a abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verifi-cação do atendimento das condições fixa-das no edital.

III – O prazo de validade das propostas será de 60 dias, não podendo o edital fixar outro lapso temporal, haja vista expressa proibi-ção legal.

Nos termos da Lei nº 10.520/2002, que tra-ta do Pregão, está correto o que consta APE-NAS em

a) I.b) II e III.c) II.d) III.e) I e II.

116. (Cespe – TCE-GO – Contador – 2014)

Determinado Município Goiano, ao realizar procedimento licitatório na modalidade Concurso, publicou o respectivo edital trinta dias antes da realização do certame. Além disso esclareceu que os vencedores seriam remunerados, exclusivamente, por meio da instituição de prêmios. A propósito das condutas realizadas pelo Município e nos termos da Lei nº 8.666/1993,

a) a segunda conduta estará correta se os prêmios forem em pecúnia com valor superior a cinquenta mil reais.

b) ambas as condutas estão incorretas.c) apenas a segunda conduta está incorreta.d) ambas as condutas estão corretas.e) apenas a primeira conduta está incorreta.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

117. (Cespe – TCE-GO – Contador – 2014)

Em determinado Tribunal de Contas, todas as compras de serviços de engenharia para a ins-talação de redes de comunicação e infraestru-tura para datacenter seguem a modalidade de licitação de tomada de preços, seja qual for o valor envolvido na transação. A utilização da modalidade de tomada de preços é

a) correta, pois é a única modalidade de licitação permitida para qualquer situa-ção de compra de serviço.

b) incorreta, pois essa modalidade de li-citação para projetos de engenharia só pode ser aplicada para compras até R$5.000,00.

c) correta, pois é a única modalidade per-mitida em projeto de engenharia como o relatado no caso.

d) incorreta, pois a escolha dessa modali-dade depende do valor envolvido na li-citação e das características técnicas do fornecimento.

e) correta, pois não existe restrição dessa modalidade para projetos voltados para atender infraestrutura de tecnologia.

118. (Cespe – CNMP – Técnico – 2015)

Dentre as modalidades de licitação, é correto afirmar:

a) Concurso é destinado à escolha de tra-balho técnico ou artístico, predominan-temente de criação intelectual. É usado comumente na seleção de projetos, onde se busca a melhor técnica, e não o menor preço. Aos classificados pode-se atribuir prêmio ou remuneração.

b) Convite é a licitação para contratos de valor estimado imediatamente superior ao estabelecido para a tomada de pre-ço, realizada entre interessados previa-mente cadastrados, observada a neces-sária qua lificação.

c) Tomada de preço é a modalidade mais simples, destinada às contratações de pequeno valor, consistente na solicita-ção escrita a pelo menos três interessa-

dos do ramo, registrados ou não, para que presentem suas propostas, no pra-zo mínimo de cinco dias úteis.

d) Pregão é a modalidade de licitação uti-lizável para a venda de bens móveis in-servíveis para a Administração, produtos legalmente apreendidos ou empenha-dos e também para os bens imóveis cuja aquisição haja derivado de procedimen-to judicial ou de dação em pagamento.

e) Concorrência é a cabível qualquer que seja o valor de seu objeto, em que se ad-mite a participação de quaisquer interes-sados, registrados ou não, que satisfaçam as condições do edital, convocados com antecedência mínima de 45 ou 30 dias.

119. (FCC – TRT-3 – Analista Administrativo – 2015)

Em relação às modalidades de licitação, considere:

I – A Tomada de Preços é, durante a fase inicial de habilitação preliminar, quando qualquer interessado comprove possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução de seu objeto.

II – Na modalidade Convite somente é per-mitido manifestar seu interesse os cadastra-dos com antecedência de até 24 horas.

III – Leilão é a modalidade entre quaisquer in-teressados para a venda de bens móveis inser-víveis para a Administração ou para a alienação de bens imóveis a quem oferecer o maior lan-ce, igual ou superior ao valor da avaliação.

IV – A Concorrência permite participação de interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia ante-rior à data do recebimento das propostas.

Está correto o que consta APENAS em

a) II.b) III.c) I e IV.d) I e II.e) III e IV.

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120. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário – 2014)

A União pretende realizar importante licita-ção, na modalidade tomada de preços, que será do tipo “melhor técnica.” Por sua vez, o Estado de Alagoas realizará procedimen-to licitatório, na modalidade concorrência, que também será do tipo “melhor técnica”. Nas duas hipóteses, o prazo mínimo da pu-blicação do edital até o recebimento das propostas será de

a) trinta dias e sessenta dias, respectiva-mente.

b) quarenta e cinco dias e trinta dias, res-pectivamente.

c) quarenta e cinco dias, nos dois casos.d) trinta dias, nos dois casos.e) trinta dias e quarenta e cinco dias, res-

pectivamente.

121. (FCC – TRT2 – Analista Judiciário – 2014)

Durante procedimento licitatório, na fase de homologação, o Poder Público apercebeu--se que a execução do serviço objeto da li-citação não mais atendia ao interesse públi-co que motivou a abertura do certame, em razão de situação incontornável, decorrente de fato superveniente à sua instauração, devidamente comprovado. Nessa condição, a autoridade competente superior, após re-ceber o processo de licitação, deve

a) revogar a licitação, por ato devidamen-te motivado, assegurando-se aos inte-ressados o contraditório e a ampla de-fesa.

b) anular o procedimento por razão de in-teresse público, não havendo obrigação de indenização, porque os licitantes não têm direito subjetivo à contratação.

c) homologar o ato de resultado final da Comissão de Licitação, confirmando a validade do certame e adjudicando o objeto da licitação ao vencedor do cer-tame, que tem direito subjetivo à con-tratação.

d) anular o procedimento por razões de ordem administrativa, ficando a Admi-nistração obrigada a indenizar os parti-cipantes da licitação.

e) revogar a licitação, por motivo de lega-lidade, não havendo obrigação legal de assegurar o contraditório e a ampla de-fesa, porque os licitantes não têm direi-to subjetivo à contratação.

122. (FCC – ManausPrev – Técnico Previdenciá-rio – 2015)

Durante o curso de um procedimento de licitação, um servidor do órgão responsá-vel pelo certame identificou que uma das formalidades legais não estava sendo cum-prida. Formalizou a constatação da irregula-ridade ao seu superior, que adotou as provi-dências e comunicações cabíveis para que a licitação

a) seja revogada, demonstrado que have-ria comprovado prejuízo à Administra-ção pública caso houvesse continuidade do procedimento.

b) seja invalidada, autorizando-se a cele-bração de contrato com a mesma em-presa com dispensa de licitação, em face do comprovado prejuízo caso a Ad-ministração tenha que aguardar a con-clusão de novo certame.

c) prossiga regularmente, em observância ao princípio da eficiência, caso se com-prove que a interrupção ocasionaria prejuízo à Administração.

d) seja suspensa por tempo indetermi-nado até que o vício seja sanado, cele-brando-se contrato emergencial até a conclusão do certame.

e) seja anulada, diante do vício indicado, inclusive em observância ao princípio da legalidade.

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Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Certo 4. Certo 5. Certo 6. Errado 7. Errado 8. Certo 9. Certo 10. Certo 11. Certo 12. Certo 13. Certo 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. Certo 18. Errado 19. Errado 20. Errado 21. Certo 22. Certo 23. Certo 24. Errado 25. Certo 26. Certo 27. Certo 28. Errado 29. Certo 30. Errado 31. Certo 32. Errado 33. Certo 34. Certo 35. Certo 36. Errado 37. Errado 38. Errado 39. Errado 40. Certo 41. Errado 42. Errado 43. Errado 44. Certo 45. Certo 46. Certo 47. Certo 48. Errado 49. Certo 50. Errado 51. Certo 52. Errado 53. Certo 54. Errado 55. Certo 56. Errado 57. Certo 58. Certo 59. Certo 60. Errado 61. Certo 62. Errado 63. Errado 64. Certo 65. Errado 66. Errado 67. Certo 68. Errado 69. Errado 70. Errado 71. Errado 72. Certo 73. Errado 74. Certo 75. Errado 76. Errado 77. Certo 78. Certo 79. Errado 80. Certo 81. Certo 82. Errado 83. Errado 84. Certo 85. Certo 86. Errado 87. D 88. B 89. C 90. E 91. A 92. B 93. B 94. C 95. E 96. D 97. A 98. C 99. B 100. C 101. E 102. A 103. C 104. C 105. D 106. D 107. D 108. B 109. E 110. C 111. B 112. C 113. B 114. D 115. A 116. B 117. D 118. A 119. B 1 20. E 121. A 122. E

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. DEFINIÇÃO GERAL DE CONTRATO:

Segundo a definição de Maria Helena Diniz, contrato é “o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial”.

Para os fins da Lei nº 8.666/93, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

2. CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO X CONTRATOS ADMINISTRATIVOS PRO-PRIAMENTE DITOS:

A Lei nº 8.666/93 define contrato administrativo como “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação uti-lizada”.

Apesar de tal definição legal, a doutrina majoritária divide os contratos assinados pela Administra-ção Pública em: Contratos da Administração e Contratos Administrativos Propriamente Ditos.

Na verdade, tal distinção é baseada na presença ou não da Administração Pública com prerro-gativas especiais, ou seja, privilégios especiais que não estão presentes em um contrato regido pelo Direito Civil (Direito Privado).

Segundo a doutrina majoritária, os Contratos da Administração são aqueles regidos predo-minantemente pelo Direito Privado, em que a Administração Pública atua, em princípio, em condições de igualdade com o particular (relação de horizontalidade). Nos contratos típicos do Direito Privado (Direito Civil), existe um equilíbrio na relação jurídica entre as partes.

Já nos contratos administrativos propriamente ditos, há um desequilíbrio na relação jurídica, visto que o Estado possui prerrogativas especiais denominadas, de forma genérica, de cláusu-las exorbitantes. Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “em tais contratos, a Administração age como poder público, com todo o seu poder de império sobre o particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da verticalidade”.

O importante é reparar que a distinção entre os termos não é a presença do Estado como uma das partes no contrato. Tanto nos contratos da administração, como nos contratos administrativos propriamente ditos, o Estado estará sempre presente.

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Atualmente, tal distinção é de pouca utilidade, pois o art. 62, §3º., da Lei nº 8.666/93, afirma:

“Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61, desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por normas de direito privado;

II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público”.

Os contratos citados são regidos pelo direito privado, mas seguem um regime híbrido, ou seja, mesclam regras do Direito Privado com regras do Direito Público, pois os art.s 55 e 58 a 61, cita-dos acima, referem-se a algumas cláusulas exorbitantes.

Assim, com a redação do art. 62, §3º., da Lei 8.666/93, a distinção doutrinária entre contratos administrativos propriamente ditos e contratos da Administração fica atenuada, visto que os dois passaram a ter a possibilidade de possuir cláusulas exorbitantes.

A expressão contratos administrativos fará referência aos contratos administrativos propria-mente ditos. Dentro da Lei nº 8.666/93, o estudo dos contratos administrativos está concentra-do entre os arts. 54 e 80.

3. CARACTERÍSTICAS:

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “considerando os contratos administrativos, não no sentido am-plo empregado na Lei 8.666/93, mas no sentido próprio e restrito, que abrange apenas aqueles acordos de que a Administração é parte, sob regime jurídico publicístico, derrogatório e exorbi-tante do direito comum, podem ser apontadas as seguintes características:

1. Presença da Administração Pública como Poder Público

2. Finalidade pública

3. Obediência à forma prescrita em lei

4. Procedimento Legal

5. Natureza de contrato de adesão

6. Natureza intuitu personae

7. Presença de cláusulas exorbitantes

8. Mutabilidade”.

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1. Presença da Administração Pública como Poder PúblicoNos contratos administrativos propriamente ditos, a Administração possui uma série de prerrogati-vas especiais, garantidas pelas cláusulas exorbitantes, que a coloca em uma posição de supremacia sobre os particulares. É a relação de verticalidade, característica do regime-jurídico administrativo.

2. Finalidade Pública:Sempre presente em qualquer contrato administrativo. Tal finalidade pode ocorrer de forma imediata (compra de materiais para a repartição) ou de forma mediata (reforma e manutenção de carros oficiais).

3. Obediência à forma prescrita em lei:Os contratos administrativos são sempre formais e, em regra, escritos. São nulo e de nenhum efeito os contratos verbais com a Administração Pública, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento (até R$ 4.000,00), feitas sob o regime de adiantamento.

Além disso, os contratos administrativos possuem cláusulas essenciais: cláusulas econômico-financeiras e cláusulas regulamentares ou de serviço.

O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e nas inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

4. Procedimento Legal:O ordenamento jurídico vigente estabelece uma série de procedimentos obrigatórios para a cele-bração de contratos e que podem variar de um tipo para outro de contrato. Tais medidas podem ser: exigência de autorização legislativa, avaliação, motivação, autorização pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e licitação prévia, salvo nos casos de dispensa e inexigibilidade.

Regulam-se pelas cláusulas neles constantes e pelos preceitos de Direito Público, aplicando-se supletivamente princípios de Direito Privado.

5. Natureza de contrato de adesão:Os contratos administrativos são dessa espécie, ou seja, uma das partes propõe as cláusulas e a outra não pode propor alteração. A autonomia de vontade das partes limita-se à aceitação ou não das condições do contrato.

6. Natureza intuitu personae:Os contratos administrativos possuem tal natureza, dado que são celebrados em razão de con-dições pessoais do contratado, apuradas no procedimento licitatório prévio. Consequentemen-te, como regra, é vedada a subcontratação, porém tal regra não é absoluta, pois é prevista a subcontratação parcial, contanto que seja prevista no edital e autorizada pela Administração até certo limite. Já a subcontratação total é vedada.

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Como decorrência da natureza pessoal dos contratos, há a rescisão do contrato por morte do contratado ou pela extinção da pessoa jurídica (extinção de pleno direito).

Por fim, há que se ressaltar que, na contratação de serviços técnicos especializados, existe ve-dação absoluta à possibilidade de subcontratação.

7. Presença de cláusulas exorbitantes:

São aquelas que extrapolam as cláusulas comuns do Direito Privado (no âmbito do qual seriam inadmissíveis, por conferirem prerrogativas a uma das partes).

São peculiaridades dos contratos administrativos. Caracterizam os contratos administrativos, diferenciando-os dos ajustes de Direito Privado. Podem ser implícitas ou explícitas, consignando sempre uma vantagem (prerrogativa) ou uma restrição à Administração ou ao contratado.

Tais cláusulas serão analisadas posteriormente.

8. Mutabilidade:

Segundo Maria Sylvia Di Pietro: “Um dos traços característicos do contrato administrativo é a sua mutabilidade, que, segundo muitos doutrinadores, decorre de determinadas cláusulas exorbitantes, ou seja, das que conferem à Administração o poder de, unilateralmente, alterar as cláusulas regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo estabelecido, por motivo de interesse público”.

OBSERVAÇÕES NOTÁVEIS:

Os contratos administrativos também são consensuais e, em regra, formais, onerosos, comutativos e realizados intuitu personae (em regra, não admitem subcontratação). Também devem possuir partes capazes, objeto lícito e possível e a forma prevista em lei.

a) Consensuais – são aqueles que se ultimam pelo mero consentimento das par-tes, sem a necessidade de qualquer outro complemento, ou seja, dependem de consenso entre os contratantes.

b) Formais – os contratos administrativos devem ter a forma prescrita em lei, de-vendo, em regra, ser formalizados por escrito.

c) Onerosos – são, em regra, onerosos porque uma das partes sofre um sacrifício patrimonial ao qual corresponde uma vantagem que pleiteia, em relação de equivalência.

d) Comutativos – a ideia de comutatividade insere-se, em parte, à de equivalência nas prestações, ou seja, uma das partes pode antecipar o montante da presta-ção que receberá, em troca da que fornece. O contrário de contrato comutativo seria o contrato aleatório, no qual não há como ser realizada tal antecipação, em virtude da compra de um risco, como ocorre nos contratos de seguro.

e) Intuitu Personae – é uma regra não absoluta. Decorre da característica perso-nalíssima das contratações realizadas pela Administração Pública, acarretando a impossibilidade, como regra, de haver subcontratação.

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4. PRINCÍPIOS BÁSICOS:

a) Autonomia de vontades (ninguém é obrigado a contratar com a Administração);

b) Lex inter partes (lei entre as partes);

c) Pacta sunt servanda (obrigação de cumprir o avençado).

5. PUBLICAÇÃO:

A publicação na imprensa oficial é condição suspensiva de eficácia do contrato (até o 5º dia útil do mês seguinte ao da assinatura, para iniciar a produção de efeitos no prazo de 20 dias conta-dos da publicação)

Lei nº 8.666/93, art. 61

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

6. CLÁUSULAS EXORBITANTES:

São tidas como cláusulas exorbitantes, segundo a doutrina majoritária:

a) Exigência de garantia;

b) Alteração unilateral dos contratos;

c) Rescisão unilateral dos contratos;

d) Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato;

e) Fiscalização, acompanhamento e ocupação temporária;

f) Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus;

g) Aplicação direta de penalidades;

h) Anulação.

a) Exigência de Garantia:

→ A exigência de garantia é decisão discricionária da autoridade competente.

→ É obrigatória a previsão no edital.

→ É o contratado que escolhe uma das modalidades previstas em lei.

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→ Regra geral, a garantia não pode exceder 5% do valor contratado (poderá ser de até 10% nas contratações de grande vulto, que envolvam alta complexidade técnicas e riscos financeiros con-sideráveis).

→ Modalidades: caução em dinheiro, título da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.

→ Com o fim do contrato será liberada ou restituída e, quando em dinheiro, será atualizada monetariamente.

→ Reduzida ou perdida a garantia inicial, é lícito à Administração exigir sua recomposição para prosseguimento do contrato, sob pena de rescisão.

Obs. 1: Garantia dos licitantes (Lei nº 8.666/93, art. 31, III) – quando o objeto da licitação for obras, serviços e compras é limitada a 1% do valor estimado do objeto. Integra a fase de habilitação, estando relacionada à qualificação econômico-financeira do licitante.

Obs. 2: Nos contratos de parcerias público-privadas, deverá ser exigida garantia de até 10% do valor do contrato, do parceiro privado.

b) Alteração Unilateral do Contrato:

→ Só podem ser alteradas unilateralmente as cláusulas regulamentares ou de serviço (as cláusulas econômico-financeiras não podem ser alteradas unilateralmente – Lei nº 8.666/93, art. 58, §1º)

→ Casos:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justifi-cativas, nos seguintes casos:

I – unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; (qualitativa)

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acrés-cimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; (quantitativa)

II – por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de cir-cunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

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→ Limites para acréscimos e supressões de obras, serviços e compras:

a) 25% do valor inicial atualizado (regra geral)

b) 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento (só no caso de acréscimo, pois, no caso de supressão, é de 25%)

c) qualquer porcentagem, desde que haja acordo entre as partes (mas, nesse caso, não é unilateral!)

Obs. 1: Os acréscimos e as supressões devem respeitar as mesmas condições previamente acordadas.

Obs. 2: No caso de supressão de obras, serviços ou compras, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelo custo de aquisição, regularmente comprovados e corrigidos monetariamente.

c) Rescisão Unilateral dos Contratos (Rescisão Administrativa):

→ Essa possibilidade não existe num contrato de Direito Privado. Já nos contratos administra-tivos não se observa a igualdade jurídica entre os contratados e a Administração, uma vez que são regidos basicamente por normas de Direito Público.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-resse público, respeitados os direitos do contratado;

II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 des-ta Lei;

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enume-rados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licita-ção, desde que haja conveniência para a Administração;

III – judicial, nos termos da legislação;

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a im-possibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos es-tipulados;

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VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67 desta Lei;

IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justifi-cadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

OBSERVAÇÕES:

1. A rescisão unilateral será sempre motivada, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa.

2. A rescisão unilateral autoriza a ocupação provisória do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade. Os quais serão devolvidos e ressarcidos, posteriormente, mediante avaliação (art. 80, I e II).

3. A rescisão unilateral acarreta, ainda, para o administrado, a execução da garantia para res-sarcimento da Administração e pagamento automático dos valores, das multas e indeniza-ções a ela devidos, além da retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração (art. 80, III e IV)

d) Manutenção do Equilíbrio Financeiro do Contrato:

→ Apesar de ser classificada como cláusula exorbitante, não se trata de uma prerrogativa da Administração, mas sim de uma limitação à sua atuação.

→ Como já observado anteriormente, a alteração unilateral dos contratos é restrita às cláusulas regulamentares ou de serviço. As cláusulas econômico-financeiras não podem ser objeto de alteração unilateral.

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→ Assim, sempre que houver alteração unilateral de alguma cláusula regulamentar, a Adminis-tração terá que proceder aos ajustamentos econômicos necessários à manutenção do equilí-brio financeiro denotativo da relação encargo-remuneração, inicialmente estabelecida para o particular, como justa e devida.

→ Outra consequência é a previsão legal e contratual para fazer face ao reajustamento periódi-co de preços e tarifas. A lei esclarece também que a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto nele próprio não caracteriza alteração do contrato.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-resse público, respeitados os direitos do contratado;

§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrati-vos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 65

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio eco-nômico-financeiro inicial.

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previs-to no próprio contrato,as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

→ Como consequência da manutenção do equilíbrio financeiro do contrato, surgem os termos revisão e reajuste contratual. O primeiro refere-se ao reequílibro contratual decorrente da alteração unilateral do contrato ou de algum evento externo ao contrato. Já o segundo decorre da inflação, sendo decorrência da perda do poder aquisitivo da moeda, ocorrendo de forma periódica.

e) Fiscalização, Acompanhamento e Ocupação Temporária:

→ Essa prerrogativa dispensa cláusula expressa, pois o poder de controle e acompanhamento é inerente à atividade administrativa e autoriza, em casos extremos, a Administração a assumir o objeto do contrato, ocupando provisoriamente as instalações e utilizando os recursos vinculados à execução do contrato.

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Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imó-veis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessi-dade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um repre-sentante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de ter-ceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administra-ção ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não ex-cluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

f) Restrições ao Uso da Cláusula Exceptio non adimpleti contractus:

→ Exceptio non adimpleti contractus – suspensão da execução do contrato pela parte prejudi-cada pela inadimplência do outro contratante.

→ É uma cláusula típica nos contratos de Direito Privado, permitindo a qualquer dos contratan-tes suspender a execução de sua parte no contrato enquanto o outro contratante não adimplir a sua.

→ Motivo: Princípio da continuidade do serviço público.

→ Por conta de tal princípio, o particular não pode interromper a execução do contrato em caso de inadimplemento da Administração. Em regra, ele deverá esperar o inadimplemento da Administração por prazo superior a 90 dias para então poder suspender a execução do contrato ou, se preferir, rescindi-lo judicial ou amigavelmente, mas nunca unilateralmente.

→ É bom lembrar que já a Administração Pública poderá suspender a execução do contrato imediatamente, ou até rescindi-lo unilateralmente, em decorrência de inadimplemento do contratado, sem prejuízo das sanções cabíveis.

→ Por fim, vale lembrar que a exceção do contrato não cumprido não é oponível mesmo diante de atraso no pagamento superior a 90 dias, em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra.

Art. 78, XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Ad-ministração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já re-cebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

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g) Aplicação Direta de Penalidades:

→ Decorre da auto-executoriedade dos atos administrativos.

→ Ao contratar, a Administração reserva-se, implicitamente, a faculdade de aplicar as penali-dades contratuais e legais, ainda que não previstas expressamente no contrato, independen-temente de prévia intervenção do Judiciário, salvo as cobranças resistidas pelo particular con-tratante. Obviamente, isso não exclui o direito da contratada ao contraditório e à ampla defesa.

→ São elas:

I – Por atraso na execução:

a) multa de mora (cumulativamente com as demais penalidades)

II – Pela inexecução total ou parcial:

a) Advertência;

b) multa (cumulativamente com as demais penalidades);

c) suspensão temporária para participar de licitação ou contratar com a Administração:

• aplicada a quem culposamente prejudique a execução do contrato, embora por fatos ou atos de menor gravidade;

• prazo máximo de dois anos.

d) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com a Administração Pú-blica (competência exclusiva do Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal):

• aplicada no caso de dolo ou falta grave.

Obs. 1: Reabilitação – pode ser requerida após dois anos da aplicação dessa penalidade e será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração dos danos causados. A lei consi-dera crime a contratação de empresa declarada inidônea.

Obs. 2: A multa de mora e a multa por inadimplemento contratual podem ser aplicadas cumu-lativamente com as demais penalidades.

Obs. 3: STJ – entende que a declaração de inidoneidade e a suspensão temporária de participar de licitação produz efeitos em relação a todos os entes federados.

7. RESPONSABILIDADE PELOS ENCARGOS DA EXECUÇÃO CONTRATUAL:

Responsabilidade Subjetiva

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou re-duzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

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Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fis-cais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos en-cargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Encargos da Obra – Resumo:

a) Trabalhista/Fiscal/Comercial – não é transferido para a Administração

b) Previdenciário – resultantes da execução do contrato – Administração é solidá-ria

Obs. 1: STF – entende que a Administração Pública pode ter responsabilidade subsidiária em relação aos encargos trabalhistas quando ficar comprovado, em um caso concreto, que a Ad-ministração agim, no mínimo, de forma culposa ao fiscalizar a execução do contrato.

Obs. 2: Manutenção de Preposto – obrigação do contratado à manutenção, no local da obra ou serviço, de preposto credenciado para dirigir os trabalhos, informar a fiscalização e atender às recomendações da Administração na execução do contrato.

8. EXTINÇÃO E PRORROGAÇÃO DO CONTRATO:

Casos:

a) conclusão do objeto;

b) término do prazo;

c) anulação por motivo de ilegalidade;

d) rescisão (amigável, judicial ou unilateral).

9. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO:

→ Regra Geral: duração limitada à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceção feita para os casos do art. 57.

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Pluria-nual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua du-ração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,limitada a sessenta meses;

III – (VETADO)

IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender- se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

V – contratos celebrados nas hipóteses de licitação dispensável previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII, XXXI do art. 24 da Lei 8.666/93, os quais poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da administração.

§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.

→ Motivos para prorrogação – lista taxativa – art. 57, §1º

§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes moti-vos, devidamente autuados em processo:

I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por or-dem e no interesse da Administração;

IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permiti-dos por esta Lei;

V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

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Obs.: Parceria Público-Privada (PPP) – prazo mínimo de 5 anos e máximo de 35 anos.

10. INEXECUÇÃO DO CONTRATO:

A inexecução do contrato administrativo decorre do descumprimento, total ou parcial, das cláu-sulas contratuais por uma das partes contratantes. Obviamente, essa inexecução pode ocorrer por culpa das partes ou por fatores alheios à vontade das partes, variando as consequências do descumprimento contratual.

a) Inexecução culposa do contratado – aplicação de sanções e/ou rescisão unilateral;

b) Inexecução culposa da Administração Pública – rescisão judicial ou amigável;

c) Inexecução sem culpa – pressupõe a existência de uma causa justificadora do inadimple-mento e libera o inadimplente de responsabilidade, em razão da aplicação da denominada Teoria da Imprevisão.

A inexecução sem culpa das partes é justificada por fatos imprevisíveis, extraordinários e ex-tracontratuais ocorridos posteriormente à assinatura do contrato que impeçam ou tornem ex-cessivamente onerosa a execução do contrato da forma inicialmente acordada, isentando as partes de responsabilidades.

É bom lembrar que os contratos devem ser cumpridos (pacta sunt servanda), desde que se mantenham as condições iniciais pactuadas (rebus sic standibus).

c.1) Hipóteses:

a) Caso fortuito e força maior;

b) Fato do príncipe;

c) Fato da administração;

d) Interferências imprevistas.

a) Caso Fortuito e Força Maior:

→ Eventos imprevisíveis e inevitáveis que geram, para o contratado, excessiva onerosidade ou mesmo impossibilidade da normal execução do contrato. Ensejam sua revisão ou rescisão.

b) Fato do Príncipe:

→ É toda determinação estatal, geral e imprevisível, que impeça ou, o que é mais comum, one-re substancialmente a execução do contrato, autorizando sua revisão, ou mesmo sua rescisão, na hipótese de tornar-se impossível o seu cumprimento.

→ “Medidas de ordem geral, não relacionadas diretamente com o contrato, mas que nele repercutem, provocando o desequilíbrio econômico-financeiro em determinado contrato” (MSZP)

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c) Fato da Administração:

→ Decorre de uma ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada com o contrato, que impede ou retarda a sua execução.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, gra-ve perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Admi-nistração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela sus-pensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

d) Interferências Imprevistas:

→ São elementos materiais que surgem durante a execução do contrato, que dificultam extre-mamente sua execução, tornando-a insuportavelmente onerosa.

→ “Correspondem a fatos de ordem material, que podiam já existir no momento da celebração do contrato, mas que eram desconhecidos pelo contratante”.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014)

Acerca dos contratos administrativos, consi-dere:

I – Admite-se contrato verbal com a Admi-nistração para compras em regime de adian-tamento, com valor limitado a R$ 4.000,00.

II – O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e tomada de pre-ços, sendo dispensado nos casos de contra-tação com inexigibilidade de licitação.

III – O instrumento de contato poderá, sem-pre que conveniente para a Administração, ser substituído por carta-contrato ou nota de empenho.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e III.b) I e II.c) I.d) II.e) III.

2. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014)

Aos contratos administrativos aplicam-se, supletivamente, as disposições de direito privado.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (FCC – TRT-4 – Analista Administrativo – 2015)

A Administração necessita de um imóvel para instalar um posto de saúde e está es-tudando as alternativas mais adequadas, do ponto de vista de valor, localização e prazo

para disponibilização. De acordo com a le-gislação que rege a matéria, afigura-se pos-sível a

a) aquisição precedida de processo licita-tório, que somente pode ser dispensa-do na hipótese de desapropriação.

b) permuta, desde que com outro imóvel de igual valor, exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração pública.

c) aquisição, com inexigibilidade de licitação, se comprovada a urgência no atendimento do interesse público e observada a compa-tibilidade de preço com o mercado.

d) locação, dispensado o procedimento licitatório, se comprovado que as ne-cessidades de instalação e localização condicionam a escolha, observada a com-patibilidade de preço com o mercado.

e) aquisição ou locação, sempre precedida de licitação, cabendo a dispensa apenas na hipótese de permissão de uso incidente sobre imóvel pertencente a outro órgão ou entidade da Administração pública.

4. (Cespe – STJ – Técnico Judiciário – 2015)

Contratos públicos são celebrados em caráter intuitu personae, sendo, em regra, vedada a subcontratação.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (FCC – TRT-19 – Analista Administrativo – 2014)

Uma das características dos contratos admi-nistrativos decorre justamente das denomi-nadas cláusulas exorbitantes, que conferem à Administração pública o poder de, unila-teralmente, alterar cláusulas contratuais ou rescindir o contrato, por motivo de interes-se público e é chamada de

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a) onerosidade.b) comutatividade.c) intuitu personae.d) mutabilidade.e) formalidade.

6. (Cespe – TEM-Ag. – Administrativo – 2014)

Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – PF-Ag. Administrativo – 2014)

Como o contrato administrativo é um con-trato de adesão, todo o seu conteúdo será definido unilateralmente pela própria admi-nistração.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014)

Em razão do caráter personalíssimo dos contratos administrativos, a administração não poderá admitir a subcontratação do re-ferido serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014)

Em decorrência do princípio do formalismo, todas as contratações celebradas pela ad-ministração pública devem ser formalizadas por meio de instrumento de contrato, não sendo possível a sua substituição por outros instrumentos, como a nota de empenho de despesa.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (Cespe – Antaq – 2014)

É dispensável o termo de contrato, indepen-dentemente do valor da contratação, se se tratar de compra com entrega imediata e integral.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – DPE-CE – 2015)

De acordo com a Lei nº 8.666/1993, o con-trato administrativo deve ser escrito, sendo nulo e de nenhum efeito todo contrato ver-bal celebrado com a administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (FCC – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)

Uma das características dos contratos ad-ministrativos denomina-se comutatividade, segundo a qual o contrato administrativo

a) deve ser executado pelo próprio contra-tado.

b) se expressa por escrito e com requisitos especiais.

c) é remunerado na forma convencionada.d) pressupõe anterior licitação.e) se reveste de obrigações recíprocas e

equivalentes para as partes.

13. (FCC – MANAUSPREV – 2014)

Quando se fala das características dos con-tratos administrativos normalmente há al-guma referência à mutabilidade da avença, o que consiste, dentre outras hipóteses,

a) na faculdade de o Poder Público impor alterações unilaterais quantitativas e qualitativas, independentemente do valor, desde que mantido o equilíbrio econômico- financeiro da avença e que haja previsão orçamentária para tanto.

b) na possibilidade de alteração do obje-to, garantia e valor dos contratos admi-nistrativos, irrestritamente, desde que haja interesse público para tanto.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

c) na possibilidade de, nos limites da lei, alteração unilateral pelo Poder Público contratante, para adaptação à super-veniente necessidade de adequação ao interesse público, mantido o equilíbrio econômico-financeiro.

d) em admitir alterações unilaterais pelas partes, de acordo com os fundamentos legais existentes e desde que mantido o equilíbrio econômico-financeiro da avença.

e) na possibilidade de aditamento para substituição da contratada diante de inadimplência contumaz por parte da vencedora da licitação.

14. (Cespe – FUB – 2015)

A disposição das cláusulas de um contra-to administrativo é livre à negociação pelo particular, com a finalidade de se buscar o equilíbrio contratual.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – FUB – 2015)

No âmbito da contratação pública, assim como ocorre na esfera civil, a contratação do particular poderá ocorrer verbalmente, sem a necessidade, em determinadas hipó-teses, de formalizá-la por meio de contrato administrativo.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (Cespe – STJ – Técnico judiciário – 2015)

Nos contratos administrativos, dada a pre-valência do interesse público sobre o priva-do, a administração pública ocupa posição privilegiada em relação ao particular, go-zando de algumas prerrogativas que lhe são atribuídas por lei.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (FCC – TRE-MT – Analista Administrativo – 2015)

Em um contrato administrativo, contratan-te e contratado possuem direitos e obriga-ções. Acerca desse assunto, assinale a op-ção correta.

a) O contrato administrativo é regido pelo equilíbrio entre as partes envolvidas.

b) A administração tem a prerrogativa de realizar a fiscalização e controlar a exe-cução do contrato, com vistas a evitar prejuízos ao interesse público.

c) É um direito do contratado exercer as prerrogativas previstas nas cláusulas exorbitantes.

d) É um direito do contratante a manuten-ção do equilíbrio econômico-financeiro.

e) Em um contrato de construção de edifi-cação é obrigação do contratado a libe-ração do local da obra.

18. (Cespe – FUB – 2015)

O prazo de execução de um contrato admi-nistrativo é iniciado na data de assinatura do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – Cade – 2014)

O contrato terá vigência dentro do exercício financeiro, embora sejam permitidos, em casos especiais, contratos com prazo de vi-gência indeterminado.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014)

A Administração estadual contratou aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática para a implantação de um amplo programa de inclusão digital voltado à população carente. A duração estimada do referido programa é de 4 anos, coinci-dente com o mandato recém iniciado do Governador. De acordo com as disposições da Lei nº 8.666/93, o contrato em questão

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a) deverá ter sua duração limitada ao refe-rido mandato, eis que se trata de servi-ços de natureza contínua.

b) tem sua duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, não admitindo prorrogação.

c) admite prorrogação por até 60 (sessen-ta) meses, desde que o projeto esteja contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual.

d) poderá, em razão do objeto, ter sua du-ração estendida pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da sua vigência.

e) poderá ser prorrogado uma única vez, em caráter excepcional, pelo prazo de até 12 (doze) meses, mediante autori-zação da autoridade superior.

21. (FCC – TRT-13 – Analista Administrativo – 2014)

Determinado órgão do Poder Judiciário contratou, mediante prévio procedimento licitatório, a prestação de serviços de vigi-lância, pelo prazo de 12 meses. O edital de licitação e o respectivo contrato previram a prorrogação do prazo originalmente esta-belecido para a prestação dos serviços em questão. Referida previsão, à luz das dispo-sições da Lei nº 8.666/93,

a) possibilita a prorrogação por períodos iguais e sucessivos, limitada a 60 meses e, em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, por mais 12 me-ses.

b) obriga o contratado a anuir com a prorrogação, por igual período, salvo comprovada impossibilidade de ma-nutenção das condições originalmente pactuadas.

c) condiciona-se à anuência do contratado e à comprovação de economicidade da prorrogação, observado o limite máxi-mo de 48 (quarenta e oito) meses.

d) possibilita, apenas, uma prorrogação, por igual período, eis que se trata de

serviço de natureza contínua, condicio-nada à anuência do contratado.

e) viola as disposições legais que atrelam a contratação à vigência dos créditos or-çamentários, sendo possível, contudo, a prorrogação mediante aditamento con-tratual, observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) meses.

22. (Cespe – Anatel – 2014)

O prazo de vigência de qualquer contrato administrativo é determinado e adstrito à existência de créditos orçamentários.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – Antaq – 2014)

A duração do contrato administrativo ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, sendo exceção a contrata-ção de serviços a serem executados de for-ma contínua.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – Antaq – 2014)

Nos casos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua, a duração dos contratos poderá ser prorrogada ordi-nariamente por períodos iguais e sucessi-vos, até o prazo máximo de 60 meses.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – STJ – Analista Judiciário – 2015)

Os contratos administrativos celebrados pelo poder público podem ter tanto prazo determinado quanto indeterminado.

( ) Certo   ( ) Errado

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

26. (FCC – Câmara de SP – Procurador – 2014)

Na contratação de serviços pela Administra-ção Pública, de acordo com a Lei de Licita-ções:

I – A execução do contrato deverá ser acom-panhada e fiscalizada por um representan-te da Administração especialmente desig-nado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

II – O contratado é responsável pelos encar-gos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do con-trato.

III – A inadimplência do contratado, com re-ferência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu paga-mento, nem poderá onerar o objeto do con-trato.

IV – O contratado responde subsidiariamen-te pelos encargos trabalhistas, previdenciá-rios, fiscais e comerciais resultantes da exe-cução do contrato.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.b) I, II e III.c) I, III e IV.d) I, II e IV.e) III e IV.

27. (Cespe – PF-Ag. Administrativo – 2014)

O princípio da impessoalidade, no que se refere à execução de obras públicas, proíbe a subcontratação de empresas para a exe-cução de parte do serviço licitado, porquan-to a escolha pessoal do subcontratado pelo contratado viola o interesse público.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe/TCDF/Auditor/2014)

Suponha que a Secretaria de Saúde do DF tenha celebrado contrato de prestação de serviços de limpeza e conservação do prédio da sede do órgão. Suponha, ainda, que a empresa contratada não esteja fornecendo o material necessário à execução dos serviços e que alguns dos funcionários da empresa reiteradamente se ausentem do trabalho sem justificativa adequada. Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item.

28. (Cespe – TCDF – Auditor -2014)

A empresa de limpeza e conservação con-tratada não será isenta da responsabilidade pelas falhas verificadas na execução de suas obrigações, ainda que se verifique que a ad-ministração não tenha fiscalizado o contra-to adequadamente.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TCDF – Auditor -2014)

Caso a administração não possua servidor com qualificação necessária para exercer as atividades de fiscal do contrato, é possível a contratação de terceiros para auxiliarem o servidor designado para fiscal.

( ) Certo   ( ) Errado

30. (FCC – TCE-GO – Assessor Jurídico – 2014)

Nos termos da Lei no 8.666/1993, o contra-tado, na execução do contrato administrati-vo, sem prejuízo das responsabilidades con-tratuais e legais,

a) poderá subcontratar apenas partes de serviço ou de fornecimento, mas não de obra, desde que respeite o limite estabe-lecido mediante acordo entre as partes.

b) não poderá subcontratar partes de obra, serviço ou fornecimento, sob pena de burla ao procedimento licitatório.

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c) poderá subcontratar apenas partes da obra, mas não de serviço ou de forne-cimento, desde que respeite o limite estabelecido mediante acordo entre as partes.

d) poderá subcontratar apenas partes da obra, mas não de serviço ou de forneci-mento, desde que respeite o limite im-posto pela Administração.

e) poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Adminis-tração.

31. (Cespe – Anatel – Analista – 2014)

Uma empresa prestadora de serviço de ter-ceirização de mão de obra para a adminis-tração pública fechará as portas por proble-mas de caixa. A decisão afetará milhares de empregados da prestadora lotados em di-versos órgãos do governo federal, entre mi-nistérios, agências reguladoras, autarquias e fundações. Conforme denúncia veiculada em jornal de grande circulação, emprega-dos da empresa lotados em vários órgãos da administração direta e indireta não rece-beram o salário no mês passado.

Com base nas informações acima, julgue o item.

Somente se verificada a omissão da administração pública em fiscalizar o cumprimento das cláusulas contratuais pela empresa prestadora do serviço, poderá ser a administração pública responsabilizada subsidiariamente pelo pagamento das obrigações trabalhistas da referida empresa.

( ) Certo   ( ) Errado

32. (Cespe – Antaq – Analista – 2014)

O contratado deve manter um preposto no local dos serviços para representá-lo na exe-cução do contrato, contudo a administração pode aceitar ou rejeitar a pessoa indicada.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (Cespe – PF-Ag. Administrativo – 2014)

A rescisão unilateral do contrato poderá ocorrer tanto por inadimplência do contra-tado quanto por interesse público, exigin-do-se, em ambos os casos, da administra-ção justa motivação para a rescisão.

( ) Certo   ( ) Errado

34. (FCC – TRT16 – Analista Administrativo – 2014)

A empresa “Zinco S.A.” atrasou injustificada-mente a execução de contrato administrati-vo celebrado com o Governo do Maranhão e, por tal razão, foi sancionada com multa de mora prevista no citado contrato. Refe-rida multa foi descontada da garantia con-tratual prestada pela empresa, no entanto, após o esgotamento do valor da garantia, ainda restou multa a ser paga pela empresa.

Nesse caso e nos termos da Lei nº 8.666/1993

a) dar-se-á por finda a pena de multa.b) a multa não poderia ter sido desconta-

da da garantia contratual.c) o restante da multa será descontado de

pagamentos eventualmente devidos à empresa.

d) o restante da multa jamais poderá ser cobrado pela via judicial.

e) a multa de mora não pode ultrapassar garantia contratual, sob pena de enri-quecimento indevido do Poder Público.

35. (Cespe – TRF-4 – OJA – 2014)

A celebração de um contrato administrati-vo com base na Lei nº 8.666/1993 confere ao contratado o direito à intangibilidade do equilíbrio econômico-financeiro, o que tam-bém lhe assegura direito

a) à rescisão unilateral do contrato, caso reste demonstrado que o negócio fir-mado deixou de ser atrativo ao contra-tado, não assegurando a taxa interna de retorno esperada.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

b) ao ressarcimento dos prejuízos compro-vados, no caso de rescisão unilateral do contrato por parte da Administração, possível por razões de conveniência e oportunidade, presentes ou não razões de interesse público.

c) à rescisão do contrato, no caso da com-provação da ocorrência de força maior que inviabilize a execução do contrato, sob pena de ensejar indevido desequilí-brio econômico-financeiro da avença.

d) à rescisão unilateral do contrato no caso de atrasar ou descumprir o con-trato, sem motivo justificado, devendo, ainda, ser indenizado pelos prejuízos experimentados.

e) à rescisão unilateral do contrato, por ra-zões de interesse público que ensejem a suspensão dos pagamentos devidos pelo fornecimento, não dando lugar, contudo, ao ressarcimento pelos prejuí-zos sofridos.

36. (FCC – TRT-13 – Técnico Judiciário – 2014)

No curso da execução de um contrato de obras para a reforma de edifício público, o contratado suspendeu a execução dos tra-balhos, em face do atraso nos pagamentos devidos pela Administração.

De acordo com as disposições aplicáveis da Lei nº 8.666/93, a conduta do contratado afigura-se

a) legal, se o atraso for superior a 60 (ses-senta) dias, quando é admitida a resci-são do contrato pelo particular.

b) ilegal, eis que a legislação não admite nenhuma hipótese de paralisação unila-teral pelo contratado.

c) legal, se o atraso for superior a 90 (no-venta) dias, salvo em caso de calamida-de pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra.

d) ilegal, somente sendo admitida a parali-sação mediante autorização judicial em face do princípio da continuidade do serviço público.

e) legal, se o atraso for superior a 30 (trin-ta) dias, admitindo- se, alternativamen-te, a supressão parcial do objeto.

37. (Cespe – Anatel – Analista Administrativo – 2014)

A falência da empresa prestadora do servi-ço de terceirização constitui motivo para a rescisão do contrato por ato unilateral e es-crito da administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

38. (Cespe – Antaq – Analista Administrativo – 2014)

Conforme expresso na Lei nº 8.666/1993, caso haja inadimplência do contratado em relação a encargo trabalhista, a responsabi-lidade pelo pagamento desse encargo não será transferida à administração.

( ) Certo   ( ) Errado

39. (Cespe – Antaq – Analista Administrativo – 2014)

Conforme entendimento recente do Tribunal Superior do Trabalho, a administração públi-ca poderá ser responsabilizada subsidiaria-mente pelos encargos trabalhistas apenas quando evidenciada sua conduta dolosa na atividade de fiscalização contratual, especial-mente no tocante ao recolhimento dos refe-ridos encargos pelo contratado.

( ) Certo   ( ) Errado

40. (Cespe – Câmara dos Deputados – Assessor Legislativo – 2014)

Em razão do inadimplemento das obriga-ções contratuais pela empresa contratada, a administração pública poderá, unilate-ralmente, rescindir o contrato e aplicar à empresa contratada a penalidade de multa prevista no edital e no contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

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41. (FCC – MANAUSPREV – 2014)

Determinada empresa regularmente con-tratada para promover a limpeza de bueiros e bocas de lobo foi formalmente comunica-da pela Administração pública contratan-te que deveria suspender a execução dos trabalhos até o fim do exercício, por razões orçamentário-financeiras. Considerando que a suspensão foi comunicada no mês de março, a contratada

a) deve requerer o reequilíbrio econômi-co-financeiro do contrato em razão da alteração do cronograma de execução.

b) pode requerer o aditamento do con-trato para formalização da prorrogação contratual, com a consequente adequa-ção da remuneração que lhe é devida.

c) deve acatar os acréscimos e suspensões promovidos pela contratante, limitada a suspensão de suas obrigações a 3 meses.

d) pode rescindir unilateralmente o con-trato, tendo em vista que o prazo a que está obrigada a aceitar para fins de sus-pensão, é de 6 meses.

e) pode, não obstante acate a suspensão do contrato e do cumprimento de suas obrigações, pleitear judicialmente a rescisão contratual.

42. (Cespe – TCU – Auditor – 2015)

Em caso de inadimplência do contratado em relação a encargos trabalhistas, fiscais e comer-ciais, a responsabilidade por seu pagamento será automaticamente transferido à adminis-tração e poderá onerar o objeto do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

43. (FCC – TRT3 – Analista Judiciário – 2015)

A empresa Zunic, após o devido procedi-mento licitatório, celebrou contrato ad-ministrativo com a União Federal, para a construção de importante obra pública. Por ter descumprido o contrato administrativo, recebeu a sanção de multa, aplicada após regular processo administrativo e desconta-

da de valores a serem recebidos da União Federal. Nesse caso,

a) a multa pode ser descontada dos paga-mentos devidos, independentemente da garantia contratual.

b) o desconto só é possível se a garantia contratual for insuficiente para o paga-mento da multa imposta.

c) a multa jamais pode ser descontada de valores contratuais devidos ao particu-lar pela Administração pública.

d) é incabível a sanção de multa para a hi-pótese narrada.

e) é cabível a sanção de multa, mas so-mente pode ser cobrada judicialmente, consoante preceitua a Lei de Licitações.

44. (FCC – TRE-MT – Analista Judiciário – 2015)

Durante a execução de contrato administra-tivo celebrado pelo TRE/MT com uma em-presa privada, para a aquisição, instalação e manutenção de aparelhos de ar condiciona-do, o gestor constatou algumas falhas ope-racionais, que configuraram inexecução do contrato, tendo então notificado a empresa para apresentar defesa.

A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) O contratado será obrigado a reparar, no total ou em parte, o objeto do con-trato em relação ao qual se verificaram as falhas, e será, por isso, remunerado mediante termo aditivo.

b) Pela inexecução total ou parcial do con-trato cabe a aplicação, ao contratado, das penalidades de advertência e multa concomitantemente.

c) Constitui motivo para rescisão do con-trato a alteração social ou a modifica-ção da finalidade ou da estrutura da empresa, ainda que isso não prejudique a execução do contrato.

d) O particular responderá apenas em caso de inexecução total do contrato, não cabendo a aplicação de penalidade antes de findo seu prazo de execução.

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

e) É vedada a contratação de terceiros para a realização de acompanhamento e fiscalização do referido contrato.

45. (Cespe – TJDFT – OJA/2015)

Situação hipotética: Determinado órgão pú-blico contratou uma prestadora de serviços para executar uma atividade em seu edifício sede. Durante a execução do contrato, o ór-gão atrasou por cem dias o pagamento dos serviços executados. Não houve culpa da con-tratada.Assertiva: Nessa situação, o atraso po-derá ensejar a rescisão do contrato, devendo a contratada ser ressarcida dos prejuízos regu-larmente comprovados que houver sofrido.

46. (FCC – TRT2 – Técnico Judiciário – 2015)

De acordo com a Lei nº 8.666/93, há prer-rogativas estabelecidas à Administração pú-blica na qualidade de contratante, e direitos atribuídos aos contratados. Dentre esses di-reitos, destaca-se a

a) possibilidade de rescisão unilateral da avença diante da inadimplência da Administração, sob pena de enriqueci-mento ilícito.

b) prerrogativa de promover o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato caso a equação inicialmente estabelecida se altere, requerendo a complementação da remuneração ou reduzindo o objeto da prestação.

c) faculdade de reduzir o objeto da presta-ção quando houver defasagem de preço comprovada por pesquisa de mercado ou valores obtidos em outras licitações para contratação de objeto semelhante.

d) prerrogativa de suspender a prestação do serviço ou a execução da obra diante de atraso nos pagamentos superior a 30 (trinta) dias.

e) indenização no caso de haver rescisão por motivo de interesse público por parte do poder público, quando o con-tratado não tiver dado causa ao fim do ajuste.

47. (Cespe – ICMBio – 2014)

O contrato administrativo exige licitação em qualquer situação, cabendo à administra-ção pública determinar as cláusulas exor-bitantes, que conferem poderes ao contra-tado, a fim de eliminar as desvantagens do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

48. (FCC – MANAUSPREV – 2015)

O regime jurídico de direito público confe-re à Administração pública um conjunto de prerrogativas que se expressam nas ativida-des por ela desenvolvidas. No âmbito dos contratos administrativos, pode-se identifi-car algumas cláusulas exorbitantes que re-presentam essas prerrogativas da Adminis-tração pública, tal como

a) o poder de decidir quando determina-do contrato deve se submeter à prévia licitação.

b) a possibilidade de substituir o contra-tado para a prestação de determinado serviço por outro licitante, caso com-prove que a medida será mais econômi-ca para a Administração.

c) a faculdade de promover alterações unilaterais no contrato, independente-mente de anuência da contratada, as-segurado o equilíbrio econômico-finan-ceiro do contrato.

d) a possibilidade de interromper o paga-mento pelos serviços executados, por motivos de interesse público, por tem-po indeterminado, sem que à contrata-da assista direito à rescisão.

e) a faculdade de editar decreto para enqua-dramento do contrato em hipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação.

49. (Cespe – DEPEN – 2014)

As garantias contratuais prestadas pelos fornecedores contratados mediante licita-ção são uma prerrogativa da administração pública com o objetivo de assegurar a pres-

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tação adequada do serviço ou, em caso de falha na execução que seja passível de apli-cação de multa, assegurar o recebimento do valor pactuado.

( ) Certo   ( ) Errado

50. (Cespe – FUB – 2015)

Nos contratos administrativos, a adminis-tração pública terá situação privilegiada, legalmente estabelecida, em relação ao particular, dada a prevalência do interesse público sobre o privado.

( ) Certo   ( ) Errado

51. (Cespe – MPOG – 2015)

As cláusulas exorbitantes proporcionam à administração prerrogativas de rescindir unilateralmente o contrato e a de estabe-lecer o reequilíbrio físico-financeiro que so-brevierem de fatos imprevisíveis.

( ) Certo   ( ) Errado

52. (FCC – AFRE-RJ – 2014)

No curso da execução de um contrato ad-ministrativo, de prestação de serviços, su-bordinado ao regime da Lei no 8.666/93, a Administração manifesta ao particular con-tratado sua decisão unilateral de suprimir parte do objeto contratual de modo a pro-vocar redução de 40% no valor do contrato. O particular reage, expressando para a pró-pria administração a ilegalidade da medi-da. Ouvindo os argumentos do particular, a administração propõe, então, que a mesma redução ocorra por acordo das partes, com o que o particular consente. Nessa situação, o resultado final é

a) legal, na medida em que a Lei no 8.666/93 acolhe a possibilidade de al-teração de contrato, com supressão no patamar indicado, se decorrente de acordo das partes.

b) ilegal, pois a ilegalidade inicial, decor-rente da decisão de alteração unilate-ral, não pode ser sanada pelo acordo do particular.

c) legal, como de todo modo também se-ria legal se decorrente de alteração uni-lateral imposta pela administração.

d) ilegal, pois a apreciação da ilegalidade da decisão administrativa caberia ao Poder Judiciário e não à própria admi-nistração.

e) ilegal, pois a supressão para além de 25% só é possível no caso de reforma de edifício ou equipamento.

53. (Cespe – TCDF – Técnico – 2015)

A administração pública possui a prerrogativa de alterar unilateralmente o objeto do contra-to, desde que a alteração seja apenas quanti-tativa, mantendo-se a qualidade do objeto.

( ) Certo   ( ) Errado

54. (Cespe – Anatel – 2014)

A previsão de alteração unilateral do contra-to administrativo, seja quantitativa, seja qua-litativa, realizada pela administração pública, constitui exemplo de cláusula exorbitante.

( ) Certo   ( ) Errado

55. (Cespe – Anatel – 2014)

O contratado é obrigado a aceitar, nas mes-mas condições contratuais, os acréscimos que se fizerem necessários na obra nova, até a quarta parte do valor inicial do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

56. (Cespe – Antaq – 2014)

O aumento quantitativo dos serviços no momento da prorrogação do prazo contra-tual não está limitado aos 25% do valor atu-alizado do contrato, desde que configurada a obtenção de preços e condições mais van-tajosas para a administração.

( ) Certo   ( ) Errado

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

57. (Cespe – SEFAZ-PE – 2015)

Considere que a Secretaria de Estado da Saúde tenha contratado a reforma de diver-sas unidades básicas de atendimento e, em face de superveniente contingenciamento de recursos orçamentários, se veja impossi-bilitada de dar seguimento à integralidade do objeto contratual. Diante dessa situação e, com base no regramento estabelecido na Lei no 8.666/1993, a Administração contra-tante

a) poderá reduzir unilateralmente o con-trato, no limite de 25% do valor inicial atualizado, não estando a contratada obrigada a aceitar supressões acima deste limite.

b) estará obrigada a rescindir o contrato, não fazendo a contratante jus a indeni-zação, mas apenas ao pagamento das parcelas já executadas e custos de mo-bilização devidamente comprovados.

c) somente poderá reduzir o objeto con-tratual de forma unilateral mediante comprovação da ocorrência de fato do príncipe, e observado o limite de 50% do valor original do contrato.

d) deverá alterar unilateralmente o obje-to do contrato para adequá-lo aos re-cursos orçamentários disponíveis, não havendo limites quantitativos para tal redução.

e) poderá alterar o contrato apenas se contar com a concordância da contra-tada, que não está obrigada a aceitar quaisquer alterações quantitativas que importem redução no objeto.

58. (Cespe – MPOG – 2015)

Os limites para alteração quantitativa do contrato do valor de supressão poderá ex-ceder 25% do valor inicial caso haja acordo entre as partes.

( ) Certo   ( ) Errado

59. (FCC – TCEPI – 2015)

Após regular processo de licitação disci-plinado pela Lei nº 8.666/1993, foi adju-dicado ao vencedor o objeto do certame, consistente no fornecimento de 150 apa-relhos auditivos destinados ao Hospital do Servidor Público. O prazo contratual fixado para entrega dos aparelhos foi de 30 dias, contados a partir da assinatura do contrato. Transcorridos 45 dias da assinatura do con-trato, apenas 50 aparelhos foram entregues pelo contratado. Nessa hipótese, abre-se à Administração a possibilidade de aplicar ao contratado as penalidades estipuladas em lei,

a) que incluem tão somente sanções pecuniárias, por se tratar, na hipótese, de inexecução parcial do contrato.

b) em regulamento e no contrato, sendo vedado, no entanto, a rescisão do contrato por se tratar de inexecução parcial do objeto.

c) no regulamento e contrato ou rescindir o contrato, devendo o administrador optar por uma ou outra forma de agir, porquanto não é possível cumular a rescisão do contrato com a aplicação de penalidade, o que só é viável nas hipóteses de inexecução total do ajuste.

d) no regulamento e contrato e rescindir o ajuste, devendo, nessa última hipótese ser o particular ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados.

e) no regulamento e contrato e, a critério da Administração, rescindir o ajuste executando a garantia contratual.

60. (FCC – TRT19 – Analista Administrativo – 2015)

O atraso injustificado na execução de de-terminado contrato administrativo fez com que o Estado de Alagoas − ente contratan-te − aplicasse à empresa contratada multa de mora pelo descumprimento contratual, o que foi feito unilateralmente e sem pré-

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vio processo administrativo. A propósito do tema e de acordo com a Lei nº 8.666/93,

a) agiu corretamente o Estado de Alagoas, desde que tenha aplicado a multa nos moldes do quanto previsto no contrato administrativo.

b) agiu corretamente o Estado de Alagoas, desde que tenha aplicado a multa nos moldes do quanto previsto no instru-mento convocatório.

c) não agiu corretamente o Estado de Ala-goas, haja vista a inobservância do pré-vio processo administrativo.

d) não agiu corretamente o Estado de Ala-goas, pois não é cabível multa por ine-xecução do contrato, mas sim, outras espécies de sanção.

e) agiu corretamente o Estado de Alagoas, sendo a multa obrigatoriamente des-contada dos pagamentos ainda devidos à empresa contratada.

61. (Cespe – TCU-Auditor – 2015)

Nas hipóteses de inexecução total ou parcial do contrato, a administração pode, entre outras formas de sanção, suspender temporariamente a participação do contratado em licitação e impedi-lo de contratar com a administração, por prazo não superior a dois anos.

( ) Certo   ( ) Errado

62. (Cesp – TRT-19 – Analista Administrativo – 2014)

A Administração pública, após o término de determinado procedimento licitatório, ce-lebrou o respectivo contrato administrativo com a empresa vencedora. Nesse contrato, constam diversas cláusulas contratuais, den-tre elas, uma que fixa como indeterminado o prazo contratual e outra que exige da contra-tada caução em dinheiro como garantia con-tratual. A propósito dessas duas cláusulas,

a) ambas estão corretas.

b) a primeira está incorreta e a segunda correta.

c) ambas estão incorretas.d) a primeira está correta e a segunda in-

correta.e) a primeira só estará correta se a contra-

tada concordar expressamente com o prazo indeterminado e a segunda está incorreta.

63. (Cespe – TRT-16 – Analista Administrativo – 2014)

Considere as afirmações abaixo.

I – Será promovida pela própria autoridade que aplicou a sanção de inidoneidade, qual seja, o chefe do poder executivo.

II – Pode ser requerida após um ano da apli-cação da sanção de inidoneidade.

III – Exige, para sua concessão, dentre outro requisito, que o contratado promova o res-sarcimento à Administração dos prejuízos resultantes.

IV – Trata-se do único modo de afastar a sanção de inidoneidade.

A empresa “Ferragens S.A.” foi penalizada com a declaração de inidoneidade para li-citar ou contratar com a Administração pú-blica e pretende pleitear sua reabilitação. A propósito da reabilitação e, nos termos da Lei nº 8.666/93, está correto o que se afir-ma APENAS em

a) I e IV.b) I e II.c) III e IV.d) I, II e III.e) III.

64. (Cespe – Anatel – 2014)

Conforme entendimento do Tribunal de Contas da União, a extensão dos efeitos da sanção de suspensão temporária do direito de licitar e contratar aplicada pelo órgão ou entidade à empresa contratada impede a

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

referida empresa de licitar a contratar ape-nas com o órgão ou a entidade que aplicou a sanção.

65. (Cespe – Anatel – 2014)

Aplicada a sanção de declaração de inido-neidade para licitar ou contratar com a ad-ministração pública, os demais contratos vigentes com o sancionado estarão automa-ticamente rescindidos, cabendo à adminis-tração apenas a declaração formal da resci-são.

( ) Certo   ( ) Errado

66. (Cespe – Anatel – 2014)

No caso de inexecução total ou parcial do contrato, a administração poderá aplicar sanção de suspensão temporária de partici-pação do contratado em licitação, por prazo indeterminado.

( ) Certo   ( ) Errado

67. (Cespe – STJ – Analista Administrativo – 2015)

É lícito à administração pública reter paga-mentos à empresa que, contratada adminis-trativamente por meio de licitação, passe, no curso da execução contratual, a situação de irregularidade fiscal.

( ) Certo   ( ) Errado

68. (Cespe – Anatel – 2014)

A majoração da folha de pagamento da empresa contratante, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, constitui fato imprevisível que autoriza a revisão do contrato administrativo com base na teoria da imprevisão.

( ) Certo   ( ) Errado

69. (FCC – TRE-MT – Analista Judiciário – 2015)

Com relação à duração dos contratos admi-nistrativos, assinale a opção correta.

a) Um contrato de serviço de copeiragem, firmado inicialmente com prazo de vigên-cia de doze meses, pode ser prorrogado por, no máximo, trinta e seis meses.

b) Um contrato de fornecimento de pro-dutos de informática — como, por exemplo, computadores e impressoras — firmado inicialmente pelo período de doze meses pode ser prorrogado por iguais e sucessivos períodos até o limite de sessenta meses.

c) Um contrato de manutenção de eleva-dores com vigência inicial de oito meses pode ser prorrogado, a partir da primei-ra prorrogação, por períodos sucessivos de doze meses, até o limite de sessenta meses, por ser considerado serviço de natureza continuada.

d) Um contrato referente a obra de cons-trução de edificação deve ser prorro-gado automaticamente quantas vezes forem necessárias até sua conclusão.

e) Os contratos de natureza continuada constituem exceções quanto à duração dos contratos administrativos, cuja vigên-cia, em geral, deve coincidir com os crédi-tos orçamentários correspondentes.

70. (FCC – TCE-GO – 2014)

Após procedimento licitatório na modalidade convite, a Administração pública celebrou con-trato verbal com empresa de hortifrutigranjei-ros para a compra de produtos, feita em regi-me de adiantamento, sendo o valor contratual equivalente a R$ 4.000,00. Nos termos da Lei nº 8.666/1993, o contrato em questão é

a) nulo, pois é nulo e de nenhum efeito qualquer contrato verbal celebrado com a Administração pública.

b) válido.c) parcialmente nulo, pois não pode ul-

trapassar o montante de dois mil reais, podendo ser mantido até que atinja tal montante.

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d) nulo, pois não se aplica para a compra de produtos, sobretudo perecíveis.

e) parcialmente nulo, pois não pode ul-trapassar o montante de três mil reais, podendo ser mantido até que atinja tal montante.

71. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Para garantir a eficácia dos contratos, é obrigatória a publicação dos extratos dos termos contratuais bem como de seus adi-tivos em veículo oficial de divulgação da ad-ministração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

72. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Em obras de engenharia, dispensa-se a forma-lização do instrumento contratual nos casos de concorrência e de tomadas de preços.

( ) Certo   ( ) Errado

73. (FCC – MPE-PB – Técnico – 2015)

O Ministério Público do Estado da Paraíba, após o devido procedimento licitatório, cele-brou contrato administrativo com a empresa vencedora do certame. A publicação resumi-da do instrumento de contrato, que é condi-ção indispensável para sua eficácia, será pro-videnciada pela Administração até o

a) décimo quinto dia útil do mês de sua assinatura.

b) décimo dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura.

c) quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura.

d) sétimo dia útil do mês de sua assinatura.e) primeiro dia útil do mês seguinte ao de

sua assinatura.

74. (Cespe – STJ – Técnico Judiciário – 2015)

No âmbito dos contratos públicos, assim como ocorre na esfera civil, a contratação do particular poderá ser feita verbalmente, não havendo necessidade de se formalizar a relação por meio de contrato administra-tivo.

( ) Certo   ( ) Errado

75. (Cespe – TRF3 – Analista Judiciário – 2014)

De acordo com a Lei nº 8.666/93, o contra-tado é responsável, dentre outros, por en-cargos comerciais resultantes da execução do contrato. A inadimplência do contratado, com referência a tais encargos,

a) transfere parcialmente à Administração pública a responsabilidade por seu pa-gamento.

b) poderá onerar o objeto do contrato.c) não transfere à Administração pública a

responsabilidade por seu pagamento.d) poderá restringir a regularização de

obras e edificações.e) poderá restringir a utilização de obras e

edificações.

Gabarito: 1. C 2. Certo 3. D 4. Certo 5. D 6. Certo 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. Certo 11. Errado 12. E 13. C 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. B 18. Errado 19. Errado 20. D 21. A 22. Errado 23. Certo 24. Certo 25. Certo 26. B 27. Errado 28. Certo 29. Certo 30. E 31. Certo 32. Certo 33. Certo 34. C 35. C 36. C 37. Certo 38. Certo 39. Errado 40. Certo 41. E 42. Errado 43. B 44. B 45. Certo 46. E 47. Errado 48. C 49. Certo 50. Certo 51. Errado 52. A 53. Errado 54. Certo 55. Certo 56. Certo 57. A 58. Certo 59. E 60. C 61. Certo 62. B 63. Errado 64. Certo 65. Errado 66. Errado 67. Errado 68. Errado 69. E 70. B 71. Certo 72. Errado 73. C 74. Certo 75. C

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SERVIÇOS PÚBLICOS (LEI Nº 8.987/95)

1. BASE CONSTITUCIONAL E REGULAMENTAÇÃO LEGAL:

a) Previsão Constitucional: CF, art. 175

Atribui ao Poder Público a titularidade na prestação de serviços públicos, direta ou indireta-mente, sempre por meio de procedimento licitatório prévio.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

II – os direitos dos usuários;

III – política tarifária;

IV – a obrigação de manter serviço adequado.

b) Regulamentação: Lei nº 8987/95 e alterações posteriores, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Estabelece normas gerais sobre concessão e permissão de serviços públicos aplicáveis à União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

2. CONCEITO:

O Estado possui funções de natureza administrativa, judicial e legislativo. Entre as funções tidas como administrativa, prestadas, predominantemente, pelo Poder Executivo, destaca-se a pres-tação de serviços públicos.

Não há que se confundir a prestação de serviços públicos e o exercício do poder de polícia. As duas atividades, prestadas pelo Poder Público, compõem desdobramentos da função adminis-trativa do Estado.

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Devido à dificuldade na conceituação de tal instituto, abaixo, utilizaremos elementos usados pela doutrina majoritária na formação de tal definição:

a) Conceito Orgânico (subjetivo) – considera serviço público aquele que é prestado pelo Esta-do (órgãos, agentes e entidades).

b) Conceito Material (objetivo) – atividades destinadas ao atendimento da coletividade em geral, sob a titularidade do Poder Público. São atividades cujo objetivo é a satisfação do interesse coletivo (Corrente Essencialista)

c) Conceito Formal – atividades desempenhadas sob regime de Direito Público, exorbitan-do o Direito Comum. Serão públicos os serviços determinados pelo ordenamento jurídico (Constituição e leis). É a corrente adotada no Brasil (corrente formalista).

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, serviço público é “atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade fruível preponderantemente pelos administrados, prestada pela Administração Pública ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público, instituído em favor de interesses definidos como próprios pelo ordenamento jurídico”.

Para Hely Lopes Meirelles, “é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controle estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”.

Por fim, percebemos que a prestação de serviços públicos pode atender às necessidades dos administrados diretamente (ex.: serviços de energia elétrica ou de telefonia) ou indiretamente (ex.: segurança pública e transporte coletivo).

3. COMPETÊNCIA:

A competência na prestação de serviços públicos foi partilhada pela nossa Carta Magna, levando-se em consideração a predominância de interesses. Assim, caberá a União a prestação de serviços de interesse, predominantemente, nacional, destinando aos Estados e aos Municípios os de interesse regional e local, respectivamente.

Para os Estados, as questões de interesse regional são atribuídas de forma residual, pois a eles foram atribuídas as competências que não foram vedadas pelo Texto Constitucional.

Cabe, ainda, aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Situação relevante é a do Distrito Federal, que, por não poder ser dividido em Municípios, dará conta das questões de interesse regional (serviços de competência dos Estados) e das de interesse local (serviços de competência dos Municípios).

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Assim, tem-se:

Competência da União →art. 21 (privativos) e art. 23 (comuns)

Competência dos Estados →art. 23 (comuns) e art. 25, §§ 1º e 2º

Competência do Município →art. 23 e art. 30

Exemplo interessante foi adotado por Cláudio Brandão:

“O transporte coletivo serve como exemplo do critério adotado. Se o transporte coletivo é feito de um Estado para outro, a competência é da União, se o transporte é feito de um Município para outro, dentro do mesmo Estado é competência estadual, se o transporte é feito nos limites de um Município a competência é municipal”.

4. FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO:

FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS:

a) Serviço Centralizado – é aquele prestado diretamente por meio dos órgãos e agentes da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade.

b) Serviço Descentralizado – é aquele em que há outorga ou delegação na prestação do serviço.

No primeiro caso, quando estado cria ou autoriza a criação de uma entidade e, por lei, trans-fere a ela a titularidade do serviço público, normalmente por prazo indeterminado, ocorrerá a outorga. É o caso das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).

Já na delegação, o Estado transfere a execução do serviço, mediante contrato (concessão e per-missão) ou ato (autorização), por prazo determinado.

Repare que, no caso da outorga, há a transferência da titularidade do serviço e, no caso da de-legação, só se transfere a execução do serviço.

RESUMO:

SERVIÇO CENTRALIZADO – Administração Direta (U/E/DF/M)

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MEIOS DE EXECUÇÃO

a) Execução direta: é a realizada pelos próprios meios da pessoa responsável pela sua presta-ção ao público. Considera-se execução direta sempre que o encarregado do oferecimento do serviço ao público o realiza pessoalmente, por seus órgãos ou por seus prepostos (não por terceiros contratados).

b) Execução indireta: é a que o responsável comete a terceiros (por contratação, e não por delegação) para realizá-lo nas condições regulamentares. Serviço próprio ou recebido por delegação, quando feito por terceiros, caracteriza a execução indireta.

5. CLASSIFICAÇÃO

Os serviços públicos podem ser classificados segundo:

5.1 sua possibilidade de delegação: serviços delegáveis e serviços indelegáveis.

5.2 sua adequação: serviços próprios e serviços impróprios do Estado.

5.3 sua finalidade: serviços administrativos e serviços industriais.

5.4 os destinatários do serviço: serviços uti universi (gerais) e serviços uti singuli (individu-ais).

5.1 Quanto à possibilidade de delegação:

Serviços Delegáveis: são aqueles que podem ser prestados diretamente pelo Estado, por meio da Administração Direta ou Indireta, ou de delegação de serviço público (concessão, permissão ou autorização).

Serviços Indelegáveis: são aqueles que só podem ser prestados pelo Estado, por meio da Administração Direta ou de pessoa jurídica de direito público integrante da Administração Indireta, tendo em vista que é fundamental a utilização de poder de império para a sua prestação.

5.2 Quanto à sua adequação:

Obs.: Há grande divergência doutrinária quanto a essa classificação!

Serviços Próprios do Estado: são os que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, saúde pública, etc.) e para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração.

Serviços Impróprios do Estado: são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros. São atividades de natureza social executadas por particulares sem delegação, por regime jurídico de direito privado.

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5.3 Quanto à sua finalidade:

Serviços Administrativos: atende as necessidades internas ou prepara serviços que serão pres-tados ao público (atividade-meio)

Serviços Sociais: aqueles que correspondem aos direitos sociais elencados na CF, art. 6º e que devem obrigatoriamente ser oferecidos pelo Estado. Também podem ser oferecidos por parti-culares, mas, obviamente, não serão classificados como serviços públicos.

Serviços Industriais: produzem renda para quem os presta, mediante remuneração da utilida-de usada ou consumida (tarifa). Pode ser realizado pelo Poder Público ou por concessionários, permissionários ou autorizatários, e a tarifa (ou preço público) é sempre fixada pelo Poder Pú-blico.

5.4 Quanto aos destinatários:

Serviços Gerais: são prestados sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública. São indivisíveis, devendo ser mantidos por imposto (tributo geral). Ex: polícia, calçamento, etc.

Serviços Individuais: possuem usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário, devendo ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público). Ex.: telefone, água, energia.

6. REQUISITOS

Lei nº 8987/95:

Art. 6º, § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, conti-nuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Segundo o art. 6º, §1º, da Lei nº 8.987/95, podemos conceituar serviço público adequado como aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade (permanência), eficiência, se-gurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-gência ou após prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, ou ainda por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletivi-dade.

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7. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS:

Lei nº 8.987/95

Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direi-tos e obrigações dos usuários:

I – receber serviço adequado;

II – receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;

III – obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.

IV – levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;

V – comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela conces-sionária na prestação do serviço;

VI – contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.

Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Es-tados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, den-tro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.

8. OBRIGAÇÕES DAS CONCESSIONÁRIAS:

Lei nº 8.987/95:

Art. 31. Incumbe à concessionária:

I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas apli-cáveis e no contrato;

II – manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;

III – prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;

IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;

V – permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;

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VI – promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;

VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente;

VIII – captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do ser-viço.

Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessio-nária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhis-ta, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela con-cessionária e o poder concedente.

9. SERVIÇOS DELEGADOS A PARTICULARES: CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO

Entende-se por delegação a transferência do exercício das atividades públicas para os particula-res. Nela, a transferência se dá para uma pessoa física ou jurídica privada, que exerce a ativida-de por sua conta e risco, mas em nome do Estado.

As formas em que a delegação se materializa são a concessão, a permissão e a autorização

• Concessão

Serviços concedidos são aqueles que o particular executa em seu nome, por sua conta e risco, remunerados por tarifa, na forma regulamentar, mediante delegação do Poder Público conce-dente. Serviço concedido é serviço do Poder Público, apenas executado por particular em razão da concessão.

Assim, concessão de serviço público é o contrato por meio do qual a Administração Pública delega a alguém a execução de determinado serviço ou atividade pública e este aceita prestá--la, por sua conta e risco, em nome da própria administração, sob condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Poder Público.

A remuneração é dada pela cobrança de tarifas diretamente dos usuários do serviço, sendo ga-rantida a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. O interesse é predominantemente público.

Pelo art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95, considera-se concessão de serviço público “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco, por prazo determinado”. Verificamos, assim, não ser possível a utilização do instituto da concessão para delegação de serviços públicos a pessoas físicas.

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Resumidamente:

• Há uma modalidade de concessão que deve ser precedida da execução de obra pública;

• A concessão só é possível a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresas, não cabendo a pessoa física;

• Deverá haver licitação prévia, na modalidade de concorrência;

• Há prazo determinado.

A Lei nº 8.987/95 estatui regras próprias de licitação para concessão e permissão de serviços públicos, aplicando-se supletivamente as regras da Lei nº 8.666/93.

As duas passagens mais importantes da Lei n 8.987/95, no que tange à licitação, estabelecem critérios próprios para o julgamento das propostas (art. 15) e permitem a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento (assemelhando-se ao pregão – art. 18-A, acrescentado pela Lei nº 11.196/05).

Formas de Extinção da Concessão

a) advento do termo contratual – pelo término do prazo contratual; dar-se-á com a indeniza-ção das parcelas dos investimentos relacionados aos bens reversíveis, ainda não amortiza-dos ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido (art. 36);

b) encampação (ou resgate) – retomada coativa do serviço, por interesse público superve-niente. Necessita de lei autorizativa específica e pagamento de indenização prévia (art. 37);

c) caducidade – pelo descumprimento total ou parcial do contrato por parte do contratado; a declaração da caducidade se dará por meio de decreto, independentemente de indeniza-ção prévia e após processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa (art. 38).

d) rescisão – pela inexecução total ou parcial do contrato por parte do poder concedente; ocor-rerá por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial, sendo que os serviços não pode-rão ser interrompidos ou paralisados até a decisão judicial transitada em julgado (art. 39);

e) anulação – pela ilegalidade da licitação ou do contrato;

f) falência ou extinção da empresa concessionária ou falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, os direitos e os privilégios transferidos ao concessionário, devendo ainda haver a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, o que autoriza a ocupação das instalações e a utilização de todos os bens reversíveis.

• Permissão

Serviços permitidos são aqueles em que a Administração estabelece os requisitos para sua prestação ao público e, por contrato de adesão, transfere sua execução aos particulares que demonstrarem capacidade para seu desempenho, mediante procedimento licitatório prévio.

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A permissão é, em princípio, discricionária e precária (revogável unilateralmente), mas admite condições e prazos para exploração do serviço, a fim de garantir rentabilidade e assegurar a recuperação do investimento do permissionário visando atrair a iniciativa privada. Assim, podemos dizer que a revogabilidade e a precariedade são atributos da permissão. O interesse é concorrente do particular e da Administração.

Pela Lei nº 8.987/95, considera-se permissão de serviço público “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”. Ex.: transportes coletivos.

• Autorização

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, há três modalidades distintas de autorização, previstas em nosso ordenamento jurídico:

a) Autorização mediante a qual a Administração faculta ao particular determinada atividade de seu interesse, sem a qual seria ilegal. Ex.: autorização de porte de arma.

b) Autorização de uso de bem público, que faculta ao particular a utilização de um bem de propriedade estatal. Ex.: autorização para funcionamento de uma banca de jornal em de-terminada rua.

c) Autorização de serviço público, na forma definida pela Lei nº 8.987/95.

Segundo Hely Lopes Meireles, “serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua execução por particular para atender a in-teresses coletivos instáveis ou emergências transitórias”.

A doutrina admite que é a única forma de delegação de serviços públicos que não necessita de licitação prévia e que não depende da celebração de contrato. Destina-se a serviços que não exigem execução pela própria Administração, nem exigem grande especialização, como no caso de serviços de táxi, de despachantes, segurança particular, etc.

A autorização não está prevista no art. 175 da Constituição Federal, nem a Lei nº 8.987/95 contempla tal modalidade de delegação. No entanto, há previsão em outras passagens do texto constitucional, como no art. 21, XI e XII e no art. 223.

10. CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS ADMINISTRATIVOS

a) Convênios Administrativos: são acordos firmados por entidades públicas de qualquer es-pécie, ou entre essas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes. É acordo, mas não é contrato, possuindo ampla liberdade de ingres-so e retirada dos partícipes.

b) Consórcios Administrativos: são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre de mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum. O que o caracteriza é que ele só é feito entre entidades da mesma es-pécie, diferentemente do convênio, que é celebrado entre pessoas jurídicas de espécies diferentes.

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11. PARCERIA PÚBLICO PRIVADA – PPP

Trata-se de uma nova forma de delegação de serviço público criada pela Lei nº 11.079/04. A diferença entre ela e as demais formas de delegação tradicionais está no fato de que sempre haverá uma retribuição financeira por parte da Administração Pública. Nas demais formas de delegação, regidas pela Lei nº 8.987/95, o delegatário é remunerado diretamente por tarifa paga por usuários.

Em virtude do grande risco no investimento ou de seu alto custo, nessa nova forma de delega-ção, o ente federativo torna-se parceiro da empresa privada na prestação do serviço público. Assim, na PPP há uma repartição dos riscos, enquanto que, nas demais formas de delegação, o delegatário presta o serviço por sua conta e risco.

A definição legal do instituto da parceria público-privada consta no art. 2º da Lei Federal nº 11.079/2004: “é o contrato administrativo de concessão na modalidade patrocinada ou admi-nistrativa”. No mesmo dispositivo, ainda constam os conceitos de concessões patrocinadas e administrativas.

Nas palavras de Marçal Justen Filho, “parceria público-privada é um contrato organizacional, de longo prazo de duração, por meio do qual se atribui a um sujeito privado o dever de executar obra pública e (ou) prestar serviço público, com ou sem direito à remuneração, por meio da exploração da infra-estrutura, mas mediante uma garantia especial e reforçada prestada pelo Poder Público, utilizável para a obtenção de recursos no mercado financeiro”.

A lei estabelece ainda que não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Sendo assim, quando ausentes os demais requisitos elencados na lei es-pecífica das parcerias e a remuneração por parte da Administração Pública limitar-se à contra-prestação não pecuniária ou alternativa, caracterizar-se-á a concessão comum.

Ressaltamos que a Lei nº 11.079/04 estabelece normas gerais de licitações e contratos relacio-nados com as PPPs, ou seja, é uma lei geral e de observância obrigatória por parte da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nos termos do art. 2º, da Lei nº 11.079/04, as PPPs podem ser celebradas sob duas modalida-des: a concessão patrocinada ou a concessão administrativa, conforme a retribuição financeira oferecida pelo Poder Público parceiro.

a) Concessão patrocinada:

§ 1º “Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”.

Na parceria público-privada patrocinada, o serviço é prestado diretamente ao público, com cobrança tarifária que, complementada por contraprestação pecuniária do ente público, compõe a receita do parceiro privado. Quando mais de 70% da remuneração do parceiro privado for paga pela Administração, deverá haver autorização legislativa.

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b) Concessão administrativa:

§ 2º “Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens”.

Nessa situação, há uma concessão de serviço público em que a remuneração é feita totalmente pelo ente federado, não havendo cobrança de tarifas dos usuários.

Pela leitura atenta do dispositivo, percebe-se que há dois tipos de concessões administrativas:

A concessão administrativa de serviços públicos, em que a Administração Pública é usuária in-direta, tem por objeto os serviços públicos a que se refere o art. 175 da Constituição Federal. A concessão administrativa de serviços ao Estado visa a prestar serviços ou fornecer utilidades diretamente à Administração. Em ambas as modalidades de concessão administrativa, o Poder Público assume o ônus relativo ao pagamento do serviço prestado.

A Lei nº 11.079/04, a fim de assegurar a participação da iniciativa privada na prestação de ser-viços públicos, mediante as PPPs, trouxe diversas regras, tendo em vista os grandes investi-mentos e o alto risco dos particulares. Entre elas, destacam-se: penalidades impostas, em caso de inadimplência, ao parceiro privado e ao parceiro público; repartição dos riscos financeiros; estipulação de garantias a serem prestadas por ambas as partes.

Também são estipuladas regras específicas à licitação prévia às PPPs. A concorrência poderá ser feita por propostas escritas e lances verbais, bem como poderá haver a inversão das fases de habilitação e julgamento, tal como no pregão. Além disso, o edital poderá restringir a apresen-tação de lances em viva voz aos licitantes cuja proposta escrita for, no máximo, 20% maior que o valor da melhor proposta.

É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Por fim, destacamos que a Lei nº 11.079/04 determina que deverá ser constituída uma socieda-de de propósito específico para o objeto da concessão, incumbida de implantar e gerir o objeto da pareceria, na qual a Administração não poderá, como regra, possuir a maioria do capital votante.

Essa sociedade poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admiti-dos à negociação no mercado, devendo obedecer a padrões de governança corporativa e ado-tar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES:

1. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico-2014)

A Constituição Federal dispõe, em seu artigo 175, que ao Poder Público incumbe a pres-tação de serviços públicos “diretamente ou sob regime de permissão ou concessão”. Considerando os diversos instrumentos de gestão de serviços públicos e o disposto na Constituição Federal, é correto afirmar:

a) A prestação de serviços públicos somen-te pode se dar por meio de órgãos inte-grantes da Administração direta ou sob a forma de concessão ou permissão.

b) A prestação de serviços direta engloba as relações jurídicas contratuais que transferem a terceiros, não integrantes da Administração pública, a execução de serviços públicos.

c) Quando se trata da prestação indireta de serviços públicos se está abrangen-do as relações contratuais e disposições legais que transferem a entes integran-tes da Administração direta e indireta a titularidade e a execução de serviços públicos.

d) A execução de serviços públicos pode se dar diretamente pela Administração direta, sendo que a prestação indire-ta abrange a delegação de titularidade para se viabilizar.

e) Quando a Constituição Federal trata da execução direta de serviços públicos também contempla o desempenho por meio de autarquias criadas pelo ente ti-tular do serviço, para as quais é possível, inclusive, a delegação da titularidade.

2. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Os serviços públicos podem ser prestados direta ou indiretamente pelo Poder Público, respeitadas a titularidade e competência pre-vistas na legislação pertinente. Dentre a pos-sibilidade de execução indireta do serviço pú-blico por determinado ente está a outorga de

a) permissão de serviço público, cuja na-tureza contratual permite a delegação de titularidade e execução das atribui-ções típicas do ente político.

b) concessão de serviço público, contrato que estabelece as atribuições e condi-ções da prestação do serviço, cabendo ao contratado o desempenho adequa-do do mesmo e a responsabilidade pelo risco do negócio.

c) concessão de serviço público, ato que transfere ao privado a competência para o adequado desempenho das atri-buições, responsabilizando-se o Poder Público, no entanto, integralmente pelo risco do negócio.

d) autorização de serviço público, con-trato que delega ao privado execução do serviço público e, caso também te-nha transferido a titularidade, permite o exercício do poder de polícia antes competência do po der público.

e) permissão de serviço público, contra-to que delega ao privado execução do serviço público e, caso também tenha transferido a titularidade, permite o exercício do poder de polícia antes competência do Poder Público.

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3. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Determinada empresa privada, concessio-nária de serviços públicos, torna-se inadim-plente, deixando de prestar o serviço de administração de uma estrada do Estado do Maranhão, descumprindo o contrato firma-do e prejudicando os usuários. Neste caso, a retomada do serviço público concedido ain-da no prazo de concessão pelo Governo do Estado do Maranhão tem por escopo asse-gurar o princípio do serviço público da

a) cortesia.b) continuidade.c) modicidade.d) impessoalidade.e) atualidade.

4. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014)

Quanto aos serviços públicos é correto afir-mar que:

a) sua prestação incumbe exclusivamente ao Poder Público, sendo vedada a atua-ção da iniciativa privada no setor.

b) a atuação da iniciativa privada no setor pode se dar, na forma da lei, sob o regi-me de concessão ou permissão, hipóte-se em que o particular tem o dever de manter a prestação adequada dos servi-ços que, no entanto, não titulariza.

c) sua prestação incumbe ao Poder Públi-co, sendo possível a prestação indireta do serviço, por meio da atuação da ini-ciativa privada, necessariamente sob o regime de exclusividade.

d) a atuação da iniciativa privada no setor pode se dar, na forma da lei, sob o regi-me de concessão ou permissão, hipóte-se em que o particular tem o dever de manter a prestação adequada dos ser-viços, que passa a titularizar.

e) sua prestação pode se dar diretamen-te pelo Estado ou, na forma da lei, indi-retamente, por meio de concessão ou permissão, hipótese em que o particular está sujeito apenas às regras gerais de polícia administrativa que disciplinam todas as demais atividades econômicas.

5. (FCC – TJCE – Analista Judiciário – 2014)

Acerca do regime jurídico dos serviços pú-blicos, assinale a opção correta.

a) O Estado pode transferir, eventualmen-te, mediante contrato, a titularidade do serviço público para empresa conces-sionária ou permissionária. Nessa situa-ção, o serviço continuará sendo presta-do sob o regime de direito público.

b) A concessão de serviço público dife-re da permissão, entre outros fatores, pelo instrumento, haja vista que a con-cessão é formalizada mediante contrato e a permissão, mediante termo.

c) São princípios que regem os serviços públicos: atualidade, universalidade, continuidade, modicidade das tarifas e cortesia na prestação.

d) É vedada a subconcessão do contra-to de concessão de serviços públicos, dado seu caráter personalíssimo, con-forme expressa previsão legal.

e) Enquadram-se no conceito de serviço público apenas as atividades de ofere-cimento de utilidade ou comodidade material à coletividade que o Estado de-sempenha por si próprio, com exclusivi-dade, sob o regime de direito público.

6. (FCC – TJCE – Analista Judiciário – 2014)

No que concerne aos serviços públicos, assi-nale a opção correta.

a) Considera-se centralizada a forma de prestação de serviços públicos por meio de empresas permissionárias.

b) Serviço público uti singuli é aquele pres-tado pela administração para atender à coletividade em geral, sem destinatá-rios individuais.

c) Considera-se concessão de serviço pú-blico a delegação de sua prestação fei-ta pelo poder concedente, mediante licitação, à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desem-penho, por sua conta e risco.

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d) A possibilidade de encampação da con-cessão do serviço público decorre da aplicação do princípio da continuidade do serviço público.

e) Entre os elementos constitutivos do serviço público, há o elemento mate-rial, que diz respeito ao regime jurídico aplicável ao serviço público.

7. (FCC – TRT13 – Técnico Judiciário – 2014)

O conceito de serviço público sofreu evolu-ção desde a sua concepção original, com-portando, para sua definição, elemento subjetivo, objetivo e formal. O conceito atualmente vigente, consagrado pela Cons-tituição Federal e legislação pátria, permite afirmar que

a) a prestação de serviços públicos por particulares é vedada quando se trata de serviço de titularidade do Estado.

b) serviços públicos próprios ou exclusivos pressupõem a titularidade do Estado, admitindo, contudo, a prestação por particulares mediante concessão ou permissão.

c) apenas mediante o instituto da conces-são, condicionada à prévia licitação, ad-mite-se a prestação de serviço público por particulares.

d) o instituto da concessão transfere ao particular a titularidade do serviço pú-blico, enquanto a permissão outorga apenas a sua execução.

e) os serviços públicos não exclusivos de Estado, ou impróprios, tais como saúde e educação, podem ser explorados por particulares mediante concessão.

8. (Cespe – Câmara dos Deputados – Assessor Legislativo – 2014)

A prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou de permissão deve ser pre-cedida de licitação, sendo possível, em am-bos os regimes, a fixação, em contrato, de cláusulas exorbitantes.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

A autorização de serviço público consiste em ato unilateral, discricionário e precário, por meio do qual se delega um serviço público a um autorizatário, que o explorará, predominantemente, em benefício próprio.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Suponha que a administração pública dire-ta, após regular licitação, tenha transferido temporariamente a execução de determina-do serviço público a empresa privada. Nessa situação, está caracterizado o fenômeno da prestação de serviço público por outorga.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (FCC – TCE-CE – Auditor – 2015)

A Constituição da República estabelece uma série de competências e atribuições para o Poder Público em favor da população. A execução material dessas atividades

a) deve se dar em regime de exclusividade pelos entes federados indicados na Cons-tituição Federal, caso contrário, perdem a qualificação de serviços públicos.

b) depende de delegação à iniciativa pri-vada, a fim de garantir o volume de investimentos necessários ao bom de-sempenho, sob a forma de permissão ou concessão.

c) pode se dar em regime de exclusivida-de ou não, admitindo-se a delegação à iniciativa privada nos termos da lei, que pode autorizar a outorga da titularida-de por tempo determinado e mediante remuneração proporcional a tanto.

d) pode ser atribuída à iniciativa privada, sem prejuízo de eventual prestação di-reta, mas se estiverem sujeitos à livre iniciativa, prescindindo de delegação ou mesmo autorização, não se consubs-tanciam em serviço público.

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e) pode ser feita somente pelos entes in-tegrantes da Administração direta e in-direta, tendo em vista que deve obser-var o regime jurídico de direito público.

12. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Ao conceder serviço público, o poder públi-co concedente só transfere ao concessio-nário a execução do serviço, continuando titular do serviço concedido, o que lhe per-mite dele dispor de acordo com o interesse público.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – Antaq – 2014)

Nem toda concessão de serviço público deve ser decorrente de licitação prévia, po-rém toda concessão deve observar os prin-cípios da legalidade, da moralidade, da pu-blicidade e da igualdade.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)

As concessões de serviços públicos precedi-das de obras públicas terão de ser objeto de prévia licitação, mas as que não forem pre-cedidas das referidas obras se enquadrarão nas modalidades de dispensa de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (FCC – TCM-GO – Auditor – 2015)

Determinado Município pretende ampliar a oferta de transporte coletivo aos cidadãos, disponibilizando novas linhas de ônibus e modernizando a frota existente. Uma das alternativas juridicamente possível para atingir tal finalidade seria a outorga de

a) titularidade do serviço público de trans-porte de passageiros à empresas priva-das credenciadas, mediante autoriza-ção.

b) concessão, em caráter precário ou por prazo determinado, do serviço público de transporte de passageiros à empresa privada.

c) permissão do serviço público de trans-porte de passageiros à empresas priva-das, sempre mediante prévio procedi-mento licitatório.

d) permissão para a prestação de serviço público de transporte de passageiros, com o pagamento, pelo poder conce-dente, dos valores necessários à presta-ção do serviço.

e) titularidade do serviço público de trans-porte de passageiros a consórcio de empresas privadas, mediante prévio procedimento licitatório, para explo-ração mediante cobrança de tarifa dos usuários.

16. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

Considerando que um usuário do serviço de energia elétrica fornecido por empresa privada concessionária deixe de pagar as contas referentes aos três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos relaciona-dos a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Na situação considerada, a concessionária, pessoa jurídica de direito privado, fornece serviço público por descentralização nego-cial, mas o Estado detém a titularidade e o controle do serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

A concessão de serviço público, assim como a permissão, pode ser feita a pessoa física, jurídica, ou consórcio de empresas.

( ) Certo   ( ) Errado

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TRT-AM/RR – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

18. (Cespe – TCERN – Inspetor – 2015)

Tanto a concessão como a permissão de serviço público têm a natureza de contrato de adesão; nesse sentido, são formalizadas por contrato administrativo e não dispen-sam licitação prévia.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

O princípio da mutabilidade, que determina que o regime jurídico possa mudar para atender ao interesse público, integra o rol de princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

Considerando que um usuário do serviço de energia elétrica fornecido por empresa pri-vada concessionária deixe de pagar as contas referentes aos três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos relacionados a essa si-tuação hipotética, julgue o item a seguir.

Na hipótese considerada, em razão do inadimplemento por parte do usuário, a concessionária está autorizada a suspender o fornecimento de energia elétrica para a preservação do equilíbrio econômico-finan-ceiro do contrato de concessão, sem que isso vulnere o princípio da continuidade dos serviços públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – TRT3 – Técnico Judiciário – 2015)

O estabelecimento de tarifas reduzidas para usuários de serviços públicos, que possuem menor poder aquisitivo,

a) é legítimo e corresponde à aplicação do princípio da modicidade das tarifas.

b) viola o princípio da legalidade.

c) viola o princípio da igualdade dos usu-ários de serviços públicos, devendo o Estado promover outros meios para pri-vilegiar tais pessoas.

d) viola o princípio da flexibilidade dos meios aos fins.

e) é legítimo e corresponde à aplicação do princípio da razoabilidade e da igualda-de dos usuários.

22. (Cespe – Câmara dos Deputados/ – Consul-tor Legislativo – 2014)

O princípio da igualdade, que pressupõe a não diferenciação entre usuários na pres-tação de serviço público, é inaplicável à de-terminação legal de isenção de tarifas para idosos e deficientes.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

A remuneração do fornecimento de ener-gia pela empresa privada concessionária do serviço se dá por taxa, que possui natureza tributária.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – Câmara dos Deputados -Consultor Legislativo – 2014)

O concessionário de um serviço público é remunerado mediante o sistema de tarifas pagas pelos usuários, as quais configuram remuneração pelo serviço prestado e con-cedido pelo concedente em contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – Anatel – 2014)

O inadimplemento do concessionário, que deixa de executar total ou parcialmente ser-viço público concedido, acarreta a extinção do contrato de concessão por rescisão pro-movida pelo poder concedente.

( ) Certo   ( ) Errado

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26. (Cespe – Antaq – 2014)

Caso um serviço não seja prestado de forma adequada, segundo critérios e indicadores de qualidade definidos, poderá ser decla-rada a caducidade da concessão pelo poder concedente.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – Antaq – 2014)

A transferência de concessão, de uma concessionária para outra, pode ocorrer sem prévia anuência do poder concedente, sem implicar na caducidade da concessão.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)

Caso determinada empresa concessionária de serviços públicos preste serviços de forma deficiente, e essa deficiência seja identificada pelo poder público por meio da análise de indicadores de qualidade previamente definidos em contrato, o referido poder poderá declarar a caducidade como forma de extinção da concessão.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TCM-GO – Auditor – 2015)

Em um contrato de concessão firmado en-tre um Município e empresa privada para a exploração de serviços públicos de trans-porte de passageiros verificou-se o reitera-do descumprimento, pela concessionária, de obrigações estabelecidas contratual-mente relativas a indicadores de qualidade, conforto e pontualidade do serviço presta-do aos usuários. Diante de tal situação, o poder concedente poderá

a) declarar a caducidade da concessão, mediante prévia autorização legislativa.

b) encampar o serviço, hipótese em que a concessionária não terá direito a inde-nização por investimentos não amorti-zados.

c) decretar a intervenção no contrato, por decreto, com instauração de procedi-mento administrativo que deverá ser concluído no prazo máximo de 180 dias.

d) extinguir o contrato, por ato motivado, mediante prévia indenização à conces-sionária pelos investimentos não amor-tizados e lucros cessantes.

e) aplicar as penalidades previstas contra-tualmente, culminando com a declara-ção de encampação, caso não sanados os descumprimentos identificados.

30. (Cespe – TJDFT – Analista Judiciário – 2015)

Com base no princípio da continuidade do serviço público, a extinção da concessão, nas hipóteses previstas em lei, autoriza a imediata assunção do serviço pelo poder concedente e a utilização de todos os bens reversíveis.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. B 3. B 4. B 5. C 6. D 7. B 8. Certo 9. Certo 10. Errado 11. D 12. C 13. Errado 14. Errado 15. C 16. Certo 17. Errado 18. Certo 19. Certo 20. Certo 21. E 22. Errado 23. Errado 24. Certo 25. Errado 26. Certo 27. Certo 28. Certo 29. C 30. Certo