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Direito Administrativo Professor Marcelo Miranda [email protected] facebook.com/professormarcelomiranda

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Direito Administrativo Professor Marcelo Miranda

[email protected]

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Exercícios e revisão Nepotismo. Súmula vinculante n.13.

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Se aplica aos Agentes Políticos não eletivos?

Súmula Vinculante 21 : É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. [Informativo 505 STF]

Exercícios e revisão Administração pública em sentido AMPLO ou sentido ESTRITO.

* Critério formal ou subjetivo (orgânico): é o conjunto de órgãos e entidades que formam a estrutura do estado no exercício da função administrativa – Administração Pública. Compreende: órgãos públicos, agentes públicos, entidades da Adm Indireta.

*Critério material ou objetivo (funcional) : é a própria atividade administrativa – o “Estado executa a administração pública” – letras minúsculas.

Atividades: finalísticas, fomento (auxílio financeiro, financiamentos, benefícios e fatores fiscais), polícia administrativa, fiscalização, serviço público, intervenção administrativa (regulamenta e fiscaliza as atividades econômicas, atuação direta do Estado no domínio econômico, intervenção na propriedade privada).

Objeto do Direito Adm: estudo da função administrativa

Exercícios e revisão Direito Administrativo: conjunto harmônico de princípios que regem os órgãos e os agentes da atividade pública para a realização dos fins almejados pelo Estado de forma concreta, direta e imediata. [HLM]

HELY LOPES MEIRELLES

* Princípios (conjunto harmônico)

* Realização dos fins (não significa definir, mas realizar)

* Forma concreta / direta / imediata

Seu estudo envolve a análise ampla da função adm -> relação com outros ramos do Dir.

Natureza Jurídica: Direito Público (regula interesses públicos ou coletivos) desigualdade jurídica predominante – Estado x interesse coletivo.

Direito Privado: igualdade jurídica entre as partes (Direito Civil)

Exercícios e revisão REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

É o conjunto de normas e princípios de direito público que regulam a atuação da administração pública. Tais regras se fundamentam nos princípios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público.

O princípio da supremacia do interesse público é o fundamento dos poderes da Administração Pública. O fim máximo da sua atuação é o interesse da coletividade, mas para conseguir atingir seus objetivos DEVE ser dotada de poderes especiais.

O princípio da indisponibilidade do interesse público é o fundamento dos deveres da Administração Pública, pois a Administração pública tem o dever de NUNCA abandonar o interesse público e usar os seus poderes com a finalidade de satisfazer o interesse público que é indisponível.

Princípios do Direito Administrativo - revisão Princípio da motivação: todos os atos devem ser motivados.

Fundamentação do ato administrativo.

Motivos de fato e de direito que levaram a conduta (ato adm)

Motivação obrigatória:

Negação, limitação ou afetação de direitos ou interesses;

Imposição ou agravamento de deveres, encargos ou sanções;

Decisões em geral (concurso, processo administrativo etc);

Dispensa ou inexigibilidade de licitação;

Ato contrário a jurisprudência, parecer, laudo ou proposta;

Anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Exceção: alguns poucos atos dispensam motivação (dispensa de cargo em comissão)

Motivação per relatione

Princípios do Direito Administrativo Princípio da presunção da legitimidade e veracidade

Atos da administração pública são presumidamente legítimos;

Veracidade: certeza do fato narrado;

Legitimidade: adequado à Lei.

Consequências: o ato é administrativo é verdadeiro até que se prove o contrário.

Faz com que o ato administrativo seja auto executável

Por base neste princípio os atos administrativos gozam de:

IMPERATIVIDADE: cria a obrigação

EXIGIBILIDADE: exige a obrigação

EXECUTORIEDADE: ela mesma executa se necessário

Princípios do Direito Administrativo Princípio da razoabilidade e proporcionalidade

Essencialmente trata da adequação entre os meios e os fins almejados.

É critério de legitimidade dos atos administrativos.

Proteção contra o excesso de poder do administrador.

Subprincípios decorrentes:

ADEQUAÇÃO: meio utilizado deve ser apto para atingir o fim almejado;

MENOR INGERÊNCIA POSSÍVEL (necessidade, exigibilidade): meio menos gravoso possível

PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO ESTRITO (razoabilidade): benefícios maiores que o custo.

Princípios do Direito Administrativo Princípio da ampla defesa e contraditório

Princípio da participação e administração pública dialógica

Sempre que um processo administrativo puder resultar em sanção ou restrição de direitos.

Significa:

* o interessado (prejudicado) deve saber (ter ciência) do processo administrativo;

* pode argumentar em sua defesa, acompanhar o processo e recorrer;

Súmula Vinculante 21 : É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. [Informativo 505 STF]

Princípios do Direito Administrativo Princípio da segurança jurídica

Tem que estabelecer um mínimo de previsibilidade, confiança e grau de certeza com respeito aos direitos dos administrados.

Princípio da Especialidade

Baseado na descentralização serviço público. Especializa mas não pode se afastar dos objetivos definidos em lei e da finalidade que será sempre pública.

Princípio do Controle ou da Tutela

Para não perder a finalidade pública. Decorrência da própria especialidade.

Princípio da Auto Tutela

Controle dos seus próprios atos. Pode anular os atos ilegais. Pode revogar os inconvenientes ou inoportunos. Poder de zelar pelos bens de seu patrimônio.

Princípios do Direito Administrativo Auto tutela

• A Adm Pública tem o PODER ou o DEVER de anular os atos ilegais?

• PODER: prerrogativa de anular seus próprios atos;

• DEVER: natureza vinculada dos atos administrativos (Lei 9784/99).

Exceções quanto a obrigatoriedade de ANULAÇÃO

- Decadência

- Convalidações ou saneamento

SÚMULA 473 STF A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.

Princípios do Direito Administrativo Princípio da hierarquia: coordenação e subordinação entre os órgãos da Adm Pública.

Princípio da continuidade do serviço público:

Funções essenciais e necessárias à coletividade

Não podem ser interrompidas: segurança, saúde.

Consequências:

Vedação ao direito de greve dos servidores fora dos limites legais;

Institutos criados: suplência, delegação, substituição etc.

Possibilidades de encampação da concessão do serviço público

Impossibilidade da exceptio non adimpleti contratos

Princípio da finalidade: interesse público. Será GERAL ou ESPECÍFICA.

Desrespeito enseja: desvio de poder ou de finalidade.

Exercícios e revisão FONTES do Direito Administrativo:

* LEI (fonte primária – sentido amplo: constituição, LO, Medida. Prov., LC);

* Jurisprudência (força interpretativa e orientadora – Atenção: força vinculante das súmulas do STF – força coercitiva, fonte primária)

* Costumes (secundária - orientação da própria atividade administrativa – contra legem?)

* Princípios gerais do direito (do direito administrativo, do direito público, gerais)

* Doutrina

Exercícios e revisão Atribuição de nome de pessoas vivas a prédios e logradouros públicos:

viola a impessoalidade e configura ato de improbidade administrativa.

Segundo Miguel Reale, os princípios constitucionais da Administração Pública estão para a ciência do direito como as colunas para um edifício; são as vigas que alicerçam e sustentam a democracia.

Antes da Constituição cidadã, a Lei 6.454/77 já proibia a atribuição “de nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União, ou às pessoas jurídicas da Administração indireta”, extensiva às entidades que recebem subvenção dos cofres públicos federais.

Exercícios e revisão Funções do ESTADO:

Função de Governo X Função Administrativa

Governo: atuação superior do Estado, função política ou de governo (declarar guerra, estado de defesa, nomeação de Ministros, relações com Estados estrangeiros)

Administrativa: questões rotineiras que movimentam a máquina pública.

A função política ou de governo não é aceita por toda a doutrina, sendo considerada por muitos apenas como uma qualidade, um atributo das altas escolhas de governo, em qualquer um dos três poderes. Para os que concordam com sua existência, atos políticos são aqueles que cuidam da gestão superior da vida estatal, pressupondo decisões de âmbito muito mais político do que jurídico. Ex.: iniciativa de leis pelo chefe do Poder Executivo, a sanção, o veto, o impeachment, a decretação de calamidade pública e a declaração de guerra. Apesar do alto grau de independência com que esses atos são realizados, também estão submetidos ao controle judicial.

Poderes Administrativos Poderes e deveres do administrador público. Uso e abuso do poder

Os poderes são instrumentais.

Poder não é prerrogativa ou liberalidade.

PODER da Adm. Pública não tem nada de faculdade.

Poder-DEVER. Decorre do princípio da legalidade

São instrumentais – não facultativos – irrenunciáveis

Poderes Administrativos PODER HIERÁRQUICO

Distribuição e escalonamento das funções dos órgãos públicos - INTERNAMENTE

Engloba o poder de ORDENAR, COORDENAR, CONTROLAR e CORRIGIR

Relação de subordinação

Só está relacionado à função administrativa

Não existe hierarquia: entre os entes da Adm Pública, entre os diversos Poderes do Estado, no exercício das atividades típicas.

Consequências do poder hierárquico:

Poder de chefia;

Fiscalização e coordenação;

Revisão dos atos administrativos;

Delegação e Avocação de competências.

Poderes Administrativos Consequências do poder hierárquico

Poder de chefia: Dar ordens, poder de comando, subordinação. Ex. portaria.

Limites: ordens ilegais e/ou exorbitantes

Poder de fiscalização e coordenação: controlar a atividade dos subalternos. Fiscalizar: anular atos ilegais praticados por subordinados.

Poder de revisão dos atos adm: revisar atos praticados, revogar atos discricionários inconvenientes ou inoportunos.

Poder de delegação de competências: transferir competências.

Poder de avocação: tomar competência para si.

Hierarquia entre Administração Pública DIRETA e INDIRETA. Ex. Ministério : Autarquia

Supervisão ministerial / controle finalístico

Poderes Administrativos PODER DISCIPLINAR

Poder de apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina da administração. Poder sancionatório.

Decorre do poder hierárquico mas permite:

Punir tanto os servidores públicos quanto os particulares com vínculo.

Quanto aos servidores o P. Disciplinar é decorrência do Hierárquico.

Quanto aos particulares o P. Disciplinar não possui base na hierarquia.

O vínculo quanto aos particulares deve ser específico. O vínculo geral ao qual se submete todas as pessoas está relacionado ao poder de polícia.

Particular e a Adm. Pública

VÍNCULO ESPECÍFICO P. DISCIPLINAR

VÍNCULO GERAL P. DE POLÍCIA

Poderes Administrativos Pontos importantes sobre o PODER DISCIPLINAR:

* Responsabilidade disciplinar administrativa não exclui as demais.

* Na aplicação da sanção disciplinar: contraditório, ampla defesa, motivação

* Atuação da competência sancionatória é obrigatória (poder dever).

Crimes possíveis:

Condescendência criminosa (320 do CP)

Ato de improbidade administrativa (art. 11, II, Lei 8.429)

Poderes Administrativos PODER REGULAMENTAR

Edição de normas gerais e abstratas para regulamentar leis em sentido formal.

Atos normativos gerais e abstratos.

Exercício de função atípica do Poder Executivo.

Exemplos: órgãos de fiscalização e controle, CNJ, CNMP, agências reguladoras.

Atos normativos provenientes do poder regulamentar:

Decreto: regulamenta lei, ato do Chefe do Executivo;

Instrução normativa: complementa lei e decreto, atos dos Ministros;

Regimento: rege o funcionamento do órgão.

Resoluções: atos normativos do alto escalão do executivo.

Portarias: veicular regimentos, resoluções

Parecer normativo: ato do Chefe da Procuradoria Pública – orienta a atuação da Adm

Poderes Administrativos Regulamento autônomo:

A regra é a sua não existência por se tratar de um ato normativo primário.

Compete ao executivo: sancionar, promulgar e fazer publicar leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execução (art. 84,IV,CF).

Exceção:

Hipóteses constitucionais:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Poderes Administrativos PODER DE POLÍCIA

Pode que o Estado tem de limitar a LIBERDADE e a PROPRIEDADE

É a faculdade de condicionar, restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos visando garantia do interesse público.

Elementos:

* Limita uso da propriedade. Ex. licença para obra.

* Regula a prática ou abstenção de fato. Ex. regras de trânsito.

Formas de atuação do poder de polícia

a) ORDENS: regulação. Meio primário

b) PROIBIÇÕES: abstenção de fato. Meio primário

c) SANÇÕES: decorre da inobservância de ordens ou proibições. Meio secundário

Poderes Administrativos Poder de polícia : POLÍCIA ADMINISTRATIVA

Fundamento: supremacia do interesse público sobre o particular;

Exercício: administração direta e indireta (autarquias, fundações, agências reguladoras);

Particular pode exercer poder de polícia administrativa?

Pode ser delegado ao particular?

Delegação de atos materiais prévios e posteriores.

Atividades necessárias à execução do Poder de Polícia

Adm Pública Indireta de direito privado (SEM e EP) exercem o Poder de Polícia?

Atividade dos conselhos regionais

Poderes Administrativos

Atributos do PODER DE POLÍCIA:

* Discricionariedade (regra geral, mas não sempre assim)

* Imperatividade (não estacione!)

* Exigibilidade / coercibilidade (meios indiretos de coerção) – Ex. multa

* Auto-executoriedade (meios diretos de coerção) –

Regra: decorrente de lei permissiva com direitos de defesa mantidos Exceção: casos de urgência.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Direito Administrativo Direito Penal e Processual Penal

Incide sobre bens, direitos e atividades Pessoas

Desempenhado por vários órgãos Corporação especializada

Ilícito puramente administrativo Ilícito puramente penal

Poderes Administrativos Poder DE POLÍCIA – CONDIÇÕES DE VALIDADE

* Competência do agente

* Legalidade

* Devido Processo Legal

* Sem abuso ou desvio de poder

Poder de polícia deve ser proporcional

Poderes Administrativos PODER DISCRICIONÁRIO

Margem de liberdade do agente público

Dentro dos limites da própria LEI.

Análise da conveniência e oportunidade do ato público.

Não se confunde com a arbitrariedade

Elementos do ato administrativo:

COMPETÊNCIA, FINALIDADE, FORMA, MOTIVO e OBJETO

No MOTIVO e OBJETO encontram-se o chamado mérito administrativo

Judiciário pode analisar o mérito administrativo?

Verifica os limites de sua legalidade, sua proporcionalidade e razoabilidade.

Poderes Administrativos PODER VINCULADO

Não há qualquer margem de liberdade no exercício do ato administrativo.

Analisa-se apenas os pressupostos legais para o exercício do ato.

O agente público fica obrigado a produzir o ato nos limites e como determina a lei quando a verificação legal de sua execução for positiva

É o chamado direito subjetivo do administrado à produção de atos de seu interesse.

Poderes Administrativos ABUSO DE PODER

Abuso de poder = excesso ou desvio

EXCESSO: atuação fora dos limites de sua competência

DESVIO: finalidade diversa do previsto.

também chamado de desvio de finalidade

não admite convalidação.

ato de improbidade administrativa

Importante: PODER DEVER – o dever surge como prerrogativa, se não exercido poderá configurar omissão ilegal.

Direito Administrativo

Professor Marcelo Miranda

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