direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

99
/ PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS DOS DIREITOS À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO (DIREITO FUNDAMENTAL SOCIAL ESPECIAL DE SEGUNDA DIMENSÃO) ANTÔNIO CORDEIRO DA SILVA E-mail. [email protected] Whatsapp: (18)98131-0266

Upload: antonio-cordeiro-da-silva

Post on 11-Aug-2015

27 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

/

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”EM INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS

DOS DIREITOS À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO

(DIREITO FUNDAMENTAL SOCIAL ESPECIAL DE SEGUNDA DIMENSÃO)

ANTÔNIO CORDEIRO DA SILVAE-mail. [email protected]

Whatsapp: (18)98131-0266

Page 2: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

DIREITO FUNDAMENTAL À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O estudo dos direitos fundamentais ligado ao trabalho exercido por criança e adolescente deve levar em contra a análise conjunta de uma série de normas jurídicas, das quais é possível extrair o que aqui se convenciona denominar de Núcleo do Direito Fundamental à Profissionalização e à Proteção no Trabalho, que nada mais é do que a concentração dos princípios de direito individuas do trabalho da criança e do adolescente, que devem harmonizar-se com a finalidade de promover a tutela desse direito fundamental.

2) DISPOSITIVOS DO ECA ADEQUADOS AO SISTEMA

O ECA(Lei n. 8.069/90)traz, no capítulo V, normas específicas para alguns dos diretos fundamentais da criança e do adolescente. Desse modo, reserva os artigos 60-69 ao direito fundamental à profissionalização e a proteção no trabalho.

A partir da harmonização dos princípios do direito individual do trabalho e do direito da criança e do adolescente, é possível apresentar um quadro-resumo, que bem representa o que aqui se convencionou designar como núcleo do direito fundamental à profissionalização e à proteção no trabalho de crianças e adolescentes, que tem fundamentos de ordem cultural, moral e filosófica, nos seguintes termos:

Page 3: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

NÚCLEO DO DIREITO FUNDAMENTAL À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO

a)Todas as crianças e adolescentes possuem os mesmos direitos fundamentais dos adultos; (Art. 227, § 3º. II, da CF)b)São proibidas quaisquer normas discriminatórias contra crianças e adolescentes (Art. 7º. XXX, da CF e Orientação Jurisprudencial 26, da SDC, do TST)

c)Como são pessoas em desenvolvimento, as criança e adolescentes possuem mais direitos que adultos, direitos esses que lhe são específicos:(i)Direito ao não trabalho daqueles que possuem menos de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz a partir de catorze anos; (Art. 7º, XXXIII, da CF, Art. 2º, 3, da Convenção 138 da OIT)(ii)Proibição do trabalho noturno, perigoso, insalubre e penoso, bem como o realizado em locais prejudiciais e em horários que não permitam à frequência escolar; (Art. 7º, XXXIII, CF, Art. 403, parágrafo único, 404 e 405, § 3º, da CLT; Art. 67, I, do ECA).(iii)Duração de trabalho diferenciada; (Art. 412 a 414, da CLT)(iv)Não corre contra eles o prazo prescricional, independentemente da idade; (Art. 440, CLT)(v)Acesso à escola; (Art. 227, § 3º III, da CF e Art. 67, IV, do ECA)(vi)Apesar de não completada a maioridade, podem receber salários independentemente de assistência dos pais, porém, não podem receber verbas rescisórias. (Art. 439, da CLT).

d)Excepcionalmente, o ordenamento jurídico admite hipóteses restritivas de direitos trabalhistas, nos casos de estágio e trabalho educativo, bem como uma hipótese diferenciada de contrato de trabalho denominada aprendizagem.

Page 4: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 5: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

EXPLORAÇÃO INFANTIL SOB A CORTINA INVIOLÁVEL DO DOMICÍLIO (A CHAGA OCULTA, INVISÍVEL)

Page 6: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 7: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TERMINOLOGIA• Apesar da CLT e também o Código Civil e Penal, além de

ser largamente utilizado pela doutrina, o termo “MENOR” é considerado pejorativo, pois remete ao código de menores de 1979, que tratava crianças e adolescentes, como pessoas em situação irregular, e as faziam carregar o estigma de marginalização, delinquência e abandono o que não coaduna com os novos paradigmas invocados e trabalhados pelo ECA que prima pela proteção integral das pessoas em desenvolvimento.

• Em termos científicos e doutrinários é mais adequado uso de outras expressões, tais como “criança”, “adolescente”, “pessoas em desenvolvimento”, “infante”, “sujeitos de direitos especiais’ ou “trabalho infanto juvenil”.

Page 8: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRATAMENTO CONFERIDO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

FASES DIPLOMAS LEGISLATIVOS CORRESPONDENTES

A FASE DA ABSOLUTA INDIFERENÇA NÃO HAVIA

FASE DA MERA IMPUTAÇÃO CRIMINAL ORDENAÇÕES AFONSINAS E FILIPINAS,CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO DE 1830CÓDIGO PENAL DE 1890

FASE TUTELAR – DOUTRINA DO DIREITO DO MENOR(“expostos”, “abandonados”, “vadios”, “mendigos”, “libertinos”, etc)

CÓDIGO MELO MATTOS DE 1927. O Código Civil tratava das crianças inseridas em uma família padrão e o Código de menores atribuía ao Estado a tutela dos demais.

DOUTRIA DA SITUAÇÃO IRREGULAR= as crianças só eram tratadas se estivesse gerando problema social.

CÓDIGO DE MENORES DE 1979 substituiu as diferenças terminológicas, reunindo-as sob a mesma condição de “SITUAÇÃO IRREGULAR”,

DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRALA CF/88 e o ECA (Lei. N. 8.069/90 dispõem sobre a proteção integral e regular o direito à profissionalização e à proteção no trabalho

CF DE 1988 E ECA: O Brasil finalmente aplicou o preceituado na Declaração sobre os Direitos da Criança

Page 9: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PILARES BÁSICOS SOBRE O TEMA

1) ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFRANTIL

2) DIREITO FUNDAMENAL À PROFISSIONALIZAÇÃO E PROTEÇÃO NO TRABALHO DO ADOLESCENTE.

OBS: SE TODO ADULTO TEM DIREITO FUNDAMENTAL AO TRABALHO DIGNO E DESCENTE, TODA CRIANÇA TEM DIREITO FUNDAMENTAL E SOCIAL AO “NÃO TRABALHO” E A EDUCAÇÃO ANTES DA IDADE MÍNIMA

É PRECISO ACABAR COM O MITO DE QUE O TRABALHO É A SOLUÇÃO DE TODOS OS MALES, POIS QUANDO REALIZADO DE FORMA PRECOCE E SEM O DEVIDO PREPARO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ELE SERVE PARA PERPETUAR A MISÉRIA.

Page 10: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 11: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 12: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 13: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PENALIDADE • Não há no arcabouço jurídico brasileiro previsão de

penalidade para aquele que explora o trabalho da criança, embora projetos de lei no sentido de tipificar como crime a utilização da mão-de-obra infantil estejam em tramitação no Congresso Nacional

• O Código Penal, em seu artigo 149, tipifica como crime reduzir alguém à condição análoga à de escravo (trabalho forçado), cominando pena de reclusão de 2 a 8 anos para os infratores. No artigos 203 e 207 menciona os crimes contra a organização do trabalho (frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho; aliciar trabalhadores com o fim de levá-los de um local para outro do território nacional)

• Poderá a inobservância das regras de proteção ao trabalho da C/A implicar o ilícito penal previsto no artigo 132 do Código Penal, bastando que se comprove o perigo iminente ou crime de maus-tratos, tipificado no art. 136 do Código Penal.

Page 14: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 15: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

MITOS E VERDADESMITO: “É melhor a criança trabalhar do que ficar na rua exposta ao crime e aos maus costumes” VERDADE: Crianças e adolescentes que trabalham em condições desfavoráveis pagam com o próprio corpo, quando carregam pesos excessivos, são submetidos a ambientes nocivos à saúde, vivem nas ruas ou se entregam à exploração sexual. Não existem dados que demonstrem que o trabalho evita a criminalidade. Em São Paulo, 90% dos detentos em presídios trabalharam quando eram crianças.

MITO: “Trabalhar educa o caráter da criança; o trabalho é um valor ético e moral.” A VERDADE: a infância é tempo de formação física e psicológica; tempo de brincar e aprender. O trabalho precoce impede a frequência escolar e prejudica a formação física, psíquica e profissional da criança.

Page 16: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

MITOS E VERDADESMITO: “A causa da incorporação de crianças pelo mercado de trabalho é a precarização das relações de trabalho. O trabalho é formativo, uma escola de vida que torna o homem mais digno.”VERDADE: O trabalho precoce é deformador da infância. As longas jornadas de trabalho, as ferramentas, os utensílios e o próprio maquinário inadequado à idade resultam em vários problemas de saúde e elevação de índices de mortalidade. MITO: “O trabalho tem que ser considerado um fator positivo no caso de crianças que, dada sua situação econômica e social, vivem em condições de pobreza e de risco social” A VERDADE: Tal pensamento implica perpetuação da pobreza daquela família, ALÉM DE DISCRIMINAÇÃO ESCANCARADA

Page 17: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

Mitos e VerdadesMITO: “É uma questão de necessidade a criança ajudar na economia da

família, ajudando-a a sobreviver.” VERDADE: quando a família se torna incapaz de prover seu próprio sustento,

cabe ao Estado apoiá-la, e não à criançaMITO: “Criança desocupada na rua é sinônimo de perigo, de algo perdido,

sintoma de problema.” VERDADE: esse era o fundamento do “Código do Menor”, de 1927, que

abraçava a doutrina da situação irregular. Estamos hoje sob um novo paradigma constitucional – a doutrina da proteção integral, que entende a criança como sujeito de direitos.

MITO: “Criança que trabalha fica mais esperta, aprende a lutar pela vida e tem condição de vencer profissionalmente quando adulta.”

VERDADE: o trabalho precoce é árduo e nunca foi estágio necessário para uma vida bem-sucedida – ele não qualifica e, portanto, é inútil como mecanismo de promoção social. O trabalho exige níveis de concentração inadequados às crianças e adolescentes, tendo como consequências o estresse e depressão

Page 18: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

O DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO COMO FORMA DE ROMPER O CICLO PERVERSO, EXCLUDENTE E HEREDITÁRIO DA POBREZA e MISÉRIA

E-mail: [email protected] – Whatsap: (18)98131-0266

POBREZA TRABALHOPRECOCE

EVASÃO ESCOLAR

FALTA DE ACESSO A EDUCAÇÃO

BÁSICA

FALTA DE PROFISSIONALIZAÇÃO

SUBEMPREGO OU

DESEMPREGO

Page 19: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLISCENTE

1º)FINS SOCIAIS A QUE ELE SE DIRIGE;

2º)EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM;

3º)DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS;

4º)CONDIÇÃO PECULIAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMO PESSOAS EM DESENVOLVIMENTO. (Criança não é um adulto em miniatura)

ANTÔNIO CORDEIRO DA SILVA : e-mail:

[email protected]

Page 20: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CONCEITODE ACORDO COM O ART. 2º, CAPUT DA LEI N. 8.069/90 (ECA), criança é “a pessoa de até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos. Porém, a capacidade para o trabalho é diferente. (em ambos os casos, o Brasil adotou o critério cronológico-objetivo para definir a infância e a adolescência e capacidade laborativa)

O parágrafo único do art. 420 da CLT em tom semelhante ao art. 372, parágrafo único, do mesmo diploma legal, excetua da aplicação das normas de proteção ao trabalho os “menores” no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor.

No entanto, esta previsão deve ser interpretada restritivamente, só podendo afastar a incidência da legislação trabalhista na efetiva ausência de vínculo de emprego, por não ser a prestação de serviços feita com subordinação, mas sim no âmbito da relação familiar.

Page 21: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CRIANÇA ADOLESCENTE ADULTODE 12 A 14 ANOS DE 14 A 16 ANOS DE 16 A 18

ANOSACIMA DE 18 ANOS

REGRA NÃO PODEM TRABALHAR TRABALHO ILEGAL.ATUAÇÃO REPRESSIVA PARA COIBIR A PRÁTICA E SANEADORA PARA AFASTARA CRIANÇA

REGRA PODEM TRABALHAR COMO APRENDIZ, DEVENDO ADEQUAR AOS MOLDES DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM

REGRA PODEM EXERCER QUALQUER TRABALHO. CARÁTER REGULADOR E PROTETIVO

REGRA PODEM EXERCER QUALQUER TRABALHO, SALVO EXCEÇÕES QUE DEVIDO A PARTICULARIDADES EXIGEM IDADES SUPERIORES. COMO O VIGILANTE E OUTROS

EXCEÇÃO: TRABALHO ARTÍSTICO EM TELEVISÃO, TEATRO, CIRCO, ESPECTÁCULOS PÚBLICOS E AFINS DESDE QUE HAJA AUTORIZAÇÃO EXPEDIDA PELO JUÍZO (QUAL ?)

EXCEÇÃO: TRABALHO ARTÍSTICO EM TELEVISÃO, TEATRO, CIRCO, ESPECTÁCULOS PÚBLICOS E AFINS DESDE QUE HAJA AUTORIZAÇÃO EXPEDIDA PELO JUÍZO. (?)

EXCEÇÃO:TRABALHO, NOTURNO PERIGOSO, INSLUBRE E PENOSO.VISANDO PROTEGER A SAÚDE E A SEGURNÇA DO ADOLESCENTE

INCLUSIVE NOTURNO PERIGOSO, INSLUBRE E PENOSO.EMPRESAS (HOSPITAIS LABORATÓRIOS ETC) EM TAIS ATIVIDADES CUMPRE COTAS DE APRENDIZAGEM CONTRATANTO APRENDIZ ADULTO

Page 22: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CAPACIDADE LABORATIVAATIVIDADES COM IDADES DIFERENTES PREVISÃO LEGAL

1)PEÃO DE RODEIO- PLENAMENTE CAPAZ AO 21 ANOS. ENTRE 16 E 21 SÓ COM EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DE SEU REPRESENTANTE LEGAL

ART. 4º, CAPUT LEI N. 10.220/2001

2)VIGILANTE- IDADE MÍNIMA 21 ANOS. SEM POSSIBILIDADE DE AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO EM IDADE INFERIOR

ART. 16, II, DA LEI N. 7.102/83

3)PROPAGANDISTA E VENDEDOR DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS-IDADE MÍNIMA 18 ANOS

ART. 3º DA LEI N. 6.224/75.

4)MINAS DE SUBSOLO – IDADE MÍNIMA 21 E MÁXIMA 50 ART. 301 DA CLT

5)MÃE SOCIAL (MÃE CRECHEIRA) – IDADE MÍNIMA 25 ANOS ART. 9º, “a”, da Lei n. 7.644/87

6)MOTOBOY OU MOTOTAXISTA – IDADE MÍNIMA 21 ANOS ART. 2º, DA LEI 12.009/2009

7)JOGADOR DE FUTEBOL – 21 ANOS- ENTRE 16 E 21 COM AUTORIZAÇÃO DO REPRESENTANTE LEGAL

ART. 5º, DA LEI 6.354/1976

8)PROIBIDO O TRABALHO DOS MENORES DE 18 ANOS PARA DIVERSAS ATIVIDADES CONSTANTES DA TIP (Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil)

Decreto n. 6.481/2008, regulamentou a Conv. 182 da OIT.

Page 23: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PIORES FORMAS DE TRABALHO AOS ADOLESCENTES COM MENOS DE 18 ANOS DA CONV. 182 DA OIT

1) Na colheita de cítricos, pimenta malagueta e semelhantes;

2) Em locais de armazenamento ou de beneficiamento em que haja livre desprendimentos de poeiras de cereais e vegetais;

3) Em estábulos, cavalariças, currais, estrebarias ou pocilgas, sem condições adequadas de higienização;

4)No interior ou junto a silos de estocagem de forragem ou grãos com atmosferas tóxicas, explosivas ou com deficiência de oxigênio

5) Na extração e corte de madeira;

6)Que exijam mergulho, com o sem equipamentos;

7)Em escavações, subterrâneos, pedreiras, garimpos, minas em subsolo e a céu aberto;

8)Em locais onde haja livre desprendimento de poeiras minerais;

Page 24: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PIORES FORMAS DE TRABALHO AOS ADOLESCENTES COM MENOS DE 18 ANOS DA CONV. 182 DA OIT

9) Em salinas;

10)Na operação industrial de reciclagem de papel, plástico e metal;

11)Na industrialização de cana-de-açúcar;

12)Na produção de carvão vegetal;

13)Na fabricação de farinha de mandioca;

14)Construção civil e pesada, incluindo construção, restauração, reforma e demolição;

15)Em borracharias ou locais onde sejam feitos recapeamento ou recauchutagem de pneus;

16)Na coleta, seleção e beneficiamento de lixo;

17)Em cemitérios e artesanatos;

18)Em serviços externos, que impliquem em manuseio e porte de valores que coloquem a sua segurança (office-boys, em mensageiros, contínuos);

19)Em ruas e outros logradouros públicos (comércio ambulante guardador de carros, guardas mirins, guias turísticos, transporte de pessoas ou animais, entre outros)

20)domésticos;

Page 25: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PIORES FORMAS DE TRABALHO AOS ADOLESCENTES COM MENOS DE 18 ANOS DA CONV. 182 DA OIT

21) Ar livre, sem proteção adequada contra exposição à radiação solar, chuva, frio;22)Em espaços confinados;

23)De manutenção, limpeza, lavagem ou lubrificação de veículos, tratores, motores, componentes, máquinas ou equipamentos, em que se utilizam solventes, orgânicos ou inorgânicos, óleo diesel, desengraxantes ácidos, ou básicos ou outros produtos derivados de óleos minerais.

Page 26: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ARCABOUÇO JURÍDICOPROTEÇÃO GERAL(sistema homogêneo)

PROTEÇÃO ESPECÍFICA(sistema heterogêneo)

NORMAS INTERNCACIONAIS(TRATADOS E CONVENÇÕES)RATIFICADAS PELO BRASILQUE POR VERSAREM SOBRE DIREITOS HUMANOS TÊM ESTATOS DE NORMA SUPRALEGAL PARA STF E, FLÁVIA PIOVESAN, CANÇADO TRINDADE, NORMA FORMAL E MATERIALMENTE CONSTITUCIONAL - BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE.

DUDH-1948, Art. XXV.2IPIDESC -1966 - Art.10.3RATIFICADO EM 1992 COM CADH (PACTO)PROT SÃO SALVADOR- Art.7º “f” RATIFICADO EM 1998 - COM A ADESAO A JURISDIÇÃO DA CORTE INTERAMERICANA DH.

CISDC 1989 (Promulgada Dec. 99.710/90)

CONVENÇOES DA OIT: N. 6 (Trabalho Noturno dos Menores na Indústria);138 E SUA RECOMENDAÇÃO 146 da OIT (Idade mínima para a admissão no emprego);182 DA OIT E RECOMENDAÇÃO 190 (Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para a Sua Eliminação);

PRINCÍPIOS DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, VEDAÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL

Proteção integral (e seus subprincípios) e Prioridade absoluta.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 7º XXX (não discriminação em razão da idade); Art.205(parte final - qualificação para o trabalho).

Art. 7º XXXIII(idade) e Art. 227 (tríplice responsabilização – Família, Sociedade e Estado – Direito à Profissionalização)

Page 27: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL

Art. 3º ao 6ª -ECA, CLT

Art. 60 a 69 e 149 do ECA, Art. 402 a 445 da CLT; art. 16 da Lei 12. 852/2013(Estatuto da Juventude manda aplicar o ECA).

LEGISLAÇÃO INFRALEGAL

Decreto 5598/2005 - APRENDIZAGEMInstrução Normativa n.77/09 do MTE

JURISPRUDÊNCIA DO TST

ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 26- SDC SALÁRIO NORMATIVOOs empregados menores não podem ser discriminados em cláusula que fixa salário mínimo profissional para a categoria.

Page 28: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NO BRASILSUPRACONSTITUCIONAL TESE ainda Não consagrada no Brasil. Celso Albulquerque Melo.

CONSTITUCIONAL Nos termos do § 3º do art. 5º da CF, material e formal

SUPRALEGAL Abaixo da CF mas acima da lei. Gilmar Mendes STF RE 466.343.

LEGAL Somente os tratados comuns ou tradicionais

DUPLA COMPATIBILIDADE VERTICAL NAS NORMA INFERIORES CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE E CONTROLE JURISDICIONAL DE CONVENCIONALIDADE FORMAM UM BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIALDIREITO DE SEGUNDA DIMENSÃODIREITO DE PRESTAÇÃO MATERIAL : (direito social por excelência que visam atenuar as desigualdades de fato na sociedade . Implica em um “facere” do Estado.Eficácia vertical, Horizontal e Diagonal.APLICAÇÃO PROGRESSIVA (PROGRAMÁTICA AO LONGO DO TEMPO) AS NORMAS INTERNACIONAIS CRIAM UM PATAMAR MÍNIMO PARA DIGNIDADE HUMANA CABENDO OS ESTADOS IR ALÉM AVANÇAR NA NORMATIZAÇÃO INTERNA COMO FEZ O BRASIL COM A EC 20/1998 AUMENTANTO A IDADE MÍNIMA. –PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO SOCIAL.(ART. 5º, §2º E 7º, Caput da CF/88)CONVENÇÕES DA OIT: SÃO TRATADOS MULTILATERAIS ABERTOS E VINCULAM QUEM RATIFICA

Page 29: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

SISTEMA HOMOGÊNEO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

SISTEMA QUE TUTELA OS DIREITOS DE TODOS OS SERES HUMANOS INDISTINTAMENTE COMO UMA UNIVERSALIDADE E NÃO UM GRUPO ESPECÍFICO COMO AS CRIANÇAS.SISTEMA INTERNACIONAL GLOBAL 1) DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS – 1948Art. XXV-2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social(Resolução-diretiva, não vincula)2) PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔNICOS, SOCIAIS E CULTURAIS- PIDESC.(PACTO DE NOVA IORQUE DE 1966 RATIFICADO EM 1992 Prom. Dec 591/92).Art. 10.3. Deve-se adotar medidas especiais de proteção e de assistência em prol de todas as crianças e adolescentes, sem distinção alguma por motivo de filiação ou qualquer outra condição. Devem se proteger as crianças e adolescentes contra a exploração econômica e social. O emprego de crianças e adolescentes em trabalhos que lhes sejam nocivos à moral e à saúde ou que lhes façam correr perigo de vida, ou ainda que lhes venham a prejudicar o desenvolvimento normal, será punido por lei. Os Estados devem também estabelecer limites de idade sob os quais fique proibido e punido por lei o emprego assalariado de mão-de-obra infantil. (Tem aplicação progressiva, devendo os Estados dispor do máximo dos recursos disponíveis para a sua realização, vedado o retrocesso social permitido o ativismo judicial ou neoconstitucinalismo (Constituição Federal , Art. 5º, §1º - aplicação imediata)

Page 30: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

SISTEMA HOMOGÊNEO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

SISTEMA INTERAMERICANO PROTOCOLO ADICIONAL À CONV. AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS EM MATÉRIA DE DIREITOS ECONÔMICOS SOCIAIS E CULTURAIS– 1998. (PROT. DE SÃO SALVADOR)Art. 7º f. Proibição de trabalho noturno em atividades insalubres ou perigosas para os menores de 18 anos e, em geral, de todo trabalho que possa por em perigo sua saúde, segurança ou moral. Quando se tratar de menores de 16 anos, a jornada de trabalho deverá subordinar-se às disposições sobre ensino obrigatório e, em nenhum caso, poderá constituir impedimentos à assistência escolar ou limitação para beneficiar-se da instrução recebida.

Page 31: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

SISTEMA HETEROGÊNEO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTESA COMUNIDADE INTERNACIONAL, POR MEIO DE VÁRIOS DOCUMENTOS, VISA PROTEÇÃO ESPECIFICA DA CRIANÇA E ADOLESCENTE RECONHECENDO A VULNERABILIDADE DO INFANTE COMO PESSOA EM ESTÁGIO PECULIAR DE DESENVOLVIMENTO.PRINCIPAIS DOCUMENTOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO AO INFANTECONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA DE 1989 (Promulgada pelo Decreto n. 99.710/90. - PRINCIPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL Art. 2º .2. Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar a proteção da criança contra toda forma de discriminação ou castigo por causa da condição, das atividades, ou das crenças de seus pais, representantes legais ou familiares.Art. 23.1.Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à educação e, a fim de ela possa exercer progressivamente e em igualdade de condições esse direito, deverão especialmente:b – estimular o desenvolvimento do ensino secundario em suas diferentes formas, inclusive o insino geral e profissionalizante...d- tornar a informação e a orientação educacionais e profissionais disponiveis e acesseveis a todas as crianças.

Page 32: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CONVENÇÃO 138 DA OIT- IDADE MÍNIMA (DECRETO 4134, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2002)

Art. 2º 3. A idade mínima fixada.... não será inferior à idade de conclusão da escolaridade obrigatória ou, em qualquer hipótese, não inferior a quinze anos.4. Não obstante o disposto no parágrafo 3 deste artigo, o Pais-membro, cuja economia e condições de ensino não estiverem suficientemente desenvolvidas, poderá, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores concernentes, se as houver, definir, inicialmente, uma idade mínima de quatorze anos.Art.7º1. As leis ou regulamentos poderão permitir o emprego ou trabalho a pessoas entre treze e quinze anos em serviços leves que:a)Não prejudique a saúde ou desenvolvimento;b)Não prejudique sua frequência escolar, sua participação em programas de orientação vocacional ou de treinamento aprovados pela autoridade competente ou sua capacidade de se beneficiar da instrução recebida.

Page 33: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

OUTRAS CONVENÇÕESCONVENÇÃO N. 6 DA OIT (Trabalho Noturno dos Menores na Indústria)

CONVENÇÃO N. 16 DA OIT (Exame médico de menores no Trabalho Marítimo)

CONVENÇÃO N. 124 DA OIT (Exame Médico dos adolescentes para o Trabalho Subterrâneo mas Minas);

CONVENÇÃO 182 DA OIT (Convenção Sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para a Sua Eliminação);

RECOMENDAÇÃO 190 DA OIT (Convenção Sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para a Sua Eliminação);

Page 34: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

SISTEMA VALORATIVO DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

POSTULADO NORMATIVO

METAPRINCÍPIO

PRINCÍPIOS DERIVADOS (DESDOBRAMENTO DO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL)

INTERESSE

SUPERIOR

DA CRIANÇA

E

DO

ADOLESCENTE

Proteção integral(significa amparocompleto em todos os ramos do direito e em todas as áreas da vida)Na seara trabalhista, além da proteção conferida aos trabalhadores em geral, ser-lhe-á devotada proteção especial e integral e necessariamente reforçada com uma carga ainda mais intensa. Consagrando a desigualdade jurídica.

1)Princípio da cidadania. Parcial. Votar aos 16 anos.

2)Princípio do bem comum (profissionalização e o preparo adequado para ingresso no mercado de trabalho para o futuro melhor.

3)Princípio da Condição Peculiar da Pessoa em Desenvolvimento(desigualdade de tratamento para que se promova a igualdade material, substancial)

4)Princípio do atendimento Prioritário. Preterição até dos adultos em seu favor.

5)Princípio da Ação Paritária (a politica de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, por meio de um conjunto articulado de ações gov. e não gov. e repres. da sociedade civil– Art. 86 do ECA – Conselhos de Direitos exerce função – Art. 88, II – ECA

6) Princípio da Proteção Especial ao Trabalho e à Educação do Adolescente com Deficiência (Art. 227, § 1º, II, da CF/88 - Criação de programas de prevenção especializado quanto à educação e ao TRABALHO, Art. 66 ECA trabalho protegido ao adolescente com deficiência.

Page 35: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANAIngo Wolfgang Sarlet conceitua a dignidade da pessoa humana como:... a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para um vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.

Page 36: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃOArt 205 CF/88 – A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art 227 – CF/88: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, o respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-lo a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Art 69 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente: O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção ao trabalho , observados os seguintes aspectos, entre outros:a) – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;b) – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Page 37: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CAPACIDADE LABORATIVAMENORES DE 14 ANOS DOS 14 A 16 ENTRE 16 EA 18 ANOS

ABSOLUTAMENTE INCAPAZTRABALHO PROIBIDO NÃO ILÍCITOEM REGRA, NÃO PODE HAVER AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA O TRABALHO, SALVO TRABALHO ARTÍSTICO NOS TERMOS DO ART. 8º DA CONV.138 DA OIT. E PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA

SOMENTE COMO APRENDIZ

Pela leitura sistemática interna do Art. 406, da CLT, conduz a convicção de que a possibilidade de concessão da autorização judicial para trabalho de “menores” em teatros, cinemas, boates, estabelecimentos similares ou empresas circenses NÃO É GENÉRICA. Contempla apenas adolescentes com idade igual ou superior a 14 anos. (art. 402 da CLT).

TEM PLENA CAPACIDADE LABORAL, SALVO ATIVIDADES, NOTURNAS, INSALUBRE, PERIGOSAS E PENOSA (Art. 67 ECA) EM ALGUMAS ATIVIDADES EM LGISLAÇÃO ESPARSA COMO VISTO ANTES.

APLICAÇÃO PLENA DA TEORIA TRABALHISTA DAS NULIDADESInviabilidade de devolução do status quo ante. Inadmissibilidade do enriquecimento ilícito do infrator. CONTRATO NULO MAIS EFICAZ. EFEITOS “EX-NUNC” . DIF.DIREITO CIVIL .

Page 38: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

Teoria Trabalhista das Nulidades

“Nulidade é a consequência jurídica prevista para ato praticado em desconfirmidade com a lei que o rege, que consiste na supressão dos efeitos jurídicos que ele se destinava a produzir.”

No Direito Civil o ato eivado de nulidade deve ser suprimido do mundo sociojurídico, retornando as partes ao status quo ante. Nas hipóteses de nulidade absoluta a regra é a retroação da decretação da nulidade, com efeito ex tunc.

No Direito do Trabalho vigora a regra geral da irretroação da nulidade decretada, dando-se efeito ex nunc à decretação judicial da nulidade percebida. Inviabiliza-se, apenas, novas repercussões jurídicas, respeitando-se as situações já vivenciadas

Page 39: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

Fatores trabalhistas peculiares

• A completa apropriação do trabalho pelo tomador de serviços só poderá ser equilibrada com o reconhecimento de direitos trabalhistas ao prestador

• Inviabilidade de reposição da situação: trabalho já prestado e seu já valor transferido

• Prevalência do valor-trabalho conferido pela ordem jurídica

Page 40: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

NECESSIDADE DE HARMONIZAÇÃO ENTRE TRABALHO E ESCOLA

• PRESCREVE A CLT SER DEVER DOS RESPONSÁVEIS LEGAIS NÃO PERMITIR AOS SEUS FILHOS OU TUTELADOS A CONTRATAÇÃO EM EMPREGOS QUE DIMINUAM CONSIDERAVELMENTE SEU TEMPO DE ESTUDO (ART. 424) IMPONDO AINDA, AO EMPREGADOR, A CONCESSÃO DO “TEMPO QUE FOR NECESSÁRIO PARA A FREQUÊNCIA ÀS AULAS (ART. 427)

Page 41: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TRABALHO EM REGIME FAMILIAR• NÃO CONFIGURA VÍNCULO EMPREGATÍCIOO Parágrafo Único do Art 402 da CLT exclui do âmbito de aplicação do Capítulo que trata da proteção conferida ao trabalhador adolescente, aqueles que prestem serviços em oficinas, nas quais trabalhem exclusivamente pessoas de sua família. Tal previsão decorre do exercício do poder familiar, que confere aos pais o direito de, dentre outras coisas, dirigir a criação e educação dos filhos, exigindo que estes lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição (art. 1.634, I e VII CCB.

Não é permitido trabalho noturno, perigoso, insalubre ou penoso ou locais prejudiciais à moralidade do adolescente.

Aplica-se as restrições de duração de jornada previstas nos art. 411 a 414 da CLT.

Page 42: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ATIVIDADES E LOCAIS PREJUDICIAIS (Art. 405 da CLT 1) EM LOCAIS PREJUDICIAIS À SUA FORMAÇÃO

2)EM LOCAIS PREJUDICIAIS AO SEU DESENVONVIMENTO FÍSICO, PSÍQUICO, MORAL E SOCIAL;

3)EM HORÁRIOS E LOCAIS QUE NÃO PERMITAM A FREQUÊNCIA À ESCOLA;

4)PRESTADO DE QUALQUER MODO EM TEATROS DE REVISTAS, CINEMAS BOATES, CASSINOS, CABARÉS, “DANDINGS” E ESTABELECIMENTOS ANÁLOGOS;

5)EM EMPRESAS CIRCENSES, EM FUNÇÕES DE ACROBATA, SALTIMBANCO, GINASTA E OUTRAS SEMELHANTES;

6)DE PRODUÇÃO, COMPOSIÇÃO, ENTREGA OU VENDA DE ESCRITOS, IMPRESSOS, CARTAZES, DESENHOS, GRAVURAS, PINTURAS, EMBLEMAS, IMAGENS E QUAIQUER OUTROS OBJETOS QUE POSSAM, A JUÍZO DA AUTORIDADE COMPETENTE, PREJUDICAR SUA FORMAÇÃO MORAL;

7)CONSISTENTE NA VENDA, A VAREJO, DE BEBIDAS ALCÓLICAS.

Proibido o trabalho do adolescente que demande força muscular superior a 20 quilos, se contínuo, ou 25 quilos, se ocasional; (Art. 405, § 5º c/c Art. 390 CLT). O descumprimento gera RESCISÃO INDIRETA – art. 483, “a” da CLT – forem exigidos serviços superiores a suas forças, defeso por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato.

Page 43: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

JORNADA DE TRABALHO PARA O ADOLESCENTE8 HORAS DIÁRIAS E 44 HORAS SEMANAIS

É VEDADA A PRESTAÇÃO DE JORNADA SUPLEMENTAR (HORAS EXTRAS), EXCETO:

1) ATÉ DUAS HORAS, INDEPENDENTEMENTE DE ACRESCIMO SALARIAL, MEDIANTE CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVO, DESDE QUE O EXCESSO DE HORAS EM UM DIA SEJA DOMPENSADO PELA DIMINUIÇÃO EM OUTRO, DE MODE A SER OBSERVADO O LIMÍTE MÁXIMO DE 44 HORAS SEMANAIS OU OUTRO INFERIOR (não pode haver compensação anual (banco de horas) em nem acordo individual de compensação);

Art. 412CLT

2)EXCEPCIONALMENTE, POR MOTIVO DE FORÇA MAIOR, ATÉ O MÁXIMO DE 12(DOZE) HORAS, COM ACRESCIMO SALARIAS DE, PELO MENOS, 50% SOBRE A HORA NORMAL E DESDE QUE O TRABALHO DO MENOR SEJA IMPRESCINDÍVEL AO FUNCIONAMENTO DO ESTABELECIMENTO. (admite 2 horas extras excepcionais)

EM CASO DE PRORROGAÇÃO DO HORÁRIO NORMAL, SERÁ OBRIGATÓRIO UM DESCANSO DE 15 MINUTOS NO MÍNIMO, ANTES DO PERÍODO EXTRAORDINÁRIO DO TRABALHO.

Art. 413Par. ÚnicoCLT

JORNADAS SOMADAS = QUANDO O MENOR DE 18 ANOS FOR EMPREGADO EM MAIS DE UM ESTABELECIMENTO, AS HORAS DE TRABALHO EM CADA UM SERÃO SOMADAS (se o adolescente trabalha em jornada de seis horas em um empregador,só pode mais duas em outro empregador)

Art. 414CLT

Page 44: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

FÉRIAS DO ADOLESCENTEAOS MENORES DE 18 ANOS E AOS MAIORES DE 50 ANOS DE IDADE, AS FÉRIAS SERÃO SEMPRE CONCEDIDAS DE UMA SÓ VEZ (SEM FRACIONAMENTO)

Art. 134§ 2ª, da CLT

O EMPREGADO ESTUDANTE, MENOR DE 18 ANOS, TERÁ DIREITO A FAZER COINCIDIR AS FÉRIAS COM AS FÉRIAS ESCOLARES

Art. 136, § 2º, da CLT

Page 45: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PRESCRIÇÃO TRABALHISTA (Art. 440 CLT) CONTRA OS MENORES DE 18 ANOS NÃO CORRE NENHUM PRAZO DE PRESCRIÇÃO (Há uma causa impeditiva da contagem do prazo prescricional, mas nada obsta que a criança ou adolescente, por meio de seus assistentes ou representantes, ajuíze ação trabalhista).Porém, em se tratando de direitos trabalhistas transmitidos aos “menores” herdeiros, em razão de morte do empregado maior, SUSPENDE o prazo prescricional até que eles atinjam maioridade.

Page 46: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO

Page 47: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

O QUE É ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA?

Está intrinsecamente relacionada à persistente vulneração dos direitos sociais.É a forma mais grave de exploração do ser humano e não atenta apenas contra os princípios e direitos fundamentais do trabalho, afrontando também os mais elementares direitos humanos, como a vida, a liberdade e a dignidade do trabalhador.

FORMAS):1)TRABALHO FORÇADO OU OBRIGATÓRIO2)SERVIDÃO POR DÍVIDA (TRUCK SISTEM)3)JORNADA EXAUSTIVA (NÃO RELACIONADO AO TEMPO)4)TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES

O trabalho degradante é aquele que não observa as normas de segurança e medicina de trabalho, sujeitando o trabalhador a situações péssimas de moradia, higiene, alimentação, riscos ergométricos etc.

Page 48: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TRABALHO ESCRAVO INFANTIL• Nos aspectos culturais, que lamentavelmente “coisificam” essas pessoas,

apartadas de suas condições inafastáveis de seres humanos e tratadas como mercadorias. Ainda há, no Brasil, uma cultura de que “para pobre qualquer coisa basta” e que “é melhor a criança pobre estar trabalhando do que estar roubando”. São mitos tão arraigados, que enfrentamos mentalidades desse viés até por parte de alguns servidores públicos ou alguns colegas aqui da Pós-Graduação. Mas não é a camada social do indivíduo que determina os seus direitos! Qualquer criança, independente da sua situação econômica, tem direito ao lazer, à educação, à proteção da família, da sociedade e do Estado. As vicissitudes vivenciadas por determinada família não podem gerar essa flexibilização perversa, que só atinge exatamente as pessoas em condições mais vulneráveis. Toda criança ou adolescente brasileiro tem direito ao “não” trabalho: crianças têm direito à educação e os adolescentes, a partir dos 14 anos, à profissionalização. O trabalho precoce, desassistido dos aspectos protetivos que devem envolver nossos infantes, só estimula a precarização e o desemprego ou subemprego futuro desses cidadãos.

Page 49: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CORTE DE CANA

Page 50: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ADOLESCENTES NA CARVOARIA

Page 51: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ADOLESCENTE NA FARINHEIRA

Page 52: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 53: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CONVENÇÃO SOBRE A

ESCRAVIDÃO DA LIGA DAS

NAÇÕES

Art. 2º. As altas partes se

compromente:

b) a promover a abolição

completa da escravidão sob todas as suas

formas progressivament

e e logo que possível

CONVENÇÃO 29 DA OIT

Art. 2ª Para fins desta convenção, a

expressão “trabalho forçado

ou obrigatório” designará todo

trabalho ou serviço exigido de um indivíduo sob

ameaça de qualquer

penalidade e para o qual ele não se

ofereceu de espontânea vontade

DECLARAÇÃO UNIVERSAL

DOS DIREITOS HUMANOS

Art. IVNinguém será mantido em

escravidão ou servidão, a

escravidão e ao tráfico de

escravos serão proibidos na forma da lei

CONVENÇÃO SUPLEMENTAR

SOBRE ABOLIÇÃO DA

ESCRAVATURA, DO TRÁFICO DE

ESCRAVOS E DAS

INSTITUIÇÕES E PRÁTICAS

ANÁLOGAS À ESCRAVATURA

CONVENÇÃO 105 DA OITArt. 1º. Quaquer membro da OIT que ratifique a

presente convenção se compromete a

suprimir o trabalho forçado ou

obrigatório, e a não recorrer ao mesmo de forma alguma

b) Como método de mobilização de

mão-de-obra para fins de

desenvolvimento econômico

CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE

SAN JOSÉ DA COSTA RICA) – Ratificado em

1992 pelo Brasil

Art. 6º 2. Ninguém deve ser

constrangido a executar trabalho

forçado ou obrigatório.

PROTOCOLO DE

PALERMO

1926

1930

1948

1956

2000

1957

1969

Page 54: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CRIME ART. 149 DO CP – REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO (PLÁGIO –

Direito Romano)

• Art.149. Reduzir alguém a condição

análoga à de escravo, quer

submetendo-o a trabalhos forçados

ou a jornada exaustiva, quer

sujeitando-o a condições

degradantes de trabalho, quer

restringindo, por qualquer meio, sua

locomoção em razão de dívida

contraída com o empregador ou

preposto:

• PENA: reclusão, de dois a oito anos,

e multa, além da pena

correspondente à violência.

• PARÁGRAFO 1º - Nas mesmas penas

incorre quem:

• I – cerceia o uso de qualquer meio de

transporte por parte do trabalhador,

com o fim de retê-lo no local de

trabalho;

• II – mantém vigilância ostensiva no

local de trabalho ou se apodera de

documentos ou objetos pessoais do

trabalhador, com o fim de retê-lo no

local de trabalho.

Page 55: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CAUSA DE AUMENTO DE PENA

• PARÁGRAFO 2º - A pena é aumentada de

metade, se o crime é cometido:

• I – contra criança ou adolescente;

II – por motivo de preconceito de raça,

cor, etnia, religião ou origem.

Page 56: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CRIME CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL – Art. 149- ofende também a dignidade do trabalhadorSete ATOS que compõem a conduta caracterizadora do crime de REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANALOGA À DE ESCRAVO:1) Submeter o trabalhador a trabalhos forçados; (caput)2) Submeter o trabalhador a jornadas exaustivas; ; (caput)3) Sujeitar o trabalhador a condições degradantes de trabalho; 4) Restringir a locomoção do trabalhador em razão de dívidas;5) Cercear o uso de meio de transporte do trabalhador com a

finalidade de retê-lo no local de trabalho; (§1º art. 149 forma equiparada)

6) Manter vigilância ostensiva no local de trabalho com a finalidade de reter o trabalhador no local de trabalho; (idem)

7) Apoderar-se de documentos ou objetos pessoais do trabalhador com a finalidade de retê-lo no local de trabalho. (idem)Desse modo, qualquer uma das sete condutas previstas caracteriza o crime.

Page 57: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CLASSIFICAÇÃOCRIME COMUM (QUALQUER PESSOA PODE COMETER)CRIME DOLOSO (elemento subjetivo do tipo - não admite a forma culposa).CRIME SIMPLES (UM SÓ BEM JURÍDICO É TUTELADO : O STATUS LIBERTATIS-A LIBERDADECRIME PERMANENTE(A CONSUMAÇÃO SE PROLONGA NO TEMPO POR VONTADE DO AGENTE)CRIME MATERIAL (exige resultado naturalístico- consistente no cerceamento de liberdade ou situação abusiva ou degradante da atividade laboral)CRIME UNISUBJETIVO (PRATICADO EM REGRA POR UMA PESSOA)CRIME COMISSIVO (REGRA)CRIME PLURISSUBSISTENTE(CONDUTA COMPOSTA POR VÁRIOS ATOS)CRIME COMISSIVO OU OMISSIVO IMPRÓPRIO, CRIME DE DANO AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.ADMITE TENTATIVA.NÃO SE EXIGE ESCRAVIDÃO, MAS CONDIÇÃO SEMELHANTE A ESSA (escravo – elemento normativo do tipo.)

Page 58: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CRIME CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHOArt. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:I - A exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias.PENA: Detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.(INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO)CLASSIFICAÇÃOCRIME COMUMCRIME MATERIALCRIME DOLOSOCRIME DE FORMA LIVRECRIME UNISUBJETIVOCRIME PLURISUBSISTENTE (REGRA)CRIME PERMANTEADMITE TENTATIVACONCURSO MATERIAL OBRIGATÓRIO (PENA DO ART. 197 + PENA CORRESPONDENTE AO CRIME PROVOCADO PELA VIOLÊNCIA)AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

Page 59: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

EC 81 DE 05 DE JUNHO DE 2014• Art.243. As propriedades

rurais e urbanas de qualquer

região do Pais onde forem

localizadas culturas ilegais

de plantas pscotróticas ou a

exploração de trabalho

escravo na forma da lei,

serão expropriados e

destinadas à reforma agrária

e a programas de habitação

popular sem qualquer

indenização ao proprietário

em e sem prejuízos de

outras sanções previstas em

lei, observado no que

couber, o disposto no art. 5º.

Parágrafo ùnico. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrênccia do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e de éxploração de trabalho escravo , será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.

Page 60: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

Trabalho Educativo• O ECA ainda prevê mais uma forma de trabalho, o

TRABALHO EDUCATIVO (art. 68)

• Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.

• § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.

• § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

Grandes polêmicas: lei regulamentadora ainda inexistente. Projetos sendo alvos de ferrenhas críticas por desvirtuarem o caráter educativo e elevarem o cunho produtivo, facilitando a materialização de fraudes e novas formas de precarização dos contratos de trabalho

Page 61: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TRABALHO EDUCATIVO, CONTRATO DE APRENDIZAGEM E DO ESTÁGIO

TRABALHO EDUCATIVO (Art. 68 ECA)

CONTRATO DE APRENDIZAGEM (Art. 7º XXXIII da CF; Art. 424 a 433 da CLT);Instrum.justiça social

CONTRATO DE ESTÁGIO (Lei n. 11.788/2008)

ESSENCIAL E PREVALENTEMENTE

EDUCACIONAL, AUSÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Atividade desemprenhada em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. Visa a educação da criança.

EMINENTEMENTE EMPREGATÍCIO E TAMBÉM EDUCACIONAL

ESPÉCIES:a) Aprendizagem Empresarial;b) Aprendizagem Escolar de

Formação Profissional.É a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor (Art. 62 e 63 do ECA)Ofício p/ exercer uma profissão.Figura do adolescente aprendiz (prioritário) e adulto aprendiz este em atividades noturnas insalubres, perigosas e penosas.

PREVALENTEMENTE EDUCACIONALÉ o ato educativo supervisionado no ambiente de trabalho que visa a preparação para o trabalho produtivo.ESPÉCIES:a) Estágio Obrigatório

(GRATUITO-BOLSA É MERA LIBERALIDADE)

b) Estágio não obrigatório (TEM DIREITO A BOLSA AUXÍLIO)

Page 62: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CONCEITO E ESPÉCIES DE APRENDIZAGEMCONCEITO DA CLT ART. 428

APRENDIZAGEM EMPRESARIAL

APRENDIZAGEM ESCOLAR DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL (ART. 431 CLT)

A APRENDIZAGEM CONFIGURA-SE POR UM CONTRATO DE TRABALHO ESPECIAL, AJUSTADO POR ESCRITO E POR PRAZO DETERMINADO, EM QUE O EMPREGADOR SE COMPROMETE A ASSEGURAR AO MAIOR DE 14 ANOS E MENOR DE 24 ANOS INSCRITO EM PROGRAMA DE APRENDIZAGEM FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL METÓDICA, COMPATÍVEL COM O SEU DESENVOLVIMENTO FÍSICO, MORAL E PSICOLÓGICO, E O APRENDIZ, A EXECUTAR COM ZELO E DILIGÊNCIA AS TAREFAS NECESSÁRIAS A ESSA FORMAÇÃO

TRATA-SE DA MODALIDADE MAIS COMUM DE APRENDIZAGEM, QUE SE REFERE A SITUAÇÃO EM QUE O ADOLESCENTE OU JOVEM DESENVOLVE SUA ATIVIDADE DE FORMAÇÃO TECNICO-PROFISSIONAL NO ÂMBITO DE UMA EMPRESA E QUE GERA A PROTEÇÃO NORMALMENE CONFERIDA AO TRABALHO EM REGIME REGULAR COM VÍNCULO TRABALHISTA ENTRE O APRENDIZ E A EMPRESA.

TRATA-SEDA HIPÓTESE EM QUE A APRENDIZAGEM SE REALIZA NO ÂMBITO DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS (ART. 430, II, DA CLT), QUE TENHAM POR OBJETIVO A ASSISTÊNCIA AO ADOLESCENTE E À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, REGISTRADAS NO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FORMANDO VÍNCULO COM A ENTIDADE E NÃO COM A TOMADORA DOS SERVIÇOS. EX. GUARDA-MIRIM E CASA DO PEQUENO TRABALHADOR

Page 63: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

MEDIDA AFIRMATIVA DE APRENDIZES EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE TRABALHADORES POR ESTABELECIMENTO (Art. 429 da CLT) Art. 12 Dec.5598/05 exclui da BC temporáriosO ART. 429 DA CLT DETERMINA QUE OS ESTABELECIMENTOS DE QUALQUER NATUREZA SÃO OBRIGADOS A EMPREGAR E MATRICULAR NOS CURSOS DOS SERVIÇOS NACIONAIS DE APRENDIZAGEM (SENAC, SENAI, SENAT E SENAR) NÚMERO DE APRENDIZES EQUIVALENTES A

5% NO MÍNIMO 15% NO MÁXIMODOS TRABALHADORES EXISTENTES EM CADA ESTABELECIMENTO, CUJAS FUNÇÕES DEMANDEM FORMAÇÃO PROFISSIONAL.FRAÇÕES DE UNIDADE, NO CÁLCULO PERCENTUAL DARÃO LUGAR À ADMISSÃO DE 1 APRENDIZ (Art. 429, § 1º da CLT). Adm.direta, autárquica e fundacional regulamento específico Art. 16, Par. Único Dec.5598/05); adm indireta processo seletivo ou por entidades sem fins lucrativos

ESTES LIMITES – MÁXIMO E MÍNIMO – DE APRENDIZES SÓ SÃO VÁLIDOS PARA A APRENDIZAGEM EMPRESARIAL, POIS, CONFORME ENUNCIA O § 1º-A, TAMBÉM DO ART. 429 DA CLT, ELES SE APLICAM APENAS QUANDO O EMPREGADOR FOR ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS, QUE TENHA POR OBJETIVO A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Art. 14 Dec. Ficam dispensados ME e EPP, entidades sem fins lucrativos de ed. Profissional. Terceirizado serão incluídos na BC do PRESTADOR, exclusivamente (Art. 12 Par. Único Decreto 5598/05)

Page 64: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CINCO REQUISITOS DA APRENDIZAGEM

I) Anotação na CTPS, salvo art. 16 Decreto 5598/05 (administração direta e indireta com terceirização)II) Matrícula e frequência do aprendiz na escola de ensino regulariii) Inscrição no programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica;iv) Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescentev)Horário especial para exercício de atividades.

Page 65: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

DIREITOS DO APRENDIZ).

a) Remuneração. Tem direito, com garantia do salário-mínimo hora (Art. 428, § da CLT)

b)Certificado de Qualificação Profissional(Art. 430, § 2º, da CLT).

Fornecido aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem com aproveitamento.

c) Demais Direitos Trabalhistas e Previdenciários (Art. 65, do ECA).

Estão todos garantidos, a despeito da proteção especial.

d) Direito à alíquota de 2% a título de FGTS (Art. 15, §7º, da Lei n. 8.036/90).Atrativo.

Enquanto para os demais trabalhadores a alíquota é de 8%.

Page 66: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

JORNADA DO APRENDIZATÉ 6 HORAS REGRA

ATÉ 8 HORAS

(ART. 432 DA CLT)

PARA O APRENDIZ QUE JÁ COMPLETOU O ENSINO FUNDAMENTAL, SE NA JORNADA FOREM COMPUTADAS AS HORAS DESTINADAS À APRENDIZAGEM TEÓRICA

Page 67: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM (Art. 433)A) NORMALMENTE B) ANTECIPADAMENTE

i)No seu termo (até 2 anos); i) Por desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;

ii)Quando o aprendiz completar 24 anos (ressalvada a hipótese do aprendiz com deficiência).

ii) Pela prática de falta disciplinar grave (cf. art. 493 da CLT, ou seja,, a prática de qualquer dos fatos que se refere o art. 482, da CLT, quando por sua repetição ou natureza representarem séria violação dos deveres e obrigações do aprendiz);

iii) Pela ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo;

iv) A pedido do aprendiz.

O aprendiz só pode ser dispensado nas hipóteses do art. 433 da CLT. É uma ESTABILIDADE RELATIVA (pode ser dispensado também por outros motivos diferentes da falta grave); PROVISÓRIA (perdura até o fim do curso de aprendizagem); PERSONALÍSSIMA (protege o interesse pessoal do aprendiz); e OPE LEGIS OU OPE IURIS (não exige inquérito judicial prévio). NÃO EXISTE O DIREITO POTESTATIVO DO EMPREGADOR . Se houver despedida imotivada cabe REINTEGRAÇÃO DO APRENDIZ

Page 68: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

REQUISITOS DO ESTÁGIO (Art. 3º da Lei n. 11.788/2008)

i) Matrícula e frequência regular do educando na rede de ensino em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial, e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;

ii) Celebração do termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino;

iii) Compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso;

iv) Acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios de atividades de aprendizagem (que devem ser apresentados no mínimo a cada 6 meses), e por menção de aprovação final.

Page 69: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

QUANTIDADE DE ESTAGIÁRIOS EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE EMPREGADOS

Art. 17 da Lei n. 11.788/2008 (Lei de Estágio)

Se o cálculo resultar em fração poderá haver arredondamento para o número inteiro imediatamente superior.

NÚMERO DE EMPREGADOS NÚMERO DE ESTAGIÁRIOS

1 A 5 1

6 A 10 2

11 A 25 5

ACIMA 25 (VINTE E SEIS EM DIANTE) ATÉ 20%

Page 70: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

• JORNADA DE ATIVIDADE DE ESTÁGIO

Art. 7º, da Lei 11.788/2008 (Lei de Estágio)

JORNADA DE TRABALHO

ATIVIDADE ESCOLAR

4 h/dia e 20 h/semanais

educação especial e dos anos finais do ensino médio, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos

6h/dia e 30 h/semanais Ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.

40 horas semanais Cursos que alteram teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de Ensino.

Page 71: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

DIREITOS DO ESTAGIÁRIOa)Remuneração Só é obrigatória na hipótese de estágio

não obrigatório, quando também será devido o auxílio-transporte.

b) Recesso 30 dias, para o estagio com duração de ao menos um ano, gozado preferencialmente no período de férias (podendo ser proporcional)

c) Saúde e Segurança Aplica-se ao estagiário à legislação relacionada à Saúde e segurança no trabalho.

d) Direitos Previdenciários O estagiário poderá inscrever-se e contribuir na qualidade de segurado facultativo.

Page 72: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

12 DIFERENÇAS ENTRE APRENDIZAGEM E ESTÁGIOAPRENDIZAGEM ESTÁGIO

1)VÍNCULO EMPREGATÍCIO SIM-CONTRATO ESPECIAL NÃO-(MESMO COM OS REQUISITOS, SALVO FRAUDE)

2)PARTES ENVOLVIDAS APRENDIZ E EMPREGADOR ESTAGIÁRIO, INSTITUIÇÃO DE ENSINO, TOMADOR DE SERVIÇOS E AGENTE DE INTEGRAÇÂO(acompanha)

3)ATIVIDADE EXERCIDA FORMAÇÃO TECNICO-PROFISSIONAL

ATO EDUCATIVO ESCOLAR SUPERVISIONADO

4)REMUNERAÇÃO OBRIGATÓRIA (salário mínimo hora)

OBRIGATÓRIA SOMENTE PARA O ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO. (BOLSA-AUX.)

5)JORNADA ATÉ 6 HORAS DIÁRIAS(regra), PODENDO SER DE OITO HORAS DIÁRIAS (exceção)

20, 30 ou 40 HORAS SEMANAIS (conforme o nível de escolaridade e dinâmica de ensino)

6)FÉRIAS E RECESSO FÉRIAS SEGUNDO REGRAS NORMAIS DA CLT

RECESSO DE 30 DIAS APÓS 1 ANO DE ESTÁGIO (podendo ser proporcional).

Page 73: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

08)ANOTAÇÃO NA CTPS OBRIGATÓRIA FACULTATIVA (mas não na parte referente a contratos de trabalho).

09)DEMAIS DIREITOS TRABALHISTAS

Aplicam-se as normas de saúde e segurança no trabalho

Aplicam-se as normas de saúde e segurança no trabalho

10)DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS

SIM INSCRIÇAO FACULTATIVA PELO ESTAGIÁRIO

11) IDADE 14 a 24 anos, salvo pessoa com deficiência sem limite de idade e a duração do contrato pode ser superior

Não existe idade mínima prevista, mas deve decorrer do tipo de cursoRES CNE 01/2004 16 ANOS.

12) ADESÃO PELO TOMADOR OBRIGATÓRIA (FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE)

FACULTATIVA

07)INSTRUMENTO DE FORMALIZAÇÃO

CONTRATO DE TRABALHO TERMO DE COMPROMISSO

APRENDIZAGEM ESTÁGIO

Page 74: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PROTEÇÃO AO TRABALHADOR ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA APROVADA PELO DECRETO LEGISLATIVO 186 DE 2008 E PROMULGADA PELO DEC. 6.949/2009

O Brasil é signatário da Convenção Internacional Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, promulgada por meio do Dec. 6.949/2009, observado o procedimento previsto no § 3º, do art. 5º, da Constituição Federal, de modo que a norma ingressou no ordenamento jurídico brasileiro com status de emenda constitucional. Em seu art. 3º prevê entre outros os seguintes PRINCÍPIOS:b) A não discriminação;e) Igualdade de oportunidades;Art. 27. Os Estados Partes salvaguardarão e promoverão a realização do direito ao trabalho adotando medidas com o fim de, entre outros:b) Proteger os direitos das pessoas com deficiência, em condições de igualdade com as demais pessoas, às condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo iguais oportunidades e igual remuneração por trabalho de igual valor, condições seguras e salubres de trabalho, além de reparação de injustiças e proteção contra o assédio no trabalho.

Page 75: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

LEGISLAÇÃO NACIONAL: Art. 7º, inciso XXXI, da CF/88

Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência.Art. 66 do ECA:Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.• LEI N. 7.853 de 24 de outubro de 1989.• DISPÕE SOBRE APOIO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA• Art. 8º CONSTITUI CRIME PUNÍVEL COM RECLUSÃO DE

UM A QUATRO ANOS, E MULTA:• III – negar, sem justa causa, a alguém, por motivos

derivados de sua deficiência, emprego ou trabalho

Page 76: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 77: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 78: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 79: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 80: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

MEDIDA AFIRMATIVA (COTAS)

• Art. 93. da Lei 8.213/91 (LEI DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS)

• A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

I Até 200 (duzentos) empregados 2%

II De 201 a 500 3%

III De 501 a 1000 4%

IV De 1001 em diante 5%

Page 81: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

§ 1º do Art. 93, da Lei 8.213/91 – LEI DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final do contrato por prazo determinado de mais de 90 dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante.

DISPENSA PROTEGIDA – ESTABILIDADE PROVISÓRIA

Page 82: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 83: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ECA – Conselhos Tutelares e Rede de Proteção• Para garantir a efetividade dos direitos constitucionalmente assegurados, o

ECA criou o “Sistema de Garantia de Direitos” que em suma constitui -se numa “Rede” integrada por diversos entes públicos e privados e conselhos de controle social que devem agir articuladamente cada qual dentro de sua competência legal e “monitorados” e “controlados” pelo controle social dos conselhos de direitos, atuantes junto às três esferas de poder.

• Deve-se, portanto, afastar visões restritivas quanto ao sistema de garantia de direitos, que consideram que este só seria composto pelos conselhos tutelares e de Direitos, pelo Ministério Público e pela Autoridade judicial, para que toda a sociedade posso fazer parte da rede de proteção contra o trabalho infantil e em prol dos direitos humanos.

• O ECA não restringe, tanto que ao definir a política de atendimento, determina que esta seja realizada através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a serem desenvolvidas por órgãos articulados e coordenados. A obrigação de garantir os direitos da C/A é de responsabilidade da família, da sociedade e do Estado. Todos os envolvidos na defesa dos direitos de C/A pertencem a esta “REDE”.

Page 84: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

Conselhos Tutelares - Prática• Pela análise do arcabouço de competências e atribuições, o Conselho

Tutelar diante de uma denúncia de trabalho infantil deverá notificar o empregador da C/A com menos de 16 anos para apresentá-la, e caso o empregador atenda a notificação, determinar o afastamento “imediato” do trabalho, devendo ser pago à C/A todos os direitos trabalhistas pelo tempo trabalhado.

• O Conselho Tutelar deverá, em seguida, encaminhar a C/A aos pais ou responsáveis mediante “termo de responsabilidade”, como forma de “medida de proteção”, garantindo-lhe a matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental e a sua inclusão no PETI e em programa comunitário ou oficial de auxílio à Família, à Criança e ao Adolescente, como exemplo o Bolsa Família, se existente no município e atendidos os requisitos do programa.

• Caso sua notificação para a apresentação e afastamento imediato do trabalho não surta a efetividade esperada, o Conselho Tutelar deverá alternadamente ou cumulativamente representar junto à autoridade judiciária e encaminhar ao Ministério Público notícia de fato.

Page 85: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CONSELHOS TUTELARES (ART. 131 A 144 DO ECA) ÓRGÃO SEM PERSON. JURÍDICA

CONSELHOS DE DIREITOS DA CRIANÇA (Art. 88, II do) ECA- ÓRGÃO SEM PERSON. JURÍDICA

ÓRGÃO PERMANENTE E AUTÔNOMO, NÃO JURISDICIONAL ENCARREGADO DE ZELAR PELO CUMPRIMENTO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ART. 131)

PARTICIPAÇÃO NA FORMULAÇÃO E DELIBERAÇÃO DAS POLÍTICAS E NO CONTROLE DAS AÇÕES EM TODOS OS NÍVEIS, NOS TERMOS DO ART. 214, GERIR OS VALORES DAS MULTAS REVERTIDAS AO FUNDO (MEU) CADA CONSELHO POSSUI UM FUNDO .

EXISTE TÃO SOMENTE NA ESFERA MUNICIPAL PELO MENOS 1 POR MUNICÍPIO.

EXISTE NAS ESFERAS FEDERAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS. SÓ UM EM CADA ENTE

COMPOSTO POR CINCO MEMBROS ELEITOS PELO POVO, PARA MANDATO DE QUATRO ANOS, PERMITIDA UMA RECONDUÇÃO TAMBÉM POR ELEIÇÃO. 1ª DOMINGO DO MÊS DE OUTUBRO DO ANO SUBSEQUENTE AO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL (EM TODO BRASIL). POSSE 10 DE JANEIRO SEGUINTE

COMPOSTO POR REPRESENTANTES DA SOCIEDADE – POR MEIO DE ORGANIZAÇÕES REPRESENTATIVAS, ELEITAS PARA TANTO – E DO GOVERNO. PRINCÍPIOS DA PARIDADE (IGUALDADE DE REPRESENTAÇÃO – GOVERNO E SOCIEDADE CIVIL) E DA DELIBERAÇÃO( DECISÕES VINCULATIVAS PELA ADM. PUBLICA)

CONSELHEIROS DEVEM SER REMUNERADOS. (FÉRIAS, GRAT. NATALINA, COB. PREV. LIC. MAT E PAT) - EXERCE FUNÇÃO HONOFÍFICA

CONSELHEIROS NÃO PODEM SER REMUNERADOS. FUNÇÃO DELIBERATIVA.

Page 86: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL-PETI

É um programa do governo brasileiro, instituído no ano de 1996, sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com o objetivo de erradicar o trabalho infantil, englobando crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos em situação de trabalho, com prioridade para as suas piores formas.O Peti, em sua atual concepção, faz parte do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e integra-se com o Programa Bolsa-Família.As duas ações específicas do Programa são: i) concessão da Bolsa Criança Cidadã às famílias, paga mensalmente, como forma de complementação da renda familiar para retirada das crianças e dos adolescentes do trabalho; ii)a execução da jornada ampliada, em horário extraescolar, que objetiva realizar ações socioeducativas, por meio de atividades esportivas, culturais, lúdicas, de convivência e de reforço escolar.Valores: R$25,00 para área rural e R$40,00 para área urbana.

Page 87: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1
Page 88: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - MPTParticipa das operações do (GEFM - GRUPO ESPECIAL DE FISCALIZAÇÃO MÓVEL)

Atuação extrajudicial

Audiências públicas, Investigações por meio de Inquérito Civil e proposição de termos de ajuste de conduta (TACs), inclusão de adolescentes egressos de ato infracional no sistema de aprendizagem.

Atuação judicial

Ingressa com Ações

Cautelares, Civil Pública

e Execução.

Page 89: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

ATUAÇÃO DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOSLEI COMPLEMENTAR 75/93 (LOMPU)Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho:V – propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes da relação de trabalho.

As atribuições outorgadas pelos sistema jurídico ao MPE e ao MPT não são conflitantes ou exclusivas, mas convergentes e complementares, em relação aos campos de iniciativas e responsabilização, por força do que, em prol dos direitos a tutelar, sempre que possível, haverá atuação concertada entre os ramos, que pode ocorrer inclusive em conjunto, com os seguintes objetivos:Expedir recomendação, instaurar inquérito civil, realizar audiências, inclusive de caráter público e realizar inspeção e ajuizar ACP, em litisconsórcio ativo (art. 5º, § 5º, da Lei 7.347/85; art. 210, § 1º, do ECA)

Page 90: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

COMISSÃO NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL-CONAETI

CRIADA POR MEIO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, PELA PORTARIA 365 DE 12 DE SETEMBRO DE 2002.TEM COMPOSIÇÃO QUADRIPARTITE, QUE ENVOLVE ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS (ENTRE OS QUAIS MTE (COORDENADOR), MPT E 13 MINISTÉRIOS) E DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS (OIT, UNICEF) REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES (UNIÃO GERAL DO TRABALHADORES, CUT), DOS EMPREGADORES E SOCIEDADE CIVIL.ALÉM DA ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL, VERIFICA A CONFORMIDADE DAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DO TRABALHO 138 (IDADE MÍNIMA ) E 182 (PIORES FORMAS) COM OUTROS DIPLOMAS LEGAIS VIGENTES, ELABORANDO PROPOSTAS PARA A REGULAMENTAÇÃO DE AMBAS E PARA AS ADEQUAÇÕES PORVENTURA NECESSÁRIAS.

Page 91: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

PROTEÇÃO DO TRABALHO ADOLESCENTE

Uma política pública ideal de emprego do adolescente brasileiro deveria ser composta de três parâmetros:a) fazer parte de uma política do emprego em geral, em que se privilegie o trabalho do adulto pai de família com salário digno;b) ser integrante de outras políticas que visem a saúde, a educação, o lazer, a escola e o convívio familiar;c) “lugar de criança é na escola” : antes de 16 anos – políticas públicas que levem à eliminação do trabalho infantil – dar à criança o direito de ser criança e a seus pais condições econômicas de não “empurrá-las” para o trabalho.

Page 92: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

QUESTÕES POLÊMICAS1ª) O CC 2002 ALTEROU A CAPACIDADE LABORATIVA DA CLT?

2) A EMANCIPAÇÃO PELO CASAMENTO DO CC ALTEROU AS REGRAS DA CLT? MENOR DE 18 ANOS PODE TRABALHAR EM ATIVIDADE NOTURNAS, INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS?3) TRABALHO INFANTIL ARTÍSTICO NO TEATRO, CIRCO E TELEVISÃO (ATORES MIRINS -APARENTE COLISÃO DE DIREITOS ENTRE OS ARTIGOS 5º, inciso IX –livre expressão da atividade intelectual e artística e o Art. 7ª XXXIII -proibição do trabalho ao menor de 16 anos, salvo aprendiz a partir dos 14 anos – DIREITO AO NÃO TRABALHO ).4) DE QUEM É A COMPETÊNCIA PARA (DES)AUTORIZAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL? JUIZADO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE OU JUIZADO ESPECIAL INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DA JUISTIÇA DO TRABALHO – JEIA? ART. 149, I, “e”, e II, “a”, do ECA, Art. 406, da CLT.

Page 93: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

EMANCIPAÇÃO CCB-2002 E CLT VERTENTES DOUTRINÁRIAS

• 1ª)MINORITÁRIA: Atualmente quem trata de emancipação é o CCB 2002 norma posterior que revogou os dispositivos da CLT (art. 2º §2º LINDB);

• 2ª)INTERMEDIARIA: Os aspectos protetivos ligados à integridade física (saúde, segurança e medicina do trabalho) não foram revogados. Porém, aspectos formais como prescrição, dar recibo de quitação, ajuizar ação trabalhistas foram revogados pelo CCB;

• 3ª) MAJORITÁRIA: A capacidade laborativa é norma especial que se mantém integral (princípio da especialidade) e não foi revogada pelo CCB-2002 que é uma norma geral.

Page 94: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

TRABALHO ARTÍSTICO-INFANTIL PONDERAÇÃO DE VALORES

• Pondera-se aqueles valores constitucionais aparentemente contraditórios, com base em princípios de hermenêutica constitucional. A tarefa do intérprete será a de coordenar e combinar bens jurídicos em conflito, evitando o sacrifício total de uns em detrimento de outros, isto é, o mister será o de estabelecer limites e condicionamentos recíprocos de modo a se conseguir aquela harmonização ou concordância prática.

• É possível a realização de trabalho ou emprego artístico por menores, desde que seja assegurado o direito à proteção integral garantido pela Constituição, o que é feito através da observação dos limites impostos pela legislação em vigor. Dessa forma, compatibilizam-se os direitos fundamentais previstos nos artigos 5º, IX, e 7º, XXXIII, da Carta Magna, sem que haja prevalência de um desses direitos em face do outro, resolvendo-se o aparente conflito.

Page 95: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

• Entende-se que o ordenamento jurídico brasileiro, em conjunto com os dispositivos internacionais recepcionados, permissionam o trabalho artístico infantil, desde que obedecidos os limites postos na própria lei. A Convenção 138 da OIT traz parâmetros bastantes razoáveis para a permissão do trabalho artístico infantil, devendo ser analisada em conjunto com o art. 403 da CLT e 67 do Estatuto da criança e do Adolescente, que estabelecem situações em que o trabalho do menor não pode ser realizado. Ademais, o art. 149, II, “a” e “b” também estabelece situações em que é possível a realização do trabalho artístico infantil

• Nesse mister, então, e com base no princípio da máxima efetividade e menor restrição, em especial daquelas normas relacionadas à Liberdade - defendidos pela melhor doutrina - vê-se que não existe proibição de trabalho infantil artístico, mas sim limitações, as quais devem ser fixadas também considerando o princípio da proporcionalidade o principio da necessidade

Page 96: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

CONVENÇÃO 138 DA OIT ART. 8º1-A autoridade competente, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores concernentes, se as houver, poderá, mediante licenças concedidas em casos individuais, permitir exceções para a proibição de emprego ou trabalho provida no art. 2º desta Convenção, para finalidade como a participação em representações artísticas.2-Licenças dessa natureza limitarão o número de horas de duração do emprego ou trabalho e estabelecerão as condições em que é permitido.

Page 97: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

STJ - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL E DO TRABALHO.ALVARÁ JUDICIAL. AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO DE MENOR DE IDADE.1. O pedido de alvará para autorização de trabalho a menor de idadeé de conteúdo nitidamente civil e se enquadra no procedimento dejurisdição voluntária, inexistindo debate sobre qualquercontrovérsia decorrente de relação de trabalho, PREVISTAS NOS INCISOS DO ART.114 CF NOVA REDAÇÃO QUE LHE DEU A EC 45/2004. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DEDIREITO até porque a relaçãode trabalho somente será instaurada após a autorização judicial pretendida.

Page 98: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

A redação do artigo 406 da CLT, que atribui ao juiz da Vara da Infância e da Juventude a responsabilidade para autorizar o trabalho do menor, não pode se sobrepor ao disposto no artigo 114, inciso I, da Constituição, alterado pela Emenda Constitucional de nº 45/2004, que estabeleceu a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar todas as causas oriundas das relações de trabalho.Afirmar a competência material da Justiça do Trabalho para conhecer e decidir sobre autorização para trabalho de criança e do adolescente, nos termos do artigo 114, I, da Constituição Federal, com a redação que lhe deu a Emenda Constitucional 45/2004, seja ante a natureza da pretensão (labor subordinado em favor de outrem, passível, em tese, de configurar relação de trabalho), seja ante a notória e desejável especialização da matéria;

Page 99: Direito à profissionalização e à proteção no trabalho1

FIMInstrua a criança no caminho em que deve andar,

e mesmo quando crescer,não se desviará deles. 

Provérbios 22:6

OBRGADO E QUE DEUS OS ABENÇOE.

ANTONIO CORDEIRO DA SILVA

CONTATOS:E-MAIL:[email protected]

E-mail: [email protected] 18 98131-0266