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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 374 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Novembro de 2020 | Preço 4,00 Euros Há uma Rota com vinhos do Dão e Petiscos Livro ‘Viseu à Prova’ apresentado em Conferencia Internacional Padrões alimentares dos portugueses são insustentáveis Projeto Rede Tramontana III vence Grande Prémio Europa Nostra E a pegada alimentar?

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    w w w. g a z e ta r u r a l . c o m

    Director: José Luís Ara

    újo | N.º 374 | Periodic

    idade Quinzenal | 15 d

    e Novembro de 2020 |

    Preço 4,00 Euros

    • Há uma Rota com vinhos do

    Dão e Petiscos

    • Livro ‘Viseu à Prova’ aprese

    ntado em Conferencia Intern

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    rtugueses são insustentávei

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    • Projeto Rede Tramontana II

    I vence Grande Prémio Europa

    Nostra

    E a pegada alimentar?

  • Ficha técnica

    ano XVi | n.º 374Periodicidade: Quinzenal

    Director: José Luís araújo (cP n.º 4803 a)E-mail: [email protected] | 968 044 320

    Editor: classe Média c. S. Unipessoal, LdaSede: Lourosa de cima - 3500-891 Viseu

    Redacção: Luís PachecoOpinião: Luís Serpa | Jorge Farromba

    Júlio Sá Rego | Gabriel costaDepartamento comercial: Luís cruz

    Sede de Redacção: Lourosa de cima3500-891 Viseu | telefone: 232 436 400

    E-mail : [email protected]: www.gazetarural.com

    icS: inscrição nº 124546Propriedade:

    classe Média - comunicação e Serviços, Unip. Ldaadministrador: José Luís araújo

    Sede: Lourosa de cima - 3500-891 Viseucapital Social: 5000 Euros

    cRc Viseu Registo nº 5471 | niF 507 021 339Detentor de 100% do capital Social:

    José Luís araújoDep. Legal n.º 215914/04

    Execução Gráfica: Liliana VazImpresão: Novelgráfica, Lda

    R. cap. Salomão, 121 - Viseu | tel. 232 411 299Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

    tiragem Média Mensal: 2000 exemplaresnota: Os textos de opinião publicados

    são da responsabilidade dos seus autores.

    04 Produtos europeus com indicação geográfica protegidos contra uso indevido na china05 Há uma Rota com vinhos do Dão e Petiscos06 câmara de Portalegre organiza Quinzena Enogastronómica07 Livro ‘Viseu à Prova’ apresentado em conferencia internacional09 alcobaça Edição Especial Doces & Licores conventuais10 Projeto quer recuperar o legado gastronómico das aldeias históricas12 Padrões alimentares dos portugueses são insustentáveis18 Centro Interpretativo do Vinho de Talha já abriu ao público em Vila de Frades22 Projeto Rede tramontana iii vence Grande Prémio Europa nostra24 Webinar luso-espanhol conclui que “Extensivo” deve ser marca conjunta de qualidade26 Ministro do ambiente diz que o interior não pode ser um território abandonado28 Guarda candidata castanheiro de Guilhafonso a árvore do ano 202130 Eurodeputados defendem investimento em atividades sustentáveis32 Ovinos de raça churra da terra Quente33 Município de Sátão promove terceira edição do concurso de Montras de natal34 taGUS reforça o apelo à oferta de produtos locais neste natal35 CIM Viseu Dão Lafões lançou site de promoção turística36 Bragança recebe festival de conteúdo inteligente38 Opinião de Pedro Baila antunes: alterações Globais: abrUPtas e disrUP-tivas - Novos andamentos

    Gazeta Rural com site

    renovado e presente

    no Sapoapesar do período difícil que atravessamos, a Gazeta Rural tem procurado melhorar a forma

    de chegar aos leitores, apostando nas plataformas di-gitais de forma direta ou indirecta.

    Neste sentido, renovámos o site, apostámos nas redes sociais e fomos dos primeiros órgãos de co-municação social a ser parceiros da Sapo Voz, a nova plataforma do maior portal nacional.

    Vivemos um tempo diferente, em que a comuni-cação social tem grandes desafios pela frente, no-meadamente da forma como se aproxima dos seus leitores.

    É nesse sentido que vai a nossa aposta. Para além da renovação do site, estamos cada vez mais presen-tes das redes socais, mas também com parcerias com outros órgãos de comunicação social, como é o caso da ligação com a antena Livre, a rádio que emite de Gouveia para toda a região centro.

    José Luís Araújo

    Editorial

    No Sapo: em https://www.sapo.pt/parceiro/gazeta-rural

    Visite-nos em https://www.gazetarural.com/

    https://www.sapo.pt/parceiro/gazeta-ruralhttps://www.gazetarural.com/

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    O Parlamento Europeu aprovou o acordo entre a União Europeia e a China que protege a denominação de 200 indicações geográficas alimentares europeias e chinesas da contrafação.

    O acordo assinado em Setembro de 2020 obteve 645 votos a favor, 22 contra e 18 abstenções. Este acordo assegura que uma centena de produtos europeus com indicação geográfica estará protegida na China contra imitações e uso indevido do nome do produto.

    Entre esses produtos, figuram várias especialidades portuguesas, como os vinhos do alentejo, do Dão, do Douro, o vinho Verde, o vi-nho do Porto e a Pêra Rocha do Oeste. Entre outras especialidades europeias, constam também o Feta, Münchener Bier, Polska Wódka e Queso Manchego. Como contrapartida, uma centena de produtos chineses usufruirá também de igual proteção no espaço europeu. Os eurodeputados aprovaram ainda a extensão do acordo para que este possa abranger 175 produtos europeus e chineses nos próximos quatro anos.

    Estimular a confiança

    O Parlamento Europeu felicitou o acordo, descrevendo-o como um “importante exercício de construção de confiança” durante as negociações que ainda decorrem entre a UE e a china com vista a um acordo de investimento bilateral. Concomitantemente expres-sou os seus receios acerca das práticas de distorção de mercado empregues pelas empresas estatais chinesas, das transferências

    forçadas de tecnologia e de outras práticas comerciais injustas.

    O Parlamento Europeu manifestou ainda a sua preocu-pação face aos relatos de exploração e detenção de uigu-res em fábricas na china.

    Relativamente ao acordo, o relator Iuliu Winkler (PPE, RO) afirmou que “este é o primeiro acordo económico e comercial alguma vez assinado com a china e por isso tem um valor simbólico e confiança acrescidos. Este acordo pro-mete incentivar as exportações agroalimentares europeias para a china, que valiam já 14,5 mil milhões de euros em 2019. é também uma boa medida de ambição por parte da china em proteger, de forma mais robusta, os direitos de propriedade intelectual. Obtida a aprovação do Parlamento, o conselho terá agora de adotar o acordo para que este possa entrar em vigor no início de 2021.

    Em 2019, a china era o terceiro maior importador de pro-dutos com indicações geográficas da UE, incluindo vinhos, bebidas espirituosas e produtos agroalimentares. no entanto, em 2018 e 2019, 80% dos produtos contrafeitos e pirateados apreendidos na UE tinham origem na China, causando prejuízos no valor de 60 mil milhões de euros aos fornecedores europeus, refere a proposta de resolução.

    a Rota Dão e Petiscos, que durará um mês, tem como objetivo “estimular o consumidor a fre-quentar responsavelmente a restauração”, afirmou o di-retor executivo da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Pedro Mendonça.

    Os adeptos do petisco podem percorrer a Rota de 15 de novembro a 15 de Dezembro. cada restaurante desen-volveu um petisco e juntou-lhe um copo de vinho do Dão e, caso os consumidores partilhem a sua experiência nas redes sociais, ficam habilitados a prémios. O preço é con-vidativo e custa apenas 4,5 euros. Esta rota foi uma forma encontrada pela cVR Dão, em parceria com a associação da hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (ahRESP), o Turismo Centro de Portugal e a Viseu Marca, para estimular o aumento das vendas e fidelizar clientes, numa época de crise para o setor, devido à covid-19. Mais de metade dos restaurantes que integram a Rota Dão e Petiscos pertencem ao concelho de Viseu.

    “A Rota Dão & Petiscos tem como objetivo valorizar os es-tabelecimentos na região demarcada, promover a oferta do vinho do Dão e da gastronomia local e, por sua vez, atrair os consumidores ao comércio local”, explicou arlindo cunha, pre-sidente da cVR Dão. Por outro lado, “esta é uma forma de con-

    tinuar a promover os vinhos do Dão num ano atípico, devido à pandemia, que apresentou vários desafios aos produtores da região”.

    Já o presidente da câmara de Viseu, almeida henriques, esclareceu que não se trata de uma festa, mas sim de “um sinal de resiliência”, num mo-mento “muito complexo e difícil”, que ninguém sabe quanto tempo vai durar. “não estamos a promover uma festa. não haja aqui um equívoco”, frisou, explicando que esta é uma forma de ajudar os restaurantes que “querem continuar abertos e manter os seus postos de trabalho”.

    na sua opinião, “a vida é feita de equilíbrios” e, apesar de terem de se “cumprir à risca as orientações do Governo e da Direção-geral da Saú-de”, há que tentar ajudar as empresas para que não fechem portas. “Es-tamos a dar um sinal de resistência e de responsabilidade, que é dizer à sociedade que, independentemente das situações muito difíceis que estamos a viver, não nos conformamos e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para salvar empregos e a economia”, acrescentou.

    O vice-presidente da ahRESP, Jorge Loureiro, destacou a impor-tância desta iniciativa “quem vem ajudar o setor, num momento em que este atravessa um momento muito difícil”. Já Pedro Machado, presidente da turismo centro de Portugal, sinalizou a resiliência do setor, alavancado por este tipo de iniciativas que minimizam as difi-culdades que nesta altura atravessam.

    Nomeadamente vinhos do Alentejo, do Dão, do Douro, do Porto, Verde e Pêra Rocha

    Produtos europeus com indicação geográfica protegidos contra uso indevido na China

    Produtos europeus com indicação geográfica como os vinhos do Alentejo, do Dão, do Douro, o vinho Verde, o vinho do Porto, a Pêra

    Rocha do Oeste, Feta e Queso Manchego passam a ser protegidos contra o uso indevido de nome e a imitação na China. A atenção centra-se agora nas negociações com vista a um acordo bilateral de investimento.

    Em cerca de 70 restaurantes de 17 concelhos

    Há uma Rota com vinhos do Dão e PetiscosHarmonizar um petisco com um copo de vinho do Dão é a proposta da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, que vai decorrer

    durante um mês em cerca de 70 restaurantes da região que aderiram à iniciativa

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    De 9 de novembro a 6 de dezembro, em 13 restaurantes do concelho

    Quinzena Enogastronómica promove gastronomia e vinhos de Portalegre

    Está a decorrer até 6 de Dezembro, nos restaurantes do concelho de Por-talegre, uma quinzena enogastronómica que tem como objetivo de divulgar os estabelecimentos de restauração do concelho e de os incentivar a te-rem, nas suas ementas, os excelentes vinhos de Portalegre.

    ao desafio da Câmara de Portalegre responderam positivamente 13 restaurantes (11 da cidade e 2 de freguesias rurais), onde poderão ser degustados os sabores tradicionais da região, acompanhados na emen-ta dos mais variados néctares, provenientes de oito das adegas de Porta-legre, como brancos, tintos e reserva, que ilustram o carácter único das vinhas velhas da Serra de S. Mamede.

    Entre as deliciosas entradas, sopas e pratos principais oferecidos nesta quinzena aos comensais, destacam-se as linguiças, farinheiras e presun-tos da região, as tradicionais sopas de cachola e de tomate com toucinho Frito e, para o prato principal, as inevitáveis Migas à alentejana com car-nes fritas, o Pernil no Forno, o Ensopado de Borrego, os nacos de Vitela em molho tinto, o Cachaço Assado no Forno com Castanhas, o Lombelo de touro Bravo e muitos outros pratos de fazer crescer água na boca.

    Esta quinzena é uma oportunidade para, em plena segurança e cum-prindo todas as recomendações emanadas pelas autoridades de saú-de, se poder desfrutar de dois dos patrimónios imateriais mais ricos de Portalegre, como são a gastronomia, - única, saborosa e com o ca-ráter milenar dos seus pratos especiais, - e os vinhos, - diversos e com o sabor resultante das castas que crescem e desabrocham no nosso “terroir” muito especial.

    Esta iniciativa está integrada nas comemorações do Dia Mundial do Enoturismo e engloba também este ano um Tour Enoturístico de Portalegre, disponível na aplicação izi travel, onde será possível conhecer, ao pormenor, as 17 adegas do concelho e toda a ori-ginalidade e o caráter único dos vinhos da região, bem como a publicação, ao longo das próximas semanas nas redes sociais do Município, de pequenos filmes promocionais das adegas deste concelho do norte alentejano.

    Em Cartagena das Índias, na Colômbia

    Livro ‘Viseu à Prova’ apresentado em Conferência Internacional

    O livro ‘Viseu à Prova’, uma edição da confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, com o apoio do Viseu cultura, foi recentemente objeto de uma apre-sentação na ICOTTS’20 - The 2020 International Conference on Tourism, Technology & Systems, (Conferência Internacional de Turismo, Tecnologia e Sistemas) na Uni-versidade de cartagena, em cartagena das Índias, na colômbia.

    O artigo científico foi apresentado com o título “A criação de um diário de ex-periências gastronómicas ‘Viseu à Prova’: Um estudo de caso. Um trabalho de investigação” levado a cabo por Joana Barros, Cristina Barroco, Suzanne Amaro e Raquel Balsa. Brevemente este trabalho será, também, publicado numa revista indexada à ScOPUS.

    Este “é, sem dúvida, o reconhecimento de um trabalho de investigação acerca da gastronomia da região de Viseu”, afirmou Joana Barros, a autora da obra, salientando a “importância desta distinção sobre um livro que pretende ser um guia para quem o lê e, ao mesmo tempo, que o posso completar”.

    Já o almoxarife da confraria Grão Vasco, José Ernesto Silva, mostrou-se “muito satisfeito” referindo que “para além da importância do livro, esta ‘dis-tinção’ dá-nos força para continuar a editar outros livros, como temos feito ao longo de quase duas décadas, sempre olhando para as áreas da cultura e das nossas tradições”.

    This Certifies that the article A criação de um diário de experiências gastronómicas “Viseu à Prova”: Um estudo de caso (Joana Barros, Cristina Barroco, Suzanne Amaro, Raquel Balsa) was presented in the

    INTERNATIONAL CONFERENCE ON TOURISM, TECHNOLOGY & SYSTEMS - ICOTTS'20

    From 29th to 31th of October 2020.

    Cartagena de Indias, Colombia

    International Association for Digital Transformation and Technological Innovation

    ICOTTS´20 General Chairs

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    Nas casas do concelho com tradição na Mostra

    Alcobaça realiza “Edição Especial Doces & Licores Conventuais”

    A Câmara de Alcobaça irá realizar, de 26 de Novembro a 1 de Dezembro, uma “Edição Especial Doces & Licores Conventuais” – nas casas alcobacenses com tradição na Mostra. Será a vigésima segunda edição de um evento com a maior projeção do concelho de Al-cobaça, que celebra aquela que é uma das marcas identitárias mais próximas do coração dos alcobacenses.

    assim, face as contingências relacionadas com a pandemia do Covid-19, como forma de manter o espírito do evento bem vivo e não perder a dinâmica empresarial e turística, o Município de Alcobaça e a Associação Comercial, de Serviços e Industrial de alcobaça (acSia) associam-se às casas do concelho com maior tradição e presença regular na mostra. Estas irão proporcionar um conjunto de novidades e ofertas especiais durante os dias do evento. “Em tempo de pandemia, todos os incentivos à atividade económica, particularmente este sector carismático e muito próximo da identidade do concelho, são necessários. a câmara Municipal quer ajudar de forma simbólica, apelando aos muníci-pes para o consumo destes produtos numa lógica de apoio à economia local”, explicou o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, na apresentação da iniciativa, reali-zada no Mosteiro de coz.

    Esta edição especial é também dedicada aos profissionais que estão na linha da fren-te no combate e na mitigação dos efeitos da pandemia, com a oferta de vouchers que poderão ser utilizados nas casas dos parceiros desta edição. “É uma forma de home-nagear o esforço e a dedicação dos profissionais de saúde, das forças de segurança e proteção civil e da comunidade educativa que têm vindo a despender de forma cora-josa e em permanência ao longo de todos estes meses. Em tempos tão complexos e imprevisíveis como este, todas as manifestações de carinho e reconhecimento são importantes estímulos para estes profissionais. A Câmara de Alcobaça e os parceiros irão fazer desta semana gastronómica a expressão de um profundo sentimento de gratidão”, afirmou o autarca.

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    Em parceria com os CTT e o Dott

    Alvaiázere realiza mercado online de produtos regionais

    O Município de Alvaiázere, em parceria com os CTT – Correios de Por-tugal e o Dott, estão a promover um mercado de produtos regionais, que integra o “Alvaiázere Capital do Chícharo”, este ano, em formato digi-tal.

    Devido à situação pandémica do País, o certame não se pôde realizar em formato físico, mas os portugueses continuarão a ter a oportu-nidade de comprar chícharo e outros produtos de enorme qualidade do território de Alvaiázere, na feira digital promovida pelas três entidades.

    a feira digital “alvaiázere capital do chícharo” decorre até 5 de Dezem-bro, na plataforma Dott, e será possível adquirir os produtos que compõe o cabaz regional, como mel, azeite, doçaria, enchidos, vinhos “terras de Sicó”, biscoitos, ervas aromáticas, frutos secos, licor de chícharo e, claro, o chícharo, a leguminosa que dá nome ao evento. Para tal, basta aceder à feira digital “alvaiázere capital do chícharo” até 5 de Dezembro, em www.dott.pt.

    Os CTT serão responsáveis pelo processo de logística e distribuição dos produtos, e a plataforma Dott, o maior shopping online de Portu-gal, assegura uma experiência de compra única, segura e confiável.

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    Uma extraordinária inventariação de conhecimentos ancestrais, sabe-res tradicionais e técnicas artesanais vai agora ser perpetuada, mas também promovida junto do sector da restauração e hotelaria local (com harmonização de vinhos da região), de modo a reforçar as aldeias histó-ricas de Portugal como um destino turístico verdadeiramente singular e excecional.

    as aldeias históricas de Portugal são muito mais do que o seu extraor-dinário património edificado. Um território com uma riqueza ímpar tam-bém pelos recursos naturais, pelas culturas endógenas e pelas gentes que nele habitam. Uma população enraizada de séculos de saberes tra-dicionais e de técnicas ancestrais, autênticos artesãos de produtos que são, também, uma parte muito significativa da História do nosso país. Um imenso legado que a associação das aldeias históricas de Portugal agora eterniza com o projeto “Receitas que contam histórias – Gastro-nomia e Vinhos das aldeias históricas de Portugal”.

    Foi uma intensa investigação no domínio da arqueologia alimentar que teve início em Junho deste ano. Durante três meses, muitos dos residentes das 12 aldeias históricas (na sua maioria anciãos) foram entrevistados, com vista à recolha detalhada dos saberes, receitas, métodos de confeção, especificidades, tradições e produtos endó-genos existentes ou que até se tenham “perdido” no tempo. Ou seja, a informação necessária para a inventariação do cardápio gas-tronómico do território, assim como dos métodos de confeção dos respetivos pratos.

    Com este trabalho de investigação, as Aldeias Históricas de Por-tugal procuram não apenas perpetuar este extraordinário patri-mónio imaterial, mas igualmente desenvolver ferramentas que permitam a apropriação desta importante cultura gastronómica por parte dos agentes económicos do setor da restauração e da

    hotelaria, mas também da população da região.Um importante recurso que importa ser ainda mais

    valorizado. Pela importância cultural, pelo papel que pode desempenhar em potenciar e melhorar (ainda mais) a oferta turística das Aldeias Históricas de Portu-gal, pela capacidade de criação de valor e de emprego, bem como a preservação ou até mesmo a recuperação das culturas e produtos endógenos. Uma aposta que até vai ao encontro da “Estratégia Farm to Fork”, que está no cerne do Pacto Ecológico Europeu, e que tem como ob-jetivo tornar os sistemas alimentares justos, saudáveis e ecológicos.

    Identificadas as receitas na sequência das entrevistas realizadas à população das 12 aldeias históricas de Portugal (almeida, Belmonte, castelo Mendo, castelo novo, castelo Rodrigo, idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Mon-santo, Piódão, Sortelha e trancoso), está em curso agora o seu desenvolvimento por parte da Escola de hotelaria e tu-rismo de coimbra, com harmonização de vinhos da região, através de uma parceria com a Comissão Vitivinícola Regional da Beira interior.

    Sublinhe-se que, para além do desenvolvimento do receituá-rio, a Escola de hotelaria e turismo de coimbra também será responsável pela realização de “workshops” e de sessões de formação para os agentes privados do sector da hotelaria e res-tauração do território das aldeias históricas de Portugal.

    Iniciativa realizada ao abrigo do Programa Valorizar

    antónio Robalo, presidente da associação das aldeias históricas de Por-tugal, diz que este projeto “é extraordinariamente importante para a con-solidação do território como destino turístico sustentável de qualidade, associado a experiências turísticas diferenciadoras e inovadoras, assentes na valorização dos recursos naturais e culturais, com capacidade para criar valor e potenciar o ‘saber-fazer’ do capital humano local”.

    Segundo o também autarca do Sabugal, “há uma tendência crescente de ‘In tradition we trust’, em que se verifica uma procura, por parte dos consumidores, de sabores, práticas e modos de confeção tradicionais/antigos”. Ou seja, “esta é uma oportunidade de repensar os produtos e a gastronomia oferecidos no âmbito da experiência turística. Este pro-jeto abre, assim, ´portas´ para a inovação Rural e inovação no turismo, ambos os domínios integrados na estratégia da Rede das aldeias his-tóricas de Portugal. Uma importante alavanca para a dinamização da economia local e para a promoção da sustentabilidade e inclusão”, acrescentou antónio Robalo.

    Por sua vez o presidente da direção da Comissão Vitivinícola Regio-nal da Beira Interior congratula-se “com o repto feito, no sentido de harmonizar as ementas das 12 aldeias históricas de Portugal com os vinhos da Beira interior”. Rodolfo Queirós diz que “é mais um de-safio que abraçamos com entusiasmo, certos que estamos da sua adequação à gastronomia local”. é que, acrescenta, “produzidos por mãos experientes, a partir de castas autóctones como as bran-cas Síria, Arinto ou Fonte Cal, e as tintas Rufete, Trincadeira, Jaen, touriga nacional, tinta Roriz, Marufo, entre outras, serão, segu-ramente, fator positivo para a coesão territorial que a Carta Gas-tronómica das aldeias históricas de Portugal pretende alcançar”.

    além disso, “este projeto será também o início de uma parceria profícua entre as Aldeias Históricas de Por-tugal e a cVR da Beira interior”, frisou Rodolfo Queirós.

    a Escola de hotelaria e turismo de coimbra é outra das entidades parceiras neste projeto. José Luís Marques, diretor da Escola, saúda, com entusiasmo, a criação de uma carta gastronómica das aldeias históricas de Portu-gal. “Desde o primeiro momento em que tivemos conhe-cimento deste feliz projeto que procurámos associar-nos, disponibilizando os recursos humanos e técnicos para o efeito”, afirmou Luis Marques, formalizando “um contributo que esperamos possa contribuir para um resultado que se pretende de excelência”, pois “o nosso ´know-how´ e recur-sos podem e devem ser colocados ao serviço dos territórios e suas comunidades, sempre em benefício do desenvolvi-mento turístico das regiões e do país. A carta gastronómica das aldeias históricas de Portugal é um dos melhores exem-plos disso mesmo.”

    a associação Fórum turismo tem como missão criar pontes e consolidar relações entre os diferentes ´stakeholders´ do tu-rismo, quer de âmbito nacional, quer a nível local. Neste senti-do, “participar ativamente no desenvolvimento do projeto que visa valorizar o património local e contribuir para a qualificação da oferta turística junto aos agentes do território representa um enorme satisfação e responsabilidade, na qual temos o gosto em fazer parte”, afirmou André Soares, presidente desta Associação, que tem “a certeza de que será um projeto de sucesso, de resulta-dos e de inspiração para outras entidades que queiram investir no seu território, nas suas gentes e no turismo”.

    “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal”

    Projeto das Associação das Aldeias Históricas de Portugal quer recuperar o legado gastronómico do território

    “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal” é mais um ambicioso projeto da Associa-ção das Aldeias Históricas de Portugal. Em curso desde Junho, começou com a recolha de testemunhos junto da população residente, com o objetivo de identificar as receitas que são a essência do território.

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    a Pegada Ecológica nacional, por habitante, é superior à biocapacidade do país ou do próprio planeta, o que siginifica que se todas as pes-soas no mundo consumissem como os P

    portugueses, precisaríamos de 2,3 planetas terra. 29 por cento dessa pegada diz respeito à alimentação, 20 por cento aos transportes e 10 por cento à habitação.

    “A pegada alimentar avalia em hectares globais (gha) a quantidade de recursos naturais que necessitamos para produzir o que comemos num ano. Sabendo que o país tem anualmente um ‘orçamento natural’ de 1,28 gha por habitante [valor de 2016], percebemos que só para nos alimentarmos ‘gastamos’ 1,08gha, ou seja, 84 por cento desse orçamen-to”, aponta Sara Moreno Pires, professora do Departamento de ciên-cias Sociais, Políticas e do Território da UA.

    Se dependêssemos exclusivamente da biocapacidade de Portugal para nos alimentarmos, refere a coautora do estudo, “ficaríamos com um saldo de 0,20 gha para todas as restantes atividades de consumo [transporte, habitação, energia, vestuário, etc.], se não quiséssemos ter défice ecológico”.

    Mas grande parte da biocapacidade necessária para a nossa ali-mentação provém de outros países, como Espanha, França, Ucrânia ou mesmo china Senegal, o que implica uma pressão e uma depen-dência desses ecossistemas. “Portugal é, por esses motivos, o pior país de 15 países do Mediterrâneo no que diz respeito à Pegada alimentar”, alerta Sara Moreno Pires.

    Publicado recentemente na reconhecida revista científica in-ternacional Science of the Total Environment, o estudo intitulado “transição alimentar sustentável em Portugal: uma avaliação da pegada das escolhas alimentares e das lacunas nas políticas de alimentação nacionais e locais”, assinado por investigadores da

    Ua e da Global Footprint network, apresenta conclu-sões relevantes sobre a insustentabilidade dos padrões alimentares dos portugueses e a ainda frágil estrutura de políticas públicas para inverter esta tendência. Para além de Sara Moreno Pires, também pela Ua armando alves e Filipe teles assinam o trabalho.

    Peixe nosso de cada dia

    Portugal é o terceiro maior consumidor de pescado do mundo, com cerca de 61,7 quilos consumidos por pessoa em 2017 e 60 por cento da biocapacidade para produzir esse pescado vem de outros países, sendo Espanha um dos parceiros comerciais mais evidente. a elevada intensidade da Pegada Ecológica de peixes como o atum, espadarte e ba-calhau (não considerando a Pegada associada ao seu trans-porte) são outra evidência, que aliados à sua força cultural na alimentação portuguesa, salientam ainda mais o impacto elevado do consumo de peixe na Pegada alimentar.

    Além disso, o estudo identifica uma dependência da bio-capacidade de países estrangeiros (como a Espanha, França, Brasil, ou mesmo a china) para produzir recursos alimentares, de modo a satisfazer a procura dos portugueses, sendo as ca-tegorias mais dependentes as de “pão e cereais” (em que se importa quase 90 por cento dos hectares globais necessários à sua produção), “açúcar, mel, doces, chocolate, etc.” (com um im-portação na ordem dos 80 por cento) ou “gorduras alimentares” (com cerca de 73 por cento).

    Para além da esperada relação comercial com Países Europeus,

    o estudo aponta uma dependência de países como Uruguai (na carne), África Ocidental e Senegal (no peixe), EUA (no leite e produtos lácteos), Argentina, canadá e Brasil (nas gorduras alimentares ou frutos), ou china (nos frutos e nos vegetais).

    Políticas locais imprescindíveis

    “Urge mudar hábitos alimentares e ter tolerância zero quanto ao desperdício”, sublinha Sara Moreno Pires garantindo que “o papel das políticas públicas é igualmente crítico para promover sistemas alimentares mais sustentáveis, desde a produção agrícola, ao pro-cessamento, à distribuição, ao consumo ou ao reapro-veitamento dos alimentos, e para envolver todos nesta mudança”.

    Dada a relevância de se estruturar e apoiar a governa-ção das cidades em torno de sistemas alimentares mais sustentáveis, por estas desempenharem um papel funda-mental na promoção de padrões alimentares resilientes e economicamente prósperos, pela sua proximidade e intera-ção com diversos atores, este estudo identifica um conjunto de pontos fortes e fracos nas políticas de alimentação em seis cidades portuguesas: almada, Bragança, castelo Branco, Guimarães, Lagoa e Vila nova de Gaia.

    como importantes contributos dos municípios, o estudo destaca a sensibilização da população para a Pegada Ecológica da alimentação através de calculadoras Municipais da Pegada Ecológica disponíveis nos websites destas câmaras Municipais, a promoção de hortas urbanas, hortas sociais e hortas pedagó-gicas, ou iniciativas inovadoras como o Banco de Terra em Gui-marães, através da sua Incubadora de Base Rural, ou a investiga-

    ção agroalimentar, promovida pelo município de castelo Branco em parceria com o cataa – centro de apoio tecnológico agroalimentar.

    O município de Vila nova de Gaia destaca-se por inúmeras ações importantes, desde a divulgação de infografias de sustentabilidade alimentar na plataforma de educação a todos os encarregados de educação, a ações de avaliação do des-perdício alimentar nas escolas ou cadernos de encargos para o fornecimento de refeições escolares promotoras da sustentabilidade alimentar. Este município é ainda signatário do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana, um importante compromisso político assumido por muitos autarcas do mundo in-teiro em 2015, para o desenvolvimento de sistemas alimentares baseados nos princípios da sustentabilidade e da justiça social.

    Das principais fragilidades identificadas pelos investigadores, a falta de recursos humanos adequados e com conhecimento especializado para tra-balharem estas temáticas (com grupos multidisciplinares de profissionais qualificados, de nutricionistas a engenheiros florestais e agrícolas) ou de estruturas municipais para a promoção integrada de uma política de ali-mentação, são alguns dos fatores mais críticos. Destacam-se ainda o frágil suporte a circuitos agroalimentares curtos, que aproximem os produto-res dos consumidores e a produção alimentar periurbana às cidades; a falta de regulamentação que promova compras públicas sustentáveis e a redução do desperdício alimentar; a ainda frágil colaboração entre as autarquias e diferentes setores (produtores, escolas profissionais, ter-ceiro setor, empresas), bem como a falta de um compromisso político forte orientado para políticas alimentares locais. A falta de estratégias alimentares municipais ou de políticas integradas dedicadas à alimenta-ção saudável e sustentável é disso um exemplo.

    O estudo mostra que é necessário e urgente investir em mais in-formação (que identifique e avalie os impactos das iniciativas locais), mais recursos humanos, bem como na capacidade dos governos lo-cais para promoverem sistemas alimentares equitativos, resilientes e sustentáveis. A coordenação entre atores e políticas, sobretudo a ní-vel intermunicipal, ou mesmo nacional (nomeadamente com o con-selho nacional de Segurança alimentar e nutricional) é um passo necessário, bem como a sensibilização de todos os intervenientes na cadeia alimentar (da produção, ao processamento, distribuição, consumo e resíduos) para a mudança de comportamentos, de for-ma permitir um olhar renovado sobre como os sistemas alimenta-res se podem tornar mais sustentáveis em Portugal.

    Revela um estudo da Universidade de Aveiro

    Padrões alimentares dos portugueses são insustentáveis

    A alimentação pesa 30 por cento na pegada ecológica dos portugueses, mais do que os transportes ou o consumo de energia. A per-centagem faz de Portugal o país mediterrânico com a maior pegada alimentar per capita. A conclusão é de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que deixa o alerta para uma balança muito desequilibrada: “Portugal importa 73 por cento dos alimentos e só o peixe e a carne ocupam cerca de metade do peso da pegada alimentar nacional”.

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    Depois de ter apoiado o canal Horeca

    Cabriz lança movimento de apoio à restauração nas redes sociais

    Num momento particularmente difícil para o setor, a marca líder de vinhos da região do Dão desafia todas as marcas a sensibilizar e mobilizar a comunidade para ajudar os restaurantes

    Depois de ter apoiado o canal horeca com a oferta de milhares de garrafas de vinho cabriz, na primeira vaga da pandemia, a marca vai agora liderar um movimento solidário de apoio à restauração, numa altura em que este setor volta a passar por dificuldades extremas.

    Recorrendo às suas redes sociais, e numa altura de fortes restrições à circulação de pessoas, a marca cabriz pretende ampliar a voz dos esta-belecimentos de restauração que continuam a laborar, procurando as-sim promover junto de mais portugueses os serviços oferecidos pelos referidos espaços.

    Direcionada para restaurantes, público em geral, parceiros da marca do Dão e outras marcas do setor dos vinhos, o movimento procura ala-vancar a exposição e alcance dos restaurantes nas redes sociais desta marca de vinhos, que conta com milhares de seguidores, bem como a divulgação de serviços como o take-away, apresentação de menus do dia ou apresentação de pratos especiais, entre muitos outros. Para isso, os responsáveis pelas redes sociais dos restaurantes aderentes só terão de identificar CABRIZ (@cabrizwines) nas suas publicações. Estas serão posteriormente republicadas nas redes sociais da marca cabriz (Facebook e instagram). Esta é uma ação transversal a todos os espaços de restauração de Portugal continental e ilhas.

    O mesmo pode ser feito pelos consumidores a quem a marca convida a partilhar o Movimento “Eu Apoio a Restauração” e a identificar os restaurantes que entenderem de forma a dar voz, espaço e visibilidade a estes espaços. E que enquanto usufruem de uma refeição, de um serviço de take-away ou drive in podem

    dar conta de como é seguro ir a um restaurante e, re-correndo ao mesmo procedimento, taggar @CABRIZWI-nES, irão ver as suas publicações repostadas.

    “Estamos a lançar esta campanha de forma genuína e gratuita, apoiando um setor que é fulcral para nós e que durante décadas ajudou a fazer de cabriz a marca que é hoje”, refere a direção de marketing do produtor, sediado em carregal do Sal, acrescentando que “esta é uma forma de retribuir todo o apoio que nos foi dado, ajudando a que as pessoas continuem a frequentar os restaurantes, mas cumprindo com todas as regras que estão em vigor neste período de crise pandémica”.

    A marca vai ainda desafiar outros produtores do setor dos vinhos em Portugal a juntarem-se ao movimento, de forma a que seja possível criar uma cadeia solidária de larga escala e que todos juntos ajudem a sensibilizar a população e os gover-nantes que é preciso continuar a frequentar os restaurantes, garantindo assim a manutenção de empregos e minimizando os problemas económicos que o setor já atravessa.

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    numa prova informal, será possível reservar a sua garrafa numerada desta edição limitada e recebê-la em casa. A página ficará disponí-vel online para visualização e reserva, durante 48 horas.

    “Obra-prima, é como classifico esta Edição Limitada, que presta home-nagem à nobreza da região do Dão. Constitui um verdadeiro tributo à cas-ta rainha, o Encruzado, que se destaca no meio das demais, realçando as características únicas do Arinto e Cerceal Branco. O mosto fermentou e, já transformado em vinho, estagiou durante seis meses em barricas no-vas de carvalho francês. As suas características primam pela elegância dos aromas de frutos brancos, pela mineralidade e pelo amanteigado e estrutura cedida pela madeira, numa complexidade rica, prolongada, memorável”, refere o enólogo nuno cancela de abreu, um dos res-ponsáveis pela recuperação da casta arinto.

    “Queremos partilhar esta criação com os nossos, mas queremos fazê-lo de forma segura, alinhada com os nossos valores”, refere a empresa acerca do formato adotado para o lançamento deste Dão nobre.

    A Boas Quintas obteve, pela segunda vez, a distinção Nobre no Fonte do Ouro DOc Dão branco, na colheita de 2018, Edição Limi-tada, tendo já em 2015 ganho esse reconhecimento.

    Esta designação de excelência é apenas atribuída aos vinhos do Dão que obtenham um mínimo de 90 pontos, em 100 possíveis, atribuídos pela câmara de provadores da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, num processo de certificação com regras es-tritas que visam garantir a excecionalidade destes vinhos. “Para

    quem sabe esperar, tudo vem a tempo”, já dizia clément Marot.

    a marca Fonte do Ouro traz ao mercado vinhos equili-brados, elegantes e complexos, com grande potencial de guarda, que se tornaram exemplares singulares da região do Dão.

    a Boas Quintas nasceu em 1991, na reconhecida região do Dão. tudo teve início quando nuno cancela de abreu, representante da quarta geração de uma família com tradi-ção agrícola e vitícola superior a 130 anos, tomou a decisão de dedicar toda a sua experiência e todo o seu conhecimen-to em viticultura e enologia, ao serviço de um projeto pró-prio que lhe permitisse criar vinhos de alta qualidade, carác-ter e personalidade.

    Em 2010, a Boas Quintas alargou a sua área de atuação a outras regiões, afirmando-se, a partir desta data, como um projeto multirregional com um portefólio de vinhos abrangen-do as regiões do Dão, Bucelas, Península de Setúbal, alentejo, Porto e Douro, evidenciando uma forte vocação para a expor-tação.

    Em 2016, nuno cancela de abreu foi apontado pela Visão como um dos enólogos mais competentes de Portugal e a Boas Quintas distinguida com o prémio “Empresa do Ano” pela Revista de Vinhos.

    Edição Limitada conhecida em evento online

    Boas Quintas lança Fonte do Ouro DOC Dão Nobre branco de 2018

    A Sociedade Agrícola Boas Quintas, sedeada em Mortágua, vai lançar uma edição limitada e numerada do mais recente Nobre da Boas Quintas, o Fonte do Ouro DOC Dão NOBRE branco, colheita de 2018. O lançamento terá lugar no próximo dia 18 de Novembro, pelas 18 horas, num evento online, - a decorrer na página www.daonobre.boasquintas.com – e contará com a fotógrafa e escritora criativa Isabel Saldanha, com o músico Rui Veloso e com o enólogo e sócio-gerente da Boas Quintas, Nuno Cancela de Abreu.

    http://www.daonobre.boasquintas.com

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    “O objetivo do centro é preservar e valorizar o saber-fazer vinho de talha para dar continuidade a esta tradição milenar”, que “é uma atividade importante para a economia do concelho”, afirmou Rui Ra-poso, presidente da câmara de Vidigueira, a promotora do projeto.

    Desta forma, frisou, o CIVT, que implicou um investimento de 600 mil euros financiado por fundos comunitários e verbas do município, será “um promotor” do vinho de talha, do património e do tecido económico associados à tradição, como os produtores e as adegas, e do próprio concelho de Vidigueira.

    Através do CIVT, os visitantes ficarão com um conhecimento geral sobre a tradição de fazer vinho de talha, uma prática de vinificação típica do Alentejo, que foi criada há mais de 2.000 anos pelos roma-nos e que o município quer candidatar a Património da humanidade, explicou o autarca.

    Segundo a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo (CVRA), em Portugal, “o alentejo tem sido o grande guardião” do vinho de talha e tem “sabido preservar” esta prática de vinificação em grandes va-silhas de barro, conhecidas como talhas, que foi passada de geração em geração, “de forma quase imutável”.

    não há apenas uma forma de fazer vinho em talhas, já que a pro-dução varia ligeiramente consoante a tradição local, mas, segundo a forma mais clássica, que “pouco mudou em mais de 2.000 anos”, as uvas esmagadas são colocadas dentro de talhas e a fermenta-ção ocorre espontaneamente.

    De acordo com a câmara de Vidigueira, o ciVt é um espaço de interpretação, difusão científica e tecnológica e divulgação

    do património imaterial associado ao saber-fazer vinho de talha. “Surgiu da necessidade de preservar” o “an-cestral” saber-fazer vinho de talha, que, “norteado pela simplicidade” dos recursos técnicos usados, manteve-se “vivo” desde a ocupação do território pelos romanos até à atualidade.

    Instalado num edifício que o município construiu de raiz no centro de Vila de Frades, que se assume como “capital do vinho de talha”, o CIVT pretende transmitir aos visitan-tes “as memórias, vivências e experiências relacionadas” com o produto e “com as gentes que fizeram chegar a tradi-ção aos dias de hoje”.

    Durante dois milénios, foi possível manter a tradição de saber-fazer vinho de talha, que “atesta um passado vivo” e está “presente à mesa”, ligado ao cante alentejano, aos petis-cos e ao convívio, “perpetuando uma identidade que continua enraizada”. O “discurso expositivo” do CIVT é composto por quatro áreas, nomeadamente o território, a história Milenar, a cultura da Vinha, o Processo do Vinho na adega e a taberna.

    Através das quatro áreas, foi criada uma narrativa cronoló-gica e sequencial, que conta a história do vinho de talha, dos tempos dos romanos à atualidade, e percorre o ciclo produtivo, começando pela cultura da vinha no campo, passando pela pro-dução nas talhas nas adegas e terminando numa taberna, onde será possível provar aquele “néctar dos deuses”, explicou Rui Ra-poso.

    Do espólio do ciVt, o autarca destacou um conjunto de grainhas fossilizadas, que foram encontradas nas ruínas romanas de São cucufate, situadas no conce-lho de Vidigueira, e várias talhas. Segundo o município, para aceder à narrativa é usada tecnologia de realidade aumentada, que cria um “layer” digital de conteúdos acessíveis através de ‘tablets’ disponíveis ao longo do percurso, e uma voz-off, acompanhada das animações que surgem sobre as ilustrações, conta a história e forne-ce informações aos visitantes.

    tal como as qualidades de um vinho, “o centro desper-tará sentidos”, já que o visitante será “convidado a desco-brir cheiros e aromas, os sons da vinha, as paisagens do concelho de Vidigueira, os provérbios e o cante, que, em conjunto, formam a alma do vinho de talha”.

    O ciVt foi apresentado aos produtores de vinho do conce-lho e abriu ao público no Dia de São Martinho, e funciona de terça-feira a domingo, fechando à segunda-feira e em alguns feriados.

    O concelho de Vidigueira é conhecido pela produção arte-sanal de vinho de talha, que é feita sobretudo na freguesia de Vila de Frades. Por isso, a câmara de Vidigueira lidera o proces-so, que envolve outros municípios e entidades, para candidatu-ra da produção artesanal de vinho de talha a Património cultural imaterial da humanidade pela Organização das nações Unidas para a Educação, a ciência e a cultura (UnEScO).

    No concelho de Vidigueira

    Centro Interpretativo do Vinho de Talha abriu ao público em Vila de Frades

    O Centro Interpretativo do Vinho de Talha (CIVT) já abriu ao público em Vila de Frades, concelho de Vidigueira, para preservar o património associado à tradição milenar de saber-fazer e para promover o produto.

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    O último testemunho desta vinha perdida

    Quinta dos Carvalhais Parcela 45 é “o melhor Alfrocheiro de sempre” e “um vinho irrepetível”

    É o último testemunho de uma vinha que se perdeu para sempre nos in-cêndios de 2017 e o melhor Alfrocheiro já produzido na Quinta dos Carva-lhais. Falamos de Parcela 45, uma edição muito especial e limitada de um vinho irrepetível, de grande qualidade.

    a 15 Outubro de 2017 um dos mais devastadores incêndios de que há memória chegou a Mangualde. Implacável, devorou campos, florestas, casas, sonhos, vidas... a Quinta dos carvalhais não foi poupada e, em poucos minutos, hectares de vinha foram reduzidos a cinzas. Foi assim na parcela 45. Ali, as uvas tinham sido apanhadas dias antes, apressadas por um Verão quente e seco, e foi desta derradeira colheita que nasceu Quinta dos carva-lhais Parcela 45 tinto 2017.

    Irrepetível por ser o último testemunho desta vinha perdida para sem-pre, Parcela 45 revelou-se também o melhor alfrocheiro já produzido em carvalhais. “Já nasceu especial. é um alfrocheiro que vem da parcela das colmeias, a 45, para a qual sempre olhámos como abelhas à volta de flo-res. Foi vindimado no momento perfeito de equilíbrio entre fruta, frescu-ra e estrutura”, refere Beatriz cabral de almeida. “Resta-nos a memória de como a natureza funcionou tão bem e um vinho como nunca se tinha provado”, conclui a enóloga que lhe deu vida, num testemunho carre-gado de emoção e que sublinha este tinto como “a melhor homenagem que poderíamos fazer àqueles que sofreram com tamanha catástrofe naquele que foi para muitos o pior dia das suas vidas”.

    Produzido em exclusivo com alfrocheiro, Quinta dos carvalhais Par-cela 45 Tinto 2017 reúne o melhor desta casta antiga e de enorme potencial no Dão, que está na origem de aromas muito frutados e sa-bores delicados, com taninos cheios, mas macios e em perfeito equi-líbrio com a acidez. Um vinho suave, que termina longo, harmonioso e gastronómico, num convite à mesa.

    Quinta dos carvalhais Parcela 45 tinto 2017 pode ser guardado por um longo período – entre 10 e 15 anos. nessa altura, as vinhas entretanto plantadas na mesma parcela darão novo fruto, mas o vinho nunca será este mesmo tinto elegante, envolvente e equili-brado que chega agora ao mercado, numa edição limitada disponí-vel em garrafeiras, lojas da especialidade e restaurantes de topo.

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    além da Rede tramontana iii, que junta organizações de Portugal, Es-panha, França, itália e Polónia, o Grande Prémio Europeu do Patri-mónio Cultural/Europa Nostra 2020 distinguiu também a reabilitação da Basílica de Santa Maria di collemaggio, em aquila, itália, e a exposição “auschwitz. não há muito tempo. não muito longe”, um projeto polaco--espanhol que assinalou o 75.º aniversário da libertação do maior campo de concentração nazi. as escolhas foram feitas entre as 21 “realizações exemplares”, de 15 países europeus, que em Maio receberam o Prémio Europa nostra.

    O Prémio Escolha do Público foi para o projeto de educação e sensi-bilização “ambulância para os Monumentos”, da Roménia, que salvou centenas de edifícios classificados do país, através de uma rede de or-ganizações ativas na área do património.

    Nesta votação ‘online’ participaram “de mais de 12.000 cidadãos de toda a Europa”, segundo comunicado hoje divulgado pelo centro na-cional de cultura, que em Portugal representa a organização Europa nostra.

    O projeto Rede tramontana iii, apoiado pelo programa Europa Criativa Cultura, em 2017, tem por objetivo a preservação de arqui-vos da memória de zonas europeias de montanha, de caráter rural, e tinha sido distinguido na categoria Investigação.

    Em Maio, quando venceu o Prémio Europa Nostra, ficando can-didata ao Grande Prémio, a associação Binaural, que lidera o proje-to Rede Tramontana III, disse à agência Lusa que a distinção vinha “dar força” ao trabalho de permanência dos vários parceiros em territórios rurais.

    Sobre este projeto a Europa nostra realçou que “as comunidades rurais montanhosas em toda a Europa têm um património cultu-ral - tangível e intangível - extremamente rico e diversificado”. “A

    natureza transfronteiriça e cooperativa do projeto Rede tramontana iii é um forte exemplo da importância da pesquisa como motor para equipar essas comunidades com as ferramentas necessárias para preservar e cele-brar o seu património”, lê-se no comunicado.

    O coordenador da Binaural nodar, Luís costa, por seu lado, afirmou que o Prémio os ajudou “a perceber que as pequenas organizações que se dedicam ao património cultural rural, e que trabalham em colaboração à escala europeia, podem produzir resultados relevantes e de ele-vado impacto”. Em 2018, este projeto foi distinguido pela comissão Europeia como “caso de Sucesso”, no contexto do ano Europeu do Património cultural.

    Para a Comissária Europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, a búlgara Mariya Gabriel, “os vencedores de 2020 dos Prémios Europeus do Patrimó-nio cultural/Prémios Europa nostra representam o que a Europa defende: criatividade, resiliência, inovação, solidarie-dade, talento e dedicação”. “isso deixa-me orgulhosa - como comissária Europeia e como cidadã europeia. agradeço since-ramente a cada um deles por demonstrar, uma vez mais, que o património cultural partilhado da Europa não faz só parte do nosso passado, mas é também um valioso recurso para enfren-tar os desafios do presente e garantir um futuro melhor para todos. com o seu trabalho, os vencedores do prémio ilustram o imenso potencial do património cultural para a recuperação so-cioeconómica da Europa após a pandemia”, disse Mariya Gabriel.

    a cerimónia de divulgação do Grande Prémio Europeu do Pa-trimónio cultural/Europa nostra 2020 realizou-se num modelo

    virtual, o que aconteceu pela primeira vez, devi-do às medidas de proteção contra a covid-19. Este encontro virtual juntou profissionais, voluntários e “apoiantes do património de toda a Europa”, a diri-gentes europeus.

    Para o presidente executivo da Europa Nostra, Her-mann Parzinger, esta cerimónia virtual “provou que a excelência, o compromisso e a perseverança não conhecem limites no mundo do património”. “é exata-mente isso que os 21 premiados [com o Prémio Europa Nostra anunciados em Maio último] representam. São histórias de excecionais habilidades e trabalho em equi-pa, dedicação incansável e ação ousada”.

    Em Maio, os Prémios Europa nostra, além dos vence-dores do Grande Prémio, contemplaram, na categoria Conservação, o projeto sobre os epitáfios artísticos da igreja da Universidade de Leipzig, na alemanha, os jardins e o pavilhão do palácio do pintor Rubens, em antuérpia, na Bélgica, o arsenal de hvars, na croácia, e os vinhedos e as respetivas caves em Burgos, Espanha.

    Na categoria Conservação foram também distinguidos a Lochal, Biblioteca Pública de tilburgo, que resultou da reno-vação de uma antiga estação ferroviária, nos Países Baixos, o Museu de Belas artes de Budapeste, na hungria, a Basílica de Santa Maria de collemaggio, em aquila, na região de abruzos, em itália, e a ponte de ferro de Shropshire, no Reino Unido.

    Na categoria Serviço Dedicado ao Património foi distinguido o curador Don Duco, do Museu de cachimbos, de amesterdão, autor de vários ensaios sobre a história do fumo.

    Na categoria Educação, Formação e Sensibilização foram distinguidos seis projetos: a digitalização e disponibilização ‘online’ do arquivo de arolsen, na Alemanha, uma exposição sobre “A vida Secreta do Palácio Gödölö”, antiga residência régia, na Hungria, e a Uccu - Roma Informal Educational Founda-tion, também na Hungria, que visa a integração da população cigana, em particular os mais jovens, capacitando-os a construir um movimento de diá-logo e troca, num projeto intercultural, diante da crescente desconfiança e polarização entre as sociedades, como se lê no seu sítio na Internet.

    Nesta mesma categoria foram ainda distinguidos a exposição “Auschwitz. Not long ago. Not far away”, no Museu da Herança Judaica, em Auschwitz, na Polónia, um projeto hispano-polaco, já mostrado em Madrid e em nova Iorque, o projeto checo “Cross-border Collaborattion for European Clas-sical Music” e ainda o projeto “a ambulância”, liderado pela associação Monumentum, para a intervenção de urgência em património edificado degradado na transilvânia, na Roménia.

    Foram também contemplados projetos de entidades sediadas em países europeus que não participam no programa Europa Criativa, na área da conservação: a Fundação Manor Farm de Bois de chêne e a biblioteca de Genebra Société de Lecture, ambas na Suíça, e o proje-to Safeguarding Archaeological Assets of Turkey, que visa aumentar o conhecimento, a capacidade e a conscientização sobre a proteção dos bens arqueológicos do país.

    Liderado pela Binaural Nodar, da região Dão Lafões

    Projeto Rede Tramontana III vence Grande Prémio Europa Nostra

    O projeto Rede Tramontana III, liderado pela Associação Cultural Binaural Nodar, da região Dão Lafões, é um dos distinguidos com o Grande Prémio Europeu do Património Cultural/Europa Nostra 2020.

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    como conclusões deste seminário sobressaíram a relevância da pe-cuária extensiva como setor produtivo gerador de riqueza, o seu inquestionável contributo para o combate à desertificação do interior, a importância das raças autóctones e dos produtos de qualidade que originam, a especificidade do sistema agro-silvo-pastoril do montado/dehesa a nível ibérico, com características únicas na Europa.

    tendo em conta a relevância do que une os dois lados da fronteira, foi manifestada a necessidade da sua defesa e valorização, posição re-forçada pelos ministros da agricultura de Portugal e de Espanha que relevaram estar a trabalhar em conjunto na resolução de questões comuns, designadamente na definição dos planos estratégicos da PAC 21-27, assim como em relação ao período de transição como forma de minimizar desequilíbrios.

    Entre as conclusões do encontro, realizado via plataforma Zoom, é de destacar ainda a defesa de uma marca “Extensivo” como for-ma de diferenciação e valorização conjunta dos produtos e serviços provenientes de um modo de produção amigo do ambiente, gera-dor de dinâmicas de povoamento de zonas rurais do interior, que reduz a carga combustível e de risco de incêndio, que promove o aumento de matéria orgânica e de biodiversidade, com benefícios económicos, sociais e de coesão territorial.

    Um dado constatado com apreensão foi o reduzido nível de organização dos produtores pecuários, designadamente do lado

    português. Foi por essa razão destacada a necessidade de reforçar as organizações de produtores, com uma pa-lavra à administração pública para a criação de legislação adequada, com redução da carga burocrática e reforço de apoios específicos.

    a acOS - associação de agricultores do Sul, a União dos agrupamentos de Defesa Sanitária do alentejo, Federação andaluza de agrupamentos de Defesa Sanitária Ganadeira (FADSG) e Cooperativas Agroalimentares de Espanha realiza-ram este webinar em substituição de um Congresso sobre a temática programado para a mesma data em Beja.

    Portugal quer fechar acordo final sobre nova PAC

    A ministra da Agricultura participou na sessão de encerra-mento deste webinar e adiantou que Portugal quer fechar o acordo final sobre a nova Política Agrícola Comum (PAC) para o período 2023-2027 durante a presidência portuguesa do con-selho da União Europeia (UE).

    Maria do Céu Antunes referiu que Portugal continua “a traba-lhar empenhadamente” para, durante a presidência portuguesa, “poder dar sequência aos compromissos que assumiu” no âmbi-to da nova Pac, “nomeadamente na relação direta entre o Parla-

    mento, o conselho da UE e a comissão Europeia”. O objetivo é chegar-se “rapidamente” ao “acordo final” da nova Pac para haver “os regulamentos tão importan-tes para que cada Estado-membro possa definir a sua política [agrícola] e colocá-la ao serviço dos seus cida-dãos”, frisou.

    O novo plano estratégico da Pac “está a ser preparado em todos os estados-membros”, vai ser discutido no Par-lamento Europeu, conselho da UE e comissão Europeia e “entrará em vigor em 2023”, disse Maria do céu antunes.

    Segundo a ministra, Portugal e Espanha estão a tra-balhar aos níveis técnico e político para discutirem o que estão a propor aos agricultores de cada país “no domínio do próximo plano estratégico da Pac” para que “o efeito de fronteira não se verifique” e os dois países possam “ter con-dições de igualdade”, que lhes permitam “também ser mais competitivos à escala global”.

    Maria do céu antunes disse que a agricultura portuguesa estava numa trajetória de crescimento “impar”, mas foi sur-preendida pelos efeitos da pandemia de covid-19, que teve e vai continuar a ter consequências “inevitáveis” no setor. “Que-remos que a agricultura seja uma parte ativa para podermos todos aspirar a um futuro melhor. é por isso que precisamos de

    acompanhar também os efeitos desta pandemia, porque estávamos numa trajetória de crescimento ímpar e fomos todos surpreendidos pelos efeitos deste vírus [da covid-19] que não conhecíamos e que ainda não conhece-mos na totalidade”, afirmou.

    Neste sentido, a ministra frisou que a PAC também tem como objetivo criar instrumentos que permitam ao setor agrícola “ganhar resiliência”. E, atualmente, “precisamos de facto de estimular a resiliência da produção, da transformação, para também podermos continuar a fazer investimen-tos que se consolidem na autonomia estratégica que esperamos para cada um dos Estados-membros”, frisou a governante, acrescentando que “estamos a fazer o nosso papel, onde o Estado se compromete, ao lado dos seus investidores, na definição e na implementação das melhores estratégias para podermos todos pensar que, no meio desta crise que vivemos, que tanto nos assustou e continua a assustar, tem que haver uma luz que nos leva a ter a esperança num futuro onde a agricultura tem um papel importante”, frisou.

    a ministra elogiou os agricultores portugueses na resposta à co-vid-19, frisando que “foram ímpares”, porque, “durante todo este período” de pandemia, “com todos os receios de estarem na linha da frente na produção de alimentos e na distribuição, nada faltou nas nossas mesas, nem em quantidade, nem em qualidade”.

    Nota: O seminário pode ser visualizado na íntegra no link: ht-tps://congresso-pecuaria-extensiva.pt/

    Sobre pecuária extensiva destaca pontos de união

    Webinar luso-espanhol conclui que “Extensivo” deve ser marca conjunta de qualidade

    Com mais de 600 inscritos dos dois lados da fronteira, com perguntas pertinentes e apresentações esclarecedoras, o webinar luso--espanhol sobre “A Pecuária Extensiva face aos novos desafios da PAC” atingiu os objetivos propostos pelos organizadores e revelou a importância do trabalho conjunto.

    https://congresso-pecuaria-extensiva.pt/https://congresso-pecuaria-extensiva.pt/

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    O ministro do ambiente intervinha na sede dos Bombeiros Voluntá-rios de alvares, concelho de Góis, na cerimónia de assinatura de um protocolo relativo à criação da Área Integrada de Gestão de Paisagem (aGiP) de alvares, no âmbito do Programa de transformação da Paisagem. “Não pode ser álibi para ninguém dizer que 98% da floresta portuguesa é de privados”, disse, realçando que “o papel das autarquias é absoluta-mente fundamental”, tal como o de outras entidades públicas e privadas, para inverter o abandono das áreas florestais e promover o desenvolvi-mento do interior.

    na sessão, intervieram igualmente, entre outros, a presidente da câ-mara Municipal de Góis, Lurdes castanheira, José Miguel cardoso Pe-reira, do Instituto Superior de Agronomia (ISA) de Lisboa, e João Baeta Henriques, do Núcleo Fundador da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) de Ribeira do Sinhel, naquela freguesia.

    Freguesia de Alvares acolhe Área Integrada de Gestão de Paisagem

    a Área integrada de Gestão de Paisagem (aiGP) vai ser criada na Freguesia de alvares, no concelho de Góis. com a assinatura do pro-toloco entre os parceiros envolvidos, - que contou com a presença do ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fer-nandes; o secretário de Estado das Florestas, João Paulo catarino; o secretário de Estado adjunto e do Desenvolvimento Regional, carlos Miguel, e dirigentes de organismos centrais e regionais do Estado, - vai ter início o processo de criação da aiGP alvares.

    integrada no Programa de transformação de Paisagem, a aiGP

    Alvares tem como principais objetivos a efectiva trans-formação da paisagem de alvares com valorização, ges-tão e a defesa dos espaços rurais da freguesia e do seu património florestal, paisagístico e ambiental, bem como a segurança das suas populações e o seu desenvolvimen-to económico e social.

    a intervenção a realizar irá enquadrar os três pila-res da sustentabilidade - ambiental, económico e social - numa dinâmica que, partindo dos espaços rurais que dominam a paisagem, envolve as pessoas e o desenvol-vimento das comunidades locais. Simultaneamente, pro-moverá o ordenamento da paisagem, a implementação de medidas de proteção de pessoas e bens e intensificação da gestão florestal.

    Luís Veiga Martins, secretário geral da CELPA, afirmou “este é um bom exemplo de como todos os parceiros e agentes económicos acrescentam valor, numa experiência que pode e deve ser alargada a outras regiões do País”, acrescentando que “a floresta de produção deve estar a par da floresta de conservação, sendo ambas essenciais para a sustentabilidade e para transformação da paisagem”. O mesmo responsável adian-ta que “é fundamental a coexistência de uma função produtiva, sob o risco de se perder a harmonia e o equilíbrio. Sublinhe-se ainda o importante contributo da floresta de produção para o roteiro da descarbonização, uma vez que na floresta de produção a taxa de fixação de Co2 é bastante superior, contribuindo, desta forma, para o alcance das metas desejadas”.

    Na cerimónia de à criação da Área Integrada de Gestão de Paisagem (AGIP) de Alvares

    Ministro do Ambiente diz que o interior não pode ser um território abandonado

    O ministro do Ambiente defendeu que o interior “não pode, em situação alguma”, ser um território abandonado. Importa, na sua opinião, designadamente, ter em conta “os rendimentos dos serviços dos ecossistemas” proporcionados pelos chamados territórios de baixa densidade, mesmo quando é a sua população é diminuta. João Pedro Matos Fernandes realçou a importância do ordenamento florestal nestas regiões de Portugal e vincou, por exemplo, que o Ministério do Ambiente e da Ação Climática “deixou de apoiar plan-tações” cujas candidaturas “não tenham incluída a gestão”.

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    Considerado o maior da Europa e terá cerca de 500 anos

    Guarda candidata castanheiro de Guilhafonso a árvore do ano 2021

    O castanheiro gigante de Guilhafonso, na Guarda, considerado o maior da Europa, classificado como árvore de interesse público pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, é candidato a árvore do ano 2021.

    a vereadora cecília amaro, responsável pelo Gabinete técnico Florestal da câmara Municipal da Guarda, disse à agência Lusa que o casta-nheiro está proposto “para o concurso nacional `Árvore do ano 2021`, no qual será votada a árvore mais interessante” que “irá representar Portugal no concurso europeu `tree of the Year 2021`”.

    O exemplar, que se localiza junto da aldeia de Guilhafonso, na área da freguesia de Pera do Moço, no concelho da Guarda, tem “reconhecido valor histórico, paisagístico, social e ambiental”, aponta.

    no mandato autárquico anterior, devido ao declínio que o castanheiro apresentava, “a câmara Municipal da Guarda e os seus técnicos propu-seram ao executivo municipal a realização de uma avaliação fitossanitá-ria e de segurança”.

    O executivo encomendou um estudo ao professor Luís Martins, da Universidade de trás-os-Montes e alto Douro, e à sua equipa, que re-velou que o declínio do castanheiro se devia “essencialmente ao agra-vamento dos designados fatores de predisposição (idade, dimensão da árvore, períodos de seca e carências nutricionais), por agressões episódicas de origem natural (queda de um raio) e por ação do ho-mem (compactação do solo)”, segundo a autarca.

    No seguimento das recomendações de Luís Martins para “mitigar os efeitos da compactação causada pelo homem e dos estragos”, a autarquia tomou várias medidas. “Uma das medidas mais impor-tantes foi impedir o acesso, a circulação e o estacionamento de via-turas automóveis com instalação de uma vedação, por parte do município”, lembra cecília amaro.

    Foi também proposta a intervenção cirúrgica de corte de ramos secos e com excesso de líquenes, incidindo em apenas 20% de toda a copa, que foi efetuada pela equipa e pelos técnicos do se-tor de jardins da autarquia da Guarda.

    “na área de projeção da copa foi ainda efetuado pela mesma

    equipa do município o corte mecânico de infestantes, bem como a aplicação de calcário dolomítico e aplica-ção de estrume bem decomposto com a finalidade de elevar o pH do solo e melhorar os níveis de fertilidade”, lembra. “atualmente, o estado geral e o vigor do casta-nheiro de Guilhafonso melhoraram e são monitorizados com regularidade por parte dos técnicos da câmara Mu-nicipal da Guarda”, remata a vereadora.

    O castanheiro de Guilhafonso, com uma idade estimada em 500 anos, tem 18,5 metros de altura, 8,5 metros de perímetro à altura do peito e 26 metros de diâmetro da copa.

    O gigantesco exemplar, situado próximo da estrada que liga as cidades da Guarda e de Pinhel, está classificado como árvore de interesse público desde 1971. é propriedade da câmara Municipal da Guarda, que o adquiriu há mais de uma década, juntamente com o terreno, com o objetivo de asse-gurar a sua preservação.

    Os habitantes locais garantem que são precisas nove pes-soas para abraçar o seu tronco.

    “é considerado o maior castanheiro da Europa e produziu, em 1987, meia tonelada de castanha da variedade rebordã”, escreve Mário cameira Serra no livro “O castanheiro e a casta-nha na tradição e na cultura” (1990).

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    numa resolução não vinculativa sobre o Plano de Investimento para uma Europa Sustentável e sobre o financiamento do Pacto Ecológico Eu-ropeu, aprovada por 471 votos a favor, 134 votos contra e 83 abstenções, os eurodeputados salientam que um dos objetivos deste plano deve passar por garantir uma transição de atividades económicas não sustentáveis para atividades sustentáveis.

    Os parlamentares insistem que a transição ecológica deve centrar-se na redução das atuais disparidades entre os Estados-Membros (que poderão vir a agravar-se) e estimular a competitividade, o que se irá traduzir na criação de empregos sustentáveis e de alta qualidade.

    Princípios de investimento

    Os eurodeputados concordam que os investimentos públicos devem respeitar o princípio de ‘não prejudicar significativamente’, aplicável tanto aos objetivos ambientais como aos objetivos sociais, como a re-dução da disparidade salarial de género.

    apenas os programas com maior potencial para cumprir estes ob-jetivos devem receber investimento público. Como tal, os eurodepu-tados insistem na necessidade de dispor de indicadores de sustenta-bilidade harmonizados e de uma metodologia para medir o impacto. Para determinar se um investimento cumpre com os requisitos da transição ecológica, devem também ser tidos em conta os critérios estabelecidos pelo Regulamento taxonomia. além disso, os planos de recuperação nacionais devem estar alinhados com os Planos na-cionais Energia e clima.

    Os parlamentares congratularam o facto de o Plano de Recupe-ração da Europa, em resposta à crise da cOViD-19, e os planos nacionais de recuperação e resiliência terem sido concebidos para colocar a UE no caminho da neutralidade climática até 2050, em conformidade com a Lei Europeia do clima. a legislação inclui ainda objetivos intermédios para 2030, assegurando assim a

    transição dos Estados-Membros para uma economia circular e com impacto neutro no clima.

    Os eurodeputados apelam à eliminação progres-siva dos investimentos públicos e privados nas ativi-dades económicas poluentes e prejudiciais, sempre que existirem alternativas economicamente viáveis. Simultaneamente, os parlamentares consideram que deve ser respeitado o direito dos Estados-Membros de escolher o seu cabaz energético, destacando ainda que a transição para a neutralidade climática deve preservar condições de concorrência equitativas para as empresas da UE e garantir a sua competitividade, especialmente em casos de concorrência desleal por parte de países terceiros.

    Financiamento do Plano de Investimento para uma Europa Sustentável

    tendo em conta as perspectivas económicas negativas decorrentes da pandemia de cOViD-19, os eurodeputados questionam se o Plano de investimento para uma Europa Sustentável permitirá efetivamente mobilizar um bilião de euros até 2030 e pretendem saber de que forma poderá o novo Quadro Financeiro Plurianual (QFP) contribuir para alcançar os objetivos do referido plano. Os eurodeputados manifestam preocupação com a possibilidade de se vir a veri-ficar um défice de investimento ecológico no final do próximo período do QFP, apelando a que sejam apresentados planos para colmatar esse défice, tanto através de investimentos pú-blicos, como privados.

    concomitantemente, os eurodeputados apelam à comissão Europeia para que assegure que o novo QFP não apoie ou in-

    vista em atividades que podem ser prejudiciais para o ambiente a longo prazo.Os parlamentares sublinham que os investimentos públicos e privados devem

    complementar‑se mutuamente e que o investimento do setor privado não deve ser excluído. Os eurodeputados vêem com agrado a decisão do Banco Europeu de Investimento de dedicar 50% das suas operações à ação climática e à sus‑tentabilidade ambiental a partir de 2025, sugerindo que o BEI adote uma abor‑dagem ascendente e promova o diálogo entre os setores público e privado, coordenando‑se com as várias partes interessadas.

    Siegfried Mureşan (PPE, RO), relator da Comissão dos Orçamentos, afirmou durante o debate que precedeu o voto de que “precisamos de recursos fi‑nanceiros apropriados para alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Euro‑peu. Para que estes objetivos se tornem permanentes, precisamos de saber como os financiar nas circunstâncias atuais, trabalhando em conjunto com as empresas e economias europeias, e não contra elas. Para atingir estes objetivos, teremos de mobilizar um bilião de euros nos próximos dez anos. Reconhecemos o papel do orçamento europeu, da coesão, das políticas re‑gionais e agrícolas e do Fundo para uma Transição Justa. Por fim, conside‑ramos que os novos Recursos Próprios não são apenas uma futura fonte de receita, mas também uma ferramenta para incentivar a transição verde ao nível europeu”.

    Por sua vez Paul Tang (S&D, NL), relator da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, referiu, no mesmo debate que “este relatório mostra‑nos que é possível alcançarmos os nossos objetivos climáticos. Estamos a construir uma ponte entre as nossas ambições e a realidade. Para isso, precisamos de quatro pilares: primeiro, todos os gastos da UE têm de se reger pelo princípio de “não prejudicar significativamente”; segundo, as instituições financeiras e monetárias europeias têm de assegurar que os objetivos são financiados; terceiro, o investimento privado em atividades prejudiciais tem de ser progressivamente elimi‑nado; por fim, o dinheiro público tem de ser gasto de forma sustentá‑vel. Além de todas estas medidas, precisamos de combater a evasão fiscal por formar a aumentar a receita pública”.

    Financiamento do Pacto Ecológico Europeu aprovado

    Eurodeputados defendem investimento em atividades sustentáveis

    O Parlamento Europeu apresentou propostas sobre a melhor forma de financiar a transição para uma economia verde, sustentável

    e descarbonizada, submetido a votação na sexta-feira.

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    De 7 de Dezembro de 2020 a 6 de Janeiro de 2021

    Município de Sátão promove terceira edição do Concurso de Montras de Natal

    com o tema “a Família”, a câmara de Sátão vai promover, de 7 de Dezembro a 6 de Janeiro, a terceira edição do Concurso de Montras de Natal. Apesar de vivermos uma época atípica decorrente da situação pandémica que assola o país e o mundo, o município de Sátão pre-tende com este concurso contribuir para a divulgação dos espaços comerciais que queiram participar no mesmo e dar mais ânimo e alegria às ruas do concelho.

    Este concurso destina-se a todos os comerciantes, com montra visível a partir do espaço público, estando a sua participação sujeita a inscrição prévia até 29 de Novembro, no Ga-binete de atendimento ao Munícipe onde se encontra disponível o Regulamento e através do email [email protected].

    a votação será efetuada pelo público através do facebook (representando 60% da classificação final) e por avaliação de um júri constituído por três elementos (40% da classificação final). A pontuação final será divulgada no site e na página do facebook do Município de Sátão.Ovinos

    de raça Churra da Terra Quente

    a raça churra da terra Quente é uma raça de ovi-nos autóctone da região da terra Quente trans-montana e Douro Superior. caracteriza-se pelo bom instinto maternal e facilidade no parto, pela sua longe-vidade e pela sua enorme rusticidade, sendo capaz de apresentar bons índices produtivos e reprodutivos mes-mo em condições adversas.

    Esta raça, em tempos não muito longínquos, era explo-rada na tripla função (lã, leite e carne) e está atualmente orientada para a produção de leite e borrego, sendo a lã um produto com muito pouca valorização, que não paga os custos da tosquia.

    no início do ano de 2020 o Livro Genealógico contava com 14037 fêmeas, das quais 13117 exploradas em linha pura e 583 machos, num total de 131 criadores.

    Nos últimos anos tem-se verificado um decréscimo do efe-tivo, devido à idade avançada dos criadores, ao excesso de burocracia e á falta de interesse dos mais jovens, assim como pelo facto do apoio dado aos criadores já não ser suficiente-mente atrativo para manter ou iniciar a atividade.

    Como entidade gestora do Livro Genealógico da raça Churra de terra Quente, a associação nacional de criadores de Ovinos da Raça churra da terra (ancOtEQ) tem a sua sede em Quinta Branca, Larinho, no concelho de torre de Moncorvo.

    MEio rural

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    2020 assinala os 75 anos da maior estrada do país

    Aljustrel ergueu marco evocativo à N2 para potenciar esta via e rota turística

    O Município de Aljustrel, consciente da importância que a Estrada Nacio-nal 2 (N2) cada vez mais assume no que diz respeito à atividade turística, mas também enquanto atrativo propício ao desenvolvimento, neste ano em que se assinalam os 75 anos da maior estrada do país, decidiu perpe-tuar a passagem desta mítica estrada pelo concelho.

    O município alentejano ergueu em pedra, que é uma réplica de um dos marcos desta mítica estrada, embora em maior dimensão, pre-cisamente na rotunda que serve umas das entradas à vila de aljustrel e que é atravessada por esta via. O marco, concebido pelo escultor João Daniel, assinala o quilómetro 619, destacando o nome da localidade a que está associado, tendo ainda a inscrição da frase “nada nesta paisagem é intempestivo, tudo é surpreendente”, da autoria de Paulo Moura, paten-teada no livro “Longe do Mar”, que relata uma viagem de mota pela n2 em busca de histórias, e que diz respeito, precisamente, à passagem deste escritor e jornalista por este território.

    a n2 atrai cada vez mais turistas ao concelho de aljustrel, de várias partes do mundo, e esta é também uma forma de divulgar o município de “lés-a-lés”. até porque, tendo em vista a estruturação deste “pro-duto” turístico, a Câmara de Aljustrel integra ainda a rota dedicada a esta estrada nacional, que é composta por todos os municípios que são atravessados por esta via.

    aljustrel dá também, deste modo, o seu contributo para a divulga-ção desta rota e pretende atrair para o seu território cada vez mais visitantes, mostrando a sua cultura, a sua gastronomia, o seu patri-mónio e as vivências do seu povo.

    no município de aljustrel a n2 permite a ligação aos concelhos de Ferreira do alentejo e castro Verde, passando pela Freguesia de Ervidel e pela aldeia do carregueiro.

    Lançam às comunidades de Abrantes, Constância e Sardoal

    TAGUS reforça apelo à oferta de produtos locais neste NatalO consumo de produtos locais para contribuir

    para a economia regional, através de dez sugestões de cabazes, são o desafio que a TAGUS e os produ-tores lançam às comunidades de Abrantes, Constân-cia e Sardoal para a época natalícia que se avizinha. A Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior preparou propostas a partir dos 20 euros com o que de melhor a região produz.

    Vinhos, azeites, queijos, enchidos, compotas, mel, doces, marmeladas, licores, bolachas e cervejas artesanais são as apostas reforçadas pelo apelo, neste ano particularmente difícil devido à pandemia, para a es-colha da população passar pelos produtos agroalimenta-res locais para as suas ofertas de natal, de modo a contri-buir para o escoamento das produções da região.

    Este ano, os cabazes de produtos locais apresentam pre-ços entre os 20 e os 40 euros, havendo apenas uma suges-tão um pouco mais dispendiosa. Os preços destes artigos, que têm conquistado prémios em concursos nacionais e internacionais, são os mesmos praticados pelos produtores aos consumidores finais. Há, também, a possibilidade de os clientes comporem os seus próprios cabazes, selecionando os vinhos, azeites, enchidos, doçaria, queijo e cervejas ao seu gosto e à medida da sua carteira.

    O catálogo de cabazes de produtos locais deve ser consul-tado em www.tagus-ri.pt, onde encontrará as 10 sugestões já com a embalagem pronta para a oferta contemplada. as enco-mendas devem ser feitas pelos contactos da taGUS, através do telefone 241 106 000 ou pelo email [email protected], ou então, ir diretamente ao espaço cá da terra, em Sardoal, de terça-feira a sábado das 10 às 18 horas, ou ao Welcome center - turismo de abrantes, todos os dias das 10 às 19 horas.

    Online desde dia 28 de Outubro

    CIM Viseu Dão Lafões lançou site de promoção turística

    a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, dando continuidade à estratégia de consolidação do território enquanto destino turístico de natu-reza, lançou o site exploraviseudaolafoes.pt. Online desde dia 28 de Outubro, esta nova plataforma digital visa dar a conhecer, de uma forma dinâmica e intuitiva, a região Viseu Dão Lafões, na vertente de Walking & Cycling, podendo inclusive descarregar informação para suportes digitais moveis.

    Organizado de modo a facilitar o planeamento de atividades, o utilizador pode aceder a informação pormenorizada sobre a oferta regional no âmbito do turis-mo natureza.

    Esta plataforma disponibiliza, ainda, informação útil relativa à oferta cultural, gastronómica e hoteleira do território, havendo um espaço dedicado à divul-gação de propostas no campo da saúde e bem-estar, facilitando a procura do produto turístico adequado a cada visitante.

    De acordo com o Secretário Executivo, Nuno Martinho, “A CIM pretende que este espaço online seja um convite aberto a todos para que descubram a região Viseu Dão Lafões. com este site, pretendemos, alavancar, junto de novos públicos, um produto compósito de turismo de natureza ímpar que alia, entre outros, a ecopista do dão e futura ecopista do Vouga, os per-cursos pedestres, os centros de BTT e Trail, as Subidas Épicas, afirmando a nossa região enquanto destino preferencial, para os amantes de turismo de natureza”.

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    Smart Travel 2020 vai decorrer de 3 a 5 de Dezembro

    Bragança recebe festival de conteúdo inteligente

    A cidade de Bragança vai receber o Smart Travel 2020, o mais importante e mais antigo evento de smart cities e smart tourism em Portugal. Na edição deste ano, devido à pandemia, o evento irá ser online, mas a qualidade man-tém-se e espera-se que a plataforma de streaming preparada para o efeito seja interativa e capte o interesse do público.

    O Smart travel 2020 vai ter lugar de 3 a 5 de Dezembro e irá focar-se em alguns tópicos específicos. A nível internacional, as mudanças que a covid-19 obrigou a implementar, as consequências para as cidades, residen-tes, visitantes e negócios.

    “Teremos os casos de estudo do Manifesto Market, com o Martin Barry; a resiliência de Milão, com o Piero Pelizzaro; as “cidades 15 minutos” e o caso de Paris com o carlos Moreno, entre outros”, refere a organização. as viagens internacionais e os impactos no sector, com o Dimitrios Buhalis; as lições apreendidas com outras ocorrências com a Inga Hlin Palsdottir; o caso de estudo e a estratégia de turismo inteligente da cidade que dá nome a uma das bebidas mais famosas do mundo inteiro, tequila, com Federico De arteaga Vidiella; as relações entre o ocidente e a china em tempos delicados, com a Sasha Qian; e os fatores que fazem a diferença na hora de escolher um destino, seja para viver ou visitar, com o Jona-than Reichental, entre muitos outros.

    a nível nacional, o destaque habitual para os territórios de baixa den-sidade e ilhas. O Smart travel, sendo um evento de Bragança, uma cida-de de pequena dimensão no interior do país, é também um momento de reflexão para encontrar alternativas e garantir qualidade de vida a quem deseje escolher um novo destino para viver e trabalhar. Fi-nalmente, a cultura, o empreendedorismo e a sustentabilidade, que, em tempos de pandemia, se tornaram também tópicos importantís-simos.

    Destaque para as presenças da diretora do Museu de Lisboa, Joa-na Monteiro; um dos membros da banda anjos, nelson Rosado; a importância do local/global com o Renato de castro; a sustentabili-dade e promoção dos destinos em vídeos e conteúdos, com o Hugo Marcos, e o fotógrafo Pedro Rego.

    Este Festival de Inteligência contará com a participação de cida-des portuguesas e globais, entre as quais Bragança, Porto, atenas, tequila, Paris, Pequim, Vizela, caldas da Rainha, Milão e muitas outras. num formato diferente, haverá lugar à apresentação de soluções inovadoras para as cidades e turismo, através de uma parceria estratégica com o nESt/turismo de Portugal.

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    nesta evolução aritmética, mas contínua, verificou-se uma forte in-dustrialização, o que gerava emprego, um operariado e uma classe média crescente, que compravam produtos inovadores à indústria, in-centivando o desenvolvimento científico-tecnológico. Foi assim promo-vida a qualidade e a qualificação, para além do caminho para igualdade, trazendo as mulheres para o mercado de trabalho. Para equilibrar me-lhor estas correlações, foi-se implementando o Estado Social.

    O capitalismo económico, industrial, interdependente com o sistema financeiro bancário, com energia fóssil acessível, estava igualmente fortemente dependente dos recursos naturais / matérias primas. De-pois da Economia e da Solidariedade, agregava-se então o ambiente, terceiro pilar do que seria mais uma utopia(?) nos horizontes huma-nistas da Europa: o Desenvolvimento Sustentável.

    Evidentemente, este articulado progressista só chegaria a Portu-gal depois de 74, intensificando-se, já no seu final, após a adesão à comunidade Económica Europeia.

    Entretanto, nos finais dos anos 80, começa a despontar um “outro capitalismo”, o capitalismo financeiro. Simplificando, começou-se a “fazer dinheiro a partir do dinheiro”. Continuando a simplificação, para se ser rico �