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Como vai a Saúde? CORUCHE O Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE SUPERCORUCHE – Supermercados SA. Telef. 243 617 810 Fax 243 617 712 Rua Açude da Agolada 2100-027 CORUCHE PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores. Director: Abel Matos Santos Ano 1 Número 12 1 de Abril de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222 Destaques Nogueira Pinto e Salazar, a pro- pósito do seu documentário e do vencedor do concurso. Páginas 20 e 21 Na Rota das Freguesias, em entrevista com Jacinto Barbosa. Páginas 36 e 37 Ciclismo, volta ao distrito RTP termina com a vitória de Robert Hunter. Página 14 O Fluviário de Mora, abriu ao público e é único na Europa. Página 35 Entrevista ao Director do Centro de Saúde de Coruche, Dr. José Miguel Coutinho O Mercado do século XXI página 5 página 3 Assine a Subscrição Pública Assine a Subscrição Pública Disponível nos locais assinalados e no site Disponível nos locais assinalados e no site www www.ojornaldecoruche.com .ojornaldecoruche.com Suplemento nas centrais

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Como vai aSaúde?

CORUCHEO Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis

LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE

SUPERCORUCHE – Supermercados SA.

Telef. 243 617 810 • Fax 243 617 712Rua Açude da Agolada – 2100-027 CORUCHE

PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO

Os artigos assinados são da inteiraresponsabilidade dos seus autores.

Director: Abel Matos Santos – Ano 1 • Número 12 • 1 de Abril de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: € 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222

Destaques

Nogueira Pinto e Salazar, a pro-pósito do seu documentário e dovencedor do concurso.

Páginas 20 e 21

Na Rota das Freguesias, ementrevista com Jacinto Barbosa.

Páginas 36 e 37

Ciclismo, volta ao distrito RTPtermina com a vitória de RobertHunter.

Página 14

O Fluviário de Mora, abriu aopúblico e é único na Europa.

Página 35

Entrevista ao Director doCentro de Saúde de Coruche,

Dr. José Miguel Coutinho

O Mercadodo século XXI

página 5

página 3

Assine a Subscrição PúblicaAssine a Subscrição Pública

Disponível nos locais assinalados e no siteDisponível nos locais assinalados e no sitewwwwww.ojornaldecoruche.com.ojornaldecoruche.com

Suplemento nas centrais

Agora que nos aproxima-mos da entrega dasassinaturas à Câmara

Municipal para a reposição dajustiça e da verdade, depois dasnossas gentes “falarem” atravésda assinatura da subscrição,finalmente começam a “falar”também as representações polí-ticas da nossa população deCoruche.

O PCP, veio a públicoatravés de um jantar comemora-tivo atacar a figura do ilustreMajor, do nosso Jornal e do seuDirector, por “estarem a reporuma figura que representa o fas-cismo” e, imagine-se, “atrocida-des que mataram, perseguirame torturaram milhares de por-tugueses e centenas de coru-chenses”. Será que se engana-ram e estavam a falar da União

Soviética e do Comunismo quetantos queriam para nós!? Ouseria dos Gulags? É verdadeira-mente inacreditável como sepode distorcer a realidade e me-ter a “cassete” já tão usada, pen-sando que os Coruchenses sãoincultos, parvos ou estúpidos.

Mais inacreditável ainda, ésomente afirmarem que o quemancha a figura do Major é ofacto de ter assinado, em con-junto com todos os membros dogoverno da altura, o decreto quecria a PVDE, em 1933, e queem 1945 veio dar lugar à PIDE,à qual nada o Major teve a ver,visto ter sido exonerado do seucargo de Ministro da Guerra em1934, por ter sido o primeiro acontestar o regime de então e apropor o afastamento de Sala-zar. Pasme-se!

De salientar que Luíz Alber-to de Oliveira, serviu a Monar-quia e a República com igualamor à Pátria (assim o deve fa-zer um militar digno), e o cargode Ministro da Guerra foi-lhe

proposto, por ter sido um HeróiNacional nas guerras de Áfricade 1912 e na 1.ª Guerra Mundial(1914-18) e um exemplar oficialque em muito contribuiu paraque as baixas dos nossos mili-tares em combate fossem meno-res. Apesar de ter estado poucotempo no Ministério, efectuoureformas profundas na estruturamilitar que a projectou para amodernidade.

A propósito da 1.ª GuerraMundial, fica aqui uma home-nagem àqueles coruchenses quelá perderam a vida. Parece queos comunistas não querem ter asua memória em Coruche, peseembora o facto de ter prestadoos mais relevantes serviços àNação e à nossa terra. Pasme-sede novo!

Fica então claro que o PCPnão contesta o facto de o nossoMajor ter sido o impulsionadore responsável pela construçãodas Pontes que atravessam oSorraia até ao Monte da Barca eque hoje ainda usamos, não con-testa o facto de ter sido ele quefez com que se iniciasse emCoruche o saneamento básico, aágua canalizada, o calcetamentodas ruas em pedra, estruturasmodernas de electricidade etelefones, a construção do bairronovo, para já não falar no apoioaos trabalhadores e aos maisdesvalidos, bem como à criaçãode bolsas de estudo para possi-bilitar que muitos filhos da nos-sa terra pudessem estudar.

Nem conteste ter sido o

único Campeão do Mundo deEsgrima que Portugal teve(facto só por si extraordinário).Tudo isto não foi posto emcausa, porque não pode ser! Foio que aconteceu e é a verdade! Épor isto e muito mais que temsido divulgado no jornal aolongo dos meses, que o busto foierigido pela população, quemais tarde foi cobarde e crimi-nosamente arrancado por gentepoliticamente ignorante e movi-da por desejos de vingançaestéril que só envergonharam anossa história. É por tudo istoque agora o queremos repor!

O PSD, veio também publi-camente, através do seu porta--voz, Sr. José Manuel Potier,dizer o que pensa sobre a repo-sição da estátua, e, afirmou comconvicção e certeza, que “oapoio é total e incondicional”,pois reflecte um “acto de purajustiça que deve ser praticado”,“até porque todas as acusaçõesque lhe são feitas, não estãodemonstradas, nem por factos,nem por documentos, e assim aposição do PCP é pura e sim-plesmente uma posição ideológ-ica que não surpreende”.

Disse que “em todos estesanos que passaram desde o 25de Novembro de 1975, o PCPparece que não aprendeu na-da”. Acrescentou ainda que “oPCP continua a pensar que osintelectuais e conhecedores dahistória do País são só da suaárea política”, comparando “o

que se passou com o Major Oli-veira com a situação de BotelhoMoniz, Spínola ou Costa Go-mes”.

Falta agora que o PS e oCDS-PP se manifestem publica-mente, bem como o Sr. Presi-dente da Câmara, que provavel-mente se reserva para o fim,mas que esperamos natural-mente que seja favorável, poissendo um homem formado emHistória facilmente verificará averacidade dos argumentos efactos apresentados, contra oqual ninguém intelectualmentehonesto e sério pode duvidar,fazendo jus ao provérbio bempopular, que diz ser “o ver-dadeiro cego não é aquele quenão vê, mas sim aquele que nãoquer ver”!

É o dever do Jornal de Co-ruche, e está bem patente nonosso estatuto editorial, defen-der os nossos filhos maiores,aqueles que transcenderam onormal e muito fizeram pelanossa terra e pelas nossas gen-tes. É por isso que o Jornal deCoruche e o seu Director defen-dem aquele que em minha opi-nião foi um dos maiores coru-chenses de sempre.

Apelo a todos para que assi-nem a subscrição pública e sejuntem neste encontro com ahistória, que nos permita ter adignidade que merecemos.

A bem da nossa terra!

Abel Matos Santos

2 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007

Fundador, Proprietário e Director: Abel Matos Santos • CP: TE 463 ([email protected])Redacção: Av. 5 de Outubro, 357-3.º B. 1600-036 Lisboa • Rua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 Coruche • Fax: 243675 693 • Tlm: 91 300 86 58 Editor: ProCoruche – NIPC: 507700376 Registo na ERC n.º 124937Depósito Legal: 242379/06 ISSN: 1646-4222 Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: MensalPaginação e Grafismo: Manuel Gomes Pinto Assistente: Patrícia Tadeia Agenda e Notícias: [email protected]ção: João Carlos Louro (chefe de redação - CP 7599), Mafalda Fonseca, Edite Costa, Patrícia LealAssinaturas e Publicidade: Isabel Pinto, Carlos Tadeia e Conceição Louro • ([email protected]) • Tlm: 91 300 86 58 e 96 600 12 93 Contabilidade: Manuel Alves dos SantosImpressão: Empresa do Diário do Minho, Lda, Braga. Distribuição e cobranças: Carlos Tadeia • Tlm: 93 632 22 900Colaboraram neste número: Abel Matos Santos, Alberto Francisco, António Fonseca, Carlos Domingos, DomingosXavier, Edite Costa, Hélder Costa, João Alarcão, João Barros, João Costa Pereira, João Filipe, João Louro, JoaquimMesquita, José Caeiro, Pedro Guedes da Silva (Alameda Digital), Luís Martins, Mafalda Fonseca, Manuel Pinto,Mariazinha Alarcão Macedo, Miguel Mattos Chaves, Osvaldo Ferreira, Pedro Vargas, Telma Caixeirinho, Vasco Mantas,Cáritas, Teresa Montoia, Escola Prof. Coruche, Búzios, GI-CDS, GI-CMC, GI-GCS, GI-PCP, GI-PSD, GI-Verdes,Nersant, VFX ToirosFotografias: António Fonseca, Carlota Alarcão, Domingos Xavier, Hélder Marques, Inácio Ramos Jr., João Alarcão, JoãoCosta Pereira, João Louro, Joaquim Mesquita, Luís Sousa, Mafalda Fonseca, Manuel Pinto, Pedro Vargas, TelmaCaixeirinho, Vasco Mantas, Vitorio Cardoso, Búzios, Escola Prof. Coruche, GI-CMC, GI-GCS, GI-PSD, GI-Verdes,Nersant, SHIP, SRUCP, VFX ToirosCartoon: Pedro Nascimento Web: Henrique Lima

www.ojornaldecoruche.comAssinatura: Nacional 20 euros • Resto do Mundo 30 euros

Major Luíz Alberto de Oliveira

Quem apoia e condena a reposição da estátua?

EE D I TD I T O R I A LO R I A L

Membro da

O JORNAL DE CORUCHE éum jornal noticioso, informativo,generalista que, de uma formaindependente e apartidária, procu-rará incentivar e divulgar as poten-cialidades do Concelho de Coruchee do todo em que se integra.

O JORNAL DE CORUCHEnão renega as características Riba-tejanas da grande maioria da popu-lação Coruchense, mas terá ematenção as evoluções administrati-vas conducentes às novas reali-dades regionais que aproximarãoCoruche de outros Concelhos comos quais, por se estenderem ao lon-go do Sorraia e se incluir no Valedo Tejo, sempre manteve contactosprevilegiados.

Na transcendência desses en-quadramentos regionais adminis-trativos o JORNAL DE CORU-CHE defenderá e respeitará semprea realidade que nos definiu comoEstado – Nação, cada vez menosEstado mas ainda Nação, a exigirde todos nós um maior esforço napreservação da identidade culturalcolectiva.

O JORNAL DE CORUCHEconstitui-se, pois, também, comotribuna de defesa duma herançacultural que moldou Portugal comoo mais antigo Estado – Nação detoda a Europa.

O JORNAL DE CORUCHEdefenderá, por essas razões, a pre-servação e divulgação do Patrimó-nio Histórico da região comoexpressivo testemunho do legadodos nossos antepassados que estána raiz da nossa identidade culturalcomum.

O JORNAL DE CORUCHEespera contribuir para a exigível

obrigação de transmitir às geraçõesmais jovens a consciência desselegado.

O JORNAL DE CORUCHEassume-se, assim, como formativona medida em que se propõe des-pertar nas camadas mais jovens aatenção para esse património reli-gioso, natural, ambiental, arquitec-tónico, etnográfico, enfim, cultural,bem como para a necessidade de omanter e proteger.

Contra tudo e contra todos oJORNAL DE CORUCHE defen-derá os valores e princípios da tra-dição portuguesa tão caros aoshomens e mulheres do Sorraia nageneralidade e aos Coruchenses emparticular, que sempre se souberamadaptar às novas realidades que osséculos lhes fizeram chegar.

Com particular atenção às no-vas realidades que vão surgindo OJORNAL DE CORUCHE estarásempre, pois, disposto a divulgar assoluções que as transformem emefectivas melhorias da justiça so-cial que todos merecem ter.

Dentro de um espírito de equi-dade e respeito pelas diferençasinterpretativas e de critérios avalia-tivos o JORNAL DE CORUCHEprocurará dar expressão àquelesque perfilhem posições antagónicasdesde que estas não contrariemdrasticamente, na sua essência osvalores e princípios enunciados.

Esses posicionamentos deve-rão, no entanto, ser claramenteidentificados a fim de não seremconfundidos com a linha editorialdo JORNAL DE CORUCHE.

Os artigos assinados serão sem-pre, assim, da responsabilidade dequem os subscreve.

Estatuto EditorialA lei de imprensa obriga à publicação anual do estatuto editorial

Jornal de Coruche – Quaisas principais transformaçõesocorridas no CSC nos últimosanos?

José Miguel Coutinho – OCentro de Saúde de Coruche(CSC) sofreu uma profundaalteração em Março de 2000.Foi nesta data que iniciámos umprocesso totalmente diferentecom a adesão ao que ainda hojese chama RRE, ou seja RegimeRemuneratório Experimental.Este regime assenta em trêsprincípios fundamentais:– Remuneração com uma parteflexível e adequada à produçãode cada médico.– Conceito de inter-substituição,para o caso de não estar presenteo respectivo médico de família.– Aumento da acessibilidade demaneira a que o utente tenhauma resposta em tempo útil, ouseja no próprio dia, alargando ofuncionamento do CSC para ohorário das 8 às 20 horas.

Este novo espírito e esta no-va forma de responsabilizaçãopara com os utentes dos nossosficheiros, deram os seus frutos efoi extremamente positivo de talforma que hoje estamos entre os20 melhores Centros de Saúdede todo o país.

JC – O que pensa serem asprincipais carências? E os pon-tos fortes?

JMC – Neste momentotenho que lhe dizer que existeapenas um contratempo no querespeita a carências de pessoalmédico (colega com doençaprolongada, há vários meses …)e, também alguma carência empessoal administrativo e auxiliardevido ao grande número dereformados recentes que aindanão foram substituídos. Esta si-tuação é avaliada em relação aoquadro de pessoal existente.

No entanto, este mesmo qua-dro deveria ser revisto dado que

hoje sentimos a falta de pessoalpara formação de equipas multi-disciplinares para intervençãodirecta na comunidade:

– Nutricionista, Terapeuta daFala, Assistente Social, Psicó-logo – só para nomear algunsdos mais importantes.

Quanto aos pontos fortes,acho que temos uma excelenteequipa de médicos e de enfer-meiros, mas que, enfim, não é amim que compete avaliar, massim a população de Coruche.

JC – Existe lista de esperapara médico de família noconcelho de Coruche?

JMC – Teoricamente não

existe lista de espera, no entantoe pelo mesmo facto já men-cionado anteriormente (doençaprolongada do colega) acabapor ser uma realidade que pro-curamos minimizar o mais pos-sível com a ajuda de colegas queestão a cobrir esta falta, em re-gime de horas extraordinárias

JC – Quais os meios huma-nos e técnicos de que dispõe?

JMC – Treze médicos, 19enfermeiros, 18 administrativos,dois técnicos de Raio X, um téc-nico de Saúde Ambiental, um téc-nico de Cardiopneumologia, umtécnico de Saúde Oral, um Fisio-terapeuta, um Terapeuta Ocupa-cional, 11 Auxiliares e um Moto-rista. Quanto a meios técnicos te-mos Raio X, Electrocardiografia,Espirometria e Fisioterapia.

JC – O que precisa parater um serviço de excelênciaao nível da Medicina Geral eFamiliar?

JMC – Esta é uma perguntaque “traz água no bico”… Podeter-se um serviço excelente compoucos recursos, bem como umserviço péssimo com todos osrecursos. A excelência do ser-viço prestado tem muito mais aver com a adequação do serviçoàs necessidades da população

do que com grandes edifícios oumuito material técnico, ou pes-soal, que em alguns casos atéexcedem as necessidades, ouseja, autêntico desperdício deque hoje tanto se fala.

Isilda Cordeiro – Ao nívelde grande investimento, sempreem parceria, e, neste caso com aSanta Casa da Misericórdia e aSegurança Social, criar uma Uni-dade de Internamento de Reta-guarda para apoio indispensávelaos Cuidados Continuados.

JC – Como encara a remo-delação nos serviços de urgên-cia, nomeadamente na ques-tão do encerramento de SAP eda criação de um SUB?

JMC – Muito provavel-mente não sabe, mas eu fui aprimeira pessoa a apresentaruma unidade básica de urgência,como um elemento indispensá-vel na cadeia de urgências destepaís. Na altura apresentei esteprojecto directamente ao Dr.Branco que era o Coordenadorda Sub-Região de Santarém.Sobre este assunto poderia estaraqui a falar muito tempo, masresumindo o mais possível devodizer-lhe o seguinte:

– Os SAP não são nem po-dem ser encarados como urgên-cias dado que a grande maiorianão está preparada para isso.

– É fundamental dar segu-rança às populações no sentidode as aproximar a verdadeirasurgências. Esta aproximaçãotem a ver com tempos de deslo-cação das mesmas, ou de auto-macas, o que nem sempre cor-responde às mesmas distâncias.

– É, por outro lado funda-mental o aproveitamento de re-cursos – médicos – dado a suaprecariedade e a enorme quanti-dade que se reforma num prazode dez anos.

O Jornal de Coruche entrevistou o Director do Centro de Saúde de Coruche, Dr. José Miguel Azevedo Coutinho e a Enf.ª Isilda Cordeiro.

Centro de Saúde de Coruche- A realidade -

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 3

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Boa Páscoa

novos espaçosa mesma qualidade

Se hoje estamosentre os vintemelhores Centrosde Saúde, a nívelnacional, tenhoa convicção queficaremos muitoem breve entreos dez melhorescom pequenasmodificações.

> continua na página seguinte

Veja o que acontece na nossaregião – Coruche, Benavente eSalvaterra, com dois SAP a fun-cionar sem as condições neces-sárias. Não seria melhor umcom todas as condições?

JC – Concorda com a lo-calização do novo SUB emCoruche?

JMC – Concordo e sempredefendi que o concelho de Coru-che deveria possuir uma UBU--SUB, tendo em conta tudo oque disse anteriormente – pro-ximidade e tempos de desloca-ção às Urgências. No entanto,tenho como conceito em relaçãoa estas unidades que devem es-tar em locais com excelentes erápidas acessibilidades de che-gada bem como de drenagempara Urgências mais qualifi-cadas.

Foi por esta razão que há al-guns anos eu propus o Biscai-nho como local que reunia estascaracterísticas. Neste momento,volto a repensar a situação Bis-cainho, dado os projectos emcurso das novas estradas, ouSalvaterra no nó com a A13.

Devo referir que a ideia defazer uma destas unidades navila de Coruche e próximo doCentro de Saúde, só em situaçãotransitória, caso contrário é umerro estratégico e técnico grave,com o qual não posso concordar.

JC – Quais os desafios parao futuro?

JMC – O principal desafiopara um futuro próximo é o de seconseguir fazer duas unidades desaúde familiar, ou seja fazer comque todos os médicos trabalhemcom as mesmas regras.

IC – Montar uma Unidadede Cuidados Continuados Inte-grados para prestar cuidados desaúde ou de apoio social a pes-soas que, independentemente daidade, se encontrem em situaçãode dependência. Os cuidados desaúde poderão ser prestados nodomicílio ou integrado na Uni-dade de Internamento de Reta-guarda.

JMC – Queria apenas acres-centar que estes dois projectos jáestão em andamento prevendo-se para breve o acordo que per-mitirá passar à fase de efecti-vação do mesmo.

JC - Existem especialidadesou valências, como por exem-plo a Estomatologia, completa-mente erradicada dos CS e tãonecessária?

JMC – Há determinadasespecialidades que faziam todoo sentido funcionarem nos Cen-tros de Saúde. A Saúde Oral éum exemplo, mas há outras tam-bém muito importantes: SaúdeMental, Oftalmologia, são ape-nas mais 2 exemplos.

JC – E as extensões doCouço, Biscainho e Lamarosa?

JMC – Estas extensões vão--se manter, não só pela popu-lação que abrangem como tam-bém pela distância à sede.

A extensão do Couço já foiremodelada, será agora neces-sário fazer o mesmo à Extensãodo Biscainho e da Lamarosa queestão no limite inferior de fun-cionalidade.

JC – As Unidades de SaúdeFamiliar (USF) vão ser cri-adas em Coruche?

JMC – É claro que sim,como já disse constituem onosso objectivo principal nestemomento.

Embora saiba que estou acorrer o risco de defender a casaque ajudei a fazer, devo fazer jusda qualidade do Centro de Saú-de de Coruche e de toda a equi-pa que nele trabalha.

Se hoje estamos entre os 20melhores Centros de Saúde, anível Nacional, tenho a convic-ção que ficaremos muito embreve entre os 10 melhores compequenas modificações a intro-duzir com as USF e, obviamentecom a colaboração da Comuni-dade de Coruche que é indispen-sável para a boa utilização des-tes serviços.

Entrevista deAbel Matos Santos

Face às últimas notícias quetêm vindo a ser publicadas pelaimprensa regional, sobre umiminente fecho da porta do barPonte da Coroa, o Jornal de Co-

ruche quis ouvir o lado de lá dosfactos. “O que pretendo fazer édesmentir o que têm dito”, édeste modo que começa a con-versa com António Macedo,gerente do restaurante/bar Ponteda Coroa.

A denúncia feita via carta àCâmara Municipal de Coruche,onde terão sido declaradas ano-malias no funcionamento dobar, desencadeou uma vistoriaao estabelecimento. “Recente-mente, o bar foi submetido auma fiscalização, de onde re-sultou um relatório que referiaa falta de licença de utilizaçãocomo única falha da nossaparte”, argumenta o gerente.

A Ponte da Coroa abriu em1967 e tal como conta AntónioMacedo “abriu numa épocaem que ainda não eram neces-sárias licenças de funciona-

mento. Foi em 1990 que o res-taurante a adquiriu.

É um local como não háigual em Coruche. Temos umagrande colecção de fotografiasantigas alusivas à vida taurinada vila”. António Macedo asse-

gura que o bar possui todas ascondições de segurança e hi-giene.

O espaço está equipadocom extintores, saídas de emer-gência, casa de banho e venti-lação. No que diz respeito à li-

cença de utilização, “esse as-sunto está a ser tratado com aCâmara” salvaguarda o ge-rente.

Recentemente a autarquiapassou o documento do horáriode funcionamento do bar, “lo-go, posso ter o bar aberto aopúblico”.

Para o empresário coru-chense é de lamentar a calúniaque foi lançada ao seu estabe-lecimento. Tudo o que pretendeé resolver o assunto da melhormaneira, recorrendo à justiçapara que o autor de tal difa-mação seja penalizado.

“O bar está sempre cheio. Éfrequentado por várias gera-ções, não há delinquentes enão perturba a vizinhança”acrescentou António Teixeira,sócio de António Macedo.

Edite Costa

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 20074

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Centro de Saúde de Coruche- A Realidade -

EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA> continuação da página anterior

Sobre a polémica do encerramento

Ponte da Coroa esclarece

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 5

Já lá vão uns anitos que li parte do“Dossier da Pide”, do autor já falecido,senhor Mário Castrim e de tal modofiquei aterrorizado, que não mais tivecoragem para o acabar de ler. Mas comoo esperar é uma grande virtude, aguardei,sem fazer por isso, que algum dos seuscorreligionários saltasse a terreno emdefesa do apelo feito pelo autor, a fim deserem chamados à responsabilidade ostais bufos e pides daquela organização.

Como tal não aconteceu, fico umpouco apreensivo pelos tais maus tratosdescritos, porquanto homens de catego-ria politica, como por exemplo osEx.mos Senhores Palma Inácio, CostaMartins, Ramos Horta, Otelo Saraiva deCarvalho, Rosa Coutinho, e tantos mais,estejam tão caladinhos, parecendo nãoterem sofrido na pele os efeitos daquelesmaus tratos.

Fiquei também admirado quando, emAbril do ano passado, os jornais deram anoticia de que um grupo de antigos pre-sos políticos, vitimas de bárbaros ecruéis tratamentos – bebendo urina,comida deteriorada, espancados, órgãos

esmagados e queimados, etc. – tivessemvindo para Portugal passar umas fériasde 30 e tal anos, e que cheios de sauda-des daqueles tempos, lá foram de abala-da até ao Tarrafal… para naturalmentelevarem umas lembranças aos guardasque os tratavam como o autor descreve.

Curioso é que o autor só nos dá onome das vítimas daqueles castigos,ocultando os nomes dos pides que ospraticavam, desfazendo assim, o seu de-sejo de extinguir até ao último colabo-rador da Pide, di-lo na página n.º 10 doseu livro.

Como o Sr. Castrim descreve, emuito bem, no seu dossier da Pide seriainteressante que algum dos seus correli-gionários nos desse a saber o porquê daorganização Pide, para assim podermosajuizar melhor o conteúdo daquele.

Assim, parece que a manta esfarrapa-da não chegou para tapar o gato, deixan-do-o com o rabo de fora.

Do Coruchense,

Alberto FranciscoTorres Vedras, 19/03/2007

A manta esfarrapadanão chegou para tapar o gato

AVISOAlvará de Loteamento com Obras de Urbanização Nº 02/2007Processo de Loteamento n.º 02/2004

Nos termos do disposto pelo Nº 2 do Artigo 78º do Decreto-Lei nº 555/99 de16 de Dezembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei Nº 177/2001 de 4de Junho, torna-se público que esta Câmara Municipal emitiu em 21 deFevereiro de 2007, o Alvará de Loteamento com Obras de Urbanização Nº02/2007, em nome de DIAMANTINO DIAS BRANCO, NIF 120 875 525, resi-dente em Rua do Pinheirão, 9545-607 Branca CCH, através do qual foiLicenciado o Loteamento bem como as respectivas obras de urbanização arealizar no prédio sito em Rua da Escola Nova, na localidade da Branca,Freguesia da Branca, Concelho de Coruche, descrito na Conservatória doRegisto Predial de Coruche sob o Nº 00343/290502, inscrito na respectivamatriz sob o Artigo 110 da Secção AU (rústico) urbano (omisso).

A operação de loteamento apresenta as seguintes características:

Área abrangida pelo Plano Director Municipal.Área total do prédio: 18 120,92m2Descrição da área a lotear: 1250,00m2 Número de Lotes: 1 Área dos lotes: 1210,00m2Área para passeio frente ao lote: 40.00m2Área da parcela restante 16.870,92m2Finalidade: Habitação

Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão serafixados nos lugares públicos habituais.

O Presidente da Câmara(Dionísio Simão Mendes, Dr.)

Coruche, 07 de Março de 2007.

CÂMARA MUNICIPAL DE CORUCHE

O Mercado Municipal deCoruche vai sofrer obras deremodelação e ampliação.___

O ante-projecto já foi apre-sentado aos comerciantes que,segundo a Câmara, mostraramgrande satisfação pelas obrasque se vão realizar. No entanto,não deixaram de fazer algunsreparos, sugerindo até algumasalterações.

O Mercado Municipal deCoruche foi aquando da suaconstrução, na década de 50,um importante impulsionadorda actividade económica noconcelho e era um dos maiorese mais modernos Mercados daregião.

A realidade mais de meioséculo depois é diferente.

A concorrência é maior e osconsumidores cada vez maisexigentes, por isso a interven-ção que agora se anuncia para oMercado de Coruche é acolhi-

da com entusiasmo por toda apopulação.

Neste momento o arquitectoresponsável pela obra está areformular o projecto para de-pois voltar a reunir com a Câ-mara Municipal e os comer-ciantes.

O presidente da Câmara deCoruche afirma que “a requa-lificação do Mercado é ur-gente. A autarquia e os comer-ciantes estão em conjunto como arquitecto projectista a estu-dar as melhores soluções parao Mercado Municipal do futu-ro. Queremos proporcionaróptimas condições para quemvende e para quem compra...”.

Dionísio Mendes acrescentaainda que as obras vão come-çar em 2008, pedindo a todos,espírito de sacrifício e compre-ensão, durante o período emque decorrerem as obras.

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Mercado Municipal século XXI– Conheça o projecto de remodelação e ampliação

Cartas ao Director

Assine o Jornal de CorucheRua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 Coruche

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Maquetas da proposta para a fachada e parte de trás do edifício do Mercado Municipal

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 20076

TRATAMENTOS PARAPARAR DE FUMAR

As pessoas que procuramapoio para deixar de fumar estãonormalmente dependentes física epsicologicamente do tabaco.

Assim na prática clínicaforam desenhados vários tipos deterapias. Uma abordagem queproduz poucos resultados, envol-ve o uso de substâncias que redu-zam as condições que fomentamo hábito de fumar, como tranqui-lizantes ou estimulantes. Contu-do, o doseamento de nicotina porcomprimidos, pastilhas os em-plastros, com o objectivo dereduzir os sintomas da privaçãodo tabaco, parecem ter algunsresultados.

Técnicas que utilizam mode-los comportamentais como estra-tégias de aversão e de autocontro-lo, envolvendo um imaginárionegativo em relação ao tabaco efomentando comportamentos quesuportem a abstinência, são tam-bém utilizadas. A hipnose, a des-sensibilização sistemática e ou-tras terapias, podem também serutilizadas, no entanto nenhumadas referidas é plenamente eficazsozinha.

Uma aproximação multimo-dal (várias técnicas em simultâ-neo) é aquela que hoje se pensaser a mais eficiente.

O ABUSO DO ÁLCOOLDelirium Tremens, é a expres-

são latina que representa o síndro-ma de privação que os alcoólicossentem quando deixam de beber.Estes sintomas incluem ansiedadeintensa, tremores e assustadorasalucinações.

As razões que levam a beberprendem-se inicialmente comfactores culturais e sociais eassemelham-se aos factores quelevam ao tabagismo. O condicio-namento operante, também influino consumo de álcool, através dereforços positivos ou negativoscomo o sabor agradável da bebidaou o desejo de diminuir o stress.As diferenças psicossociais entre

as pessoas e factores biológicosinfluem no abuso do álcool.

A BEBIDA E A SAÚDEO consumo exagerado de

álcool coloca sérios riscos para asaúde e vida da pessoa. O princi-pal risco é a doença do fígado,denominada cirrose. Elevadasdoses de álcool durante um longoperíodo de tempo é uma dascondições que provoca a mortedas células do fígado, substituin-do-as por tecido cicatricial nãofuncionante.

O desenvolvimento de diver-sas formas de cancro, hipertensãoarterial, lesões cardíacas e cere-brais e complicações graves dagravidez, estão também ligadas aoalcoolismo. O consumo de álcoolcompromete o desempenho co-gnitivo, perceptual e motor pordiversas horas, principalmentenas duas a três horas após o seuconsumo. Estas situações indu-zem os acidentes de viação e aslesões cerebrais podem tornar-sedefinitivas.

Contudo, alguns estudosapontam que o álcool em mode-ração, pode proteger as pessoasde doenças cardiovasculares,como o enfarte do miocárdio.Isto, através da promoção de subs-tâncias no sangue que protegemos vasos sanguíneos do colesterole regulando a resposta orgânicaao stress, reduzindo as reacçõesendócrinas e cardiovasculares.

TRATAMENTOS PARA OALCOOLISMO

Em psicologia e medicina, otermo remissão espontânea refe-re-se ao desaparecimento desintomas ou problemas sem obeneficio de um tratamento for-mal. Muitas pessoas deixam debeber desta forma, no entantoquer estes quer os que procuramapoio especializado, possuem emcomum o facto de quereremmudar. Uma transição criticasurge quando a pessoa passa dacontemplação em relação à ideiade mudar para a acção. Esta opor-

tunidade deve ser aproveitada,encorajando a pessoa de váriasformas como: dar à pessoa con-selhos claros acerca do porquê ecomo mudar, remover barreiraspara a mudança, introduzir conse-quências externas como recom-pensas ou ameaças reais (ex.:perder o emprego) se a mudançanão ocorrer e oferecer ajuda e dis-ponibilidade. Devido à dependên-cia física que os alcoólicos pos-suem, o primeiro passo na suarecuperação é a desintoxicação.

Este processo é essencial narecuperação antes do tratamentoprosseguir e normalmente é exe-cutado no hospital devido aos sin-tomas de privação poderem sermuito severos e até causar a morte.Os A.A. (Alcoólicos Anónimos),as psicoterapias orientadas para acompreensão do próprio, os mé-todos cognitivo-comportamen-tais e a utilização de fármacoscomo o disulfiram, que provocamnáuseas se a pessoa beber, sãohipóteses terapêuticas a conside-rar sempre com o paciente.

A TOXICODEPENDÊNCIAA palavra “droga” pode-se

referir a uma grande variedade desubstâncias, incluindo as pres-critas e não prescritas pela medici-na, que as pessoas podem atravésde formas diversas introduzir noorganismo. Vamos limitar o termodroga para denominar substânciaspsicoactivas, além da nicotina edo álcool, que podem causardependência física e psíquica.

Já vimos que o inicio de fumare beber é mais frequente na ado-lescência do que em qualqueroutra altura da vida. Este padrãode desenvolvimento aplica-setambém para a utilização damaior parte das drogas. Existemduas excepções a esta condiçãoque são os tranquilizantes e osbarbitúricos.

O uso destas drogas inicia-sefrequentemente na idade adulta,na maioria das vezes com pres-crição médica. As razões quelevam os adolescentes a utilizar

drogas, são basicamente as mes-mas que levam ao tabagismo e aoetilismo. Após o início do con-sumo de drogas, as pessoas ten-dem a continuar se gostaram daexperiência, isto é, se a droga asfez “sentir bem” e as ajudou asentirem-se melhor do que antesde tomar a droga.

Muitos dependentes, dizemque a droga lhes reduz a ansie-dade e a tensão. Noutras palavras,possui efeitos reforçantes. Com ouso continuado, estímulos rela-cionados com a droga tornam-secondicionados aos efeitos dadroga, podendo despoletar reac-ções psicológicas.

O facto de as pessoas consu-mirem drogas na presença deamigos e de outros companheiros,a pressão social e o encorajamentotendem a manter e a aumentar oconsumo. Os traços de personali-dade parecem afectar também ouso e abuso das drogas.

AS DOENÇAS DA DROGASão já conhecidos alguns dos

efeitos nocivos para a saúde. Porexemplo, drogas ingeridas pelamulher durante a gravidez, atrav-essam a placenta e podem provo-car lesões no feto. Os bebés quenasçam de mães dependentes,estão mais predispostos a torna-rem-se dependentes também. Asdrogas estão ainda relacionadascom muitos acidentes de viação,criminalidade e propagação dedoenças infecto-contagiosas co-mo a Sida e a hepatite.

Várias drogas, como a cocaí-na, afectam particularmente o sis-tema cardiovascular. A sua adic-ção provoca uma constrição dosvasos sanguíneos, um aumentodo ritmo cardíaco e um aumentobrusco da pressão arterial. Podeainda desencadear arritmias car-díacas e despoletar enfartes domiocárdio e apoplexias. A cocaí-na pode produzir ainda a destrui-ção de células do fígado, lesõescerebrais graves e danos nas célu-las do nariz, quando inalada.

PARAR COM O CONSUMOPrimeiro, o tratamento mais

promissor inclui métodos cogni-tivos e comportamentais, como astécnicas de autocontrolo, e inter-venção psicoterapêutica.

Segundo, nos casos de adic-ção de narcóticos, programas detratamento utilizam agentes quí-micos para bloquearem os efeitoseufóricos da heroína, morfina oucodeína. A substância mais uti-lizada é a metadona, um químicoque tem efeitos fisiológicos simi-lares aos desses opiáceos, exceptoem duas coisas: não produz eufo-ria e tomado regularmente pre-vine a euforia de ocorrer quandoo sujeito se droga. Esta substânciaé usualmente administrada oral-mente.

Este processo pode permitirao sujeito funcionar em so-ciedade, prevenir os sintomas deprivação e reduzir os comporta-mentos desesperados de procurade droga.

AS RECAÍDASAs recaídas são um problema

frequente e importante no proces-so de recuperação de qualquersubstância. Para as prevenir é pre-ciso ter em conta quatro factores:

1 – Aumentar a motivação dosindivíduos para desistirem doabuso de substância(s)

2 – Desenvolver formas deadequar os sujeitos, de modo par-ticular, às diversas terapêuticasque parecem ser as mais eficazescom cada um.

3 – Ensinar técnicas e formasaos sujeitos no início dos progra-mas de recuperação para evitaremrecaídas.

4 – Desenvolver programaspós-recuperação que envolva umacompanhamento cuidado do seucomportamento, providencie apoiosocial e os ajude a adaptar a umamudança radical de estilo de vida.

Uso e Abuso de Substâncias– O Vício da Dependência –

(Parte II)

Dr. Abel Matos Santos *

VIVER COM SAÚDE

A - ALMEIDARua da Misericórdia, 16 2100-134 Coruche Tel. 243 617 068

B - FRAZÃORua Direita, 64 2100-167 Coruche Tel. 243 660 099

C - HIGIENERua da Misericórdia, 11 2100-134 Coruche Tel. 243 675 070

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Centro de Saúde de CorucheUrgência - SAP - 24 horas/dia

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Hospital Distrital de Santarém Av. Bernardo Santareno

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Extensão de Saúde CouçoRua Sacadura Cabral

2100-345 Couço243 669 080 - 243 650 109

Biscaínho - 243 689 129Lamarosa - 243 724 113As farmácias do Couço e Lamarosa estão sempre de serviço, por serem as únicas.

FARMÁCIAS DE SERVIÇO

ABRIL 2007

D

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Q

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Desde sempre o Homem criou hábitos e adaptou comportamentos em relação a várias dimensões da vida.O excesso leva-o a uma situação de descompensação total.

* Assistente de Saúde EspecialistaServiço de Psiquiatria

do Hospital de Santa Maria, LisboaMestre em Psicologia da Saúde

1 8 15 22 29

2 9 16 23 30

3 10 17 24

4 11 18 25

5 12 19 26

6 13 20 27

7 14 21 28

B A D C B

C B A D C

D C B A

A D C B

B A D C

C B A D

D C B A

O consumo de energia nosector residencial em Portugaltem apresentado um crescimen-to acentuado nos últimos anos,representando em 2001 cerca de16 por cento do consumo nacio-nal em energia final, sendo oterceiro sector mais energívero.

A preponderância do consu-mo de energia eléctrica no sec-tor residencial é de tal formaacentuado que se tem verificadoum crescimento nas duas últi-mas décadas (1980-2000) a umataxa anual 7 por cento superior àverificada para as restantes fon-tes energéticas. Como conse-quência o consumo eléctrico nashabitações portuguesas no ano2000 era de 10.056 GWh, en-quanto que em 1980 era de ape-nas 3.395 GWh. Deve-se essen-cialmente ao aumento do rendi-mento disponível das famíliasacompanhado de uma procuracrescente da melhoria das con-dições de conforto, com reper-cussões directas no aumento donúmero de electrodomésticosinstalados.

Neste contexto de consumoscrescentes a Comissão Europeiadefiniu o sector residencial co-mo um dos sectores fundamen-tais de intervenção a nível dapromoção da eficiência energé-tica, e em particular nos aspec-tos relacionados com a energiaeléctrica.

Uma redução eficaz do con-sumo energético poderá ser con-seguida através de uma utiliza-ção de equipamento mais efi-cientes (substituição total dosequipamentos existentes nashabitações, aquando da sua

renovação, por modelos actual-mente mais eficientes) e umautilização racional dos equipa-mentos (sendo a utilização defi-ciente dos equipamentos porparte dos utilizadores uma com-ponente bastante importante naestrutura dos consumos).

Deixo mais algumas medi-das e acções que apesar de sim-ples podem também traduzir-seem significativas poupançasenergéticas e económicas. Taiscomo:

• Máquina de lavar roupaA escolha deverá ter em

conta a maior eficiência (classeA ou B). Economizar água eenergia lavando a quantidademáxima de roupa indicada pelofabricante. Utilizar preferencial-mente programas a baixas tem-peraturas, uma vez que a maiorparte da electricidade gastanuma lavagem é para aquecer aágua. Tirar partido da secagemnatural. Manter o filtro semprelimpo.

• Máquina de secar roupaQuanto mais centrifugada

for a roupa na máquina de lavar,menos a máquina de secar teráque trabalhar. Se a máquina desecar tem um dispositivo demedição da humidade, deveráser utilizado, pois este irá desli-gar a máquina quando as roupasestiverem secas. Secar os teci-dos leves e os pesados em sepa-rado.

• Máquina de lavar loiçaEconomizar água e energia

lavando com carga máxima damáquina indicada pelo fabrican-te. Manter os filtros semprelimpos. Passar por água fria a

loiça de forma a retirar a maiorsujidade e utilizar um programacom menor duração e temper-atura. Utilizar o ciclo de lava-gem mais adequado e que per-mita uma maior economia deenergia.

• FrigoríficoOptar por um “amigo do

ambiente”, que não use CFC’sprejudiciais à camada do Ozo-no. A instalação do aparelhodeve ser feita em local bem ven-tilado, evitando a proximidadedo fogão e de aquecedores ouáreas expostas ao sol, deixandoespaço entre as paredes e o elec-trodoméstico (entre 5 a 10 cm).Seguir sempre as recomenda-ções de instalação do fabricante.Não encher demasiado o frigorí-fico para, deste modo, o ar cir-cular livremente entre os ali-mentos. Colocar a comida emrecipientes de modo a reduzir astrocas de água entre os alimen-tos e o ar interior do frigorífico.

Escolher a temperatura deacordo com a utilização do apa-

relho, de forma a impedir a for-mação de gelo. Verificar o esta-do das borrachas, caso estas nãovedem correctamente deverãoser substituídas.

Limpar a grelha da partedetrás do frigorífico por forma aevitar grandes acumulações depoeiras e consequente reduçãode eficiência e aumento do con-sumo. Numa ausência por pe-ríodos prolongados, se possível,esvazie o frigorífico e desligue-oda tomada.

• Ferro de EngomarUtilizá-lo o menor número

de vezes possível. Utilizar atemperatura correcta para cadatipo de tecido. Desligar o ferroum pouco antes de terminar.

• Fogões e FornosTer em conta os consumos

energéticos do equipamento eescolha preferencialmente umequipamento classe A. Nos fo-gões a gás deve ser utilizadauma intensidade da chama ade-quada e, sempre que possível,utilizar a panela de pressão.

Ao cozinhar, a chama ou pla-ca eléctrica não deve ser maiorque a base da panela ou do ta-cho. Manter a panela tapada en-quanto cozinha e baixar a cha-ma ao mínimo necessário. Aocozinhar quando a água estiver aferver, reduzir a chama ou po-tência do forno, uma vez que atemperatura máxima foi atingi-da e apenas necessita de energiapara manter essa temperatura.

O uso de recipientes de cerâ-mica ou vidro permite baixarcerca de 25ºC a temperatura ne-cessária ao cozinhado, pois es-tes materiais retêm melhor o

calor. Utilizar panelas com fun-dos difusores de calor. Manter oforno limpo. Antes de ligar oforno colocar a grelha ou tabu-leiro na posição pretendida. Nocaso de um forno grande utilizarsomente para grandes refeições.

Utilizar o microondas paraaquecer a comida e cozinharpequenos pratos.

• IluminaçãoUtilizar lâmpadas económi-

cas: fluorescentes tubulares e asfluorescentes compactas.

Embora mais caras, emitema mesma luz, podem durar 8 a10 vezes mais e economizamaté 80 por cento do consumo deenergia. Preferir a luz natural(adaptação da disposição dasala, quarto, etc.).

Desligar a iluminação sem-pre que não necessite. Utilizarlâmpadas com a potência ade-quada às necessidades do local etipo de utilização. Adquirir can-deeiros que permitam uma boailuminação de forma a evitar ouso de lâmpadas de maiorpotência.

• StandbyExistem tecnologias que

conseguem reduzir o consumoem standby/off em 90 por cento.Outra opção é a instalação deequipamentos electrónicos quecortam a alimentação quando oequipamento não está em carga.Desligar o transformador dotelemóvel da tomada quandonão está a ser utilizado.

Evitar os modos de standby,a maior parte das vezes o equi-pamento é deixado em standbysem nenhuma necessidade.

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Eficiência energética residenciale a sua utilização racional

Carlos Manuel Domingos

AMBIENTE

Dr.ª ConceiçãoDr. Mendonça

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Rua de Santarém, 75-1.º2100-226 CORUCHE

Tel. 243 675 977

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Clínica Geral

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Duarte NunoCadavez

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SUGESTÕES DDE LLEITURA

Autor: Luís Jacob

FranciscoMarchã

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ConsultasSt.º Antonino – Estrada Lamarosa,

Lote 9, Loja F • Coruche

Tlm. 966 588 060

junto ao Centro deSaúde

Contacto919 549 763

ARRENDAM-SEARRECADAÇÕES

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 7

O livro “Animação de Ido-sos”, de Luís Jacob e editadopela Âmbar, foi apresentado nodia 9 de Março, por JoãoSebastião, sociólogo e docentedo ISCTE, na Junta de Fregue-sia de Benfica, Lisboa.

O livro apresenta técnicaspara dinamizar grupos de ido-sos e para melhorar a sua qua-lidade de vida. Destina-se apessoas que lidam com idosos.

Animação deidosos

Em tese, a existência depolíticas culturais a levar acabo pelo Estado sobretudocomo forma de tentar incenti-var a procura deste tipo deindústrias – do cinema aoteatro, da música aos livros –seria uma boa notícia não sedesse o facto, hoje pacífico,deste tipo de políticas serem naactualidade nada mais do que amera colocação em prática dasconvicções em tempos pro-postas a destino por Gramsci.

Ou seja, para além do títuloque ostentam, estas “políticasculturais” que hoje se lobrigampor toda a Europa nada têm aver com a Cultura que suposta-mente deveriam servir, sendoantes a sua exacta negação. Naverdade, falamos de uma espé-cie de política de “terra quei-mada” que vira as costas à he-rança cultural tradicional e aopatrimónio nacional, assentan-do o seu poder na progressivadeseducação das gerações –quando se não logra mesmo asua desejada estupidificação.

Gramsci, um comunista es-pecialmente inteligente e quefacilmente se distinguia, tam-bém por isso, dos seus com-panheiros, defendia a tese deque o poder efectivo havia deser conquistado recolhendo osfrutos de um prolongado e per-sistente combate cultural. Paraisso haveriam os comunistasde, progressivamente, ocuparlugares de destaque nas artes,nas academias, nos círculosintelectuais, na imprensa e nomais que pudesse condicionareficazmente a percepção que ocidadão comum tem da reali-dade que o rodeia. Com o pas-sar dos anos, travestidos entre-tanto os comunistas para quese pareçam com sociais-demo-cratas de toda uma vida, foi aesquerda europeia a tomar emmãos as acertadas estratégiasgramscianas.

Sabia bem o italiano quenão se conquista o poder semantes ter marcado posições derelevo na frente cultural –qualquer tentativa de ignorareste simples facto estará, inevi-tavelmente, condenada ao fra-casso – marcando o ponto,dando o mote para as agendas

de cada momento, encami-nhando os cidadãos em deter-minado sentido. Dirá a kulturadominante que falamos de mé-todos totalitários mas, queiramou não, é justamente isso quese passa hoje.

Justiça lhes seja feita, oesquema foi muito bem monta-do e regista doses elevadas deêxitos diversos, de que a re-cente vitória do ‘sim’ no refe-rendo ao aborto será apenasum exemplo. A direita liberal epermitida, quase sempre tãopredisposta a andar de braçodado com a intelectualidadereinante, havia de pensar umnadinha nestas minudências,tanto mais que por via de regraacaba sempre a discutir alegre-mente as mesmas agendas queà herança de Gramsci aprovei-tam. Já devidamente prepara-das a régua e esquadro pelasartes, pelo teatro experimentale pelo cinema com rótulo defilme de qualidade, aplaudidaspela imprensa de referência,

estão para rebentar as novasalíneas da agenda política,sedimentando as linhas geraisda política kultural: as salas dechuto, os casamentos homos-sexuais, os ataques à família eao sentir patriótico, a descris-tianização da sociedade, a pro-moção de um individualismo

acrítico que tudo questiona...sem que de facto questione oque quer que seja. Tudo para seconstituir em negação daCultura que supostamente dev-eria servir.

Fora destes quadros aceitescomo bons para a paisagemcultural, o músico que se lhesoponha não passará na rádio; opoeta não será declamado; oescritor não será editado; oencenador não terá nunca umasala disponível e o cineasta nãoconseguirá elenco.

Permanecerão numa espé-cie de “cultura de catacum-bas”, perto dos seus fiéis maslonge dos olhares indiscretosdo grande público. Todos se-rão, isso sim, kulturalmentevigiados para que a super-es-trutura permaneça intocável.

Nos casos em que o meca-nismo não funciona por si,entram em campo os subsídios,esmolas caríssimas e pagas portodos nós em nome da edu-cação dos públicos que, ainda

assim, teimam em não com-parecer nas salas de espectácu-lo aplaudindo efusivamente oscolectivos de arte. Recordam-se por certo os leitores daqueleepisódio mais ou menos re-cente d’ A Comuna do Rivoli,quando uma série de artistas –no sentido que lhes queiramdar – resolveram ocupar duran-te três dias o afamado teatroportuense, reclamando quererviver à custa do dinheiro admi-nistrado por Rui Rio.

A verdade é que colocar emcausa as teses de Gramsci nãoé barato – os comunistas sãoaliás muito fracos no que àsciências económicas respeita,conforme a história se vai en-carregando de provar. Ora ve-jamos: segundo os dados torna-dos públicos, o funcionamentodo Teatro Rivoli tinha pro-veitos globais de 3.314.370euros, dos quais 2.794.502(cerca de 85% do total) eramsuportados por subsídios ca-marários. As receitas de bilhe-teira, essas que demonstram aadesão incondicional das mas-sas, ficavam-se pelos 180 mileuros, arredondando caridosa-mente para cima.

Mesmo assim, com muitacaridade e muito pouco públi-co, as contas finais apresen-tavam custos na ordem dos3.659.134 euros. Em resumo:um prejuízo de 344.764 euros,que também ajuda a perceberporque faliu – literalmente - ocomunismo. É uma espécie dekultura feita para o produtor.

Depois há casos mais gro-tescos, ainda no domínio doteatro experimental, que acu-mulam os subsídios a um mai-or descaramento – posto quevisam apenas ofender os pa-gantes (através dos recorrentessubsídios à tal educação dospúblicos). Foi assim que por cáestreou, desta feita no Teatroda Comuna (chama-se mesmo

assim) em Lisboa, a peça “MeCago en Dios”, um vómitocom autoria de Iñigo Ramirezde Haro cujo esplendor artísti-co consistia em colocar umasanita em pleno palco, onde sedeitavam Crucifixos, imagensde Nossa Senhora de Fátimaou simbologia do CrescenteVermelho. O sucesso terá sidoidêntico ao que já se havia re-gistado em Madrid, onde acoisa estreou financiada pelomunicípio e pela Iberia.

Como é evidente, a estraté-gia gramsciana é eficaz masnecessita de um aliado tão rele-vante quanto dramático: a des-educação, a ignorância e a bo-çalidade, uma escola que nãoensina – antes doutrina, tam-bém ela, para a mediocridade,evitando transmitir o desejo debuscar, de saber, de conhecer,de apurar os sentidos. Umaescola que debita meia dúziade frases feitas e de verdadesabsolutas, que ensina a encon-trar a Verdade em regime prêt-a-porter, seja na Wikipedia ounas páginas d’ “O Código daVinci” e dos seus já incontá-veis sucedâneos, todos vende-dores do mesmo confusionis-mo que é semente de ignorân-cia. Tudo o mais é relegadopara os domínios do distante edo incompreensível.

Haverá saída num quadrodestes? Talvez sim, é questãode se tentar. Talvez começarpelo princípio, por perceber ofenómeno que condiciona associedades europeias contem-porâneas, ajudando a desmon-tá-lo aqui e ali, desmascaran-do-o quando possível, expli-cando-o aos mais novos, mes-mo se apenas para pequenosgrupos de receptores interessa-dos.

E no entretanto, ler Gramscié capaz de ser um bom acom-panhamento.

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O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 20078

Gramsci e as políticas kulturais Pedro Guedes da Silva *

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A inauguração oficial da 4.ªsede do PSD em Coruche ficoumarcada pela presença do actuallíder do partido, Luís MarquesMendes, que veio à capital doSorraia descerrar oficialmente abandeira no passado dia 3 deMarço.

“Sei bem o quão difícil foiimplantar o partido aqui”,disseMarques Mendes, num acto queserviu também para prestar ho-menagem a todos os militantes efundadores do PSD no conce-lho, dois deles já falecidos.

Vítor Dias e Joaquim Neto,foram lembrados pelos coru-chenses José Manuel Potier, umdos fundadores do partido, e Ri-cardo Santos, o actual presiden-te da concelhia local.

“Fiz questão de vir a Coru-che porque acredito que os líde-res devem saber estar onde ascoisas são mais difíceis e atémenos mediáticas”, disse Mar-ques Mendes, contando que, porvezes, é aconselhado em Lisboaa não acompanhar todas as ini-ciativas concelhias.

“Não é assim que eu acreditoque se deve fazer política”, expli-cou o dirigente social-democrata,que se congratulou ainda por ver“muita gente jovem, sem qual-quer menosprezo para os diri-gentes históricos presentes”.

“Assim, há condições parapreparar aqui o futuro do PSD”,afirmou, lembrando que os maisnovos devem “introduzir ale-gria, entusiasmo e capacidadede gerar esperança”, questõesque “andam arredadas do dis-curso político há demasiadotempo”, na sua opinião.

No discurso, antes de seguirpara um almoço que juntouresponsáveis de muitas das con-celhias do distrito, MarquesMendes lembrou ainda os mili-tantes presentes dos “grandesprincípios que norteiam o PSD”.

“Somos um partido em que

tudo pode e deve ser discutido”,explicou, uma discussão quetem de ser feita “pensando sem-

pre como podemos ser úteis aPortugal e aos portugueses”,concluiu.

O Governo pretende alte-rar a lei da propriedade dasfarmácias. Em causa está a li-beralização das actuais regras,que as restringem exclusiva-mente a farmacêuticos.

O mais recente passo foidado no passado dia 1 de Mar-ço, em Conselho de Ministros,quando este órgão deliberousobre a Proposta de Lei queautoriza o Governo a alterar asregras da propriedade das far-mácias.

O executivo de Sócratesvai agora fazer seguir a pro-posta para o Parlamento. Emcomunicado o Conselho de Mi-

nistros esclarece que se “pre-tende regular o livre acesso àpropriedade e evitar a con-centração, através de umalimitação, proporcional e ade-quada, a quatro farmáciaspor proprietário”.

A referida proposta de lei“visa obter autorização da As-sembleia da República paraestabelecer a reorganizaçãojurídica do sector das farmá-cias, cujo actual regime élimitador de acesso à proprie-dade, eliminando as regrasque a restringiam exclusiva-mente a farmacêuticos”.

Governo quer alterar a lei da propriedade das farmácias

A população de VendasNovas realizou uma marchalenta de automóveis, no passa-do dia 22 de Fevereiro.

Em causa esteve a defesada criação de um serviço deurgência básico no centro desaúde local. Recorde-se que oserviço estava previsto norelatório inicial da comissãotécnica que avaliou a reorga-nização da rede de urgências.

O protesto, organizado peloMovimento de Cidadãos Inde-pendentes pela Defesa do Ser-viço de Urgências de VendasNovas envolveu centenas deveículos, que desfilaram naEstrada Nacional 4, entreVendas Novas e Bombel.

À marcha lenta juntou-seum buzinão que teve início as17 horas e só terminou à noite.

Marcha lenta por uma urgência básica

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 9

Os órgãos autárquicos deLeiria querem fazer renascero Serviço de AtendimentoPermanente, para tentar com-plementar a produtividadedas urgências do Hospital deSanto André. Os deputadosleirienses exigiram, em as-

sembleia municipal, a rea-bertura do serviço. Em causaestá um comunicado quesalienta uma grande pressãoassistencial sobre as urgên-cias hospitalares, que estão“aquém das necessidades daregião”.

Leiria quer fazerrenascer SAP

O Serviço de AtendimentoPermanente (SAP) de Bena-vente vai continuar a funcio-nar até que entre em funcio-namento o novo Hospital de

Vila Franca de Xira. A garan-tia foi dada pelo Ministérioda Saúde. António Ganhãoreuniu com a secretária deEstado adjunta e da Saúde,

Cármen Pignatelli, para man-ifestar a sua posição contra aconstrução do Serviço de Ur-gência Básico (SUB) no con-celho de Coruche.

Governo garante urgênciasem Benavente

É necessária a manutençãode uma urgência básica noHospital D. Luiz I, na Régua.Quem o diz é o presidente daautarquia, Nuno Gonçalves.

Em causa está a propostaapresentada pelo ministro dasaúde, Correia de Campos,segundo a qual o serviço seriasubstituído por um regime de“consultas abertas”, a funcio-

nar entre as 8h e as 24h. Oatendimento seria feito pelosmédicos de família e clínicosgerais dos centros de saúde daregião.

Após a meia-noite, seria oINEM a assegurar as urgên-cias. Para Nuno Gonçalvesesta medida só vem “mas-carar” o fecho das urgências.

Régua contra fechodas urgências

> Política de Saúde

Marques Mendes inaugurou nova sede do PSD em Coruche

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O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200710

Foi no mês de Março, maisprecisamente no dia 8, que secomemorou o Dia Internacio-nal da Mulher, tal como é sabi-do por muitos de nós. O quenão é muito bem conhecido é aorigem das comemorações des-te dia.

O dia 8 de Março, para mui-tas mulheres é só mais um docalendário, para outras é o diaem que recebem uma flor, umaatenção especial e até mesmose reúnem em grandes jantarescomemorativos e extravasam asua liberdade, o que, em muitoscasos diariamente é oprimida.

O Dia Internacional daMulher, vem precisamente,assinalar o progresso económi-co, político e social da mulher.Terá sido na viragem do séculoXX que a mulheres começa-ram a insurgir-se.

O progresso da revoluçãoindustrial e as condições de tra-balho que eram oferecidas àsmulheres levou a que estas serevoltassem. Do que há registoterá sido a 8 de Março de

1857, em Nova Iorque, umadas primeiras manifestaçõesdas mulheres, que protestavamsobre as deficientes condiçõesde trabalho e os salários redu-zidos.

A partir de então muitasmais manifestações de mulhe-res trabalhadoras foram-se cons-tatando, sobretudo em 1908,ano onde quinze mil mulheresmarcharam em Nova Iorqueexigindo melhores condições

de trabalho, aumento de salá-rios e direito ao voto.

Face a esta agitação e rei-vindicação por parte da mu-lher, em 1909, o Partido Socia-lista da América declarou o dia28 de Fevereiro como o DiaInternacional da Mulher.

No Ocidente, o Dia Interna-cional da Mulher foi comemo-rado durante as décadas de1910 e 1920, mas esmoreceu.Foi revitalizado pelo feminis-

mo na década de 1960. Em1975, designado como o AnoInternacional da Mulher, asNações Unidas começaram apatrocinar o Dia Internacionalda Mulher assinalado, a partirde então, no calendário a dia 8de Março.

Mais um dia de comemo-rações e de reflexões por tudoo que as mulheres se submete-ram e continuam a submeter.Muitas vezes tida em contacomo uma espécie inferior à dohomem, vítima de violênciadoméstica, violada e abusadasexualmente, enfim, o dito se-xo fraco muito tem lutado parase insurgir. Refiro-me a mu-lheres que sem nunca descoraro seu potencial trabalham, têma sua independência mone-tária, possuem poder de voto,de decisão e opinião e no en-tanto continuam a ser as matri-arcas de um seio familiar.

Para nos apercebermos dodesempenho de uma mulher noseio da sociedade basta olharum pouco para o dia-a-dia das

nossas mães: a mulher carinho-sa e lutadora.

Hoje, no mundo ocidentali-zado, as mulheres têm vindo aassumir um papel claramentemais activo, assumem cargospoderosos, de grande respon-sabilidade e que requeremgrandes capacidades intelectu-ais. As universidades possuemuma população estudantilmaioritariamente feminina, oque pressupõe, num futuromuito próximo, liderança dasmulheres em cargos mais ele-vados.

Assiste-se cada vez mais, afamílias onde a mulher é quemacumula maiores rendimentoscapitais. E a médio prazo, seráque irá ocorrer o reverso dasituação vivida durante séculospassados? Será o homem subes-timado? E depois, haverá o DiaInternacional do Homem?

Desde sempre ouvi dizerque a história da humanidadese repete, o que muda são osprotagonistas. Será este ocaso?

A Emancipação da Mulher

Presente ouconsumo do futuro?

ACTUALIDADE

REFLEXÃO

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Edite Costa

Manuel Gomes Pinto

...“gostaria de frisar queestes últimos dias me têmdado uma grande satisfa-ção. Tem sido com grandeprazer que tenho feito estespequenos trabalhos para oJornal de Coruche.”...

Edite Costa

__

Esta é uma “espreitadela”que, com a devida autoriza-ção por se tratar de um textode um “e-mail” pessoal, aquireportamos como exemplode uma prática da nossarelação com os nossos cola-boradores, esses generosos eentusiastas seres que, comonós, despojados de precon-ceitos de qualquer tipo, exer-cem neste espaço denomi-

nado “O Jornal de Coruche”,as suas “mais valias”.

Exactamente “mais vali-as”, valor acrescentado. Não“mais do mesmo”, dessa retó-rica impraticável e habitualdos formalistas e regulado-res de um pensamento nor-mativo, “ismos” do nosso pas-sado receente.

Aqui somos todos nós, osque tivermos a coragem deser e com isso acrescentar,“sem cartões nem complica-ções” como diz o anúncio,simplesmente com a nossaopinião, o nosso pensamen-to e, com ele, a acção res-ponsável e objectiva, não de-magógica, porque disso esta-mos todos fartos, mesmoaqueles que habitualmentese revêem nesse exercíciode dialéctica tão redutora-

mente simplista e normati-vo. É que o colectivo regio-nal deve traduzir a sua iden-tidade, não outra qualquerem substituição, por muitocolectiva, agradável e coe-rente que se lhe apresente.

Encarar a realidade, saberquem somos, qual o nossocontexto e com ele o objecti-vo enquanto grupo social,para que, responsavelmente,possamos “cumprir o nossofuturo” introduzindo-lhe acada passo a tal “mais valia”e, assim, exercer essa conti-nuidade como é nosso dever.

O futuro de Coruche per-tence aos Coruchenses, e to-dos sabem que têm que ocumprir hoje, com a res-ponsabilidade e a consciên-cia histórica do que isso sig-nifica.

A Corrida Solidária, umainiciativa dos Médicos doMundo, teve o seu ponto departida no Lar de S. José nopassado dia 21 de Março. “Éuma corrida de caráctersolidário pois pretende an-gariar fundos para a cons-trução de escolinhas comu-nitárias em Moçambique”,foi o que nos esclareceu Lu-zia Lopes, directora pedagó-gica do Lar de S. José.

Durante toda a semana ascrianças da instituição vive-

ram um pouco a situaçãodos problemas de África,sobretudo os das crianças deMoçambique. “Assunto quemuitas das nossas criançasdesconhece. É um modo delhes alertar que para alémdo mundo que elas con-hecem, infelizmente existemoutras realidades”.

Através dos pais, familia-res e amigos, estas criançasdo Lar de S. José angaria-ram 1.400 euros para levaravante a missão, pelas mãos

dos Médicos do Mundo.Eram dez e meia da ma-

nhã, quando, à entrada do laroitenta crianças, entre ostrês e cinco anos, pais e fun-cionários deram início àCorrida Solidária, ao soar doapito.Uma corrida de 300metros que tinha a fita dameta final à entrada da Praçade Touros. No final da corri-da foi oferecido um pequenolanche às crianças, tal comolhes foi entregue um diplomade participação, oferecidopelos Médicos do Mundo.

Para o Dr. DiamantinoDiogo, Director do Lar deSão José “o que interessadizer às nossas crianças éque existem realidades bas-tante diferentes às que elastêm visto” e acrescenta “nãoserá a dádiva de hoje queirá resolver o problema deMoçambique, no entanto éum grande contributo dasnossas crianças”

Jacinto Barbosa, Presi-dente da Junta de Freguesiade Coruche, esteve presentena Corrida Solidária e foicom grande agrado que viuesta iniciativa: “A Junta deFreguesia também se asso-ciou simbolicamente a estainiciativa.

Fizemos chegar um do-nativo às crianças do Lar.Esperemos que venha a ser

útil às crianças carenciadasde Moçambique”

É de salientar que para ainiciativa, a Caixa de Crédi-to Agrícola doou 250 euros,a Junta de Freguesia con-tribuiu com 150 Euros e aParmalat ofereceu o lancheàs crianças.

____Edite Costa

Fotos de João Louro

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 11

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O que é a Corrida Solidária?“Corra a ajudar” é o slogan da iniciativa

Corrida Solidária, que Médicos do Mundoestá a organizar pela primeira vez emPortugal, com a participação de mais de 500escolas de todo o país, envolvendo mais de65 mil crianças e jovens com idades com-preendidas entre os 3 e os 18 anos.

Em cada uma destas escolas decorreu umacorrida, durante o mês de Março, com oobjectivo de angariar fundos para o projecto“Escolinhas Comunitárias Rurais”, a serimplementado por Médicos do Mundo emMoçambique. Este projecto prevê a con-strução de centros de dia para acolhimento eapoio educacional e psicossocial às criançasórfãs e em situação de vulnerabilidade, entreos 2 e os 5 anos de idade, que vivem nos bair-ros 25 de Junho e Mafacuva, no distrito daNamaacha, em Moçambique.

www.medicosdomundo.pt

Lar de São José agradeceApós a realização da Corrida Solidária com

as Crianças de Moçambique, organizada peloLar de S. José e patrocinada pelos Médicos doMundo, a Direcção e Colaboradoras do Larnão podem deixar de agradecer a quem con-tribuiu para o seu êxito.

O nosso agradecimento especial vai para ascrianças e seus pais que, com o seu entusiasmo,nos incentivaram e ajudaram a concluir comsucesso esta iniciativa. Também a Caixa Agrí-cola nos ajudou com o fornecimento de cami-solas que as crianças e adultos usaram no diada corrida, bem como com um donativo. Agra-decemos à Radio Voz do Sorraia que fez a di-vulgação e cobertura do acontecimento, à Es-cola Segura, que nos auxiliou no trânsito, àJunta de Freguesia de Coruche que contribuiucom um donativo e à Parmalat, doadora dolanche das crianças. A todos, o nosso obrigadapela vossa colaboração.

Bagão Félix foi um dos nomes pre-sentes na terceira conferência promovi-da pela Revista INVEST e pelo ISLALeiria – Instituto Superior de Línguas eAdministração de Leiria, no passado dia20 de Março, em Santarém. Num ambi-ente informal que privilegiou o diálogocom o público, Bagão Félix falou sobreFlexisegurança, palavra que começourecentemente a entrar no vocabulário deempresários e políticos.

Trata-se de um modelo laboral muitoutilizado em alguns países do norte daEuropa que implica uma dinâmica difer-ente nas relações de trabalho. O ex-min-

istro do Trabalho e Solidariedade Socialdo Governo de Durão Barroso e ex-min-istro das Finanças do executivo de PedroSantana Lopes, contribuiu para a últimarevisão do Código do Trabalho em Por-tugal.

O tema em destaque foi o passado,presente e futuro da Segurança Social.Bagão Félix debruçou-se sobre o tema,tendo em conta as suas divergências emrelação ao modelo adoptado peloGoverno de José Sócrates. o principalbloqueio à flexisegurança em Portugal“é a Constituição da República, peloque a é preciso rever”. Para BagãoFélix, a Constituição sofreu váriasrevisões políticas mas não económicas,continuando a conter conceitos de umaeconomia fechada, de 1976, desajustadada realidade e dos desafios actuais.

No seu entender, “ão se pode refor-mar a Segurança Social independente-mente das prioridades políticas”, sub-linhando que só o custo das auto-es-tradas sem custos para o utilizador nospróximos cinco anos, são cerca de 12mil milhões de euros, superior aoimpacto das medidas adoptadas peloGoverno em matéria de SegurançaSocial.

Bagão Félix fala no ISLAsobre Flexisegurança e Segurança Social

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200712

Os dois grandes cercos qui-nhentistas que os portuguesessofreram na Fortaleza de Diusão justamente consideradoscomo dos nossos mais glo-riosos feitos.

Pela persistente e sacrifica-da dádiva de vidas e destinos àdefesa da fortaleza, os sitiadosrepresentaram um exemplosem paralelo.

Ao relatarem os feitos dosdefensores de Diu, os grandescronistas e historiadores lega-ram-nos algumas das mais be-las páginas da História de Por-tugal, permitindo-nos aprendernelas virtudes e grandezas quenunca perderam a razão de ser.

Já houve tempos em queesses e outros grandes factoshistóricos eram sobejamenteconhecidos da juventude por-tuguesa.

Quando entre nós se ensi-nava História de Portugal e nãoa dos Estados Unidos, da

União Soviética, ou a doutrosestados assalariados que cadauma destas potências mantémem confronto, para benefíciopróprio, em diferentes teatrosdo mundo.

Hoje, graças ao servilismodos descaracterizados dirigen-tes da educação e cultura esta-tais, os nossos filhos chegaramà idade adulta sem receberemnos estabelecimentos de ensinoos rudimentos duma consciên-cia cultural portuguesa.

Ainda que, na generalidade,se tivessem mantidos incó-lumes ou indiferentes aos Tsé-Tungs, Lénines, Cunhais, Bushse outros agentes maiores emenores do canibalismo inte-lectual soviético e americano,o facto é que saíram das facul-dades sem a mínima suspeitade quem fosse D. João de Cas-tro ou Mouzinho de Albuquer-que.

E haverá mesmo os que

pensem que D. Afonso Henri-ques trabalha na PT porque onovo patrão de lá se chamaHenrique Granadeiro, ou que oRei D. Manuel I era assim cha-mado por ter chegado em pri-meiro lugar numa Volta a Por-tugal. Ninguém lhes ensinouque D. João I não era o JoãoPinto, o Padre António Vieiranão era pai do Presidente do

Benfica, ou, menos grave, queD. Filipa de Lancastre não eramãe da belíssima AlexandraLancastre.

Tantas são as telenovelas efraudes futebolísticas com queas estações televisivas nosmatraqueiam diariamente.

Com essas camadas de la-ma aculturada, acabam por co-brir a vala comum para onde a

História de Portugal foi atiradapelos frenesins internacionalis-tas dos nossos assaloiados go-vernantes, e pela militância in-ternacionalista dos professoresdo depois de Abril, que poucomais eram capazes de fixar eensinar do que abúlicas esta-tísticas cuja credibilidade ruiucom o muro de Berlim.

É pois nossa obrigação irrecordando o muito que os por-tugueses realizaram ao longodos séculos.

Não vão os nossos netospensar que os portugueses quese fizeram, e nos fizeram, Gran-des, tinham a estatura moral emental dos políticos que hojetemos, cujo único combateque, com ademanes teatrais,travam, é o da conquista de ca-deiras que lhes tragam bem-estar económico e um efémerosignificado social.

____* Historiador

O Cerco à Cultura Portuguesa!– Os Gloriosos Cercos de Diu

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Votos de uma Santa Páscoa

Fortaleza Portuguesa em Diu, na Índia

É recorrente, nomeadamenteno actual panorama de crise eco-nómica e sobretudo de cidadaniae orgulho nacional, considerarque habitamos um país pequeno,pobre e sem recursos. Se tal éverdade se tivermos em contaapenas recursos como o petró-leo, o gás natural ou os metaispreciosos, é já uma total distor-ção da realidade quando pensa-mos nos recursos biológicos ouos proporcionados pelo clima,território e posição geográfica deque dispomos. Mesmo em ter-mos territoriais, Portugal é umpaís pequeno apenas se tivermosem consideração o território ter-restre, esquecendo a enorme ex-tensão de águas que nos perten-cem através da Zona EconómicaExclusiva.

A localização do nosso país,periférica em relação às potên-cias do centro da Europa, perife-ria essa cada vez mais acentua-da em virtude do alargamento a

Leste, é por outro lado de umaabsoluta centralidade quando nocontexto atlântico e no das rela-ções entre os continentes euro-peu, americano e africano.

Porque continuamos então ainsistir em modelos de desen-volvimento em nada adequadosàs nossas realidades e que nosafastam cada vez mais da médiaeuropeia.

Porquê atribuir a Espanhaum papel de prioridade na eco-nomia e relações especialmentequando pouco mais consegui-mos do que aumentar a subser-viência económica, política eaté social do nosso país face aovizinho.

Face a esta situação, somosforçados a reconhecer que ocrescimento económico de Por-tugal passa obrigatoriamentepor dois elementos, o primeiro éo Oceano Atlântico, enquantoelemento definidor da nossa po-sição no mundo e enquanto

maior trunfo no contexto dasrelações internacionais e rotasde comércio, e segundo pela ex-ploração sustentada dos recur-sos nacionais por um sectorprimário e secundário modernoe que introduza no mercado pro-dutos com um valor acrescenta-do. Produtos que marquem não

só pela qualidade mas pela ca-pacidade de serem comerciali-zados pelo mundo.

Este Oceano que já nos fezgrandes permite a ligação, atra-vés de Portugal, da Europa àAmérica e África. A posiçãogeográfica de Portugal e a enor-me área no Atlântico Norte sobnosso controlo conferem-nosuma posição privilegiada naobtenção de lucros nas redes decomércio internacional. Portu-gal como “porta” da Europa nãoé de todo uma imagem desfasa-da do que poderia ser a realida-de. Na verdade as condições na-turais de que dispomos, porexemplo o porto de Sines, deáguas profundas e com excelen-tes condições para a recepção denavios de grande tonelagem,são quase impares em toda aEuropa. Sines é mesmo um casoflagrante da falta de coorde-nação nas políticas de desenvol-vimento, tantas vezes ditadaspor interesses que não os dobem da Nação, ao não possuiros acessos de que necessita en-quanto porto de referência e aoser esquecido aquando da defi-nição e traçado dos grandes in-vestimentos que se avizinham.

Espanha desde a sua adesãoà União Europeia conseguiumanter o volume de capturas depescado enquanto que Portugalas reduziu para metade nesseperíodo e para apenas um terçodo valor capturado na década de60. A frota mercante oferece um

cenário ainda mais desolador,resumindo-se a pouco mais deuma dezena de navios. Anali-sando a agricultura nacional, opanorama não é também o maisfavorável por razões em muitosemelhantes às do sector daspescas. A introdução de tecnolo-gia de ponta é possível a custos

moderados caso se procuremparcerias com as instituiçõesacadémicas nacionais ou mes-mo com os privados que asdesenvolvem tantas vezes semqualquer apoio.

São também tantos os inves-tigadores nacionais, em áreasestratégicas para o país, a rumarao estrangeiro quando poderiamestar a aplicar os seus conheci-mentos e conceitos à nossa agri-cultura, pescas, indústria ou aténo sector de serviços e adminis-tração. O fomento da formaçãoem áreas médias de igual inter-esse e importância estratégicacontinua a ser adiado e Portugalperde assim gerações inteirasque poderiam ocupar-se da revi-talização de toda a estruturaeconómica do país, a começarpela sua base.

Obviamente que esta dina-mização económica, que tempor base o Oceano, como supor-te às ambições portuguesas,inclui os municípios do interior,como Coruche, em que a agri-cultura e a industria de proces-samento de produtos agrícolasassume um peso extraordináriona economia local. Tambémaqui a inovação passa pela re-formulação de muitas práticasenraizadas que não contribuempara o crescimento, sendo amaior e mais difícil a reformu-lação da forma como concebe-mos a economia portuguesa e asrelações entre os diversos sec-tores de actividade.

Como pode este “país demarinheiros” continuar a viraras costas ao mar quando estepode ser o principal elemento deonde podemos iniciar uma di-namização económica sólida eafirmar o país no contexto dasrelações internacionais?

Torna-se pois fundamentalapostar em vários vectores, talcomo preconizado no Hyper-cluster do Mar promovido pelaAssociação de Oficiais da Re-serva Naval, investindo na suainterligação e coordenação epromovendo entre as diversasentidades o espirito de diálogo esolidariedade, mas também decompetitividade e ambição.

No entanto aqui queremoslevar este conceito ainda maislonge, já que consideramos fun-damental o envolvimento não sódos sectores ligados ao mar massim de todos os sectores daeconomia portuguesa, recorren-do a uma planificação integradada economia tendo por base osrecursos naturais, humanos etécnicos de que dispomos nopróprio país, bem como a ca-pacidade de investimento realpassível de ser realizada, porforma a revitalizar os sectoresprimário e secundário da nossaeconomia, base da riqueza dequalquer país que pretenda teruma balança de pagamentosequilibrada ou a tender para aacumulação de riqueza e gera-ção de emprego.

Apenas um crescimento realda economia permite um equi-líbrio sustentado das contaspúblicas a longo prazo e semprejuízo para as populações.Para tal é absolutamente vitalconhecer os recursos que pos-suímos, identificar as formas deos explorar, incluindo planos deincentivo à formação profis-sional e educação superior emáreas estratégicas para o país einvestir de forma prioritária nes-tas áreas, através por exemplo,de benefícios fiscais ou de outranatureza.

As maiores riquezas de Por-tugal estão no mar, nos solos, nageografia e nas pessoas que fa-zem desta uma Nação que já fezhistória e que tem todas as con-dições para ter um papel supe-rior ao que a sua dimensão po-deria supor, haja a vontade e de-terminação que tivemos outrora.

____* Biólogo

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 13

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No passado dia 11 de Mar-ço, um acidente de viação naErra, em que o automóvelembateu violentamente con-tra um eucalipto na Estradada Erra, obrigou à interven-ção do helicóptero de emer-gência médica do INEM.

O aparelho aterrouno campo de futebol local

A população que aguar-dava um jogo Errense, che-gou a pensar que se tratavade um simulacro. O helicóp-tero chegou por volta das

13h25 e partiu cerca de umahora depois, devido à neces-sidade de estabilizar o estadodo acidentado, que era grave,já que se encontrava em ris-co de vida.

A vitima já se encontrabem e junto da sua família.

Helicóptero do INEMna Erra

em socorro a acidentado de viação

Foto de Luís Sousa

A 2.ª Volta ao distrito de San-tarém/RTP chegou ao fim. A 18de Março, domingo, JavierBenitez (Benfica) triunfou nachegada a Santarém, palco da 4.ªe última etapa da volta ribate-jana discutindo o sprint final deforma vitoriosa. Foi o segundotriunfo do espanhol que já haviaganho a etapa inaugural da pro-va na quinta-feira, 15 de Março.

Esta 4.ª etapa que ligou a Go-

legã a Santarém, na distância de163,8 km, serviu para reforçar aliderança de Robert Hunter(Barloworld) na 2.ª Volta ao dis-trito de Santarém/RTP. O sul--africano chegou integrado noprimeiro grupo que cortou a me-ta com o tempo do vencedor epelo facto de ter bonificado nu-ma das metas volantes conse-guiu juntar mais 3 segundos àvantagem que já tinha para Mar-

tin Garrido (Duja/Tavira). A eta-pa, bastante movimentada eacelerada (média de 45 km/h),foi controlada pela Barloworld,equipa do camisola amarela quetinha partido da Golegã com 13segundos de vantagem sobre oargentino da equipa portuguesa.

O holandês Lars Boom (Ra-bobank), vencedor da volta riba-tejana o ano passado terminounesta edição em terceiro da geral

a 37 segundos de Robert Hunter.Na classificação geral por

equipas triunfo da Barloworld,enquanto a melhor formação na-cional foi a Duja/Tavira na ter-ceira posição.

Com dois triunfos em etapas,Javier Benitez (Benfica) somounos 4 dias de prova um total de55 pontos e arrebatou a camiso-la verde, símbolo da classifica-

ção geral por pontos. Nesta eta-pa com apenas um prémio demontanha (4.ª categoria) coin-cidindo com a chegada a San-tarém Célio Sousa (Riberal-ves/Boavista) manteve a cami-sola azul.

A classificação para o pré-mio da Juventude representadapela camisola laranja foi ganhapelo holandês Lars Boom.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200714

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O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 15

Interesses de Portugal demédio e longo prazo

Mas este quadro do Atlânti-co Norte, em que Portugal ocu-pa ainda, e apesar de tudo, umaposição de destaque1, está a mu-dar e a Espanha, através da suadiplomacia e das suas relaçõescrescentes com os EUA, está atentar mudar os dados do pro-blema em nosso desfavor, em-bora sem grande sucesso até aopresente. E no futuro? A Espa-nha tem investido na ocupaçãoefectiva do Mar, e será que essefacto não terá, num futuro pró-ximo, importância na reavalia-ção do seu papel na Aliança, jo-gando a nosso desfavor?

Apesar de tudo, Portugal temsomado, recentemente, notóriasvitórias políticas dado ter imple-mentado, neste início do séculoXXI, uma política mal percebi-da, mas inteligente, de privile-giar relações com esta superpo-tência e com a NATO, no seu to-do. Veremos se este novo esbo-ço de política externa e de defe-sa é conjuntural ou estrutural.

Portugal precisa não só de re-cuperar o seu pensamento geo-político mas também as compo-nentes cultural e económica doseu Poder Marítimo(2) que éessencial ao seu desenvolvimen-to, ao seu prestígio, à sua coesãoe à sua liberdade de acção.

Para o futuro, Portugal teráde eleger o seu desenvolvimentoeconómico sustentado, e o con-sequente crescente bem-estar dasua população, como primeiraprioridade.

E é razoável pensar que oMar poderá ser um factor estra-tégico e altamente coadjuvantese, entretanto, lhe for dada a im-portância adequada, consubs-tanciada na tomada de medidasconcretas de fomento. Seria pro-vavelmente uma “revolução”positiva.

Os agentes principais dessa“revolução” terão de ser, em pri-meiro lugar o Estado, ou melhoro poder político que o ocupa,através da construção de políti-cas de fomento de exploração ede defesa do mar territorial e dazona exclusiva, para além doincentivo ao reaparecimento deuma marinha mercante com adimensão suficiente para sereconómica e financeiramenteviável.

Em segundo lugar, terão deser as empresas (sejam elas deti-das por empresários ou por ne-gociantes - dado que são os pro-tagonistas centrais do processode globalização competitiva) ater um papel decisivo nesta ma-téria; são os “novos navegado-res”, no sentido de serem osprincipais factores motrizes demobilidade. Não podem deixarde se adaptar aos novos camposde acção, sob pena de desapare-cerem ou de serem incorporadasem redes de empresas mais po-tentes onde não podem aspirar ater posição de domínio.(3)

É neste ponto que tem espe-cial importância a irrelevânciado mercado português face aomercado integrado europeu.Num pequeno mercado, não émuito provável que se desenvol-va uma entidade empresarial dedimensão continental (o que nãoquer dizer que seja impossível).Também não é provável que as-sociações de empresas nacio-nais possam organizar redes in-ternas que sejam capazes deatingir dimensão continental.

Assim, com o incentivo e odevido enquadramento estrutu-rado, caberá aos agentes econó-micos privados a prossecução,na área da marinha mercante enos seus segmentos (pescas,transporte de mercadorias e depessoas, na navegação de costaou na navegação em mar alto),levar a efeito e pôr na práticaeste desiderato e explorar devi-damente as capacidades poten-ciais do mar e das linhas de águainteriores.

Um pequeno parênteses(4)para referir que ou os detentoresdo capital das empresas portu-guesas (empresários ou nego-ciantes) ultrapassam a sua ten-dência para o individualismoexacerbado, o que faz com quenão queiram verdadeiramenteassociar-se em projectos de in-ternacionalização, [a menos queo Estado (ser mal querido, masde quem todos exigem tudo) osfinancie], ou não poderão quei-xar-se de não adquirirem dimen-sões críticas para o sucesso sus-

tentado, também nesta área es-tratégica.

E sem isso será muito difícilconquistar protagonismo estraté-gico no contexto da globalizaçãocompetitiva.(5)

O Mar é uma oportunidadepara o adquirir. Mas também éuma ameaça. Se não for apro-veitado por Portugal alguém,mais tarde ou mais cedo, o fará.

Para Portugal, no geral, e pa-ra as empresas, em particular,esta é uma oportunidade estraté-gica. Integrado no espaço euro-peu, o mercado português e assuas empresas correm riscos deperiferização e de subordinação,nomeadamente ao centro regio-nal ibérico, em que a nossa di-mensão em termos do númerode consumidores potenciais é deapenas cerca de 21 por cento.

Portugal deverá, assim, di-versificar as suas dependências,formais ou informais, de manei-ra a não estar excessivamentedependente de um só bloco, ten-tando passar a ter outro “espaçode manobra” que lhe permita al-guma voz internacional, que lhepermita poder tentar maximizaros seus interesses.

Nesta linha de pensamentoexiste uma oportunidade, se sou-bermos explorá-la, para Portugalse tornar algo relevante no seiodo Sistema Internacional, emgeral, e no europeu, em particulare que tanto tem a ver com o Mar,embora não exclusivamente:

– explorar os recursos mari-nhos à sua disposição;

– explorar as “auto-estradasmarítimas”, sobretudo as quenos ligam aos países de línguaoficial portuguesa;

– ajudar a sedimentar e forta-lecer um bloco Lusófono, deque tanto têm falado, quer oProf. Adriano Moreira quer oProf. Ernâni Lopes, que nos per-mita, se bem articulado, ser a“ponte” entre esses dois mun-dos, ou espaços, para o qual jáse deram os primeiros passos,embora na minha opinião tími-dos, através da constituição daCPLP (Comunidade dos Paísesde Língua Portuguesa).

Para isso, além de bloco cul-tural, dado ser a base imediatade união possível, terá de evo-luir para os campos económico,político e mesmo militar.

Se Portugal conseguir ser, emlinguagem simplificada, “o em-

baixador” do bloco lusófono naUnião Europeia e ser ao mesmotempo “o embaixador” da UniãoEuropeia nesse bloco, adquiriráuma importância internacionalbem superior à detida actual-mente, por motivos óbvios.

As potencialidades estão aí:mesma língua, a mesma matrizcultural, embora com algumasdiferenças, a experiência de sécu-los no contacto com esses povos,a nossa conhecida capacidade dediálogo e de estabelecer pontosde convergência de interesses. Jáo fizemos na nossa história,poderemos fazê-lo outra vez,embora com um novo modelo.

Modelo de cooperação entreEstados Soberanos, que identifi-quem interesses comuns, face aoscenários e blocos internacionaisdeste século XXI. Para isso, ospaíses integrantes terão de se dis-por a construir uma base comumque lhes permita, a todos, teremum papel na cena internacional.

Portugal, como matriz dessapotencial comunidade, deveráser capaz de ajudar à sua organi-zação, à reflexão estratégica queserá necessário desenvolver, parachegar à formação desse bloco.

A Portugal deverá caber umpapel de levantamento, motiva-ção e de articulação dessas ca-pacidades comuns. Para isso de-verá formular um plano estra-tégico que englobe não só ospaíses africanos mas também oBrasil, na futura organizaçãomais profunda, cuja génese seencontra construída.

Deveria conceber programasde apoio operacional aos agen-tes económicos portugueses quelhes permitissem avançar na di-recção da internacionalizaçãoefectiva nesses mercados, sim-plificando ao mesmo tempo osprocedimentos administrativos,fazendo inserir a política decooperação no modelo de mo-dernização de Portugal e assu-mir que ao Estado português de-veria caber uma acção de “mo-tor” e de “mobilizador”, tantodas vontades internas como dasvontades dos seus congéneres,membros da CPLP(6).

O desenvolvimento das rela-ções com a África e o Brasil, nu-ma óptica de inserção na econo-mia global, poderia funcionarpara Portugal como o mecanismo

O MAR e PORTUGAL (parte VII)

– O Presente e o Futuro

Teorias do Poder Marítimo – Aplicação ao Caso Português

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O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200716

“Os Verdes” regressaram aoDistrito de Santarém para maisum conjunto de acções da cam-panha STOP às Alterações Cli-máticas. O Partido Ecologistarealizou duas iniciativas nosconcelhos de Ferreira do Zêzeree Ourém, no dia 14 de Março.

A campanha, de âmbito inter-nacional, teve como principaisobjectivos pressionar a adminis-tração norte-americana a aderirao Protocolo de Quioto, manifes-tar a insatisfação pela política detransportes públicos seguida peloGoverno português e alertar a

população para o fenómeno dasalterações climáticas.

Nesta acção recolheram-seassinaturas dos cidadãos, emdois documentos: Um postal,dirigido ao Presidente dos EUA,exigindo que o país – um dosmaiores poluidores do mundo –assuma as suas responsabili-dades em matéria de alteraçõesclimáticas e adira, sem restri-ções, ao Protocolo de Quioto.

Um segundo postal, dirigidoao primeiro-ministro, José Só-crates, através do qual os cida-dãos demonstrarão a sua insatis-

fação pelos consecutivos au-mentos das tarifas dos transpor-tes públicos, exigindo que sejamtomadas medidas no sentido dese investir numa rede de trans-portes de qualidade.

Os documentos foram entre-gues posteriormente à Embai-xada dos EUA em Portugal e aoGoverno Português, respectiva-mente. Estas acções contaramcom a participação dos dirigen-tes nacionais de “Os Verdes”,José Luís Ferreira e VítorCavaco.

___

“Os Verdes” reagiram àsdeclarações de José Sócrates emBruxelas, na Cimeira da Prima-vera, sobre a questão do nuclear.Apesar de ter afastado esta hi-pótese em Portugal, Sócratesmanifestou total abertura quantoà possibilidade do nuclear nosrestantes países da Europa.

Em resposta, “Os Verdes”lembraram que qualquer acidentenuclear que ocorra na Europa, ouem qualquer outro país do mun-do, pode ter graves implicaçõesem Portugal, visto que “a radio-actividade não conhece frontei-ras”. “Os Verdes” consideraramainda que é extremamente gravea “cedência da União Europeia

ao lobi nuclear”, constituindoum assinalável retrocesso emmatéria de segurança energéticae de desenvolvimento sustentá-vel. A necessidade de “reduzir adependência energética daUnião Europeia e a luta contraas alterações climáticas não po-de ser pretexto para este recuo”,segundo o partido.

“Os Verdes” aproveitarampara relembrar que ainda não foiencontrada uma solução para oproblema dos resíduos nuclea-res, que “se mantêm activos pormilhares e milhares de anos,constituindo um perigo para ahumanidade”.

Transgénicos em discussão

STOP às Alterações Climáticas

Ambiente

“Os Verdes” apresentaram uma proposta em As-sembleia da República alertando os Deputados paraas provas científicas de que o milho transgénicoMON 863 provoca alterações de crescimento e gravesperturbações na função hepática e renal dos animaisde laboratório que consumiram esse milho.

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básico de criação de vectores decompensação que nos permitis-sem estabelecer um sistema deequilíbrio estratégico onde o vec-tor de modernização (a UE) fosseincorporado, tentando propor-cionar novas possibilidades es-tratégicas de afirmação de Por-tugal no seio do Sistema Inter-nacional, em geral, e no da UniãoEuropeia, em particular(7).

Como exemplo daria aindamais algumas sugestões para se-rem objecto de um estudo apro-fundado:

1) fomento e incentivos aoreaparecimento da Marinha Mer-cante portuguesa, quer de cabota-gem, quer de longo curso, na mi-nha opinião vitais para um paíscom as nossas característicasgeopolíticas.

2) investimento no desenvol-vimento da área dos transportes(pessoas e mercadorias), criando“pooles” entre as companhias(aéreas e marítimas) das váriasnacionalidades para a explora-ção de rotas e apoio às activida-des de trocas entre os vários paí-ses da comunidade Lusófona;

3) investimentos na área dasTelecomunicações e das NovasTecnologias de Informação, quefacilitassem as comunicações ea circulação da informação in-tegrada entre os vários espaços;

Temos de encontrar forma depôr em marcha um Plano Glo-bal Estratégico de Política Ex-terna, resultante do Plano Es-tratégico Nacional, que nos per-mita aceitar o que é de aceitar, erecusar o que é de recusar na

frente comunitária, e saber alar-gar a nossa rede de interesses,fora da União, sem colocar emcausa a nossa inserção na mes-ma, dando ao Mar a importânciae a valorização efectiva daposição estratégica que detém.

É sobre tudo isto que tere-mos em conjunto, independen-temente da filiação partidária,de reflectir, para que Portugalpossa ser o que todos queremosque seja: um país relevante nacena internacional, tendo emmente a nossa dimensão e asnossas capacidades.

E boa parte da nossa dimen-são está no mar. Assim consiga-mos adquirir as capacidades pa-ra o explorar nas suas várias ver-tentes: comunicacional, trans-portes, exploração de recursos edefesa.

Assim, se houver vontade ediscernimento político, se hou-ver um envolvimento claro dasélites de que o país dispõe nadiscussão construtiva, na busca

de soluções, poderemos encon-trar o caminho adequado.

Basta, para tal, que os portu-gueses envolvidos na necessária(e por fazer) reflexão estratégi-ca, (de médio e longo prazo),assumam a História de Portugalna sua plenitude e os seus ensi-namentos, percebam qual aimportância decisiva da posiçãoGeoestratégica e Geopolítica dopaís e se deixem de complexosde inferioridade, planeando ofuturo com realismo mas tam-bém com ambição.

O Povo Português precisa deverdadeiras élites, aquelas quejuntam o pensamento à acção.Adere e é motivável por grandesprojectos. O que é necessário éque apareçam pessoas que pen-sem o país e que tenham pro-jectos para Portugal que sejamcapazes de motivar a passagemdas palavras à operacionaliza-ção destas.

____Miguel Mattos ChavesGestor de Empresas e

Doutorando em Estudos Europeuspela Universidade Católica

____(1) Um dos principais Comandos

Estratégicos da Aliança Atlânticaestá sediado em Oeiras.

(2) Carvalho, Virgílio – op.cit. pp 81(3) In SaeR – Estratégia Económica e

Empresarial de Portugal em África,Vol. VI, Lisboa, Saer/Fernave, Ju-nho de 2001, pp. 30

(4) Chaves, Miguel de Mattos op.cit.(5) In Saer – op.cit (6) Cf – Saer /Fernave op. cit.(7) Idem

> continuação da página anterior

O MAR e PORTUGAL– O Presente e o Futuro

Teorias do Poder Marítimo – Aplicação ao Caso Português

A Comissão Executiva doCDS-PP alertou o Governo parauma revisão da política tarifáriapara a electricidade, “sob penade, além dos danos causados aosector e à economia em geral,Portugal possa vir a ser objectode um procedimento de infrac-ção pela Comissão Europeia”.

Em comunicado, o CDS-PPalerta para o facto de ter sido “amanipulação das tarifas ener-

géticas, copiando o exemploespanhol, que esteve na origemda demissão do anterior respon-sável pela ERSE e resultou cla-ramente da audição parlamen-tar do Eng° Jorge de Vasconce-los”. Recentemente, a ComissãoEuropeia notificou à Espanha asua decisão de dar início ao pro-cedimento de interdição de aju-das de Estado (artigo 88.º doTratado CE) relativamente àstarifas regulamentadas de elec-tricidade, tendo dado um mês aoGoverno espanhol para a apre-sentação de observações às par-tes interessadas.

O CDS-PP alerta para quePortugal siga o processo euro-

peu com a maior atenção. O partido critica ainda “a ma-

nipulação que o Governo temefectuado na fixação das tarifasenergéticas em violação da legis-lação nacional e comunitária”.

“No caso espanhol, este tipode política de visão estreita, porum sistema regulamentado fe-chado, conduziu a um déficeglobal de 3.811 milhões deeuros no ano de 2005. Situaçãoque levou a que a Espanha, afim de financiar este défice, in-troduzisse uma imposição para-fiscal aplicável a todos os con-sumidores do país durante umperíodo de 14 anos”, adianta ocomunicado.

“Governo deve rever a políticatarifária para a electricidade”

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 17

O Deputado do GrupoParlamentar “Os Verdes”,Francisco Madeira Lopes,questionou o Governo nopassado dia 12 de Março,através de requerimentoentregue na Assembleia da

República, sobre o programade controle das descargas deáguas residuais agro-indus-triais na bacia do Alviela e oque foi feito aos mais de 70autos levantados só entre2005 e Maio de 2006.

Descargas no Alviela

Três empresas vão apre-sentar à autarquia de Corucheprojectos para instalação deum sistema de aproveitamen-to das águas das piscinas mu-nicipais, que são actualmente

canalizadas para o sistema desaneamento básico. Em causaestá o tratamento destas águas,que contêm cloro, e o seu en-caminhamento para sistemasde rega do complexo aquático.

Águas das piscinasreaproveitadas

O Grupo Parlamentar “OsVerdes” entregou na Assembleiada República um Projecto deResolução que visa incluir a va-cina que previne o cancro docolo do útero no Plano Nacionalde Vacinação.

Para o grupo parlamentar, adescoberta e a introdução nomercado da vacina preventivado cancro do colo do útero é umpasso decisivo para diminuirdrasticamente a neoplasia. Ogrupo parlamentar entende que odifícil acesso à vacina, devido ao

seu alto custo, pode comprome-ter esse objectivo.

“Os Verdes” relembram ain-da que Portugal é o país onde ataxa de mortalidade pela doen-ça, antes dos 65 anos, é das maiselevadas da Europa.

Face à eficácia comprovadada vacina, o Estado tem, segun-do o partido, a obrigação de ga-rantir que as crianças e jovensnão fiquem de fora desta solu-ção, o que implica a introduçãoda vacina no plano nacional devacinação.

VVaacciinnaa ccoonnttrraa CCaannccrroodo Colo do Útero deve serincluída no Plano Nacional

O projecto “Ecoponto vai àEscola” é desenvolvido pelaCâmara Municipal de Coru-che, com o objectivo de mel-horar a gestão ambiental doespaço escolar, sensibilizar ascrianças, e através delas, asrespectivas famílias e restantecomunidade escolar, para acorrecta deposição de resíduos.

Todos os estabelecimentosde ensino vão receber um mi-ni-ecoponto, sendo que a pri-meira fase do projecto foi ini-ciada em Maio de 2006 noensino pré-escolar com a colo-cação de 12 conjuntos destesequipamentos.

A segunda fase teve iníciono dia 1 de Março deste ano eprevê a entrega de mini-eco-pontos nos 15 estabelecimen-tos de ensino do 1.º ciclo.

Para além da colocação dosequipamentos, técnicas munic-ipais promovem um “jogo doAmbiente” que alia a brinca-deira à aprendizagem de temá-

ticas relacionadas com o trata-mento e recuperação de resídu-os, formas de exploração econservação dos recursos natu-rais.

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b) O Anexo G do tratadoEFTA

Este relatório foi de extremaimportância para a manobra di-plomática portuguesa, que assimpassou a dispor de um relatórioindependente, encomendado pe-la própria OECE, em que se de-monstravam três coisas muitoimportantes: (1) – que Portugalmerecia a confiança dos seusparceiros, dada a estabilidadedas suas contas e da sua moeda;(2) – que era um país conscientedas suas dificuldades e que que-ria empreender o caminho da in-dustrialização; (3) – que, por ou-tro lado, necessitava de um pe-ríodo de transição para a assun-ção plena das consequências departicipar, como membro depleno direito, numa Zona de Co-mércio Livre, que se pretendiaconstruir. Este relatório serviude base à argumentação por-tuguesa que foi desenvolvida,não só em Genéve na reuniãoinicial, como em toda a negoci-ação posterior.

Portugal saiu de Genévecomo membro de pleno direi-to da futura A.E.C.L. (Asso-ciação Europeia de ComércioLivre/EFTA) o que, conside-rando que não era uma potênciaindustrial, se pode considerarcomo um feito diplomático, quese ficou a dever à perícia nego-cial de três homens: O Dr. JoséGonçalo Correia de Oliveira,membro do governo e coorde-nador da estratégia e os Embai-xadores Dr. Ruy Teixeira Guer-ra e Dr. José Calvet de Maga-lhães, que foram acompanhadospelo Dr. Silva Lopes e peloEng.º Carlos Lourenço.

A reunião, que se seguiu à deGenéve e a mais complicadadeste processo, foi a que tevelugar em Saltsjobaden, na Sué-cia, em Novembro de 1959, naqual Portugal negociou um regi-me de transição, de adesão e

de participação especial, cujoperíodo duraria 20 anos, masque com as sucessivas prorroga-ções acabaria, na realidade, em1992. Isto é, Portugal pretendiaque os efeitos dessa negociaçãode adesão à EFTA trouxessemvantagens para o país duranteum período de, pelo menos, 20anos, o que veio realmente aacontecer.

Recorde-se que a EFTA sepropunha eliminar os obstáculosàs trocas comerciais, abolindoprogressivamente os direitosaduaneiros e as restrições quan-titativas nos produtos industri-ais, (deixando de fora os produ-tos agrícolas), nas relações entreos países da organização. No-meadamente estava acordadoque, a partir de 1 de Julho de1960, os direitos sobre as mer-cadorias seriam reduzidos pro-gressivamente até ao dia 1 deJaneiro de 1970, data em quedesapareceriam de todo, confor-me o que ficou escrito no art.º 3ºda Convenção de Estocolmo.

Portugal conseguiu obtervárias derrogações nessas ma-térias, nomeadamente no que di-zia respeito à indústria de Con-centrado de Tomate, aos Vinhose às Conservas de Peixe. Isto é,

podia exportar para todos osseus parceiros da EFTA estesprodutos os quais seriam alvo debarreiras baixas, enquanto quepodia obstar à importação des-tes mesmos produtos apondobarreiras altas à sua entrada nonosso país. A eliminação dessasbarreiras aduaneiras fár-se-ia deforma mais gradual do que eraexigido aos restantes países.

Clarificando, Portugal con-seguiu negociar um estatutoespecial para produtos agrícolastransformados, importantes paraas suas exportações, que nãocabiam, em bom rigor, na classi-ficação de produtos manufac-turados abrangidos pelo proces-so de liberalização da EFTA.

Por outro lado, Portugal con-seguiu que esses produtos, no-meadamente duas das exporta-ções-chave – o concentrado detomate e as conservas de peixe– beneficiassem de uma total li-beralização relativamente à en-trada destes produtos nos outrospaíses, o que significou a aqui-sição de um estatuto exactamen-te igual ao atribuído aos produ-tos não agrícolas. A acrescer aesta vantagem Portugal conse-guiu ainda que outro importantesector exportador – o dos vinhos

– beneficiasse de acordos bilate-rais favoráveis para a sua expor-tação, para os países membrosda organização.

Em particular, no anexo G,permitiu-se a Portugal um regi-me especial de desmantelamen-to pautal mais lento que o pre-visto no tratado – 20 anos emvez dos 10 anos concedidos pa-ra os restantes países da organi-zação, com a possibilidade deeste prazo ser prorrogado, o quealiás veio a acontecer. Quandoem 1986 Portugal aderiu à CEEestava, ainda, ao abrigo destasprorrogações excepcionais.

O anexo G permitiu aindaque Portugal beneficiasse dapossibilidade de reintroduzir,mesmo que já tivessem sido eli-minados, direitos aduaneiroscom a justificação, preenchidascertas condições, de se prote-gerem indústrias que estivessema ser lançadas no país. Estasmedidas funcionaram comoamortecedores na nossa econo-mia. Apesar deste quadro, em fi-nais da década de 1960 cerca de40 por cento das nossas impor-tações de produtos manufac-turados já não eram objecto dedireitos aduaneiros.

A Convenção final foi assi-nada, por Portugal e pelos seusparceiros, em Estocolmo no dia4 de Janeiro de 1960. Portugalconseguiu assegurar a aberturade mercados importantes para assuas exportações, ao mesmotempo que conseguiu manter re-lativamente protegidos algunssectores, criando boas condiçõespara o “boom” industrial e eco-nómico que se viveu, em espe-cial na década de 1960, no nossopaís. Assistiu-se, com efeito, aum crescimento extraordinárioda nossa economia bem comodas nossas exportações.

Em 1959 este bloco econó-mico pesava cerca de 18 porcento das nossas exportações, a

CEE 23 por cento e os EstadosUnidos 12 por cento. As expor-tações para os países da EFTAaumentaram em cerca de 17 porcento ao ano entre 1959 e 1970,sendo que as exportações dosprodutos abrangidos pelo anexoG aumentaram cerca de 8 vezesno mesmo período.

O concentrado de tomate, asconservas de peixe, bem como otratamento preferencial dadoaos vinhos, permitiu uma forteexpansão das exportações des-tes produtos. Houve ainda sec-tores como os têxteis, o vestuá-rio e a pasta de papel que saírambeneficiados desta associaçãode Portugal com a EFTA. Aliásdatam da década de 1960 gran-des investimentos privados, co-mo os que foram feitos no con-celho da Figueira da Foz, em fá-bricas de celulose.

O que o nosso país conse-guiu, em resumo, nas negocia-ções foi algo de verdadeiramen-te notável: Em primeiro lugar,sendo a nossa economia, da al-tura, a mais frágil dos sete, e nãosendo um país industrializado,conseguiu ser fundador de umaorganização de países industria-lizados;

Em segundo lugar conse-guiu-o negociando verdadeirasderrogações da Convenção deEstocolmo, em matérias funda-mentais para o espírito desse do-cumento internacional;

Em terceiro lugar, e no âm-bito dessas derrogações obtidas,enquanto os outros Estados abo-liram os direitos aduaneiros em1966, Portugal gozou de um pe-ríodo excepcional de mais 20anos (até 1986) de protecçãoaduaneira de boa parte dos seusprodutos, incluindo os têxteis, ovestuário e a pasta de papel.

Podemos afirmar que a par-ticipação de Portugal na EFTA,especialmente no período de1963 a 1973, se saldou por umrotundo sucesso para a econo-mia do país.

Pode-se ainda dizer que Por-tugal, integrou o movimentode integração europeia com asua entrada na EFTA, e issoprovocou mudanças estrutu-rais na economia do país,como veremos.

____* Miguel Mattos Chaves

Doutorando em Estudos Europeuspela Universidade Católica

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200718

Dr. Miguel Mattos Chaves *

A UNIÃO EUROPEIA

* Gestor de Empresase Doutorando em Estudos Europeus

pela Universidade Católica

do pós-guerra aos nossos dias– A diplomacia portuguesa face à criação do bloco EFTA

(continuação do número anterior)

Inserção de Portugal no Mundo (parte III)

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A autarquia de Coruchecomemorou o dia Mundial daÁrvore e da Água, entre 20 e 22de Março. A peça de teatro “Éum regalo na vida à beira d’águamorar” abriu as festividades nodia 20. Seguiu-se um colóquiosobre “Direitos do Consumidor eobrigações do poluidor”. “Aqualidade da água do Rio Sor-

raia” esteve depois em dis-cussão, numa conferência. Nodia 21, realizaran-se jogos peda-gógicos no Pavilhão Despor-tivo, entre outras actividades.

No dia seguinte, um coló-quio sobre o contributo dos ci-dadãos para as alterações climá-ticas deu o mote para a dis-cussão.

Encerram-se pontos deatendimento médico e da saú-de, o tal bem público. Põem-seos pacientes em transportes dumlado para o outro.

Encerram-se as escolas, doensino público, consagradonas leis fundamentais. Põem--se as crianças em transportesdum lado para o outro.

Pacientes e alunos não sãomais pessoas, são números, fac-tores do cálculo de custo de fun-

cionamento de serviços que oEstado proporciona. Serviços,aquilo em que se transformaramdireitos e factores de cidadania.

Transportes, o conceito queoperacionaliza a transformação.

O mesmo que se faz com ogado, com as mercadorias: trans-porta-se dum lado para o outroquando o factor custo entra emcontas.

Extingue-se o título de ci-dadania, BI, título do direito do

indivíduo a ser isso mesmo, umaidentidade parte de uma nação ecria-se um cartão único, não o dacidadania, mas o de utilizador deserviços, de utente da saúde, depagador de impostos. Não o decidadão do Estado-nação, mas odo registo dos processamentosdo Estado-serviços.

A conta no banco não émais a carteira, mais gorda oumais magra, de cada um. É ajanela aberta do Estado para a

vida do indivíduo, não mais ci-dadão dos direitos que funda-mentam o Estado, mas númerode registo obrigatório para o seucontrolo, para o controlo dassuas opções, não mais privadas.

Estranhos conceitos emmudança: Privatiza-se o servi-ço público mas cerceia-se o di-reito à privacidade. Isto é, admi-te-se que só no campo das op-ções da gestão privada o serviçoserá eficaz e rentável. Mas o Es-

tado aperta cada vez mais o es-crutínio da privacidade nas op-ções de gestão que fundamen-tam a gestão privada.

O cidadão não é mais o Jo-sé, o Francisco a Maria. É umnúmero, transportável, gerível,espiolhável e condicionado nassuas opções e movimentos. Por-que não o número único logo ànascença, gravado na pele? Nãona testa, mas no braço, comonoutras experiências já tentadas.

ExtrapolaçõesJosé Freire da Silva *

OPINIÃO

Um artigo recentementepublicado no “Público” comen-tando os dados da investigaçãojornalística sobre as qualifica-ções académicas do actual Pri-meiro Ministro Português JoséSócrates, revela uma faceta donosso mal geral e confessa-o emtodas as latitudes de forma maisou menos explícita: Parte signi-ficativa de lugares de direcção eresponsabilidade a vários níveis,a começar pelos do próprio jor-

nal, são preenchidos por pessoasque abandonaram os estudos enão completaram as respectivasgraduações académicas ou fizer-am-no de modo incompleto ou,até, que suscita dúvidas.

É este um dos dramas donosso país em que, de norte asul, os lugares nas empresas, nasociedade civil e até nas admi-nistrações públicas, são pre-enchidos por pessoas que nãocompletaram os mais variados

graus de formação básica,secundária ou académica e ocu-pam no tecido empresarial eadministrativo lugares para queseriam exigíveis formações pro-fissionais e académicas comple-tas e diferenciadas.

O perfil técnico, administra-tivo e comercial de grande partedo mundo laboral e empresarialé assim nivelado por baixo, asremunerações são evidentementemais baixas já que a exigência é

menor, o que dá jeito, e os resul-tados são em geral o que se sabe.

É uma das leituras comple-mentares dos últimos resultadosdo PISA, insuspeitos, relativosao nosso País, associados aoconhecimento dos números doabandono escolar a todos osníveis e das últimas décadas.

Estão pois de parabéns osnossos responsáveis a vários ní-veis, os nossos muitos empre-sários, os nossos muitos altos

decisores: Estão nivelados peloque se pratica de norte a sul dopaís, para que escrevem, para queorganizam, para que decidem.

E que melhor reconhecimen-to poderiam ter do que, comoimplicitamente pretende de-monstrar a investigação jornalís-tica daquele diário, ter tal estatu-to idêntica aceitação nas altasmagistraturas Nacionais e mes-mo Europeias?

* Arquitecto

ddee AAnnttóónniioo VViiccttóórriiaa MMaarrttiinnss

Agente 1600189 Totobola – Totoloto e Euromilhões

Tel 243 675 350

Bifanas * Marisco * PetiscosÓptimo Serviço de Bar

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O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 19

A exposição “Meninos Gor-dos: contar uma história atra-vés da faiança” conta a históriade dois irmãos “belos, gigantese gordos” que, por volta de1840, passaram por várias terrasportuguesas.

Por onde passavam, os me-ninos gordos causavam espantopela sua extraordinária obesida-de, dando origem a várias peçasde faiança inspiradas na sua his-tória: pratos, canecas e palitei-ros, feitos por fábricas de cerâ-mica nortenhas.

Os irmãos Perrero, Ana eMateus, iniciaram a sua cami-nhada pela Europa a 12 de Se-tembro de 1840, aquando da suaapresentação à corte de Piemon-te, no seu país natal.

Os meninos gordos eram

considerados verdadeiros fenó-menos, dada a sua extrema obe-sidade. Foi então que, para quetodos pudessem admirar estas“raridades”, os irmãos italianosforam enviados ao rei de Fran-ça, Luís Filipe I, no mesmo ano.

A fama destes meninos eraenorme, pelo que todos os que-riam ver. Eles foram então, paraEspanha e depois para Portugal,onde foram exibidos à RainhaD. Maria II.

Daí rumaram para o Porto epassaram por muitas outras ter-ras nortenhas. A curiosidadepara ver os meninos gordos eratal, que as pessoas pagavam bil-hete para conhecê-los.

No prospecto bracarense queanuncia a presença dos irmãosAna e Mateus pode ler-se: “Não

obstante a sua corpulência sãomuito bem feitos, bem propor-cionados e de figura elegante.Poderiam ser chamados de Me-

ninos Gigantes pois são de umaaltura extraordinária atenta a suaidade”.

São então estes meninos

“belos, gigantes e gordos” quedão forma a uma exposiçãovocacionada para os mais no-vos, em que são representadosem peças de faiança nortenha,desde pratos a paliteiros.

A história de Ana e Mateus,os “Meninos Gordos”, é conta-da não só através da faiança,mas também pelo roteiro deexploração, um pequeno livrodedicado aos mais novos, queassim poderão conhecer de umaforma divertida e didáctica.

Abriu em Março, a par daexposição “Meninos Gordos:contar uma história através dafaiança”, as exposições dasgalerias de Miguel Bombarda,que completam um circuito dearte único na cidade do Porto.

____

História dos Meninos Gordos em exposição

Qualificações académicas e profissionais

Dia da Àrvore e da Água

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200720

Caros leitores…Escrevo-vos este pequeno

texto na sequência de um inci-dente que ocorreu há algumassemanas num debate realizadono âmbito do programa da RTP“Os Grandes Portugueses”. Es-tou-me a referir ao silenciamen-to do Prof. José Hermano Sa-raiva quando este teve a ousadiade sugerir que o Dr. OliveiraSalazar não era na sua opinião omonstro que o resto do paineltentava pintar.

Para quem não viu o progra-ma, o Prof. JHS foi simples-mente impedido de acabar umaúnica frase em defesa daqueleque na sua opinião era o injus-tiçado. Fiquei perplexo, será queainda não é desta que o país estápronto para tentar perceber ohomem que controlou os desti-nos de Portugal durante a maiorparte do século XX? Ou serásimplesmente que a comunica-ção está a cometer o mesmo pe-cado do qual acusa o homem quea controlou durante tantos anos.

Os portugueses gostam defacto muito de falar, basta ver onúmero de programas de deba-tes nos canais televisivos. Todostêm uma costela de treinador debancada. Sempre que fico a pen-sar nisso, vem-me à cabeça otema do Elvis “A little less talk,a little more action”, ou sejamenos palavras, mais acção! Secalhar devíamos ouvir um pou-co mais Elvis e um pouco me-nos Fado. Por isso num paísonde tanto se gosta de falar, ésurpreendente que alguns temasnão sejam debatidos, pelo me-nos de uma forma séria.

Em primeiro lugar nesta listaencontramos o período do Esta-do Novo e a sua figura central, oDr. Oliveira Salazar.

O tema do estado novo e porextensão o 25 de Abril semprelevantaram em mim muita curi-osidade. Sempre procurei perce-ber mais sobre este período,principalmente porque me pare-cia que não existia grande von-tade de perceber e debater váriasdécadas da história nacional,resumindo simplesmente a nar-rativa à opinião seguinte; Antesdo 25 de Abril vivíamos numestado fascista sem liberdade,oprimidos, e uma grande partedas dificuldades que existem emPortugal são o resultado desteregime. Mas na realidade, todossabemos que na vida não domi-nam nunca nem o preto nem obranco, mas sim uma escala decinzentos.

É por isso que assisti aodocumentário de Jaime Noguei-ra Pinto sobre Salazar, realizadono âmbito do programa dosgrandes portugueses da RTPcom grande interesse. O docu-mentário de JNP ajuda-nos aolhar para o Estado Novo no seucontexto.

Está muito na moda ouvircomentadores e jornalistas dizerque ainda estamos a pagar a fac-tura do Estado Novo. De facto,qualquer pessoa que chega aPortugal, poderá facilmenteacreditar que se não fosse porcausa do Salazar, Portugal esta-ria hoje no pelotão da frente emtermos económicos na Europa.Como nunca gostei de aceitarafirmações sem as questionar,

comecei a raciocinar; se esta-mos a pagar este preço elevado,será que os nossos vizinhos dolado também não deveriam nestemomento estar a pagar estamesma factura, já que tambémtiveram um regime pelo menostão “fascista” como o nosso?Uma factura que os nossos vizi-nhos não estarão certamente apagar é a das nacionalizações dopós 25 de Abril.

A segunda ideia é a seguinte;admitindo que o país não estavaem grande saúde financeiradepois do 25 de Abril, em queestado é que Salazar terá encon-trado o país quando assumiu opoder? Quem conhecer minima-mente a história de Portugalsaberá que o país se encontravano primeiro quarto do séculoXX num estado perfeitamentecaótico tanto do ponto de vistaeconómico como do ponto vistogovernativo. A estabilidade nãoera propriamente a palavra deordem. Parece-me de facto queas coisas não são tão linearescomo parecem ser para algumaspessoas. Como aprendi na esco-la, a história é sempre escrita

pelos vencedores e a história doséculo XX Europeu não éexcepção, e, por esta razão, serásempre relembrado nos livrosde história pela luta contra e aeventual derrota da ideologiacomunista. Devido ao papel doPCP no período pós 25 de Abril,parece que foi apagado damemória nacional o contexto noqual a Europa viveu durante amaior parte do século XX.

O comunismo avançava paraa Europa ocidental e Portugalnão estava imune a esta ameaça.Se retiramos este contexto, defacto muito das decisões deSalazar deixem de fazer sentido.

Mas Salazar estava perfeita-mente consciente desta ameaçaquando decidiu apoiar Franco,como nos disse o documentáriode JNP. Depois da sua morte,parece que podemos finalmenteadmitir a hipótese de que casoÁlvaro Cunhal tivesse conse-guido o seu objectivo, Portugalteria passado para outro sistematotalitário e desta vez com con-sequências bastante mais gravespara a sua saúde económica e aindependência.

É neste contexto que temosque olhar para Salazar e perce-ber o que o país, a Espanha e atémesmo a Europa lhe deve. Sala-zar, como patriota, sempre defen-deu a independência de Portugalnum clima bem diferente daque-le que se vive hoje em dia naEuropa.

Hoje em dia quase todos nós(no ocidente) aceitamos que ademocracia é a melhor forma degovernação. A ideia é de tal for-ma consensual que já não somos

abertos a admitir que outras for-mas de governação seriam dese-jáveis para o nosso continente.Mas quando olhamos para osoutros, as nossas convicções jánão são tão claras. Por exemplo,quantos entre nós admitem queo Iraque ou mesmo o MédioOriente de forma geral, nãoestará pronto para um regimedemocrático? Se formos capazde admitir que as transições deregimes totalitários não sãosempre lineares, será que pode-mos pelo menos contemplar aideia que Portugal não estavapronto no início do século XXpara transitar de uma das mo-narquias mais antigas da Europapara um estado democrático nosentido moderno da palavra?

Para enfrentar o nosso futu-ro, devemos primeiro aceitar onosso passado. Isto significa nãoculpar constantemente os pos-síveis erros do passado para jus-tificar a nossa falta de sucessohoje. A história merece sempreser analisada no seu justo con-texto. E é precisamente isso queSalazar merece. Por isso agra-deço o serviço prestado por Jai-me Nogueira Pinto, que deu umcontributo importante para aju-dar o país a ultrapassar as suasdificuldades de lidar com o seupassado.

Não podemos tratar a nossahistória como tratamos os trei-nadores de futebol que passamde bestiais e bestas ao sabor dovento. A nossa história merecemais respeito.

Não vamos ignorá-la!____

João Filipe

A propósito do documentáriode Jaime Nogueira Pinto

Concurso “Os Grandes Portugueses”

Bem, isto foi um concurso enada mais que um concurso.Convidaram-me para defenderSalazar e eu aceitei. Aceitei nãopor saudosismo, não por devo-ção histórica, nem sequer porqualquer sentimento de anti-es-querdismo. Aceitei porque pen-sei ser um interessante ponto departida para, à volta deste tema,conseguir dois objectivos: Daro outro lado de 50 anos deHistória de Portugal (1926-1974), que, embora a nívelacadémico já vão tendo trata-mento sério (é curiosa, entretan-to, a atitude de alguns académi-cos de esquerda – v.g. Fernando

Rosas, Costa Pinto, etc.), quenos seus trabalhos e estudos uni-versitários têm uma certa dis-tância e isenção sobre o período,mas, nestes casos, ficam iguaisaos “antifascistas” primários.

Explicar que Salazar foimais que a “Restauração dasFinanças e a PIDE”. E quepensou o Estado, em Portugal,que pensou e articulou um pro-cesso de consolidação de umamaioria nacional. E tambémpara atacar o mal mais grave dadireita portuguesa: que o factode Salazar ter defendido, de mo-do autoritário e não democrá-tico, certos valores religiosos,

nacionais, sociais e económicos,como Deus, a Pátria, a Família ea Propriedade, não exclui nemdeve excluir esses valores,sobretudo a Nação, da agendapolítica.

Foi esse o meu objectivo,traduzido num documentário,que já vi atacado em abstracto,ou com chalaças sardónicas – oestilo de uma certa “esquerda”(não toda...), quando quer tergraça. Não vi ainda argumentosno sentido de dizer – este factoestá errado, esta interpretaçãovai contra os factos...

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Rui Salvador

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 21

O concurso televisivo “OsGrandes Portugueses”, que ter-minou no passado dia 25 deMarço, tornou-se num claroembaraço para a televisão públi-ca e para aqueles que esperavame tudo fizeram para que o vence-dor fosse outro e a humilhaçãocaísse sobre Salazar.

Afinal, o humilhado foi ou-tro, e, Oliveira Salazar obteve41% da votação livre e demo-crática, fruto da auditoria daPrice Waterhouse & Coopers,apesar das descaradas tentativasde manipulação da opiniãopública, que de acordo com osemanário “Sol” até levaram aRTP e a produtora do concurso“a contactar algumas autar-quias, para promover can-didatos bem menos polémicos,como são os casos de D. AfonsoHenriques e do Infante D. Hen-rique”.

Depois foi ver a grande mai-oria dos defensores dos 10 can-didatos escolhidos e a concursopara a vitória final, a não defen-derem o seu candidato, mas an-tes a atacarem o candidato deJaime Nogueira Pinto (AntónioOliveira Salazar), em sintoniamais do que evidente, com aajudinha de Maria Elisa, quedeu um péssimo exemplo deisenção jornalística.

Mais espectacular ainda, foiver a deputada Odete Santos asoltar o seu ódio, com esgareslancinantes sobre tudo e todos,chegando mesmo ao ponto deno final ameaçar a própria Ma-ria Elisa com a constituição por-tuguesa, acusando-a de promo-ver o fascismo, quando a apre-

sentadora divulgou o justo ven-cedor do concurso. Que bonitoespectáculo!

Sim, concurso! Será que ospseudo arautos da defesa dasliberdades e dos direitos nãoperceberam que se tratava deum concurso, para o qual as re-gras foram definidas ao princí-pio? Ou será que os deveres decumprir as regras e de saber per-der, pois foi disso que se tratou,não se aplicam a estas “persona-lidades”. Como se não bastasse,o apelo directo e indirecto, sem

qualquer tipo de pudor, ao votoútil, feito por João Soares,Odete Santos e Leonor Pinhão,visivelmente apoplécticas e des-controladas, deixaram bem cla-ro o respeito que mostram terpela vontade popular, quandoesta não vai de encontro aosseus ideais.

Restaram Nogueira Pinto eRosado Fernandes, que enqua-draram a vitória no contextocerto. Um no de “um concurso”e o outro no de um “protestocontra os governos pós 25 de

Abril que frustraram as expec-tativas dos portugueses. Nin-guem gosta da situação quetemos, a corrupção, a falta degovernação, os campos aban-donados, tudo o que tem sidofeito ”.

Até Fernando Dacosta, fezum acto de contrição, ao afirmarque “foi um voto contra o fa-lhanço daqueles que se opuse-ram a Salazar, como eu, e queprometeram aos portuguesesum país mais livre, mais prós-pero, mais feliz, mais seguro eesse país não se cumpriu”.

Enfim, a tentativa clara e“guerrilheira” de tentar a todo ocusto que o resultado fosseoutro, levando até à divulgaçãode uma sondagem patética, comcerca de mil entrevistados aotelefone, antes da revelação doresultado final, a sugerir a pre-ferência pelos candidatos menosvotados no concurso real.

No concurso participaramcerca de 215 mil votantes. Seráque é possível comparar? Tudoserviu para tentar branquearuma vitória clara de Salazar pormais do dobro para o segundoclassificado, Álvaro Cunhalcom 19%.

Para finalizar, as “pérolas daintelectualidade”, saídas das bo-cas de Leonor Pinhão, afirman-do que “o Portugal depois deSalazar é muito melhor do queantes. Após o 25 de Abril houveum falhanço na educação, esteresultado revela a falta de edu-cação do povo português”. Quecontradição, estaria confusa?Segundo Ana Gomes é “genteque não está bem na sua pele”,

e para rematar Clara FerreiraAlves afirmando que “as boasintenções abstêm-se e as másintenções mobilizam-se”. Afinalpara estas senhoras, o povo éestúpido! Como não vingou asua preferência, passaram a con-siderar a vasta maioria dos vo-tantes no concurso, de ignoran-tes, sem cultura e mal intencio-nados. Assim se estala o vernize se revelam as suas opiniões e aelas próprias.

Cá por mim, gostando-se ounão de Salazar, ou de outro can-didato qualquer, acima de tudoos portugueses exerceram emconsciência a sua livre opinião,com meses para reflectir, e issodeve ser respeitado.

Quanto às “sumidades dainteligência” presentes no con-curso, procurem repensar a vos-sa conduta e respeitem as opi-niões diferentes das vossas, poisé disso que se trata em democ-racia, e, por favor, não nos cha-mem estúpidos!

____Abel Matos Santos

O Povo não é estúpido!

Resultados finais da votaçãodo concurso da RTP

1º António Oliveira Salazar - 41,0% 2º Álvaro Cunhal - 19,1%

3º Aristides Sousa Mendes - 13,0% 4º D. Afonso Henriques - 12,4%

5º Luís de Camões - 4,0% 6º D. João II - 3,0%

7º Infante D. Henrique - 2,7% 8º Fernando Pessoa - 2,4%

9º Marquês de Pombal - 1,7% 10º Vasco da Gama - 0,7%

Concurso “Os Grandes Portugueses”

António de Oliveira Salazar (1889-1970), figura vencedora do concurso

No próximo dia 11 de Abril,o sargento da GNR de Corucheacusado de ter morto um ho-mem de etnia cigana que nãoobedeceu à ordem de paragemnuma operação STOP em San-tarém, e se pôs em fuga, andan-do vários quilómetros em senti-do contrário na A13, vai conhe-cer a decisão do Tribunal deMontemor-o-Novo.

O Sargento da GNR, é tidocomo um bom militar e teve emduas missões em Timor e no Ira-que. O Ministério Público pediua condenação por homicídio

simples, com uma pena de oitoa 16 anos de prisão. O sargentoaguarda o julgamento em liber-dade, a exercer funções admin-istrativas e foi-lhe retirada a ar-ma de serviço. Segundo o seuadvogado o tiro foi acidental eservia apenas para intimidar avítima. A defesa pediu a absol-vição do militar ou a condena-ção por homicídio por negligên-cia, com enquadramento penalaté aos três anos de prisão. Afamília da vítima, residente emMontemor, reclama uma inde-mnização de 25 mil euros.

Marques Mendes e o PSD,querem que se suspenda o pro-jecto do novo aeroporto naOTA. Em sua opinião “é carodemais, pouco seguro e umavida útil curta”. Este anúnciosurge depois de uma audiênciacom o Sr. Presidente da Repú-blica Cavaco Silva, afirmandoque espera que também ele falesobre o tema. A voz de Mendes,junta-se assim a muitas maisvindas da opinião pública etambém de dentro do PS, emparticular de António Vitorino eElisa Ferreira.

Sargento da GNR de Coruchevai conhecer sentença

O Vale do Sorraia e os seuscampos férteis, preparam já apróxima sementeira de arroz,com o arranjo da terra para rece-ber as sementes e a água prove-niente da obra de rega do Valedo Sorraia.

Os indicadores mostram quese deve dar uma subida do preçodo arroz, pelo que os agricul-tores podem ter nesta culturauma aposta a considerar.

Recorde-se que o Arroz Ca-rolino da Lezíria, possui umadenominação de origem e selode identificação geográfica.

Os especialistas referem quea diferenciação do arroz em no-vos produtos e subprodutoscomo a comida para bebé, querseja em grão ou em papa, é umexemplo de uma aposta no mer-cado.

Cultura do arroz em crescimento

Contra aOTA

Quotas de mercadopor marcas de arroz

Cigala com 19,5%,Saludães com 14%,

Caçarola com 11,2%,Pato Real com 10,5%,

Ceifeira com 9%,Bom Sucesso com 5%.

Verdade

Tauromaquiasuplemento

Coordenação de Domingos da Costa Xavier

Não pode ser vendido separadamente.

Director: Abel Matos Santos • Registo ERC 124937Este suplemento é parte de O Jornal de Coruche nº 12 de 1 de Abril de 2007

Em nome da verdade!

Nos finais da década de 50(do século passado) a RTP davaos seus primeiros passos emtodos os conteúdos que haviama pouco e pouco de preencherdefinitivamente a sua progra-mação.

Desde os noticiários aoteatro, à música ligeira e clássi-ca, aos desportos, ao folclore eao cinema, tudo constituía umaexperiência, quanto ao género, àdose e ao agrado do público e dacrítica.

Estava eu nessa altura numlugar privilegiado para seguirtudo isto de perto, o jovemrepórter dos noticiários, perse-guindo a novidade, a surpresa eo interesse dos espectadores.

Tinha vindo de Beja paraLisboa e trazia comigo um gostonatural pelos touros.

O Varela Crujo, hoje con-hecido ganadero, era meu cole-ga de turma no liceu e propor-cionava de vez em quando umpasseio ao campo, ao seu monte,onde a proximidade com os

touros nos fazia arrepios deemoção, só de os ver de perto esentir-lhes o bafo e o cheiro.

Alguns colegas estudantespraticavam o toureio a cavalo ena praça de touros de Beja jun-tavam-se jovens aficionadosque, com a tourinha, o capote ea muleta, “bordavam” tauro-maquias e se divertiam em boacamaradagem.

Era portanto natural que eutomasse a iniciativa de escolheros touros como novidade paraos incipientes telejornais.

Assim, armado com uma câ-mara “Paillard”, que felizmenteera muito portátil e discreta,comprava um bilhete na bancadado Campo Pequeno e arrancavaalgumas sequências que serviamde notícia daqueles eventos tau-rinos. Deste modo, por quasetodo o país (já que as antenas datelevisão ainda tinham os seus li-mites) se passou a ver, com gran-de entusiasmo dos espectadores,a mítica praça do Campo Peque-no e as figuras que nela bri-

lhavam, se bem que em imagensmuito breves e a preto e branco.Mas lá estava o ferro ao estribo,a pega de caras ou a larga afaro-lada. Infelizmente tudo mudouporque aquela pequena câmaranão captava som. E mesmo semo cornetim e o pasodoble, sem osolés e as palmas das bancadasrepletas, as notícias dos touroseram um êxito.

Foi então que se deu um per-calço. Era nesse tempo empre-sário do Campo Pequeno o Sr.José Ricardo Domingos quetinha a opinião que se o seu es-pectáculo começasse a ser vistona televisão, deixava de terespectadores que pagassem obilhete na praça.

Por mais conversas quetivéssemos com ele, apadri-nhados pelo saudoso amigo ejornalista Leopoldo Nunes, crí-tico tauromáquico do “Século”,não conseguimos convencê-lo aautorizar as filmagens.

Por esse motivo tivemos quedar o salto em frente. A começar

pela sua terra natal, Montemor-o-Novo, Leopoldo Nunes tinhaprestígio em toda a parte ondehouvesse praça de touros e ondefacilmente obtinha autorizaçãopara filmar. Então o director dosnoticiários da RTP, Manuel

Figueira, apoiou uma propostade um programa tauromáquico,já independente do Telejornal,filmado portanto nas praças daprovíncia, em que eu era o reali-zador e o mestre Leopoldo oapresentador. Foi então esse o

Em Outubro de 1961, Hélder Mendes com a sua câmara indiscretaregista, em Las Ventas, a apresentação do novilheiro José Simões,

captado pelo jornalista Saraiva Mendes

Como decerto se recordam os meusconterrâneos, também me coube fazer osmeus “pinitos” televisivos, mas é factoque jamais me tocou ter a veleidade deproclamar o que quer que seja namatéria, dado que ao longo dos anos metem tocado a honra da amizade de quemde facto pode reivindicar a autoria do iní-cio de tudo o que foi o mundo do toiro

televisivo – o Dr. Hélder Mendes, pio-neiro consciente, e verdadeiro mentor dafesta de toiros naquilo a que com humorArt Buchwald designou como a caixaque mudou o homem e o mundo.

Solicitámos a Hélder Mendes umtexto de memória, e note-se que teve odelicado pormenor de ilustrar o que dizcom uma fotografia que lhe tirou Saraiva

Mendes, num dia em que, em Madriddocumentava a apresentação de novi-lheiro do nosso querido conterrâneo JoséSimões. Atentem na sensibilidade dopormenor, prova provada da sua estalecade grande senhor.

O “Jornal de Coruche” sente-se muitohonrado por Hélder Mendes ter acedidopublicar nas suas páginas tão importante

depoimento, e, sobretudo sobra-nos aconvicção de que depois de tal teste-munho (inquestionável…) jamais se per-mitam por aí os arautos de inverdade aconferir méritos e protagonismos a quemos não tem. Em nome da verdade…!

____*Médico Veterinário

e Escriba Taurino

Os primeiros programastauromáquicos da RTP

* Dr. Hélder Mendes

Dr. Domingos da Costa Xavier *

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

IITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007

O antigo Presidente daRepública Portuguesa, Dr. Jor-ge Sampaio, participou no pas-sado dia 19 de Março, numdebate sobre tauromaquia,organizado pela Casa MuseuMário Coelho em Vila Francade Xira, onde defendeu aberta-mente a Festa de Toiros.

“Deixem a Festa correr!”,foi uma das expressões que uti-lizou para defender as touradasno nosso País. Fez também umapelo para que “deixem as pes-

soas que gostam da festa bravarecriarem-se culturalmente”.

Referindo-se como o seuprimeiro acto público a favordas touradas após deixar aPresidência da República, Jor-ge Sampaio reafirmou a suaaficíon, que diz ter começadocom a sua mãe, que residiajunto à Praça de toiros doCampo Pequeno e o levava aEspanha para ver corridas detoiros.

Sampaio, disse ainda que é“favorável a um pluralismocultural, mesmo que isso im-plique a morte do animal”,referindo-se explicitamente aBarrancos, defendendo a neces-sidade das pessoas compreen-derem que existem diferençasculturais.

Referiu ainda que “nemSalazar proibiu as touradas deBarrancos e, podemos criticá-lo por muita coisa, mas burroele não era”.

Não podemos deixar passarem claro o ocorrido no passadodia 15 de Janeiro no “honorá-vel” parlamento europeu. Pre-tendiam políticos vários que odito órgão proibisse as corridasde toiros no espaço europeu, etambém que terminassem ossubsídios às vacas aleitantes daganadaria brava.

Felizmente tanta parvoícenão passou, sendo até que vari-adas associações empresariaisespanholas já elaboraram umprecioso documento enviado àdita câmara em que demons-traram à evidência que tal in-tenção colide com a cultura, oscostumes, a economia e a legis-lação dos estados membros.

Politicamente todas as associa-ções da festa espanhola assina-ram e aderiram ao referido ma-nifesto, o que se louva. E porcá? Que eu saiba não se tomounenhuma atitude relevante, oque se lamenta. De lamentar,também, que os políticos par-lamentares esbulhem de talforma o nosso dinheiro, dadoque são eleitos para resolver osproblemas dos povos que nãopara lhes perturbarem a vida.

É por todo o asneirante pro-duzido, lá e cá que nos confron-tamos com a irracionalidadepresente. Será que esta gente,ao menos uns minutos porsemana não pára para pensar?

DCX

Jorge Sampaiodefende as touradas

As Asneiras que pagamos!

primeiro programa tauromá-quico da RTP. Em breve alargá-mos as nossas reportagens parao exterior das praças. Consa-grados e jovens cavaleiros,toureiros e ganaderos abriam-nos as suas portas para que seregistasse a preparação, o treino,o enquadramento castiço da suaactividade fora da arena.

Com êxito permanente juntodos espectadores o programa foirodando até que Leopoldo Nu-nes, assoberbado com a suaactividade no “Século” e umcargo na Assembleia da Repú-blica, passou a pasta a JoãoCabral Valente que foi o segun-do comentador do programa eque também era crítico tauro-máquico, neste caso no “Diáriode Notícias”.

Homem de grande honesti-dade e bem preparado na apre-ciação da lide a cavalo, que eleestudava com os mestres, Ca-bral Valente, em breve marcou adiferença com as suas críticasimplacáveis. Pela sua frontali-dade e desassombro foi, quantoa nós, uma figura única nopanorama taurino que conhece-mos e que muita falta faziaactualmente. Um dia comentouque alguns ferros de mestreJoão Núncio não eram bem decaras pois o cavaleiro “aliviava”na viagem. E foi a última críticaque fez no programa onde foisubstituído por Niza da Silva,conhecido crítico tauromáquicodo “Diário Popular” e fervorosoadepto da corrida à espanholaao contrário de Cabral Valente.

Niza frequentava as praçasde Espanha, nomeadamente Se-

vilha, onde nos juntámos algu-mas vezes com aficionados etoureiros espanhóis seus conhe-cidos, nas tardes da “calle” Sier-pes desses tempos.

Sendo um crítico competentee respeitado, Niza da Silva nãotinha nascido com o dom de co-municador de televisão emborao seu ar bonacheirão o tornassesimpático para o público.

Foi também nosso colabora-dor na qualidade de comentador,o crítico tauromáquico SaraivaMendes. Homem de voz gravee educada e grande conhecedordo mundo dos touros, aliava àfacilidade de expressão umcerto charme de vocabulário eaté da sua maneira de ser quevieram valorizar o programa.

Nesse tempo convidámospara colaborar, na qualidade delocutor, o José Fialho Gouveia.

Com o evoluir da minha car-reira profissional fui nomeadochefe dos serviços dos progra-mas do exterior. Tinha comoobjectivo produzir e realizarprogramas que ocupassem umaequipa e um carro de exterioresque existiam com pouco apro-veitamento.

Na preparação de um dessesprogramas encontrava-me umanoite a jantar num restaurante típi-co em Salvaterra de Magos quan-do se vem sentar na mesa ao meulado o famoso toureiro Manueldos Santos, o meu ídolo e ídolo demilhares de portugueses. Embreve entabulámos conversa.Manuel dos Santos tinha acaba-do de regressar do México etrazia uma ideia muito clara nasua cabeça: tal como tinha acon-

tecido naquele país, a televisãopodia ajudar muito na divulga-ção da festa brava. Estava ele aconfidenciar esta ideia à pessoacerta no momento certo.

Foi com grande entusiasmoque lhe disse da minha experi-ência com os programas de tou-ros filmados e que espreitava aoportunidade de fazer umatransmissão directa de uma cor-rida, pois no meu novo cargo ti-nha autonomia para o fazer.

Manuel dos Santos agarrou aoportunidade com as duas mãose pensou imediatamente em or-ganizar uma corrida para sertransmitida em directo. Um dosdonos da ganaderia IrmãosRoberto encontrava-se a jantarna mesma sala e assegurou logoo curro dos touros. Dois telefo-nemas, um para o FranciscoMendes e outro para o José Sa-muel Lupi começaram a comporo cartaz. Com um largo sorrisoManuel disse-me que a transmis-são estava quase assegurada. Euainda não tinha acabado de jantar.

Poucos dias depois, no finalda transmissão do programa queeu preparara, com muitos fandan-gos, fados e guitarradas, apareceude novo Manuel dos Santos.

Ficou assente em definitivo aPRIMEIRA transmissão directade uma corrida de touros pela te-levisão em Portugal, no dia 2 deAgosto de 1959, na Praça de Sal-vaterra de Magos onde a ficçãoconta que se realizou a ÚLTIMACORRIDA em que morreu oConde dos Arcos.

Foi o início de uma grandeamizade entre mim e o Manueldos Santos que se prolongou atéà sua morte. Essa ligação haviade gerar muitas reportagens,tanto em Portugal como em Es-panha, onde ele ainda era figura.

Mas o que de mais importanteresultou foram as transmissõesdirectas regulares da Praça doCampo Pequeno de que Manuelse tornara empresário, nomea-damente das corridas nocturnas,as “fabulosas”, com as maioresfiguras do toureio daquele tem-po e das quais eu era um produ-tor e realizador emprenhado,comprometido e entusiasta.

Convidei então para assisten-te de produção o João Moreira deAlmeida a quem entreguei, entreoutras tarefas, o sector dos touros,como um dos mais importantesdo meu serviço de exteriores.Moreira de Almeida havia de per-manecer naquele posto por muitotempo, mesmo depois da minhacarreira profissional evoluir poroutros caminhos.

Mantive-me apesar disso li-gado aos touros, como realiza-dor das transmissões directas,que continuaram regulamenteaté 1974.

____* Cineasta e realizador

Ainda eem ttempoPor modéstia, não refere Hélder Mendes o seu contributo à causa

táurica depois de 1974, sendo que por isso me cabe acrescentar quefoi seu o convite para que eu integrasse o programa “Tauromaquia”(delegando a conversa em Diniz Escudeiro e Américo Leite Rosa, emalmoço acontecido no museu Alcolombal, propriedade de HumbertoPardal, perto de Sintra), bem assim como deixar claro que para alémde autor do programa, também sempre assegurou a realização detodas as corridas transmitidas (em directo e em diferido) acontecidasna década de noventa, período em que tive a honra de ser seu cola-borador.

Importante também que se diga que lhe devemos para o progra-ma e para o público contributos tão importantes quanto o foram os deAntónio Osório de Castro, Artur Bual, Manuela Pinheiro, ÁlvaroGuerra, Armando Soares e Amadeu dos Anjos, entre outros.

Domingos da Costa Xavier

Cartaz da 1.ª Corrida de Toiros televisionada pela RTP, em 1959

O P I N I Ã O

José Manuel Duarte foio grande triunfador da cor-rida realizada em Santarémno domingo, 18 de Março,por ocasião das tra-dicionais festas da cidade,onde o campo Emílioinfante da câmara voltou asentir o pulsar dos afi-cionados não só à corridade toiros mas também àslargadas. Com o apoio daCâmara local devido aogrande empenho do seu presidente,Francisco Moita Flores, a comissão or-ganizadora da corrida pôs à disposição doaficionado um preço de autentica “reba-ja”, desde 5, 10 e 15 euros, e assim opúblico correspondeu e a MonumentalCelestino Graça registou uma enchentedifícil ou quase impossível de superarcom perto de 12500 pessoas nas ban-cadas. O curro de toiros da ganadariacoruchense de Hrds. de Cunhal Patrício,bem apresentados e com 5 anos, não aju-daram muito os toureiros, saíram man-sotes e difíceis, exigindo entrega e valorpara superar as dificuldades apresen-tadas. José Manuel Duarte foi o triun-fador com duas lides em tom crescente,com o toureiro escalabitano a ter de seempenhar, demonstrando os seus dotes

de bom lidador al-cançando bons mo-mentos, arrancandofortes ovações como público de pé. RuiSalvador, melhor

no seu segundo que no primeiro, arriscouimponentes sortes frontais galvanizandoas bancadas pelo seu tremendismo.

Vítor Ribeiro a contas com o pior lote,não se deu por vencido e entregou-se decorpo e alma pisando terrenos de muitocompromisso para consumar as sortes.

O Grupo de Forcados Amadores deSantarém cumpriu com a função, maspoderia ter estado melhor, António Gravede Jesus, Gonçalo Veloso e FranciscoBarata, ao primeiro intento, FranciscoGóis ao segundo, Joaquim Pedro Torresao quarto e a dupla David Romão Ri-cardo Tavares de cernelha à segundaentrada ao terceiro da tarde foram oseleitos de Pedro Graciosa. A dupla JoséTinoca e José Luís Cruz dirigiram semproblemas esta corrida que decerto iráficar para a historia como a que de-monstrou a viabilidade da monumentalde Santarém, basta apenas boa vontade eestimulo para que seja possível suplantaro impossível, deitar a praça ao chão.

Na Herdade do Pedrógão, da Casa Vei-ga Teixeira, onde a tradição está em cadapedra e em cada recanto, o Grupo de For-cados Amadores de Coruche fizeram o seutreino inaugural no dia 10 de Março. Asvacas muito bravas proporcionaram umtreino duro mas muito eficaz. Foi um trei-no proveitoso, estando a nova temporada aser encarada com confiança pelo Grupo.

Corrida no Campo PequenoOs Forcados Amadores de Coruche

têm já contratada uma corrida concurso deganadarias para o dia 14 de Junho na praçado Campo Pequeno. Com eles actuarão osforcados de Alcochete e do Aposento deMoita. Os cavaleiros serão Luís Rouxinol,Rui Fernandes e Sónia Matias.

Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007III Tauromaquiasuplemento

Da Casa e para manter a tradição,dois dos netos do Ganadero, quise-

ram mostrar que lhes corre nas veiassangue Veiga. Um deles explicou aseu tio como foram as sensações.

Forcados de Coruchetreinam na Herdade do Pedrógão

João Costa Pereira

João Ribeiro Telles Jr.sagrou-se triunfador dacorrida realizada em Sal-vaterra de Magos no dia25 de Março, a “3.ªCorrida do Tomate”. Joãoalternou com Vítor Ri-beiro e a cavaleira daterra, Ana Batista, lidou-se um curro de CoimbraBarbosa com 5 anos, bemapresentados mas de com-portamento desigual, an-darilhos alguns, paradosoutros, e todos a nãotransmitirem o suficientepara os toureiros brilha-rem, obrigando-os a porda sua parte o que ostoiros não transmitiam.

João praticou um tou-reio mais sério no seu pri-meiro e a encerrar a corri-da alcançou os melhoresmomentos com os ferrosde adorno, violino e pal-mos, rematando uma tar-de positiva.

Vítor Ribeiro andouregular de início, e super-ou as dificuldades do seusegundo com valor, aque-

cendo as bancadas comum quiebro imponente. AAna Batista tocou a favado bolo, dois toiros depouca qualidade, parados,esperando que as mon-tadas entrassem nos seusterrenos e mesmo assimpor vezes não se arran-cavam, Ana superou-oscom o valor que se lhe co-nhece e uma entrega des-medida perante o seu pub-lico. A competição entreos amadores de VilaFranca e os locais deSalvaterra foi interessan-te, embora os toiros talcomo nas lides também

nas pegas deram poucaemoção. Pedro Henriques,Nuno Comprido e BrunoCasquinha, todos à pri-meira, foram os caras porVila Franca e pelos deSalvaterra, Sérgio Perle-ques à segunda, PedroSilva e Manuel Oliveira,ambos às primeira.

Dirigiu Joaquim Gon-çalves assessorado peloDr. João Nobre, perantequase três quartos de en-trada de público frio comos toureiros, pautando-sepor uma tarde de poucoambiente perante a entre-ga e esforço dos toureiros.

João TTelles JJr. ttriunfa nna aabertura

Joaquim MesquitaJoaquim MesquitaSalvaterra de Magos

Duarte aalcançou ttriunfo ccaseiro

Santarém

IVTauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007

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DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO

Sendo certo que o óptimo é inimi-go do bom, temos que convir que orenovado Campo Pequeno nosapreesentou um conjunto de boasintenções para a temporada que comonos bos velhos tempos, pretende ini-

ciar no próximo Domingo de Páscoa.Os cartéis ai ficam à consideração

dos leitores, com parabéns à empresae ao direcor taurino Rui BentoVasques, por mais uma vez se pro-porem fazer bem feito.

Campo PPequeno 22007

Promete!

RRuuii FFeerrnnaannddeess ffeecchhaatteemmppoorraaddaa ccoomm cchhaavvee ddee oouurroo

27 contratos assinados no México

O abono para a temporadatauromáquica do Campo Peque-no, em 2007, constará de dezas-sete espectáculos tauromáqui-cos, que decorrerão entre 3 deMaio e 27 de Setembro.

O abono inicia-se com a mi-ni-feira de Lisboa, nos dias 3, 4e 5 de Maio, com a realização deuma corrida à portuguesa, umacorrida com matadores e umanovilhada mista.

No dia 3 de Maio tomará al-ternativa João Moura Júnior,que a receberá das mãos de seupai, João Moura, tendo por tes-temunha o rojoneador espanholPablo Hermoso de Mendoza.Para rematar o cartel, pegam osGrupos de Forcados Amadoresde Santarém e de Portalegre eserão lidados 6 toiros de RomãoTenório.

No dia 4, com toiros de Va-rela Crujo (Irmãos) ou PauloCaetano, actuarão os matadoresEnrique Ponce, José Luís Gon-çalves e Julián Lopez “El Juli”.Na novilhada de sábado, dia 5,apresenta-se de “luces” Wilson“Chamaco”, o vencedor do con-curso “À procura de novos tou-reiros”.

A lide à portuguesa estará acargo dos cavaleiros praticantesFrancisco Palha e Tomás Pinto(duas estreias no Campo Peque-no) e as pegas serão efectuadaspelo Grupo de Forcados Ama-dores do Aposento do BarreteVerde. Os novilhos provêm daganadaria de Manuel Veiga.

No dia 17, comemora-se oprimeiro aniversário da re-inau-guração do Campo Pequeno,com uma corrida à portuguesa,

na qual se estreará o cavaleiroamador João Salgueiro da Cos-ta, num cartel que incluirá tam-bém os nomes de AntónioTelles, João Salgueiro (pai) eManuel Lupi, num confronto detrês dinastias, bem como osGrupos de Forcados Amadoresde Montemor e de Lisboa. Serãolidados seis toiros e um novilhode Pinto Barreiros.

No dia 14 de Junho reali-zam-se o “II Concurso de Gana-darias” e o “II Concurso de Pe-

gas”, numa corrida que se inte-gra nas festas da cidade de Lis-boa. Em concurso estarão toirosde seis prestigiadas ganadariasportuguesas e os Grupos de For-cados Amadores de Alcochete,Coruche e Aposento da Moita.Actuam os cavaleiros Luís Rou-xinol, Rui Fernandes e SóniaMatias. Haverá corridas nos dias5, 12, 19 e 26, de Julho, 2, 9, 16,23, e 30 de Agosto, 6, 20 e 27 deSetembro, com a presença dasgrandes figuras da temporada.

A conhecida pastelaria “AMexicana” em Lisboa, sita naPraça de Londres, criou a ter-túlia tauromáquica “A Mexica-na” (TTM) para possibilitar adiscussão da Festa de Toiros emtodas as suas vertentes.

Esta tertúlia considera-sesui-generis na medida em quenão tem sede, não é necessáriocartão de sócio ou pagar qual-quer quota.

A TTM será pois um grupode aficionados e amigos dostoiros que terão a oportunidadede se reunirem para discutir aFesta.

Para aderir, basta passar por“A Mexicana”.

Já lá vai tempo em que eu“papava” tudo o que era corridaa que podia assistir, mas agoradeixei-me diso. Apesar de terque reconhecer que a feira deOlivença estava bem montada,elegi ver o curro “Zaiduendo”,que Ponce, Morante e Talavanteestoquearam.

Ponce é ao momento um figu-rão que sabe entender a quasetotalidade dos toiros que enfren-ta, razão porque sendo tão per-feito, não raro não emociona.Desta feita esteve enorme, no-meadamente quando literalmen-te “inventou” o segundo do seulote.

Morante, ao momento é paramim o mais artista dos toureiros

e disso deu conta ao lidar o seuprimeiro, um estrábico que lhenão agradou de saída, mas a quereceitou toureio caro e os melho-res muletazos da manhã (rezamas crónica que da feira... mas sófalo do que vi...). É todo umluxo o desfrute da sua toureria.

Talavante, triunfou jogandoem casa, cobrando até troféusque me pareceu não merecia; amim, que o tenho visto pouco,desiludiu-me.

É facto que tem valor e sepõe nos sítios de risco, mas estámuito longe de ser um bomtoureiro, sobretudo porque ameio dos muletazos dá unssacões ao engano (ao jeito dequem sacode o pano do pó...)

que são feios de todo. Em nen-hum passe partiu a cintura e des-maiou a muleta pela arena comose exige ao toureio profundo.

Vai triunfando, e se mantivercapacidade para levar o povo àpraça tudo bem. Jamais me des-locaria para o ver tourear seistoiros, mas que remédio senãogramar o que faz quando nossurge em praça com mais dois.

Pela tarde, dizem-me quechoveu e que a corrida foi mor-na, mas a essa hora já eu estavabem calmo gozando a gastrono-mia da “Taberna do Adro” emVila Fernando, em boa compan-hia e de papilas despertas.

____Domingos da Costa Xavier

Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007V Tauromaquiasuplemento

TTeerrttúúlliiaa TTaauurroommááqquuiiccaa

Francisco Plirú foi duranteanos um profissional probo, queemprestou à festa de toiros omelhor do seu saber. Motivosde saúde obrigaram-no a retirar-se a destempo, com as conse-quentes limitações de ordemeconómica. Agravaram-se osproblemas de saúde, sendo atéque lhe amputaram uma pernapara que se salvasse o resto,mas é facto que o acontecido oimpediu de desenvolver umoutro qualquer trabalho quecontribuísse para alívio da suaexistência.

Por assim ser, organizou-seno passado dia 11 de Março umfestival benéfico a seu favor econvenhamos que a designada“família taurina”, disse sim,deixando mais uma vez prova-

do que a gente de toiros abe sersolidária. Actuaram Luís Rouxi-nol, que perante um exemplarde Pégoras explanou todo o seucardápio de sucesso. GilbertoFilipe perante o de Prudêncio,muito conseguiu fazer malgra-do as gamarras de palmo queutiliza em suas montadas, e,Manuel Lúpi enfrentando mate-rial da casa soube estar no planode sólida promessa que se lhereconhece. Os forcados, for-mação de vários grupos, hon-raram as suas jaquetas.

Depois, Luís Vital “Procu-na” esteve ao seu nível frente aum pupilo de Falé Filipe. Nuno“Velaszquez” evidenciou muitobom toureio frente a um nobrede Conde Cabral, infelizmentede escassas forças e “Morenitode Portugal” foi a revelação datarde, por diante de um exem-plar de São Torcato, que foi semdúvida o da tarde. Bem com ocapote, soberbo com as bandari-lhas, e bem com a muleta, me-lhor estaria se lhe tivessem ditoque se não toureia a metro.

Tarde agradável e solidáriaem que se homenageou Plirú, oque foi justo e sóbrio.

DCX

De toda a justiça!

A matinal de Olivença

Campo Pequeno– 17 espectáculos tauromáquicos

Compra de abonos para 2007A compra de abonos para a temporada de 2007, na praça de toiros doCampo Pequeno abriu no dia 19 de Março e prolonga-se até 30 deAbril.A liquidação do abono poderá ser feita em duas fases: 50 porcento até 31 de Março e os restantes até 30 de Abril.

Rui Fernandes realizou o seuúltimo compromisso no conti-nente americano.

Foi em terras de Pablo Her-moso de Mendonza, em San

Miguel de Allende (México),sítio onde o rejoneador espanholtem o seu quartel general, queRui Fernandes assinou mais umêxito.

O cavaleiro Rui Fernandesanunciou a 12 de Março noPrograma “3 Tércios” da Rá-dio Portalegre, que irá fazeruma temporada completa no

México onde tem 27 contratosassinados. Irá para a Américana primeira semana de Outu-bro e virá em finais de Feve-reiro, meados de Março.

Na foto, o desplante de Rui Fernandes >>

O grupo de ForcadosAmadores de Vila Franca deXira está a comemorar estaépoca 75 anos de existênciacom iniciativas ao longo do ano,no dia 10 de Março realizou umfestival taurino misto na PalhaBlanco, praça de tantas tardesde gloria no seu historial. A pre-sença de figuras enalteceu atarde que acabaria por serinesquecível para alguns dosantigos elementos honrando asua jaqueta de sempre. Nestatarde de festa da forcadagem ecom um curro de novilhos dePaulo Caetano a permitirem quelhe batessem as palmas antigasglorias como Jorge Faria, JoséBeleza, Carlos Teles “Caló” eJoão Costa “Platanito”, (ambosnas melhores pegas da tarde) edos actuais o cabo Vasco Dottipegou o mais complicado.

Rui salvador andou emplano regular na abertura da suatemporada, dando primazia asortes frontais bem consuma-das. Ana Batista, a ter por dianteo menos colaborador do curro,pautando-se por conseguir cum-prir lide de forma superior.Pedro Salvador andou algodesacertado com alguns ferros

alternando com outros mais cor-rectos. Diego Ventura foi a sur-presa da tarde executando umtoureio diversificado para todosos gostos, teve o desplante defazer acordar as bancadas per-ante os seus alternantes, arri-mando-se com valor e toureria,Ventura deixou excelente ambi-ente em Vila Franca pela formacomo se entregou e levouemoção às bancadas.

Duarte Pinto, jovem prati-cante, desenvolveu uma lide demais a menos atingindo o mel-hor plano com dois ferros emreuniões ajustadas empolgandoo publico. Na arte de Montes,Ruiz, toureiro com ambiente na

região esteve valente e decidido,lidou com maestria o novilhoque lhe tocou em sorte, mansotee sem força. Vítor Mendesalcançou os melhores momen-tos com um soberbo par de ban-darilhas por dentro de grandeimpacto, teve de cuidar da curtainvestida do novilho sem forçanem recorrido para o maestrobrilhar com a muleta. Mediaentrada de publico num festivalque havia sido adiado devido àchuva. Dirigiu com acerto adupla António Barrocal, Dr.Jorge Moreira da Silva. Aointervalo foi descerrada umaplaca de homenagem ao Maes-tro Vítor Mendes.

VVeellhhaass gglloorriiaass hheerróóiiss ppoorr uummaa ttaarrddee!!

Joaquim MesquitaVila Franca de Xira

A Aficion voltou a encher a sala doClube Taurino para participar em maisuma sessão do Ciclo de Cinema Tau-rino de Homenagem ao cineasta Fran-cisco Rocha, organizado pela VFXI-RA.TOUROS e Clube Taurino Vila-franquense, que começa a entrar na suarecta final.

Durante o evento, foi projectada acorrida mista do Colete Encarnado on-de actuaram, com toiros de Conde Ca-bral, João e António Ribeiro Telles,Vítor Mendes, Rui Bento Vasquez, es-tando as pegas a cargo dos Amadoresde Vila Franca.

Estiveram presentes na mesa Sérgio

Perilhão, Luís Capucha, António Ribei-ro Telles, Carlos Teles “Caló” e Dr.ªHelena Ribeiro, em representação doMaestro Vítor Mendes que se encontra-va em Espanha. Registou-se ainda aausência de Rui Bento Vasquez que seencontrava a ultimar os primeiros car-téis para a Temporada no CampoPequeno.

Das imagens da corrida há a desta-car a grande lide protagonizada por An-tónio Telles que, segundo alguns dosconvidados, deveria ser mostrada a to-dos aqueles que pisam, a cavalo, as nos-sas arenas. Especial destaque tambémpara uma pega de Carlos Telles perten-cente aos Amadores locais.

Entre a numerosa assistência de co-nhecidos aficionados da região ribeiri-nha, há a registar a presença de JorgeFaria, Rui Plácido, Chamaquito, aquem foi desejada toda a sorte domundo, e António Manuel Cardoso queaceitou o desafio de montar um cartelpara a corrida de Domingo de ColeteEncarnado, sugerido pela aficíon e noqual figurariam António Ribeiro Telles,António João Ferreira, Nuno Casquinhae os Forcados Amadores de Vila Francade Xira.

Ciclo dde CCinema FFrancisco RRocha

VITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007

CORUCHECORUCHELISBOALISBOA

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E, nós cá corremos toirosJoão Ruiz de Castelo Branco

José Afonsode José Afonso

O duplo CD contém 30 dasmelhores músicas de ZecaAfonso. Foi editado na alturaem que se comemorou o 20.ºaniversário da sua morte.

As suas canções de inter-venção não foram esquecidas econtinuam bem vivas na me-mória do povo português eestão todas compiladas nestetrabalho.

“Grândola Vila Morena”,“Vejam Bem”, “Venham MaisCinco”, “Canção de Embalar”,entre outras, tornaram Zecaeterno.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200728

Foi apresentado no dia 24 de Março, noauditório José Labaredas, do Museu Municipal, oDVD – Grupo de Forcados Amadores deCoruche – que inclui uma visita virtual à expo-sição realizada em 2006, que assinalou os 35anos de existência do grupo, e um documentário,que já foi apresentado em festivais internacionais,a saber EASE Biennial Conference de Bristol noReino Unido, em 2006 e na 11.ª Mostra Interna-cional de Filmes Etnográficos do Rio de Janeirono Brasil.

Antes da apresentação do DVD realizou-se ocolóquio “Um Olhar sobre os Forcados”, quecontou com o crítico tauromáquico DomingosXavier, a aficionada espanhola Maria José Garciae o presidente da Associação Nacional deForcados, José Potier. A moderação esteve acargo de João Costa Pereira, o primeiro cabo dogrupo de Coruche.

Os anfitriões foram Dionísio Mendes, presi-dente da Câmara Municipal de Coruche e antigoforcado e Amorim Ribeiro Lopes, actual Cabo doGrupo de Forcados Amadores de Coruche.

O Pelouro do Desporto daCâmara de Coruche, lançou aedição 2007 da Caderneta doDesportista.

De acordo com o vereadorNelson Galvão “esta caderne-ta, que pode ser adquirida gra-tuitamente na CMC, é um docu-mento de registo da participa-ção dos munícipes nas acti-vidades físicas e desportivaspromovidas pela autarquia,tendo em vista a prevenção dasaúde e a adopção de estilos devida saudáveis, e onde se en-contram calendarizadas todasas actividades desportivas pro-movidas ao longo de 2007”.

O mais dedicado e empe-nhado na participação em maisactividades da caderneta poderáganhar o prémio “O Mais Ac-tivo 2007”, que é um livre trân-sito para a piscina municipal.

Para o mês de Abril, temosno dia 15, pelas 9,30h na Bran-ca o passeio pedestre, no dia 23um debate sobre o associativis-mo desportivo, no auditórioMunicipal, dia 25, ActividadesAventura às 9,30h junto aopavilhão desportivo municipal,e às 20.30h o 1.º Torneio deFutebol 7-Veteranos, no está-dio municipal. Para o dia 19 deAbril, mais um Passeio Pedes-

tre, desta vez na Fajarda, pelas9,30h, junto ao edifício daJunta.

Colóquio e apresentação deDVD dos Forcados de Coruche

Caderneta do Desportista 2007

A Fúria das Vinhasde Francisco Moita Flores

O novo romance policial deFrancisco Moita Flores decorreno século XIX nas terras doDouro. Neste livro o autor reto-ma algumas histórias que nãocontou na série da RTP A Fer-reirinha. Na história, o detectiveVespúcio Ortigão ao perseguirum serial killer depara-se comvários “obstáculos” como me-do, superstições e crenças típi-cas do Portugal de outrora. Aomesmo tempo que se vivia commedo da praga (filoxera) que, jána segunda metade do século,quase causou a destruição com-pleta das vinhas do Douro.

A não perder . . .

Telma Leal Caixeirinho

SUGESTÕES

LIVROS

A Rainhade Stephen Frears

O filme de Stephen Frearsfala sobre a vida da Rainha deInglaterra na altura da morte daprincesa Diana.

A consternação e reacção dopovo britânico perante tal tragé-dia levaram a que a Rainha etoda a sua família, sem enten-derem tal reacção dos seus súb-ditos, se isolassem no palácio deBalmoral.

Este filme conta com a inter-pretação brilhante de HelenMirren como Rainha e que lhevaleu um Óscar da Academiacomo melhor actriz principal.

DVD’S

CD’S

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 29

O Homem tem para com osoutros a maneira mais sublimede marcar a sua passagem: Dar.

Dar-se com a convicção deser útil, sem pedir nada emtroca. Acreditando que assimacrescentará verdade, nobreza,atitude, em primeira instânciajunto dos que lhe estão próxi-mos e por consequência maisabrangente ao mundo ondevive.

Dar é dos maiores actos queo ser humano pode fazer. Daramizade, dar carinho, dar amor,partilhar pão e abrigo, dividirensinamentos. Num tempo vivi-

do a velocidade alucinante, nummundo onde cada um procurareceber tudo e de qualquermaneira, atropelando o semel-hante se isso necessário for,quem pára um pouco para pen-sar que ali, mesmo ao lado, estáalguém que precisa que lhedemos algo? Tão simplesmenteuma palavra, por vezes, é con-solação que baste.

Quão raros são os exemplosde Homens Bons que da vidafizeram ou fazem uma dádivapermanente. Exemplos tremen-dos para compreendermos co-mo o mundo poderia ser o lugar

de felicidade que todos alme-jamos. Mas, dar? Então não émuito, mas muito melhor mes-mo, receber?

Ter tudo o que gostamos,fazer tudo o que nos apetecer,olhar para o lado e assobiar parao ar perante as adversidades dosoutros, perante a fome, a misé-ria, a doença dos nossos iguais?

Que a dádiva da vida queCristo fez, a troco das suas con-vicções, não seja em vão. Queao menos, nesta época do ano,pensemos no grande exemploque esse Homem nos deixou atodos, crentes e não crentes.

Páscoa

Em virtude da actual criseque atravessa o sector agrícola,a Associação de Agricultoresde Coruche e Vale do Sorraia,em defesa dos interesses dosseus associados e agricultores eda região em geral, realizou no

passado dia 29 de Março, no au-ditório do Museu Municipal deCoruche, uma sessão de escla-recimento sobre Candidaturasàs Ajudas, Condicionalidade eApoio ao Investimento, que foiaberta a todos os interessados.

Crise no sector agrícola A reunião de lançamento doProjecto Transnacional PRISMAteve lugar nos dias 1 e 2 de Mar-ço, em Oviedo. O objectivo foidinamizar e promover o desen-volvimento de estratégias e ac-ções em matéria de Responsabi-lidade Social Empresarial.

A Nersant foi uma das enti-dades envolvidas neste projectoliderado pela Federação Astu-riana de Empresários (FADE).

O Projecto, aprovado no âm-bito do Programa de IniciativaComunitário INTERREG IIIBSudoe, pretende informar asPME’s sobre os benefícios de-correntes da adopção de estraté-gias de Responsabilidade Socialna gestão empresarial.

O projecto tem ainda comoobjectivo divulgar experiênciasde sucesso e os seus resultados a

um conjunto alargado de PME’sdas Regiões parceiras do Pro-jecto, na qual se inclui a Regiãode Santarém.

Com a execução do Projecto

será feita uma análise regional àsituação das PME’s, com oobjectivo de implementar estra-tégias com vista à melhoria des-ta temática.

Nersant promove responsabilidade social

João Costa Pereira

REFLEXÕES

– Reunião de lançamento do projecto PRISMA

Concursos Nacionais do INATELEEttnnooggrraaffiiaa,, MMúússiiccaa ee TTeeaattrroo

O INATEL lançou umconcurso nacional de Etno-grafia, Música ou Teatro. Osparticipantes só têm de, até13 de Abril, criar um espectá-culo com 15 minutos e enviarpara um dos Centros de Cul-tura e Desporto no INATEL.

O prémio é de 2500 eurospor categoria. Os concursos

nacionais do INATEL são or-ganizados desde 2005, com oobjectivo de estimular a cria-ção artística das colectivida-des associadas.

O concurso vai realizar-seem duas fases distintas. Pri-meiro, decorrerão em simul-tâneo, em cada um dos distri-tos, as Eliminatórias Regio-

nais, a 26 e 27 de Maio, emque será apurada a melhorrepresentação de cada cate-goria. A segunda fase é o En-contrão, a 16 e 17 de Junho,na Aula Magna da Reitoria daUniversidade de Lisboa.Nesse evento vai ser eleita amelhor representação a nívelnacional.

5.º Rally Paper da JSDA JSD Coruche promove no

próximo dia 7 de Abril o 5.ºRally Paper da Juventude.

A actividade realiza-se há jáquatro anos e tem como objecti-vo principal divulgar os lugaresmais recônditos do concelho.Os participantes são assim leva-

do aos sítios onde normalmentenão passam, num ritmo de pas-seio e descoberta, dando, segun-do a JSD, cada vez mais valorao local onde moram e ao con-celho em geral. As inscriçõespodem ser feitas na sede doPSD local.

A autarquia de Coruche vaidenunciar o contrato com aConforlimpa, empresa respon-sável pela limpeza do complexoaquático de piscinas. O objecti-vo é evitar que o vínculo se ren-ove automaticamente, já que a

autarquia pretende lançar novoconcurso público para limpezadas piscinas e dos balneários donovo estádio municipal.

Em causa está a obtenção depreços mais vantajosos para aprestação do serviço.

A Escola Profissional deCoruche (EPC) foi uma dasvencedoras da iniciativa“Parlamento dos Jovens”(anterior Jogo do Hemici-clo), que decorreu no passa-do dia 5 de Março, noGoverno Civil de Santarém.

Caberá, por isso, tambémaos jovens deputados daEPC defenderem a sua medi-da sobre o “Insucesso Esco-lar”, no próximo mês deAbril, na Assembleia da Re-pública.

De recordar que, relativa-mente ao “Parlamento dos

Jovens”, a Escola Profis-sional de Hotelaria e Turis-mo de Lisboa e a EscolaProfissional de Salvaterra deMagos (estabelecimentos deensino do grupo da EPC)irão representar o nosso paísno Parlamento Europeu(Estrasburgo), nos próximosdias 4 e 27 de Abril, respec-tivamente.

Estas duas participaçõesem iniciativa sobre a cidada-nia europeia são um orgulhopara toda a comunidade edu-cativa dos nossos estabeleci-mentos de ensino.

EPC na Assembleia da República

BBrriillhhaanntteess ddeeppuuttaaddooss

ddee CCoorruucchhee

CMC quebra contratode limpeza das piscinas

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200730

NOTÍCIAS DO DISTRITO SANTARÉM

TORRES NOVAS

Milhares de pessoas pas-saram pela 5ª edição da Feira deStocks de Torres Novas, no Pa-vilhão de Exposições da Ner-sant. Ao longo de três dias, osvisitantes aproveitaram a opor-tunidade para comprar produtosa preços baixos. Também osexpositores se mostraram muitosatisfeitos com a afluência de

pessoas, que terá ultrapassado onúmero alcançado na últimaedição da feira.

Calçado, vestuário, acessó-rios de moda, artigos em pele eperfumaria foram alguns dosprodutos à venda na Feira deStocks que contou com mais de60 expositores.

Feira dos Stocksacolhe milharesde visitantes

Em mais uma iniciativa resultante do acordode cooperação, o Governador Civil de Santarémfoi no dia 3 de Março, à região de Dâmbovita, Ro-ménia. Os principais objectivos da deslocaçãoforam a assinatura de protocolos de geminação ea organização de um encontro universitário.

Para Paulo Fonseca a visita foi “muito positiva”e acrescentou que se deram pequenos passos deelevada importância para o aprofundar das relaçõesinstitucionais entre Portugal e a Roménia. O acor-do assinado entre os Institutos Politécnicos de San-tarém e Tomar e a Universidade de Valáquia desti-na-se à troca de conhecimentos de natureza cientí-fica, através da organização de seminários e con-ferências. Prevê-se igualmente o intercâmbio dealunos e docentes a partir do programa Erasmus.

A deslocação a Dâmbovita incluiu umareunião entre o NERSANT – Núcleo Empresarialde Santarém e as Câmaras de Comércio regionale nacional, com vista à aproximação económica ecomercial entre os dois países, bem como a partil-ha de ideias ao nível da protecção civil entre osresponsáveis romenos e a Federação dos Bom-beiros do Distrito de Santarém.

Tal como agendado, Ferreira do Zêzere, TorresNovas e Atouguia, Ourém, assinaram protocolos degeminação com Moreni, Fieni e Vulcana, res-pectivamente. Esta visita permitiu alargar oâmbito dos objectivos desta cooperação luso-romena. Em nome dos Bispos de Santarém e deLeiria/Fátima, o Governador Civil convidou oArcebispo de Dâmbovita, Dr. Ninou, para visitara nossa região, tendo em vista a aproximação dasIgrejas Católica e Ortodoxa.

Sob forte cobertura da comunicação socialromena, Paulo Fonseca foi ainda ordenado Ca-valeiro de Valáquia, uma homenagem de grande

prestígio local atribuída, pela primeira vez, a umestrangeiro.

Dando continuidade a esta cooperação entre odistrito de Santarém e a região de Dâmbovita, estájá prevista uma deslocação de uma comitiva rom-ena no segundo semestre deste ano.

GI-GCS

Mais um passo na cooperaçãocom a Roménia

SANTARÉM

A Câmara de Santarém vaidisponibilizar um terreno para aconstrução do futuro centro desaúde. Francisco Moita Flores,presidente da autarquia, afirmouque espera que o novo centro de

saúde seja inscrito no PIDDAC.Recorde-se que Santarém é a

única capital do distrito que nãoconta com equipamentos mo-dernos.

CCââmmaarraa ddiissppoonniibbiilliizzaa tteerrrreennoo ppaarraa ccoonnssttrruuççããoo ddoo CCeennttrroo ddee SSaaúúddee

BENAVENTE

O Ministro da Saúde podecontar com as manifestações dapopulação de Benavente contraas mudanças no atendimento asituações agudas e urgentes. Agarantia foi dada pelo autarcaAntónio Ganhão, durante umdebate, em Benavente. O edil jásolicitou uma segunda audiên-cia com a secretária de estado

adjunta da saúde para lhe entre-gar um dossiê sobre o assunto.Bernardino Soares, líder parla-mentar do PCP, adiantou duran-te a mesma reunião, que vai so-licitar a suspensão da reformadas urgências, até que sejamponderadas todas as hipótesespossíveis de reformulação.

GGaannhhããoo ggaarraanntteepprrootteessttooss ddaa ppooppuullaaççããoo

Esteve patente até ao final domês de Março, uma exposiçãosobre o ciclismo português noW Shopping, em Santarém. Namostra podia ver-se um poucoda história da modalidade emPortugal. A iniciativa foi orga-nizada no âmbito da II Volta aoDistrito de Santarém/ RTP, e em

exposição estiveram duas dasbicicletas que marcaram ociclismo.

Para o Governador Civil deSantarém, a exposição fez todoo sentido, devido à tradição queesta modalidade tem no distrito.A região tem grandes nomesassociados ao ciclismo e, por

isso, interessa recordar a suaimportância. Dois dos cartazesfalam, inclusive, da participaçãode Francisco Trindade e de JoséMaria Nicolau, que venceramduas Voltas a Portugal, cada um.

Segundo Joaquim Gomes,da PAD-Lagos Sport, empresaorganizadora, o material expos-to serviu também para chamar aatenção do público para a IIVolta ao Distrito de Santarém/RTP, especialmente para o finalda última etapa, que terminouem Santarém no dia 18 deMarço.

As bicicletas expostas ti-nham cerca de 50 anos de dife-rença entre elas. A mais antigapertence a Alves Barbosa, quecom ela conquistou a Volta aPortugal, em 1951, enquantoque a outra, com característicaspara contra-relógios, fez parteda última participação do Ben-fica em 2000, que regressa esteano à competição, na maiorprova nacional.

Ciclismo Português em exposição

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 31

NOTÍCIAS DO DISTRITO

CHAMUSCA

MONTEMOR-O-NOVO

O deputado do PCP Bernar-dino Soares questionou o Go-verno sobre a suspensão, dimi-nuição ou encerramento de ser-viços de saúde na Chamusca.Segundo o deputado é “inacei-

tável a drástica redução do ho-rário de atendimento do Serviçode Atendimento Complementardisponibilizado até à data noCentro de Saúde da Cha-musca”.

SSeerrvviiççooss ddee ssaaúúddee ccoommrreedduuççããoo ddee hhoorráárriioo

SALVATERRA DE MAGOS

Recorrendo às novas tecno-logias da comunicação, cerca demil alunos das Escolas Profis-sionais de Salvaterra de Magos,Coruche, Vale do Tejo (Santa-rém) e da Escola Profissional deHotelaria e Turismo de Lisboauniram-se através do sistema devídeo-conferência, no dia 1 deMarço, para assistirem a umapalestra/debate com o professorDaniel Sampaio, que teve lugarno Auditório da Escola Profis-sional de Salvaterra de Magos.

Daniel Sampaio, que presideactualmente uma Comissão Téc-nica criada pela Ministra daEducação para avaliar os pro-jectos de educação sexual exis-tentes nas escolas, falou nestasJornadas Pedagógicas sobre“Educação para a Sexualidade”,sobre a sua experiência enquan-

to médico psiquiatra e respon-deu às muitas questões coloca-das pelos alunos.

“Não é absolutamente sim-ples falar sobre este tema”, dis-se, reconhecendo que os jovenstambém “devem ser motores daeducação sexual nas escolas ejunto das suas famílias”.

Apesar dos progressos regis-tados na diminuição de grávidasadolescentes, Portugal continuaa ser o país Europeu com maiornúmero de grávidas com menosde 17 anos. Uma das propostasque a Comissão a que presidevai apresentar em Agosto juntodo Ministério da Educação, in-cide sobre a Criação de Gabine-tes de Apoio aos Alunos nas Es-colas Secundárias, onde estes sepodem dirigir para esclarecertodas as dúvidas que têm relati-

vamente à educação sexual,contando sempre com o apoiode um professor e do Centro deSaúde da zona onde vivem.

Mas se durante a manhã opúblico-alvo foram os jovensalunos, à noite, realizou-se novoseminário, desta vez dirigidoaos encarregados de educação epopulação em geral.

Fátima Gameiro (psicóloga emestre em Sexologia), José Te-les (médico) e Isabel Alves (far-macêutica) falaram das doençassexualmente transmissíveis edos métodos contraceptivos.

Foram igualmente apresen-tadas as conclusões de um estu-do realizado pela própria escola,sobre este tema, e que abrangeumais de 1000 alunos e 2000 en-carregados de educação.

GCI-EP

“Os jovens devem ser o motorda Educação Sexual nas escolas”

Daniel Sampaio na EPSM

A sessão pública de apresen-tação do Valtejo Finicia Almei-rim decorreu no passado dia 21de Março, no Salão Nobre daCâmara Municipal. Almeirim foio quarto município a aderir aoprojecto, depois do Cartaxo,Coruche e Abrantes. Dinamizadopelo IAPMEI a nível nacional, naregião de Santarém o projectoconta com a parceria da Nersant ea intervenção da Garval.

Trata-se de um instrumentofinanceiro de apoio a micro epequenas empresas que permiteque estas se candidatem a um

apoio que pode ir até aos 45 mileuros por projecto, sendo que 20por cento da verba é disponibili-zada pelo Município.

O parceiro financeiro doMunicípio de Almeirim será oBanco Espírito Santo que asse-gura 80 por cento da verba.

Podem candidatar-se ao pro-jecto, micro e pequenas empre-sas (de acordo com a Recomen-dação da Comissão Europeia2003/361/CE) já existentes, eneste caso, com actividade noconcelho de Almeirim.

Valtejo Finiciachega a Almeirim

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Unipessoal, Lda.

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O último seminário temáticoorganizado pela CULT decorreuno dia 15 de Março. O objectivofoi elaborar a Agenda XXI daLezíria do Tejo. Em debateesteve a “Agricultura e o Desen-volvimento Rural da Lezíria”.

A CULT realizou ao todosete seminários sobre variadastemáticas, como o Ensino, Aces-sibilidades, Competitividade,Ambiente, Desporto, Saúde, Ac-ção Social, Turismo e Agricultu-ra, com objectivo de motivar a

discussão sobre assuntos funda-mentais para o futuro da Lezíriado Tejo.

Através dos contributos re-colhidos nos seminários temáti-cos vai ser agora definida umaestratégia para o futuro da Le-zíria do Tejo. Depois disso, estáprevista a realização de semi-nários concelhios, que irão per-correr os onze municípios daCULT, para apresentação dareferida estratégia.

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CULT encerraseminários– Agricultura e desenvolvimento rural

Festival de FanfarrasA Fanfarra dos Bombeiros

de Coruche, deslocou-se a umFestival de Fanfarras no dia 11de Março, integrado nas come-morações da elevação a cidadede Montemor-o-Novo e dos 35anos da Fanfarra dos Bombeiros

Voluntários de Montemor-o-Novo. Além das Fanfarras deMontemor-o-Novo e Coruche,estiveram ainda presentes as deAljezur, Arraiolos, Bombarral,Cacilhas, Montemor-o-Velho,Portimão e Santiago do Cacém.

A Nersant está a receberinscrições de empresas do dis-trito de Santarém interessadasem participar na distinçãoGalardão empresa do Anoreferente ao ano de 2005. Esteé já um prémio de renome daregião cujo objectivo é distin-guir as melhores performan-ces económicas, neste casoem 2005.

O empreendedorismo, acapacidade de inovação, aintrodução de novas tecnolo-gias, a criação de postos detrabalho, a defesa do ambiente

e a aposta na qualidade estãoentre os critérios que levam àselecção dos premiados nascategorias de “Melhor Em-presa”, “Melhor PME” e “Me-lhor Micro Empresa”.

Quanto às distinções de“Mulher Empresária”, “Jo-vem Empresário” e “PrémioCarreira Empresarial” estarãosujeitas à apreciação de umjúri.

As empresas interessadaspodem inscrever-se até 30 deAbril. A cerimónia realiza-seno dia 25 de Maio.

Galardão empresado ano 2005

OS HERÓIS PORTUGUE-SES DOS SETE MARES

Passando depois a enquadrara jornada que levara o Caramu-ru até terras de Santa Cruz enal-tece o grande romancista as vir-tudes peninsulares, escrevendo:Uma viagem de cinco a seis me-ses não assustava os marinhei-ros portugueses nem caste-lhanos, habituados como esta-vam a fazer a travessia até àÁsia e América em barquinhosinsignificantes com que hojeninguém sequer se atreveria asair do Mediterrâneo.

Ainda no Brasil, mais pro-priamente nas florestas de MatoGrosso, decorre a acção doconto “Nelle floreste vergini”aqui incluído na colectânea decontos “O Corsário do RioVermelho”, n.º 127 da ColecçãoSalgari, da Romano Torres. Oherói é o seringueiro AntãoCordeiro que com seus filhosPedrinho e Cármen se revelamcapazes de vencer todos os peri-gos da floresta virgem.

A uma outra colectânea, “OTirano da Abissínia”, n.º 135 damesma colecção, ao conto “AGibóia das Cavernas”, podemosir encontrar o fazendeiro Ma-nuel Ferreira, que acompanhadodo seu capataz e de fiéis mastínsenfrenta os riscos da Amazónia.

No conto “A Ilha do Mar dosSargaços”, incluído no volume“A Estátua de Ouro”, a acçãodecorre nos Açores. Aí desco-brimos um D. Fernando de Ul-mo, um dos mais ricos e bri-lhantes fidalgos de Lisboa, quetudo abandona, para navegar embusca da lendária ilha das SeteCidades. Deixando para trás ter-ras, castelo e noiva – a formosaSerafina… belíssima fidalgaportuguesa – D. Fernando, ex-cessivamente ambicioso e dota-do de grande espírito cavalhei-resco, enfrenta ventos e furacõespara, na sua caravela quatrocen-tista, atingir a lendária ilha das 7cidades resplandecentes de ouroque possuía palácios de már-more e castelos que lembravama arquitectura portuguesa demuitos séculos atrás.

O mais europeu dos cenáriosé, no entanto “Um Drama noFarol”, originalmente, “Il Farodi Dhoriol”, que integra a colec-tânea “O Navio Fantasma".Decorre nas costas de Portu-gal… à entrada do Tejo, o rio

mais importante do país, em cu-jas margens se encontra a belae opulenta Lisboa. Salgari des-creve-o ainda como em formade torre, na ponta dum rochedobatido pelas ondas do Atlântico,e cuja edificação se concluiuapenas em 1877. Entregue aoscuidados de um velho marinhei-ro da frota portuguesa, vem aser depois seu faroleiro um he-róico João Miguel, homem dosseus quarenta anos, casado comformosa andaluza, filha de pes-cadores.

Em “Os Dramas da Escra-vatura” publicado em Roma em1896, e uma das primeiras obrassalgarianas que Romano Torres,

logo em 1910, deu à estampa,vamos encontrar, navegando nascostas de África, em meados doséculo XIX, o navio “Guadiana”comandado por um Capitão Al-ves, o qual, de origem brasileira,embora o navio que comandavahasteasse bandeira portuguesa,passava por um dos mais auda-ciosos negreiros que por essetempo sulcavam o Atlântico. Pro-penso à vida aventurosa e sempredisposto a arrostar qualquerperigo, nada lhe fazia perder aserenidade e desafiava impavida-mente a morte com uma temeri-dade que raiava a loucura.Baldadamente o perseguiam oscruzadores para o capturar eenforcar como doze anos antesacontecera a seu pai surpreendi-

do na foz do Cuanza por doisnavios de guerra ingleses…

Companheiros deste temerá-rio lobo do mar eram o gigan-tesco contramestre Furtado, omédico Estêvão e o jovem Vas-co, homem dos seus vinte e cin-co anos, de pele tostada e olhosnegros de fartos sobrolhos co-mo geralmente os têm portugue-ses e espanhóis…

As mil e uma aventuras emque se envolvem leva-os daBaía do Lopes, no Congo, àsterras dum aliado Rei do Bango,no Gabão, à foz do Rio Ogobai,e dos seus braços Nazaré e Fer-não Vaz. Ainda no continenteafricano, no Dahomé e Costa do

Marfim, decorre a acção de “LaCosta d’Avvorio”, publicada pe-la Donath, de Génova, em 1898,traduzida em português em1934 em 2 volumes: “A Costado Marfim” e “As guerreiras doDahomé”.

Desta vez, o herói portuguêsé um caçador Antão de Carva-lho, que, em companhia do ita-liano Alfredo Lusardo, vai en-frentar cruéis e ferozes amazo-nas negras. Nos aventurososepisódios em que se envolvemressalta a entrada na cidade san-ta do Dahomé, disfarçados deEmbaixadores do Bongú, ves-tindo os seus carregadores ne-gros de ricos calções brancos,cintas vermelhas, mantos cheiosde arabescos, lenços de seda de

cores vivas e armados de cara-binas. Para eles próprios reser-varam os corajosos aventureirosos dois melhores cavalos queforam adornados de guarniçõesvermelhas e ricas gualdrapasrecamadas de ouro. E duas um-brelas encarnadas, guarnecidasde franjas, distintivos das per-sonagens reais.

Disfarçada de intérprete, e jásempre ao lado de Antão, vaiUrada, uma das belíssimas guer-reiras do Dahomé que se tornarasua aliada.

O fim é típico de um aven-tureiro português. Enquanto Al-fredo regressa a Itália, com o jo-vem irmão Bruno que consegui-

ra libertar das mãos dos africa-nos, o amigo Antão de Carvalho,que o auxiliara nessa missão,embarca para Portugal paratratar das numerosas proprie-dades que lá tinha. Mas levandoconsigo… Urada… e o pai dela.

Salgari remata em conclusãoque: o excelente e corajoso por-tuguês prometera dar todos osanos uma saltada a Itália paradespejar em companhia do va-lente caçador da Costa do Mar-fim uma garrafa daquele es-plêndido vinho do Etna de queouvira falar.

Antão cumpriu fielmente apromessa e ainda hoje, na épocade Inverno se dirige à Catânia avisitar o amigo… Mas não vaisó…, acompanha-o a ex-guer-

reira do feroz Geleté, transfor-mada há anos em senhora Ura-da de Carvalho.

No outro lado do mundo, naAustrália, decorre o romance OContinente Misterioso, editadoem 1894 pela Paravia, de Tori-no, e aqui traduzido em 1927, deque são figuras centrais dois va-lentes marinheiros, Diogo eCardoso, que integram a explo-ração científica dirigida pelomédico paraguayo Álvaro Cris-tobal, com quem já se haviamenvolvido em aventurosos epi-sódios relatados por Salgari em“Il Tesoro del Presidente delParaguay”, saído em Itália em1894 e em Portugal em 1928.

“A Cimitarra de Buda”, pu-blicada em 1892, em Milão, pe-los Fratelli Treves, inicia-se emMaio de 1858, numa festa da fei-toria dinamarquesa, na ilha dafoz do Si-Kiang, na longínquaChina. Os convidados dançamao som de uma orquestra portu-guesa mandada vir especial-mente de… Macau! No impo-nente jardim, sob umas magnó-lias, estão a jogar o Whist, oportuguês Olivais, o americanoKrakner, o inglês Perkins, o es-panhol Barrado, …tudo ricaçosque ganhavam ou perdiam so-mas respeitáveis sem pestanejar.

As aventuras em que se me-tem continuarão no livro “OsFumadores de Ópio” que Ro-mano Torres publica em 1928.

Ainda nos mares da China,decorre “I Solitari dl Oceano”,publicado em 1904, e aqui saídoem 1932, num volume traduzi-do à letra e noutro intitulado“Mar de Sangue”. Ainda queperuanos, as figuras centrais sãoos irmãos João e Cirilo Ferreiraque navegam a bordo dum na-vio cujo comandante e proprie-tário era um Capitão Carvalho,um gigante que fazia tremer to-da a tripulação apenas com umolhar. A sua actividade, conce-bida pelo escritor sobre factosreais, era a de transportar para asplantações da América Central epara as minas do Peru, prisio-neiros das hostilidades entre osdiferentes poderes chineses, deque uns e outros se queriam verlivres. Concentrando-os emgrandes barracões em Macau,eram exportados para as citadasparagens a coberto de contratosde trabalho para oito anos.

> continua no próximo númeroJoão Alarcão Carvalho Branco

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200732

SALGARI, SANDOKAN, E A AVENTURAPORTUGUESA DOS 7 MARES

(PARTE 3)> continuação do número anterior

Com a colaboração do “ElosClube de Leiria da Comuni-dade Lusíada” e de várias ins-tituições dos Países Lusófonos,a Editora “Folheto Edições &Design” vai levar a efeito apublicação da I Antologia dePoetas Lusófonos, no intuitode promover a Poesia e osPoetas dos Países Lusófonos.Tem a colaboração institu-

cional de várias entidades dosPaíses Lusófonos e terá váriasapresentações públicas.

Esta Antologia pretende,também, ser um Elo de ligaçãoentre todos os Poetas daLíngua Portuguesa.

Mais informações atravésde [email protected] ewww.folhetoedicoesdesign.blogspot.com.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 33

CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHECERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no dia oito de

Março de dois mil e sete, neste Cartório, a folhas noventa e seis e seguintes do livro de notas para escri-turas diversas número quinhentos e quarenta e seis-D, LEOCÍNIO CUSTÓDIO VERÍSSIMO, cont. 128765 089 e mulher LAURINDA MARIA PIRES VERÍSSIMO, cont. 148 281 192, casados sob o regimeda comunhão geral de bens, naturais da freguesia e concelho de Coruche, residentes na Rua dos Fidalgos,lugar e freguesia da Branca, concelho de Coruche, DECLARARAM que, são donos com exclusão de ou-trem, do seguinte prédio na freguesia da Branca, concelho de Coruche:

PRÉDIO URBANO, sito na Rua dos Fidalgos, composto por uma casa de habitação de rés-do-chãocom quatro divisões, com a superfície coberta de quarenta e dois metros quadrados e logradouro com a áreade quatro mil cento e oito metros quadrados, a confrontar de Norte com Virgílio Felício Rodrigues, deNascente com Alberto Ramalho, de Sul com Domingos Barroca e de Poente com Anania Maria Augusta,inscrito na respectiva matriz em nome do justificante sob o artigo 1481, (antes artigo 391) com o valorpatrimonial de € 18.870,00, ao qual atribuem para este acto valor igual ao seu valor patrimonial.Que este prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do concelho de Coruche estáinscrito na matriz em nome do justificante marido.

Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes:O prédio ora justificado veio à sua posse na sequência de doação meramente verbal feita pelos pais da

outorgante mulher, Silvério Pires e Virgínia Maria, residentes que foram no lugar e freguesia da Branca,concelho de Coruche, em data que não podem precisar, mas no ano de mil novecentos e sessenta.

Mas o certo é que sempre o fruíram ininterruptamente como o entenderam, à vista de toda a gente esem a menor oposição, ainda este tinha a natureza de rústico, ao tempo composto de terreno de cultura, ondeplantavam, cultivavam e colhiam diversas culturas, a determinada altura iniciaram a construção da referidacasa, alterando assim a natureza do prédio, que depois de concluída participaram à matriz, tendo nela pas-sado a habitar com a sua família, guardando alfaias e cuidando do logradouro, fazendo obras de conser-vação sempre que necessário e pagando as contribuições por ele devidas.

Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência de estarem a agircomo verdadeiros donos do prédio, o que confere a tal posse a natureza de pública, pacífica e contínua, fun-damentando assim a aquisição do respectivo direito de propriedade por usucapião, o que, pela sua natu-reza, impede a demonstração documental do seu direito e a primeira inscrição, que se pretende, no registopredial, o que ora invocam.

ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Coruche, oito de Março de dois mil e sete.

A Primeira Ajudante(Maria Luísa Marçal)

NOTARIADO PORTUGUÊS

I Antologia dePoetas Lusófonos

Vendas Novas é o local derealização do 6.º Orijovem, arealizar entre 2 e 5 de Abril,com uma organização da Fede-ração Portuguesa de Orien-tação e o apoio da ADFA e daCâmara Municipal de VendasNovas, sob a coordenação deTiago Aires.

Este estágio é destinado atodos os jovens dos 8 aos 18

anos, com ou sem experiênciana modalidade, com os objec-tivos de criar amizades, desen-volver espírito de grupo e auto-estima, iniciar e formar jovensna modalidade, partilhar con-hecimentos entre monitores ejovens e aprender, aperfeiçoare consolidar técnicas e estraté-gia. Mais informações emwww.fpo.pt.

Vendas Novas

6.º Orijovem

Durante a Semana de 5 a 9de Março a EB1 de Coruche 1integrou-se nas actividades daSemana Nacional da Leituraque contou com o apoio da DrªMaria Cavaco Silva.

Assim, decorreu nessa sem-ana no espaço da BibliotecaEscolar, uma exposição de tra-balhos, realizados pelas dife-rentes turmas, sobre obras lite-rárias exploradas pelos alunos eprofessores e também uma feirado livro onde participarão aseditoras Caminho e Minutos deLeitura.

Durante a semana várias fo-ram as actividades em que osalunos participaram e as turmasdo 3.º B, 4.º B e 4.º C, fizeram a

representação para os colegas epais do livro “O Principezinho”de Antoine de Saint-Exupéry. Aturma do 3.º ano fez em fan-toches e o 4.º B e C fizeram ummusical.

Na 5ª feira, dia 8 de Março,o Presidente da Câmara de Co-ruche, Dionísio Mendes falousobre o seu tempo de aluno na

Escola Primária da vila. A Se-mana terminou com a presençada escritora Helena Simas quefalou com os alunos e autogra-fou os seus livros.

Foi também lançado aos paisum desafio. O de virem contaruma história à escola, e foi comenorme agrado que os pais par-ticiparam com muito entusias-mo.

Todos os alunos levarampara casa um folheto explicativosobre o programa LER+ e tam-bém com as obras recomen-dadas para leitura recreativa quedeve ser acompanhada pelospais.

____Teresa Montoia

Semana NNacional dda LLeituraem CCoruche

A SHIP – Sociedade Históricada Independência de Portugalinstituiu o “Prémio SHIP –Imprensa Regional”, destinado agalardoar, anualmente, artigos pu-blicados na Imprensa Regional noano anterior e que salientem fun-damentalmente os valores quecontribuem para a definição da

Independência de Portugal e daIdentidade do País.

O prémio é constituído por umtroféu representativo da SHIP epela importância de mil euros,podendo ser atribuídas mençõeshonrosas.

O vencedor será conhecido emMaio.

Prémio de Imprensa Regional

Participe em mais uma iniciativade “O Jornal de Coruche”

A modernização da adminis-tração pública, longe de se en-contrar concluída, já vai dandoalguns sinais à sociedade. Po-rém, ainda há muito a fazer, no-meadamente no sentido de dotaressa administração com proces-sos de gestão onde estejam con-templadas as capacidades deplaneamento, de uma dotação eexecução orçamental equilibra-da, da implementação e da ava-liação das políticas públicas, se-jam elas nacionais ou locais.

O dinamismo tecnológicoque estamos a viver, as novastecnologias de informação e co-municação, o acesso e o trata-mento da informação, as tran-sacções económicas e sociais,tornam evidente um esforço deadaptação, cada vez maior, daspessoas e das organizações. Aadministração pública não é,nem pode ser, alheia a esta situ-ação. Em consequência, estáimplicitamente obrigada a umprocesso de modernização, ino-vação e de adaptação.

É importante desenhar aadministração pública como umconjunto de órgãos e institui-ções que prestam os serviços re-queridos pela população, e quesaiba adaptar-se continuamenteà evolução das exigências quelhe são direccionadas através daqualidade dos seus serviços. Porisso, os próximos anos devemdesenvolver-se sobre os princí-pios da modernidade, transpa-rência, objectividade, qualidadee reconhecimento.

A implementação de um pro-cesso de planeamento baseadoem programas orientados para osresultados, apoiados por um con-junto de indicadores e indivi-dualizados por centros de res-ponsabilidade que incorporem osprincípios actuais de uma gestãopública moderna, é um desafio aser superado quando se trata deavaliar o seu desempenho.

Há, no entanto, um paradoxoinerente a tudo isto: se por umlado a Administração Pública sequer baseada no desempenho,

por outro, pouco dispõe de siste-mas para a sua medição. Portan-to, a tarefa revela-se inegavel-mente difícil.

A esse propósito a Assem-bleia da República, com a Lein.º 10/2004 de 22 de Março, criao SIADAP – Sistema Integradode Avaliação do Desempenhoda Administração Pública. Estesistema de avaliação é de algu-ma forma ambicioso porquantopretende, por um lado avaliar odesempenho das organizações,por outro, avaliar o desempenhodos trabalhadores.

Depois de uma leitura maisatenta à legislação do SIADAPe às portarias e recomendaçõessubsequentes, depreende-se cla-ramente que o que se pretende,mais do que a avaliação das or-ganizações, é uma avaliação dosfuncionários, rompendo de for-ma clara e incisiva com o siste-ma anterior.

Não questiono a naturezanem a forma deste sistema deavaliação de desempenho, ape-

nas considero que é desajustadoe em muitos casos praticamenteimpossível de colocar em práti-ca, para além das contrariedadesque pode trazer ao funciona-mento dos serviços com a suaimplementação. Refiro-me con-cretamente às cotas que são im-postas para avaliação qualitativados funcionários.

Mais do que avaliar o de-sempenho da administração pú-blica, ou se quisermos, dos insti-tutos públicos, Autarquias, ouserviços, pretende-se com estesistema estabelecer uma criva-gem das progressões das carrei-ras dos funcionários públicos.Sem querer entrar em detalhesnesta temática, o que importaenfatizar é o retrocesso origina-do por este sistema de avaliaçãode desempenho.

Um dos maiores gurus dagestão, Peter Drucker, afirmouque “São poucas as organiza-ções que têm uma ideia nítida dasua respectiva missão e isso éuma das maiores causas para os

seus piores erros. Os adminis-tradores não têm qualquer sensi-bilidade para determinar os seuspontos fortes e fracos”.

Esta citação faz tanto maissentido quando aplicada ao sec-tor público. Na minha opinião, oSIADAP é o pior dos melhoressistemas de avaliação de desem-penho das organizações que ho-je estão disponíveis e adaptadasà gestão pública. Entre os me-lhores modelos estão a aplica-ção da norma ISO 9001:2000, aCAF (Commom AssessmentFramework) a EFQM (Euro-pean Foundation For QualityManagement) e o BSC (Balan-ced Scorecard) que para mim éum dos melhores modelos.

Independentemente do mo-delo ou sistema escolhido todoseles precisam das devidas adap-tações para se ajustarem à mis-são e estratégia da organização,sendo certo que ambos têmcomo meta tornar uma adminis-tração pública mais eficaz, efi-ciente e próxima do cidadão.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200734

Dr. Osvaldo Santos Ferreira *

ECONOMIA

A Modernizaçãoda Administração Pública

Os indicadores da envolvente externa e, noplano interno, o indicador de actividade eco-nómica, começam a dar sinais positivos à eco-nomia nacional. Segundo a síntese de conjuntu-ra do mês de Março do Instituto Nacional deEstatística (INE), em Janeiro tanto a indústriacomo os serviços registaram sinais positivos,embora a construção continue a evoluir desfa-voravelmente.

O indicador de consumo privado desacelerouem Janeiro, agravando-se fortemente o consumoduradouro enquanto o consumo corrente estabi-lizou, e a informação disponível para Fevereiromantém o cenário desfavorável.

O indicador de investimento continuou adeteriorar-se em Janeiro, porém a informaçãoexistente para alguns indicadores parcelarespara Fevereiro já aponta para uma evoluçãomais favorável.

Os dados do comércio internacional, cominformação preliminar até Janeiro, revelaramum abrandamento do valor tanto das impor-tações como das exportações, mais intenso nosegundo caso mas mantendo um crescimentoclaramente superior ao das importações.

No mercado de trabalho, as indicações sãofavoráveis, quer as quantitativas para Janeiro,do IEFP e dos ICP, quer as qualitativas para Fe-vereiro. No mês de referência, a inflação foi de2,4%, menos 0,2 pontos percentuais do que emJaneiro.

Sinais positivospara a economia nacional

* Economista

TAXA EURIBOR20 Março 2007

1 Mês 3,863%3 Meses 3,895% 6 Meses 4,014% 12 Meses 4,133%

Fonte: Reuters

TAXA CÂMBIO *20 Março 2007

Dólar (USD) 1,3296Iene (JPY) 156,15Real (BRL) 2,7563Yuan (CNY) 10,2878

Fontes: BCE e BP

* x moeda por 1 euro

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António Carrilho Galveia

MEDIADOR DE SEGUROS

No passado dia 21 deMarço foi inaugurado oFluviário de Mora. Um es-paço que alberga, dentro dedezenas de aquários adequa-dos, um sem fim de espéciesde peixes fluviais, vindo dosrios de Portugal, da baciaamazónica e de lagos afri-canos. “A sua diversidade equalidade das decoraçõesdos aquários fazem do Flu-viário de Mora a únicaestrutura do tipo em Portu-

gal e na Europa e uma dasúnicas no mundo” refere oadministrador do Fluviário,Vítor Marques.

Projectado há cinco anospelo Presidente da CâmaraMunicipal de Mora, o Flu-viário é uma obra de valorsuperior a seis milhões deeuros. Viu os seus primeirosalicerces a serem erguidos noParque Natural do Gameiro,nas margens da ribeira doRaia em Maio de 2005. Em

redor do edifício estão 17hectares de terreno para pro-jectos privados tais comorestaurantes, hotéis, empresasde passeios de barco, etc...

Vitor Marques, tudo iráfazer para não defraudar asexpectativas deste empreen-dimento: “Estamos a desen-volver uma campanha depromoção dirigida ao merca-do nacional e estremaduraespanhola. A estratégia pas-sa por enaltecer as três ver-tentes deste projecto: a ver-tente ludico-ambiental, a pe-dagógica e a científica. É umforte atractivo turístico egarante uma forte competi-tividade na nossa a área”.

O objectivo principal des-te espaço é de alertar parauma consciência cívica eambiental. O Fluviário pre-tenderá actuar em função dasciências, da preservação econservação das espécies ex-postas e do planeta. “O Flu-viário de Mora deverá igual-mente participar em pro-gramas de reprodução em

cativeiro” adianta o adminis-trador. O Fluviário conta coma parceria do Oceanário deLisboa e tem como principalpatrocinador a EDP. AntónioMexia, Presidente executivoda empresa de electricidadeportuguesa refere que temtodo o interesse em promovero Fluviário de Mora, dadoque a EDP reconhece e re-corre às valências hídricas, “aEDP tem consciência danecessidade de reestruturarequilíbrios, de criar condi-ções de uma actuação res-ponsável que concilie o de-senvolvimento económicocom a sustentabilidade e res-peito pelo meio ambiente”.Neste âmbito a EDP está pre-sente com a missão de salva-guardar o equilíbrio entre aevolução e o ambiente. “AEDP virá ajudar a dar aten-ção a um aspecto que hoje écrítico, a responsabilidadeperante a natureza”.

José Manuel Simogas,Presidente da Câmara de Mo-ra, o grande visionário deste

projecto confessa que: “Hojeé um dia de grande satis-fação para mim, diria mesmoum dos dias mais felizes daminha vida. Chamem-me ma-luco!”

Um projecto que foi pen-sado em 2001. Partiu da esta-ca zero, sem apoios finan-ceiros. Finalmente erguido einaugurado, ao Fluviário deMora reserva-se um futuropromissor e optimista. “É umprojecto com qualidade cien-tifica e arquitectónica, temaspectos lúdicos” sublinhaAntónio Mexia. Para já espe-ram-se 200 mil visitantes porano e mesmo antes de serinaugurado já inúmeras esco-las tinham ligado a fazerreservas de visitas de estudo.

No Fluviário de Mora, aviver nos aquários conce-bidos para representarem oshabitats naturais podemos terum contacto próximos comespécies de rios portugueses,tais como os pimpões, asachigãs, as tainhas, os chan-chitos, as enguias ou as trutasmergulhadas em águas géli-das.

Tal como já foi menciona-do, o Fluviário apresenta pei-xes exóticos. Podemos en-contrar peixes-facas, pacus-negros e aruanãs-prateados,oriundos da América do Sul,da bacia amazónica e doslagos africanos. Ali ao ladodas piranhas não faltam aindaas rãs-seta-venenosas, de coresdeslumbrantes, peixes-gatos,peixes-azuis-cauda-de-lira,bichir-cinzentos (enguia-di-nossauro) e ciclídeos-de-tho-mas e um trio de ciclídeos-amarelos, estes últimos repre-sentantes do lago Malawi.

Há ainda um par de lon-tras que já estão habituadas àpresença humana e ao regimealimentar implementado eforam baptizadas com osnomes de Ronaldo e Marizano dia da inauguração.

Edite Costa

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 35

Fluviário de Mora é único na Europa

Para a Cerimónia de Inau-guração, a Câmara Municipalde Mora e o Conselho de Ad-ministração do Fluviário con-vidaram, em tempo oportuno,o senhor Primeiro Ministro.

Após um longo período àespera de resposta ao conviteformulado, foi comunicado àCâmara Municipal de Moraque, por motivo de agenda,não era possível a sua pre-sença na cerimónia, reme-tendo o convite para o Mi-nistro do Ambiente. Passadomais de mês e meio após oconvite oficial, recebeu aautarquia de Mora, a 9 diasda inauguração, uma comu-nicação do Gabinete do sen-hor Ministro do Ambiente,informando de que tinha dele-gado na senhora Presidente

da Comissão de Coordenaçãoe Desenvolvimento Regionaldo Alentejo a sua represen-tação na Cerimónia de Inau-guração do Fluviário.

Face a esta situação, oExecutivo da Câmara Muni-cipal de Mora, reunido em 14de Março de 2007, deliberoupor unanimidade protestarveementemente contra o totalalheamento do Governo paracom este projecto de recon-hecida importância nacionale projecção internacional enão aceitar a representaçãodo Governo na CerimóniaOficial de Inauguração pro-posta pelo senhor Ministro doAmbiente.

A Câmara de Mora subli-nha o orgulho na concretiza-ção do seu Fluviário.

Recusada a presençado Governo

Inauguração do FluviárioInauguração do Fluviário

www.fluviariomora.pt

MÁRIO GODINHO

Praça da República • 2100-321 Couço • Coruche

DISTRIBUIDOR

Telf. 243 650 807/8 • Fax 243 650 809

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200736

Jacinto Barbosa venceu, nasúltimas eleições autárquicas, acorrida à presidência da Junta deFreguesia de Coruche. O autar-ca integrou as listas do PS comoindependente e venceu commaioria absoluta.

Jacinto Barbosa, adiantouque, “com a vitória nas urnasfoi reposta alguma justiça, prin-cipalmente em relação à minhafamília, que sofreu na pele osataques pessoais à minha pes-soa durante a campanha”.

O autarca mostrou-se preo-cupado, com o actual cenário dosector económico no concelho eo desemprego.

Jacinto Barbosa adiantou--nos ainda, nesta entrevista,informação sobre as obras quedecorrem na freguesia e recor-dou o passado quando foi pena-lizado pelo eleitorado quandoconcorreu pela CDU em 2001.Para Jacinto Barbosa, as Juntasde Freguesia são o parente po-bre do poder central.___

JC – Ficou satisfeito pelavitória nas últimas autárqui-cas, face às duras críticas porparte da CDU, quando surgiucomo cabeça de lista pelo PS?

JB – Claro, mentiria se nãoafirmasse que estou satisfeito.Penso que, de alguma maneirafoi feita justiça à minha pessoa eà minha família. A maioria, emtermos pessoais, não tem o sig-nificado que possa ter paramuita gente.

Fiz um primeiro mandato,em que não tinha maioria e nãotive problemas em trabalharcom as pessoas que estavamcomigo na altura. Penso que, aspessoas se devem interessarpela defesa das populações,embora haja algumas divergên-cias políticas.

JC – Acha que, com a suacandidatura, a vitória eramais do que esperada peranteos adversários políticos?

JB – Em política, nunca hávitórias antecipadas, mal seriapara quem vem para a vida autár-quica mentalizar-se que a vitóriasão favas contadas.

É necessário contactar deperto com os eleitores, e trans-mitir a estratégia daquilo quepretendemos concretizar duran-te o mandato. Penso que os elei-tores entenderam o projecto da

minha equipa, até pelo trabalhono meu anterior mandato. Re-cordo que, apesar do trabalhorealizado no meu anterior man-dato, em que na opinião a minhavitória era esperada, isso nãoaconteceu. Hoje em dia, os elei-tores procuram inteirar-se daspropostas e do trabalho dosautarcas.

JC – Como analisa o mo-mento actual do País, uma vezque concorreu pelo partido queestá actualmente no governo?

JB – O momento actual édifícil, continuo a defender o talabanão, porque já deveria teracontecido, há uma décadaatrás. Continuamos a viver nailusão que, em termos económi-

cos, somos ricos. Quando naverdade a nossa vida é um pou-co fingida, e tenho algum receioque em Portugal aconteça omesmo que aconteceu na Ar-gentina.

Com todo este desemprego,com o abandono de determi-nadas empresas, com as dificul-dades, porque estou num lugaronde diariamente as pessoastransmitem esse tipo de proble-mas. Pedem trabalho e ajuda emtermos alimentares e na saúdenas mais variadas situações.Este tipo de problemas incomo-da-me bastante e causa-me al-gum receio.

JC – O momento actual doPaís reflecte-se também anível local?

JB – Sim. No meu contactodiário com as pessoas isso é evi-dente. Infelizmente na nossavila, muito comércio está aencerrar, o desemprego está aaumentar e as pessoas sentemmuitas dificuldades.

A leitura que faço é que os

problemas são evidentes noconcelho, e, na freguesia de Co-ruche são muitas as pessoas queaparecem com carências a todosos níveis. Como temos protoco-los com diversas instituições desolidariedade, tentamos encam-inhar essas pessoas para tenta-rem resolver os problemas.

JC – Actualmente, as Jun-tas de Freguesia atravessamdificuldades?

JB – Sem dúvida, o momen-to actual é difícil para as Juntasde Freguesia. O dinheiro quenos chega, através do orçamen-to geral do estado, é pratica-mente o mesmo desde algunsanos.

Por exemplo na parte social,precisamos de mais meios paracolaborar de outra forma com aspopulações. O protocolo com aCâmara Municipal permite aexecução pontual de algumasobras na freguesia. O PoderCentral diz-nos muitas vezes,que teremos de transmitir aoseleitores que aquilo que preten-

DESCRITIVO DA FREGUESIA

Freguesia essencialmente agrícola, tendo como base dariqueza o aproveitamento da água do rio Sorraia, a pecuária ea floresta, assenta numa planura da margem esquerda docurso de água e é dominada por um outeiro onde se erguia oCastelo, arrasado pelos mouros em 1180. No local da fortalezafoi erguida a ermida de Nossa Senhora do Castelo.Não se conhecem referências ao nome de Coruche antes daprimeira metade do século XII. Nos mais antigos documentosas formas do nome são sempre Culuchi e Coluchi.A fundação tem sido atribuída aos galo-celtas no ano 308 antesde Cristo, o que é refutado por Margarida Ribeiro no “EstudoHistórico de Coruche”, situando-a no período romano de paci-ficação das zonas conquistadas. Coruche foi conquistada aosmouros por D. Afonso Henriques em 1166, doando-a à Ordemde Avis em 1176. A 26 de Maio de 1182 o rei concedeu à vila oseu primeiro foral.

Orago: S. João Baptista.Actividades económicas: Agricultura, exploração florestal,pecuária e indústria transformadora Festas e romarias: Nossa Senhora do Castelo (6 a 18 deAgosto), Feira de São Miguel (último fim de semana deSetembro).Património cultural e edificado: Ponte da Coroa, Aque-duto do Monte da Barca e igrejas de Nossa Senhora doCastelo, São Pedro, Misericórdia e Santo António.Outros locais de interesse turístico: Açudes da Agoladae Monte da Barca, rio Sorraia, miradouro de Nossa Se-nhora do Castelo.Gastronomia: Bacalhau assado com migas, sopa de feijãocom couve e petingas fritas, cabrito à moda de Coruche,bolo branco, campinos do Sorraia e bolo de noz.Artesanato: Trabalhos em vime, cortiça, olaria, trapologia,diversos.

NA ROTA DAS FREGUESIAS

A Freguesia de Corucheem entrevista a Jacinto Amaro de Oliveira Barbosa,Presidente da Junta

www.cm-coruche.pt

Edifício da Junta

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 37

díamos executar não é possível devido àactual conjuntura do País. Um dosentraves é a contratação de pessoal porparte das Juntas. Hoje, a lei não permitecontratar, devido à contenção de despe-sas, o que tem dificultado a nossa gestãona freguesia e no nosso trabalho. Umponto de honra desta Junta, é pagar atempo e horas os nossos compromissos.

JC – Quais as competências daJunta de Freguesia de Coruche?

JB – As competências estão protoco-ladas. Temos um protocolo com aCâmara para as grandes obras que são dacompetência da Autarquia.

A Junta tem ao seu encargo, áreasajardinadas, alguma responsabilidadeem relação às escolas do pré-primário eprimário, os arruamentos e estradas deterra batida e pouco mais do que isto.Claro que temos as questões próprias daFreguesia, o atendimento, a parte social,a parte da educação e ambiente.

Estas são competências próprias,mas que na prática o Governo nãoatribui subsídios. As Juntas de Fregue-sia, são o parente pobre do Poder Local,esta é a minha opinião.

JC – Quais as obras, que a Juntade Freguesia está a executar ao longodeste ano e meio de mandato?

JB – Neste ano e meio de mandato,muitas pequenas coisas foram concre-tizadas, dentro das nossas possibilida-des. A freguesia de Coruche, pela enor-

me dimensão geográfica, tem quatro ce-mitérios, que nos consomem muitodinheiro.

O cemitério novo está constante-mente em construção, é uma obra bas-tante cara, e está a ser executada porfases. Estamos a recuperar o cemitériovelho de Coruche, nomeadamente aCapela da Igreja, que estava degradada.É uma obra cara que está quase concluí-da, também muito pela ajuda da CaixaAgrícola e do Dr. Diamantino Diogo.

O cemitério do Rebocho teve algu-mas intervenções e a meio do ano vamostentar intervir no cemitério da Azerva-

dinha. Estamos a tentar junto da Câmara,para que haja intervenções nos Mon-tinhos dos Pegos.

As escolas do 1.º ciclo e do Básico eas colectividades têm o nosso apoiomonetário dentro das possibilidades.Tenho pena que o Coruchense extinguis-se a modalidade de futebol em seniores.Penso que é apenas uma paragem, por-que o Clube era o embaixador da Vila,mas é um problema de difícil resolução.

JC – Acha que falta um Centro deDia para apoio às população idosa?

JB – Isso é uma verdade, mas estaquestão não está nas mãos da Junta nemda Câmara, o que podemos fazer écolaborar em materiais. Seria necessáriouma associação organizar esse projecto econcretizar a obra através de meiosfinanceiros. Não é fácil, mas deveria ser

JUNTA DE FREGUESIADE CORUCHE

AA JJuunnttaa ddee FFrreegguueessiiaa ddee CCoorruucchhee aappooiiaaaa EEdduuccaaççããoo,, oo DDeessppoorrttoo ee aa CCuullttuurraa

Rua 25 de Abril. 2100-126 Coruche

Telefone: 243 675 622 e fax: 243 660 623E-mail: [email protected]

HHoorráárriioo ddee ffuunncciioonnaammeennttooTodos os dias úteis, das 09:00 às 12:30 horas e

das 14:00 às 17:30 horas

Castelo sobranceiro à vila, visto do rio Sorraia

feita uma tentativa nesse sentido, porquea lacuna existe na freguesia.

Temos como objectivo o apoio sociale seria prioritário à construção de umespaço para apoio à população idosa.

JC – Qual o ponto de situação emrelação a estradas e arruamentos nafreguesia?

JB – Pela dimensão da freguesia,existem algumas lacunas, temos vintelugares habitados e são necessários

apoios. Quem tem essa responsabilidadeé o Município, mas na freguesia existeum número apreciável de quilómetros deasfalto, mas a maior fatia ainda não estácompleta.

A Junta tenta dentro das suas possi-bilidades dar apoio às populações nasestradas de terra batida.

____Entrevista de

João Carlos Louro

Vista do Castelo sobre a Vila de Coruche

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200738

Apassionata vai estar pelaprimeira vez em Portugal nosdias 13 e 14 de Abril. Unani-memente reconhecido como oespectáculo equestre de maiorsucesso da actualidade, oevento vem pela primeira vezexercer o seu fascínio junto dopúblico português. Será oCampo Pequeno que vai aco-lher esta “Hommage”.

A revista Equitação é aentidade promotora do eventoque tem registado lotaçõesesgotadas por toda a Europa,desde a República Checa atéEspanha, tendo sido visto pormais de 1,5 milhões de espec-tadores.

Neste espectáculo foramcriados gráficos emocionantese surpreendentes, num palcosumptuoso. A perícia e o en-quadramento soberbos doscavalos sempre foram, aessência da Apassionata, masesta ostenta também uma fortevertente lúdica que a insere nacategoria de entretenimentopara toda a família.

É um espectáculo encanta-dor, dinâmico e de alto nível,com história, tradição e cená-rios fantásticos, numa produ-ção esteticamente esplêndida,singular na sua componentetécnica. A Apassionata exibeos majestosos cavalos Lusi-tanos, Andaluzes, Frísios,Árabes, Quarter Horses, pó-neis Shetland e da Islândia.

O público pode esperar umespectáculo cintilante, trajescoloridos, bailarinos, acroba-

tas, cantores liricos, músicafabulosa composta especifica-mente para a APASSIONATA,palcos grandiosos, efeitos deluz e fogo de artifício, assimcomo toda uma série deatracções criadas de modo aproporcionar grandes emo-ções e momentos únicos.

Os cavalos lusitanos de-monstram a sua aptidão em altaescola através de magníficascoreografias. Os espanhóisardentes e os seus andaluzesexibem a arte de trabalhar coma garrocha juntamente com avibrante música flamenga; oscavaleiros do apoca-lipse sur-gem da penumbra e desafiam ofogo causando enorme sus-pense na assistência; os míticoscavalos islandeses enfrentamgéisers e rios de lava numaarena transformada em OceanoAtlântico Norte, magnifica-mente acompanhados pelaextraordinária voz da cantoralírica Arndis Halla.

O programa reúne cava-leiros galardoados, conhecidosem todo o mundo; que seorgulham de manter vivas astradições e as culturas eques-tres dos seus países de origem– como Luís Valença, o grandesenhor entre criadores e trei-

nadores de lusitanos. Integramtambém esta “Hommage” Sty-mir Arnasson, o campeão domundo em cinco andamentospace e toelt, Sebastian Fer-nandez, campeão espanhol deDoma Vaquera, Holand Heissum dos melhores cavaleiros defogo da actualidade e LeoHolcknecht, campeão mundialda arte do laço, mostra tam-bém a sua incrivel pericia.

Arndis Halla é “a Voz” daApassionata. A cantora líricainiciou a sua carreira em 1998na Ópera Comédia de Berlim.Foi artista convidada em vá-rios teatros alemães, antes decunhar o seu nome a nívelinternacional com o seu papelde ‘Rainha da Noite’, na‘Flauta Mágica’, de Mozart.

As inúmeras actuaçõesempolgantes fazem de Apas-sionata uma experiência ines-quecível.

AApassionata ‘Hommage’não é apenas um ponto de par-tida obrigatório para peritosem equitação, mas tambémum entretenimento espectacularpara toda a família.

Venha encantar-se com esta‘Homenagem’ aos cavalos!

O espectáculo decorrerános dias 13 de Abril às 21h30e 14 de Abril às 15h30 e21h30, no Campo Pequeno.Os bilhetes (que custam entre20 a 70 euros) estão à vendanas lojas Abreu, Bliss e Fnac eem www.ticketline.sapo.pt.

Pode também fazer reser-vas ligando para o 707 234 234.

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A Conferência de São JoãoBaptista de Coruche da Socie-dade de São Vicente de Paulo(SSVP), terminou mais um anode actividade em 31/12/2006.É possível fazer-se um balançopositivo das actividades destaConferência ao serviço dosmais desfavorecidos e carenci-ados que ajudam espiritual-mente, distribuindo génerosalimentares, na ajuda a contasnas farmácias, e ajuda no paga-mento de contas de electrici-dade de habitações que têmfracos recursos financeiros. ASSVP administra o Bairro N.ªS.ª do Castelo, com dezoito mo-radias que são habitadas poridosos que vivem das reformas,sendo aqui que desenvolve maisactivamente a sua prestação debem servir voluntariamente e deforma organizada.

Esta vocação adquire-senas reuniões efectuadas aolongo do ano, indo ao encontrocom o pensamento do próprioSão Vicente de Paulo, que pornós o Filho de Deus se fez Ho-mem e se ofereceu em Sacri-fício para a nossa Salvação. Éeste o exemplo que procuramtodos os Vicentinos que sem-analmente, às quintas-feiraspelas 21 horas, se reúnem naIgreja Matriz, sendo o pontoalto das reuniões, a meditaçãoe partilha na leitura do Evan-gelho de Nosso Senhor JesusCristo. Tudo com a ajuda doassistente espiritual o Senhor

Reverendo Padre Elias Serra-no, que nesta partilha se en-contra a força e a alegria interi-or para partilhar com os irmãosque mais precisam. Durante omês de Maio rezar-se-á o terçopelas 18,30 horas com todos oshabitantes do Bairro de NossaSenhora do Castelo.

A SSVP vem com muitoorgulho e muita fé em Deusagradecer ao Conselheiro Es-piritual, o Senhor Padre Elias,a sua sempre disponível e boavontade e aos subscritores eamigos que ajudam com o pa-gamento das quotas anuais e osvários peditórios efectuados.Uma esperança, com fé emDeus e nos ensinamentos deFrederico Ozanan, na continui-dade assídua das reuniões sem-anais, aos Vicentinos, e, na cer-teza de que quem dá aos po-bres, empresta a Deus.

A Direcção: Fernando Vicente, JoséVitorino Vieira, Rui Mendes, António

Eusébio, António Pires.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 39

José Manuel Caeiro

REFLEXÕES

Mal dizer, mal parecer

Processo dos SAPvai levar anos

Não tão poucas vezes comoisso, ouvem-se expressões, taiscomo: fulano diz mal de beltra-no e parece mal isto ou aquilo.

Mas afinal o que é isso de“dizer mal” e “parecer mal”? Sãoconceitos da nossa tradição cul-tural que existem, tendo um per-curso histórico que não sei pre-cisar e muito menos datar, sendo,no entanto, muito antigos.

Começando pelo dizer mal,parece-me que o tradicional daquestão e o que se passa real-mente, é que quando alguém fa-la de outrem na sua ausência enão está com comentários favo-ráveis, estará, eventualmente, adizer mal.

Ora bem, neste aspecto duasvertentes há a considerar. Ou apessoa que é visada não come-teu ou praticou a acção dofalatório ou então praticou mes-mo. Estando-se realmente a nar-rar factos verdadeiros, tudo

bem, mas se estão a inventarcalúnias, das quais não há umacerteza, mas sim um “diz-se quediz-se”, então é melhor que asvozes se calem.

Não sendo bem a mesmacoisa, mas tendo em comporta-mento social algum parentesco,aparece o vulgar “parece mal”,que por vezes inibe e complexaquem o tem em consideração.

Afinal de contas o que é pa-recer mal? No contexto da tradi-ção portuguesa, será pautar anossa actuação social pelos pa-râmetros dos que nos rodeiam,tendo sempre o extremo cuida-do de evitar que o julgamentoalheio não nos seja favorável.

Sendo assim, nós pessoasque temos o nosso entendimen-to e inteligência, não somos co-mandados pelos nossos própriospadrões de vida, mas sim pelosdos outros.

Como evidencia o que atrás

ficou escrito, de modo algum sepode tomar em consideraçãoesta grilheta social, uma vezque, a ser assim, deixaríamos deser pessoas com vontade própriae passaríamos a ser o que os ou-tros quisessem.

Será salutar deitar para trásdas costas estes ultrapassados,velhos e gastos conceitos e pen-sar e agir por nós, o melhor quesabemos e o melhor que puder-mos dar à sociedade, especial-mente desde que nos caiu nasmãos a liberdade? Teremos quea utilizar, racional e consciente-mente e nunca esquecer que anossa acaba onde a dos outroscomeça?

Como resumo e como pen-samento reflexivo, deixo aquiuma frase do extraordinárioShakespeare: “Os homens de-viam ser o que parecem ou pelomenos não parecerem aquiloque não são”.

Vicentinos– estamos sempredisponíveis para servir

Dia 1 de Maio, realiza-se noEstádio Municipal Prof. JoséPeseiro, em Santo Antonino, afesta do futebol distrital doInatel.

Devido à candidatura doErrense e com apoios da Câ-mara Municipal de Coruche eJunta de Freguesia da Erra, odelegado distrital do Inatel deSantarém aprovou a realizaçãoda prova em Coruche. AntónioRola visitou o Estádio para se

inteirar das condições e cele-brou o protocolo com o Errensepara a realização da Festa doFutebol. Este vai ser um acon-tecimento desportivo impor-tante para o Concelho e para aRegião porque junta cerca de 3 a4 mil pessoas na festa.

O presidente do Errense, RuiPereira, sente enorme orgulhona aprovação da candidatura ena realização do certame des-portivo em Coruche.

Por sua vez, António Rola,salientou as excelentes condi-ções do Estádio e os apoios daCâmara Municipal de Coruchee Junta de Freguesia da Erra, àcandidatura do Errense.

Para o delegado distrital doInatel, o objectivo é descentra-lizar a festa do futebol pelo dis-trito, e, Coruche tem todas ascondições para realizar o melhorcertame desportivo.

João Louro

O presidente da Admi-nistração Regional de Saúde deLisboa e Vale do Tejo está con-victo de que o processo deencerramento dos Serviços deAtendimento Permanente (SAP)vai levar “anos a estar concluí-do”. Para António Branco, oencerramento dos SAP é umadas peças de um “puzzle” quemexe com outras áreas e que

está a ser conduzido articulada-mente. Em declarações à Agên-cia Lusa, o responsável disseque os SAP “não são carne nempeixe”, já que não se trata de umatendimento de urgência masapenas de um serviço de consul-tas. Assim, devem desaparecer,dando lugar a verdadeiros Ser-viços Básicos de Urgência, do-tados dos meios necessários.

A autarquia de Coruche vaiinstaurar um processo de exe-cução fiscal à ex-funcionária daautarquia acusada de ter desvia-do cerca de 10.100 euros, du-rante nove meses em 2006.

O dinheiro provinha de sen-has de almoços e de transportesdas crianças que frequentavamo jardim-de-infância e escola de1.º ciclo onde a funcionária tra-balhava.

Festa do Futebol a 1 de Maio

DRARO “esvazia-se” de funcionários

A revisão do Plano Director Municipal(PDM) de Coruche vai estar concluída até aofinal do ano ou início de 2008. Depois da reuniãoda comissão mista, que elabora o ante-projecto derevisão do PDM, discutiu-se a carta da reservaecológica nacional no concelho. Concluída a ver-são final, o documento segue para aprovação emDiário da República.

A Direcção Regional deAgricultura do Ribatejo e Oeste(DRARO) vai colocar cerca de100 funcionários no quadro demobilidade da administraçãopública.

Neste momento tem perto de500 empregados, sendo 52 doIFADAP, 5 da Direcção-Geraldas Pescas e 7 da Direcção-Ge-ral de Veterinária, cujas compe-tências integraram a DRARO.

As reformulações contem-plam também a deslocalizaçãopara as instalações da EstaçãoZootécnica Nacional, no Vale deSantarém.

Revisão do PDMde Coruche atéfinal do ano

São já 36 as empresas candidatas ao concursopúblico para execução do Observatório do So-breiro e da Cortiça, lançado pela autarquia de Co-ruche. Segundo o presidente da câmara, DionísioMendes o número elevado de candidatos deve-seà escassez de concursos para obras públicas e aofacto de esta ser uma obra de monta, avaliada emcerca de 1,2 milhões de euros.

Observatório dacortiça atrai 36empresas

A SSVP conta com17 vicentinos e

205 subscritoresNo ano de 2006,

visitou 48 famílias,auxiliou na doença

38 doentes e reparou12 habitações.

CMC processa ex-funcionária

O Grupo Desportivo Águiasdo Sorraia do Couço criou umnovo site, moderno, funcional ecom muito para ver. O endereçoé www.aguiasdosorraia.com .

Fundado em 1948, contacom perto de 60 anos de exis-tência. Tem sobrevivido aolongo do tempo graças ao bomentendimento que sempre hou-

ve com a Câmara Municipal deCoruche, Junta de Freguesia doCouço, comércio local, popu-lação da freguesia, mas sobretu-do devido aos seus sócios!

É um clube modesto, compoucas actividades no momen-to, mas com um potencial enor-me a necessitar de ser explo-rado. Do seu património fazem

parte uma Sede Social com barpara sócios, onde se encontrammatraquilhos, snooker e salapara sueca, salão para bailes ecampo de jogos com relvadosintético.

O Presidente da Direcção éactualmente Mário Afonso e oclube tem 251 sócios efectivos.

O CAD Coruche venceu aUnião de Veteranos de Almei-rim por 4-3 na 19.ª jornada dasérie B do campeonato distritalde futsal, ficando assim a trêspontos do acesso à final daprova.

A três jornadas do final dasérie, os coruchenses lideramcom 47 pontos, mais sete que o

2.º classificado, o Achete.Na jornada seguinte, que

decorreu a 24 de Março, aequipa de Coruche folgou, mastêm ainda hipótese de garantirmatematicamente a presença nafinal na jornada seguinte, sevencer nas Fazendas de Almei-rim, na penúltima jornada destafase de grupos.

No passado dia 16 de Março,um jovem de 15 anos faleceusubitamente no decorrer de umtreino de futebol, no campo doEstrela Futebol Clube Ouri-quense, em Vila Chã de Ouri-

que, no concelho do Cartaxo.Os treinadores, bombeiros e

a viatura de emergência doINEM, tudo fizeram para oreanimar, mas não foi possívelsalvá-lo.

Várias ruas da Azervadinhavão ter novos números de polí-cia. A decisão foi tomada pelaautarquia de Coruche em reu-nião de câmara. Em causa está a

colocação de números pares eímpares nas ruas da Escola, 25de Abril e do Cemitério, bemcomo na rua e na travessa doCentro Social.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200740

Águias do Sorraiacom novo site

CCaarrttaaxxoo

Morte súbita de jovemde 15 anos

AAzzeerrvvaaddiinnhhaa com novosnúmeros de polícia

A BÚZIOS divulgou váriasinformações desportivas, relati-vamente às equipas competiti-vas da Escola de Natação.

NATAÇÃO10 de Março / Rio Maior –Torneio Inter-Regional Espe-cialista

Esta prova é de naturezaúnica. Pois tem tempos de aces-so e cada nadador só pode nadarum estilo nas distâncias de 50m,100m e 200m, o que define umrancking final.17 de Março / Salvaterra deMagos – Konta Kilómetros

Esta prova é denominadaKK e destina-se a não federadosque tem por objectivo fazer omáximo de metros em 30 minu-tos, através de equipas de 10 ele-mentos e estafetas de 25 metros.24 de Março / Coruche – IIITorneio de Natação de Coru-che/Búzios

Esta prova foi uma organiza-

ção conjunta da Câmara Mu-nicipal de Coruche e da Búzios– Associação de Nadadores Sal-vadores de Coruche e destina-sea atletas não federados e contoucom a presença de Clubes dediferentes associações.30, 31 de Março e 1 de Abril /Sines – Torneio Zonal

Nesta prova a Búzios parti-cipou com 2 atletas (João Car-los e João Pedro) e será a provaindividual mais importante emque participamos.

TRIATLO3 de Fevereiro / Lisboa –Jamor – Duatlo do Jamor

Foi a 1ª Prova do CircuitoNacional Jovem de Triatlo.

A Búzios participou com 4atletas e conseguiu o 11º lugarcolectivo.

A nível individual destaca-mos o 9º lugar conseguido porMaria Inês Parreira, o 10º deAna Cardoso no escalão de Ini-

ciados, o 14º de Miguel Soldadono escalão Infantil e o 26º deFilipe Parreira no escalão deJuvenil.

NATAÇÃO SINCRONIZADA10/11 de Março / Évora –Natação Sincronizada

No mês de Março, dias 10 e11 a Búzios participou numaprova organizada pela Federa-ção Portuguesa de Natação nas

Piscinas do Aminata em Évora.

PÓLO AQUÁTICO24 de Fevereiro / Coruche –Búzios vs Coral

No passado dia 24 de Feve-reiro, as equipas de pólo aquáti-co da BÚZIOS CORUCHEdisputaram na Piscina Munici-pal de Coruche dois jogos ami-gáveis com a equipa CORAL,de Reguengos de Monsaraz, sen-

do o primeiro jogo do escalão deJúniores e o segundo no escalãode Séniores.

No primeiro jogo o resultadofoi de 1-0, vitória da equipajúnior da BÚZIOS, o golo foimarcado no segundo períodopela capitã de equipa MarianaCosta. O segundo jogo terminoucom uma derrota da equipasénior da BÚZIOS por 1-9,sendo o golo da equipa da BÚ-ZIOS marcado no primeiroperíodo pelo lateral direito Ale-xandre Tadeia, os parciais do jo-go foram 1-1, 1-4, 1-9, 0-0.

Próximas CompetiçõesA BÚZIOS – Coruche está a

participar na organização doCampeonato Distrital de PóloAquático, que deve ter início emMaio de 2007.

Outras informações:A Búzios organizou um

curso de Suporte Básico de Vidano dia 17 de Março.

Natação, Triatlo e Pólo Aquático

Equipa FundadoraCima – Carlos Sousa (treinador),Albino,Joaquim Falamino,Augusto Dimas,Silvério,Joaquim Dimas,Manuel Oliveira

(G.R.) e António Beirão (director) Baixo – João Aranha,Roberto Fino,João Garcia,José Constantino,Jaime Maia

CAD Coruchesoma vitórias

Ingredientes2 litros de leite, 1 chávena de chá de arroz, 1 colher de sopa de manteiga, 1 pitada de sal, 150/175g de açúcar, canela e cascas de limão ou laranja.

Preparação• Num tacho deita-se o leite com uns paus de canela e as cascas de limão ou laranja euma pitada de sal (que vai espevitar todo o sabor), e deixa-se abrir fervura e ferver umpouco para se impregnar dos sabores da canela e das cascas dos citrinos.• Deita-se depois o arroz, que se vai cozendo em lume muito brando. Quando o arrozestiver quase cozido, deita-se o açúcar e a colher de manteiga. Polvilha-se com canelaem pó, depois de vertido nos recipientes.

Nota: No concelho, o arroz doce confecciona-se da mesma maneira que um pouco portodo o país, não se empregando porém, aqui, gemas de ovo na sua confecção. Nos tem-pos de carestia, confeccionava-se com água e muito pouco leite ou nenhum, pelo que oarroz, pouco depois de estar confeccionado, endurecia bastante.

in “Coruche à Mesa e outros Manjares”, por José Labaredas

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O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 41

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Os judocas da Casa do Ben-fica de Santarém arrecadarammais duas medalhas nacionais.

No dia 3 de Março, no Cam-peonato nacional de Juvenis,Leonardo Ricardo subiu ao pódiona categoria de menos de 60 Kgobtendo um honroso 3.º lugar.

Vasco Veloso, na competitivacategoria de menos de 66 kg,alcançou o 9.º lugar. Já no Cam-peonato Nacional de Juniores,Diogo Gaivoto também subiubrilhantemente ao pódio comuma medalha de bronze na cate-

goria de menos de 60 kg. DuarteDuarte na categoria de menos de60 kg, não se classificou, WilsonNogueira obteve um 5.º lugar nacategoria de menos de 73 kg ePaulo Brandão, classificou-seem 9.º lugar na categoria de me-nos de 66 Kg.

Todos estes atletas tentaramobter apuramento para o cam-peonato da Europa através daparticipação no torneio interna-cional de Portugal, realizado nopassado dia 24 de Março.

Pedro Vargas

Casa do Benfica de Santarém

Judo commedalhasnos campeonatosnacionais

Diogo Gaivoto foi 3.º na categoriade menos de 60Kg, em juniores

Leonardo Ricardo foi 3.º na catego-ria de menos de 60Kg, em juvenis

No passado dia 24 de Fevereiro, o Benfica entregou aos seus associados os emblemas de Prata, Ouroe de Platina. Os coruchenses Manuel Alves dos Santos, Pedro Simões e Abel Matos Santos, foram agra-ciados com a Águia de Prata, que simboliza 25 anos ininterruptos de sócio do Sport Lisboa e Benfica.

Cinco jovens setubalenses,amantes de futebol, criaram um

novo projecto de rádio online.Chama-se Penalti FM e misturao humor e a opinião com relatose comentários sobre jogos. Estavisão alternativa sobre o des-porto-rei pode ser ouvida emwww.penaltifm.wordpress.com.

A rádio apresenta todos osdomingos, às 21h30, o “Bola naTrave”, um programa com aduração de 1h30, e dividido emduas partes.

Na primeira, há um fórum de

discussão e a “Crónica do Au-rélio”, um espaço totalmente de-dicado ao humor. Na segundaparte, o debate centra-se na jor-nada da Liga Bwin e, no finalsão eleitos os melhores e pioresda semana.

Toda a programação e calen-darização dos relatos dos jogosé actualizada à quarta-feira nosite da rádio, para que os ou-vintes possam acompanhar to-das as emissões.

Coruchenses recebemÁguia de Prata

NNoovvaa rrááddiioo que alia humor e futebol

“A minha filha está cada vezmais magra. Começou com umasimples dieta, agora, não queringerir a maioria dos alimentose demora horas a comer…

Zangamo-nos a todas as re-feições. Eu e o pai já não sabe-mos o que lhe dizer, ou o quefazer. Quero que ela coma mais,mas quanto mais insisto, menosela come. No outro dia encontreirestos de comida escondidos noquarto dela. Apesar de eu lhedizer que está exageradamentemagra, ela recusa ver-se.

Diz que tem as ancas muitolargas e que ainda há-de ser ele-gante. Insiste que não está doen-te e que não precisa de ajuda.Deixou de sair com os amigos eisola-se no quarto. Tambémperdeu o interesse pelo estudo.Era a melhor da turma. Hojerevelou-me que não tem tido amenstruação... Estou preocupa-da. Não sei o que fazer... Talvezse eu tivesse visto o problemamais cedo…” (mãe de uma jovemde 15 anos com anorexia nervosa)__

Ninguém se assusta quandouma jovem adolescente se recu-sa a comer um doce que umaamiga oferece porque está dedieta ou que passe horas a fionum ginásio para emagrecer.Estas são práticas comuns numasociedade em que a magreza émuitas vezes valorizada comosendo sinónimo de beleza e emque ser gordo ou magro é vistocomo estando dependente emgrande parte da força de vontadede cada um. Talvez por isso,muitos dos sinais de alerta queapontam para a existência de umdistúrbio alimentar passem fa-cilmente despercebidos aos paise/ou educadores.

Um distúrbio alimentar, regrageral, resulta de um desequilí-brio psicológico que causa gravesperturbações no comportamentode ingestão dos alimentos. Podelevar a um emagrecimento ex-tremo ou à obesidade, bem

como a outros problemas físi-cos, incapacidades e, em últimocaso à morte. Os resultados dotratamento dependem da rapidezcom que: se detecta o problema,se realiza o diagnóstico e odoente toma consciência do seuproblema.

ANOREXIA E BULIMIANERVOSAS: O QUE SÃO?

DIFERENÇAS ESEMELHANÇAS

A Anorexia Nervosa é umdistúrbio alimentar grave, emque as pessoas têm um pesomuito mais baixo do que aqueleque seria de esperar para a suaidade, sexo e cultura. Este pesoresulta de grandes restrições ali-mentares, levadas ao extremo,bem como ao consumo de umgrande número de laxantes e/oudiuréticos e à prática exageradade exercício físico. Entre as con-sequências físicas salienta-se aperda da menstruação, proble-mas cardíacos, perda de cabelo,etc. e que em alguns casos con-duz à morte.

A Bulimia Nervosa é tam-bém um distúrbio alimentar gra-ve mas, ao contrário da Anore-xia, a pessoa tem usualmente umpeso normal ou é obesa. São fre-quentes os ataques de ansiedade,

o que leva a que comanum curto espaço detempo, uma quantidadede alimentos maior doque a maioria das pes-soas seria capaz de co-mer, seguido de compor-tamentos que anulem oexcesso dessa ingestão,como o vomitar, o uso delaxantes e diuréticos ouexercício físico exage-rado. Enquanto que ossinais da Anorexia Ner-vosa são visíveis pelamagreza extrema e asubnutrição, no caso daBulimia Nervosa o pro-blema esconde-se numanormalidade aparente.

Tanto a Anorexia como aBulimia Nervosas estão associa-das a um mal estar interior, emo-cional e afectivo, que se reper-cute numa excessiva preocu-pação com o corpo e a idealiza-ção do corpo.

Apesar das diferenças, asjovens vítimas destas duas per-turbações têm alguns aspectosem comum: a) procuram atingirum peso e forma corporal ideali-zados; b) têm um medo intensode engordar, resultado de cren-ças irrealistas sobre o peso, aimagem corporal e a comida; c)têm uma baixa auto-estima. Estaencontra-se associada à sua ca-pacidade de perder ou nãoperder peso; d) a auto-imagemcorporal é distorcida, ou seja,apesar de estarem muito magrasconsideram sempre que ainda háalguma parte do corpo que pre-cisa de melhorar.; f) evitam assituações sociais, tendendo aisolar-se de forma a evitar seremavaliadas fisicamente;

Importa referir que existemmais casos de anorexia e bulimianervosas em raparigas do queem rapazes. É uma patologia queé transversal a todos os extractossocio-económicos e culturais emuitos mais frequente em rapa-rigas com peso normal do queem obesas ou ex-obesas.

SINAIS DE ALARMEÉ importante estar atento a

pequenos sinais de alerta quepor si só podem parecer insigni-ficantes, mas que em conjuntopodem ser importantes para quese faça um diagnóstico de Ano-rexia ou Bulimia Nervosa.

Por exemplo: mudança drás-tica de hábitos alimentares eexcessiva preocupação com ovalor calórico dos alimentos;ingestão reduzida de alimentosou, pelo contrário, ingestãoexagerada de alimentos, seguidade idas à casa de banho paravomitar; adesão a dietas restriti-vas. (Aconselhe-a(o) a ir a umnutricionista, que a(o) informesobre uma alimentação saudá-vel); evitamento de situaçõessociais em que pode ser alvo deavaliação em relação ao corpoou aos seus hábitos alimentares(como ir à praia, a um restau-rante), conduzindo à solidão;sentimentos de tristeza relacio-nados com a sua imagem cor-poral e peso; ingestão de laxan-tes ou diuréticos com a desculpade que, por exemplo, está mal dabarriga. (Não incentive a auto-medicação, neste caso é melhorlevá-la(o) ao médico); controloexagerado do seu peso (idas fre-quentes à balança ou ao espelho,questionando repetidamente so-bre o seu peso); não se reconhe-ce como magra(o), mesmo queesteja com um peso muitoabaixo do esperado; não admiteque tem um problema; evitacomer à mesa com a famíliacom desculpas de trabalho, estu-dos; esconde restos de comidano quarto ou noutros locais; ves-te roupas muito largas, escon-dendo as formas do corpo.

Mais informações em:www.comportamentoalimentar.pt

NÃO SE ESQUEÇANÃO SE ESQUEÇA

A Anorexia e a Bulimiasão perturbações alimenta-res graves. Não são um ca-pricho, nem uma fase pas-sageira. A primeira etapa doprocesso de tratamento pas-sa por aceitar que há umproblema sério e que a(o)sua (seu) filha(o) precisa daajuda de um especialista.

Quanto mais cedo forfeito o diagnóstico maiorserá a possibilidade do tra-tamento ser eficaz.

O seu apoio é funda-mental para a recuperaçãoda(o) sua (seu) filha(o).

É importante que lhemostre e lhe diga o quantoa(o) ama. Mas sem se dei-xar dominar por ela (ele) oupelo problema. O processode tratamento será lento eirá implicar um grande des-gaste na família.

Cultive a liberdade dediálogo, a partilha e expres-são de sentimentos na suafamília e evite o excesso deperfeccionismo em relaçãoa si própria, ao seu corpo eao da sua (seu) filha(o).Lembre-se que é um mo-delo para ela (ele).

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200742

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Anorexia e Bulimia Nervosas

EDUCAR AGORA

Mariazinha A.C.B. Macedo*

Para colaborar nesta rubrica envie,por e-mail ([email protected])ou via CTT, as imagens ou situações

que deseje ver publicadas.

Uma curva no limite das Freguesias de Gloria doRibatejo e Fajarda, na estrada Municipal 581, tem causa-do bastantes despistes aos condutores mais distraídosque circulam no sentido Glória Fajarda.

Apesar de sinalizada têm sido muitos os acidentes,assim como os estragos em veículos. E agora, de á doismeses a esta parte, os estragos aumentaram de dimen-são, uma vez que alguém descarregou uma carga demassa de cimento, no local. A todos os automobilistas aquifica a chamada de atenção, para a redução de velocidadee redobrada atenção na curva na estrada municipal 581que liga Glória do Ribatejo a Fajarda.

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 43

Curva Perigosa

Envie os desenhos e textosdos seus filhos para:

Rua de Salvaterra de Magos, 952100-198 Coruche Fax: 243 675 693

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Era uma vez. . .

Se nos perguntarmos a umacriança o que é o amor…o queé a tristeza…o que é a noite…obtemos normalmente respos-tas que nos deixam verdadei-ramente espantados, embasba-cados, com a Simplicidade,Pureza, Verdade, e Grandeza,isto tudo para não utilizar maisvocábulos!

Mas, se meditarmos umpouco sobre as suas respostasencontramos facilmente umarelação entre as suas vivênciase a resposta normalmente rápi-da, pois é dada de uma formainstintiva.

Lembro-me de várias res-postas que me tocaram de ummodo especial…

– O que é a noite?“É o sol a dormir…”– O que é estar triste?“É um menino a chorar

porque não vê a sua mãe!”– O que é o Amor?“São dois passarinhos a

fazerem a sua casa…”– O que é ser pobre?“É ninguém olhar para os

pobrezinhos…”Ora, se repararmos, há em

cada uma destas respostas umanecessidade enorme de de-

monstrar tudo através do afec-to, do amor.

Penso que não será demaispedir nesta nossa conversa,entre educadoras, mães, efamília, que tenham semprepresente quando estão com ascrianças, filhos, sobrinhos,enfim, crianças em geral, ogrande motor que nas suaspequeninas vidas representa oAmor!

E lembrando agora tam-bém, o grande pedido do PapaJoão Paulo II, o maior dramado nosso mundo actual ésobretudo a falta de Amor.

E as crianças são insaciá-veis quando pedem amor!

Não se esqueçam disso,queridos pais. E mais uma vezpara que elas (crianças queestamos a educar) cresçam fe-lizes, a maior receita é o Amor.

Até para o mês que vem, eespero que pensem um boca-dinho nestas frases que tantasabedoria têm!

– O que é estar triste?“É um menino a chorar

porque não vê a sua mãe!”

Amor é …

Olá Queridos Meninos

Hoje vou contar-lhes uma história muito pequenina.Era uma vez um menino que vivia numa casinha perto

de uma Igreja. E o seu maior sonho era fazer um dia umaviagem com o sino da sua aldeia. Ir a Roma onde o meninoouvia dizer que, no Domingo de Páscoa, todos os sinos domundo tocavam a anunciar a Aleluia!

Mas havia aí um segredo. Os sinos partiam de noite semninguém os ver, viajavam até Roma, mas depois de tocaremtodos juntos voltavam pelos céus até à sua terra sem queninguém os visse.

Ora, o Pedrito ouviu dizer que uma andorinha costuma-va acompanhá-los. Foi falar com ela e pediu-lhe se o vinhabuscar nesse Sábado de Aleluia e só o trazia pela manhãantes que os pais acordassem.

E assim foi.A andorinha passou, tocou com o bico na janela e o

Pedro lá foi com ela. Passou nuvens, pássaros enormes,chegou a Roma, ouviu toda a música dos sinos, e voltourapidamente com a andorinha e com o sino da torre da suaaldeia.

Assim que chegou correu para casa e deitou-se a fingirque dormia, mas, mal o tinha feito ouviu a mãe dizer:Pedrinho, são horas de levantar…

O Pedrinho acordou!Será que eu tive um sonho? Ou será que fui mesmo a

Roma tocar com os sinos no Domingo de Páscoa?

Educadora de Infância *

O Partido Comunista Português reali-zou várias iniciativas comemorativas doseu 86º aniversário, no fim-de-semanade 9 a 11 de Março.

O Restaurante “Alcorucen”, emCoruche, acolheu, na sexta-feira, 9 deMarço, um jantar organizado pela Co-missão Concelhia de Coruche, que con-tou com a participação de VascoCardoso, membro da Comissão Políticado Comité Central PCP. O grupo “Chãoda Feira” animou a festa.

No domingo, 11 de Março, foi a vezde um almoço organizado pela Co-missão Concelhia do Cartaxo que decor-reu no Pavilhão de Festas de Vila Chã deOurique e onde esteve presente ÂngeloAlves, membro da Comissão Política doComité Central PCP.

Também neste dia, no Restaurante“Ponte da Chamusca” teve lugar umalmoço, organizado pela Comissão Con-celhia da Chamusca. No Vale de Santa-rém, a Fonte Boa, Estação ZootécnicaNacional decorreu outro almoço, destafeita, da responsabilidade da ComissãoConcelhia de Santarém.

No passado sábado, 24 de Março, aCasa do Povo do Couço, recebeu o al-moço comemorativo dos 86 anos doPartido Comunista Português (PCP).

A iniciativa contou com a partici-pação de Octávio Augusto, da ComissãoPolítica do Comité Central do PCP ecom uma delegação do Partido Co-munista dos Trabalhadores Húngaros.

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PCP assinala 86 anos de vida

No passado dia 25 de Março, Jeró-nimo de Sousa, secretário-geral doPartido, inaugurou o novo Centro de

Trabalho do Partido em Almeirim, inte-grado nas comemorações dos 86 anos doPCP.

Acidente de viação ceifa avida a Rodrigo Sá NogueiraNo dia 11 de Março, faleceu Rodrigo

José de Paiva Calado de Sá Nogueira,Engenheiro Zootécnico, em acidente deviação na EN 114 entre Coruche eSantarém. Rodrigo de Sá Nogueira tinha38 anos, era casado com Ana SáNogueira, Engenheira Florestal e residiana Casa de Vale Mosteiro – Frazão.

Era empresário em Coruche desde

1994 e sócio de diversas empresas sedia-das em Coruche, nomeadamente a Con-sultoria Agrícola Dias Ferreira e SáNogueira SA, Sociedade Agrícola DiasFerreira e Sá Nogueira Lda., DFNConsultores Florestais, Lda., TalhosCorbeef e Tomás e Ferreira, Lda.

À família enlutada o Jornal de Coru-che endereça os votos de condolências.

Avé Maria

MÁRIO LOPES DOS SANTOSFALECEU

Nasceu em 26-06-1937 e faleceu em 28-02-2007

Sua esposa, filhos e netos cumprem o doloroso dever de participar o falecimentodo seu ente querido, ocorrido em Coruche, no dia 28 de Fevereiro de 2007.

Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecera todos os que o acompanharam na sua dor, durante o velório,

no funeral para o cemitério de Coruche e também na missa do 7.º dia.Para todos vai o nosso profundo reconhecimento.

Pai NossoAvé Maria

RODRIGO JOSÉ DE PAIVA CALADODE SÁ NOGUEIRA

Falecido a 11 de Março de 2007A família de Rodrigo Sá Nogueira e a firma Consultoria Agrícola Dias, Ferreira eSá Nogueira, S.A., na impossibilidade de o fazermos pessoalmente, vêm por este

meio agradecer a todos quantos, com a sua amizade e solidariedadeos acompanharam nestes momentos dolorosos.

Informamos que por sua alma será celebrada missa de trigésimo dia:Quarta-Feira, dia 11 de Abril, ás 12.00 horas na Capela de Nossa Senhora de

Guadalupe na “Quinta da Foz”, na Foz do Arelho.Desde já agradecemos a todos os que nos possam acompanhar.

Pai Nosso

Foi com grande orgulho queassistimos todos na semana pas-sada a umas das mais brilhantesconquistas em termos de Selec-ções Nacionais.

Falo do apuramento para omundial por parte da SelecçãoNacional de Rugby. Os “Lo-bos” foram a primeira Selecçãoamadora a alcançar o mundialdesde que o Rugby se tornouuma modalidade profissional, oque engrandece ainda mais estefeito e veio mostrar ao mundoque com muito trabalho, se-riedade por parte não só dosjogadores com também daequipa técnica e Federação tudoé possível.

O Rugby tem vindo a evoluire não há dúvida nenhuma que oSeleccionador Nacional, TomazMorais, tem uma enorme res-ponsabilidade nesta evolução.

Com ele o Rugby tornou-se

mais sério e profissional e obvia-mente com esta realidade co-meçaram a “chover” mais pa-trocínios tão necessários para asobrevivência de qualquer mo-dalidade.

O rugby nacional é semdúvida nenhuma um exemploa seguir pelas outras modali-dades.

Outra brilhante conquista foia da atleta Naide Gomes querevalidou o título de CampeãEuropeia em salto em compri-mento registando mesmo o re-corde nacional e a melhor marcamundial do ano. Esta atleta jun-tamente com Vanessa Fernan-des serão provavelmente asmelhores atletas desta geração eambas têm ainda margem deprogressão para evoluir que aoconfirmar-se poderá catapulta-

las para o nível de sucesso deRosa Mota ou Fernanda Ri-beiro. Esperemos todos quesim.

Na semana passada tambémassistimos ao nascer de umafutura campeã portuguesa. Falode Michelle Brito, jogadora deténis que cometeu a proeza deaos 14 anos ter vencido a 41ªclassificada do ranking mundial,jogadora essa com mais 10 anosdo que Michelle.

A jovem jogadora portugue-sa que cedo emigrou para osEstados Unidos para treinarnuma das mais prestigiadasacademias de ténis, tem sidoapontada como umas das meni-nas-prodígio do circuito mundi-al e não tardará para que comecea disputar os títulos em RolandGarros ou em Wimbledon.

____Comentador de Desporto

João Sobral Barros *

DESPORTO

Bravos “Lobos”

Sou, pela graça e desven-turas do tempo, um jovem empleno século XXI. Nunca ouviao vivo a Amália e a primeiravez que percebi quem era oEusébio já ele pesava uns 90Kg. Por alturas do Estado Novoe da respectiva Revolução deAbril sabe-se em que mundo eue a minha geração andávamos.

À medida que crescíamos,nós e outros jovens como nós,nas nossas atarefadas vidas en-tre catequeses, futebóis, rapari-gas, discotecas ou liceu (porfalha ou oferenda do destino), láíamos tendo tempo para um ououtro momento cultural – inevi-tavelmente ligado à comédiaque é o fenómeno político emPortugal – (um livro, um filmeou nada em especial).

Momentos, que apesar decurtos no tempo, eram sufi-cientes para a produção de juí-zos ou piadas em massa sobre adicção hilariante de Carlos Car-valhas, o penteado heróica eeternamente fixo de CavacoSilva, a obesidade anti-naturalde Guterres ou até a falta dejeito político de Paulo Portas.

Aqui entre nós, isto foi maisque suficiente para nos guiar àsuniversidades ou até aos, popu-

larmente desejados – empregosdecentes. No entanto, nestereboliço que é a juventudedeparámo-nos, a dada altura,com uma árdua tarefa (a únicaaté aos 25 anos) que consistiaem formar uma opção devida-mente fundamentada para fu-turas conversas político-depri-mentes que todos os jovens têm,ou seja, tínhamos que optar,invariavelmente, entre ser Co-munistas ou Capitalistas.

Confesso (e quem foi real-mente jovem há-de concordarcomigo) que jovem que é rebel-de tem que ponderar, antes demais, o Comunismo, o proble-ma e a possível transferênciapara o Capitalismo dá-se quan-do nas primeiras saídas noctur-nas as calças Levis (feitas noVietname por uma criança de 9anos) tornam-se imprescindí-veis na obsoleta intenção debem-parecer. É que ser do Ben-fica ou do Sporting (não seja-mos facciosos – ou do Porto) étão genética quanto o pode ser aprimeira varicela, agora amaldita escolha partidária...

Amigos meus dirão que étudo uma questão de personali-dade, conduzindo a discussão àPsicologia-Fashion que nos dias

de hoje serve de desculpa paratudo o que é conflito, mas pare-cem-me ser os factores externos(que talvez indirecta e involun-tariamente contaminem a per-sonalidade) como a propagandados Media, a opinião de famili-ares directos bem como ondasde entusiasmo juvenil-revolu-cionária a roçar o autárquico,que tendem a activar-nos ide-ologias, como se elas fossemnecessárias.

Em 1968 nos EUA, Nixonfoi unanimemente eleito pelosamericanos que cheios de ideo-logia, voltaram a confiar nele nomandado seguinte (1972) para osumo Presidente da nação. Trêsanos mais tarde, vem a públicoo escândalo de Watergate – umcaso de espionagem e corrupçãopor parte do governo de Nixon,que o levou a renunciar ao car-go. Lá se foi a ideologia ameri-cana. Nixones é coisa que nãotem faltado no mundo graças aoculto das ideologias, para nãomencionar todos os tiranos quea história da humanidade conhe-ceu... e conhece.

De que serve, então, pergun-to-me, termos convicções políti-cas fixas que nos levam a ofere-cer a alma (e o corpo?) a par-

tidos? Porque raio é que se apli-cou a frase “Um homem tem queter ideais” à política? Porque“cargas d´água” nos fizeram, efazem continuar a escolher entreComunismo e Capitalismo?

Pensei numa solução. Pensarcomo um comunista mas agircomo um capitalista. O máximoque consegui, em tempos, foifazer um piercing (enquantopensava na revolução de FidelCastro e Che Guevara) mas logoa seguir percebi que o piercingera da Gucci. Lá se foi a teoriada união de factos (ou ficções).

E este paleio todo para quê?Tenho assistido, com particularatenção, ao desafio lançado peloJornal de Coruche acerca dareposição da estátua do MajorLuíz Alberto e percebi que hágente a fazer disto um regressoao século XX, às suas juven-tudes, em que também eles tin-ham de optar (como nós noséculo XXI) entre Fascismo ouComunismo.

Nada mais fora de tempo.Não existe aqui uma guerra deideologias, ou um combate deboxe na RTP memória entreMuhamed Salazar Ali e JoeCunhal Frasier, porque a únicacoisa que se pretende é a respos-

ta à questão: O povo da terraquer ou não quer, através daestátua, reerguer a memóriade um simples homem quetanto fez por este bocado deterra a que chamamos berço?

É só isto, o resto são viagensnostálgicas a tempos, juventudee conflitos diferentes, ultrapas-sados, findos.

Porque confio da história,reconheço factos isoladamente,evitando ideológico-politiqui-ces, e acredito que a Amália foia maior e o Eusébio o melhorapesar de, naqueles tempos, terandado noutro planeta, do mes-mo modo que acredito no que ohomem, não a estátua, fez porCoruche.

Por isto, voto Sim à repo-sição e não me deixo influen-ciar pelo facto do jornal quelançou a proposta ser estemesmo que acolhe este artigo,talvez seja isto a rebeldia dajuventude, quem sabe?

Quanto à outra escolha deque vos falei – Comunista ouCapitalista – ultrapassei-a. Bas-tou-me ler esta frase que vosdeixo em jeito de conclusão:“Sob o Capitalismo o Homemexplora o Homem, sob o Comu-nismo... é só o oposto”.

Juventude ComuPitalista

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 45

POLÍTICA

Luis António Martins *

Selecção Nacional de Rugby, os “Lobos”

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200746

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Tel. 243 618 875 • Tlm. 917 785 703Est. Nacional 251 • Montinhos dos Pegos

2100-045 CORUCHE

A conferência realizada a 3de Março, onde se deram a con-hecer coruchenses importantesna história de Portugal, e quedaremos a conhecer na próximaedição, começou em 1385 e cul-minou no incontornável Major

Luíz Alberto de Oliveira, no sé-culo XX. Dimas Brotas (emcima), que se assumiu deesquerda, apoia a reposição daestátua a par do porta-voz doPSD, José Manuel Potier (embaixo). Diamantino Diogo (ao

centro), propôs ao historiadorJoão Alarcão a edição de umlivro sobre a conferência, assu-mindo os custos da edição.

Conferência sobre a importânciade Coruche em Portugal

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 2007 47

CARTOON

Com o paramotor, os pilotostêm vivido momentos únicos.Com a possibilidade de voar apoucos metros do solo entre va-les e rios cobrindo enorme dis-tâncias. Para aqueles que traba-lham e querem desfrutar umpouco do voo, têm agora possi-bilidade de o fazer. Uma alterna-tiva de poder voar sem limites!!

O paramotor é um desportoseguro. É um desporto comooutro qualquer. O aluno deve terum grande acompanhamento nafase de aprendizagem. Actual-mente existem poucas escolasem Portugal de paramotor. De-pois de o aluno aprender a voar,deve saber voar em segurança edentro dos limites.

Esta pequena grande máqui-na voadora pode ir até aos seismil metros altura. Contudo, exis-tem normas e regras que delimi-ta que se voe a essa altura.

Existem zonas proibidas eespaços aéreos reservados. EmPortugal, como também noutrospaíses, esses espaços são contro-lados por órgãos competentesque são os aeroportos, aeródro-mos e também zonas militares.

____António Fonseca

Presidente da Associação dePilotos de Paramotor

Nota do Director: O facto de termos umgrupo de pilotos em Coruche, e, quegostariam de formar um Clube de vooem paramotor motiva a divulgação eapela ao apoio a esta actividade.

Voar em paramotorviver momentos

inesquecíveis

Símbolo por excelência da autoridade municipal e do poder con-celhio, o primitivo pelourinho quinhentista situava-se no largo fron-teiro ao edifício dos Paços do Concelho.Desmanchado por volta dosanos trinta do século XX, a coluna foi metida numa construção daépoca, enquanto o capitel continua, ainda hoje, conservado numacasa particular.A partir desses dois fragmentos foi feita a reconstitu-ição do actual pelourinho de Coruche e colocada, em 1941, a réplicaque ainda hoje se pode admirar no largo onde se ergue junto aosPaços do Concelho. O desenho para a base que faltava foi da autoriado Arquitecto Alberto Braga de Sousa.

Na Freguesia de Vila Nova da ErraTemplo da extinta Santa Casa da Misericórdia da Vila Nova da

Erra a Igreja de São Mateus, em estilo românico, apresenta umpainel de azulejos tipo “mudéjar” do século XVI e uma pia de águabenta que, em vez de coluna, possui uma figura de pedra (séculoXIX) de quase total relevo, com os braços cruzados acima dacabeça, sendo eles que sustentam a taça, também de pedra (séculoXVI). O povo chama a esta figura a “Erra Velha”. A fachada apre-senta um portal rectangular sobrepujado por uma janela para ilumi-nação do coro alto. Por cima da janela, num nicho, está uma Virgem(escultura de pedra, grosseira, do século XVI).

SITIOS COM HISTÓRIA

Pelourinho

Igreja de São Mateus

Na Freguesia de CoruchePeça medieval com mil metros de comprimento e

arcos com a envergadura máxima de 3,40m e umaaltura que chega a atingir os quatro metros.

Aqueduto do Monte da Barca

Fonte: www.cm-coruche.pt

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Ana Oliveira

Aprovou o projecto de regu-lamento do arquivo da Câmarade Coruche, o projecto de alter-ação ao regulamento das creches

municipais e os valores por uni-dades medidas de execução pre-vistos no regulamento municipalde urbanização e edificação.

Assembleia Municipal de Coruche

O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 12 • Abril de 200748