dir const aula p taques

113
 Quinta 12.02.09 19h15 23h Direito Constitucional Pedro Taques Organização do Estado I AULA 1 DIREITO CONSTITUCIONAL PROFESSOR PEDRO TAQUES DIA 12/02/2009 TEORIA GERAL DO ESTADO ESTADO sociedade política e organizada, dotada de território, povo e com objetivos determinados Maquiavel em 1513, no livro o Príncipe, faz uma referência sobre o que é Estado. Os Estados ou principados ou repúblicas. As sociedades eram organizadas (Aristóteles), mas este conceito de Estado moderno surge em 1513 Estado não é sinônimo de país (componente espacial do Estado). O Estado República Federativa do Brasil; País: Brasil. Alguns Estados têm o mesmo nome do Exemplo: EUA. Nação conjunto de pessoas ligadas pela mesma origem, história, religião, idioma. Pátria terra do pai. Terra que amamos. Não é conceito jurídico. É sentimento (artigo 142 da CF) Art. 142 da CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nac permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presiden República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da le ordem. ELEMENTO CONSTITUTIVO DO ESTADO 1 Poder; 2 Território; 3 Povo; 4 Objetivos. PODER Capacidade de imposição de vontade sobre vontade de terceiros. O Estado exerce o poder político e é a possibilidade de imposição da violência legítima. Obrigatoriedade e coercibilidade. A CF dá ao termo poder vários significados: Soberania popular: Art. 1º Parágrafo único da CF. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretam nos termos desta Constituição. Democracia representativa: em regra o povo exerce o poder por meio de representantes ele Exceções: tribunal do júri, ação popular, consulta popular, referendo e plebiscito. A democracia ainda é chamada de participativa por alguns doutrinadores. O povo particip organização do Estado. Órgão: Art. 2º da CF São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Upload: emeiudoze7438

Post on 15-Jul-2015

293 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 1/113

 

 Quinta

12.02.0919h15

23h Direito Constitucional Pedro Taques Organização do Estado I

AULA 1

DIREITO CONSTITUCIONALPROFESSOR PEDRO TAQUES

DIA 12/02/2009

TEORIA GERAL DO ESTADO

ESTADO sociedade política e organizada, dotada de território, povo e com objetivos determinadosMaquiavel em 1513, no livro o Príncipe, faz uma referência sobre o que é Estado. Os Estados ou

principados ou repúblicas.As sociedades eram organizadas (Aristóteles), mas este conceito de Estado moderno surge em 1513Estado não é sinônimo de país (componente espacial do Estado).O Estado República Federativa do Brasil; País: Brasil. Alguns Estados têm o mesmo nome do

Exemplo: EUA.Nação conjunto de pessoas ligadas pela mesma origem, história, religião, idioma.Pátria terra do pai. Terra que amamos. Não é conceito jurídico. É sentimento (artigo 142 da CF)

Art. 142 da CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacpermanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do PresidenRepública, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da leordem.

ELEMENTO CONSTITUTIVO DO ESTADO1 Poder;

2 Território;3 Povo;4 Objetivos.

PODER

Capacidade de imposição de vontade sobre vontade de terceiros. O Estado exerce o poder político eé a possibilidade de imposição da violência legítima. Obrigatoriedade e coercibilidade.

A CF dá ao termo poder vários significados:Soberania popular:

Art. 1º Parágrafo único da CF. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamnos termos desta Constituição.

Democracia representativa: em regra o povo exerce o poder por meio de representantes eleExceções: tribunal do júri, ação popular, consulta popular, referendo e plebiscito.

A democracia ainda é chamada de participativa por alguns doutrinadores. O povo participorganização do Estado.

Órgão:Art. 2º da CF São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Page 2: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 2/113

 

 

Poder legislativo, executivo e judiciário.Tecnicamente não posso falar que há divisão tripartite, mas sim a divisão orgânica de MontesquieuO poder é uno e indivisível, o que existe são parcelas desse poder.

Função: legislativo, executivo e judiciário

TERRITÓRIO

Componente espacial do Estado. É a porção da terra sobre a qual o Estado exerce a sua soberania.Existem dois tipos de território:

a) Em sentido restrito (real, propriamente dito);b) Por ficção (por extensão).

Em sentido restrito: Porção circunscrita pelas fronteiras nacionais. Conditos: solo, subsolo, territorial, espaço aéreo nacional e plataforma continental.

Mar territorial nacional (Lei 8.617/93): 12 milhas náuticas (ou marítimas). Depois das 12 milhas a lesobre a zona contígua (mais 12 milhas). A lei ainda fala a partir das 12 milhas do mar territorial, mas

milhas e área explorável economicamente.

|____________|_________________|________________|_______________________Terra Mar territorial Zona Contígua

(12 milhas) (12 milhas)|______________188milhas__________________|

Na zona contígua o Estado: protege o território, fiscalização aduaneira, fiscalização sanitária imigração.

Na zona de exploração exclusiva: o estado tem a preferência na exploração econômica.

Espaço aéreo nacional: até onde a tecnologia define onde a aviação civil e militar pode alcançar. Adisso é da humanidade, para pesquisas. Não é definido em lei.Solo e subsolo do mar territorial.Artigo 5º do CP: território por extensão (ficto ou por ficção): a lei equipara o território:

y  Embarcação pública nacional onde estiver;

y  Embarcação particular nacional no mar territorial/nacional e no mar internacional;y  Aeronave pública nacional onde estiver;

y  Aeronave particular nacional no espaço aéreo nacional e internacional.OBS: representação diplomática não é território por extensão (embaixada, consulado). Se sair pet

da embaixada dos EUA no Brasil, o petróleo é nosso.OBS: Passagem inocente (lei 8.617/93) artigo 3º: um navio vai da França a Uruguai e p

inocentemente no mar territorial do Brasil. Um cidadão comete crime dentro desse navio, a jurisdbrasileira é retirada pela passagem inocente.

Art. 3º da Lei 8.617/93 - É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocenteno mar territorial brasileiro.§ 1º - A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurançado Brasil, devendo ser contínua e rápida.§ 2º - A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que taisprocedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força maior oupor dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas, a navios ou aeronaves em perigo ou emdificuldade grave.

Page 3: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 3/113

 

 

POVO

Povo (artigo 12 da CF) brasileiros natos e naturalizados: Nacionais. Não temos conceitestrangeiro, só por exclusão. Componente pessoal do Estado = Povo.

População e habitantes: não é povo. São conceitos não jurídicos. Dentro de população e habitatemos povo + estrangeiros + apátridas (artigo 45, § 1º da CF).

Artigo 45 § 1º da CF - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federaestabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano antereleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

Cidadão em sentido restrito: nacional que exerce direitos políticos (artigo 12 + artigo 14 da CF):

Art. 12 da CF. São brasileiros:Art. 14 da CF. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para te, nos termos da lei, mediante:I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.

Cidadão em sentido lato: toda pessoa humana que possui direitos e obrigações.

OBJETIVOS

Objetivos (finalidade): pra que serve o Estado? Tem objetivo de atingir o bem comum (artigo 3º daÉ a constituição dirigente (compromissária), pois traça objetivos.

Art. 3º da CF Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminaçã

DIVISÃO ESPACIAL DO ESTADO

O Estado pode ser considerado sob 03 aspectos:

1)  Forma de estado: dentro de um determinado território, quantas pessoas jurídicas com capacipolítica existem? No Uruguai só há uma pessoa jurídica com legislativo próprio, um centro que manipoder. Só há uma lei específica. É dividido em administração que respeita uma lei nacional. É unitário.

No Brasil temos a União, Estados, DF e Municípios que são pessoas jurídicas com capacidade po(possibilidade de criar leis). É composto e pode ser (não é pacífica a idéia):

a)  Federação;b)  Confederação;

Page 4: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 4/113

 

 

A Inglaterra tinha na América 13 colônias, em 1776, as 13 colônias declararam-se independentes.Em 1777, as ex-colônias, assinaram contrato internacional: os artigos da Confederação. A Confeder

dos Estados Unidos da América tinha objetivo militar. Em 1787 os Estados fizeram uma Convençmudaram de Confederação para Federação.

Diferenças:- A Confederação nasce por tratado internacional; na federação nasce por meio de Constituição;- Na Confederação as unidades parciais têm direito de cessação (separação); na Federação as unid

parciais não têm esse direito;- Na Confederação as unidades parciais têm soberania. Na Federação têm autonomia.

Unidade Parcial: denominação da parte na forma de Estado. Pode ser: Cantão (Suíça), Lae(Alemanha); Província (Argentina); Estados-membros (Brasil); Distrito Federal (Brasil).

Brasil: artigo 1º da CF: Federação. Os EUA são federação por agregação (centrípeta), 13 estindependentes que se uniram. No Brasil, o estado unitário se partiu, desagregação (centrífuga). Por issoEUA, os Estados já tinham e têm mais autonomia. É histórica a razão.

Características da Federação:

1ª Indissolubilidade do vínculo: as unidades parciais não podem separar (artigo 1º CF);2ª Divisão Constitucional de competência: só há federação se isso existir. Artigo 21 e 22 da CF;3ª Participação das Unidades Parciais na formulação (artigo 60, III da CF) da vontade geral. Depu

Federal representante do povo. Senadores: representantes dos Estados e DF.4ª STF (artigo 102 da CF). Tribunal encarregado de guardar a CF;5ª A própria existência da CF;6ª A forma de Estado é núcleo intangível (eterno). Não pode ser tocado.Artigo 60, § 4º - Constituição Super rígida.

2) 

Formas de governo: de que maneira o poder é exercido dentro de um território?

a)  Monarquia: governo de um só (Tirania é a sua corrupção);b)  Aristocracia: mais de um, mas poucos (oligarquia);c)  República: governo de muitos.

A forma de Estado é cláusula pétrea, a de governo não é. A forma republicana é um princonstitucional sensível em sede estadual (artigo 34, VII da CF).

Art. 34 da CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvdo ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Page 5: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 5/113

 

 

SISTEMA OU REGIME DE GOVERNO

Presidencialismo ou Parlamentarismo.Diferenças:- No presidencialismo uma única autoridade exerce função executiva. No parlamentarismo: dua

mais.- Presidencialismo: executivo monocrático (única autoridade. Chefe de estado e de gove

Parlamentarismo: executivo dual.- Presidencialismo: independência política. Parlamentarismo: dependência política do executivo

relação ao legislativo. Presidencialismo: mandato é determinado. Parlamentarismo: mandato podreduzido pelo legislativo.

Espécies:

Parlamentarismo monárquico constitucional: rei é chefe de estado. Primeiro-ministro é chefgoverno;

Parlamentarismo republicano: presidente é chefe de estado. Primeiro-ministro é chefe de governo

OBS.: o sistema ou regime de governo não é cláusula pétrea.

 

DireitoConstitucional

PedroTaques

Organização do Estado II/Nacionalidade

AULA 2

Sistema ou Regime de Governo:

O art. 84 da CF traz as duas espécies de atribuição exercidas pelo Presidente da República: chefEstado e chefe de Governo.

a) Chefe de Estado: no exercício dessa função, o Presidente se manifesta em nome da unidade nacionaRepública Federativa do Brasil. É uma atividade ligada à esfera de relacionamento internacional.

Para os outros Estados não importa se somos Estado unitário ou uma república, o que importa comunidade internacional é termos soberania.

Ex. art, 84, VII, VIII, CF.

b) Chefe de Governo: No exercício dessa função, o Presidente se manifesta em nome da União. Ele exechefia do Executivo Federal. Ex. art. 84, II,CF

Com a junção dessas duas funções, temos o Executivo Monocrático. No parlamentarismo, temos mais pessoas exercendo a função do Executivo executivo dual. Divide-se:

a)  parlamentarismo monárquicob) parlamentarismo presidencial.

Page 6: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 6/113

 

 

TRATADOS INTERNACIONAIS

1. RECEPÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS (T.I.)

1.1 Natureza jurídica dos T.I.: A CF, no seu art. 4º, I, fala da independência nacional

nós adotamos o dualismo jurídico

existem 2 ordens jurídicas:

a) nacional.b) internacional: importância: uma norma de D. internacional não produz efeitos imediatos dentrterritório nacional: nossa CF não adota o P. da Recepção automática: em alguns países, a norma dInternacional produz efeitos imediatos dentro do território nacional. Ex. Portugal, Alemanha.

Uma norma de D. internacional só produz efeitos no Brasil se for recepcionada de acordo com odetermina a CF.

A CF traz as fases para que uma norma de D. Internacional seja recepcionada no Brasil:

1º) O Presidente, no exercício da função de Chefe de Estado, assina o tratado internacional (subscreart. 84, VII, CF.2º) O CN deve aprovar/ referendar o TI art. 49, I, CF através de um decreto legislativo.

Dualismo mitigado/abrandado: A CF não exige Lei para aprovação do TI, ela exige um decreto legisla

3º) Promulgação do TI através de um decreto do Chefe do Executivo

QUESTÃO: o TI tem por objeto a pesca de bacalhau entre Brasil e Paraguai: a natureza jurídica é dordinária/ norma subconstitucional.

Quando o TI dispuser sobre assuntos tratados em lei ordinária brasileiras, terá mesma natureza dest

2. NATUREZA JURÍDICA DO T.I. QUE TENHA POR OBJETO D.H.

A doutrina não é pacífica quanto à natureza jurídica.

Posições:

1ºC) norma supraconstitucional (acima de CF) Bidart Campos, Celso Albuquerquer Melo2ºC) norma constitucionais Flávio Trovesan, Valério Masule, LFG3º C) norma infraconstitucionais (com natureza de lei ordinária) STF até 2007.

Page 7: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 7/113

 

 

A EC 45/04, §3º, art. 5º, trouxe o seguinte texto: COLOCAR O TEXTO

Essa EC deu aos TI que tratem de D. H. equivalência de emenda constitucional, desde que aprovadaC.N.

STF: aqueles T.I. anteriores à EC 45 que tenham por objeto D.H. Ex. Pacto de São José da Costa Rterão natureza jurídica de norma supralegal (acima da lei e abaixo da CF)

Por isso, hoje não é possível a prisão do depositário infiel.

NACIONALIDADE

POVO: é a pessoa humana ligada a um determinado território por um vínculo político-jurídico denominacionalidade.

Portanto, povo é aquilo que a CF denomina de nacionais.Se existir um vínculo entre o território e povo, estamos diante de nacionalidade.O estrangeiro não possui vínculo político-jurídico denominado nacionalidade.

1. Espécies de nacionalidade

1.1  Nacionalidade originária (primária, de 1º grau, nata): é aquela que resulta de um fato natuinvoluntário denominado nascimento.1.2  Nacionalidade secundária (2º grau, adquirida, por aquisição, por naturalização): aquelaresulta de um ato jurídico e voluntário denominado naturalização.

2. Critérios determinantes da nacionalidade originária: cada Estado possui o direito, em decorrêncsoberania, de escolher os critérios determinantes da nacionalidade originária. São dois:

2.1 Critério do solo (territorialidade ou iu soli )

2.2 Critério de sangue (ius sanguinis)

QUESTÃO: o que leva um País a adotar um ou outro critério? A doutrina traz: os países de emigraçãoregra, adotam o critério de sangue, para que consigam manter os filhos de seus nacionais como naciona

Os Estados de imigração, em regra, adotam o critério de solo, para que possam incorporar os filhoimigrantes em sua nacionalidade.

O Brasil é um Estado de imigração

3. Análise do art. 12, I, CF

Primária: art. 12, I, CF Secundária: art. 12, II, CF:

a)  tácitab) expressa:

Page 8: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 8/113

 

 

b.1) ordinária:

todos os estrangeiros, MENOS os originários de Países de língua portuguesa todos os originários de língua portuguesa, MENOS os portugueses portugueses legais lei 6.815/80.

b.2) extraordinária

3.1 NATOS (art. 12, I, CF)

alínea A: nascidos na RFB: entenda: os nascidos no território da RFB. O critério adotado foi territorialidade.

Regra: nasceu no território da RFB, não interessa a nacionalidade do país, será brasileiro nato.EXCEÇÃO: Se um dos pais estiver a serviço de seu país de origem, a criança nascida não será bras

nato.

Ex.1: Boliviano de férias no Brasil. Sua esposa dá a luz aqui: criança será brasileiro nato.Ex.2: Boliviano vem para o Brasil com sua esposa grávida, a serviço da Argentina. A criança que nascer será brasileiro nato.Ex.3: Boliviano vem para o Brasil com sua esposa grávida, a serviço da Bolívia. A criança que aqui nasceserá brasileiro nato.

Se os estrangeiros estiverem a serviço de um organismo internacional, seus filhos não serão brasilnatos, pois para estar a serviço de um organismo internacional ele estará a serviço indiretamente depaís.

Ex. INTERPOL, UNESCO, FMI, ONU, TPI, OMS.

Alínea B: nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviçBrasil. Critério adotado: direito de sangue + critério funcional.

República Federativa do Brasil: Pessoa jurídica com capacidade política: União, Estados-membros, Municípios Administração Pública Direta e indireta: o brasileiro deve estar a serviço desses entes.

Na ordem internacional, só é sujeito de personalidade jurídica RFB

Se o brasileiro estiver de férias, não lhe será aplicado o disposto da alínea B.Se o brasileiro estiver jogando pela CBF: o brasileiro não estará a serviço da RFB (o mesmo racioserve para o Comitê Olímpico).

QUESTÃO: Brasileiro que, a serviço do Brasil, adota criança de outro País:

1ª C) A CF não permite tratamento diferenciado entre filhos adotivos e os de sangue: o adotadobrasileiro nato.

Page 9: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 9/113

 

 

2ª C) Para Novelino: será brasileiro naturalizado: entende que se está diante de um conflito de princípioSe esta criança tiver nacionalidade originária e se ela tornar brasileiro nato, poderá chegar aos ca

privativos de brasileiro nato.Por isso, nega-se a condição de nato, pois deve prevalecer a segurança nacional em detrimento

da dignidade da Pessoa Humana.

Alínea C:

apátria: conflito negativo de nacionalidade: ocorre na confusão entre os critérios de sangterritorialidade.Possibilidades:

a)  a criança é registrada em Repartição Competente Brasileira no estrangeiro: consulados, embaixadasb) a criança a qualquer tempo venha residir no Brasil e a qualquer tempo opte pela nacionalibrasileira.

Requisitos para aplicação da alínea C:

a)  Filhos de brasileiros nascidos no estrangeirob) Nenhum dos pais estar a serviço do Brasil.

Duas possibilidades:

a)  registro na repartição competente brasileira OUb) venha residir no território nacional e atingida a maioridade, opte pela nacionalidade brasinacionalidade potestativa: depende da manifestação de vontade e só quem pode fazer essa manifestaa criança em situação, pois é ato personalíssimo.

3.2 NATURALIZADOS (art. 12, II, CF)

3.2.1. Espécies:

3.2.1.1: tácita: é uma exceção, pois, em regra, a naturalização depende da manifestação de vontadnaturalizando. A única exceção foi a grande naturalização de 1891.

A constituição de 1891, art. 69, §4º, trazia essa exceção, pois nessa época havia muitos estrangeirnós desejávamos incorporarar essas pessoas à nacionalidade brasileira para que eles começassem a pimpostos.

Todo estrangeiro teve de comparecer a uma repartição pública brasileira para firmar sua nacionali

originária. Caso não o fizesse em prazo determinado, tacitamente passaria a ser brasileiro naturalizado.

3.2.1.2: expressa:

a)  ordinária: não cria direito público subjetivo para o naturalizando. Por mais que este preenchrequisitos, ele não tem direito líquido e certo à naturalização. Assim, o ato de conceder a naturalizaçdiscricionário.Vai depender da oportunidade e conveniência política

Page 10: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 10/113

 

 

b) extraordinária: cria direito público subjetivo para o naturalizando. Se os requisitos forem preenchidnaturalizando terá direito à naturalização. Ele terá direito líquido e certo à naturalização. Assim, o atnaturalização é vinculado.

Espécies de naturalização expressa ordinária

a) todos os estrangeiros, menos os originários de língua portuguesa (art. 12, II, a, CF): os que na formlei

Lei 6.815/80, art. 112 e ss define os requisitos para a naturalização. Ex. Italiano, americano, espanho

Requisitos:

. permanência no território nacional pelo prazo mínimo de 4 anos: residência contínua

. capacidade civil

. saber ler e escrever no idioma nacional: língua brasileira

. ter condições para sua manutenção no território nacional

. ter boa saúde: esse requisito não teria sido recepcionado pela CF em face do Princípio da DignidadPessoa Humana.

Esses requisitos são aplicáveis apenas aos estrangeiros que NÃO sejam originários de língua portugutampouco os portugueses.

Procedimentos:

. o estrangeiro vai até uma delegacia federal competente. o processo administrativo vai para o ministro da justiça

. o ministro expede um certificado de naturalização se todos os requisitos estiverem preenchidos, aléfazer uma análise da conveniência e oportunidade.. o ministro da justiça envia o certificado ao juiz federal do Estado em que o pedido foi feito.

a expedição do certificado não concretiza a naturalização

. o juiz federal marca audiência, com o comparecimento do MPF.

não vai para o juiz de direito porque a nacionalidade é matéria da Justiça Federal.

. após a audiência, o juiz entrega o certificado e a partir deste momento, o requerente será brasnaturalizado.. o requerente se dirige ao cartório de Pessoas Naturais e solicita a expedição de novo RG.

b) todos os originários de países de língua portuguesa, MENOS portugueses: angola, Moçambique, verde, guiné-bissau, Macau, Açores, timor leste, príncipe.

Page 11: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 11/113

 

 

Essa diferença em relação à naturalização anterior se dá em face dos laços históricos que possuem epaíses e o Brasil: luso-fônicos.

Requisitos art. 12, II, a, última parte:

. residência por 1 ano

. idoneidade moral.

c) portugueses: são chamados de quase-nacionais: sem deixar de ser português, portanto estrangpode exercer os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados: §1º, art. 12, CF, desde que ereciprocidade em favor de brasileiro em Portugal.

Essa reciprocidade existe desde 1972 e foi renovado em 22 de abril de 2000. O decreto que promuesse tratado é o nº 3.927/01. Por não se tratar de D.H tem status de Lei ordinária.

Português que ostenta essa qualidade de quase-nacional pode exercer direitos políticos, sendo apode votar, sendo exigido residência de três anos para isso.

Português pode ser servidor público

Ele só pode concorrer a determinados cargos. Lá em Portugal, os brasileiros só podem ser candidatoeleições locais. Pela reciprocidade, os portugueses só podem participar das eleições municipais.

Aos portugueses abrem-se 2 caminhos:

I.  sem deixar de ser português, ele é quase-nacional, desde que resida no paísII. ele pode se naturalizar brasileiro.

O português tem a liberdade de escolher o que deseja.

d) legais: estão no Estatuto do estrangeiro: Lei 6.815/80

São duas:

I.  naturalização precoceII.  naturalização em razão da colação de grau em curso superior.

São de difícil ocorrência e foram recepcionadas.

Espécies de naturalização expressa extraordinária

Prevista no art. 12, II, b, CFCria direito subjetivo

Page 12: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 12/113

 

 

Requisitos

. residência ininterrupta a mais de 15 anos

. sem condenação penal.

Preenchidos esses requisitos, desde que requeiram, o ato é vinculado.

aqui eles não precisam saber ler e escrever.

4. Diferenças entre brasileiros natos e naturalizados

Art. 12, § 2º, CF

Regra: não há diferença. É vedada pela CF o tratamento diferenciado.Exceção: essa possui exceções que somente a estão previstas na CF.

São 5 possibilidades de distinção:

I.  Exercício de cargos: art. 12, §3º. CFII.  Exercício de função: art. 89, VII, CFIII.  Propriedade: art. 222, CFIV.  Extradição: art. 5º, LI, CFV.  Perda da condição de nacional: art. 12, §4º, CF

Direito

Constitucional

Pedro

Taques

Nacionalidade (cont.)/Organização dos

Poderes

AULA 3

I Exercícios de cargos (art. 12, §3º. CF): motivos de linha sucessória do P Rep

II Exercício de função (art. 89, VII, CF): visa a segurança nacional.

Conselho da República: colegiado que assessora o P. Rep em determinadas funções. Dentre os integrantes, há a reserva para a participação de 6 brasileiros natos, em que pese os outros mempoderem ser brasileiros naturalizados.

III Propriedade (art. 222, CF):

OBS: não se está falando de estrangeiro. Este não é brasileiro.

art. 222, CF: Brasileiro naturalizado só pode ser proprietário de veículo de rádio ou tv após 10 anonaturalização.Fundamento: em razão da propagação da cultura nacional e não propagação da cultura estrangeira.

Page 13: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 13/113

 

 

IV Extradição (art. 5º, LI, CF)

Brasileiro nato não pode ser extraditado.Brasileiro naturalizado pode ser extraditado nos seguintes casos:

a)  crime comum praticado antes da naturalizaçãob) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de drogas a qualquer momento

... na forma da lei: a CF, nesse ponto, necessita de ser integrada por uma norma subconstituciTrata-se de uma norma de eficácia limitada. Necessita de regulamentação. Em face disso, hoje, nãpossibilidade do brasileiro naturalizado ser extraditado.

ALGUNS ADENDOS:

a) expulsão: está prevista no Estatuto do Estrangeiro (lei 6815/80). Só estrangeiro pode ser expulso.veda o exílio/degredo

Quando se dá a expulsão: o estrangeiro comete um crime dentro do território nacional, em regra,   julgado, condenado e cumpre a pena. Após isso, ele é expulso. É possível, também que ele seja expantes do término do cumprimento da pena, desde que exista tratado internacional em que o Brasioutro Estado sejam signatários.

O juiz decreta a prisão para fins de expulsãoA PF é que realiza o IP.

QUESTÃO: A existência de filhos sob a guarda do estrangeiro impede a expulsão? Resp: súmula 1, impede a expulsão a existência de filhos.

b) deportação: só estrangeiro pode ser deportado.O estrangeiro adentra no território nacional e viola uma regra administrativa: chamado iadministrativo.

O deportado pode voltar, desde que resolva suas pendências administrativas.

c) extradição. Espécies:

extradição ativa: aquela requerida pelo Brasil de um indivíduo a outro Estado extradição passiva: um Estado estrangeiro requer ao Brasil a entrega de um indivíduo.

A extradição é um dos institutos de cooperação jurídica internacional

daqui para frente, só será tratado da extradição passivaUm estrangeiro comete um crime fora do território nacional e vem para o Brasil fugido: exped

mandado de prisão internacional que se fundamenta numa prisão temporária ou processual.Esse mandado de prisão é expedido pela INTERPOL (organismo internacional)O STF pode decretar a prisão para fins de extradição

Page 14: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 14/113

 

 

REGRAS PARA EXTRADIÇÃO

. só será extraditado se existir tratado internacional entre o Estado requerente e o Brasil ou, ao mpromessa de firmação desse tratado.. só haverá extradição se o fato que fundamenta a extradição for considerado crime no Brasil tambémfor contravenção, não será possível a contravenção em face do Princípio dupla da incriminaçãotipicidade (devem existir os mesmos elementos do crime e não, necessariamente, o mesmo nome).. não haverá extradição se o crime, de acordo com a legislação nacional, estiver prescrito. P. da comutação: no Brasil não existe pena de morte, nem prisão perpétua. Por isso, se o cidadãcondenado no outro país a essas penas, o Brasil exigirá que haja comutação para a pena máxima danos.. só extraditamos portugueses para Portugal em virtude da reciprocidade.. a existência de filhos brasileiros ou cônjuges não impede a extradição.. não extradita-se em razão da prática de crime político ou de opinião.

é possível a prática de crime comum com motivação política e, nesse caso, poderá haver extradição.

d) entregaÉ um instituto criado pelo tratado de Roma. Esse tratado criou o TPI.A EC 45 constitucionalizou o TPI.

diferença entre a entrega e a extradição

. entrega: Estado estrangeiro X organismo internacional (TPI)

. extradição: Estado estrangeiro X Estado estrangeiro

QUESTÃO: nacionais natos podem ser entregues ao TPI? Francisco Resek entende que é possível, uma

que o TPI não é Estado estrangeiro e ele só julgará se a jurisdição nacional falhar P. da especialidade.Ademais, o TPI teve aceitação pela CF e não há reservas.

QUESTÃO: estrangeiro na condição de refugiado pode ser extraditado? O STF pode decidir sobextradição sem a manifestação do PRep? O STF está decidindo sobre isso.

V Perda da condição de nacional (art. 12, §4º, CF)

Só brasileiro naturalizado pode perder a condição de nacional em razão da prática de atividades noao interesse nacional.

atividade nociva ao interesse nacional: não existe no Brasil nenhuma lei ou regra que a defina.Brasileiro naturalizado que a perde em face de atividade nociva, só poderá voltar a ser brasileiro

virtude de ação rescisória e dentro do prazo previsto no CPC.

Page 15: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 15/113

 

 

5. Perda da nacionalidade

Todo brasileiro que voluntariamente adquire outra nacionalidade, em regra, perde a nacionalibrasileira.

EXCEÇÕES (§4º, art. 12, CF)

a) Se adquirir outra nacionalidade de acordo com a lei estrangeira e essa nacionalidade for originConflito positivo de nacionalidade. A nacionalidade originária é ofertada pela legislação estrangeirafilhos de italianos, italianos natos são.

É a chamada polipátria, dupla nacionalidade, dupla cidadania.

b) se a aquisição da nacionalidade estrangeira decorrer de imposição de Estado estrangeiro para exerde direitos civis

HEIMATLOS: apádrida.

ORGANIZAÇÃODOS PODERES

Elementos Constitutivos do Estado:

. Território: ok

. Povo: ok nacionalidade

. Objetivos ok

. Poder tema desse tópico

Poder:

1ª acepção: poder no sentido de soberania popular: Todo poder emana do povo. Essa soberania popuuna e se manifesta através de órgãos que exercem as funções legislativas, executivas e judiciárias.

Pequeno histórico

Por volta de 340 a.c., Aristóteles em seu livro denominado Política disse: aquele ser que exerce o pdentro de uma sociedade se manifesta, basicamente, através das seguintes atribuições:

1.  Ele cria norma geral2.  Ele aplica norma geral3.  Ele mesmo resolve os conflitos advindos da aplicação da norma geral.

Até 476 a.c., tinha-se a Antiguidade Clássica: queda do Império Romano no ocidente: ruralizaçãsociedade.

Com essa ruralização, houve a manifestação de centros que exerciam o poder senhores feureis, príncipes, igrejas, corporações de ofício.

Page 16: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 16/113

 

 

Inicia-se a Idade Média 476 a.c até 1513Em 1513 Maquiavel escreve O Príncipe.Esses vários centros se unificam num só ser: nascimento do Estado-nação na Europa.Essa unificação se deu em face da unificação do comércio e outros.Aqui nasce o chamado Estado Absoluto que é o primeiro momento do que se denomin

Estado Moderno.A partir do Estado Absoluto, um só ser passou a exercer aquelas 3 atividades elencadas

Aristóteles

1513 a 1789 Vários pensadores começaram a analisar as teses de Aristóteles 1690 Jonh Lock escreve 2º Tratado sobre Direito Civil Aristóteles está coberto de razão. 1748 Montesquie escreve O espírito das leis: tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mcolegiado desempenhar as 3 atividades: combatem o Estado absoluto melhor seria se cada atribfosse desempenhada por pessoas distintas. Com isso ele criou a divisão orgânica. 1789 Revolução Francesa: os fundamentos de Montesquie fundamenta a criação do Estado de Dire

Esse Estado de Direito se fundamenta:

a.  divisão orgânica de Montesquieb.  direitos e garantias do cidadão, frente a quem está no Poder.

Montesquie não criou as atribuições, elas já existiam. Todas as CF, menos a de 1824, adotaram a divorgânica de Montesquie.

A CF de 1824 adotou a Teoria do Poder Moderados ou 4º Poder, baseado no livro de Benjamin ConstA divisão orgânica está no art. 2º, CF.

Compreensão constitucionalmente adequada da divisão orgânica de Montesquie: deve-se entend

teoria de acordo com a realidade atual.

1. Atribuições típicas e atípicas dos 3 órgãos que exercem parcela de poder.

1.1 Legislativo: possui 2 atribuições típicas/primárias/básicas

a)  Inova a ordem jurídica, criando aquilo que se conhece, genericamente, por Lei - art. 59, CFb) Fiscaliza:

Espécies:

. Fiscalização político-administrativa: é desempenhada pelas comissões art. 58, CF

. Fiscalização econômico-financeira, auxiliado pelo Tribunal de Contas arts. 70 a 75, CF

Os Parlamentos europeus surgiram com a função de fiscalizar o rei (matéria tributária). Só passarexercer a política-administrativa com a Revolução Francesa.

Atribuições atípicas/secundárias

Page 17: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 17/113

 

 

a)  administra seus assuntos internos art. 51 e 52, CFb)  julga art. 52, § único, CF

SF julga Presidente da República pelo crime de responsabilidade

  Executivo: atribuição típica: Aplica a lei ao caso concreto, administra a coisa pública.

Atribuições atípicas

a)  legisla. Ex. MP, decretos

OBS: Lei delegada: é exceção ao P. da Indelegabilidade e não é função atípica

b)  Julga. Ex. Processo Licitatório, PAD, Concurso Público (inscrição indeferida, a pessoa readministrativamente).

  Judiciário: Atribuição típica: aplica a lei ao caso concreto, substituindo a vontade das paresolve o conflito com a força definitiva, defesa de direitos fundamentais, resolve os conflitos entPoderes, faz o controle de constitucionalidade.

Atribuições atípicas:

a)  administra seus assuntos internos (autogoverno dos tribunais). Ex. elege seus órgãos diretivos própregularmenta seus assuntos internos.b) legisla. Ex. confecção do Regimento Interno, súmula vinculante.

A classificação entre funções típicas e atípicas visa garantir o P. da Independência dos Poderes. Ressse que essa independência não é inteiramente separativa, deve-se entendê-la como ausênciasubordinação entre os Poderes do Estado.

PODER LEGISLATIVO no sentido de função

1. Disposições Gerais

O Legislativo da União é exercido pelo C.N. e é bicameral, enquanto o dos Estados e Municíp

unicameral.Bicameral: duas casas: Câmara dos Deputados e S.F.O nosso bicameralismo é do tipo federativo que é uma consequência da forma de Estado adotada

CF: Federação.Uma das características da Federal é a participação dos Estados na formulação das leis.

Bicameralismo federal de equilíbrio ou equivalência: ambas as casas do C.N. são igualmente importa

Page 18: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 18/113

 

 

Formas de manifestação do Legislativo da União

a.  Só o CD (art. 51, CF): por resoluçãob.  Só o SF (art. 52, CF): por resoluçãoc.  C.N. (art. 49, CF): sem a participação do Chefe do Executivo: Decreto-Legislativod.  CD SFSF CD Lei ordinária ou lei complementar, com a participação do Chefe do Executivo

(art. 48, CF)e) Poder legislativo investido no Poder Constituinte Derivado reformador: EC (art. 60, CF): separticipação do Chefe do Executivo

Alguns conceitos:

1.  Legislatura: lapso temporal de 4 anos que corresponde ao mandato do Deputado Federal (art. único, CF)2. Uma Legislatura se divide em 4 seções legislativas de 1 ano cada (art. 57, CF) que assim se divide:

fev a 17 de julho; 1º de agosto a 22 de dez

Teoria das maiorias: os colegiados se manifestam através da maioria dos votos, respeitando os dirdas minorias

y  513 deputadosy  81 senadores

CASO HIPOTÉTICO 100 parlamentares

1º) Maioria absoluta de votos: é fixa, não se altera. Primeiro número inteiro acima da metade dos memda casa legislativa. Ex. 51 parlamentares.

Direito ConstitucionalPedro

TaquesOrganização dos Poderes/Processo Legislativo

AULA 4

Não há deliberação legislativa, sem que, ao menos, não esteja presente a maioria absoluta. E

membros presentes: não tem quorum para deliberação, pois falta um membro para completar a maabsoluta art. 47, CF.

2º) Maioria relativa: é variável e depende do número de parlamentares presentes à sessão.Qualquer maioria, desde que se faça presente, ao menos, a maioria absoluta de votos.Ela é a regra. Assim, toda deliberação legislativa, em regra, deve ser tomada pela maioria rela

Quando assim não o for, a CF disporá sobre a exceção expressamente.

Page 19: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 19/113

 

 

3º) Maioria qualificadaSe expressa através de fração. Ex. 2/3, 2/5 dos votos. É mais difícil de ser alcançada

Deputados Federais

São 513 e são representantes do povo art. 45, CF

POVO: brasileiro nato + naturalizados

São escolhidos como representantes do povo. O número de deputados federais leva em conquantidade de população do Estado. Nenhum Estado pode ter menos 8 e mais de 70 deputados federa

Para Estados menos populosos: menor número de deputados federaisPara Estados mais populosos: maior número de deputados federaisNo caso de Território, este terá direito a 4 deputados federaisExiste lei que traz a regra da quantidade de deputado EstadualO número de deputados federais repercute no número de deputados estaduais

DEPUTADOSFEDERAIS

DEPUTADOSESTADUAIS

8 X 3

24

10 X 3

10

12 X

 3

36

13 X 3

37

14 X 3

38

40 X3

64

Cada deputado federal exerce mandato de 4 anos (legislatura)

Senadores

São representantes dos Estados-membros e do DF. Cada Estado tem direito a eleger 2 SenadoresTerritório não tem direito a eleger senadores porque não é Estado.Cada senador exerce mandato de 8 anos, passando por duas legislaturas.

Page 20: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 20/113

 

 

A renovação, portanto, é feita diferente daquela que acontece na Câmara: 1/3 (27 senadores) e 2/senadores) a cada 4 anos.

Cada senador é eleito com 2 suplentes

Sistemas eleitorais

São regras que definem os eleitos e como eles serão eleitos. É a forma como os representantes assue exercem o poder, pois nós vivemos numa democracia representativa.

No Brasil, adotaram-se dois sistemas:

a)  Sistema eleitoral majoritário: valoriza-se o candidato registrado por partido político. Cada papolítico só pode lançar um candidato por cargo em disputa. É adotado nas seguintes eleições: PresidGovernadores, Prefeitos e Senadores.

Esse sistema se subdivide em:

a.1) sistema majoritário absoluto ou com 2º turno de votação: eleição para Presidente, Govern

Prefeitos de Município com mais de 200.000 ELEITORES: Aqui a CF exige que o candidato eleito alcancmínimo, a maioria absoluta dos votos válidos*. Caso isso não ocorra, ter-se-á 2º turno. Ex. 100 vválidos: A ganhou 35, B ganhou 36 e C ganhou 29: com esse resultado, ter-se-á 2º turno.

*São aqueles ofertados, subtraindo-se os em brancos e nulos. Assim, esses 2 últimos não entramcontagem: art. 77, CF

a.2) sistema majoritário do tipo simples: senador e prefeitos de Municípios com menos de 200eleitores.

b)  S

istema eleitoral proporcional : valoriza-se o partido político pelo qual o candidato dispueleição. Cada partido político pode lançar mais de um candidato, independente do número de cargodisputa. É adotado nas seguintes eleições: deputado federal, deputado estadual e vereadores.

Nesse sistema, nem sempre o mais votado será eleito. Daí é que os partidos lançam puxadores de votoÉ possível também por este sistema votar no candidato ou no partido político (voto de legenda)Para se chegar aos eleitos, precisa-se passar por algumas fases.

Etapas ou fases para definição dos eleitos no sistema eleitoral proporcional

1.  Encontrar o número de votos válidos: subtraem-se os votos em brancos e nulos do númerode votos2.  Encontrar o quociente eleitoral: divisão do número de votos válidos ofertados pelo númerocadeiras/cargos em disputa (sempre lembrando o mínimo e máximo)3.  Encontrar o quociente partidário: divisão do número de votos válidos ofertados ao papolítico pelo número de quociente eleitoral4.  Os eleitos dentro de cada partido5.  técnica da divisão das sobras

Page 21: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 21/113

 

 

Ex. Eleição para Deputado Federal

1.000.000 votos válidos

Estado com 10 cargos para deputado federal: divide-se 1.000.000 por 10: 100.000 (quociente eleitoral)

A recebeu 300.000: 3 deputadosB recebeu 200.000: 2 deputadosC recebeu 70.000: nenhum deputado

Mesas

. Conceito: órgão de direção de um colegiado que é encarregado da direção administrativa da casa aestá vinculada.

No legislativo da União tem-se 3 mesas:

1. Mesa da Câmara dos Deputados: composta somente pelos deputados federais2. Mesa do Senado Federal: composta somente pelos Senadores3. Mesa do Congresso Nacional: composta por senadores e deputados federais

. Cargos que compõem as mesas (estão no Regimento Interno): Presidente, 1º Vice-Presidente, 2º Presidente, 1º, 2º, 3º e 4º Secretários.

O Presidente do SF, automaticamente, é o Presidente do C.N.Os demais cargos, da mesa do C.N., são exercidos por Deputados Federais e Senadores, nessa or

que exercem os cargos nas mesas da Câmara dos Deputados e Senado Federal (art. 57, §5º, CF)

Ex. 1º Vice-Presidente do C.N. Deputado Federal que é 1º Vice na Câmara2º Vice-Presidente do C.N. Senador que é 2º Vice no Senado FederalE assim por diante

O Presidente da C.D. não ocupa nenhum cargo na mesa do Congresso Nacional

O mandato para os cargos das mesas é de 2 anos, VEDADA a reeleição para o mesmo cargo na eleseguinte: art. 57, §4º, CF. Ressalte-se que essa proibição não se aplica às mesas das Câmaras Estaduais.

. Importância de se presidir a mesa

O Presidente da Câmara e do Senado estão na linha sucessória do Presidente da República O Presidente da mesa escolhe os assuntos que entrarão na pauta.

. Importância que a CF deu às mesas: A mesa da Câmara dos Deputados e do SF tem legitimidade para ajuizar ADIN A EC será promulgada pela mesa da Câmara e a mesa do SF: art. 60, §3º, CF

Page 22: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 22/113

 

 

2. Processo legislativo constitucional 

. Devido Processo legislativo Constitucional

O art. 59, CF decorre do art. 5º, II, CF (P. da liberdade de ação/legalidade) tudo é permitido, desdenão seja proibido)

Só a lei pode proibir que se pratique determinada ação.A CF exige lei, mas a lei que observa os preceitos nela estabelecidos para o devido processo legislativAssim, o devido processo legislativo assegura a liberdade de ação em face do Estado.Tal é a importância que se a lei não obedecer ao devido processo legislativo ela será inconstitucional

. Conceito de devido processo legislativo constitucional: conjunto de fases, etapas previstas na CFdevem ser seguidas, obedecidas na criação da lei, sob pena de inconstitucionalidade. É o caminho pafazer uma lei.

. Espécies de processo legislativo

a)  Processo Legislativo ordinário/comum: é a regra. É aquele que deve ser obedecido pelos projetos dordinária e/ou complementarb) Processo Legislativo sumário (curto, reduzido): é aquela que o chefe do Executivo solicita URGÊNCIAprojetos de lei de sua iniciativac)  Processo Legislativo especial: aquele que não segue a regra ordinária. Na realidade, existem vprocessos legislativos especiais

Alexandre de Morais entende que a Lei complementar não segue o processo legislativo comum e sESPECIAL, em razão do quorum de votação que de maioria absoluta

A. Processo Ordinário/Comum

FASES

1.  Iniciativa (disposição, proposição, capacidade legislativa, competência legiferante): quem apresentar projeto de lei? Art. 61, CF. Todo projeto, em regra, começa sua tramitação na Câmara, sesta a casa iniciadora. Assim, em regra, o SF é a casa revisora. Exceções: projeto começa no SF no projeto de lei apresentado por senador; projeto apresentado por comissão no SF.

Espécies de iniciativa:

a)  Iniciativa privativa/reservada: a CF determina que apenas um legitimado pode apresentar projetos da respeito de determinados temas: art. 61, §1º, CF; art. 93, CF. Se essa iniciativa privativa for desrespeia lei será formalmente inconstitucionalb)  Iniciativa comum: a CF não reserva a nenhum dos legitimados a iniciativa sobre o tema. A iniciaportanto é geral

Page 23: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 23/113

 

 

c)  Iniciativa popular: art. 61, §2º, CF. A CF permite que o povo apresente proposta de lei. Isso é o exerda Democracia Participativa ou Direta.

2. Debate ou discussão: a essência do parlamento é o debate. E esse debate ocorre nas duas clegislativas, nos momentos apropriados.

Momentos:

a) O projeto é analisado na CCJ: todo o projeto de lei, obrigatoriamente, deve ser debatido 1º pela Ccomissão analisa a constitucionalidade do projeto CONTROLE PREVENTIVO DO PROJETO DE expedindo um parecer.b) Na comissão temática ou material: o projeto é aprimorado através de audiência pública. Para comissão são convidadas pessoas da sociedade: professores, pesquisadoresc)  Esses debates ocorrem na C.D. e depois no SF, em regra.

3.  Votação/aprovação

100 parlamentares: 60 presentes

Se for um projeto de lei ordinária, a CF exige maioria simples: voto de 31 parlamentares, desdepresentes 51, no mínimo (art. 47, CF)Se for um projeto de lei complementar, a CF exige maioria absoluta: voto de 51 parlamentares, desdepresente 51, no mínimo (art. 69, CF)A diferença está no quorum para aprovação.

4.  Sanção/Veto

. Justificação do Chefe do Executivo no processo legislativo: o Presidente da Rep participa comomecanismo de controle do Executivo ao Legislativo (P. dos freios e contra-freios). O Presidente evhipertrofia do Legislativo.

. Sanção: é a concordância, aquiescência do Chefe do Executivo com os termos do projeto.

Espécies de sanção:

a)  expressa: aquela editada, exarada no prazo de 15 dias úteisb)  tácita: silêncio do Presidente da Rep nos 15 dias que importe em aprovação por transcorrer o prazo

chamado silêncio qualificado que cria direitos.

. Veto: é a contrariedade, discordância do Chefe do Executivo com os termos do projeto.

Regras do Veto:

a)  não existe veto tácito, todo veto deve ser expresso e com a devida motivação.b) não existe veto absoluto, uma vez que ele pode ser afastado pelo CN.

Page 24: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 24/113

 

 

Espécies de veto:

a) Veto quanto ao conteúdo

a.1) conteúdo jurídico: aquele em que o chefe do executivo entende que o projeto é inconstituciincompatível com a CF. É uma espécie de controle preventivo de constitucionalidade.a.2) conteúdo político: o projeto é constitucional, embora não seja oportuno ou conveniente. interesse político para sanção do Presidente da Rep: art. 66, §1º, CF: ... ou contrário ao interesse

b) Veto quanto à extensão

b.1) veto total: a contrariedade do chefe do Executivo se revela em relação a todo o projetob.2) veto parcial: a contrariedade do chefe do Executivo se revela em relação a partes do projetPresidente da Rep só pode vetar parcialmente artigo, parágrafo, inciso ou alínea inteiros. Ele não pode palavras ou expressões: art. 66, §2º, CF.

Fundamento do veto parcial: para evitar o chamado contrabando legislativo ou caudas legais.

Para José Afonso as fases do processo legislativo se dividem: a) iniciativa; b) Constitutiva (englobaddeliberação legislativa e executiva); c) complementar

Direito Constitucional Pedro Taques Processo Legislativo (cont.)

AULA 5

Contrabando Legislativo / caudas legais / rabos da lei

Introdução em um P.L. de um tema ou artigo que nada tem haver com o objeto, com o todo do ProjeLegislativo.

Ex. Objeto de P.L. sobre cultivo da soja no semi-árido no nordeste. O deputado insere nessa P.L.dispositivo que concede gratificação aos delegados federais.

Se não existisse veto parcial, o Presidente teria que vetar todo P.L.

Embora o Presidente não possa vetar palavra, o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade depalavra e, para isso, ele está se valendo do Princípio da Parcelaridade (O Poder do STF de reconheinconstitucionalidade de uma palavra).

O veto é medida relativa, por isso ele pode ser afastado pelo C.N.

Procedimento para derrubar o veto:

a) O CN, em sessão conjunta, é o competente para derrubar o veto.

Page 25: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 25/113

 

 

* sessão conjunta: a sessão se dá no mesmo instante, mas a votação se dá por casa. Para a derrubada dveto: maioria absoluta do S.F. e maioria absoluta da C.D.

* sessão unicameral: a reunião se dá no mesmo instante e a votação se faz numa única casa. Aqui a mae a junção dos senadores e dos deputados, mas estes têm de estar em sua maioria presentes.

b) O CN tem o prazo de 30 dias para se manifestar a respeito da derrubada do veto. Se não houvermanifestação, haverá trancamento da pauta (paralisação de todas as deliberações, menos MP cujo pnão pode ser interrompido).

RESUMO: CN, maioria absoluta, sessão conjunta, até 30 dias, sob pena de trancamento da pauta, mMP art. 66, §4º, CF

c)  Se o CN derrubar o veto, o CN envia para o Presidente da Rep para que ele promulgue a LEI no prazaté 48 hs.Se o Presidente não promulgar a lei em até 48 hs, o Presidente do SF deverá fazê-lo em até 48 hs. Casonão o faça, o Vice-Presidente do SF deverá fazê-lo em até 48 hs.

5.  Promulgação

O que se promulga já LEI e não mais PROJETO. É o ato que atesta a existência da lei. Atesta que a o jurídica foi inovada.

6.  Publicação

É o ato que marca a obrigatoriedade da lei respeitado o vacatio legis - e a partir dela ninguém pode aque desconhece a lei.

B. Processo legislativo sumário

Sumário: curto, acanhado

É aquele que o chefe do Executivo nos projetos de lei de sua iniciativa solicita urgência.Ele não é obrigatório. Portanto, o Presidente da Rep pode solicitar urgência apenas nos projetos d

de sua iniciativa.

. A CD tem até 45 dias para se manifestar. Ultrapassado este período, haverá trancamento de pauta, m

MP. A CD aprovou e envia ao SF. Esse também terá até 45 dias para se manifestar. Caso ultrapasse período, haverá trancamento de pauta, menos MP

ATÉ AQUI: TOTAL DE 90 DIAS

Page 26: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 26/113

 

 

. Caso o SF emende o PL, a parte que sofreu alteração volta para o CD que terá o prazo de 10 dias.

ATÉ AQUI: TOTAL DE 100 DIAS

art. 64, §1º, CF

C. Processo legislativo especial

Na realidade, não existe apenas um processo legislativo. Existe um processo para cada espécie normprevista no art. 59, CF, salvo LO e LC (estas seguem o rito comum)

Modalidades legislativas / Espécies normativas

. art. 59, I, IV, IV, VI e VII, CF

. As regras sobre processo legislativo são de reprodução obrigatória em sede legislativa. Caso a Constit

Estadual estabeleça de forma diversa, haverá inconstitucionalidade.

I EMENDA CONSTICIONAL

Poder Constituinte Originário: aquele que cria uma CF e, por consequência, dá nascimento ao Estado

. A cada Constituição, tem-se um Estado.

. É ilimitado juridicamente: significa dizer que no momento em que ele inicia seus trabalhos, ele não em regra, de observar a nenhuma norma.

Não existem limites jurídicos, mas sim limites sociais e contextuais

. A Constituição tem de ser eterna, mas não imodificável, pois a realidade social é cambiante.

. Esse poder cria 3 poderes/órgãos constituídos: legislativo, executivo e judiciárioO poder originário outorga a um dos poderes constituídos a força de alterar a constituição/competê

reformadora originando o Poder Constituinte Derivado Reformador.

Poder Constituinte Derivado Reformador: aquele que tem competência reformadora

1.  Limite procedimento / formal / processo legislativo especial da emenda

2.  Limite circunstancial3.  Limite material4.  Limite temporal

1.  Limite procedimental: nada mais significa do que o processo legislativo de elaboração da emendesse processo é especial, significa que nossa CF é do tipo rígida

Page 27: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 27/113

 

 

FASES

a)  Iniciativa (quem pode apresentar proposta de EC) (art. 60, I, I, e III, CF)

no mínimo 1/3 dos deputados federais ou dos senadores Presidente da República mais da metade das Assembléias Legislativas: a CF não diz onde deve iniciada, mas o regimento do Sque será nesse órgão.

QUESTÃO: Existe proposta de EC de iniciativa popular?

1ª C) José Afonso: é possível a apresentação de uma PEC pelo povo. Para isso, deve-se fazer interpretação sistemática conjunta dos arts. 1º, § único; arts. 60, 61 ,§2º, CF

O STF já entendeu que algumas constituições estaduais prevêem PEC pelo povo são constitucionais

2ª C) Não é possível porque a CF expressamente gerais são os legitimados

b) Debate/discussão

A PEC deve ser discutida por uma comissão especial que analisará sua constitucionalidade

c)  Votação ou aprovação

A PEC deve ser debatida e votada em 2 turnos na CD e 2 turnos no SF. Em cada turno, é necessário 3/5votos, em cada votação

d) Promulgação

Não existe sanção/veto de PEC pelo Presidente Rep.O Presidente da Rep não promulga a emenda, quem a promulga são as mesas da CD e do SF. Ressaque não é a mesa do CN: art. 60, §3º, CF

Se uma proposta de EC foi rejeitada/arquivada em uma sessão legislativa, só poderá ser apresentadpróxima sessão legislativa: art. 60, § 5º, CF.

A mesma regra não se aplica aos casos de PL ordinário e PL complementar, pois se houver rejeiçãomaioria absoluta dos membros da casa, esse projeto poderá voltar a ser apreciado.

2. 

 

Limite circunstancial

A CF apenas poderá ser modificada quando houver pacificação social. Se houver síncopes constituciocomoção intestinal/interna, CF não pode ser modificada

a)  estado de sítiob) estado defesa art. 60, §1º, CFc)  intervenção federal

Page 28: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 28/113

 

 

3.  Limite material

Dizem respeito às cláusulas pétreas que constituem o núcleo eterno, imodificável da CF. Nesses temas,é super-rígida.A doutrina identifica 2 espécies de limite material:

a)  Limites materiais expressos: aqueles previstos no art. 60, §4º, CF:

I.  Proteção ao Pacto FederativoII.  Voto Direto: não existem intermediários entre o titular do poder (POVO) e aquele que exerpoder. Existe apenas uma única exceção: art. 80, CF

. Secreto/sigiloso: garantia de liberdade/independência daquele que vai votar.

. Universal: qualidade do sufrágio: não é possível o estabelecimento de distinções econômicas ou pesso

. Periódico: uma das características da República.

III.  Separação dos Poderes: serve para se evitar o arbítrio do absolutismo

QUESTÃO: Esses limites podem ser aumentados?

1ª C) Sim. Não se pode diminuí-los em razão do P. do não-retrocesso2ª C) Não. Não se pode diminuir, nem aumentar sob pena de se engessar a sociedade

b) Limites materiais implícitos: decorrem do sistema constitucional

A doutrina identifica 3 limites:

I.  Vedação de revogação do art. 60, CFII.  Impossibilidade de modificação do titular do Poder Constituinte Derivado Reformador: LegislativIII.  Impossibilidade de modificação do titular do Poder Constituinte Originário.

QUESTÃO: É possível a apresentação de uma PEC para facilitar a aprovação de EC? Isso não é possíveface da CF ser rígida, sob pena de descaracterizá-la igualando-se às normas legais.Pelo contrário, é possível enrijecer o procedimento de aprovação de lei.

4.  Limite temporal: a doutrina afirma, de forma majoritária, que a CF não possui esse limite

IV - LEI DELEGADA

natureza jurídica da Lei Delegada x MP

. Lei Delegada: exceção ao P. da Indelegabilidade. Um poder não pode delegar a outro poder o exercícsuas funções típicas. A delegação só será possível nos casos expressos na CF.

Page 29: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 29/113

 

 

. MP: é o exercício de uma função atípica pelo P. Executivo

Fases da Lei Delegada

1.  Iniciativa solicitadora

O chefe do Executivo deve solicitar autorização ao CN para inovar a ordem jurídica. Ressalte-se que não pode autorizar sem a solicitação do Presidente da Rep.O Presidente solicita essa autorização através de uma mensagem e o CN responderá por meiResolução.Determinadas matérias não podem ser delegadas: limites à delegação (art. 68, §1º, CF)

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao CongressoNacional.

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competênciaprivativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislaçãosobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

A Resolução pode ostentar um dos 3 caminhos possíveis:

a.  Negação da delegaçãob.  Autorização nos termos em que foi pedidoc.  Condicionamento da delegação

III - DECRETO LEGISLATIVO/RESOLUÇÃO

A CF não dispõe sobre o processo legislativo. Essa previsão consta nos Regimentos internos das casalegislativo.

. Decreto: espécie normativa que tem por objetivo veicular matéria de competência exclusiva do CN49). Em regra, produz efeitos fora do Congresso.

.Resolução: espécie normativa que tem por objetivo veicular matéria privativa do SF e CD. Em regra, prefeitos internos, dentro da casa legislativa.

Page 30: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 30/113

 

 

A CF não a conceituação. Em certos momentos, ela fala em Resolução quando devia ser decreto e versa.

Diferença entre LO e LC

1ª diferença: Diferença de ordem material: A CF reserva campo à LC. Algumas matérias só podemtratadas por LC. Se outra espécie normativa for utilizada, tem-se inconstitucionalidade material.

Em oposição, a LO não tem campo material

2ª diferença: Diferença de ordem formal: LC tem de ter aprovação por maioria absoluta (art. 69, CFpede maioria simples

O STF entende que não existe hierarquia entre esses 2 tipos de lei, porque ambas espécies normaretiram seu fundamentos de validade / seu encaixe lógico / seu nexo jurídico da CF

Lei formalmente complementar: quando LC versa sobre matéria de LO

DireitoConstitucional

Pedro TaquesProcesso Legislativo (continuação: lei delegada). Atribuição

fiscalizadora do Poder Legislativo: CPI. 

AULA 6

Lei formalmente complementar: quando LC versa sobre matéria de LO: para o tema A, a CF exige lei tema, entretanto, é veiculado por LO. Esta lei será inconstitucional formal/orgânica

Para o tema B, a CF não exige LC. O tema, entretanto, é veiculado por LC. Esta lei será constitucionformalmente complementar

Esta LC poderá ser alterada por Lei Ordinária? Sim, inclusive pode ser alterada por MP

Normas acerca do devido processo legislativo são de reprodução obrigatória nas Constituições EstadO legislador estadual não pode inovar: NÚCLEO CENTRAL FEDERAL

3. Fiscalização político-administrativa ( 2ª atribuição do legislativo)

A primeira atribuição dos parlamentares foi a de fiscalizar, somente após a Revolução Francesa (1os parlamentares europeus começaram a inovar a ordem jurídica nascimento do positivismo: 18Código Civil Napoleônico

A partir desse Código o direito se resumiu ao que estava na Lei.Isso veio mudar até a 2ª Guerra, quando surgiu o neopositivismoEssa atribuição é desempenhada pelas comissões:

Comissões: são organismos parlamentares com o número restrito de membros que tem por objapresentar, debater, votar proposições legislativas e fiscalizar.

Page 31: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 31/113

 

 

Interesse, especificamente, 3 comissões1.  Comissão temática ou material2.  Comissão de representatividade3.  CPI

Disposições Gerais sobre comissões

a) P. da Representação proporcional partidária: todo organismo parlamentar deve refletir a organizaçãcada casa.

EX. P.V: 50% dos deputados federaisAssim, terá direito à 50% das cadeiras de todas as comissões

PCC: 20% dos deputados federaisTerá direito à 20% dos membros de todas as comissões

Fundamentos: art. 58, §1°, CF

b) Quanto à formação:

b.1) comissões simples: formada só por deputado federal ou só senadoresb.2) comissões mista: formada só por deputado e senadores

c) Quanto à duração das comissões: permanentes ou temporárias: art. 58, caput, CF

c.1) permanente: aquela que ultrapassa uma legislatura (4 anos)c.2) temporária/especial: aquela que se inicia e se encerra na mesma legislatura

d) As comissões podem apresentar projeto de lei (art. 61, CF)

1.  Comissão temática ou material: a CF a denomina como comissão em razão da matGeralmente, a divisão temática leva em conta a área de referência.

. Objetivo: aprimorar projetos de lei por meio de audiências públicas.

OBS.: No Brasil, essa comissão pode aprovar projeto de lei, independentemente da manifestaçãplenário da casa legislativa: delegação interna ou imprópria.

delegação interna: poder que a CF dá à Comissão Temática para aprovar projetos de lei, independenmanifestação do plenário: Processo Legislativo abreviado (Gilmar Mendes)

Não será qualquer projeto de lei, apenas aqueles elencados no Regimento Internos (art. 58, §2°, I, CF

A comissão temática ou material é a mais importante. E a CCJ é quem faz o controle preventivconstitucionalidade*.

Page 32: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 32/113

 

 

* todo projeto de lei deve passar, ao menos, por 2 comissões temáticas. Em 1° lugar, ele passa pela CCJfará a análise da adequação do projeto com a CF. Depois o projeto irá para a comissão compatível comárea de referência.

Em nenhum momento a Cf descrimina quais serão as comissões temáticas ou materiais. Isso fica a cdos Regimentos Internos, tendo em vista o momento político. Assim, elas se extinguem ou são criadaacordo com a oportunidade e conveniência.

OBS.: Essa comissão não pode apresentar PEC, mas sim Projeto de Lei Ordinária ou Complementar

2.  Comissão Representativa ou de representação (art. 589, §4°, CF): durante o recesso do existirá uma comissão que representará o Parlamento da União. O CN não fecha em face do PContinuidade do Serviço Público.Essa comissão é mista ou conjunta e temporária.

Recesso (art. 57, CF): 17 de julho a 1° de agosto22 de dez a 2 de fev

3.  CPI

Requisitos necessários para constituição:

a) No mínimo 1/3 dos deputados federais ou senadores subscrevem o pedido para criação de uma CPI

513 deputados: 1/3: 171, no mínimo, devem subscrever 81 senadores: 1/3: 27, no mínimo, devem subscrever

CPI simples: é possível que exista uma CPI só da CD ou do SF.

CPI mista: aquela formada por deputados e senadores (CPMI)

Para CPMI, no mínimo 171 dep + 27 sen devem subscrever o pedido de constituição da comissão

b) Fato determinado: fatos específicos. No momento da criação da CPI deve-se especificar o objetinvestigação.O fato deve ser de interesse público para sua investigação e deve estar dentre as atribuições daquelalegislativa.É possível, no decorrer da CPI, que outros fatos passem a ser investigados, desde que exista conexão cofato primeiramente investigado.

As bancas tiram as questões do site do STF: STF, PUBLICAÇÃO, PUBLICAÇÕES TEMÁTICAS, CPI.

c)  Prazo certo: não existe CPI permanente, em razão do P. da Segurança Jurídica (art. 5°, caput, CFdeve iniciar e concluir seus trabalhos no prazo previsto em cada regimento que definirá entre 120 adias, prorrogável, desde que se obedeça o prazo da legislatura.

Page 33: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 33/113

 

 

QUESTÃO: É possível que as Const Estaduais criem outros requisitos, além desses? Não podem inovarequisitos, sob pena de inconstitucionalidade.

Poderes da CPI (art. 58, § 3°, CF)

O Brasil adota, art. 129, I, CF, o sistema processual penal acusatório que separa aquele que acusa daqque investiga para que se observe o Princípio do Devido Processo Legal.O juiz é provocado pelo MP ou pela OAB que são entidades com capacidade postulatória.

Delegado de polícia pode representar pela prisão preventiva? A CF dá o poder de representar? Amembros do MP defendem que o delegado deve representar ao MP, em que pese o CPP dizer nãopode, mas o CPP é de 1941.

O STF reconheceu que a Lei 9.034/95 (Lei das Organizações Criminosas), na parte que permitia oinvestigar é INCONSTITUCIONAL.

SALVO: LOMAN (LC 35/79) diz que se um juiz cometer crime, este será investigado por outro

autoridades dotadas de foro por prerrogativa de função serão investigadas pelo Ministro RelatorDeve-se entender o art. 58, § 3°, CF, assim: A CPI possui poderes de instrução próprios das autorid

 judiciais

- autoridade própria: sem precisar de autorização judicial- não tem autoridade própria: precisa de autorização judicial

A CPI PODE CPI NÃO PODE

1. Notificar testemunhas 1. CPI municipal não pode afastar sigilo bancá

2. Ouvir testemunhas 2. A CPI não tem autoridade própria, a CF nãdá poder para tanto. Necessita de autoriz judicial

3. Determinar condução coercitiva detestemunha, salvo o índio (STF). Se a CPIquiser, deve escutá-las na aldeia (art. 231, § 5°,CF)

3. Expedir mandado de prisão, só o competente pode restringir a liberdadelocomoção

4.  Juiz e MP têm direito a marcar dia,hora e local. Esses não estão obrigados aresponder que constarem em suasmanifestações judiciais

Lei 7579/52, Lei 10.001/00: regulamentam ostrabalhos da CPI.

Além dessas 2 leis, aplica-se subsidiariamenteo CPP. O cidadão ouvido ostenta uma das 3qualidades: testemunha, investigado ou

4 . Expedir mandado de busca e apreensão, pcasa é asilo inviolável do cidadão (art. 5°, XI, C

. casa: todo espaço corporal autônomdelimitado. Espécies de casa:

- casa em sentido restrito: local de habitpermanente ou não

- casa por extensão: local em que se exetrabalho, ofício ou profissão, desde que não

Page 34: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 34/113

 

 

convidado.O convidado é o único que não pode ser

conduzido coercitivamente.

franqueado ao público (art. 150, § 4°, CPescritório de advogado

5. CPI pode prender em flagrante quando:testemunha por falso testemunho

6. Pode afastar o sigilo bancário e fiscal

7. Determinar realização de vistorias e perícias

Direito Constitucional Pedro Taques CPI (continuação)

AULA 7

ESTATUTO DO CONGRESSO NACIONAL

(JOSÉ AFONSO DA SILVA)

Conjunto de regras previstas constitucionalmente, diversos do direito comum e que tem por objetmanutenção da independência parlamentar.Para o desempenho de suas atribuições constitucionais (fiscalização e criação de leis) os congressistassuas prerrogativas. As regras do Estatuto garantem prerrogativas, imunidades e incompatibilidadescongressistas.O estatuto é garantia de independência, da liberdade de atuação dos Parlamentares.IMUNIDADES: prerrogativas ofertadas aos parlamentares visando a liberdade na atuação parlameDiferente de privilégios. Prerrogativa é ofertada em razão do cargo. Privilégio é em razão da pesso

prerrogativa pertence ao cargo e não ao titular do cargo. A prerrogativa é, por isso, irrenunciável.Espécies de imunidade:a)  Material (absoluta, real, substancial ou inviolabilidade).b)  Relativa (processual, formal, adjetiva);

IMUNIDADE ABSOLUTA

Absoluta: a quem se aplica? Quem são os parlamentares dotados da imunidade absoluta? Deputado fee Senadores (artigo 53 da CF); Deputados estaduais (artigo 27 da CF) e Vereadores (artigo 29 da CF scircunscrição do município).Art. 53 da CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada

Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 

Art. 27 da CF. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atinúmero de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

Art. 29 da CF. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos memCâmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceit

A imunidade absoluta acoberta o parlamentar dentro e fora da Casa legislativa. Os vereadores, sterritório do município. Dentro da Casa legislativa existe a presunção que eles estejam em exercíci

Page 35: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 35/113

 

 

função parlamentar. Fora do recinto, deve-se demonstrar que o Parlamentar estava exercendo ativiinerente ao cargo. Exemplo: Parlamentar apresenta programa de TV e ofende alguém, responderá porSe estiver num comício, não estará acobertado.A imunidade absoluta é importante no exercício da atividade parlamentar, por causa da importâncdebate. Em razão de sua opinião, palavra e voto, os parlamentares são invioláveis:y  Civil em razão de sua opinião, palavra e voto, não poderá ser condenado por danos morais;

y  Criminalmente o parlamentar, no exercício da função, não pode ser responsabilizado por crimpalavra (calúnia, difamação ou injúria).

Qual a natureza jurídica da imunidade parlamentar criminal?

1ª posição: Pontes de Miranda, José Afonso da Silva causa excludente de antijuridicidade;2ª posição: Damásio causa funcional de isenção da pena;3ª posição: LFG causa excludente de tipicidade. STF concorda com LFG.

A imunidade absoluta abrange a imunidade política? Exemplo: Heloísa Helena foi expulsa do PT.1ª posição: a expulsão foi inconstitucional porque a CF garante a inviolabilidade do voto que atin

inviolabilidade política;2ª posição: constitucional, a CF no artigo 17 permite que os partidos políticos tragam nos seus estatregras sobre fidelidade partidárias.Art. 17 da CF. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrápluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:I - caráter nacional;II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Se a imprensa divulga a palavra, opinião ou voto de parlamentar ofendendo alguém, não responsabilizado, porque há liberdade de informar, mas sem exageros.O Suplente não possui imunidade alguma. Só se assumir o cargo. Deputado licenciado: não pimunidade absoluta porque não está no exercício do cargo.PRERROGATIVA DE FORO: algumas autoridades em razão do cargo são julgadas originariamenteTribunais. Por dois motivos:a)  Os membros dos tribunais, em razão do seu afastamento físico das disputas políticas locais e as decseriam mais justas;b)  Os membros dos Tribunais por terem muita experiência, decidiriam tecnicamente de melhor formaGuilherme Nucci, separadamente, não concorda, diz que ofende o princípio da igualdade e republicSeria inconstitucional.Deputados federais e Senadores: julgados originariamente no STF (artigo 53, § 1º da CF e artigo 102, I,CF) nas infrações penais comuns (é gênero). Espécies: crime comum em sentido restrito (Código Pe

crime eleitoral; crime militar; crime doloso contra a vida; contravenção penal. Todas essas espécies eno gênero infração penal comum.Art. 53 § 1º da CF. Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Reddada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)  

Art. 102 da CF/88 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:I - processar e julgar, originariamente:b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procuradoda República;

Page 36: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 36/113

 

 

Deputados estaduais: são julgados em regra pelo TJ. Desde que o crime seja estadual. Crime fed  julgado pelo TRF. Crime eleitoral: julgado pelo TRE. Aplica-se a Súmula 702 do STF que trata de preVigora o critério da regionalidade afasta o critério do lugar da infração do artigo 69, I do CPP. ExemplDeputado Estadual do Rio de Janeiro comete crime no Ceará, será julgado pelo Tribunal do RJ.

Súmula 720 do STF - a competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.Art. 69 do CPP. Determinará a competência jurisdicional:

I - o lugar da infração:

Vereadores em regra, não são dotados de foro por prerrogativa de função. Algumas Constituições Estaofertam foro por prerrogativa de função para vereadores (Piauí e Rio de Janeiro). É constitucional (artigo 125, § 1º da CF, permite que as Constituições estaduais possam dar essa competência.

Art. 125 da CF. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

Deputado licenciado é dotado de foro por prerrogativa de função. MS 25579 do STF. Não maimunidade absoluta.A autoridade dotada por prerrogativa de função pode valer-se do duplo grau de jurisdição? Não. Não ca

os recursos ordinários (apelação, Rese...). Cabe recurso extraordinário (Recurso extraordinário e RecEspecial) se couber.A autoridade por prerrogativa de função responde a inquérito judicial que será supervisionado por MinNão responde por inquérito policial.

IMUNIDADE RELATIVA:

Relativa: a quem se aplica? Deputados Federais e Senadores (artigo 53, §§ 2º e 3º da CF). DeputEstaduais (artigo 27 da CF) e Vereadores não possuem imunidade processual. Quando se inicia? Inicia cdiplomação. Diplomação é o último ato do processo eleitoral. A diplomacia se dá depois das eleições, ada posse.

Pode ser:y  Em razão da prisão;y  Em razão do processo.

EM RAZÃO DA PRISÃO: O que é prisão? Subtração, restrição da liberdade de locomoção. Deputados fede Senadores e Deputados Estaduais não podem ser presos, em regra, salvo prisão em flagrante em crinafiançáveis. Obs.: é a partir da diplomação.Vereadores não são dotados de Imunidade relativa.A sentença penal condenatória, se a pena for privativa de liberdade, o deputado e o senador podempresos (trânsito em julgado, em caso de prisão-pena e prisão-sanção). São livres de prisão preventiva. P

Lenza não concorda, fala que só em prisão em flagrante em crime inafiançável.Há dois anos um deputado de Rondônia foi preso temporariamente. Era uma situação excepcional pode 23 deputados, 22 estavam sendo investigado, então o direito aplicado também deveria ser excepci(STF Ministra Carmem Lúcia).Exemplo: Furto no artigo 322 do CPP é afiançável. Se um deputado furtar, mesmo em flagrante, não ser preso, sob pena de abuso de autoridade.

Page 37: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 37/113

 

 

Art. 322 do CPP. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples. (Redação pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 

Parágrafo único. Nos demais casos do art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Incluído pela L6.416, de 24.5.1977) 

Delegado depois da prisão de Parlamentar tem até 24horas para remeter os autos à Casa respe(Senador ao Senado; Deputado Federal à Câmara dos Deputados), sob pena de abuso de autoridade.

fazer isso por que a Casa respectiva decide a respeito da manutenção ou não da prisão. É decisão po(oportunidade e conveniência da prisão). É por maioria absoluta de votos (artigo 53 § 2º da CF).

Artigo 53 § 2º da CF Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançávelcaso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)  

EM RAZÃO DO PROCESSO: em 2001 a EC 35 alterou o artigo 53 da CF, mas a principal modificação foi a3º desse artigo.Artigo 53 § 3º da CF Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciênciarespectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andam

ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 

Um senador preso com 500kg de cocaína, o Senado determina a soltura do Senador, o STF recebe os aO STF é quem julga (artigo 53, § 1º e artigo 102, b da CF). O ministro relator irá supervisionar a investigLFG diz que há a ofensa ao sistema penal acusatório.

Art. 53 § 1º da CF. Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Reddada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)  

Art. 102 da CF/88 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:I - processar e julgar, originariamente:b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procuradoda República;

O ministro-relator remeterá os autos ao Procurador Geral da República e ele pode ofertar a denúncia co

o Senador. O STF ainda não pode se manifestar, ele oferta a possibilidade de o Senador se defender8038/90, artigo 4º, 15 dias para se defender preliminarmente). O STF irá se manifestar (11 ministrrespeito do recebimento da denúncia. Se ele receber, deverá se perguntar: o crime foi praticado antedepois da diplomação? Se disser que foi antes, o STF não precisa dar ciência à Casa respectiva. Se for adiplomação o STF dará ciência à Casa respectiva, para que essa se manifeste sobre o sobrestamento dapenal. Qualquer partido político que tenha representação pode requerer que seja colocado em votaçsobrestamento ou não da ação. O quórum é por maioria absoluta de votos. Sobrestou a ação, suspendtambém o prazo prescricional.

Art. 4º da Lei 8.038/90 - Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a notificação do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias§ 1º Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados.§ 2º Se desconhecido o paradeiro do acusado, ou se este criar dificuldades para que o oficial cumpra a diligência, proceder-se-á a sua notificação por

contendo o teor resumido da acusação, para que compareça ao Tribunal, em 5 (cinco) dias, onde terá vista dos autos pelo prazo de 15 (quinze) dias, a apresentar a resposta prevista neste artigo.

Antes da EC 35/01 o STF não estava autorizado a se manifestar sobre o recebimento da denúncia semantes houvesse o juízo de admissibilidade da Casa respectiva.Se o PGR recebe o inquérito e pede o arquivamento, o STF pode não concordar com o arquivamento? Ele deve homologar o arquivamento.Se o crime for praticado por duas pessoas? O senador e um não imune? Desmembra-se a ação penaserá julgado pelo juiz do lugar da infração.

Page 38: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 38/113

 

 

Se o Senador renuncia o mandato, ação penal que estava no Supremo, desce para o lugar da infr(Súmula 394 do STF foi cancelada). Mesma competência do júri, ele será julgado pelo STF.Súmula 394 do STF - cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquériação penal sejam iniciados apos a cessação daquele exercício.

Se o Deputado federal é diplomado e exerce mandato de 04 anos, mas comete crime. A Casa respedetermina o sobrestamento. Se o deputado for reeleito, ocorrerá uma nova diplomação, porém o procterá extinguido seu sobrestamento, e o processo irá andar novamente.PRERROGATIVA TESTEMUNHO: todo cidadão é obrigado a testemunhar (busca da verdade). A CF e abrem algumas exceções, dentre elas: advogados, religiosos, psicólogos, jornalistas, congressistas (a53, § 6º da CF).Artigo 53 § 6º da CF Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do m

nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32001) 

Congressistas não são obrigados a testemunhar sobre informações que receberam no exercíciomandado. Pertinência temática.Essa garantia é para permitir a fiscalização e o resguardo da fonte. Se não estiver no exercício da fudeverá testemunhar. Tem direito de marcar dia e hora. Há na doutrina quem defende que o Parlampode renunciar o disposto no artigo 53, § 6º da CF.

ÓRGÃO EXECUTIVO

Tem como atribuição precípua APLICAR A LEI NO CASO CONCRETO administrando a coisa pública. Exemdelegado de polícia que administra a coisa pública (segurança pública).O órgão executivo é exercido por uma única autoridade. Executivo monocrático (artigo 76 da CF). Sisou regime de governo PRESIDENCIALISTA. É diferente do parlamentarismo que temos duas ou autoridades exercendo a função executiva: executivo dual.

Sistema de governo: de que maneira se relacionam o executivo e o legislativo.

Diferenças entre o Parlamentarismo e Presidencialismo:

y  No presidencialismo executivo monocrático: chefe de estado e chefe de governo. No parlamentaridual. Uma autoridade é o chefe de estado e a outra é o chefe de governo.Temos duas espécies de parlamentarismo:1 Parlamentarismo monárquico constitucional: temos o rei, chefe de estado e o primeiro-ministro, cde governo. Exemplo: Inglaterra e Espanha.2 Parlamentarismo republicano: presidente chefe de estado; primeiro-ministro: chefe de gov

Exemplo: França e Israel.y  No presidencialismo existe independência entre o legislativo e o executivo. No parlamentarismo hádependência do executivo em relação ao legislativo.O sistema ou regime de governo não é cláusula pétrea.

REQUISITOS PARA SER PRESIDENTE (ou vice-presidente) DA REPÚBLICA

y  Ser brasileiro nato (segurança nacional);

Page 39: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 39/113

 

 

y  Idade mínima: 35 anos (capacidade política absoluta). Não há idade máxima para cargos políticos.servidor público é até 65 anos, pois com 70 anos a aposentadoria é compulsória.

Artigo 14 § 3º da CF - São condições de elegibilidade, na forma da lei:I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;d) dezoito anos para Vereador.§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

y  Filiação partidária. Não existem candidaturas avulsas no Brasil;

y  Plenitude do exercício dos direito políticos (não os ter perdido, nem suspensos). Não pode incorrenenhuma das causas do artigo 15.Art. 15 da CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;II - incapacidade civil absoluta;III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

O presidente e o vice são eleitos conjuntamente para exercerem mandado de 04 anos, pelo siseleitoral majoritário (presidente, governadores, prefeitos e Senadores). Para presidente, governadprefeito com mais de 200 mil eleitores (e não habitantes): tem segundo turno. Votos válidos: subtraeos brancos e nulos.Posse do presidente e vice: em sessão conjunta do Congresso Nacional. Eles se comprometem a respeConstituição. Tomam posse no dia 01 de janeiro.O presidente e/ou o vice devem tomar posse até o dia 11 de janeiro. Se não acontecer, os cargos sdeclarados vagos, salvo motivo de força maior.

SUCESSÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:

O vice-presidente desenvolve missões especiais a mando do presidente. Exemplo: o vice-presidente presidir uma comissão para alterar a letra do hino nacional.Só lei complementar poderá definir as missões para o vice-presidente (artigo 79, parágrafo único).

Art. 79 da CF. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, semppor ele convocado para missões especiais.

O nome SUCESSÃO é o gênero e pode ser dividido em:

a)  Sucessão em sentido restrito: nos casos de vacância (definitiva). Exemplo: morte, renúncia.b)  Substituição: nos casos de impedimento: é transitório, temporário. Exemplo: viagens, férias.

Page 40: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 40/113

 

 Direito

ConstitucionalPedro

TaquesAutorização na Câmara dos Deputados - recebimento da denúncia

AULA 8

OBS.: Só Vice-Presidente sucede o Presidente da República. Os demais que estão na linha sucessapenas podem substituí-lo.

y  Linha sucessória: Vice-Presidente, Presidente da Câmara, Presidente do Senado, PresidentSupremo Tribunal Federal.

1. MANDATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA: 4 ANOS

2 PRIMEIROS ANOS 2 ÚLTIMOS ANOS

Presidente morreu: Vice-Presidente assumedefinitivamente.

Os dois morrem: Presidente da Câmara asstemporariamente, pelo prazo de 30 dias,que seja realizada eleição indireta.

Vice-Presidente morre: Presidente da Câmarados Deputados assume temporariamente atéque seja feita, em 90 dias, eleição direta parapresidente

OBS. Toda eleição no Brasil é direta, com exceção do art. 81, CF

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventadias depois de aberta a última vaga.§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos oscargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Nesses dois casos, os eleitos exercerão mandato tampão (§2º): irão terminar o tempo do mandatoanteriores. Isso ocorre em face da necessidade da coincidência das eleições para o legislativo e executiv

Eleição direta: o titular do poder vota, elege sem qualquer intermediário.

Eleição indireta: entre o povo e quem exerce o poder existem intermediários

2. RESPONSABILIDADE POLÍTICA E CRIMINAL DO CHEFE DO EXECUTIVO

QUESTÃO: Por que o Chefe do Executivo tem de ser responsável por seus atos? Para se respondenecessário falar a respeito de forma de governo que é fazer referência à maneira a qual o poder é exeem determinado território.

Page 41: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 41/113

 

 

Temos duas formas de governo:

a) Monarquia: O poder é exercido de maneira vitalícia, hereditária e irresponsável. O Rei não erra denota a irresponsabilidade.b) República: O poder é exercido de maneira eletiva, temporária e responsável.

Na República, todos que exercem parcela da soberania do Estado, devem ser responsáveis pelos seus Quem exerce uma maior parcela da soberania, terá maior responsabilidade; quem exerce a msoberania, terá menor responsabilidade.

2.1 Responsabilidade

II.1.1  Política: faz-se referência a crime de responsabilidade: infração de natureza político-administraEsse crime também é chamado de impedimento (impechmant ). Estão no art. 85, CF

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra aConstituição Federal e, especialmente, contra:I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderesconstitucionais das unidades da Federação;III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;IV - a segurança interna do País;V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária;VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

II.1.2  Criminal: faz- referência de infração penal comum: infração de natureza jurídica penal.

Diferença entre crime de responsabilidade e infração penal comum: é a natureza jurídica (as qualidaas características) da infração.

2.2 Crime de Responsabilidade

2.2.1 Praticado pelo Presidente da República

Pela prática desse crime, o Senado Federal é o competente para julgar o Presidente. Isso se dá em faccontrole recíproco entre os poderes (Freios e Contra-Freios) art. 52, I, CF

Quem Presidirá o Senado nesse julgamento será o Presidente do STF

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes deresponsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, doExército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o doSupremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida pordois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito

Page 42: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 42/113

 

 anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciaiscabíveis.

O Senado só poderá julgar o Presidente, se previamente, existir a autorização da Câmara dos DeputaEssa autorização recebe a denominação de juízo de admissibilidade. O Senado não julga, sem que aexista a autorização da Câmara art. 51, I, CF.

As condutas que sendo praticadas importam em crime de responsabilidade estão elencadas no art. 85

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra aConstituição Federal e, especialmente, contra:I - a existência da União;II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderesconstitucionais das unidades da Federação;III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;IV - a segurança interna do País;V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária;VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e

 julgamento.

Esse rol é meramente exemplificativo. Além dessas condutas, existem outras que estão previstas eespecial (§ único) Lei 1.079/50. Partes dessa lei foram recepcionadas pela Constituição de 1988.

As condutas previstas no art. 85 e na lei 1.079 são figuras abertas. Logo, não se exige a madequação perfeita, pois não se trata de infração criminal, mas de infração de político-administrativa.

2.2.1.1 Como se dá o juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados.

Qualquer cidadão é parte legítima para denunciar o Presidente pela prática de crime de responsabili

Cidadão (art. 14, Lei 1.079/50): é tratado no sentido restrito: nacional que exerce direitos políticos (ar+ art. 14, CF)Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro deEstado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.

A denúncia é oferecida junto à Câmara dos Deputados. A denúncia só será oferecida e/ou recebidadenunciado ainda estiver no exercício no cargo (art. 15, da Lei 1.079)

Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquermotivo, deixado definitivamente o cargo.

Uma vez a denúncia recebida, formar-se-á uma comissão de deputados federais que analisaviabilidade formal para o prosseguimento da denúncia.

Na Câmara dos Deputados, o Presidente terá direito constitucional ao exercício do contraditório e adefesa. Isso significa dizer que pode constituir advogado, testemunhas serão ouvidas, pode ser perealização de perícia.

Ao final do contraditório e da ampla defesa, a Câmara fará o juízo de admissibilidade da acus(JUÍZO POLÍTICO OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA DA ACUSAÇÃO)

Page 43: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 43/113

 

 

Por esse juízo, a Câmara poderá:a) Juízo de admissibilidade negativo: a CD entende que não é conveniente, no momento históricPresidente seja julgado pelo Senadob) Juízo de admissibilidade positivo: ele é tomado por 2/3 dos Deputados Federais e autoriza qPresidente seja julgado pelo Senado Federal. A votação é aberta.A autorização se materializa numa Resolução da CD.

2.2.1.2 Como se dá o julgamento no Senado Federal

Se a Câmara autorizar o julgamento, o Senado será obrigado, de forma vinculada, a dar iníci julgamento.

Consequências do julgamento:

a)  O Presidente deve ser cientificado do início do julgamento. Uma vez ciente do julgamenPresidente ficará afastado de suas funções por até 180 dias.

b)  Iniciado o julgamento, o Senado passa a ser presidido pelo Presidente do STF.

Julgamento

O Presidente afastado tem direito ao contraditório e a ampla defesa.

Renúncia: ato unilateral

Se o Presidente renuncia o cargo, ainda poderá dar andamento ao processo de impechmant? A renú

não significa a extinção do processo.

Consequências da condenação:

a)  Perda do cargob)  Inabilitação para o exercício da função pública por 8 anos.

Não existe entre as penas a relação de acessório e principal. Ambas possuem a mesma categoria. Dfeita, se o Presidente renunciou, aplica-se apenas a letra b, pois o presidente não tem mais o cargo.

Quórum

Quórum mínimo de 2/3 dos senadores (54) com votação aberta que se pautará no juízo político.

QUESTÃO: A decisão do Senado pode ser modificada pelo Poder Judiciário? Não cabe ao Poder Judicmodificar o mérito. Este é definitivo. Cabe, entretanto, analisar se princípios constitucionais foobservados.

Page 44: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 44/113

 

 

QUESTÃO: No caso de inabilitação para o exercício da função pública, o inabilitado poderá voInabilitação não significa perda ou suspensão dos direitos políticos. O inabilitado poderá se candidacargo público, mas só o assumirá quando vencer os 8 anos de inabilitação (art. 52, § único, CF)

2.2.2 Praticado por Governadores

Eles são julgados por um tribunal misto que é composto por deputados estaduais e desembargador justiça e será presidido pelo Presidente do Tribunal de Justiça

A Constituição do Estado de São Paulo estabelece para o julgamento o quórum 7 deputadosdesembargadores. O STF diz que isso é inconstitucional, pois a competência para legislar sobre crimresponsabilidade é da União. A lei a ser observada é a 7.079/50 que estabelece 5 deputados e 5 juísúmula 722, STF.

2.2.3 Praticado por Prefeitos

No caso de crime de responsabilidade, será julgado pela Câmara de Vereadores.

O Decreto-lei 201/76 + art. 29-A, CF estabelecem as normas para o julgamento.O Decreto estabelece duas espécies de crimes de responsabilidade:

a)  Crime de responsabilidade próprio: infração de natureza jurídica penal. O prefeito será julgadoPoder Judiciário.b) Crime de responsabilidade impróprio: infração de natureza jurídica político-administrativo. O preserá julgado pela Câmara Municipal.

art. 1º, Decreto: elenca os crimes de responsabilidade próprios art. 4º, Decreto: elenca os crimes de responsabilidade impróprios

QUESTÃO: Aquela autoridade que responde por crime de responsabilidade também poderesponsabilizada por improbidade administrativa? Há pouco tempo, o STF entendeu que são duas instâdistintas. Esse tema não está firme nem no STF nem no STJ, pois outrora ele já decidiu que a imputaçãimprobidade administrativa constituiria bis in idem.

2.3 Crime Comum

2.3.1 Praticado pelo Presidente da República

O STF é o tribunal natural para julgar o crime comum

Crime comum: infração penal comum Previsão: art. 86 e art. 102, I, b, CF Infração penal comum: crime comum em sentido restrito, crime militar, crime doloso contra a contravenção penal, crime eleitoral. O Presidente é dotado de irresponsabilidade relativa que importa nas seguintes prerrogativas:

Page 45: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 45/113

 

 

a)  Presidente nunca poderá ser preso, só existe uma exceção: Prisão de uma sentença pcondenatória, com trânsito em julgado.b)  Durante o mandato, o Presidente não pode ser processado por atos estranhos ao exercícifunção. A contrário senso: durante o mandato, o Presidente só poderá ser processado por crimes ex-of

ou seja, praticados em razão do exercício da função art. 86, §§3º e 4º, CF.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos

Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infraçõespenais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo TribunalFederal;II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará oafastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente daRepública não estará sujeito a prisão.§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atosestranhos ao exercício de suas funções.

Três situações:

1)  O candidato a eleição não pode ser preso durante os 15 dias anteriores à eleição.2)  O candidato pratica crime durante o período eleitoral: ele não poderá ser processado duranmandato. Sobresta-se o prazo prescricional. Ao final do mandato ele poderá ser processado.3)  O Presidente comete homicídio passional. Ele poderá ser preso? Não, pois o crime é estranhexercício de suas funções.4)  O Presidente pratica prevaricação, peculato crimes praticados em razão do exercício da funçPresidente poderá ser processado durante o mandato.

O STF é o tribunal competente para o julgamento.

Um dos ministros do STF é quem vai conduzir a investigação, por inquérito judicial.

O ministro condutor do inquérito é o responsável pelo indiciamento do Presidente. Os autos vão para o PGR

Se o PGR pedir arquivamento, o STF não poderá nada fazer a não ser arquivar.Se o PGR afirmar que existe crime, mas este está prescrito: o STF analisaráSe o PGR oferecer a denúncia: antes de se manifestar sobre o recebimento da denúncia, o STF pr

de autorização da Câmara dos Deputados art. 86, caput, CF:

- Juízo político de oportunidade e conveniência- Quórum de 2/3- Votação aberta

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dosDeputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infraçõespenais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Page 46: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 46/113

 

 

Esta autorização da CD se materializa como uma Resolução.O Presidente oportuniza pelo prazo de 15 dias para o Presidente apresentar defesa preliminar.O STF só poderá se pronunciar após a autorização e a defesa preliminar

Deputados Federais e Senadores Presidente da RepúblicaPodem ser presos em flagrante pela prática decrimes inafiançáveis

Não pode ser preso, salvo prisão-pena

O STF pode receber a denúncia semautorização da casa respectiva

O STF não pode receber a denúncia sem antes exista a autorização de 2/3 da Câmara

Consequências do recebimento da denuncia

O Presidente fica afastado de suas funções por até 180 dias, a partir do recebimento da denúncia.

O Presidente será substituído pelo Vice-Presidente

Se o Presidente for condenado e com trânsito em julgado, poderá ser preso em razão da prisão-pena.

2.3.2 Praticado por Governador

art. 105, I, a, CF: no caso de crime comum, será julgado pelo STJ Infração penal comum: crime comum em sentido restrito, crime eleitoral, crime militar, crime docontra a vida e contravenção penal. O Vice-Governador não é julgado pelo STJ. Inclusive quando estiver substituindo o Governador,

substituições não importam em fixação da competência do tribunal.A fixação da competência para julgamento do Vice dependerá do crime e da Constituição Estadual.Entretanto, se houver sucessão, haverá da modificação de competência.

O STJ só poderá receber a denúncia contra o Governador se houver autorização da Assembléia Legislrespectiva. Seja, após o juízo de admissibilidade da Assembléia

QUESTÃO: Governador é dotado de irresponsabilidade relativa? Art. 86, §§ 3º e 4º, CF aplicam-seGovernadores? Não se aplica. Logo, Governador poderá ser preso em flagrante e temporariamente.

QUESTÃO: E se a Constituição Estadual ofertar a irresponsabilidade relativa? Será inconstitucionalQUESTÃO: Governador poderá ser processado por crimes estranhos ao exercício da função? Sim, poispossui irresponsabilidade relativa.

Page 47: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 47/113

 

 

2.3.3 Praticado por Prefeito

Competência para julgar o crime comum

Art. 29, CF: o Prefeito será julgado pelo Tribunal de Justiça

Súmula 702, STF

- Prefeito comete crime estadual: julgado pelo TJ- Prefeito comete crime federal: julgado pelo TRF- prefeito comete crime eleitoral: julgado pelo TRE

Aplica-se o critério da regionalidade que afasta o critério do lugar da infração. Ex. Se o Prefeito comecrime em Rio Grande do Sul, mas ele é Prefeito de São Paulo. Será julgado em SP

Irresponsabilidade Relativa

Prefeito não a possui. Essa irresponsabilidade é apenas prerrogativa do Presidente da República.

A CF exige que o Prefeito seja julgado por um órgão colegiado. Assim, pode ser turma, câmara ou seçnão necessariamente pelo órgão especial do Tribunal

SE o Prefeito comete um crime federal, será julgado pelo TRF a qual abarca o lugar em que exercefunções.

Caberá apelação? Não cabe recurso ordinário, só caberão recurso extraordinário e o recurso espdesde que preenchidos os requisitos para estes. Isso é uma mitigação do duplo grau de jurisdição.

O art. 125, CF permite que as Constituições Estaduais ofertem foro privilegiado.

1ª Situação: Vice-Governador comete furto: Tribunal de Justiça2ª Situação: Vice-Governador comete crime doloso contra vida: Tribunal do Júri (súmula 721, STF)3ª Situação: Vice-Governador comete crime federal:

QUESTÃO: Se o Vereador comete crime federal, mas a Constituição Estadual lhe confere foro privilegiad

Page 48: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 48/113

 

 Direito Constitucional Pedro Taques Poder Judiciário

AULA 9

2.3.4 Vice-Governador e Vereador

Crime Comum

A competência para julgar essas duas autoridades pode estar ou não na Constituição Estadual.Se Vice-Governador e Vereador cometem crime estadual, será julgado pelo TJSe Vice-Governador e Vereador cometem crime federal, a Constituição Estadual não pode ofer

competência ao Tribunal Federal. Nesse caso, eles serão julgados pelo Juiz Federal.

POD

ER JUD

ICIÁ

RIO

Em 1748, quando Montesquie pensou em tripartição, o Poder Judiciário tinha uma atribuição: aplicdireito ao caso concreto, resolver conflitos com força definitiva e substituir a vontade das partes.O juiz seria a boca que pronunciava o que estava escrito na lei.Hoje não se pode dizer que essa é a atribuição do Poder Judiciário.Gilmar Mendes diz que se deve interpretação ou compreensão constitucionalmente adequada do arCF. Isso significa entender esse artigo de acordo com a realidade atual.

Atribuições do Poder Judiciário

a) Aplicar o direito ao caso concreto, resolver conflitos com força definitiva e substituir a vontadepartes.b) Buscar a defesa dos direitos fundamentais. Busca fazer com que todos respeitem os dirfundamentais e concretizem esses direitos.c) Fazer o seu autogoverno: para manutenção da independência do Poder Judiciário como órgão do Esa CF lhe oferta o autogoverno que pode ser dividido em:

c.1) autonomia administrativac.2) autonomia financeira

c.3) autonomia funcional

Essas três espécies de autonomia são decorrentes do autogoverno que tem como finalidade a garde independência do Poder Judiciário como órgão.

d) Resolver os conflitos entre os demais Poderes: serve para evitar a hipertrofia de um deles em detrimdos outros, abuso de poder.

Page 49: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 49/113

 

 

Ex. O Executivo edita um ato administrativo arbitrário (um superintendente da polícia federal tranum delegado por não gostar deste). O Poder Judiciário é quem tem a competência para anulá-lo.

e) Defender a supremacia da Constituição: controle de constitucionalidade/fiscalizaçãoconstitucionalidade.

Características da prestação jurisdicional

1)  Inércia: não existe processo sem parte, jurisdição sem autor. Não existe decisãofício. O juiz deve ser inerte para manutenção da sua capacidade subjetiva. Essa capacidade signifimparcialidade do juiz. Para que o juiz não se comprometa psicologicamente com a parte, ele não poagir de ofício. Um juiz imparcial é um direito fundamental do cidadão. Essa imparcialidade decorrdevido processo legal (art. 5º, LIII, CF). Isso não quer dizer que o juiz, após ajuizada a ação penal ou civipossa praticar atos instrutórios. Uma vez a ação instaurada, o juiz pode, sim, praticar atos instrutórios.O juiz é provocado pelo MP e pelo advogado.

QUESTÃO: Se a capacidade postulatória é feita pelo MP e pelo advogado, porque o delegado representar pela decretação da prisão preventiva e pela busca apreensão? Hoje está sendo defendidforma minoritária, que o delegado de polícia não pode representar sem o MP, pois o delegado nãocapacidade postulatória.

QUESTÃO: Se o juiz é inerte, porque ele pode decretar a prisão preventiva de ofício?

2)  Substitutividade: Em determinado momento histórico, o Estado trouxe para monopólio da jurisdição. A partir desse momento, qualquer conflito de interesses o Estado se prop

resolvê-los: P. da Inafastabilidade ou Indeclinabilidade Jurisdicional - art. 5º, XXXV, CF

3)  Definitividade: só o Poder Judiciário traz a estabilidade. Só as decisões judiciais trazpaz, a tranquilidade. É a coisa julgada que traz a segurança jurídica.A coisa julgada pode ser relativizada, dependendo de cada caso.

Page 50: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 50/113

 

 

 Estrutura do Poder Judiciário

Em três Estados já existem Tribunal de Justiça Militar: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.Conselho de Justiça Militar 1ª grau de jurisdição

a)  Juiz de Direito: singularmenteb) Conselho de Justiça Militar: colegiado

STF 

STJ  TSE  STM 

CNJ - Não possui jurisdição. Ele é apenasum órgão administrativo

(art. 92, §§1º e 2º, CF)

TRF  Tribunais de Justiça 

*

TST 

Juízes Federais 

Juízes Estaduais 

TRE 

Juiz Eleitoral 

Junta Eleitoral 

Tribunal Militar  

(não existem)

Auditoria Militar  Justiça Militar  

Tribunal R egional d

Trabalho 

Ju

Tribunal de Justiça 

ou 

Trib Just Militar  

Juiz de Dir eito Conselho Militar  

Page 51: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 51/113

 

 

1. STF

1.1  Composição: 11 Ministros1.2  Requisitos para ser Ministro

a)  Brasileiro nato: art. 12, § 3º, CF tem de ser assim, pois o Presidente do Supremo es

linha sucessória do Presidente da República isso tem a haver com a segurança nacionalb)  Idade:- mínima: 35 anos: aqui o cidadão atinge a capacidade política absoluta. Aos 35 o cidadão pode exequalquer cargo político. Essa capacidade política é alcançada com o tempo.- máxima: 65: aos 70 anos qualquer trabalhador é aposentado compulsoriamente.

c)  Notável saber jurídico: conhecimento que dispensa prova. Apesar de a CF não exigir formna área jurídica, a doutrina entende que isso é fundamental.d)  Reputação ilibada: vida pretérita sem qualquer mancha. Essa análise é subjetiva.

O Presidente escolhe livremente brasileiro que preencham esses requisitos e o indica para que o SF fsabatina. O quórum é de maioria absoluta. Não precisa ser juiz, advogado, MP etc.

2. STJ

2.1  Composição: NOMÍNIMO 33 ministros.O STJ foi criado com a finalidade de uniformizar a jurisprudência da justiça comum federal e estadual. Oé um tribunal nacional, criado em 1988.

2.2  Requisitos para ser ministro:

a)  Ser brasileiro (nato ou naturalizado)b)  Idade:- mínima: 35 anos- máxima: 65 anos

c)  Notável conhecimento jurídicod)  Reputação Ilibada/idônea

O Presidente escolhe quem preencham esses requisitos e o indica para que o SF faça a sabatina. O quóé de maioria absoluta.O SF participa da escolha dos ministros do STF e STJ em face do P. do Freios e Contra-freios.Enquanto no STF a escolha é livre, no STJ a escolha é vinculada a categorias:

- 1/3 dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça - 11- 1/3 dentre desembargadores dos TRFs - 11- 1/3 MP e OAB 5 advogados e 5 MP; 1 uma vez advogado, outra vez MP.

Page 52: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 52/113

 

 

2.3  Escolha dos Ministros:

a) No caso de vaga de TRF e TJ: O Presidente do STJ envia um ofício para os TRFs/TJ que enviam nopara o STJ. Nesse tribunal, eles escolhem 3 nomes que são enviados ao Presidente da Repúblicaescolherá 1 que deverá ter seu nome aprovado pelo SF por maioria de votos.b) No caso de vaga de MP/ OAB: o MP/OAB faz uma lista com 6 nomes. O STJ escolhe 3 nomes que senviados ao Presidente da República que enviará para o SF que poderá aprovar com o quórum de maabsoluta.

3. TRF

São 5 cinco TRFs

a)  TRF 1ª Região. Sede: Brasília. Composto: Brasília + 13 Estados da Federação (Todos da Região N

Todos do Centro-Oeste, menos Mato Grosso do Sul, do Sudeste Minas Gerais, do Nordeste BMaranhão e Piauí.b) TRF 2ª Região. Sede: Rio de Janeiro. Composto: RJ e ESc)  TRF 3ª Região. Sede: São Paulo. Composto: SP e Mato Grosso do Suld) TRF 4ª Região. Sede: Porto Alegre. Composto: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catare) TRF 5ª Região. Sede: Recife: Composto: por todos os Estados do Nordeste, menos Bahia, MaranhPiauí.

3.1  Composição: NOMÍNIMO 7 desembargadores, para cada TRF3.2  Idade: mínima: 30 anos

3.3 

Primeiro grau de jurisdição: juízes federais.3.4  Cada Estado é uma SEÇÃO JUDICIÁRIA FEDERAL. A Seção Judiciária Federal é dividia em SubsJudiciária Federal. Ex. Seção Judiciária Federal do Pará, Subseção Judiciária Federal de Santarém. Em rem cada Subseção existe uma delegacia de Polícia Federal.

A justiça federal, em 1ª grau de jurisdição, foi criada pela lei 5.010/66. Já os TRFs foram criadosCF/88

4. TRIBUNAIS

DE JUSTIÇA

São 27 Tribunais de Justiça cada Estado possui o seu

4.1  Composição: NOMÍNIMO 7 desembargadores.4.2  Idade: mínima 304.3  Primeiro grau de jurisdição: juízes de direito.4.4  Aqui existem comarcas Municípios.

Page 53: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 53/113

 

 

5. JUSTIÇA ELEITORAL

5.1  Regras aplicáveis a toda Justiça Eleitoral

a)  A Justiça Eleitoral é uma Justiça Federal Especializada. Por isso, a atribuição para investigar os creleitorais é da Polícia Federal.

b)  Não existe um quadro próprio de Juízes Eleitorais. Ela é composta de juízes da Justiça CoEstadual e Federal.c)  Todos os Juízes dessa justiça exercem mandato de 2 anos, permitida uma única recondução porperíodo. Isso se deve para evitar o comprometimento com o partido político.

5.2  Composição do TSE: NOMÍNIMO 7 ministros. Que são assim escolhidos:

a)  3 dentre os ministros do STFb)  2 dentro os ministros do STJc)  2 advogados

5.2.1.  Ministros do STF: os 11 ministros do STF fazem uma eleição, entre eles, e escolhem aqueque também oficiarão também no TSE.5.2.2.  Ministros do STJ: os 33 ministros do STJ fazem uma eleição, entre eles, e escolhem aqueque também oficiarão também no TSE.5.2.3.  Advogados: O STF faz uma lista que é remetida ao Presidente da República que escolheráque oficiarão no TSE. Esses advogados poderão continuar advogando, menos em matéria eleitoral.

Só pode ser Presidente do TSE um dos 3 ministros do STF mandato 2 anos Um dos 2 ministros do STJ será o Corregedor-Geral Eleitoral mandato 2 anos

5.3  Tribunais Regionais Eleitorais5.3.1 Cada TRE: 7 juízes, assim escolhidos

a) 2 Desembargadores do TJ o próprio Tribunal de Justiça escolheb) 2 Juízes de Direito da Entrância mais elevada o TJ escolhe os Juízes de Direitoc) 2 OAB O TJ faz uma lista que é remetida ao Presidente da República. Este, por sua vez, escolhe os 2oficiarão no TRE.d) 1 Representante da Justiça Federal é escolhido pelo TRF que pode ser:

- 1 Desembargador Federal ou 1 Juiz Federal.Será Desembargador Federal naquele Estado que for sede de TRF: Distrito Federal, R

Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife

5.3.2 Mandato: 2 anos, permitida um única recondução.

Somente será Presidente do TRE um dos Desembargadores do Tribunal de Justiça

Page 54: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 54/113

 

 

5.4  Juiz Eleitoral

Esse juiz é um Juiz de Direito, portanto, um juiz Estadual que exerce função eleitoral. Seja, Juiz de Direitexercício de função federal (judicatura eleitoral).O juiz de direito exerce essa função federal em face do P. da Delegação.

5.5  Junta Eleitoral

A composição: juiz eleitoral + 2 ou 4 cidadãos ( composição prevista no Código Eleitoral )

6. JustiçaMilitar 

Julga os crimes militares que estão previstos do Decreto-Lei de 1.001/69 (Código Penal Militar).A Justiça Militar da União só possui competência criminalA Justiça Militar da União julga os crimes militares praticados pelos membros das Forças Armadas e

civis.

6.1  Composição: 15 Ministros

a)  10 militares 5 oficiais-generais da marinha, 4 oficiais-generais do exército e 3 oficiais-generaaeronáuticab)  5 civis 3 advogados, 1 juiz-auditor militar e 1 membro do Ministério Público Militar

Todos maiores de 35 anos, escolhidos pelo Presidente da República e o nome aprovado pelo SF.Os 10 militares só podem ser brasileiros natos, pois para ser oficial das forças armadas, só brasileiros nOs 5 civis podem ser brasileiros natos ou naturalizados.

6.2  Tribunais Militares: ainda não foram criados6.3  Auditorias Militares6.3.1  São 12 em todo Território Nacional6.3.2  Eles judicam de 2 maneiras:a)  Conselho Permanente (Juiz auditor-militar + oficiais militares) julga não oficiais (praças) e cib)  Conselho Especial (juiz auditor-militar + oficiais militares) julga os oficiais, menos os ofigenerais que são julgados pelo STM

7. JustiçaMilitar EstadualÉ a única justiça especializada que pode ser criada por EstadoSó pode ser criada por iniciativa privativa do Tribunal de Justiça (art. 125, §3º, CF)

7.1  Composição:

a)  Em 1ª grau: Conselho de Justiça. Esse conselho oficia de duas maneiras

Page 55: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 55/113

 

 

a.1) juiz de direito. Nos Estados em que existe Tribunal de Justiça de Militar, o concurso para essa carrepróprio. Nos Estados em que não tem esse Tribunal, o juiz será o do Tribunal de Justiça.

Será competente quando o crime for praticado contra civil. Ex. Policial Militar comete um furtoa.2) juiz de direito + oficiais militares.

Será competente quando a vítima for também militar (§§ 4º e 5º, art. 125, CP)

b)  Em 2ª grau: Tribunal de Justiça ou Tribunal Justiça Militar

Naqueles Estados cujo efetivo da Justiça Militar seja superior a 25 mil integrantes, pode ser criaTribunal de Justiça Militar. Os Estados que têm SP, RS e MG

7.2 Alguns regras da Justiça Militar

a) A justiça Militar Estadual nunca julga civis. Ela só julga policial militar e bombeirosb) A Justiça Militar da Estadual não julga os crimes dolosos contra a vida cuja vítima seja civil. Nesse caJustiça Comum será a competente (Lei 9.299/96).

c)  A Justiça Militar Estadual não julga o crime de tortura praticado por policial militar. Nesse caso, a JuComum é a competented) A Justiça Militar Estadual não julga o crime de abuso de autoridade (Lei 4898/65).e) A EC 45 deu à JME competência civil

8. Justiça do Trabalho

8.1  TSE

a) Composição: TST: 27 ministros togados e vitalícios (não existem mais juízes classistas) art. 111 A, Cb) Idade: todos com mais de 35c) Escolhidos pelo Presidente e o nome deve ser aprovado pelo Senado Federald) Desses 27, 1/5 tem de ser dentre os membros do MP e advogados. Na divisão do quinto constitucse o número não for inteiro, considera-se o número inteiro acima. No caso, a divisão 5.33. Considerentão, 6. Sendo assim:

a)  3 advogadosb)  3 membros do MP do Trabalhoc)  21 oriundos da carreira.

8.2  Tribunal Regional do Trabalho

a)  Composição: no mínimo 7

8.3  Juízes do Trabalho

Page 56: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 56/113

 

 

9. Órgão Especial

Nos tribunais com mais de 25 membros, poderá ser criado o órgão especial que deverá ter no mínimomáximo 25.

9.1 Composição: até a EC 45, os membros do órgão especial eram os mais antigos do Tribunal. Com a Ehouve uma democratização desse órgão. Hoje a 1ª metade é composta dos mais antigos e a 2ª metadeleição. Essa é uma norma constitucional de eficácia plena.

10. CNJ 103-A, CF 

Não exerce jurisdição. É um órgão administrativo - §§1º e 2º, art. 92, CF.Ele não é um órgão de controle externo do Poder Judiciário, pois dos 15 membros, 9 são juízes. E

ele não exerce jurisdição, não podendo se imiscuir no exercício jurisdicional dos magistrados.

10.1 Composição: 15 membros

 

Direito Constitucional Marcelo Novelino Hermenêutica

AULA 10

1. Métodos interpretativos da CF

Breve considerações

Após a 2ª guerra mundial - 1950, surgiu o Constitucionalismo de Contempor(neoconstitucionalismo)

As principais razões que levaram os alemães para desenvolverem métodos específicos de interpretda constituição são:a) O fato de os direitos fundamentais se expressarem por princípios.b) A Constituição trata de todos os ramos do direito. Seu objeto é amplo.c)  Variedade de eficácia das normas da Constituição (plena, contida, limitada).d)  Ideologia ou pré-compreensão do intérprete.

A hermenêutica fornece os elementos para a interpretaçãoCanotilho afirma que não existe um único método correto e justo. Todos os métodos, apesar de part

de premissas diferentes, são complementares.

Page 57: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 57/113

 

 

1.1  Hermenêutico clássico:

Principal defensor foi Ernest Forsthoff  Esse método é assim chamado por utilizar os elementos tradicionais de interpretação. Os elemeclássicos são aqueles desenvolvidos por Savigny:

E  Elemento gramatical

 F  Elemento histórico

G  Elemento lógico: utiliza as premissas da lógica formal

H  Elemento sistemático: a norma não existe sozinha, ela faz parte de um sistema. Ao interpretar norma, deve-se interpretá-la dentro do sistema em que ela está inserida.

Forsthoff defende a tese da identidade entre a Constituição e a Lei. Segundo ele a constituição nada é do que uma lei. Por ser assim, ela deve ser interpretada utilizando os mesmos elementos de interpretda lei. Por isso ela não precisa de método próprio. Parte de um raciocínio sistemático CRÍTICA: Os elementos clássicos, por terem sido desenvolvidos, para o direito privado são insuficie

para dar conta das complexidades que envolvem a interpretação constitucional. Quando Savigny crioelementos, ele os fez pensando no Direito Privado e para este são perfeitamente eficazes. Entretanto,a Constituição, não tem muita eficácia, uma vez que é dotada de princípios.

1.2  Científico-Espiritual (ou valorativo)

Principal defensor: Rudolf Smend Esse método buscar associar o espírito da Constituição. Esse espírito se mostra através dos valoreConstituição expostos.

O preâmbulo, segundo entendimento da STF, não é norma jurídica. Por isso, não serve de parâm

para o controle. O STF adota a tese da Irrelevância Jurídica do Preâmbulo. Ele não se situa no domíndireito, mas sim da política ou da história.

Além de considerar os valores, esse método considera outros fatores extraconstitucionais. São eles:Realidade social do momento histórico (por esse fator, o método também pode ser chamad

Sociológico)

E  Integrativo: P. do efeito integrador

Parte de um raciocínio sistemático CRÍTICA: Indeterminação e mutabilidade dos resultados. Ao levar em consideração faextraconstitucionais, esse método leva a resultados diferentes de acordo com cada realidade histórica

Os métodos a seguir são considerados métodos aporéticos

Raciocínio aporético: baseia na ideia de problema. Também pode ser chamado de método concre(aplicação da norma ao caso concreto). problema: Casos difíceis que não encontram uma resposta clara para sua solução.

Page 58: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 58/113

 

 

1.3  Tópico-problemático

Principal defensor: Theodok Viehweg É um método que se baseia em topos (plural: topoi): são esquemas de pensamento, formaraciocínio, de argumentação, pontos de vista. O topos pode ser extraído da doutrina majorit jurisprudência, senso comum. É um método anti-positivistaEx. Normas excepcionais devem ser interpretadas restritivamente.Ex. O sigilo de correspondência, em regra, é inviolável. Entretanto, quando o sigilo for utilizado cescudo protetivo para realização de ato ilícito, o sigilo poderá ser violável.

Em face do problema, são desenvolvidas argumentações que serão contrários ou a favor. argumentação jurídica em torno do problema, prevalecerá aquela que for mais convicente.

O método parte do problema (que é o principal elemento) para norma. CRÍTICA: A interpretação deve partir da norma para a solução do problema e não do problema pnorma. A segunda crítica é o casuísmo ilimitado. A terceira, e última, crítica é a pouca importância atribà jurisprudência, sendo que esta traz segurança jurídica.

1.4  Hermenêutico-concretizador

Principal defensor: Konrad Hesse. hermenêutico: interpretação + Concretizador: aplicação.

Esses dois elementos são inseparáveis e consistem em um processo unitário. Hesse defende que saplicação da norma, se antes houver interpretação e só há interpretação para haver aplicação da norma

Neste método há uma primazia da norma sobre o problema Elementos básicos: problema, norma a ser interpretada, compreensão prévia do intérprete (cífechado de intérpretes: somente interpretarão a constituição aquele que tem uma compreensão prévconstituição).

CRÍTICA: Enfraquecimento da força normativa e quebra da unidade da Constituição.

1.5  Normativo-estruturante

Principal responsável pelo desenvolvimento: Friedrich Müller Müller desenvolve uma estrutura de concretização da norma jurídica que é feita através de velementos:

Elementos metodológicos: métodos e princípios

Elementos dogmáticos: doutrina e jurisprudência

Elementos de política Constitucional (consequências das decisõe

Page 59: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 59/113

 

 

Müller distingue:

a) Domínio normativo: é a realidade social tratada pelo texto da norma. b) Programa normativo: é a norma propriamente dita que trata da realidade.

Segundo Müller, deve-se considerar tanto o domínio quanto o programa

CRÍTICA: enfraquecimento da força normativa e quebra da unidade da Constituição

1.6  Concretista da Constituição aberta

Método citado por Paulo Bonavides Responsável pelo desenvolvimento: Peter Haberce Todo aquele que vive uma Constituição (dentro de uma realidade constitucional) é o seu legintérprete. O intérprete definitivo é o STF, mas todos que vivem essa Constituição são legítimos intérp

da Constituição. Por isso que o círculo da interpretação é aberto. Seja, por toda a sociedade pertencente.

A democracia deve ser levada em consideração não apenas na elaboração da norma, mas tambésua interpretação.

Ex. A figura do amicus curiae é um fato que demonstra a interpretação aberta, bem como a realizaçãaudiências públicas.

CRÍTICA: enfraquecimento da força normativa e quebra da unidade da Constituição.

2. Interpretativismo e não-interpretativismo

Discutida nos EUA

2.1 Corrente Interpretativista: adota uma postura conservadora (postura direita norte-americana). Par3 premissas

a) Respeito absoluto ao texto e à vontade do constituinte. Segundo essa premissa, cabe o Judiciário reo texto, seja, dizer o que o legislador quis expressar a escrevê-lo. Essa corrente também é conhecidaTextualista, Originalista ou Preservacionista.b) Cabe ao Juiz apenas aplicar a Constituição e não modificá-la. A soberania popular é quem deve

quais os valores consagrados, por ser o poder constituinte.c)  Única resposta correta. Seja, não existe mais de uma resposta correta: a correta é aquilo qconstituinte originário quis ao realizar a constituição

II.2  Corrente Não-Interpretativismo: adota uma postura progressista. Parte dos seguintes pressuposto

Page 60: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 60/113

 

 

a)  Cada geração tem o direito de viver a Constituição ao seu modo. Os juízes devem desenvolver e evotexto constitucional. Vai caber ao Judiciário adaptar a Constituição à realidade atual. Essa correntediretamente ao ativismo judicial.

3. Princípios de Interpretação, Instrumentais ou Postulados Normativos.

Postulados Normativos: são normas de segundo grau que estabelecem a estrutura de aplicação de onormas. Princípios (Robert Alex): são mandamentos de otimização, ou seja, normas que ordenam que algocumprido na maior medida possível de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas existenteprincípio não tem uma medida exata. Um princípio será aplicado mais ou menos de acordo as segucircunstâncias:

a)  Fáticas ou caso concreto: Em face disso, o peso do Princípio será relativo. Dessa forma, não secomo estabelecer uma hierarquia entre os princípios.b)  Análise dos princípios opostos

Procedimento de aplicação dos princípios: ponderação, sopesamento, balanceamento Regras: são mandamentos de definição, ou seja, normas que devem ser aplicadas na medida exatsuas prescrições.. mandamento de definição: a regra deve ser cumprida na medida exata de suas prescrições. Elas obeda lógica do tudo ou nada. Diferente dos princípios que podem ser mais ou menos aplicadosaposentadoria compulsória do servidor público ao atingir 70 anos.

Procedimento de aplicação da regra: subsunção (aplicação da norma ao fato).

III.1  Postulados normativos para interpretação da Constituição

a)  P. da Interpretação conforme a Constituição: na verdade ele é um princípio de interpretação daconforme a Constituição e parte de dois pressupostos

a.1) P. Supremacia da Constituição: no plano dogmático-positivo ele diz que um ato do poder púsomente será válido se observar a forma e o conteúdo previsto na Constituição. A partir desse princtodo ato deve observar o que a Constituição determinaa.2) P. de Presunção de Constitucionalidade das leis: Se os poderes públicos retiram a sua competêncConstituição e, por isso, presume-se que seus atos sejam constitucionais.

Em razão desse princípio, se houver dúvida, a lei deve ser declarada constitucional.É daqui que surge o P. Interpretação conforme a Constituição

Conceito: diante de normas polissêmicas ou plurisignificativas deve-se optar pela interpretação quecompatível com a Constituição.

. normas polissêmicas ou plurisignificativas: aquelas que possuem vários significados possíveis.

A norma tem duas interpretações: A e B. O Judiciário faz o seguinte: Se a norma for interpretadmaneira A será constitucional

Page 61: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 61/113

 

 

Segundo o STF, a Interpretação conforme a Constituição é equivalente à declaração de nulidaderedução de texto. Nem na Interpretação conforme, nem na declaração de nulidade não é necesobservar a cláusula de Reserva de Plenário, pois a norma não é inconstitucional. Apenas diz-se quedeterminada interpretação é inconstitucional.

 b) P. da Unidade

Conceito: impõe ao intérprete a harmonização das tensões e contradições entre normas constitucioEx. livre iniciativa e monopólio Estatal Principal objetivo: afasta a tese de hierarquia de normas constitucionais. Norma originária da Constituição não pode ser declarada inconstitucional. Fundamento: O P. da Unafasta a tese de hierarquia entre as normas da Constituição.

Esse princípio é utilizado quando ocorre um conflito aparente de normas abstratas.

c)  P. do Efeito Integrador

Por ser a Constituição o principal elemento no processo de integração comunitária nas resoluçõeproblemas jurídico-constitucionais, deve ser dada primazia aos critérios que favoreçam a integração poe social.

d) P. da Concordância prática ou harmonização

Esse princípio será aplicado quando houver um conflito de normas no caso concreto.

Diante de uma colisão de direitos, cabe ao intérprete coordenar e combinar os bens jurídicos em conrealizando uma redução proporcional no âmbito de alcance de cada um deles.

e)  P. da Relatividade ou Convivência das liberdades públicas.

Não existem princípios absolutos, pois todos encontram limites em outros princípios também consagna Constituição.

Para que haja uma cedência recíproca é que eles serão considerados relativos.

f )  P. da Força Normativa da Constituição.

Na interpretação constitucional deve ser dada preferência às soluções densificadoras que as tornem eficazes e permanentes.

Interpretações divergentes enfraquecem a força normativa da ConstituiçãoEx. Relativização da Coisa Julgada e Efeito transcendente dos motivos determinantes.

Esse princípio se aplica a toda Constituição

Page 62: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 62/113

 

 

g) P. da Máxima Efetividade

Na interpretação constitucional deve ser dada preferência às soluções densificadoras que as tornem eficazes e permanentes.Esse princípio se aplica apenas em relação aos Direitos Fundamentais.

Parte doutrina entende que o art. 5ª, §1º, CF seria o revelador desse princípio.

QUESTÃO: Pode-se deduzir que todos os direitos fundamentais são aplicáveis imediatamente? Cespe: o5º, §1º, CF deve ser entendido não como uma regra, mas sim como um princípio.

h) P. da Conformidade Funcional ou Justeza

Cada Poder Público deve agir conforme a função que lhe foi atribuída pela Constituição. Conceito: Tem por finalidade impedir que os órgãos encarregados da interpretação constituccheguem a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório funcional estabelecidoConstituição.

Esse princípio tem um destinatário bem específico: STF

Ex. O STF tem decidido ,no caso de Injunção, que o SF não irá mais suspender a norma declainconstitucional, mas apenas dar a publicidade dessa suspensão.

ConstitucionalPedro

TaquesPoder Judiciário (término). Prerrogativas e Garantias da Magistratura.

AULA 11

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1.  O que é controlar a constitucionalidade? 

Significa indagar, perguntar a respeito da compatibilidade ou incompatibilidade da lei em relaçConstituição.Quando se fala em controle de constitucionalidade está-se a perguntar se a norma está adequada Fundamental?Controle de constitucionalidade ou fiscalização de constitucionalidade tem um objetivo: garansupremacia da Constituição. Isto significa dizer que ao se fazer controle, significa fazer com que a CFobedecida, atendida. Assim, ao se falar sobre controle de constitucionalidade tem de se fazer referê

necessariamente, ao P. da Supremacia Constitucional.

1.1 P. da Supremacia

. Mundo do Ser: a um antecedente, obrigatoriamente, se liga uma determinada consequência. O homracionalmente, não consegue mudar uma consequência de um determinado antecedente. Se ocorreuantecedente, obrigatoriamente ter-se-á uma consequência. As leis do mundo do ser são imodific(são as leis da química, física, biologia). Ex. espermatozóide e óvulo: nascimento de pessoa.

Page 63: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 63/113

 

 

. Mundo do Dever-Ser: as ciências sociais e jurídicas fazem parte desse mundo. Aqui estão as regraeducação, éticas, morais, etiquetas, jurídicas. As leis do mundo do dever-ser a um antecedentehomem com sua inteligência, liga a consequência que melhor se interessa. Ex. matar alguém homisimples - : pena de 6 a 12 anos; matar alguém legítima defesa -: sem necessidade de cumprir pena. Aantecedente não mudam, apenas as consequências. Diferente do que acontece no mundo do ser em qconsequências não mudam.

As regras de moral, etiqueta são postadas de forma horizontal, pois todas elas encontram-se na mecategoria porque não existe entre elas hierarquia. Daí as regras de educação, etiqueta e de moral.

As regras de ordem jurídica são postadas de forma vertical.A CF se coloca no cimo da pirâmide normativa. Por isso ela é chamada de Lei Ápice - A CF ence

sistema legal. Ao se colocar no ápice dessa pirâmide, isso significa dizer que a CF possui uma determisupremacia sobre as demais normas que estiverem abaixo. Por isso, se houver um conflito entre norma que estiver abaixo da CF e esta, deve prevalecer o que a CF prenuncia.

Essa Supremacia se divide em duas espécies:

a)  Supremacia Formal da Constituição: a CF é uma norma suprema porque ela decorre do P

Constituinte Originário e este é ilimitado juridicamente. Enquanto outras leis decorrem do PConstituído Legislativo.

b) Supremacia Material da Constituição: a CF é o documento mais importante que se tem no ordenam jurídico. Por isso, as matérias nela tratados são aqueles temas mais importantes para o Estado. Assimface da relevância das matérias que a CF trata é que se retira o fundamento dessa supremacia.

Fernand Lassale: todos os Estados sempre tiveram e sempre terão constituição. O movimento denomiconstitucionalismo, por volta de 1789, tem como objetivo dar aos Estados Constituições escritas oLassale denominava de folha de papel. As duas primeiras Constituições escritas são a America 178

a Francesa 1791. Para Lassale, o que era mais importante eram os fatores reais de poder. Quando o constitucionalismo, as matérias mais importantes para a sociedade política eram:

1.  Direitos e garantias fundamentais2.  Organização do Estado3.  Divisão Orgânica de Montesquie

Hoje, além desses três temas, tem-se mais temas importantes1.  Ordem econômica2.  Ordem social3.  Objetivos do Estado

Assim, Supremacia material diz respeito a temas que a Constituição deve ter. Essas matérias variaacordo com o momento histórico vivido.

Page 64: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 64/113

 

 

1.2 Rigidez Constitucional

Não há que se falar em controle de constitucionalidade se a Constituição não for do tipo rígida.Existem várias classificações acerca da Constituição. Uma das classificações mais úteis é a cham

classificação quanto à sua alterabilidade que recebe outros nomes: mutabilidade, consistêestabilidade. Podem ser:

a)  Rígida: é aquela que detém um processo legislativo de alteração mais trabalhoso, dificultoso, soe burocrático. Existe diferença entre o processo legislativo ordinário ou comum e o especial.

b)  Flexível (Plástica): é aquela em que Constituição se modifica, se altera pelo mesmo proclegislativo de uma norma ordinária. Aqui, não existe diferença entre Lei Constitucional eSubconstitucional.

c)  Semi-rígida (semi-flexível): é aquela em que algumas normas se alteram através de um proclegislativo mais trabalhoso, dificultoso. Diferente de outras normas que podem ser modificadas atendao mesmo processo legislativo da lei ordinária. A Constituição de 1824 foi uma constituição semi-rí

Nela existiam dois tipos de normas:

c.1) materialmente constitucionais: para sua alteração exigia-se um processo mais trabalhoso.c.2) formalmente constitucionais: para sua alteração exigia-se o processo de alteração de leis ordinárias.

Alexandre de Morais afirma que a Constituição de 1988 é uma constituição do tipo rígida, mas ela possuma parte que é super-rígida (art. 60,§4º, CF).O LFG, a partir de um julgado do STF, entende que na pirâmide normativa modificou ficando assim:1º CF2º Tratados internacionais que tratam de direitos humanos (são normas supralegais)3º Normais legais.

1.2  C lassificação do controle de constitucionalidade

1.2.1  Classificação do controle tendo em vista o momento em que ele é feito. Pode ser:

a)  Controle preventivo de constitucionalidade:

. Finalidade: tem por objetivo impedir que a norma inacabada (portanto projeto de lei), de anteinconstitucional, adentre no ordenamento jurídico.

. Manifestação: ele ocorre em três momentos:

- controle preventivo pelo legislativo: ocorre na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).comissão emite um parecer a respeito da constitucionalidade do PL. Este parecer é terminativo eapenas opinativo. Assim, se CCJ entender que o PL é inconstitucional, este irá ser arquivado (art. 58,CF)

Page 65: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 65/113

 

 

- controle preventivo pelo executivo: ocorre se houver veto jurídico do PL. Se o Presidentende que o PL é inconstitucional pode vetar o projeto (art. 66, §1º, CF). Entretanto, esse veto não tpoder de fulminar o PL.

- controle preventivo pelo judiciário: ocorre quando há MS impetrado por parlamentar federal. Apparlamentar federal detém legitimidade impetrar MS discutindo projeto de lei.

b)  Controle repressivo de constitucionalidade (ou posterior ou a posteri ):

. Finalidade: tem por objetivo de expurgar, expulsar, retirar do ordenamento jurídico a norma acaincompatível, violadora da CF.

Esse controle repressivo, no mundo todo, pode ser feito através de três órgãos:- órgão político: Cria-se um órgão que não faz parte de nenhum dos poderes para se fazer o controlenão exerce jurisdição. Ex. França- órgão judicial: este órgão faz parte do Poder Judiciário- órgão misto: Para as leis locais, o controle é feito por órgão judicial. Para as leis nacionais, o contr

feito por um órgão político. Ex. SuíçaNo Brasil, o controle repressivo é feito, em regra, pelo Poder Judiciário. Por isso o controle repressivo, cregra, é jurisdicional.Exceções: além do Poder Judiciário, outros órgãos podem fazer controle de constitucionalidade. São:

- Controle repressivo feito pelo Poder Legislativo:. Lei Delegada (art. 68, CF): O Presidente solicita autorização ao CN para legislar sobre determi

matéria. Ao fazer a lei, o Presidente acrescenta outra matéria não contemplada na delegação. O CN sustar a parte que exorbitar a delegação (art. 49, V, CF).

. Decreto: no próprio art. 49, V, 1ª parte: o Presidente, ao expedir decreto, exorbita de seu pregulamentar: o CN pode sustar esse ato.

. Medida Provisória: quando o CN entende que a MP não tem os requisitos da relevância e urgêNesse ponto, o CN pode entender que essa MP é inconstitucional.. TCU: o TCU pode reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei no caso conc

Súmula 347, STF: O TCU, no exercício de suas atri buições, pode apreciar a constitucionalidade das leis

atos do poder público.

- Controle repressivo feito pelo Poder Executivo: NÃO É PACÍFICO. Existem doutrinadque entendem que o Chefe do Poder Executivo pode afirmar que determinada lei é inconstitucionalórgãos que a ele são subordinados não aplicaram a essa lei. Ressalte-se que isso deve ser público e podquestionado pelo Poder Judiciário.

O Controle Repressivo Jurisdicional, no Brasil, é misto. Ele é assim, porque adota dois sistemas/mode

a)  Sistema difuso: ele foi sistematizado em 1803 nos EUA. Em razão disso, ele tambchamado de sistema americano.b)  Sistema concentrado: ele foi sistematizado em 1920 na Áustria, por Kelsen. Em rdisso, ele é chamado de austríaco ou europeu.

Page 66: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 66/113

 

 

Não se falou em criação desses sistemas, porque desde Aristóteles existia uma ideia de supremacia emas normas gerais/organização eram superiores às normas comuns.

1.3 Incursão pelas C onstituições Brasileiras

. CF de 1824: não fez qualquer referência a controle de constitucionalidade por dois motivos:

a)  Essa CF teve como fonte inspiradora o constitucionalismo inglês e a Constituição Francesa. Essasmanifestações pregavam a supremacia do parlamento. Portanto, o Judiciário não poderia infirmar a ordo parlamento.b)  A CF adota a teoria do poder moderador. Esse era encarregado de resolver os conflitos entdemais poderes.

. CF de 1891: sua fonte inspiradora foi a Constituição Americana de 1787 e trouxe para o Brasil o sisdifuso. Dizia que qualquer juiz, qualquer tri bunal diante de um caso concreto pode reconhec

inconstitucionalidade. 

. CF de 1934: sua fonte inspiradora foi a Constituição Alemã de 1919 (Constituição de Weimer): A C1934 manteve o sistema difuso e trouxe três inovações

a)  Qualquer juiz e tribunal (para esse só com maioria de votos) pode fazer o controle difusob)  Cria a Ação Direta de Inconstitucionalidade interventiva.c)  Participação do SF no sistema difuso: Se o Supremo reconhece a inconstitucionalidade no sistdifuso, remeteria ao SF e este faria a suspensão da lei (atual art. 52, X, CF)

. CF de 1937: sua fonte inspiradora foi a Constituição Polonesa de 1935. A CF/37 manteve as caracterda CF/34 com uma inovação:

a)  Se o Supremo reconhecer a inconstitucionalidade, o Presidente poderia reconhececonstitucionalidade. Seja, o Presidente tinha a última palavra em se tratando de controleconstitucionalidade

. CF de 1946: essa CF volta às características da CF/34. Seja, retira a excrecência da possibilidadPresidente ter a última palavra em controle de constitucionalidade.

Essa CF/46 recebeu várias emendas. A que nos interessa é a EC16/65. Esta emenda incorpora, na or jurídica nacional, o controle concentrado de constitucionalidade.

. CF 67 e 69 não inovaram em matéria de constitucionalidade.

. CF de 1988: trata do controle preventivo e repressivo. Sendo que este último, como regra, é jurisdicioé misto por adotar o sistema difuso e concentrado.

Page 67: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 67/113

 

 

1.4 C ontrole concentrado de constitucionalidade

O controle concentrado se manifesta por 5 ações:

a)  Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI ou ADIN genérica)b)  Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissãoc)  Ação Declaratória de Constitucionalidaded)  Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventivae)  Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)

Ressalte-se que Controle Concentrado não é sinônimo de controle abstrato. Concentrado significa lugar. O concentrado pode ser abstrato ou concreto.

São controles concentrados abstratos: ADI, ADI por omissão, ADC, ADPFSão controles concentrados concretos: ADI Interventiva

1.4.1 Espécies de inconstitucionalidades

a)  Inconstitucionalidade formal (orgânica, nomodinâmica) Hans Kelsen: é aquela em que a lei ounormativo infraconstitucional viola o devido legislativo constitucional.b)  Inconstitucionalidade material (nomoestática) Hans Kelsen: é aquela em que a lei ou ato norminfraconstitucional viola, desrespeita o conteúdo da Constituição.c)  Inconstitucionalidade por ofensa ao decoro parlamentar Pedro Lenza: a lei é material e formalmconstitucional, mas existe um vício em seu processo. Ex. mensalão: parlamentares eram pagos para favoravelmente a um projeto de lei.

1.5 C ontrole constitucionalidade repressivo pelo modelo difuso

Difuso significa espalhado em mais um ponto. Qualquer juiz ou tribunal pode apreciar a matéria.diametralmente contrário ao concentrado

Ele recebe outros nomes: indireto, incidental, interpartes, incidenter tantum, pela via da exceçãdefesa, concreto, subjetivo.

1.5.1 Legitimidade: qualquer pessoa física ou jurídica, diante um caso concreto pode aincidentalmente a inconstitucionalidade.

O juiz, inclusive, pode reconhecer de ofício a inconstitucionalidade.

. incidentalmente: a alegação da inconstitucionalidade não é pedido, mas sim causa de pedir.

1.5.2 Competência: qualquer juiz, qualquer tribunal diante de um caso concreto pode reconhecinconstitucionalidade, inclusive de ofício.

No caso de reconhecimento por tribunal ou seu respectivo órgão especial, exige-se maioria absolutvotos (art. 97, CF). Órgão fracionário ou fracionado (turma, câmara e seção) não pode reconheinconstitucionalidade, mas podem, entretanto, reconhecer a constitucionalidade.

Page 68: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 68/113

 

 

. Órgão especial: A partir da EC 45, a composição desse órgão mudou sendo metade composta dos antigos membros e a outra metade por eleição.. Exceção ao artigo 97, CF: art. 481, § único do CPC: o órgão fracionário poderá reconhecinconstitucionalidade quando já houver uma decisão do plenário do STF ou do respectivo órgão especia

1.5.3 Objeto de controle: só poderá ser lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal.

1.5.4 Parâmetro ou paradigma do controle: Alega-se que a lei é inconstitucional em face do quê? Noregra, Norma-princípio constitucional (inclusive princípios constitucionais não expressos)

. O preâmbulo não pode ser parâmetro ou paradigma de controle, pois não se encontra no campo jurímas sim político.. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias pode ser paradigma de controle, desde que não tparadigma de controle

1.5.5 Efeitos da decisão: a decisão no sistema difuso produz efeitos inter partes. Por isso é que é chamtambém, de modelo inter partes. Essa decisão só pode atingir o patrimônio das partes: limite subjetiv

coisa julgada. Seu efeito é ex-tunc: sendo que a lei é inconstitucional, desde a sua promulgação.

Obs.: O reconhecimento da inconstitucionalidade não estará na parte dispositiva da sentença, mas sifundamentação desta, pois na parte dispositiva está o pedido e o reconhecimento da inconstitucionalinão é pedido, mas sim causa de pedir.

Mesmo que o STF reconheça a inconstitucionalidade, a decisão ainda será inter partes. Entretanto, poderá enviar essa decisão ao SF que, querendo, suspenderá a execução da lei (art. 52, X). Aí, sdecisão será ergas omnes

QUESTÃO: O STF pode modular a decisão no sistema difuso? Art. 27 da Lei 9868/99: Excepcionalmente

QUESTÃO: O STF está obrigado a remeter a decisão ao SF? Sim. O STF ou PGR deve remeter. A razão é que o SF suspenda a execução da lei.

QUESTÃO: Hoje o STF ainda está obrigado a remeter a decisão para o SF? Sim (E a abstrativizaçãsistema difuso? - voto do Ministro Gilmar).

QUESTÃO: O SF pode suspender a execução de uma lei municipal? Sim. Não interessa a natureza donormativo. Pode ser federal, estadual ou municipal.QUESTÃO: O SF é obrigado a suspender a execução da lei? Isso é ato vinculado ou discricionário? O

discricionário. Por isso, ele não está obrigado a suspender a lei.

QUESTÃO: Qual o ato que o SF expede para suspender a execução da lei? Resolução.

QUESTÃO: A participação do SF se dá apenas no controle difuso ou pode se dar no concentrado? Apendifuso.

Page 69: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 69/113

 

 

QUESTÃO: Se o STF entender que a lei é totalmente inconstitucional, o SF pode suspender parte dNão. Se o SF entender em suspender a execução, deverá ser na forma do reconhecimento do STF.

1.6 Sistema de constitucionalidade repressivo pelo modelo concentrado

Espécies de ações:

 Ação Direta de Inconstitucionalidade: surge na Áustria, em 1920  , e chega ao Brasil em 1965, por meE C 16

. Legitimidade: De 1965 até 1988, apenas um legitimado: apenas o PGR era o legitimado para provocartipo de controle. De 1988 em diante, houve o alargamento dos legitimados que estão no art. 103, CF.

- alargamento da legitimidade: significou a democratização participativa do controleconstitucionalidade.

. Lei 9868/99: regulamenta a ADI. Esta lei, em seu art 7º, §2º, institui o amigo da corte, colaborado

tribunal. Esse colaborar não é legitimado, mas apenas um terceiro interessado. A instituição desses amdemonstra, mais uma vez a democratização participativa. A isso se dá o nome de A Sociedade abertintérpretes constitucionais: significa que a CF em razão dos seus temas é o documento mais importque se tem. Por isso, não se pode deixar a discussão dela adstrito apenas aos Ministros. Faz-se necesque a sociedade discuta e viva a Constituição.

Espécies de legitimados: a CF não diferencia os legitimados. No entanto, a jurisprudência do STF nonotícia de duas espécies:

D. Constitucional Pedro Taques Controle de Constitucionalidade II

AULA 12

Espécies de legitimados para ADI art. 103, CF

1.  Legitimados Universais ou Neutros: não precisam demonstrar a pertinência temática. Seu interegeral e, por isso, podem versar sobre qualquer assunto que julguem inconstitucional.2.  Autores interessados ou Especiais: necessitam demonstrar a pertinência temática

. Pertinência temática: é a necessidade de comprovação do interesse na propositura da ação. O ainteressado ou especial precisa demonstrar a existência de uma relação do objeto da ação e a sua finaliinstitucional.

 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de

constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 

I - o Presidente da República  LEGITIMADO UNIVERSAL II - a Mesa do Senado Federal LEGITIMADO UNIVERSAL 

III - a Mesa da Câmara dos Deputados  LEGITIMADO UNIVERSAL 

Page 70: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 70/113

 

 

IV a Mesa de  Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)  

 AUTORES INTERESSADOS OU ESPE C IAIS

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004)   AUTORES INTERESSADOS OU ESPE C IAIS

VI - o Procurador-Geral da República  LEGITIMADO UNIVERSAL 

VII - o Conselho Federal da Ordem dos  Advogados do Brasil  LEGITIMADO UNIVERSAL 

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional  LEGITIMADO UNIVERSAL 

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional    AUTORES INTERESSADOSOU ESPE C IAIS

Obs.: Vice-Presidente não pode ajuizar ADI, salvo quando no exercício da Presidência.

Obs.: Se o PGR não for autor da ação, obrigatoriamente, deve dar um Parecer sobre as ADIs propopelos outros legitimados.

QUESTÃO: SE faz necessário a presença de advogado para ajuizamento da ADI? NÃO. A maiorialegitimados possui capacidade postulatória constitucional. A Constituição oferta a legitimidadecapacidade postulatória.

Possuem capacidade postulatória: O Presidente, a Mesa do SF e CD, PGR, Mesa da AssembLegislativa, Governador de Estado ou do Distrito Federal

Não possuem capacidade postulatória: Partido Político com representação no CN e ConfederSindical ou entidade de classe de âmbito nacional

GovernadorEm regra, um Governador de um Estado não pode ajuizar uma ADI questionando a constitucionalidaduma lei de outro Estado, pois, em regra, essa outra lei não repercute no patrimônio jurídico do seu EstaPoderá acontecer, entretanto, desse Governador ajuizar uma ADI questionando a constitucionalidade dde outro Estado se demonstrar que o objeto da ação repercutirá em seu patrimônio jurídico.

Partidos PolíticosNo que tange aos Partidos Políticos, faz-se necessário ressaltar julgamento do STF em 2005 que enteque partido político ajuiza ADI e depois perde a representação no CN, continua tendo legitimidade

aquela ADI.

Entidade de Classe de âmbito nacional ou Confederação SindicalAqui, só é legitimado entidade de classe trabalhadora ou profissional. Assim, a UNE, por exemplo, nãolegitimidade para ajuizar ADI.

O STF permite que Associação de Associações possa ajuizar ADI. Ex. Associação da AssociaçãoDelegados Federais.

Page 71: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 71/113

 

 

1.6.1  Competência para julgamento da ADI

STF art. 102, I, a, CFA turma do STF não pode reconhecer a inconstitucionalidade. O STF só pode reconhecinconstitucionalidade apenas por maioria absoluta de votos 6 ministros.Só existe seção se, no mínimo 8 estiverem presentes.

1.6.2  Objeto de controle

Lei ou ato normativo federal ou estadual.

ADI federal (art. 102, I, a) e ADI estadual (art. 125, §2º, CF)

ADI federal ADI estadual

Competência: STF Competência: TJObjeto de controle: Lei ou ato normativo

federal ou estadual

Objeto de controle: lei ou ato normativo esta

ou municipalParâmetro/Paradigma de controle: CF Parâmetro/Paradigma de controle: Constitu

Estadual

Conclusões:

1ª Conclusão: Lei Municipal não pode ser objeto de controle concentrado no STF, através da ADI2ª Conclusão: Lei Federal não pode ser objeto de controle concentrado no âmbito estadual.3ª Conclusão: Lei Estadual pode ser objeto de controle concentrado no STF e no TJ.

Conceito de Lei

A expressão Lei está em sentido genérico no art. 102, I, a: todas as espécies normativas previstas no59, CF

QUESTÃO: Uma norma constitucional pode ser inconstitucional? Uma norma constitucional, em regrapode ser inconstitucional, porque ambas as duas decorrem do poder constituinte originário.

No Brasil não se aceita a tese de que uma norma constitucional pode ser inconstitucional.Entretanto, uma Emenda Constitucional pode ser inconstitucional em face das Cláusulas Pétreas (ar

§4º, CF). A emenda pode ser objeto de controle concentrado por ser obra Poder Constituinte ReformadQuanto às Leis, só podem ser objeto de Controle Concentrado leis promulgados após 5 de outub

1988 (Data da promulgação da CF).As leis anteriores se submetem ao instituto da recepção.

QUESTÃO: Súmula pode ser objeto de controle concentrado? Não, pois elas não vinculamQUESTÃO: Súmula vinculante pode ser objeto de controle concentrado? Não, pois tem processo próprrevisão.QUESTÃO: Tratados Internacionais podem ser objeto de controle concentrado? Sim

Page 72: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 72/113

 

 

Tratados Internacionais

O art. 4º, I, CF prega as relações da RFB na ordem internacional. O inciso I, dispõe sobre independnacional. Essa independência fundamenta o dualismo jurídico.

. dualismo jurídico: significa a existência de duas ordem jurídicas: uma nacional e outra internacional

A ordem jurídica internacional só produz efeitos, dentro do nosso território, se for recepcioconforme os ditames constitucionais.

No Brasil, não figura o Princípio da Recepção Automática.Existem três etapas para a recepção dos tratados internacionais:

a) O Presidente da República, como chefe de Estado, deve assinar/subscrever o Tratado Internacional84, VIII, CF)b) O CN deve aprovar, referendar o tratado internacional (art. 49, I, CF). Em regra, o CN aprova o Trapor um Decreto Legislativo

Temos um dualismo mitigado.c)  O Tratado precisa ser promulgado por Decreto do Presidente da República.

Em regra, os Tratados tem natureza de Lei Ordinária. Por isso, podem ser objeto de ADISe os Tratados tiverem por objeto Direitos Humanos, a CF afirma que eles serão equivalentes à EC, dque seja recepcionado nos termos do processo de Emenda. Aqui ele pode ser objeto de conconcentrado, pois ele pode ferir uma Cláusula Pétrea.

1.6.3  Parâmetro ou Paradigma de Controle

Parâmetro significa fazer a seguinte pergunta: A lei viola o quê?Só podem ser parâmetros ou paradigmas de controle normas constitucionais: normas-regras ou norprincípios (inclusive princípios não expressos).

ADCT também pode ser parâmetro ou paradigma de controle, desde que não seja norma exauPreâmbulo não.

EC incorporada ao texto da CF pode ser parâmetro ou paradigma de controle.

QUESTÃO: Artigo de emenda não incorporado ao texto constitucional podem ser parâmetro de contSim. Ex. EC 32, art. 2º, não foi incorporado ao texto CF.

No Brasil, adota-se o chamado bloco de Constitucionalidade Restritivo

. Bloco de Constitucionalidade Restritivo: o STF entende que normas supraconstitucionais, supraposnão podem ser parâmetro ou paradigma de controle

Tratados sobre Direitos Humanos como parâmetro ou paradigma de Controle

Duas espécies de controle

a)  Controle de Constitucionalidade

Page 73: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 73/113

 

 

b)  Controle de Convencionalidade

Tratados Internacionais que tenha por objeto Direitos Humanos podem ostentar duas naturezas

a)  Se o Tratado sobre Direitos Humanos não for recepcionado com quórum de emenda à Constituiçãonão será equivalente à emenda. Assim, será uma norma supralegal: está acima da Lei e abaixo da CF.tipo de tratado pode ser parâmetro ou paradigma de controle no sistema difuso. b) Se o Tratado sobre Direitos Humanos for recepcionado com quórum de emenda, ele será equivaleemenda. Em sendo assim, ele será formal e materialmente constitucional. Assim, ele pode ser parâmetparadigma no sistema difuso ou concentrado.

. Modificação/Alteração do Parâmetro de controle: O legitimado alega que a lei X ofende o art. 200 da Legislativo revoga o art. 200. Se o parâmetro não mais existe, a lei X não pode ser julgada inconstitucion

1.6.4  Efeitos da decisão

Efeitos no modelo concentrado: em regra: erga omnes¸ vinculante, ex-tunc.A decisão que reconhece a inconstitucionalidade declara a lei é nula. Por isso é que é uma dedeclaratória e retroage à data de promulgação da lei, tendo efeitos represtinatórios.Assim, uma lei B que revoga lei A e posteriormente a lei B é declarada inconstitucional, a lei A sofenômeno da represtinação.O SF não participa do controle concentrado, apenas do controle difuso. Assim, o art. 52, X, CF só se aplimodelo difuso.Ao contrário do que acontece no controle preventivo, no veto parcial do Presidente da República, opode reconhecer a inconstitucionalidade de uma palavra ou expressão: P. da Parcelaridade.A decisão no controle concentrado deve atenção ao P. da Congruência.

. P. da Congruência: O STF só pode conhecer a inconstitucionalidade daquilo que foi objeto do pedido.Existem exceções: Inconstitucionalidade por arrastamento ou consequêncial.

. Inconstitucionalidade por arrastamento ou consequêncial: em que pese o STF poder conhecer apeninconstitucionalidade daquilo que foi objeto do pedido, se outros artigos dependerem logicamentartigo objeto, podem ser declarados inconstitucionais.

QUESTÃO: O que se significa cognição aberta no controle concentrado? O STF pode dar outro fundampara o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma lei. Ex. Alega-se que a lei X fere o artigo 100 dMas o STF pode entender que essa lei X, na verdade, ofende o artigo 200. Assim, ele muda o fundamdo inconstitucionalidade.

A decisão em ADI possui efeito dúplice.

Page 74: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 74/113

 

 

. efeito dúplice: a ADI e ADC são ações ambivalentes art. 24, Lei 9868/99.

ADI ADC

Objeto: reconhecimento dainconstitucionalidade da lei ou ato normativo

Objeto: reconhecimento constitucionalidade absoluta

Se o STF julgar IMPROCEDENTE a ADI Pela ambivalência, a lei está sendo declCONSTITUCIONAL.

Pela ambivalência, a lei está sendo declaradaINCONSTITUCIONALIDADE

Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedenteeventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a açãodireta ou improcedente eventual ação declaratória.

. Diferença entre erga omnes e vinculante

Ele é mais amplo. O efeito vinculante obriga os demais órgãos do Poder Judiciário e do Poder Execuinclusive no que tange aos fundamentos da decisão caráter Transcendente da Decisão. O STF pfuturamente, mudar a sua orientação.

O Legislativo não se submete a esse efeito vinculante. Uma vez declarada a lei, ele pode votar outrLiberdade de Conformação Legislativa

. Manipulação ou modulação dos efeitos da decisão: apesar da regra ser de efeito vinculante, erga omex-tunc, o STF pode dar outros efeitos que não esses já tradicionais

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões desegurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, pormaioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir queela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a serfixado.

. Requisitos para a manipulação ou modulação dos efeitos:

a)  Razões de segurança jurídica ou excepcional interesse socialb)  Maioria qualificada de 2/3 dos ministros.

. Consequência da modulação

a) O STF pode restringir os efeitos da decisão declaratóriab) O STF também pode dar à decisão eficácia ex-nunc ou  pro-futuro (no caso de a Lei tendinconstitucionalidade). Exemplo de pro-futuro: a defensoria tem prazo diferenciado para recorrer, atése organize

Page 75: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 75/113

 

 

A regra é que a modulação se aplica apenas ao controle concentrado. No entanto, excepcionalmente, opermite a modulação no sistema difuso. Isso é uma das características da chamada abstrativizaçãsistema difuso.

A ADI inaugura o que se denomina de processo objetivo.

. Processo objetivo é aquele marcado pela generalidade, abstração, impessoalidade. É um processopartes no sentido formal. Não existe litígio referente a questões concretas, individuais.

Obs.: O controle de constitucionalidade difuso inaugura o processo subjetivo

QUESTÃO: O que é inconstitucionalidade chapada? É aquela inconstitucionalidade evidente, absurdauma teratologia.

1.6.6. Procedimento da ADI

a) O PGR, obrigatoriamente, deve se manifestar na ADI

b) O AGU, obrigatoriamente, deve fazer a defesa de presunção de constitucionalidade do objeto daart. 103, §3º.

§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legalou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou textoimpugnado.

QUESTÃO: E se o ato impugnado for uma lei estadual? Quem fará a defesa? Será o AGUQUESTÃO: E se for lei municipal? NÃO CABE controle de constitucionalidade de Lei municipal

Hoje, o STF admite, excepcionalmente, que o AGU deixe de fazer a defesa do ato impugnado

Quando o próprio STF já firmou entendimento que a lei, objeto da ADI, é inconstitucional.O STF só pode reconhecer a inconstitucionalidade por maioria de votos: o art. 97 também se aplic

STF.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivoórgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do PoderPúblico.

Não existe prazo decadencial ou prescricional para se ajuizar ADI.Não é possível desistência da ação se o pedido for indisponível art. 5º, Lei 9868

Art. 5

o

Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.

Não se admite intervenção de terceiros nem assistência jurídica, pois o processo é objetivo art. 79868, mas o §2º desse artigo permite o amigo da corte

§ 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá,por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação deoutros órgãos ou entidades.

Page 76: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 76/113

 

 

Amigo da Corte

. Natureza jurídica: terceiro especial, singular, sui generis.

. A participação do amigo da corte significa a democratização do controle concentrado, na medida emadmite discussão das matérias pela sociedade.. Quem defere ou indefere a participação do amigo da corte será o relator da ADI, em despirrecorrível.. Quando será possível a presença do amigo da corte: em razão da relevância da matéria e tendo ema representatividade do postulante.. O amigo da corte pode, inclusive, fazer sustentação oral.. A admissão do amigo da corte pode ser feita até o pedido de inclusão em pauta do processo.

c)  A decisão que reconhece a inconstitucionalidade é irrecorrível. Não cabe ação rescisória.

 Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva

. Regra (art. 34, CF): não existe hierarquia entre as pessoas jurídicas com a capacidade política. Existerepartição de competência.

O DF é uma pessoa jurídica com capacidade híbrida.A União pode intervir nos Estados e estes, por sua vez, podem intervir nos Municípios. A União NU

poderá intervir nos Municípios localizados nos Estados.

. Exceções: excepcionalmente, a União poderá intervir nos Estados, DF e nos Municípios localizados emTerritórios.

Excepcionalmente, os Estados podem intervir nos seus Municípios.

. Existem várias espécies de intervenções. Será tratada apenas da espécie: Ação DiretaInconstitucionalidade Interventiva.

. Intervenção é uma das espécies de síncopes constitucionais, juntamente com o Estado de Sítio e EstadDefesa.. Síncopes constitucionais ou sistema constitucional de crises: legalidade extraordinária.

 

D. Constitucional Pedro Taques Controle de Constitucionalidade (término)

AULA 13

1.  Legitimidade para ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade interventiva (RepresentInterventiva): Somente o Procurador Geral da República (art. 36, III, CF).2.  Competência para conhecimento e julgamento: STF (art. 36, III, CF).3. Objeto de controle: é a defesa dos princípios constitucionais sensíveis. Estão elencados de forma taxno art. 34, VII, CF.

. Princípios Constitucionais sensíveis: Pontes de Miranda foi quem deu essa nomenclatura: são aqupercebíveis a olhos desarmados. São aqueles facilmente percebidos. São aqueles que não podem

Page 77: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 77/113

 

 

tocados. São aqueles que devem ser obedecidos pelos Estados-Membros sob pena de intervenção do na parte.

Na Representação Interventiva, existe uma crise ou conflito de natureza federativa

. Crise federativa: A União, em nome do pacto federativo, intervém na parte.

QUESTÃO: Os Estados-Membros podem tudo? Eles possuem autonomia, poder de auto-constituição e aorganização. No entanto, este poder de auto-constituição e auto-organização sofre limites pela Constitprevisto no art. 25, CF. Quando o art 25 dispõe sobre observados os princípios destas Constituiçãoquer dizer que existem determinadas normas constitucionais que os Estados devem obedecer

O Professor Raul Machado Horta dá o nome a estas normas que os Estados-Membros devem obedde normas centrais federais

. Normas centrais federais: são aquelas previstas na CF que limitam a autonomia organizativa dos EstaMembros. Dentre essas normas limitadoras estão os Princípios Constitucionais Sensíveis.

Regras sobre o devido processo legislativo constitucional, obrigatoriamente, deve ser atendidas Estados-Membros.Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva tem por objetivo a defesa dos Princípios ConstituciSensíveis.

QUESTÃO: Se a forma republicana for modificada para monarquia, será possível Reis-Estaduais? Npossível em face da Forma Republicana ser um P. Const Sensível.

De 1988 até hoje, foi ajuizada apenas 1 Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva. Isso ocopor volta de 1989-1990. O PGR entendeu que o Estado de Mato Grosso Violou o art. 34, VII, b (direitopessoa humana). O STF entendeu que era um caso isolado e julgou improcedente o pedido.

4.  Efeitos da decisão: o STF requisita ao Presidente da República que decrete a intervenção.

. Requisição: não é pedido e sim DETERMINAÇÃO.O Presidente recebendo a requisição pode trilhar um de dois caminhos possíveis:

a) Determina a suspensão do ato que ensejou a intervenção. Não necessariamente nomeará interventob) Nomeará um interventor.

Ressalte-se que se a suspensão do ato não bastar, o Presidente estará obrigado a nomear um interventA intervenção se materializa em um decreto que suspende o ato ou nomeie um interventor.

. Natureza jurídica da decisão do STF de concessão da intervenção: natureza jurídica político-administra

Em outras espécies de intervenção, existe o controle prévio, concomitante ou posterior de controLegislativo. Nessa espécie de intervenção não existe controle político do Legislativo (art. 34, §3º, CF).

Se for decretada a intervenção, temos uma limitação circunstancial ao poder constituinte derireformador (art. 60, §1º, CF)

Page 78: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 78/113

 

 

Obs.: Concentrado não é sinônimo de abstrato. O concentrado pode ser abstrato e concreto

 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

A CF é uma norma jurídica com imperatividade reforçada e, por isso, se diferencia das outras norEssa imperatividade reforçada significa que a Constituição possui uma força normativa própria e devobedecida.

A incompabilidade com a CF pode se dar por ação ou omissão. Essa incompatibilidade por omissão eporque algumas normas constitucionais necessitam de integração por uma lei ordinária e lei complemeSe alguma das normas da Constituição necessitam de complemento por lei ordinária ou complemenesta não existirem, temos uma inconstitucionalidade por omissão.

Existem várias espécies de normas constitucionais. José Afonso da Silva classifica as noconstitucionais, no tocante à sua eficácia, em três espécies:

a) Norma Constitucional de Eficácia Plena/Autoplicável/Autoexecutável: norma bastante em si mesma

produz efeitos imediatos, diretos, independentemente de normatização futura. Ela não precisa dordinária ou complementar para que tenha efetiva operatividade. Ex. art. 5º, §1º, CF.b) Norma Constitucional de Eficácia Contida: norma bastante em si mesma. Ela produz efeitos imedidiretos, independentemente de normatização futura. Ela não precisa de lei ordinária ou complementarque tenha efetiva operatividade. No entanto, podem ter seu campo de atuação reduzido, restringidoart. 5º, XIII, CF.c)  Norma Constitucional de Eficácia Limitada/não bastante em si mesma/Não autoexecutórias: Não prefeitos diretos, imediatos, pois necessitam, obrigatoriamente, de integração por uma lei ordináricomplementar para que tenham operatividade.Se não existir uma lei ordinária ou complementar, temos uma omissão que é inconstitucional - Sínd

de inefetividade. Aqui a inconstitucionalidade está na falta de ação. Em suma, é a falta de regulamentquando a constituição determina. Para se resolver essa síndrome, tem-se dois remédios constitucionais

c.1) Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissãoc.2) Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF).

1.  Legitimidade: Aqueles taxativamente elencados no art. 103, CF. São os mesmos legitimados para a A2.  Competência: STF3. Objeto da inconstitucionalidade: a inconstitucionalidade se revela na falta de regulamentaçãqualquer norma constitucional de eficácia limitada.4.  Efeitos da decisão: em sendo reconhecida a omissão pelo STF, este dará ciência à autori

encarregada de regulamentar a norma constitucional (art. 103, §2º, CF).O STF reconhece que a norma constitucional de eficácia limitada não foi regulamentada pelo óresponsável de regulamentar a norma. Se esse órgão for Poder o STF apenas dará ciênciinconstitucionalidade morosa.Em regra, não é possível do STF ofertar prazo ao Poder Legislativo sanar a omissão. Entretanto, já ocoum caso na ADI por omissão 3682 que o STF ofertou o prazo de até 180 dias para o Legislativo regulama norma constitucional.

Page 79: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 79/113

 

 

Fundamento da ADI por omissão 3682: O art. 18, §4º, CF foi alterado pela EC 15. Este artigo trata da crde Municípios pelos Estados, no prazo fixado por LC Federal. Essa LC nunca veio ao mundo jurídico. Emdisso, propôs-se a ADI por omissão 3683 na qual o STF fixou o prazo de 180 para a realização dessa LC.No dia 18/12/08 foi promulgada EC 57. Essa EC acrescentou ao ADCT o art. 96 no qual se convalidou osde criação, fusão e incorporação dos Municípios. Assim, sanou-se a omissão do §4º.Se o órgão encarregado de regulamentar a norma constitucional for um órgão administrativo, o STF fixprazo de 30 dias para que sejam todas as providências a fim de sanar a omissão.

5.  Procedimento da ADI por omissão (Lei 9868/99): é praticamente o mesmo procedimento da ADação.Alguns pontos importantes

. O PGR deve ser, obrigatoriamente, ouvido como fiscal da CF.

. Não se faz necessária a citação do AGU, pois não existe ato a ser defendido, uma vez que o objeto é ade norma.. Não há concessão de medida liminar na ADI por omissão.. Não existe prazo para o ajuizamento.

. A decisão produz efeitos erga omnes e ex-tunc.

. A decisão tem caráter mandamental.

6. Diferença entre ADI por omissão e MI

ADI por omissão Mandado de Injunção.

Legitimidade: aqueles elencados no art. 103,CF

Legitimidade: Qualquer pessoa física jurídica

Obs: MP pode ajuizar mandado de injunçãdefesa de direitos de terceiros.Obs.: Pessoas jurídicas de Direito Públicopodem ajuizar mandado de injunção.

Não existe no Brasil, nenhuma lei regulamente o MI. O STF determina que que regulamenta o MS, por anaregulamenta o MI.

Competência: ultraconcentrada somente oSTF (art. 103, §2º, CF)

Competência: depende da autorencarregada de regulamentar a nconstitucional. Assim, a competdependerá do sujeito passivo. Seja, autorcompetente para regulamentar a norma.Existe quem entenda que a competêndifusa e limitada pela CF.Pode ser o STF (art. 102, I, q, CF), STJ (artI, h, CF), TSE (art. 121, §4º, V, CF), TribEstaduais

Page 80: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 80/113

 

 

Objeto de controle ou parâmetro: a falta deregulamentação de qualquer normaconstitucional de eficácia limitada (art. 103,§2º, CF)

Objeto de controle ou parâmetro: aqui seuma restrição do paradigma. Nem secaberá MI, mas sempre será possível a ADOmissão em face de normas de eflimitada.Somente será objeto de MI nconstitucional que trate de (art. 5º, LXXI, C

. direitos e liberdades constitucionais

. prerrogativas inerentes à nacionalisoberania e cidadania.

A doutrina não é pacífica em elencar quaias normas que tratam das matérias acima.O professor Manoel Gonçalves Ferreira entende que somente os arts. 5, 12, 14são passíveis de MI.

No entanto, a posição adotada pelo STFdireitos, liberdades e prerrogativas quaidireitos. O STF adota uma interpreextensiva (MI 361).É a mesma posição de José Afonso da Silv

Efeitos da decisão: a decisão é mandamental.Ao reconhecer a omissão, o STF dará ciênciaao órgão encarregado de regulamentar anorma constitucional.

Efeitos da decisão: o STF tem adotado vposições crescentes:

1ª Posição do STF: Corrente Não-concr(MI 284): O Poder Judiciário deve ap

reconhecer omissão e dar ciência ao óencarregado de regulamentar a nconstitucional.Esta tese é acolhida pelo STF em quase tos MIs.2ª Posição do STF: Corrente ConcrIntermediária: O STF reconhece a omissfixa prazo para o órgão regulamentar a nconstitucional (MI 232). SE ocorrer o transdo prazo sem regulamentação, o interespoderá exercer o direito.

3ª Posição do STF: Corrente ConcrIndividual: O STF entende que o PJudiciário pode criar a norma para o específico. A decisão produz efeitos partes (MI 721, 30.08.07).A maioria da doutrina defende essa úposição.

Page 81: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 81/113

 

 

4ª Posição do STF: Corrente Concretista Go STF entende que o Poder Judiciário psuprir a omissão, não apenas parImpetrante, mas para todos que se enconna mesma situação fática. A decisão éomnes (MI, 708, 19.09.07). Neste MI, odeterminou a aplicação da lei que tratdireito de greve na iniciativa privadaservidores públicos.

 Ação Declaratória de C onstitucionalidade

Esta ação não existia originariamente em 1988. Apenas foi incorporada ao mundo jurídico pela EC 03/9

Ela tem o objetivo de transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presuabsoluta de constitucionalidade.

Ela tem por objetivo superar a insegurança jurídica trazida por decisões contraditórias sobmesmo tema.

1.  Legitimidade: os mesmos legitimados do art. 103, CF.2.  Competência: STF competência ultraconcentrada3. Objeto de controle: Lei ou Ato Normativo Federal.4.  Efeitos da decisão: erga omnes vinculante e ex-tunc obriga os demais órgãos do Poder JudiciáriAdministração Pública Federal, Estadual ou Municipal.

É possível a concessão de provimento cautelar. Este provimento suspende por 180 dias todas as açõequais se questiona a constitucionalidade da lei objeto da ação declaratória.5.  Procedimento: vem previsto na Lei 9868/99: é um procedimento quase que totalmente unilateralexiste contraditório, partes. Existe um requerente, mas não existe um requerido.O autor da ação objetiva a declaração da constitucionalidade.A petição inicial deve demonstrar, para o STF, a existência de controvérsia jurídica relevante. Isso sigque o autor deve juntar as cópias das liminares contraditórias. Isso é um requisito específico. Serequisito não for cumprido, não há que se falar em conhecimento da açãoO PGR, obrigatoriamente, deve ser ouvido e o AGU não precisa ser citado.Não é possível intervenção de terceiros. A decisão é irrecorrível e não cabe Ação Rescisória.Não se esqueça que a ADI e ADC são ações com sinal trocado. São ações ambivalentes em que suas dec

são dúplices (art. 24, Lei 9868/99).

Page 82: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 82/113

 

 

DIREITOS POLÍTICOS

Falar sobre direitos Políticos é fazer referência à democracia.O art. 1º, parágrafo único, afirma que a democracia significa dominação do povo.

. Povo: brasileiros natos e naturalizados

Vive-se numa democracia representativa que também é denominada de democracia semi-direta.Democracia representativa ou semi-direta é aquela em que o povo, titular do poder, o exerce, em r

por meio de representantes eleitos. Excepcionalmente, o povo exerce o poder diretamente:

a)  Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII, CF)b) Consulta Popular (art. 14). Pode ser: Referendo e Plebiscitoc)  Ação Popular (art. 5º, LXXIII,CF)d)  Iniciativa Popular (art. LXI, §2º, CF)

Se nós vivemos numa Democracia semi-direta ou representativa, precisamos de regras que regulamenas escolhas dos representantes. Essas regras estão no art. 14. Esse artigo decorre do parágrafo únicart. 1º.Os direitos políticos fazem parte dos direitos fundamentais que estão no Título II da CF.O Título II se reparte em 5 capítulos

a)  1º Capítulo: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivosb) 2º Capítulo: Dos Direitos Sociaisc)  3º Capítulo: Da Nacionalidaded) 4º Capítulo: Dos Direitos Políticose) 5º Capítulo: Dos Partidos Políticos

1.  Direitos Políticos: conjunto de regras previstas na CF que regulamentam a participação do cidadãorganização do Estado.

2.  Espécies de Direitos Políticos:

2.1  Direitos Políticos Positivos: Se subdividem:

2.1.1  Capacidade Eleitoral Ativa: Direito de votar / alistabilidade. Se subdivide:

2.1.1.1  Facultativo: para 16 a 18 anos, maiores de 70 e analfabetos.No Brasil, o alistamento depende da manifestação de vontade do cidadão. Isso significa dizer q

alistamento não é ex-offício. O cidadão deve comparecer a uma repartição eleitoral e pedir o alistamEm que pese o alistamento não depender da vontade do cidadão, caso não proceda o alistamentcompletar 18 anos, pagará multa.Aquele que atinge 16 anos, até a data das eleições, pode se alistar eleitoralmente de forma facultativa.

É proibida a realização de exames coletivos para se identificar se o cidadão é analfabeto. Isso devfeito de forma individual.

Page 83: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 83/113

 

 

Não se pode exigir de um cidadão que tenha problemas físicos e que dificultem sua locomoção. A eaplica a faculdade de votar ao maior de 70 anos.

2.1.1.2  Obrigatório: maiores de 18 e menores de 70 anos2.1.1.3  Proibido: para estrangeiro (logo não vota).Estrangeiro não se alista, não vota e não ser votado.E o caso do português no Brasil? O Português, conhecido como quase nacional, sem deixar deportuguês, depois de 3 anos no território nacional pode exercer direitos políticos, desde que requEntão, poderá votar. Entretanto, não poderá votar em todas as eleições, pois, em razão da reciprocidele só poderá votar nas eleições municipais.

2.1.2  Capacidade Eleitoral Passiva: Direito de ser votado condições de elegibilidade (art§3º, CF). São requisitos previstos na CF e na lei ordinária para que o cidadão possa receber votos. requisitos são denominados, genericamente, de condições de elegibilidade.Só pode ser votado quem vota. Nem todos os que votam, podem ser votados.Além de preencher as condições de elegibilidade, o cidadão não pode incorrer em nenhuma caus

inelegibilidade.

2.1.2.1  Condições de elegibilidade:

a)  Nacionalidade brasileira: portanto, só pode ser votado brasileiro nato ou naturalizadob)  O pleno exercício dos direitos políticos: não incorrer em nenhuma das causas de perd

suspensão de direitos políticos art. 15, CF.c)  O alistamento eleitoral: só pode ser votado, quem vota.d)  O domicílio eleitoral na circunscrição, até um 1 ano antes das eleições: em ma

eleitoral, existem três circunscrições eleitorais:

i.  Circunscrição eleitoral nacional: tem-se a chamada eleição nacional: Presidente e Presidente. Quem regula essa eleição é o TSE.

ii.  Circunscrição eleitoral estadual: Governador e Vice, Senador, Deputado Federal Deputado Estadual. Os eleitos são diplomados no TRE.

iii.  Circunscrição eleitoral municipal: Prefeito, Vice e Vereador. Os eleitos diplomados pelo juiz eleitoral.

Nessas três circunscrições, a polícia judiciária é a Polícia Federal.

QUESTÃO: No Brasil, é obrigatória a coincidência de domicílios? Não. Pode-se ter o domicílio civil emEstado, domicílio tributário em outro e o domicílio eleitoral em outro.

e)  A filiação partidária: a CF/88 valoriza o partido político. Tal é a valorização que ningpode ser candidato, sem estar filiado a partido político. Não existe candidatura avulsa. Isso significa que a filiação partidária é condição de elegibilidade.

Page 84: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 84/113

 

 

QUESTÃO: E o caso do militar?QUESTÃO: Militar pode ser filiado a partido político?

O prazo de filiação é até 1 ano antes das eleições. Exceção: membros do MP e magistrados, até 6 mantes das eleições.

f)  Idade mínima:i.  35 anos: Presidente, Vice e Senador

ii.  30 anos: Governador de Estado, Viceiii.  21 anos: Prefeito, Vice e Deputado Fed e Estadual.iv.  18 anos: Vereador

Aos 35 anos, o cidadão atinge a capacidade política absoluta, pois ele poderá exercer qualquer cpolítico.

QUESTÃO: As idades estipuladas acima, conta-se:

a)  Na data do registro da candidaturab)  Na data da eleiçãoc)  Na data da posse

Resposta: Lei 9.504/97, art, 11, §2º:  A idade mínima constitucionalmente estabelecida com condiçã

elegi bilidade é verificada tendo por referência a data da posse.

Majoritariamente, entende-se que, para a substituição, não se exige a idade míconstitucional.

2.2  Direitos Políticos Negativos: são obstáculos que impedem total ou parcialmente que o cidadão pser escolhido. Se Subdivide:

2.2.1  Causas de Inelegibilidade

2.2.1.1  Absolutas:

. Só podem estar elencadas na constituição

. Impede que o cidadão seja candidato a qualquer cargo eletivo.

Se subdivide:

2.2.1.1.1  Os Inalistáveis.

Se subdividem:

2.2.1.1.1.1  Conscritos: só durante o serviço militar obrigatório. Quanto ele decondição de conscrito, ele pode se alistar tranquilamente.

Page 85: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 85/113

 

 

Aquele cidadão que se forma em medicina, odonto, farmácia e enfermagem pode vir a servir as foarmadas.

2.2.1.1.1.2  Estrangeiros

2.2.1.1.2 Os analfabetos: ele vota, facultativamente, mas não pode concorrer a nenhum cargo eleuma vez que incorre na causa de inelegibilidade absoluta.

2.2.1.2  Relativa:

. Podem estar na constituição ou em Lei Complementar. Existem duas leis complementares que relacioas causas de inelegibilidade relativa: LC 64/90 e 81/94.. Impede que o cidadão possa ser candidato a determinados cargos eletivos.

Se subdivide:

2.2.1.2.1  Em razão da função (por motivo funcional): originariamente, a CF/88 vereeleição ou recandidatura. A EC 16/97 permitiu que os Presidente, Governadores e Prefeitos pudedisputar uma outra e única eleição.

Se o Lula quiser ser candidato a qualquer cargo eletivo, ele precisa se desencompatibilizar, até 6 mantes das eleições, renunciando ao cargo de presidente.

Se subdivide

2.2.1.2.1.1  Para o mesmo cargo: não há necessidade de renúncia do cargo.2.2.1.2.1.2  Para cargos diversos: há necessidade de renúncia, até 6 meses anteseleições.

2.2.1.2.2  Indiretas (reflexas):

. Presidente da República: Cônjuges, companheiros, parentes consaguineos ou afins, até o 2º graupodem ser candidatos a qualquer cargo eletivo em todo território nacional, em regra.

. Governador de Estado: Cônjuges, companheiros, parentes consaguineos ou afins, até o 2º grau,

podem ser candidatos a qualquer cargo eletivo dentro do território do Estado respectivo, em rRessalte-se que os impedidos podem concorrer a cargos eletivos em outros Estados. Os impedidos poinclusive, concorrer ao cargo de Presidente.

. Prefeito: Cônjuges, companheiros, parentes consaguineos ou afins, até o 2º grau, não podemcandidatos a qualquer cargo eletivo dentro do território do Município respectivo, em regra. Ressaque os impedidos podem concorrer a cargos eletivos em outros Municípios ou Estados. Os imped

Page 86: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 86/113

 

 

podem, inclusive, concorrer ao cargo de Governador do próprio Estado em que se encontra o Municípmesmo Presidente da República.

Obs.: Relação homoafetiva: existe decisão do TSE no sentido de ser aplicado o impedimento.Obs.: Separação judicial e divórcio não afastam a causa de inelegibilidade, se ocorrerem duranmandato. Se ocorrer antes ou depois do mandato, não será aplicada a causa da inelegibilidade.

EXCEÇÕES:

a)  Se o Presidente, Governador e Prefeito renunciarem (desencompatibilizarem6 meses antes das eleições, afastam as causas de incompatibilidade.b)  Cônjuges, companheiros e consanguineos e afins até 2º grau: Se já forem titude cargos eletivos e candidatos à reeleição.

O TSE veda que a mesma família ocupe mais de 2 mandatos consecutivos.

2.2.1.2.3  Militares: são os militares das forças armadas (EMA) e os estaduais (PM e CBM

O militar, desde que alistável, pode ser eleito.Militar, em serviço ativo, não pode ser filiado a partido político (art. 142, §3º, V, CF). O TSE resoquestão da candidatura do militar por meio de uma resolução no qual o militar dá uma autorizaçãpartido para que sua candidatura seja registrada, sem estar filiado a este.

Se subdivide:

2.2.1.2.3.1  Menos de 10 anos: a partir do registro da candidatura, o militardefinitivamente, da carreira militar. SE perder ou ganhar a eleição, não terá direito a voltar mais

2.2.1.2.3.2  Mais de 10 anos: a partir do registro da candidatura, o militar ficará agre(vinculado) ao comando. Se ele perder a eleição, ele pode voltar ao serviço. Se ele ganhar a eleição, elpara a inatividade e receber remuneração proporcional ao tempo de serviço.

2.2.1.2.4  Legais. Duas Leis Complementares: LC 64/90 e LC 81/94.

2.2.2  Causas de Perda ou Suspensão de Direitos Políticos art. 15, CF.

Cassação de direitos políticos não existe em nossa ordem jurídica. A CF proíbe a cassação dos dirpolíticos.

. Cassação de direitos políticos: ato arbitrário, praticado, em regra, pelo Poder Executivo, de founilateral que proíbe que o cidadão exerça seus direitos políticos (possa votar e ser votado).

Page 87: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 87/113

 

 

. Diferenças entre perda e suspensão dos direitos políticos

PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS SUSPENSÃO

Sem prazo estabelecido Prazo estabelecido

Aquele que perdeu seus direitos políticos, parareadquiri-los, precisa de uma decisão judicial ou umato administrativo.

Aquele que teve suspenso os dipolíticos, para readquiri-los, bassimples transcurso do prazo.

. Casos dos Incisos do art 15I PERDAII SUSPENSÃOIII SUSPENSÃOIV PERDA (dúvida na doutrina)V SUSPENSÃO

2.2.3 

Três Regras:

1) Só pode ser votado quem vota. Só pode ser passivo quem é ativo.2) Nem todos os que votam, podem ser votados. Nem todo ativo é passivo3) Para ser votado, é necessário o preenchimento das condições de elegibilidade.4) Além de preencher as condições de elegibilidade, o cidadão não pode incorrer nas causainelegibilidade.

D. Constitucional Pedro Taques Direito Politicos (término)

AULA 14

3.  Sufrágio: direito público subjetivo de natureza jurídica que tem o indivíduo de participar atpassivamente da organização do Estado.

Não confundir sufrágio com voto. Enquanto aquele é um direito, o voto é exercício do direito púsubjetivo denominado sufrágio.Igualmente, sufrágio não pode ser confundido com escrutíneo que é a forma, a maneira pela qual se exo direito. O escrutíneo pode ser aberto, secreto.

3.1  Classificação do sufrágio

3.1.1  Sufrágio quanto à extensão

3.1.1.1  Restritivo: é aquele em que se leva em conta, para ofertar ao indivíduo o direito de vuma qualidade econômica ou intelectual. Pode ser de dois tipos:

Page 88: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 88/113

 

 

3.1.1.1.1  Censitário: leva-se em conta uma qualidade econômica para se ofertar o direivotar. Ex. CF/1824 dava o direito de votar somente a determinados cidadãos que tivessem um patrimacima de X.

3.1.1.1.2  Capacitário: leva em conta a capacidade intelectual. Ex. Só pode votar quemnível superior, só pode ser votado quem tiver doutorado.

3.1.1.2  Universal: é aquele que não leva em conta nenhuma qualidade econômica ou intelepara ofertar o direito de votar. A CF/88, no art. 14, determina que o sufrágio, no Brasil, quanto à extenuniversal. Nesse tipo de sufrágio, na medida do possível, busca-se uma equiparação entre os nacionaiscidadãos em sentido restrito.

3.1.2  Sufrágio quanto à igualdade3.1.2.1  Igual: um homem, um voto. A cada indivíduo é ofertado o direito de apenas um voconstituição dá a cada indivíduo o direito de um voto.

3.1.2.2  Desigual: A constituição oferta a determinadas pessoas o direito a dois ou mais votos

4.  Características do voto

a)  O voto é personalíssimo: o direito não pode ser exercido por terceiros.b)  O voto é direto: em regra, não existem intermediários entre o titular do direito e os representantes.c)  O voto é secreto: inclusive para quem vota. E assim o é para que haja garantia de independênliberdade para quem vota e para que a urna revele o verdadeiro querer dos eleitores.

d) 

Liberdade de votar: pode-se votar, deixar em branco. Tecnicamente o voto não é obrigatório. Oé obrigatório é o comparecimento formal para votar.

Os direitos políticos positivos representam requisitos que devem ser preenchidos para que o cidadão pvotar e ser votado. Esses direitos políticos positivos são divididos em capacidade eleitora ativa e capacieleitoral passiva.

VOLTAR PARA A AULA ANTERIOR: O PROFESSOR VAI COMENTAR AS DIVISÕES FEITAS.

Page 89: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 89/113

 

 

D.ConstitucionalPedro

TaquesPerda e suspensão dos Direitos Políticos. Direitos e garantias fundamentais.

AULA 15

Análise do art. 15

Inciso I Perda dos direitos políticos

. Estrangeiro não se alista. Por isso, ele não vota e não pode ser votado.

. Brasileiro naturalizado vota.

. Brasileiro naturalizado que perde a condição de brasileiro tem a perda os direitos políticos. Ereadquire a condição de brasileiro naturalizado por meio de ação rescisória.

Inciso II - Suspensão

. Suspensão dos direitos políticos em razão da superveniência da perda da capacidade civil

Inciso III - Suspensão

. Preso vota e pode ser votado? Depende!

. Prisão é a restrição da liberdade de locomoção.

. Existem várias espécies de prisão:

a)  Prisão-sanção ou pena: é aquela que decorre de uma sentença penal condenatória com trânsit julgado.

b)  Prisão sem sanção ou sem pena: ela pode seri.  natureza cível: resulta da falta de pagamento voluntário de pensão alimentícia.

ii.  natureza criminal: prisão em flagrante, prisão temporária, prisão preventiva, prisão resultde decisão de pronúncia, prisão resultante de sentença penal condenatória sem trânsito julgado.

O único preso que não vota e não pode ser votado é aquele que tem contra si sentença pcondenatória com trânsito em julgado. É aquele que recebe uma prisão pena ou sanção.

. Não interessa o tipo de pena, o que a CF dá como causa da suspensão dos direitos políticos é a sent

penal condenatória com trânsito em julgado. Sendo assim, pena de multa, restritiva de direitos ensejsuspensão dos direitos políticos.. Aquele que tem contra si uma medida de segurança, por meio de uma sentença que é absoluimprópria, tem suspenso seus direitos políticos.

QUESTÃO: Durante o prazo condicional da pena (art. 44, CP), o condenado pode exercer seus dirpolíticos? O sursis suspende os efeitos primários da condenação - o cumprimento da pena - e não os efsecundários. Por isso o condenado tem seus direitos políticos suspensos.

Page 90: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 90/113

 

 

QUESTÃO: Durante o gozo do benefício condicional, o condenado goza de direitos políticos? Não, plivramento suspende os efeitos primários do cumprimento da pena restrição da liberdade e nãefeitos secundários.

. A LC 64/90, art. 1ª, I, e: Quem pratica os crimes constantes na alínea e, não pode ser votada, apvotar, pois após o término da pena, durante os 3 anos seguintes o agente incorre em causinelegibilidade relativa legal.

Inciso IV - Perda

. Está-se diante da escusa/objeção/imperativo de consciência

. Aquele que se recusar a cumprir uma prestação militar tem direito de cumprir uma prestação civil. 143, §1º, CF.. O cidadão só perderá os direitos políticos se se negar a cumprir a prestação alternativa.. O serviço alternativo só existe em tempo de paz. Em tempo de guerra não existe. Nesse caso, o cidadãpara guerra, embora não pegue em arma em face do P. da Exposição de todos perante o perigo comum

Inciso V - Suspensão

. O §4º mencionado o inciso foi regulamentado pela Lei 8.429/92 (improbidade administrativa). Esafirma que o agente condenado por improbidade administrativa terá seus direitos políticos suspensos 5 ou 8 anos.

Art. 16, CF

. Esse artigo revela o P. da Anterioridade Eleitoral. A Lei eleitoral passará a produzir efeitos (eficácia) um

após a sua vigência.. Esse P. da Anterioridade impede modificações na legislação eleitoral causuísticas que ofendedemocracia.

Art. 17, CF

. Partido Político: instrumento/veículo para o proselitismo de ideias políticas através do qual se chegpoder e se mantém no seu exercício.

No Brasil, o partido político ostenta a natureza jurídica de direito privado. Assim, adquire personali jurídica de acordo com a lei civil.

Page 91: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 91/113

 

 

DIREITOS FUNDAMENTAIS

A CF trata dos direitos fundamentais no Título II que é denominado: Dos direitos e garafundamentais.

. A CF/88 entende que o indivíduo é o fim e o Estado é o meio para o atingimento de um fim. Por isso éos direitos e garantis e fundamentais fazem parte do início da constituição.. Indivíduo: é aquele que não pode ser dividido, sob pena de perder a sua substância. Ele é diferentcoisa. O Indivíduo é um fim em si mesmo e, por isso, ele tem dignidade. Diferente da coisa é que o para o atingimento de um fim e, em face disso, pode ser substituída e pode ser valorada.

A CF trata com mais importância o indivíduo do que o Estado.

. Os direitos e garantias fundamentais se repartem em 5 capítulos:

I Dos direitos e deveres individuais e coletivosII Dos direitos sociaisIII Da NacionalidadeIV Dos direitos políticosV Dos partidos políticos

. Não existem palavras inúteis na CF e não se ocupa de sinônimos. Por isso, pode-se afirmar que direitgarantias não são sinônimos.

. Direitos: são normas que declaram a existência de interesses. Os direitos são normas declaratórias.

. Interesses: são posições jurídicas necessárias à satisfação de uma necessidade.

. Garantias: são normas que asseguram o exercício de direito. Portanto, afirma-se que elas

instrumentos, normas assecuratórias.

Não pode se confundir garantias constitucionais com remédios constitucionais.Todo remédio constitucional é uma garantia, mas nem toda garantia é um remédio constitucional

. Remédio constitucional: instrumento processual que assegura o exercício de um direito.

. Os direitos e garantias são fundamentais porque sem eles a pessoa não se realiza, não convive e, às vnem sobrevive.

O núcleo dos direitos fundamentais recebe o nome da dignidade da pessoa humana. Essa dignidadeé um direito e, sim, um sobreprincípio, pré-estatal e pré-constitucional. Isso se dá em face da dignidad

pessoa humana não ser validado por causa da constituição do Estado. Ela existe antes desses institutoinerente à natureza humana.Os direitos fundamentais são posições jurídicas essenciais, necessárias à concretização da dignidad

pessoa humana.

Page 92: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 92/113

 

 

1. Capítulo I Dos direitos e deveres individuais e coletivos

Com a queda do Império Romano, termina a Antiguidade Clássica. Nessa época não existia a noçãindivíduo e, por isso, não existia a noção de direitos individuais

Aqui, livre era aquele que participava politicamente da organização do Estado. Mulheres, escravoseram livres.

Com a queda o Império Romano, ocorreu a ruralização da sociedade: a sociedade saiu do centro para o interior por causa do medo dos bárbaros (que eram todos, menos os romanos). Em face disso, vcentros passaram a existir e a exercer o poder: reis, senhores feudais, a Igreja, corporações de opríncipes.

Está-se no início da Idade MédiaCom o poder exercido pela Igreja, surgiram os primeiros resquícios de direitos fundamentais. A I

pregava que se o homem foi criado e semelhança de Deus, deveria ser respeitado.Com o final da Idade Média, os vários centros foram concentrados num só centro o que caracteriza

da Idade Média e início do Absolutismo e do Estado-Nação na Europa.De 1.500 a 1789, tivemos o Absolutismo em que o Estado era sinônimo do Rei. Nessa época, o indiv

não tinha direitos frente àquele que exercia o poder. Havia uma relação entre súdito e soberano.

Em 1.789 houve a Revolução Francesa e, com ela, surge o Estado Liberal que tem a faceta jurídicEstado de Direito

No Estado de Direito, o indivíduo passa a ter direitos frente àquele que exercia o poder.O Estado de Direito surge com dois ideais:

a)  Divisão orgânica do Poderb)  Ofertar ao cidadãos direitos e garantias e fundamentais frente aquele que exercia o poder.

Os direitos decorrentes da Revolução Francesa são: direitos fundamentais de 1ª Geração

.D

ireitos de 1ª Geração: são os denominados direitos civis e políticos. Representam as denominliberdades negativas que significam uma inação (falta de ação) do Estado.Liberdades do indivíduo frente ao Estado nas quais nós nos contentávamos com uma omissão do Es

Tinham-se os direitos respeitados, se o Estado não agisse.Adam Smith pregava que existia uma mão invisível, que não podia ser o Estado, que resolvia tod

problemasPor volta de 1848 surgiu o Manifesto Comunista (Carl Max) que pregava a atuação do Estado em c

situações a fim de buscar a igualdade entre os indivíduos.Estas pregações vão desaguar em duas constituições

a)  A Mexicana 1.917

b)  A Alemã 1.919

Essas duas constituições marcam o surgimento dos direitos fundamentais de 2ª Geração e passagem dEstado Liberal para um Estado Social.

Page 93: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 93/113

 

 

Resumo

. Revolução Francesa (1789) Estado Liberal que é um Estado Garantidor protege a liberdade Geração dos Direitos. Constituições do México e Alemanha Estado Social não só garantidor, mas também prestadprotege além da liberdade, a igualdade 2ª Geração dos Direitos

Os Direitos Fundamentais de 2ª Geração são: saúde, educação, trabalho, previdência social

No Brasil, os Direitos de 2ª Geração foram tratados, pela 1ª vez, na CF 1934.A CF/88 dos Direitos de 2ª Geração no art. 6º

Em 1948 surgiu a ONU. A partir da declaração da ONU de 10 dez de 1948 surge o Estado ConstitucDemocrático de Direito que busca os direitos fundamentais de 3ª Geração

Esses direitos são chamados de direitos metaindividuais (ou coletivos).Alguns doutrinadores entendem que é melhor se falar em dimensões de direitos ao invés de gera

pois geração dá a ideia de superação de uma fase por outra, enquanto dimensão dá a ideia de acumula

2. Análise do caput do art. 5º

2.1  Características dos direitos fundamentais

a) Universalidade

. Destinatários: todos símbolo da universalidade sem qualquer restrição de qualquer ordem.

Essa universalidade deve levar em conta a característica de cada um

. Pessoa física (indivíduo) que se encontrar dentro do território nacional, não interessante sua condição

. Estrangeiros: também goza dos direitos.

. Pessoa jurídica também é destinatária dos direitos fundamentais. Obviamente que em razão deprópria natureza não poderá se valer de alguns direitos.

b) Historicidade: não surgem em único momentoc)  Não taxatividade: os direitos fundamentais estão espraiados por todo o corpo constitucional o §2art. 5º é norma de reenvio cláusula aberta de recepção de outros direitos.

d)  Imprescritibilidade: não se sujeitam a prazos, lapsos temporais.e)  Limitabilidade: não existe direito fundamental absoluto. Ela ocorre em razão da chamada convivência dos direitos fundamentais.Norberto Bobbio defende que o direito de não ser torturado é um direito absoluto.O segundo direito que seria absoluto é o de não ser escravizado.

f)  Aplicabilidade imediata (§1º, art. 5º): significa dizer que independem de normatização futura paratenham imediata operacionalidade. Eles podem ser aplicados independentemente de LO ou LC.

Page 94: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 94/113

 

 

2.2  Funções dos Direitos Fundamentais

a)  Função de defesa ou de liberdade: os direitos fundamentais funcionam como muro de proteçãdefesa que nos protege contra o abuso de poder praticado pelo Estado.b) Função de prestação: os direitos fundamentais devem suprir as necessidades dos indivíduos, superas desigualdades materiais.c)  Função de proteção perante terceiros: o Estado tem o dever de proteger os titulares dos dirfundamentais frente à ação de terceiros. O Estado tem a obrigação de adotar medidas positivas, necessà proteção dos direitos fundamentais.Essa proteção perante terceiros é o que se denomina de deveres fundamentais de proteção. Ex. constitucional descriminalizar o homicídio? Seria inconstitucional, pois o Estado tem do dever de protda vida humana em face de terceiros.

2.3  Dimensões dos direitos fundamentais (é uma outra classificação, não tem nada haver coevolução das gerações dos direitos)

A doutrina divide em:

a)  Dimensão subjetiva dos direitos fundamentais: significa que os direitos fundamentais são dirsubjetivos de defesa do indivíduo contra atos do Poder Público.b)  Dimensão objetiva dos direitos fundamentais: os direitos fundamentais significam norte/pautasa atuação do Estado. Os direitos fundamentais devem ser não apenas respeitados, mas tamconcretizados. Assim, quando o legislador, o executivo, o juiz de, qualquer, forma manejarem a lei, devter os direitos fundamentais como fim.Essa dimensão objetiva faz com que os direitos fundamentais devam ser respeitados, também, nas rela

particulares: é a chamada eficácia dos direitos fundamentais que é consequência da dimensão objetivNo Brasil, o STF adota essa eficácia que também é chamada de eficácia horizontal dos dirfundamentais que busca a defesa dos direitos fundamentais nas relações particulares.

2.4  Direitos fundamentais em espécie

No caput do art. 5º, a CF protege cinco interesses: vida, liberdade, igualdade, propriedade e segurança.

. Vida: direito de existir, mas não é qualquer existência e sim uma vida digna. Essa vida digna precisa deparâmetros:

a)  Existência digna em sentido moral (art. 5º): direito de ter direitos.b)  Existência digna em sentido material (art. 6º): necessidade de um piso mínimo de dignidade.piso mínimo significa mínimo existencial. O indivíduo precisa de prestações mínimas advindos do Escomo saúde, educação, moradia, trabalho. Nos direitos sociais, os indivíduos são credores do Estado.Para que uma constituição seja constituição-garantia ela deve oferecer o mínimo existencialA CF, além de ser constituição-garantia, é constituição-dirigente.Constituição dirigente (ou compromissária): é aquela que busca atingir objetivos.

Page 95: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 95/113

 

 

Ao garantir a vida, a CF veda, como regra, a pena de morte e protege o corpo, lugar em que a vidmaterializa.

. Liberdade: escolha de destino. Autodeterminação.

Existem várias espécies de liberdade na CF: liberdade de locomoção, de associação, de reuniãomanifestação de pensamento, de consciência e crença, de culto.

Relações entre o Estado e a igreja: Existem três espécies de relação

a)  Fusão entre o Estado e a Igreja: O Chefe do Estado é Deus ou é representante de Deus na Terrase dá nos Estados Teocrátas: Vaticano, Arábia Sauditab)  União entre o Estado e a Igreja: são os Estados confessionais. São aqueles que possuem relioficiais.O Brasil de 1824 a 1891 tinha como religião oficial a católica.Hoje a Argentina e a Espanha são exemplos de Estados Confessionaisc)  Separação entre o Estado e a Igreja: são os Estados não confessionais, leigos, laicos.

A partir de 1891, o Brasil passou a ser Estado laico.Apesar de sermos um Estado leigo, a CF garante: liberdade de consciência, liberdade crença, cuproteção ao lugar do culto.

. Liberdade de consciência: o cidadão tem o direito de professar qualquer consciência política, religfilosófica. Esta liberdade decorre o art. 1º que fala de pluralismo político. É a aceitação/tolerâncidiferente. É ver com os olhos dos outros.

Protege-se, inclusive, o ceticismoHá proteção:

a)  Ateu: não acreditar em Deus

b) 

Agnóstico: acredita em Deus, mas tem um Deus próprioc)  Crente: aquele que tem uma religião.

. Liberdade de crença: o indivíduo pode professar qualquer crença.

. Liberdade de culto: manifestação litúrgica das crenças

. Igualdade: de condições e oportunidade

A CF não exige que todos sejam tratados igualmente, até mesmo por que todos não são iguais. O quexige é que os iguais devem ser tratados de maneira igual. Os desiguais devem ser tratados de acordoa sua desigualdade. Ex. a mulher se aposenta com menos tempo de trabalho.

Ações afirmativas, descriminações positivas: políticas públicas ou privadas, obrigatórias ou facultaque tem por objetivo acabar com desigualdades históricas.

Essas ações afirmativas têm como objetivo criar personalidades emblemáticas. Ex. Exemplosuperação.

Essas ações ocorrem para superar as desigualdades de gênero (M/F), de identidade sexual, de i(Estatuto do Idoso, ECA)

Page 96: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 96/113

 

 

. Segurança: esta segurança não é segurança pública, mas sim jurídica. Ela diz respeito à estabilidade, étranquilidade. Desta segurança decorrem os prazos processuais, prescricionais. Busca a estabilidaderelações.

Desta segurança decorre a trilogia da irretroatividade que é o direito adquirido, coisa julgada e o jurídico perfeito.

. Propriedade: é a liberdade econômica.

Direito de propriedade: monopólio exclusivo sobre determinado bem.D. Constitucional Pedro Taques Direito e Garantias fundamentais (término)

AULA 16

O art. 5º trata dos bens individuais aqueles que usualmente utilizamos , quanto aos bens ou meioprodução estão previstos no art. 170, CF

. Bens ou meios de produção: são bens inconsumíveis que são utilizados para a produção de outros

Exemplo: máquina agrícola, torno industrial.

A propriedade dever cumprir função social. Não há propriedade absoluta, hoje no Brasil. Este cumprimnada mais significa a limitação ao direito de propriedade.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

. Classificar: É a separação de elementos em conjuntos diversos, fazendo com que elementos que tenalgo em comum fiquem no mesmo grupo.

Não existe classificação certa. Existem classificações úteis e inúteis

QUANTO A ORIGEM:

1.  OUTORGADA: (imposta, sem qualquer discussão democrática) não resulta de um procdemocrático, mas de um ato unilateral, autoritário de quem exerce o poder. No Brasil: CF de 1824 (D. PI), 1937 (Getúlio Vargas), 1967 e 1969.

Obs.: as duas últimas não são pacíficas na doutrina se foram outorgadas pelo seguinte motivo: em 31/01964, inicia-se o Hiato Autoritário (1964 1985). Em 1966 (dezembro), o CN estava fechado, o presidconvoca o Congresso para aprovar a CF, sem a possibilidade de poder emendá-la.

Em 1969, os três ministros militares, outorgam a CF. Alguns doutrinadores afirmam que em 1969existiu uma constituição, mas sim uma emenda à constituição que teve o nome de EC 01/69 que altconstituição de 1967.

2.  PROMULGADA: democrática, popular. Decorre de um debate com a sociedade. Pode decorrer detipos de colégios/colegiados. Pode ser de: Assembléia Nacional Constituinte ou de Congresso NacConstituinte.A Assembléia Nacional Constituinte é constituída só para fazer a Constituição e depois é desfeita.

Page 97: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 97/113

 

 

O Congresso Constituinte tem os dois objetivos: cria a nova CF, ao mesmo tempo, em que funccomo criador da norma subconstitucional. Ele é um Congresso investido do poder constituinte origináriCongresso Nacional Constituinte: 01/01/1987 que acabou seu trabalho em 05/10/1988. O preâmbuloem Assembléia Nacional Constituinte, mas o que ocorreu no Brasil foi o Congresso Nacional ConstituFuncionava assim: seg, ter, quarta: assembléia nacional constituinte. Quinta e sexta: Congresso Naciona

3.  CESARISTA: é outorgada, mas precisa de referendo popular para ter validade. Possui um vdemocrático. Exemplo: CF de 1937. Embora prevista na CF, o referendo nunca ocorreu. Exemplo váChile em 1976 (Pinochet).

QUANTO A FORMA:

1 Não Escrita: é aquela não reduzida a um documento; costumeira; consuetudinária.

.Costumes: práticas reiteradas que todos obedecem por entendê-las obrigatórias. Exemplo: ConstitInglesa.2 Escrita: é aquela reduzida a um texto. É dogmático, traz verdades da sociedade naquele mom

histórico. Pode ser de dois tipos:

2.1 Legal: existem vários documentos com força constitucional. Exemplo: 1964 e os Atos Institucionas Emendas Constitucionais e ainda somado o texto constitucional de 1946,2.2 Codificada: um só documento com força constitucional. Exemplo: 1988.

QUANTO A ESTABILIDADE (consistência, alterabilidade, mutabilidade):

1 SUPER RÍGIDA: veda qualquer alteração em seu texto. Imodificável na sua totalidade. A CF/88 possartigo 60, §4º um núcleo super rígido cláusulas pétreas.

2 RÍGIDA: diferencia normas constitucionais de normas sub-constitucionais. Só há controlconstitucionalidade nos Estados em que a Constituição seja, ao menos, em parte rígida. Para modifiexige-se um processo mais solene, trabalhoso, diferentemente do processo de alteração da norma constitucional.A CF/88 é tipo rígida, mas possui a parte super rígida (Cláusulas pétreas).3 SEMI-RÍGIDA / SEMI-FLEXÍVEL: diferencia normas materialmente constitucionais (mais trabalhosasformalmente constitucionais (processo de alteração mais simplificado). Exemplo: CF/1824.4 FLEXÍVEL OU PLÁSTICA: não se conhece, concretamente, constituição desta categoria. Pode ser alteda mesma maneira que a lei ordinária. Não existe diferente entre normas constitucionainfraconstitucionais. Não há controle de constitucionalidade.

ALGUMAS OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:

Constituição Balanço: é a que é renovada em períodos determinados. A cada período, tem-se uma Constituição que busca apagar as distorções existentes. É voltada para o passado. Havia na URSS a caanos, tinha-se uma nova Constituição que buscava fazer um retrospecto.Constituição Garantia: é uma Constituição que oferta proteção ao cidadão contra o abuso de podeEstado. Exemplo: CF/88.

Page 98: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 98/113

 

 

Constituição Dirigente ou Compromissária: busca atingir metas, objetivos. Há um contrato entre o Estao cidadão. O Estado é devedor nesse acordo. Exemplo: artigo 3º da CF/88. É voltada para o futuro, ela bo porvir.Constituição quanto à extensão: pode ser:

1.  Prolixa: é aquela que trata de muitas que melhor estariam em sede subconstitucional. É constituição, portanto, que trata de normas formalmente constitucionais. Os Estados subdesenvolvpossuem, geralmente, Constituições prolixas. Ex. Constituição da Índia, do Brasil2.  Concisa: é aquela que possui, em regra, apenas normas materialmente constitucionaisConstituição Americana: trata de norma de Estado, sistema de Governo.

MEDIDA PROVISÓRIA

. CONCEITO: é ato normativo (não legislativo) com força de lei de que se vale o chefe do execuatendidos os requisitos da URGÊNCIA E RELEVÂNCIA.É um instrumento normativo, em regra, de estados parlamentaristas.

. ANTECEDENTES HISTÓRICOS: o antecedente histórico da MP é o Decreto-Lei. Em 1937, surge no BraDecreto-Lei. De 1937 1945 Getúlio Vargas se valou do Decreto Lei. Exemplo: Código Penal e o ProcePenal. Em 1946 desaparece o Decreto-Lei e ressurge em 1964, com o golpe militar, e vai até 1988 qsubstituído pela Medida Provisória.

. DIFERENÇAS ENTRE DECRETO-LEI E MEDIDA PROVISÓRIA:

A Medida Provisória exige dois requisitos: relevância e urgência. O Decreto-Lei exigia a urgênciinteresse público relevante.A Medida Provisória não pode ser aprovada por decurso de prazo. O Decreto-Lei podia.

. Decurso de prazo falta de manifestação do Congresso Nacional.

A falta de deliberação do CN aprovava o Decreto-Lei, o que não ocorre com a MP. Hoje, a faltdeliberação da MP tem como consequência a sua rejeição.A Medida Provisória pode ser emendada, o Decreto-Lei não podia. A Medida Provisória é mais democrnão é ato absoluto, pois o CN pode emendar a MP.Artigo 61 presidente tem capacidade legislativa, mas se puder aguardar o processo legislativo, sourgência artigo 64: procedimento sumário. Se ele não pode aguardar 100 dias, solicita autorizaçãCongresso (artigo 68) por meio de Lei delegada. Se ele não pode nem aguardar a autorização, ele editMedida Provisória. (artigo 62).

Art. 61 da CF. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado FederaCongresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadforma e nos casos previstos nesta Constituição.Art. 64 da CF. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores teinício na Câmara dos Deputados.Art. 68 da CF. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.Art. 62 da CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de im

ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 

Page 99: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 99/113

 

 

Quando o presidente edita a Medida Provisória e a partir de sua edição ela produz efeitos por 60 denviada imediatamente ao congresso onde forma-se uma Comissão Mista (Deputados e Senadores) analisar a Medida Provisória. Essa Comissão dará um Parecer a respeito da constitucionalidade da MeProvisória que levará em conta:

a)  Verificação da existência de urgência e relevância;b)  A matéria/mérito da MP é constitucional.

A Medida Provisória com o parecer da Comissão é analisada em primeiro na Câmara, depois no Senado

Quais os caminhos que o Congresso Nacional poderá tomar?

1 APROVAÇÃO INTEGRAL DA MP sem qualquer emenda, ou seja, na forma em que foi editada.2 APROVAÇÃO DA MP COM EMENDA;3 REJEIÇÃO EXPRESSA DA MP;4 REJEIÇÃO TÁCITA DA MP (não tem manifestação do Congresso Nacional no prazo constitucionalmestabelecido).

Vejamos os casos mencionados:

1 APROVAÇÃO INTEGRAL DA MP a Medida Provisória é editada em 20/03 e revoga a Lei X. Prefeitos por 60 dias e o Congresso por maioria simples de votos aprova a lei de conversão da MeProvisória. Quem a promulga é o presidente do Congresso Nacional. Esta lei de conversão é quem revoa Lei X.A aprovação da Medida Provisória deve ser em até 45 dias, se passar esse prazo e não se manifestarem15 últimos dias dos 60 dias recebem nome de regime constitucional de urgência.Qual a conseqüência do regime constitucional de urgência? Sobrestamento (paralisação) de

manifestação da Casa deliberativa que estiver manifestando sobre a Medida Provisória (artigo 62, § 6º)Artigo 62 § 6º da CF/88 Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de ursubseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legisla

Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 

Michel Temer, em 2009, como presidente da Câmara dos Deputados deu nova interpretação a parágrafo. Disse que não sobrestam todas as deliberações, mas somente as deliberações de projeto dordinária. Assim se for projeto de emenda, projeto de lei complementar e os outros, as deliberações deseguir. O STF deu razão a Michel Temer no MS 27931, informativo 540 do STF.Só é possível a prorrogação por mais de 60 dias se não foi aprovada em 60 dias.

2 APROVAÇÃO DA MP COM EMENDA Quem pode emendar? Qualquer membro da Câmara ou Seou ainda a Comissão Especial. Quem apresentar a emenda, deve apresentar, também, o projeto de DecLegislativo para regular as situações pendentes.Contrabando legislativo: é inconstitucional. A emenda não pode versar sobre tema que não constMedida Provisória. Exemplo: Medida Provisória sobre economia, o deputado apresenta emenda saumento de cargos e salários de uma categoria.Se a Medida Provisória for emendada e o Congresso a aprova, a parte emendada irá ao Presidente paraele aprove ou vete. Quem promulga e publica a lei de conversão com a emenda é o President

Page 100: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 100/113

 

 

República, ressalte-se que se não houver emenda, a promulgação e publicação fica a cargo do CN. Segumesmo processo legislativo ordinário comum de lei que sofre emenda, assim, só volta para deliberaçparte emendada.

3 REJEIÇÃO EXPRESSA DA MP O Congresso Nacional não concorda com os termos da Medida ProvisAnalisará a existência de urgência e relevância e, depois, o mérito da Medida Provisória.Consequência dessa rejeição: a Medida Provisória deixa de produzir efeitos. Perde sua eficácia de formtunc (retroativa). Conseqüências:a) revigora a lei anterior (repristinação);b) o Congresso deverá regular as situações pendentes, através de Decreto legislativo.Não cabe reedição de Medida Provisória rejeitada (expressa ou tacitamente) pelo Congresso Nacionapena de crime de responsabilidade (artigo 85) atentado sobre a independência do Congresso.

Art. 85 da CF - São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

4 Refeição tácita: é o decurso do prazo constitucional sem qualquer deliberação do Congresso.

GENERALIDADES SOBRE A MP:

É possível controle de constitucionalidade de Medida Provisória, tanto em relação ao mérito comorelação de existência ou não dos seus requisitos.A existência ou não dos requisitos só pode ser analisada pelo Poder Judiciário se sua ausência for mani(arbitrária), se o Presidente estiver praticando um abuso de poder.É possível Medida Provisória em sede estadual, existe previsão nos estados de TO, AC e SC. É poMedida Provisória em lei orgânica municipal.

LIMITE MATERIAL À MEDIDA PROVISÓRIA:

Nem todas as matérias podem ser veiculadas através de Medida Provisória:

Artigo 62 § 2º da CF/88 Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só pr

efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela EmConstitucional nº 32, de 2001) 

A CF exclui algumas matérias da veiculação por MP.Não é possível MP tratando de nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, deleitoral, direito penal, processo penal e civil, organização do Poder Judiciário, do MP.

Entende-se que processo do trabalho também não possa, pois estaria dentro de processo civil qproibido nesse parágrafo.Matéria que a CF/88 exige Lei Complementar, não cabe Medida Provisória.Matéria tributária é possível através de Medida Provisória.

Page 101: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 101/113

 

 

DO ARTIGO 1º AO ARTIGO 4º DA CF

Art. 1º da CF/88 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Democrático de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.Artigo 1º Parágrafo único da CF. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constit

O artigo 1º revela a forma de estado: federação (cláusula pétrea). Revela a forma de governo (Republicnão é cláusula pétrea).A forma de governo república em contraposição à monarquia, não é cláusula pétrea, mas o prinrepublicano é cláusula pétrea. Esse princípio exige alternância e periodicidade no poder.

Consequências do Republicanismo:

a)  Honestidade cívica (dever de ser honesto);b)  É inconstitucional qualquer obstáculo que impeça a responsabilização daquele que comete

ilícitos;c)  Todos devem ser tratados com igualdade.UNIÃO INDISSOLÚVEL NÃO HÁ DIREITO DE CESSEÇÃO. Instrumentos que protegem a indissolubilido vínculo:a)  Intervenção (o todo sobre a parte);b)  Direito penal. É crime pregar sobre a indissolubilidade do vínculo. Competência federal. Só recurso ordinário para o STF (artigo 102, II, b).União, estados-membros, DF e municípios fazem parte da federação, são entes federados. Território nãparte.Para José Afonso da Silva, município não faz parte da federação, sendo uma simples divisão do EstMembro.

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: em 1789 surge Estado de Direito advindo da Revolução Francesatinha dois objetivos:a)  Divisão orgânica de poderb)  Ofertar ao cidadão direitos e garantias fundamentais.O Estado de Direito, surgido com a Revolução Francesa se torna estado guarda-noturno que só tratsegurança, sendo não-intervencionista.Em 1804, o Código Civil Napoleônico, a partir deste, passou a ser sinônimo de lei. Portanto, toda lei vigera válida.Em 1933, Hitler assume o poder eleito na Alemanha. Durante a 2ª Guerra Mundial, ele mandou matar

fundamento na lei, pois o direito era igual à lei.Em 1945, os generais nazistas foram processados e julgados no Tribunal de Nuremberg.Após a segunda guerra mundial surge o Estado Democrático de Direito. Assim a lei, além, de vigedeveria ser válida. Precisaria respeitar a igualdade, liberdade e a dignidade da pessoa humana no EstadDireito Democrático = Estado Democrático de Direito para se válida.

Page 102: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 102/113

 

 

. Fundamentos (base)

SOBERANIA poder político, supremo e independente.

PODER POLÍTICO coercibilidade, violência legal, obrigatoriedade. Só Estado pode se valer disso: EstJuiz, Estado-Administrador.

SUPREMO na ordem interna os Estados-Membros são autônomos e não soberanos.

INDEPENDENTE o Brasil não obedece a nenhum outro Estado. Hoje esse conceito é relativizadorazão do Estado Constitucional Cooperativo (que não se fecha, o estado não é voltado só para si. Edisponibiliza para outros Estados membros de uma comunidade) cooperação juinternacional/cooperação jurídica penal/assistência judiciária internacional.

COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL: extradição, assistência penal, homologação de sentestrangeira, troca de presos.

. A polícia federal é filiada à Interpol. Cada Estado da Federação tem um delegado que é representantInterpol.. Cooperação jurídica em matéria penal se dá de várias formas:a)  Extradiçãob) Assistência Judiciária Penal se dá na fase de investigação e na fase processualc)  Homologação de sentença estrangeirad) Troca de presos

CIDADANIA participação na organização do Estado. O indivíduo tem direitos e deveres.

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA é o que nos diferencia da coisa; o indivíduo tem dignidade e coisapreço. Por isso que não podemos coisificar o indivíduo.

VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA os valores sociais do trabalho vêm antes dainiciativa para haver a humanização do capitalismo;

PLURALISMO POLÍTICO direito a diferença, aceitar a diferença, ser tolerante. Várias religiões, vposições filosóficas, políticas, vários sistemas educacionais.

ARTIGO 2º DA CF/88: compreensão ou interpretação constitucional adequada nos faz ver a divisão org

de Montesquieu com olhos atuais.Art. 2º da CF/88 São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

ARITGO 3º - constituição compromissória, dirigenteArt. 3º da CF/88 Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Page 103: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 103/113

 

 

ARTIGO 4º: Relações da república federativa do Brasil na ordem internacional:Art. 4º da CF/88 A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formauma comunidade latino-americana de nações.

Independência nacional fundamenta o dualismo jurídico;Prevalência dos direitos Humanos: Os direitos humanos são a faceta dos direitos fundamentais na ointernacional. Os direitos fundamentais são os direitos humanos positivados em uma ConstituiçãoAutodeterminação dos povos: cada povo deve ter o seu Estado. É um sentimento anticolonialista. povo deve ser o senhor de seu destino. Não aceitamos colônias.Não-intervenção: não há guerras de conquistas, só defensivas.

Igualdade entre os Estados: pregação de Rui Barbosa, na Convenção de Haia, que deve haver igualdindependente de qualquer aspecto, entre os Estados.Defesa da paz: estado não-bélico, não beligerante. Busca da paz através da arbitragem, mediação.Solução pacífica dos conflitos:Repúdio ao terrorismo e ao racismo:

. Terrorismo: defesa proselitismo de ideias políticas e religiosas, através de propagação do medo, terror

. O art. 5º XLIII mandado expresso de criminalização a CF/88 manda criar o crime de terrorismo (anão criado) MANDADO EXPRESSO DE CRIMINALIZAÇÃO. Obrigatoriamente deveríamos ter um tipo pde terrorismo, mas ainda não se tem.. Alguns defendem que há o terrorismo social PCC.

. Racismos: entender que uma raça seja superior a outra. Domínio de uma raça sobre a outra. N84.424, STF, há a discussão se existe ou não raça.Cooperação entre os povos...: na área médica, policial (Interpol)Asilo Político: asilo é diferente de refúgio. A polícia federal participa do CONARE.

Page 104: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 104/113

 

 

D. Constitucional Pedro Taques

AULA 17

Texto é o objeto de uma interpretação. Norma é o resultado dessa interpretação.A retirada da norma do texto depende do contexto em que a norma está sendo analisada.

CARACTERÍSTICASDAS CONSTITUIÇÕES

1) CF 1824

y  Constituição outorgadaEm 1822 ocorreu a independência do Brasil. A partir disso, em 1823, é convocada uma Assembléia NacConstituinte. Existiam à época dois grandes partidos: O dos brasileiros e o dos Portugueses.

Os brasileiros queriam derrubar os portugueses e criaram um projeto de constituição chamConstituição da Mandioca em que dispunha que só podia votar e ser votada, quem tivesse determinada extensão de terra que possa produzir determinada quantidade de mandioca.

A escolha da mandioca se deu, pois era a principal alimentação dos escravos.Os portugueses, na época, não eram proprietários rurais, mas sim comerciantes. Logo, não pode

votar.Em razão desse projeto de constituição, D. Pedro I dissolve a Assembléia Nacional Constituinte, pr

muitos brasileiros e muitos destes são degregados para a Àfrica numa noite chamada noite das agoniaEm 1824, D. Pedro I, em 25 de março, outorga a CF.

y  Foi a única Constituição no mundo que adotou o Poder Moderador.A tese da existência do Poder Moderador foi de autoria de Benjamin Constant.Poder Moderador: O Imperador; Poder Executivo: O Imperador; Poder Judiciário: todos os juízes

escolhidos pelo Imperador; Poder Legislativo: senadores escolhidos pelo Imperador, de forma vitaldeputados eleitos.

y  Constituição Semi-rígida ou semi-flexível

Ela diferenciava normas materialmente constitucionais de normas formalmente constitucionais.

. Norma materialmente constitucional: é aquela que trata da organização do Estado e dos temas importantes para a sociedade política. Ex. Direitos fundamentais, forma de Estado e de Governo, Sisou regime de governo, legislativo, executivo e judiciário.

Para esse tipo de norma, a modificação é mais trabalhosa, exigindo-se um processo mais solene.

. Norma formalmente constitucional: é aquela norma que melhor estaria em sede subconstitucional,por uma razão de opção política é colocada em sede constitucional. Ex. Colégio D. Pedro do Rio de Jane

Page 105: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 105/113

 

 

y  Sufrágio restritivo censitário: levava-se em conta a capacidade econômica para se ter direito de voser votado quem tinha um determinado patrimônio. Hoje, no Brasil, o sufrágio é universal.

y  Estado confessional: Estado tinha uma religião oficial, no caso era a Católica Apostólica Romana

y  Não fez qualquer referência ao HC, a Controle de Constitucionalidade.

QUESTÃO: Por que a CF/1824 não fez referência a Controle de Constitucionalidade?

- Existência do Poder Moderador- Ela pregava a supremacia do parlamento

y  Forma de Estado: Unitário as províncias não tinham legislativo próprio. Por isso, o Estado era unitá

y  Forma de Governo: Monarquia hereditária.

y  A CF/1824 recebeu uma emenda do Ato Adicional de 1834: as províncias passaram a ter legislpróprio início do Estado Federal.

Este Ato Adicional foi alterado em 1840 que trouxe a perda da capacidade legislativa das provínretornando-se ao Estado Unitário.y  Em 1848: o Brasil se torna parlamentarista: éramos parlamentarismo às avessas ou à brasileira Reina e Governa. Diferente do que acontecia na Europa que o Rei não governavay  1868 Fortalecimento das Forças Armadas como instituição e Final da Guerra do Paraguai

y  13 de maio de 1889: libertação dos escravos

y  15 de novembro de 1889: Proclamação da República. Razões para a proclamação:

a)  Idade avançada do Imperador, sem deixar herdeiros do sexo masculino.b)  Fortalecimento das Forças Armadas como instituição

c)  Com a libertação dos escravos, o imperador perde o apoio das elites ruraisy  Decreto 01 do governo provisório de 1889, revoga-se a CF/1824. Quem escreveu esse decreto foi Barbosa

y  Cria-se a Bandeira Nacional. O escrito da ordem e progresso advém do positivismo (os militares epositivistas). Augusto Comte foi quem criou o positivismo.

2) CF 1891

y  Constituição Promulgada: decorre de uma Assembléia nacional Constituinte

y  Inspirou-se na CF Americana de 1787. Cada Estado tinha seu Código de Processo. Ou seja, ela deu m

autonomia para os Estados-Membros.y  Nos Estados-Unidos surge uma Federação por Agregação ou do tipo Centrípeda: união de 13 Estindependentes.y  Nos surgimos de um Estado Unitário, por isso, nossa Federação foi do tipo centrífuga oudesagregação.y  Forma de Estado Federal

y  Forma de Governo Republicano

y  Sistema ou regime de governo presidencialista

Page 106: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 106/113

 

 

y  Constitucionalizou o HC e o controle de constitucionalidade difuso (qualquer juiz ou tribunal, diantum caso concreto, podia reconhecer a inconstitucionalidade)

y  Sufrágio universal, com algumas restrições: mulher, mendigos não votavam.y  Divisão orgânica de Monstesquie: três poderes.

y  Ministério Público: dentro do Poder Judiciário

y  Separação do Estado da Igreja: O Estado passa a ser laico

y  Houve a grande naturalização de 1891.

y  De 1891 até 1930 República Velha. Esta República se divide em:

a) República das espadas: Presidentes e Militaresb) República dos governadores: Presidentes e Governadores

y  1926: Emendou a CF: acaba a doutrina da Escola Nacional do HC. Até essa data, era possívimpetração de HC para a defesa de todos os direitos líquidos e certos. O HC, então, passou a ser remapenas para a liberdade de locomoção.

y  1929: Washington Luís acaba com a política do Café com Leite para sustentar os produtores de caSão Paulo.y  1930: Eleições para presidente: Getúlio Vargas x Júlio Prestes: Júlio Prestes ganha.

y  1930: Getúlio Vargas dá um golpe de Estado e não permite que Júlio Prestes assuma.

y  Ele convoca nova Assembléia Nacional Constituinte, iniciando-se a República Nova.

y  Getúlio derruba todos os Governadores e nomeia os interventores.y  23 de maio 1932: a polícia mata 4 estudantes paulistas que reivindicavam nova Constituição

y  9 de julho 1932: inicia-se a Revolução Constitucionalista: Getúlio Vargas massacra os paulistas e connova Assembléia

3) CF 1934

y  Constituição promulgada

y  Teve com fonte inspiradora a constituição Alemã Weimer de 1919.

y  Marca a passagem de um constitucionalismo jurídico-político para um constitucionalismo econômsocial: até 1934, as nossas constituições só tratavam de matérias jurídicas e políticas. A partir dessa daConstituição passou a tratar de temas ligados ao direito social: educação, saúde, trabalho.

y  Constitucionalismo do voto da mulher (desde 1932, o Código Eleitoral permitiu o voto da mulher)

y  Cria a Justiça Eleitoraly  Constitucionaliza a ação popular e o MS.

y  Controle de Constitucionalidade pelo sistema difuso, com três inovações:

a)  Reserva de maioria absoluta (art. 97, CF/88)b)  Participação do Senado suspendendo a execução da lei (art. 52, X, CF/88)c)  Ação Direta de Inconstitucionalidade interventiva.

Page 107: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 107/113

 

 

y  Ministério Público dentro do Poder Executivo.

y  De 1934 1937: dois grandes grupos políticos: Esquerda (Aliança Nacional: comunista) e o Direita (Integralista Brasileira: líder era Plínio Salgado). Em 1937, Getúlio dá um novo golpe de Estado, inaugurase o Estado Novo

4) CF 1937

y  Constituição outorgada

y  Sua fonte inspiradora foi a Constituição Polonesa (1935), por isso foi apelidada de apolaca

y  Francisco Campos (Chico ciência) redigiu essa constituição.

y  Centraliza o poder no chefe do executivo da União.

y  Congresso Nacional fechado: Getúlio passa a legislar através de Decreto-Lei (ex. Código Penal pespecial; CPP Decreto-Lei 1941).

y  Getúlio afasta todos os governadores e nomeia interventores.

y  Fecha as Assembléias legislativas.y  Criação da Polícia de Segurança

y  Criação da Lei de Segurança Nacional

y  Cria o DIP (departamento de informação política: começa voz do Brasil).

y  Getúlio tinha a última palavra em caso de controle de constitucionalidade.y  Restrinção da utilização do HC

y  Descontitucionaliza o MS e a Ação Popular.

y  No seu último artigo, dispunha que deveria haver uma consulta popular para ter validade. Essa connunca houve. Era para ser uma constituição cesarista (precisa de consulta popular).y  De 1937 1945: Estado Novo e hiato autoritário (espaço de autoritarismo).

. Hiato Constitucional: deslocamento da Constituição escrita dos fatores reais de poder. Conceito de Las

. Hiato Autoritário: espaço de autoritarismo.

Segunda Guerra Mundial em 1939.Em 1943, Getúlio apóia os Aliados.Em 1945, vitória dos AliadosGetúlio Vargas promete novas eleições.Em 1945, Getúlio Vargas é depostoEm 1946, eleições para presidente e Assembléia Nacional Constituinte. Dois candidatos a presidente: EGaspar Dutra e Brigadeiro Eduardo Gomes.Dutra ganha a eleição.

5) CF 1946

y  Constituição Promulgada

y  A mais democrática

y  Fonte inspiradora de 1934

y  Não coloca restrições no HCy  MS e Ação Popular na própria CF

Page 108: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 108/113

 

 

y  Foi uma Constituição econômica-social.

y  Eleições diretas para Presidentes e Governadoresy  O Presidente não tinha qualquer participação no controle de constitucionalidade (acaba o autoritário)y  MP independente

y  O Vice-Presidente era, automaticamente, Presidente do Senado.

y  De 1946 a 1967: Em 1950, Getúlio Vargas volta eleito até 1954 (ano em que se suicida).. 1961: agosto de 1961 Jânio Quadros.. Agosto de 1961: Assume João Goulart. Leonel Brisola: monta a cadeia da legalidade: movimento de luta pelo respeito à Constituição.. Setembro de 1961: inicia-se o parlamentarismo no país. Chefe de Estado: João Goulart, Chefe de GoveTancredo Neves.. Fevereiro de 1963 março de 1964: reformas de base (mudanças na CF):a)  Reforma educacional: proíbe a existência de escolas particulares e 15% dos lucros deveriamaplicados na educação pública.b)  Reforma urbana quem tivesse dois imóveis urbanos, um deveria ser desapropriado pelo venal.

c)  Reforma rural toda a propriedade rural com mais de 600 hectares deveria ser desapropriada.d)  Reforma tributária impostos com alíquotas progressivas: quem ganha mais, paga maise)  Reforma eleitoral analfabeto passa a ter direito de votar.f)  Lei da Remessa de lucro as empresas multinacionais teriam de reinvestir seus lucros no terrnacional.

y  Jânio Quadros: proibiu uso de biquínis, briga de galo, corrida de cavalo e uso de lança perfume.

y  1º abril de 1964: Edição do AI 1: afasta Jânio Quadros e dá aos militares o prazo de 1 ano para resolvproblemas nacionais.

y  1965: edição do AI 2: cria o bipartidarismo no Brasil: Arena x MDB.y  1965: Emenda Constitucional à CF/46: cria o controle concentrado no Brasil. Só o PGR tinha o podeajuizá-la.

y  Primeiro presidente do regime militar: Castelo Branco.

y  Dezembro de 1966: os militares convocam CN, que estava fechado, e entregam a ele um projetconstituição, sem a possibilidade de emenda.

6) CF 1967

y  Constituição atípica quanto à origem: formalmente promulgada, mas não decorre de um proc

democrático: aprovou-se um projeto de constituição, sem possibilidade de emenday  Centraliza o poder no chefe do executivo da União

y  Eleições indiretas para Presidente e Governadores

y  O Presidente tinha o poder de fechar o CN.

y  Ministério Público dentro do Poder Judiciário

y  Retira a competência dos Estados-Membros e passa essa competência para União.

y  Eleições indiretas para Prefeitos de capitais.

y  1968: começam as manifestações estudantis.

Page 109: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 109/113

 

 

y  1968: Costa e Silva assume o Governo.

y  Setembro de 1968: Márcio Moreira Alves (deputado federal), em um discurso, pede o boicote ao Dde 7 de setembro. Ele provoca os militares naquilo que eles têm de mais importante: hierarquia e disciOs militares pedem o afastamento da imunidade dos militares. A Câmara dos Deputados não permafastamento da imunidade. Em razão disso, no dia 13 de dez/1968 os militares editam o AI 05 foi quaseuma nova constituição. Ele tinha força constitucional.

y Algumas regras do AI 5: foi o documento autoritário de toda a história do Brasil.

a)  Estado de Sítio permanenteb)  Suspensão dos direitos civisc)  Fechamento do CNd)  Cassação de mandatos e direitos políticose)  Restrição à utilização do HCf)  Prisão sem mandadog)  Censura em todos os meios de comunicaçãoh)  Proibição de manifestações

y  Com todas as essas proibições, começa a guerrilha urbana a partir de 1969.y  Costa e Silva, muito doente, deveria ter como sucessor Pedro Aleixa. Mas os militares não permitemPedro assuma, por ser civil. Então, os Ministros da EMA formam a junta militar que assume o PodeBrasil. Esses três Ministros outorgam a CF/69.

7) Emenda constitucional de 1969

y  Foi uma emenda à CF 1967

y  Centraliza o Poder do Chefe do Executivo da União e constitucionaliza a maioria das previsões do AI

y  1970: Médice assume o poder. Ele era linha dura.

y  1974: Gaisel assume a presidência. Inicia-se a abertura lenta, gradual e segura.y  1977: Pacote de abril de 77: conjunto de emendas constitucionais que altera a CF/69. Três mudança

a)  Cria Senadores biônicos: eram os senadores eleitos pela assembléia legislativab)  Analfabeto passa a ter direito a votar, facultativamente.c)  Alteração da representatividade do Estado do Norte: esses Estados passaram a ter maior númedeputados federais.y  1977: Greves

y  1979: Lei de Anistia: permite a volta dos exilados: Brisola, Gabeira, Gilberto Gil, Caetano.

y  1979: revogação do AI 2 e AI 5.

y  1979: Arena PDS PFL DEM / BMD: dele surge: PT, PMDB, PP, PTB, PDTy  1979: Lula foi preso. No dia do enterro da mãe de lula, ele estava preso.

y  1984: apresentação da PEC das diretas: foi rejeitada pelo CN.

y  1985: Presidente era Figueiredo. Eleição para Presidente: Tancreto Neves e Sarney x Maluf 

y  Tancredo Neves ganha a eleição no colégio eleitoral.y  A posse de Tancredo deveria ser em 15 de março de 1985, mas ele passa mal no dia 14. Sarney assupresidência em 15 de março. Em abril, Sarney assume defitinivamente.

Page 110: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 110/113

 

 

y  Nas eleições de 1986: eleição do Congresso Constituinte que inicia os trabalhos em 1º de fev de 19nova constituição é promulgada em 5 de outubro de 1988

8) CF/88

y  Constituição promulgada que decorre um Congresso Nacional constituinte.

y Congresso Nacional Constituinte tem duas atribuições:a)  Fazer a constituição Poder Constituinte Originário

b)  Poder Constituído Legislativo

y  Assembleia Nacional Constituinte: única atribuição: elaborar uma constituição. Acaba a Constitudissolve-se a assembléia nacional

y  Quanto à forma: Constituição escrita-codificada: ela se reduz a um único documento com Constitucional.

y  Quanto à consistência, alterabilidade, mutabilidade: constituição rígida que possui uma parte srígida (cláusulas pétreas).y  Constituição que possui normas materialmente constitucionais e formalmente constitucionais

y  Constituição dogmática: Ela surge em um momento histórico. Não decorreu de um movimentrevolução histórica (constituição histórica).y  Constituição compromissária-dirigente: constituição dirigente. Prega objetivos a serem alcançaRepresenta um compromisso do Estado na busca desses objetivos. É dirigente: prega para o futuroÉ diferente da constituição-balançoy  Constituição garantia: revela um conjunto de instrumentos, chamados remédios constitucionais qudefendem do arbítrio, do abuso de poder do Estado

ADPF

1. Previsão: §1º, art. 102, CFEm 1999, O STF decidiu que esse parágrafo é uma norma de eficácia limitada. Assim, ele necessitar

norma futura para ter operatividade.Com a Lei 9.882/99: regulamenta a ADPF

2. Pontos importantes

y  Legitimidade ativa para ajuizamento da ADPF: só os elencados no art. 103, CF podem ajuizar a ADF.existem outros legitimados. Espécie de legitimados

. Legitimados universais: não precisam demonstrar a pertinência temática

. Autores interessados ou especiais: necessitam demonstrar a pertinência temática (necessidadcomprovar a existência de uma relação entre o objeto da ação e a finalidade institucional do legitimado

.Legitimado passiva da ADPF: a ação deve recair sobre a autoridade responsável pelo ato questionado

y  Competência: STF art. 102, §1º, CF

Page 111: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 111/113

 

 

y  Cabimento: A lei 9882 faz referência de duas espécies de ADPF:

a)  Arguição autônoma: art. 1º, Lei 9882.b)  Arguição incidental: art. 1º, § único, inciso I, Lei 9882: é possível ADPF incidental discucontrovérsia de lei municipal, inclusive, anteriores à CF/88.

Não cabe ADIN genérica de Lei Municipal. No entanto, na ADPF incidental é possível que se leve ao Scontrovérsia de lei municipal.Só cabe ADIN genérica se a lei tiver sido promulgada após 5 de outubro de 1988. Se a lei tiver promulgada antes dessa data, a incompatibilidade se dá pelo fenômeno da recepção ou não recepção.

A ADPF pode discutir a constitucionalidade de uma lei existente antes da CF/88.

3) ADPF autônoma

É aquela que tem por objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do ppúblico.

Pode ser:

a)  Preventiva: evita lesão a preceito fundamentalb) Repressiva: repara lesão a preceito fundamental

. Preceito fundamental: é muito mais que Princípio fundamental. Cabe ao STF decidir o que vem apreceito fundamental.

O STF não disse, até hoje, o que é preceito. Entretanto, já disse que o não é considerado prefundamental.

A doutrina não é pacífica no que seja preceito fundamental. A doutrina entende, de forma mais paco que seja preceito fundamental

a)  Título I: arts. 1 ao 4b) Título II: art. 5ºc)  Gilmar Mendes: art. 34, VII (princípios constitucionais sensíveis) e art. 60, §4º

. Ato do Poder Público: não é necessariamente lei. Pode ser uma decisão judicial, um ato administrativem síntese, qualquer ato do poder público.

Ressalte-se que não se trata de inconstitucionalidade.

. Não é possível ADPF em ato de particular.

. O veto do Chefe de Executivo não é ato que pode ser discutido em sede de ADPF. O veto se encont

campo político.

4) ADPF por equiparação ou arguição incidental

É possível quando houver controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estaduamunicipal, inclusive anteriores à CF/88.

Page 112: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 112/113

 

 

. Requisito de admissibilidade: existência de controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo fedestadual ou municipal, inclusive anteriores à CF/88.

. Controvérsia constitucional: aquela que traz insegurança jurídica a respeito da aplicação da lei oudúvidas a respeito da constitucionalidade dessa lei. Não se trata de controvérsia doutrinária jurisprudencial.

. Na ADPF autônoma é sistema abstrato. Trata-se de um processo objetivo (processo sem partes, ondeexiste lide, dissídio).

Diferente do que aconteceu na ADPF incidental que parte de um caso concreto. As partes dessa Anão têm legitimado para ajuizar a ADPF, apenas os legitimados do art. 103, CF. Por se tratar de controvérsia importante, o STF acaba por julgar processo de caso concreto

. Finalidade: antecipar a posição do STF a respeito de questões constitucionais relevantes e discutidaum caso concreto.. Princípio da Subsidiariedade ou complementariedade em ADPF: só será cabível ADPF quando não eoutro meio, outro instrumento no controle de constitucionalidade art. 4º, §1º, Lei 9882. Se couber

ou ADECON não caberá ADPF. Se o legitimado propor uma ADPF, sendo caso de ADIN ou ADECON, pode recebê-la como essas ações p. da fungibilidade.. Efeitos da ADPF: a decisão que reconhece lesão ou ameaça a preceito fundamental é irrecorrível.

Os efeitos são erga omnes, vinculantes, ex-tunc. É possível a modulação dos efeitos.É possível, também, a concessão de medida liminar em ADPF (art. 5º, §1º, Lei 9882).

SEGURANÇA JURÍ DICA E SEGURANÇA PÚBLICA

A segurança contida no caput do art. 5º é a segurança jurídica para a estabilização das relações.

segurança exige: prazos decadenciais, prazo de encerramento do IP.Ela busca o ato jurídico perfeito, coisa julgada, direito adquirido para a estabilidade das relações.Diversa da segurança do caput do art. 6º que é a segurança social, pública. É um direito fundament

2ª geração, e um dever fundamental do Estado. É um compromisso do Estado para com o cidadão.Do art. 6º decorre o art. 144 da CF.

Segurança pública

. Finalidade: preservação da ordem pública

. Ordem pública: é um Estado, uma posição anti-delitual. Resultado da observância das normas penais,

ações preventivas e repressivas.O Estado tem o dever de exercer a ordem pública. Segurança pública: conjunto de atividades preventivas e repressivas que tem por objetivo a manuteda ordem. Esse conjunto não se resume a atividade policial.. Incolumidade: paz, segurança. O rol do art. 144 é taxativo. A polícia federal e a rodoviária federal exercem atividade preventiva

Page 113: Dir Const Aula p Taques

5/13/2018 Dir Const Aula p Taques - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dir-const-aula-p-taques 113/113

 

 

Polícia Federal art. 144, §1º

. Nem todas as atividades da PF estão voltadas para justiça federal. Ex. ação e prevenção do tráficdrogas.. Inciso I: Apurar infrações penais: investigação buscando indícios de autoria e materialidade.. Inciso IV: Exercer com exclusividade as funções de polícia judiciária da União: ser a polícia que auxilcumprimento de mandados, inclusive na justiça do trabalho, cumprir mandados de desintrusão em indígena, acompanhar servidores públicos federais em situação de perigo

Isso não é pacífico: dentro da polícia federal se entende que este inciso IV é que dá à Polícexclusividade na investigação, o que não permite o MP exercer investigação.. Inciso I: ... assim como apurar infrações cuja prática tenha repercussão... Lei 10.446/02: estestabelece outras investigações que podem ser feitas pela PF.

A Lei 10.446 quer evitar o uso político da PF inciso I.

. Existe também o Decreto-Lei 1.064/69 que regulamenta a atividade da polícia federal.

. Além dessas duas normas, é bom dar uma olhada na LC 89/96 que cria o Funapol.