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  • 7/30/2019 DINIZ, Cllio Campolina. O papel das inovaes e das instituies no desenvolvimento local. XXIX Encontro Nacion

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    O PAPEL DAS INOVAES E DAS INSTITUIES NO DESENVOVIMENTO LOCAL

    Cllio Cammpolina Diniz1

    Resumo:A relao entre global e o local devem ser vistas em uma perspectiva dialtica, na qual nem otodo pode ser fracionado ou dividido em partes, nem a soma das partes reconstitui o todo, poisso autorganizativos e portanto no desmenbravis. Nesta perspectiva as concepes tericase as experincias de planejamento, voltadas para regies isoladas , no so capazes de daremrespostas adequadas atual complexidade do desenvolvimento regional e local. O processo deglobalizao e as mudanas tecnolgicas e estruturais mudaram a natureza e as condies dodesenvolvimento local. As localidades devem ser vistas como espaos ativos dotados decultura, histria, recursos humanos e materiais diferenciados. Nessa perspectiva a inovao eos formatos institucionais se sobressaem como elementos centrais, tanto para o entendimentoquanto para as polticas de desenvolvimento local.

    Palavras ChavesGlobal; Local; Inovao; Instituies; Desenvolvimento

    AbstractThe global-local relationship must be view under a dialetic perpective, where neither thewhole should be divided in parts nor the sum of the parts should reconstitute the whole, sincethey are auto-organizatives and undivisible. Thus, the theoretical conception and the planningexperiences oriented to isolated regions, are unable to explain the current complexity of theregional and local development. The globalization process and thecnological and structuralchanges shifted the nature of the local development. Comunities must be seen as active spacewith specific cultural, historical, human and material endowment. In this perspective,innovation and institutions are stressed as central elements for both the understanding and the

    policies for the local development.

    Key WordsGlobal; Local; Innovation; Institutions; Development

    rea V: Economia Regional e Economia AgrcolaCdigo de classificao do JEL: R00

    1 Professor do CEDEPLAR/UFMG e do Departamento de Cincias Econmicas da UFMG. Atualmente Diretor daFACE/UFMG.

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    1. Global-local: interdependncia e desigualdade

    O fenmeno contemporneo denominado globalizao vem alterando,profundamente, as estruturas produtivas, as relaes tcnicas e sociais de produo e os

    padres organizacionais e locacionais. Esse processo o resultado e condicionante dasaceleradas e radicais mudanas tecnolgicas, determinadas pela competio capitalista, sob aliderana da tecnologia da informao e da sociedade do conhecimento. Ele permitiu e induziua generalizao dos novos meios de comunicao e controle (informtica, telemtica,internet, e-mail, TV a cabo, sistemas on line etc.), que vm facilitando e barateando ostransportes e as comunicaes, potenciando o aumento do fluxo de informaes econmicas,cientficas, tecnolgicas, culturais e polticas, expandindo o comrcio internacional einterregional de bens, alterando a natureza da produo, consumo e comrcio de servios,inclusive possibilitando o crescimento do comrcio de servios distncia, aumentando ofluxo de capitais e de pessoas, especialmente financeiro e, portanto, acelerando a integraomundial.

    Inaugura-se, de forma dialtica, um espao de fluxos sobre o espao de lugares, noqual o espao de fluxos subordina o espao de lugares, mas , ao mesmo tempo, por estecondicionado ou determinado, criando uma economia ou sociedade em rede. Rede deinformaes, insumos, equipamentos, servios, produo, distribuio, consumo etc. (Castells,1991, 1999, Veltz, 1996, Lastres et al. 1999).

    As caractersticas e a natureza das transformaes indicam que a globalizao no um simples aumento da internacionalizao mas sim de um processo distinto, na forma e nocontedo (Conti, 1995, Dicken et. Al 1997, Amin e Therift, 1994, 1997, Massey, 1997). Nose trata de uma simples expanso da atuao das grandes corporaes escala mundial e naampliao do mercado, acelerada nos 30 anos que se seguiram II Guerra Mundial, mas de

    uma mudana nas relaes de poder, na criao de cadeias de valor baseadas em novas formasde cooperao e competio, na destruio ou desestruturao das autonomias monetriasnacionais. Neste novo contexto vem ocorrendo mudanas nos padres de organizaoindustrial com a expanso do horizonte econmico das companhias, decorrente da reduo doespao econmico e do tempo, ampliando as fontes de recursos, o mercado e as tecnologias

    para alm das fronteiras nacionais ou continentais. Pode ocorrer, tambm, a desincorporao edespersonalizao da tecnologia, com o aumento da difuso e integrao de solues plurais eflexveis, mudanas nas relaes entre oferta e demanda, entre produo e consumo, comampliao e diversificao da cesta de bens e servios. Amplia-se a interdependncia masalteram-se as formas de contratao, competio, cooperao e dependncia, bem como asrelaes entre Estados Nacionais, entre Estado e as empresas privadas, em um processo

    simultneo de homogeneizao e diferenciao.Dentro do retorno orientao liberal e sob a gide de polticas de controle

    ditadas pelo FMI e na recriao de um padro diferenciado de poder, so promovidasliberaes do comrcio internacional, desregulados os mercados, induzidas privatizaes ereduzido o Estado do Bem-Estar. Dividido entre a trade Estados Unidos-Japo-EuropaOcidental como espao de deciso e poder, mas com flexibilidade de incluso e excluso demembros emergentes, reconstitui-se o mapa econmico mundial (Massey, Sachas). Mudam-se, tambm, as posies econmica, social e poltica, absoluta e relativa, de pases e regies,alterando as relaes mundiais de espao-tempo, gerando uma nova geometria do poder(Conti, 1995, Dicken et. Al. 1997, Massey, 1998) Na realidade, o processo de globalizao

    heterogneo na forma e nos efeitos, envolvendo intrincadas e justapostas interaes entre uma

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    3ampla variedade de aspectos sociais, polticos, econmicos, institucionais, com tendnciasinter-relacionadas, cujos agentes tanto na cooperao quanto na competio possuemdiferentes e cambiantes poderes de ao. Assim, o processo de globalizao universaliza masao mesmo tempo fragmenta e quebra o espao mundial, em uma relao dialtica na qual

    aumentam-se as desigualdades (Massey, 1998, Dicken et al. 1997). So exemplos claros, nocontexto da integrao mundial, a relativa marginalizao da frica, partes da sia e daAmrica Latina, o prprio abandono econmico de certas regies americanas, com a

    possibilidade de que processo semelhante venha ocorrer no Brasil.Ao mesmo tempo, o processo de globalizao induz a criao de blocos regionais.

    O processo de unificao europia, a partir da dcada de 1950, e seus sucessivos avanos eampliaes, ao aumentar o comrcio intra-regional e fortalecer o bloco europeu, passou a

    pressionar outros pases e regies no sentido de se defenderem do protecionismo regional,criando novos blocos econmicos, a exemplo do ASEAN, NAFTA, MERCOSUL, entreoutros, demonstrando uma situao paradoxal: globalizao e regionalizao como duasforas simultneas e contraditrias, produto do mesmo processo (Dicken et all, 1997; Conti,1995; Bonavero e Dansero, 1998).

    Estes fatos negam a viso anunciada e defendida de que a globalizao, suportadapor foras internacionais avassaladoras e irreversveis, significaria o fim do Estado-Nao(Ohmae, 1995) e, sob a hegemonia do mercado, seriam destrudas as barreiras econmicas,culturais, polticas e sociais, entre pases e regies, criando um mundo desteritorializado, semfronteiras geogrficas e sem razes sociais, com a universalizao monetria e dominaotecnolgica e econmica das corporaes gigantes, as quais no deveriam lealdade a nenhumEstado-Nao. No haveria, tambm, lealdade entre localidades e comunidades, mas simuniversalizao do mercado, com globalizao tecnolgica, organizacional, institucional,

    poltica, comercial, financeira, cultura e social (Korton, 1975, apud Dicken et al. 1997, Lastres

    et al. 1999)) . Nas palavras de Porter (1990, 73/20) Em um mundo de crescente competioglobal, naes tm se tornado mais, no menos importante......A sede nao na qualvantagens competitivas essenciais da empresa so criadas e mantidas. onde a estratgia daempresa fixada, o produto bsico e a tecnologia do processo so criados e mantidos

    A globalizao deve ser vista como um processo profundamente contraditrio eno como um fim ou tendncia unidericional e fatalista (Massey, 1997). Ela est de mosdadas com um desenvolvimento espacialmente desigual, enraizada em instituies econdies histricas e culturais geograficamente determinadas. Ela se d, no entanto, commudanas quantitativas e qualitativas que mudam as relaes entre escala, estrutura social eagentes, difundindo, rearticulando e reconstituindo as relaes de poder (Dicken et. Al. 1997).

    A melhoria do sistema de comunicaes e o acesso imediato informao, por suavez, deu origem a um fenmeno novo que a possibilidade da articulao do "local" ao"global", sem a necessria mediao do nacional. Isto implica que ao invs dehomogeinizao dos espaos econmicos nacionais, o processo de globalizao podeaumentar as diferenas entre as regies de um mesmo pas, aumentando a competio entre aslocalidades

    No bojo desta relao dialtica que combina o hiper-espao da circulao docapital com a recriao da localidade ressurge o discurso acadmico e a prtica poltica daao local na busca da construo econmica e social, redefinindo o lugar da localidade comolocus da vida econmica e social. O local como conceito multifacetado, envolvendo escala(tamanho/dimenso), diferena/especificidade, autonomia, nvel de complexidade. Ele

    tambm identificado com a idia de lugar ou de regio, como poro do espao onde as

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    4pessoas habitam, realizam suas prticas dirias, ocorrem as transformaes e a reproduo dasrelaes sociais, a construo fsica e material da vida em sociedade. O lugar acomplementaridade de trs dimenses: localizao, interao social, no sentido antropolgicoe cultural (Albagali, 1999). Assim, alm de realidade emprica, a regio ou o lugar

    representao social. (Swyngedown, 1989).As atividades econmicas, em um mundo crescentemente integrado buscam aslocalidades mais lucrativas, recriando o local e aumentando a competio regional, naquiloque (Markusen, 1995) chamou de sticky place in sllipery space. O retorno se d, tambm,

    pela busca da regulao e pela prtica institucional locais em um contraditrio contexto demudana de forma ou perda de poder do Estado-Nao. Neste contexto, aumentam astransferncias das negociaes capital-trabalho da instncia nacional e coletiva , com a quebradas legislaes nacionais, para a localidade, a empresa, a firma, os indivduos, tornando alocalidade o lugar da regulao e organizao institucional; onde ocorrem novas formas desegmentao do mercado de trabalho; mudanas nas polticas de bem estar; aumento daautonomia financeira das localidades; polticas locais de promoo do desenvolvimento. Ouseja, homogeneiza-se o espao para o movimento do capital, das mercadorias e do trabalho eao mesmo tempo, reforam-se as instituies e as polticas locais, criando uma fortecompetio inter-territorial, a exemplo da Unio Europia ou da guerra fiscal brasileira(Swyngedown, 1989; Prado e Cavalcanti, 2000). Ao mesmo tempo, o local exige escalasmnimas que viabilizem o controle, a dominao, a construo do poder, levando combinao da hiper-escala dos espaos de circulao do capital e hipo-escala dos nexos de

    produo e consumo, ou seja o local como instncia intermediria entre o nvelmacroeconmica do sistema nacional e o nvel micro-econmico da empresa ou do ator(Swyngedow, 1997, Conti, 1995).

    A globalizao no elimina os contextos sociais e institucionais locais. Ao

    contrrio, refora a importncia dos tecidos locais. Estabelecem-se duas naturezas decompetio e relaes: a) fortes (tcnicas e de mercado), na qual o processo de inovao central e, b) fracas (identidade, atmosfera, interaes, cultura industrial etc.) (Conti, 1995;Storper e Walker, 1989). Na confluncia destas duas dimenses ou conceitos insere-se adimenso local como relao das empresas com o espao, sendo que a organizao localtorna-se componente estrutural de um processo de natureza global. O nexo global-local comorelao de poder e o empresrio como fator de globalizao e ator local na dialtica global-local. Gobal-local como cultura de complexidade, fundamentada na dimenso ecolgica,sistmica e de conhecimento evolutivo. Ecolgica como fundamento epistemolgico ecategoria de integrao para o estudo do sistema social e sua relao com o meio ambiente.Sistmico como princpio de interao e reciprocidade entre o todo e suas partes. Deconhecimento evolutivo no sentido da cumulatividade, irreversibilidade e impredicabilidadeem uma combinao de tempo, espao e subjetividade. Embora o global estabelea um espaode fluxos que amarra diferentes e mutveis sistemas locais, no h redutibilidade entre o locale o global, no sentido de que nem o todo pode ser quebrado ou dividido em partes nem a somadas partes reconstitui o todo, pois so autoorganizativos e portanto no desmembrveis.

    2. Os limites das concepes tericas e das experincias de planejamento regional

    At a dcada de 1940, pode-se dizer que a teoria do desenvolvimento regionalestava restrita teoria da localizao das atividades econmicas. Esta se sustentava em umconjunto de modelos produzidos segundo as condies histricas de cada poca, sendo os

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    5mais representativos os de Von Thunen, Weber, Chirstaller e Losch., retomados pela chamadaRegional Science, no ps II Guerra (Isard, 1956, Holland, 1976).

    De forma alternativa, seguindo as formulaes de Schumpeter, foi introduzida avarivel inovao tecnolgica como o elemento central na dinmica econmica e no

    crescimento. Neste sentido, Perroux (1967) desenvolveu, ao longo das dcadas de 1940 e1950, a noo de plo de crescimento ou desenvolvimento, explicando as razes do processode concentrao e o papel das empresas lderes, indstrias motrizes e chaves (capazes de gerarefeitos de encadeamento e integrao) no processo de crescimento regional ou local.Buscando explicar a natureza desigual do desenvolvimento econmico, Myrdal (1972) eHirshmann (1958) demonstraram a tendncia da desigualdade aumentar por processos de

    polarizaoAinda na mesma linha, a CEPAL (Comisso Econmica para a Amrica Latina)

    procurou explicar o atraso dos pases da Amrica Latina pela deteriorao das relaes detroca, pelos menores ganhos de produtividade e menor fora da classe trabalhadora,defendendo o planejamento e a industrializao como forma de racionalizar a ao do setor

    pblico e promover o crescimento econmico (CEPAL, 1950, Prebish,1950).Paralelamente ao desenvolvimento da teoria do desenvolvimento desequilibrado

    foram articuladas a anlise dos fatores locacionais clssicos, especialmente o custo detransportes, com o arcabouo terico neoclssico de concorrncia perfeita, equilbrio geral emaximizao de lucro, com o instrumental de insumo-produto e o conceito de multiplicadorde renda keynesiano, dando origem a um conjunto de interpretaes tericas e instrumentalanaltico, batizados como Cincia Regional, sob a liderana terica e pessoal de WalterIsard 1956, 1960)

    Tambm, no ps-II Guerra Mundial, luz da tomada de conscincia e da pressopoltica e social para enfrentar as desigualdades regionais, nasceu um conjunto de modelos de

    planejamento e de crescimento regional. Esses modelos , embora tenham matizes e propsitosdiferenciados, se basearam nas concepes de fatores locacionais decorrentes da fusso dateoria da localizao com multiplicador e de renda e emprego de filiao keynesiana, comnfase na industrializao (Isard, 1960; Chenery, 1964); na noo de efeitos inter-industriais ede etapas do desenvolvimento econmico (Kuznets, 1957, 1966); na idia das vantagensregionais e do comrcio, baseada na disponibilidade de fatores (Ohlin, 1967), da qual derivoua teoria da base de exportao (North, 1964; Tibeout, 1964),; na noo de atividade motriz edesenvolvimento regional polarizado (Paelinck, 1977) e; nos efeitos de transbordamento egotejamento (Hirschaman, 1958)

    Simultaneamente, generalizaram-se as experincias de planejamento e de polticaspara a promoo do desenvolvimento regional nos Estados Unidos, Europa, Amrica Latina eRssia..No entanto, a reao poltico-ideolgica contra a interveno do Estado nos EstadosUnidos, a falsa expectativa de que os problemas de desigualdade regional poderiam serresolvidos no curto prazo, a avaliao de que a maioria das iniciativas haviam fracassado,tanto na Europa quanto na Amrica Latina e a frustao das expectativas de soluo dos

    problemas sociais provocaram a reavalizao crtica da base terica e dos modelos delocalizao e desenvolvimento regional (Cumberland, 1973; Massey, 1974; Holland, 1976;Amendola e Barata, 1978; Oliveria, 1977; Corragio, 1977 e 1981)

    Ao mesmo tempo, novos processos como a desindustrializao ocorrida nonordeste dos Estados Unidos e no noroeste da Inglaterra enquanto ocorria o crescimentoindustrial em outras regies daqueles pases (Massey, 1986 e 1982, Rowthorn, 1986,

    Bluestone and Harrison, 1982); mudanas na diviso internacional do trabalho, com

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    6emergncia dos NICs (newly industrialized countries) (Frobel et al. 1980, Amsden,1989) e; ocrescimento e localizao das atividades tecnologicamente modernas em novas regies dos

    pases industrializados, especialmente do complexo militar americano ( Markusen et al.), paraas quais a cincia regional no dispunha de explicaes.

    Por outro lado, embora Perroux tenha considerado a varivel tecnolgica e ainovao como elementos centrais na sua anlise, no se desenvolveu um corpo terico maisconsistente para explicar o papel daquelas variveis no desenvolvimento regional ou localdentro do corpo da chamada cincia regional. No entanto, as mudanas do paradgmatecnolgico e as alteraes estruturais decorrentes de uma nova onda tecnolgica,especialmente da micro-eletrnica e seus desdobramentos, o sucesso industrial do Vale doSilcio, nos Estados Unidos, o crescimento da articulao das universidades e centros de

    pesquisa com as atividades industriais baseadas em tecnologias avanadas, a redescoberta dodistrito industrial como manifestao emprica e categoria analtica permitiram resgatarterica e empiricamente a tecnologia como varivel central no desenvolvimento econmico e,

    por consequncia, no desenvolvimento regional ou local.Por outro lado, o esforo interdisciplinar na anlise do desenvolvimento regional

    demonstrou a importncia de variveis ou aspectos no tangveis, fundamentados na culturalocal, no comportamento da sociedade civil, na organizao institucional e produtiva, nasnovas formas de competio e cooperao como elementos centrais na explicao dodesenvolvimento regional ou local.

    3. Globalizao, sociedade do conhecimento e as condies locais do desenvolvimento

    O aumento da fluidez do mercado e da mobilidade do capital, na busca delocalizaes ou nichos de maior lucratividade aumenta, tambm, a competio entre aslocalidades, da qual resulta um processo contnuo de reconstruo e reterioralizao do

    espao. O sucesso econmico de cada pas, regio ou localidade passa a depender dacapacidade de se especializar naquilo que consiga estabelecer vantagens comparativas efetivase dinmicas, decorrentes do seu estoque de atributos e da capacidade local de promoocontinuada de sua inovao. Alm dos atributos que possui, o esforo de busca e a lutacompetitiva, centrada no processo inovativo, vai depender de duas dimenses: da capacidadeempresarial em promover pesquisa e desenvolvimento e identificar novos produtos ou

    processos, que assegurem o sucesso econmico (produtivo e comercial) da empresa e; dacapacidade local de aprender, no sentido de se criar uma atmosfera de transformao e

    progresso, no que Asheim (1996) chamou de aprendizado regional (learning regions) e Kebleet al (1998) de aprendizado coletivo (collective learning

    A luta competitiva e o processo de inovao decorrente abrem janelas deoportunidade (Dosi, 1988), que so tambm janelas locacionais (Storper e Walker, 1989),no sentido de que os agentes produtivos e sua vinculao territorial geram efeitos dediferenciao regional ou local do desenvolvimento. Isto significa que a capacidade de atraode cada regio ou localidade passa a depender, cada vez mais, do conjunto de elementoslocais, naturais, econmicos, sociais, culturais e polticos, complementares ou sistmicos,naquilo que Granoveter (1985) chamou de imerso social (embeddedness). Esses elementos seinteragem atravs de um processo cultural, construdo e reconstrudo durante o processo deinterao, no qual se inclui confiana e moralidade. A identidade local definida pelo seucontedo material e imaterial, de natureza cultural, e pelos princpios normativos (estticos,

    morais, polticos, julgamento), sendo a cultura afeta pela economia e vice-versa (Sayer,

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    71997). Alm disso, h um conjunto de atributos tcitos, no quantificveis nem codificveis,cuja ao difcil de ponderar prever ou determinar.

    Na mesma linha Storper (1995, 1997 ) enfatizou a importncia do ambiente sociale cultural no processo de desenvolvimento regional ou local, por ele denominado ativos

    relacionais (relational assets) e de interdependncias no comercializveis (untradedinterdependences). De forma semelhante, Putnam (1993) demonstrou, atravs de anliseshistricas e empricas para o caso italiano, o papel da sociedade civil e suas tradies nodesenvolvimento econmico regional diferenciado daquele pas. Saxenian (1994) interpretoua fora da cultura no desenvolvimento do Vale do Silcio, comparativamente a Boston. Amine Thriff ( 1994 ) argumentam que a vida econmica local ou regional depende das relaescognitivas entre as instituies culturais, sociais e polticas.

    O que se conclui que a partir da idia de que o desenvolvimento est enraizadonas condies locais, o foco do planejamento regional passa a ser a localidade. Um bomexemplo o da Unio Europia, que homogeneizou o espao para o movimento do capital,das mercadorias e do trabalho mas, ao mesmo tempo, refora as instituies e aes locais

    para atrair o capital, como ilustra a criao de um conjunto de agncias regionais dedesenvolvimento na Europa (Halkier, Danson e Damborg, 1998), dentro de um ambiente decomplementaridade e competio entre as regies europias (Bonavero e Dansero, 1998). Issovem demonstrar que o acordo poltico de integrao da Europa no eliminou as identidadesdas regies, dos governos locais, das caractersticas da comunidade etc. (Gals e Lequesne,1998).

    A atualidade, identificada como era do conhecimento e da crescente integraoem redes, a regio ressurge como locus da organizao produtiva e da inovao, onde oesforo e o sucesso da pesquisa, da ao institucional, do aprendizado se do de formacoletiva (Keable et al. 1998), atravs da interao, cooperao e complementaridade, imersos

    no ambiente cultural local, o qual tambm o resultado do processo histrico cultural oupath dependent. Assim, alm de seus atributos h um processo contnuo de aprendizadoregional (Asheim, 1996). Da a importncia da proximidade, da flexibilizao dos processos eda organizao produtiva, o que veio recebendo em cada poca denominaes distintas:distrito industrial, na formulao inicial de Marshal (1982) e sua retomada na literaturacontempornea (Harrison, 1992), na idia de plo de desenvolvimento ou crescimento, nasformulaes de Perroux (1967) e sua generalizao como instrumento de planejamentoregional, na idia de meio inovador, com nfase no papel da inovao tecnolgica, liderado

    pela escola francesa e especialmente pelo Gremi, mais recentemente, na idia de cluster,tambm inicialmente formulado por Schumpeter (1960) e sua recente retomada (OECD, 1999,Fujita et all 1999) e pela tentativa de sua introduo atravs de incubadoras de empresas,

    parques e cidades tecnolgicas planejadas (Storper, 1995, Lastres et al. 1999, Piore e Sabel,Castells e Hall, 1994).

    Contemporaneamente sugiram vrias escolas de pensamento voltadas paraexplicar o sucesso das aglomeraes industrias ou dos arranjos produtivos locais, a partir dasmudanas tecnolgicas, da organizao produtiva, das estruturas produtivas e do processo deflexibilizao, especialmente luz da chamada crise do fordismo. Storper (1997) identificatrs linhas de pensamento dominantes e demonstra os limites delas. A primeira, a chamadaidia da especializao flexvel e do distrito industrial, fortemente influenciada pelaexperincia da terceiro Itlia relatada e analisada em um grande nmero de trabalhos (Pioree Sabel, 1984). Esta linha advoga que a crise do fordismo como padro organizacional induziu

    a desintegrao produtiva, a produo flexvel, e, como consequncia o retorno da pequena e

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    8mdia empresa, em um ambiente de cooperao. Para isto, a proximidade geogrfica se tornavital, recriando o distrito industrial, como anteriormente formulado por Marshall (1982). Aescola da organizao industrial e dos custos de transao, sustentadas nos trabalhos deWilliamson e adaptados pela chamada escola californiana, cujas maiores expresses foram

    exatamente Allan Scoot e Michael Storper. Para esta escola, a aglomerao surge danecessidade de se reduzir os custos de transao, a partir dos processos de desintegraovertical e do aumento das relaes inter-firmas, onde a proximidade, confiana so relevantesna reduo de custos e riscos, todas elas traduzidas em economias externas. Assim, aaglomerao se torna um fator determinante na dinmica industrial. Dadas as limitaes domercado emerge a importncia das instituies.

    Em terceiro lugar, surge a idia do processo de inovao tecnolgica nodesenvolvimento regional, resgatando a tradio neo-shumpeteriana e o papel da inovao no

    processo de competio capitalista. Esta viso seria tambm compatvel com a forte presenado Estado, especialmente no caso dos complexos militares, como bem exemplifica o casoamericano durante a Guerra Fria (Markusen,....). Nesta perspectiva, surge tambm a idia demeio inovador, resgatando a tradio francesa (Aydolat ) no qual a idia de imerso socialtambm se torna central (Granoveter, 1985).

    Ao mesmo empo, o local se constitui como espao de regulao e prticainstitucional, como organizao socio-espacial ou poltico-econmica (Swyngedouw, 1989).Cada localidade individualidade no sentido de seus atributos naturais, econmicos,antropolgicos, histricos, sociais e polticos, havendo portanto, contedo material eimaterial, no sendo reproduzvel ou copivel, gerando uma espiral de competio inter-territorial, a qual, por sua vez, exige escalas de controle e dominao, cooperao ecompetio, homogeneizao e diferenciao, ganho e perda de poder (Swyngedouwn, 1989e 1997). Da escala surge a hierarquia dos lugares ou hierarquia urbana j que os lugares criam

    suas centralidades (Christaller, 1966). Atividades econmicas imersas no ambiente cultural esocial (embedded). No entanto, a diviso do trabalho, o mercado, o dinheiro e o capital agemno sentido de reduzir a imerso ou a fora local (desimnbedded). Granoveter (1985) critica aviso sub-=socilolgica, de tradio utilitarista, que supe a competio perfeita e aatomizao. Critica tambm os institucionalistas que reduzem a anlise aos custos detransao e hierarquia de organizao dos mercados .

    4. O papel da inovao no desenvolvimento regional

    Em um processo de integrao excludente, com forte luta competitiva e busca deinsero produtiva no comrcio mundial, aumenta o esforo para modernizao produtiva. Ea, as palavras da moda viram "produtividade" e "competitividade". Como ser competitivo emum mundo cada vez mais globalizado, por um lado, e mais regionalizado, por outro. Nestesentido, o aumento do contedo de conhecimento cientfico e tecnolgico nos bens e serviostraz um novo desafio para os pases, regies, localidades, empresas ou sociedades, no sentidoda capacitao cientfica e tecnolgica como pr-condio para o sucesso produtivo ecomercial. Resgatando a anlise schumpeteriana, Porter (1993, 21/20) diz uma nova teoriadeve partir da premissa de que a competio dinmica e evolui.... Na competio real, ocarter essencial a inovao e mudana.... A vantagem competitiva criada e mantidaatravs de um processo altamente localizado. Diferenas nas estruturas econmicas, valores,culturas, instituies e histrias nacionais contribuem profundamente para o sucessocompetitivo.

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    9Baseado na idia que a inovao o motor central do desenvolvimento econmico

    e na identificao de que as regies possuem atributos prprios, sintetizados na literatura porimerso social (embeddedeness), ativos relacionais ou interdependncias no comercializveis, e de que o sucesso econmico depende da existncia de meios inovadores (Albagli, 1999),

    surge a discusso do papel na inovao no desenvolvimento regional.O primeiro aspecto para entendimento do problema negar a idia de inovaocomo processo tecnocrtico e linear, o qual enfatiza a sequncia pesquisa bsica, a cargo doscientistas que desenvolvem as teorias, chegam s descobertas e invenes, passando para a

    pesquisa aplicada, onde so realizados os testes e adaptaes, promovida a inovao, passandopara a terceira fase onde realizada a produo para o mercado, a difuso, crescimento daprodutividade, sem considerar o contexto social (Edquist, 1997) . Ao contrrio, a perspectivaassumida neste trabalho de que o processo de inovao resulta da combinao entre

    pesquisa, desenvolvimento e sua interao com as condies econmicas e sociais presentesem cada espao, atravs da interao entre firmas e o meio nas quais esto envolvidas. Nesta

    perspectiva poder haver simultaneidade entre pesquisa bsica e pesquisa aplicada ou mesmode sequncia invertida, ou seja, parte da produo e busca realizar pesquisas que permitam oavano do conhecimento como base para novas inovaes. Nesta perspectiva, as redes deinovao surgem como estratgia ou instrumento de desenvolvimento regional (Asheim andCooke, 1997). A aglomerao, ao reduzir distncias, facilitar a acessibilidade, permitindo ocontato direto, face a face, e a presena de externalidades em termos de instituies de

    pesquisa, relaes inter-firmas, trabalho qualificado facilita o fluxo de conhecimentos,facilitando o aprendizado e a inovao.

    Por outro lado, medida que os mercados se integram, perde importncia acompetio baseada em recursos naturais, salrio barato e preos e ganha fora a competio

    baseada em capacidade inovativa e alta qualificao, ou tendo como base o conhecimento

    como ativo estratgico (Lopes e Lugones, 1999), que se traduzem em boa qualidade dosprodutos. Os preos existem e so praticados porm eles devem resultar da reduo de custos.Assim, a moderna firma, inserida em mercados cada vez mais competitivos, no compete em

    preos mas sim na diferenciao e qualidade dos produtos. Para isto, o esforo da firma deveestar permanentemente concentrado no processo inovativo que lhe permita atingir estesresultados, passando das vantagens comparativas estticas (Ricardo, 1973) para vantagenscomparativas construdas e dinmicas (Steindl, 1952, Dosi, 1998, Porter, 1993). As redesinovativas, decorrentes das interaes formais e informais dos agentes e instituies,enraizadas no ambiente, devem ser portanto localizadas, onde a comunicao, a cooperao ea coordenao dos atores ajam como elementos facilitadores do processo de inovao. Asheime Cooke (1997, p.3/4) assim sintetizam a importncia da dimenso local: a) existncia decapacidade para o desenvolvimento do capital humano, interaes entre firmas, escolas,universidades, mediadores do treinamento; b) redes formais e principalmente informais entreos membros da rede, possibiltados pelos encontros planejados ou casuais, troca deinformaes, relaes entre vendedores e compradores (customer-supplier); c) sinergias, ouexcedente inovativo, que podem resultar de uma cultura compartilhada, perspectivas

    polticas ou psicolgicas resultantes da ocupao de um mesmo espao econmico ou regio;d) existncia legtima de poderes estratgicos de administrao em reas tais como educao,inovao e suporte empresarial.. Os autores enfatizam o que o processo de aprendizagem

    predominantemente interativo e socialmente imerso no ambiente institucional e cultural. Acooperao local passa a funcionar como um determinante chave na capacidade local de

    competio.

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    10A combinao das vises de Lundvall e Johnson, que usam o conceito de

    economia do aprendizado (learning economy), e de Asheim e Cooke, com o conceito deregies que aprendem (learning regions), demonstrando que o grande paradigmacontemporneo, baseado na trade informao-computao-telecomunicao est sustentado

    na viso de que o conhecimento e o aprendizado constituem o recurso e a forma maisimportante para a inovao e a competio ( Asheim e Cooke, 1997, p. 7/8). Na interaodesse processo a interao local se torna central. distncia geogrfica, acessibilidade,aglomerao e a presena de externalidades provem uma poderosa influncia nos fluxos deconhecimento, aprendizado e inovao e sua interao joga papel central (Howells, 2996, 18,apud Asheim e Cooke, 1997). Assim, o processo de aprendizado fortemente localizado pelanatureza da forma que interagem pesquisa com experincia prtica e de ao: processo deaprender fazendo, aprender usando e aprender interagindo (learning by doing, learning byusing and learning by interacting) e, aprender aprendendo (learning by learning) Cooke(1998,12/3), naquilo que Ludvall e Johnson (1994) chamaram de economia do aprendizado(learning economy). Assim, a vantagem que um pas, regio ou localidade adquire estrelacionada com sua capacidade de aprendizado e inovao (Porter, 1990, 19). medida quea velocidade do aprendizado e da inovao aumentam, encurta-se o ciclo de vida dos

    produtos, exigindo uma crescente capacidade de resposta e reacelerando o processo depesquisa e inovao. Inseridas dentro do processo produtivo como agente final da inovao,produo e competio, as empresas so cada vez mais pressionadas para aprenderem oumodernizarem. Embora a empresa seja o agente final, ela est inserida no contexto social.Como forma de potencializar a capacidade social, o agente pblico ou as polticas pblicas setornam relevantes como suporte ao processo de inovao e modernizao produtiva. O

    processo de aprendizagem assume o centro da sociedade, por isto chamadas de economia ousociedade do conhecimento (Spolidoro, 1997).

    Isso nos permite resgatar o papel da regio ou da aglomerao como base para ainovao e competio e ao mesmo tempo resgatar e articular os conceitos de plo decrescimento ou desenvolvimento, distrito industrial, cluster, complexo produtivo,aglomerao industrial, economias externas, suporte urbano como forma organizacional econdio para o processo de inovao e ganho de competitividade (Asheim e Cooke, 1997).Estes aspectos indicam a importncia dos fatores econmicos e no econmicos no processode aprendizado, inovao e competio enraizados em cada localidade, seja incorporado nasmquinas e no conhecimento codificvel seja no conhecimento desincorporado ou tcito,imerso na cultura local. Nas palavras de Asheim e Cooke (1997, 12) .. A combinao daaglomerao econmica marshalliana imersa territorialmente, conhecimento desincorporado einterdependncias no comercializveis podem constituir a base material para a nova formasocial de criao de vantagens comparativas regionais em uma economia mundialglobalizada.

    5. Diferentes formas institucionais e locais de inovao

    A anlise da inovao como resultado de um processo sistmico recente naliteratura. Embora Chistopher Freeman tenha alegado que o termo tenha sido cunhado porBengt-Ake Lundvall, o primeiro a us-lo foi realmente Freedman, em 1987 (Edquist, 1997,3).A partir de ento o termo ou conceito passou a ser largamente utilizado na literatura sobretecnologia e desenvolvimento econmico, na linha evolucionista, com um grande nmero detrabalhos analisando terica, conceitual, histrica e empiricamente as distintas formas de

    organizao institucional dos sistemas de inovao e de seu papel histrico no

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    11desenvolvimento econmico de diferentes pases (Dois, 1988, Lundvall, 1992, Nelson, 1993,Edquist, 1997).

    Atualmente, os sistemas de inovao vem sendo classificados atravs de umataxinomia que os caracterizam como sistemas supra- nacionais de inovao (SSNI), sistemas

    nacionais de inovao (SNI), sistema regional de inovao (SRI) e sistema setorial deinovao (SSI) (Edquist, 1997; Cooke, 1998; Lopes e Lugones, 1999). Edquist (1997)identifica nove caractersticas comuns dos sistemas de inovao: a) inovao e aprendizagemest no centro; b) holistico e interdisciplinar; c) perspectiva histrico; d) diferenas entresistema e no timo; e) nfase em interdependncia e no linearidade; f) inclui tecnologias do

    produto e inovao organizacional; g) instituies so centrais; h) conceitualmente difuso e; i)estrutura conceitual e no tericas formais.

    Para efeitos deste trabalho vamos tratar apenas dos SRI e suas formas demanifestao, identificados ao longo da histria e da literatura com diferentes denominaes,em funo da natureza e das caractersticas de sua organizao: distritos industriais, plos decrescimento, complexos territoriais produtivos, meio inovador, clusters, parques tecnolgicos,

    parques cientficos, cidades cientficas, tecnpolis, incubadorasDado o recorte regional, possvel identificar tipos de ordem coletiva (Cooke,

    1998,16) intersses ou caractersticas comuns: cultura, especificidade econmica,homogeinidade administrativa. Desta forma, o SRI como uma combinao de elementos

    pblicos e privados Cooke (1998,20/4) caracteriza os SRI segundo governana (enraizamentocapilar grassroot RSI, rede RSI e dirigista RSI) e segundo a dimenso (SRI localista, SRIinterativo e SRI globalizado). Enraizamento capilar quando a origem e organizao temcarter local, a nvel de cidade ou distrito, com recursos de origem genrica e difusa, recursosde pesquisa prximos, tecnicamente especializado. Em geral estes so tambm localistas, nosentido de se apoiarem em empresas locais. Cita como exemplos os kohsetsushi japoneses,

    como pequenas e mdias empresas, suportados por prefeituras ou municipalidades, os distritosindustriais da terceira Itlia e mesmo o Vale do Silcio. SRI em rede, que tambm interativo,quando a transferncia de tecnologia inclui dimenso regional, nacional ou supranacional. Osrecursos vem de combinao entre bancos, recursos pblicos e empresas. A pesquisa em redemista, o sistema de coordenao inclui com muitos agentes, especializao flexvel. D comoexemplo a regio de Baden-Wurttemberg, onde existem 14 institutos Max Planck de pesquisa,similar nmero de institutos Fraunhofer Society, alm de mais de 60 institutos de pesquisa

    pertencentes indstria, vrias fundaes e escolas politcnicas, nove universidades etc. D-se ainda como exemplo, os casos de Catalunia e Quebec, pela cultura interativa e associativa.Por fim, o SRI dirigista quando o sistema de inovao dirigido de fora, pelo governo central,cujos fundos vem principalmente do governo. D como exemplo, o sistema francs, que nasltimas trs dcadas implantou laboratrios de pesquisa metropolitanos regionais e criou oCRITTS (Centros Regionais de pesquisa, inovao e transferncias de tecnologia). Para o casode SRI globalizado predomina o esforo de pesquisa privado e dominado pelas grandescorporaes, embora possam haver recursos pblicos e colaborao com as pequenas e mdiasempresas, especialmente como fornecedoras. Cita-se como exemplos a Califrnia, Brabant(Holanda) com a Phillips etc.

    De forma complementar e alternativa, Asheim e Cooke (1997) dividem os tipos dearranjos inovativos em endgenos e exgenos. Meios (milieu) endgenos ou distritosindustriais, quando h extensa diviso do trabalho entre firmas, forte especializao produtiva,efetiva rede de informao, alta qualificao da fora de trabalho, imerso socio-cultural,

    instituies de suporte pblicas e privadas, naquilo que Piore e Sabel chamaram de fuso entre

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    12economia e sociedade (Piore e Sabel, apud Asheim e Cooke, 1997) . Citam como exemplosemblemticos os casos italianos da Emilia- Romana e Jaeren na Noruega.

    Os arranjos exgenos so denominados de meio (milieu) inovador exgeno,technopole ou parque cientfico, nos quais as experincias francesas e americanas se

    destacam. No caso francs com a experincia de Grenoble, como primeira tentativa deconstruo de uma tecnopole, e da cidade cientfica de Lille, com grande concentrao delaboratrios de pesquisa dos grandes institutos pblicos franceses (CNRS, INRA, INSERM,PASTEUR, CERCHAR), Centros regionais de inovao e transferncia de tecnologia(CRITTs), universidades, agncias nacionais , centros de treinamento setorial, incubadorasetc. Citam, tambm Sophia Antipolis, onde se tentou combinar infra-estrutura de pesquisacom a atrao de grandes empresas mundiais para l se desenvolverem..

    No caso francs a anlise dos resultados mostra que, embora tenha havido algumsucesso, h muitos pontos fracos e problemas. No caso de Lille foi dada pouca importnciaaos aspectos no materiais, o treinamento tcnico no respondeu s necessidades especficasdas empresas, houve pequena resposta das pequenas e mdias empresas. No caso de SophiaAntipolis h pouca interao entre as firmas e os resultados ainda so modestos.

    No caso americano citam as experincias de maior sucesso como aquelasvinculadas a grandes recursos universitrios, como a criao do parque cientfico daUniversidade de Stanford, em 1949, e o grande crescimento industrial do Vale do Silcio, aexperincia do sistema universitrio de Boston, especialmente do MIT, para o crescimentoindustrial ao longo da rodovia 128, e do Research Triangle Park, na Carolina do Norte,

    baseado nas trs universidades locais e na atrao de laboratrios de pesquisa das grandesempresas americanas.

    O sucesso dessas experincias nos Estados Unidos levou criao generalizada deparques cientficos ou tecnolgicos, a maioria sem suporte acadmico- universitrio e de

    pesquisa e sem a criao de redes de integrao e sinergias entre as empresas, o que levouMorgan a cunhar a seguinte frase isolados, parques cientficos so equivalentes a catedrais nodeserto (Morgan, 1992, apud Asheim e Cooke, 1997).

    luz destas anlises Asheim e Cooke (1997) concluem demonstrando asvantagens e limites das duas formas de organizao dos sistemas de inovao, indicando queos milieu endgenos ou distritos industriais possuem as vantagens da atmosfera industrial,da cooperao e da confiana que facilitam a inovao incremental, mas que h deficincia decapacidade inovativa para a quebra do path-dependence e da realizao de inovaes radicais.Em contrapartida os milieus exgenos, nas formas de parques cientficos ou tecnoples,tem pouca capacidade de criao de redes locais de firmas integradas, pouco relao com oambiente local. Como sada propem uma alternativa estratgica baseada na abordagem derede que combine as caractersticas endgenas e exgenas, a exemplo do que vemacontecendo na Alemanha, ustria e pases nrdicos, com forte cooperao entreuniversidades e instituies de pesquisa e as indstrias. Alm de fortalecer os aspectos fracos,esta estratgia cria vantagens em relao aos competidores fora da rede. Neste caso, a

    proximidade torna-se aspecto central para o processo de aprendizado e de integrao entrefirmas e, entre firmas e instituies. O modelo de rede deve estar, no entanto, consciente dosriscos do fechamento cognitivo ou em grupo, o que Granoveter chamou de enfraquecimentodos laos fortes (Granoveter, 1973, apud Asheim e Cooke, 1997). Em sntese, um sistema deinovao em rede deve ser suficientemente forte para dentro e para fora, de forma a combinarcooperao e competio. Nas palavras de (Asheim e Cooke, 1997, 41/2) para a mxima

    eficiente da inovao tecnolgica, estabelecida terica e praticamente, como um processo de

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    13interao social, necessita ser organizado de forma a maximizar as externalidades econmicasda proximidade geogrfica. Isto significa criar situaes onde a rede de infraestrutura forte(tecnolgica) e fraca (humano) conduza ao estabelecimento de interao.

    6.As mudanas estruturais, o crescimento do setor servios e a economia doconhecimento

    A histrica classificao das atividades econmicas em primrias, secundrias etercirias, estabelecidas por Fisher e Clark j no correspondem s caractersticas estruturaisdo sistema econmico, luz da complexidade e diversidade do setor tercirio ou servios e daarticulao existente entre este e os demais setores. Ampliam-se e diversificam-se os servios,com funes, caractersticas tcnicas e mercados diferenciados, sendo difcil a separao entreservios e produo material. O aumento do peso dos servios na estrutura produtiva, emtermos de produto e emprego e, as mudanas tecnolgicas decorrentes da informtica e datelemtica, mudam a natureza dos servios. No s amplia o leque de atividades deste comomuda, tambm, a natureza da comercializao, permitindo a ampliao dos servioscomercializveis distncia. De no tradables uma grande parcela dos servios passam atradables, em funo do desenvolvimento da tecnologia da informao, especialmente dainformtica e da telemtica, o que permite o transporte dos servios, eliminando ou reduzindoo efeito da distncia, superando a caracterstica histrica dos servios de serem produzidos econsumidos, simultaneamente, no mesmo local da produo. A globalizao dos negciosinduzida e permitida pelos avanos tecnolgicos aumenta tambm a demanda de servios esua internacionalizao, a exemplo dos grandes grupos comerciais como Sears, Carrefour,Marks and Spencer etc. Acrescente-se ainda as mudanas nas normas de comrciointernacional, com novas regras sobre a comercializao dos servios, sua integraointernacional, a reduo de barreiras tarifrias, acordos de livre comrcio.

    Por outro lado, a integrao agricultura- indstria- servios aumenta a demandados chamados servios produo, especialmente com o crescimento da internacionalizao ea necessidade de administrao e controle das grandes organizaes (engenharia, pesquisa edesenvolvimento, mercado, propaganda, seguros, bancos, processamento de dados,contabilidade, ) e circulao (venda, transporte, assistncia tcnica, manuteno, instalao,etc.). Por sua vez, o aumento da terciarizao amplia a complementaridade entre indstria eservios e implica na atrao dos servios para prximo produo, com tendnciareaglomerao e a clusterizao, podendo ocorrer tambm a clusterizao em um cojuntode servios que so incorporados e comercializados atravs de bens. A elevada elasticidaderenda da demanda de servios, as novas exigncias e expectativas do pblico consumidor leva diversificao da cesta de consumo e o consequente aumento da demanda de servios

    pessoais e de consumo (educao, sade, transporte e acomodao, restaurantes, recreao,laser, comrcio etc.) e servios pblicos ou governamentais (segurana, educao, sade,controle), entre outros, amplia a importncia destes. Embora muito heterogneo, o setorservios aumenta a exigncia de trabalho qualificado no seu segmento moderno,transformando-se no locus, por excelncia , da economia e da sociedade do conhecimento.

    Estima-se que nos pases da OECD mais de dois teros do emprego e mais de50% da renda estejam vinculados ao setor servios (Daniels, 1993). O aumento daimportncia dos servios dentro da estrutura econmica tal que entre 1970 e 1990, para os

    pases da OECD, a agricultura perdeu 12 milhes de empregos, a indstria os ampliou emapenas 1,7 milhes, enquanto o setor servios criou 89 milhes de novos empregos (Marshall

    e Wood, 1995).

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    14Por outro lado, a concepo de que o setor servios era passivo, dependente dos

    setores produtores de bens, especialmente da indstria, no comercializvel distnciatambm no corresponde sua natureza contempornea. Neste sentido, os analistaseconmicos esto despreparados, terica e empiricamente, para a anlise do papel que o setor

    servios vem assumindo, de forma crescente, dentro de uma economia cada vez maisdominada pela tecnologia e pelo conhecimento. Consequentemente, torna-se difcil medirprodutividade e desempenho setorial luz da base emprica e das metodologias utilizadas paraa anlise dos setores produtores de bens.

    Consideradas as economias de aglomerao presentes na produo de servios,aumenta-se a importncia da centralidade urbana na localizao destes, recolocando osconceitos de rea de mercado e centralidade urbana desenvolvidos pelos tericos alemes, nadcada de 1930, no contexto do desenvolvimento econmico e urbano daquele pas (Losch,1969; Christaller, 1966; Marshall e Wood, 1995). No s os servios esto mais ligados aosmercados, com tendncia de reaglomerao, a exemplo dos centros comerciais (Centralshopping), cidades e locais tursticos e de grande concentrao dos servios de apoio aosnegcios e ao setor financeiro nas grandes metrpoles, a exemplo de bancos, companhias deseguros, servios de computao, consultoria, mercado imobilirio, alm de atrativos pessoaisdado pelo ambiente cultural e social, hoje considerado importante fator locacional. Assim, ascidades se transformam cada vez mais em centros de consumo e menos em centros industriais,com a transio estrutural em prol de uma sociedade do conhecimento e dos servios e menosda produo material

    Em funo destas transformaes decorre a criao das chamadas cidadesmundiais com capacidade de polarizao e comando da economia mundial, as quaiscontrolam os fluxos de informao, conhecimento e investimento e, portanto, modelam adinmica territorial escala mundial. So exemplos as cidades de Nova York, Londres, Tkio

    (Sassen, 1991). Ao mesmo tempo cria-se uma hierarquia urbana mundial, com funes aomesmo tempo concorrenciais e complementares. Isto porque, medida em que se amplia acomercializao de servios distncia, certa natureza de servios ainda tem sua oferta econsumo limitadas no espao, criando ou recriando as reas de mercado no sentido dasformulaes tericas de Losch e Christaller. Como consequncia, criam-se distintos nveis de

    polarizao, hierarquizados em funo da dimenso e complexidade das estruturaseconmicas urbanas, indo das cidades mundiais para as metrpoles nacionais, macro-regionais, meso-regionais e micro-regionais . Ao lado das foras de mercado, o sucessoeconmico de cada metrpole passa a depender cada vez mais das iniciativas locais (pblicase privadas), no se podendo esperar que todas as solues venham de fora. Aumenta-se aimportncia dos agentes locais, atravs dos seus ambientes sociais de inovao, representado

    pelos valores culturais da sociedade, pela ao pblica, pela base empresarial e sua foraempreendedora, pelo sistema educacional, pela base acadmico-univesitria e de pesquisa,entre outros, aumentando a importncia da economia e da sociedade do conhecimento.

    No Brasil, o setor servios participa com 63% do PIB e estima-se que com maisde 50% do emprego. Ao lado das metrpoles primazes, So Paulo e Rio de Janeiro, adinmica econmica no territrio induz o desenvolvimento de novas metrpoles, as quais

    passam a comandar seus macro-espaos e ao produzirem economias de aglomerao para osprprios servios e para outras atividades, realimentados pela influncia cruzada entre setoresprodutores de bens e de servios. Na medida em que a excessiva concentrao populacional eeconmica comea a criar deseconomias de aglomerao nas cidades primazes, reforada a

    tendncia expanso das novas metrpoles, as quais passam a criar economias de

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    15aglomerao e realimentam a concentrao. Consideradas as distncias entre as novasmetrpoles e as metrpoles primazes e o fato de que o crescimento econmico brasileiro sefaz com desconcentrao destas ltimas mas com reaglomerao no mesmo macro-espao,algumas das novas metrpoles se destacam, a exemplo de Curitiba e Belo Horizonte. Por sua

    vez, a diversificao e especializao econmicas ampliam tambm, a diversificao eespecializao dos servios. Como muitos destes exigem economia de escala, refora-se aconcentrao urbana e o papel das novas metrpoles.

    Considerada a distribuio regional da produo e da renda brasileiras e a rede decidades da Regio Centro-Sul, onde esto localizadas as maiores universidades e instituiesde pesquisa, o mercado de trabalho profissional e a infra-estrutura urbana de serviosmodernos, tenderia a ampliar a fora da rede de servios, promovendo ou acentuando aconcentrao regional.

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