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DINÂMICA DO RELACIONAMENTO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOENTES Contributo para a gestão da qualidade na saúde Orientador: Marta Lima Basto. Investigadora Orientador: Maria Cristina Mendonça. Investigadora Investigador Manuel Agostinho Matos Fernandes

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Page 1: DINÂMICA DO RELACIONAMENTO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOENTES Contributo para a gestão da qualidade na saúde Orientador: Marta Lima Basto. Investigadora

DINÂMICA DO RELACIONAMENTO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOENTES

Contributo para a gestão da qualidade na saúde

Orientador: Marta Lima Basto. Investigadora

Orientador: Maria Cristina Mendonça. Investigadora

Investigador

Manuel Agostinho Matos Fernandes

Page 2: DINÂMICA DO RELACIONAMENTO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOENTES Contributo para a gestão da qualidade na saúde Orientador: Marta Lima Basto. Investigadora

Preocupações Será que o modelo de autodeterminação, o modelo de

relacionamento de excelência entre profissionais de saúde e doentes, em situações de doença crónica?

Será desejável e possível definir um tipo de relacionamento para cada doente?

Será desejável padronizar os relacionamentos entre profissionais de saúde doentes?

Como pode ser operacionalizada a individualização da relação e a centralidade do doente?

Em que condições pode ser promovida a autodeterminação do doente?

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Finalidade

A finalidade deste estudo é contribuir para a

melhoria da qualidade dos cuidados na dimensão

interpessoal, focalizado no relacionamento entre

médicos, enfermeiros e doentes num serviço de

nefrologia

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Problemática O conceito de doente e o modelo de relacionamento paternalista já não é o

mais adequado principalmente tratando-se de doenças crónicas. (Hogg 1999)

As definições de promoção da saúde e os modelos teóricos concebidos para regular o relacionamento (Empowerment, controle pelo doente, envolvimento, princípios éticos, autonomia ) são demasiado idealistas e não são aplicáveis na prática (May 1990)

A definição de padrões e qualidade deve ser centrada no cliente/doente, mas deve incluir médicos, enfermeiros, porque os padrões devem ser aceitáveis do ponto de vista normativo e os clientes têm uma compreensão muito incompleta da ciência e da tecnologia da prestação de cuidados (Donabedian, 2003).

A definição de padrões de qualidade deve ter uma proveniência empírica baseado na prática prevalente

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Questão de investigação Central

Qual a dinâmica do relacionamento entre

profissionais de saúde e doentes, que

melhor se adapta à gestão da qualidade na

saúde e seja, ao mesmo tempo, adequada à

realidade clínica e sociológica actual.

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Metodologia

Investigação Qualitativa

Uma abordagem Fenomenográfica : É uma abordagem empírica que envolve pesquisar a diversidade (variação) das formas de como as pessoas , conceptualizam, compreendem, reconhecem e vivenciam o mundo à sua volta, (Marton, 1994), neste caso o relacionamento entre os profissionais de saúde e os doentes.

. Colheita de Dados.

O método escolhido foi a entrevista individual semiestruturada (Bernard, et al. 1999), realizada de forma aprofundada (Sjostrom & Dahlgren, 2002,), combinada com a observação, de forma a permitir uma compreensão do que acontece no contexto do encontro dentro do serviço. (Schembri & Sandberg, 2002)

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Metodologia (cont)

Participantes

12 doentes com capacidade para serem entrevistados, 10 enfermeiras ; 5 médicos

Analise de Dados

• Descobrir as concepções acerca do relacionamento.

• Explicitar o significado e a estrutura dessas concepções.

• Descobrir a variação das concepções.

• Comparar as concepções dentro de cada grupo e entre os grupos.

• Construir o espaço de resultados

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♦ Modelo de interacção

Impessoal

♦ Modelo de interacção

de Convivência

♦ Modelo de interacção

Empática

♦ Modelo de interacção

Familiar

Modelos de Base

♦ Modelo de

Beneficência

♦ Modelo de

Negociação Parcial.

♦ Modelo de

Autodeterminação

Modelos de interacção pessoal

Modelos de relacionamento clínico

Modelos dinâmicos♦ Modelo

Beneficência - negociação par.

♦ Modelo de

Beneficência - autodeterminação

♦ Modelo de

Negociação, p. - autodeterminação

Modelos de relacionamento entre o profissional de saúde e o doente

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Modelo de beneficência

Modelo de Negociação

parcial

Modelo deautodeterminação

- ----------- Confiança no doente ----------------------- +- ------- Conhecimentos de diálise do doente ------ +- --- Prática proposta aceitável cientificamente - +- -------------------Tempo de diálise ---------------------- +- --------- Doente consciente da situação ---------- + - ---------------- Se o doente se sente bem ------- +- ------------- Capacidade de compreender ------- +

- ------------ Experiência do doente ------------------ ++ ------------------------ Idade do doente --------------- -- ------------------ capacidade mental ----------------- +- --------------------- Situação clínica ------------------- +- --------------- Nível de formação --------------------- +

Factores subjectivos do medico e enfermeiro- -------------- Ter critérios para alternativas -------- +- ---------- Postura de abertura do doente --------- +

Modelo negociação-

autodeterminação

Modelo de beneficência-negociação

Factores que justificam a mudança do modelo de relacionamento inicial para um de maior envolvimento do doente

Modelos de relacionamento clínico dinâmicos entre o profissional de saúde e o doente

Modelo deBeneficência-

autodeterminação

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- ----------- Confiança no doente ----------------------- + - ------- Conhecimentos de diálise do doente ------ + - --- Prática proposta aceitável cientificamente - + - -------------------Tempo de diálise ---------------------- + - --------- Doente consciente da situação ---------- + - --------------- Se o doente se sente bem -------- + - ------------- Capacidade de compreender ------- + - ------------ Experiência do doente ------------------ + + ------------------------ Idade do doente --------------- - - ------------------ Capacidade mental ----------------- + - --------------------- Situação clínica ------------------- + - --------------- Nível de formação --------------------- + Factores subjectivos do médico e do enfermeiro - -------------- Ter critérios para alternativas -------- + - ---------- Postura de abertura do doente --------- +

Beneficência –passividade Autodeterminação/activo

Factores que condicionam o envolvimento do doente

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Papel do doente

Beneficência /passividade autodeterminação/activo

Seguir o regímen

terapêutico

Corespon-sabilizar-se

pela terapia

Aprender a ser

autónomo

Responsabilizar-se pelo que faz

fora do hospital

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Beneficência /passividade autodeterminação/activo

Decidir a melhor terapia

Aceitar pedidos fundamentados

Aceitar todos os pedidos

Papel do profissional de saúde

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Envolvimento de familiares

Beneficência /passividade autodeterminação/activo

No controle do regímen terapêutico

Para apoio ao doente

Na tomada de decisão

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Objectivos da Informação

O uso da informação pode ser para:

Beneficência –passividade autodeterminação/activo

Para conhecimento

da situação

Para a adesão e alertar para

os riscos da não adesão.

Para a autonomia de execução

Para a autonomia de decisão

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Persuasão

Beneficência Autodeterminação

Insistir de forma continuada

Persuadir de forma rápida e incisiva

Nunca desistir de persuadir

Desistir de persuadir

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Dinâmica do relacionamento entre os profissionais de saúde e os doentesD

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Papel do profissional <<< Decidir ----- aceitar somente pedidos fundamentados ------aceitar todos os pedidos >>>

Papel do doente<<< Obedecer ----- co-responsabilizar-se ------ser autónomo ------- decidir >>>

Perspectivar a informação<<< Para conhecimento ----- para a adesão ---- para a execução –--- para a decisão >>>

Gestão da persuasão<<< Persuadir de forma continuada ------------------- desistir de persuadir >>>

Envolver os familiares<<< Para controle ------------– apoio na execução–----------- apoio na decisão >>>

Aspecto centralDefinir o nível de competência do doente

e grau de organização da doença

Distanciamento/impessoalidade ← Modelo de convivência → envolvimento/familiaridadeINTERACÇÂO PESSOAL

Modelo de Beneficência -Autodeterminação

Modelo de Beneficência-Negociação Parcial

Modelo de negociação Parcial-Autodeterminação

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IMPLICAÇÕES

Na avaliação da qualidade: Possibilita que seja mais dirigida à experiência pessoal (Sandberg, 2000)

Para a prática de cuidados: Aumentar em cada profissional de saúde a consciência individual do valor da cada individuo. Maior individualização do relacionamento. Pela aplicação de uma grelha de atributos a cada doente, o que está a ser realizado no serviço

Para o ensino dos profissionais de saúde: Criando uma estrutura da dinâmica do relacionamento que possa ser utilizada no ensino.

Para a gestão da qualidade: A definição de padrões numa área que tem vivido de recomendações genéricas e de juízos individuais, permitindo a estabelecer a variação adequada na prática, para cada doente

Para a prática de cuidados permite perspectivar um relacionamento mais centrado no doente e não no profissional, em que todos os profissionais sabem qual o modelo adequado a cada doente.

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Plano da Investigação Formulação do problema geral de investigação (identificação do

fenómeno).

Rever a literatura e elaborar o quadro de referência.

Enunciação das questões de investigação (com vista a explorar os elementos estruturais, as interacções e os processos , que permitam descrever o fenómeno e elaborar o conceito )

Escolha do desenho da investigação. Escolha dos métodos de colheita de dados (observação e entrevista semiestruturada) e dos participantes no estudo (amostra teórica)

Colheita dos dados e análise dos dados num processo interactivo.

Elaboração das hipóteses interpretativas com o objectivo de dar significado ao fenómeno.

Reformulação do problema e elaboração do modelo explicativo.

Nota : o quadro de referencia foi sendo reequacionado em função do refinamento do tema

Comunicação dos resultados (validação)

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♦ Modelo de interacção

Impessoal

♦ Modelo de interacção

de Convivência

♦ Modelo de interacção

Empática

♦ Modelo de interacção

Familiar

Modelos de Base

♦ Modelo de

Beneficência

♦ Modelo de

Negociação Parcial.

♦ Modelo de

Autodeterminação

Modelos de interacção pessoal

Modelos de relacionamento clínico

Modelos dinâmicos♦ Modelo

Beneficência - negociação par.

♦ Modelo de

Beneficência - autodeterminação

♦ Modelo de

Negociação, p. - autodeterminação

Modelos de relacionamento entre o profissional de saúde e o doente