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FACULDADE IETEC Jacqueline Furtado Portella DINÂMICA DE SISTEMAS APLICADA À GESTÃO ESTRATÉGICA DE HOSPITAIS Belo Horizonte 2016

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FACULDADE IETEC

Jacqueline Furtado Portella

DINÂMICA DE SISTEMAS APLICADA À GESTÃO

ESTRATÉGICA DE HOSPITAIS

Belo Horizonte

2016

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Jacqueline Furtado Portella

DINÂMICA DE SISTEMAS APLICADA À GESTÃO

ESTRATÉGICA DE HOSPITAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Faculdade Ietec, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. Área de concentração: Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas Linha de pesquisa: Gestão de Sistemas, Processos e Projetos Orientador: Mauri Fortes, PhD, Professor Titular - Faculdade Ietec

Belo Horizonte Faculdade Ietec

2016

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Portella, Jacqueline Furtado.

P843d Dinâmica de sistemas aplicada à gestão estratégica de hospitais / Jacqueline Furtado Portella. - Belo Horizonte, 2016.

56 f., enc.

Orientador: Mauri Fortes.

Dissertação (mestrado) – Faculdade Ietec.

Bibliografia: f. 47-51

1. Dinâmica de sistema. 2. Simulação discreta. 3. Gestão hospitalar. 4. Decisões estratégicas. 5. Modelos de simulação. I. Fortes, Mauri. II. Faculdade Ietec. Mestrado em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. III. Título.

CDU: 681.3.03:614.2

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Dedico este trabalho ao meu esposo Adolpho, ao meu pai Carlos (in memoriam), a

minha mãe Berenice, a minha irmã Andréa, aos meus irmãos e a todos os demais

familiares, pelo tempo que deixamos de estar juntos. A eles todos os créditos...

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho só foi possível porque encontrei apoio em pessoas que não mediram

esforços para dividir comigo todas as ansiedades, dúvidas e conhecimento

aprendido. Um enorme agradecimento também aos meus familiares e amigos por

compreenderem a minha ausência durante estes dois anos de dedicação aos

estudos. Aos meus colegas de escola que acreditaram e tiveram paciência e carinho

para ajudar em minhas dificuldades. Um agradecimento especial aos professores

pela dedicação e qualidade nos ensinamentos dados. E por fim ao meu orientador

pelo acompanhamento e disponibilidade para o desenvolvimento deste trabalho.

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“Uma estratégia sensata começa com um objetivo correto. E afirmo que o único

objetivo capaz de respeitar uma estratégia sensata é o aumento da rentabilidade”.

Michael Porter

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo desenvolver um modelo de dinâmica de sistemas

visando à eficiência da gestão operacional e estratégica de unidades hospitalares.

Inicialmente, com base em um modelo de mercado disponível, a técnica aplicada foi

estendida até ao ponto de mostrar as atuais condições de gestão, realçando a

relevância da aplicação de simulações e validações ao modelo aplicado. O modelo

foi desenvolvido com base em quatro perspectivas estratégicas do Balanced

Scorecard (BSC) (financeira, processos internos, mercado e pessoas) dados estes

baseados em Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado do Exercício

(D.R.E.). A validação foi baseada no Hospital Alfa (D.R.E. de 2012), publicado por

um jornal oficial do Governo do Estado de Minas Gerais. Os dados do D.R.E foram

usados como comparativo para validar o modelo em t0. Os resultados das

simulações mostraram um aumento efetivo do indicador econômico EBITDA, em

comparação com os dados do modelo disponível anteriormente. Assim, espera-se

que o modelo e simulação de software proposto se torne uma ferramenta produtiva

para ajudar os gestores em processos de tomada de decisão estratégica em

hospitais.

Palavras-chave: Dinâmica de sistema. Simulação discreta. Gestão hospitalar.

Decisões estratégicas. Modelos de simulação.

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ABSTRACT

In this work we develop a system dynamics model aiming at efficient operational and

strategic management of hospital units. Initially based on a literature available model,

the technique is extended to the point of showing actual management conditions,

with the relevant aspect of immediate model and simulation validation. The model

has been developed based on four strategic perspectives of the Balanced Scorecard

(financial, internal processes, market and people), BSC Data as required in its

balance sheet and company Income Statement. The validation was based on Alfa

Hospital 2012 Income Statement, published by an official publisher of Minas Gerais

State Government. The associated D.R.E comparative data was used to validate the

model in t0. Simulation results showed an effective increase of the EBITDA economic

indicator, as compared to the previously available model data. Thus, we expect the

proposed model and simulation software to become productive tools to assist

managers in strategic decision-making procedures in hospitals.

Keywords: System dynamics. Discrete simulation. Hospital management. Strategic

decisions. Simulation models.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama com as perspectivas do BSC ................................................. 19

Figura 2 - Modelo de simulação dinâmica para hospitais de pequeno e Médio

porte ....................................................................................................... 20

Figura 3 - Modelo de Simulação Discreta na Perspectiva Financeira .................... 23

Figura 4 - Balanço Patrimonial Ano 2012 (Hospital Alfa) ........................................ 23

Figura 5 - Modelo de simulação discreta na perspectiva financeira ....................... 25

Figura 6 - Modelo de simulação discreta na perspectiva processos internos ......... 27

Figura 7- Modelo de simulação discreta na perspectiva processos internos ......... 29

Figura 8 - Modelo de simulação discreta na perspectiva processos internos ......... 30

Figura 9 - Modelo de simulação discreta na perspectiva mercado ......................... 33

Figura 10 - Modelo de simulação discreta na perspectiva pessoas ......................... 35

Figura 11 - Validação dos dados do D.R.E. e dos Dados em 2012 no Modelo de

Simulação Discreta ................................................................................ 45

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Taxa de Chegada dos Pacientes do Hospital Alfa em 2012 .................. 33

Gráfico 2 - EBITDA do Hospital Alfa ........................................................................ 37

Gráfico 3 - EBITDA do Hospital Alfa – 1ª Simulação ............................................... 38

Gráfico 4 - EBITDA do Hospital Alfa – 2ª Simulação ............................................... 40

Gráfico 5 - EBITDA do Hospital Alfa – 3ª Simulação ............................................... 41

Gráfico 6 - Comparativo dos valores apresentados no D.R.E. em 2012 e dos dados

simulados no Modelo de Simulação Discreta ......................................... 44

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Demonstrativo de resultado do Exercício no ano 2012 do Hospital Alfa .. 25

Tabela 2 - Faturamento Mensal do Hospital Alfa por Tipo de Atendimento em

2012 ......................................................................................................... 34

Tabela 3 - Indicadores Econômicos dos Hospitais de Médio Porte, 2012 ................. 36

Tabela 4 - Variáveis aplicados no modelo de DS para o Hospital Alfa ...................... 36

Tabela 5 - Variáveis aplicados no modelo de DS para o Hospital Alfa com valores

aplicados nas simulações ......................................................................... 38

Tabela 6 - Variação do EBITDA – Comparativo das Simulações (dados em 2012 x

Dados Simulados) .................................................................................... 39

Tabela 7 - Variação do EBITDA - Comparativo das Simulações (dados em 2012 x

Dados Simulados) .................................................................................... 40

Tabela 8 - Variação do EBITDA - Comparativo das Simulações (dados em 2012 x

Dados Simulados 3) ................................................................................. 42

Tabela 9 - Variação do EBITDA de acordo com as simulações do Modelo .............. 43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANAHP Associação Nacional de Hospitais Privados

ANS Agência Nacional de Saúde

BSC Balanced Score Card

D.R.E. Demonstrativo de Resultado de Exercício

EBITDA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization

(LAJIRDA - Lucro antes dos Juros, Imposto de Renda, Depreciação e

Amortização)

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SD Dinâmica de Sistemas

SUS Sistema Único de Saúde

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats (Forças, Fraquezas,

Oportunidades e Ameaças.)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

1.1 Aspectos jurídicos e econômicos dos planos de saúde no Brasil ................... 14

1.2 Status operacional e estratégico da gestão hospitalar ................................... 14

2 OBJETIVOS ................................................................................................... 17

2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 17

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 17

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 18

3.1 Recursos financeiros ...................................................................................... 21

3.2 Processos internos ......................................................................................... 26

3.3 Mercado .......................................................................................................... 30

3.4 Pessoas .......................................................................................................... 34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 36

4.1 Validação do modelo ...................................................................................... 43

5 CONCLUSÕES .............................................................................................. 46

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 47

GLOSSÁRIO .................................................................................................. 52

APÊNDICE A - Fórmulas utilizadas no modelo de simulação discreta ......... 53

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos jurídicos e econômicos dos planos de saúde no Brasil

Como ocorre em outros países, os prestadores de serviços de saúde do Brasil

incluem essencialmente o público - Sistema Único de Saúde (SUS) e os sistemas

privados de saúde (Saúde Suplementar). As operadoras dos serviços de saúde

suplementar são classificadas de acordo com seu status legal como medicina de

grupo, cooperativas médicas, autogestão, filantrópicas, seguradoras de saúde e

outras modalidades (BRASIL, 1998).

A saúde pública no Brasil foi regulamentada pela Lei nº 8080 (BRASIL, 1990) por

meio do Sistema Único de Saúde. A lei define as condições de promoção, proteção

e recuperação da saúde. Nascimento e Zioni (2010) observam que o SUS é uma das

conquistas sociais mais importantes incluídas na Constituição (1988).

Vinte e seis por cento dos 190 brasileiros (IBGE, 2013) fazem uso de seguro de

saúde privado. Aproximadamente 140 milhões de pessoas dependem do SUS para

os cuidados de saúde.

A despesa com saúde no Brasil cresceu cerca de 55% nos últimos anos, sendo US $

141 bilhões em 2009 para US $ 220 bilhões em 2011, de acordo com a Associação

Nacional de Hospitais Privados (ANAHP, 2015).

1.2 Status operacional e estratégico da gestão hospitalar

A gestão econômica otimizada ou quase otimizada dos hospitais brasileiros ainda é

incipiente por falta de experiência em procedimentos operacionais, estratégicos,

logísticos e de recursos humanos. Nosso principal interesse neste trabalho é

empregar técnicas de dinâmica de sistemas para entender e propor melhor

procedimentos estratégicos em hospital. O emprego e a utilização adequados dos

novos paradigmas, proporcionarão um melhor caminho para os procedimentos e/ou

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processos de otimização para os hospitais (AKIYAMA; SIEGEL; GOLDSMITH,

2008).

Gary e Wood (2008) afirmam que diferentes estratégias utilizadas em muitas

empresas para avaliar desempenho da gestão têm por base modelos mentais e

regras de decisão. Os modelos mentais clássicos refletem relações de causa e efeito

imprecisas com consequentes regras de decisão aproximadas e discutíveis,

relacionadas a crescimento e queda organizacional. Por outro lado, os modelos

embasados em dinâmica de sistemas fornecem excelentes plataformas que

identificam decisões relevantes e confiáveis.

Segundo Forrester (2009), modelos mentais, por mais sofisticados que sejam, não

são capazes de lidar com a complexidade da maior parte dos sistemas e processos

de indústrias e empresas. Forrester (2009) cita os exemplos que mostram os perigos

de se analisarem sistemas reais devido ao condicionamento ambiental; assim,

modelos mentais:

a) não relacionam causa e efeito com o tempo e a localização de eventos, de

forma acurada;

b) não contém relações causais completas, fato que leve a tomadas de decisão

ineficazes ou aplicadas de forma incorreta;

c) não permitem avaliações adequadas de trade-off.

Por sua vez, modelos de simulação, por meio de dinâmica de sistemas, devem ser

usados quando as variáveis envolvidas em um processo variam no decorrer do

tempo (CHWIF, 1999).

Schmid et al. (2012) e colaboradores desenvolveram, com o apoio dos tomadores de

decisão, quatro modelos dinâmicos de sistemas e os aplicaram em quatro empresas

de empresas de pequeno e médio porte. Os gestores destas empresas criaram um

modelo de estrutura fundamental com dez componentes de gestão chamado de

espinha dorsal. Estes componentes foram denominados da seguinte forma: balanço,

demonstração de resultados, reputação, cliente, rede, recursos, produção,

trabalhadores, qualificação e inovação. O aperfeiçoamento de gestão destas

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empresas utilizou como ferramenta a abordagem de dinâmica de sistemas (SD). O

desenvolvimento desta ferramenta foi orientado à prática, permitindo a concepção e

implementação de modelos de dinâmica de sistemas que serviram de apoio na

gestão estratégica para a tomada de decisão.

Modelos de simulação em dinâmica de sistemas tem sido usado para apoiar a

gestão estratégica para fins de tomada de decisão (MEYER JUNIOR; PASCUCCI;

MURPHY, 2012). Desta forma, conceber modelos de dinâmica de sistemas e

implementá-los permite aos hospitais uma gestão mais eficiente.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Apresentar um modelo sistêmico modificado do proposto por Schmid et al. (2012),

aplicável à gestão hospitalar.

2.2 Objetivos específicos

a) identificar as variáveis-chaves ou diretas que afetam os resultados

estratégicos globais, efetuados por meio dos recursos financeiros, recursos

humanos e recursos materiais;

b) desenvolver um modelo de dinâmica de sistemas a ser usado como

ferramenta de gestão hospitalar.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Os dados utilizados neste trabalho encontram-se disponíveis em Balanços

Patrimoniais publicados no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais (DOEMG)

(MINAS GERAIS, 2016) de cinco hospitais de médio porte. O desenvolvimento do

modelo de gestão hospitalar utilizou a técnica de dinâmica de sistemas e a validação

deste modelo foi por meio da comparação dos dados publicados com os dados

gerados pelo modelo de simulação. A técnica de dinâmica de sistemas (SD) consiste

em modelar e simular sistemas com feedbacks complexos utilizados para projetar

políticas de melhorias de desempenho (FORRESTER, 1993; STERMAN, 2001).

Este trabalho teve por base o modelo de dinâmica de sistemas de Schmid et al.

(2012) aplicado à gestão estratégica de empresa. O modelo proposto foi

amplamente modificado para ser aplicável ao segmento hospitalar. As principais

modificações foram:

a) aplicação das quatro perspectivas do Balanced Score Card (BSC): financeira,

mercado, processos internos e pessoas, como sustentação do modelo. As

quatro perspectivas substituem a espinha dorsal (balancete, declaração de

renda, reputação, cliente, rede, recursos, produção, empregados, qualificação

e inovação) utilizada por Schimid;

b) inclusão da forma de faturamento comum no segmento hospitalar;

c) os empregados foram classificados em duas variáveis, sendo uma na

assistência à saúde e outra em funções administrativas.

De acordo com a metodologia do BSC (KAPLAN,1995), utilizou-se como referência

na modelagem, as quatro perspectivas estratégicas: financeira, processos internos,

mercado (clientes) e pessoas. O diagrama demonstra a interação destas

perspectivas (FIGURA 1).

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19

Figura 1 - Diagrama com as perspectivas do BSC

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Para a modelagem e simulação com DS utilizou-se o software Vensim PLE®, da

Ventana Systems, Inc. dos Estados Unidos da América, que permite simular,

analisar e otimizar modelos de sistemas dinâmicos.

A Figura 2 representa a modelagem de dinâmica de sistemas para hospitais de

pequeno e médio portes. As perspectivas do BSC estão identificadas no modelo por

meio das cores das linhas que contornam as modelagens.

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Figura 2 - Modelo de simulação dinâmica para hospitais de pequeno e Médio porte

Ativo FixoFluxo do

InvestimentoTaxa de

Depreciacao

Total deativos

Fator deDepreciacao

EBITDA

Taxa Total de Receitas

Taxa doFaturamento

Bruto

CustosTotaisAtivo

Circulante

Fracao do estoquecomprado a prazo

Estoque

Taxa de Pagamento doEstoque Faturado

Taxa deCrescimento

DespesasOperacionais

CustosOperacionais

Taxa dereajuste ANS

Taxa dereajuste custos

Taxa de reajustedespesas

Ativo NaoCirculante

Impostos sobrea receita

FaturamentoLiquido

Valor residualnao contabilizado

no inventario

Cancelametos eGlosas

Depreciacaodo

Imobilizado DespesasFinanceiras

Totais

ResultadoLiquido

Operacional

Indice deReducao

AtendimentoAmbulatorialTaxa de

ChegadaSaida

Ambulatorial

Numero dePacientes a cada

ano

AltaAmbulatorial

Valor FaturamentoAmbulatorial

InternacaoHospitalar

Taxa de Entrada SaidaHospitalar

Valor FaturamentoInternacao

Numero deCirurgias Eletivas

ConsultasMedicas

Taxa de ChegadaConsultas

SaidasConsultas

Numero deConsultas Medicas

Valor FaturamentoConsultas

<Valor FaturamentoAmbulatorial>

<Valor FaturamentoConsultas>

<Valor FaturamentoInternacao>

Estoque deEmpregado

Taxa de Entradade Empregados

Taxa deAbandono

Deficit no numero deempregados

Numero desejado deempregados

Taxa derotatividade

Recursosempregados na

assistencia

Recursosempregados no

apoio eadministrativo

Percentagem dosempregados em atuacao

em areas assistenciais

Percentagem dosempregados em atuacaoem apoio e administracao

Custos daAssistencia

Despesas do Apoio eem Administracao

<Despesas doApoio e em

Administracao>

<Custos daAssistencia>Outros

Custos

OutrasDespesas

DissidioColetivo

Indice decrescimento

anual

<Taxa doFaturamento

Bruto>

<TIME STEP>

Ticket MedioInternacao

Ticket MedioConsulta

Ticket MedioAmbulatorio

<TIME STEP>

Custo Medio do Empregadoem atuacao em apoio e

administracao

Custo Medio do Empregadoem atuacao em areas

assistenciais

<TIME STEP>

<ResultadoLiquido

Operacional>

Valor das outrasdespesas no ano

Valor dos outorcustos no ano

Numero Inicial de

Empregados

<TIME STEP>

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

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21

3.1 Recursos financeiros

O Balanço Patrimonial (FIGURA 4) e o Demonstrativo de Resultado (TABELA 1)

apresentam os recursos financeiros do Hospital Alfa. O crescimento anual do

Hospital é devido ao crescimento do estoque (FIGURA 3) definido por:

..............................................................(1)

em que V2 é o volume de estoques ao final do ano e V1 é o seu valor no início do

ano.

Ainda na Figura 3, o índice de crescimento anual representa o percentual de

investimento sobre a receita operacional líquida que compõem o fluxo de

investimento ao ano. O Ativo Fixo é representado pela soma do ativo imobilizado, o

ativo intangível e o investimento, sendo descrito conforme as expressões abaixo:

(2)

em que AF é o Ativo Fixo, FI o fluxo de investimento e T a taxa de depreciação

anual. O fluxo de investimento por sua vez, é definido como:

(3)

em que Ic é o Índice de crescimento anual e RLO é o resultado líquido operacional.

Já a taxa de depreciação anual pode ser definida pela seguinte expressão:

(4)

em que Fd é o fator de depreciação.

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22

Considerou-se o fator de depreciação em 2,04% tendo por base a análise vertical do

D.R.E. (TABELA 1).

(5)

em que AT é total de ativos, AC é o ativo circulante e ANC é o ativo não circulante.

O Ativo Circulante do Hospital é representado pela soma de caixa e equivalente de

caixa, clientes, estoques, adiantamentos, impostos a recuperar, despesas

antecipadas e outros valores a receber. O Ativo Não Circulante é representado pela

soma das contas a receber e dos depósitos judiciais. Assim, tem-se:

(6)

em que E é o estoque e Vr é o valor residual não contabilizado no inventário.

O estoque apresenta o valor anual de R$15.823.968,00 (quinze milhões oitocentos e

vinte e três mil novecentos e sessenta e oito reais). O valor residual não

contabilizado no inventário é de R$ 728.761,00 (setecentos e vinte e oito mil

setecentos e sessenta e um reais), conforme Balanço Patrimonial (FIGURA 4).

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23

Figura 3 - Modelo de Simulação Discreta na Perspectiva Financeira

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Figura 4 - Balanço Patrimonial Ano 2012 (Hospital Alfa)

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

Ativo Fixo = Investimento

Anual +. Imobilizado +

Intangível.

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A Figura 5 representa a última relação do modelo na perspectiva financeira. O

resultado final é o indicador financeiro Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation

and Amortization (EBITDA), ou seja, lucro antes dos juros, imposto de renda,

depreciação e amortização (LAJIRDA). Calcula-se o EBITDA da seguinte maneira:

(7)

em que RLO é a receita líquida operacional, DF são as despesas financeiras totais e

d é a depreciação do imobilizado.

(8)

em que FL é o faturamento líquido e C é o custo total.

(9)

em que RT é a receita total.

As despesas financeiras totais representam 36,7% da receita total conforme análise

vertical do Demonstrativo de Resultado do Exercício (TABELA 1).

Utilizou-se de indicadores financeiros calculados por meio das seguintes

expressões:

(10)

(11)

em que LO é o lucro líquido, DF é a despesa financeira e DT é despesa tributária.

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25

Figura 5 - Modelo de simulação discreta na perspectiva financeira

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Tabela 1 - Demonstrativo de resultado do Exercício no ano 2012 do Hospital Alfa

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO PERÍODO

R$ % AV

RECEITA BRUTA DE SERVIÇOS 52.063.051,12

Receitas Convênios

49.864.619,95 95,78%

Receitas Particulares 2.198.431,17 4,22%

DEDUÇÃO DO FATURAMENTO (5.647.862,64)

Impostos incidentes sobre vendas (3.233.695,04) -6,21%

Cancelamentos e Glosas (2.414.167,60) -4,64%

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS 46.415.188,48

Custos dos Serviços Prestados (42.117.762,12) -80,90%

Custo Pessoal Empregado (15.285.077,27) -29,36%

Custo do Serv. Terceiros (7.595.428,07) -14,59%

Custo de Medic. Mat. Alimen. (18.887.132,32) -36,28%

Manutenção de Bens e Int. (343.156,46) -0,66%

Custo da Frota

(6.968,00) -0,01%

LUCRO BRUTO

4.297.426,36 8,25%

RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS (9.982.945,04) -19,17%

Despesas com Pessoal ADM (4.342.638,58) -8,34%

Despesas Administrativas (3.944.322,85) -7,58%

Despesas Tributárias

(214.523,89) -0,41%

Despesas Financeiras (1.912.334,67) -3,67%

Receitas Financeiras

1.569.679,43 3,01%

Outras Despesas operacionais (76.060,23) -0,15%

Depreciação

(1.062.744,25) -2,04%

RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL (5.685.518,68) RECEITAS (DESPESAS) NÃO OPERACIONAIS 62.244,49

Receitas Não Operacional 62.244,49

RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (5.623.274,19) EBITDA

(2.710.439,76)

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

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26

3.2 Processos internos

Na Figura 6, a fração do estoque comprado a prazo foi calculado em 21%

considerando que, no período de um ano aproximadamente 79% dos pagamentos a

fornecedores foram quitados. Isto ocorre em função dos parcelamentos das compras

dos produtos médicos hospitalares em 30, 60 e 90 dias. Esta prática é comum no

segmento saúde, visto que, conforme o modelo de contratos entre operadoras de

saúde e prestadores de serviços de saúde o prazo médio de recebimento gira em

torno de 45 a 60 dias após a entrega da fatura. Portanto, as negociações com a

maioria dos fornecedores de insumos hospitalares concordam com este prazo na

tentativa de preservar a saúde do fluxo de caixa das organizações, exceto quando

esta organização apresenta um alto índice de inadimplência. Neste caso, o prazo

poderá sofrer redução ou a compra dos insumos somente será efetuada após

pagamento antecipado.

O controle do estoque (E) é realizado por meio das expressões abaixo:

(12)

em que Tpg é a taxa de pagamento do estoque faturado e Tc é a taxa de

crescimento.

Considerou-se como estoque inicial do ano 1 o valor de R$-15.824,00.

(13)

em que TR é a taxa total de receita.

(14)

em que Fe é a fração do estoque comprado a prazo.

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27

Figura 6 - Modelo de simulação discreta na perspectiva processos internos

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Na Figura 7, os custos totais foram divididos em custos dos serviços prestados ou

custos operacionais e despesas operacionais. Os custos dos serviços prestados são

representados pela soma dos custos com pessoal empregado, com serviços de

terceiros, com medicamentos, materiais e alimentação, com manutenção de bens e

interiores e custo da frota.

As despesas operacionais são representadas pela soma das despesas com pessoal

administrativo, despesas administrativas, despesas tributárias, despesas financeiras,

outras despesas operacionais e depreciação. Os custos e despesas com pessoal

foram modelados separados das rubricas principais. Esta segregação se fez

necessária por que as variações de reajustes desta rubrica são diferentes dos

reajustes dos outros custos e despesas. Os reajustes dos custos e despesas com

pessoal ocorrem por meio dos valores em percentuais definidos em negociações

anuais com os sindicatos das categorias.

Estas variáveis são descritas conforme as seguintes expressões:

(15)

em que CT são os custos totais, Cop é o custo operacional e Dop é a despesa

operacional. Os custos operacionais são representados conforme descrito:

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28

(16)

em que OC são outros custos, CAs são custos dos empregados em atuação nas

áreas assistenciais e IR é o índice de redução.

Os outros custos são representados pela soma do custo dos serviços de terceiros,

custo de medicamentos, materiais e alimentação, manutenção de bens e interiores e

custo da frota (ambulâncias). Custos assistenciais são representados pelo custo do

pessoal empregado, estes recursos atuam diretamente no negócio. A taxa de

reajuste de custos representa os valores percentuais que reajustam anualmente os

contratos de fornecimento de insumos que acompanham os índices governamentais

como INPC, IPCA entre outros. Da mesma forma as despesas operacionais são

descritas por meio da seguinte expressão:

(17)

em que Dop são despesas operacionais, Da são despesas dos empregados em

atuação em apoio e administração, OD são outras despesas e IR é o índice de

redução.

As outras despesas são representadas pela soma das despesas administrativas,

despesas tributárias, despesas financeiras, receitas financeiras, outras despesas

operacionais e depreciação. A variação dos valores de OD é representada pelo

resultado de OD com a taxa de reajuste das despesas. Esta taxa é uma variável

utilizada em simulações, em que se aplicam reajustes anuais nos contratos de

serviços de terceiros (contratos de credenciamentos com operadoras prestadoras de

serviços de saúde, contratos de prestação de serviços, entre outros).

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29

Figura 7- Modelo de simulação discreta na perspectiva processos internos

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Na Figura 8, o faturamento bruto é representado pela soma dos faturamentos por

tipo de atendimento (atendimento ambulatorial, internação e consultas médicas). A

expressão está representada da seguinte forma:

(18)

em que FBt é o faturamento bruto total, VFA é o valor do faturamento ambulatorial,

VFint é o valor do faturamento dos pacientes internados e VCons é o valor do

faturamento das consultas médicas.

O valor do faturamento bruto total em t0 é o mesmo valor da Receita Bruta de

Serviços demonstrado na Tabela 1.

O faturamento líquido representa o valor do faturamento bruto subtraído das

variáveis cancelamentos e glosas e imposto sobre a receita.

(19)

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30

em que FL é o faturamento líquido, g equivale à cancelamentos e glosas e i equivale

à impostos sobre a receita.

O valor aplicado em impostos sobre a receita foi de 6,21% e em cancelamentos e

glosas o valor foi de 4,64% conforme análise vertical demonstrado na Tabela 1.

Figura 8 - Modelo de simulação discreta na perspectiva processos internos

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

3.3 Mercado

A modelagem da perspectiva mercado (clientes) representada na Figura 9 é dividida

em três categorias de atendimento, ou seja, determina a entrada dos pacientes no

Hospital Alfa:

a) atendimento ambulatorial: pacientes atendidos em urgências, emergências e

pronto atendimento;

b) internação hospitalar: pacientes que precisam de internação para tratamento

oriundos da urgência e emergência e pacientes com internação programada

para procedimentos cirúrgicos eletivos;

c) consultas médicas: pacientes previamente agendados para atendimento

médico em consultório.

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31

Presumiu-se que 9% dos pacientes atendidos em caráter ambulatorial são

encaminhados para as unidades de internação. Quanto a internação hospitalar, a

taxa de entrada é representada pela soma dos pacientes das cirurgias eletivas e dos

pacientes encaminhados por meio do atendimento ambulatorial (pacientes atendidos

na urgência e emergência). As consultas médicas atendidas em um ano totalizaram

um volume de 30.804 (trinta mil oitocentos e quatro) e geraram 16% de cirurgias

eletivas. O total de internação hospitalar representa a soma dos atendimentos

ambulatoriais (que geraram internação) acrescido do volume de cirurgias eletivas,

podendo ser definido matematicamente com a seguinte expressão:

(20)

em que IH é internação hospitalar, Aa é atendimento ambulatorial, CM é consulta

médica, t é o tempo expresso em anos, “c” é a fração dos clientes atendidos em

caráter ambulatorial que necessitam de internação hospitalar e “d” é a fração dos

clientes atendidos em consultórios médicos elegíveis para as cirurgias eletivas.

As expressões que definem a Figura 8 são:

(21)

em que AAmb é alta ambulatorial. Por presumir que 9% dos pacientes atendidos em

caráter ambulatorial são encaminhados para as unidades de internação, a diferença

representada por 91% dos pacientes atendidos no período em caráter ambulatorial,

recebem alta sem necessitar de outro tipo de atendimento naquele momento.

(22)

em que Tch é a taxa de chegada e Samb é a saída ambulatorial.

(23)

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32

em que TCons é a taxa de chegada das consultas e SCons é a saídas consultas no

período.

(24)

em que TE é a taxa de entrada e TS é a taxa de saída.

(25)

Considerou-se ainda, que a saída ambulatorial equivale a 9% dos atendimentos

ambulatoriais encaminhados para a internação hospitalar.

(26)

em que CE é o número de cirurgias eletivas.

(27)

em que VFA é o valor do faturamento do atendimento ambulatorial e TM1 é o ticket

médio dos atendimentos ambulatoriais.

(28)

em que VCons é o valor do faturamento das consultas e TM2 é o valor do ticket médio

das consultas.

(29)

em que VFInt é o valor do faturamento das internações hospitalares no período e TM3

é o ticket médio das internações hospitalares.

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33

Figura 9 - Modelo de simulação discreta na perspectiva mercado

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Observa-se no Gráfico 1 a taxa de chegada dos atendimentos ambulatoriais mensais

no ano de 2012 e o valor total atendido no ano é considerado na modelagem com

parâmetro anual (TIME STEP). Este valor é inserido na variável Número de

Pacientes em cada ano.

Gráfico 1 - Taxa de Chegada dos Pacientes do Hospital Alfa em 2012

Taxa de Chegada

8,000

7,750

7,500

7,250

7,000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Time (Month)

Taxa de Chegada : Simulado 2

Fonte: Hospital Alfa, 2012. (Modelagem dinâmica dos atendimentos ambulatoriais – Dados

internos).

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34

Observa-se na Tabela 2 os valores faturados mensalmente por tipo de atendimento

em 2012 do Hospital Alfa. A soma dos 12 meses do faturamento corresponde ao

valor inicial do faturamento bruto representado na modelagem da Figura 8.

Tabela 2 - Faturamento mensal do Hospital Alfa por Tipo de Atendimento em 2012

Faturamento Mensal Hospital Alfa por Tipo em 2012

Time (Meses)

Valor Ambulatorial Valor Internação Valor Consultas

0 R$ 148.585 R$ 743.138 R$ 12.086

1 R$ 287.235 R$ 1.550.728 R$ 24.173

2 R$ 426.418 R$ 3.120.524 R$ 36.259

3 R$ 565.931 R$ 5.396.623 R$ 48.345

4 R$ 704.783 R$ 8.326.556 R$ 60.431

5 R$ 841.927 R$ 11.857.812 R$ 72.518

6 R$ 980.614 R$ 15.937.620 R$ 84.604

7 R$ 1.123.029 R$ 20.530.467 R$ 96.690

8 R$ 1.261.514 R$ 25.612.451 R$ 108.777

9 R$ 1.402.827 R$ 31.130.297 R$ 120.863

10 R$ 1.549.521 R$ 37.062.313 R$ 132.949

11 R$ 1.687.197 R$ 43.398.863 R$ 145.035

12 R$ 1.831.265 R$ 50.072.398 R$ 157.122

Faturamento Anual = R$ 52.060.785

Fonte: Hospital Alfa, 2012. (Dados internos).

3.4 Pessoas

A Figura 10 representa a modelagem do quadro de pessoal do Hospital Alfa. O

número de empregados está representado no grupo de custos e despesas conforme

descrito no D.R.E. (TABELA 1). A distribuição dos empregados está representada da

seguinte forma: 41% dos recursos empregados em apoio e administração e 59% dos

recursos empregados nas áreas assistenciais.

O quadro de pessoal está descrito pelas expressões:

(30)

em que DE é o déficit no número de empregados, Ee é o estoque de empregados e

NE é o número desejado de empregados.

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35

Considerou-se o estoque de empregados inicial no valor de 604 pessoas

apresentando uma taxa de rotatividade de 3,13%ao ano.

(31)

em que Te é a taxa de entrada de empregados e Se é a saída de empregados.

(32)

em que TR é a taxa de rotatividade.

(33)

em que t0é o tempo dado em um ano.

Todas as expressões definidas neste modelo estão descritas no Apêndice A.

Figura 10 - Modelo de simulação discreta na perspectiva pessoas

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

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36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados evidenciados nos Balanços Patrimoniais publicados (MINAS GERAIS,

2016) apresentam indicadores econômicos insatisfatórios dos hospitais selecionados

e apenas o Hospital E apresenta um resultado positivo (TABELA 3).

Os dados publicados do Hospital A (Alfa) serviram como entrada para desenvolver o

modelo de dinâmica de sistemas aplicável as análises estratégicas e financeiras. A

Tabela 3 demonstra os resultados dos indicadores econômicos destes cinco

hospitais.

Tabela 3 - Indicadores Econômicos dos Hospitais de Médio Porte, 2012

Indicadores Econômicos dos Hospitais de Médio Porte, 2012

Margem EBITDA EBITDA (R$ Mil)

Hospital A (Alfa) -11,48% -R$ 2.710,44

Hospital B - 4,15% -R$ 1.840,56

Hospital C -14,28% -R$ 12.212,04

Hospital D -22,91% -R$ 7.644,81

Hospital E 2,09% R$ 828,70

Fonte: MINAS GERAIS, 2016. (Dados retirados dos Balanços Patrimoniais para cálculo dos

indicadores).

O comportamento do EBITDA no período evidenciado no Gráfico 2 é o resultado dos

valores apresentados no D.R.E. (TABELA 1). São consideradas taxas variáveis a

taxa de reajuste de despesas, a taxa de reajuste de custos, a taxa de reajuste ANS,

o índice de redução e o dissídio coletivo, conforme Tabela 4.

Tabela 4 - Variáveis aplicados no modelo de DS para o Hospital Alfa

Descrição das Variáveis %

Taxa de reajuste de despesas (IGPM, IPCA ou INPC) 0,00%

Taxa de reajuste de custos (IGPM, IPCA ou INPC) 0,00%

Taxa de reajuste ANS (IGPM, IPCA ou INPC) 0,00%

Dissídio coletivo (Acordos Sindicais) 0,00%

Índice de redução (determinação da Instituição) 0,00%

Fonte: Dados compilados pela autora, 2016.

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37

O valor de t0 do EBITDA representado pela linha azul (dados em 2012) no Gráfico 2,

aproxima-se ao valor do EBITDA demonstrado no D.R.E. (TABELA 1), sofrendo uma

pequena variação em t1 e mantendo estável ao longo dos 15 anos simulados.

Gráfico 2 - EBITDA do Hospital Alfa

-2,000

-2,500

-3,000

-3,500

-4,000

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Time (Year)

EBITDA : dados em 2012 R$1 1 1 1 1 1 1 1

Fonte: Elaborado pela autora, 2016. (Simulação no Sistema Vensim).

O comportamento do EBITDA no período evidenciado no Gráfico 3 é o resultado dos

valores aplicados às taxas que sofrem alterações anuais baseados nas flutuações

de mercado, por meio de índices econômicos e financeiros. Os valores das taxas

variáveis descritos na Tabela 5 representam valores dos índices publicados em 2012

no Portal Brasil (2012), em que o índice de redução foi inserido pela autora e o valor

do dissídio coletivo foi com base na Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012

(SINDICATO DOS EMPREGADOS DOS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE; SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS E CASAS DE SAÚDE, 2012).

Em t0 o EBITDA foi

de R$ (2,713M)

R$

(Milh

ões)

Tempo (Anos)

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38

Tabela 5 - Variáveis aplicados no modelo de DS para o Hospital Alfa com valores

aplicados nas simulações

Descrição das Variáveis %

Taxa de reajuste de despesas (IGPM, IPCA ou INPC) 6,00%

Taxa de reajuste de custos (IGPM, IPCA ou INPC) 6,00%

Taxa de reajuste ANS (IGPM, IPCA ou INPC) 6,50%

Dissídio coletivo (Acordos Sindicais) 6,50%

Índice de redução (determinação da Instituição) 3,00%

Fonte: PORTAL BRASIL, 2012. (Alguns dados foram incluídos pela autora).

Observa-se na linha vermelha (dados simulados), uma variação positiva em t1 de

61%, conforme Tabela 6, mantendo estável ao longo dos 15 anos simulados.

Gráfico 3 - EBITDA do Hospital Alfa – 1ª Simulação

0

-1,000

-2,000

-3,000

-4,000

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Time (Year)

EBITDA : dados em 2012 R$1 1 1 1 1 1 1 1

EBITDA : Dados Simulados R$2 2 2 2 2 2 2 2 2

Fonte: Elaborado pela autora, 2016. (Simulação no Sistema Vensim).

Observa-se na Tabela 6 os valores de cada simulação e a variação em percentual

do EBITDA demonstrado no Gráfico 3.

61 % R$ (Mi-

lhões)

Tempo (Anos)

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39

Tabela 6 - Variação do EBITDA – Comparativo das Simulações (dados em 2012 x

Dados Simulados)

EBITDA (R$ Mil)

Tempo (Anos) Dados em 2012 Dados Simulados EBTIDA

0 -R$ 2.713 -R$ 1.068 60,7%

1 -R$ 2.680 -R$ 1.033 61,5%

2 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

3 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

4 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

5 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

6 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

7 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

8 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

9 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

10 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

11 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

12 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

13 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

14 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4%

15 -R$ 2.681 -R$ 1.034 61,4% Fonte: Elaborado pelo autora, 2016. (Dados simulados no Sistema Vensim).

O comportamento do EBITDA no período evidenciado no Gráfico 5 é o resultado

valores aplicados às taxas que sofrem alterações anuais baseados nas flutuações

de mercado, por meio de índices econômicos e financeiros (TABELA 5).

Associado aos valores aplicados a estas taxas, projetou-se um aumento de 5% no

volume de atendimento ambulatorial. Observa-se, na linha verde (dados simulados

2), uma variação positiva em t2 de 125% mantendo estável ao longo dos 15 anos

simulados.

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40

Gráfico 4 - EBITDA do Hospital Alfa – 2ª Simulação

800

-400

-1,600

-2,800

-4,000

3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Time (Year)

EBITDA : dados em 2012 R$1 1 1 1 1 1 1 1

EBITDA : Dados Simulados R$2 2 2 2 2 2 2 2 2

EBITDA : Dados Simulados 2 R$3 3 3 3 3 3 3 3

Fonte: Elaborado pela autora, 2016. (Simulação no Sistema Vensim).

Observa-se na Tabela 7 os valores de cada simulação e a variação em percentual

do EBITDA demonstrado no Gráfico 5.

Tabela 7 - Variação do EBITDA - Comparativo das Simulações (dados em 2012

x Dados Simulados)

EBITDA (R$ Mil)

Tempo (Anos) Dados em 2012 Dados Simulados 2 EBTIDA

0 -R$ 2.713 -R$ 998 63,2% 1 -R$ 2.680 R$ 683 125,5% 2 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 3 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 4 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 5 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 6 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 7 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 8 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 9 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 10 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 11 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 12 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 13 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 14 -R$ 2.681 R$ 682 125,4% 15 -R$ 2.681 R$ 682 125,4%

Fonte: Elaborado pelo autora, 2016. (Dados simulados no Sistema Vensim).

61%

125%

Tempo (Anos)

R$

(Mi-

lhões)

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41

O comportamento do EBITDA no período evidenciado no Gráfico 5 é o resultado dos

valores aplicados às taxas que sofrem alterações anuais baseados nas flutuações

de mercado, por meio de índices econômicos e financeiros (TABELA 5).

Associado aos valores aplicados a estas taxas projetou-se um aumento de 5% no

volume de atendimento ambulatorial e 10% no volume de consultas médicas.

Observa-se na linha cinza (dados simulados 3), uma variação positiva em t2 de

194% mantendo estável ao longo dos 15 anos simulados.

Gráfico 5 - EBITDA do Hospital Alfa – 3ª Simulação

4,000

2,000

0

-2,000

-4,000

4 4 4 4 4 4 4 4 4

3 3 3 3 3 3 3 3 3

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Time (Year)

EBITDA : dados em 2012 R$1 1 1 1 1 1 1

EBITDA : Dados Simulados R$2 2 2 2 2 2

EBITDA : Dados Simulados 2 R$3 3 3 3 3 3

EBITDA : Dados Simulados 3 R$4 4 4 4 4 4

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Observa-se na Tabela 8 mostra a variação em percentual do EBITDA demonstrado

no Gráfico 5.

61%

125%

194%

Tempo (Anos)

R$

(Mi-

lhões)

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Tabela 8 - Variação do EBITDA - Comparativo das Simulações (dados em 2012 x

Dados Simulados 3)

EBITDA (R$ Mil)

Tempo (ano)

Dados em 2012

Dados Simulados 3

EBTIDA

0 -R$ 2.713 -R$ 998 63,2%

1 -R$ 2.680 R$ 699 126,1%

2 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

3 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

4 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

5 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

6 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

7 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

8 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

9 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

10 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

11 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

12 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

13 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

14 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6%

15 -R$ 2.681 R$ 2.510 193,6% Fonte: Elaborado pelo autora, 2016. (Dados simulados no Sistema Vensim).

Observa-se na Tabela 9 os valores do EBITDA de todas as simulações descritas, em

que a primeira é a simulação com os dados de 2012 e as subsequentes são as

simulações 1, 2 e 3.

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Tabela 9 - Variação do EBITDA de acordo com as simulações do Modelo

EBITDA (R$ Mil)

Tempo (Ano)

Dados em 2012

Dados Simulados

Dados Simulados 2

Dados Simulados 3

0 -R$ 2.713 -R$ 1.068 -R$ 998 -R$ 998

1 -R$ 2.680 -R$ 1.033 R$ 683 R$ 699

2 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

3 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

4 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

5 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

6 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

7 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

8 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

9 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

10 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

11 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

12 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

13 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

14 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

15 -R$ 2.681 -R$ 1.034 R$ 682 R$ 2.510

Fonte: Elaborado pelo autora, 2016. (Dados simulados no Sistema Vensim).

4.1 Validação do modelo

O Gráfico 6 apresenta os dados comparativos do D.R.E. em 2012 com os dados

simulados no modelo da primeira simulação discreta do software Vensim, que

considerou todas as taxas variáveis como zero (TABELA 4).

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Gráfico 6 - Comparativo dos valores apresentados no D.R.E. em 2012 e dos dados

simulados no Modelo de Simulação Discreta

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

A Figura 11 representa a validação dos dados apresentados no D.R.E. (TABELA 1)

do Hospital Alfa em 2012 com os dados simulados no modelo de simulação discreta

em tempo zero (T0).

Considerou-se nesta comparação os valores referentes à perspectiva financeira do

modelo, em que a maior variação ocorre na conta do resultado líquido operacional

que apresenta um valor de -1,12% em relação ao valor do D.R.E. (TABELA 1).

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Figura 11 - Validação dos dados do D.R.E. e dos Dados em 2012 no Modelo de

Simulação Discreta

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

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5 CONCLUSÕES

Não é do conhecimento da autora deste trabalho, a existência, na literatura revista,

de qualquer outro que lide com a gestão operacional/estratégica de hospitais, por

meio da análise dinâmica de sistemas. Tipicamente, hospitais brasileiros apresentam

resultados financeiros não satisfatórios, talvez devido a gestões que fazem uso de

modelos mentais, por oposição a modelos sistêmicos.

Este trabalho apresenta as seguintes conclusões:

a) a modelagem elaborada neste estudo incluiu e permitiu inferir conclusões

sobre quatro perspectivas estratégicas do BSC: financeira, processos

internos, mercado (cliente) e pessoas;

b) a modelagem de Schmid et al. (2012), foi aplicada a pequenas e médias

empresas com bons resultados. O presente trabalho, com fortes modificações

no modelo original, apresentou resultados coerentes com os dados reais de

empresas, validando o modelo e a simulação;

c) este estudo mostra como as simulações, quando aplicadas de forma conjunta,

interferem no resultado final da instituição. O EBITDA é afetado pelo aumento

dos custos e despesas, pela variação do percentual de negociação dos

contratos com a operadoras prestadoras de serviços de saúde e pelo reajuste

do quadro de pessoal baseado em dissídio coletivo;

d) o gestor ainda consegue simular outras variáveis para observar o impacto no

resultado do EBITDA, como a redução no quadro de pessoal e o aumento na

produção do Hospital. Este aumento de produção é estabelecido pelo

aumento nos atendimentos ambulatoriais e nas consultas médicas;

e) portanto, o modelo de simulação discreta desenvolvido para hospitais de

pequeno e médio porte torna-se uma ferramenta eficaz no apoio às decisões

estratégicas dos gestores deste segmento;

f) é importante ressaltar que as decisões devem ser tomadas com base em uma

visão holística, considerando o tempo como uma variável importante. Assim o

gestor chegará a relações temporais de causa e efeito, permitindo avaliações

mais adequadas.

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GLOSSÁRIO

Glosa: diferença entre o valor cobrado e o valor recebido.

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APÊNDICE A - Fórmulas utilizadas no modelo de simulação discreta

Simulation Control Parameters

(02) FINAL TIME = 15; Units: Year

(03) INITIAL TIME = 0; Units: Year

(04) SAVEPER = TIME STEP; Units: Year [0,?]

(05) TIME STEP = 1; Units: Year [0,?]

(08) Alta Ambulatorial=Atendimento Ambulatorial*0.91; Units: Pacientes

(09) Atendimento Ambulatorial = INTEG (Taxa de Chegada - Saida Ambulatorial /

TIME STEP- Alta Ambulatorial / TIME STEP, Número de Pacientes a cada ano);

Units: Pacientes

(10) Ativo Circulante = Estoque + Valor residual não contabilizado no inventario /

Units: R$

(11) Ativo Fixo = INTEG ((Fluxo do Investimento - Taxa de Depreciação) / TIME

STEP,72819); Units: R$

(12) Ativo Não Circulante = INITIAL (1384.95); Units: R$

(13) Cancelamentos e Glosas = INITIAL (0.0463701); Units: Dmnl

(14) Consultas Medicas= INTEG (-Taxa de Chegada Consultas + Saídas

Consultas / TIME STEP, -30804); Units: Pacientes

(15) Custo Médio do Empregado em atuação em apoio e administração = INITIAL

(17.54); Units: R$

(16) Custo Médio do Empregado em atuação em áreas assistenciais = INITIAL

(42.89); Units: R$

(17) Custos dos Empregados em atuação em áreas assistenciais = (Recursos

empregados na assistência * Custo Médio do Empregado em atuação em áreas

assistenciais) + ((Recursos empregados na assistência * Custo Médio do

Empregado em atuação em áreas assistenciais) * Dissídio Coletivo); Units: R$

(18) Custos Operacionais = (Outros Custos + Custos dos Empregados em atuação

em áreas assistenciais) * (1 - Índice de Redução); Units: R$

(19) Custos Totais = Custos Operacionais + Despesas Operacionais; Units: R$

(20) Déficit no número de empregados = (Numero desejado de empregados-

Estoque de Empregado); Units: empregados

(21) Depreciação do Imobilizado = -Faturamento Bruto Total * 0.0204; Units: R$

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(22) Despesas dos Empregados em atuação em apoio e administração =

(Recursos empregados no apoio e administrativo * Custo Médio do Empregado em

atuação em apoio e administração) * (1+Dissídio Coletivo); Units: R$

(23) Despesas Financeiras Totais = -Faturamento Bruto Total*0.0367; Units: R$

(24) Despesas Operacionais = (Despesas dos Empregados em atuação em apoio

e administração + Outras Despesas) * (1-Índice de Redução); Units: R$

(25) Dissídio Coletivo = INITIAL (0); Units: Dmnl

(26) EBITDA = Resultado Liquido Operacional - (Despesas Financeiras Totais +

Depreciação do Imobilizado); Units: R$

(27) Estoque= INTEG ((-Taxa de Pagamento do Estoque Faturado + Taxa de

Crescimento) / TIME STEP -15824); Units: R$

(28) Estoque de Empregado = INTEG (Taxa de Entrada de Empregados - Saída

de Empregados / TIME STEP,604); Units: empregados

(29) Fator de Depreciação = INITIAL (0.00204); Units: Dmnl

(30) Faturamento Bruto Total = (Valor Faturamento Ambulatorial + Valor

Faturamento Consultas + Valor Faturamento Internação) + (Valor Faturamento

Ambulatorial + Valor Faturamento Consultas + Valor Faturamento Internação) * Taxa

de reajuste ANS; Units: R$

(31) Faturamento Líquido = Faturamento Bruto Total - (Faturamento Bruto Total *

Impostos sobre a receita) - (Faturamento Bruto Total * Cancelamentos e Glosas);

Units: R$

(32) Fluxo do Investimento = Resultado Liquido Operacional * Índice de

crescimento anual; Units: R$

(33) Fração do estoque comprado a prazo = INITIAL (0.21); Units: Dmnl

(34) Impostos sobre a receita = INITIAL (0.0621111); Units: Dmnl

(35) Índice de crescimento anual = INITIAL (0.05); Units: Dmnl

(36) Índice de Redução = INITIAL (0); Units: Dmnl

(37) Internação Hospitalar = INTEG (Taxa de Entrada-Saída Hospitalar / TIME

STEP,13882); Units: Pacientes

(38) Número de Cirurgias Eletivas = Saídas Consultas * 0.16; Units: Pacientes

(39) Número de Consultas Medicas = INITIAL (30804); Units: Pacientes

(40) Número de Pacientes a cada ano = INITIAL (99485); Units: Pacientes

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(41) Número desejado de empregados = Numero Inicial de Empregados - (Numero

Inicial de Empregados * Taxa de rotatividade); Units: empregados

(42) Numero Inicial de Empregados = INITIAL (642); Units: empregados

(43) Outras Despesas=Valor das outras despesas no ano * (1 + Taxa de reajuste

despesas); Units: R$

(44) Outros Custos = Valor dos outros custos no ano * (1 + Taxa de reajuste

custos); Units: R$

(45) Percentagem dos empregados em atuação em apoio e administração =

INITIAL (0.41); Units: Dmnl

(46) Percentagem dos empregados em atuação em áreas assistenciais = INITIAL

(0.59); Units: Dmnl

(47) Recursos empregados na assistência = Estoque de Empregado *

Percentagem dos empregados em atuação em áreas assistenciais; Units:

empregados

(48) Recursos empregados no apoio e administrativo = Estoque de Empregado *

Percentagem dos empregados em atuação em apoio e administração; Units:

empregados

(49) Resultado Liquido Operacional = Faturamento Líquido - Custos Totais; Units:

R$

(50) Saída Ambulatorial = Atendimento Ambulatorial * 0.09; Units: Pacientes

(51) Saída de Empregados = Estoque de Empregado * Taxa de rotatividade; Units:

empregados

(52) Saída Hospitalar = Internação Hospitalar; Units: Pacientes

(53) Saídas Consultas = -Consultas Medicas; Units: Pacientes

(54) Taxa de Chegada = Número de Pacientes a cada ano / TIME STEP; Units:

Pacientes / Year

(55) Taxa de Chegada Consultas = Número de Consultas Medicas / TIME STEP;

Units: Pacientes / Year

(56) Taxa de Crescimento = (Taxa Total de Receitas-Estoque); Units: R$

(57) Taxa de Depreciação = Ativo Fixo * Fator de Depreciação; Units: R$

(58) Taxa de Entrada = (Número de Cirurgias Eletivas + Saída Ambulatorial) /

TIME STEP; Units: Pacientes / Year

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(59) Taxa de Entrada de Empregados = Déficit no número de empregados / TIME

STEP; Units: empregados / Year

(60) Taxa de Pagamento do Estoque Faturado = Estoque * Fração do estoque

comprado a prazo; Units: R$

(61) Taxa de reajuste ANS = INITIAL (0); Units: Dmnl

(62) Taxa de reajuste custos = INITIAL (0); Units: Dmnl

(63) Taxa de reajuste despesas = INITIAL (0); Units: Dmnl

(64) Taxa de rotatividade = INITIAL (0.0313); Units: Dmnl

(65) Taxa Total de Receitas = Faturamento Bruto Total; Units: R$

(66) Ticket Médio Ambulatório = INITIAL (0.01384); Units: R$ / Pacientes

(67) Ticket Médio Consulta = INITIAL (0.00505); Units: R$ / Pacientes

(68) Ticket Médio Internação= INITIAL (3.64); Units: R$/Pacientes

(69) Total de ativos = Ativo Circulante + Ativo Fixo + Ativo Nao Circulante; Units:

R$

(70) Valor das outras despesas no ano = INITIAL (5640.63); Units: R$

(71) Valor dos outros custos no ano = INITIAL (26832.7); Units: R$

(72) Valor Faturamento Ambulatorial = (Alta Ambulatorial + Saída Ambulatorial) *

Ticket Médio Ambulatório; Units: R$

(73) Valor Faturamento Consultas = Saídas Consultas * Ticket Médio Consulta;

Units: R$

(74) Valor Faturamento Internação = Saída Hospitalar * Ticket Médio Internação;

Units: R$

(75) Valor residual não contabilizado no inventario = INITIAL (728.6); Units: R$