construarch: paula portella

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C o N S T R U >DFP REVI5TAC0NSTRUARCH.C0M.BR PONTE AÉREA FRANCA-BRASIL JULIEN VEYRON, PREMIADO ARQUITETO FRANCÊS, APOSTA NO TERRITÓRIO VERDE-E-AMARELO PARA PRIMEIRA FILIAL DE RENOMADO ATELIER EUROPEU PRA ONTEM! DUPLA DINÂMICA DE ARQUITETAS ANALISA, FAZ BRIEFING E SUGERE SOLUÇÕES, TUDO, EM NOVENTA MINUTOS LUXUOSAMENTE COLORIDA BRUNETE FRACCAROLI REVELA O INICIO DA RELAÇÃO COM AS CORES E CONTA O SEGREDO PARA NÃO ERRAR NA MÃO INVERSAMENTE PROPORCIONAL OS METROS QUADRADOS A MENOS SE CONVERTERAM EM CRIATIVIDADE A MAIS EM PRO J ETO DE LOFT EM SÃO PAULO CONECTADA COM COR E CANÇÕES ARTiS A =LA5TICA SE INSPIRA NA PAIXÃO PELO BLUES PARA CRIAR PAÍFEISIDTDÍVÃS DA BLACK MUSIC mm V PEQUENOS E INDISPENSÁVEIS DETALHES_QUE VÃO DA COR (DO ANO!) ATÉ A PLANTA QUE IR^ RENOVAR OS "ARES" DA SUA CASA CONSTRUÇÃO ARQUITETURA DECORAÇÃO DESIGN LIFESTYLE ARTE

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Matéria concedida para a Revista "ConstruARCH", sobre a artista plástica brasileira Paula Portella. Edição 07 - março/abril de 2014. Páginas 89 a 93. Editora DFP. Fotos das obras por Peter Michael. Foto Paula por Renato Chiappetta.

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C o N S T R U

>DFP R E V I 5 T A C 0 N S T R U A R C H . C 0 M . B R

PONTE AÉREA FRANCA-BRASIL JULIEN V E Y R O N , P R E M I A D O A R Q U I T E T O F R A N C Ê S ,

A P O S T A N O TERRITÓRIO V E R D E - E - A M A R E L O PARA

PRIMEIRA FILIAL DE R E N O M A D O ATELIER E U R O P E U

PRA ONTEM! D U P L A D I N Â M I C A DE ARQUITETAS ANAL ISA , FAZ BRIEFING E

SUGERE SOLUÇÕES, T U D O , E M N O V E N T A M I N U T O S

LUXUOSAMENTE COLORIDA B R U N E T E F R A C C A R O L I R E V E L A O INICIO DA R E L A Ç Ã O C O M AS

CORES E CONTA O SEGREDO PARA N Ã O ERRAR N A M Ã O

INVERSAMENTE PROPORCIONAL OS M E T R O S Q U A D R A D O S A M E N O S SE C O N V E R T E R A M E M

CRIATIVIDADE A M A I S E M P R O J E T O D E LOFT E M SÃO PAULO

CONECTADA COM COR E CANÇÕES • A R T i S • A = L A 5 T I C A SE INSPIRA N A PAIXÃO PELO B L U E S PARA

CRIAR PAÍFEISIDTDÍVÃS DA B L A C K M U S I C

mm V

PEQUENOS E INDISPENSÁVEIS DETALHES_QUE VÃO DA COR (DO ANO!) ATÉ A PLANTA QUE I R ^

RENOVAR OS "ARES" DA SUA CASA

C O N S T R U Ç Ã O A R Q U I T E T U R A D E C O R A Ç Ã O D E S I G N L I F E S T Y L E A R T E

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G A L E R I A

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PINCELADAS N a s t e l a s , as notas ganham cor . Tons mater ia l i zam m ú s i ­

ca e divas da Black Mus ic se fundenr, num n^isto de cr ja-

t i v idade e ousad ia . , . ' • ^ . , v - i .

Por Amáby le Sand r i folos A t e l i e r Paula P o r t e l l a / ; *

R E V I S T A C 0 N S T R U A R C H . C O M , B R 8 9

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DA JANELA DO QUARTO, o vai-e-vem dos carros a entreti­nha. O apartamento não ficava no térreo e ela não sabia falar inglês. Mas, quando, do alto, ouviu o inconfundível ritmar de palavras no jogo de notas libertárias, sua vida mudou. Paula tinlia oito ou nove anos de Idade. E foi ali, naquele dia comum, que o blues invadiu sua imaginação, "Mustang Sally" foi a música que acionou o interruptor da criatividade, "Esse dia do carro antigo passando, tocando 'Mustang Sally', para mim foi inesquecível. Foi o dia em que a semente da black musIc foi plantada em mim", confidencia Paula Portella. No jardim de inspirações de Paula, brotaram outras espécies, todas ligadas à arte. Adubado pela curiosidade, o talento para o mundo artístico parece ter tido um toque cinematográfico, como na cena em que o desejo para descobrir a sensação de um tecido criou uma situação Inocentemente constrange­dora. Paula estava no auge dos seis anos de idade, quando uma moça com uma calça de veludo passou na sua frente, "Quando essa moça se abaixou para pegar o filho, não tive dúvidas: fui lá e passei a mão na calça dela para sentir a tex­tura. Mas nessa de 'sentir a textura', acabei passando a mão na bunda da moça", se diverte, lembrando. Foi a escola, aliás, o ambiente em que o sentimento pelas ar­tes aflorou, E, como toda paixão que não cabe em si, extra­polou os muros do colégio rumo à especialização. Paula con­ta que, aos 10 anos, fez aulas extracurriculares de pintura na Academia Brasileira de Arte, em São Paulo e, aos 14, come­çou o dedilhar do violão num conservatório. Mistura que deu trabalho ao pai nas horas das refeições. Para não almoçar e jantar ouvindo música, ele dizia à filha que "precisavam des­ligar o som um pouco para que as comidas não dançassem na barriga". Frase que surtia efeito. Quietinha, Paula imagi-

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nava como seria o bailar dos alimentos estômago a dentro. Mas foi outra aventura de criança que se transformou no di­ferencial depois de adulta: as massinhas de modelar. O que poderia ser considerado, amigavelmente, como Síndrome de Peter Pan, deu origem a uma série de painéis originais, numa experiência única. A ideia de fazer quadros com massinha apareceu enquanto tomava um café, numa livraria em llha-bela, São Paulo. Foi assim, por acaso, que ela descobriu num livro a técnica da cerâmica plástica, O pensamento voou, "Comecei a pesquisar melhor sobre este suporte e notei que somente era utilizado para fazer bijuterias e utensílios do­mésticos. Eu não queria nada disso, então a Ideia de fazer os painéis com a massinha surgiu na mesma hora", conta. Não deu outra: a aplicação Inédita da técnica em obras de arte fez o maior sucesso, "Então tive a ideia de fotografá-los em es­túdio profissional de fotografia e fazer giclées (Impressões numeradas e limitadas de padrão museológico), com dimen­sões maiores, o que trouxe mais força ainda ao resultado f i ­nal destas obras", complementa.

Além dos painéis com massinhas, Paula também faz telas com técnicas "convencionais", como a tinta acrílica, óleo e spary. As obras originais de cerâmica plástica viraram via­jantes. Saem mundo afora como forma de divulgar o traba­

lho. A artista acredita que, visualizando a peça original, o pú­blico entende melhor a técnica, "Futuramente os painéis de massinha serão enviados a leilão. Mas, por enquanto, estão todos comigo", explica. Os nomes, aliás, nascem com a obra. É depois de prontas que as criações são batizadas. Na série mais recente, a "Black Power Divas", os títulos são o resultado da junção dos no­mes das "ídolas" da black music - tanto de décadas passa­das quanto contemporâneas. Quer um exemplo? Ella Simo­ne - um mix de Ella Fitzgerald e Nina Simone. Sobre se tornar um ícone ou ser lembrada como uma grande artista, Paula pondera: "Eu tento me desprender dessa coisa de deixar uma imagem sobre mim, pois me soa um pouco egocêntrico, como se tivesse a ver mais com a minha pes­soa do que com a minha arte". E resume, de forma didáti-co-poétlca, a maneira como vê o papel do ofício escolhido: "Os artistas proporcionam uma forma de as pessoas exer­citarem e expandirem o pensamento através dos milhões de sentimentos e ideias que as artes em geral podem desper­tar. Gosto muito de uma frase de Albert Einsten, que resume em parte isso que estou dizendo: A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original"'.

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