dificuldades de aprendizagem de alunos de cursos...

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ROSIMARA PERPÉTUA DE CARVALHO BIZINOTTO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS DE CURSOS DE EXTENSÃO: UM ESTUDO DE CASO NOS CURSOS DE EXTENSÃO DA PUC-CAMPINAS PUC-CAMPINAS 2006

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ROSIMARA PERPÉTUA DE CARVALHO BIZINOTTO

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS DE CURSOS

DE EXTENSÃO: UM ESTUDO DE CASO NOS CURSOS DE

EXTENSÃO DA PUC-CAMPINAS

PUC-CAMPINAS 2006

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ROSIMARA PERPÉTUA DE CARVALHO BIZINOTTO

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS DE CURSOS

DE EXTENSÃO: UM ESTUDO DE CASO NOS CURSOS DE

EXTENSÃO DA PUC-CAMPINAS

Monografia apresentada como exigência para obtenção do título de Especialização em Educação e Psicopedagogia, ao Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da área de Educação, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Orientador: Profª. Drª. Miriam Pascoal

PUC-CAMPINAS 2006

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Ao mestre Jesus, Deus da minha salvação,

que me deu a vida, o qual mostrou ao mundo

que o amor vence tudo!

Dedico este trabalho também aos meus pais, Laércio e Florisa

que me ensinaram a viver, ao meu grande amor Wilson,

que me ensinou amar ao meu lindo filho Yago,

razão do meu viver à minha filha do coração Livia

pela amizade e carinho e a todos os meus amigos.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Paulo de Tarso Barbosa Duarte, Meu muito obrigado pela oportunidade de participar deste curso. À Profª. Cláudia Lúcia Trevisan, Pela amizade, confiança e incentivos. A todas as professoras do curso de psicopedagogia: Profª. Regina Peres, pela amizade, colaboração e incentivo, Profª. Selma Schiavegatto, pela dedicação, amizade e profissionalismo, Profª. Mara de Sordi, pela sabedoria e humildade, Profª. Silvia Rocha, pela alegria dos bons momentos, Profª. Maria Helena, pela sinceridade e compreensão. A PUC-Campinas e a Coordenadoria de Cursos e Extensão Pela oportunidade gratificante de realizar este trabalho.

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“Quem acredita na mudança da realidade tem que realizar a transformação”.

Paulo Freire (1921 - 1997)

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RESUMO Bizinotto, Rosimara Perpétua de Carvalho. Dificuldades de aprendizagem de alunos de cursos de extensão: um estudo de caso nos cursos de extensão da PUC-Campinas. Campinas, 2006. 85f. Monografia – Curso de Especialização em Educação e Psicopedagogia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas, 2003.

A psicopedagogia estuda os atos de aprender e ensinar, portanto este estudo propõe-se a

diagnosticar, estudar e desvendar dificuldades de aprendizagem de adultos em cursos de

formação continuada, os chamados cursos de extensão. Para tanto, faz uso dos

conhecimentos da psicopedagogia para identificar níveis de formação dos alunos,

importância de pré-seleção, articulação que ocorre entre teoria e prática, didática e

metodologia adequadas, importância da carga horária nos cursos e formas de avaliação da

aprendizagem. Adiante procura conhecer o docente através da auto-avaliação e as formas

como este lida com as dificuldades de aprendizagem. Em seguida, identifica junto a alunos

egressos as principais mudanças sociais e aproveitamento do aprendizado. Descreve e

analisa a observação das relações em sala de aula e conclui cruzando os resultados do

diagnóstico, sugerindo planos de intervenção.

Termos de indexação: extensão, dificuldade de aprendizagem, diagnóstico, auto-avaliação.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Situação profissional - 2004/2005 (%).......................................................................... 37

Figura 2. Classe de ocupação 2004/2005 (%)............................................................................. 38

Figura 3. Impacto na carreira profissional - alunos egressos...................................................... 43

Figura 4. Classificação dos cursos pelos alunos egressos ......................................................... 44

Figura 5. Auto-avaliação do aluno................................................................................................ 49

Figura 6. Auto-avaliação do docente ........................................................................................... 53

Figura 7. Desempenho docente e auto-avaliação ....................................................................... 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição anual da participação de alunos por gênero ........................................... 31

Tabela 2. Distribuição anual dos alunos por faixa etária ............................................................. 31

Tabela 3. Distribuição anual dos alunos por local de moradia (estado de são paulo) ............... 32

Tabela 4. Distribuição anual dos alunos por local de moradia (outros estados) ........................ 34

Tabela 5. Docentes da PUC-Campinas - dados de 2005 ........................................................... 40

Tabela 6. Docentes convidados - dados de 2005........................................................................ 40

Tabela 7. Avaliação do curso pelos alunos egressos.................................................................. 42

Tabela 8. Avaliação do docente pelos alunos egressos.............................................................. 43

Tabela 9. Entrevista com discentes ............................................................................................. 46

Tabela 10. Entrevista com docentes............................................................................................ 50

Tabela 11. Número de avaliações respondidas........................................................................... 57

Tabela 12. Queixas mais frequentes nos instrumentos de avaliação ......................................... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CCE = Coordenadoria de Cursos de Extensão

CEFETs = Centros Federais de Educação Tecnológica

CETs = Centros de Educação Tecnológica

CNE = Conselho Nacional de Educação

ENADE = Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

INEP = Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos

LDB = Lei de Diretrizes e Bases

MEC = Ministério da Educação e Cultura

NUPEX = Núcleo de Pesquisa e Extensão

PIUB = Programa de Avaliação Institucional da Universidades Brasileiras

PNE = Plano Nacional de Educação

PUC = Pontifícia Universidade Católica de Campinas

SESU = Secretaria de Ensino Superior

SINAES = Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

UNESCO = Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I - O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

1.1. Aspectos Históricos a partir das Décadas de 80 e 90 .............................................12

1.2. O Cenário Atual do Ensino Superior Brasileiro .......................................................15

CAPÍTULO II - EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E SUAS RELAÇÕES DENTRO DA UNIVERSIDADE

2.1. A Extensão ..............................................................................................................21

2.2. A Extensão e sua Relação com a Pesquisa............................................................22

2.3. A Extensão e sua Relação com o Ensino ...............................................................23

CAPÍTULO III - CURSOS DE EXTENSÃO

3.1. Definição de Cursos de Extensão ...........................................................................25

3.1.1. O Aluno de Extensão ....................................................................................26

3.1.2. O Trabalho Docente ......................................................................................27

CAPÍTULO IV - A PESQUISA REALIZADA

4.1. Sujeitos e local da pesquisa ....................................................................................28

4.2. Procedimentos ........................................................................................................28

4.2.1. Levantamento das Quantidades de Cursos – 2002 à 2006 ..........................29

4.2.2. Perfil do Aluno de Cursos de Extensão da PUC-Campinas ..........................30

4.2.2.1. Informações da Base de Dados da CCE..........................................31

4.2.2.2. Informações da Entrevista com Alunos Egressos de 2004 e 2005 ..36

4.2.3. Perfil dos Professores de Cursos de Extensão da PUC-Campinas ..............39

4.2.4. Entrevista com Alunos Egressos sobre os Cursos........................................42

4.2.5. Entrevistas com Discentes e Docentes sobre a Organização Didático-

Pedagógico e Infra-Estrutura dos Cursos .....................................................45

4.2.5.1. Resultado da Entrevista com os Discentes ......................................46

4.2.5.2. Resultado da Entrevista com os Docentes.......................................50

4.2.6. Desempenho Docente e Auto-Avaliação.......................................................54

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4.2.7. Levantamento Documental na CCE - Queixas de Alunos dos Anos de

2004, 2005 e 2006 ........................................................................................56

4.2.8. Observação em Sala de Aula........................................................................60

CAPÍTULO V - DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ............................................................................64

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................69

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................73

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ...........................................................................................73

ANEXOS

ANEXOS A. QUESTIONÁRIO DISCENTES ................................................................................73

ANEXOS B. QUESTIONÁRIO DOCENTES.................................................................................73

ANEXOS C. QUESTIONÁRIO ALUNO EGRESSO........................................................................82

ANEXOS D. QUESTIONÁRIO DESEMPENHO DOCENTE E AUTO-AVALIAÇÃO.................................84

12

Capítulo I – O Ensino Superior no Brasil 1.1. Aspectos históricos à partir das décadas de 80 e 90

O sistema de ensino superior brasileiro tem passado por intensas

modificações ao longo dos anos, porém as mais marcantes aconteceram na década

de 80 e 90, quando houve a abertura de um número expressivo de universidades

particulares no Brasil, incentivada pela isenção fiscal para os empresários da

educação. Neste mesmo período as Leis de Diretrizes e Base (LDB) para a

educação nacional e o Plano Nacional de Educação (PNE) provocaram uma reforma

educacional que apresentou-se dentro de um contexto político neoliberal,

caracterizado pela privatização da universidade.

Neste contexto, a educação superior foi impactada por políticas públicas

do governo de Fernando Henrique Cardoso, com corte de verbas para as

universidades públicas e veto aos concursos públicos, para contratação de

professores e funcionários, com intuito de promover a expansão do ensino superior

privado, destinando as verbas para as faculdades particulares e ainda, por ausência

de uma política efetiva de assistência estudantil.

O crescimento acelerado das demandas por graduação, fortalecido pela

globalização e sua exigência de essencialidade do conhecimento impôs,

obrigatoriamente, como prioridade a educação, a ciência e a tecnologia, tanto para

as pessoas, quanto para as nações. Portanto, essa busca de conhecimento ou a

crescente demanda por um níveis mais avançados de escolarização teve como

causa a concorrência no mercado de trabalho.

Outros aspectos importantes das modificações no ensino brasileiro foram a

interiorização das universidades; a consolidação da pós-graduação e pesquisa; a

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qualificação do corpo docente; o aumento da eficácia e produtividade do sistema e a

flexibilidade e diversidade da oferta dos serviços de educação superior.

Ocorre sobretudo, o desenvolvimento de um novo modelo de universidade,

causado pelo crescente uso da tecnologia e do conhecimento, o que está permitindo

e colaborando na formação de pessoas mais compatíveis com as necessidades

sociais, além de sua contribuição para o enfrentamento dos desafios colocados pelo

desenvolvimento da ciência e da tecnologia como elemento estratégico para o

crescimento social e humano. O crescimento do setor impulsionado pela busca de

profissionalização e inclusão no mercado, exige cada vez mais especialização das

competências e habilidades.

Na década de 1990, essa dinâmica é acelerada, não apenas devido à nova

legislação para este nível de ensino, mas especialmente pela atuação do MEC e pelo

crescimento dos setores educacionais de ensino médio, o que elevou

consideravelmente o público para as Instituições de ensino superior, na época as

condições políticas eram favoráveis, e, embasados pelo “compromisso mundial de

educação para todos”, declaração promulgada pela Organização das Nações Unidas

para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), promoveu-se avanços

quantitativos importantes em todos os níveis. Todavia, o mesmo não ocorreu com

relação à qualidade da oferta.

Vale ressaltar, que em todo este contexto as políticas públicas

responsáveis pelas mudanças do sistema de ensino brasileiro, e consequentemente,

influenciadas pelas pressões externas como a globalização, colhe hoje os amargos

frutos de uma educação em posição muito inferior se comparada aos países

desenvolvidos. Todas as transformações que perpassam não só as universidades,

14

mas todo o ensino no Brasil, são resultados de políticas públicas mal elaboradas e

na grande maioria das vezes com intenções eleitorais.

Com intenções de se avaliar o ensino superior, no Brasil, no governo de

Itamar Franco, é implantado o Programa de Avaliação Institucional das

Universidades Brasileiras (PIUB), após esta tentativa, o governo de Fernando

Henrique Cardoso implantou outra tentativa, com ênfase no ranqueamento

institucional. Já no governo de Lula, finalmente se institui, a partir de 2004, o

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) – lei No. 10.861 de

14/04/2004, como forma de avaliar e propor melhorias no ensino superior.

Esse trabalho de fiscalização e supervisão das instituições de ensino,

realizado pelo Estado, tem o envolvimento de vários órgãos do poder executivo, dos

quais fazem parte a Secretaria de Ensino Superior (SESU), o Conselho Nacional de

Educação (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), tendo este

último um papel fundamental na implementação de toda a política de avaliação do

ensino superior, no momento.

Outra forma adotada de avaliação é o Exame Nacional de Desempenho

dos Estudantes (ENADE), onde através do desempenho dos estudantes pode-se

medir o nível de adequação do ensino. Esse quadro torna a questão da avaliação da

educação superior muito complexa, imbricando avaliação institucional com avaliação

global do sistema e de sua relação com a sociedade. Estamos diante de um

processo de mudança que tende a fazer da avaliação um instrumento de regulação

estatal.

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Na realidade a escola é hoje o principal mecanismo de legitimação meritocrática de nossa sociedade, pois supõe-se que através dela tem lugar uma seleção objetiva dos mais capazes para o desempenho das funções mais relevantes, às quais se associam também recompensas mais elevadas (Enguita, 1989. p. 192).

A universidade não deve se voltar apenas para habilitar bons profissionais,

deve haver a preocupação de formar profissionais conscientes em exercer

influências sobre a realidade onde vão atuar, numa perspectiva de mudança. A

formação profissional se faz presente em todas as universidades, a universidade

brasileira esteve voltada para ela. A formação profissional está voltada para

problemas do mercado de trabalho sem atentar para o estudo de novos tipos de

organização social, para a busca da estrutura de vida mais racionais, flexíveis e

adequadas. (FÁVERO, M.L.A., 1977. p.102).

1.2. O cenário atual do ensino superior brasileiro

Para discorrer sobre o atual cenário das universidades brasileiras é

necessário primeiro entender o que é, de fato, a função da universidade no contexto

social. Desde o seu nascimento no século XII, a universidade teve como premissa

ser um espaço de liberdade, onde as pessoas pudessem construir pensamentos e

conhecimentos. Logo mais tarde a universidade se distanciou do princípio inspirador

do passado, tornando-se um centro de capacitação profissional, uma porta para o

mercado de trabalho. O capitalismo foi, certamente um dos colaboradores para esta

mentalidade. A universidade deixou de ensinar as pessoas a pensarem e passou a

formar profissionais para as mais diversas ocupações, por isso na análise de Chauí,

o modelo de universidade atual aponta para a sua instrumentalização, de modo

especial, pela confusão entre pensar e conhecer, ela diz,

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Conhecer é apropriar-se intelectualmente de um campo dado de fatos ou idéias que constituem o saber estabelecido. Pensar é enfrentar pela reflexão a opacidade de uma experiência nova cujo sentido ainda precisa ser formulado e que não está dado em parte alguma, mas precisa ser produzido pelo trabalho reflexivo, sem outra garantia senão o contato com a própria experiência. (2001, p.59).

De fato, uma definição consensual do que seja a função da universidade

nunca foi fácil pelos vários modelos que tivemos ao longo dos séculos, diante dos

modelos anteriores assumimos que a Universidade é [...] uma Instituição social, isto

é, uma ação social, uma prática social fundada no reconhecimento público de sua

legitimidade e de suas atribuições [...] (CHAUÍ, 1999, p. 217), com destaque para a

produção, sistematização e socialização do conhecimento e a formação integral.

Nas últimas décadas, pudemos perceber como a Universidade teve a

fragilização de sua identidade, tendendo, em geral, a se transformar em agência de

certificação profissional e de prestação de serviço social, como dito anteriormente.

Houve portanto, uma diluição da identidade da universidade provocada, em parte,

pelas reformas do Estado, ampliação dos domínios do Mercado, limitação do

progresso econômico e ao desvirtuamento do desenvolvimento tecnológico como

indicador do avanço científico.

Isto é um sinal claro que a universidade está em crise. Uma crise que é o

reflexo da própria da sociedade. Cunha descreve que [...] essa crise de identidade

resulta do fato de que a Instituição não se reconhece nem é reconhecida mais tão

facilmente como no passado. (1999, p. 133), o que nos leva a crer que a instituição

assumiu esta descaracterização das suas funções e perdeu a capacidade de

instância crítica da sociedade e deixando-se aprisionar pelas grandes

transformações globais.

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Uma dessas transformações no Brasil advém também do Plano Nacional

de Educação (PNE) que constituiu uma política de Estado, e foi elaborado para o

decênio 2001-2010, de acordo com a entrevista do ex-ministro Tarso Genro e

Ronaldo Mota para a Revista Caros Amigos em 22.12.2004, cuja entrevista possui o

seguinte teor:

[...] elaborado para o decênio 2001-2010 ao final do período sejam oferecidas vagas em cursos superiores compatíveis com 30% dos jovens entre 18 e 24 anos. O Brasil já começou a fazer um enorme esforço para atingir essa meta, considerando que em 2004 apenas 10%, cerca de 3,5 milhões de brasileiros nesta faixa etária, estão regularmente matriculados em educação superior. Em seis anos, o governo federal terá como objetivo a difícil tarefa de, no mínimo, dobrar a população universitária. O PNE é coerente com a legítima pressão pela expansão originada, sobretudo nos formandos do ensino médio. (...)Em 1991, o Brasil contava com 600 mil concluintes para 500 mil vagas universitárias oferecidas, dando uma relação formandos/vaga de 1,2. Em 2000, essa relação já era de 1,9 e as projeções apontam que em 2004 temos 2,4 concluintes por vaga. Motivado por essa pressão e disposto a abrir o mercado à educação superior, o governo anterior disparou um processo de expansão desordenada da rede privada de ensino superior. Em 1992, de 1,5 milhão de matrículas em universidades, 629 mil estavam no setor público e 906 mil no privado. Dez anos depois, o setor público era responsável por cerca de 1 milhão de matrículas, contra 2,4 milhões no setor privado. O censo do ensino superior de 2003 mostrou que o crescimento das vagas nas instituições privadas não parou: dos 3,8 milhões de matrículas nas universidades brasileiras, 71%, ou 2,7 milhões estão na rede privada; e 29%, ou 1,1 milhão na rede pública. Por entender que o ensino é um bem público essencial, o Ministério da Educação adotou uma série de medidas legais para recuperar a capacidade do poder público de supervisionar, avaliar e regular o sistema federal, em particular a criação de novas instituições de educação superior. No começo deste ano, suspendeu por 180 dias o recebimento de credenciamento de instituições e autorizações para cursos. A partir de 2 de janeiro, o credenciamento terá processos mais eficientes, rigorosos e rápidos. A tramitação desses processos também será adequada às diretrizes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). A regularização das instituições mereceu destaque no anteprojeto da lei de educação superior apresentado à sociedade no começo de dezembro: além de estabelecer regras mais rígidas para a criação de estabelecimentos de ensino superior, a proposta de reforma da educação superior prevê a classificação das instituições em universidade, centro universitário e faculdade e, também, estabelece normas claras para adoção apropriada dessas denominações. Traz, ainda, uma novidade: a valorização do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que exige planejamento estratégico da instituição a partir da

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descrição de projetos pedagógico e de desenvolvimento regional. Ademais, o MEC começou a ampliar a participação do setor público na educação superior. O objetivo é criar novas instituições federais de ensino superior, novos pólos e abrir 400 mil novas matrículas nas universidades federais, em quatro anos, preservando e fortalecendo o ensino público e gratuito (...)

Essa criação de novas instituições federais como citada na entrevista pelo

ex-Ministro Tarso Genro, com o intuito de incluir cada vez mais os jovens na

universidade, foi a mola propulsora para o surgimento de várias instituições de

ensino superior no país, gerando um descontrole do ensino que é transmitido por

estas instituições, este fato implicou na adoção de controles legais para

supervisionar, avaliar e regular o sistema de ensino. A qualidade de ensino destas

instituições deixa dúvidas, tanto pelo interesse particular de apenas obterem lucros,

quanto pelo interesse em se fixar em territórios, que antes era de instituições

tradicionalmente estabelecidas, para suprir uma demanda de mercado de

profissionais de nível superior à qualquer custo. O que explica uma concorrência de

preços mais acessíveis e cursos com carga horária reduzida, que oferece a

graduação em menor tempo se comparado a uma universidade tradicional.

De acordo com a SESU, as universidades são instituições

pluridisciplinares, públicas ou privadas, de formação de quadros profissionais de

nível superior e dividem-se em:

a) Universidades – instituições pluridisciplinares, públicas ou privadas, de

formação de quadros profissionais de nível superior, que desenvolvem

atividades regulares de ensino, pesquisa e extensão.

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b) Universidades Especializadas - instituições de educação superior,

públicas ou privadas, que atuam numa área de conhecimento

específica ou de formação profissional, devendo oferecer ensino de

excelência e oportunidades de qualificação ao corpo docente e

condições de trabalho à comunidade escolar.

c) Centros Universitários - instituições de educação superior, públicas ou

privadas, pluricurriculares, que devem oferecer ensino de excelência e

oportunidades de qualificação ao corpo docente e condições de

trabalho à comunidade escolar.

d) Instituições Não Universitárias

CEFETs e CETs - Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets)

e os Centros de Educação Tecnológica (CETs). Representam

instituições de ensino superior, públicas ou privadas, pluricurriculares,

especializados na oferta de educação tecnológica nos diferentes níveis

e modalidades de ensino, caracterizando-se pela atuação prioritária na

área tecnológica. Eles podem ministrar o ensino técnico em nível

médio. O centro de Educação Tecnológica possui a finalidade de

qualificar profissionais em cursos superiores de educação tecnológica

para os diversos setores da economia e realizar pesquisa e

desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços,

em estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade,

oferecendo, inclusive, mecanismos para a educação continuada.

Faculdades Integradas - São instituições de educação superior

públicas ou privadas, com propostas curriculares em mais de uma

área do conhecimento. Tem o regimento unificado e é dirigida por

um diretor geral. Pode oferecer cursos em vários níveis sendo eles

20

de graduação, cursos seqüenciais e de especialização e programas

de pós-graduação (mestrado e doutorado).

Faculdades Isoladas - são instituições de educação superior

públicas ou privadas. Com propostas curriculares em mais de uma

área do conhecimento são vinculadas a um único mantenedor e

com administração e direção isoladas. Podem oferecer cursos em

vários níveis sendo eles de graduação, cursos seqüenciais e de

especialização e programas de pós-graduação (mestrado e

doutorado).

Institutos Superiores de Educação - são instituição publicas ou

privadas que ministram cursos em vários níveis sendo eles de

graduação, cursos seqüenciais e de especialização, extensão e

programas de pós-graduação (mestrado e doutorado).

Para que a universidade supere essa situação e retome a sua finalidade,

ela precisa recuperar a sua institucionalidade, assim, conforme Chauí (1998), a

identidade institucional precisa estar fundada em princípios, valores, regras e formas

de organização que são inerentes à sua constituição. Seu reconhecimento e

legitimidade social vinculam-se, historicamente, à sua capacidade autônoma de lidar

com as idéias, buscar o saber, descobrir e inventar o conhecimento. Ao se

apresentarem, portanto, como o lugar privilegiado onde, por um lado, se pode

acolher, sistematizar e socializar o conhecimento que já foi produzido pela

humanidade e, por outro, se pode produzir novos saberes e conhecer os métodos de

sua construção. Algo operacionalizado por meio da tríade do Ensino, da Pesquisa e

da Extensão, impulsionando a construção de seu projeto institucional.

Enfim, a universidade precisa sim, assumir seu papel na sociedade, que é

de acolher, produzir, socializar e democratizar o conhecimento.

21

Capítulo II – Extensão Universitária e suas Relações dentro da Universidade

2.1. A Extensão

Para entender o que é extensão universitária, precisamos buscar o

significado do termo extensão que vem da etimologia latina do verbo extendere,

neste contexto a palavra extensão implica em estender, levar algo a algum lugar, ou

até alguém.

De acordo com o artigo 207 da constituição Brasileira que diz: “As

universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão

financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino,

pesquisa e extensão”. Ensino, pesquisa e extensão constituem as três funções

básicas da universidade e devem ser tratadas de igual modo pela instituição para

não violar o preceito constitucional acima.

O termo extensão é muito complexo, amplo e difícil de ser explicado, a

prática extensionista apesar de vinculada às origens da universidade, não tem muito

entendimento e valorização por parte da comunidade interna e externa da

universidade. É comum no meio universitário as pessoas confundirem o termo

“extensão” com “cursos de extensão universitária”, deve-se entender que a extensão

universitária é tida como uma prática acadêmica que expressa a interação da

universidade com a sociedade, por meio de atividades interdisciplinares e

intersetoriais que envolvam os alunos, os professores e a própria sociedade. Essas

atividades extensionistas são ações diversificadas que atingem todos os campos

22

sociais, desde questões polêmicas como dependência de drogas, geração de

emprego e renda até os mais complexos como geração de tecnologias para

empresas, sempre na busca da qualidade de vida e desenvolvimento do indivíduo e

da sociedade como um todo.

A Extensão, enfim, para constituir-se num processo de aprendizagem

precisa estar contemplada nos Projetos Pedagógicos e demais documentos

institucionais. Para tal, a Extensão universitária não pode ser feita sem ser integrada,

ao que constitui o Ensino e a Pesquisa na universidade. A integração é fundamental

no plano das funções, e não das atividades (BOTOMÉ, 2002, p. 101).

2.2. A Extensão e sua Relação com a Pesquisa

Numa época em que cada corrente de pensamento ou até mesmo cada

pesquisador parece construir sua própria epistemologia, em que se fala de

transdisciplinaridade como a superação do paradigma disciplinar nas ciências, não é

fácil definirmos o que é Pesquisa Científica (ForExt, 2005). O conhecimento científico

deve ser (...) resultado de comunicação dialógica baseada em critérios de horizontes

mais amplos do que os imediatos e conjunturais e cujo definidor fundamental é a

sustentabilidade do equilíbrio social e planetário (ForExt, 2004, apud ForExt 2005)1.

Tal afirmação implica necessariamente na compreensão de uma Pesquisa

que esteja em íntima relação com os desejos pessoais, as demandas e as

necessidades sociais, ou seja, que possua relevância e pertinência social,

1 Este trecho é parte da Carta de Brasília publicada apresentada no Fórum Nacional de Extensão e Ação Comunitária das IES Comunitárias em 2004.

23

colocando-a em relação direta com a Extensão, numa relação mútua de

interdeterminação e interdependência (ForExt, 2003, apud ForExt, 2005).

Esta citação leva a entender que não se pode fazer Pesquisa sem estar

vinculado com a realidade e para chegar nesta realidade, a Extensão é o meio pelo

qual se dá esta vinculação.

Assim, a Extensão se torna condição de possibilidade para a Pesquisa

tanto do ponto de vista ético - influenciado nas opções referentes ao quê e para

quem pesquisar - quanto do ponto de vista epistemológico, integrando o próprio

procedimento de problematização da realidade e construção de suas soluções

(ForExt, 2005).

2.3. A Extensão e sua Relação com o Ensino

O processo de formação cultural e profissional de um sujeito se dará

mediante um ensino também vinculado a realidade, assim como na extensão e na

pesquisa.

... a formação deve ser efetivada com amplitude maior que a da profissionalização em caráter restrito para transformar-se num horizonte mais amplo, no qual seja o equilíbrio social e planetário seu maior definidor. Ao lado de um saber-fazer no sentido de controle da técnica, é preciso que se possibilite aos discentes um saber-saber, no sentido da construção epistemológica e um saber-ser no sentido da construção ética. Para tanto, se faz necessária uma formação baseada num aprendizado de conceitos, mas também de procedimentos e de atitudes (ForExt, 2004, APUD ForExt 2005).

24

Entendendo que a formação integral de um sujeito depende de um

processo de apropriação do conhecimento, então como se apropriar desse

conhecimento? A grande maioria das instituições de ensino no Brasil, desde o ensino

fundamental até o superior, não têm levado o estudante a uma aprendizagem

significativa.

Os professores freqüentemente entram na sala de aula e pedem que os estudantes escrevam um trabalho sobre um livro, um artigo de revista ou uma questão social. Os estudantes quase sempre perguntam: “Você quer a minha opinião?” Os professores respondem: “Claro, você deve escrever o que pensa”. Os estudantes, então, escrevem trabalhos extremamente desinteressantes e cheios de erros. Em geral, não escrevem com verdadeira profundidade. Muitos professores já se consideram frustrados no desejo de conseguir que os alunos pensem criticamente. Um dos problemas é que o material que o professor apresenta desorienta os alunos. Quase sempre, é escrito em linguagem acadêmica, uma língua que eles não usam. (Ira Shor, Paulo Freire, 1986, p.23).

A importância da informação no processo de aprendizagem é

relativamente igual a formação e a transformação, esse movimento triádico do

princípio de aprendizagem permite uma aprendizagem significativa (ForExt, 2005).

A inserção do sujeito num ambiente educacional onde a prática e a teoria

caminham juntas permitirá uma experiência acadêmica e profissional que culminará

num novo sentido para o seu processo de aprendizagem, e neste contexto que a

Extensão se constituirá em uma oportunidade fundamental. (ForExt, 2005)

Desta forma, para que a Extensão esteja inserida no processo ensino

aprendizagem, deve estar contemplada no Projeto Pedagógico da instituição de

forma a constituir a tríade “ensino, pesquisa e extensão”, numa relação verdadeira e

cúmplice.

25

Capítulo III – Cursos de Extensão

3.1. Definição de Cursos de Extensão

Os cursos de extensão são processos de capacitação voltados a diferentes

setores da sociedade com o objetivo de difundir, atualizar, aprofundar ou aperfeiçoar

conhecimentos.

As instituições que oferecem cursos de extensão tem autonomia para

criarem suas normas para o oferecimento dos cursos, classificação e tipos (à

distância ou presencial).

A maioria das instituições, ofertantes de cursos de extensão estabelecem

critérios para o oferecimento desses cursos, que podem ter uma carga horária

variável entre um mínimo de oito horas totais e no máximo inferior a 360 horas, e os

cursos precisam necessariamente compreender as seguintes modalidades: curso de

atualização, aperfeiçoamento, capacitação/qualificação, difusão cultural e outros, de

acordo com as especificidades das áreas de onde se origina o curso.

Há uma infinidade de cursos oferecidos para o público em geral, inclusive

para acadêmicos, que são denominados cursos de extensão. Resta saber se esses

cursos atendem aos critérios dos cursos de extensão, tendo em vista a diversidade

de atividades que podem ser desenvolvidas no âmbito da Extensão, e por outro lado,

é preciso atenção ao fato de que uma das formas possíveis para o diálogo com a

26

sociedade, visando a comunicação do saber, pode ser compreendida na forma de

cursos oferecidos à sociedade em geral, contanto que em seu processo pedagógico

contemple-se a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão.

3.1.1. O Aluno de Extensão

A crescente busca por formação continuada leva os ex-alunos de

graduação a uma corrida acentuada por cursos capacitadores que propiciem

condições para se destacarem no concorrido mercado de trabalho dos nossos dias,

valendo o mesmo para os profissionais já participantes desse mercado de trabalho.

O desenvolvimento de competências e a capacitação para manter-se no

emprego, leva um público diversificado à procurar uma espécie de “especialização

mais rápida”, tendo em vista que os cursos de extensão podem ser realizados em um

tempo bem menor que os cursos de especialização, normalmente com carga horária

superior à 360 horas. A universidade enquanto instituição responsável pela

produção, transmissão e aplicação de conhecimentos, deve estar comprometida com

essa realidade social e proporcionar aos alunos uma formação condizente não

apenas com sua futura profissão, mas também corresponder com as exigências de

uma sociedade em constantes mudanças.

A aprendizagem dos alunos de extensão, nunca foi motivo de

questionamentos, até então as instituições ofertantes de cursos de extensão fazem

suas regras de aproveitamento e avaliação dos alunos, e assim, se o aluno cumpre

o programa do curso e as regras da instituição, recebe ao final do curso um

certificado de extensão, sem maiores problemas.

27

O problema maior desses cursos é saber se a aprendizagem realmente

acontece neste tipo de curso, pois segundo Blomm (1981), todos os alunos tornam-

se bastante semelhantes em relação a capacidade de aprender, ritmo de

aprendizagem e motivação, quando lhes são propiciadas condições favoráveis.

3.1.2. O Trabalho Docente

O trabalho docente em todos os níveis do ensino é fundamental e sua

prática pedagógica sempre foi instrumento de estudos. Estudos sobre o fracasso

escolar ou as dificuldades de aprendizagem dos alunos, apontam também para as

práticas pedagógicas, algumas vezes esta prática faz a diferença e, na maioria dos

casos, a práxis pedagógica deixa a desejar.

Não é diferente no âmbito da universidade e principalmente nos cursos de

extensão, principalmente por ser um curso de formação continuada, onde a formação

do professor e o seu saber-ensinar deve ser levado muito em conta no processo.

O docente é um dos principais focos de atenção deste trabalho, de forma a

compreender como se dá o trabalho pedagógico nos cursos de extensão e quais os

objetivos do docente quando se propõe a oferecer um curso.

28

Capítulo IV – A Pesquisa Realizada

4.1. Sujeitos e Local da Pesquisa

Os sujeitos da pesquisa são os alunos – universitários e/ou profissionais

com outros níveis de formação – de cursos de extensão com dificuldades de

aprendizagem detectadas através de instrumento de avaliação de cursos, utilizado

desde 2004. A presente pesquisa foi realizada na Pontifícia Universidade Católica

de Campinas (PUC-Campinas), especificamente na Coordenadoria de Cursos de

Extensão (CCE), que é o setor administrativo responsável pelos cursos e sua

administração junto com os Núcleos de Pesquisa e Extensão (NUPEX), sendo este

último, responsável pela execução dos cursos nas salas de aulas das faculdades dos

respectivos Centros da universidade.

4.2. Procedimentos

Para a realização deste trabalho foi aplicada a pesquisa de campo, estudo

de caso junto aos alunos e docentes dos cursos de extensão, bem como os

departamentos envolvidos no processo de oferecimento desses cursos, tendo em

vista as dificuldades de aprendizagem detectadas pela CCE através dos

instrumentos de avaliação dos cursos desde 2004. Foram utilizados nesta pesquisa:

entrevistas através de questionários, observações em sala de aula, levantamentos

documentais, com posterior análise quantitativa e qualitativa das informações e uma

proposição de planos.

29

4.2.1. Levantamento das Quantidades de Cursos – 2002 a 2006

A PUC-Campinas possui em sua estrutura seis centros universitários onde

estão alocadas as faculdades, cada centro possui um Núcleo de Pesquisa e

Extensão (NUPEX), que junto com a CCE é um dos responsáveis pela realização

dos cursos de extensão.

No geral a PUC-Campinas possui 180 cursos aprovados pela Câmara de

Extensão e Assuntos Comunitários, e desde 2002, já foram realizados 73 cursos,

com um total de 2 225 alunos concluintes dos cursos. Antes de 2002, aconteceram

alguns cursos de extensão na universidade, mas de forma isolada, pois ainda não

existia uma coordenadoria para controlar o fluxo e manter os registros dessas

atividades.

Outro dado importante detectado nos registros da CCE é o número de

alunos matriculados, concluintes e reprovados:

Ano Inscritos Reprovados Devoluções Concluintes

2004 752 66 231 455

2005 1 062 49 271 742

Cabe aqui explicar um pouco das condições para que um curso possa

existir e acontecer. Toda proposta de curso, apresentada pelos docentes, precisa

contemplar um número mínimo de alunos matriculados para formar uma classe, ou

para fechar uma turma, quando no processo de matrícula este número não é

alcançado o curso não acontece, tem-se então um número de devoluções, que são

30

as matrículas devolvidas para os alunos. No quadro acima, deste total de inscritos ou

matriculados subtraindo-se as devoluções e os reprovados do curso tem-se o total de

concluintes, que são aqueles que chegaram ao final do curso e receberam o

certificado.

Algumas pessoas acham estranho existirem “reprovados” num curso de

extensão, pelo motivo de se tratar de um curso pago e que apenas exige 75% de

freqüência para ser aprovado. Mas são vários os motivos para reprovação num curso

deste tipo, tais como: freqüência, desistência, não pagamento, evasão, e outros. De

acordo com a Instrução Normativa dos Cursos de Extensão da PUC-Campinas é

obrigatório ao aluno ter 75% de presença nos cursos, alguns alunos faltam muito e

acabam sendo reprovados. Já a desistência tem causas diversas, numa rápida

olhada nos requerimentos dos alunos, encaminhados para a CCE, solicitando o

cancelamento da matrícula, descobre-se uma infinidade de alegações, desde

viagens, acidente, trabalho, incompatibilidade com o curso, e até outros menos

relevantes. O não pagamento é algo mais relativo e implica na situação financeira do

aluno ou da família no momento.

Estas informações são importantes também neste estudo e contribuirá

para o desvendar das queixas dos alunos e das possíveis medidas de saneamento.

4.2.2. Perfil do Aluno dos Cursos de Extensão da PUC-Campinas

Neste capítulo será traçado o perfil do aluno de extensão da PUC-

Campinas, com base nas informações coletadas – base de dados - dos documentos

e registros da CCE dos anos de 2003, 2004 e 2005, que contém informações básicas

sobre os alunos (nome, endereço, data de nascimento, curso de extensão concluído,

31

ano de conclusão), ocorre porém que o perfil teve que ser completado com uma

pesquisa aplicada aos alunos egressos de 2004 e 2005, para informações mais

precisas.

4.2.2.1. Informações da Base de Dados da CCE

Inicialmente serão mostrados, em percentuais, os aspectos básicos

existentes na base de dados, tais como sexo, idade e local de residência. Em

segundo lugar, serão analisadas as informações da pesquisa mencionada.

Tabela 1. Distribuição anual da participação de alunos por gênero

% Gênero

Ano Feminino Masculino

2003 60% 40%

2004 53% 47%

2005 75% 25%

Tabela 2. Distribuição anual dos alunos por faixa etária ( % )

Faixa etária (idade em anos)

Ano < 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 > 51

2003 - 47 23 17 13

2004 - 58 24 13 5

2005 1 53 21 13 12

32

Tabela 3. Distribuição anual dos alunos por local de moradia (estado de São Paulo)

Total de alunos por ano

Cidades 2003 2004 2005

Aguaí - 1 -

Americana 7 7 7

Amparo - - 9

Araraquara 1 - 1

Araras - 4 3

Artur Nogueira - 1 -

Arujá - 1 -

Atibaia - 3 2

Bariri 1 - -

Barueri - 1 -

Bauru 1 - 1

Birigui 1 - -

Bragança Paulista - - 3

Brotas 1 - -

Cajamar 1 - -

Campinas 127 208 279

Campo Limpo Paulista 1 3 -

Capivari - 1 -

Conchal - - 1

Cosmópolis - 3 4

Diadema - 1 -

Espírito Santo do Pinhal - 1 1

Estiva Gerbi - 1 -

Estrela D’Oeste 1 - -

Guarulhos - 6 1

Holambra - - 2

Hortolândia - 3 4

Indaiatuba 2 8 9

Iracemápolis - - 1

Itapira 1 - -

Itatiba - 3 4

33

Total de alunos por ano

(continuação)

Cidades

2003 2004 2005

Itu 1 3 2

Jacareí - 2 7

Jaguariúna 1 3 3

Jarinú - - 5

Joaquim Egídio - 4 8

Jundiaí 4 7 20

Laranjal Paulista - - 1

Leme 1 1 2

Limeira 1 8 2

Louveira - - 3

Marília - 1 -

Matão - - 1

Mococa 1 - -

Mogi-Guaçu - 4 6

Mogi-Mirim 4 6 11

Monte Mor 1 3 -

Nazaré Paulista - - 2

Nova Odessa 2 1 3

Nova Veneza - - 1

Orindiuva - 1 -

Osasco - - 3

Paulínia 2 5 3

Pederneiras 2 - -

Pindamonhangaba - - 1

Piracicaba 1 14 2

Pirassununga - - 11

Presidente Prudente - 1 -

Ribeirão Preto - - 2

Rio Claro 3 - 1

Salto - 2 1

Santa Barbara D’Oeste - 10 4

Santo André - 2 -

34

Total de alunos por ano

(continuação)

Cidades

2003 2004 2005

Santo Antonio de Posse - - 1

Santos 1 1 2

São Bernardo do Campo 1 1 1

São Caetano do Sul - 1 -

São José dos Campos - 3 2

São José do Rio Preto 1 - 1

São Paulo 6 14 34

Sumaré 3 7 4

Sorocaba - 1 3

Tatuí 2 - -

Tremembé - - 1

Tuiuti - - 1

Valinhos 2 11 23

Várzea Paulista 1 1 -

Vinhedo 3 4 5

Tabela 4. Distribuição anual dos alunos por local de moradia (outros estados)

Total de alunos por ano

Cidades/estado 2003 2004 2005

Aracaju – SE 1

Cambuí – MG 1

Cuiaba – MT 1

Fronteira – MG 1

Guaxupé – MG 1

Itamogi – MG 1

Londrina – PR 1

Ouro Fino – MG 1

Petrópolis – RJ 1

Poços de Caldas – MG 1

35

Total de alunos por ano

(continuação)

Cidades/estado

2003 2004 2005

Saõ Gotardo – MG 1

São Lourenço – MG 1

Uberlândia – MG 1

Varginha – MG 1

Várzea Grande – MT 1

Numa primeira análise, nota-se uma presença marcante e muito crescente

de participação do público feminino nos Cursos de Extensão, principalmente na faixa

dos 20 aos 40 anos, assim como a participação masculina também é maior nesta

faixa etária. Os cursos com maior número de mulheres matriculadas são

provenientes das áreas de Humanas e Biológicas. Na distribuição de participação

por faixa etária, há uma participação aviltante de estudantes do ensino superior, o

que nos leva a questionar por que isto tem acontecido? Segundo os próprios

estudantes, a participação num curso de extensão muitas vezes é importante e

necessária, quando o conteúdo abordado no curso não faz parte do currículo do

curso superior freqüentado por eles. Outra classe importante são os profissionais,

dos mais diversos setores, que buscam o aprimoramento profissional e o

aperfeiçoamento, principalmente para aqueles que estão na faixa etária acima dos

30 anos, pois o mercado de trabalho no Brasil tem valorizado a participação de

jovens empreendedores, obrigando de certa forma aos “mais velhos” uma formação

maior e mais especializada para, desta forma, suprir um mercado de trabalho cada

vez mais exigente e excludente.

Para melhor conceituar a distribuição de alunos, por local de moradias,

podemos sinalizar que a universidade pesquisada possui uma localização

privilegiada, situando-se próximo ao chamado Pólo de Tecnologia, com grandes

indústrias ao entorno e uma universidade estadual de contribuição expressiva no

36

ensino e pesquisa. Dentro deste contexto, os cursos de extensão da PUC-Campinas

- se define - pelo grande potencial que tem para crescer e devido a posição

geográfica facilitadora da universidade que atinge um público proveniente das

regiões metropolitanas, do interior e capital, assim como de outros estados

brasileiros.

4.2.2.2. Informações da entrevista com alunos egressos de 2004 e 2005

Para levantamento do perfil consideramos também na pesquisa os dados

da primeira parte do questionário aplicado aos alunos egressos sobre: situação

profissional e ocupação.

Os alunos egressos dos anos de 2004 e 2005, responderam

voluntariamente a um questionário composto de três questões sobre situação

profissional, sendo dupla coluna – antes do curso e após o curso - e doze questões

sobre o curso com conceitos de 1 a 4, na seguinte escala de valores:

1-muito satisfeito;

2-satisfatório;

3-insatisfatório, e

4-sem condições de responder.

As respostas foram encaminhadas por e-mail para a CCE. Foram

enviados 543 questionários e o número de respostas recebidas chegou a 48, um

percentual de 9% do total, número muito pequeno se comparado a totalidade de

questionários enviados. Cabe assim, entender as limitações dos resultados da

37

pesquisa, que retratam um segmento específico de alunos que responderam

voluntariamente.

Outro esclarecimento importante diz respeito as doze questões restantes

do questionário, que serão descritas e analisadas mais adiante, pois tratam sobre os

cursos especificamente.

Figura 1. Situação Profissional – 2004/2005 (%)

O percentual de empregados aumentou, em conseqüência o número de

desempregados e autônomos diminuíram, o que podemos concluir que houve uma

migração desses sujeitos para a situação de empregados. Os empregadores se

mantiveram.

4 %4 %

8 3 %8 9 %

9 %4 %

4 %2 %

0 0 0 1 1 1

e m p re g a d o r

e m p re g a d o

a u tô n o m o

d e s e m p re g a d o

S itu a ç ã o P ro fis s io n a l

a p ó s o c u rs od u ra n te o c u rs o

38

Figura 2. Classe de Ocupação 2004/2005 (%)

O gráfico mostra que mais de 50% dos alunos de extensão são

funcionários de empresas da cidade de Campinas e região; 31% trabalham em

empresas de prestação de serviços; 13% trabalham em outras áreas, tais como:

saúde, prefeitura, Ong´s, etc.; sendo que apenas 2% são proveniente da área

comercial.

Concluindo a análise dos resultados da pesquisa, o perfil dos alunos dos

cursos de extensão da PUC pode ser considerado como que, formado por um

público na sua maioria constituído por 50% de homens e 50% de mulheres,

estudantes e profissionais de diversas áreas, a maioria composta por trabalhadores

das industrias e empresas de diversos segmentos como a prestação de serviços,

sem esquecer que empregadores também fazem parte desta demanda.

C la s s e d e O c u p a ç ã o

5 1 %

2 %

3 1 %

1 6 %

5 3 %

2 %

3 1 %

1 3 %

0

0

0

0

0

1

1

in d u s t ria l c o m e rc ia l p re s ta ç ã o d es e rviç o s

o u t ro s

d u ra n te o c u rs oa p ó s o c u rs o

39

Público este, oriundos em grande parte, da cidade de Campinas e da

Região Metropolitana, mas com demandas crescentes da cidade de São Paulo, de

cidades do interior paulista e até mesmo de outros estados.

O perfil apresentado não retrata um processo sistemático de coleta de

informações, mas sim uma pesquisa documental nos registros processados

encaminhados pelo Setor de Diplomas2, para a CCE e da entrevista com os egressos

por meio eletrônico.

4.2.3. Perfil dos Professores de Cursos de Extensão da PUC-Campinas

A universidade possui no seu quadro de docentes um número considerável

de professores que apresentam anualmente propostas de cursos de extensão. Com

base nos registros e documentos da CCE, a quantidade de docentes que ministram

cursos de extensão na universidade é um número muito variável, não existe uma

quantidade X de professores, devido as políticas de recursos humanos da

universidade que provoca certa rotatividade no número de docentes.

Para fins mais precisos foram considerados os registros de 2005, pelo fato

de uma alteração no quadro funcional no início deste ano. Em 2005, os cursos de

extensão apresentavam um total de 137 docentes que ministraram cursos no período

letivo, deste total de docentes, 55% era composto pelo gênero masculino e 45% pelo

gênero feminino, com distribuição por titulações nos seguintes percentuais:

2 O Setor de Diplomas emitiu relatórios com os dados pessoais dos alunos que concluíram cursos de extensão nos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005. Porém muitos dados estão incompletos por não existir um Sistema Informatizado para controle dos cursos antes de 2004.

40

Tabela 5. Docentes da PUC-Campinas - dados de 2005

Titulação Percentual

Doutor 45%

Mestre 28%

Especialista 12%

Graduado 15%

O docente responsável pela proposta de curso não necessariamente

ministra aula no curso de extensão, ele aparece apenas como coordenador e é

responsável pelo curso para responder à todos os questionamentos frente as

instâncias de aprovação, execução e comitê de ética da universidade. Existem

muitos cursos que pelas especificidades, demanda professores com maior formação

ou profissionais especializados para ministrar as aulas, neste caso são contratados

docentes externos, que na apresentação da proposta já estão definidos.

Em 2005 o número de professores convidados chegou aproximadamente

a 32 docentes, distribuídos por titulação nos seguintes percentuais:

Tabela 6. Docentes convidados – dados de 2005

Titulação Percentual

Doutor 26%

Mestre 34%

Especialista 33%

Graduado 7%

Num primeiro momento, avaliando esses dados têm-se uma clara noção

da preocupação da universidade em manter o nível de seus professores com uma

titulação cada vez mais para o nível de doutorado. O que se explica pelo motivo de

41

que a universidade atualmente passa pelo processo de implantação da carreira-

docente visando adequar-se às exigências do Ministério da Educação e Cultura

(MEC).

A pesquisa para levantamento do perfil baseou-se nos documentos, ou

seja, nas propostas de cursos que estão arquivadas na CCE, as quais não fornecem

informações mais particulares de cada docente, como áreas de atuação na

universidade ou em outras instituições, desta forma o perfil ficou restrito apenas na

titulação.

Uma constatação interessante é o fato de que as universidades brasileiras,

frente à exigências do MEC e da Avaliação Institucional, processo pelo qual todas as

instituições de ensino superior estão passando, não se dão conta que estão

percorrendo um caminho de pedras, quando estas instituições tomarem como

parâmetro de excelência para seus cursos apenas a formação dos docentes.

A experiência em sala de aula, a experiência do saber ensinar, ou seja, a

competência profissional é primazia para a qualidade do ensino, seja em qualquer

nível. O que vemos hoje, são estudantes passando pela graduação, embarcando no

mestrado, que em seguida se transforma em doutorado e pós-doutorado, mas que

não têm a experiência da sala de aula. Depois de anos de estudo - passando anos

nos bancos escolares - entram para uma universidade e se habilitam a lecionar, sem

ter vivido a experiência da docência em todas as suas fases.

42

4.2.4. Entrevista com Alunos Egressos sobre os Cursos

A pesquisa com alunos egressos, além do perfil do aluno, permitiu

também o levantamento das possíveis insatisfações desses alunos quanto ao

processo ensino-aprendizagem do curso freqüentado.

Como explicitado anteriormente, os egressos foram entrevistados através

de questionários enviados por e-mail pela CCE, e devolvidos também por e-mail.

Nesta fase, analisaremos as doze questões do questionário do egresso que fazem

referência aos cursos.

Tabela 7. Avaliação do curso pelos alunos egressos.

Itens do curso questionados Excelente Bom Regular Nenhum

Currículo do Curso 17% 63% 20% 0%

Relação das Aulas Teóricas e práticas 13% 57% 28% 2%

Infra-estrutura para as aulas 10% 59% 24% 7%

Atendimento ao aluno 12% 62% 24% 2%

Na avaliação dos cursos, os alunos egressos fizeram pontuações

significativas quanto ao currículo do curso, relação das aulas teóricas e práticas,

infra-estrutura para as aulas e atendimento ao aluno. O percentual de excelente teve

um índice estável acima de 10%, o percentual de bom manteve-se acima dos 50%,

os percentuais de regular ficaram entre 20% à 28% e norteiam uma insatisfação,

assim como os índices de nenhum, que apesar de inferior a 10%, sinalizam a não

ocorrência ou desconhecimento ao item abordado.

43

Tabela 8. Avaliação do docente pelos alunos egressos

Pontuações Itens Abordados

Excelente Bom Regular Nenhum

Desempenho do professor em sala de aula 47% 40% 11% 2%

Conhecimento e domínio sobre a matéria 51% 38% 9% 2%

Promoveu integração dos alunos 21% 52% 23% 4%

Na tabela de avaliação docente, os percentuais de excelente ficaram

acima de 45%, para dois itens avaliados: “Desempenho do professor em sala de

aula” e “Conhecimento e domínio sobre a matéria”, para o item “Promoveu

integração entre os alunos” o percentual maior ficou em 52% considerado como bom.

Vale ressaltar que pelo número de respondentes, 48 no total, o percentual de regular,

para os três itens avaliados, ficou em torno de 11% a 23%, devemos entender que

há uma insatisfação que tendencionaria a aumentar se o número de respondentes

tivesse sido maior.

Figura 3. Impacto na carreira profissional – aluno egresso.

Im p acto d o C u rso n a C arre ira P ro fiss io n al

Re gula r2 5 %

Ne nhum5 %

Ex c e le nte1 9 %Ex c e le nte

+ Bom7 0 %

Bom5 1 %

Regular Nenhum E x c elente B om

44

Neste gráfico acima foram consideradas as respostas quanto ao

aproveitamento do aluno no curso, a utilidade do que foi aprendido para o

desenvolvimento da carreira e para a introdução de novas técnicas no trabalho. Os

percentuais demonstram o papel importante dos cursos de extensão na difusão de

inovações dentro das empresas.

Contudo, tem-se um percentual de 30% entre regular e nenhum, o que

significa não ter ocorrido impacto na carreira, o que pode ter sido ocasionado por

vários motivos, seja de aprendizado, aproveitamento do curso ou mesmo fatores

externos como situação profissional dentro da empresa o que não permitiu uma

ascensão ou uso dos conhecimentos adquiridos. Outro dado importante para ser

considerado é a participação de muitas pessoas em cursos de extensão não

relacionados com a profissão exercida, portanto não podem ser computados como

impacto na carreira.

Os alunos egressos consideraram os cursos de extensão com 73% das

respostas entre excelente e bom e 17% como regular ou nenhum. Para alguns

alunos os cursos conseguiram melhorar a atuação profissional e o andamento da

carreira, enriquecendo seus conhecimentos e permitindo contribuir, de certa forma,

para a difusão desses conhecimentos na sociedade. O público-alvo dos cursos de

extensão têm em mente a especialização que a graduação não oferece, e para

aqueles que estão a mais tempo no mercado de trabalho, os cursos permitem o

aprendizado de novas inovações tecnológicas, reciclagem de conhecimentos e o

despertar de ações empreendedoras.

45

4.2.5 Entrevistas com Discentes e Docentes sobre Organização Didático-pedagógico e Infra-estrutura dos Cursos

Foram realizadas entrevistas através de questionário3, sendo um para

discentes e outro para os docentes dos cursos com o intuito de conhecer a opinião

de ambos sobre a organização didático-pedagógico e infra-estrutura dos cursos. Os

questionários foram aplicados em sala de aula aos alunos do segundo semestre de

2006, e aos respectivos docentes dos cursos. O questionário aplicado conteve as

mesmas questões se diferenciando apenas em duas delas. Composto por 54

perguntas, os questionários foram pontuados pelos sujeitos da pesquisa com

conceitos de 1 a 4, na seguinte escala de valores:

1-muito satisfeito;

2-satisfatório;

3-insatisfatório, e

4-sem condições de responder.

Neste sentido, para uma análise quantitativa, as questões envolviam

aspectos como: proposta do curso; conteúdo das aulas; dinâmica das aulas; material

de apoio; acesso a laboratórios e equipamentos; avaliação do processo ensino-

aprendizagem; avaliação do professor pelo aluno (no questionário dos alunos);

avaliação dos alunos pelo professor (no questionário do docente); auto-avaliação do

aluno (no questionário dos alunos); auto-avaliação do docente (no questionário do

docente) e Infra-estrutura.

3 Todos os questionários utilizados neste estudo foram produzidos pela própria pesquisadora, baseando-se nas informações das avaliações já existentes na Coordenadoria de Cursos de Extensão.

46

4.2.5.1. Resultados da Entrevista com os Discentes

Inicialmente a pesquisa estava programada para ser feita com os alunos e

professores que estivessem com o curso em andamento, tendo em vista que apenas

um curso foi realizado no segundo semestre de 2006, curso que chamaremos de

“CI”. Vale ressaltar que o curso “CI” teve 20 alunos matriculados com 19 alunos

respondentes. A entrevista foi aplicada em sala de aula, durante o intervalo. Para

melhor compreensão e análise dos percentuais de cada item abordado na pesquisa,

a tabela abaixo contempla os índices individuais.

Tabela 9. Entrevista com discentes.

Item questionado muito satisfeito Satisfeito Insatisfeito

sem condições

para responder

Proposta do Curso 54% 40% 0% 6%

Conteúdo das Aulas 41% 45% 9% 5%

Dinâmica das Aulas 41% 45% 6% 7%

Material de Apoio 48% 39% 5% 7%

Acesso a Laboratórios e Equipamentos 16% 35% 1% 48%

Infra-Estrutura 53% 39% 3% 5%

Avaliação do Docente 51% 37% 4% 8% Avaliação do Processo Ensino-

Aprendizagem 21% 45% 6% 27%

No item proposta do curso, o aluno foi questionado se conhecia a

proposta, se o professor apresentou para a classe, se os objetivos estavam de

acordo com a formação profissional ou inicial e se a proposta ficou clara. Todos

estes itens ficaram na média de muito satisfeito e satisfeito, apenas 5% julgou sem

condições de responder. Já no item conteúdo das aulas se somados os índices de

insatisfação e de sem condições para responder, teremos um percentual em torno de

14%, provocado pelo sub-item questionado que trata das aulas práticas fora da sala

47

de aula; houve uma insatisfação para aqueles cursos que demandam pela prática.

Para o item dinâmica das aulas o índice de insatisfação somado com o índice sem

condições para responder, também demonstra uma insatisfação quanto a realização

de trabalhos em grupo, espaços para discussões e interação entre alunos e

professor. Cabe ressaltar que no percentual de 7% dos “sem condições para

responder”, faz parte aqueles que julgaram não ter ocorrido durante as aulas o item

julgado ou porque não teve nenhuma importância para o aluno e passou

despercebido durante o curso. Percebe-se que os percentuais por itens seguem uma

mesma linha, no que caracteriza-se uma pequena parte do público que manteve as

mesmas insatisfações em todos os itens questionados na pesquisa. A insatisfação

se deu também no oferecimento de apostila e bibliografias indicadas antes do início

do curso, pelos índices e na leitura dos questionários entende-se que não houve

oferecimento de material ou o material oferecido foi insuficiente para o

acompanhamento do curso pelo aluno, e as bibliografias podem não terem sido

indicadas antes do início das aulas. Fica muito evidente também o não acesso ao

laboratório ou uso dos equipamentos pelos alunos. Vale ressaltar, que em alguns

cursos o conteúdo programático não inclui uso de laboratórios e equipamentos.

Contudo, neste item foi questionado o uso da biblioteca, levando-se em conta a

informação de que alunos que não são da graduação não podem retirar livros da

biblioteca, permite compreender os motivos para que as respostas tivessem estes

índices no gráfico. Outro fato que merece ser destacado é o uso inadequado dos

equipamentos eletrônicos pelos docentes, conforme apontado na pesquisa. Foram

questionados as condições favoráveis para a aprendizagem com relação ao espaço

físico, os recursos audio-visuais, o conforto e a localização. A satisfação se manteve

num índice bom, chegando a 92% quando somados os conceitos muito satisfeito e

satisfeito. É importante destacar que na fase de observação em sala de aula, pode-

se perceber que a estrutura para o curso “CI” é muito satisfatória, o espaço físico é

adequado, o local é ventilado e silencioso; e entre outras coisas, durante um

intervalo de 30 minutos foi oferecido um coffee break aos alunos, pois as aulas

aconteceram no período das oito horas da manhã ao meio dia. Na avaliação docente

pelo aluno, apesar de 51% se considerarem muito satisfeito e 37% satisfeitos, o

48

estudo tem como premissa se ater nos índices negativos da pesquisa, portanto os

resultados de insatisfação e sem condições para responder correspondem aos

pontos abordados neste item que foram: interação aluno-professor no processo

ensino-aprendizagem; discussão dos resultados da avaliação com a classe e

atendimento extraclasse do professor.

A avaliação formal ao final do curso não é uma prática comum nos cursos

de extensão, na maioria das vezes o docente avalia o aluno informalmente, pela

participação ou por trabalhos realizados. Durante os levantamento documentais na

CCE foi solicitado cópias de avaliações ao docentes que ministraram cursos no

primeiro semestre, e, apenas um docente tinha aplicado avaliações, analisando

essas cópias tem-se a noção de que não existe uma reavaliação para os alunos que

tiveram um desempenho baixo, é a avaliação foi apenas para o docente cumprir uma

etapa do que estava na proposta do curso. Nenhum aluno de extensão é reprovado

por causa de avaliação, não existe um critério estabelecido para a nota de avaliação,

tendo em vista que o docente não promoveu uma reavaliação do aluno que teve um

mal desempenho.

Assim como nos outros itens um público pequeno, aproximadamente duas

ou três pessoas, manifestaram insatisfação ou desconhecimento da necessidade

dessas ações durante o curso. Dentro do item ensino-aprendizagem foram avaliados

os pontos: instrumentos de avaliação utilizados pelo docente; avaliação de acordo

com o objetivos; re-orientação para os erros cometidos no processo; a avaliação

permitiu saber se houve a aprendizagem e possibilidade de recuperação de algum

conteúdo perdido. O índice de insatisfeitos e daqueles que não tem condições para

responder somados chegam a 36%, um percentual preocupante se levarmos em

conta o número de 19 alunos respondentes, visto por este aspecto temos sete

pessoas insatisfeitas.

49

Para a auto-avaliação do aluno, o uso de um gráfico deixa mais claro o

comprometimento desses alunos com os cursos, e pode ajudar na identificação de

alguns pontos de insatisfação detectados até aqui.

Figura 4. Auto-avaliação do aluno

Na auto-avaliação foram abordados pontos importantes com relação as

ações desses alunos, tais como: assiduidade; pontualidade; formação básica para o

curso; desempenho; realizar as atividades e estudos; ler as bibliografias

recomendadas; ter condições para colocar em prática o conteúdo aprendido;

participar dos grupos e colocar suas opiniões. Somandos os índices de insatisfação

e sem condições para responder, tem-se o percentual de 17%, pouco significativo

para o grupo pesquisado, em torno de três a quatro pessoas.

3 5 %

4 8 %

1 0 %7 %

0 %5 %

1 0 %1 5 %2 0 %2 5 %3 0 %3 5 %4 0 %4 5 %5 0 %

Au to -Av a lia çã o d o Alu n o

m uito s at is fe ito

s at is fe ito

ins at is fe ito

s em c ondiç ões parares ponder

50

4.2.5.2. Resultado da entrevista com docentes

Como explicitado anteriormente, a pesquisa foi aplicada aos professores

que ministraram cursos no primeiro e segundo semestres de 2006, num total de 34

questionários enviados por e-mail e um questionário aplicado em sala de aula. O

número de respondentes chegou a nove. Da mesma forma para os docentes a

tabela a seguir mostra os índices percentuais de cada item abordado na pesquisa.

Tabela 10. Entrevista com docentes

Item questionado muito

satisfeito Satisfeito Insatisfeito

sem condiçõespara responder

Proposta do Curso 58% 42% 0% 0%

Conteúdo das Aulas 57% 31% 0% 12%

Dinâmica das Aulas 70% 23% 0% 7%

Material de Apoio 51% 41% 4% 4%

Acesso a Laboratórios e Equipamentos 35% 28% 26% 11%

Infra-Estrutura 31% 42% 28% 0%

Avaliação do Aluno 48% 43% 8% 1%

Avaliação do Processo Ensino-

Aprendizagem 47% 47% 4% 2%

A tabela permite concluir que a maioria os docentes se mostraram muito

satisfeitos ou satisfeitos com a proposta do curso, a saber, a proposta do curso é

formulada pelos próprios docentes dos cursos, não há portanto a participação da

CCE ou do NUPEX, na definição das propostas de cursos, ou seja, que tipo de curso

deve ser oferecido.

51

A pesquisa deve manter uma atenção maior quanto a uma questão

importante que trata da aulas práticas fora da sala de aula. O percentual de 12%

para “sem condições para responder”, demonstra que muito docentes foram

sinceros, pois esta prática “fora da sala” normalmente não acontece nos cursos de

extensão, com exceção de cursos na área da saúde, como das faculdades de

medicina e odontologia, que é comum nesta área. Cabe ressaltar, que na percepção

dos docentes as dinâmicas utilizadas para as aulas está muito satisfatória para 70%,

mas há uma dúvida para 7% deles, que pôde ser notada em dois itens avaliados

neste assunto: a dinâmica das aulas inclui trabalho em grupo? e, na dinâmica os

alunos são incentivados a discutir? Apenas dois professores julgaram “sem

condições para responder” e um terceiro deixou todas as questões em “branco”,

podemos entender com esta atitude que este último não se sentiu seguro para

responder a questão e os outros dois assumiram uma prática que não é aplicada

durante o curso.

Neste item é importante destacar que quando o docente apresenta uma

proposta de curso, ele deve indicar as bibliografias que serão utilizadas e solicitar a

confecção de apostilas para o acompanhamento do curso pelo aluno, ou mesmo

outros materiais que julgar necessário. Para o item material de apoio a insatisfação

observada parte de dois tópicos abordados neste item, são eles: é indicada uma

bibliografia antes do início do curso? A apostila oferecida é suficiente?

A insatisfação está muito acima da média das outras respostas se no item

acesso ao laboratórios e equipamentos forem somados os índices de insatisfeito com

o índice sem condições para responder, teremos um percentual de 37%. Os motivos

foram insatisfação quanto ao tópicos abordados neste item: uso da biblioteca,

equipamentos em bom estado, disponibilidade de computadores, uso do laboratório

e a existência livros que atendam as necessidades. Para os docentes esta claro a

necessidade de melhorias nestes pontos que são importantes para a estrutura de um

52

curso de extensão. Assim como no uso dos equipamentos e laboratórios, a infra-

estrutura também tem um índice de insatisfação grande, que segundo as respostas

dos docentes, é causada pelos recursos audio-visuais, localização das salas, espaço

físico e conforto, portanto todos os itens tiveram pontuações de insatisfação. O

docente revela uma insatisfação com relação ao aluno, a partir do momento em que

há desinteresse em realizar as atividades com prazer; quando o aluno não valoriza a

prática; pela falta de assiduidade e pontualidade; quando o aluno não possui

conhecimento para a aprendizagem do assunto; quando os alunos não estão

estimulados a formar juízo crítico perante os assuntos abordados.

Um fato que merece ser comentado é uma questão abordada na pesquisa

que trata sobre o “conhecimento que o aluno possui para a aprendizagem do

assunto”, neste item houve insatisfação por parte de alguns docentes, porém no

formulário da proposta de curso, preenchido pelo docente, esta questão é

contemplada merecendo assim atenção do docente no preenchimento e posterior

seleção desses alunos antes do início do curso.

Outro esclarecimento necessário é que em situações de pesquisa,

principalmente quando há o envolvimento de questões como atuação profissional, a

tendência é uma supervalorização por parte do sujeito analisado.

Nota-se que apesar de um equilíbrio entre satisfeito e muito satisfeito,

alguns docentes tiveram uma percepção de que não são tão bons em suas atitudes

durante o processo ensino-aprendizagem, revelando que para esses docentes deve

haver uma atenção maior quanto aos itens: Há reorientação sobre erros cometidos

na avaliação do processo ensino-aprendizagem? A avaliação aplicada é suficiente

para conhecer o aprendizado alcançado? Há possibilidade de recuperação de algum

conteúdo não aprendido?

53

Da mesma forma, para os docentes a auto-avaliação merece destaque

num gráfico à parte com os percentuais levantados.

Figura 5. Auto-avaliação do docente.

Diferentemente dos percentuais do processo ensino-aprendizagem,

quanto a atuação docente, neste gráfico temos uma insatisfação ou

desconhecimento em torno de 12% se somados os dois últimos conceitos do gráfico.

A causa se deve aos itens que se referem ao atendimento extraclasse dado pelo

professor; recomendação de bibliografias aos alunos; oferecer atividades extraclasse

e corrigi-las em sala de aula; procedimentos didáticos favorecem o desempenho do

aluno; valorização da teoria e da prática durante todo o curso e auto-avaliação de

desempenho do docente ao final do curso.

O número reduzido de respostas docentes, não compromete o resultado

final da pesquisa, tendo em vista que foram utilizados outros instrumentos e

6 5 %

2 4 %

6 % 6 %

0 %

1 0 %

2 0 %

3 0 %

4 0 %

5 0 %

6 0 %

7 0 %

A u to -A v a lia ç ã o d o D o c e n te

m u it o s a t is fe i t o

s a t is fe i t o

in s a t is fe i t o

s e m c o n d iç õ e s p a rare s p o n d e r

54

levantamentos documentais sobre os cursos, que serão abordados nas próximos

fases da pesquisa.

4.2.6. Desempenho Docente e Auto-Avaliação

Para uma melhor coleta de dados e informações, a pesquisa contou

também com entrevistas aos docentes sobre desempenho e auto-avaliação. Para

esta entrevista foram utilizados questionários, enviados por e-mail pela CCE, para

todos os docentes dos cursos de extensão que ministraram aulas em 2006, o

questionário composto por 27 questões, permitirá uma análise qualitativa. Como dito

anteriormente, foram 16 cursos realizados no primeiro semestre e apenas um curso

no segundo semestre, portanto o número de questionários enviados chegou a 35,

contudo apenas cinco questionários foram respondidos e devolvidos para a CCE.

Tratar a questão de desempenho e auto-avaliação é muito complicado

dentro de uma instituição, principalmente pelo fato dos questionários terem sido

enviados pela coordenadoria, gerando algum tipo de desconfiança ou medo de se

expor perante àqueles que terão acesso às informações. Mas a pequena

participação nesta fase da pesquisa tem alguma contribuição que não deve ser

desprezada, como podemos observar no próximo gráfico.

55

Figura 6. Desempenho docente e auto-avaliação.

Analisando as pontuações dadas as respostas, observa-se que alguns

docentes se sentem insatisfeitos com algumas ações abordadas pelo questionário4:

− Discuti os objetivos do curso com a classe;

− Indiquei bibliografia para o curso;

− Indiquei bibliografia complementar;

− Variei os procedimentos didáticos, adequando-os ao conteúdo do curso;

− Orientei com clareza os trabalhos propostos;

− Apliquei trabalhos em grupo;

− Promovi debates sobre o assunto;

− Promovi a formação de juízo crítico pelos alunos;

− Avaliei os alunos na teoria e na prática;

− Os instrumentos de avaliação da prática permitiram conhecer se o curso atingiu seus objetivos;

4 Toda as questões abordadas no questionário de Desempenho e Auto-Avaliação podem ser conferidas nos anexos deste estudo.

D e s e m p e n h o d o c e n te / a u to -a v a lia ç ã o

6 6 %

2 0 %

7 % 7 %

e xce le n te

b o m

re g u la r

n e n h u m

56

− Utilizei os resultados da avaliação para repensar minha atuação docente;

− Discuti com a classe os resultados da avaliação;

− Reorientei os alunos que tiveram um resultado abaixo do esperado;

− Estive disponível para consultas extra-classe;

− Estou satisfeito com os resultados do curso.

Destes itens acima, nove foram julgados como regular e sete como

nenhum. É interessante e necessário anotar os assuntos abordados e considerados

nesta auto-avaliação do docente, para a compreensão da análise final deste estudo.

4.2.7. Levantamento Documental na CCE - Queixas de Alunos de 2004, 2005 e 2006

Dentre as propostas da Política de Extensão da PUC-Campinas se

encontra o Programa de Fomento, Acompanhamento e Avaliação da Extensão

Universitária, que tem por objetivo acompanhar e avaliar as atividades de Extensão,

sejam elas cursos, projetos, programas interdisciplinares ou atividades isoladas.

Neste contexto a Coordenadoria de Cursos de Extensão solicita a

aplicação de um instrumento de avaliação5 junto aos alunos dos cursos de

extensão, sempre ao final do curso. O instrumento aplicado conta com 11 itens a

serem avaliados, que buscam informações sobre os aspectos acadêmicos e de infra-

5 O Instrumento de Avaliação foi elaborado pela Coordenadoria de Cursos de Extensão é utilizado nos relatórios de avaliação institucional do MEC

57

estrutura organizacional dos cursos oferecidos, bem como, informações quanto à

relevância social dos mesmos.

O instrumento de avaliação conta também com duas perguntas abertas. A

primeira solicita sugestões para aprimorar o oferecimento dos cursos e a segunda

busca saber se o aluno recomendaria o curso para colegas, outros profissionais e

por quê.

Para a presente pesquisa foram utilizados os instrumentos de avaliação

dos anos de 2004, 2005 e 2006 da CCE. Neste sentido, para os levantamentos das

queixas ou reclamações dos alunos, utilizou-se somente a primeira questão das

perguntas abertas, que trata da sugestão de aprimoramento dos cursos, tendo em

vista que os alunos utilizam esta questão para descrever as insatisfações e queixas

com relação ao curso.

Tabela 11. Número de avaliações respondidas

Ano Quantidade

De Cursos

Nº de Avaliações

Respondidas

2004 9 204

2005 16 344

20066 16 343

Com base nos instrumentos de avaliação da CCE, foram relacionadas as

11 queixas mais freqüentes dos alunos de extensão, que afetaram direta ou

indiretamente o processo ensino-aprendizagem:

58

1. Faltou mais aulas práticas ou não teve, para vivenciar a realidade e a

aplicabilidade na vida profissional;

2. Faltou abordagem de outros temas pertinentes ao conteúdo;

3. Conteúdo foi pouco desenvolvido, não houve um aprofundamento;

4. Não houve indicação de bibliografias complementares para leitura

antes do início do curso, nem depois do curso;

5. Não foi permitido pela Universidade o uso da biblioteca para os

alunos de extensão, ou os que tiveram acesso não encontraram livros

atualizados sobre o assunto;

6. Não teve a participação de outros profissionais para enriquecer o

curso, ou houve participação muito pequena, não houve interatividade

entre os alunos e o docente;

7. Faltou didática do docente ou dinâmica para apresentação das aulas;

8. Curso com carga horária pequena não permitindo o aprofundamento

do conteúdo;

9. Faltou apostilas ou outros materiais didáticos para acompanhamento

do curso, ou material fornecido precisa ser melhorado;

10. Faltou aulas no laboratório de informática, ou equipamentos usados

na sala de aula estavam em condições precárias, ou sala de aula

muito barulhenta;

11. Faltou o estudo de casos típicos, ou visitas à instituições, ou faltou

mais seminários, workshops para complementação.

6 Considerado apenas avaliações dos cursos de extensão que ocorreram no 1º semestre de 2006.

59

Nos instrumentos de avaliação às vezes as queixas assumem um caráter

quase particular, ou seja, no total de avaliações de alguns cursos ela pode aparecer

apenas uma vez, mas ao longo da pesquisa, ela aparece em outras avaliações com

uma freqüência muito marcante, disso depende também as diferentes áreas da qual

se originou o curso.

Para um entendimento quanto à evolução anual dessas queixas a tabela

a seguir mostra o percentual por ano das queixas relacionadas com os assuntos:

Tabela 12. Queixas mais freqüentes nos instrumentos de avaliação.

Queixas + freqüentes 2004 2005 2006

Dinâmica das aulas/didática 16% 19% 20%

Apostila do curso/CD/outros materiais 13% 6% 14%

Laboratório e equipamentos 11% 7% 6%

Aprofundar Conteúdo 11% 8% 6%

Aulas Práticas X Teoria 11% 17% 12%

Carga horária 10% 12% 26%

Outros temas 8% 5% 3%

Participação de convidados/interatividade 7% 9% 4%

Estudo de cases/Workshop/visitas 5% 12% 5%

Bibliografia 5% 2% 2%

Uso da Biblioteca 3% 3% 2%

Se os percentuais forem aplicados ao número de alunos respondentes de

cada ano das avaliações teremos um número muito alto de alunos com queixas, fato

60

preocupante para cursos de extensão quando este se caracteriza um aprimoramento

ou aperfeiçoamento profissional.

4.2.8. Observação em Sala de Aula

A observação é um dos elementos mais importantes para o trabalho de

diagnóstico e de intervenção do psicopedagogo dentro de uma instituição. Neste

sentido a observação neste estudo foi realizada durante as aulas do curso “CI” já

citado anteriormente.

A organização da sala de aula e a comunicação

Desde a chegada do professor e dos alunos, temos a primeira impressão

de que o clima em sala de aula é muito amistoso, e a relação professor-aluno parece

ser de muito entrosamento. Poucos alunos chegam atrasados e o professor é

pontual, pelo menos no dia da observação; a sala é muito organizada e a disposição

das cadeiras de alunos e mesa do professor facilita a interação entre eles. O

ambiente é confortável, silencioso e propicio para uma aula tranqüila.

“O professor é muito competente”, comenta uma das alunas, e durante a

aula o professor procura envolver os alunos com provocações que gerem discussões

e debates. Tem-se uma pequena participação nos debates, o assunto não gera

muita discussão, fazendo supor que faltam algumas informações mais específicas ao

aluno para poder opinar.

61

Os alunos demonstram grande interesse pela aula, “afinal de contas é um

curso muito procurado” relata um aluno na hora do intervalo. Ao que tudo indica, o

curso gera uma expectativa muito grande em todos eles, a maioria dos alunos são

funcionários de empresas multinacionais e aguardaram alguns meses para fazer este

curso.

Para ministrar a aula o professor faz uso de data-show e do quadro,

distribui xerox com assuntos complementares e também usa uma apostila com o

conteúdo abordado, desenvolvida pelo próprio docente e que os alunos receberam

logo no início do curso.

O professor discorre sobre os temas com conhecimento e de uma forma

muito clara e objetiva. Porém, durante a aula um pequeno grupo de alunos, a cada

novo assunto abordado, mostrava-se sempre numa posição questionadora,

querendo saber a melhor maneira de aplicar na prática o que estava sendo discutido.

Na tentativa de ajudá-los na compreensão, o professor com muita disposição

passava então a relatar outras possibilidades, ao final o grupo se aquietava,

assumindo uma posição de passividade, outros passaram uma sensação de

insatisfação com a explicação devolvida pelo professor. A sensação de insatisfação

chamou mais atenção depois de aplicar o questionário desta pesquisa com os alunos

em sala de aula; aqueles que tomaram uma posição questionadora foram os que

tiveram as respostas com maiores índices de insatisfação.

A dúvida quando não é eliminada leva o aluno a uma situação de

frustração e fracasso, e é exatamente nesta hora que o sujeito tende a desmotivar-

se. A motivação é algo fundamental para o ser humano, viver sem motivação é fazer

“as coisas” de qualquer jeito, viver sem perspectivas é trabalhar apenas para se

manter, terminar a faculdade só por causa do certificado, fazer um curso de extensão

62

só porque o chefe achou necessário. Estar motivado é estar aberto ao aprendizado,

as novas experiências, é ter esperanças de crescer, ser melhor e acima de tudo

vencer, seja em qualquer situação ou contexto. A desmotivação é a principal causa

de desistências no ensino, seja qual for a causa desta motivação, ela tem suas

implicações na vida acadêmica dos alunos de qualquer nível.

Da mesma forma o sujeito que está desmotivado pode começar num nível

muito baixo de motivação, mas quando ele começa a aprender e experimenta ter

êxito no que faz, passa a ser beneficiado de alguma forma e então o nível de

motivação se eleva. (Pfromm Netto, 1987, p.113)

A prática num curso de extensão certamente eleva a motivação e

podemos até dizer que a experiência de viver o que se está aprendendo também

levaria o aluno a aprendizagem significativa defendida por Ausubel. Quando o aluno

internaliza a teoria possui o que chamou de informações prévias e se posteriormente

conseguir fazer a relação dessas informações com a prática, ou seja, aplicar na

prática a teoria, podemos dizer sem dúvida que houve uma aprendizagem

significativa. O comentário de um aluno ao final da aula mostra a necessidade dessa

relação: “a aula é muito expositiva, teórica, queria mais prática”, essa expressão é

comumente destacada nos instrumentos de avaliações dos cursos de extensão

aplicado pela CCE.

O curso de “CI” requer algumas habilidades dos alunos e certos

conhecimentos profissionais. Numa rápida análise é possível pensar que os assuntos

tratados no curso de “CI” possam ser mais dificultoso para alunos de graduação,

principalmente para aqueles que ainda não trabalham na área ou não que possuem

as informações prévias. Outro fato interessante é a diferença de faixa etária desses

alunos, um misto de jovens iniciantes e pessoas mais velhas experientes. O que leva

63

à duas suposições: um melhor aproveitamento no curso daqueles com mais

experiências, ou ao contrário, os jovens podem ter mais chances de sucesso se já

trabalham na área e são empreendedores e se o público mais velho for composto por

pessoas que buscam novos conhecimentos almejando um cargo melhor. Partindo

do princípio de que dessas diferenças é que surgem as dificuldades de

aprendizagem em alguns cursos de extensão, torna-se vital conhecer o aluno e seus

conhecimentos prévios sobre o conteúdo que compõe o curso .

Finalizando esta fase da observação em sala de aula, cabe destacar

alguns tópicos importantes, os quais serão usados na análise final deste estudo: 1) O

ambiente é propício. 2) A interação aluno-professor é adequada em vários momentos

da aula. 3) Nas discussões alguns alunos demonstram não possuir informações mais

profundas para prosseguir. 3) Os alunos demonstram um grande expectativa em

relação ao curso. 4) O professor é rotulado, pelos alunos, como competente. 5) O

professor possui boa dinâmica e didática e utiliza de vários recursos para ministrar a

aula. 6) Existe um pequeno grupo de alunos que demonstram insatisfação em certos

momentos da aula. 7) A aula tem um enfoque mais teórico.

64

Capítulo V – Discussão e Conclusão

Esse estudo teve como premissa desvendar as queixas de dificuldades de

aprendizagem e analisar as relações do ensino teórico e prático e suas implicações

para os alunos de cursos de extensão. Os resultados do diagnóstico indicaram que

as queixas de dificuldade de aprendizagem nos cursos está principalmente

relacionada à aplicabilidade do conteúdo do curso na prática, independente da área

que o curso se origina. Para discutir esses resultados obtidos é necessário primeiro

algumas reflexões sobre a importância da prática nos cursos de formação continuada

para um público-alvo diversificado e com importantes particularidades.

Os dados coletados dos levantamentos documentais na CCE, das

observações em sala de aula e das entrevistas com alunos egressos, discentes e

docentes dos cursos, apontaram que existe uma série de fatores responsáveis pelas

queixas dos alunos que partem de diferentes cursos numa proporção razoável, mas

a frequência com que se repetem é preocupante, do ponto de vista da qualidade do

ensino que a instituição oferta aos seus alunos-clientes.

Fazendo uma relação entre as queixas encontradas nos instrumentos de

avaliação da CCE, mais as queixas dos outros levantamentos da pesquisa é possível

afirmar que o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem mostra uma

concentração maior de queixas na aplicabilidade do conteúdo que é ensinado nos

cursos. Isto pode ser explicado pelo fato, de que a maioria das pessoas quando se

matriculam num curso, estão cheias de expectativas, e passam a acreditar que a

simples participação nas aulas, bem como a realização dos exercícios dados pelo

professor e a leitura das bibliografias possam gerar automaticamente um

conhecimento, uma aprendizagem. Em contrapartida existem outros que imaginam

65

que um curso de extensão é algo em que se “põe a mão na massa”, por ser diferente

da graduação, onde a teoria impera.

A prática não necessariamente precisa ser o “fazer”, mas muitas vezes

“ver como fazer”, assim sugerido em muitas avaliações de cursos respondidas pelos

alunos, que dão muita importância para visitas a empresas ou instituições. O que a

maioria das pessoas não sabem, é que nem sempre as atividades práticas fazem

parte do conteúdo de um curso. Mas a necessidade da prática para aquisição do

aprendizado é um fator determinante que o docente precisa saber identificar no seu

curso, quando apresenta a proposta, a fim de adequar o conteúdo programático e

atender às expectativas proporcionando e facilitando o aprendizado. A avaliação não

precisa ser formal, mas que seja de uma forma facilitadora a fim de identificar se o

aprendizado realmente aconteceu.

A queixa da prática vem acompanhada de outras queixas pertinentes o

que causa o não desenvolvimento do potencial do aluno, pela falta de reciprocidade

entre os modos de ensinar e aprender ou pelas estratégias de ensino que não

condizem com as estratégias de aprendizagem do aluno.

O docente na auto-avaliação demonstrou confiança quanto ao

desenvolvimento da proposta do curso, pois ele é quem determina o público-alvo, ele

se permite acreditar que todos estarão num mesmo nível de conhecimento, mas é

preciso um cuidado, pois apesar dos alunos originarem de uma mesma área e

estarem num mesmo nível de formação, cada um tem uma particularidade especial -

o aluno traz consigo uma bagagem de ensino – passou por diferentes contextos

educacionais, frequentou escolas com diferentes concepções boa e más sobre

ensinar e aprender; e, numa sala de aula o docente encontra pessoas com

66

características diferentes, estilos de aprendizagem também diferentes, de diversos

grupos sociais, portadores de valores e aspirações.

Outro ponto importante na análise do diagnóstico é com relação ao uso da

biblioteca, esta questão parece ser puramente de política interna da instituição, pelo

fato dos alunos de extensão permanecerem por um período relativamente menor na

instituição do que os alunos de graduação. Contudo aqueles que são alunos da

graduação e participam de cursos de extensão acessam livremente a biblioteca com

a carteirinha da graduação.

A carga horária é uma questão elencada pelos alunos justamente pelo fato

de acreditarem, que se o tempo do curso fosse maior, se as aulas fossem em mais

dias ou até meses, eles aprenderiam muito mais e melhor. A problemática, no

entanto, não é a carga horária, mas sim um aprendizado que não foi completado de

alguma forma, que não foi significativo para o aluno.

Assim como a importância dos livros, os materiais como apostilas

geralmente reproduzidas pelos docentes, são alvo de críticas dos alunos, é uma

questão de falta de criticidade do docente. Ao escolher um material para reproduzir o

docente deve ser crítico o bastante para escolher um material com rigor.

Se formos capazes de criar algum mal-estar entre nossos leitores, de lhes

propiciar algumas incertezas, então o livro terá sido importante. Se pudermos fazer

isso, o livro terá rigor. (Paulo Freire; Ira Shor, 1986, p.14).

67

Finalizando a análise do diagnóstico, o processo ensino-aprendizagem

nos cursos de extensão precisa acontecer numa relação entre métodos específicos e

didáticos que pode ser compreendida pelo seguinte pensamento: “Assim, há vários

métodos de ensino determinados pelo seu objeto, mas há uma lógica que comanda a

apreensão da realidade pela inteligência, lógica essa que vai determinar a forma pela

qual se dá a mediatização da ciência e a mediatização do saber”. (Wachowicz, apud

Freitas, 1995, p.50).

A importância do diagnóstico psicopedagógico pode ser resumida na fala

de Weiss da seguinte forma:

Durante o diagnóstico psicopedagógico, é fundamental captar as relações de cada estímulo dado, seja verbal ou gráfico, com os possíveis vínculos existentes, positivos ou negativos, construídos pelo aprendiz na sua busca pessoal do conhecimento. (Weiss, 2006, p.122)

De acordo com a análise do diagnóstico é importante e necessário

algumas medidas de intervenção com vistas reestruturar os cursos de modo a

provocar mudanças no atual cenário que se apresenta para os cursos de extensão.

Estas medidas devem figurar na seguinte ordem de execução:

1. A coordenação da CCE deve se reunir com os coordenadores dos

NUPEX, em particular, para discutir as propostas de cursos, que mais

apresentam queixas de prática, daquele centro, a fim de promover uma

conscientização da necessidade de análise de cada conteúdo

programático e estudo das melhores formas de apresentação para

estes cursos. Sendo que este processo de análise e estudo deva se

tornar uma rotina quando novas propostas forem encaminhadas para

aprovação do respectivo NUPEX, antes de serem encaminhadas para

a CCE;

68

2. O NUPEX junto ao docente da proposta, fará a análise dos conteúdos

programáticos e o estudo promovendo a reestruturação dos cursos,

inclusive na determinação do público-alvo e a descrição na divulgação

do curso das habilidades e conhecimentos que o aluno precisa ter para

participar de um curso de extensão, desta forma promoverá uma

seleção de alunos com as mesmas habilidades e conhecimentos para

então aplicar estratégias de ensino que possam motivar os alunos,

alcançar os objetivos do curso e uma aprendizagem mais significativa;

3. A CCE deve atentar no formulário da proposta de curso como se dará

a avaliação dos alunos no curso e exigir do docente o cumprimento

deste item, com posterior encaminhamento de cópias das avaliações

para análises dos resultados da coordenação da CCE e NUPEX;

4. Promover seminários de avaliação dos cursos, ao final do semestre,

para mostrar os resultados dos instrumentos de avaliação dos cursos e

discutir junto com o docente as ações para melhorias desses

resultados; a fim de tornar o docente um parceiro e imbuí-lo da co-

responsabilidade em manter a qualidade dos cursos da instituição;

5. A CCE deve junto aos órgãos competentes da instituição promover o

estudo de uma permissão para o uso da biblioteca e laboratórios pelos

alunos de extensão, criar uma carteirinha, não necessariamente como

da graduação, mas um documento que tenha a validade do período do

curso e possa dar acesso ao aluno em todas as dependências da

universidade, promovendo assim um acolhimento a esse público;

6. Criar na universidade um departamento de atendimento

psicopedagógico para os alunos da graduação, pós-graduação e

extensão, de forma a orientar e ajudar na orientação profissional, no

aspecto afetivo e outros mais que os alunos enfrentam quando passam

a fazer parte da universidade. Esta é uma forma da universidade

69

valorizar seu aluno, conhecê-lo e ajudá-lo nas dificuldades tanto

afetivas, cognitivas quanto familiares.

Considerações Finais

A motivação para a realização desta pesquisa se deu pelo trabalho que

venho desenvolvendo na CCE, especificamente no acompanhamento técnico dos

cursos de extensão, e, nas avaliações dos cursos percebi uma dificuldade do saber e

aprender do público que passa pelos cursos.

A percepção, que de algum modo permeou a realização deste trabalho

tem relação também com uma sensação de que não há a conscientização dos

docentes quanto às dificuldades dos alunos de cursos de extensão. A impressão que

fica é de que os docentes às vezes se sentem na obrigação de oferecer um curso de

extensão para poder ser ativo dentro da instituição, mostrar para ela que está

desenvolvendo algum trabalho com a extensão e manter uma espécie de status

produtivo.

Entretanto, se esquece a verdadeira razão de ser do docente; as horas

trabalhas, o cumprimento do programa, as funções administrativas e tantas outras

atividades não permitem um planejamento mais centrado no aluno. A preocupação

com o aprendizado do aluno fica para traz e levar a sério as manifestações dos

alunos é algo que precisa ser cultivado pelo docente, as pressões das instituições

não podem massacrar a ideologia daqueles que primam por um ensino de qualidade.

Quando o docente fizer da sala de aula, ou melhor do processo

pedagógico um ambiente para a pesquisa-ação, será possível ampliar sua

70

compreensão interpretativa da complexidade, da heterogeneidade e das

subjetividades dos sujeitos participantes.

Esta pesquisa-ação precisaria ser posta em prática deste o início da vida

escolar do sujeito, agindo desta forma se produziriam intervenções processuais

efetivas nas práticas escolares, o que geraria avaliações sobre a aplicabilidade dos

conteúdos, sobre quais metodologias seriam melhor adaptadas a uma determinada

instituição escolar, respeitando também as diferenças de cada uma delas, ou seja as

diferenças sociais do público de que é formada. Desta forma, a instituição de ensino

produziria pessoas pensantes, críticas e imbuídas de cidadania.

71

REFERÊNCIAS

BOTOMÉ, Sílvio Paulo. Extensão Universitária: é necessário superar equívocos,

identificar exigências, definir prioridades e ampliar perspectivas para a Universidade. In. Encontro Nacional de Extensão e Ação Comunitária. Florianópolis:

Univille, 2002, p.101.

BLOMM, Benjamin. Características humanas e aprendizagem escolar. Porto Alegre

– Rio de Janeiro: Globo, 1981

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988, disponível em: www.senado.gov.br . Acesso em 02 jun. 2006.

BRASIL. SINAES. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior: bases para uma nova proposta de avaliação da educação superior brasileira. Comissão

especial de avaliação. Brasília, set. 2003.

CHAUÍ, Marilena de Souza. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Editora

UNESP, 2001, p. 59.

CHAUÍ, Marilena de Sousa. A universidade em ruínas, In: TRINDADE, Hélgio

(Org.). Universidade em ruínas na república dos professores. Petrópolis – RJ:

Vozes, 1999, p. 217.

CHAUÍ, Marilena de Sousa. A universidade hoje. In: Praga: Estudos Marxistas. São

Paulo: Editora HUGITEC, n.6, 1998.

72

CUNHA, Luis Antônio. Reforma universitária em crise: gestão, estrutura e território. In. TRINDADE, Hélgio (Org.). Universidade em Ruínas - na república dos

professores. Petrópolis: Vozes, 1999, p.133.

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p. 192.

FÁVERO, M.L.A., A universidade brasileira em busca de sua identidade. Petrópolis: Ed. Vozes, 1977, p. 102. FREITAS, Luiz Carlos. Crítica da organização do Trabalho Pedagógico e da Didática. 5 ed. Campinas: Papirus, 1995. p.50

GENRO, Tarso e MOTA, Ronaldo. Entrevista para Revista Caros Amigos em 22.12.2004, disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em 02 jun. 2006.

FOREXT. Carta de Brasília. In: Encontro nacional de extensão e ação comunitária. Brasília: UCB, 2004b.

______. Carta de Campinas. In: Encontro nacional de extensão e ação comunitária. Campinas: PUCCAMP, 2005.

______. Carta de Florianópolis. In: Encontro nacional de extensão e ação comunitária. Florianópolis: Univille, 2004a.

PUC-Campinas. Instrução Normativa de Cursos de Extensão. Campinas, 2005

PFROMM NETTO, S. Psicologia da aprendizagem e do ensino. São Paulo:

E.P.U/EDUSP, 1987, p.113.

73

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de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p.14 e p.23.

WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnostica dos

problemas de aprendizagem escolar. 11 ed. ver. ampl. Rio de janeiro: DPÄ, 2006.

p. 122.

74

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

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– 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

MALUF, Sheila Diab. (org.). Reflexões sobre a prática docente. Maceió: Catavento,

1999

MINAYO, Maria Cecília de Souza. (org.) Pesquisa social. Teoria, método e criatividade. 21 ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

SCOZ, BEATRIZ. Psicopedagogia e Realidade Escolar: o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

PINTO, Silvia Amaral de Mello. (org.) Psicopedagogia: um portal para a inserção social. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

REGO, Tereza Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 14 ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

SHOR, Ira e FREIRE, Paulo. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 9 ed. Rio

de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org.) Técnicas de Ensino: por que não? 13 ed.

Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 1991.

75

ANEXOS

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Anexo A. Questionário Discentes Caro aluno, O objetivo deste questionário é conhecer a sua opinião sobre os cursos de extensão ministrados pela PUC-Campinas. As respostas fornecidas serão tratadas sigilosamente, mantendo-se o seu anonimato. As informações serão utilizadas apenas para dados estatísticos em trabalho de pesquisa institucional. Para responder as questões, basta colocar “X” em apenas uma coluna correspondente ao conceito de valor que julgar adequado para a questão, os conceitos terão a seguinte escala de valores: ( 1 ) muito satisfeito ( 2 ) satisfeito ( 3 ) insatisfeito ( 4 ) sem condições para responder

QUANTO À PROPOSTA DO CURSO 1 2 3 41. Conheço a proposta do curso? 2. O professor apresentou a proposta para a classe? 3. Os objetivos estão de acordo com a proposta do curso? 4. A proposta está de acordo com minha formação profissional? 5. A proposta ficou clara, não restando dúvidas?

QUANTO AO CONTEÚDO DAS AULAS 1 2 3 46. O conteúdo das aulas é coerente com a proposta do curso? 7. O conteúdo abordado tem sido suficiente? 8. A forma como o conteúdo está sendo apresentado facilita o aprendizado?

9. Foi indicada uma bibliografia como complemento? 10. O conteúdo abordado proporciona a relação teoria e prática? 11. As aulas práticas acontecem fora da sala de aula e são suficientes?

QUANTO À DINÂMICA DAS AULAS 1 2 3 412. A metodologia usada favorece a aprendizagem? 13. A dinâmica é coerente com a metodologia? 14. A dinâmica das aulas inclui o trabalho em grupo? 15. Na dinâmica há espaços para discussões? 16. Existe interação entre professor e alunos?

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QUANTO AO MATERIAL DE APOIO 1 2 3 417. É indicada uma bibliografia antes do início do curso? 18. A apostila oferecida é suficiente? 19. O material de apoio é bem elaborado? 20. O material de apoio está de acordo com a proposta do curso? 21. Além do material de apoio oferecido durante o curso, o professor oferece outros materiais?

ACESSO A LABORATÓRIOS E EQUIPAMENTOS 1 2 3 422. Os equipamentos e laboratórios estão em bom estado? 23. O laboratório é de fácil acesso e seu uso é livre? 24. A biblioteca pode ser usada sempre que necessário? 25. Os equipamentos como computadores estão sempre disponíveis? 26. Existem livros na biblioteca que atendem as necessidades? 27. O professor utiliza adequadamente os equipamentos eletrônicos?

AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 1 2 3 428. Os instrumentos utilizados para avaliar o conhecimento sobre os conteúdos do curso são adequados?

29. A avaliação adotada é coerente com os objetivos propostos? 30. Há reorientação sobre os erros cometidos na avaliação do processo ensino-aprendizagem?

31. O tipo de avaliação aplicada é suficiente para saber se ocorreu o aprendizado?

32. Há possibilidade de recuperação de algum conteúdo não aprendido?

AVALIAÇÃO DO PROFESSOR PELO ALUNO 1 2 3 433. A assiduidade e pontualidade são características do professor? 34. A interação professor-aluno favorece o processo ensino-aprendizagem?

35. Durante as aulas sou incentivado a participar, discutir e expressar minhas idéias?

36. Sou estimulado a formar juízo crítico perante os assuntos abordados? 37. O professor demonstra domínio do conteúdo do curso? 38. Na apresentação do assunto o professor possui clareza? 39. O professor orienta o aluno na realização de atividades práticas? 40. O professor foca a teoria e a prática com a mesma importância? 41. Na avaliação o professor divulga e discute em classe os resultados? 42. O professor se mostra disponível para atendimento extraclasse

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AUTO-AVALIAÇÃO DO ALUNO 1 2 3 443. Sou assíduo às aulas? 44. Sou pontual às aulas? 45. Possuo a formação básica e exigida para este curso? 46. Tenho apresentado bom desempenho no curso com relação ao processo ensino-aprendizado?

47. Procuro estudar e realizar todas as atividades solicitadas nas aulas? 48. Procuro ler todas as bibliografias recomendadas? 49. Consigo ter condições para aplicar o conteúdo na prática? 50. Procuro participar dos grupos e discussões e colocar minha opinião?

INFRA-ESTRUTURA 1 2 3 451. O espaço físico (sala de aula) está de acordo com as necessidades do curso (espaço e equipamentos)?

52. Todos os recursos audio-visuais estão em uso e boas condições? 53. As salas e os móveis são confortáveis? 54. A localização das salas de aula é adequada facilitando o aprendizado (local silencioso e sem movimentação de pessoas)?

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Anexo B. Questionário Docente Caro professor, O objetivo deste questionário é conhecer a sua opinião sobre os cursos de extensão ministrados pela PUC-Campinas. As respostas fornecidas serão tratadas sigilosamente, mantendo-se o seu anonimato. As informações serão utilizadas apenas para dados estatísticos em trabalho de pesquisa institucional. Para responder as questões, basta colocar “X” em apenas uma coluna correspondente ao conceito de valor que julgar adequado para a questão, os conceitos terão a seguinte escala de valores: ( 1 ) muito satisfeito ( 2 ) satisfeito ( 3 ) insatisfeito ( 4 ) sem condições para responder

QUANTO À PROPOSTA DO CURSO 1 2 3 41. A proposta do curso é objetiva? 2. A proposta foi apresentada para a classe? 3. Os objetivos do curso estão de acordo com a proposta inicial? 4. A proposta está de acordo com a formação profissional dos alunos? 5. A proposta ficou clara para os alunos, não restando dúvidas?

QUANTO AO CONTEÚDO DAS AULAS 1 2 3 46. O conteúdo das aulas é coerente com a proposta do curso? 7. O conteúdo abordado tem sido suficiente? 8. A forma como o conteúdo está sendo apresentado facilita o aprendizado?

9. Foi indicada uma bibliografia como complemento? 10. O conteúdo abordado proporciona a relação teoria e prática? 11. As aulas práticas acontecem fora da sala de aula e são suficientes?

QUANTO À DINÂMICA DAS AULAS 1 2 3 412. A metodologia usada favorece a aprendizagem? 13. A dinâmica é coerente com a metodologia? 14. A dinâmica das aulas inclui o trabalho em grupo? 15. Na dinâmica os alunos são incentivados a discutir? 16. Existe interação entre professor e alunos?

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QUANTO AO MATERIAL DE APOIO 1 2 3 4

17. É indicada uma bibliografia antes do início do curso? 18. A apostila oferecida é suficiente? 19. O material de apoio é bem elaborado? 20. O material de apoio está de acordo com a proposta do curso? 21. Ofereço ao alunos outros materiais para consulta?

ACESSO A LABORATÓRIOS E EQUIPAMENTOS 1 2 3 422. Os equipamentos e laboratórios estão em bom estado? 23. O laboratório é de fácil acesso e seu uso é livre? 24. A biblioteca pode ser usada sempre que necessário? 25. Os equipamentos como computadores estão sempre disponíveis? 26. Existe livros na biblioteca que atendem as necessidades? 27. Sei utilizar todos os equipamentos eletrônicos?

AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 1 2 3 428. Os instrumentos utilizados são adequados para avaliar o conhecimento sobre o conteúdo do curso?

29. A avaliação adotada é coerente com os objetivos propostos? 30. Há reorientação sobre os erros cometidos na avaliação do processo ensino-aprendizagem?

31. A avaliação aplicada é suficiente para conhecer o aprendizado alcançado?

32. Há possibilidade de recuperação de algum conteúdo não aprendido?

AVALIAÇÃO DO ALUNO PELO PROFESSOR 1 2 3 433. A assiduidade e pontualidade são características dos alunos? 34. A interação professor-aluno favorece o processo ensino-aprendizagem?

35. Durante as aulas percebo que os alunos estão motivados a participar, discutir e expressar as idéias?

36. Percebo que os alunos estão estimulados a formar juízo crítico perante os assuntos abordados?

37. Os alunos mostram interesse e realizam as atividades com prazer? 38. Os alunos possuem conhecimento para a aprendizagem do assunto? 39. Os alunos realizam atividades práticas demonstrando assimilação do que foi ensinado na teoria?

40. O aluno dá a mesma importância para a prática e a teoria? 41. Os alunos requisitam atendimento extraclasse? 42. O assunto provoca naturalmente a interação entre os alunos?

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AUTO-AVALIAÇÃO DO PROFESSOR 1 2 3 443. Procurei criar um clima favorável à participação? 44. Estou sempre disponível para atendimento extraclasse? 45. Procuro manter o conteúdo do curso atualizado 46. Percebo que os procedimentos didáticos adotados no curso tem favorecido o desempenho dos alunos?

47. Procuro oferecer atividades extraclasse e corrigir com eles em sala? 48. Sempre recomendo outras bibliografias? 49. Avalio meu desempenho sempre ao final do curso? 50. Valorizo a relação teoria e prática durante todo o curso?

INFRA-ESTRUTURA 1 2 3 451. O espaço físico está de acordo com as necessidades do curso (espaço e equipamentos)?

52. Todos os recursos audio-visuais estão em uso e boas condições 53. As salas e os móveis são confortáveis? 54. A localização das salas de aula é adequada facilitando o aprendizado (local silencioso e sem movimentação de pessoas)?

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Anexo C. Questionário Aluno Egresso Prezado Sr(a), Através desta pesquisa a PUC-Campinas pretende definir o perfil dos seus alunos dos Cursos de Extensão. Sua participação é muito importante para a qualificação e valorização desses cursos. As informações fornecidas serão tratadas sigilosamente, mantendo-se o seu anonimato e serão utilizadas apenas para dados estatísticos em trabalho de pesquisa institucional. Desde já agradecemos sua participação e colaboração. Coordenadoria de Cursos de Extensão. Para responder as questões, basta colocar um “X” na opção que julgar adequada.

INFORMAÇÕES PESSOAIS DO ALUNO

Ano em que concluiu o Curso de Extensão: _________ Área do Curso: ( ) Humanas ( ) Exatas ( ) Ambientais ( ) Tecnologia

Durante o curso

Após o curso

Situação profissional: ( ) empregador ( ) empregado ( ) autônomo ( ) desempregado (há_____ meses)

Situação profissional: ( ) empregador ( ) empregado ( ) autônomo ( ) desempregado (há_____ meses)

Tipo de empresa: ( ) estatal ( ) industrial ( ) comercial ( ) bancária ( ) prestação de serviços ( ) outros

Tipo de empresa: ( ) estatal ( ) industrial ( ) comercial ( ) bancária ( ) prestação de serviços ( ) outros

Cargo / função / tipo de ocupação ( ) Diretor ( ) Presidente ( ) Gerente ( ) Sócio ( ) Supervisor ( ) Autônomo ( ) Execução ( ) Assessoria ( ) outros

Cargo / função / tipo de ocupação ( ) Diretor ( ) Presidente ( ) Gerente ( ) Sócio ( ) Supervisor ( ) Autônomo ( ) Execução ( ) Assessoria ( ) outros

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INFORMAÇÕES SOBRE O CURSO

Pontue as questões abaixo com os seguintes conceitos:

( 1. Excelente 2. Bom 3. Regular 4. Nenhum)

Currículo do curso ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Integração entre os alunos durante o curso ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Conteúdo do curso permitiu introduzir novas técnicas ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Aplicabilidade na carreira profissional ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Relação entre aulas teóricas e práticas ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Desempenho do professor em sala de aula ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Conhecimento e domínio do professor sobre a matéria ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Seu aproveitamento no curso ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Desenvolvimento da carreira após o curso ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Infra-estrutura para aulas (salas, equipamentos, etc) ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

Atendimento ao aluno (secretaria, Coordenadoria de Cursos) ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

No geral você classifica o curso ( ) 1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4

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Anexo D. Questionário Desempenho Docente e Auto-Avaliação Prezado Prof.(a) Este questionário sobre os Cursos de Extensão da PUC-Campinas, faz parte de uma pesquisa da Coordenadoria de Cursos de Extensão, as informações colhidas serão tratadas sigilosamente, não divulgadas individualmente e utilizadas estatisticamente para pesquisa institucional.

Centro: _______________________ Faculdade:__________________________________________ Nome do(s) Curso(s) de Extensão que ministra aula:________________ Para responder, utilize um dos conceitos numéricos abaixo: (1. Excelente, 2. Bom, 3. Regular, 4. Nenhum)

Variáveis Conceito

1. Fui pontual

2. Fui assíduo

3. Possuo pleno conhecimento e domínio da disciplina

4. Apresentei os objetivos do curso para a classe

5. Discuti os objetivos do curso com a classe

6. Cumpri a proposta do curso e os objetivos

7. Indiquei bibliografia para o curso

8. Indiquei uma bibliografia complementar

9. Variei os procedimentos didáticos, adequando-os ao conteúdo do curso

10.Estabeleci relação entre a teoria e a prática

11.Orientei com clareza os trabalhos propostos

12.Apliquei uma avaliação ao final do curso

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13.Apliquei trabalhos em grupo

14.Promovi debates sobre o assunto

15.Promovi a formação de juízo crítico pelos alunos

16.Usei outros métodos avaliativos no decorrer do curso

17.Avaliei os alunos na teoria e na prática

18.Os instrumentos de avaliação da prática permitiram conhecer se o curso atingiu seus objetivos

19.Utilizei os resultados da avaliação para repensar minha atuação docente

20.Os resultados das avaliações foram entregues em tempo hábil

21.Discuti com a classe os resultados da avaliação

22.Reorientei os alunos que tiveram um resultado abaixo do esperado

23.Estive disponível para consultas extra-classe

24.Procuro avaliar o curso a cada novo oferecimento

25.Procuro atualizar o conteúdo programático do curso a cada oferecimento

26.Estou satisfeito com os resultados do curso

27.Estou satisfeito com a infra-estrutura oferecida para o curso