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DIFERENÇAS SALARIAIS POR GÊNERO INTRA-OCUPACÕES NO PARANÁ RESUMO: A desigualdade de rendimentos entre profissionais que exercem a mesma função é marcante no Brasil. Acredita-se que os indivíduos que estão alocados nos mesmo grupos ocupacionais possuem produtividade similar, dessa forma, não deviria haver grande disperção entre os salários quando se faz o recorte de gênero. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é verificar quanto dessa diferença se deve a aspectos produtivos e quanto a aspectos não produtivos, que geralmente é interpretado como discriminação. Para isto, a metodologia utilizada foi a de Oaxaca, além disso apresenta-se algumas estatísticas descritivas. O banco de dados utilizado foi o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD de 2014. Os principais resultados mostraram que o componente atribuído a discriminação na maioria das ocupações explica em sua totalidade o diferencial de rendimento entre os gêneros. A desvalorização da mão de obra feminina entre ocupações, infelizmente, ainda persiste no mercado de trabalho brasileiro. Apesar de vir perdendo força nos últimos anos, ainda há muito o que ser feito neste sentido. Palavras-chave: Desigualdade; Discriminação Ocupacional; Mercado de Trabalho. ABSTRACT: The difference of incomes between workers with the same occupations is remarkable in Brazil. Following this statement, the objective of this research is to verify how much of the difference is due productive aspects and how much is explained by non-productive aspects, which are normally understood by discrimination. To achieve that the methodology applied was the Oaxaca and some descriptive statistics are presented. The database is composed by PNAD 2014. The main results showed the components linked to discrimination in most of occupations explain in full the differential of incomes between genders. The devaluation of women’s work unfortunately remains in Brazilian labor market. Although diminish in the last few years, there is a lot to be done in this matter. Key-words: Inequality; occupational discrimination; labor market. 1. INTRODUÇÃO A desigualdade de renda recebida no mercado de trabalho possui duas explicações: a) diferenças de produtividade e b) discriminação ou segmentação na remuneração de trabalhadores com produtividades iguais. No primeiro caso é natural que os trabalhadores com maior nível de escolaridade e experiência sejam mais produtivos e recebam maiores remunerações. Nesse caso, o mercado de trabalho age como revelador das desigualdades educacionais preexistentes na sociedade. No segundo caso, a desigualdade de remuneração é fruto do processo de discriminação e/ou segmentação. O mercado de trabalho discrimina

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DIFERENÇAS SALARIAIS POR GÊNERO INTRA-OCUPACÕES NO

PARANÁ

RESUMO: A desigualdade de rendimentos entre profissionais que exercem a mesma função é

marcante no Brasil. Acredita-se que os indivíduos que estão alocados nos mesmo grupos

ocupacionais possuem produtividade similar, dessa forma, não deviria haver grande disperção

entre os salários quando se faz o recorte de gênero. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é

verificar quanto dessa diferença se deve a aspectos produtivos e quanto a aspectos não

produtivos, que geralmente é interpretado como discriminação. Para isto, a metodologia

utilizada foi a de Oaxaca, além disso apresenta-se algumas estatísticas descritivas. O banco de

dados utilizado foi o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD de 2014. Os

principais resultados mostraram que o componente atribuído a discriminação na maioria das

ocupações explica em sua totalidade o diferencial de rendimento entre os gêneros. A

desvalorização da mão de obra feminina entre ocupações, infelizmente, ainda persiste no

mercado de trabalho brasileiro. Apesar de vir perdendo força nos últimos anos, ainda há muito

o que ser feito neste sentido.

Palavras-chave: Desigualdade; Discriminação Ocupacional; Mercado de Trabalho.

ABSTRACT: The difference of incomes between workers with the same occupations is

remarkable in Brazil. Following this statement, the objective of this research is to verify how

much of the difference is due productive aspects and how much is explained by non-productive

aspects, which are normally understood by discrimination. To achieve that the methodology

applied was the Oaxaca and some descriptive statistics are presented. The database is composed

by PNAD 2014. The main results showed the components linked to discrimination in most of

occupations explain in full the differential of incomes between genders. The devaluation of

women’s work unfortunately remains in Brazilian labor market. Although diminish in the last

few years, there is a lot to be done in this matter.

Key-words: Inequality; occupational discrimination; labor market.

1. INTRODUÇÃO

A desigualdade de renda recebida no mercado de trabalho possui duas explicações: a)

diferenças de produtividade e b) discriminação ou segmentação na remuneração de

trabalhadores com produtividades iguais. No primeiro caso é natural que os trabalhadores com

maior nível de escolaridade e experiência sejam mais produtivos e recebam maiores

remunerações. Nesse caso, o mercado de trabalho age como revelador das desigualdades

educacionais preexistentes na sociedade. No segundo caso, a desigualdade de remuneração é

fruto do processo de discriminação e/ou segmentação. O mercado de trabalho discrimina

quando remunera de forma diferenciada homens e mulheres ou brancos e negros com a mesma

produtividade. O mercado de trabalho é segmentado quando remunera de forma diferenciada

trabalhadores que são perfeitamente substituíveis no processo de produção. Neste caso, o

mercado de trabalho age como gerador das desigualdades de rendimentos (KASSOUF, 2000;

LOUREIRO, 2003; BARROS et al, 2007).

Apesar das mulheres possuírem em média mais anos de estudos que os homens, elas

continuam recebendo salários inferiores, sendo a maior parte dessa diferença é explicada pela

discriminação. Até mesmo quando as mulheres realizam o mesmo trabalho recebem remuneção

inferior à deles (MATOS e MACHADO, 2007). Na investigação das causas da desigualdade

salarial, tornou-se frequente o diagnóstico de que a desvalorização do trabalho feminino seria,

principalmente, devido a inserção ocupacional que os homens e as mulheres estão sujeitos. As

mulheres teriam remunerações menores por usualmente se dedicarem a atividades ligadas aos

cuidados e à reprodução da força de trabalho (serviços, domésticos, saúde e educação) e a

funções de apoio e execução. A população masculina se ocupa, com maior frequência, na

produção, construção, no ramo terciário especializados no suporto à geração de riqueza (crédito,

logística etc.) e desempenham funções de direção e planejamento. Assim as ocupações

masculinas seriam mais pretigisdas e valorizadas. Nesse sentido, esta pesquisa tem como

objetivo principal investigar as diferenças salariais encontrada em grupos ocupacionais

selecionados no mercado de trabalho paranaense (PED, 2014).

A elaboração de políticas públicas que combata eficientemente as desigualdades

salariais por gênero deve distinguir o que é discriminação salarial do que é segregação

ocupacional e qual dos dois está prejudicando mais as mulheres no mercado de trabalho. No

primeiro caso, as mulheres estão ganhando salários menores para os mesmos tipos de trabalhos

realizados por homens. Assim, a mulher será remunerada abaixo de sua produtividade. Já a

explicação de como ocorre a segregação ocupacional é mais complexa e envolve outros fatores.

Nesse caso, ocorre a internalização de estereótipos culturais de gênero pelas próprias mulheres

que afetam as escolhas individuais delas (FRESNEDA, 2007).

Para atingir o objetivo proposto, optamos por trabalhar o tema em quatro seções, além

da presente introdução. Na seção 2, apresentamos uma revisão da literatura sobre a situação da

mulher no mercado de trabalho. A seção 3, por sua vez, foi destinada à apresentação da

metodologia utilizada. A seção 4 foi destinada para a apresentação dos resultados e discussões

e por fim, na seção 5 apresentam-se as considerações finais.

2. A SITUAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

A participação das mulheres no mercado de trabalho apresentou expressivo crescimento

a partir dos anos 1970, devido ao processo industrialização e urbanização, e continuou

apresentando taxas crescentes de participação até os dias atuais (IKEDA, 2000; QUEIROZ e

MOREIRA, 2009; QUIRINO, 2012). De acordo com dados apresentados por Alves (2013), a

taxa de atividade feminina era de 18,5% em 1970, aumentando para 48,9% em 2010, já a taxa

de atividade masculina era de 71,8% em 1970 caindo para 67,1% em 2010.

No Brasil, a entrada das mulheres no mercado de trabalho ocorreu principalmente no

setor de serviços, em atividades de escritório (funções burocráticas) e em outros serviços, onde

se destaca o serviço doméstico. As características do desenvolvimento econômico brasileiro

foram elementos importantes na determinação dos espaços a serem ocupados pelas mulheres

no mercado de trabalho. Assim, a expansão dos serviços públicos no processo de

industrialização brasileiro foi importante para o crescimento do emprego feminino nas áreas de

saúde, educação e na administração púbica, e indiretamente nas atividades de comércio e dos

serviços pessoais. De acordo com Melo (1998) o aumento da taxa de atividade das mulheres

levou a uma maior diversificação do mercado de trabalho, infelizmente esta diversificação não

significou uma desconcentração do trabalho feminino das atividades tradicionalmente exercidas

por elas, geralmente no setor de serviços e em ocupações que seriam extensões das atividades

domésticas.

No Brasil, uma das características mais marcantes do mercado de trabalho é a

persistência da diferença salarial de gênero, apesar de reduções do hiato salarial nos últimos

anos (LEME e WAJNMAN, 2000; SOARES, 2000; LAVINAS e NICOLL, 2005;

BRUSCHINI, 2007; MACHADO et al. 2007; BANDEIRA et al. 2009; QUEIROS e

MOREIRA, 2009; QUIRINO, 2012;). Nesse sentido, Hoffmann e Leone (2004, p. 37)

argumentam que:

A consolidação da participação da mulher no mercado de trabalho não se

reflete somente na aproximação por sexo das taxas de participação, mas

também na diminuição do hiato salarial entre homens e mulheres. Em 1981, o

rendimento médio do trabalho da mulher equivalia a 55,7% do rendimento

médio do trabalho do homem e essa relação passou a ser de 70,6% em 2002.

A discriminação no mercado de trabalho ocorre quando trabalhadores com

características produtivas similares, tais como: formação educacional, experiência e habilidade,

recebem salários ou tratamento diferenciado, por pertencerem a grupos que possuem certas

características pessoais, como sexo, raça, condição econômica, sem que estas tenham efeito

sobre a produtividade do trabalhador (BECKER, 1957).

Segundo Loureiro (2003, p.127), a discriminação no mercado de trabalho pode ser

classificada em quatro tipos: I) discriminação salarial “[...] significa que trabalhadores do sexo

feminino (negros) recebem salários menores do que do sexo masculino (brancos), fazendo o

mesmo trabalho”. II) discriminação de emprego “[...] ocorre quando mulheres e negros ficam

predominantemente em desvantagem no que se refere à baixa oferta de empregos, sendo,

portanto, os mais atingidos pelo desemprego”. III) discriminação de trabalho ou ocupacional

“[...] significa que mulheres (negros) têm sido arbitrariamente restringidas ou proibidas de

ocupar certas ocupações, mesmo que sejam tão capazes quanto os homens (brancos) de executar

esses trabalhos”. IV) discriminação do capital humano “[...] ocorre quando mulheres (negros)

têm menores oportunidades de aumentar sua produtividade, tais como educação formal ou

treinamento no trabalho”.

Ainda segundo o autor citado anteriormente, os três primeiros tipos de discriminação

são denominados de “postmarket discrimination” ou “discriminação direta”, porque elas são

encontradas no mercado de trabalho depois que os indivíduos foram inseridos. Já o último tipo

de discriminação é denominado de “premarket discrimination” ou “discriminação indireta”,

porque ocorre antes do indivíduo entrar no mercado de trabalho.

Segundo BARROS et al (1997) 80% das mulheres encontram-se em ocupações com

salários abaixo da média, enquanto que apenas 40% dos homens encontram-se nesta situação.

Além disso os autores mostraram que se o diferencial de salário por gênero intra-ocupacional

não existisse, o hiato salarial por gênero poderia ser reduzido em um terço. Cambota e Pontes

(2006) afirmam que o mercado de trabalho pode estar impedindo a entrada de mulheres em

cargos de melhor remuneração, o que contribui para o grau de feminização da pobreza.

Os trabalhos sobre diferenças salariais em geral analisam a diferença salarial devida a

tributos produtivos e também a diferença salarial devido a segregação dos postos de trabalho.

Esta pesquisa se diferencia das demais porque pretende analisar as diferenças salariais dentro

de grupos ocupacionais, dessa forma o aspecto da segregação ocupacional é deixado de lado e

busca-se evidenciar as diferenças salariais dentro de cada grupo ocupacional, assim será

possível identificar as ocupações que apresentam maior discriminação salarial de gênero.

Portanto, o foco principal desta pesquisa é verificar a existência ou não de discriminação de

gênero em grupos ocupacionais homogêneos.

3. METODOLOGIA

O propósito deste estudo é analisar o primeiro tipo de discriminação citada por Loureiro

(2003), ou seja, as diferenças salariais entre os trabalhadores que fazem o mesmo trabalho para

um período mais recente no qual irá privilegiar a análise intra-ocupacinal. Para isto, foram

utilizados dados da PNAD de 2014. Inicialmente, foram calculadas estatísticas descritivas das

variáveis. Em seguida, estimou-se equações mincerianas de salários. Posteriormente, foi

aplicado o método Oaxaca com o objetivo de verificar o nível de discriminação nas ocupações

selecionadas.

Nesta pesquisa foram estimadas duas equações mincerianas pelo método dos mínimos

quadrados ordinários. Uma para determinação de salários por gênero, e a segunda para

determinação de salário por gênero em cada ocupação. O modelo funcional da primeira equação

é a seguinte:

Ln w = β0 + β1Edu+ β2Exp + β3Exp² + β5H + β6B + β7Públi + β8Dire + β9Gerent+ β10Cienci

+ β11Servi + β12Agríco + β13Milita + B14Urb (1)

As variáveis Edu (anos de estudo), Exp e Exp² (experiência e experiência ao quadrado)

são as variáveis de capital humano. As variáveis H e B são binárias para o grupo de vantagem

de homem e branco, respectivamente. Foram excluídos da amostra os amarelos, indígenas e

sem declaração devido á baixa representatividade destes na amostra. Foram utilizadas a

seguintes categorias de ocupações: Públi (poder público), Dire (diretores), Gerent (gerentes e

supervisores), Cienci (Profissionais das ciências e artes), Servi (serviços administrativos),

Agríco (trabalhadores de atividade agrícolas), Milita (militares). A ocupação “técnicos” foi

excluída do modelo para evitar colinearidade. Por fim, foi inserida a variável binária Urb para

o meio geográfico urbano, esta variável mede os ganhos salariais dos trabalhadores residentes

no meio urbano sobre os trabalhadores que residem no meio rural.

A segunda equação para determinação de salário por gênero em cada ocupação é

apresentada a seguir:

Ln w = β0 + β1Edu+ β2Exp + β3Exp² + β4B + β5Urb (2)

Na equação (2) foram suprimidas da equação (1) as categorias de ocupações e grupo em

vantagem homem. Assim, aplicou-se a equação (2) para cada ocupação com o intuito de

verificar as diferenças entre coeficientes de cada ocupação por gênero.

Para fazer a seleção do banco de dados e análise estatística dos mesmos foi utilizada o

software Stata 13. Foi selecionada a população ocupada, residente no Estado do Paraná, com

idade entre de 18 a 75 anos. A escolha do Paraná justifica-se, uma vez que o estado se encontra

entre as últimas posições na classificação do Índice Nacional de Desigualdade de Gênero –

INDG.

Em estimação de equações de salário existe a possibilidade de viés de seleção amostral

devido a não observação de oferta de mão de obra de indivíduos cujo salário reserva se encontra

acima do salário oferecido pelo mercado. O procedimento para corrigir esse viés foi

desenvolvido por James Heckman e leva o sobrenome de seu criador, este procedimento

consiste em calcular uma equação de participação no mercado de trabalho (do tipo probit), esta

equação gera a razão entre a função de densidade amostral e a função de distribuição amostral

subtraída de uma unidade. Tal razão é conhecida como razão inversa de Mills e deve ser

adicionada como regressora da equação de determinação de salário (FIUZA-MOURA, 2015).

Esta pesquisa aplicou o procedimento de Heckman nas equações de determinação de salário,

contudo, estas não foram significativa. Desta forma, optou-se por descartar o procedimento.

Como o período analisado foi 2014, um dos motivos para o procedimento não ter sido

significativo pode ser os reflexos iniciais da crise brasileira, dessa forma os indivíduos poderiam

estar dispostos a entrar no mercado de trabalho a qualquer nível de salário, assim o salário

reserva não foi importante na decisão de entrar no mercado de trabalho.

A decomposição de Oaxaca (1973) é utilizada para avaliar quanto da diferença de

rendimentos pode ser explicada por diferenças de produtividades entres os sexos e quanto se

deve ao fato das mulheres receberem menos apenas por serem mulheres. Esta decomposição

consiste em segundo Leme e Wajnman (2000) em:

a) Estimar equações de salários tipo minercianas de homens e mulheres:

Ln wm = αm + βm i Xmi + µmi (3)

Ln wf = αf + βfi Xfi + µfi (4)

Em que ln w é o logaritmo do salário; α é o intercepto da regressão; X é o vetor das

variáveis de capital humano (que determina o rendimento do trabalho individual conforme a

produtividade do); β é o vetor dos coeficientes; e μ é o erro ou termo estocástico. Os subescritos

m e f representam as variáveis masculina e feminina. E o subscrito i representa o número de

indivíduos participantes da amostra.

A diferença entre as equações (3) e (4) é a diferença de rendimento entre os gêneros. A

barra sobre X indica o valor médio.

__ ___ ___ __ __

Δw = Lnwm – Lnwf = (αm – αf) + βmX m – βfXf (5)

Para aplicação da decompaosição de Oaxaca (1973) deve-se realizar uma subtração e

uma soma de uma média na equação (5), que é obtida pelo produto dos coefientes da regressão

das mulheres, o grupo em desvantagem, e a média dos atributos dos homens, o grupo em

vantagem1.

____ ____ __ __ __ __

Lnwm – Lnwf = (αm – αf) + βmX m – βfXf + βfXm – βfXm (6)

Após alguns ajustes na equação (6), obtem-se a seguinte equação para o modelo:

____ ____ __ __ __

Lnwm – Lnwf = (αm – αf) + Xm (βm –βf) + βf (Xm – Xf) (7)

Os termos (αm – αf) + Xm (βm –βf), indicam a diferenças de rendimentos devido a

discriminação salrial contra as mulheres, já o termo βf (Xm – Xf) mede as diferenças de

rendimentos devido as difernças de atributos produtivos entre os trabahadores, tais como

educação e experiência.

Em resumo, a metodologia adotada nesta pesquisa consiste em estimar as equações de

salário tipo minercianas e decompor o diferencial de salários através da decomposição de

Oaxaca para o modelo apresentado, com o objetivo de verificar a extência ou não de

discriminação dentro de cada ocupação selecionada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante décadas o mercado de trabalho foi predominantemente masculino, uma vez que

eles eram considerados os provedores da familia e a mulher cabia o papel de cuidar da casa e

dos filhos, contudo, nos últimos anos a taxa de atividade feminina vem crescendo, o que reflete

uma mudança no papel social da mulher. Apesar de que a grande maioria das mulheres ainda

enfrenta uma dupla jornada de trabalho (trabalho formal e o dosméstico), aos poucos esse tabu

1 Para mais informações ver: Silva e Kassouf (2000).

vem sendo quebrado, claro que ainda se está muito longe de uma igualdade de gênero de fato,

o importante é que esse caminho já começou a ser trilhado.

O estado do Paraná em 2014 possuía uma população de 11.105.410 habitantes, dos quais

5.461.803 correspondiam a população ocupada com idade entre 18 e 75 anos. Desse total,

3.065.897 eram homens ou 56,13% e 2.395.906 ou 43,87% eram mulheres. A Tabela 1 mostra

que a desigualdade de taxas de atividade entre os gêneros ainda persiste atualmente, com uma

diferença de aproximadamente 12 p.p.

Tabela 1 – Distribuição da população ocupada por gênero em 2014.

População Ocupada (PO) %

Mulheres 2.395.906 43,87

Homens 3.065.897 56,13

Total 5.461.803 100

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Na Tabela 2 é possível verificar a distribuição da população ocupada por ocupações

selecionadas. Observa-se que a grande maioria da população paranaense está trabalhando nos

Serviços com 63,96%, a segunda ocupação com maior percentual é a atividade Agrícola com

11,81%, já a terceira ocupação mais frequente é a das Ciências e Letras com 10,36%.

Tabela 2 – Distribuição da população ocupada segundo ocupações selecionadas em 2014.

Gerentes

Poder

Público Diretores Técnicos Militares Ciências Serviços Agrícolas Total

4,91% 0,19% 1,58% 6,60% 0,58% 10,36% 63,96% 11,81% 100,00%

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Como o objetivo desta pesquisa é verificar o grau de discriminação por gênero dentro

de cada ocupação, na Tabela 3 é possível verificar a taxa de atividade por gênero em cada

ocupação selecionada. Percebe-se que os homens são maioria em quase todas as ocupações,

exceto nas Ciências e Letras, onde as mulheres representam 65,13%. Esta é uma ocupação

tipicamente feminina. Uma ocupação masculina que apresenta um percentual muito elevado é

a de Militares com 90,30% de homens. As ocupações Agrícolas, Gerentes e Diretores também

apresentam uma taxa de atividade masculina muito acima da PO masculina com 65,15%, 64,17

e 62,29%, respectivamente. Já nas ocupações dos Serviços, Poder Público e Técnicos, as taxas

de atividade masculinas e femininas são bem mais próximas das taxas da PO de cada gênero.

Pode-se concluir que os homens apresentam taxas de atividades acima da média em ocupações

de maior prestígio e remuneração que as mulheres.

Tabela 3 – Distribuição da população ocupada segundo o gênero nas ocupações selecionadas

em 2014.

Gênero Gerentes

Poder

Público Diretores Técnicos Militares Ciências Serviços Agrícolas

Homens 64,17 54,19 62,29 53,58 90,30 34,87 57,10 65,15

Mulheres 35,83 45,81 37,71 46,42 9,70 65,13 42,90 34,85

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Uma das abordagens mais usadas para avaliar a magnitude das diferenças salariais no

mercado de trabalho consiste em comparar os rendimentos médios por hora trabalhada entre os

gêneros. A Tabela 4 mostra que os rendimentos médios por hora trabalhada das mulheres são

inferiores em todas a ocupações, principalmente na Agrícola, Poder Público e Diretores, nessas

ocupações o rendimento feminino corresponde a apenas 40%, 53% 55%, do rendimento

masculino, respectivamente (medido pela “Taxa” última linha da tabela). Assim, exceto na

ocupação Agrícola, as ocupações do Poder Público e Diretores são as que apresentaram os

maiores rendimentos por hora trabalhada, indicando que as mulheres ganham muito menos,

justamente nas ocupações que apresentam maiores remunerações. As ocupações que

apresentaram as menores diferenças salarias foram as dos Militares e Gerentes, na qual o

rendimento hora das mulheres correspondia a 95% dos homens militares e 87% dos homens

gerentes.

Tabela 4 – Rendimento médio em Reais por hora trabalhada das pessoas ocupadas segundo o

gênero em 2014.

Gênero Gerentes Diretores

Poder

Público Técnicos Militares Ciências Serviços Agrícolas

Homens 23,42 33,89 44,00 19,71 19,23 28,88 11,21 7,6

Mulheres 20,41 18,62 23,35 13,6 18,34 21,79 8,29 3,06

Taxa 0,87 0,55 0,53 0,69 0,95 0,75 0,74 0,40

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

A Tabela 5 apresenta as estimativas das funções de salário da mão de obra feminina e

masculina em 2014. Os resultados mostraram sinal positivo para a educação e experiência,

dessa forma, quando ocorre aumento nessas variáveis, tanto para homens como para mulheres,

os salários aumentam. Estes resultados condizem com os postulados da teoria do capital

humano.

Nota-se que o teste “t” foi altamente significativo, com os níveis de significância de 1%

e 5%, o que indica que as variáveis escolhidas explicam perfeitamente a variação do logaritmo

do salário hora. O valor do coeficiente de determinação R² indica que as variáveis explicativas

escolhidas para a análise explicam em 31,06% das mudanças da variável dependente (logaritmo

do salário hora) para o ano 2014.

Tabela 5 – Estimativas das funções de salário no mercado de trabalho paranaense por gênero

em 2014.

Variáveis Mulher Teste t Homem Teste t

Educação 0,048264 14,59** 0,046916 17,32**

Experiência 0,028403 9,93** 0,036099 16,06**

Experiência² -0,00047 -7,61** -0,00048 -11,08**

Branco 0,137836 6,77** 0,144068 8,06**

Urbano 0,159769 4,21** 0,13176 4,15**

Poder Público 0,512421 2,37** 0,817075 2,95**

Diretores 0,242134 2,34* 0,402256 2,49**

Gerentes 0,2798 3,87* 0,180826 3,38**

Ciências 0,302268 6,1** 0,301961 5,53**

Serviços -0,24901 -6,15** -0,29636 -7,57**

Militar 0,556426 5,7** 0,171048 2,24*

Agrícola -0,32265 -3,88** -0,52306 -9,94**

Constante 1,181543 16,53** 1,36214 21,38**

R2 0,3106 0,3198

Teste F 123,14 165,03

N° de

Observações 3853 5155

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014. Nota: * nível de significância de 5%. ** nível de significância de 1%

A Tabela 6 apresenta a decomposição de Oaxaca, usada para medir a diferença salarial

na ocupação de Gerentes. Observa-se que toda a diferença no salário hora foi devido a

discriminação, uma vez que 130,23% da diferença salarial não é explicada por características

produtivas e a diferença explicada foi de -30,23%, o sinal negativo desse coeficiente indica que

as mulheres possuem mais atributos produtivos que os homens nesta ocupação.

Tabela 6 – Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação de Gerentes em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 2,896249 -

Mulheres 2,702511 -

Diferença Total 0,1937373 -

Explica Total -0,0585687 -30,23%

Discriminação 0,252306 130,23%

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

A ocupação de Dirigentes foi uma das que apresentou maior diferença em termos de

salário hora como pode ser revisto na Tabela 4, em termos de discriminação foi a que apresentou

menor percentual, apesar de ainda ser elevado. A diferença salarial explicada por aspectos

produtivos foi 11,93%, isto significa que os homens possuem mais características produtivas

que as mulheres e assim parte da diferença salarial tem explicação com base na produtividade,

contudo o restante da diferença salarial não é explicado pelas características produtivas ocorre

simplesmente porque o trabalhador é do sexo feminino. Este percentual equivale a 88,07% e

pode ser verificado na Tabela 7.

Tabela 7 – Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação de Diretores em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 3,199969 -

Muheres 2,635411 -

Diferença Total 0,564558 -

Explica Total 0,067309 11,93%

Discriminação 0,497249 88,07

Com relação a ocupação do Poder Públicos não esperava-se encontrar discriminação,

uma vez que os salários são determinados por cargos, no entanto, pode ser verificado na Tabela

8 que foi justamente nesta ocupação que o componente atribuído a discriminação apresentou

maio valor, equivalendo a 160,17%. A diferença salarial devido aos atributos produtivos

correspondeu a -60,17%. Conclui-se a existência de discriminação hierárquica, ou seja, os

homens desta ocupação estão cargos que remuneram melhor e como o sinal da diferença

explicada foi negativo isto significa que eles tem menos atributos produtivos que elas, dessa

forma, se o trabalho fosse remunerado por produtividade as mulheres deveriam receber

remunerações maiores que os homens.

Tabela 8 – Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação de Poder Público em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 3,467644 -

Mulheres 2,950878 -

Diferença Total 0,516766 -

Explica Total -0,31097 -60,17%

Discriminação 0,827734 160,17%

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Na Tabela 9 apresenta-se os resultados para a ocupação de Técnicos, o componente

atribuído aos aspectos produtivos é responsável por 7,30% da diferença salarial. O restante da

diferença é atribuído ao componente de discriminação que totalizou 92,70%. Portanto, a maior

parte da diferença salarial dentro dessa ocupação não se deve a aspectos produtivos dos

trabalhadores, mas sim à características pessoais destes.

Tabela 9 – Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação de Técnicos em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 2,634411 -

Mulheres 2,337694 -

Diferença Total 0,296717 -

Explica Total 0,0216342 7,30%

Discriminação 0,2750828 92,70%

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

A ocupação de Ciências e Letras é a uma ocupação predominantemente feminina,

contudo, mesmo nesta ocupação o componente atribuído a discriminação é expressivo,

totalizando 100,78% como pode ser visto na Tabela 10. Isto significa que toda a diferença

salarial não é explicada por características produtivas, mas sim pela discriminação. O

componente que explica a diferença salarial apresentou coeficiente negativo, indicando que os

atributos produtivos das mulheres são maiores que dos homens.

Tabela 10– Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação de Ciências e Letras em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 3,048184 -

Mulheres 2,747492 -

Diferença Total 0,300692 -

Explica Total -0,00237 -0,78

Discriminação 0,303058 100,78

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Foi na ocupação agrícola que o salário médio por hora era extremamente baixo (ver

Tabela 5), assim, além do baixo salário das mulheres nessa ocupação, ainda se verificou um

elevado grau de discriminação. A Tabela 11 apresenta os resultados referente a ocupação

Agrícola, verificou-se que 4,91% da diferença salarial nesta ocupação é causada pela diferença

de atributos produtivos entre os gêneros. O componente não explicado pelas diferenças

produtivas foi de 95,09%.

Tabela 11 – Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação Agrícola em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 1,845188 -

Mulheres 1,643591 -

Diferença Total 0,201597 -

Explica Total 0,009906 4,91

Discriminação 0,191691 95,09

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Na Tabela 12 apresenta-se os resultados referente a ocupação de Serviços, as taxas de

atividade nesta ocupação é similar a taxa de ocupação geral. Novamente, percebe-se que o

componente atribuído a discriminação explica 105,92% da diferença salarial, ou seja, isto

significa que toda a diferença salarial é devido a discriminação, e além disso o componente

atribuído aos aspectos produtivos apresentou sinal negativo -5,92, indicando que as mulheres

nesta ocupação possuem mais características produtivas que os homens.

Tabela 12 – Decomposição de Oaxaca para diferença de rendimentos salariais entre homens e

mulheres na ocupação de Serviços em 2014.

Grupo Coeficiente Participação Relativa

Homens 2,195615 -

Mulheres 1,942688 -

Diferença Total 0,2529271 -

Explica Total -0,0149764 -5,92

Discriminação 0,2679035 105,92

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2014.

Os principais resultados encontrados por esta pesquisa foram que: Apesar da maior

inserção feminina no mercado de trabalho os homens continuam sendo a maioria da População

Ocupada (PO). A única ocupação onde as mulheres representam a maioria foi na ocupação da

ciências e letras, uma ocupação considerada tipicamente feminina. O rendimento por hora

feminino é inferior ao rendimento por hora masculino em todas as ocupações, principalmente,

nas ocupações que pagavam mais por hora trabalhada. Portanto, a desigualdade é maior

justamente nas ocupações que apresentam remunerações mais altas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A desigualdade de renda é uma característica marcante do mercado de trabalho

brasileiro, tornando-se um problema, à medida que trabalhadores com características produtivas

similares recebem remunerações diferenciadas com base em atributos pessoais tais como a cor

ou a raça. Esse artigo traz de novo o recorte ocupacional para a análise, possibilitando verificar

se a diferença salarial dentro de cada ocupação se deve à atributos produtivos ou não.

Ao longo dos últimos anos com o aumento da taxa de atividade feminina, o perfil da

mulher no mercado de trabalho modificou-se, agora a maioria delas são casadas e com filhos.

Isto reflete uma importante mudança na estrutura dessa sociedade ainda muito patriarcal. A

maior inserção e valorização da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho, refletem-se nas

Quadro 1 – Resumo dos resultados da decomposição de Oaxaca por ocupações

Ocupação Parte explicada Parte não Explicada

Gerentes -30,23% 130,23%

Diretores 11,97% 88,07%

Poder Público -60,17% 160,17%

Técnicos 7,30% 92,70%

Ciências e Letras -0,78% 100,78%

Agrícola 4,91% 95,09%

Serviços -5,92% 105,92%

reduções do hiato salarial entre os gêneros. No entanto, ainda há um grande caminho a ser

percorrido para sociedade mais igualitária.

Os principais resultados foram que independente da ocupação o componente atribuído

a discriminação é maior que 85%. Na maioria das ocupações não foi encontrado atributos

produtivos a favor do sexo masculino, ou seja, as mulheres possuíam mais atributos produtivos

que os homens. A ocupação do Poder Público apresentou o maior grau de discriminação, esta

discriminação é chamada de discriminação hierárquica. Os homens estão alocados nas

ocupações que apresentam maior prestígio e remuneração e até mesmo na ocupação que as

mulheres predominam (Ciências e Letras) o grau de discriminação encontrado foi

extremamente elevado.

Diante do resultado exposto por esta pesquisa, fica evidente a existência de

discriminação ocupacional no mercado de trabalho paranaense. Assim, apesar do Brasil ter

avançado em direção de uma maior igualdade entre os gêneros, ainda são necessárias ações

sérias e comprometidas do poder público que visem proporcionar melhores condições no acesso

à educação e igualdade no mercado de trabalho entre mulheres e homens, bem como políticas

que visem à redução da pobreza. Além disso, é necessário que a população como um todo se

conscientize de que a desvalorização da mão-de-obra feminina é algo que deve ser

urgentemente banido da sociedade.

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