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Esta obra contém: A parte Teórica do Direito Constitucional e Controle de Constitucionalidade. Texto oficial da Constituição comentado com os apontamentos jurisprudenciais e doutrinários. Leis 9.868/99 (Ação direta de inconstitucionalidade e Ação declaratória de constitucionalidade), 9.882/99 (Arguição de descumprimento de preceito fundamental), 11.417/06 (Súmulas vinculantes), 11.418/06 (Reper- cussão geral) e 12.562/11 (Representação interventiva). Resumos, dicas e orientações voltadas para concursos públicos. Questões de concursos anteriores para exemplificar a cobrança do conteúdo nas provas. Seleção das súmulas relevantes para provas de Constitucional feita pelo autor. Rio de Janeiro 2020 12ª edição atualizada até a EC 105/2019 norma maior de um ord namento jurídico, é del decorrem todas as dem mas. Sendo assim, é im cindível que todos que d estudar o Direito tenha bom conhecimento de s mandamentos. A presente obra é de anos de pesquisa sob temas de concursos púb dos mais variados exam todo o país, e surge da n dade de desmembrar os Poder Judiciário e da do majoritária sobre como mos entender cada uma normas e, sobretudo, o p cionamento das princip tituições organizadoras concursos públicos sobr disposições. Portanto, esta ob uma importante ferram para as pessoas que ade no estudo do Direito e e cialmente para os cand tos a certames públicos demais exames, cujas p exijam não só conhecim na área do Direito Cons nal, mas também nos d ramos, como o Penal, A nistrativo, Tributário, P denciário, entre outros, mesmo em matérias for campo estrito do Direit a Administração Públic Administração Finance Orçamentária. vítor cruz e Diego Degrazia nstituição é a norma maior de mento jurídico, é dela que decor- demais normas. Sendo assim, ível que todos que desejam reito tenham um bom conheci- us mandamentos. Constituição federal anotada para concursos

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Page 1: Diego Degrazia Constituição federal · – A parte Teórica do Direito Constitucional e Controle de Constitucionalidade. – Texto oficial da Constituição comentado com os apontamentos

Esta obra contém:

– A parte Teórica do Direito Constitucional e Controle de Constitucionalidade.– Texto oficial da Constituição comentado com os apontamentos jurisprudenciais e doutrinários.– Leis 9.868/99 (Ação direta de inconstitucionalidade e Ação declaratória de constitucionalidade), 9.882/99

(Arguição de descumprimento de preceito fundamental), 11.417/06 (Súmulas vinculantes), 11.418/06 (Reper-cussão geral) e 12.562/11 (Representação interventiva).

– Resumos, dicas e orientações voltadas para concursos públicos.– Questões de concursos anteriores para exemplificar a cobrança do conteúdo nas provas.– Seleção das súmulas relevantes para provas de Constitucional feita pelo autor.

Rio de Janeiro2020

12ª edição

atualizada até a EC 105/2019

A Constituição é a norma maior de um orde-namento jurídico, é dela que decorrem todas as demais nor-mas. Sendo assim, é impres-cindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conhecimento de seus mandamentos.

A presente obra é fruto de anos de pesquisa sobre temas de concursos públicos e dos mais variados exames em todo o país, e surge da necessi-dade de desmembrar os man-damentos constitucionais e organizá-los de forma que faci-lite a compreensão, esquemati-zando-os e trazendo-os a uma linguagem acessível a todos, além de mostrar a posição do Poder Judiciário e da doutrina majoritária sobre como deve-mos entender cada uma de suas normas e, sobretudo, o posi-cionamento das principais ins-tituições organizadoras de concursos públicos sobre tais disposições.

Portanto, esta obra é uma importante ferramenta para as pessoas que adentram no estudo do Direito e espe-cialmente para os candida-tos a certames públicos, ou demais exames, cujas provas exijam não só conhecimentos na área do Direito Constitucio-nal, mas também nos demais ramos, como o Penal, Admi-nistrativo, Tributário, Previ-denciário, entre outros, e até mesmo em matérias fora do campo estrito do Direito, como a Administração Pública e a Administração Financeira e Orçamentária.

vítor cruz e Diego Degrazia

A Constituição é a norma maior de um ordenamento jurídico, é dela que decor-rem todas as demais normas. Sendo assim, é imprescindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conheci-mento de seus mandamentos.

Constituiçãofederalanotada para concursos

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Copyright © Editora Ferreira Eireli, 2010-2020.

12ª edição, 2020.

Projeto de capa:Bruno Barrozo Luciano

Diagramação:Thais Xavier Ferreira

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer for-ma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907.

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

abdr ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS DIREITOS REPROGRÁFICOS

Respeite o direito autoral

CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

C965c12. ed.

Cruz, Vítor, 1984- Constituição Federal anotada para concursos / Vítor Cruz, Diego Degrazia. - 12. ed., atualizada até a EC 105/2019. - Rio de Janeiro : Ferreira, 2020. 848 p.

Inclui bibliografia ISBN 978-85-7842-413-8

1. Brasil. [Constituição (1988)]. 2. Direito constitucional - Brasil - Problemas, questões, exercícios. 3. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Degrazia, Diego. II. Título.

20-62903

CDU: 342(81)

Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária CRB-7/6439

Editora [email protected]

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“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”

Eclesiastes 3:1

“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.”

Provérbios 16:1

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V

Por se tratar de um assunto básico em qualquer concurso público, a Cons-tituição Federal é um material indispensável ao acervo de qualquer candidato.

Melhor do que simplesmente possuir a “norma seca”, é tê-la do jeito que se apresenta nesta obra: um texto de agradável leitura e entendimento, com expo-sições de doutrinas e jurisprudências de forma direta, objetiva e sem perder a profundidade. O concurseiro sente-se seguro, seja nas cobranças que exploram a literalidade ou nas que vão além, exigindo um conhecimento doutrinário ou jurisprudencial sobre o tema.

Para complementar o entendimento da Constituição Federal, há exer-cícios e questões muito bem escolhidos ao final de cada assunto, devidamente gabaritados e comentados.

É fácil constatar que esta obra é diferente das demais. A começar pelo autor, que viveu e continua vivendo a realidade dos concurseiros e atua como professor e orientador. Vítor Cruz entende as dificuldades do leitor, não o faz perder tempo e, em vez de simplesmente transmitir as informações, praticamente caminha com ele, ensinando, explicando e mostrando o que virá pela frente.

Um outro aspecto com que sempre me preocupo ao analisar um livro é a sua linguagem, principalmente nos livros de Direito, cujos autores por vezes usam desnecessariamente um vocabulário muito rebuscado.  Neste material, o lingua-jar é suave e de fácil aprendizado, no nível ideal para uma ótima compreensão.

Enfim, é um daqueles livros que me fazem pensar: “Por que eu não tinha um livro desse quando estudava?” Certamente minha vida teria sido bastante faci-litada naqueles já longínquos anos de estudo que se estenderam até 2006.

Alexandre Meirelles

Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo desde 2006, também aprovado em outros concursos da área fiscal.

Prefácio

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VII

§ – Parágrafo

§§ – Parágrafos

Adm. – Administração

Art. – Artigo

AL – Assembleia Legislativa

Aut. – Autarquia

ADIN (ou ADI) – Ação Direta de In-constitucionalidade

ADECON (ou ADC) – Ação Declara-tória de Constitucionalidade

ADPF – Arguição de Descumprimen-to de Preceito Fundamental

AGU – Advogado-Geral da União

Bacen – Banco Central do Brasil

BC – Base de Cálculo

BNDES – Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social

CC – Código Civil

CDC – Código de Defesa do Consu-midor

CE – Constituição Estadual

CF – Constituição da República Fede-rativa do Brasil

CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

CIP – Contribuição sobre Iluminação Pública

CN – Congresso Nacional

CNJ – Conselho Nacional de Justiça

CNMP – Conselho Nacional do Minis-tério Público

CP – Código Penal

CPC – Código Processual Civil

CPP – Código Processual Penal

CS – Contribuição Social

DF – Distrito Federal

DP – Defensoria Pública

DPU – Defensoria Pública da União

EC – Emenda Constitucional

ECA – Estatuto da Criança e do Ado-lescente

Est. – Estados Federados

EP – Empresa Pública

EPP – Empresa de Pequeno Porte

FFAA – Forças Armadas

FG – Fato Gerador

FGTS – Fundo de Garantia por Tem-po de Serviço

FP – Fundação Pública

FPM – Fundo de Participação dos Mu-nicípios

FPE – Fundo de Participação dos Esta-dos/Distrito Federal

HC – Habeas Corpus

HD – Habeas Data

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias

Índice de siglas e abreviaturas

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Constituição Federal anotada para concursos

VIIIVítor Cruz e Diego Degrazia

IE – Imposto de ExportaçãoIGF – Imposto sobre Grandes FortunasII – Imposto de ImportaçãoIOF – Imposto sobre Operações de Cré-dito, Câmbio, Seguro ou Valores Mo-biliáriosIPI – Imposto sobre Produtos Indus-trializadosIPTU – Imposto Predial e Territorial UrbanoIPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos AutomotoresIR – Imposto de RendaISS – Imposto sobre Serviços de Qual-quer Natureza ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens ImóveisITDCM – Imposto sobre Transmis-são de Bens ou Direitos por Doação ou causa mortisITR – Imposto Territorial RuralLC – Lei ComplementarLDO – Lei de Diretrizes OrçamentáriasLO – Lei OrdináriaLOA – Lei Orçamentária AnualMA – Maioria AbsolutaME – MicroempresaMP – Medida Provisória ou Ministério Público, conforme o caso.

MPU – Ministério Público da UniãoMS – Mandado de SegurançaMun. – MunicípiosOAB – Ordem dos Advogados do BrasilPE – Poder ExecutivoPF – Pessoa FísicaPGR – Procurador-Geral da RepúblicaPJ – Pessoa Jurídica ou Poder Judiciá-rio, conforme o caso.PL – Poder LegislativoPLDO – Projeto da Lei de Diretrizes OrçamentáriasPLOA – Projeto da Lei Orçamentá-ria AnualPPA – Plano PlurianualRFB – República Federativa do BrasilR. Esp. – Recurso Especial (STJ)R. Ex. – Recurso Extraordinário (STF)SEM – Sociedade de Economia MistaSTF – Supremo Tribunal FederalSTJ – Superior Tribunal de JustiçaSTM – Superior Tribunal MilitarTC – Tribunal de ContasTCU – Tribunal de Contas da União TCE – Tribunal de Contas do EstadoTSE – Tribunal Superior EleitoralTST – Tribunal Superior do Trabalho

T. Sup. – Tribunais Superiores

Observação: o termo “Adaptada” ao lado de algumas questões é para informar que não foi utilizada a questão em sua integralidade, mas apenas alguma asser-tiva que mencionou o assunto tratado.

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IX

Apresentação

A Constituição é a norma maior de um ordenamento jurídico, é dela que decorrem todas as demais normas. Sendo assim, é imprescindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conhecimento de seus mandamentos.

A presente obra é fruto de anos de pesquisa sobre temas de concursos públicos e dos mais variados exames em todo o país, e surge da necessidade de desmembrar os mandamentos constitucionais e organizá-los de forma que facilite a compreen-são, esquematizando-os e trazendo-os a uma linguagem acessível a todos, além de mostrar a posição do Poder Judiciário e da doutrina majoritária sobre como deve-mos entender cada uma de suas normas e, sobretudo, o posicionamento das prin-cipais instituições organizadoras de concursos públicos sobre tais disposições.

Portanto, esta obra é uma importante ferramenta para as pessoas que aden-tram no estudo do Direito e especialmente para os candidatos a certames públi-cos, ou demais exames, cujas provas exijam não só conhecimentos na área do Direito Constitucional, mas também nos demais ramos, como o Penal, Admi-nistrativo, Tributário, Previdenciário, entre outros, e até mesmo em matérias fora do campo estrito do Direito, como a Administração Pública e a Administração Financeira e Orçamentária.

Vítor Cruz

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Constituição Federal anotada para concursos

XVítor Cruz e Diego Degrazia

Foi com muita satisfação e alegria que recebi o convite do Vítor (Vampiro, para os amigos) para atualizar a sua obra mais famosa, a Constituição Federal Anotada para Concursos.

Confesso que, diante das diversas modificações ocorridas na Constituição Federal em 2019, fiquei um pouco receoso, tendo em vista a magnitude da tarefa. Entretanto, com o passar do tempo e o andar dos trabalhos, fui ganhando con-fiança e tendo diversas alegrias ao reler a Anotada do Vampiro.

O livro é simples, conciso e direto, mas não deixa de trazer todos os pon-tos necessários à realização de uma boa prova de Direito Constitucional. Ou seja, traz tudo o que um “concurseiro” precisa para obter notas altas na disciplina.

Digo reler, pois já fui um leitor assíduo do Anotada. A obra esteve comigo durante o início da minha carreira de professor. Era ela que me ajudava na hora do pavor pré-classe e das dores de cabeça e dúvidas do pós-classe.

Ademais, tive no Vítor um dos meus maiores incentivadores. Se não fosse a ajuda e a orientação do “Vampiro”, lá naquele início em 2010, eu muito prova-velmente não estaria aqui escrevendo essas linhas em 2020.

E que emoção me toma quando olho para trás e vejo esse ciclo sendo magis-tralmente fechado.

Já 10 anos se passaram dos nossos primeiros embates. Comecei com aulas presenciais, levando a Anotada como material de consulta. Ela me ajudou a enca-rar o medo e o suor frio do professor iniciante, e hoje posso retribuir à obra, ao me tornar Guardião de seu conteúdo.

Que fique aqui registrado meu agradecimento ao Vítor e à sua Obra.Espero que vocês gostem.

Diego Degrazia

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XI

Orientações para estudo

O estudo para concursos difere do estudo acadêmico, não pela profun-didade – já que muitas vezes é até maior –, mas por ser pautado em uma regra básica, a qual é resumida a uma única palavra: eficiência.

A eficiência a que nos referimos significa basicamente: acertar o máximo possível das questões cobradas, preparando-se com o menor esforço e o menor dispêndio de tempo possível.

Não confunda “menor esforço possível” com “vida fácil”, a aprovação em concursos requer comprometimento e perseverança. Porém, não é necessário que levemos anos e anos nesse ritmo para alcançar a aprovação.

Antes de passarmos às dicas efetivas para que os estudos sejam iniciados, reflita sobre a frase:

“Não passa em concursos quem estuda mais, passa quem estuda melhor: usando o material adequado e mantendo o enfoque correto.”

Estudo para um concurso já definido

1) Todo concurso cobra literalidade da Constituição, se não cobrar dire-tamente, irá cobrar indiretamente. Logo, ao se deparar com o edital do concurso, é extremamente necessário que se identifique quais os artigos da Constituição são relacionados aos temas do edital. Após essa iden-tificação, é essencial o estudo literal de todos os artigos relacionados. Provavelmente, com esse estudo literal, o candidato será capaz de acer-tar mais da metade da prova.

2) É importante, ainda, que sejam resolvidas questões de concursos ante-riores (principalmente da instituição organizadora que está à frente dos mesmos), assim o candidato conseguirá entender o modo de cobrança e fixará o conhecimento por meio do treinamento.

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Constituição Federal anotada para concursos

XIIVítor Cruz e Diego Degrazia

Estudo inicial ou para concurso não definido

Se ainda não há um concurso específico, definido, propomos algumas orien-tações para a fase inicial do estudo.

Antes de qualquer outra coisa, o estudo para concursos é um estudo com foco. Ou seja, qual a sua meta de aprovação:

1ª pergunta – Concurso de nível superior ou nível médio?2ª pergunta – Concurso para qual área: jurídica, fiscal e gestão, tribunais,

polícias, Ministério Público ou outras?Se a resposta para a primeira pergunta foi:

a) Nível médio – Você deverá estudar com foco na literalidade da norma. Leia os comentários para esclarecer eventuais dúvidas, mas é impor-tantíssimo fixar exatamente os preceitos da Constituição. Você deverá estudar os seguintes pontos deste livro, inicialmente:

Parte 1:

– Temas 1.1 e 1.3;

– Tema 2;

– Tema 3;

– Tema 4;

– Tema 5.1;

– Temas 6.2, 6.3.1, 6.3.2, 6.3.4.

Parte 2:

– Princípios fundamentais (art. 1º ao 4º).

– Direitos Fundamentais (art. 5º ao 17) – com ênfase nos artigos 5º e 7º.

– Organização do Estado (art. 18 ao 24).

– Administração pública (art. 37 ao 41).

– Organização dos poderes – ênfase aos artigos 44 ao 52, art. 76 ao 84 e art. 92 ao 102.

Após ter estudado todos esses pontos, feche as lacunas com os demais as-suntos, mas somente se condizentes com o edital da área a qual você pretende prestar concurso.

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Orientações para estudo

XIII

b) Nível superior – Para provas de nível superior, principalmente as da área jurídica, você deverá estudar quase todos os temas desta obra – inclusive os da parte 1 –, porém use os editais dos concursos passa-dos para focar nos temas mais relevantes e, se você estiver iniciando os estudos na matéria, siga as prioridades para os candidatos de nível médio relacionadas acima, e depois aumente a carga dos conteúdos pre-enchendo as lacunas. A relação exposta acima é a parte básica do estudo.

A resposta para a segunda pergunta é importante para definir o enfoque do estudo, ou seja:

• Área jurídica e tribunais – Deve-se dar bastante ênfase aos artigos re-ferentes ao Judiciário (art. 92 ao 126), principalmente os artigos rela-cionados ao STF, STJ e ao tribunal para o qual você prestará concurso (TRT, TRE, TJ, TRF etc.);

• Área fiscal – Ênfase nos estudos do art. 145 ao 163, referentes ao Siste-ma Tributário Nacional;

• Área de gestão – Ênfase nas Finanças Públicas (art. 163 ao 169);• Área policial – Ênfase na Segurança Pública (art. 144);• Ministério Público – Ênfase nas funções essenciais à Justiça (art. 127

ao 135) e no Poder Judiciário (art. 92, 93, 101 e 102, principalmente);• Comum a todas as áreas (ou para alguma área não citada) – Independen-

temente da área, seja uma das expostas acima ou não, o candidato deve ter os conceitos referentes aos princípios fundamentais, direitos fundamen-tais e administração pública muito bem arraigados. Esses temas, estatis-ticamente, englobam a maior parte das questões de concursos públicos.

Conclusão e observações gerais

Lembre-se: todo candidato de alto nível deve ter amplo domínio da lite-ralidade das normas. Na dúvida entre estudar a norma (no caso, a Constituição) ou estudar o que a doutrina dispõe sobre ela, dê preferência ao estudo da norma, pois será dela que sairão a maioria das questões. O maior erro cometido por mui-tos candidatos é não se preocupar em ler efetivamente a Constituição.

Outro ponto que merece destaque é que se deve evitar, ao máximo, errar em concursos:

a) Questões literais da Constituição – Para isso, é de extrema importância o delineamento dos artigos cobrados pelo edital do concurso.

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Constituição Federal anotada para concursos

XIVVítor Cruz e Diego Degrazia

b) Questões repetidas de outro concurso – Para isso, é importante a reso-lução das questões dos concursos anteriores da banca examinadora. Toda banca examinadora repete questões em seus concursos, ainda que com adaptações.

c) Questões que expõem a literalidade das súmulas – Por esse motivo, está dis-ponível uma relação das súmulas de maior relevância ao final desta obra.

d) Questões baseadas em “novidades” – Toda “novidade” (advento de uma nova emenda constitucional, alteração recente em alguma legislação relevante para o concurso, edição de uma nova súmula vinculante etc.) é carta certa nos concursos. Dessa forma, é interessante que o candi-dato se mantenha atualizado e, principalmente, atento.

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XV

Sumário

Parte 1 – Teorias e doutrinas relacionadas ao estudo da Constituição

1 Afinal, o que é a Constituição? 31.1 Constitucionalismo 31.2 O neoconstitucionalismo 41.3 Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo X Teoria Crítica do

Direito 51.4 Sentidos (concepções) da Constituição 71.5 E o que é o Direito Constitucional? 11

2 O Estado (noções sobre Teoria Geral do Estado) 132.1 O que seria o “Estado”? 132.2 Evolução do conceito de Estado 142.3 Origem da Sociedade – Sociedade Natural x Contratualismo 142.4 Estado X Nação 152.5 Povo X Nação 162.6 Soberania 162.7 Evolução do Estado Antigo ao Estado Moderno 172.8 Evolução do conceito de Estado Moderno 18

3 Poder constituinte 203.1 Espécies 203.2 Poder constituinte originário X derivado 213.3 Modos de manifestação do poder constituinte originário 213.4 Titular do poder X exercente do poder 223.5 Poder constituinte supranacional 223.6 Características do PCO e suas definições 233.7 Características dos poderes derivados (em especial o reformador) e suas

definições 233.8 Consequências do exercício do poder constituinte originário 24

4 Classificação das Constituições 294.1 Classificação da Constituição Brasileira de 1988 354.2 Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições 35

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Constituição Federal anotada para concursos

XVIVítor Cruz e Diego Degrazia

5 Estrutura e elementos da Constituição 395.1 Estrutura 395.2 Elementos 40

6 Normas constitucionais 416.1 Regras X princípios 426.2 Normas materiais X normas formais 436.3 Eficácia e aplicabilidade das normas 44

6.3.1 Doutrina clássica X normas programáticas 446.3.2 Eficácia e aplicabilidade segundo José Afonso da Silva 446.3.3 Eficácia e aplicabilidade segundo Maria Helena Diniz 466.3.4 Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais 46

7 Interpretação constitucional (hermenêutica constitucional) 507.1 Princípios de interpretação constitucional 517.2 Métodos de interpretação da Constituição 537.3 Correntes interpretativistas e não interpretativistas 547.4 Derrotabilidade (defeasibility) 55

Parte 2 – Controle de Constitucionalidade

1 “O que é” o controle de constitucionalidade 611.1 Controle de compatibilidade X controle de constitucionalidade 621.2 A supremacia da Constituição e o controle de constitucionalidade 631.3 Constitucionalidade congênita X superveniente 64

2 Formas de inconstitucionalidade 652.1 Inconstitucionalidade nomodinâmica x nomoestática 66

3 Controle de constitucionalidade quanto à natureza ou ao órgão controlador 66

4 Momento do controle 684.1 Controle preventivo 68

4.1.1 Primeiro controle – Legislativo 684.1.2 Segundo controle – Judiciário 694.1.3 Terceiro controle – Executivo 69

4.2 Controle repressivo 704.2.1 Controle repressivo pelo Executivo 704.2.2 Controle repressivo pelo Legislativo 714.2.3 Controle repressivo pelo Judiciário 72

4.2.3.1 Órgão especial e a cláusula da reserva de Plenário 73

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Sumário

XVII

4.2.3.2 Controle difuso (concreto) 744.2.3.3 Controle concentrado (abstrato) 784.2.3.4 A abstrativização do Controle Difuso 844.2.3.5 Inadimissibilidade da intervenção de terceiros 854.2.3.6 PGR e AGU no processo do controle concentrado 864.2.3.7 Medida cautelar nas ações diretas 864.2.3.8 Efeitos da decisão no controle jurisdicional repressivo de

constitucionalidade 87

5 Controle de constitucionalidade nos Estados 89

6 Controle de constitucionalidade nos Municípios e no DF 90

7 Recurso extraordinário ao STF de norma objeto de controle direto estadual 90

8 Stare decisis e o controle de constitucionalidade brasileiro 91

9 Efeito repristinatório em relação às leis anteriores 91

10 Inconstitucionalidade reflexa ou indireta 92

11 Atos sujeitos a controle concentrado de inconstitucionalidade 92

12 Generalidade e abstração para o controle direto de constitucionalidade 94

13 Declaração de inconstitucionalidade conforme a Constituição 95

14 Declaração parcial de inconstitucionalidade e declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto 95

15 Transcendência dos motivos determinantes 97

16 Inconstitucionalidade por arrastamento (ou consequencial) 99

17 Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade 99

18 Histórico do controle de constitucionalidade no Brasil 100

19 Leis do controle de constitucionalidade (9.868/99, 12.063/09 e 9.882/99) comentadas 101

20 Lei das Súmulas Vinculantes (Lei 11.417/06) 130

21 Lei da Repercussão Geral (Lei 11.418/06) 134

22 Lei da ADI interventiva (Lei 12.562/11) 137

Parte 3 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

Preâmbulo 143

Título I – Dos Princípios Fundamentais 146

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Constituição Federal anotada para concursos

XVIIIVítor Cruz e Diego Degrazia

Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais 164Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 176Capítulo II – Dos Direitos Sociais 245Capítulo III – Da Nacionalidade 261Capítulo IV – Dos Direitos Políticos 266Capítulo V – Dos Partidos Políticos 277

Título III – Da Organização do Estado 285Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa 285Capítulo II – Da União 291Capítulo III – Dos Estados Federados 310Capítulo IV – Dos Municípios 316Capítulo V – Do Distrito Federal e dos Territórios 329

Seção I – Do Distrito Federal 329Seção II – Dos Territórios 331

Capítulo VI – Da Intervenção 333Capítulo VII – Da Administração Pública 342

Seção I – Disposições Gerais 342Seção II – Dos Servidores Públicos 360Seção III – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios 378Seção IV – Das Regiões 379

Título IV – Da Organização dos Poderes 381Capítulo I – Do Poder Legislativo 381

Seção I – Do Congresso Nacional 381Seção II – Das Atribuições do Congresso Nacional 383Seção III – Da Câmara dos Deputados 392Seção IV – Do Senado Federal 393Seção V – Dos deputados e dos senadores 398Seção VI – Das Reuniões 408Seção VII – Das Comissões 411Seção VIII – Do Processo Legislativo 419

Subseção I – Disposição Geral 419Subseção II – Da Emenda à Constituição 423Subseção III – Das Leis 430

Seção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária 451Capítulo II – Do Poder Executivo 463

Seção I – Do presidente e do vice-presidente da República 463

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Sumário

XIX

Seção II – Das Atribuições do presidente da República 465Seção III – Da Responsabilidade do presidente da República 469Seção IV – Dos Ministros de Estado 471Seção V – Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional 472

Subseção I – Do Conselho da República 472Subseção II – Do Conselho de Defesa Nacional 473

Capítulo III – Do Poder Judiciário 475Seção I – Disposições Gerais 475Seção II – Do Supremo Tribunal Federal 498Seção III – Do Superior Tribunal de Justiça 517Seção IV – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais 522Seção V – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho 527Seção VI – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais 533Seção VII – Dos Tribunais e Juízes Militares 537Seção VIII – Dos Tribunais e Juízes dos Estados 538

Capítulo IV – Das Funções Essenciais à Justiça 543Seção I – Do Ministério Público 543Seção II – Da Advocacia Pública 555Seção III – Da Advocacia 556Seção IV – Da Defensoria Pública 557

Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 559Capítulo I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio 559

Seção I – Do Estado de Defesa 559Seção II – Do Estado de Sítio 561Seção III – Disposições Gerais 562

Capítulo II – Das Forças Armadas 568Capítulo III – Da Segurança Pública 572

Título VI – Da Tributação e do Orçamento 577Capítulo I – Do Sistema Tributário Nacional 577

Seção I – Dos Princípios Gerais 578Seção II – Das Limitações do Poder de Tributar 591Seção III – Dos Impostos da União 603Seção IV – Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal 607Seção V – Dos Impostos dos Municípios 620Seção VI – Da Repartição das Receitas Tributárias 622

Capítulo II – Das Finanças Públicas 628Seção I – Normas Gerais 628

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Constituição Federal anotada para concursos

XXVítor Cruz e Diego Degrazia

Seção II – Dos Orçamentos 629

Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira 651Capítulo I – Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica 651Capítulo II – Da Política Urbana 662Capítulo III – Da Política Agrícola e Fundiária e Da Reforma Agrária 665Capítulo IV – Do Sistema Financeiro Nacional 668

Título VIII – Da Ordem Social 669Capítulo I – Disposição Geral 669Capítulo II – Da Seguridade Social 669

Seção I – Disposições Gerais 669Seção II – Da Saúde 678Seção III – Da Previdência Social 683Seção IV – Da Assistência Social 690

Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto 691Seção I – Da Educação 691Seção II – Da Cultura 697Seção III – Do Desporto 701

Capítulo IV – Da Ciência, Tecnologia e Inovação 702Capítulo V – Da Comunicação Social 704Capítulo VI – Do Meio Ambiente 708Capítulo VII – Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso 710Capítulo VIII – Dos Índios 716

Título IX – Das Disposições Constitucionais Gerais 717

Título X – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 723

Dispositivos de emendas constitucionais não incorporados ao texto da Constituição 782

Casos de lei complementar na Constituição 808

Súmulas do STF relevantes para provas de Direito Constitucional 815

Resumo sobre os mandatos constitucionais 824

Referências bibliográficas 825

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Parte 3

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

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Preâmbulo

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-bleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Demo-crático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desen-volvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fun-dada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONS-TITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

O preâmbulo seria a síntese do pensamento e intenções dos constituin tes ao se dar início a um novo ordenamento jurídico.

Segundo o STF,13 o preâmbulo, embora pertença à Constituição, não é con-siderado uma norma “central” dela (sequer podemos defini-lo como “norma” propriamente dita), não sendo assim de reprodu ção obrigatória nas Constitui-ções Estaduais nem possuindo força jurídi ca para tornar outras normas incons-titucionais. Decidiu-se, então, pela ausência de força normativa do preâmbulo.

O fato de usar no preâmbulo a expressão “sob a proteção de Deus” por si não faz do Estado brasileiro um Estado religioso. O Brasil é um país “laico” ou “leigo”, não possui elos de relação com religiões, embora inclua entre suas prote-ções o sentimento de liberdade religio sa e de crença.

Deve-se lembrar que, embora despido de eficácia jurídica, o pre âmbulo deve ser usado para fins de interpretação, já que manifesta o sentimento dos cons-tituintes ao se dar início ao novo ordenamento e, assim, acaba por direcionar a aplicação das normas constitucionais que estão por vir.

13 ADI 2.076/AC – 2002.

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Constituição Federal anotada para concursos

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01. (Advogado/Ibram/DF/Cespe/2009) O preâmbulo, por estar na parte introdu-tória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de inconstitucionalidade de deter-minada norma infraconstitucional.

02. (Analista Administrativo e Financeiro/Seger/Cespe/2007) O preâmbulo da Cons-tituição Federal constitui uma norma central e, portanto, tem força normativa.

03. (Procurador Federal/AGU/Cespe/2007) A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF, reflete um sentimento religioso, o que não enfraquece o fato de o Estado brasi leiro ser laico, ou seja, um Estado em que há liberdade de consciência e de crença, em que ninguém é privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica.

04. (MP/PE/FCC/2002/Adaptada) O constituinte brasileiro iniciou a redação da Constituição Fe deral com um Preâmbulo, cuja força obrigatória é ausente, des-tinando-se a indicar a intenção do constituinte, mas deve ser levado em conta quando da interpretação nas normas.

Respostas

01. Errado.02. Errado.03. Correto.04. Correto.

O que preciso saber antes de ler os artigos?

Os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil estão dis-postos nos arts. 1º ao 4º da Constituição. Tais princípios são chamados funda-mentais por formarem a base da organização do Estado. São eles que irão definir a estrutura política do Estado.

O professor Canotilho diz que esses princípios se constituem em nor-mas-síntese ou normas-matriz,14 isso porque são as normas básicas, a origem, as normas que sintetizam aquilo que veremos ao longo da Constituição. Então, os princípios fundamentais são cha mados de “princípios político-constitucionais”

14 Canotilho, Direito Constitucional, p. 178, apud SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 96.

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PreâmbuloConstituição da República Federativa do Brasil de 1988

(dica: lembre-se de “organização” sempre que ler o termo “política”). Os demais princípios, ao longo da Constituição, que são desdobramentos dos fundamen-tais, serão chamados de “jurídi co-constitucionais” (dica: aquilo que leva o termo “jurídico” estará dando a ideia de que foi “criado, instituído”, e assim é decor-rente, derivado de um outro).

Não se pode também confundir os princípios fundamentais com os princí-pios gerais do Direito Constitucional. Enquanto aqueles estão positivados na Cons-tituição, estes formam um estudo teórico, são aplicáveis a vários ordenamentos.15

01. (Analista de Infraestrutura/MP/Cespe/2012) Os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF) designam as características mais essenciais do Estado brasileiro.

02. (Analista/Susep/ESAF/2010/Adaptada) Os princípios jurídico-constitucionais não são princípios constitucionais gerais, todavia não se constituem em meros desdobramentos dos princípios fundamentais.

03. (Advogado/IRB/ESAF/2006/Adaptada) Segundo a doutrina, os princípios político-constitucionais são materializados sob a forma de normas-princí-pio, as quais, frequentemente, são desdobramentos dos denominados prin-cípios fundamentais.

Respostas

01. Certo.02. Errado. Os jurídico-constitucionais são desdobramentos dos político-constitu-

cionais.03. Errado. Os princípios político-constitucionais são os próprios princípios fun-

damentais.

Como devo estudar os princípios fundamentais?

O candidato deve se preocupar em absorver bem a literalidade dos arts. 1º ao 4º da Constituição. Eles são muito cobrados em concurso e a maioria das questões de prova sobre o tema se limitam à literalidade desses artigos. Algu-mas, porém, principalmente as das instituições Cespe e ESAF, costumam cobrar as definições doutrinárias que veremos nos comentários.

15 Idem.

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Constituição Federal anotada para concursos

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A República Federativa do Brasil e seus fundamentos

Título I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos ter-mos desta Constituição.

O caput do art. 1º da Constituição é repleto de informações importan-tes. Ele mostra qual foi a decisão política dos constituintes ao definir a forma de Governo (república), a forma de Estado (Federação) e o Regime Político (demo-cracia) do Estado. O sistema de governo (presidencialismo) não foi abordado no caput do art. 1º, mas verificamos a adoção desse sistema nas disposições sobre o Poder Executivo, notadamente o art. 84.

Em concursos, principalmente da ESAF e Cespe, cobram as definições tra-zidas pela doutrina do prof. José Afonso da Silva sobre tais institutos. Coligindo essa doutrina com ensinamentos de outros autores, temos:

a) Forma de governo – É a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder e como este se exerce.16

Basicamente, são as repúblicas (todos exercem o poder) e as monarquias (só um exerce o poder). O Brasil não adotou como forma de governo a monar-quia, escolheu para si a república, ou seja, o modo de distribuição do poder na socieda de ocorre com este nas mãos de todo o povo, daí a palavra “república” –

16 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 102.

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147 Parte 3

Art. 1ºConstituição da República Federativa do Brasil de 1988

res publi ca (coisa pública). A adoção da forma republicana traz consigo diversas caracte rísticas, como a temporariedade do mandato dos governantes, a necessi-dade de transparência e prestação de contas e a necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do povo. A monarquia é caracterizada pela vitaliciedade e pela hereditariedade dos governantes.

b) Forma de Estado – O modo de exercício do poder político em função do território.17

O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de dis-tribuição geográfica do poder político se dá com a forma ção de entidades autôno-mas (vide art. 18). Essa autonomia se manifesta por meio de três ou quatro facetas (dependendo do doutrinador):

1. Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de outros entes;

2. Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constitui ções (no caso dos Estados) ou leis orgânicas (no caso dos Municípios e do DF);

3. Autolegislação: capacidade de elaborarem suas próprias leis por meio de um processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do proces so em âmbito federal;

4. Autoadministração: capacidade de se administrarem de forma indepen-dente, tomando suas próprias decisões executivas e legislativas.

Para alguns doutrinadores, não haveria a separação entre auto-organiza-ção e autolegislação.

Veja que estamos falando de autonomia, não de soberania. A soberania, que a Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamen to da República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o Estado brasileiro possui nos limites do seu território, não se su jeitando a nenhum outro poder de igual ou superior magnitude e tornando-se um país independente de qualquer outro no âmbito internacional), irá se manifestar apenas na pessoa da República Federativa do Brasil, en tendida como a união de todos os entes internos, repre-sentando todo o povo bra sileiro, povo este que é o verdadeiro titular da soberania. O ente federativo “União” não possui soberania, apenas autonomia, tal como os Estados, Distrito Federal e Municípios. A República Federa tiva do Brasil é única

17 Ibidem, p. 98.

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Constituição Federal anotada para concursos

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soberana e que se manifesta internacionalmente como pessoa jurídica de direito internacional.

É importante, para que possamos arraigar nossos conhecimentos sobre o tema, que definamos alguns conceitos, a saber:

• Federação X confederação:Ambas são tidas como “estados complexos” em oposição ao “estado sim-

ples”, o qual se manifesta como unitário.Em uma federação, temos um Estado fracionado em unidades autônomas. Nas

confederações, as unidades não são simplesmente autônomas, elas são soberanas.

A federação é uma união indissolú vel, ou seja, os entes não têm o direito de secessão. Eles não podem se separar da federação, pois estão des pidos de sobera-nia. Nas confederações, os Estados se agregam para aumentar a sua força política internacional, mas não abdicam de sua soberania, podendo se separar do bloco no momento em que julgarem necessário.

• Estados simples ou unitários:O Estado unitário pode ser um Estado unitário centralizado (ou puro) ou

um Estado unitário descentralizado (ou regional). Essa ideia se refere ao campo administrativo.

No Estado centralizado, há uma concentração das competências adminis-trativas em uma única unidade política.

No Estado descentralizado, ocorre uma atribuição das competências admi-nistrativas a unidades regionais.

O Estado unitário descentralizado não se confunde com o Estado federal, já que a descentralização naquele ocorre tão somente nas funções administrati-vas, sendo as funções legislativas mantidas junto à unidade central.

• Características da nossa Federação:1. Indissolubilidade: isso ocorre pelo fato de os entes não possuírem o

direito de secessão;

2. Cláusula pétrea expressa: a Constituição protegeu expressamente a forma federativa de Estado como uma cláusula pétrea (art. 60, §4º), impedindo assim que uma emenda constitucional possa vir a dissolver a Federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos entes federados);

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Art. 1ºConstituição da República Federativa do Brasil de 1988

3. Federação por segregação ou movimento centrífugo: diferentemente dos EUA, onde havia vários Estados que se “agregaram” (movimento centrípeto) para formar um país, no Brasil tinha-se apenas um Estado que se desmembrou em outros.

4. Federalismo de 3º grau: até a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, os Municípios não possuíam autonomia. Tínhamos, então, um federalismo de 2º grau, formado apenas pelas esferas federal e estadual. Após a promulgação da Constituição vigente, o país passou a ter um federalismo de 3º grau, reconhecendo os Municípios como autônomos e, assim, adotando uma espécie bem peculiar de federação.

Obs.: importante salientar que a Constituição de 1988 inovou ao prever os Municí-pios como integrantes da federação. Em provas de concursos, deve-se ter cuidado com isto, pois, para o Direito Constitucional Geral, a federação ocorre apenas entre Estados. Não existe a figura dos Municípios como entes autônomos inte-grantes do conceito de federação – uma particularidade do Brasil.

5. Federalismo cooperativo: existe uma repartição de competências de forma que cada ente federativo contribuirá para a finalidade do Estado, havendo a previsão de competências que são comuns a todos, além de colaborações técnicas e financeiras para a prestação de alguns serviços públicos e repartição das receitas tributárias. Destacam-se nesse con-ceito as figuras dos consórcios públicos, convênios entre os entes fede-rativos e a instituição pelos Estados das regiões metropolitanas para que possam articular um desenvolvimento igualitário de seus Municípios.

c) Regime Político – Sem conceito pacífico na doutrina. Dizemos que é a forma pela qual se dá a “regência” das decisões políticas do Estado. A democra-cia foi eleita como o regime político brasileiro (vide preâmbulo e art. 1º). Nesse sentido, quem é responsável por reger a política brasileira é o povo, o detentor do poder, que direciona as ações do governo diretamente, por meio do uso do plebis-cito, referendo e da iniciativa popular, ou indiretamente, por meio dos represen-tantes eleitos pelo próprio povo. Dessa forma, o Brasil possui como regime a de mocracia mista ou semidireta.

d) Sistema de governo – Modo por meio do qual se relacionam os órgãos dos Poderes do Estado (especialmente Executivo e Legislativo).

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Constituição Federal anotada para concursos

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Dica: lembre-se de que todo sistema, como o sistema respiratório etc., trata da relação entre órgãos. Portanto, com o sistema de governo não é diferente. Ele trata das relações entre os órgãos de cada Poder, o grau de independência entre eles, o papel de cada um etc.

Existem basicamente dois sistemas de governo: o presidencialismo e o par­lamentarismo.

Para se verificar se um sistema é presidencialista ou parlamentarista, existe uma palavra-chave: independência. No presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande independência em relação ao Legislativo. No parlamentarismo, ocorre uma maior dependência entre esses poderes, já que eles atuam em colaboração.

Antes de compararmos os dois sistemas, precisamos fazer a distinção entre as chefias do Poder Executivo: a chefia de estado e a chefia de governo.

• Chefe de estado: é o membro do Poder Executivo que exerce o papel de representante do Estado, principalmente no âmbito externo, mas tam-bém como representante moral perante o povo, no âmbito interno.

• Chefe de governo: é o membro do Poder Executivo responsável por chefiar o governo, ou seja, a direção das políticas públicas em âmbito interno.

No presidencialismo, temos a unicidade da chefia. O presidente tem em suas mãos tanto a chefia de estado quanto a chefia de governo. No parlamenta-rismo, temos uma dualidade de chefia: existe uma pessoa como chefe de Estado e outra como chefe de governo. O chefe de Estado será o presidente, no caso de uma república parlamentarista, ou o monarca (Rei), no caso de uma monarquia parlamentarista. A chefia de governo será exercida pelo primeiro-ministro. Este é escolhido pelo presidente para governar, mas somente será investido com a apro-vação de seu nome (bem como o do seu conselho de ministros) pelo parlamento.

Voltando à questão da independência. No presidencialismo, o presidente (que é chefe de Estado e chefe de governo) tem ampla autonomia para gover-nar e instituir suas políticas públicas. Da mesma forma que o Legislativo não interfere na atividade do Executivo, o Executivo também não se impõe sobre o Legislativo, que é composto por membros com mandatos fixos e predetermi-nados. Já no parlamentarismo, o primeiro-ministro (chefe de governo) precisa do apoio do parlamento para se manter no governo. Se o parlamento não con-cordar com seu plano de governo poderá, por meio do voto de desconfiança, “derrubá-lo”. Por outro lado, se o presidente ou monarca não concordar com

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Art. 1ºConstituição da República Federativa do Brasil de 1988

a desconfiança manifestada do Parlamento, poderá dissolvê-lo para que ocor-ram novas eleições, já que neste sistema os membros do Legislativo não têm um mandato determinado.

Largando as comparações entre presidencialismo e parlamentarismo, é importante ainda citarmos o chamado sistema de governo diretorial. No sistema diretorial, ou “governo de Assembleia”, existe um diretório (órgão colegiado) for-mado por membros do parlamento, e é este diretório que exercerá o poder. Dessa forma, praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente subordinado ao Parlamento que, inclusive, é responsável por eleger os membros daquele Poder.

CF, art. 2º, ADCT → No dia 7 de setembro de 1993, o eleitorado definirá, por meio de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sis tema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vi gorar no país.

O plebiscito aconteceu e definiu por intermédio do voto popular que o Brasil se ria uma república presidencialista. Assim, o Brasil ainda adota como sistema de governo o presidencialismo.

Esquematizando, no Brasil temos:

Forma de Estado: FederaçãoForma de governo: RepúblicaRegime de governo ou político: Democracia (mista ou semidireta)Sistema de governo: Presidencialismo

01. (Agente de Documentação/TCE-PB/Cespe/2018) São, respectivamente, as for-mas de Estado e de governo adotadas no Brasil: Federação e presidencialismo

Resposta: Errado. O correto então seria: Federação e República (e não presidencia-lismo, que é sistema de governo). Bastava aplicar o macete:

– A “Forma” encontra-se no nome “República Federativa do Brasil”, sendo que a Forma de Estado é a Federação (só lembrar de “estado federal”), e a Forma de Governo é a República.

– Lembre-se ainda que:• O “Presidente é Sistemático” (Sistema de Governo = Presidencialismo); e• O “Regime é Democrático” (Regime de Governo = Democracia mista ou

semidireta).

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Constituição Federal anotada para concursos

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Informações importantes também estão contidas no parágrafo único do artigo. Ao dizer que “todo o poder emana do povo”, a Constituição claramente adota a teoria da “soberania popular”, em que o titular da soberania é o povo, contrapondo a teoria da “soberania estatal”, na qual o titular do poder seria o Estado. Já vimos que a única pessoa soberana é a República Federativa do Brasil, mas esta age em nome do seu povo.

Outra importante informação é extraída quando o dispositivo afirma que o povo “exerce (o poder) por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Isso embasa o que vimos anteriormente: o Brasil adota a democracia mista ou semi-direta, já que o exercício do poder se dá tanto por meio de representantes elei-tos (típico da democracia indireta ou representativa) quanto diretamente (típico da democracia direta), por meio do uso do plebiscito, referendo e da iniciativa popular (CF, art. 14).

Estado Democrático de Direito

O caput do art. 1º define a República Federativa do Brasil como um “Estado Democrático de Direito”. O Estado Democrático de Direito é a fase atual da evo-lução dos Estados.

Em linhas gerais, podemos dizer que, primeiramente, com a Revolução Francesa, instala-se o que chamamos de “Estado de Direito” ou “Estado Liberal de Direito”. O Estado é de Direito, pois se submete aos comandos da lei. Esse Estado Liberal de Direito era um Estado “individualista”, estava preocupado somente com as liberdades individuais. O conceito de liberdade e igualdade, nesse tipo de Estado, porém, era deturpado, pois o indivíduo era visto como um ser abstrato, “ideal”. As disparidades reais e diferenças econômicas, sociais e culturais entre eles, por exemplo, eram ignoradas. Dessa forma, o Estado Liberal de Direito come-teu diversas injustiças, pois sua preocupação era com a formalidade das liberda-des, as declarações eram generalistas e abstratas.

Surge, então, um Estado Social de Direito, ou Estado Material de Direito. Agora, preocupa-se não somente com a formalidade das liberdades, mas também em dotar os indivíduos de reais condições para exercê-las e realizar uma justiça social. Esse Estado tentava compatibilizar o sistema capitalista com o Estado do bem-estar social (Welfare State).

A doutrina destaca que tanto o Estado Liberal de Direito quanto o Estado Social de Direito nem sempre eram caracterizados como um “Estado Democrático”,